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Direito Financeiro

ORÇAMENTO PÚBLICO – CONCEITO E PRINCÍPIOS


O Orçamento Público, em sentido amplo, é um documento legal (aprovado por lei) contendo a
previsão de receitas e a estimativa de despesas a serem realizadas por um Governo em um determinado
exercício (geralmente um ano).
Os primeiros Orçamentos que se têm notícia eram os chamados orçamentos tradicionais, que se
importavam apenas com o gasto (ênfase no gasto). Eram meros documentos de previsão de receita e
autorização de despesas sem nenhum vínculo com um sistema de planejamento governamental.
Simplesmente se fazia uma estimativa de quanto se ia arrecadar e decidia-se o que comprar, sem
nenhuma prioridade ou senso distributivo na alocação dos recursos públicos.
O Orçamento evoluiu ao longo da história para um conceito de Orçamento-Programa, segundo o
qual o Orçamento não é apenas um mero documento de previsão da arrecadação e autorização do gasto,
mas um documento legal que contém programas e ações vinculados a um processo de planejamento
público, com objetivos e metas a alcançar no exercício (a ênfase no Orçamento-Programa é nas
realizações do Governo).
O Orçamento Público no Brasil (Orçamento Geral da União) inicia-se com um texto elaborado
pelo Poder Executivo e entregue ao Poder Legislativo para discussão, aprovação e conversão em lei. O
documento contém a estimativa de arrecadação das receitas federais para o ano seguinte e a autorização
para a realização de despesas do Governo. Porém, está atrelado a um forte sistema de planejamento
público das ações a realizar no exercício.
O OGU é constituído de três peças em sua composição: o Orçamento Fiscal, o Orçamento da
Seguridade Social e o Orçamento de Investimento das Empresas Estatais Federais.
Existem princípios básicos que devem ser seguidos para elaboração e controle dos Orçamentos
Públicos, que estão definidos no caso brasileiro na Constituição, na Lei 4.320/64, no Plano Plurianual, na
Lei de Diretrizes Orçamentárias e na recente Lei de Responsabilidade Fiscal.
A Constituição Federal de 1988 atribui ao Poder Executivo a responsabilidade pelo sistema de
Planejamento e Orçamento, e a iniciativa dos seguintes projetos de lei:
• Plano Plurianual (PPA)
• Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
• Lei de Orçamento Anual (LOA)
O PPA é a lei que define as prioridades do Governo pelo período de 4 (quatro) anos. O projeto de
lei do PPA deve ser enviado pelo Presidente da República ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto
do primeiro ano de seu mandato (4 meses antes do encerramento da sessão legislativa).
De acordo com a Constituição Federal, o PPA deve conter “as diretrizes, objetivos e metas da
administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as
relativas aos programas de duração continuada”.
A LDO é a lei anterior à lei orçamentária, que define as metas e prioridades em termos de
programas a executar pelo Governo. O projeto de lei da LDO deve ser enviado pelo Poder Executivo ao
Congresso Nacional até o dia 15 de abril de cada ano (8 meses e meio antes do encerramento da
sessão legislativa).
De acordo com a Constituição Federal, a LDO estabelece as metas e prioridades para o
exercício financeiro subseqüente, orienta a elaboração do Orçamento (Lei Orçamentária Anual),
dispõe sobre alterações na legislação tributária e estabele a política de aplicação das agências
financeiras de fomento.
Com base na LDO aprovada a cada ano pelo Poder Legislativo, a Secretaria de Orçamento
Federal, órgão do Poder Executivo, consolida a proposta orçamentária de todos os órgãos dos Poderes
(Legislativo, Executivo e Judiciário) para o ano seguinte no Projeto de Lei encaminhado para discussão e
votação no Congresso Nacional.
Por determinação constitucional, o Governo é obrigado a encaminhar o Projeto de Lei
Orçamentária Anual ao Congresso Nacional até o dia 31 de agosto de cada ano (4 meses antes do
encerramento da sessão legislativa). Acompanha o projeto uma Mensagem do Presidente da República,
na qual é feito um diagnóstico sobre a situação econômica do país e suas perspectivas.
A Lei Orçamentária Anual disciplina todos os programas e ações do governo federal no exercício.
Nenhuma despesa pública pode ser executada sem estar consignada no Orçamento. No Congresso,
deputados e senadores discutem na Comissão Mista de Orçamentos e Planos a proposta orçamentária
(projeto de lei) enviada pelo Poder Executivo, fazendo modificações que julgar necessárias, por meio de
emendas, votando ao final o projeto.
A Constituição determina que o Orçamento deve ser votado e aprovado até o final de cada
Legislatura (15.12 de cada ano). Depois de aprovado, o projeto é sancionado e publicado pelo
Presidente da República, transformando-se na Lei Orçamentária Anual.
A Lei Orçamentária Anual (LOA) estima as receitas e autoriza as despesas do Governo de acordo
com a previsão de arrecadação. Se durante o exercício financeiro houver necessidade de realização de
despesas acima do limite que está previsto na Lei, o Poder Executivo submete ao Congresso Nacional um
novo projeto de lei solicitando crédito adicional.
Por outro lado, a necessidade de contenção dos gastos obriga o Poder Executivo muitas vezes a
editar Decretos com limites orçamentários e financeiros para o gasto, abaixo dos limites autorizados pelo
Congresso. São os intitulados Decretos de Contingenciamento, que limitam as despesas abaixo dos limites
aprovados na lei orçamentária.
A Lei de Responsabilidade Fiscal, aprovada em 2000 pelo Congresso Nacional introduziu
responsabilidades para o administrador público em relação aos Orçamentos da União, dos Estados e
Municípios, como o limite de gastos com pessoal, por exemplo. A LRF instituiu a disciplina fiscal para os
três Poderes: Executivo, Legislativo e Judiciário, estendendo também a disciplina aos Orçamentos de
Estados e Municípios.
Os objetivos de toda política orçamentária são corrigir as falhas de mercado e as distorções,
visando manter a estabilidade, melhorar a distribuição de renda, e alocar os recursos com mais
eficiência. O Orçamento tem a função de também regular o mercado e coibir abusos, reduzindo falhas
de mercado e externalidades negativas (fatores adversos causados pela produção, como poluição,
problemas urbanos, etc).
O Governo intervém de várias formas no mercado. Por intermédio da política fiscal e da política
monetária, por exemplo, é possível controlar preços, salários, inflação, impor choques na oferta ou restringir
a demanda.
Instrumentos e recursos utilizados pelo Governo para intervir na Economia:
• Política Fiscal - envolve a administração e a geração de receitas, além do cumprimento de metas e
objetivos governamentais no orçamento, utilizado para a alocação, distribuição de recursos e
estabilização da economia. É possível, com a política fiscal, aumentar a renda e o PIB e aquecer a
economia, com uma melhor distribuição de renda.
• Política Regulatória - envolve o uso de medidas legais como decretos, leis, portarias, etc., expedidos
como alternativa para se alocar, distribuir os recursos e estabilizar a economia. Com o uso das normas,
diversas condutas podem ser banidas, como a criação de monopólios, cartéis, práticas abusivas,
poluição, etc.
• Política Monetária – envolve o controle da oferta de moeda, da taxa de juros e do crédito em geral,
para efeito de estabilização da economia e influência na decisão de produtores e consumidores. Com a
política monetária, pode-se controlar a inflação, preços, restringir a demanda, etc.

O Orçamento Público funciona como um balizador na Economia. Se temos elevados investimentos


governamentais no Orçamento, provavelmente o número de empregos aumentará, assim como a renda
agregada melhorará. Em compensação, um orçamento restrito em investimentos, provocará desemprego,
desaceleração da economia, e decréscimo no produto interno bruto.
O Governo pode provocar orçamentos expansionistas ou gerar um orçamento recessivo.
Dentre as funções consubstanciadas no Orçamento Público, destacamos:
• Função alocativa - Oferecer bens e serviços (públicos puros) que não seriam oferecidos pelo mercado
ou seriam em condições ineficientes (meritórios ou semipúblicos) e. criar condições para que bens
privados sejam oferecidos no mercado (devido ao alto risco, custo, etc) pelos produtores, por
investimentos ou intervenções, corrigir imperfeições no sistema de mercado (oligopólios, monopólios,
etc) e corrigir os efeitos negativos de externalidades.
• Função distributiva – Tornar a sociedade menos desigual em termos de renda e riqueza, através da
tributação e transferências financeiras, subsídios, incentivos fiscais, alocação de recursos em camadas
mais pobres da população, etc.
• Função estabilizadora – ajustar o nível geral de preços, nível de emprego, estabilizar a moeda,
mediante instrumentos de política monetária, cambial e fiscal, ou outras medidas de intervenção
econômica (controles por leis, limites).
PRINCÍPIOS DO ORÇAMENTO PÚBLICO
Existem princípios básicos que devem ser seguidos na elaboração e execução do orçamento, que
estão definidos na Constituição Federal, na Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964, no Plano Plurianual e na
Lei de Diretrizes Orçamentárias.
A Lei nº 4.320/64 estabelece os fundamentos da transparência orçamentária (art. 2º):
"A Lei do Orçamento conterá a discriminação da receita e despesa, de forma a evidenciar a política
econômico-financeira e o programa de trabalho do governo, obedecidos os princípios da unidade,
universalidade e anualidade".

PRINCÍPIOS ORÇAMENTÁRIOS
• Unidade – Só existe um Orçamento para cada ente federativo (no Brasil, existe um Orçamento
para a União, um para cada Estado e um para cada Município). Cada ente deve possuir o seu
Orçamento, fundamentado em uma política orçamentária e estruturado uniformemente. Não há
múltiplos orçamentos em uma mesma esfera. O fato do Orçamento Geral da União possuir três
peças, como o Orçamento Fiscal, o Orçamento da Seguridade Social e o Orçamento de
Investimento não representa afronta ao princípio da unidade, pois o Orçamento é único, válido para
os três Poderes. O que há é apenas volumes diferentes segundo áreas de atuação do Governo.
• Universalidade – o Orçamento deve agregar todas as receitas e despesas de toda a administração
direta e indireta dos Poderes. A Lei orçamentária deve incorporar todas as receitas e despesas, ou
seja, nenhuma instituição pública que receba recursos orçamentários ou gerencie recursos federais
pode ficar de fora do Orçamento.
• Anualidade / Periodicidade – o Orçamento cobre um período limitado. No Brasil, este período
corresponde ao ano ou exercício financeiro, de 01/01 a 31/12. O período estabelece um limite de
tempo para as estimativas de receita e fixação da despesa, ou seja, o orçamento deve se realizar
no exercício que corresponde ao próprio ano fiscal.
• Legalidade – O Orçamento é objeto de uma lei específica (Lei ordinária no Brasil), e como tal, deve
cumprir o rito legislativo próprio, com o cumprimento de todos os quesitos, inclusive seu
sancionamento e publicação pelo Presidente da República ou Congresso Nacional.
• Exclusividade – O Orçamento só versa sobre matéria orçamentária, podendo conter autorização
para abertura de créditos suplementares e operações de crédito, ainda que por antecipação da
receita.
• Especificação ou discriminação ou especialização – São vedadas autorizações globais no
Orçamento. As despesas devem ser especificadas no Orçamento, no mínimo, por modalidade de
aplicação.
• Publicidade – O Orçamento de um país deve ser sempre divulgado quando aprovado e
transformado em lei. No Brasil, o Orçamento Federal é publicado no Diário Oficial da União.
• Equilíbrio – As despesas autorizadas no Orçamento devem ser, sempre que possível, iguais às
receitas previstas. Não pode haver um desequilíbrio acentuado nos gastos.
• Orçamento-Bruto - A receita e despesa constante no Orçamento, exceto os descontos
constitucionais (ex.transferências constitucionais), devem aparecer no Orçamento pelo valor total
ou valor bruto, sem deduções de nenhuma espécie.
• Não-afetação ou não-vinculação – É vedada a vinculação dos impostos a órgão, fundo ou
despesa, exceto as próprias transferências constitucionais para manutenção e desenvolvimento do
ensino (FPE, FPM, etc). e as garantias às operações de crédito por antecipação da receita.
• Programação, tipicidade e atipicidade – Durante a fase de consolidação da proposta de
Orçamento, geralmente se seguem determinadas classificações orçamentárias existentes. Há uma
tabela de classificação funcional de despesas, por exemplo, que classifica a despesa em funções,
subfunções, programas e ações. Há outra tabela de classificação da despesa por fontes de
recursos e outra por unidade orçamentária, por exemplo. No processo de programação da despesa
no Orçamento, em primeiro lugar é preciso identificar a função a que pertence a despesa (se é uma
despesa classificável na função Educação, Saúde, Ciência e Tecnologia, Transportes, ou qualquer
outra). A função é o nível mais elevado de agregação de despesas, representando quase que uma
área de atuação do Governo. As diferentes funções se dividem em subfunções, que, por sua vez,
comportam diferentes programas de Governo, compostos por ações (projetos, atividades ou
operações especiais) a realizar no exercício. Programar uma despesa é classificar a despesa de
maneira a ficar evidenciado onde será utilizado o recurso (em qual função, subfunção, programa ou
ação do Governo). Porém, no processo de programação, pode ocorrer de um programa não se
vincular á sua respectiva subfunção da tabela de classificação funcional. OU uma subfunção não se
vincular à sua função típica, constante da tabela de classificação funcional. Ou seja, em termos
práticos, nem sempre se programa a despesa respeitando-se a classificação funcional existente
nas tabelas orçamentárias. Quando um programa é vinculado a uma subfunção que não aquela
correspondente à da tabela de classificação, dizemos que ocorreu atipicidade na programação da
despesa, ou seja, não há uma classificação típica. O mesmo acontece quando uma despesa
classificada no Orçamento em uma subfunção está vinculada a outra função que não a função
correspondente, segundo a tabela de classificação orçamentária. A tabela de classificação
funcional da despesa por funções e subfunções está consignada no livro “Manual Técnico de
Orçamento” publicado pela Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão (MPOG).
Orçamento na constituição de 1988: LDO, LOA e PPA

O Plano Plurianual (PPA) é uma lei ordinária, sendo votada por maioria simples
nas duas Casas do Congresso Nacional (Câmara e Senado), sob a forma do regimento
comum. É válido a partir do ano seguinte ao ano de início do mandato presidencial até
um ano depois do fim do mandato (já no próximo governo). O PPA estabelece, de
forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas para as despesas de capital (e outras
dela decorrentes) e para os programas de duração continuada.

A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) também é uma lei ordinária, sendo


votada por maioria simples nas duas Casas do Congresso Nacional (Câmara e Senado)
sob a forma do regimento comum. A LDO estabelece as metas e prioridades do
Governo Federal, incluindo as despesas de capital para exercício subseqüente, orienta a
elaboração da LOA, dispõe sobre alterações na legislação tributária e, ainda, estabelece
a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento. A LDO pode ser
alterada depois de editada e publicada, mas as alterações têm que ser compatíveis com o
PPA.

A Lei Orçamentária Anual (LOA), como ambos os dispositivos anteriores, é


uma lei ordinária, votada por maioria simples nas duas Casas do Congresso Nacional,
sob a forma do regimento comum. Envolve o Orçamento Fiscal e da Seguridade
(Administração direta e indireta) dos Poderes da União, fundos, órgãos e entidades,
além do Orçamento de Investimento das empresas estatais (empresas com maioria do
capital social c/ direito a voto da União). Os orçamentos fiscal e de investimentos têm a
função de reduzir desigualdades inter-regionais, segundo o critério populacional de cada
região.
A LOA deve conter demonstrativo regionalizado do efeito sobre as receitas e despesas,
das isenções, anistias, remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária
e creditícia.
A LOA pode conter autorização p/ abertura de créditos suplementares e contratação de
operações de crédito (e geralmente contém!!!).
A iniciativa de elaboração da LOA é do Poder Executivo, mas a competência legal para
apreciação é do Poder Legislativo, mediante votação em ambas as casas do Congresso
Nacional.
O início do projeto de lei se dá com o apresentação das propostas orçamentárias
elaboradas pelas unidades responsáveis diretamente pela execução do orçamento,
apresentando os programas, com suas atividades e projetos, que constarão no
Orçamento. Após à apresentação das propostas, o projeto é encaminhamento aos órgãos
setoriais, que analisam os dados e encaminham o projeto para a Secretaria de
Orçamento Federal (SOF/MPO), para consolidação.
A SOF/MPO verifica os recursos disponíveis, as necessidades de financiamento do
setor público, as despesas obrigatórias com pessoal, dívida, atividades de manutenção,
etc e os limites já estabelecidos na LDO para cada unidade, definindo os valores.
Após a consolidação, a SOF/MPO encaminha o projeto ao Poder Legislativo
(Congresso Nacional) para discussão e votação.
Qualquer modificação no Projeto pelo Poder Executivo, após encaminhado para o
Legislativo, só pode acontecer se ainda não foi iniciada a votação na Comissão Mista,
responsável pela análise do projeto.
No Congresso Nacional, os deputados e senadores podem emendar o projeto de lei do
orçamento em vários níveis. Pode haver emendas de bancadas, partidos ou até mesmo
de parlamentares individualmente, mas algumas despesas fixadas pelo Executivo já não
podem ser alteradas, como as despesas pertinentes ao pagamento de juros e encargos da
dívida, amortização, precatórios ou pessoal.
Os parlamentares podem vetar as despesas e até mesmo remanejar gastos para outros
projetos de seu interesse. Os recursos disponíveis de vetos despesas que não forem
alocados ou ficarem sem despesas correspondentes podem ser usados por créditos
especiais ou suplementares com autorização legislativa.
O Projeto de Lei Orçamentária (PLOA) é encaminhado ao Legislativo até o dia 31 de
agosto de cada ano. Após este prazo, é iniciada a discussão e as votações parciais na
Comissão Mista de Deputados e Senadores encarregada da apreciação da matéria. O
PLOA é votado no Plenário até o final do período legislativo (15/12).
Após a aprovação no Congresso, o PLOA segue para sanção ou veto do Presidente em
15 dias úteis. O silêncio presidencial nos 15 dias importa em sanção tácita (aprovação).
Mesmo no caso de sanção tácita ou no caso de sanção escrita do Presidente da
República, a Lei é publicada. Se a lei não for publicada pelo Presidente da República,
cabe ao Presidente do Congresso fazê-lo em 48 horas , ou seu vice (48h depois, se não
publicada pelo Presidente do Congresso).
Se o projeto de lei for vetado, parcial ou integralmente, pelo Presidente da República, o
texto é encaminhado ao Presidente do Congresso, expondo-se os motivos do veto. Uma
sessão conjunta do Congresso Nacional delibera sobre o veto em 30 dias, derrubando
(se for o caso) o veto por maioria absoluta. Se derrubado o veto e, ainda assim, não for
promulgada a LOA, cabe ao Presidente do Congresso promulgar a lei em 48 h ou seu
vice, em igual prazo, logo após.
As seguintes ações são vedadas após o início da execução orçamentária:
• Início de projetos não incluídos na LOA
• Despesas ou obrigações maiores que LOA ou créditos adicionais
• Operações de crédito maiores que despesas de capital
• Vinculações de impostos a fundos, órgão, despesa (menos transferências, garantias de
créditos, etc).
• Abertura de crédito suplementar ou especial sem autorização legislativa e sem
indicação de recursos.
• Transposição, remanejamento, transferência de recursos de uma categoria de
programação a outra (programas de trabalho).
• Concessão ou utilização de créditos ilimitados
• Utilização de recursos dos orçamentos fiscal e seguridade p/ suprir necessidade ou
cobrir déficit de empresas, fundos, fundações.
• Criação de fundos sem autorização legislativa
• Início de investimento de mais de um ano sem prévia inclusão no PPA ou lei que
autorize (crime de responsabilidade)
CONCEITUAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DA RECEITA E DA DESPESA
PÚBLICA

RECEITA PÚBLICA

As Receitas Públicas são consideradas ingressos financeiros no patrimônio público.


Podem ser classificadas, acima de tudo, em dois grandes grupos:

• Receitas Originárias – são receitas originadas da cobrança por serviços


prestados pelo Estado ou pela venda de bens ou direitos do patrimônio público. São
receitas como na iniciativa privada, que têm uma origem real num bem ou serviço
vendido, faturados sob a forma de preços públicos ou tarifas, sem nenhuma
imposição, ou seja: paga quem quer o serviço ou o bem.

• Receitas Derivadas – as receitas derivadas, como o próprio nome diz, são


derivadas de outros, ou seja, do patrimônio dos contribuintes, sem nenhuma
contraprestação específica, como no caso dos impostos ou com alguma
contraprestação, mas de caráter obrigatório, independentemente do uso do serviço,
como no caso das taxas. Além disto, enquadram-se na definição os demais tipos de
tributos de caráter compulsório, como a contribuição de melhoria, as contribuições
sociais ou econômicas e os empréstimos compulsórios.

O ingresso das receitas nos cofres públicos ocorre em 3 estágios, conforme


discriminados a seguir:

• Lançamento – ato na repartição competente (que pode ser a Receita Federal ou


qualquer outro órgão público que receba recursos) que reconhece o crédito e
inscreve o débito, identificando o devedor, valor, etc.
• Arrecadação – pagamentos dos contribuintes à rede bancária ou repartição
competente

• Recolhimento – entrega da arrecadação pelas repartições ou bancos ao Tesouro


Nacional

Obs. Há alguns autores que indicam a PREVISÃO da receita no Orçamento


como um estágio, antes do lançamento, perfazendo 4 os estágios da despesa.

A classificação orçamentária da receita por categoria econômica divide a receita


em dois grandes grupos: as receitas correntes e as receitas de capital.

São correntes as receitas derivadas de tributos, contribuições, ou receitas


originárias da venda do patrimônio, receitas industriais, etc.

São receitas de capital aquelas decorrentes de operações de crédito ou


empréstimos, originárias da venda ou alienação de bens, etc. Apresentamos abaixo, a
classificação orçamentária da despesas segundo o Manual Técnico de Orçamento –
MTO-02 da Secretaria de Orçamento Federal (SOF/MPO):

• RECEITAS CORRENTES - tributária, de contribuições, patrimonial, industrial,


agropecuária, de serviços, transferências correntes e outras receitas correntes
• RECEITAS DE CAPITAL – operações de crédito, amortização de empréstimos,
alienação de bens, transferências de capital, outras receitas de capital.

DESPESA PÚBLICA

A despesa compreende os recursos gastos na gestão, a serem computados na


apuração do resultado do exercício. São os gastos realizados pelos órgãos públicos em
bens e serviços, com a dotação autorizada pelo orçamento. As despesas, para serem
incorridas no serviço público, precisam estar autorizadas na lei orçamentária.

Segundo a classificação econômica da despesa, as despesas são


desdobradas nas seguintes categorias econômicas:

a) DESPESAS CORRENTES

Compreendem as de Pessoal e Encargos Sociais, Juros e Encargos da


Dívida Interna e Externa e Outras Despesas Correntes, observadas as
conceituações existentes nos dispositivos legais e normas pertinentes em
vigor.

b) DESPESAS DE CAPITAL

Correspondem às de Investimentos, Inversões Financeiras,


Amortização da Dívida Interna, Amortização da Dívida Externa e Outras
Despesas de Capital, observadas as conceituações legais pertinentes em
vigor.

CLASSIFICAÇÃO DAS DESPESAS SEGUNDO A FINALIDADE, NATUREZA


E AGENTE (CLASSIFICAÇÃO FUNCIONAL E ECONÔMICA)

Passamos, a seguir, a abordar a questão da classificação orçamentária


da despesa, conforme dispõe o Manual Técnico de Orçamento -02
(SOF/MPOG).

A classificação funcional da despesa é composta por um rol de funções


e subfunções pré-fixadas, agregando os gastos públicos por área de ação
governamental, nas três esferas. Por ser de aplicação comum e obrigatória no
âmbito dos Municípios, dos Estados e da União, a classificação funcional
permitirá a consolidação nacional dos gastos do setor público. As funções têm
subfunções atreladas, mas as subfunções podem ser combinadas com
diferentes funções daquelas as quais estejam vinculadas.

FUNÇÃO

A função representa o maior nível de agregação das diversas áreas de


despesa que competem ao setor público.

A função “Encargos Especiais” engloba as despesas em relação às


quais não se possa associar um bem ou serviço a ser gerado no processo
produtivo corrente, tais como: dívidas, ressarcimentos, indenizações e outras
afins, representando, portanto, uma agregação neutra.

SUBFUNÇÃO
A subfunção representa uma partição da função, visando agregar
determinado subconjunto de despesas do setor público. Na nova classificação,
a subfunção identifica a natureza básica das ações que se aglutinam em torno
das funções.

As subfunções poderão ser combinadas com funções diferentes.

Assim a classificação funcional será efetuada por intermédio da relação


da ação (projeto, atividade ou operação especial) com a subfunção e a função.

Exemplo 1: uma atividade de pesquisa na FIOCRUZ do Ministério da


Saúde deve ser classificada – de acordo com sua característica – na subfunção
n.° 571 “Desenvolvimento Científico” e na função n. ° 10 “Saúde”.

Exemplo 2: um projeto de treinamento de servidores no Ministério dos


Transportes será classificado na subfunção n.° 128 “Formação de Recursos
Humanos” e na função n.° 26 “Transportes”.

Exemplo 3: uma operação especial de financiamento da produção que


contribui para um determinado programa proposto para o Ministério da
Agricultura será classificada na subfunção n.° 846 “Outros Encargos Especiais”
e na função n.° 20 “Agricultura”.

PROGRAMAS

Há convergência entre as estruturas do PPA e do orçamento anual a


partir do programa, “módulo” comum integrador do PPA com o Orçamento. Em
termos de estruturação, o plano termina no programa e o orçamento começa
no programa, o que confere a esses documentos uma integração desde a
origem, sem a necessidade, portanto, de buscar-se uma compatibilização entre
módulos diversificados. O programa age como único módulo integrador, e os
projetos e as atividades, como instrumento de realização dos programas.
Cada programa contém, no mínimo, objetivo, indicador que quantifica a
situação que o programa tem por fim modificar e os produtos (bens e serviços)
necessários para atingir o objetivo. Os produtos dos programas dão origem aos
projetos e atividades. A cada projeto ou atividade só pode estar associado um
produto, que, quantificado por sua unidade de medida, dá origem à meta.

Os programas são compostos por atividades, projetos e uma nova


categoria de programação denominada operações especiais.

O programa é o instrumento de organização da atuação governamental.


Articula um conjunto de ações que concorrem para um objetivo comum
preestabelecido, mensurado por indicadores estabelecidos no PPA, visando à
solução de um problema ou o atendimento de uma necessidade ou demanda
da sociedade.

Toda a ação finalística do Governo Federal deverá ser estruturada em


programas, orientados para consecução dos objetivos estratégicos definidos,
para o período, no PPA. A ação finalística é a que proporciona bem ou serviço
para atendimento direto às demandas da sociedade.

São três os tipos de programas previstos:

Programas Finalísticos

São programas que resultam em bens e serviços ofertados diretamente


à sociedade. Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, público-alvo,
indicador(es), fórmulas de cálculo do índice, órgão(s), unidades orçamentárias
e unidade responsável pelo programa.
O indicador quantifica a situação que o programa tenha por fim
modificar, de modo a explicitar o impacto das ações sobre o público alvo.

Programas de Gestão de Políticas Públicas

Os Programas de Gestão de Políticas Públicas abrangem as ações de


gestão de Governo e serão compostos de atividades de planejamento,
orçamento, controle interno, sistemas de informação e diagnóstico de suporte à
formulação, coordenação, supervisão, avaliação e divulgação de políticas
públicas. As ações deverão assumir as peculiaridades de cada órgão gestor
setorial.

Os programas de gestão de políticas públicas assumirão denominação


específica de acordo com a missão institucional de cada órgão. Exemplo:
“Gestão da Política de Saúde”.

Seus atributos básicos são: denominação, objetivo, órgão(s), unidades


orçamentárias e unidade responsável pelo programa.

Programas de Serviços ao Estado


Programas de Serviços ao Estado são os que resultam em bens e
serviços ofertados diretamente ao Estado, por instituições criadas para esse
fim específico. Seus atributos básicos são: denominação, objetivo,
indicador(es), órgão(s), unidades orçamentárias e unidade responsável pelo
programa.

AÇÕES

São de três naturezas diferentes as ações de governo que podem ser


classificadas como categorias de programação orçamentária: atividade, projeto
e operação especial.

Os projetos e atividades são os instrumentos orçamentários de


viabilização dos programas. Estão assim conceituados:

Atividade: é um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um


programa, envolvendo um conjunto de operações que se realizam de modo
contínuo e permanente, das quais resulta um produto necessário à
manutenção da ação de governo.

Projeto: é um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um


programa, envolvendo um conjunto de operações, que se realizam num
período limitado de tempo, das quais resulta um produto que concorre para a
expansão ou o aperfeiçoamento da ação de governo.

Operação Especial: são ações que não contribuem para a manutenção das
ações de governo, das quais não resulta um produto e não geram
contraprestação direta sob a forma de bens ou serviços. Representam,
basicamente, o detalhamento da função “Encargos Especiais”. Porém um
grupo importante de ações com a natureza de operações especiais quando
associadas a programas finalísticos podem apresentar produtos associados.

São despesas passíveis de enquadramento nesta ação:


amortizações e encargos, aquisição de títulos, pagamento de sentenças
judiciais, transferências a qualquer título (não confundir com descentralização),
fundos de participação, operações de financiamento (concessão de
empréstimos), ressarcimentos de toda a ordem, indenizações, pagamento de
inativos, participações acionárias, contribuição a organismos nacionais e
internacionais, compensações financeiras.

Com exceção do pagamento de inativos, que integra uma função


específica, as demais operações serão classificadas na função “encargos
especiais”.

LOCALIZAÇÃO DO GASTO

As atividades, projetos e operações especiais serão desdobradas para


especificar a localização geográfica integral ou parcial das respectivas
atividades, projetos e operações especiais, não podendo haver, por
conseguinte, alteração da finalidade e da denominação do produto.

A localização do gasto é o menor nível de detalhamento na lei, e na


fase da elaboração, é onde o órgão setorial apropria o valor financeiro da sua
proposta orçamentária.

CLASSIFICAÇÃO DA DESPESA SEGUNDO A NATUREZA DO GASTO

A - CATEGORIAS ECONÔMICAS

3 - Despesas Correntes

4 - Despesas de Capital

3 - Despesas Correntes
Classificam-se nesta categoria todas as despesas que não contribuem,
diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.

4 - Despesas de Capital

Classificam-se nesta categoria aquelas despesas que contribuem,


diretamente, para a formação ou aquisição de um bem de capital.

B - GRUPOS DE DESPESA

1 - Pessoal e Encargos Sociais

2 - Juros e Encargos da Dívida (18)

3 - Outras Despesas Correntes (18)

4 - Investimentos (18)

5 - Inversões Financeiras (18)

6 - Amortização da Dívida (11) (17) (18)

1 - Pessoal e Encargos Sociais

Despesas de natureza salarial decorrentes do efetivo exercício de cargo,


emprego ou função de confiança no setor público, do pagamento dos proventos
de aposentadorias, reformas e pensões, das obrigações trabalhistas de
responsabilidade do empregador, incidentes sobre a folha de salários, bem
como soldo, gratificações, indenizações regulares e eventuais, exceto diárias, e
adicionais, previstos na estrutura remuneratória dos militares das Forças
Armadas. (14) (19)

2 - Juros e Encargos da Dívida

Despesas com o pagamento de juros, comissões e outros encargos de


operações de crédito internas e externas contratadas, bem como da dívida
pública mobiliária federal.

3 - Outras Despesas Correntes

Despesas com aquisição de material de consumo, pagamento de


serviços prestados por pessoa física sem vínculo empregatício ou pessoa
jurídica, independentemente da forma contratual, e outras da categoria
econômica "Despesas Correntes" não classificáveis nos grupos anteriores.

4 - Investimentos

Despesas com o planejamento e a execução de obras, inclusive com a


aquisição de imóveis considerados necessários à realização destas últimas,
bem assim com os programas especiais de trabalho (regime de execução
especial) e com a aquisição de instalações, equipamentos e material
permanente.
5 - Inversões Financeiras

Despesas com a aquisição de imóveis ou bens de capital já em utilização;


aquisição de títulos representativos do capital de empresas ou entidades de
qualquer espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do
capital; e com a constituição ou aumento do capital de empresas.

6 - Amortização da Dívida

Despesas com o pagamento e/ou refinanciamento do principal e da atualização


monetária ou cambial da dívida pública interna e externa, contratual ou mobiliária.

C - MODALIDADES DE APLICAÇÃO

15 - Transferências Intragovernamentais a Entidades não Integrantes dos


Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social

20 - Transferências à União

30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal

40 - Transferências a Municípios

50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos

60 - Transferências a Instituições Multigovernamentais

71 - Transferências ao Exterior - Governos

72 - Transferências ao Exterior - Organismos Internacionais

73 - Transferências ao Exterior - Fundos Internacionais


90 - Aplicações Diretas

15 – Transferências Intragovernamentais a Entidades não


Integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social.

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a


entidades não integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social,
dentro da mesma esfera de governo.

20 - Transferências à União

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros à União


pelos Estados, Municípios ou pelo Distrito Federal.

30 - Transferências a Estados e ao Distrito Federal

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros da


União ou dos Municípios aos Estados e ao Distrito Federal.

40 - Transferências a Municípios

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros da


União ou dos Estados aos Municípios.
50 - Transferências a Instituições Privadas sem Fins Lucrativos

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a


entidades sem fins lucrativos que não tenham vínculo com a administração
pública.

60 - Transferências a Instituições Multigovernamentais

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a


entidades criadas e mantidas por dois ou mais níveis de governo.

71 - Transferências ao Exterior – Governos

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a


órgãos e entidades governamentais pertencentes a outros países.

72 - Transferências ao Exterior - Organismos Internacionais

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a


Organismos Internacionais, decorrente de compromissos firmados
anteriormente, inclusive aqueles que tenham sede ou recebam os recursos no
Brasil.
73 - Transferências ao Exterior - Fundos Internacionais

Despesas realizadas mediante transferência de recursos financeiros a


fundos instituídos por diversos países, em decorrência de lei específica.

90 - Aplicações Diretas

Aplicações dos créditos orçamentários realizadas diretamente pela


unidade orçamentária detentora do crédito orçamentário, ou mediante
descentralização a outras entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da
Seguridade Social, no âmbito da mesma esfera de governo.

D - ELEMENTOS DE DESPESA

01 - Aposentadorias e Reformas

03 - Pensões

04 - Contratação por Tempo Determinado

05 - Outros Benefícios Previdenciários

06 - Benefício Mensal ao Deficiente e ao Idoso

07 - Contribuição a Entidades Fechadas de Previdência

08 - Outros Benefícios Assistenciais

09 - Salário-Família
10 - Outros Benefícios de Natureza Social

11 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Civil

12 - Vencimentos e Vantagens Fixas - Pessoal Militar

13 - Obrigações Patronais

14 - Diárias - Civil

15 - Diárias - Militar

16 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Civil

17 - Outras Despesas Variáveis - Pessoal Militar

18 - Auxílio Financeiro a Estudantes

19 - Auxílio-Fardamento

20 - Auxílio Financeiro a Pesquisadores

21 - Juros sobre a Dívida por Contrato

22 - Outros Encargos sobre a Dívida por Contrato

23 - Juros, Deságios e Descontos da Dívida Mobiliária

24 - Outros Encargos sobre a Dívida Mobiliária

25 - Encargos sobre Operações de Crédito por Antecipação da Receita

30 - Material de Consumo

32 - Material de Distribuição Gratuita

33 - Passagens e Despesas com Locomoção

35 - Serviços de Consultoria
36 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Física

37 - Locação de Mão-de-Obra

38 - Arrendamento Mercantil

39 - Outros Serviços de Terceiros - Pessoa Jurídica

41 - Contribuições

42 - Auxílios

43 - Subvenções Sociais

44 - Subvenções Econômicas

45 - Equalização de Preços e Taxas

46 - Auxílio-Alimentação

47 - Obrigações Tributárias e Contributivas

48 - Outros Auxílios Financeiros a Pessoas Físicas

49 – Auxílio – Transporte

51 - Obras e Instalações

52 - Equipamentos e Material Permanente

61 - Aquisição de Imóveis

62 - Aquisição de Bens Para Revenda

63 - Aquisição de Títulos de Crédito

64 - Aquisição de Títulos Representativos de Capital já Integralizado

65 - Constituição ou Aumento de Capital de Empresas


66 - Concessão de Empréstimos

67 - Depósitos Compulsórios

71 - Principal da Dívida Contratual Resgatado

72 - Principal da Dívida Mobiliária Resgatado

73 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Contratual Resgatada

74 - Correção Monetária ou Cambial da Dívida Mobiliária Resgatada

75 - Correção Monetária de Operações de Crédito por Antecipação da Receita

76 - Principal Corrigido da Dívida Mobiliária Refinanciado

77 - Principal Corrigido da Dívida Contratual Refinanciado

81 - Distribuição de Receitas

91 - Sentenças Judiciais

92 - Despesas de Exercícios Anteriores

93 - Indenizações e Restituições

94 - Indenizações Trabalhistas

95 - Indenização pela Execução de Trabalhos de Campo

99 - Regime de Execução Especial

Para se classificar uma despesa quanto à natureza, deve ser identificado primeiro a
categoria econômica, depois o grupo de despesa e a modalidade de aplicação dos
recursos. Para esta classificação, é utilizado um conjunto de tabelas, cada qual associada
a um número. A agregação destes números constitui um código referente à classificação
da despesa quanto à natureza.
1o dígito - indica a categoria econômica da despesa;

2o dígito - indica o grupo de despesa;

3o/4o dígitos - indicam a modalidade de aplicação; e

5o/6o dígitos - indicam o elemento de despesa (objeto de gasto).

Ex. 3.3.90.39 Despesa Corrente / Outras Despesas Correntes / Aplicações


Diretas / Serviço de Terceiros – Pessoa Jurídica.

Classificação Institucional – é outra classificação por Órgão/Unidade Orçamentária,


encontrada no Manual Técnico de Orçamento da Secretaria de Orçamento Federal. A
Unidade Orçamentária vincula-se ao órgão. Cada Unidade Orçamentária representa uma
fatia no bolo do Orçamento. Exemplo: o MEC é o órgão 26000 na classificação
institucional. Entretanto, ele possui várias unidades orçamentárias, como as
Universidades, por exemplo, algumas fundações, etc. A estas Unidades Orçamentárias
atribui-se o número da classificação institucional. Por exemplo: 26245 – UFRJ, 26298 –
FNDE, etc.
LEI No 10.180, DE 6 DE FEVEREIRO DE 2001
Organiza e disciplina os Sistemas de Planejamento
e de Orçamento Federal, de Administração
Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de
Controle Interno do Poder Executivo Federal, e dá
outras providências.

Faço saber que o PRESIDENTE DA REPÚBLICA adotou a Medida Provisória nº 2.112-


88, de 2001, que o Congresso Nacional aprovou, e eu, Antonio Carlos Magalhães, Presidente,
para os efeitos do disposto no parágrafo único do art. 62 da Constituição Federal, promulgo a
seguinte Lei:

TÍTULO I

DA ORGANIZAÇÃO SISTÊMICA

CAPÍTULO ÚNICO

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Serão organizadas sob a forma de sistemas as atividades de planejamento e de


orçamento federal, de administração financeira federal, de contabilidade federal e de controle
interno do Poder Executivo Federal.

TÍTULO II

DO SISTEMA DE PLANEJAMENTO E DE ORÇAMENTO FEDERAL

CAPÍTULO I

DAS FINALIDADES

Art. 2º O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal tem por finalidade:

I - formular o planejamento estratégico nacional;

II - formular planos nacionais, setoriais e regionais de desenvolvimento econômico e


social;

III - formular o plano plurianual, as diretrizes orçamentárias e os orçamentos anuais;

IV - gerenciar o processo de planejamento e orçamento federal;

V - promover a articulação com os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, visando a


compatibilização de normas e tarefas afins aos diversos Sistemas, nos planos federal,
estadual, distrital e municipal.

CAPÍTULO II

DA ORGANIZAÇÃO E DAS COMPETÊNCIAS

Art. 3º O Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal compreende as atividades de


elaboração, acompanhamento e avaliação de planos, programas e orçamentos, e de realização
de estudos e pesquisas sócio-econômicas.
Art. 4º Integram o Sistema de Planejamento e de Orçamento Federal:

I - o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, como órgão central;

II - órgãos setoriais;

III - órgãos específicos.

§ 1o Os órgãos setoriais são as unidades de planejamento e orçamento dos Ministérios,


da Advocacia-Geral da União, da Vice-Presidência e da Casa Civil da Presidência da
República.

§ 2o Os órgãos específicos são aqueles vinculados ou subordinados ao órgão central do


Sistema, cuja missão está voltada para as atividades de planejamento e orçamento.

§ 3o Os órgãos setoriais e específicos ficam sujeitos à orientação normativa e à


supervisão técnica do órgão central do Sistema, sem prejuízo da subordinação ao órgão em
cuja estrutura administrativa estiverem integrados.

§ 4o As unidades de planejamento e orçamento das entidades vinculadas ou subordinadas


aos Ministérios e órgãos setoriais ficam sujeitas à orientação normativa e à supervisão técnica
do órgão central e também, no que couber, do respectivo órgão setorial.

§ 5o O órgão setorial da Casa Civil da Presidência da República tem como área de


atuação todos os órgãos integrantes da Presidência da República, ressalvados outros
determinados em legislação específica.

Art. 5o Sem prejuízo das competências constitucionais e legais de outros Poderes, as


unidades responsáveis pelos seus orçamentos ficam sujeitas à orientação normativa do órgão
central do Sistema.

Art. 6o Sem prejuízo das competências constitucionais e legais de outros Poderes e


órgãos da Administração Pública Federal, os órgãos integrantes do Sistema de Planejamento e
de Orçamento Federal e as unidades responsáveis pelo planejamento e orçamento dos demais
Poderes realizarão o acompanhamento e a avaliação dos planos e programas respectivos.

Seção I

Do Planejamento Federal

Art. 7o Compete às unidades responsáveis pelas atividades de planejamento:

I - elaborar e supervisionar a execução de planos e programas nacionais e setoriais de


desenvolvimento econômico e social;

II - coordenar a elaboração dos projetos de lei do plano plurianual e o item, metas e


prioridades da Administração Pública Federal, integrantes do projeto de lei de diretrizes
orçamentárias, bem como de suas alterações, compatibilizando as propostas de todos os
Poderes, órgãos e entidades integrantes da Administração Pública Federal com os objetivos
governamentais e os recursos disponíveis;

III - acompanhar física e financeiramente os planos e programas referidos nos incisos I e II


deste artigo, bem como avaliá-los, quanto à eficácia e efetividade, com vistas a subsidiar o
processo de alocação de recursos públicos, a política de gastos e a coordenação das ações do
governo;
IV - assegurar que as unidades administrativas responsáveis pela execução dos
programas, projetos e atividades da Administração Pública Federal mantenham rotinas de
acompanhamento e avaliação da sua programação;

V - manter sistema de informações relacionados a indicadores econômicos e sociais,


assim como mecanismos para desenvolver previsões e informação estratégica sobre
tendências e mudanças no âmbito nacional e internacional;

VI - identificar, analisar e avaliar os investimentos estratégicos do Governo, suas fontes de


financiamento e sua articulação com os investimentos privados, bem como prestar o apoio
gerencial e institucional à sua implementação;

VII - realizar estudos e pesquisas sócio-econômicas e análises de políticas públicas;

VIII - estabelecer políticas e diretrizes gerais para a atuação das empresas estatais.

Parágrafo único. Consideram-se empresas estatais, para efeito do disposto no inciso VIII,
as empresas públicas, as sociedades de economia mista, suas subsidiárias e controladas e
demais empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a maioria do capital social
com direito a voto.

Seção II

Do Orçamento Federal

Art. 8o Compete às unidades responsáveis pelas atividades de orçamento:

I - coordenar, consolidar e supervisionar a elaboração dos projetos da lei de diretrizes


orçamentárias e da lei orçamentária da União, compreendendo os orçamentos fiscal, da
seguridade social e de investimento das empresas estatais;

II - estabelecer normas e procedimentos necessários à elaboração e à implementação dos


orçamentos federais, harmonizando-os com o plano plurianual;

III - realizar estudos e pesquisas concernentes ao desenvolvimento e ao aperfeiçoamento


do processo orçamentário federal;

IV - acompanhar e avaliar a execução orçamentária e financeira, sem prejuízo da


competência atribuída a outros órgãos;

V - estabelecer classificações orçamentárias, tendo em vista as necessidades de sua


harmonização com o planejamento e o controle;

VI - propor medidas que objetivem a consolidação das informações orçamentárias das


diversas esferas de governo.

TÍTULO III

DO SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA FEDERAL

CAPÍTULO I
DAS FINALIDADES

Art. 9o O Sistema de Administração Financeira Federal visa ao equilíbrio financeiro do


Governo Federal, dentro dos limites da receita e despesa públicas.
CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO E DAS COMPETÊNCIAS

Art. 10. O Sistema de Administração Financeira Federal compreende as atividades de


programação financeira da União, de administração de direitos e haveres, garantias e
obrigações de responsabilidade do Tesouro Nacional e de orientação técnico-normativa
referente à execução orçamentária e financeira.

Art. 11. Integram o Sistema de Administração Financeira Federal:

I - a Secretaria do Tesouro Nacional, como órgão central;

II - órgãos setoriais.

§ 1o Os órgãos setoriais são as unidades de programação financeira dos Ministérios, da


Advocacia-Geral da União, da Vice-Presidência e da Casa Civil da Presidência da República.

§ 2o Os órgãos setoriais ficam sujeitos à orientação normativa e à supervisão técnica do


órgão central do Sistema, sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja estrutura
administrativa estiverem integrados.

Art. 12. Compete às unidades responsáveis pelas atividades do Sistema de Administração


Financeira Federal:

I - zelar pelo equilíbrio financeiro do Tesouro Nacional;

II - administrar os haveres financeiros e mobiliários do Tesouro Nacional;

III - elaborar a programação financeira do Tesouro Nacional, gerenciar a Conta Única do


Tesouro Nacional e subsidiar a formulação da política de financiamento da despesa pública;

IV - gerir a dívida pública mobiliária federal e a dívida externa de responsabilidade do


Tesouro Nacional;

V - controlar a dívida decorrente de operações de crédito de responsabilidade, direta e


indireta, do Tesouro Nacional;

VI - administrar as operações de crédito sob a responsabilidade do Tesouro Nacional;

VII - manter controle dos compromissos que onerem, direta ou indiretamente, a União
junto a entidades ou organismos internacionais;

VIII - editar normas sobre a programação financeira e a execução orçamentária e


financeira, bem como promover o acompanhamento, a sistematização e a padronização da
execução da despesa pública;

IX - promover a integração com os demais Poderes e esferas de governo em assuntos de


administração e programação financeira.

Art. 13. Subordinam-se tecnicamente à Secretaria do Tesouro Nacional os representantes


do Tesouro Nacional nos conselhos fiscais, ou órgãos equivalentes das entidades da
administração indireta, controladas direta ou indiretamente pela União.

Parágrafo único. Os representantes do Tesouro Nacional nos conselhos fiscais deverão


ser, preferencialmente, servidores integrantes da carreira Finanças e Controle que não estejam
em exercício nas áreas de controle interno no ministério ou órgão equivalente ao qual a
entidade esteja vinculada.

TÍTULO IV

DO SISTEMA DE CONTABILIDADE FEDERAL

CAPÍTULO I
DAS FINALIDADES

Art. 14. O Sistema de Contabilidade Federal visa a evidenciar a situação orçamentária,


financeira e patrimonial da União.

Art. 15. O Sistema de Contabilidade Federal tem por finalidade registrar os atos e fatos
relacionados com a administração orçamentária, financeira e patrimonial da União e evidenciar:

I - as operações realizadas pelos órgãos ou entidades governamentais e os seus efeitos


sobre a estrutura do patrimônio da União;

II - os recursos dos orçamentos vigentes, as alterações decorrentes de créditos adicionais,


as receitas prevista e arrecadada, a despesa empenhada, liquidada e paga à conta desses
recursos e as respectivas disponibilidades;

III - perante a Fazenda Pública, a situação de todos quantos, de qualquer modo,


arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem bens a ela pertencentes ou
confiados;

IV - a situação patrimonial do ente público e suas variações;

V - os custos dos programas e das unidades da Administração Pública Federal;

VI - a aplicação dos recursos da União, por unidade da Federação beneficiada;

VII - a renúncia de receitas de órgãos e entidades federais.

Parágrafo único. As operações de que resultem débitos e créditos de natureza financeira


não compreendidas na execução orçamentária serão, também, objeto de registro,
individualização e controle contábil.

CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO E DAS COMPETÊNCIAS

Art. 16. O Sistema de Contabilidade Federal compreende as atividades de registro, de


tratamento e de controle das operações relativas à administração orçamentária, financeira e
patrimonial da União, com vistas à elaboração de demonstrações contábeis.

Art. 17. Integram o Sistema de Contabilidade Federal:

I - a Secretaria do Tesouro Nacional, como órgão central;

II - órgãos setoriais.

§ 1o Os órgãos setoriais são as unidades de gestão interna dos Ministérios e da


Advocacia-Geral da União.
§ 2o O órgão de controle interno da Casa Civil exercerá também as atividades de órgão
setorial contábil de todos os órgãos integrantes da Presidência da República, da Vice-
Presidência da República, além de outros determinados em legislação específica.

§ 3o Os órgãos setoriais ficam sujeitos à orientação normativa e à supervisão técnica do


órgão central do Sistema, sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja estrutura
administrativa estiverem integrados.

