Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
EVOLUO DA JURISPRUDNCIA *
Exposio feita em 30.3.95, no Tribunal Regional Federal da 3 Regio Frum de Debates, patrocinado pelo Centro
de Estudos Judicirios do Conselho da Justia Federal, So Paulo SP.
ao arbitrium boni viri. A soma, como ressalta o Prof. Caio Mrio, no deve ser
to grande que se converta em fonte de enriquecimento, nem to pequena que
se torne inexpressiva (ob. citada, pg. 60). Segundo Maria Helena Diniz, "na
reparao do dano moral o juiz dever apelar para o que lhe parecer eqitativo e
justo, mas ele agir sempre com um prudente arbtrio, ouvindo as razes da
parte, verificando os elementos probatrios, fixando moderadamente uma
indenizao. Portanto, ao fixar o quantum da indenizao, o juiz no proceder
a seu bel-prazer, mas como um homem de responsabilidade, examinando as
circunstncias de cada caso, decidindo com fundamento e moderao" ("Curso
de Direito Civil Brasileiro", 7 vol., 4 ed. pg. 77). Claro est que qualquer
excesso ou radicalizao importar no enfraquecimento e desmoralizao do
instituto.
Lembro ainda que a sentena condenatria poder impor ao
responsvel pelo dano moral uma obrigao de fazer, diversa da pecuniria,
mas para tanto o Juiz estar adstrito ao pedido formulado pelo autor. que, no
mais das vezes, o postulante em Juzo opta pelo recebimento da indenizao em
pecnia to-somente.
Dois itens interessantes j passaram pelo crivo do STJ. Primeiro,
desnecessria a demonstrao de que a perda de um filho ou de uma perna, por
exemplo, acarrete graves sofrimentos; isso simplesmente conseqncia da
natureza das coisas (REsps n.s 17.073-0MG e 50.481-1RJ, ambos relatados
pelo Ministro Eduardo Ribeiro). O segundo tpico refere-se ao dano esttico,
que, em princpio, modalidade de dano moral, ressalvadas, porm, as
eventuais repercusses econmicas (REsp n. 41.492-0RJ, relator Ministro
Eduardo Ribeiro).
Por derradeiro, devo destacar que o Superior Tribunal de Justia
tem tido ocasio de proferir decises acerca da responsabilidade do Estado por
dano moral. No REsp n 3.604/SP, relator Ministro Ilmar Galvo, que hoje
ornamenta a Suprema Corte, assentou-se: "O Estado responsvel pelos danos
que seus agentes causarem a terceiros, devendo a indenizao cobrir os danos
morais e materiais." Outros pronunciamentos encontram-se nos REsps n.s
6.301-0RJ, relator Ministro Jos de Jesus Filho; 27.940-2 RJ, relator Ministro
Demcrito Reinaldo; 37.374-3MG, relator Ministro Hlio Mosimann, e
43.488- 2SP, relator Ministro Garcia Vieira.