Art. 18. Compete às unidades responsáveis pelas atividades do Sistema de Contabilidade


Federal:

I - manter e aprimorar o Plano de Contas Único da União;

II - estabelecer normas e procedimentos para o adequado registro contábil dos atos e dos
fatos da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e nas entidades da
Administração Pública Federal;

III - com base em apurações de atos e fatos inquinados de ilegais ou irregulares, efetuar
os registros pertinentes e adotar as providências necessárias à responsabilização do agente,
comunicando o fato à autoridade a quem o responsável esteja subordinado e ao órgão ou
unidade do Sistema de Controle Interno;

IV - instituir, manter e aprimorar sistemas de informação que permitam realizar a


contabilização dos atos e fatos de gestão orçamentária, financeira e patrimonial da União e
gerar informações gerenciais necessárias à tomada de decisão e à supervisão ministerial;

V - realizar tomadas de contas dos ordenadores de despesa e demais responsáveis por


bens e valores públicos e de todo aquele que der causa a perda, extravio ou outra
irregularidade que resulte dano ao erário;

VI - elaborar os Balanços Gerais da União;

VII - consolidar os balanços da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
com vistas à elaboração do Balanço do Setor Público Nacional;

VIII - promover a integração com os demais Poderes e esferas de governo em assuntos


de contabilidade.

TÍTULO V

DO SISTEMA DE CONTROLE INTERNO DO PODER EXECUTIVO FEDERAL

CAPÍTULO I
DAS FINALIDADES

Art. 19. O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal visa à avaliação da
ação governamental e da gestão dos administradores públicos federais, por intermédio da
fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial, e a apoiar o controle
externo no exercício de sua missão institucional.

Art. 20. O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal tem as seguintes
finalidades:

I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a execução dos


programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e eficiência, da
gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos órgãos e nas entidades da Administração
Pública Federal, bem como da aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;

III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias, bem como dos direitos
e haveres da União;

IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

CAPÍTULO II
DA ORGANIZAÇÃO E DAS COMPETÊNCIAS

Art. 21. O Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal compreende as


atividades de avaliação do cumprimento das metas previstas no plano plurianual, da execução
dos programas de governo e dos orçamentos da União e de avaliação da gestão dos
administradores públicos federais, utilizando como instrumentos a auditoria e a fiscalização.

Art. 22. Integram o Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal:

I - a Secretaria Federal de Controle Interno, como órgão central;

II - órgãos setoriais.

§ 1o A área de atuação do órgão central do Sistema abrange todos os órgãos do Poder


Executivo Federal, excetuados aqueles indicados no parágrafo seguinte.

§ 2o Os órgãos setoriais são aqueles de controle interno que integram a estrutura do


Ministério das Relações Exteriores, do Ministério da Defesa, da Advocacia-Geral da União e da
Casa Civil.

§ 3o O órgão de controle interno da Casa Civil tem como área de atuação todos os órgãos
integrantes da Presidência da República e da Vice-Presidência da República, além de outros
determinados em legislação específica.

§ 4o Os órgãos central e setoriais podem subdividir-se em unidades setoriais e regionais,


como segmentos funcionais e espaciais, respectivamente.

§ 5o Os órgãos setoriais ficam sujeitos à orientação normativa e à supervisão técnica do


órgão central do Sistema, sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja estrutura
administrativa estiverem integrados.

Art. 23. Fica instituída a Comissão de Coordenação de Controle Interno, órgão colegiado
de coordenação do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal, com o objetivo de
promover a integração e homogeneizar entendimentos dos respectivos órgãos e unidades.

Art. 24. Compete aos órgãos e às unidades do Sistema de Controle Interno do Poder
Executivo Federal:

I - avaliar o cumprimento das metas estabelecidas no plano plurianual;

II - fiscalizar e avaliar a execução dos programas de governo, inclusive ações


descentralizadas realizadas à conta de recursos oriundos dos Orçamentos da União, quanto ao
nível de execução das metas e objetivos estabelecidos e à qualidade do gerenciamento;

III - avaliar a execução dos orçamentos da União;


IV - exercer o controle das operações de crédito, avais, garantias, direitos e haveres da
União;

V - fornecer informações sobre a situação físico-financeira dos projetos e das atividades


constantes dos orçamentos da União;

VI - realizar auditoria sobre a gestão dos recursos públicos federais sob a


responsabilidade de órgãos e entidades públicos e
privados;..\..\Constituicao\Constituicao.htm#art84xxiv

VII - apurar os atos ou fatos inquinados de ilegais ou irregulares, praticados por agentes
públicos ou privados, na utilização de recursos públicos federais e, quando for o caso,
comunicar à unidade responsável pela contabilidade para as providências cabíveis;

VIII - realizar auditorias nos sistemas contábil, financeiro, orçamentário, de pessoal e


demais sistemas administrativos e operacionais;

IX - avaliar o desempenho da auditoria interna das entidades da administração indireta


federal;

X - elaborar a Prestação de Contas Anual do Presidente da República a ser encaminhada


ao Congresso Nacional, nos termos do art. 84, inciso XXIV, da Constituição Federal;

XI - criar condições para o exercício do controle social sobre os programas contemplados


com recursos oriundos dos orçamentos da União.

TÍTULO VI

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 25. Observadas as disposições contidas no art. 117 da Lei no 8.112, de 11 de


dezembro de 1990, é vedado aos dirigentes dos órgãos e das unidades dos Sistemas referidos
no art. 1o exercerem:

I - atividade de direção político-partidária;

II - profissão liberal;

III - demais atividades incompatíveis com os interesses da Administração Pública Federal,


na forma que dispuser o regulamento.

Art. 26. Nenhum processo, documento ou informação poderá ser sonegado aos servidores
dos Sistemas de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo Federal, no
exercício das atribuições inerentes às atividades de registros contábeis, de auditoria,
fiscalização e avaliação de gestão.

§ 1o O agente público que, por ação ou omissão, causar embaraço, constrangimento ou


obstáculo à atuação dos Sistemas de Contabilidade Federal e de Controle Interno, no
desempenho de suas funções institucionais, ficará sujeito à pena de responsabilidade
administrativa, civil e penal.

§ 2o Quando a documentação ou informação prevista neste artigo envolver assuntos de


caráter sigiloso, deverá ser dispensado tratamento especial de acordo com o estabelecido em
regulamento próprio.

§ 3o O servidor deverá guardar sigilo sobre dados e informações pertinentes aos assuntos
a que tiver acesso em decorrência do exercício de suas funções, utilizando-os, exclusivamente,
para a elaboração de pareceres e relatórios destinados à autoridade competente, sob pena de
responsabilidade administrativa, civil e penal.

§ 4o Os integrantes da carreira de Finanças e Controle observarão código de ética


profissional específico aprovado pelo Presidente da República.

Art. 27. O Poder Executivo estabelecerá, em regulamento, a forma pela qual qualquer
cidadão poderá ser informado sobre os dados oficiais do Governo Federal relativos à execução
dos orçamentos da União.

Art. 28. Aos dirigentes dos órgãos e das unidades do Sistema de Controle Interno do
Poder Executivo Federal e dos órgãos do Sistema de Contabilidade Federal, no exercício de
suas atribuições, é facultado impugnar, mediante representação ao responsável, quaisquer
atos de gestão realizados sem a devida fundamentação legal.

Art. 29. É vedada a nomeação para o exercício de cargo, inclusive em comissão, no


âmbito dos Sistemas de que trata esta Lei, de pessoas que tenham sido, nos últimos cinco
anos:

I - responsáveis por atos julgados irregulares por decisão definitiva do Tribunal de Contas
da União, do tribunal de contas de Estado, do Distrito Federal ou de Município, ou ainda, por
conselho de contas de Município;

II - punidas, em decisão da qual não caiba recurso administrativo, em processo disciplinar


por ato lesivo ao patrimônio público de qualquer esfera de governo;

III - condenadas em processo criminal por prática de crimes contra a Administração


Pública, capitulados nos Títulos II e XI da Parte Especial do Código Penal Brasileiro, na Lei no
7.492, de 16 de junho de 1986, e na Lei no 8.429, de 2 de junho de 1992.

§ 1o As vedações estabelecidas neste artigo aplicam-se, também, às nomeações para


cargos em comissão que impliquem gestão de dotações orçamentárias, de recursos financeiros
ou de patrimônio, na Administração direta e indireta dos Poderes da União, bem como para as
nomeações como membros de comissões de licitações.

§ 2o Serão exonerados os servidores ocupantes de cargos em comissão que forem


alcançados pelas hipóteses previstas nos incisos I, II e III deste artigo.

Art. 30. Os servidores das carreiras de Planejamento e Orçamento e Finanças e Controle,


os ocupantes dos cargos efetivos de Técnico de Planejamento P-1501 do Grupo TP-1500, de
Técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada - IPEA,
nível intermediário do IPEA e demais cargos de nível superior do IPEA, poderão ser cedidos
para ter exercício nos órgãos e nas unidades dos Sistemas referidos nesta Lei,
independentemente da ocupação de cargo em comissão ou função de confiança.

Art. 31. Os incisos I, II, IV, V e VI do art. 1o e o inciso I do art. 30 da Lei no 9.625, de 7 de
abril de 1998, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 1o ................................................................

I - da carreira de Finanças e Controle, quando em exercício no Ministério da Fazenda ou nos


órgãos e nas unidades integrantes dos Sistemas de Administração Financeira Federal, de
Contabilidade Federal, de Controle Interno do Poder Executivo Federal e de Planejamento e
Orçamento Federal;

II - da Carreira de Planejamento e Orçamento e do cargo de Técnico de Planejamento P-1501


do Grupo TP-1500, quando em exercício no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão
ou nos órgãos e nas unidades dos Sistemas de Planejamento e Orçamento, de Administração
Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo
Federal;

............................................................................

IV - de Técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada -


IPEA, quando em exercício no Ministério da Fazenda, no Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão, no IPEA ou nos órgãos e nas unidades dos Sistemas de Planejamento e
Orçamento, de Administração Financeira Federal, de Contabilidade Federal ou de Controle
Interno do Poder Executivo Federal;

V - de nível superior do IPEA, não referidos no inciso anterior, quando em exercício no


Ministério da Fazenda, no Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, no IPEA ou nos
órgãos e nas unidades dos Sistemas de Planejamento e Orçamento, de Administração
Financeira Federal, de Contabilidade Federal ou de Controle Interno do Poder Executivo
Federal, no desempenho de atividades de elaboração de planos e orçamentos públicos;

VI - de nível intermediário do IPEA, quando nele em exercício ou no Ministério do


Planejamento, Orçamento e Gestão, no desempenho de atividades de apoio direto à
elaboração de planos e orçamentos públicos, em quantitativo fixado no ato a que se refere o §
3o do art. 2o desta Lei.

....................................................................." (NR)

"Art. 30. ..........................................................................

I - da carreira de Finanças e Controle, nos órgãos centrais dos Sistemas de Administração


Financeira Federal, de Contabilidade Federal e de Controle Interno do Poder Executivo
Federal;

...................................................................." (NR)

Art. 32. Os cargos em comissão, no âmbito do Sistema de Controle Interno do Poder


Executivo Federal, assim como os cargos de Assessor Especial de Ministro de Estado
incumbido de funções de Controle Interno, serão providos, preferencialmente, por ocupantes
dos cargos efetivos da carreira de Finanças e Controle.
§ 1o Na hipótese de provimento dos cargos do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores
por não integrantes da carreira de Finanças e Controle, no âmbito do Sistema de Controle
Interno do Poder Executivo Federal, excluídos os órgãos setoriais, será exigida a comprovação
de experiência de, no mínimo, cinco anos em atividades de auditoria, de finanças públicas ou
de contabilidade pública.

Art. 32. Os cargos em comissão, no âmbito da Secretaria Federal de Controle Interno da


Corregedoria-Geral da União, assim como os cargos de Assessor Especial de Ministro de
Estado incumbido de funções de Controle Interno, serão providos, preferencialmente, por
ocupantes dos cargos efetivos da carreira de Finanças e Controle.(Redação dada pelo Decreto
nº 4.427, de 17.10.2002)

§ 1º Na hipótese de provimento dos cargos de que trata este artigo por não integrantes da
carreira de Finanças e Controle, será exigida a comprovação de experiência de, no mínimo,
cinco anos em atividades de auditoria, de finanças públicas ou de contabilidade pública.
(Redação dada pelo Decreto nº 4.427, de 17.10.2002)

§ 2o A indicação para o cargo de Assessor Especial de Ministro de Estado incumbido de


funções de Controle Interno será submetida previamente à apreciação do órgão central do
Sistema.
Art. 33. Fica o Ministério da Fazenda autorizado a requisitar, até 31 de dezembro de 2000,
servidores públicos de suas entidades vinculadas, inclusive empresas públicas e sociedades
de economia mista, para terem exercício na Secretaria do Tesouro Nacional e nos seus órgãos
setoriais e na Secretaria Federal de Controle Interno, independentemente da ocupação de
cargo em comissão ou função de confiança.

Parágrafo único. Os servidores públicos em exercício, em 31 de dezembro de 1998, na


Secretaria do Patrimônio da União do Ministério da Fazenda, transferida para o âmbito do
Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, poderão permanecer em exercício naquela
Secretaria, com os mesmos direitos e vantagens até então auferidos.

Art. 34. Fica acrescido ao art. 15 da Lei no 8.460, de 17 de setembro de 1992, parágrafo
único com a seguinte redação:

"Parágrafo único. Nas unidades setoriais do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo
Federal, poderá, excepcionalmente, ser designado para o exercício de FG servidor efetivo dos
quadros de órgãos em que a unidade tiver atuação." (NR)

Art. 35. Os órgãos e as entidades da Administração direta e indireta da União, ao


celebrarem compromissos em que haja a previsão de transferências de recursos financeiros,
de seus orçamentos, para Estados, Distrito Federal e Municípios, estabelecerão nos
instrumentos pactuais a obrigação dos entes recebedores de fazerem incluir tais recursos nos
seus respectivos orçamentos.

§ 1o Ao fixarem os valores a serem transferidos, conforme o disposto neste artigo, os


entes nele referidos farão análise de custos, de maneira que o montante de recursos
envolvidos na operação seja compatível com o seu objeto, não permitindo a transferência de
valores insuficientes para a sua conclusão, nem o excesso que permita uma execução por
preços acima dos vigentes no mercado.

§ 2o Os órgãos e as unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal


zelarão pelo cumprimento do disposto neste artigo, e, nos seus trabalhos de fiscalização,
verificarão se o objeto pactuado foi executado obedecendo aos respectivos projeto e plano de
trabalho, conforme convencionado, e se a sua utilização obedece à destinação prevista no
termo pactual.

§ 3o Os órgãos e as unidades do Sistema de Controle Interno do Poder Executivo Federal,


ao desempenhar o seu trabalho, constatando indícios de irregularidades, comunicarão ao
Ministro supervisor da unidade gestora ou entidade e aos respectivos órgãos de controle
interno e externo dos entes recebedores para que sejam tomadas as providências de suas
competências.

§ 4o Quando ocorrer prejuízo à União, os órgãos e as unidades do Sistema de Controle


Interno do Poder Executivo Federal adotarão as providências de sua competência, previstas na
legislação pertinente, com vistas ao ressarcimento ao erário.

Art.36. Os órgãos e as entidades de outras esferas de governo que receberem recursos


financeiros do Governo Federal, para execução de obras, para a prestação de serviços ou a
realização de quaisquer projetos, usarão dos meios adequados para informar à sociedade e
aos usuários em geral a origem dos recursos utilizados.

Art.37. A documentação comprobatória da execução orçamentária, financeira e


patrimonial das unidades da Administração Federal direta permanecerá na respectiva unidade,
à disposição dos órgãos e das unidades de controle interno e externo, nas condições e nos
prazos estabelecidos pelo órgão central do Sistema de Contabilidade Federal.
Art. 38. O Poder Executivo disporá, em regulamento e no prazo de sessenta dias, sobre a
competência, a estrutura e o funcionamento dos órgãos componentes dos Sistemas de que
trata esta Lei, bem como sobre as atribuições de seus titulares e demais dirigentes.

Art. 39. Ficam convalidados os atos praticados com base na Medida Provisória no 2.112-
87, de 27 de dezembro de 2000.

Art. 40. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 41. Revogam-se o Decreto-Lei no 2.037, de 28 de junho de 1983, e o § 2o do art. 19


da Lei no 8.490, de 19 de novembro de 1992.

Congresso Nacional, em 6 de fevereiro de 2001; 180o da Independência e 113o da


República

Senador ANTONIO CARLOS MAGALHÃES


Presidente

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 7.2.2001


INSTRUÇÃO NORMATIVA STN Nº 1, DE 15 DE JANEIRO DE 1997 _ Celebração de Convênios
DOU de 31.1.97 _

Disciplina a celebração de convênios de natureza financeira que tenham por objeto a execução
de projetos ou realização de eventos e dá outras providências.

Alterações: IN STN nº 4, de 17.5.2007 _ IN nº 1/2007 _ IN STN nº 2/2006 _ IN nº 5/2004 _ IN


1/2004 _ IN nº 4/2003 _ IN nº 3/2003 _ IN 2/2002 _ IN nº 1/2002 _ IN nº 6/2001 _ IN nº 5/2001
_ IN nº 1/2000 _ IN nº 1/99

Observação: IN STN nº 1/2005 _ Portaria MF nº 409/2005 _ Acórdão TCU Plenário Item 9.2 nº
1070/2003

O Secretário do Tesouro Nacional, no uso das atribuições, que lhe confere a Portaria/GM nº 71,
de 08 de abril de 1996, combinada com os artigos 155 do Decreto nº 93.872, de 23 de
dezembro de 1986 e 9º do Decreto nº 1.745, de 13 de dezembro de 1995, resolve:

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS

Art. 1º A execução descentralizada de Programa de Trabalho a cargo de órgãos e entidades da


Administração Pública Federal, Direta e Indireta, que envolva a transferência de recursos
financeiros oriundos de dotações consignadas nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social,
objetivando a realização de programas de trabalho, projeto, atividade, ou de eventos com
duração certa, será efetivada mediante a celebração de convênios ou destinação por Portaria
Ministerial, nos termos desta Instrução Normativa, observada a legislação pertinente.

§ 1º Para fins desta Instrução Normativa, considera-se:

I - convênio - instrumento qualquer que discipline a transferência de recursos públicos e tenha


como partícipe órgão da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional,
empresa pública ou sociedade de economia mista que estejam gerindo recursos dos
orçamentos da União, visando à execução de programas de trabalho, projeto/atividade ou
evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação;

II - concedente - órgão da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional,


empresa pública ou sociedade de economia mista, responsável pela transferência dos recursos
financeiros ou pela descentralização dos créditos orçamentários destinados à execução do
objeto do convênio;

III - convenente - órgão da administração pública direta, autárquica ou fundacional, empresa


pública ou sociedade de economia mista, de qualquer esfera de governo, ou organização
particular com a qual a administração federal pactua a execução de programa, projeto/atividade
ou evento mediante a celebração de convênio;

IV - interveniente - órgão da administração pública direta, autárquica ou fundacional, empresa


pública ou sociedade de economia mista, de qualquer esfera de governo, ou organização
particular que participa do convênio para manifestar consentimento ou assumir obrigações em
nome próprio.

V - executor - órgão da administração pública federal direta, autárquica ou fundacional,


empresa pública ou sociedade de economia mista, de qualquer esfera de governo, ou
organização particular, responsável direta pela execução do objeto do convênio;

VI - contribuição - transferência corrente ou de capital concedida em virtude de lei, destinada a


pessoas de direito público ou privado sem finalidade lucrativa e sem exigência de
contraprestação direta em bens ou serviços;

1
VII - auxílio - transferência de capital derivada da lei orçamentária que se destina a atender a
ônus ou encargo assumido pela União e somente será concedida a entidade sem finalidade
lucrativa;

VIII - subvenção social - transferência que independe de lei específica, a instituições públicas
ou privadas de caráter assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa, com o objetivo de cobrir
despesas de custeio;

IX - nota de movimentação de crédito - instrumento que registra os eventos vinculados à


descentralização de créditos orçamentários;

X - termo aditivo - instrumento que tenha por objetivo a modificação de convênio já celebrado,
formalizado durante sua vigência, vedada a alteração da natureza do objeto aprovado.

XI — objeto — o produto final do convênio, observados o programa de trabalho e as suas


finalidades; Redação alterada p/IN nº 2/2002

XII — meta — parcela quantificável do objeto. Redação alterada p/IN nº 2/2002

§ 2º A descentralização da execução mediante convênio ou Portaria somente se efetivará para entes que disponham
de condições para consecução do seu objeto e tenham atribuições regimentais ou estatutárias relacionadas com o
mesmo.

§ 3º No caso de destinação por Portaria incorpora-se à mesma o Plano de Trabalho


apresentado e do qual constará obrigatoriamente termo de compromisso, obrigando-o ao
disposto nesta Instrução Normativa.

§ 4º A obrigatoriedade de celebração de convênio não se aplica aos casos em que lei


específica discipline a transferência de recursos para execução de programas em parceria do
Governo Federal com governos estaduais e municipais, que regulamente critérios de
habilitação, transferir montante e forma de transferência, e a forma de aplicação e dos recursos
recebidos.

§ 5º Na hipótese de o convênio vir a ser formalizado com órgão ou entidade dependente de


ente da Federação, o estado, Distrito Federal ou município deverá participar como
interveniente e seu representante também assinará o termo de convênio. Redação alterada
p/IN 1/2002

CAPÍTULO II

DOS REQUISITOS PARA CELEBRAÇÃO

Art. 2º O convênio será proposto pelo interessado ao titular do Ministério, órgão ou entidade
responsável pelo programa, mediante a apresentação do Plano de Trabalho (Anexo I), que
conterá, no mínimo, as seguintes informações:

I - razões que justifiquem a celebração do convênio;

II - descrição completa do objeto a ser executado;

III - descrição das metas a serem atingidas, qualitativa e quantitativamente;

III-A - licença ambiental prévia, quando o convênio envolver obras, instalações ou serviços que
exijam estudos ambientais, como previsto na Resolução no 001, de 23 de janeiro de 1986, do
Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), publicada no Diário Oficial da União de 17
de fevereiro daquele ano; (Acórdão 1572/2003–TCU–Plenário) _ IN nº 5, de 7.10.2004

IV - etapas ou fases da execução do objeto, com previsão de início e fim;

2
V - plano de aplicação dos recursos a serem desembolsados pelo concedente e a contrapartida
financeira do proponente, se for o caso, para cada projeto ou evento;

VI - cronograma de desembolso;

VII - comprovação pelo convenente de que não se encontra em situação de mora ou


inadimplência perante órgão ou entidade da Administração Pública Federal Direta e Indireta;
IN STN nº 4, de 17.5.2007

VIII - comprovação do exercício pleno dos poderes inerentes à propriedade do imóvel,


mediante certidão emitida pelo cartório de registro de imóveis competente, quando o convênio
tiver por objeto a execução de obras ou benfeitorias no imóvel; e : IN STN nº 4, de 17.5.2007

IX - admite-se, por interesse público ou social, condicionadas à garantia subjacente de uso


pelo prazo mínimo de vinte anos, as seguintes hipóteses alternativas à comprovação do
exercício pleno dos poderes inerentes à propriedade do imóvel, prevista no inciso VIII do
"caput" deste artigo: IN STN nº 4, de 17.5.2007

a) posse de imóvel: IN STN nº 4, de 17.5.2007

a.1) em área desapropriada ou em desapropriação por Estado, por Município, pelo Distrito
Federal ou pela União; IN STN nº 4, de 17.5.2007

a.2) em área devoluta; IN STN nº 4, de 17.5.2007

b) imóvel recebido em doação: IN STN nº 4, de 17.5.2007

b.1) da União, do Estado, do Município ou do Distrito Federal, já aprovada em lei, conforme o


caso e se necessária, inclusive quando o processo de registro de titularidade do imóvel ainda
se encontrar em trâmite; IN STN nº 4, de 17.5.2007

b.2) de pessoa física ou jurídica, inclusive quando o processo de registro de titularidade do


imóvel ainda se encontrar em trâmite, neste caso, com promessa formal de doação irretratável
e irrevogável; IN STN nº 4, de 17.5.2007

c) imóvel que, embora ainda não haja sido devidamente consignado no cartório de registro de
imóveis competente, pertence a Estado que se instalou em decorrência da transformação de
Território Federal, ou mesmo a qualquer de seus Municípios, por força de mandamento
constitucional ou legal; IN STN nº 4, de 17.5.2007

d) imóvel pertencente a outro ente público que não o proponente, desde que a intervenção
esteja autorizada pelo proprietário, por meio de ato do chefe do poder executivo ou titular do
órgão detentor de delegação para tanto; IN STN nº 4, de 17.5.2007

e) contrato ou compromisso irretratável e irrevogável de constituição de direito real sobre o


imóvel, na forma de cessão de uso, concessão de direito real de uso, concessão de uso
especial para fins de moradia, aforamento ou direito de superfície; IN STN nº 4, de
17.5.2007

f) imóvel ocupado que, independentemente da sua dominialidade, esteja inserido em Zona


Especial de Interesse Social (Zeis), instituída na forma prevista na Lei nº 10.257, de 10 de
julho de 2001 (Estatuto da Cidade), devendo, neste caso, serem apresentados os seguintes
documentos: IN STN nº 4, de 17.5.2007

f.1) cópia da publicação, em periódico da Imprensa Oficial, da lei estadual, municipal ou distrital
federal instituidora da Zeis; IN STN nº 4, de 17.5.2007

3
f.2) demonstração de que o imóvel beneficiário do investimento encontra-se na Zeis instituída
pela lei referida no item anterior; e IN STN nº 4, de 17.5.2007

f.3) declaração firmada pelo chefe do poder executivo (governador ou prefeito) do ente
federativo a que o convenente seja vinculado de que os habitantes da Zeis serão beneficiários
de ações visando à regularização fundiária da área habitada para salvaguardar seu direito à
moradia; IN STN nº 4, de 17.5.2007

g) imóvel objeto de sentença favorável aos ocupantes, transitada em julgado, proferida em


ação judicial de usucapião ou concessão de uso especial para fins de moradia, nos termos do
art. 183 da Constituição Federal, da Lei nº 10.257, de 2001, e da Medida Provisória nº 2.220,
de 4 de setembro de 2001; IN STN nº 4, de 17.5.2007

h) imóvel tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), desde que
haja aquiescência do Instituto. IN STN nº 4, de 17.5.2007

§ 1º Integrará o Plano de Trabalho a especificação completa do bem a ser produzido ou


adquirido e, no caso de obras, instalações ou serviços, o projeto básico, entendido como tal o
conjunto de elementos necessários e suficientes para caracterizar, de modo preciso, a obra,
instalação ou serviço objeto do convênio, ou nele envolvida, sua viabilidade técnica, custos,
fases ou etapas, e prazos de execução, devendo, ainda, conter os elementos discriminados no
inciso IX do art. 6º da Lei no- 8.666, de 21 de junho de 1993, inclusive os referentes à
implementação das medidas sugeridas nos estudos ambientais eventualmente exigidos,
conforme disposto no art. 12 da Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981. IN STN nº 4, de
17.5.2007

§ 2º A contrapartida, de responsabilidade dos Estados, Municípios e do Distrito Federal, bem


como das respectivas entidades autárquicas, fundacionais ou de direito privado (empresas
públicas ou sociedades de economia mista), será estabelecida de modo compatível com a
capacidade financeira do ente federativo beneficiado, observados os limites (percentuais) e as
ressalvas estabelecidos na lei federal anual de diretrizes orçamentárias. IN STN nº 4, de
17.5.2007

§ 3º O ente federativo beneficiado deverá comprovar que os recursos referentes à


contrapartida para complementar a consecução do objeto do convênio estão devidamente
assegurados, ressalvada a hipótese prevista no inciso VII do § 1º do art. 116 da Lei nº 8.666,
de 1993. IN STN nº 4, de 17.5.2007

§ 4º Os beneficiários das transferências de que trata o art. 1º desta Instrução Normativa,


quando integrantes da Administração Pública de qualquer esfera de governo, deverão incluí-las
em seus orçamentos. IN STN nº 4, de 17.5.2007

§ 5º A celebração de convênio visando à realização de serviços ou execução de obras a serem


custeadas, ainda que apenas parcialmente, com recursos externos dependerá da prévia
contratação da operação de crédito externo. IN STN nº 4, de 17.5.2007

§ 6º O Estado, o Município ou o Distrito Federal, bem como seus respectivos órgãos ou


entidades, somente poderá figurar como convenente se atender a todas as exigências
discriminadas na Constituição Federal, na Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 (Lei
de Responsabilidade Fiscal - LRF), na lei federal anual de diretrizes orçamentárias (LDO),
nesta Instrução Normativa e demais normas pertinentes, além dos requisitos constantes da lei
orçamentária anual federal (LOA). IN STN nº 4, de 17.5.2007

§ 7º Quando o convênio envolver montante igual ou inferior ao previsto na alínea 'a' do inciso II
do "caput" do art. 23 da Lei nº 8.666, de 1993, poderá integrar o Plano de Trabalho projeto
básico simplificado, contendo especificações mínimas, desde que essa simplificação não
comprometa o acompanhamento e controle da execução da obra ou instalação. IN STN nº 4,
de 17.5.2007

4
§ 8º Para fins de celebração do convênio, admite-se projeto básico sob a forma de pré-projeto,
desde que do termo de convênio conste cláusula específica suspensiva que condicione a
liberação da parcela única ou da primeira das parcelas de recursos do convênio à prévia
apresentação do projeto básico na forma prevista nos §§ 1º ou 7o- deste artigo, conforme o
caso. IN STN nº 4, de 17.5.2007

§ 9º O pré-projeto de que trata o § 8o- deste artigo deverá conter o cronograma de execução
da obra ou serviço (metas, etapas ou fases), o plano de aplicação dos recursos envolvidos no
convênio, discriminando-se, inclusive, os valores que correrão à conta da contrapartida, e o
cronograma de desembolso dos recursos, em quotas pelo menos trimestrais, permitida, na
hipótese de o pré-projeto não ser aceito pelo concedente, a apresentação dos detalhes de
engenharia no projeto básico. IN STN nº 4, de 17.5.2007

§ 10. Visando a evitar atraso na consecução do objeto do convênio, pelo descumprimento do


cronograma de desembolso de recursos, o concedente deverá desenvolver sistemática
específica de planejamento e controle dos convênios, de maneira a se garantir harmonia entre
sua execução física e a financeira, esta subordinada aos decretos de programação financeira
do Poder Executivo federal. IN STN nº 4, de 17.5.2007

§ 11. Nas hipóteses previstas no item 'a.1' da alínea 'a' do inciso IX do "caput" deste artigo,
quando o processo de desapropriação não estiver concluído, é permitida a comprovação do
exercício pleno dos poderes inerentes à propriedade do imóvel via Termo de Imissão Provisória
de Posse ou alvará do juízo da vara onde o processo estiver tramitando, admitindo-se, ainda,
caso esses documentos não hajam sido emitidos, a apresentação, pelo proponente do
convênio, de cópia da publicação, na Imprensa Oficial, do decreto de desapropriação e do
Registro Geral de Imóveis (RGI) do imóvel, acompanhado do acordo extrajudicial firmado com
o expropriado. IN STN nº 4, de 17.5.2007

§ 12. Na hipótese prevista na alínea 'b' do inciso IX do "caput" deste artigo, é imperativa a
apresentação da promessa formal de doação (termo de doação), irretratável e irrevogável,
caso o processo de registro da doação ainda não haja sido concluído. IN STN nº 4, de
17.5.2007

§ 13. Quando o convênio tiver por objeto obras habitacionais ou urbanização de interesse
público ou social, deverá constar no instrumento de autorização ou, se for o caso, no contrato
ou compromisso, de que tratam as alíneas 'd' e 'e' do inciso IX do "caput" deste artigo, a
obrigação de se realizar a regularização fundiária em favor das famílias moradoras ou a cessão
do imóvel ao proponente do convênio a fim de que este possa promovê-la. IN STN nº 4, de
17.5.2007

Art. 3º A obrigação de os entes federativos e respectivos órgãos ou entidades vinculados


comprovarem tanto sua situação de regularidade, perante os órgãos ou entidades públicos
federais, quanto o atendimento das exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal, será
procedida mediante apresentação da devida documentação impressa ou, alternativamente, a
critério do convenente, via consulta ao Cadastro Único de Convênio (Cauc), de que trata a
Instrução Normativa nº 1, de 17 de outubro de 2005, desta Secretaria. IN STN nº 4, de
17.5.2007

Parágrafo único. A comprovação de que trata o "caput" deste artigo deve ser realizada no ato
de celebração (assinatura) do convênio ou respectivos aditamentos, se houver, e quando da
liberação de cada parcela de recursos envolvidos. IN STN nº 4, de 17.5.2007

Art. 4º Atendidas as exigências previstas no artigo anterior, o setor técnico e o de assessoria


jurídica do órgão ou entidade concedente, segundo as suas respectivas competências,
apreciarão o texto das minutas de convênio, acompanhado de:

I - extrato, obtido mediante consulta ao Sistema Integrado de Administração Financeira do


Governo Federal-SIAFI, do cadastramento prévio do Plano de Trabalho, realizado pelo órgão
concedente, contendo todas as informações ali exigidas para a realização do convênio (pré-
convênio);

5
II - documentos comprobatórios da capacidade jurídica do proponente e de seu representante
legal; da capacidade técnica, quando for o caso, e da regularidade fiscal, nos termos da
legislação específica;

III - comprovante pertinente à pesquisa do concedente junto aos seus arquivos e aos cadastros
a que tiver acesso, em especial ao Cadastro do Sistema Integrado de Administração Financeira
do Governo Federal - SIAFI e ao Cadastro Informativo - CADIN, demonstrando que não há
quaisquer pendências do proponente junto à União, à entidade da Administração Pública
Federal Indireta ou a entidade a elas vinculada; e

IV - cópia do certificado ou comprovante do Registro de Entidade de Fins Filantrópicos,


fornecido pelo Conselho Nacional de Assistência Social - CNAS, quando for o caso.

§ 1º Os instrumentos e respectivos aditivos, regidos por esta Instrução Normativa, somente


poderão ser celebrados após a aprovação pela autoridade competente, que se fundamentará
nos pareceres das unidades referidas no "caput" deste artigo.

§ 2º A pesquisa referida no inciso III deste artigo processar-se-á com a utilização apenas dos
oito dígitos que constituem o número base do Cadastro Geral de Contribuintes - CGC - MF.

Art. 5º É vedado:

I - celebrar convênio, efetuar transferência, ou conceder benefícios sob qualquer modalidade,


destinado a órgão ou entidade da Administração Pública Federal, estadual, municipal, do
Distrito Federal, ou para qualquer órgão ou entidade, de direito público ou privado, que esteja
em mora, inadimplente com outros convênios ou não esteja em situação de regularidade para
com a União ou com entidade da Administração Pública Federal Indireta;

II - destinar recursos públicos como contribuições, auxílios ou subvenções às instituições


privadas com fins lucrativos.

§ 1º Para os efeitos do item I, deste artigo, considera-se em situação de inadimplência,


devendo o órgão concedente proceder à inscrição no cadastro de inadimplentes do Sistema
Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI e no Cadastro Informativo -
CADIN, o convenente que:

I - não apresentar a prestação de contas, final ou parcial, dos recursos recebidos, nos prazos
estipulados por essa Instrução Normativa;

II - não tiver a sua prestação de contas aprovada pelo concedente por qualquer fato que resulte
em prejuízo ao erário.

III - estiver em débito junto a órgão ou entidade, da Administração Pública, pertinente a


obrigações fiscais ou a contribuições legais.

§ 2º Nas hipóteses dos incisos I e II do parágrafo anterior, a entidade, se tiver outro


administrador que não o faltoso, e uma vez comprovada a instauração da devida tomada de
contas especial, com imediata inscrição, pela unidade de contabilidade analítica, do potencial
responsável em conta de ativo "Diversos Responsáveis", poderá ser liberada para receber
novas transferências, mediante suspensão da inadimplência por ato expresso do ordenador de
despesas do órgão concedente. Redação alterada p/IN 5/2001

§ 3º O novo dirigente comprovará, semestralmente ao concedente o prosseguimento das ações


adotadas, sob pena de retorno à situação de inadimplência.

CAPÍTULO III

DA FORMALIZAÇÃO

6
Art. 6º O preâmbulo do termo de convênio conterá a numeração seqüencial; o nome e o C.G.C
dos órgãos ou entidades que estejam firmando o instrumento; o nome, endereço, número e
órgão expedidor da carteira de identidade e o C.P.F. dos respectivos titulares dos órgãos
convenentes, ou daqueles que estiverem atuando por delegação de competência, indicando-
se, ainda, os dispositivos legais de credenciamento; a finalidade, a sujeição do convênio e sua
execução às normas da Lei nº 8.666, de 21.06.93, no que couber, bem como do Decreto nº
93.872, de 23.12.86, e a esta Instrução Normativa.

Art. 7º O convênio conterá, expressa e obrigatoriamente, cláusulas estabelecendo:

I - o objeto e seus elementos característicos com a descrição detalhada, objetiva, clara e


precisa do que se pretende realizar ou obter, em consonância com o Plano de Trabalho, que
integrará o Convênio independentemente de transcrição;

II - a obrigação de cada um dos partícipes, inclusive a contrapartida, de responsabilidade do


convenente, que deve ser aportada, proporcionalmente, de acordo com o cronograma de
liberação das parcelas de recursos federais do convênio; IN STN nº 4, de 17.5.2007

III - a vigência, que deverá ser fixada de acordo com o prazo previsto para consecução do
objeto do convênio, em função das metas estabelecidas, e as demais exigências legais
aplicáveis; IN STN nº 4, de 17.5.2007

IV - a obrigação do concedente de prorrogar “de ofício” a vigência do convênio, quando houver


atraso na liberação dos recursos, limitada a prorrogação ao exato período do atraso verificado;

V - a prerrogativa da União, exercida pelo órgão ou entidade responsável pelo programa, de


conservar a autoridade normativa e exercer controle e fiscalização sobre a execução, bem
como de assumir ou transferir a responsabilidade pelo mesmo, no caso de paralisação ou de
fato relevante que venha a ocorrer, de modo a evitar a descontinuidade do serviço;

VI - a classificação funcional-programática e econômica da despesa, mencionando-se o


número e data da Nota de Empenho ou Nota de Movimentação de Crédito;

VII - a liberação de recursos, obedecendo ao cronograma de desembolso constante do Plano


de Trabalho (Anexo I);

VIII - a obrigatoriedade de o convenente apresentar relatórios de execução físico-financeira e


prestar contas dos recursos recebidos, no prazo máximo de sessenta dias, contados da data
do término da vigência, observada a forma prevista nesta Instrução Normativa e salvaguardada
a obrigação de prestação parcial de contas de que tratam os §§ 2o e 3o do art. 21; Redação
alterada p/IN nº 2/2002

IX - a definição do direito de propriedade dos bens remanescentes na data da conclusão ou


extinção do instrumento, e que, em razão deste, tenham sido adquiridos, produzidos,
transformados ou construídos, respeitado o disposto na legislação pertinente;

X - a faculdade aos partícipes para denunciá-lo ou rescindi-lo, a qualquer tempo, imputando-se-


lhes as responsabilidades das obrigações decorrentes do prazo em que tenham vigido e
creditando-se-lhes, igualmente os benefícios adquiridos no mesmo período;

XI - a obrigatoriedade de restituição de eventual saldo de recursos, inclusive os rendimentos da


aplicação financeira, ao concedente ou ao Tesouro Nacional, conforme o caso, na data de sua
conclusão ou extinção;

XII - o compromisso do convenente de restituir ao concedente o valor transferido atualizado


monetariamente, desde a data do recebimento, acrescido de juros legais, na forma da
legislação aplicável aos débitos para com a Fazenda Nacional, nos seguintes casos:

a) quando não for executado o objeto da avença;

7
b) quando não for apresentada, no prazo exigido, a prestação de contas parcial ou final; e

c) quando os recursos forem utilizados em finalidade diversa da estabelecida no convênio.

XIII - o compromisso de o convenente recolher à conta do concedente o valor, atualizado


monetariamente, na forma prevista no inciso anterior, correspondente ao percentual da
contrapartida pactuada, não aplicada na consecução do objeto do convênio; Redação alterada p/IN
nº 2/2002

XIV - o compromisso do convenente de recolher à conta do concedente o valor correspondente


a rendimentos de aplicação no mercado financeiro, referente ao período compreendido entre a
liberação do recurso e sua utilização, quando não comprovar o seu emprego na consecução do
objeto ainda que não tenha feito aplicação;

XV - a indicação, quando for o caso, de cada parcela da despesa relativa à parte a ser
executada em exercícios futuros, com a declaração de que serão indicados em Termos
Aditivos, os créditos e empenhos ou nota de movimentação de crédito para sua cobertura;

XVI - a indicação de que os recursos, para atender às despesas em exercícios futuros, no caso
de investimento, estão consignados no plano plurianual, ou em prévia lei que o autorize e fixe o
montante das dotações, que, anualmente, constarão do orçamento, durante o prazo de sua
execução;

XVII - as obrigações do interveniente e do executor, quando houver;

XVIII - o livre acesso de servidores do Sistema de Controle Interno ao qual esteja subordinado
o concedente, a qualquer tempo e lugar, a todos os atos e fatos relacionados direta ou
indiretamente com o instrumento pactuado, quando em missão de fiscalização ou auditoria;

XIX - o compromisso do convenente de movimentar os recursos em conta bancária específica,


quando não integrante da conta única do Governo Federal;

XX - a indicação do foro para dirimir dúvidas decorrentes de sua execução.

XXI - a obrigatoriedade de o concedente comunicar ao convenente e ao chefe do poder


executivo (governador ou prefeito) do ente beneficiário do convênio qualquer situação de
irregularidade relativa à prestação de contas do uso dos recursos envolvidos que motive
suspensão ou impedimento de liberação de novas parcelas, caso não haja regularização no
período de até trinta dias, contados a partir do evento. IN STN nº 4, de 17.5.2007

Art. 8º É vedada a inclusão, tolerância ou admissão, nos convênios, sob pena de nulidade do
ato e responsabilidade do agente, de cláusulas ou condições que prevejam ou permitam:

I - realização de despesas a título de taxa de administração, de gerência ou similar;

II - pagamento, a qualquer título, a servidor ou empregado público, integrante de quadro de


pessoal de órgão ou entidade pública da administração direta ou indireta, por serviços de
consultoria ou assistência técnica. Redação alterada p/IN nº 2/2002

III - aditamento com alteração do objeto; Alterado p/In STN nº 2/2002

IV - utilização, mesmo em caráter emergencial, dos recursos em finalidade diversa da


estabelecida no Termo de Convênio, ressalvado o custeio da implementação das medidas de
preservação ambiental inerentes às obras constantes do Plano de Trabalho, de que tratam o
“caput” e os §§ 1º e 7º do art. 2º desta Instrução Normativa, apresentado ao concedente pelo
convenente; IN nº 2, de 31.5.2006

V - realização de despesas em data anterior ou posterior à sua vigência;

8
VI - atribuição de vigência ou de efeitos financeiros retroativos;

VII - realização de despesas com taxas bancárias, com multas, juros ou correção monetária,
inclusive, referentes a pagamentos ou recolhimentos fora dos prazos;

VIII - transferência de recursos para clubes, associações de servidores ou quaisquer entidades


congêneres, excetuadas creches e escolas para o atendimento pré-escolar; e

IX - realização de despesas com publicidade, salvo as de caráter educativo, informativo ou de


orientação social, das quais não constem nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

Art. 9º Quando o valor da transferência for igual ou inferior ao previsto na alínea "a", inciso II,
do artigo 23 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, corrigido na forma do art. 120, do mesmo
diploma legal, a formalização poderá realizar-se mediante termo simplificado de convênio, na
forma regulamentada pela Secretaria do Tesouro Nacional.

§ 1º A formalização do termo de convênio poderá, também, ser substituída pelo termo


simplificado de que trata o "caput" deste artigo, qualquer que seja o seu valor, nas seguintes
condições:

I - quando o convenente, ou destinatário da transferência ou da descentralização, for órgão ou


entidade da Administração Pública Federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal;

II - quando se tratar do custeio ou financiamento de programas suplementares definidos no


inciso VII do art. 208, da Constituição Federal, executados por órgão público, ou por entidade
da administração estadual ou municipal.

§ 2º É nulo e de nenhum efeito, o convênio verbal com a União ou com entidade da


Administração Pública Federal.

Art. 10. Assinarão, obrigatoriamente, o termo de convênio os partícipes, duas testemunhas


devidamente qualificadas e o interveniente, se houver.

Art. 11. Assinado o convênio, a entidade ou órgão concedente dará ciência do mesmo à
Assembléia Legislativa ou à Câmara Municipal respectiva do convenente, quando for o caso.

Art. 12. Nos convênios em que os partícipes sejam integrantes dos orçamentos fiscal e da
seguridade social, a participação financeira se processará mediante a prévia descentralização
dos créditos orçamentários, segundo a natureza das despesas que devam ser efetuadas pelo
convenente, mantida a Unidade Orçamentária e a classificação funcional programática,
respeitando-se integralmente os objetivos preconizados no orçamento.

Art. 13. A execução de convênio subordinar-se-á ao prévio cadastramento do Plano de


Trabalho, apresentado pelo convenente, no Sistema Integrado de Administração Financeira do
Governo Federal - SIAFI, independentemente do seu valor, ou do instrumento utilizado para
sua formalização.

Art. 14. O processo, contendo termo de convênio e seus aditivos, bem como Plano de
Trabalho e suas eventuais reformulações, será encaminhado ao respectivo órgão de
contabilidade analítica, no prazo de 5(cinco) dias, a contar da data da assinatura dos
instrumentos e da aprovação da reformulação pelo concedente, respectivamente.

CAPÍTULO IV

DA ALTERAÇÃO

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Art. 15. O convênio, ou Plano de Trabalho, este quando se tratar de destinação por Portaria
Ministerial, somente poderá ser alterado mediante proposta do convenente, devidamente
justificada, a ser apresentada em prazo mínimo, antes do término de sua vigência, que vier a
ser fixado pelo ordenador de despesa do concedente, levando-se em conta o tempo necessário
para análise e decisão. Redação alterada p/IN STN nº 2/2002

Art. 16. As alterações de que trata o artigo anterior sujeitam-se ao registro, pelo concedente,
no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal-SIAFI.

CAPÍTULO V

DA PUBLICAÇÃO

Art. 17. A eficácia dos convênios e de seus aditivos, qualquer que seja o seu valor, fica
condicionada à publicação do respectivo extrato no "Diário Oficial" da União, que será
providenciada pela Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura,
devendo esta ocorrer no prazo de vinte dias a contar daquela data, contendo os seguintes
elementos:

I - espécie, número, e valor do instrumento;

II - denominação, domicílio e inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes do Ministério da


Fazenda-CGC/MF dos partícipes e nome e inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas do
Ministério da Fazenda-CPF/MF dos signatários;

III - resumo do objeto;

IV - crédito pelo qual correrá a despesa, número e data da Nota de Empenho ou Nota de
Movimentação de Crédito;

V - valor a ser transferido ou descentralizado no exercício em curso e, se for o caso, o previsto


para exercícios subseqüentes, bem como o da contrapartida que o convenente se obriga a
aplicar;

VI - prazo de vigência e data da assinatura; e

VII - código da Unidade Gestora, da gestão e classificação funcional programática e


econômica, correspondente aos respectivos créditos.

CAPÍTULO VI

DA LIBERAÇÃO DOS RECURSOS

Art. 18 A liberação de recursos financeiros, em decorrência de convênio, deve obedecer ao cronograma de


o
desembolso previsto no Plano de Trabalho de que trata o art. 2 desta Instrução Normativa, guardar consonância com
as fases ou etapas de execução do objeto do convênio e, ainda, obedecer às seguintes disposições: IN nº 5, de
7.10.2004

I - se o convenente for órgão da Administração Direta Federal, a remessa dos recursos será
feita pelo órgão setorial de programação financeira, como conseqüência da descentralização
do crédito;

II - quando o convenente for órgão da Administração Federal, integrante da conta única, a


liberação constituir-se-á em autorização de saque;

III - sendo o convenente órgão ou entidade da Administração Pública Federal, não integrante
da conta única, ou instituição de direito privado os recursos ficarão depositados e geridos no
Banco do Brasil S/A, na Caixa Econômica Federal ou em outra instituição bancária cujo
controle acionário a União detenha; IN STN nº 1/99

10
IV - quando o convenente integrar a administração estadual, municipal ou do Distrito Federal,
os recursos serão depositados e geridos, a seu critério, alternativamente: Redação alterada
p/IN nº 6/2001

a - no Banco do Brasil S/A; Redação alterada p/IN nº 6/2001

b - na Caixa Econômica Federal; Redação alterada p/IN nº 6/2001

c - em outra instituição financeira oficial, inclusive de caráter regional; Redação alterada p/IN nº
6/2001

d - em instituição financeira submetida a processo de desestatização ou, ainda, naquela


adquirente de seu controle acionário. Redação alterada p/IN nº 6/2001

§ 1º Nas hipóteses dos incisos III e IV, deste artigo, quando o órgão convenente for sediado em
localidade que não possua agência do Banco do Brasil S/A, da Caixa Econômica Federal ou do
banco oficial que se lhe aplicar, conforme o caso, será observada a seguinte ordem de
preferência:

I - outro banco oficial federal;

II - outro banco oficial estadual; ou

III - na inexistência de instituições financeiras mencionadas nos incisos anteriores, em agência


bancária local.

§ 2º Não estão sujeitas à obrigatoriedade de movimentação nas instituições financeiras


referidas no parágrafo anterior deste artigo os recursos financeiros relativos a programas e
projetos de caráter regional, que serão depositados em suas instituições regionais de créditos,
conforme dispuser a legislação específica.

§ 3º Na hipótese de implementação de medidas sugeridas nos estudos ambientais previstos


no § 1o do art. 2o desta Instrução Normativa, a liberação de recursos fica condicionada à
licença ambiental prévia discriminada no inciso III-A do “caput” do referido artigo. (Acórdão
1572/2003–TCU–Plenário) _ IN nº 5, de 7. 10.2004

Art. 19. A liberação de recursos financeiros por força de convênio, nos casos em que o
convenente não integre os orçamentos fiscal e da seguridade social, constituirá despesa do
concedente; e o recebimento, receita do convenente.

Parágrafo único. Quando o convenente integrar o Orçamento Fiscal ou o da Seguridade Social,


a liberação dos recursos se processará mediante:

I - repasse:

a) do órgão setorial de programação financeira para entidades da administração indireta e


entre estas; e

b) das entidades da administração indireta para órgãos da administração direta, ou entre estes,
se de outro órgão ou Ministério;

II - sub-repasse - entre órgãos da administração direta de um mesmo órgão ou ministério e


entre unidades gestoras de uma mesma entidade da Administração Indireta.

Art. 20. Os recursos serão mantidos em conta bancária específica somente permitidos saques para
pagamento de despesas constantes do Programa de Trabalho ou para aplicação no mercado financeiro, nas hipóteses
previstas em lei ou nesta Instrução Normativa, devendo sua movimentação realizar-se, exclusivamente, mediante
cheque nominativo, ordem bancária, transferência eletrônica disponível ou outra modalidade de saque autorizada pelo

11
Banco Central do Brasil, em que fiquem identificados sua destinação e, no caso de pagamento, o credor. IN STN nº
1/2004

§ 1º - Quando o destinatário da transferência for estado, Distrito Federal ou município, entidade


a eles vinculada ou entidade particular, os recursos transferidos, enquanto não empregados na
sua finalidade, serão obrigatoriamente aplicados:

I - em caderneta de poupança de instituição financeira oficial, se a previsão de seu uso for igual
ou superior a um mês; e

II- em fundo de aplicação financeira de curto prazo, ou operação de mercado aberto lastreada
em título da dívida pública federal, quando sua utilização estiver prevista para prazos menores.

§ 2º Os rendimentos das aplicações financeiras serão, obrigatoriamente, aplicados no objeto do


convênio ou da transferência, estando sujeitos às mesmas condições de prestação de contas
exigidos para os recursos transferidos.

§ 3º As receitas oriundas dos rendimentos da aplicação no mercado financeiro não poderão ser
computadas como contrapartida, devida pelo convenente.

§ 4º Não será permitida, em nenhuma hipótese, a aplicação financeira de recursos recebidos,


em decorrência de descentralização de créditos, por qualquer órgão da Administração Pública
Federal, Direta ou entidade da Administração Indireta.

§ 5º Quando, de acordo com a legislação vigente, couber realinhamento de preços para


execução do objeto do convênio, as receitas oriundas dos rendimentos das aplicações
financeiras dos recursos do convênio poderão ser agregadas ao saldo do valor do repasse,
majorando-se, proporcionalmente, o valor da contrapartida, de responsabilidade do
convenente, para cobertura dos novos custos. IN STN nº 4, de 17.5.2007

Art. 21. A transferência de recursos financeiros destinados ao cumprimento do objeto do


convênio obedecerá ao Plano de Trabalho previamente aprovado, tendo por base o
cronograma de desembolso, cuja elaboração terá como parâmetro para a definição das
parcelas o detalhamento da execução física do objeto e a programação financeira do Governo
Federal.

§ 1º As unidades gestoras que transferirem recursos em desacordo com o disposto neste artigo
terão as suas Propostas de Programação revistas pelo órgão central de programação
financeira.

§ 2º Quando a liberação dos recursos ocorrer em 3 (três) ou mais parcelas, a terceira ficará
condicionada à apresentação de prestação de contas parcial referente à primeira parcela
liberada, composta da documentação especificada nos itens III a VII do art. 28, e assim
sucessivamente. Após a aplicação da última parcela, será apresentada a prestação de contas
do total dos recursos recebidos;

§ 3º Caso a liberação dos recursos seja efetuada em até duas parcelas, a apresentação da
Prestação de Contas se fará no final da vigência do instrumento, globalizando as parcelas
liberadas.

§ 4º A liberação das parcelas do convênio será suspensa até a correção das impropriedades
ocorridas, nos casos a seguir especificados:

I - quando não tiver havido comprovação da boa e regular aplicação da parcela anteriormente
recebida, na forma da legislação aplicável, inclusive mediante procedimentos de fiscalização
local, realizados periodicamente pela entidade ou órgão concedente e/ou pelo órgão
competente do sistema de controle interno da Administração Pública;

12
II - quando verificado desvio de finalidade na aplicação dos recursos, atrasos não justificados
no cumprimento das etapas ou fases programadas, práticas atentatórias aos princípios
fundamentais de Administração Pública nas contratações e demais atos praticados na
execução do convênio;

III - quando for descumprida, pelo convenente ou executor, qualquer cláusula ou condição do
convênio.

§ 5º A liberação das parcelas do convênio será suspensa definitivamente na hipótese de sua


rescisão.

§ 6º Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do convênio, os saldos financeiros


remanescentes, inclusive os provenientes das receitas obtidas em aplicações financeiras
realizadas, serão devolvidos ao órgão ou entidade concedente, no prazo improrrogável de
30(trinta) dias do evento, sob pena da imediata instauração de tomada de contas especial do
responsável, providenciada pela autoridade competente do órgão ou entidade concedente.

CAPÍTULO VII

DA EXECUÇÃO

Art. 22. O convênio deverá ser executado fielmente pelas partes, de acordo com as cláusulas
pactuadas e a legislação pertinente, respondendo cada uma pelas conseqüências de sua
inexecução total ou parcial.

Art. 23. A função gerencial fiscalizadora será exercida pelo concedente, dentro do prazo
regulamentar de execução/prestação de contas do convênio, ficando assegurado a seus
agentes qualificados o poder discricionário de reorientar ações e de acatar, ou não,
justificativas com relação às disfunções porventura havidas na execução. Redação alterada
p/IN nº 2/2002

Art. 24. Sem prejuízo da prerrogativa da União, mencionada no inciso IV, do art. 7º desta
Instrução Normativa, o ordenador de despesas do órgão ou entidade concedente poderá
delegar competência para acompanhamento da execução do convênio, a dirigentes de órgãos
ou entidades pertencentes à Administração Federal que se situem próximos ao local de
aplicação dos recursos.

Art. 25. As unidades da Federação e os municípios que receberem transferências dos órgãos
ou entidades, mencionados no art. 1º desta Instrução Normativa, para execução de programa
de trabalho que requeira nova descentralização ou transferência, subordinará tais
transferências às mesmas exigências que lhe foram feitas, conforme esta Instrução Normativa.

Parágrafo único. Os órgãos ou entidades da Administração Pública Federal, estadual,


municipal ou do Distrito Federal não poderão celebrar convênio com mais de uma instituição
para o mesmo objeto, exceto quando se tratar de ações complementares, o que deverá ficar
consignado no respectivo convênio, delimitando-se as parcelas referentes de responsabilidade
deste e as que devam ser executadas à conta do outro instrumento.

Art. 26. Quando o convênio compreender a aquisição de equipamentos e materiais


permanentes, será obrigatória a estipulação do destino a ser dado aos bens remanescentes na
data da extinção do acordo ou ajuste. IN nº 2/2002

Parágrafo único. Os bens materiais e equipamentos adquiridos com recursos de convênios


com estados, Distrito Federal ou municípios poderão, a critério do Ministro de Estado, ou
autoridade equivalente, ou do dirigente máximo da entidade da administração indireta, ser
doados àqueles entes quando, após a consecução do objeto do convênio, forem necessários
para assegurar a continuidade de programa governamental, observado o que, a respeito, tenha
sido previsto no convênio. IN nº 2/2002

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Art. 27. O convenente, ainda que entidade privada, sujeita-se, quando da execução de despesas com os recursos
transferidos, às disposições da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, especialmente em relação a licitação e contrato,
admitida a modalidade de licitação prevista na Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, nos casos em que especifica.
Redação alterada p/IN nº 3/2003 - Acórdão TCU nº 1070, de 6.8.2003 - Plenário, item 9.2

CAPÍTULO VIII

DA PRESTAÇÃO DE CONTAS

SEÇÃO I

DA PRESTAÇÃO DE CONTAS FINAL

Art. 28. O órgão ou entidade que receber recursos, inclusive de origem externa, na forma
estabelecida nesta Instrução Normativa, ficará sujeito a apresentar prestação de contas final do
total dos recursos recebidos, que será constituída de relatório de cumprimento do objeto,
acompanhada de:

I - Plano de Trabalho - Anexo I - fls. 1/3, 2/3 e 3/3;

II - cópia do Termo de Convênio ou Termo Simplificado de Convênio, com a indicação da data


de sua publicação - Anexo II;

III - Relatório de Execução Físico-Financeira - Anexo III;

IV - Demonstrativo da Execução da Receita e Despesa, evidenciando os recursos recebidos


em transferências, a contrapartida, os rendimentos auferidos da aplicação dos recursos no
mercado financeiro, quando for o caso e os saldos - Anexo IV;

V - Relação de Pagamentos - Anexo V;

VI - Relação de Bens (adquiridos, produzidos ou construídos com recursos da União) - Anexo


VI;

VII - Extrato da conta bancária específica do período do recebimento da 1ª parcela até o último
pagamento e conciliação bancária, quando for o caso;

VIII - cópia do termo de aceitação definitiva da obra, quando o instrumento objetivar a


execução de obra ou serviço de engenharia;

IX - comprovante de recolhimento do saldo de recursos, à conta indicada pelo concedente, ou


DARF, quando recolhido ao Tesouro Nacional.

X - cópia do despacho adjudicatório e homologação das licitações realizadas ou justificativa


para sua dispensa ou inexigibilidade, com o respectivo embasamento legal, quando o
convenente pertencer à Administração Pública.

§ 1º O convenente que integre a Administração Direta ou Indireta do Governo Federal, fica


dispensado de anexar à prestação de contas os documentos referidos nos incisos V, VI, VII, IX
e X deste artigo.

§ 2º O convenente fica dispensado de juntar a sua prestação de contas final os documentos


especificados nos incisos III a VIII e X, deste artigo relativos às parcelas que já tenham sido
objeto de prestação de contas parciais.

§ 3º O recolhimento de saldo não aplicado, quando efetuado em outro exercício, sendo a


unidade concedente órgão federal da Administração Direta, será efetuado ao Tesouro
Nacional, mediante DARF.

14
§ 4º A contrapartida do executor e/ou do convenente será demonstrada no Relatório de
Execução Físico-Financeira, bem como na prestação de contas.

§ 5º A prestação de contas final será apresentada ao concedente até sessenta dias após o
término da vigência do convênio, definida conforme disposto no inciso III do art. 7º desta
Instrução Normativa. Redação alterada p/IN nº 2/2002

Art. 29. Incumbe ao órgão ou entidade concedente decidir sobre a regularidade, ou não, da
aplicação dos recursos transferidos, e, se extinto, ao seu sucessor.

Art. 30. As despesas serão comprovadas mediante documentos originais fiscais ou


equivalentes, devendo as faturas, recibos, notas fiscais e quaisquer outros documentos
comprobatórios serem emitidos em nome do convenente ou do executor, se for o caso,
devidamente identificados com referência ao título e número do convênio.

§ 1º Os documentos referidos neste artigo serão mantidos em arquivo em boa ordem, no


próprio local em que forem contabilizados, à disposição dos órgãos de controle interno e
externo, pelo prazo de 5 (cinco) anos, contados da aprovação da prestação ou tomada de
contas, do gestor do órgão ou entidade concedente, relativa ao exercício da concessão.

§ 2º Na hipótese de o convenente utilizar serviços de contabilidade de terceiros, a


documentação deverá ficar arquivada nas dependências do convenente, pelo prazo fixado no
parágrafo anterior.

Art. 31. A partir da data do recebimento da prestação de contas final, o ordenador de despesa
da unidade concedente, com base nos documentos referidos no art. 28 e à vista do
pronunciamento da unidade técnica responsável pelo programa do órgão ou entidade
concedente, terá o prazo de 60 (sessenta) dias para pronunciar-se sobre a aprovação ou não
da prestação de contas apresentada, sendo 45 ( quarenta e cinco ) dias para o pronunciamento
da referida unidade técnica e 15 ( quinze ) dias para o pronunciamento do ordenador de
despesa.

§ 1º A prestação de contas parcial ou final será analisada e avaliada na unidade técnica


responsável pelo programa do órgão ou entidade concedente que emitirá parecer sob os
seguintes aspectos:

I - técnico - quanto à execução física e atingimento dos objetivos do convênio, podendo o setor
competente valer-se de laudos de vistoria ou de informações obtidas junto a autoridades
públicas do local de execução do convênio;

II - financeiro - quanto à correta e regular aplicação dos recursos do convênio.

§ 2º Recebida a prestação de contas final, o ordenador de despesa da unidade concedente


deverá efetuar, no SIAFI, o registro do recebimento. § acrescido p/IN STN nº 1/2004

§ 2º-A - O descumprimento do prazo previsto no § 5º do art. 28 desta Instrução Normativa obriga o ordenador de
despesa da unidade concedente à imediata instauração de tomada de contas especial e ao registro do fato no
Cadastro de Convênios do SIAFI. § acrescido p/IN STN nº 1/2004

§ 3º Aprovada a prestação de contas final, o ordenador de despesa da unidade concedente


deverá efetuar o devido registro da aprovação da prestação de contas no cadastro de
convênios do SIAFI e fará constar, do processo, declaração expressa de que os recursos
transferidos tiveram boa e regular aplicação. Redação alterada p/IN STN nº 1/2000

§ 4º Na hipótese de a prestação de contas não ser aprovada e exauridas todas as providências


cabíveis, o ordenador de despesas registrará o fato no Cadastro de Convênios no SIAFI e
encaminhará o respectivo processo ao órgão de contabilidade analítica a que estiver
jurisdicionado, para instauração de tomada de contas especial e demais medidas de sua
competência, sob pena de responsabilidade.

15
§ 5º O órgão de contabilidade analítica examinará, formalmente, a prestação de contas e,
constatando irregularidades procederá a instauração da Tomada de Contas Especial, após as
providências exigidas para a situação, efetuando os registros de sua competência.

§ 6º Após a providência aludida no parágrafo anterior, o respectivo processo de tomada de


contas especial será encaminhado ao órgão de controle interno para os exames de auditoria
previstos na legislação em vigor e providências subseqüentes.

§ 7º Quando a prestação de contas não for encaminhada no prazo convencionado, o


concedente assinará o prazo máximo de 30 (trinta) dias para sua apresentação, ou
recolhimento dos recursos, incluídos os rendimentos da aplicação no mercado financeiro,
acrescidos de juros e correção monetária, na forma da lei, comunicando o fato ao órgão de
controle interno de sua jurisdição ou equivalente.

§ 8º Esgotado o prazo, referido no parágrafo anterior, e não cumpridas as exigências, ou,


ainda, se existirem evidências de irregularidades de que resultem em prejuízo para o erário, a
unidade concedente dos recursos adotará as providências previstas no § 4º deste artigo.

§ 9º Aplicam-se as disposições dos §§ 5º, 6º e 7º deste artigo aos casos em que o convenente
não comprove a aplicação da contrapartida estabelecida no convênio, bem como dos
rendimentos da aplicação no mercado financeiro.

§ 10. Os atos de competência do ordenador de despesa da unidade concedente e assim como


os de competência da unidade técnica responsável pelo programa, do órgão ou entidade
concedente, poderão ser delegados nos termos dos artigos 11 e 12 do Decreto-lei nº 200/67.

SEÇÃO II

DA PRESTAÇÃO DE CONTAS PARCIAL

Art. 32. A prestação de contas parcial é aquela pertinente a cada uma das parcelas de
recursos liberados e será composta da documentação especificada nos itens III a VII, VIII e X,
quando houver, do Art. 28 desta Instrução Normativa.

Art. 33. A prestação de contas parcial e em especial o Relatório de Execução Físico-Financeira


(Anexo III) será analisada observando-se os critérios dispostos no parágrafo 1º do Art. 31.

Art. 34. Será efetuado o registro no Cadastro de Convênios no SIAFI, correspondente ao


resultado da análise realizada pelo concedente, com base nos pareceres emitidos na forma
prevista no artigo anterior, sobre a prestação de contas parcial ou final.

Art. 35. Constatada irregularidade ou inadimplência na apresentação da prestação de contas


parcial, o ordenador de despesas suspenderá imediatamente a liberação de recursos e
notificará o convenente dando-lhe o prazo máximo de 30 (trinta) dias para sanar a
irregularidade ou cumprir a obrigação.

Parágrafo único. Decorrido o prazo de que trata o “caput” deste artigo sem que a irregularidade
haja sido sanada ou adimplida a obrigação, o ordenador de despesas do concedente, sob pena
de responsabilidade no caso de omissão, comunicará o fato ao órgão de controle interno a que
estiver jurisdicionado, providenciará, junto à unidade de contabilidade analítica competente, a
instauração de Tomada de Contas Especial e procederá, no âmbito do Siafi, no cadastro de
Convênios, ao registro de inadimplência. IN STN nº 2, de 31.5.2006

CAPÍTULO IX

DA RESCISÃO

16
Art. 36. Constitui motivo para rescisão do convênio independentemente do instrumento de sua
formalização, o inadimplemento de quaisquer das cláusulas pactuadas, particularmente quando
constatadas as seguintes situações:

I - utilização dos recursos em desacordo com o Plano de Trabalho;

II - aplicação dos recursos no mercado financeiro em desacordo com o disposto no art. 18; e

III - falta de apresentação das Prestações de Contas Parciais e Final, nos prazos
estabelecidos.

Art. 37. A rescisão do convênio, na forma do artigo anterior, enseja a instauração da


competente Tomada de Contas Especial.

CAPÍTULO X

DA TOMADA DE CONTAS ESPECIAL

Art. 38. Será instaurada a competente Tomada de Contas Especial, visando a apuração dos
fatos, identificação dos responsáveis e quantificação do dano, pelos órgãos encarregados da
contabilidade analítica do concedente, por solicitação do respectivo ordenador de despesas ou,
na sua omissão, por determinação do Controle Interno ou TCU, quando:

I - Não for apresentada a prestação de contas no prazo de até 30 dias concedido em


notificação pelo concedente;

II - não for aprovada a prestação de contas, apesar de eventuais justificativas apresentadas


pelo convenente, em decorrência de:

a) não execução total do objeto pactuado;

b) atingimento parcial dos objetivos avençados;

c) desvio de finalidade;

d) impugnação de despesas;

e) não cumprimento dos recursos da contrapartida;

f) não aplicação de rendimentos de aplicações financeiras no objeto pactuado.

III - ocorrer qualquer outro fato do qual resulte prejuízo ao erário.

§ 1º A instauração da Tomada de Contas Especial, obedecida a norma específica será


precedida ainda de providências saneadoras por parte do concedente e da notificação do
responsável, assinalando prazo de, no máximo, 30 (trinta) dias, para que apresente a
prestação de contas ou recolha o valor do débito imputado, acrescido de correção monetária e
juros de mora, bem assim, as justificativas e as alegações de defesa julgadas necessárias pelo
notificado, nos casos em que a prestação de contas não tenha sido aprovada.

§ 2º Instaurada a Tomada de Contas Especial e havendo a apresentação, embora


intempestiva, da prestação de contas ou recolhimento do débito imputado, inclusive gravames
legais, poderão ocorrer as seguintes hipóteses:

I - No caso da apresentação da prestação de contas ou recolhimento integral do débito


imputado, antes do encaminhamento da Tomada de Contas Especial ao Tribunal de Contas da
União, deverá ser dada a baixa do registro de inadimplência, e:

17
a) aprovada a prestação de contas ou comprovado o recolhimento, tal circunstância deverá ser
imediatamente comunicada ao órgão onde se encontre a Tomada de Contas Especial, visando
o arquivamento do processo e mantendo-se a baixa da inadimplência e efetuando-se o registro
da baixa da responsabilidade, sem prejuízo de ser dado conhecimento do fato ao Tribunal de
Contas da União, em relatório de atividade do gestor, quando da tomada ou prestação de
contas anual do ordenador de despesas do órgão/entidade concedente;

b) não aprovada a prestação de contas, o fato deverá ser comunicado ao órgão onde se
encontre a Tomada de Contas Especial para que adote as providências necessárias ao
prosseguimento do feito, sob esse novo fundamento, reinscrevendo-se a inadimplência, no
caso de a Tomada de Contas Especial referir-se ao atual administrador, tendo em vista a sua
permanência à frente da administração do órgão convenente.

II - No caso da apresentação da prestação de contas ou recolhimento integral do débito


imputado, após o encaminhamento da Tomada de Contas Especial ao Tribunal de Contas da
União, proceder-se-á, também, a baixa da inadimplência, e:

a) sendo aprovada a prestação de contas ou comprovado o recolhimento, tal circunstância


deverá ser imediatamente comunicada à respectiva unidade de controle interno que certificou
as contas para adoção das providências junto ao Tribunal de Contas da União, mantendo-se a
baixa da inadimplência bem como a inscrição da responsabilidade apurada, que só poderá ser
baixada por decisão do Tribunal;

b) não sendo aprovada a prestação de contas adotar-se-á as providências do inciso anterior


quanto à comunicação à unidade de controle interno, reinscrevendo-se, entretanto, a
inadimplência, no caso da Tomada de Contas Especial referir-se ao atual administrador, tendo
em vista a sua permanência à frente da administração do órgão convenente.

§ 3º Enquanto perdurar a tramitação da Tomada de Contas Especial, na forma da legislação


específica, a vigência do convênio a que a TCE se referir deve ser mantida ativa, de ofício, pelo
concedente. IN STN nº 4, de 17.5.2007

CAPÍTULO XI

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 39. Não se aplicam as exigências desta Instrução Normativa aos instrumentos:

I - cuja execução não envolva a transferência de recursos entre os partícipes;

II - celebrados anteriormente à data da sua publicação, devendo ser observadas, neste caso,
as prescrições normativas vigentes à época da sua celebração, podendo, todavia, se lhes
aplicar naquilo que beneficiar a consecução do objeto do convênio;

III - destinados à execução descentralizada de programas federais de atendimento direto ao


público, nas áreas de assistência social, médica e educacional, ressalvados os convênios em
que for prevista a antecipação de recursos;

IV - que tenham por objeto a delegação de competência ou a autorização a órgãos e ou


entidades de outras esferas de governo para a execução de atribuições determinadas em lei,
regulamento ou regimento interno, com geração de receita compartilhada; e

V - homologados regular e diretamente pelo Congresso Nacional naquilo em que as


disposições dos tratados, acordos e convenções internacionais, específicas, conflitarem com
esta Instrução Normativa, quando os recursos envolvidos forem integralmente oriundos de
fonte externa de financiamento.

18
Parágrafo único. As disposições desta Instrução Normativa aplicam-se no que couber ao
“contrato de repasse” a que se refere o Decreto nº 1.819, de 16.02.96, que se equipara à figura
do convênio, conceituada no inciso I, do art. 1º.

Art. 40. A inobservância do disposto nesta Instrução Normativa constitui omissão de dever
funcional e será punida na forma prevista em lei.

Art. 41. Ficam aprovados os formulários que constituem os anexos I a VI desta Instrução
Normativa, que serão utilizados pelos convenentes para formalização do instrumento, e da
respectiva prestação de contas.

Art. 42. Aplicam-se, no que couber, aos instrumentos regulamentados por esta Instrução
Normativa as demais legislações pertinentes, e em especial:

- Lei nº 1.493, de 13 de dezembro de 1951;

- Lei nº 8.036, de 11 de maio de 1990, art. 27;

- Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, arts. 15, 47, 48 e 55 a 57;

- Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, art. 54;

- Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993;

- Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993;

- Lei nº 8.931, de 22 de setembro de 1994; (com a redação dada pela Lei nº 9.057 de
06.06.95);

- Lei nº 9.082, de 25 de julho de 1995;

- Decreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967;

- Decreto-lei nº 1.290, de 3 de dezembro de 1973;

- Decreto-lei nº 1.442, de 27 de janeiro de 1976;

- MP nº 1.360, de 12 de março de 1996;

- Decreto nº 93.872, de 23 de dezembro de 1986;

- Decreto nº 99.658, de 30 de outubro de 1990, art. 15;

- Decreto nº 612, de 21 de julho de 1992, art. 14, art. 84 a 92;

- Decreto nº 825, de 28 de maio de 1993;

- Decreto nº 1.006, de 09 de dezembro de 1993;

- Decreto nº 1.819, de 16 de fevereiro de 1996;

- Portaria MEFP nº 822, de 30 de agosto de 1991;

- Instrução Normativa DTN nº 08, de 21 de dezembro de 1990.

Art. 43. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data da sua publicação, revogadas as
Instruções Normativas STN nº 02, de 19 de abril de 1993 e nº 06, de 13 de outubro de 1993.

19
EDUARDO AUGUSTO GUIMARÃES

ANEXO I

PLANO DE ATENDIMENTO 1/3

1- DADOS CADASTRAIS

Órgão/Entidade Proponente C.G.C

Endereço

Cidade

UF

CEP

DDD/Telefone

E.A

Conta Corrente

Banco

Agência

Praça de Pagamento

Nome do Responsável CPF

CI/Órgão Exp

Cargo

Função

Matrícula

Endereço CEP

2 - OUTROS PARTÍCIPES

Nome

CGC/CPF

E.A

Endereço CEP

3 - DESCRIÇÃO DO ATENDIMENTO

Título do Programa/Ação

20
Período de Execução

Início

Término

Identificação dos Serviços

Justificativa da Proposição

ANEXO I

PLANO DE ATENDIMENTO 2/3

4 - METAS

Descrição por tipo de atendimento

Quantidade

Estimativa de Custo

Valor Unitário

Valor Total

Total Geral

5 - CAPACIDADE INSTALADA (Recursos Materiais-Humanos)

(Especificar instalações, equipamentos, mão-de-obra especializada a ser utilizadas na


execução dos serviços)

ANEXO I

PLANO DE ATENDIMENTO 1/3

1- DADOS CADASTRAIS

Órgão/Entidade Proponente C.G.C


Endereço
Cidade UF CEP DDD/Telefone E.A
Conta Corrente Banco Agência Praça de Pagamento
Nome do Responsável CPF
CI/Órgão Exp Cargo Função Matrícula
Endereço CEP

2 - OUTROS PARTÍCIPES

Nome CGC/CPF E.A


Endereço CEP

21
3 - DESCRIÇÃO DO ATENDIMENTO

Título do Programa/Ação Período de


Execução
Início Término
Identificação dos Serviços
Justificativa da Proposição

ANEXO I

PLANO DE ATENDIMENTO 2/3

4 - METAS

Nº Descrição por tipo de atendimento Quantidade Estimativa de


Custo
Valor Unitário Valor Total

Total Geral

5 - CAPACIDADE INSTALADA (Recursos Materiais-Humanos)

(Especificar instalações, equipamentos, mão-de-obra especializada a ser utilizadas na


execução dos serviços)

ANEXO I

PLANO DE ATENDIMENTO 3/3

6 - Cronograma de Desembolso R$ 1.000,00

Concedente

Meta Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Meta Jul Ago Set Out Nov Dez

Proponente (contrapartida)

Meta Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Meta Jul Ago Set Out Nov Dez

7 - Declaração

Na qualidade de representante legal do proponente, declaro, para fins de prova junto ao (à) ----

22
------------------ para os efeitos e sob as penas da lei, que inexiste qualquer débito em mora ou
situação de inadimplência com o Tesouro Nacional ou qualquer órgão ou entidade da
Administração Pública Federal, que impeça a transferência de recursos oriundos de dotações
consignadas nos orçamentos da União, na forma deste plano de atendimento.

Pede deferimento,

Local e Data Proponente

8 - Aprovação pelo concedente

Aprovado

Local e Data Concedente

ANEXO I

PLANO DE TRABALHO 1/3

1- DADOS CADASTRAIS

Órgão/Entidade Proponente C.G.C


Endereço
Cidade UF CEP DDD/Telefone E.A
Conta Corrente Banco Agência Praça de Pagamento
Nome do Responsável CPF
CI/Órgão Exp Cargo Função Matrícula
Endereço CEP

2 - OUTROS PARTÍCIPES

Nome CGC/CPF E.A


Endereço CEP

3 - DESCRIÇÃO DO PROJETO

Título do Projeto Período de


Execução
Início Término
Identificação do Objeto
Justificativa da Proposição

ANEXO I

PLANO DE TRABALHO 2/3

4 - Cronograma de Execução (Meta, Etapa ou Fase)

Meta Etapa Fase Especificação Indicador Físico Duração


Unidade Quantidade Início Término

23
5 - Plano de Aplicação (R$ 1.000,00)

Natureza da despesa Total Concedente Proponent


e
Código Especificação

Total Geral

ANEXO I

PLANO DE TRABALHO 3/3

6 - Cronograma de Desembolso (R$ 1.000,00)

Concedente

Meta Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Meta Jul Ago Set Out Nov Dez

Proponente (contrapartida)

Meta Jan Fev Mar Abr Mai Jun

Meta Jul Ago Set Out Nov Dez

7 - Declaração

Na qualidade de representante legal do proponente, declaro, para fins de prova junto ao (à)
................................. para os efeitos e sob as penas da lei, que inexiste qualquer débito em
mora ou situação de inadimplência com o Tesouro Nacional ou qualquer órgão ou entidade da
Administração Pública Federal, que impeça a transferência de recursos oriundos de dotações
consignadas nos orçamentos da União, na forma deste plano de trabalho.

Pede deferimento,

Local e Data Proponente

8 - Aprovação pelo concedente

Aprovado

Local e Data Concedente

ANEXO II

24
TERMO SIMPLIFICADO DE CONVÊNIO
1. Título do Programa/Ação Nº do Convênio
2. Concedente Código CGC

3. Convenente Código CGC

4. Executor Código CGC

1.
Objeto
Valor R$ Vigência

6. Empenhos Unidade Programa de Natureza da Fonte


de
Número Data Valor Orçamentária Trabalho Despesa Recurso

Condições Essenciais

I - Integra este convênio, independentemente de transcrição, o Anexo I cujos dados ali contidos
acatam as partes e se comprometem a cumprir, sujeitam-se às normas da Lei nº 8.666/93, no
que couber, Decreto nº 93.872 e IN nº 03/93.

II - O convenente se compromete:

a) promover a execução do objeto do convênio na forma e prazos estabelecidos no Anexo I;

b) aplicar os recursos discriminados exclusivamente na consecução do objeto;

c) assegurar o provimento tempestivo dos recursos complementares necessários à execução


do objeto;

d) manter cadastro dos usuários do programa (prontuários, relatórios individualizados por tipo
de atendimento);

e) permitir e facilitar ao Órgão concedente o acesso a toda documentação, dependências e


locais do projeto;

f) observar e exigir, na prestação dos serviços, o cumprimento das normas específicas que
regem o programa;

g) assumir todos os encargos e obrigações legais decorrentes da consecução do objeto;

h) manter o órgão concedente informado sobre quaisquer eventos que dificultem ou


interrompam o curso normal de execução do convênio;

i) não subestabelecer as obrigações assumidas sem anuência expressa do concedente; e

j) apresentar o Relatório de Atendimento, na periodicidade pactuada, e documentos

25
comprobatórios dos serviços prestados ou colocados à disposição do convênio.

III - Para solução das pendências é eleito o foro da Justiça Federal desta capital.

Local e Data , / / . Convenente (Nome/CPF)

Concedente (Nome/CPF)

ANEXO II
TERMO SIMPLIFICADO DE CONVÊNIO
1. Título do Projeto Nº do Convênio

2. Concedente Código CGC

3. Convenente Código CGC

4. Executor Código CGC

1.
Objeto
Valor R$ Vigência

6. Empenhos Unidade Programa de Natureza da Fonte


de
Número Data Valor Orçamentária Trabalho Despesa Recurso

Condições Essenciais

I - Integra este convênio, independentemente de transcrição, o Anexo I cujos dados ali contidos
acatam as partes e se comprometem a cumprir, sujeitam-se às normas da Lei nº 8.666, no que
couber, Decreto nº 93.872 e IN nº /97.

II - O convenente se compromete:

a) promover a execução do objeto do convênio na forma e prazos estabelecidos no Anexo I;

b) aplicar os recursos discriminados exclusivamente na consecução do objeto;

c) assegurar o provimento tempestivo dos recursos complementares necessários à execução


do objeto;

d) garantir a conclusão do objeto deste convênio no prazo assinalado;

e) permitir e facilitar ao Órgão concedente o acesso a toda documentação, dependências e


locais do projeto;

f) comprovar o bom e regular emprego dos recursos recebidos, bem como os resultados
alcançados;

g) assumir todos as obrigações legais decorrentes de contratações necessárias à consecução


do objeto;

26
h) manter o órgão concedente informado sobre quaisquer eventos que dificultem ou
interrompam o curso normal de execução do convênio;

i) não subestabelecer as obrigações assumidas sem anuência expressa do concedente;

j) prestar contas de cada parcela tempestividade até 30 dias da data fixada para a sua
aplicação, bem assim do total recebido, de acordo com a Instrução Normativa nº /97;

k) devolver o saldo não aplicado mediante depósito na conta bancária da unidade concedente
ou ao Tesouro Nacional, conforme o caso, até a data prevista; e

l) os bens adquiridos, produzidos ou constituídos com os recursos deste convênio integrarão o


patrimônio do convenente, desde que necessários à continuidade do programa.

III - Para solução das pendências é eleito o foro da Justiça Federal desta capital.

Local e Data , / / . Convenente (Nome/CPF)

Concedente (Nome/CPF)

ANEXO III

RELATÓRIO DE ATENDIMENTO

Convênio nº Executor Folha


Programação/Ação Tipo de Atendimento Mês / Ano
Nº de Nome do Beneficiário Número de Data
Ordem Registro Ingresso Desligamento

27
VALORES EM R$ 1.000,00

Valor Unitário Total da Folha


Geral

Declaro, sob as penas da Lei, a inteira responsabilidade pelas informações


contidas neste relatório.

Local e Data: , / / .

Unidade Executora Responsável pela Execução

Assinatura Assinatura

ANEXO III

RELATÓRIO DE EXECUÇÃO FÍSICO-FINANCEIRA

Executor Convênio nº
Período

de / / a / /

Físic
o
Meta Etapa Descrição Unid No período Até o
período
Fase Prog Exec Prog Exec

Total

Financeir
o (Cr$
1.000,00)
Meta Etapa Realizado Realizad
no período o até o
período
Fase Concedente Executor Outros Total Concedente Executor Outros Total

Total
Executor Responsável
pela
Execução

Reservado à Unidade Concedente

Parecer Técnico Parecer Financeiro


Aprovação do Ordenador da Despesa Assinatura

28
Local e Data , / / .

ANEXO IV

EXECUÇÃO DA RECEITA E DESPESA

Executor Convênio nº
Receita Despesa
Valores Recebidos inclusive os rendimentos Despesas Realizadas

(discriminar) conforme relação de

Pagamentos

Saldo (recolhido/recolher)
Total Total

Executor Responsável pela execução

Assinatura Assinatura

ANEXO V

RELAÇÃO DE PAGAMENTOS

Recursos Unidade Convênio


Executora nº
1 -
Concedente

2 - Executor

3 - Outros
Rec Item Credor CGC/CPF Nat.Desp. CH/OB Data Tít.Crédito Data Valor

Total

Unidade Executora - Assinatura Responsável pela execução - Assinatura

ANEXO VI

RELAÇÃO DE BENS (ADQUIRIDOS PRODUZIDOS OU CONSTRUÍDOS COM RECURSOS


DA UNIÃO)

Unidade Executora Convênio nº

Doc. Nº Data Especificação Qtde. Valor Unitário Total

29
TOTAL GERAL

Unidade Executora - Assinatura Responsável pela Execução - Assinatura

30
DECRETO Nº 6.170, DE 25 DE JULHO DE 2007

Dispõe sobre as normas relativas às


transferências de recursos da União mediante
convênios e contratos de repasse, e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art.


84, inciso IV, da Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 10 do Decreto-Lei nº
200, de 25 de fevereiro de 1967, nº art. 116 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e
no art. 25 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1o Este Decreto regulamenta os convênios, contratos de repasse e termos de


cooperação celebrados pelos órgãos e entidades da administração pública federal com órgãos
ou entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos, para a execução de programas, projetos
e atividades de interesse recíproco que envolvam a transferência de recursos oriundos do
Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União. (Redação dada pelo Decreto nº 6.428, de
2008.)

§ 1º Para os efeitos deste Decreto, considera-se:

I - convênio - acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento que discipline a


transferência de recursos financeiros de dotações consignadas nos Orçamentos Fiscal e
da Seguridade Social da União e tenha como partícipe, de um lado, órgão ou entidade
da administração pública federal, direta ou indireta, e, de outro lado, órgão ou entidade
da administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda,
entidades privadas sem fins lucrativos, visando a execução de programa de governo,
envolvendo a realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou evento de
interesse recíproco, em regime de mútua cooperação;

II - contrato de repasse - instrumento administrativo por meio do qual a


transferência dos recursos financeiros se processa por intermédio de instituição ou
agente financeiro público federal, atuando como mandatário da União;

III - termo de cooperação - instrumento por meio do qual é ajustada a


transferência de crédito de órgão da administração pública federal direta, autarquia,
fundação pública, ou empresa estatal dependente, para outro órgão ou entidade federal
da mesma natureza; (Redação dada pelo Decreto nº 6.619, de 2008)

IV - concedente - órgão da administração pública federal direta ou indireta,


responsável pela transferência dos recursos financeiros ou pela descentralização dos
créditos orçamentários destinados à execução do objeto do convênio;

V - contratante - órgão ou entidade da administração pública direta e indireta da União


que pactua a execução de programa, projeto, atividade ou evento, por intermédio de instituição
financeira federal (mandatária) mediante a celebração de contrato de repasse; (Redação dada
pelo Decreto nº 6.428, de 2008.)

VI - convenente - órgão ou entidade da administração pública direta e indireta, de


qualquer esfera de governo, bem como entidade privada sem fins lucrativos, com o qual
a administração federal pactua a execução de programa, projeto/atividade ou evento
mediante a celebração de convênio;

VII - contratado - órgão ou entidade da administração pública direta e indireta, de


qualquer esfera de governo, bem como entidade privada sem fins lucrativos, com a qual
a administração federal pactua a execução de contrato de repasse;(Redação dada pelo
Decreto nº 6.619, de 2008)

VIII - interveniente - órgão da administração pública direta e indireta de qualquer


esfera de governo, ou entidade privada que participa do convênio para manifestar
consentimento ou assumir obrigações em nome próprio;

IX - termo aditivo - instrumento que tenha por objetivo a modificação do


convênio já celebrado, vedada a alteração do objeto aprovado;

X - objeto - o produto do convênio ou contrato de repasse, observados o programa


de trabalho e as suas finalidades; e

XI - padronização - estabelecimento de critérios a serem seguidos nos convênios ou


contratos de repasse com o mesmo objeto, definidos pelo concedente ou contratante,
especialmente quanto às características do objeto e ao seu custo.(Redação dada pelo Decreto
nº 6.428, de 2008.)

§ 2º A entidade contratante ou interveniente, bem como os seus agentes que


fizerem parte do ciclo de transferência de recursos, são responsáveis, para todos os
efeitos, pelos atos de acompanhamento que efetuar.

§ 3º Excepcionalmente, os órgãos e entidades federais poderão executar


programas estaduais ou municipais, e os órgãos da administração direta, programas a
cargo de entidade da administração indireta, sob regime de mútua cooperação mediante
convênio.

CAPÍTULO II

DAS NORMAS DE CELEBRAÇÃO, ACOMPANHAMENTO E PRESTAÇÃO DE


CONTAS

Art. 2º É vedada a celebração de convênios e contratos de repasse:

I - com órgãos e entidades da administração pública direta e indireta dos Estados,


Distrito Federal e Municípios cujo valor seja inferior a R$ 100.000,00 (cem mil reais) ou, no
caso de execução de obras e serviços de engenharia, exceto elaboração de projetos de
engenharia, nos quais o valor da transferência da União seja inferior a R$ 250.000,00
(duzentos e cinquenta mil reais); (Redação dada pelo Decreto nº 7.594, de
2011) (Produção de efeito)
II - com entidades privadas sem fins lucrativos que tenham como dirigente agente
político de Poder ou do Ministério Público, dirigente de órgão ou entidade da
administração pública de qualquer esfera governamental, ou respectivo cônjuge ou
companheiro, bem como parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo
grau; e (Redação dada pelo Decreto nº 6.619, de 2008)

III - entre órgãos e entidades da administração pública federal, caso em que deverá ser
observado o art. 1o, § 1o, inciso III; (Redação dada pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

IV - com entidades privadas sem fins lucrativos que não comprovem ter desenvolvido,
durante os últimos três anos, atividades referentes à matéria objeto do convênio ou contrato de
repasse; e (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

V - com entidades privadas sem fins lucrativos que tenham, em suas relações anteriores
com a União, incorrido em pelo menos uma das seguintes condutas: (Incluído pelo Decreto nº
7.568, de 2011)

a) omissão no dever de prestar contas; (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

b) descumprimento injustificado do objeto de convênios, contratos de repasse ou termos


de parceria; (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

c) desvio de finalidade na aplicação dos recursos transferidos; (Incluído pelo Decreto nº


7.568, de 2011)

d) ocorrência de dano ao Erário; ou (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

e) prática de outros atos ilícitos na execução de convênios, contratos de repasse ou


termos de parceria. (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

Parágrafo único. Para fins de alcance do limite estabelecido no inciso I do caput, é


permitido: (Redação dada pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

I - consorciamento entre os órgãos e entidades da administração pública direta e


indireta dos Estados, Distrito Federal e Municípios; e

II - celebração de convênios ou contratos de repasse com objeto que englobe


vários programas e ações federais a serem executados de forma descentralizada,
devendo o objeto conter a descrição pormenorizada e objetiva de todas as atividades a
serem realizadas com os recursos federais.

Art. 3o As entidades privadas sem fins lucrativos que pretendam celebrar convênio ou
contrato de repasse com órgãos e entidades da administração pública federal deverão realizar
cadastro prévio no Sistema de Gestão de Convênios e Contratos de Repasse - SICONV,
conforme normas do órgão central do sistema. (Redação dada pelo Decreto nº 6.428, de 2008.)

§ 1º O cadastramento de que trata o caput poderá ser realizado em qualquer órgão


ou entidade concedente e permitirá a celebração de convênios ou contratos de repasse
enquanto estiver válido o cadastramento.

§ 2º No cadastramento serão exigidos, pelo menos:

I - cópia do estatuto social atualizado da entidade;


II - relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade, com Cadastro de
Pessoas Físicas - CPF;

III - declaração do dirigente da entidade:

a) acerca da não existência de dívida com o Poder Público, bem como quanto à
sua inscrição nos bancos de dados públicos e privados de proteção ao crédito; e

b) informando se os dirigentes relacionados no inciso II ocupam cargo ou


emprego público na administração pública federal;

IV - prova de inscrição da entidade no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ;


(Redação dada pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

V - prova de regularidade com as Fazendas Federal, Estadual, Distrital e Municipal e


com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, na forma da lei; e (Redação dada pelo
Decreto nº 7.568, de 2011)

VI - comprovante do exercício nos últimos três anos, pela entidade privada sem fins
lucrativos, de atividades referentes à matéria objeto do convênio ou contrato de repasse que
pretenda celebrar com órgãos e entidades da administração pública federal. (Incluído pelo
Decreto nº 7.568, de 2011)

§ 3º Verificada falsidade ou incorreção de informação em qualquer documento


apresentado, deve o convênio ou contrato de repasse ser imediatamente denunciado pelo
concedente ou contratado.

§ 4o A realização do cadastro prévio no Sistema de Gestão de Convênios e


Contratos de Repasse - SICONV, de que trata o caput, não será exigida até 1o de
setembro de 2008. (Incluído pelo Decreto nº 6.497, de 2008)

Art. 3o-A. O cadastramento da entidade privada sem fins lucrativos no SICONV, no que
se refere à comprovação do requisito constante do inciso VI do § 2o do art. 3o, deverá ser
aprovado pelo órgão ou entidade da administração pública federal responsável pela matéria
objeto do convênio ou contrato de repasse que se pretenda celebrar. (Incluído pelo Decreto
nº 7.568, de 2011)

Art. 4o A celebração de convênio ou contrato de repasse com entidades privadas sem


fins lucrativos será precedida de chamamento público a ser realizado pelo órgão ou entidade
concedente, visando à seleção de projetos ou entidades que tornem mais eficaz o objeto do
ajuste. (Redação dada pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

§ 1o Deverá ser dada publicidade ao chamamento público, inclusive ao seu resultado,


especialmente por intermédio da divulgação na primeira página do sítio oficial do órgão ou
entidade concedente, bem como no Portal dos Convênios. (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de
2011)

§ 2o O Ministro de Estado ou o dirigente máximo da entidade da administração pública


federal poderá, mediante decisão fundamentada, excepcionar a exigência prevista no caput
nas seguintes situações: (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

I - nos casos de emergência ou calamidade pública, quando caracterizada situação que


demande a realização ou manutenção de convênio ou contrato de repasse pelo prazo máximo
de cento e oitenta dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência da emergência ou
calamidade, vedada a prorrogação da vigência do instrumento; (Incluído pelo Decreto nº 7.568,
de 2011)

II - para a realização de programas de proteção a pessoas ameaçadas ou em situação


que possa comprometer sua segurança; ou (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

III - nos casos em que o projeto, atividade ou serviço objeto do convênio ou contrato de
repasse já seja realizado adequadamente mediante parceria com a mesma entidade há pelo
menos cinco anos e cujas respectivas prestações de contas tenham sido devidamente
aprovadas. (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

Art. 5º O chamamento público deverá estabelecer critérios objetivos visando à


aferição da qualificação técnica e capacidade operacional do convenente para a gestão
do convênio.

Art. 6º Constitui cláusula necessária em qualquer convênio dispositivo que


indique a forma pela qual a execução do objeto será acompanhada pelo concedente.

Parágrafo único. A forma de acompanhamento prevista no caput deverá ser


suficiente para garantir a plena execução física do objeto.

Art. 6o-A. Os convênios ou contratos de repasse com entidades privadas sem fins
lucrativos deverão ser assinados pelo Ministro de Estado ou pelo dirigente máximo da entidade
da administração pública federal concedente. (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

Parágrafo único. O Ministro de Estado e o dirigente máximo da entidade da


administração pública federal não poderão delegar a competência prevista no caput. (Incluído
pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

Art. 7º A contrapartida do convenente poderá ser atendida por meio de recursos


financeiros, de bens e serviços, desde que economicamente mensuráveis.

§ 1º Quando financeira, a contrapartida deverá ser depositada na conta bancária


específica do convênio em conformidade com os prazos estabelecidos no cronograma
de desembolso, ou depositada nos cofres da União, na hipótese de o convênio ser
executado por meio do Sistema Integrado de Administração Financeira - SIAFI.

§ 2º Quando atendida por meio de bens e serviços, constará do convênio cláusula


que indique a forma de aferição da contrapartida.

Art. 8º A execução de programa de trabalho que objetive a realização de obra será


feita por meio de contrato de repasse, salvo quando o concedente dispuser de estrutura
para acompanhar a execução do convênio.

Parágrafo único. Caso a instituição ou agente financeiro público federal não


detenha capacidade técnica necessária ao regular acompanhamento da aplicação dos
recursos transferidos, figurará, no contrato de repasse, na qualidade de interveniente,
outra instituição pública ou privada a quem caberá o mencionado acompanhamento.

Art. 9º No ato de celebração do convênio ou contrato de repasse, o concedente


deverá empenhar o valor total a ser transferido no exercício e efetuar, no caso de
convênio ou contrato de repasse com vigência plurianual, o registro no SIAFI, em conta
contábil específica, dos valores programados para cada exercício subseqüente.

Parágrafo único. O registro a que se refere o caput acarretará a obrigatoriedade de


ser consignado crédito nos orçamentos seguintes para garantir a execução do convênio.

Art. 10. As transferências financeiras para órgãos públicos e entidades públicas e


privadas, decorrentes da celebração de convênios e contratos de repasse, serão feitas
exclusivamente por intermédio de instituição financeira controlada pela União, que poderá atuar
como mandatária desta para execução e fiscalização. (Redação dada pelo Decreto nº 6.428,
de 2008.)

§ 1º Os pagamentos à conta de recursos recebidos da União, previsto no caput,


estão sujeitos à identificação do beneficiário final e à obrigatoriedade de depósito em
sua conta bancária.

§ 2º Excepcionalmente, mediante mecanismo que permita a identificação, pelo


banco, do beneficiário do pagamento, poderão ser realizados pagamentos a beneficiários
finais pessoas físicas que não possuam conta bancária, observados os limites fixados na
forma do art. 18.

§ 3º Toda movimentação de recursos de que trata este artigo, por parte dos
convenentes, executores e instituições financeiras autorizadas, será realizada
observando-se os seguintes preceitos:

I - movimentação mediante conta bancária específica para cada instrumento de


transferência (convênio ou contrato de repasse);

II - pagamentos realizados mediante crédito na conta bancária de titularidade dos


fornecedores e prestadores de serviços, facultada a dispensa deste procedimento, por ato
da autoridade máxima do concedente ou contratante, devendo o convenente ou
contratado identificar o destinatário da despesa, por meio do registro dos dados no
SICONV; e (Redação dada pelo Decreto nº 6.619, de 2008)

III - transferência das informações mencionadas no inciso I ao SIAFI e ao Portal


de Convênios, em meio magnético, conforme normas expedidas na forma do art. 18.

§ 4º Os recursos de convênio, enquanto não utilizados, serão obrigatoriamente


aplicados em cadernetas de poupança de instituição financeira pública federal se a
previsão de seu uso for igual ou superior a um mês, ou em fundo de aplicação financeira
de curto prazo ou operação de mercado aberto lastreada em títulos da dívida pública,
quando a utilização desses recursos verificar-se em prazos menores que um mês.

§ 5º As receitas financeiras auferidas na forma do § 4º serão obrigatoriamente


computadas a crédito do convênio e aplicadas, exclusivamente, no objeto de sua
finalidade, observado o parágrafo único do art. 12.

§ 6o O convenente ficará obrigado a prestar contas dos recursos recebidos, na forma da


legislação aplicável e das diretrizes e normas previstas no art. 18. (Redação dada pelo Decreto
nº 6.428, de 2008.)
§ 7º O concedente terá prazo de noventa dias para apreciar a prestação de contas
apresentada, contados da data de seu recebimento.

§ 8º A exigência contida no caput poderá ser substituída pela execução financeira


direta, por parte do convenente, no SIAFI, de acordo com normas expedidas na forma
do art. 18.

Art. 11. Para efeito do disposto no art. 116 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de
1993, a aquisição de produtos e a contratação de serviços com recursos da União
transferidos a entidades privadas sem fins lucrativos deverão observar os princípios da
impessoalidade, moralidade e economicidade, sendo necessária, no mínimo, a
realização de cotação prévia de preços no mercado antes da celebração do contrato.

Art. 12. O convênio poderá ser denunciado a qualquer tempo, ficando os


partícipes responsáveis somente pelas obrigações e auferindo as vantagens do tempo em
que participaram voluntariamente do acordo, não sendo admissível cláusula obrigatória
de permanência ou sancionadora dos denunciantes.

Parágrafo único. Quando da conclusão, denúncia, rescisão ou extinção do


convênio, os saldos financeiros remanescentes, inclusive os provenientes das receitas
obtidas das aplicações financeiras realizadas, serão devolvidos à entidade ou órgão
repassador dos recursos, no prazo improrrogável de trinta dias do evento, sob pena da
imediata instauração de tomada de contas especial do responsável, providenciada pela
autoridade competente do órgão ou entidade titular dos recursos.

CAPÍTULO III

DO SISTEMA DE GESTÃO DE CONVÊNIOS E CONTRATOS DE

REPASSE - SICONV E DO PORTAL DOS CONVÊNIOS

Art. 13. A celebração, a liberação de recursos, o acompanhamento da execução e


a prestação de contas de convênios, contratos de repasse e termos de parceria serão
registrados no SICONV, que será aberto ao público, via rede mundial de computadores
- Internet, por meio de página específica denominada Portal dos Convênios. (Redação
dada pelo Decreto nº 6.619, de 2008)

§ 1o Fica criada a Comissão Gestora do SICONV, que funcionará como órgão central do
sistema, composta por representantes dos seguintes órgãos: (Redação dada pelo Decreto nº
6.428, de 2008.)

I - Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda; (Incluído pelo Decreto nº


6.428, de 2008 )

II - Secretaria de Orçamento Federal do Ministério do Planejamento, Orçamento e


Gestão; (Incluído pelo Decreto nº 6.428, de 2008 )

III - Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento,


Orçamento e Gestão; (Redação dada pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

IV - Secretaria Federal de Controle Interno da Controladoria-Geral da União; e (Redação


dada pelo Decreto nº 7.568, de 2011)
V - Secretaria Nacional de Justiça do Ministério da Justiça. (Incluído pelo Decreto nº
7.568, de 2011)

§ 2º Serão órgãos setoriais do SICONV todos os órgãos e entidades da


administração pública federal que realizem transferências voluntárias de recursos, aos
quais compete a gestão dos convênios e a alimentação dos dados que forem de sua
alçada.

§ 3º O Poder Legislativo, por meio das mesas da Câmara dos Deputados e do


Senado Federal, o Ministério Público, o Tribunal de Contas da União e a Controladoria
Geral da União, bem como outros órgãos que demonstrem necessidade, a critério do
órgão central do sistema, terão acesso ao SICONV, podendo incluir no referido Sistema
informações que tiverem conhecimento a respeito da execução dos convênios
publicados.

§ 4o Ao órgão central do SICONV compete exclusivamente: (Incluído pelo Decreto nº


6.428, de 2008 )

I - estabelecer as diretrizes e normas a serem seguidas pelos órgãos setoriais e demais


usuários do sistema, observado o art. 18 deste Decreto; (Incluído pelo Decreto nº 6.428, de
2008 )

II - sugerir alterações no ato a que se refere o art. 18 deste Decreto; e (Incluído pelo
Decreto nº 6.428, de 2008 )

III - auxiliar os órgãos setoriais na execução das normas estabelecidas neste Decreto e
no ato a que se refere o art. 18 deste Decreto. (Incluído pelo Decreto nº 6.428, de 2008 )

§ 5o A Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento,


Orçamento e Gestão funcionará como secretaria-executiva da comissão a que se refere o § 1o.
(Incluído pelo Decreto nº 6.428, de 2008 )

Art. 13-A. Os órgãos e entidades da administração pública federal deverão registrar e


manter atualizada no SICONV relação de todas as entidades privadas sem fins lucrativos aptas
a receber transferências voluntárias de recursos por meio de convênios, contratos de repasse e
termos de parceria. (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

§ 1o Serão consideradas aptas as entidades privadas sem fins lucrativos cujas


exigências previstas no cadastramento tenham sido aprovadas pelo órgão ou entidade da
administração pública federal. (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de 2011)

§ 2o Deverá ser dada publicidade à relação de que trata o caput por intermédio da sua
divulgação na primeira página do Portal dos Convênios. (Incluído pelo Decreto nº 7.568, de
2011)

CAPÍTULO IV

DA PADRONIZAÇÃO DOS OBJETOS

Art. 14. Os órgãos concedentes são responsáveis pela seleção e padronização dos
objetos mais freqüentes nos convênios.
Art. 15. Nos convênios em que o objeto consista na aquisição de bens que possam
ser padronizados, os próprios órgãos e entidades da administração pública federal
poderão adquiri-los e distribuí-los aos convenentes.

CAPÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 16. Os órgãos e entidades concedentes deverão publicar, até cento e vinte dias
após a publicação deste Decreto, no Diário Oficial da União, a relação dos objetos de
convênios que são passíveis de padronização.

Parágrafo único. A relação mencionada no caput deverá ser revista e republicada


anualmente.

Art. 16-A. A vedação prevista no inciso IV do caput do art. 2o e as exigências previstas


no inciso VI do § 2o do art. 3o e no art. 4o não se aplicam às transferências do Ministério da Saúde
destinadas a serviços de saúde integrantes do Sistema Único de Saúde - SUS. (Incluído pelo
Decreto nº 7.568, de 2011)

Art. 17. Observados os princípios da economicidade e da publicidade, ato


conjunto dos Ministros de Estado da Fazenda, Planejamento, Orçamento e Gestão e da
Controladoria-Geral da União disciplinará a possibilidade de arquivamento de
convênios com prazo de vigência encerrado há mais de cinco anos e que tenham valor
registrado de até R$ 100.000,00 (cem mil reais).

Art. 18. Os Ministros de Estado da Fazenda, do Planejamento, Orçamento e Gestão e


do Controle e da Transparência editarão ato conjunto para execução do disposto neste
Decreto.(Redação dada pelo Decreto nº 6.428, de 2008.)

Parágrafo único. O ato conjunto previsto no caput poderá dispor sobre regime de
procedimento específico de acompanhamento e fiscalização de obras e serviços de engenharia
de pequeno valor, aplicável àqueles de até R$ 750.000,00 (setecentos e cinquenta mil
reais). (Incluído pelo Decreto nº 7.594, de 2011)

Art. 18-A. Os convênios e contratos de repasse celebrados entre 30 de maio de 2008 e a


data mencionada no inciso III do art. 19 deverão ser registrados no SICONV até 31 de
dezembro de 2008. (Incluído pelo Decreto nº 6.497, de 2008)

Parágrafo único. Os Ministros de Estado da Fazenda, do Planejamento, Orçamento e


Gestão e do Controle e da Transparência regulamentarão, em ato conjunto, o registro
previsto no caput (Incluído pelo Decreto nº 6.497, de 2008)

Art. 18-B. A partir de 16 de janeiro de 2012, todos os órgãos e entidades que realizem
transferências de recursos oriundos dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União por
meio de convênios, contratos de repasse ou termos de parceria, ainda não interligadas ao SICONV,
deverão utilizar esse sistema. (Incluído pelo Decreto nº 76.41, de 2011)

Parágrafo único. Os órgãos e entidades que possuam sistema próprio de gestão de


convênios, contratos de repasse ou termos de parceria deverão promover a integração eletrônica
dos dados relativos às suas transferências ao SICONV, passando a realizar diretamente nesse
sistema os procedimentos de liberação de recursos, acompanhamento e fiscalização, execução e
prestação de contas. (Incluído pelo Decreto nº 76.41, de 2011)
Art. 19. Este Decreto entra em vigor em 1o de julho 2008, exceto: (Redação dada pelo
Decreto nº 6.428, de 2008.)

I - os arts. 16 e 17, que terão vigência a partir da data de sua publicação; e (Incluído pelo
Decreto nº 6.428, de 2008 )

II - os arts. 1o a 8o, 10, 12, 14 e 15 e 18 a 20, que terão vigência a partir de 15 de abril de
2008. (Incluído pelo Decreto nº 6.428, de 2008 )

III - o art. 13, que terá vigência a partir de 1o de setembro de 2008. (Incluído pelo
Decreto nº 6.497, de 2008)

Art. 20. Ficam revogados os arts. 48 a 57 do Decreto nº 93.872, de 23 de


dezembro de 1986, e o Decreto nº 97.916, de 6 de julho de 1989.

Brasília, 25 de julho de 2007; 186º da Independência e 119º da República.

LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA


Paulo Bernardo Silva

Este texto não substitui o publicado no DOU de 26.7.2007 e retificado no DOU de 14.9.2007.
PORTARIA INTERMINISTERIAL Nº 507, DE 24 DE NOVEMBRO DE 2011

Os MINISTROS DE ESTADO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E


GESTÃO, DA FAZENDA e CHEFE DA CONTROLADORIA- GERAL DA UNIÃO,
no uso da atribuição que lhes confere o inciso II do parágrafo único do art. 87 da
Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 18 do Decreto nº 6.170, de 25 de julho
de 2007, resolvem:

TÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º Esta Portaria regula os convênios, os contratos de repasse e os termos de


cooperação celebrados pelos órgãos e entidades da Administração Pública Federal com
órgãos ou entidades públicas ou privadas sem fins lucrativos para a execução de
programas, projetos e atividades de interesse recíproco, que envolvam a transferência de
recursos financeiros oriundos do Orçamento Fiscal e da Seguridade Social da União.

§ 1º Aplicam-se aos contratos de repasse as normas referentes a convênios


previstas nesta Portaria.

§ 2º Para os efeitos desta Portaria, considera-se:

CONCEITOS

I - concedente: órgão ou entidade da administração pública federal, direta ou


indireta, responsável pela transferência dos recursos financeiros e pela descentralização
dos créditos orçamentários destinados à execução do objeto do convênio;

II - convenente: órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta, de


qualquer esfera de governo, consórcio público ou entidade privada sem fins lucrativos,
com a qual a administração pública federal pactua a execução de programas, projetos e
atividades de interesse recíproco; também entendido como contratado no âmbito do
Contrato de Repasse;

III - contratante: órgão ou entidade da administração pública direta ou indireta da


União que pactua a execução de programa, projeto, atividade ou evento, por intermédio
de instituição financeira federal (mandatária) mediante a celebração de contrato de
repasse;
IV - contrato de repasse: instrumento administrativo por meio do qual a
transferência dos recursos financeiros processa-se por intermédio de instituição ou
agente financeiro público federal, atuando como mandatária da União;

CPS - CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS

V - contrato de prestação de serviços - CPS: instrumento jurídico que regula a


prestação de serviços realizados pela mandatária da União a favor do concedente, que
deve conter as atribuições delegadas, as limitações do mandato e a forma de
remuneração pelos serviços;

CONVÊNIO

VI - convênio: acordo ou ajuste que discipline a transferência de recursos


financeiros de dotações consignadas nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da
União e tenha como partícipe, de um lado, órgão ou entidade da administração pública
federal, direta ou indireta, e, de outro lado, órgão ou entidade da administração pública
estadual, do Distrito Federal ou municipal, direta ou indireta, consórcios públicos, ou
ainda, entidades privadas sem fins lucrativos, visando à execução de programa de
governo, envolvendo a realização de projeto, atividade, serviço, aquisição de bens ou
evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação;

CONSÓRCIO PÚBLICO

VII - consórcio público: pessoa jurídica formada exclusivamente por entes da


Federação, na forma da Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005;

[Lei 11.107/05 - Dispõe sobre normas gerais de contratação de consórcios


públicos e dá outras providências.]

CTEF - CONTRATO ADMINISTRATIVO DE EXECUÇÃO OU


FORNECIMENTO

VIII - contrato administrativo de execução ou fornecimento - CTEF: instrumento


jurídico que disciplina a execução de obra, fornecimento de bem ou serviço, regulado
pela Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais normas pertinentes à matéria, tendo
como contratante o ente que figura como convenente;

IX - órgãos de controle: instituições vinculadas aos Poderes Executivo e


Legislativo da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, que possuem
designação constitucional para orientar, auditar, fiscalizar e acompanhar a execução dos
programas, projetos e atividades de governo nos aspectos de legalidade, economicidade
e eficiência;

X - obras e serviços de interesse local: objeto cuja execução é atribuída ao


convenente mediante disponibilização orçamentária e financeira do concedente para
estruturação de serviços públicos de interesse local, a exemplo dos de transporte
coletivo, saneamento básico, bem como obras de habitação de interesse social e de
infraestrutura;

MANDATÁRIA DA UNIÃO

XI - mandatária da União: instituições e agências financeiras controladas pela


União que celebram e operacionalizam, em nome da União, os instrumentos jurídicos de
transferência de recursos aos convenentes;

XII - executor/fornecedor: pessoa física ou jurídica de direito público ou privado,


responsável pela execução de obra ou fornecimento de bem ou serviço, nos termos da
Lei nº 8.666, de 1993, e demais normas pertinentes a matéria, a partir de contrato de
execução ou fornecimento firmado com órgão ou entidade da administração pública
direta ou indireta, de qualquer esfera de governo, consórcio público ou entidade privada
sem fins lucrativos;

XIII - beneficiários finais: população diretamente favorecida pelos investimentos;

XIV - dirigente: aquele que possua vínculo com entidade privada sem fins
lucrativos e detenha qualquer nível de poder decisório, assim entendidos os
conselheiros, presidentes, diretores, superintendentes, gerentes, dentre outros;

EMPRESA ESTATAL DEPENDENTE

XV - empresa estatal dependente: empresa controlada que receba do ente


controlador recursos financeiros para pagamento de despesas com pessoal ou de custeio
em geral ou de capital, excluídos, no último caso, aqueles provenientes de aumento de
participação acionária;

ETAPA/FASE

XVI - etapa ou fase: divisão existente na execução de uma meta

INTERVENIENTE

XVII - interveniente: órgão ou entidade da administração pública direta ou


indireta de qualquer esfera de governo, ou entidade privada que participa do convênio
para manifestar consentimento ou assumir obrigações em nome próprio;

META

XVIII - meta: parcela quantificável do objeto descrita no plano de trabalho;

OBJETO
XIX - objeto: produto do convênio, contrato de repasse ou termo de cooperação,
observados o programa de trabalho e as suas finalidades;

PADRONIZAÇÃO

XX - padronização: estabelecimento de critérios e indicadores a serem seguidos


nos convênios com o mesmo objeto, definidos pelo concedente, especialmente quanto
às características do objeto e ao seu custo;

PROJETO BÁSICO

XXI - projeto básico: conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível


de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou
serviços, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que
assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do
empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra ou serviço de
engenharia e a definição dos métodos e do prazo de execução;

XXII - proponente: órgão ou entidade pública ou privada sem fins lucrativos


credenciada que manifeste, por meio de proposta de trabalho, interesse em firmar
instrumento regulado por esta Portaria;

XXIII - termo aditivo: instrumento que tenha por objetivo a modificação do


convênio já celebrado, vedada a alteração do objeto aprovado;

TERMO DE COOPERAÇÃO

XXIV - termo de cooperação: instrumento por meio do qual é ajustada a


transferência de crédito de órgão ou entidade da Administração Pública Federal para
outro órgão federal da mesma natureza ou autarquia, fundação pública ou empresa
estatal dependente;

TERMO DE PARCERIA

termo de parceria: instrumento jurídico previsto na Lei nº 9.790, de 23 de março


de 1999, para transferência de recursos para organizações sociais de interesse público; e

[Lei 9790/99 - Dispõe sobre a qualificação de pessoas jurídicas de direito privado,


sem fins lucrativos, como Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público, institui
e disciplina o Termo de Parceria, e dá outras providências.]

TERMO DE REFERÊNCIA
XXVI - termo de referência: documento apresentado quando o objeto do
convênio, contrato de repasse ou termo de cooperação envolver aquisição de bens ou
prestação de serviços, que deverá conter elementos capazes de propiciar a avaliação do
custo pela Administração, diante de orçamento detalhado, considerando os preços
praticados no mercado da região onde será executado o objeto, a definição dos métodos
e o prazo de execução do objeto.

CONDIÇÕES TÉCNICAS PARA EXECUÇÃO

§ 3º A descentralização da execução por meio de convênios somente poderá ser


efetivada para entidades públicas ou privadas para execução de objetos relacionados
com suas atividades e que disponham de condições técnicas para executá-lo.

ORÇAMENTAÇÃO

§ 4º Os órgãos ou entidades da administração pública de qualquer esfera de


governo que recebam as transferências de que trata o caput deverão incluí-las em seus
orçamentos.

§ 5º A União não está obrigada a celebrar convênios.

INTERVENIÊNCIA

§ 6º Na hipótese de o convênio vir a ser firmado por entidade dependente ou


órgão de Estado, do Distrito Federal ou de Município, o Chefe do Poder Executivo
desse ente deverá participar no instrumento a ser celebrado como interveniente, caso
não haja delegação de competência.

ACORDOS INTERNACIONAIS

§ 7° Os convênios referentes a projetos financiados com recursos de origem


externa deverão contemplar, no que couber, além do disposto nesta Portaria, os direitos
e obrigações constantes dos respectivos Acordos de Empréstimos ou Contribuições
Financeiras não reembolsáveis celebrados pela União com Organismos Internacionais,
agências governamentais estrangeiras, organizações multilaterais de crédito ou
organizações supranacionais.

NÃO APLICABILIDADE DA PORTARIA

Art. 2º Não se aplicam as exigências desta Portaria:

I - aos convênios:

COOPERAÇÃO TÉCNICA

a) cuja execução não envolva a transferência de recursos entre os partícipes;

INSTRUMENTOS ANTERIORES À PORTARIA


b) celebrados anteriormente à data da sua publicação, devendo ser observadas,
neste caso, as prescrições normativas vigentes à época da sua celebração, podendo,
todavia, se lhes aplicar naquilo que beneficiar a consecução do objeto do convênio;

PROGRAMAS DESCENTRALIZADOS

c) destinados à execução descentralizada de programas federais de atendimento


direto ao público, nas áreas de assistência social, médica e educacional, ressalvados os
convênios em que for prevista a antecipação de recursos;

PROGRAMAS DELEGADOS

d) que tenham por objeto a delegação de competência ou a autorização a órgãos


ou entidades de outras esferas de governo para a execução de atribuições determinadas
em lei, regulamento ou regimento interno, com geração de receita compartilhada; e

ACORDOS INTERNACIONAIS

e) homologados pelo Congresso Nacional ou autorizados pelo Senado Federal


naquilo em que as disposições dos tratados, acordos e convenções internacionais,
específicas, conflitarem com esta Portaria, quando os recursos envolvidos forem
integralmente oriundos de fonte externa de financiamento;

II - às transferências celebradas no âmbito:

ASSISTÊNCIA A VÍTIMAS E A TESTEMUNHAS AMEAÇADAS

a) do Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas,


instituído pela Lei nº 9.807, de 13 de julho de 1999, e regulamentado pelos Decretos nº
3.518, de 20 de junho de 2000, nº 6.044, de 12 de fevereiro de 2007, e nº 6.231, de 11
de outubro de 2007;

[Lei 9.807/99 - Estabelece normas para a organização e a manutenção de


programas especiais de proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas, institui o
Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas e dispõe sobre
a proteção de acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva
colaboração à investigação policial e ao processo criminal.]

ALIMENTAÇÃO ESCOLAR
b) do Programa Nacional de Alimentação Escolar - PNAE, instituído pela Medida
Provisória nº 2.178-36, de 24 de agosto de 2001;

DINHEIRO DIRETO NA ESCOLA

c) do Programa Dinheiro Direto na Escola - PDDE, instituído pela Medida


Provisória nº 2.178-36, de 24 de agosto de 2001;

TRANSPORTE ESCOLAR

d) do Programa Nacional de Apoio do Transporte Escolar - PNATE, instituído


pela Lei nº 10.880, de 9 de junho de 2004;

JOVENS E ADULTOS

e) do Programa de Apoio aos Sistemas de Ensino para Atendimento de Jovens e


Adultos, instituído pela Lei nº 10.880, de 9 de junho de 2004;

BRASIL ALFABETIZADO

f) do Programa Brasil Alfabetizado, instituído pela Lei nº 10.880, de 9 de junho de


2004; e

INCLUSÃO DE JOVENS

g) do Programa Nacional de Inclusão de Jovens, instituído pela Lei nº 11.692, de


10 de junho de 2008.

ORGANIZAÇÕES SOCIAIS

III - aos contratos de gestão celebrados com Organizações Sociais - OS, na forma
estabelecida pela Lei nº 9.637, de 15 de maio de 1998;

[Lei 9.637/98 - Dispõe sobre a qualificação de entidades como organizações


sociais, a criação do Programa Nacional de Publicização, a extinção dos órgãos e
entidades que menciona e a absorção de suas atividades por organizações sociais, e dá
outras providências.]

IV - às transferências a que se referem:


CIÊNCIA E TECNOLOGIA

a) a Lei nº 10.973, de 2 de dezembro de 2004;

[Lei 10.973/04 - Dispõe sobre incentivos à inovação e à pesquisa científica e


tecnológica no ambiente produtivo e dá outras providências.]

TRANSFERÊNCIAS DO S U S

b) o art. 3 º da Lei n 8.142, de 28 de dezembro de 1990;

[Lei 8.142/90 - Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema


Único de Saúde (SUS} e sobre as transferências intergovernamentais de recursos
financeiros na área da saúde e dá outras providências.

Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei serão repassados de


forma regular e automática para os Municípios, Estados e Distrito Federal, de acordo
com os critérios previstos no art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990.]

ASSISTÊNCIA SOCIAL

c) os arts. 29 e 30 da Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993;

[Lei 8.742/93 - Dispõe sobre a organização da Assistência Social e dá outras


providências.

...................

Art. 29. Os recursos de responsabilidade da União destinados à assistência social


serão automaticamente repassados ao Fundo Nacional de Assistência Social (FNAS), à
medida que se forem realizando as receitas.

Art. 30. É condição para os repasses, aos Municípios, aos Estados e ao Distrito
Federal, dos recursos de que trata esta lei, a efetiva instituição e funcionamento de:

I - Conselho de Assistência Social, de composição paritária entre governo e


sociedade civil;

II - Fundo de Assistência Social, com orientação e controle dos respectivos


Conselhos de Assistência Social;

III - Plano de Assistência Social. ]

AÇÕES DE DEFESA CIVIL

d) a Lei nº 12.340, de 1º de dezembro de 2010.

[Lei 12.340/10 - Dispõe sobre o Sistema Nacional de Defesa Civil - SINDEC,


sobre as transferências de recursos para ações de socorro, assistência às vítimas,
restabelecimento de serviços essenciais e reconstrução nas áreas atingidas por desastre,
e sobre o Fundo Especial para Calamidades Públicas, e dá outras providências.]

V - a outros casos em que lei específica discipline de forma diversa a transferência


de recursos para execução de programas em parceria do Governo Federal com governos
estaduais, municipais e do Distrito Federal ou entidade privada sem fins lucrativos.

ASSISTÊNCIA A VÍTIMAS E A TESTEMUNHAS AMEAÇADAS

VI - relativos às transferências formalizadas sob a abrangência da Lei nº 9.807, de


13 de julho de 1999, e dos Decretos nº 3.518, de 20 de junho de 2000, nº 6.044 de 12 de
fevereiro de 2007 e nº 6.231, de 11 de outubro de 2007;

[Lei 9.807/99 - Estabelece normas para a organização e a manutenção de


programas especiais de proteção a vítimas e a testemunhas ameaçadas, institui o
Programa Federal de Assistência a Vítimas e a Testemunhas Ameaçadas e dispõe sobre
a proteção de acusados ou condenados que tenham voluntariamente prestado efetiva
colaboração à investigação policial e ao processo criminal.]

AÇÕES DO PA C

VII - às transferências para execução de ações no âmbito do Programa de


Aceleração do Crescimento - PAC, regulamentadas pela Lei nº 11.578, de 26 de
novembro de 2007, exceto o disposto no Capítulo I do Título I desta Portaria.

[Lei 11.578/07 - Dispõe sobre a transferência obrigatória de recursos financeiros


para a execução pelos Estados, Distrito Federal e Municípios de ações do Programa de
Aceleração do Crescimento – PAC, e sobre a forma de operacionalização do Programa
de Subsídio à Habitação de Interesse Social – PSH nos exercícios de 2007 e 2008.]

PORTAL DOS CONVÊNIOS - SICONV

Art. 3º Os atos e os procedimentos relativos à formalização, execução,


acompanhamento, prestação de contas e informações acerca de tomada de contas
especial dos convênios e termos de parceria serão realizados no Sistema de Gestão de
Convênios e Contratos de Repasse - SICONV, aberto à consulta pública, por meio do
Portal dos Convênios.

§ 1º Os atos que, por sua natureza, não possam ser realizados no SICONV, serão
nele registrados.
§ 2º Para a celebração dos instrumentos regulados por esta Portaria, os órgãos,
entidades e entes a que se refere o art. 1º devem estar cadastrados no SICONV.

PRAZO DE ARQUIVO DOCUMENTAÇÃO - 10 ANOS

§ 3º O convenente deverá manter os documentos relacionados ao convênio pelo


prazo de 10 (dez) anos, contados da data em que foi aprovada a prestação de contas.

DIGITALIZAÇÃO - 5 ANOS

§ 4º Na hipótese de digitalização, os documentos originais serão conservados em


arquivo, pelo prazo de 5 (cinco) anos do julgamento das contas dos responsáveis
concedentes e contratantes pelo Tribunal de Contas da União, findo o qual poderão ser
incinerados mediante termo.

PROGRAMAS DE GOVERNO

Art. 4º Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal que pretenderem


executar programas, projetos e atividades que envolvam transferências de recursos
financeiros deverão divulgar anualmente no SICONV a relação dos programas a serem
executados de forma descentralizada e, quando couber, critérios para a seleção do
convenente.

§ 1º A relação dos programas de que trata o caput será divulgada em até 60


(sessenta) dias após a sanção da Lei Orçamentária Anual e deverá conter:

I - a descrição dos programas;

CRITÉRIOS DE ELEGIBILIDADE DOS PROGRAMAS

II - as exigências, padrões, procedimentos, critérios de elegibilidade e de


prioridade, estatísticas e outros elementos que possam auxiliar a avaliação das
necessidades locais; e

III - tipologias e padrões de custo unitário detalhados, de forma a orientar a


celebração dos convênios.

§ 2º Os critérios de elegibilidade e de prioridade deverão ser estabelecidos de


forma objetiva, com base nas diretrizes e objetivos dos respectivos programas, visando
atingir melhores resultados na execução do objeto, considerando, entre outros aspectos,
a aferição da qualificação técnica e da capacidade operacional do convenente.

§ 3º O concedente deverá adotar procedimentos claros, objetivos, simplificados e


padronizados que orientem os interessados, de modo a facilitar o seu acesso direto aos
órgãos da administração pública federal.
CAPÍTULO I

DAS DEFINIÇÕES DE COMPETÊNCIAS E RESPONSABILIDADES NO


ÂMBITO DAS TRANSFERÊNCIAS DA UNIÃO PARA EXECUÇÃO DE OBRAS E
SERVIÇOS DE INTERESSE LOCAL

Art. 5º Ao concedente caberá promover:

CONCEDENTE - COMPETÊNCIAS

I - a gestão dos programas, projetos e atividades, mediante:

a) monitoramento, acompanhamento e fiscalização do convênio, além da


avaliação da execução e dos resultados;

b) definição das diretrizes gerais e os procedimentos operacionais para a sua


implementação;

c) análise de enquadramento e seleção das propostas apresentadas pelos órgãos ou


entidades da administração pública, direta ou indireta, de qualquer esfera de governo,
consórcio público ou entidade privada sem fins lucrativos, com vistas à celebração de
convênio;

d) descentralização dos créditos orçamentários e financeiros a favor do


convenente.

II - a operacionalização da execução dos programas, projetos e atividades,


mediante:

DIVULGAÇÃO DAS NORMAS

a) divulgação de atos normativos e orientações aos convenentes;

PROPOSTAS - ANÁLISE A APROVAÇÃO

b) análise e aprovação da documentação técnica, institucional e jurídica das


propostas selecionadas, inclusive projeto básico;

CELEBRAÇÃO DO CONVÊNIO

c) celebração dos convênios decorrentes das propostas selecionadas;

LICITAÇÃO - AVALIAÇÃO PELO CONCEDENTE


d) verificação de realização do procedimento licitatório pelo convenente, atendo-
se à documentação no que tange: à contemporaneidade do certame; aos preços do
licitante vencedor e sua compatibilidade com os preços de referência; ao respectivo
enquadramento do objeto conveniado com o efetivamente licitado; e, ao fornecimento
pelo convenente de declaração expressa firmada por representante legal do órgão ou
entidade convenente, ou registro no SICONV que a substitua, atestando o atendimento
às disposições legais aplicáveis;

COMUNICAÇÃO AO LEGISLATIVO LOCAL

e) execução orçamentária e financeira necessária aos convênios, providenciando


os devidos registros nos sistemas da União, além de comunicar às câmaras municipais e
assembléias legislativas da assinatura do termo e da liberação de recursos financeiros
que tenham efetuado, a qualquer título, para os municípios, no prazo de dois dias úteis,
contado da data da liberação, em conformidade com a Lei nº 9.452, de 1997;

ACOMPANHAR A EXECUÇÃO DO CONVÊNIO

f) acompanhamento e ateste da execução do objeto conveniado, assim como


verificação da regular aplicação das parcelas de recursos, condicionando sua liberação
ao cumprimento de metas previamente estabelecidas;

PRESTAÇÃO DE CONTAS - ANÁLISE E APROVAÇÃO

g) análise e aprovação da prestação de contas dos recursos aplicados;

T.C.E. - NOTIFICAR E ABRIR

h) notificação do convenente, quando não apresentada a prestação de contas dos


recursos aplicados ou constatada a má aplicação dos recursos públicos transferidos, e
instaurando, se for o caso, a competente Tomada de Contas Especial.

CPS - DELEGAR COMPETÊNCIA

§ 1º A União poderá delegar as atribuições contidas nas alíneas constantes do


inciso II deste artigo a instituição financeira oficiais mediante celebração de contrato de
prestação de serviços - CPS específico, competindo também à mandatária escolhida:

CPS - OBRIGAÇÕES

I - assegurar a fiel observância de seus atos normativos internos e aos expedidos


pelos concedentes;
II - manter o concedente informado sobre o andamento dos convênios e
encaminhar as informações necessárias ao processo de acompanhamento e avaliação da
execução e dos resultados das ações;

III - observar as disposições contidas no contrato de prestação de serviços - CPS


assinado com o concedente para operacionalização dos programas, projetos e atividades.

CPS - FISCALIZAÇÃO

§ 2º A fiscalização pelo concedente consistirá em:

I - ateste da aquisição de bens e da execução dos serviços realizados no âmbito do


convênio a cada medição, por meio da verificação da compatibilidade dos quantitativos
apresentados nas medições com os quantitativos efetivamente executados, ressalvado o
disposto no Título V, Capítulo VII - Do procedimento Simplificado de Fiscalização,
Contratação, Execução e Acompanhamento para Obras e Serviços de Engenharia de
Pequeno Valor; e

PROJETO BÁSICO - ALTERAÇÕES

II - análise e aprovação das eventuais reformulações de projetos básicos quando


houver modificação dos projetos de engenharia e das especificações dos serviços, desde
que fundamentadas e justificadas em relatórios técnicos de engenharia elaborados pelo
convenente, preferencialmente aprovadas pelo responsável técnico pela elaboração dos
projetos de engenharia, observando todas as exigências estabelecidas pela Lei nº 8.666,
de 1993, para alteração de contratos administrativos.

ART - EXIGÊNCIA

§ 3º O concedente deverá verificar a existência de Anotação de Responsabilidade


Técnica - ART, quando se tratar de obras e serviços de engenharia.

CONVENENTE - COMPETÊNCIAS

Art. 6º Ao convenente compete:

I - encaminhar à concedente suas propostas, na forma e prazos estabelecidos;

II - definir por etapa/fase a forma de execução, direta ou indireta, do objeto


conveniado;

ATENDER AS EXIGÊNCIAS LEGAIS

III - elaborar os projetos técnicos relacionados ao objeto pactuado, reunir toda


documentação jurídica e institucional necessária à celebração do convênio, de acordo
com os normativos do programa, bem como apresentar documentos de titularidade
dominial da área de intervenção, licenças e aprovações de projetos emitidos pelo órgão
ambiental competente, órgão ou entidade da esfera municipal, estadual, do Distrito
Federal ou federal e concessionárias de serviços públicos, conforme o caso, e nos
termos da legislação aplicável;

ART e FISCALIZAR OBRAS

IV - executar e fiscalizar os trabalhos necessários à consecução do objeto


pactuado no convênio, observando prazos e custos, designando profissional habilitado
no local da intervenção com a respectiva Anotação de Responsabilidade Técnica - ART;

EXECUTAR COM QUALIDADE TÉCNICA

V - assegurar, na sua integralidade, a qualidade técnica dos projetos e da execução


dos produtos e serviços conveniados, em conformidade com as normas brasileiras e os
normativos dos programas, ações e atividades, determinando a correção de vícios que
possam comprometer a fruição do benefício pela população beneficiária, quando
detectados pelo concedente ou pelos órgãos de controle;

VI - selecionar as áreas de intervenção e os beneficiários finais em conformidade


com as diretrizes estabelecidas pela concedente, podendo estabelecer outras que
busquem refletir situações de vulnerabilidade econômica e social, informando a
concedente sempre que houver alterações;

LICITAÇÃO - RESPONSABILIDADE

VII - realizar, sob sua inteira responsabilidade, o processo licitatório nos termos
da Lei nº 8.666, de 1993, e demais normas pertinentes à matéria, assegurando a correção
dos procedimentos legais, a suficiência do projeto básico, da planilha orçamentária
discriminativa do percentual de Bonificação e Despesas Indiretas - BDI utilizado e o
respectivo detalhamento de sua composição, por item de orçamento ou conjunto deles, e
a disponibilidade de contrapartida, quando for o caso, sempre que optar pela execução
indireta de obras e serviços, ressalvada a exceção contida no art. 57 desta Portaria.

LICITAÇÃO - DECLARAÇÃO

VIII - apresentar declaração expressa firmada por representante legal do órgão ou


entidade convenente, ou registro no SICONV que a substitua, atestando o atendimento
às disposições legais aplicáveis ao procedimento licitatório;

FISCALIZAR EXECUÇÃO DO CONTRATO

IX - exercer, na qualidade de contratante, a fiscalização sobre o contrato


administrativo de execução ou fornecimento - CTEF;
PARTICIPAÇÃO POPULAR

X - estimular a participação dos beneficiários finais na elaboração e


implementação do objeto do convênio, bem como na manutenção do patrimônio gerado
por estes investimentos;

CONTROLE SOCIAL

XI - no caso dos entes municipais e do Distrito Federal, notificar os partidos


políticos, os sindicatos de trabalhadores e as entidades empresariais com sede no
município ou Distrito Federal quando ocorrer a liberação de recursos financeiros pelo
concedente, como forma de incrementar o controle social, em conformidade com a Lei
nº 9.452, de 1997, facultada a notificação por meio eletrônico;

[Lei 9.452/97 – Determina que as Câmaras Municipais sejam obrigatoriamente


notificadas da liberação de recursos federais para os respectivos Municípios e dá outras
providências.

...................

Art. 2º A Prefeitura do Município beneficiário da liberação de recursos, de que


trata o art. 1º desta Lei, notificará os partidos políticos, os sindicatos de trabalhadores e
as entidades empresariais, com sede no Município, da respectiva liberação, no prazo de
dois dias úteis, contado da data de recebimento dos recursos.]

BENS - MANTER e CONSERVAR

XII - operar, manter e conservar adequadamente o patrimônio público gerado


pelos investimentos decorrentes do convênio, após a execução do convênio;

PRESTAR CONTAS - DEVER

XIII - prestar contas dos recursos transferidos pela concedente destinados à


consecução do objeto do convênio;

PRESTAR INFORMAÇÕES

XIV - fornecer à concedente, a qualquer tempo, informações sobre as ações


desenvolvidas para viabilizar o acompanhamento e avaliação do processo;

EDITAL - RESPONSABILIDADE DA CONTRATADA

XV - prever no edital de licitação e no contrato de execução ou fornecimento -


CTEF que a responsabilidade pela qualidade das obras, materiais e serviços
executados/fornecidos é da empresa contratada para esta finalidade, inclusive a
promoção de readequações, sempre que detectadas impropriedades que possam
comprometer a consecução do objeto conveniado;

REGISTROS NO SICONV

XVI - realizar no SICONV os atos e os procedimentos relativos à formalização,


execução, acompanhamento, prestação de contas e informações acerca de tomada de
contas especial dos convênios, quando couber;

APURAR REPONSABILIDADES

XVII - instaurar processo administrativo apuratório, inclusive processo


administrativo disciplinar, quando constatado o desvio ou malversação de recursos
públicos, irregularidade na execução do contrato ou gestão financeira do convênio,
comunicando tal fato ao concedente;

LICITAÇÃO - REGISTRAR NO SICONV

XVIII - registrar no SICONV o extrato do edital de licitação, o preço estimado


pela Administração para a execução do serviço e a proposta de preço total ofertada por
cada licitante com o seu respectivo CNPJ, o termo de homologação e adjudicação, o
extrato do CTEF e seus respectivos aditivos, a Anotação de Responsabilidade Técnica -
ART dos projetos, dos executores e da fiscalização de obras, e os boletins de medições.

§ 1º O descumprimento de quaisquer das obrigações dispostas nos incisos


anteriores acarretará ao convenente a prestação de esclarecimentos perante o
concedente.

§ 2º Prestados os esclarecimentos de que trata o parágrafo anterior, o concedente,


aceitando-os, fará constar nos autos do processo a justificativa prestada e dará ciência à
Controladoria-Geral da União.

CIENTIFICAR MINISTÉRIO PÚBLICO

§ 3º Ao tomar conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela dará


ciência aos órgãos de controle e, havendo fundada suspeita de crime ou de improbidade
administrativa, cientificará o Ministério Público.

FISCALIZAÇÃO - PELO CONVENENTE

§ 4º A fiscalização pelo convenente consiste na atividade administrativa realizada


de modo sistemático, prevista na Lei nº 8.666, de 1993, com a finalidade de verificar o
cumprimento das disposições contratuais, técnicas e administrativas em todos os seus
aspectos.

§ 5º A fiscalização pelo convenente deverá:

I - manter profissional ou equipe de fiscalização constituída de profissionais


habilitados e com experiência necessária ao acompanhamento e controle das obras e
serviços;

II - apresentar ao concedente a Anotação de Responsabilidade Técnica - ART da


prestação de serviços de fiscalização a serem realizados, quando se tratar de obras e
serviços de engenharia; e

III - verificar se os materiais aplicados e os serviços realizados atendem os


requisitos de qualidade estabelecidos pelas especificações técnicas dos projetos de
engenharia aprovados;

CAPÍTULO II

DO CHAMAMENTO PÚBLICO OU CONCURSO DE PROJETOS

CHAMAMENTO PÚBLICO

Art. 7º Para a celebração dos instrumentos regulados por esta Portaria com entes
públicos, o órgão ou entidade da Administração Pública Federal poderá, com vista a
selecionar projetos e órgãos ou entidades públicas que tornem mais eficaz a execução
do objeto, realizar chamamento público no SICONV, que deverá conter, no mínimo:

I - a descrição dos programas a serem executados de forma descentralizada; e

II - os critérios objetivos para a seleção do convenente ou contratado, com base


nas diretrizes e nos objetivos dos respectivos programas.

CHAMAMENTO PÚBLICO - PUBLICIDADE

Parágrafo único. Deverá ser dada publicidade ao chamamento público, pelo prazo
mínimo de 15 (quinze) dias, especialmente por intermédio da divulgação na primeira
página do sítio oficial do órgão ou entidade concedente, bem como no Portal dos
Convênios.

Art. 8º A formação de parceria para execução descentralizada de atividades, por


meio de convênio ou termo de parceria, com entidades privadas sem fins lucrativos
deverá ser precedida de chamamento público ou concurso de projetos a ser realizado
pelo órgão ou entidade concedente, visando à seleção de projetos ou entidades que
tornem eficaz o objeto do ajuste.
CHAMAMENTO PÚBLICO - EDITAL

§ 1º O edital do chamamento público ou concurso de projetos conterá, no mínimo,


as seguintes informações:

I - especificação do objeto da parceria;

II - datas, prazos, condições, local e forma de apresentação das propostas;

III - datas e critérios objetivos de seleção e julgamento das propostas;

IV - exigência de declaração da entidade proponente de que apresentará, para


celebração do instrumento, comprovante do exercício, nos últimos 3 (três) anos de
atividades referentes à matéria objeto do convênio ou termo de parceria que pretenda
celebrar com órgão ou entidade, nos termos do § 7º deste artigo;

V - valor previsto para a realização do objeto da parceria; e

VI - previsão de contrapartida, quando cabível.

CHAMAMENTO PÚBLICO - ANÁLISE DAS PROPOSTAS

§ 2º A análise das propostas submetidas ao chamamento público ou concurso de


projetos deverá observar os seguintes aspectos, dentre outros que poderão ser fixados
pelo órgão ou entidade concedente:

I - a capacidade técnica e operacional do proponente para a execução do objeto da


parceria; e

II - a adequação da proposta apresentada ao objeto da parceria, inclusive quanto


aos custos, cronograma e resultados previstos.

CHAMAMENTO PÚBLICO - RESULTADO

§ 3º O resultado do chamamento público ou concurso de projetos deverá ser


devidamente fundamentado pelo órgão ou entidade concedente.

CHAMAMENTO PÚBLICO - PUBLICIDADE


§ 4º Deverá ser dada publicidade ao chamamento público ou concurso de projetos,
inclusive ao seu resultado, especialmente por intermédio da divulgação na primeira
página do sítio oficial do órgão ou entidade concedente, bem como no Portal dos
Convênios.

§ 5º As informações previstas no § 4º deverão permanecer acessíveis no Portal de


Convênios por um período não inferior a 5 (cinco) anos, contados da data da divulgação
do resultado do chamamento público ou concurso de projetos.

ONG's - COMPROVAR AÇÕES CORRELATAS

§ 6º A celebração do convênio ou termo de parceria com entidades privadas sem


fins lucrativos será condicionada à apresentação pela entidade do comprovante do
exercício, nos últimos três anos, de atividades referentes à matéria objeto da parceria.

ONG's - FORMAS DE COMPROVAR AS AÇÕES

§ 7º A comprovação a que se refere o § 6º poderá ser efetuada mediante a


apresentação de instrumentos similares firmados com órgãos e entidades da
Administração Pública, relatórios de atividades desenvolvidas, declarações de conselhos
de políticas públicas, secretarias municipais ou estaduais responsáveis pelo
acompanhamento da área objeto da parceria, dentre outras.

§ 8º A comprovação a que se refere o § 6º deverá ser relativa aos três anos


anteriores à data prevista para a celebração do convênio, termo de parceria ou contrato
de repasse, devendo ser esta data previamente divulgada por meio do edital de
chamamento público ou de concurso de projetos.

CHAMAMENTO PÚBLICO - MOTIVOS PARA DISPENSA

Art. 9º O titular do órgão ou da entidade concedente poderá, mediante decisão


fundamentada, excepcionar a exigência prevista no art. 8º nas seguintes situações:

I - nos casos de emergência ou calamidade pública, quando caracterizada situação


que demande a realização ou manutenção de convênio, termo de parceria ou contrato de
repasse pelo prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias consecutivos e ininterruptos,
contados da ocorrência da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação da vigência
do instrumento;

II - para a realização de programas de proteção a pessoas ameaçadas ou em


situação que possa comprometer sua segurança; e
III - nos casos em que o projeto, atividade ou serviço objeto do convênio ou
contrato de repasse já seja realizado adequadamente mediante parceria com a mesma
entidade há pelo menos cinco anos e cujas respectivas prestações de contas tenham sido
devidamente aprovadas.

CAPÍTULO III

DAS VEDAÇÕES

PROIBIÇÕES

Art. 10. É vedada a celebração de convênios:

VALORES MÍNIMOS PARA SOLICITAÇÃO

I - com órgãos e entidades da administração pública direta e indireta dos Estados,


Distrito Federal e Municípios cujo valor seja inferior a R$ 100.000,00 (cem mil reais)
ou, no caso de execução de obras e serviços de engenharia, exceto elaboração de
projetos de engenharia, nos quais o valor da transferência da União seja inferior a R$
250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais);

ONG's - POLÍTICOS OU PARENTES

II - com entidades privadas sem fins lucrativos que tenham como dirigente agente
político de Poder ou do Ministério Público, tanto quanto dirigente de órgão ou entidade
da administração pública, de qualquer esfera governamental, ou respectivo cônjuge ou
companheiro, bem como parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo
grau;

CONVÊNIOS ENTRE ÓRGÃOS FEDERAIS

III - entre órgãos e entidades da Administração Pública federal, casos em que


deverão ser firmados termos de cooperação;

INADIMPLENTES

IV - com órgão ou entidade, de direito público ou privado, que esteja em mora,


inadimplente com outros convênios celebrados com órgãos ou entidades da
Administração Pública Federal, ou irregular em qualquer das exigências desta Portaria;

PESSOAS FÍSICAS OU ENTIDADES COM FINS LUCRATIVOS

V - com pessoas físicas ou entidades privadas com fins lucrativos;


OPERAÇÃO DE CRÉDITO EXTERNO

VI - visando à realização de serviços ou execução de obras a serem custeadas,


ainda que apenas parcialmente, com recursos externos sem a prévia contratação da
operação de crédito externo;

SEM CONDIÇÕES TÉCNICAS

VII - com entidades públicas ou privadas cujo objeto social não se relacione às
características do programa ou que não disponham de condições técnicas para executar
o convênio; e

QUE NÃO COMPROVEM AÇÕES CORRELATAS

VIII - com entidades privadas sem fins lucrativos que não comprovem ter
desenvolvido, nos últimos três anos, atividades referentes à matéria objeto do convênio;
e

IX - com entidades privadas sem fins lucrativos que tenham, em suas relações
anteriores com a União, incorrido em pelo menos uma das seguintes condutas:

ONG's - OMISSÃO PRESTAÇÃO DE CONTAS

a) omissão no dever de prestar contas;

ONG's - DESCUMPRIMENTO DO OBJETO

b) descumprimento injustificado do objeto de convênios, contratos de repasse ou


termos de parceria;

ONG's - DESVIO DE FINALIDADE

c) desvio de finalidade na aplicação dos recursos transferidos;

ONG's - DANO AO ERÁRIO

d) ocorrência de dano ao Erário; ou

ONG's - ILÍCITOS EM CONVÊNIOS

e) prática de outros atos ilícitos na execução de convênios, contratos de repasse ou


termos de parceria.

§ 1° Para fins de alcance do limite estabelecido no inciso I do caput, é permitido:

CONSÓRCIO

I - consorciamento entre os órgãos e entidades da administração pública direta e


indireta dos Estados, Distrito Federal e Municípios; e

JUNÇÃO DE OBJETOS
II - celebração de convênios com objeto que englobe vários programas e ações
federais a serem executados de forma descentralizada, devendo o objeto conter a
descrição pormenorizada e objetiva de todas as atividades a serem realizadas com os
recursos federais.

§ 2° Os órgãos e as entidades concedentes procederão, segundo normas próprias e


sob sua exclusiva responsabilidade, às inclusões no Cadastro Informativo de Créditos
não Quitados do Setor Público Federal - CADIN, de pessoas físicas ou jurídicas que se
enquadrem na hipótese prevista no inciso IV do caput, observando-se as normas
vigentes a respeito desse cadastro, em especial a Lei n° 10.522, de 19 de julho de 2002.

[Lei 10.522/02 - Dispõe sobre o Cadastro Informativo dos créditos não quitados
de órgãos e entidades federais e dá outras providências]

§ 3º Os valores relativos à tarifa de serviços da mandatária da União,


correspondentes aos serviços para operacionalização da execução dos
programas, projetos e atividades estabelecidos no inciso II do caput do art. 5º desta
Portaria, compõem o valor da transferência da União a que se refere o inciso I
deste artigo.

Incluìdo pela PI 205/12, de 14.05.12, publicada no DOU de 15.05.12.

CAPÍTULO IV

DO PROTOCOLO DE INTENÇÕES

PROTOCOLO DE INTENÇÕES

Art. 11. O Protocolo de Intenções é um instrumento com objetivo de reunir vários


programas e ações federais a serem executados de forma descentralizada, devendo o
objeto conter a descrição pormenorizada e objetiva de todas as atividades a serem
realizadas com os recursos federais.

Parágrafo único. Na hipótese prevista no caput, os órgãos e entidades da


administração pública federal que decidirem implementar programas em um único
objeto deverão formalizar protocolo de intenções, que conterá, entre outras, as seguintes
cláusulas:

I - descrição detalhada do objeto, indicando os programas por ele abrangidos;

II - indicação do concedente responsável pelo protocolo;


III - o montante dos recursos que cada órgão ou entidade irá repassar;

IV - definição das responsabilidades dos partícipes, inclusive quanto ao


acompanhamento e fiscalização na forma prevista nesta Portaria; e

V - a duração do ajuste.

CAPÍTULO V

DA PLURIANUALIDADE

EXERCÍCIO FINANCEIRO FUTURO

Art. 12. Nos instrumentos regulados por esta Portaria, cuja duração ultrapasse um
exercício financeiro, indicar-se-á o crédito e respectivo empenho para atender à despesa
no exercício em curso, bem como cada parcela da despesa relativa à parte a ser
executada em exercício futuro, mediante registro contábil.

Parágrafo único. O registro a que se refere o caput acarretará a responsabilidade


de o concedente incluir em suas propostas orçamentárias dos exercícios seguintes a
dotação necessária à execução do convênio.

CAPÍTULO VI

DO CONSÓRCIO PÚBLICO

CONSÓRCIO PÚBLICO

Art. 13. Os órgãos e entidades da Administração Pública Federal darão


preferência às transferências voluntárias para Estados, Distrito Federal e Municípios
cujas ações sejam desenvolvidas por intermédio de consórcios públicos, constituídos
segundo o disposto na Lei nº 11.107, de 2005.

Art. 14. A celebração do convênio com consórcio público para a transferência de


recursos da União está condicionada ao atendimento, pelos entes federativos
consorciados, das exigências legais aplicáveis, sendo vedada sua celebração caso exista
alguma irregularidade por parte de qualquer dos entes consorciados.
Art. 15. Os Estados, os Municípios e o Distrito Federal poderão executar o objeto
do convênio celebrado com a União por meio de consórcio público a que estejam
associados.

Parágrafo único. Para efeito do disposto no caput, o convênio poderá indicar o


consórcio público como responsável pela execução, sem prejuízo das responsabilidades
dos convenentes.

TÍTULO II

DO CREDENCIAMENTO, DA PROPOSTA DE TRABALHO E DO


CADASTRAMENTO

Art. 16. Para apresentar proposta de trabalho, o interessado deverá estar


credenciado no SICONV.

Art. 17. As informações prestadas no credenciamento e no cadastramento devem


ser atualizadas pelo convenente até que sejam exauridas todas as obrigações referentes
ao convênio.

CAPÍTULO I

DO CREDENCIAMENTO

CREDENCIAMENTO

Art. 18. O credenciamento será realizado diretamente no SICONV e conterá, no


mínimo, as seguintes informações:

I - nome, endereço da sede, endereço eletrônico e número de inscrição no


Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ, bem como endereço residencial do
responsável que assinará o instrumento, quando se tratar de instituições públicas; e

II - razão social, endereço, endereço eletrônico, número de inscrição no Cadastro


Nacional de Pessoas Jurídicas - CNPJ, transcrição do objeto social da entidade
atualizado, relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade, com endereço,
número e órgão expedidor da carteira de identidade e CPF de cada um deles, quando se
tratar das entidades privadas sem fins lucrativos.
CAPÍTULO II

DA PROPOSTA DE TRABALHO

PROPOSTA DE TRABALHO

Art. 19. O proponente credenciado manifestará seu interesse em celebrar


instrumentos regulados por esta Portaria mediante apresentação de proposta de trabalho
no SICONV, em conformidade com o programa e com as diretrizes disponíveis no
sistema, que conterá, no mínimo:

I - descrição do objeto a ser executado;

II - justificativa contendo a caracterização dos interesses recíprocos, a relação


entre a proposta apresentada e os objetivos e diretrizes do programa federal e a
indicação do público alvo, do problema a ser resolvido e dos resultados esperados;

III - estimativa dos recursos financeiros, discriminando o repasse a ser realizado


pelo concedente e a contrapartida prevista para o proponente, especificando o valor de
cada parcela e do montante de todos os recursos, na forma estabelecida em lei;

IV - previsão de prazo para a execução; e

V - informações relativas à capacidade técnica e gerencial do proponente para


execução do objeto.

Parágrafo único. Os concedentes poderão exigir o prévio cadastramento para


encaminhamento das propostas de trabalho.

CONCEDENTE - ANÁLISE DA PROPOSTA

Art. 20. O concedente analisará a proposta de trabalho e:

I - no caso da aceitação:

PRÉ-EMPENHO
a) o concedente realizará o pré-empenho, que será vinculado à proposta e só
poderá ser alterado por intermédio do SICONV;

b) o proponente atenderá às exigências para efetivação do cadastro e incluirá o


Plano de Trabalho no SICONV; e

c) informará ao proponente das exigências e pendências verificadas.

II - no caso de recusa:

a) o concedente registrará o indeferimento no SICONV; e

b) comunicará ao proponente o indeferimento da proposta.

CAPÍTULO III

DO CADASTRAMENTO

CADASTRAMENTO - SICAF

Art. 21. O cadastramento dos proponentes oriundos do Orçamento Fiscal e da


Seguridade Social da União será realizado em órgão ou entidade concedente ou nas
unidades cadastradoras do Sistema de Cadastro Unificado de Fornecedores - SICAF a
ele vinculadas, e terá validade de 1 (um) ano, sem prejuízo do disposto no art. 16 desta
Portaria.

§ 1º O representante do proponente responsável pela entrega dos documentos e


das informações para fins de cadastramento, deverá comprovar seu vínculo com o
cadastrado, demonstrando os poderes para representá-lo neste ato.

CADASTRAMENTO - DOCUMENTAÇÃO

§ 2º A comprovação a que se refere o parágrafo anterior, sem prejuízo da


apresentação adicional de qualquer documento hábil, poderá ser feita mediante
apresentação de:

RG e CPF

I - cópia autenticada dos documentos pessoais do representante, em especial,


Carteira de Identidade e com Cadastro de Pessoas Físicas - CPF;

INVESTIDURA NO CARGO

II - cópia autenticada do diploma eleitoral, acompanhada da publicação da


portaria de nomeação ou outro instrumento equivalente, que delegue competência para
representar o ente, órgão ou entidade pública, quando for o caso; e

ONG's - ATA DA ASSEMBLÉIA


III - cópia autenticada da ata da assembléia que elegeu o corpo dirigente da
entidade privada sem fins lucrativos, devidamente registrada no cartório competente,
acompanhada de instrumento particular de procuração, com firma reconhecida, assinada
pelo dirigente máximo, quando for o caso.

§ 3º Nos casos em que o cadastramento for realizado pelo concedente, os


documentos referidos no art. 22 desta Portaria poderão ser encaminhados
antecipadamente ao órgão repassador dos recursos, inclusive via postal, pelo dirigente
máximo da entidade privada sem fins lucrativos.

ONG's - CADASTRAMENTO

Art. 22. Para a realização do cadastramento das entidades privadas sem fins
lucrativos será exigido:

ONG's - ESTATUTO

I - cópia do estatuto ou contrato social registrado no cartório competente e suas


alterações;

ONG's - RELAÇÃO DOS DIRIGENTES

II - relação nominal atualizada dos dirigentes da entidade, com Cadastro de


Pessoas Físicas - CPF;

ONG's - DECLARAÇÃO INEXISTÊNCIA DE DÍVIDAS

III - declaração do dirigente máximo da entidade acerca da inexistência de dívida


com o Poder Público e de inscrição nos bancos de dados públicos ou privados de
proteção ao crédito;

ONG's - DECLARAÇÃO DE DESVINCULAÇÃO COM FUNÇÃO PÚBLICA

IV - declaração da autoridade máxima da entidade informando que nenhuma das


pessoas relacionadas no inciso II é agente político de Poder ou do Ministério Público,
tanto quanto dirigente de órgão ou entidade da administração pública, de qualquer
esfera governamental, ou respectivo cônjuge ou companheiro, bem como parente em
linha reta, colateral ou por afinidade, até o segundo grau;

ONG's - EXISTÊNCIA HÁ 3 ANOS

V - prova de inscrição da entidade no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas -


CNPJ pelo prazo mínimo de 3 (três) anos, quando vier a celebrar o instrumento;

ONG's - CERTIDÕES NEGATIVAS

VI - prova de regularidade com as Fazendas Federal, Estadual, do Distrito Federal


e Municipal e com o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS, na forma da lei;
e
ONG's - COMPROVAR AÇÕES CORRELATAS AO OBJETO

VII - comprovante do exercício nos últimos 3 (três) anos, pela entidade privada
sem fins lucrativos, de atividades referentes à matéria objeto do convênio ou contrato de
repasse que pretenda celebrar com órgãos e entidades da administração pública federal.

CONCEDENTE - APROVAÇÃO DAS AÇÕES CORRELATAS

§ 1º A comprovação do requisito constante no inciso VII deste artigo deverá ser


aprovada pelo órgão ou entidade da administração pública federal responsável pela
matéria objeto do convênio ou contrato de repasse que se pretenda celebrar.

§ 2º A comprovação das exigências previstas no inciso VII deste artigo e no art.


6º, bem como a vedação prevista no inciso IX do art. 10, não se aplicam às
transferências do Ministério da Saúde destinadas a serviços de saúde integrantes do
Sistema Único de Saúde - SUS.

ONG's – CADASTRO ENTIDADES APTAS

§ 3º Os órgãos e entidades da administração pública federal deverão registrar e


manter atualizada no SICONV relação de todas as entidades privadas sem fins
lucrativos aptas a receber transferências voluntárias de recursos por meio de convênios e
termos de parceria.

§ 4º Serão consideradas aptas as entidades privadas sem fins lucrativos cujas


exigências previstas no cadastramento tenham sido aprovadas pelo órgão ou entidade da
administração pública federal.

§ 5º Deverá ser dada publicidade à relação de que trata o inciso II deste artigo por
intermédio da sua divulgação na primeira página do Portal dos Convênios.

Art. 23. Para o cadastramento dos órgãos e entidades públicas dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, será exigida a atualização das informações constantes
do credenciamento, respeitadas as exigências do art. 18 desta Portaria.

TÍTULO III

DA CONTRAPARTIDA, DO PLANO DE TRABALHO E DO PROJETO


BÁSICO

CAPÍTULO I

DA CONTRAPARTIDA

CONTRAPARTIDA - CÁLCULO

Art. 24. A contrapartida, quando houver, será calculada sobre o valor total do
objeto e poderá ser atendida por meio de recursos financeiros e de bens ou serviços, se
economicamente mensuráveis.
CONTRAPARTIDA - DEPOSITAR NA CONTA CONVÊNIO

§ 1º A contrapartida, quando financeira, deverá ser depositada na conta bancária


específica do convênio em conformidade com os prazos estabelecidos no cronograma
de desembolso.

CONTRAPARTIDA - ECONOMICAMENTE MENSURÁVEL

§ 2º A contrapartida por meio de bens e serviços, quando aceita, deverá ser


fundamentada pelo concedente e ser economicamente mensurável devendo constar do
instrumento, cláusula que indique a forma de aferição do valor correspondente em
conformidade com os valores praticados no mercado ou, em caso de objetos
padronizados, com parâmetros previamente estabelecidos.

CONTRAPARTIDA - L.D.O.

§ 3º A contrapartida, a ser aportada pelo convenente, será calculada observados os


percentuais e as condições estabelecidas na lei federal anual de diretrizes orçamentárias.

CONTRAPARTIDA - COMPROVAR

§ 4º O proponente deverá comprovar que os recursos, bens ou serviços referentes


à contrapartida proposta estão devidamente assegurados.

§ 5º A contrapartida a ser aportada pelos entes públicos, quando financeira, deverá


ser comprovada por meio de previsão orçamentária.

§ 6º A contrapartida não financeira para os entes públicos poderá ser aceita, salvo
disposição legal em contrário.

CAPÍTULO II

DO PLANO DE TRABALHO

PLANO DE TRABALHO

Art. 25. O Plano de Trabalho, que será avaliado após a efetivação do cadastro do
proponente, conterá, no mínimo:

I - justificativa para a celebração do instrumento;

II - descrição completa do objeto a ser executado;

III - descrição das metas a serem atingidas;


IV - definição das etapas ou fases da execução;

V - cronograma de execução do objeto e cronograma de desembolso; e

VI - plano de aplicação dos recursos a serem desembolsados pelo concedente e da


contrapartida financeira do proponente, se for o caso.

PLANO DE TRABALHO - ANÁLISE

ONG's - AVALIAÇÃO CAPACIDADE TÉCNICA

Art. 26. O Plano de Trabalho será analisado quanto à sua viabilidade e adequação
aos objetivos do programa e, no caso das entidades privadas sem fins lucrativos, será
avaliada sua qualificação técnica e capacidade operacional para gestão do instrumento,
de acordo com critérios estabelecidos pelo órgão ou entidade repassador de recursos.

§ 1º Será comunicada ao proponente qualquer irregularidade ou imprecisão


constatadas no Plano de Trabalho, que deverá ser sanada no prazo estabelecido pelo
concedente.

§ 2º A ausência da manifestação do proponente no prazo estipulado implicará a


desistência no prosseguimento do processo.

PLANO DE TRABALHO - AJUSTES

§ 3º Os ajustes realizados durante a execução do objeto integrarão o Plano de


Trabalho, desde que submetidos e aprovados previamente pela autoridade competente.

CAPÍTULO III

DA COMPOSIÇÃO DE PREÇOS

BENEFÍCIOS E DESPESAS INDIRETAS - BDI

Art. 27. O preço para a contratação de obras e serviços de engenharia executados


com recursos do orçamento da União será obtido a partir do custo acrescido da parcela
de Benefícios e Despesas Indiretas - BDI.

Parágrafo único. O BDI deverá evidenciar em sua composição, exclusivamente:

I - taxa de rateio da administração central;


II - percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço, excluídos aqueles
de natureza direta e personalística que oneram o contratado;

III - taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento;

IV - taxa de lucro; e

V - taxa das despesas financeiras.

Art. 28. O preço orçado será proposto pelo convenente com vistas à execução do
objeto conveniado.

BDI - ANÁLISE

Art. 29. A análise do preço orçado deverá considerar:

I - a análise do custo orçado, realizada por meio da seleção das parcelas de custos
mais relevantes, identificadas por meio da aplicação do método denominado curva
ABC, contemplando no mínimo 10% (dez por cento) do número de itens da planilha
que somados correspondam ao valor mínimo de 80% (oitenta por cento) do valor total
das obras e serviços de engenharia orçados; e

II - o BDI orçado, devidamente detalhado na forma estabelecida nesta Portaria,


que não poderá ser superior ao BDI de referência estabelecido pelo concedente, salvo
em condições especiais devidamente justificadas em relatório técnico circunstanciado,
elaborado por profissional habilitado e aprovado pelo concedente.

Parágrafo único. O custo global orçado pelo convenente não poderá ultrapassar o
custo global de referência.

Art. 30. O preço de referência é o parâmetro de admissibilidade do concedente


para aprovação do preço orçado e do contratado.

SINAPI e SICRO
§ 1º O custo de referência será obtido a partir de composições de custos unitários,
previstas no projeto, menores ou iguais à mediana de seus correspondentes no Sistema
Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil - SINAPI, mantido e
divulgado, na internet, pela Caixa Econômica Federal, e, no caso de obras e serviços
rodoviários, à tabela do Sistema de Custos de Obras Rodoviárias - SICRO.

BDI - CONCEDENTE ESTIPULA % DE REFERÊNCIA

§ 2º O percentual do BDI de referência aceitável deverá ser estabelecido pelo


concedente.

PREÇO GLOBAL - LIMITES

Art. 31. O preço global orçado, bem como o preço global contratado não poderão
ultrapassar o preço de referência em qualquer regime de execução indireta.

Art. 32. No regime de execução indireta por preço unitário, o preço de cada item
da planilha vencedora do processo licitatório deverá ser igual ou inferior ao de
referência.

OBRAS - ACOMPANHAMENTO

Art. 33. O acompanhamento da execução pelo concedente será realizado por


metas componentes do Plano de Trabalho e de acordo com o orçamento e o cronograma
de execução do objeto aprovado pelo concedente e não por serviços unitários ou
insumos aplicados.

Art. 34. Os aditivos ao Contrato Administrativo de Execução ou Fornecimento -


CTEF relativos a quantitativos de serviços ou preços decorrentes de diferenças entre o
projeto aprovado pelo concedente e a execução ou reajustamento/realinhamento de
preços não acarretarão nova análise ou reprogramação no convênio por parte do
concedente.

§ 1º Outros sistemas de referência poderão ser utilizados nos casos de


incompatibilidade de adoção daqueles de que trata o § 1º do art. 30 desta Portaria,
devendo sua necessidade ser demonstrada por justificação técnica elaborada pelo órgão
mantenedor do novo sistema, o qual deve ser aprovado pelo Ministério do
Planejamento, Orçamento e Gestão e divulgado pela Internet.

§ 2º Nos casos de itens não constantes dos sistemas de referência mencionados


neste artigo, o custo será apurado por meio de pesquisa de mercado e justificado pela
Administração.

§ 3º Na elaboração dos preços de referência, serão adotadas variações locais dos


custos, desde que constantes do sistema de referência utilizado.
§ 4º Deverá constar do projeto básico a que se refere o art. 6º, inciso IX, da Lei nº
8.666, de 1993, inclusive de suas eventuais alterações, a anotação de responsabilidade
técnica pelas planilhas orçamentárias, as quais deverão ser compatíveis com o projeto e
os custos do sistema de referência, nos termos deste artigo.

[Lei 8.666/93 – Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,


institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências.

Art. 6o Para os fins desta Lei, considera-se:

IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível


de precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou
serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos
preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto
ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a
definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os seguintes elementos:

a) desenvolvimento da solução escolhida de forma a fornecer visão global da obra


e identificar todos os seus elementos constitutivos com clareza;

b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a


minimizar a necessidade de reformulação ou de variantes durante as fases de elaboração
do projeto executivo e de realização das obras e montagem;

c) identificação dos tipos de serviços a executar e de materiais e equipamentos a


incorporar à obra, bem como suas especificações que assegurem os melhores resultados
para o empreendimento, sem frustrar o caráter competitivo para a sua execução;

d) informações que possibilitem o estudo e a dedução de métodos construtivos,


instalações provisórias e condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter
competitivo para a sua execução;

e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra,


compreendendo a sua programação, a estratégia de suprimentos, as normas de
fiscalização e outros dados necessários em cada caso;

f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos


de serviços e fornecimentos propriamente avaliados;]

§ 5º Ressalvado o regime de empreitada por preço global, os demais regimes de


execução deverão observar as seguintes disposições:

I - a diferença percentual entre o valor global do contrato e o obtido a partir dos


custos unitários do sistema de referência utilizado não poderá ser reduzida, em favor do
contratado, em decorrência de aditamentos que modifiquem a planilha orçamentária;
II - o licitante vencedor não está obrigado a adotar os custos unitários ofertados
pelos licitantes vencidos; e

III - somente em condições especiais, devidamente justificadas em relatório


técnico circunstanciado, elaborado por profissional habilitado e aprovado pelo órgão
gestor dos recursos ou seu mandatário, poderão os custos unitários do orçamento base
da licitação exceder o limite fixado no § 1º do art. 30, sem prejuízo da avaliação do
controle.

§ 6º No caso de adoção do regime de empreitada por preço global, previsto no art.


6º, inciso VIII, alínea "a", da Lei nº 8.666, de 1993, devem ser observadas as seguintes
disposições:

[VIII - Execução indireta - a que o órgão ou entidade contrata com terceiros sob
qualquer dos seguintes regimes: (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)

a) empreitada por preço global - quando se contrata a execução da obra ou do


serviço por preço certo e total;]

I - o preço contratado pelo convenente poderá utilizar parâmetros de custos


unitários diferentes daqueles fixados no § 1º do art. 30, desde que o preço global e o de
cada uma das etapas previstas no cronograma físico-financeiro do contrato, observado o
caput deste artigo, fique igual ou abaixo do preço de referência, assegurado aos órgãos
de controle o acesso irrestrito a essas informações para fins de verificação da
observância deste inciso;

II - o CTEF deverá conter cronograma físico-financeiro com a especificação física


completa das etapas necessárias à medição, ao monitoramento e ao controle das obras,
não se aplicando, a partir da assinatura do CTEF e para efeito de execução, medição,
monitoramento, fiscalização e auditoria, os custos unitários da planilha de formação do
preço;

III - mantidos os critérios estabelecidos no caput deste artigo, deverá constar do


edital e do contrato cláusula expressa de concordância do contratado com a adequação
do projeto básico, sendo que as alterações contratuais sob alegação de falhas ou
omissões em qualquer das peças, orçamentos, plantas, especificações, memoriais e
estudos técnicos preliminares do projeto não poderão ultrapassar, no seu conjunto, 10%
(dez por cento) do valor total do contrato, computando- se esse percentual para
verificação do limite do art. 65, § 1º, da Lei nº 8.666, de 1993;

[Lei 8.666/93 - Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,


institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências.

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas
justificativas, nos seguintes casos:
§ 1o O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições contratuais, os
acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras, serviços ou compras, até 25% (vinte
e cinco por cento) do valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de
reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para
os seus acréscimos.]

OBRAS - VALOR DO TERMO ADITIVO

IV - a formação do preço dos aditivos contratuais contará com orçamento


específico detalhado em planilhas elaboradas pelo órgão ou entidade responsável pela
licitação, mantendo-se, em qualquer aditivo contratual, a proporcionalidade da diferença
entre o valor global estimado pela administração nos termos deste artigo e o valor
global contratado, mantidos os limites do art. 65, § 1º, da Lei nº 8.666, de 1993;

V - na situação prevista no inciso IV deste parágrafo, uma vez formalizada a


alteração contratual, não se aplicam, para efeito de execução, medição, monitoramento,
fiscalização e auditoria, os custos unitários da planilha de formação do preço do edital,
assegurado ao controle interno e externo o acesso irrestrito a essas informações para fins
de verificação da observância dos incisos I e IV deste parágrafo; e

VI - somente em condições especiais, devidamente justificadas em relatório


técnico circunstanciado, elaborado por profissional habilitado e aprovado pelo órgão
gestor dos recursos ou seu mandatário, poderão os custos das etapas do cronograma
físico-financeiro exceder o limite fixado nos incisos I e IV deste parágrafo, sem prejuízo
da avaliação dos órgãos de controle interno e externo.

EDITAL - PUBLICAR SÓ APÓS ASSINATURA DO CONVÊNIO

Art. 35. Os editais de licitação para consecução do objeto conveniado somente


poderão ser publicados após a assinatura do respectivo convênio e aprovação do projeto
técnico pelo concedente.

EDITAL - PUBLICAR D.O.U.

Parágrafo único. A publicação do extrato do edital de licitação deverá ser feita no


Diário Oficial da União, em atendimento ao art. 21, inciso I, da Lei nº 8.666, de 1993,
sem prejuízo ao uso de outros veículos de publicidade usualmente utilizados pelo
convenente.

[Lei 8.666/93 - Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,


institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências.

Art. 21. Os avisos contendo os resumos dos editais das concorrências, das
tomadas de preços, dos concursos e dos leilões, embora realizados no local da repartição
interessada, deverão ser publicados com antecedência, no mínimo, por uma vez:
(Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
I - no Diário Oficial da União, quando se tratar de licitação feita por órgão ou
entidade da Administração Pública Federal e, ainda, quando se tratar de obras
financiadas parcial ou totalmente com recursos federais ou garantidas por instituições
federais; (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)]

LICITAÇÃO - ANTES DA ASSINATURA DO CONVÊNIO

Art. 36. Poderá ser aceita licitação realizada antes da assinatura do convênio,
desde que observadas as seguintes condições:

I - que fique demonstrado que a contratação é mais vantajosa para o convenente,


se comparada com a realização de uma nova licitação;

II - que a licitação tenha seguido as regras estabelecidas na Lei nº 8.666, de 1993,


inclusive quanto à obrigatoriedade da existência de previsão de recursos orçamentários
que assegurassem o pagamento das obrigações decorrentes de obras ou serviços a serem
executadas;

III - que o projeto básico, no caso de obras de engenharia, tenha sido elaborado de
acordo com o que preceitua a Lei nº 8.666, de 1993;

IV - que o objeto da licitação deve guardar compatibilidade com o objeto do


convênio, caracterizado no Plano de Trabalho, sendo vedada a utilização de objetos
genéricos ou indefinidos; e

V - que a empresa vencedora da licitação venha mantendo durante a execução do


contrato, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas na licitação.

CAPITULO IV

DO PROJETO BÁSICO E DO TERMO DE REFERÊNCIA

PROJETO BÁSICO E TERMO DE REFÊRENCIA

CELEBRAÇÃO COM PENDÊNCIA

Art. 37. Nos convênios, o projeto básico ou o termo de referência deverá ser
apresentado antes da celebração do instrumento, sendo facultado ao concedente exigi-lo
depois, desde que antes da liberação da primeira parcela dos recursos.

PB e/ou TR - PODE SER DISPENSADO

§ 1º O projeto básico ou o termo de referência poderá ser dispensado no caso de


padronização do objeto, a critério da autoridade competente do concedente, em
despacho fundamentado.

PB e/ou TR - PRORROGADO UMA VEZ


§ 2º O projeto básico ou o termo de referência deverá ser apresentado no prazo
fixado no instrumento, prorrogável uma única vez por igual período, a contar da data da
celebração, conforme a complexidade do objeto.

PB e/ou TR - PRAZO MÁXIMO DE 18 MESES

§ 3º O prazo de que trata o § 2º não poderá ultrapassar 18 (dezoito) meses,


incluída a prorrogação, se houver.

PB e/ou TR - APROVAÇÃO

§ 4º O projeto básico ou o termo de referência será apreciado pelo concedente e,


se aprovado, ensejará a adequação do Plano de Trabalho.

PB e/ou TR - VÍCIOS SANÁVEIS

§ 5º Constatados vícios sanáveis no projeto básico ou no termo de referência,


estes serão comunicados ao convenente, que disporá de prazo para saná-los.

PB e/ou TR - NÃO APROVADOS EXTINGUE CONVÊNIO

§ 6º Caso o projeto básico ou o termo de referência não seja entregue no prazo


estabelecido no parágrafo anterior ou receba parecer contrário à sua aprovação,
proceder-se-á à extinção do convênio, caso já tenha sido assinado.

PB e/ou TR - FINANCIAMENTO PARA ELABORAÇÃO

§ 7º Quando houver, no Plano de Trabalho, a previsão de transferência de recursos


para a elaboração do projeto básico ou do termo de referência, é facultada a liberação do
montante correspondente ao custo do serviço.

TÍTULO IV

DA CELEBRAÇÃO

CAPÍTULO I

DAS CONDIÇÕES PARA A CELEBRAÇÃO

DOCUMENTAÇÃO - CELEBRAÇÃO

Art. 38. São condições para a celebração de convênios, a serem cumpridas pelo
convenente, conforme previsto na Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, na
Lei de Diretrizes Orçamentárias e nas demais normas aplicáveis:

[Lei Complementar 101/00 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências]

DECLARAÇÃO QUE INSTITUIU, PREVIU E ARRECADOU OS IMPOSTOS


I - Demonstração do exercício da Plena Competência Tributária, que se constitui
no cumprimento da obrigação de instituir, prever e arrecadar os impostos de
competência constitucional do Ente Federativo a que se vincula o convenente, conforme
dispõe o parágrafo único do art. 11 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000,
comprovada por meio de apresentação de declaração do chefe do executivo de que
instituiu, previu e arrecadou os impostos de competência constitucional, juntamente
com o comprovante de remessa da declaração para o respectivo Tribunal de Contas por
meio de recibo do protocolo, aviso de recebimento ou carta registrada; com validade até
30 de abril do exercício subseqüente, para os Municípios, e até 31 de maio do exercício
subseqüente, para os Estados e para o Distrito Federal;

[Art. 11. Constituem requisitos essenciais da responsabilidade na gestão fiscal a


instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos da competência
constitucional do ente da Federação.

Parágrafo único. É vedada a realização de transferências voluntárias para o ente


que não observe o disposto no caput, no que se refere aos impostos]

C R P - REGULARIDADE

II - Regularidade Previdenciária, constituída pela observância dos critérios e das


regras gerais para a organização e o funcionamento dos regimes próprios de previdência
social dos servidores públicos, cujo Certificado de Regularidade Previdenciária - CRP é
emitido pela Secretaria de Políticas de Previdência Social - SPPS do Ministério da
Previdência Social - MPS, em atendimento ao disposto no art. 7º da Lei nº 9.717, de 27
de novembro de 1998, e no Decreto nº 3.788, de 11 de abril de 2001, sendo válida no
prazo e condições da respectiva certidão;

[Lei 9.717/98 - Dispõe sobre regras gerais para a organização e o funcionamento


dos regimes próprios de previdência social dos servidores públicos da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos militares dos Estados e do Distrito
Federal e dá outras providências.

.....................

Art. 7º O descumprimento do disposto nesta Lei pelos Estados, Distrito Federal e


Municípios e pelos respectivos fundos, implicará, a partir de 1º de julho de 1999:

I - suspensão das transferências voluntárias de recursos pela União;

II - impedimento para celebrar acordos, contratos, convênios ou ajustes, bem


como receber empréstimos, financiamentos, avais e subvenções em geral de órgãos ou
entidades da Administração direta e indireta da União;]

[Dec. 3.788/01 - Institui, no âmbito da Administração Pública Federal, o


Certificado de Regularidade Previdenciária- CRP
Art. 1º O Ministério da Previdência e Assistência Social fornecerá aos órgãos ou
entidades da Administração Pública direta e indireta da União Certificado de
Regularidade Previdenciária -CRP, que atestará o cumprimento dos critérios e
exigências estabelecidos na Lei nº 9.717, de 27 de novembro de 1998, pelos regimes
próprios de previdência social dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, nos
seguintes casos:

I - realização de transferências voluntárias de recursos pela União;

II - celebração de acordos, contratos, convênios ou ajustes, bem como de


empréstimos, financiamentos, avais e subvenções em geral de órgãos ou entidades da
Administração direta e indireta da União;]

RECEITA FEDERAL - REGULARIDADE

III - regularidade quanto a Tributos e Contribuições Federais e à Dívida Ativa da


União, conforme dados da Certidão Conjunta de Débitos relativos a Tributos e
Contribuições Federais e à Dívida Ativa da União, fornecida pelos sistemas da
Secretaria da Receita Federal do Brasil - RFB e da Procuradoria-Geral da Fazenda
Nacional - PGFN, em atendimento ao disposto no art. 25, § 1º, inciso IV, alínea "a", da
Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, e art. 27, inciso IV, art. 29 e art. 116
da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, sendo válida no prazo e condições da
respectiva certidão;

[Lei Complementar 101/00 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência
voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a
título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação
constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.

§ 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das


estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:

IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:

a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e


financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de
recursos anteriormente dele recebidos;]

[Lei 8.666/93 - Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,


institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências
Art. 27. Para a habilitação nas licitações exigir-se-á dos interessados,
exclusivamente, documentação relativa a:

IV - regularidade fiscal.

Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o caso,


consistirá em:

Art. 116. Aplicam-se as disposições desta Lei, no que couber, aos convênios,
acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebrados por órgãos e entidades da
Administração.]

I N S S - REGULARIDADE

IV - regularidade quanto a Contribuições Previdenciárias, conforme dados da


Certidão Negativa de Débito (CND), fornecida pelo sistema da Secretaria da Receita
Federal do Brasil, relativamente às contribuições previdenciárias e às contribuições
devidas, por lei, a terceiros, incluindo as inscrições em Dívida Ativa do INSS, em
atendimento ao disposto no art. 195, § 3º, da Constituição Federal, e art. 25, § 1º, inciso
IV, alínea "a" da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, sendo válida no
prazo e condições da respectiva certidão;

[CF, Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições
sociais:

......................

§ 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como


estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios]

[Lei Complementar 101/00 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência
voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a
título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação
constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.

§ 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das


estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:

IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:

a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e


financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de
recursos anteriormente dele recebidos;]
C A D I N - REGULARIDADE

V - regularidade perante o Poder Público Federal, conforme consulta ao Cadastro


Informativo dos Créditos não Quitados do Setor Público Federal (CADIN), cuja
verificação da existência de débitos perante os órgãos e entidades do Poder Público
Federal atende ao disposto no art. 6º da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, sendo sua
comprovação verificada por meio da informação do cadastro mantido no Sistema de
Informações do Banco Central do Brasil - SISBACEN, do Banco Central do Brasil
(BACEN), e de acordo com os procedimentos da referida Lei;

[Lei 10.522/02 - Dispõe sobre o Cadastro Informativo dos créditos não quitados
de órgãos e entidades federais e dá outras providências.

Art. 6o É obrigatória a consulta prévia ao Cadin, pelos órgãos e entidades da


Administração Pública Federal, direta e indireta, para:

III - celebração de convênios, acordos, ajustes ou contratos que envolvam


desembolso, a qualquer título, de recursos públicos, e respectivos aditamentos.]

F G T S - REGULARIDADE

VI - regularidade quanto a Contribuições para o FGTS, conforme dados do


Certificado de Regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - CRF/FGTS,
fornecido pelo Sistema de Controle da Caixa Econômica Federal (CAIXA), cuja
comprovação de regularidade, quanto ao depósito das parcelas devidas ao Fundo, atende
ao disposto nos arts. 29, inciso IV, e 116 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e art.
25, inciso IV da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, sendo válida no prazo
e condições do respectivo certificado;

[Lei 8.666/93 - Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal,


institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras
providências.

Art. 29. A documentação relativa à regularidade fiscal, conforme o caso,


consistirá em:

....................

IV - prova de regularidade relativa à Seguridade Social e ao Fundo de Garantia


por Tempo de Serviço (FGTS), demonstrando situação regular no cumprimento dos
encargos sociais instituídos por lei. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)]

[Lei Complementar 101/00 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência
voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a
título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação
constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.

§ 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das


estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:

IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:]

PRESTAÇÃO DE CONTAS - REGULARIDADE

VII - regularidade quanto à Prestação de Contas de Recursos Federais Recebidos


Anteriormente, em atendimento ao disposto no art. 25, § 1º, inciso IV, alínea "a" da Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, mediante consulta:

[Lei Complementar 101/00 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência
voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a
título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação
constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.

§ 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das


estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:

IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:

a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e


financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de
recursos anteriormente dele recebidos;]

a) ao Subsistema TRANSFERÊNCIAS do Sistema de Administração Financeira


do Governo Federal - SIAFI, da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), para os
convênios firmados sob a égide da Instrução Normativa STN nº 1, de 15 de janeiro de
1997;

b) ao SICONV, para aqueles firmados sob a égide da Portaria Interministerial


MP/MF/MCT nº 127, de 2008, dos Ministérios do Planejamento, Orçamento e Gestão,
da Fazenda e do Controle e Transparência, e sob a égide desta Portaria;

VIII - regularidade em relação à Adimplência Financeira em Empréstimos e


Financiamentos concedidos pela União, e administrados pela Secretaria do Tesouro
Nacional (STN), em atendimento ao disposto no art. 25, § 1º, inciso IV, alínea "a", da
Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, comprovada mediante informação de
adimplência prestada pela STN;
[Lei Complementar 101/00 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas
para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência
voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a
título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação
constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.

§ 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das


estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:

IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:

a) que se acha em dia quanto ao pagamento de tributos, empréstimos e


financiamentos devidos ao ente transferidor, bem como quanto à prestação de contas de
recursos anteriormente dele recebidos;]

EDUCAÇÃO - COMPROVAR APLICAÇÃO DE 25%

IX - aplicação mínima de recursos na área da Educação, em atendimento ao


disposto no art. 212, da Constituição Federal, e no art. 25, § 1º, inciso IV, alínea "b", da
Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, e que se constitui na aplicação anual,
na manutenção e desenvolvimento do ensino, do percentual mínimo de vinte e cinco por
cento da receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências,
cujos dados do exercício encerrado devem ser fornecidos pelo Ente Federativo ao Fundo
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), para processamento pelo Sistema
de Informações sobre Orçamentos Públicos em Educação (SIOPE), com validade até a
apresentação dos dados de um novo exercício, limitado às datas de 30 de abril do
exercício subseqüente, para Municípios, e de 31 de maio do exercício subseqüente, para
os Estados e para o Distrito Federal, ou, na impossibilidade de verificação por meio
desse sistema, apresentação de certidão emitida pelo Tribunal de Contas competente;

[CF, Art. 212. A União aplicará, anualmente, nunca menos de dezoito, e os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios vinte e cinco por cento, no mínimo, da
receita resultante de impostos, compreendida a proveniente de transferências, na
manutenção e desenvolvimento do ensino.]

[Lei Complementar 101/00 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência
voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a
título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação
constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
§ 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das
estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:

IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:

b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde;]

SAÚDE - COMPROVAR APLICAÇÃO

X - aplicação mínima de recursos na área da Saúde, em atendimento ao disposto


no art. 198, § 2º, da Constituição Federal, no art. 77, do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias, e no art. 25, § 1º, inciso IV, alínea "b", da Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, e que se constitui na aplicação anual, em
ações e serviços públicos de saúde, dos percentuais mínimos da receita resultante de
impostos, compreendida a proveniente de transferências, cujos dados do exercício
encerrado devem ser fornecidos pelo Ente Federativo ao Ministério da Saúde (MS), para
processamento pelo Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde
(SIOPS), com validade até a apresentação dos dados de um novo exercício, limitado às
datas de 30 de abril do exercício subseqüente, para municípios, e 31 de maio do
exercício subseqüente, para Estados e Distrito Federal ou, na impossibilidade de
verificação por meio desse sistema, apresentação de certidão emitida pelo Tribunal de
Contas competente;

[CF, Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede
regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com
as seguintes diretrizes:

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,


anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos derivados da
aplicação de percentuais calculados sobre: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29,
de 2000)

I - no caso da União, na forma definida nos termos da lei complementar prevista


no § 3º; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos


impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts. 157 e 159,
inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos
respectivos Municípios; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, o produto da arrecadação dos


impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts. 158 e 159,
inciso I, alínea b e § 3º.(Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)]

[CF, ADCT, Art. 77. Até o exercício financeiro de 2004, os recursos mínimos
aplicados nas ações e serviços públicos de saúde serão equivalentes: (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 29, de 2000)
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, doze por cento do produto da
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 155 e dos recursos de que tratam os arts.
157 e 159, inciso I, alínea a, e inciso II, deduzidas as parcelas que forem transferidas aos
respectivos Municípios; e (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de 2000)

III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, quinze por cento do produto da
arrecadação dos impostos a que se refere o art. 156 e dos recursos de que tratam os arts.
158 e 159, inciso I, alínea b e § 3º. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 29, de
2000)]

[Lei Complementar 101/00 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência
voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a
título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação
constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.

§ 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das


estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:

IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:

b) cumprimento dos limites constitucionais relativos à educação e à saúde;]

PUBLICAÇÃO RELATÓRIO DE GESTÃO FISCAL

XI - publicação do Relatório de Gestão Fiscal - RGF, no prazo de até 30 dias após


o encerramento de cada quadrimestre ou semestre, a ser apresentado a gestor de órgão
ou entidade concedente, ou ainda à Caixa Econômica Federal (CAIXA), na forma da lei,
em atendimento ao disposto nos arts. 54, 55 e 63, inciso II, alínea "b", da Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, com validade até a data-limite de
publicação do Relatório subseqüente, verificada por meio de comprovação de
publicação, podendo ser utilizados os relatórios disponíveis no Sistema de Coleta de
Dados Contábeis dos Entes da Federação (SIsTN), gerido pela Caixa Econômica
Federal (CAIXA) e pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), em regime de
cooperação, de cada um dos Poderes e órgãos elencados no art. 20, da Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, ou por meio de declaração do secretário
de finanças ou do secretário responsável pela divulgação de informações contábeis e
fiscais atestando a publicação dos titulares dos Poderes e órgãos, juntamente com o
comprovante de remessa da declaração para o respectivo Tribunal de Contas por meio
de recibo do protocolo, aviso de recebimento ou carta registrada;

[Lei Complementar 101/00 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
Art. 54. Ao final de cada quadrimestre será emitido pelos titulares dos Poderes e
órgãos referidos no art. 20 Relatório de Gestão Fiscal, assinado pelo:

Art. 55. O relatório conterá:

I - comparativo com os limites de que trata esta Lei Complementar, dos seguintes
montantes:

a) despesa total com pessoal, distinguindo a com inativos e pensionistas;

b) dívidas consolidada e mobiliária;

c) concessão de garantias;

d) operações de crédito, inclusive por antecipação de receita;

e) despesas de que trata o inciso II do art. 4o;

II - indicação das medidas corretivas adotadas ou a adotar, se ultrapassado


qualquer dos limites;

III - demonstrativos, no último quadrimestre:

a) do montante das disponibilidades de caixa em trinta e um de dezembro;

b) da inscrição em Restos a Pagar, das despesas:

1) liquidadas;

2) empenhadas e não liquidadas, inscritas por atenderem a uma das condições do


inciso II do art. 41;

3) empenhadas e não liquidadas, inscritas até o limite do saldo da disponibilidade


de caixa;

4) não inscritas por falta de disponibilidade de caixa e cujos empenhos foram


cancelados;

c) do cumprimento do disposto no inciso II e na alínea b do inciso IV do art. 38.

Art. 63. É facultado aos Municípios com população inferior a cinqüenta mil
habitantes optar por:

I - aplicar o disposto no art. 22 e no § 4o do art. 30 ao final do semestre;

II - divulgar semestralmente:

a) (VETADO)

b) o Relatório de Gestão Fiscal;

c) os demonstrativos de que trata o art. 53;]


CUMPRIMENTO DOS LIMITES DA L.R.F.

XII - inexistência de vedação ao recebimento de transferência voluntária por


descumprimento dos seguintes limites, em atendimento ao disposto no art. 23, § 3º, e
art. 25, inciso IV, alínea "c", da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000,
mediante análise das informações declaradas, de acordo com as orientações previstas no
Manual de Demonstrativos Fiscais da Secretaria do Tesouro Nacional, nos Relatórios de
Gestão Fiscal (RGF), de cada um dos Poderes e órgãos elencados no art. 20 da Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, disponíveis no Sistema de Coleta de
Dados Contábeis dos Entes da Federação (SIsTN), gerido pela Caixa Econômica
Federal (CAIXA) e pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), em regime de
cooperação, ou entregue pelo Ente Federativo, ou mediante a declaração do secretário
de finanças ou do secretário responsável pela divulgação de informações contábeis e
fiscais atestando o cumprimento pelos Poderes e órgãos, juntamente com o
comprovante de remessa da declaração para o respectivo Tribunal de Contas por meio
de recibo do protocolo, aviso de recebimento ou carta registrada; com validade até a
data de publicação do RGF subseqüente:

a) limites de despesa total com pessoal; constante do Anexo I, do RGF;

b) limites das dívidas consolidada e mobiliária; constante do Anexo II, do RGF;

c) limite de operações de crédito, inclusive por antecipação de receita; constante


do Anexo IV, do RGF;

d) limite de inscrição em Restos a Pagar, aplicável para o último ano do mandato,


constante do Anexo VI, do RGF.

[Lei Complementar 101/00 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20,
ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no
art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes,
sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências
previstas nos §§ 3o e 4o do art. 169 da Constituição.

§ 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o


excesso, o ente não poderá:
I - receber transferências voluntárias;

Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência
voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a
título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação
constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.

§ 1o São exigências para a realização de transferência voluntária, além das


estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias:

IV - comprovação, por parte do beneficiário, de:

c) observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária, de operações de


crédito, inclusive por antecipação de receita, de inscrição em Restos a Pagar e de
despesa total com pessoal;]

ENTREGA DAS CONTAS ANUAIS

XIII - encaminhamento das Contas Anuais (Demonstrativos Contábeis citados na


Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964), para a consolidação das contas dos Entes da
Federação relativas ao exercício anterior, em atendimento ao disposto no art. 51 da Lei
Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, cujo registro é procedido pela própria
Secretaria do Tesouro Nacional (STN), com base no Sistema de Coleta de Dados
Contábeis dos Entes da Federação (SIsTN), gerido pela Caixa Econômica Federal
(CAIXA) e pela STN, em regime de cooperação, o que deverá ocorrer até as datas-
limite de 30 de abril do exercício subseqüente, para os Municípios, e de 31 de maio,
para Estados ou Distrito Federal, comprovada mediante informação de adimplência
prestada pela STN;

[Lei Complementar 101/00 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

Art. 51. O Poder Executivo da União promoverá, até o dia trinta de junho, a
consolidação, nacional e por esfera de governo, das contas dos entes da Federação
relativas ao exercício anterior, e a sua divulgação, inclusive por meio eletrônico de
acesso público.

§ 1o Os Estados e os Municípios encaminharão suas contas ao Poder Executivo da


União nos seguintes prazos:

I - Municípios, com cópia para o Poder Executivo do respectivo Estado, até trinta
de abril;

II - Estados, até trinta e um de maio.

§ 2o O descumprimento dos prazos previstos neste artigo impedirá, até que a


situação seja regularizada, que o ente da Federação receba transferências voluntárias e
contrate operações de crédito, exceto as destinadas ao refinanciamento do principal
atualizado da dívida mobiliária.]

PUBLICAÇÃO DO RREO

XIV - publicação do Relatório Resumido da Execução Orçamentária (RREO), no


prazo de até 30 dias após o encerramento de cada bimestre, em atendimento ao disposto
nos arts. 52 e 53 da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, a ser apresentado
a gestor de órgão ou entidade concedente, ou ainda à Caixa Econômica Federal
(CAIXA), na forma da lei, com validade até a data-limite de publicação do relatório
subseqüente, podendo ser utilizado o relatório disponível no Sistema de Coleta de
Dados Contábeis dos Entes da Federação (SIsTN), gerido pela Caixa Econômica
Federal (CAIXA) e pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), em regime de
cooperação, ou a declaração de publicação do secretário de finanças ou do secretário
responsável pela divulgação de informações contábeis e fiscais juntamente com a
remessa da declaração para o respectivo Tribunal de Contas por meio de recibo do
protocolo, aviso de recebimento ou carta registrada;

[Lei Complementar 101/00 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

Art. 52. O relatório a que se refere o § 3o do art. 165 da Constituição abrangerá


todos os Poderes e o Ministério Público, será publicado até trinta dias após o
encerramento de cada bimestre e composto de:

I - balanço orçamentário, que especificará, por categoria econômica, as:

a) receitas por fonte, informando as realizadas e a realizar, bem como a previsão


atualizada;

b) despesas por grupo de natureza, discriminando a dotação para o exercício, a


despesa liquidada e o saldo;

II - demonstrativos da execução das:

a) receitas, por categoria econômica e fonte, especificando a previsão inicial, a


previsão atualizada para o exercício, a receita realizada no bimestre, a realizada no
exercício e a previsão a realizar;

b) despesas, por categoria econômica e grupo de natureza da despesa,


discriminando dotação inicial, dotação para o exercício, despesas empenhada e
liquidada, no bimestre e no exercício;

c) despesas, por função e subfunção.


§ 1o Os valores referentes ao refinanciamento da dívida mobiliária constarão
destacadamente nas receitas de operações de crédito e nas despesas com amortização da
dívida.

§ 2o O descumprimento do prazo previsto neste artigo sujeita o ente às sanções


previstas no § 2o do art. 51.

Art. 53. Acompanharão o Relatório Resumido demonstrativos relativos a:

I - apuração da receita corrente líquida, na forma definida no inciso IV do art. 2o,


sua evolução, assim como a previsão de seu desempenho até o final do exercício;

II - receitas e despesas previdenciárias a que se refere o inciso IV do art. 50;

III - resultados nominal e primário;

IV - despesas com juros, na forma do inciso II do art. 4o;

V - Restos a Pagar, detalhando, por Poder e órgão referido no art. 20, os valores
inscritos, os pagamentos realizados e o montante a pagar.

§ 1o O relatório referente ao último bimestre do exercício será acompanhado


também de demonstrativos:

I - do atendimento do disposto no inciso III do art. 167 da Constituição, conforme


o § 3o do art. 32;

II - das projeções atuariais dos regimes de previdência social, geral e próprio dos
servidores públicos;

III - da variação patrimonial, evidenciando a alienação de ativos e a aplicação dos


recursos dela decorrentes.

§ 2o Quando for o caso, serão apresentadas justificativas:

I - da limitação de empenho;

II - da frustração de receitas, especificando as medidas de combate à sonegação e


à evasão fiscal, adotadas e a adotar, e as ações de fiscalização e cobrança.

COMPROVAR DESPESAS DE CARÁTER CONTINUADO - PPP

XV - comprovação de que as Despesas de Caráter Continuado Derivadas do


Conjunto das Parcerias Público-Privadas já contratadas no ano anterior limitam-se a 3%
(três por cento) da receita corrente líquida do exercício e se as despesas anuais dos
contratos vigentes nos 10 (dez) anos subseqüentes limitam-se a 3% (três por cento) da
receita corrente líquida projetada para os respectivos exercícios, conforme disposto no
art. 28, da Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004; comprovado por meio de análise
do anexo XVII do Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO) do 6º
bimestre, de acordo com as orientações previstas no Manual de Demonstrativos Fiscais
da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), ou por meio de declaração de regularidade
quanto aos limites estabelecidos na Lei nº 11.079, de 30 de dezembro de 2004, do chefe
do executivo ou do secretário de finanças juntamente com a remessa da declaração para
o Tribunal de Contas competente por meio de recibo do protocolo, aviso de recebimento
ou carta registrada com validade até 30 de janeiro do ano subseqüente;

[Lei 11.079/04 - Institui normas gerais para licitação e contratação de parceria


público-privada no âmbito da administração pública

Art. 28. A União não poderá conceder garantia e realizar transferência voluntária
aos Estados, Distrito Federal e Municípios se a soma das despesas de caráter continuado
derivadas do conjunto das parcerias já contratadas por esses entes tiver excedido, no ano
anterior, a 1% (um por cento) da receita corrente líquida do exercício ou se as despesas
anuais dos contratos vigentes nos 10 (dez) anos subseqüentes excederem a 1% (um por
cento) da receita corrente líquida projetada para os respectivos exercícios.

§ 1º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que contratarem


empreendimentos por intermédio de parcerias público-privadas deverão encaminhar ao
Senado Federal e à Secretaria do Tesouro Nacional, previamente à contratação, as
informações necessárias para cumprimento do previsto no caput deste artigo.

§ 2º Na aplicação do limite previsto no caput deste artigo, serão computadas as


despesas derivadas de contratos de parceria celebrados pela Administração Pública
direta, autarquias, fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista
e demais entidades controladas, direta ou indiretamente, pelo respectivo ente.]

PAGAMENTO DE PRECATÓRIOS JUDICIAIS - COMPROVAR

XVI - comprovação da regularidade quanto ao Pagamento de Precatórios


Judiciais, segundo regramento aposto na alínea "b" do inciso IV do § 10 do art. 97 do
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, comprovado por meio de certificado
emitido pelo Cadastro de Inadimplentes do Conselho Nacional de Justiça (CEDIN),
disponível na Internet, ou por meio de declaração de regularidade quanto ao pagamento
de precatórios judiciais do chefe do executivo ou do secretário de finanças juntamente
com a remessa da declaração para o Tribunal de Justiça competente por meio de recibo
do protocolo, aviso de recebimento ou carta registrada;

[CF, ADCT, Art. 97. Até que seja editada a lei complementar de que trata o § 15
do art. 100 da Constituição Federal, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios que,
na data de publicação desta Emenda Constitucional, estejam em mora na quitação de
precatórios vencidos, relativos às suas administrações direta e indireta, inclusive os
emitidos durante o período de vigência do regime especial instituído por este artigo,
farão esses pagamentos de acordo com as normas a seguir estabelecidas, sendo
inaplicável o disposto no art. 100 desta Constituição Federal, exceto em seus §§ 2º, 3º,
9º, 10, 11, 12, 13 e 14, e sem prejuízo dos acordos de juízos conciliatórios já
formalizados na data de promulgação desta Emenda Constitucional. (Incluído pela
Emenda Constitucional nº 62, de 2009)

§ 10. No caso de não liberação tempestiva dos recursos de que tratam o inciso II
do § 1º e os §§ 2º e 6º deste artigo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 62, de
2009)

IV - enquanto perdurar a omissão, a entidade devedora: (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 62, de 2009)

b) ficará impedida de receber transferências voluntárias; (Incluído pela Emenda


Constitucional nº 62, de 2009)]

DIVULGAÇÃO DA EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA -


COMPROVAR

XVII - comprovação de divulgação da execução orçamentária e financeira por


meio eletrônico de acesso ao público e de informações pormenorizadas relativas à
receita e à despesa em atendimento ao disposto no art. 73-C da Lei Complementar nº
101, de 4 de maio de 2000, comprovado por meio de declaração de cumprimento,
juntamente com a remessa da declaração para o respectivo Tribunal de Contas por meio
de recibo do protocolo, aviso de recebimento ou carta registrada;

[Lei Complementar 101/00 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

Art. 73-C. O não atendimento, até o encerramento dos prazos previstos no art. 73-
B, das determinações contidas nos incisos II e III do parágrafo único do art. 48 e no art.
48-A sujeita o ente à sanção prevista no inciso I do § 3o do art. 23. (Incluído pela Lei
Complementar nº 131, de 2009).]

OPERAÇÃO DE CRÉDITO - NÃO REALIZAÇÃO

XVIII - inexistência de situação de vedação ao recebimento de transferências


voluntárias nos termos do art. 33, combinado com o inciso I do § 3º do art. 23, ambos da
Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000, comprovado por meio de declaração
de que não realizou operação de crédito enquadrada no § 1º do art. 33 da Lei
Complementar nº 101, de 2000, juntamente com o comprovante de remessa da
declaração para o respectivo Tribunal de Contas por meio de recibo do protocolo, aviso
de recebimento ou carta registrada.

[Lei Complementar 101/00 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.
Art. 33. A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da
Federação, exceto quando relativa à dívida mobiliária ou à externa, deverá exigir
comprovação de que a operação atende às condições e limites estabelecidos.

§ 1o A operação realizada com infração do disposto nesta Lei Complementar será


considerada nula, procedendo-se ao seu cancelamento, mediante a devolução do
principal, vedados o pagamento de juros e demais encargos financeiros.

§ 2o Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso dos recursos, será


consignada reserva específica na lei orçamentária para o exercício seguinte.

§ 3o Enquanto não efetuado o cancelamento, a amortização, ou constituída a


reserva, aplicam-se as sanções previstas nos incisos do § 3o do art. 23.

Art. 23. Se a despesa total com pessoal, do Poder ou órgão referido no art. 20,
ultrapassar os limites definidos no mesmo artigo, sem prejuízo das medidas previstas no
art. 22, o percentual excedente terá de ser eliminado nos dois quadrimestres seguintes,
sendo pelo menos um terço no primeiro, adotando-se, entre outras, as providências
previstas nos §§ 3o e 4o do art. 169 da Constituição.

§ 3o Não alcançada a redução no prazo estabelecido, e enquanto perdurar o


excesso, o ente não poderá:

I - receber transferências voluntárias;]

VERIFICAÇÃO NA ASSINATURA

§ 1º A verificação dos requisitos fiscais para o recebimento de transferências


voluntárias deverá ser feita no momento da assinatura do respectivo convênio, bem
como na assinatura dos correspondentes aditamentos de valor, não sendo necessária nas
liberações financeiras de recurso, que devem obedecer ao cronograma de desembolso
previsto no convênio.

ENTREGAR A DOCUMENTAÇÃO

§ 2º A demonstração, por parte dos Estados, Distrito Federal e Municípios e


respectivas Administrações indiretas, do cumprimento das exigências para a realização
de transferência voluntária deverá ser feita por meio de apresentação pelo beneficiário,
ao concedente, de documentação comprobatória da regularidade.

REQUISTOS FISCAIS - CONSULTA SISTEMA STN

§ 3º A critério do beneficiário, poderá ser utilizado, para fins do § 1º, extrato


emitido por sistema de consulta de requisitos fiscais para recebimento de transferências
voluntárias disponibilizado pela Secretaria do Tesouro Nacional, apenas com relação
aos requisitos fiscais que estiverem espelhados no referido extrato.

§ 4º A verificação do atendimento das exigências contidas neste artigo, dar-se-á


pela consulta:
a) ao número de inscrição constante do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica
(CNPJ), mantido pelo Ministério da Fazenda (MF), do Ente Federativo (interveniente) e
do órgão da Administração direta (convenente), para convênios com a Administração
direta; ou b) exclusivamente, ao número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa
Jurídica (CNPJ) da entidade da Administração indireta beneficiária da transferência
voluntária.

b) exclusivamente, ao número de inscrição no Cadastro Nacional de Pessoa


Jurídica (CNPJ) da entidade da Administração indireta beneficiária da transferência
voluntária.

§ 5º O registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) do Ente


Federativo (interveniente) será o número de inscrição cadastrado como "CNPJ
principal".

§ 6º A comprovação de cumprimento das obrigações legais descritas nos incisos I,


IX, X, XI, XIII, XIV, XV e XVII, ainda que praticadas fora do prazo estipulado em lei
para seu exercício, não impedirá a celebração de convênio para transferência voluntária
ou de aditamento de valor de suas parcelas de recursos, a partir da data em que se der a
referida comprovação.

§ 7º Não se aplicam aos convênios celebrados com entidades privadas sem fins
lucrativos, as exigências previstas nos incisos I, II, VII, VIII, IX, X, XI, XII e XIII do
caput.

SAÚDE, EDUCAÇÃO e ASSISTÊNCIA SOCIAL - PODE LIBERAR

§ 8º Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias


constantes da Lei Complementar nº 101, de 2000, excetuam-se aquelas relativas a ações
de educação, saúde e assistência social.

[Lei Complementar 101/00 - Estabelece normas de finanças públicas voltadas


para a responsabilidade na gestão fiscal e dá outras providências.

Art. 25. Para efeito desta Lei Complementar, entende-se por transferência
voluntária a entrega de recursos correntes ou de capital a outro ente da Federação, a
título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação
constitucional, legal ou os destinados ao Sistema Único de Saúde.
§ 3o Para fins da aplicação das sanções de suspensão de transferências voluntárias
constantes desta Lei Complementar, excetuam-se aquelas relativas a ações de educação,
saúde e assistência social.]

§ 9º Fica suspensa a restrição para transferência de recursos federais a Estados,


Distrito Federal e Municípios destinados à execução de ações sociais e ações em faixa
de fronteira, em decorrência de inadimplementos objeto de registro no CADIN e no
Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - SIAFI.

[Lei 10.522/02 - Dispõe sobre o Cadastro Informativo dos créditos não quitados
de órgãos e entidades federais e dá outras providências.

Art. 26. Fica suspensa a restrição para transferência de recursos federais a


Estados, Distrito Federal e Municípios destinados à execução de ações sociais e ações
em faixa de fronteira, em decorrência de inadimplementos objeto de registro no Cadin e
no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo Federal - Siafi.

§ 1o Na transferência de recursos federais prevista no caput, ficam os Estados, o


Distrito Federal e os Municípios dispensados da apresentação de certidões exigidas em
leis, decretos e outros atos normativos.

§ 2o Não se aplica o disposto neste artigo aos débitos com o Instituto Nacional do
Seguro Social - INSS, exceto quando se tratar de transferências relativas à assistência
social. (Redação dada pela Lei nº 10.954, de 2004)]

CONCEDENTE - TER ORÇAMENTO

§ 10. É condição para a celebração de convênios, a existência de dotação


orçamentária específica no orçamento do concedente, a qual deverá ser evidenciada no
instrumento, indicando-se a respectiva nota de empenho.

CONCEDENTE - DENUNCIAR IRREGULARIDADE AO BACEN

§ 11. Eventuais indícios de irregularidade em relação à contratação de operações


de créditos com instituições financeiras, consoante citado no art. 33, combinado com o
inciso I, do § 3º, do art. 23, ambos da Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000,
deverão ser remetidos ao Banco Central do Brasil e ao respectivo Tribunal de Contas.
LEI Nº 9.430, DE 27 DE DEZEMBRO DE 1996

Dispõe sobre a legislação tributária federal, as


contribuições para a seguridade social, o processo
administrativo de consulta e dá outras
providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

Capítulo I
IMPOSTO DE RENDA - PESSOA JURÍDICA

Seção I
Apuração da Base de Cálculo

Período de Apuração Trimestral

Art. 1º A partir do ano-calendário de 1997, o imposto de renda das pessoas jurídicas será
determinado com base no lucro real, presumido, ou arbitrado, por períodos de apuração
trimestrais, encerrados nos dias 31 de março, 30 de junho, 30 de setembro e 31 de dezembro
de cada ano-calendário, observada a legislação vigente, com as alterações desta Lei.

§ 1º Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, a apuração da base de cálculo e do


imposto de renda devido será efetuada na data do evento, observado o disposto no art. 21 da
Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995.

§ 2° Na extinção da pessoa jurídica, pelo e ncerramento da liquidação, a apuração da base


de cálculo e do imposto devido será efetuada na data desse evento.

Pagamento por Estimativa

Art. 2º A pessoa jurídica sujeita a tributação com base no lucro real poderá optar pelo
pagamento do imposto, em cada mês, determinado sobre base de cálculo estimada, mediante
a aplicação, sobre a receita bruta auferida mensalmente, dos percentuais de que trata o art. 15
da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, observado o disposto nos §§ 1º e 2º do art. 29 e
nos arts. 30 a 32, 34 e 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei
nº 9.065, de 20 de junho de 1995. (Regulamento)

§ 1o O imposto a ser pago mensalmente na forma deste artigo será determinado mediante
a aplicação, sobre a base de cálculo, da alíquota de quinze por cento.

§ 2o A parcela da base de cálculo, apurada mensalmente, que exceder a R$ 20.000,00


(vinte mil reais) ficará sujeita à incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de dez
por cento.

§ 3o A pessoa jurídica que optar pelo pagamento do imposto na forma deste artigo deverá
apurar o lucro real em 31 de dezembro de cada ano, exceto nas hipóteses de que tratam os
§§ 1º e 2º do artigo anterior.

§ 4º Para efeito de determinação do saldo de imposto a pagar ou a ser compensado, a


pessoa jurídica poderá deduzir do imposto devido o valor:

I - dos incentivos fiscais de dedução do imposto, observados os limites e prazos fixados


na legislação vigente, bem como o disposto no § 4º do art. 3º da Lei nº 9.249, de 26 de
dezembro de 1995;
II - dos incentivos fiscais de redução e isenção do imposto, calculados com base no lucro
da exploração;

III - do imposto de renda pago ou retido na fonte, incidente sobre receitas computadas na
determinação do lucro real;

IV - do imposto de renda pago na forma deste artigo.

Seção II
Pagamento do Imposto

Escolha da Forma de Pagamento

Art. 3º A adoção da forma de pagamento do imposto prevista no art. 1º, pelas pessoas
jurídicas sujeitas ao regime do lucro real, ou a opção pela forma do art. 2º será irretratável para
todo o ano-calendário.

Parágrafo único. A opção pela forma estabelecida no art. 2º será manifestada com o
pagamento do imposto correspondente ao mês de janeiro ou de início de atividade.

Adicional do Imposto de Renda

Art. 4º Os §§ 1º e 2º do art. 3º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, passam a


vigorar com a seguinte redação:

"Art. 3º. ..........................................................................

§ 1º A parcela do lucro real, presumido ou arbitrado, que exceder o valor resultante da


multiplicação de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) pelo número de meses do respectivo período de
apuração, sujeita-se à incidência de adicional de imposto de renda à alíquota de dez por cento.

§ 2º O disposto no parágrafo anterior aplica-se, inclusive, nos casos de incorporação, fusão ou


cisão e de extinção da pessoa jurídica pelo encerramento da liquidação.

......................................................................................"

Imposto Correspondente a Período Trimestral

Art. 5º O imposto de renda devido, apurado na forma do art. 1º, será pago em quota única,
até o último dia útil do mês subseqüente ao do encerramento do período de apuração.

§ 1º À opção da pessoa jurídica, o imposto devido poderá ser pago em até três quotas
mensais, iguais e sucessivas, vencíveis no último dia útil dos três meses subseqüentes ao de
encerramento do período de apuração a que corresponder.

§ 2º Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) e o imposto de valor
inferior a R$ 2.000,00 (dois mil reais) será pago em quota única, até o último dia útil do mês
subseqüente ao do encerramento do período de apuração.

§ 3º As quotas do imposto serão acrescidas de juros equivalentes à taxa referencial do


Sistema Especial de Liquidação e Custódia - SELIC, para títulos federais, acumulada
mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do segundo mês subseqüente ao do
encerramento do período de apuração até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de
um por cento no mês do pagamento.
§ 4º Nos casos de incorporação, fusão ou cisão e de extinção da pessoa jurídica pelo
encerramento da liquidação, o imposto devido deverá ser pago até o último dia útil do mês
subseqüente ao do evento, não se lhes aplicando a opção prevista no § 1º.

Pagamento por Estimativa

Art. 6º O imposto devido, apurado na forma do art. 2º, deverá ser pago até o último dia útil
do mês subseqüente àquele a que se referir.

§ 1º O saldo do imposto apurado em 31 de dezembro será:

I - pago em quota única, até o último dia útil do mês de março do ano subseqüente, se
positivo, observado o disposto no § 2º;

II - compensado com o imposto a ser pago a partir do mês de abril do ano subseqüente,
se negativo, assegurada a alternativa de requerer, após a entrega da declaração de
rendimentos, a restituição do montante pago a maior.

§ 2º O saldo do imposto a pagar de que trata o inciso I do parágrafo anterior será


acrescido de juros calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir de 1º de fevereiro
até o último dia do mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês do pagamento.

§ 3º O prazo a que se refere o inciso I do § 1º não se aplica ao imposto relativo ao mês de


dezembro, que deverá ser pago até o último dia útil do mês de janeiro do ano subseqüente.

Disposições Transitórias

Art. 7º Alternativamente ao disposto no art. 40 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995,


com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, a pessoa jurídica tributada com
base no lucro real ou presumido poderá efetuar o pagamento do saldo do imposto devido,
apurado em 31 de dezembro de 1996, em até quatro quotas mensais, iguais e sucessivas,
devendo a primeira ser paga até o último dia útil do mês de março de 1997 e as demais no
último dia útil dos meses subseqüentes.

§ 1º Nenhuma quota poderá ter valor inferior a R$ 1.000,00 (mil reais) e o imposto de valor
inferior a R$ 2.000,00 (dois mil reais) será pago em quota única, até o último dia útil do mês de
março de 1997.

§ 2º As quotas do imposto serão acrescidas de juros calculados à taxa a que se refere o §


3º do art. 5º, a partir de 1º de abril de 1997 até o último dia do mês anterior ao do pagamento e
de um por cento no mês do pagamento.

§ 3º Havendo saldo de imposto pago a maior, a pessoa jurídica poderá compensá-lo com
o imposto devido, correspondente aos períodos de apuração subseqüentes, facultado o pedido
de restituição.

Art. 8º As pessoas jurídicas, mesmo as que não tenham optado pela forma de pagamento
do art. 2º, deverão calcular e pagar o imposto de renda relativo aos meses de janeiro e
fevereiro de 1997 de conformidade com o referido dispositivo.

Parágrafo único. Para as empresas submetidas às normas do art. 1º o imposto pago com
base na receita bruta auferida nos meses de janeiro e fevereiro de 1997 será deduzido do que
for devido em relação ao período de apuração encerrado no dia 31 de março de 1997.

Seção III
Perdas no Recebimento de Créditos
Dedução

Art. 9º As perdas no recebimento de créditos decorrentes das atividades da pessoa


jurídica poderão ser deduzidas como despesas, para determinação do lucro real, observado o
disposto neste artigo.

§ 1º Poderão ser registrados como perda os créditos:

I - em relação aos quais tenha havido a declaração de insolvência do devedor, em


sentença emanada do Poder Judiciário;

II - sem garantia, de valor:

a) até R$ 5.000,00 (cinco mil reais), por operação, vencidos há mais de seis meses,
independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para o seu recebimento;

b) acima de R$ 5.000,00 (cinco mil reais) até R$ 30.000,00 (trinta mil reais), por operação,
vencidos há mais de um ano, independentemente de iniciados os procedimentos judiciais para
o seu recebimento, porém, mantida a cobrança administrativa;

c) superior a R$ 30.000,00 (trinta mil reais), vencidos há mais de um ano, desde que
iniciados e mantidos os procedimentos judiciais para o seu recebimento;

III - com garantia, vencidos há mais de dois anos, desde que iniciados e mantidos os
procedimentos judiciais para o seu recebimento ou o arresto das garantias;

IV - contra devedor declarado falido ou pessoa jurídica declarada concordatária,


relativamente à parcela que exceder o valor que esta tenha se comprometido a pagar,
observado o disposto no § 5º.

§ 2º No caso de contrato de crédito em que o não pagamento de uma ou mais parcelas


implique o vencimento automático de todas as demais parcelas vincendas, os limites a que se
referem as alíneas a e b do inciso II do parágrafo anterior serão considerados em relação ao
total dos créditos, por operação, com o mesmo devedor.

§ 3º Para os fins desta Lei, considera-se crédito garantido o proveniente de vendas com
reserva de domínio, de alienação fiduciária em garantia ou de operações com outras garantias
reais.

§ 4º No caso de crédito com empresa em processo falimentar ou de concordata, a


dedução da perda será admitida a partir da data da decretação da falência ou da concessão da
concordata, desde que a credora tenha adotado os procedimentos judiciais necessários para o
recebimento do crédito.

§ 5º A parcela do crédito cujo compromisso de pagar não houver sido honrado pela
empresa concordatária poderá, também, ser deduzida como perda, observadas as condições
previstas neste artigo.

§ 6º Não será admitida a dedução de perda no recebimento de créditos com pessoa


jurídica que seja controladora, controlada, coligada ou interligada, bem como com pessoa física
que seja acionista controlador, sócio, titular ou administrador da pessoa jurídica credora, ou
parente até o terceiro grau dessas pessoas físicas.

Registro Contábil das Perdas

Art. 10. Os registros contábeis das perdas admitidas nesta Lei serão efetuados a débito de
conta de resultado e a crédito:
I - da conta que registra o crédito de que trata a alínea a do inciso II do § 1º do artigo
anterior;

II - de conta redutora do crédito, nas demais hipóteses.

§ 1º Ocorrendo a desistência da cobrança pela via judicial, antes de decorridos cinco anos
do vencimento do crédito, a perda eventualmente registrada deverá ser estornada ou
adicionada ao lucro líquido, para determinação do lucro real correspondente ao período de
apuração em que se der a desistência.

§ 2º Na hipótese do parágrafo anterior, o imposto será considerado como postergado


desde o período de apuração em que tenha sido reconhecida a perda.

§ 3º Se a solução da cobrança se der em virtude de acordo homologado por sentença


judicial, o valor da perda a ser estornado ou adicionado ao lucro líquido para determinação do
lucro real será igual à soma da quantia recebida com o saldo a receber renegociado, não
sendo aplicável o disposto no parágrafo anterior.

§ 4º Os valores registrados na conta redutora do crédito referida no inciso II do caput


poderão ser baixados definitivamente em contrapartida à conta que registre o crédito, a partir
do período de apuração em que se completar cinco anos do vencimento do crédito sem que o
mesmo tenha sido liquidado pelo devedor.

Encargos Financeiros de Créditos Vencidos

Art. 11. Após dois meses do vencimento do crédito, sem que tenha havido o seu
recebimento, a pessoa jurídica credora poderá excluir do lucro líquido, para determinação do
lucro real, o valor dos encargos financeiros incidentes sobre o crédito, contabilizado como
receita, auferido a partir do prazo definido neste artigo.

§ 1º Ressalvadas as hipóteses das alíneas a e b do inciso II do § 1º do art. 9º, o disposto


neste artigo somente se aplica quando a pessoa jurídica houver tomado as providências de
caráter judicial necessárias ao recebimento do crédito.

§ 2º Os valores excluídos deverão ser adicionados no período de apuração em que, para


os fins legais, se tornarem disponíveis para a pessoa jurídica credora ou em que reconhecida a
respectiva perda.

§ 3º A partir da citação inicial para o pagamento do débito, a pessoa jurídica devedora


deverá adicionar ao lucro líquido, para determinação do lucro real, os encargos incidentes
sobre o débito vencido e não pago que tenham sido deduzidos como despesa ou custo,
incorridos a partir daquela data.

§ 4º Os valores adicionados a que se refere o parágrafo anterior poderão ser excluídos do


lucro líquido, para determinação do lucro real, no período de apuração em que ocorra a
quitação do débito por qualquer forma.

Créditos Recuperados

Art. 12. Deverá ser computado na determinação do lucro real o montante dos créditos
deduzidos que tenham sido recuperados, em qualquer época ou a qualquer título, inclusive nos
casos de novação da dívida ou do arresto dos bens recebidos em garantia real.

§ 1o Os bens recebidos a título de quitação do débito serão escriturados pelo valor do


crédito ou avaliados pelo valor definido na decisão judicial que tenha determinado sua
incorporação ao patrimônio do credor. (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).
§ 2o Nas operações de crédito realizadas por instituições autorizadas a funcionar pelo
Banco Central do Brasil, nos casos de renegociação de dívida, o reconhecimento da receita
para fins de incidência de imposto sobre a renda e da Contribuição Social sobre o Lucro
Líquido ocorrerá no momento do efetivo recebimento do crédito nas seguintes
hipóteses: (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011). (Vide Lei nº 12.715, de 2012)

I - operação de financiamento rural; (Incluído pela Lei nº 12.431, de 2011).

II - operação de crédito concedido a pessoa física de valor igual ou inferior a R$


30.000,00 (trinta mil reais), apurado no momento da perda dos créditos. (Incluído pela Lei nº
12.431, de 2011).

Disposição Transitória

Art. 13. No balanço levantado para determinação do lucro real em 31 de dezembro de


1996, a pessoa jurídica poderá optar pela constituição de provisão para créditos de liquidação
duvidosa na forma do art. 43 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da
Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, ou pelos critérios de perdas a que se referem os arts. 9º
a 12.

Saldo de Provisões Existente em 31.12.96

Art. 14. A partir do ano-calendário de 1997, ficam revogadas as normas previstas no art.
43 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de
junho de 1995, bem como a autorização para a constituição de provisão nos termos dos artigos
citados, contida no inciso I do art. 13 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995.

§ 1º A pessoa jurídica que, no balanço de 31 de dezembro de 1996, optar pelos critérios


de dedução de perdas de que tratam os arts. 9º a 12 deverá, nesse mesmo balanço, reverter
os saldos das provisões para créditos de liquidação duvidosa, constituídas na forma do art. 43
da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho
de 1995.

§ 2º Para a pessoa jurídica que, no balanço de 31 de dezembro de 1996, optar pela


constituição de provisão na forma do art. 43 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as
alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, a reversão a que se refere o parágrafo
anterior será efetuada no balanço correspondente ao primeiro período de apuração encerrado
em 1997, se houver adotado o regime de apuração trimestral, ou no balanço de 31 de
dezembro de 1997 ou da data da extinção, se houver optado pelo pagamento mensal de que
trata o art. 2º.

§ 3º Nos casos de incorporação, fusão ou cisão, a reversão de que trata o parágrafo


anterior será efetuada no balanço que servir de base à apuração do lucro real correspondente.

Seção IV
Rendimentos do Exterior

Compensação de Imposto Pago

Art. 15. A pessoa jurídica domiciliada no Brasil que auferir, de fonte no exterior, receita
decorrente da prestação de serviços efetuada diretamente poderá compensar o imposto pago
no país de domicílio da pessoa física ou jurídica contratante, observado o disposto no art. 26
da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995.

Lucros e Rendimentos
Art. 16. Sem prejuízo do disposto nos arts. 25, 26 e 27 da Lei nº 9.249, de 26 de
dezembro de 1995, os lucros auferidos por filiais, sucursais, controladas e coligadas, no
exterior, serão:

I - considerados de forma individualizada, por filial, sucursal, controlada ou coligada;

II - arbitrados, os lucros das filiais, sucursais e controladas, quando não for possível a
determinação de seus resultados, com observância das mesmas normas aplicáveis às pessoas
jurídicas domiciliadas no Brasil e computados na determinação do lucro real.

§ 1º Os resultados decorrentes de aplicações financeiras de renda variável no exterior, em


um mesmo país, poderão ser consolidados para efeito de cômputo do ganho, na determinação
do lucro real.

§ 2º Para efeito da compensação de imposto pago no exterior, a pessoa jurídica:

I - com relação aos lucros, deverá apresentar as demonstrações financeiras


correspondentes, exceto na hipótese do inciso II do caput deste artigo;

II - fica dispensada da obrigação a que se refere o § 2º do art. 26 da Lei nº 9.249, de 26 de


dezembro de 1995, quando comprovar que a legislação do país de origem do lucro, rendimento
ou ganho de capital prevê a incidência do imposto de renda que houver sido pago, por meio do
documento de arrecadação apresentado.

§ 3º Na hipótese de arbitramento do lucro da pessoa jurídica domiciliada no Brasil, os


lucros, rendimentos e ganhos de capital oriundos do exterior serão adicionados ao lucro
arbitrado para determinação da base de cálculo do imposto.

§ 4º Do imposto devido correspondente a lucros, rendimentos ou ganhos de capital


oriundos do exterior não será admitida qualquer destinação ou dedução a título de incentivo
fiscal.

Operações de Cobertura em Bolsa do Exterior

Art. 17. Serão computados na determinação do lucro real os resultados líquidos, positivos
ou negativos, obtidos em operações de cobertura (hedge) realizadas em mercados de
liquidação futura, diretamente pela empresa brasileira, em bolsas no exterior.

Parágrafo único. A Secretaria da Receita Federal e o Banco Central do Brasil expedirão


instruções para a apuração do resultado líquido, sobre a movimentação de divisas relacionadas
com essas operações, e outras que se fizerem necessárias à execução do disposto neste
artigo. (Incluído pela lei nº 11.033, de 2004)

Seção V
Preços de Transferência

Bens, Serviços e Direitos Adquiridos no Exterior

Art. 18. Os custos, despesas e encargos relativos a bens, serviços e direitos, constantes
dos documentos de importação ou de aquisição, nas operações efetuadas com pessoa
vinculada, somente serão dedutíveis na determinação do lucro real até o valor que não exceda
ao preço determinado por um dos seguintes métodos:

I - Método dos Preços Independentes Comparados - PIC: definido como a média


aritmética dos preços de bens, serviços ou direitos, idênticos ou similares, apurados no
mercado brasileiro ou de outros países, em operações de compra e venda, em condições de
pagamento semelhantes; (Vide Lei nº 12.715, de 2012)
II - Método do Preço de Revenda menos Lucro - PRL: definido como a média aritmética
dos preços de revenda dos bens ou direitos, diminuídos: (Vide Lei nº 12.715, de 2012)

a) dos descontos incondicionais concedidos; (Vide Lei nº 12.715, de 2012)

b) dos impostos e contribuições incidentes sobre as vendas; (Vide Lei nº 12.715, de 2012)

c) das comissões e corretagens pagas; (Vide Lei nº 12.715, de 2012)

d) da margem de lucro de: (Redação dada pela Lei nº 9.959, de 2000) (Vide Lei nº 12.715,
de 2012)

1. sessenta por cento, calculada sobre o preço de revenda após deduzidos os valores
referidos nas alíneas anteriores e do valor agregado no País, na hipótese de bens importados
aplicados à produção; (Incluído pela Lei nº 9.959, de 2000) (Vide Lei nº 12.715, de 2012)

2. vinte por cento, calculada sobre o preço de revenda, nas demais hipóteses. (Incluído
pela Lei nº 9.959, de 2000) (Vide Lei nº 12.715, de 2012)

III - Método do Custo de Produção mais Lucro - CPL: definido como o custo médio de
produção de bens, serviços ou direitos, idênticos ou similares, no país onde tiverem sido
originariamente produzidos, acrescido dos impostos e taxas cobrados pelo referido país na
exportação e de margem de lucro de vinte por cento, calculada sobre o custo apurado. (Vide
Lei nº 12.715, de 2012)

§ 1º As médias aritméticas dos preços de que tratam os incisos I e II e o custo médio de


produção de que trata o inciso III serão calculados considerando os preços praticados e os
custos incorridos durante todo o período de apuração da base de cálculo do imposto de renda
a que se referirem os custos, despesas ou encargos. (Vide Lei nº 12.715, de 2012)

§ 2º Para efeito do disposto no inciso I, somente serão consideradas as operações de


compra e venda praticadas entre compradores e vendedores não vinculados.

§ 3º Para efeito do disposto no inciso II, somente serão considerados os preços praticados
pela empresa com compradores não vinculados.

§ 4º Na hipótese de utilização de mais de um método, será considerado dedutível o maior


valor apurado, observado o disposto no parágrafo subseqüente.

§ 5º Se os valores apurados segundo os métodos mencionados neste artigo forem


superiores ao de aquisição, constante dos respectivos documentos, a dedutibilidade fica
limitada ao montante deste último.

§ 6º Integram o custo, para efeito de dedutibilidade, o valor do frete e do seguro, cujo ônus
tenha sido do importador e os tributos incidentes na importação. (Vide Lei nº 12.715, de 2012)

§ 6o-A (Vide Lei nº 12.715, de 2012)

§ 7º A parcela dos custos que exceder ao valor determinado de conformidade com este
artigo deverá ser adicionada ao lucro líquido, para determinação do lucro real.

§ 8º A dedutibilidade dos encargos de depreciação ou amortização dos bens e direitos fica


limitada, em cada período de apuração, ao montante calculado com base no preço
determinado na forma deste artigo.
§ 9º O disposto neste artigo não se aplica aos casos de royalties e assistência técnica,
científica, administrativa ou assemelhada, os quais permanecem subordinados às condições de
dedutibilidade constantes da legislação vigente.

§ 10. (Vide Lei nº 12.715, de 2012)

Art. 18-A. (Vide Lei nº 12.715, de 2012)

Receitas Oriundas de Exportações para o Exterior

Art. 19. As receitas auferidas nas operações efetuadas com pessoa vinculada ficam
sujeitas a arbitramento quando o preço médio de venda dos bens, serviços ou direitos, nas
exportações efetuadas durante o respectivo período de apuração da base de cálculo do
imposto de renda, for inferior a noventa por cento do preço médio praticado na venda dos
mesmos bens, serviços ou direitos, no mercado brasileiro, durante o mesmo período, em
condições de pagamento semelhantes.

§ 1º Caso a pessoa jurídica não efetue operações de venda no mercado interno, a


determinação dos preços médios a que se refere o caput será efetuada com dados de outras
empresas que pratiquem a venda de bens, serviços ou direitos, idênticos ou similares, no
mercado brasileiro.

§ 2º Para efeito de comparação, o preço de venda:

I - no mercado brasileiro, deverá ser considerado líquido dos descontos incondicionais


concedidos, do imposto sobre a circulação de mercadorias e serviços, do imposto sobre
serviços e das contribuições para a seguridade social - COFINS e para o PIS/PASEP;

II - nas exportações, será tomado pelo valor depois de diminuído dos encargos de frete e
seguro, cujo ônus tenha sido da empresa exportadora.

§ 3º Verificado que o preço de venda nas exportações é inferior ao limite de que trata este
artigo, as receitas das vendas nas exportações serão determinadas tomando-se por base o
valor apurado segundo um dos seguintes métodos:

I - Método do Preço de Venda nas Exportações - PVEx: definido como a média aritmética
dos preços de venda nas exportações efetuadas pela própria empresa, para outros clientes, ou
por outra exportadora nacional de bens, serviços ou direitos, idênticos ou similares, durante o
mesmo período de apuração da base de cálculo do imposto de renda e em condições de
pagamento semelhantes;

II - Método do Preço de Venda por Atacado no País de Destino, Diminuído do Lucro -


PVA: definido como a média aritmética dos preços de venda de bens, idênticos ou similares,
praticados no mercado atacadista do país de destino, em condições de pagamento
semelhantes, diminuídos dos tributos incluídos no preço, cobrados no referido país, e de
margem de lucro de quinze por cento sobre o preço de venda no atacado;

III - Método do Preço de Venda a Varejo no País de Destino, Diminuído do Lucro - PVV:
definido como a média aritmética dos preços de venda de bens, idênticos ou similares,
praticados no mercado varejista do país de destino, em condições de pagamento semelhantes,
diminuídos dos tributos incluídos no preço, cobrados no referido país, e de margem de lucro de
trinta por cento sobre o preço de venda no varejo;

IV - Método do Custo de Aquisição ou de Produção mais Tributos e Lucro - CAP: definido


como a média aritmética dos custos de aquisição ou de produção dos bens, serviços ou
direitos, exportados, acrescidos dos impostos e contribuições cobrados no Brasil e de margem
de lucro de quinze por cento sobre a soma dos custos mais impostos e contribuições.
§ 4º As médias aritméticas de que trata o parágrafo anterior serão calculadas em relação
ao período de apuração da respectiva base de cálculo do imposto de renda da empresa
brasileira.

§ 5º Na hipótese de utilização de mais de um método, será considerado o menor dos


valores apurados, observado o disposto no parágrafo subseqüente.

§ 6º Se o valor apurado segundo os métodos mencionados no § 3º for inferior aos preços


de venda constantes dos documentos de exportação, prevalecerá o montante da receita
reconhecida conforme os referidos documentos.

§ 7º A parcela das receitas, apurada segundo o disposto neste artigo, que exceder ao
valor já apropriado na escrituração da empresa deverá ser adicionada ao lucro líquido, para
determinação do lucro real, bem como ser computada na determinação do lucro presumido e
do lucro arbitrado.

§ 8º Para efeito do disposto no § 3º, somente serão consideradas as operações de


compra e venda praticadas entre compradores e vendedores não vinculados.

§ 9º (Vide Lei nº 12.715, de 2012)

Art. 19-A. (Vide Lei nº 12.715, de 2012)

Art. 20. O Ministro de Estado da Fazenda poderá, em circunstâncias justificadas, alterar


os percentuais de que tratam os arts. 18 e 19, de ofício ou mediante requerimento conforme o
§ 2o do art. 21. (Redação dada pela Lei nº 12.715, de 2012)

Art. 20-A. A partir do ano-calendário de 2012, a opção por um dos métodos previstos nos
arts. 18 e 19 será efetuada para o ano-calendário e não poderá ser alterada pelo contribuinte
uma vez iniciado o procedimento fiscal, salvo quando, em seu curso, o método ou algum de
seus critérios de cálculo venha a ser desqualificado pela fiscalização, situação esta em que
deverá ser intimado o sujeito passivo para, no prazo de 30 (trinta) dias, apresentar novo cálculo
de acordo com qualquer outro método previsto na legislação. (Incluído pela Lei nº 12.715, de
2012)

§ 1o A fiscalização deverá motivar o ato caso desqualifique o método eleito pela pessoa
jurídica. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

§ 2o A autoridade fiscal responsável pela verificação poderá determinar o preço


parâmetro, com base nos documentos de que dispuser, e aplicar um dos métodos previstos
nos arts. 18 e 19, quando o sujeito passivo, após decorrido o prazo de que trata o
caput: (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

I - não apresentar os documentos que deem suporte à determinação do preço praticado


nem às respectivas memórias de cálculo para apuração do preço parâmetro, segundo o
método escolhido; (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

II - apresentar documentos imprestáveis ou insuficientes para demonstrar a correção do


cálculo do preço parâmetro pelo método escolhido; ou (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

III - deixar de oferecer quaisquer elementos úteis à verificação dos cálculos para
apuração do preço parâmetro, pelo método escolhido, quando solicitados pela autoridade
fiscal. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)

§ 3o A Secretaria da Receita Federal do Brasil do Ministério da Fazenda definirá o prazo


e a forma de opção de que trata o caput. (Incluído pela Lei nº 12.715, de 2012)
Art. 20-B. A utilização do método de cálculo de preço parâmetro, de que tratam os arts.
18 e 19, deve ser consistente por bem, serviço ou direito, para todo o ano-calendário. (Incluído
pela Lei nº 12.715, de 2012)

Apuração dos Preços Médios

Art. 21. Os custos e preços médios a que se referem os arts. 18 e 19 deverão ser
apurados com base em:

I - publicações ou relatórios oficiais do governo do país do comprador ou vendedor ou


declaração da autoridade fiscal desse mesmo país, quando com ele o Brasil mantiver acordo
para evitar a bitributação ou para intercâmbio de informações;

II - pesquisas efetuadas por empresa ou instituição de notório conhecimento técnico ou


publicações técnicas, em que se especifiquem o setor, o período, as empresas pesquisadas e
a margem encontrada, bem como identifiquem, por empresa, os dados coletados e
trabalhados.

§ 1º As publicações, as pesquisas e os relatórios oficiais a que se refere este artigo


somente serão admitidos como prova se houverem sido realizados com observância de
métodos de avaliação internacionalmente adotados e se referirem a período contemporâneo
com o de apuração da base de cálculo do imposto de renda da empresa brasileira.

§ 2º Admitir-se-ão margens de lucro diversas das estabelecidas nos arts. 18 e 19, desde
que o contribuinte as comprove, com base em publicações, pesquisas ou relatórios elaborados
de conformidade com o disposto neste artigo.

§ 3º As publicações técnicas, as pesquisas e os relatórios a que se refere este artigo


poderão ser desqualificados mediante ato do Secretário da Receita Federal, quando
considerados inidôneos ou inconsistentes.

Juros

Art. 22. Os juros pagos ou creditados a pessoa vinculada, quando decorrentes de contrato
não registrado no Banco Central do Brasil, somente serão dedutíveis para fins de determinação
do lucro real até o montante que não exceda ao valor calculado com base na taxa Libor, para
depósitos em dólares dos Estados Unidos da América pelo prazo de seis meses, acrescida de
três por cento anuais a título de spread, proporcionalizados em função do período a que se
referirem os juros. (Vide Lei nº 12.715, de 2012)

§ 1º No caso de mútuo com pessoa vinculada, a pessoa jurídica mutuante, domiciliada no


Brasil, deverá reconhecer, como receita financeira correspondente à operação, no mínimo o
valor apurado segundo o disposto neste artigo.

§ 2º Para efeito do limite a que se refere este artigo, os juros serão calculados com base
no valor da obrigação ou do direito, expresso na moeda objeto do contrato e convertida em
reais pela taxa de câmbio, divulgada pelo Banco Central do Brasil, para a data do termo final
do cálculo dos juros.

§ 3º O valor dos encargos que exceder o limite referido no caput e a diferença de receita
apurada na forma do parágrafo anterior serão adicionados à base de cálculo do imposto de
renda devido pela empresa no Brasil, inclusive ao lucro presumido ou arbitrado.

§ 4º Nos casos de contratos registrados no Banco Central do Brasil, serão admitidos os


juros determinados com base na taxa registrada. (Vide Lei nº 12.715, de 2012)

§ 5º (Vide Lei nº 12.715, de 2012)


Pessoa Vinculada - Conceito

Art. 23. Para efeito dos arts. 18 a 22, será considerada vinculada à pessoa jurídica
domiciliada no Brasil:

I - a matriz desta, quando domiciliada no exterior;

II - a sua filial ou sucursal, domiciliada no exterior;

III - a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, cuja participação


societária no seu capital social a caracterize como sua controladora ou coligada, na forma
definida nos §§ 1º e 2º do art. 243 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;

IV - a pessoa jurídica domiciliada no exterior que seja caracterizada como sua controlada
ou coligada, na forma definida nos §§ 1º e 2º do art. 243 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de
1976;

V- a pessoa jurídica domiciliada no exterior, quando esta e a empresa domiciliada no


Brasil estiverem sob controle societário ou administrativo comum ou quando pelo menos
dez por cento do capital social de cada uma pertencer a uma mesma pessoa física ou jurídica;

VI - a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que, em conjunto com


a pessoa jurídica domiciliada no Brasil, tiver participação societária no capital social de uma
terceira pessoa jurídica, cuja soma as caracterizem como controladoras ou coligadas desta, na
forma definida nos §§ 1º e 2º do art. 243 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976;

VII - a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que seja sua
associada, na forma de consórcio ou condomínio, conforme definido na legislação brasileira,
em qualquer empreendimento;

VIII - a pessoa física residente no exterior que for parente ou afim até o terceiro grau,
cônjuge ou companheiro de qualquer de seus diretores ou de seu sócio ou acionista
controlador em participação direta ou indireta;

IX - a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, que goze de


exclusividade, como seu agente, distribuidor ou concessionário, para a compra e venda de
bens, serviços ou direitos;

X - a pessoa física ou jurídica, residente ou domiciliada no exterior, em relação à qual a


pessoa jurídica domiciliada no Brasil goze de exclusividade, como agente, distribuidora ou
concessionária, para a compra e venda de bens, serviços ou direitos.

Países com Tributação Favorecida

Art. 24. As disposições relativas a preços, custos e taxas de juros, constantes dos arts. 18
a 22, aplicam-se, também, às operações efetuadas por pessoa física ou jurídica residente ou
domiciliada no Brasil, com qualquer pessoa física ou jurídica, ainda que não vinculada,
residente ou domiciliada em país que não tribute a renda ou que a tribute a alíquota máxima
inferior a vinte por cento.

§ 1º Para efeito do disposto na parte final deste artigo, será considerada a legislação
tributária do referido país, aplicável às pessoas físicas ou às pessoas jurídicas, conforme a
natureza do ente com o qual houver sido praticada a operação.

§ 2º No caso de pessoa física residente no Brasil:


I - o valor apurado segundo os métodos de que trata o art. 18 será considerado como
custo de aquisição para efeito de apuração de ganho de capital na alienação do bem ou direito;

II - o preço relativo ao bem ou direito alienado, para efeito de apuração de ganho de


capital, será o apurado de conformidade com o disposto no art. 19;

III - será considerado como rendimento tributável o preço dos serviços prestados apurado
de conformidade com o disposto no art. 19;

IV - serão considerados como rendimento tributável os juros determinados de


conformidade com o art. 22.

§ 3º Para os fins do disposto neste artigo, considerar-se-á separadamente a tributação do


trabalho e do capital, bem como as dependências do país de residência ou domicílio. (Incluído
pela Lei nº 10.451, de 2002)

§ 4o Considera-se também país ou dependência com tributação favorecida aquele cuja


legislação não permita o acesso a informações relativas à composição societária de pessoas
jurídicas, à sua titularidade ou à identificação do beneficiário efetivo de rendimentos atribuídos
a não residentes. (Incluído pela Lei nº 11.727, de 2008)

Art. 24-A. Aplicam-se às operações realizadas em regime fiscal privilegiado as


disposições relativas a preços, custos e taxas de juros constantes dos arts. 18 a 22 desta Lei,
nas transações entre pessoas físicas ou jurídicas residentes e domiciliadas no País com
qualquer pessoa física ou jurídica, ainda que não vinculada, residente ou domiciliada no
exterior. (Incluído pela Lei nº 11.727, de 2008)

Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, considera-se regime fiscal privilegiado
aquele que apresentar uma ou mais das seguintes características: (Redação dada pela Lei nº
11.941, de 2009)

I – não tribute a renda ou a tribute à alíquota máxima inferior a 20% (vinte por cento);
(Incluído pela Lei nº 11.727, de 2008)

II – conceda vantagem de natureza fiscal a pessoa física ou jurídica não


residente: (Incluído pela Lei nº 11.727, de 2008)

a) sem exigência de realização de atividade econômica substantiva no país ou


dependência; (Incluído pela Lei nº 11.727, de 2008)

b) condicionada ao não exercício de atividade econômica substantiva no país ou


dependência; (Incluído pela Lei nº 11.727, de 2008)

III – não tribute, ou o faça em alíquota máxima inferior a 20% (vinte por cento), os
rendimentos auferidos fora de seu território; (Incluído pela Lei nº 11.727, de 2008)

IV – não permita o acesso a informações relativas à composição societária, titularidade de


bens ou direitos ou às operações econômicas realizadas. (Incluído pela Lei nº 11.727, de
2008)

Art. 24-B. O Poder Executivo poderá reduzir ou restabelecer os percentuais de que tratam
o caput do art. 24 e os incisos I e III do parágrafo único do art. 24-A, ambos desta Lei. (Incluído
pela Lei nº 11.727, de 2008)
Parágrafo único. O uso da faculdade prevista no caput deste artigo poderá também ser
aplicado, de forma excepcional e restrita, a países que componham blocos econômicos dos
quais o País participe. (Incluído pela Lei nº 11.727, de 2008)

Seção VI
Lucro Presumido

Determinação

Art. 25. O lucro presumido será o montante determinado pela soma das seguintes
parcelas:

I - o valor resultante da aplicação dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de
26 de dezembro de 1995, sobre a receita bruta definida pelo art. 31 da Lei nº 8.981, de 20 de
janeiro de 1995, auferida no período de apuração de que trata o art. 1º desta Lei;

II - os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações


financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não
abrangidas pelo inciso anterior e demais valores determinados nesta Lei, auferidos naquele
mesmo período.

Opção

Art. 26. A opção pela tributação com base no lucro presumido será aplicada em relação a
todo o período de atividade da empresa em cada ano-calendário.

§ 1º A opção de que trata este artigo será manifestada com o pagamento da primeira ou
única quota do imposto devido correspondente ao primeiro período de apuração de cada ano-
calendário.

§ 2º A pessoa jurídica que houver iniciado atividade a partir do segundo trimestre


manifestará a opção de que trata este artigo com o pagamento da primeira ou única quota do
imposto devido relativa ao período de apuração do início de atividade.

§ 3º A pessoa jurídica que houver pago o imposto com base no lucro presumido e que, em
relação ao mesmo ano-calendário, alterar a opção, passando a ser tributada com base no lucro
real, ficará sujeita ao pagamento de multa e juros moratórios sobre a diferença de imposto
paga a menor.

§ 4º A mudança de opção a que se refere o parágrafo anterior somente será admitida


quando formalizada até a entrega da correspondente declaração de rendimentos e antes de
iniciado procedimento de ofício relativo a qualquer dos períodos de apuração do respectivo
ano-calendário.

Seção VII
Lucro Arbitrado

Determinação

Art. 27. O lucro arbitrado será o montante determinado pela soma das seguintes parcelas:

I - o valor resultante da aplicação dos percentuais de que trata o art. 16 da Lei nº 9.249, de
26 de dezembro de 1995, sobre a receita bruta definida pelo art. 31 da Lei nº 8.981, de 20 de
janeiro de 1995, auferida no período de apuração de que trata o art. 1º desta Lei;

II - os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações


financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não
abrangidas pelo inciso anterior e demais valores determinados nesta Lei, auferidos naquele
mesmo período.

§ 1º Na apuração do lucro arbitrado, quando não conhecida a receita bruta, os


coeficientes de que tratam os incisos II, III e IV do art. 51 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de
1995, deverão ser multiplicados pelo número de meses do período de apuração.

§ 2º Na hipótese de utilização das alternativas de cálculo previstas nos incisos V a VIII do


art. 51 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, o lucro arbitrado será o valor resultante da
soma dos valores apurados para cada mês do período de apuração.

Capítulo II
CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO

Seção I
Apuração da Base de Cálculo e Pagamento

Normas Aplicáveis

Art. 28. Aplicam-se à apuração da base de cálculo e ao pagamento da contribuição social


sobre o lucro líquido as normas da legislação vigente e as correspondentes aos arts. 1o a 3o, 5o
a 14, 17 a 24-B, 26, 55 e 71. (Redação dada pela Lei nº 12.715, de 2012)

Empresas sem Escrituração Contábil

Art. 29. A base de cálculo da contribuição social sobre o lucro líquido, devida pelas
pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido ou arbitrado e pelas demais
empresas dispensadas de escrituração contábil, corresponderá à soma dos valores:

I - de que trata o art. 20 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995;

II - os ganhos de capital, os rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações


financeiras, as demais receitas e os resultados positivos decorrentes de receitas não
abrangidas pelo inciso anterior e demais valores determinados nesta Lei, auferidos naquele
mesmo período.

Pagamento Mensal Estimado

Art. 30. A pessoa jurídica que houver optado pelo pagamento do imposto de renda na
forma do art. 2º fica, também, sujeita ao pagamento mensal da contribuição social sobre o lucro
líquido, determinada mediante a aplicação da alíquota a que estiver sujeita sobre a base de
cálculo apurada na forma dos incisos I e II do artigo anterior.

Capítulo III
IMPOSTO SOBRE PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS

Contribuinte Substituto

Art. 31. O art. 35 da Lei nº 4.502, de 30 de novembro de 1964, passa a vigorar com a
seguinte redação:

"Art.35. .................................................................................

.............................................................................................

II - como contribuinte substituto:


.............................................................................................

c) o industrial ou equiparado, mediante requerimento, nas operações anteriores, concomitantes


ou posteriores às saídas que promover, nas hipóteses e condições estabelecidas pela
Secretaria da Receita Federal.

§ 1º Nos casos das alíneas a e b do inciso II deste artigo, o pagamento do imposto não exclui a
responsabilidade por infração do contribuinte originário quando este for identificado, e será
considerado como efetuado fora do prazo, para todos os efeitos legais.

§ 2º Para implementar o disposto na alínea c do inciso II, a Secretaria da Receita Federal


poderá instituir regime especial de suspensão do imposto."

Capítulo IV
PROCEDIMENTOS DE FISCALIZAÇÃO

Seção I
Suspensão da Imunidade e da Isenção

Art. 32. A suspensão da imunidade tributária, em virtude de falta de observância de


requisitos legais, deve ser procedida de conformidade com o disposto neste artigo.

§ 1º Constatado que entidade beneficiária de imunidade de tributos federais de que trata a


alínea c do inciso VI do art. 150 da Constituição Federal não está observando requisito ou
condição previsto nos arts. 9º, § 1º, e 14, da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código
Tributário Nacional, a fiscalização tributária expedirá notificação fiscal, na qual relatará os fatos
que determinam a suspensão do benefício, indicando inclusive a data da ocorrência da
infração.

§ 2º A entidade poderá, no prazo de trinta dias da ciência da notificação, apresentar as


alegações e provas que entender necessárias.

§ 3º O Delegado ou Inspetor da Receita Federal decidirá sobre a procedência das


alegações, expedindo o ato declaratório suspensivo do benefício, no caso de improcedência,
dando, de sua decisão, ciência à entidade.

§ 4º Será igualmente expedido o ato suspensivo se decorrido o prazo previsto no § 2º sem


qualquer manifestação da parte interessada.

§ 5º A suspensão da imunidade terá como termo inicial a data da prática da infração.

§ 6º Efetivada a suspensão da imunidade:

I - a entidade interessada poderá, no prazo de trinta dias da ciência, apresentar


impugnação ao ato declaratório, a qual será objeto de decisão pela Delegacia da Receita
Federal de Julgamento competente;

II - a fiscalização de tributos federais lavrará auto de infração, se for o caso.

§ 7º A impugnação relativa à suspensão da imunidade obedecerá às demais normas


reguladoras do processo administrativo fiscal.

§ 8º A impugnação e o recurso apresentados pela entidade não terão efeito suspensivo


em relação ao ato declaratório contestado.
§ 9º Caso seja lavrado auto de infração, as impugnações contra o ato declaratório e contra
a exigência de crédito tributário serão reunidas em um único processo, para serem decididas
simultaneamente.

§ 10. Os procedimentos estabelecidos neste artigo aplicam-se, também, às hipóteses de


suspensão de isenções condicionadas, quando a entidade beneficiária estiver descumprindo as
condições ou requisitos impostos pela legislação de regência.

§ 11. Somente se inicia o procedimento que visa à suspensão da imunidade tributária dos
partidos políticos após trânsito em julgado de decisão do Tribunal Superior Eleitoral que julgar
irregulares ou não prestadas, nos termos da Lei, as devidas contas à Justiça Eleitoral. (Incluído
pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 12. A entidade interessada disporá de todos os meios legais para impugnar os fatos
que determinam a suspensão do benefício. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Seção II
Regimes Especiais de Fiscalização

Art. 33. A Secretaria da Receita Federal pode determinar regime especial para
cumprimento de obrigações, pelo sujeito passivo, nas seguintes hipóteses:

I - embaraço à fiscalização, caracterizado pela negativa não justificada de exibição de


livros e documentos em que se assente a escrituração das atividades do sujeito passivo, bem
como pelo não fornecimento de informações sobre bens, movimentação financeira, negócio ou
atividade, próprios ou de terceiros, quando intimado, e demais hipóteses que autorizam a
requisição do auxílio da força pública, nos termos do art. 200 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro
de 1966;

II - resistência à fiscalização, caracterizada pela negativa de acesso ao estabelecimento,


ao domicílio fiscal ou a qualquer outro local onde se desenvolvam as atividades do sujeito
passivo, ou se encontrem bens de sua posse ou propriedade;

III - evidências de que a pessoa jurídica esteja constituída por interpostas pessoas que
não sejam os verdadeiros sócios ou acionistas, ou o titular, no caso de firma individual;

IV - realização de operações sujeitas à incidência tributária, sem a devida inscrição no


cadastro de contribuintes apropriado;

V - prática reiterada de infração da legislação tributária;

VI - comercialização de mercadorias com evidências de contrabando ou descaminho;

VII - incidência em conduta que enseje representação criminal, nos termos da legislação
que rege os crimes contra a ordem tributária.

§ 1º O regime especial de fiscalização será aplicado em virtude de ato do Secretário da


Receita Federal.

§ 2º O regime especial pode consistir, inclusive, em:

I - manutenção de fiscalização ininterrupta no estabelecimento do sujeito passivo;

II - redução, à metade, dos períodos de apuração e dos prazos de recolhimento dos


tributos;
III - utilização compulsória de controle eletrônico das operações realizadas e
recolhimento diário dos respectivos tributos;

IV - exigência de comprovação sistemática do cumprimento das obrigações tributárias;

V - controle especial da impressão e emissão de documentos comerciais e fiscais e da


movimentação financeira.

§ 3º As medidas previstas neste artigo poderão ser aplicadas isolada ou cumulativamente,


por tempo suficiente à normalização do cumprimento das obrigações tributárias.

§ 4º A imposição do regime especial não elide a aplicação de penalidades previstas na


legislação tributária.

§ 5o Às infrações cometidas pelo contribuinte durante o período em que estiver submetido


a regime especial de fiscalização será aplicada a multa de que trata o inciso I do caput do art.
44 desta Lei, duplicando-se o seu percentual. (Redação dada Lei nº 11.488, de 2007)

Seção III
Documentação Fiscal

Acesso à Documentação

Art. 34. São também passíveis de exame os documentos do sujeito passivo, mantidos em
arquivos magnéticos ou assemelhados, encontrados no local da verificação, que tenham
relação direta ou indireta com a atividade por ele exercida.

Retenção de Livros e Documentos

Art. 35. Os livros e documentos poderão ser examinados fora do estabelecimento do


sujeito passivo, desde que lavrado termo escrito de retenção pela autoridade fiscal, em que se
especifiquem a quantidade, espécie, natureza e condições dos livros e documentos retidos.

§ 1º Constituindo os livros ou documentos prova da prática de ilícito penal ou tributário, os


originais retidos não serão devolvidos, extraindo-se cópia para entrega ao interessado.

§ 2º Excetuado o disposto no parágrafo anterior, devem ser devolvidos os originais dos


documentos retidos para exame, mediante recibo.

Lacração de Arquivos

Art. 36. A autoridade fiscal encarregada de diligência ou fiscalização poderá promover a


lacração de móveis, caixas, cofres ou depósitos onde se encontram arquivos e documentos,
toda vez que ficar caracterizada a resistência ou o embaraço à fiscalização, ou ainda quando
as circunstâncias ou a quantidade de documentos não permitirem sua identificação e
conferência no local ou no momento em que foram encontrados.

Parágrafo único. O sujeito passivo e demais responsáveis serão previamente notificados


para acompanharem o procedimento de rompimento do lacre e identificação dos elementos de
interesse da fiscalização.

Guarda de Documentos

Art. 37. Os comprovantes da escrituração da pessoa jurídica, relativos a fatos que


repercutam em lançamentos contábeis de exercícios futuros, serão conservados até que se
opere a decadência do direito de a Fazenda Pública constituir os créditos tributários relativos a
esses exercícios.
Arquivos Magnéticos

Art. 38. O sujeito passivo usuário de sistema de processamento de dados deverá manter
documentação técnica completa e atualizada do sistema, suficiente para possibilitar a sua
auditoria, facultada a manutenção em meio magnético, sem prejuízo da sua emissão gráfica,
quando solicitada.

Extravio de Livros e Documentos

Art. 39. (Revogado pela Lei nº 9.532, de 1997)

Seção IV
Omissão de Receita

Falta de Escrituração de Pagamentos

Art. 40. A falta de escrituração de pagamentos efetuados pela pessoa jurídica, assim
como a manutenção, no passivo, de obrigações cuja exigibilidade não seja comprovada,
caracterizam, também, omissão de receita.

Levantamento Quantitativo por Espécie

Art. 41. A omissão de receita poderá, também, ser determinada a partir de levantamento
por espécie das quantidades de matérias-primas e produtos intermediários utilizados no
processo produtivo da pessoa jurídica.

§ 1º Para os fins deste artigo, apurar-se-á a diferença, positiva ou negativa, entre a soma
das quantidades de produtos em estoque no início do período com a quantidade de produtos
fabricados com as matérias-primas e produtos intermediários utilizados e a soma das
quantidades de produtos cuja venda houver sido registrada na escrituração contábil da
empresa com as quantidades em estoque, no final do período de apuração, constantes do livro
de Inventário.

§ 2º Considera-se receita omitida, nesse caso, o valor resultante da multiplicação das


diferenças de quantidades de produtos ou de matérias-primas e produtos intermediários pelos
respectivos preços médios de venda ou de compra, conforme o caso, em cada período de
apuração abrangido pelo levantamento.

§ 3º Os critérios de apuração de receita omitida de que trata este artigo aplicam-se,


também, às empresas comerciais, relativamente às mercadorias adquiridas para revenda.

Depósitos Bancários

Art. 42. Caracterizam-se também omissão de receita ou de rendimento os valores


creditados em conta de depósito ou de investimento mantida junto a instituição financeira, em
relação aos quais o titular, pessoa física ou jurídica, regularmente intimado, não comprove,
mediante documentação hábil e idônea, a origem dos recursos utilizados nessas operações.

§ 1º O valor das receitas ou dos rendimentos omitido será considerado auferido ou


recebido no mês do crédito efetuado pela instituição financeira.

§ 2º Os valores cuja origem houver sido comprovada, que não houverem sido computados
na base de cálculo dos impostos e contribuições a que estiverem sujeitos, submeter-se-ão às
normas de tributação específicas, previstas na legislação vigente à época em que auferidos ou
recebidos.
§ 3º Para efeito de determinação da receita omitida, os créditos serão analisados
individualizadamente, observado que não serão considerados:

I - os decorrentes de transferências de outras contas da própria pessoa física ou jurídica;

II - no caso de pessoa física, sem prejuízo do disposto no inciso anterior, os de valor


individual igual ou inferior a R$ 1.000,00 (mil reais), desde que o seu somatório, dentro do ano-
calendário, não ultrapasse o valor de R$ 12.000,00 (doze mil reais). (Vide Lei nº 9.481, de
1997)

§ 4º Tratando-se de pessoa física, os rendimentos omitidos serão tributados no mês em


que considerados recebidos, com base na tabela progressiva vigente à época em que tenha
sido efetuado o crédito pela instituição financeira.

§ 5o Quando provado que os valores creditados na conta de depósito ou de investimento


pertencem a terceiro, evidenciando interposição de pessoa, a determinação dos rendimentos
ou receitas será efetuada em relação ao terceiro, na condição de efetivo titular da conta de
depósito ou de investimento.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)

§ 6o Na hipótese de contas de depósito ou de investimento mantidas em conjunto, cuja


declaração de rendimentos ou de informações dos titulares tenham sido apresentadas em
separado, e não havendo comprovação da origem dos recursos nos termos deste artigo, o
valor dos rendimentos ou receitas será imputado a cada titular mediante divisão entre o total
dos rendimentos ou receitas pela quantidade de titulares.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)

Seção V
Normas sobre o Lançamento de Tributos e Contribuições

Auto de Infração sem Tributo

Art. 43. Poderá ser formalizada exigência de crédito tributário correspondente


exclusivamente a multa ou a juros de mora, isolada ou conjuntamente.

Parágrafo único. Sobre o crédito constituído na forma deste artigo, não pago no respectivo
vencimento, incidirão juros de mora, calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir
do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo até o mês anterior ao do
pagamento e de um por cento no mês de pagamento.

Multas de Lançamento de Ofício

Art. 44. Nos casos de lançamento de ofício, serão aplicadas as seguintes multas:
(Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007)

I - de 75% (setenta e cinco por cento) sobre a totalidade ou diferença de imposto ou


contribuição nos casos de falta de pagamento ou recolhimento, de falta de declaração e nos de
declaração inexata; (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007)

II - de 50% (cinqüenta por cento), exigida isoladamente, sobre o valor do pagamento


mensal: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007)

a) na forma do art. 8o da Lei no 7.713, de 22 de dezembro de 1988, que deixar de ser


efetuado, ainda que não tenha sido apurado imposto a pagar na declaração de ajuste, no caso
de pessoa física; (Incluída pela Lei nº 11.488, de 2007)

b) na forma do art. 2o desta Lei, que deixar de ser efetuado, ainda que tenha sido apurado
prejuízo fiscal ou base de cálculo negativa para a contribuição social sobre o lucro líquido, no
ano-calendário correspondente, no caso de pessoa jurídica. (Incluída pela Lei nº 11.488, de
2007)

§ 1o O percentual de multa de que trata o inciso I do caput deste artigo será duplicado nos
casos previstos nos arts. 71, 72 e 73 da Lei no 4.502, de 30 de novembro de 1964,
independentemente de outras penalidades administrativas ou criminais cabíveis. (Redação
dada pela Lei nº 11.488, de 2007)

I - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007)

II - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007)

III - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007)

IV - (revogado); (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007)

V - (revogado pela Lei no 9.716, de 26 de novembro de 1998). (Redação dada pela Lei nº
11.488, de 2007)

§ 2o Os percentuais de multa a que se referem o inciso I do caput e o § 1o deste artigo


serão aumentados de metade, nos casos de não atendimento pelo sujeito passivo, no prazo
marcado, de intimação para: (Redação dada pela Lei nº 11.488, de 2007)

I - prestar esclarecimentos; (Renumerado da alínea "a", pela Lei nº 11.488, de 2007)

II - apresentar os arquivos ou sistemas de que tratam os arts. 11 a 13 da Lei no 8.218, de


29 de agosto de 1991; (Renumerado da alínea "b", com nova redação pela Lei nº 11.488, de
2007)

III - apresentar a documentação técnica de que trata o art. 38 desta Lei. (Renumerado da
alínea "c", com nova redação pela Lei nº 11.488, de 2007)

§ 3º Aplicam-se às multas de que trata este artigo as reduções previstas no art. 6º da Lei
nº 8.218, de 29 de agosto de 1991, e no art. 60 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991.

§ 4º As disposições deste artigo aplicam-se, inclusive, aos contribuintes que derem causa
a ressarcimento indevido de tributo ou contribuição decorrente de qualquer incentivo ou
benefício fiscal.

§ 5o Aplica-se também, no caso de que seja comprovadamente constatado dolo ou


má-fé do contribuinte, a multa de que trata o inciso I do caput sobre: (Incluído pela Lei
nº 12.249, de 2010)

I - a parcela do imposto a restituir informado pelo contribuinte pessoa física, na


Declaração de Ajuste Anual, que deixar de ser restituída por infração à legislação tributária; e
(Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)

II – (VETADO). (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)

Art. 45. (Revogado pela Lei nº 11.488, de 2007)

Art. 46. (Revogado pela Lei nº 11.488, de 2007)

Seção VI
Aplicação de Acréscimos de Procedimento Espontâneo
Art. 47. A pessoa física ou jurídica submetida a ação fiscal por parte da Secretaria da
Receita Federal poderá pagar, até o vigésimo dia subseqüente à data de recebimento do termo
de início de fiscalização, os tributos e contribuições já declarados, de que for sujeito passivo
como contribuinte ou responsável, com os acréscimos legais aplicáveis nos casos de
procedimento espontâneo. (Redação dada pela Lei nº 9.532, de 1997) (Produção de efeito)

Capítulo V
DISPOSIÇÕES GERAIS

Seção I
Processo Administrativo de Consulta

Art. 48. No âmbito da Secretaria da Receita Federal, os processos administrativos de


consulta serão solucionados em instância única.

§ 1º A competência para solucionar a consulta ou declarar sua ineficácia será atribuída:

I - a órgão central da Secretaria da Receita Federal, nos casos de consultas formuladas


por órgão central da administração pública federal ou por entidade representativa de categoria
econômica ou profissional de âmbito nacional;

II - a órgão regional da Secretaria da Receita Federal, nos demais casos.

§ 2º Os atos normativos expedidos pelas autoridades competentes serão observados


quando da solução da consulta.

§ 3º Não cabe recurso nem pedido de reconsideração da solução da consulta ou do


despacho que declarar sua ineficácia.

§ 4º As soluções das consultas serão publicadas pela imprensa oficial, na forma disposta
em ato normativo emitido pela Secretaria da Receita Federal.

§ 5º Havendo diferença de conclusões entre soluções de consultas relativas a uma


mesma matéria, fundada em idêntica norma jurídica, cabe recurso especial, sem efeito
suspensivo, para o órgão de que trata o inciso I do § 1º.

§ 6º O recurso de que trata o parágrafo anterior pode ser interposto pelo destinatário da
solução divergente, no prazo de trinta dias, contados da ciência da solução.

§ 7º Cabe a quem interpuser o recurso comprovar a existência das soluções divergentes


sobre idênticas situações.

§ 8º O juízo de admissibilidade do recurso será feito pelo órgão que jurisdiciona o


domicílio fiscal do recorrente ou a que estiver subordinado o servidor, na hipótese do parágrafo
seguinte, que solucionou a consulta.

§ 9º Qualquer servidor da administração tributária deverá, a qualquer tempo, formular


representação ao órgão que houver proferido a decisão, encaminhando as soluções
divergentes sobre a mesma matéria, de que tenha conhecimento.

§ 10. O sujeito passivo que tiver conhecimento de solução divergente daquela que esteja
observando em decorrência de resposta a consulta anteriormente formulada, sobre idêntica
matéria, poderá adotar o procedimento previsto no § 5º, no prazo de trinta dias contados da
respectiva publicação.
§ 11. A solução da divergência acarretará, em qualquer hipótese, a edição de ato
específico, uniformizando o entendimento, com imediata ciência ao destinatário da solução
reformada, aplicando-se seus efeitos a partir da data da ciência.

§ 12. Se, após a resposta à consulta, a administração alterar o entendimento nela


expresso, a nova orientação atingirá, apenas, os fatos geradores que ocorram após dado
ciência ao consulente ou após a sua publicação pela imprensa oficial.

§ 13. A partir de 1º de janeiro de 1997, cessarão todos os efeitos decorrentes de consultas


não solucionadas definitivamente, ficando assegurado aos consulentes, até 31 de janeiro de
1997:

I - a não instauração de procedimento de fiscalização em relação à matéria consultada;

II - a renovação da consulta anteriormente formulada, à qual serão aplicadas as normas


previstas nesta Lei.

Art. 49. Não se aplicam aos processos de consulta no âmbito da Secretaria da Receita
Federal as disposições dos arts. 54 a 58 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972.

Art. 50. Aplicam-se aos processos de consulta relativos à classificação de mercadorias as


disposições dos arts. 46 a 53 do Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972 e do art. 48 desta
Lei.

§ 1º O órgão de que trata o inciso I do § 1º do art. 48 poderá alterar ou reformar, de ofício,


as decisões proferidas nos processos relativos à classificação de mercadorias.

§ 2º Da alteração ou reforma mencionada no parágrafo anterior, deverá ser dada ciência


ao consulente.

§ 3º Em relação aos atos praticados até a data da ciência ao consulente, nos casos de
que trata o § 1º deste artigo, aplicam-se as conclusões da decisão proferida pelo órgão regional
da Secretaria da Receita Federal.

§ 4º O envio de conclusões decorrentes de decisões proferidas em processos de consulta


sobre classificação de mercadorias, para órgãos do Mercado Comum do Sul - MERCOSUL,
será efetuado exclusivamente pelo órgão de que trata o inciso I do § 1º do art. 48.

Seção II
Normas sobre o Lucro Presumido e Arbitrado

Art. 51. Os juros de que trata o art. 9º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, bem
como os rendimentos e ganhos líquidos decorrentes de quaisquer operações financeiras, serão
adicionados ao lucro presumido ou arbitrado, para efeito de determinação do imposto de renda
devido.

Parágrafo único. O imposto de renda incidente na fonte sobre os rendimentos de que trata
este artigo será considerado como antecipação do devido na declaração de rendimentos.

Art. 52. Na apuração de ganho de capital de pessoa jurídica tributada pelo lucro
presumido ou arbitrado, os valores acrescidos em virtude de reavaliação somente poderão ser
computados como parte integrante dos custos de aquisição dos bens e direitos se a empresa
comprovar que os valores acrescidos foram computados na determinação da base de cálculo
do imposto de renda.

Art. 53. Os valores recuperados, correspondentes a custos e despesas, inclusive com


perdas no recebimento de créditos, deverão ser adicionados ao lucro presumido ou arbitrado
para determinação do imposto de renda, salvo se o contribuinte comprovar não os ter deduzido
em período anterior no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no lucro real
ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao regime de tributação com base no
lucro presumido ou arbitrado.

Art. 54. A pessoa jurídica que, até o ano-calendário anterior, houver sido tributada com
base no lucro real, deverá adicionar à base de cálculo do imposto de renda, correspondente ao
primeiro período de apuração no qual houver optado pela tributação com base no lucro
presumido ou for tributada com base no lucro arbitrado, os saldos dos valores cuja tributação
havia diferido, controlados na parte B do Livro de Apuração do Lucro Real - LALUR.

Seção III
Normas Aplicáveis a Atividades Especiais

Sociedades Civis

Art. 55. As sociedades civis de prestação de serviços profissionais relativos ao exercício


de profissão legalmente regulamentada de que trata o art. 1º do Decreto-lei nº 2.397, de 21 de
dezembro de 1987, passam, em relação aos resultados auferidos a partir de 1º de janeiro de
1997, a ser tributadas pelo imposto de renda de conformidade com as normas aplicáveis às
demais pessoas jurídicas.

Art. 56. As sociedades civis de prestação de serviços de profissão legalmente


regulamentada passam a contribuir para a seguridade social com base na receita bruta da
prestação de serviços, observadas as normas da Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro
de 1991.

Parágrafo único. Para efeito da incidência da contribuição de que trata este artigo, serão
consideradas as receitas auferidas a partir do mês de abril de 1997.

Associações de Poupança e Empréstimo

Art. 57. As Associações de Poupança e Empréstimo pagarão o imposto de renda


correspondente aos rendimentos e ganhos líquidos, auferidos em aplicações financeiras, à
alíquota de quinze por cento, calculado sobre vinte e oito por cento do valor dos referidos
rendimentos e ganhos líquidos.

Parágrafo único. O imposto incidente na forma deste artigo será considerado tributação
definitiva.

Empresas de Factoring

Art. 58. Fica incluído no art. 36 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com as
alterações da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, o seguinte inciso XV:

"Art. 36. .........................................................................

........................................................................................

XV - que explorem as atividades de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria


creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar
e a receber, compras de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de
prestação de serviços (factoring)."

Atividade Florestal
Art. 59. Considera-se, também, como atividade rural o cultivo de florestas que se destinem
ao corte para comercialização, consumo ou industrialização.

Liquidação Extra-Judicial e Falência

Art. 60. As entidades submetidas aos regimes de liquidação extrajudicial e de falência


sujeitam-se às normas de incidência dos impostos e contribuições de competência da União
aplicáveis às pessoas jurídicas, em relação às operações praticadas durante o período em que
perdurarem os procedimentos para a realização de seu ativo e o pagamento do passivo.

Seção IV
Acréscimos Moratórios

Multas e Juros

Art. 61. Os débitos para com a União, decorrentes de tributos e contribuições


administrados pela Secretaria da Receita Federal, cujos fatos geradores ocorrerem a partir de
1º de janeiro de 1997, não pagos nos prazos previstos na legislação específica, serão
acrescidos de multa de mora, calculada à taxa de trinta e três centésimos por cento, por dia de
atraso.

§ 1º A multa de que trata este artigo será calculada a partir do primeiro dia subseqüente
ao do vencimento do prazo previsto para o pagamento do tributo ou da contribuição até o dia
em que ocorrer o seu pagamento.

§ 2º O percentual de multa a ser aplicado fica limitado a vinte por cento.

§ 3º Sobre os débitos a que se refere este artigo incidirão juros de mora calculados à taxa
a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do
prazo até o mês anterior ao do pagamento e de um por cento no mês de pagamento. (Vide Lei
nº 9.716, de 1998)

Pagamento em Quotas-Juros

Art. 62. Os juros a que se referem o inciso III do art. 14 e o art. 16, ambos da Lei nº 9.250,
de 26 de dezembro de 1995, serão calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir
do primeiro dia do mês subseqüente ao previsto para a entrega tempestiva da declaração de
rendimentos.

Parágrafo único. As quotas do imposto sobre a propriedade territorial rural a que se refere
a alínea "c" do parágrafo único do art. 14 da Lei nº 8.847, de 28 de janeiro de 1994, serão
acrescidas de juros calculados à taxa a que se refere o § 3º do art. 5º, a partir do primeiro dia
do mês subseqüente àquele em que o contribuinte for notificado até o último dia do mês
anterior ao do pagamento e de um por cento no mês do pagamento.

Débitos com Exigibilidade Suspensa

Art. 63. Na constituição de crédito tributário destinada a prevenir a decadência, relativo a


tributo de competência da União, cuja exigibilidade houver sido suspensa na forma dos incisos
IV e V do art. 151 da Lei nº 5.172, de 25 de outubro de 1966, não caberá lançamento de multa
de ofício. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001)

§ 1º O disposto neste artigo aplica-se, exclusivamente, aos casos em que a suspensão da


exigibilidade do débito tenha ocorrido antes do início de qualquer procedimento de ofício a ele
relativo.
§ 2º A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar interrompe a
incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30 dias após a data da
publicação da decisão judicial que considerar devido o tributo ou contribuição.

Seção V
Arrecadação de Tributos e Contribuições

Retenção de Tributos e Contribuições

Art. 64. Os pagamentos efetuados por órgãos, autarquias e fundações da administração


pública federal a pessoas jurídicas, pelo fornecimento de bens ou prestação de serviços, estão
sujeitos à incidência, na fonte, do imposto sobre a renda, da contribuição social sobre o lucro
líquido, da contribuição para seguridade social - COFINS e da contribuição para o PIS/PASEP.

§ 1º A obrigação pela retenção é do órgão ou entidade que efetuar o pagamento.

§ 2º O valor retido, correspondente a cada tributo ou contribuição, será levado a crédito da


respectiva conta de receita da União.

§ 3º O valor do imposto e das contribuições sociais retido será considerado como


antecipação do que for devido pelo contribuinte em relação ao mesmo imposto e às mesmas
contribuições.

§ 4º O valor retido correspondente ao imposto de renda e a cada contribuição social


somente poderá ser compensado com o que for devido em relação à mesma espécie de
imposto ou contribuição.

§ 5º O imposto de renda a ser retido será determinado mediante a aplicação da alíquota


de quinze por cento sobre o resultado da multiplicação do valor a ser pago pelo percentual de
que trata o art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, aplicável à espécie de receita
correspondente ao tipo de bem fornecido ou de serviço prestado.

§ 6º O valor da contribuição social sobre o lucro líquido, a ser retido, será determinado
mediante a aplicação da alíquota de um por cento, sobre o montante a ser pago.

§ 7º O valor da contribuição para a seguridade social - COFINS, a ser retido, será


determinado mediante a aplicação da alíquota respectiva sobre o montante a ser pago.

§ 8º O valor da contribuição para o PIS/PASEP, a ser retido, será determinado mediante a


aplicação da alíquota respectiva sobre o montante a ser pago.

Art. 65. O Banco do Brasil S.A. deverá reter, no ato do pagamento ou crédito, a
contribuição para o PIS/PASEP incidente nas transferências voluntárias da União para suas
autarquias e fundações e para os Estados, Distrito Federal e Municípios, suas autarquias e
fundações.

Art. 66. As cooperativas que se dedicam a vendas em comum, referidas no art. 82 da Lei
nº 5.764, de 16 de dezembro de 1971, que recebam para comercialização a produção de suas
associadas, são responsáveis pelo recolhimento da Contribuição para Financiamento da
Seguridade Social - COFINS, instituída pela Lei Complementar nº 70, de 30 de dezembro de
1991 e da Contribuição para o Programa de Integração Social - PIS, criada pela Lei
Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, com suas posteriores modificações.

§ 1º O valor das contribuições recolhidas pelas cooperativas mencionadas no caput deste


artigo, deverá ser por elas informado, individualizadamente, às suas filiadas, juntamente com o
montante do faturamento relativo às vendas dos produtos de cada uma delas, com vistas a
atender aos procedimentos contábeis exigidos pela legislação.
§ 2º O disposto neste artigo aplica-se a procedimento idêntico que, eventualmente, tenha
sido anteriormente adotado pelas cooperativas centralizadoras de vendas, inclusive quanto ao
recolhimento da Contribuição para o Fundo de Investimento Social - FINSOCIAL, criada pelo
Decreto-lei nº 1.940, de 25 de maio de 1982, com suas posteriores modificações.

§ 3º A Secretaria da Receita Federal poderá baixar as normas necessárias ao


cumprimento e controle das disposições contidas neste artigo.

Dispensa de Retenção de Imposto de Renda

Art. 67. Fica dispensada a retenção de imposto de renda, de valor igual ou inferior a R$
10,00 (dez reais), incidente na fonte sobre rendimentos que devam integrar a base de cálculo
do imposto devido na declaração de ajuste anual.

Utilização de DARF

Art. 68. É vedada a utilização de Documento de Arrecadação de Receitas Federais para o


pagamento de tributos e contribuições de valor inferior a R$ 10,00 (dez reais).

§ 1º O imposto ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal,


arrecadado sob um determinado código de receita, que, no período de apuração, resultar
inferior a R$ 10,00 (dez reais), deverá ser adicionado ao imposto ou contribuição de mesmo
código, correspondente aos períodos subseqüentes, até que o total seja igual ou superior a R$
10,00 (dez reais), quando, então, será pago ou recolhido no prazo estabelecido na legislação
para este último período de apuração.

§ 2º O critério a que se refere o parágrafo anterior aplica-se, também, ao imposto sobre


operações de crédito, câmbio e seguro e sobre operações relativas a títulos e valores
mobiliários - IOF.

Art. 68-A. O Poder Executivo poderá elevar para até R$ 100,00 (cem reais) os limites e
valores de que tratam os arts. 67 e 68 desta Lei, inclusive de forma diferenciada por tributo,
regime de tributação ou de incidência, relativos à utilização do Documento de Arrecadação de
Receitas Federais, podendo reduzir ou restabelecer os limites e valores que vier a fixar.
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Imposto Retido na Fonte - Responsabilidade

Art. 69. É responsável pela retenção e recolhimento do imposto de renda na fonte,


incidente sobre os rendimentos auferidos pelos fundos, sociedades de investimentos e
carteiras de que trata o art. 81 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, a pessoa jurídica que
efetuar o pagamento dos rendimentos.

Seção VI
Casos Especiais de Tributação

Multas por Rescisão de Contrato

Art. 70. A multa ou qualquer outra vantagem paga ou creditada por pessoa jurídica, ainda
que a título de indenização, a beneficiária pessoa física ou jurídica, inclusive isenta, em virtude
de rescisão de contrato, sujeitam-se à incidência do imposto de renda na fonte à alíquota de
quinze por cento.

§ 1º A responsabilidade pela retenção e recolhimento do imposto de renda é da pessoa


jurídica que efetuar o pagamento ou crédito da multa ou vantagem.
§ 2o O imposto será retido na data do pagamento ou crédito da multa ou vantagem.
(Redação dada pela Lei nº 11.196, de 2005)

§ 3º O valor da multa ou vantagem será:

I - computado na apuração da base de cálculo do imposto devido na declaração de ajuste


anual da pessoa física;

II - computado como receita, na determinação do lucro real;

III - acrescido ao lucro presumido ou arbitrado, para determinação da base de cálculo do


imposto devido pela pessoa jurídica.

§ 4º O imposto retido na fonte, na forma deste artigo, será considerado como antecipação
do devido em cada período de apuração, nas hipóteses referidas no parágrafo anterior, ou
como tributação definitiva, no caso de pessoa jurídica isenta.

§ 5º O disposto neste artigo não se aplica às indenizações pagas ou creditadas em


conformidade com a legislação trabalhista e àquelas destinadas a reparar danos patrimoniais.

Ganhos em Mercado de Balcão

Art. 71. Sem prejuízo do disposto no art. 74 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, os
ganhos auferidos por qualquer beneficiário, inclusive pessoa jurídica isenta, nas demais
operações realizadas em mercados de liquidação futura, fora de bolsa, serão tributados de
acordo com as normas aplicáveis aos ganhos líquidos auferidos em operações de natureza
semelhante realizadas em bolsa.

§ 1º Não se aplica aos ganhos auferidos nas operações de que trata este artigo o disposto
no § 1º do art. 81 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995.

§ 2o Somente será admitido o reconhecimento de perdas nas operações registradas nos


termos da legislação vigente. (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003)

Remuneração de Direitos

Art. 72. Estão sujeitas à incidência do imposto na fonte, à alíquota de quinze por cento, as
importâncias pagas, creditadas, entregues, empregadas ou remetidas para o exterior pela
aquisição ou pela remuneração, a qualquer título, de qualquer forma de direito, inclusive à
transmissão, por meio de rádio ou televisão ou por qualquer outro meio, de quaisquer filmes ou
eventos, mesmo os de competições desportivas das quais faça parte representação brasileira.

Seção VII
Restituição e Compensação de Tributos e Contribuições

Art. 73. Para efeito do disposto no art. 7º do Decreto-lei nº 2.287, de 23 de julho de 1986,
a utilização dos créditos do contribuinte e a quitação de seus débitos serão efetuadas em
procedimentos internos à Secretaria da Receita Federal, observado o seguinte:

I - o valor bruto da restituição ou do ressarcimento será debitado à conta do tributo ou da


contribuição a que se referir;

II - a parcela utilizada para a quitação de débitos do contribuinte ou responsável será


creditada à conta do respectivo tributo ou da respectiva contribuição.

Art. 74. O sujeito passivo que apurar crédito, inclusive os judiciais com trânsito em julgado,
relativo a tributo ou contribuição administrado pela Secretaria da Receita Federal, passível de
restituição ou de ressarcimento, poderá utilizá-lo na compensação de débitos próprios relativos
a quaisquer tributos e contribuições administrados por aquele Órgão.(Redação dada pela Lei nº
10.637, de 2002)

§ 1o A compensação de que trata o caput será efetuada mediante a entrega, pelo sujeito
passivo, de declaração na qual constarão informações relativas aos créditos utilizados e aos
respectivos débitos compensados.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)

§ 2o A compensação declarada à Secretaria da Receita Federal extingue o crédito


tributário, sob condição resolutória de sua ulterior homologação.(Incluído pela Lei nº 10.637, de
2002)

§ 3o Além das hipóteses previstas nas leis específicas de cada tributo ou contribuição, não
poderão ser objeto de compensação mediante entrega, pelo sujeito passivo, da declaração
referida no § 1o: (Redação dada pela Lei nº 10.833, de 2003)

I - o saldo a restituir apurado na Declaração de Ajuste Anual do Imposto de Renda da


Pessoa Física;(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)

II - os débitos relativos a tributos e contribuições devidos no registro da Declaração de


Importação. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)

III - os débitos relativos a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita


Federal que já tenham sido encaminhados à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para
inscrição em Dívida Ativa da União; (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003)

IV - o débito consolidado em qualquer modalidade de parcelamento concedido pela


Secretaria da Receita Federal - SRF; (Redação dada pela Lei nº 11.051, de 2004)

V - o débito que já tenha sido objeto de compensação não homologada, ainda que a
compensação se encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa; e (Redação
dada pela Lei nº 11.051, de 2004)

VI - o valor objeto de pedido de restituição ou de ressarcimento já indeferido pela


autoridade competente da Secretaria da Receita Federal - SRF, ainda que o pedido se
encontre pendente de decisão definitiva na esfera administrativa. (Incluído pela Lei nº 11.051,
de 2004)

§ 4o Os pedidos de compensação pendentes de apreciação pela autoridade administrativa


serão considerados declaração de compensação, desde o seu protocolo, para os efeitos
previstos neste artigo.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)

§ 5o O prazo para homologação da compensação declarada pelo sujeito passivo será de 5


(cinco) anos, contado da data da entrega da declaração de compensação. (Redação dada pela
Lei nº 10.833, de 2003)

§ 6o A declaração de compensação constitui confissão de dívida e instrumento hábil e


suficiente para a exigência dos débitos indevidamente compensados. (Incluído pela Lei nº
10.833, de 2003)

§ 7o Não homologada a compensação, a autoridade administrativa deverá cientificar o


sujeito passivo e intimá-lo a efetuar, no prazo de 30 (trinta) dias, contado da ciência do ato que
não a homologou, o pagamento dos débitos indevidamente compensados.(Incluído pela Lei nº
10.833, de 2003)
§ 8o Não efetuado o pagamento no prazo previsto no § 7o, o débito será encaminhado à
Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional para inscrição em Dívida Ativa da União, ressalvado
o disposto no § 9o. (Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003)

§ 9o É facultado ao sujeito passivo, no prazo referido no § 7o, apresentar manifestação de


inconformidade contra a não-homologação da compensação. (Incluído pela Lei nº 10.833, de
2003)

§ 10. Da decisão que julgar improcedente a manifestação de inconformidade caberá


recurso ao Conselho de Contribuintes.(Incluído pela Lei nº 10.833, de 2003)

§ 11. A manifestação de inconformidade e o recurso de que tratam os §§ 9o e 10


obedecerão ao rito processual do Decreto no 70.235, de 6 de março de 1972, e enquadram-se
no disposto no inciso III do art. 151 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código
Tributário Nacional, relativamente ao débito objeto da compensação. (Incluído pela Lei nº
10.833, de 2003)

§ 12. Será considerada não declarada a compensação nas hipóteses: (Redação dada pela
Lei nº 11.051, de 2004)

I - previstas no § 3o deste artigo; (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)

II - em que o crédito: (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)

a) seja de terceiros; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004)

b) refira-se a "crédito-prêmio" instituído pelo art. 1o do Decreto-Lei no 491, de 5 de março


de 1969; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004)

c) refira-se a título público; (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004)

d) seja decorrente de decisão judicial não transitada em julgado; ou (Incluída pela Lei nº
11.051, de 2004)

e) não se refira a tributos e contribuições administrados pela Secretaria da Receita


Federal - SRF. (Incluída pela Lei nº 11.051, de 2004)

f) tiver como fundamento a alegação de inconstitucionalidade de lei, exceto nos casos em


que a lei: (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

1 – tenha sido declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal em ação direta
de inconstitucionalidade ou em ação declaratória de constitucionalidade; (Incluído pela Lei nº
11.941, de 2009)

2 – tenha tido sua execução suspensa pelo Senado Federal; (Incluído pela Lei nº 11.941,
de 2009)

3 – tenha sido julgada inconstitucional em sentença judicial transitada em julgado a favor


do contribuinte; ou (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

4 – seja objeto de súmula vinculante aprovada pelo Supremo Tribunal Federal nos termos
do art. 103-A da Constituição Federal.(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 13. O disposto nos §§ 2o e 5o a 11 deste artigo não se aplica às hipóteses previstas no §


12 deste artigo. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)
§ 14. A Secretaria da Receita Federal - SRF disciplinará o disposto neste artigo, inclusive
quanto à fixação de critérios de prioridade para apreciação de processos de restituição, de
ressarcimento e de compensação. (Incluído pela Lei nº 11.051, de 2004)

§ 15. Será aplicada multa isolada de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor do crédito
objeto de pedido de ressarcimento indeferido ou indevido. (Incluído pela Lei nº 12.249, de
2010)

§ 16. O percentual da multa de que trata o § 15 será de 100% (cem por cento) na
hipótese de ressarcimento obtido com falsidade no pedido apresentado pelo sujeito passivo.
(Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)

§ 17. Aplica-se a multa prevista no § 15, também, sobre o valor do crédito objeto de
declaração de compensação não homologada, salvo no caso de falsidade da declaração
apresentada pelo sujeito passivo. (Incluído pela Lei nº 12.249, de 2010)

Seção VIII
UFIR

Art. 75. A partir de 1º de janeiro de 1997, a atualização do valor da Unidade Fiscal de


Referência - UFIR, de que trata o art. 1º da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991, com as
alterações posteriores, será efetuada por períodos anuais, em 1º de janeiro.

Parágrafo único. No âmbito da legislação tributária federal, a UFIR será utilizada


exclusivamente para a atualização dos créditos tributários da União, objeto de parcelamento
concedido até 31 de dezembro de 1994.

Seção IX
Competências dos Conselhos de Contribuintes

Art. 76. Fica o Poder Executivo autorizado a alterar as competências relativas às matérias
objeto de julgamento pelos Conselhos de Contribuintes do Ministério da Fazenda.

Seção X
Dispositivo Declarado Inconstitucional

Art. 77. Fica o Poder Executivo autorizado a disciplinar as hipóteses em que a


administração tributária federal, relativamente aos créditos tributários baseados em dispositivo
declarado inconstitucional por decisão definitiva do Supremo Tribunal Federal, possa:
(Regulamento)

I - abster-se de constituí-los;

II - retificar o seu valor ou declará-los extintos, de ofício, quando houverem sido


constituídos anteriormente, ainda que inscritos em dívida ativa;

III - formular desistência de ações de execução fiscal já ajuizadas, bem como deixar de
interpor recursos de decisões judiciais.

Seção XI
Juros sobre o Capital Próprio

Art. 78. O § 1º do art. 9º da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, passa a vigorar com
a seguinte redação:

"Art. 9º...........................................................................
§ 1º O efetivo pagamento ou crédito dos juros fica condicionado à existência de lucros,
computados antes da dedução dos juros, ou de lucros acumulados e reservas de lucros, em
montante igual ou superior ao valor de duas vezes os juros a serem pagos ou creditados.

................................................................................"

Seção XII
Admissão Temporária

Art. 79. Os bens admitidos temporariamente no País, para utilização econômica, ficam
sujeitos ao pagamento dos impostos incidentes na importação proporcionalmente ao tempo de
sua permanência em território nacional, nos termos e condições estabelecidos em
regulamento.

Parágrafo único. O Poder Executivo poderá excepcionar, em caráter temporário, a


aplicação do disposto neste artigo em relação a determinados bens. (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.189-49, de 2001)

Capítulo VI
DISPOSIÇÕES FINAIS

Empresa Inidônea

Art. 80. As pessoas jurídicas que, estando obrigadas, deixarem de apresentar


declarações e demonstrativos por 5 (cinco) ou mais exercícios poderão ter sua inscrição no
Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica – CNPJ baixada, nos termos e condições definidos pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil, se, intimadas por edital, não regularizarem sua
situação no prazo de 60 (sessenta) dias, contado da data da publicação da intimação.
(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 1o Poderão ainda ter a inscrição no CNPJ baixada, nos termos e condições definidos
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as pessoas jurídicas: (Redação dada pela Lei nº
11.941, de 2009)

I – que não existam de fato; ou (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

II – que, declaradas inaptas, nos termos do art. 81 desta Lei, não tenham regularizado sua
situação nos 5 (cinco) exercícios subsequentes. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 2o No edital de intimação, que será publicado no Diário Oficial da União, as pessoas


jurídicas serão identificadas pelos respectivos números de inscrição no CNPJ. (Redação dada
pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 3o Decorridos 90 (noventa) dias da publicação do edital de intimação, a Secretaria da


Receita Federal do Brasil publicará no Diário Oficial da União a relação de CNPJ das pessoas
jurídicas que houverem regularizado sua situação, tornando-se automaticamente baixadas,
nessa data, as inscrições das pessoas jurídicas que não tenham providenciado a
regularização. (Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 4o A Secretaria da Receita Federal do Brasil manterá, para consulta, em seu sítio na


internet, informação sobre a situação cadastral das pessoas jurídicas inscritas no CNPJ.
(Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Art. 80-A. Poderão ter sua inscrição no CNPJ baixada, nos termos e condições definidos
pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, as pessoas jurídicas que estejam extintas,
canceladas ou baixadas nos respectivos órgãos de registro. (Incluído pela Lei nº 11.941, de
2009)
Art. 80-B. O ato de baixa da inscrição no CNPJ não impede que, posteriormente, sejam
lançados ou cobrados os débitos de natureza tributária da pessoa jurídica. (Incluído pela Lei nº
11.941, de 2009)

Art. 80-C. Mediante solicitação da pessoa jurídica, poderá ser restabelecida a inscrição
no CNPJ, observados os termos e condições definidos pela Secretaria da Receita Federal do
Brasil. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Art. 81. Poderá ser declarada inapta, nos termos e condições definidos pela Secretaria
da Receita Federal do Brasil, a inscrição no CNPJ da pessoa jurídica que, estando obrigada,
deixar de apresentar declarações e demonstrativos em 2 (dois) exercícios consecutivos.
(Redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009)

§ 1o Será também declarada inapta a inscrição da pessoa jurídica que não comprove a
origem, a disponibilidade e a efetiva transferência, se for o caso, dos recursos empregados em
operações de comércio exterior.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)

§ 2o Para fins do disposto no § 1o, a comprovação da origem de recursos provenientes do


exterior dar-se-á mediante, cumulativamente:(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)

I - prova do regular fechamento da operação de câmbio, inclusive com a identificação da


instituição financeira no exterior encarregada da remessa dos recursos para o País;(Incluído
pela Lei nº 10.637, de 2002)

II - identificação do remetente dos recursos, assim entendido como a pessoa física ou


jurídica titular dos recursos remetidos.(Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)

§ 3o No caso de o remetente referido no inciso II do § 2o ser pessoa jurídica deverão ser


também identificados os integrantes de seus quadros societário e gerencial.(Incluído pela Lei nº
10.637, de 2002)

§ 4o O disposto nos §§ 2o e 3o aplica-se, também, na hipótese de que trata o § 2o do art.


23 do Decreto-Lei no 1.455, de 7 de abril de 1976. (Incluído pela Lei nº 10.637, de 2002)

§ 5o Poderá também ser declarada inapta a inscrição no CNPJ da pessoa jurídica que
não for localizada no endereço informado ao CNPJ, nos termos e condições definidos pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil. (Incluído pela Lei nº 11.941, de 2009)

Art. 82. Além das demais hipóteses de inidoneidade de documentos previstos na


legislação, não produzirá efeitos tributários em favor de terceiros interessados, o documento
emitido por pessoa jurídica cuja inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes tenha sido
considerada ou declarada inapta.

Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos em que o adquirente de
bens, direitos e mercadorias ou o tomador de serviços comprovarem a efetivação do
pagamento do preço respectivo e o recebimento dos bens, direitos e mercadorias ou utilização
dos serviços.

Crime contra a Ordem Tributária

Art. 83. A representação fiscal para fins penais relativa aos crimes contra a ordem
tributária previstos nos arts. 1o e 2o da Lei no 8.137, de 27 de dezembro de 1990, e aos crimes
contra a Previdência Social, previstos nos arts. 168-A e 337-A do Decreto-Lei no 2.848, de 7 de
dezembro de 1940 (Código Penal), será encaminhada ao Ministério Público depois de proferida
a decisão final, na esfera administrativa, sobre a exigência fiscal do crédito tributário
correspondente. (Redação dada pela Lei nº 12.350, de 2010)
§ 1o Na hipótese de concessão de parcelamento do crédito tributário, a representação
fiscal para fins penais somente será encaminhada ao Ministério Público após a exclusão da
pessoa física ou jurídica do parcelamento. (Incluído pela Lei nº 12.382, de 2011).

§ 2o É suspensa a pretensão punitiva do Estado referente aos crimes previstos no caput,


durante o período em que a pessoa física ou a pessoa jurídica relacionada com o agente dos
aludidos crimes estiver incluída no parcelamento, desde que o pedido de parcelamento tenha
sido formalizado antes do recebimento da denúncia criminal. (Incluído pela Lei nº 12.382, de
2011).

§ 3o A prescrição criminal não corre durante o período de suspensão da pretensão


punitiva. (Incluído pela Lei nº 12.382, de 2011).

§ 4o Extingue-se a punibilidade dos crimes referidos no caput quando a pessoa física ou a


pessoa jurídica relacionada com o agente efetuar o pagamento integral dos débitos oriundos de
tributos, inclusive acessórios, que tiverem sido objeto de concessão de parcelamento. (Incluído
pela Lei nº 12.382, de 2011).

§ 5o O disposto nos §§ 1o a 4o não se aplica nas hipóteses de vedação legal de


parcelamento. (Incluído pela Lei nº 12.382, de 2011).

§ 6o As disposições contidas no caput do art. 34 da Lei no 9.249, de 26 de dezembro de


1995, aplicam-se aos processos administrativos e aos inquéritos e processos em curso, desde
que não recebida a denúncia pelo juiz. (Renumerado do Parágrafo único pela Lei nº 12.382, de
2011).

Art. 84. Nos casos de incorporação, fusão ou cisão de empresa incluída no Programa
Nacional de Desestatização, bem como nos programas de desestatização das Unidades
Federadas e dos Municípios, não ocorrerá a realização do lucro inflacionário acumulado
relativamente à parcela do ativo sujeito a correção monetária até 31 de dezembro de 1995, que
houver sido vertida.

§ 1º O lucro inflacionário acumulado da empresa sucedida, correspondente aos ativos


vertidos sujeitos a correção monetária até 31 de dezembro de 1995, será integralmente
transferido para a sucessora, nos casos de incorporação e fusão.

§ 2º No caso de cisão, o lucro inflacionário acumulado será transferido, para a pessoa


jurídica que absorver o patrimônio da empresa cindida, na proporção das contas do ativo,
sujeitas a correção monetária até 31 de dezembro de 1995, que houverem sido vertidas.

§ 3º O lucro inflacionário transferido na forma deste artigo será realizado e submetido a


tributação, na pessoa jurídica sucessora, com observância do disposto na legislação vigente.

Fretes Internacionais

Art. 85. Ficam sujeitos ao imposto de renda na fonte, à alíquota de quinze por cento, os
rendimentos recebidos por companhias de navegação aérea e marítima, domiciliadas no
exterior, de pessoas físicas ou jurídicas residentes ou domiciliadas no Brasil.

Parágrafo único. O imposto de que trata este artigo não será exigido das companhias
aéreas e marítimas domiciliadas em países que não tributam, em decorrência da legislação
interna ou de acordos internacionais, os rendimentos auferidos por empresas brasileiras que
exercem o mesmo tipo de atividade.

Art. 86. Nos casos de pagamento de contraprestação de arrendamento mercantil, do tipo


financeiro, a beneficiária pessoa jurídica domiciliada no exterior, a Secretaria da Receita
Federal expedirá normas para excluir da base de cálculo do imposto de renda incidente na
fonte a parcela remetida que corresponder ao valor do bem arrendado.
Vigência

Art. 87. Esta Lei entra em vigor na data da sua publicação, produzindo efeitos financeiros
a partir de 1º de janeiro de 1997.

Revogação

Art. 88. Revogam-se:

I - o § 2º do art. 97 do Decreto-lei nº 5.844, de 23 de setembro de 1943, o Decreto-lei nº


7.885, de 21 de agosto de 1945, o art. 46 da Lei nº 4.862, de 29 de novembro de 1965 e o art.
56 da Lei nº 7.713, de 22 de dezembro de 1988;

II - o Decreto-lei nº 165, de 13 de fevereiro de 1967;

III - o § 3º do art. 21 do Decreto-lei nº 401, de 30 de dezembro de 1968;

IV - o Decreto-lei nº 716, de 30 de julho de 1969;

V - o Decreto-lei nº 815, de 4 de setembro de 1969, o Decreto-lei nº 1.139, de 21 de


dezembro de 1970, o art. 87 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985 e os arts. 11 e 12 do
Decreto-lei nº 2.303, de 21 de novembro de 1986;

VI - o art. 3º do Decreto-lei nº 1.118, de 10 de agosto de 1970, o art. 6º do Decreto-lei nº


1.189, de 24 de setembro de 1971 e o inciso IX do art. 1º da Lei nº 8.402, de 8 de janeiro de
1992;

VII - o art. 9º do Decreto-lei nº 1.351, de 24 de outubro de 1974, o Decreto-lei nº 1.411, de


31 de julho de 1975 e o Decreto-lei nº 1.725, de 7 de dezembro de 1979;

VIII - o art. 9º do Decreto-lei nº 1.633, de 9 de agosto de 1978;

IX - o número 4 da alínea "b" do § 1º do art. 35 do Decreto-lei nº 1.598, de 26 de


dezembro de 1977, com a redação dada pelo inciso VI do art. 1º do Decreto-lei nº 1.730, de 17
de dezembro de 1979;

X - o Decreto-lei nº 1.811, de 27 de outubro de 1980, e o art. 3º da Lei nº 7.132, de 26 de


outubro de 1983;

XI - o art. 7º do Decreto-lei nº 1.814, de 28 de novembro de 1980;

XII - o Decreto-lei nº 2.227, de 16 de janeiro de 1985;

XIII - os arts. 29 e 30 do Decreto-lei nº 2.341, de 29 de junho de 1987;

XIV - os arts. 1º e 2º do Decreto-lei nº 2.397, de 21 de dezembro de 1987;

XV - o art. 8º do Decreto-lei nº 2.429, de 14 de abril de 1988;

XVI - Revogado pela Lei nº 11.508, de 2007

XVII - o art. 40 da Lei nº 7.799, de 10 de julho de 1989;

XVIII - o § 5º do art. 6º da Lei nº 8.021, de 1990;

XIX - o art. 22 da Lei nº 8.218, de 29 de agosto de 1991;


XX - o art. 92 da Lei nº 8.383, de 30 de dezembro de 1991;

XXI - o art. 6º da Lei nº 8.661, de 2 de junho de 1993;

XXII - o art. 1º da Lei nº 8.696, de 26 de agosto de 1993;

XXIII - o parágrafo único do art. 3º da Lei nº 8.846, de 21 de janeiro de 1994;

XXIV - o art. 33, o § 4º do art. 37 e os arts. 38, 50, 52 e 53, o § 1º do art. 82 e art. 98,
todos da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995;

XXV - o art. 89 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, com a redação dada pela Lei nº
9.065, de 20 de junho de 1995;

XXVI - os §§ 4º, 9º e 10 do art. 9º, o § 2º do art. 11, e o § 3º do art. 24, todos da Lei nº
9.249, de 26 de dezembro de 1995;

XXVII - a partir de 1º de abril de 1997, o art. 40 da Lei nº 8.981, de 1995, com as


alterações introduzidas pela Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995.

Brasília, 27 de dezembro de 1996; 175º da Independência e 108º da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


Pedro Malan

Este texto não substitui o publicado no D.O.U de 30.12.1996


Instrução Normativa RFB nº 1.234, de 11 de janeiro de 2012

Dispõe sobre a retenção de tributos nos pagamentos efetuados


pelos órgãos da administração pública federal direta, autarquias e
fundações federais, empresas públicas, sociedades de economia
mista e demais pessoas jurídicas que menciona a outras pessoas
jurídicas pelo fornecimento de bens e serviços.

A SECRETÁRIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, SUBSTITUTA, , no uso


da atribuição que lhe confere o inciso III do art. 273 do Regimento Interno da Secretaria
da Receita Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 587, de 21 de dezembro de
2010, e tendo em vista o disposto no art. 15 da Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de
1995, no art. 64 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de 1996, e nos arts. 34 e 35 da Lei
nº 10.833, de 29 de dezembro de 2003, no art. 39 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de
2004, no art. 3º da Lei nº 11.116, de 18 de maio de 2005, no art. 74 da Lei nº 11.196, de
21 de novembro de 2005, e no inciso III do § 1º do art. 4º do Decreto nº 5.297, de 6 de
dezembro de 2004, resolve:

Art. 1º A retenção de tributos nos pagamentos efetuados pelos órgãos da administração


pública federal direta, autarquias e fundações federais, empresas públicas, sociedades de
economia mista e demais pessoas jurídicas que menciona a outras pessoas jurídicas pelo
fornecimento de bens e serviços, obedecerá o disposto nesta Instrução Normativa.

CAPÍTULO I
DA OBRIGATORIEDADE DE RETENÇÃO DOS TRIBUTOS

Art. 2º Ficam obrigados a efetuar as retenções na fonte do Imposto sobre a Renda (IR),
da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), da Contribuição para o
Financiamento da Seguridade Social (Cofins) e da Contribuição para o PIS/Pasep sobre
os pagamentos que efetuarem às pessoas jurídicas, pelo fornecimento de bens ou
prestação de serviços em geral, inclusive obras, os seguintes órgãos e entidades da
administração pública federal:

I - os órgãos da administração pública federal direta;

II - as autarquias;

III -as fundações federais;

IV - as empresas públicas;

V - as sociedades de economia mista; e


VI - as demais entidades em que a União, direta ou indiretamente detenha a maioria do
capital social sujeito a voto, e que recebam recursos do Tesouro Nacional e estejam
obrigadas a registrar sua execução orçamentária e financeira no Sistema Integrado de
Administração Financeira do Governo Federal (Siafi).

§ 1º A retenção efetuada na forma deste artigo dispensa, em relação aos pagamentos


efetuados, as demais retenções previstas na legislação do IR.

§ 2º As retenções serão efetuadas sobre qualquer forma de pagamento, inclusive os


pagamentos antecipados por conta de fornecimento de bens ou de prestação de serviços,
para entrega futura.

§ 3º No caso de fornecimento de bens ou de prestação de serviços amparados por


isenção, não incidência ou alíquota zero do IR ou de uma ou mais contribuições de que
trata este artigo, na forma da legislação em vigor, a retenção dar-se-á mediante a
aplicação das alíquotas previstas no art. 3º, correspondente ao IR ou às contribuições
não alcançadas pela isenção, não incidência ou pela alíquota zero.

§ 4º Na hipótese do § 3º, o recolhimento será efetuado mediante a utilização dos


códigos de que trata o art. 36.

§ 5º Para fins do § 3º, as pessoas jurídicas amparadas por isenção, não incidência ou
alíquota zero devem informar essa condição no documento fiscal, inclusive o
enquadramento legal, sob pena de, se não o fizerem, sujeitarem-se à retenção do IR e
das contribuições sobre o valor total do documento fiscal, no percentual total
correspondente à natureza do bem ou serviço.

§ 6º Para fins desta Instrução Normativa, a pessoa jurídica fornecedora do bem ou


prestadora do serviço deverá informar no documento fiscal o valor do IR e das
contribuições a serem retidos na operação.

§ 7º Para fins desta Instrução Normativa considera-se:

I - serviços prestados com emprego de materiais, os serviços cuja prestação envolva o


fornecimento pelo contratado de materiais, desde que tais materiais estejam
discriminados no contrato ou em planilhas à parte integrante do contrato, e na nota
fiscal ou fatura de prestação de serviços;

II - construção por empreitada com emprego de materiais, a contratação por empreitada


de construção civil, na modalidade total, fornecendo o empreiteiro todos os materiais
indispensáveis à sua execução, sendo tais materiais incorporados à obra.

§ 8º Excetua-se do disposto no inciso I do § 7º os serviços hospitalares, de que trata o


art. 30, e os serviços médicos referidos no art. 31.

§ 9º Para efeito do inciso II do § 7º, não serão considerados como materiais


incorporados à obra os instrumentos de trabalho utilizados e os materiais consumidos na
execução da obra.
§ 10. Em caso de pagamentos com glosa de valores constantes da nota fiscal, sem
emissão de nova nota fiscal, a retenção deverá incidir sobre o valor original da nota.

§ 11. Em caso de pagamentos com acréscimos de juros e multas por atraso no


pagamento, a retenção deverá incidir sobre o valor da nota fiscal incluídos os
acréscimos.

CAPÍTULO II
DA BASE DE CÁLCULO E DAS ALÍQUOTAS

Art. 3º A retenção será efetuada aplicando-se, sobre o valor a ser pago, o percentual
constante da coluna 06 do Anexo I a esta Instrução Normativa, que corresponde à soma
das alíquotas das contribuições devidas e da alíquota do IR, determinada mediante a
aplicação de 15% (quinze por cento) sobre a base de cálculo estabelecida no art. 15 da
Lei nº 9.249, de 26 de dezembro de 1995, conforme a natureza do bem fornecido ou do
serviço prestado.

§ 1º O percentual a ser aplicado sobre o valor a ser pago corresponderá à espécie do


bem fornecido ou do serviço prestado, conforme estabelecido em contrato.

§ 2º Sem prejuízo do estabelecido no § 7º do art. 2º, caso o pagamento se refira a


contratos distintos celebrados com a mesma pessoa jurídica pelo fornecimento de bens
ou de serviços prestados com percentuais diferenciados, aplicar-se-á o percentual
correspondente a cada fornecimento contratado.

§ 3º O valor da CSLL, a ser retido, será determinado mediante a aplicação da alíquota


de 1% (um por cento) sobre o montante a ser pago.

§ 4º Os valores da Cofins e da Contribuição para o PIS/Pasep a serem retidos serão


determinados, aplicando-se, sobre o montante a ser pago, respectivamente as alíquotas
de 3% (três por cento) e 0,65% (sessenta e cinco centésimos por cento), exceto nas
situações especificadas no art. 5º; no § 2º do art. 19; no parágrafo único do art. 20; nos
§§ 1º e 2º do art. 21 e nos §§ 1º e 2º do art. 22.

§ 5º As alíquotas de que trata o § 4º aplicam-se, inclusive, nas hipóteses em que as


receitas decorrentes do fornecimento de bens ou da prestação do serviço estejam sujeitas
ao regime de apuração da não cumulatividade da Cofins e da Contribuição para o
PIS/Pasep ou à tributação a alíquotas diferenciadas.

§ 6º Fica dispensada a retenção de valor inferior a R$ 10,00 (dez reais), exceto na


hipótese de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) eletrônico efetuado
por meio do Siafi.

§ 7º Ocorrendo a hipótese do § 2º, os valores retidos correspondentes a cada percentual


serão recolhidos em Darf distintos.
CAPÍTULO III
DAS HIPÓTESES EM QUE NÃO HAVERÁ RETENÇÃO

Art. 4º Não serão retidos os valores correspondentes ao IR e às contribuições de que


trata esta Instrução Normativa, nos pagamentos efetuados a:

I - templos de qualquer culto;

II - partidos políticos;

III - instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, a que se refere
o art. 12 da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997;

IV - instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científico e às associações


civis, a que se refere o art. 15 da Lei nº 9.532, de 1997;

V - sindicatos, federações e confederações de empregados;

VI - serviços sociais autônomos, criados ou autorizados por lei;

VII - conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;

VIII - fundações de direito privado e a fundações públicas instituídas ou mantidas pelo


Poder Público;

IX - condomínios edilícios;

X - Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e as Organizações Estaduais de


Cooperativas previstas no caput e no § 1º do art. 105 da Lei nº 5.764, de 16 de
dezembro de 1971;

XI - pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de


Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte
(Simples Nacional), de que trata o art. 12 da Lei Complementar nº 123, de 14 de
dezembro de 2006, em relação às suas receitas próprias;

XII - pessoas jurídicas exclusivamente distribuidoras de jornais e revistas;

XIII - Itaipu binacional;

XIV - empresas estrangeiras de transportes marítimos, aéreos e terrestres, relativos ao


transporte internacional de cargas ou passageiros, nos termos do disposto no art. 176 do
Decreto nº 3.000, de 26 de março de 1999 - Regulamento do Imposto de Renda
(RIR/1999), e no inciso V do art. 14 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto
de 2001;

XV - órgãos da administração direta, autarquias e fundações do Governo Federal,


Estadual ou Municipal, observado, no que se refere às autarquias e fundações, os termos
dos §§ 2º e 3º do art. 150 da Constituição Federal;
XVI - no caso das entidades previstas no art. 34 da Lei nº 10.833, de 29 de dezembro de
2003, a título de adiantamentos efetuados a empregados para despesas miúdas de pronto
pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários mínimos;

XVII - título de prestações relativas à aquisição de bem financiado por instituição


financeira;

XVIII - entidades fechadas de previdência complementar, nos termos do art. 32 da Lei


nº 10.637, de 30 de dezembro de 2002;

XIX - título de aquisição de petróleo, gasolina, gás natural, óleo diesel, gás liquefeito de
petróleo, querosene de aviação, demais derivados de petróleo, gás natural, álcool,
biodiesel e demais biocombustíveis efetuados pelas pessoas jurídicas dispostas nos
incisos IV a VI do caput do art. 2º, conforme disposto no parágrafo único do art. 34 da
Lei nº 10.833, de 2003; e

XIX - título de aquisição de petróleo, gasolina, gás natural, óleo diesel, gás liquefeito de
petróleo, querosene de aviação, demais derivados de petróleo, gás natural, álcool,
biodiesel e demais biocombustíveis efetuados pelas pessoas jurídicas dispostas nos
incisos IV a VI do caput do art. 2º, conforme disposto no parágrafo único do art. 34 da
Lei nº 10.833, de 2003; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.244, de 30
de janeiro de 2012) (Vide art. 3º da IN RFB nº 1.244/2012)

XX - título de seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores.

XX - título de seguro obrigatório de danos pessoais causados por veículos automotores;


e (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.244, de 30 de janeiro de 2012)
(Vide art. 3º da IN RFB nº 1.244/2012)

XXI - título de suprimentos de fundos de que tratam os arts. 45 a 47 do Decreto nº


93.872, de 23 de dezembro de 1986. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.244,
de 30 de janeiro de 2012) (Vide art. 3º da IN RFB nº 1.244/2012)

Art. 5º Não será devida a retenção da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins,


cabendo, nessa hipótese, a retenção do IR e da CSLL:

I - utilizando-se o código de arrecadação 8767, nos pagamentos efetuados:

a) a título de transporte internacional de cargas efetuados por empresas nacionais,


conforme disposto no inciso V do art. 14 da Medida Provisória nº 2.158-35, de 2001;

b) aos estaleiros navais brasileiros nas atividades de construção, conservação,


modernização, conversão e reparo de embarcações pré-registradas ou registradas no
Registro Especial Brasileiro (REB), instituído pelo art. 11 da Lei nº 9.432, de 8 de
janeiro de 1997, conforme disposto no inciso VI do art. 14 da Medida Provisória nº
2.158-35, de 2001;

c) pela aquisição no mercado interno dos seguintes produtos, conforme disposto nos
incisos III, V e VI do art. 28 da Lei nº 10.865, de 30 de abril de 2004:
1. de produtos hortícolas e frutas, classificados nos Capítulos 7 e 8, e ovos, classificados
na posição 04.07, todos da Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos
Industrializados (Tipi);

2. de semens e embriões da posição 05.11 da Nomenclatura Comum do Mercosul


(NCM); e

3. de livros, conforme disposto no art. 2º da Lei nº 10.753, de 30 de outubro de 2003;

d) pela aquisição a varejo, na forma do art. 28 da Lei nº 11.196, de 21 de novembro de


2005, e do Decreto nº 5.602, de 6 de dezembro de 2005, dos seguintes produtos:

1. de unidades de processamento digital classificada no código 8471.50.10 da Tipi,


acompanhadas de teclado (unidade de entrada) classificado no código 8471.60.52, e de
mouse (unidade de entrada) classificado no código 8471.60.53, até o valor de R$
2.100,00 (dois mil e cem reais), no caso do conjunto completo, e até o valor de R$
2.000,00 (dois mil reais), somente para a unidade de processamento;

2. de máquinas automáticas para processamento de dados, digitais, portáteis, de peso


inferior a 3,5Kg (três quilos e meio), com tela (écran) de área superior a 140cm2 (cento
e quarenta centímetros quadrados), classificadas nos códigos 8471.30.12, 8471.30.19 ou
8471.30.90 da Tipi, até o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais); e

3. de máquinas automáticas de processamento de dados, apresentadas sob a forma de


sistemas, do código 8471.49 da Tipi, até o valor de R$ 4.000,00 (quatro mil reais),
contendo exclusivamente uma unidade de processamento digital classificada no código
8471.50.10; um monitor (unidade de saída por vídeo) classificado no código 8471.60.7;
um teclado (unidade de entrada) classificado no código 8471.60.52; e um mouse
(unidade de entrada) classificado no código 8471.60.53 da Tipi;

e) pela aquisição no mercado interno dos seguintes produtos, de que tratam os incisos
IV e X do art. 28 da Lei nº 10.865, de 2004, e os arts. 6º, 6º-A e 6º-B do Decreto nº
5.171, de 6 de agosto de 2004:

1. de aeronaves classificadas na posição 88.02 da Tipi, suas partes, peças, ferramentais,


componentes, insumos, fluidos hidráulicos, tintas, anticorrosivos, lubrificantes,
equipamentos, serviços e matérias-primas a serem empregados na manutenção,
conservação, modernização, reparo, revisão, conversão e industrialização das aeronaves,
seus motores, partes, componentes, ferramentais e equipamentos; e

2. de materiais e equipamentos, inclusive partes, peças e componentes, destinados ao


emprego na construção, conservação, modernização, conversão ou reparo de
embarcações registradas ou pré-registradas no REB;

f) pela aquisição de veículos e embarcações destinados ao transporte escolar para a


educação básica nas redes estadual, municipal e distrital, quando adquiridos pela União,
pelos Estados, pelos Municípios e pelo Distrito Federal, na forma dos incisos VIII e IX
do art 28 da Lei nº 10.865, de 2004, e do Decreto nº 6.644, de 18 de novembro de 2008,
a seguir:
1. veículos novos montados sobre chassis, com capacidade para 23 (vinte e três) a 44
(quarenta e quatro) pessoas, classificados nos códigos 8702.10.00 Ex 02 e 8702.90.90
Ex 02 da Tipi; e

2. embarcações novas, com capacidade para 20 (vinte) a 35 (trinta e cinco) pessoas,


classificadas no código 8901.90.00 da Tipi;

g) pela aquisição no mercado interno dos seguintes produtos, de que tratam os incisos
XI, XII e XIV do art. 28 da Lei nº 10.865, de 2004:

1. de veículos e carros blindados de combate, novos, armados ou não, e suas partes,


produzidos no Brasil, com peso bruto total até 30t (trinta toneladas), classificados na
posição 8710.00.00 da Tipi, destinados ao uso das Forças Armadas ou órgãos de
segurança pública brasileiros, quando adquiridos por órgãos e por entidades da
administração pública direta, na forma a ser estabelecida em regulamento;

2. de material de defesa, classificado nas posições 87.10.00.00 e 89.06.10.00 da Tipi,


além de partes, peças, componentes, ferramentais, insumos, equipamentos e matérias-
primas a serem empregados na sua industrialização, montagem, manutenção,
modernização e conversão; e

3. de produtos classificados na posição 87.13 da NCM;

h) pela aquisição dos produtos a que se refere o art. 1º da Lei nº 10.925, de 23 de julho
de 2004, e o art. 1º do Decreto nº 5.630, de 22 de dezembro de 2005, a seguir:

1. sementes e mudas destinadas à semeadura e plantio, em conformidade com o disposto


na Lei nº 10.711, de 5 de agosto de 2003, e produtos de natureza biológica utilizados em
sua produção;

2. corretivo de solo de origem mineral classificado no Capítulo 25 da NCM;

3. feijões comuns (Phaseolus vulgaris), classificados nos códigos 0713.33.19,


0713.33.29 e 0713.33.99 da NCM, arroz descascado (arroz "cargo" ou castanho),
classificado no código 1006.20 da NCM, arroz semibranqueado ou branqueado, mesmo
polido ou brunido (glaceado), classificado no código 1006.30 da NCM e farinhas
classificadas no código 1106.20 da NCM;

4. inoculantes agrícolas produzidos a partir de bactérias fixadoras de nitrogênio,


classificados no código 3002.90.99 da NCM;

5. vacinas para medicina veterinária classificadas no Código 3002.30 da NCM;

6. farinha, grumos e sêmolas, grãos de milho, esmagados ou em flocos, classificados,


respectivamente, nos códigos 1102.20, 1103.13 e 1104.19, todos da Tipi;

7. pintos de 1 (um) dia classificados no código 0105.11 da Tipi;

8. leite fluido pasteurizado ou industrializado, na forma de ultrapasteurizado, destinado


ao consumo humano;
9. leite em pó, integral ou desnatado, destinado ao consumo humano;

10. leite em pó semidesnatado, leite fermentado, bebidas e compostos lácteos e fórmulas


infantis, assim definidas conforme previsão legal específica, destinados ao consumo
humano ou utilizados na industrialização de produtos que se destinam ao consumo
humano;

11. queijos tipo mozarela, minas, prato, coalho, ricota, requeijão, provolone, parmesão e
queijo fresco não maturado;

12. soro de leite fluido a ser empregado na industrialização de produtos destinados ao


consumo humano;

13. farinha de trigo classificada no código 1101.00.10 da Tipi, adquirida até 31 de


dezembro de 2011;

14. trigo classificado na posição 10.01 da Tipi, adquirido até 31 de dezembro de 2011;

15. pré-misturas próprias para fabricação de pão comum e pão comum classificados,
respectivamente, nos códigos 1901.20.00 Ex 01 e 1905.90.90 Ex 01 da Tipi, adquiridos
até 31 de dezembro de 2011; e

16. massas alimentícias classificadas na posição 19.02 da Tipi, adquiridas até 30 de


junho de 2012;

i) pela aquisição de comerciantes atacadistas e varejistas, conforme disposto no art. 58-


B e 58-V da Lei nº 10.833, de 2003, e no art. 21 do Decreto nº 6.707, de 23 de
dezembro de 2008, dos produtos classificados nos seguintes códigos e posições da Tipi:

1. nos códigos 21.06.90.10 Ex 02;

2. nas posições 22.01, 22.02, exclusivamente em relação aos produtos: água e


refrigerantes, refrescos, cerveja sem álcool, repositores hidroeletrolíticos e compostos
líquidos prontos para o consumo, que contenham como ingrediente principal inositol,
glucoronolactona, taurina ou cafeína, exceto os Ex 01 e Ex 02 do código 22.02.90.00; e

3. na posição 22.03, todos da Tipi;

j) pela aquisição no mercado interno, conforme disposto no § 11 do art. 8º da Lei nº


10.865, de 2004, e no Decreto nº 6.426, de 7 de abril de 2008, dos produtos
classificados:

1. no Capítulo 29 da NCM, relacionados no Anexo I ao Decreto nº 6.426, de 2008; e

2. nas posições 30.02, 30.06, 39.26, 40.15 e 90.18 da NCM, relacionados no Anexo III
ao Decreto. nº 6.426, de 2008, destinados ao uso em hospitais e campanhas de saúde
realizadas pelo poder público;
k) pela aquisição de comerciantes atacadistas e varejistas, conforme disposto no § 2º do
art. 3º e no parágrafo único do art 5º da Lei nº 10.485, de 3 de julho de 2002, dos
seguintes produtos:

1. de máquinas e veículos, exclusivamente autopropulsados, classificados nos códigos


84.29, 8432.40.00, 84.32.80.00, 8433.20, 8433.30.00, 8433.40.00, 8433.5, 87.01, e dos
demais produtos classificados nos códigos 87.02, 87.03, 87.04, 87.05 e 87.06, de que
trata o caput do art. 1º da Lei nº 10.485, de 2002, exceto quando adquiridos de empresa
comercial atacadista adquirente dos produtos resultantes da industrialização por
encomenda, a que se refere o § 5º do art. 17 da Medida Provisória nº 2.189-49, de 23 de
agosto de 2001;

2. dos produtos relacionados nos Anexos I e II à Lei nº 10.485, de 2002, tratados no seu
art. 3º; e

3. dos produtos classificados nas posições 40.11 (pneus novos de borracha) e 40.13
(câmaras de ar de borracha) da Tipi de que trata o art. 5º da Lei nº 10.485, de 2002, pela
aquisição de outros produtos ou serviços não listados nas alíneas de "a" a "j" que vierem
a ser amparados com isenção, não incidência ou alíquotas zero da Cofins e da
Contribuição para o PIS/Pasep, observado o disposto no § 5º do art. 2º;

II - utilizando-se o código de arrecadação 8850, nos pagamentos efetuados a título de


transporte internacional de passageiros efetuados por empresas nacionais.

Art. 6º Para efeito do disposto nos incisos III, IV e XI do art. 4º a pessoa jurídica deverá
apresentar, a cada pagamento, ao órgão ou à entidade declaração, na forma dos Anexos
II, III e IV a esta Instrução Normativa, conforme o caso, em 2 (duas) vias, assinadas
pelo seu representante legal.

Parágrafo único. Na hipótese das declarações de que trata o caput, o órgão ou a


entidade responsável pela retenção arquivará a 1ª (primeira) via da declaração, em
ordem alfabética, que ficará à disposição da Secretaria da Receita Federal do Brasil
(RFB), devendo a 2ª (segunda) via ser devolvida ao interessado como recibo.

CAPÍTULO IV
DO PRAZO DE RECOLHIMENTO

Art. 7º Os valores retidos deverão ser recolhidos ao Tesouro Nacional, mediante Darf:

I - pelos órgãos da administração pública federal direta, autarquias e fundações federais


que efetuarem a retenção, até o 3º (terceiro) dia útil da semana subsequente àquela em
que tiver ocorrido o pagamento à pessoa jurídica fornecedora dos bens ou prestadora do
serviço; e

II - pelas empresas públicas, sociedades de economia mista e demais entidades em que a


União, direta ou indiretamente detenha a maioria do capital social sujeito a voto, e que
recebam recursos do Tesouro Nacional e estejam obrigadas a registrar sua execução
orçamentária e financeira no Siafi, de forma centralizada, pelo estabelecimento matriz
da pessoa jurídica, até o último dia útil da quinzena subsequente àquela quinzena em
que tiver ocorrido o pagamento à pessoa jurídica fornecedora do bem ou prestadora do
serviço.

CAPÍTULO V
DAS INFRAÇÕES E DAS PENALIDADES

Art. 8º Aplicam-se, subsidiariamente, à CSLL, à Cofins e à Contribuição para o


PIS/Pasep, as penalidades e demais acréscimos previstos na legislação do IR, nas
hipóteses de não retenção, falta de recolhimento, recolhimento após o vencimento do
prazo sem o acréscimo de multa moratória, de falta de declaração e nos de declaração
inexata.

CAPÍTULO VI
DO TRATAMENTO DOS VALORES RETIDOS

Art. 9º Os valores retidos na forma desta Instrução Normativa poderão ser deduzidos,
pelo contribuinte que sofreu a retenção, do valor do imposto e das contribuições de
mesma espécie devidos, relativamente a fatos geradores ocorridos a partir do mês da
retenção.

Parágrafo único. O valor a ser deduzido, correspondente ao IR e a cada espécie de


contribuição, será determinado pelo próprio contribuinte mediante a aplicação, sobre o
valor do documento fiscal, da alíquota respectiva, constante das colunas 02, 03, 04 ou
05 do Anexo I a esta Instrução Normativa.

CAPÍTULO VII
DAS OPERAÇÕES COM CARTÕES DE CRÉDITO OU DE DÉBITO

Art. 10. Nos pagamentos correspondentes ao fornecimento de bens ou pela prestação de


serviços efetuados por meio de Cartão de Pagamento do Governo Federal (CPGF),
pelos órgãos e pelas entidades da administração pública federal, ou via cartões de
crédito ou débito, a retenção será efetuada pelo órgão ou pela entidade pagador sobre o
total a ser pago à empresa fornecedora do bem ou prestadora do serviço, devendo o
pagamento com o cartão ser realizado pelo valor líquido, depois de deduzidos os valores
do imposto e das contribuições retidos, cabendo a responsabilidade pelo recolhimento
destes ao órgão ou à entidade adquirente do bem ou tomador dos serviços.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às despesas efetuadas com


suprimentos de fundos de que tratam os arts. 45 a 47 do Decreto nº 93.872, de 1986, e
aos adiantamentos efetuados a empregados para despesas miúdas de pronto pagamento
previsto no inciso XVI do art. 4º. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.244, de
30 de janeiro de 2012) (Vide art. 3º da IN RFB nº 1.244/2012)
CAPÍTULO VIII
DOS DOCUMENTOS DE COBRANÇAS QUE CONTENHAM CÓDIGO DE
BARRA

Art. 11. Nas notas fiscais, nas faturas, nos boletos bancários ou em quaisquer outros
documentos de cobrança dos bens ou dos serviços, de que trata o art. 3º, que contenham
código de barras, deverão ser informados o valor bruto do preço do bem fornecido ou do
serviço prestado e os valores do IR e das contribuições a serem retidos na operação,
devendo o seu pagamento ser efetuado pelo valor líquido deduzido das respectivas
retenções, cabendo a responsabilidade pelo recolhimento destas ao órgão ou à entidade
adquirente do bem ou tomador dos serviços.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica às faturas de cartão de crédito.

CAPÍTULO IX
DAS SITUAÇÕES ESPECÍFICAS

Seção I
Das Agências de Viagens e Turismo

Art. 12. Nos pagamentos correspondentes a aquisições de passagens aéreas e


rodoviárias, despesas de hospedagem, aluguel de veículos e prestação de serviços afins,
efetuados por intermédio de agências de viagens, a retenção será feita sobre o total a
pagar a cada empresa prestadora do serviço e, quando for o caso, à Empresa Brasileira
de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero).

§ 1º A agência de viagens apresentará documento de cobrança à unidade pagadora, do


qual deverão constar:

I - o nome e o número de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ) da


empresa prestadora do serviço;

II - no caso de venda de passagens:

a) o número e o valor do bilhete, excluídos a taxa de embarque, o pedágio e o seguro;

b) o número de inscrição no CNPJ da Infraero e, em destaque, o valor da taxa de


embarque; e

III - o nome do usuário do serviço.

§ 2º A indicação do número de inscrição no CNPJ da empresa prestadora do serviço e,


quando for o caso, da Infraero poderá ser efetuada em documento distinto do documento
de cobrança.
§ 3º No caso de diversos bilhetes de uma mesma empresa de transporte, os dados a que
se referem os incisos I a III do § 1º poderão ser indicados apenas na linha
correspondente ao 1º (primeiro) bilhete listado.

§ 4º O valor do imposto e das contribuições retido poderá ser deduzido pelas empresas
prestadoras do serviço e, quando for o caso, pela Infraero, na forma do art. 9º, na
proporção de suas receitas, devendo o comprovante anual de retenção de que trata o art.
37 ser fornecido em nome de cada um desses beneficiários.

§ 5º Como forma de comprovação da retenção de que trata este artigo, o órgão ou a


entidade que efetuar o pagamento deverá fornecer, por ocasião do pagamento, à agência
de viagem, cópia do Darf ou de qualquer outro documento que comprove que as
retenções foram efetuadas em nome das empresas prestadoras do serviço.

§ 6º Para fins de prestação de contas, as agências de viagem repassarão às empresas


prestadoras dos serviços de transporte o valor líquido recebido, já deduzido das
retenções efetuadas em nome destas e da Infraero, acompanhado do comprovante
referido no § 5º.

§ 7º As empresas de transporte aéreo repassarão à Infraero o valor referente à taxa de


embarque recebido das empresas de turismo, já deduzido das retenções efetuadas em
nome destas, acompanhado do comprovante de retenção referido no § 5º.

§ 8º As empresas de transporte aéreo e a Infraero deverão considerar como receita o


valor bruto, ou seja, o valor líquido recebido mais as retenções efetuadas.

§ 9º A dedução a que se refere o § 4º poderá ser efetuada pelas empresas que sofreram a
retenção, a partir do mês seguinte ao da contabilização dos fatos referidos nos §§ 6º e
7º.

§ 10. A base de cálculo da retenção a que se refere o caput, relativamente às aquisições


de passagens aéreas e rodoviárias é o valor bruto das passagens utilizadas, não sendo
admitidas deduções a qualquer título.

§ 11. O percentual de retenção a ser aplicado no pagamento da taxa de embarque


cobrada pela Infraero é de 7,05% (sete inteiros e cinco centésimos por cento),
correspondente ao código de arrecadação 6175 - passagens aéreas, rodoviárias e demais
serviços de transporte de passageiros.

Seção II
Dos Seguros

Art. 13. Nos pagamentos de seguros, ainda que por intermédio de corretora, a retenção
será feita sobre o valor do prêmio que estiver sendo pago à seguradora, não deduzida
qualquer parcela correspondente à corretagem.

Parágrafo único. O direito à dedução, prevista no art. 9º, do imposto e das contribuições
retidos é da companhia seguradora, em nome da qual será emitido o comprovante de
retenção.
Seção III
Do Telefone

Art. 14. Nos pagamentos de contas de telefone, a retenção será efetuada sobre o valor
total a ser pago, devendo o valor retido ser deduzido pela companhia emissora da fatura,
em nome da qual será emitido o comprovante de retenção.

Art. 15. No caso de aquisição do direito de uso ou de pagamento de aluguel de linhas


telefônicas, a retenção será efetuada sobre o valor pago relativamente à aquisição do
direito de uso ou ao aluguel de linhas telefônicas.

Seção IV
Da Propaganda e Da Publicidade

Art. 16. Nos pagamentos referentes a serviços de propaganda e publicidade a retenção


será efetuada em relação à agência de propaganda e publicidade e a cada uma das
demais pessoas jurídicas prestadoras do serviço, sobre o valor das respectivas notas
fiscais.

§ 1º Na hipótese de que trata o caput, a agência de propaganda deverá apresentar, ao


órgão ou à entidade, documento de cobrança, do qual deverão constar, no mínimo:

I - o nome e o número de inscrição no CNPJ de cada empresa emitente de nota fiscal,


listada no documento de cobrança; e

II - o número da respectiva nota fiscal e o seu valor.

§ 2º No caso de diversas notas fiscais de uma mesma empresa, os dados a que se refere
o inciso I do § 1º poderão ser indicados apenas na linha correspondente à 1ª (primeira)
nota fiscal listada.

§ 3º O valor do imposto e das contribuições retido poderá ser deduzido pela empresa
emitente da nota fiscal, na forma do art. 9º, na proporção de suas receitas, devendo o
comprovante anual de retenção de que trata o art. 37 ser fornecido em nome de cada
empresa beneficiária.

§ 4º A retenção, na forma deste artigo, implica a dispensa da retenção do IR na fonte de


que trata o caput e o inciso II do art. 53 da Lei nº 7.450, de 23 de dezembro de 1985.

Seção V
Do Consórcio

Art. 17. No caso de pagamento a consórcio constituído para o fornecimento de bens e


serviços, inclusive a execução de obras e serviços de engenharia, a retenção deverá ser
efetuada em nome de cada empresa participante do consórcio, tendo por base o valor
constante da correspondente nota fiscal de emissão de cada uma das pessoas jurídicas
consorciadas.

§ 1º Na hipótese de que trata o caput, a empresa líder deverá apresentar à unidade


pagadora os documentos de cobrança, acompanhados das respectivas notas fiscais,
correspondentes aos valores dos fornecimentos de bens ou serviços de cada empresa
participante do consórcio.

§ 2º No caso de pagamentos a consórcio formado entre empresas nacionais e


estrangeiras, aplica-se a retenção do art. 3º às empresas nacionais e a do art. 35 às
consorciadas estrangeiras, observadas as alíquotas aplicáveis à natureza dos bens ou
serviços, conforme legislação própria.

Seção VI
Da Refeição-Convênio, do Vale-Transporte e do Vale-Combustível

Art. 18. Na aquisição de Refeição-Convênio (tíquete-alimentação e tíquete-refeição),


Vale-Transporte e Vale-Combustível, inclusive mediante créditos ou cartões
eletrônicos, caso os pagamentos sejam efetuados a intermediárias, a vinculadas ou não,
à prestadora do serviço ou à fornecedora de combustível, a base de cálculo corresponde
ao valor da corretagem ou da comissão cobrada pela pessoa jurídica intermediária.

§ 1º Para fins do disposto no caput, o valor da corretagem ou comissão deverá ser


destacado na nota fiscal de serviços.

§ 2º Não havendo cobrança dos encargos mencionados no § 1º, a empresa intermediária


deverá fazer constar da nota fiscal a expressão "valor da corretagem ou comissão: zero".

§ 3º Na inobservância do disposto nos §§ 1º e 2º, a retenção será efetuada sobre o total a


pagar.

§ 4º Caso os tíquetes, vales ou créditos eletrônicos sejam de uso específico, tornando


possível, no momento do pagamento, a identificação da prestadora responsável pela
execução do serviço ou da fornecedora do combustível, a retenção será feita em nome
da prestadora ou fornecedora do combustível, sobre o valor correspondente ao serviço
ou ao fornecimento do combustível, conforme o caso, sem prejuízo da retenção sobre o
valor da corretagem ou comissão, se devida.

§ 5º Caso as vendas de Refeição-Convênio (tíquete-alimentação e tíquete-refeição),


Vale-Transporte, Vale-Combustível ou créditos eletrônicos sejam efetuadas diretamente
pela prestadora do serviço ou pela fornecedora do combustível, a retenção será efetuada
pelo valor total da compra de tíquetes ou vales, no momento do pagamento.

§ 6º O disposto neste artigo aplica-se a quaisquer outros serviços ou bens adquiridos sob
o sistema de tíquetes, vales ou créditos eletrônicos.

Seção VII
Dos Combustíveis, dos demais Derivados de Petróleo, do Álcool Hidratado e do
Biodiesel

Art. 19. Nos pagamentos efetuados pelos órgãos da administração pública federal
direta, pelas autarquias e pelas fundações federais, relativos à aquisição de gasolina,
inclusive gasolina de aviação, óleo diesel, gás liquefeito de petróleo (GLP) e querosene
de aviação (QAV), diretamente de refinarias de petróleo, demais produtores e de
importadores será devida a retenção do IR, da CSLL, da Cofins e da Contribuição para
o PIS/Pasep, utilizando-se o código 9060.

§ 1º Será ainda devida a retenção do IR e das contribuições, utilizando-se o código


9060, sobre o valor a ser pago referente à aquisição dos demais combustíveis derivados
de petróleo ou de gás natural, e dos demais produtos derivados de petróleo, adquiridos
de produtor, de importador, de distribuidor ou de varejista.

§ 2º Nos pagamentos efetuados aos distribuidores e aos comerciantes varejistas de


gasolina, exceto gasolina de aviação, de óleo diesel, de gás liquefeito de petróleo (GLP),
de derivados de petróleo ou de gás natural, e de querosene de aviação (QAV) será
efetuada a retenção do IR e da CSLL, utilizando-se o código 8739, ficando dispensada a
retenção da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

Art. 20. Nos pagamentos efetuados ao produtor, ao importador ou ao distribuidor,


correspondentes à aquisição de álcool etílico hidratado, inclusive para fins carburantes,
será devida a retenção do IR, da CSLL, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins,
utilizando-se o código 9060.

Parágrafo único. Nos pagamentos efetuados aos comerciantes varejistas pela aquisição
de álcool etílico hidratado nacional, inclusive para fins carburantes, será efetuada a
retenção do IR e da CSLL, utilizando-se o código 8739, ficando dispensada a retenção
da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

Art. 21. Nos pagamentos efetuados ao produtor ou importador, correspondentes à


aquisição de biodiesel, será devida a retenção do IR, da CSLL, da Contribuição para o
PIS/Pasep e da Cofins, utilizando-se o código 9060.

§ 1º Nos pagamentos efetuados a produtor detentor do selo "Combustível Social"


concedido pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário, ou a agricultor familiar
enquadrado no Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)
pela aquisição de biodiesel fabricado a partir de mamona ou fruto, caroço ou amêndoa
de palma produzidos nas regiões norte e nordeste e no semiárido, será efetuada a
retenção do IR e da CSLL, utilizando-se o código 8739, ficando dispensada a retenção
da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

§ 2º Nos pagamentos efetuados pela aquisição de biodiesel, a distribuidor ou a


comerciante varejista, será efetuada a retenção do IR e da CSLL, utilizando-se o código
8739, ficando dispensada a retenção da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

Seção VIII
Dos Produtos Farmacêuticos, de Perfumaria, de Toucador e de Higiene Pessoal

Art. 22. Nos pagamentos efetuados às pessoas jurídicas que procedam à


industrialização, à importação, à distribuição e à venda a varejo de produtos
farmacêuticos, de perfumaria, de toucador ou de higiene pessoal, será devida a retenção
do IR, da CSLL, da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, utilizando-se o código
6147.
§ 1º Nos pagamentos efetuados aos distribuidores e aos comerciantes varejistas pela
aquisição dos produtos farmacêuticos classificados nas posições 30.01, 30.03, exceto no
código 3003.90.56, na posição 30.04, exceto no código 3004.90.46, nos itens 3002.10.1,
3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2, e nos códigos
3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99, 3005.10.10 e 3006.60.00, e dos produtos de
perfumaria, de toucador, ou de higiene pessoal classificados nas posições 33.03 a 33.07,
e nos códigos 3401.11.90, 3401.20.10 e 96.03.21.00, todos da Tipi, aprovada pelo
Decreto nº 7.660, de 23 de dezembro de 2011, será efetuada a retenção do IR e da
CSLL, utilizando-se o código 8767, ficando dispensada a retenção da Contribuição para
o PIS/Pasep e da Cofins.

§ 2º Nos pagamentos efetuados às pessoas jurídicas beneficiárias de regime especial de


utilização de crédito presumido da contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins, previsto
no art. 3º da Lei nº 10.147, de 21 de dezembro de 2000, que procedam à industrialização
e à importação dos produtos tributados na forma do inciso I do art. 1º da Lei nº 10.147,
de 2000, classificados na posição 30.03, exceto no código 3003.90.56; nos itens
3002.10.1, 3002.10.2, 3002.10.3, 3002.20.1, 3002.20.2, 3006.30.1 e 3006.30.2; nos
códigos 3001.20.90, 3001.90.10, 3001.90.90, 3002.90.20, 3002.90.92, 3002.90.99,
3005.10.10 e 3006.60.00; e na posição 30.04, exceto no código 3004.90.46, da Tipi,
será efetuada a retenção do IR e da CSLL, utilizando-se o código 8767, ficando
dispensada a retenção da Contribuição para o PIS/Pasep e da Cofins.

§ 3º Na hipótese do § 2º, a não emissão de notas fiscais distintas para os produtos que
gerem direito ao regime especial de utilização do crédito presumido, de que trata o
inciso II do caput e o § 1º do art. 90 da Instrução Normativa SRF nº 247, de 21 de
novembro de 2002, sujeitará a retenção do imposto e das contribuições mediante o
código 6147.

Seção IX
Dos Bens Imóveis

Art. 23. Nos pagamentos efetuados na aquisição de bens imóveis serão observadas as
seguintes regras:

I - quando o vendedor for pessoa jurídica que exerce a atividade de compra e venda de
imóveis, ou quando se tratar de imóveis adquiridos de entidades abertas de previdência
complementar com fins lucrativos cabe a retenção prevista no art. 2º, sobre o total a ser
pago;

II - se o imóvel adquirido pertencer ao ativo não circulante da empresa vendedora, cabe


a retenção tão somente do IR e da CSLL, de acordo com o estabelecido no inciso IV do
§ 2º do art. 3º da Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, no inciso VI do § 3º do art.
1º da Lei nº 10.637, de 2002, e no inciso II do § 3º do art. 1º da Lei nº 10.833, de 2003;
ou

III - quando se tratar de imóveis adquiridos de entidades abertas de previdência


complementar sem fins lucrativos cabe a retenção da CSLL, da Cofins e da
Contribuição para o PIS/Pasep, na forma estabelecida nos §§ 3º e 4º do art. 2º.
Seção X
Das Cooperativas e das Associações de Profissionais ou Assemelhadas

Subseção I
Das Disposições Gerais

Art. 24. Nos pagamentos efetuados às sociedades cooperativas e às associações


profissionais ou assemelhadas, pelo fornecimento de bens ou serviços, serão observadas
as seguintes regras:

I - no caso das associações profissionais, serão retidos sobre o valor total do documento
fiscal os valores correspondentes à CSLL, à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep,
respectivamente, as alíquotas de 1% (um por cento), de 3% (três por cento) e de 0,65%
(sessenta e cinco centésimos por cento), perfazendo o percentual de 4,65% (quatro
inteiros e sessenta e cinco centésimos por cento), utilizando-se o código de arrecadação
8863; e

II - no caso de cooperativas, serão retidos sobre o valor total do documento fiscal os


valores correspondentes à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep, na forma
estabelecida nos §§ 3º e 4º do art. 2º.

Parágrafo único. O disposto no inciso II não se aplica:

I - às sociedades cooperativas de consumo, de que trata o art. 69 da Lei nº 9.532, de


1997, as quais estão sujeitas à retenção na forma do art. 3º.

II - às sociedades cooperativas que não obedecerem ao disposto na legislação específica,


relativamente aos atos cooperativos, cujos valores correspondentes à CSLL, à Cofins e à
Contribuição para o PIS/Pasep deverão ser retidos sobre o valor total do documento
fiscal, na forma estabelecida no inciso I do caput.

Art. 25. Não serão retidos os valores correspondentes à Contribuição para o PIS/Pasep,
à Cofins e à CSLL nos pagamentos efetuados a sociedade cooperativa de produção, em
relação aos atos decorrentes da comercialização ou da industrialização de produtos de
seus associados.

§ 1º A dispensa prevista no caput não alcança as operações de comercialização ou de


industrialização, pelas cooperativas agropecuárias e de pesca, de produtos adquiridos de
não associados, agricultores, pecuaristas ou pescadores, para completar lotes destinados
ao cumprimento de contratos ou para suprir capacidade ociosa de suas instalações
industriais, as quais se sujeitarão à retenção e ao recolhimento do IR e das
contribuições, no percentual total de 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos
por cento).

§ 2º Para efeito da retenção de que trata o § 1º, as cooperativas de produção deverão


segregar, em seus documentos fiscais, as importâncias relativas aos atos a que se refere
o caput das importâncias correspondentes às operações com não cooperados.

§ 3º Na hipótese de emissão de documento fiscal sem observância das disposições


previstas no § 2º, a retenção do IR e das contribuições se dará sobre o total do
documento fiscal, no percentual de 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos
por cento).

Subseção II
Das Cooperativas de Trabalho e das Associações Profissionais

Art. 26. Nos pagamentos efetuados às cooperativas de trabalho e às associações de


profissionais ou assemelhadas serão retidos, além das contribuições referidas no art. 24,
o IR na fonte à alíquota de 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) sobre as
importâncias relativas aos serviços pessoais prestados por seus cooperados ou
associados, cujo prazo para o recolhimento será até o último dia do primeiro decêndio
do mês subsequente ao mês da ocorrência do fato gerador, mediante o código de
arrecadação 3280 - Serviços Pessoais Prestados Por Associados de Cooperativas de
Trabalho.

§ 1º Na hipótese de o faturamento das entidades referidas neste artigo envolver parcela


de serviços fornecidos por terceiros não cooperados ou não associados, contratados ou
conveniados, para cumprimento de contratos com os órgãos e com as entidades
relacionados no art. 2º aplicar-se-á, a tal parcela, a retenção do IR e das contribuições,
estabelecida no art. 3º, no percentual total, previsto no Anexo I a esta Instrução
Normativa, de:

I - 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de
arrecadação 6147, no caso de serviços prestados com emprego de materiais, nos termos
dos incisos I e II do § 7º do art. 2º; ou

II - 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código
de arrecadação 6190, para os demais serviços.

§ 2º Para efeito das retenções de que trata o caput e o § 1º, as cooperativas de trabalho e
as associações de profissionais ou assemelhadas deverão emitir faturas distintas,
segregando as importâncias relativas:

I - aos serviços pessoais prestados por seus cooperados ou associados, cabendo a


retenção:

a) de 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) de IR sobre a quantia relativa aos
serviços pessoais prestados por seus cooperados ou associados, conforme o caput do
art. 26;

b) relativos à CSLL, à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep, sobre o valor total do


documento fiscal ou fatura a que se refere a alínea "a", conforme inciso I do caput do
art. 24; ou

c) relativa à Cofins e ao PIS/Pasep, sobre o valor total do documento fiscal ou fatura a


que se refere a alínea "a", conforme inciso II do caput do art. 24;

II - aos serviços prestados por terceiros não cooperados ou não associados, contratados
ou conveniados, para atendimento de demandas contratuais, cabendo a retenção
conforme o § 1º; e
III - à comissão, taxa de administração ou de adesão ao plano, cabendo a retenção de
9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de
arrecadação 6190.

Subseção III
Das Associações e das Cooperativas de Médicos e de Odontólogos

Art. 27. Nos pagamentos efetuados às associações e às cooperativas de médicos e de


odontólogos, as quais para atender aos beneficiários dos seus contratos de plano privado
de assistência a saúde ou odontológica subcontratam ou mantêm convênios para a
prestação de serviços de terceiros não associados e não cooperados, tais como:
profissionais médicos, de odontologia e de enfermagem (pessoas físicas); hospitais,
clínicas médicas e odontológicas, casas de saúde, prontos socorros, ambulatórios e
laboratórios, (pessoas jurídicas), por conta de internações, diárias hospitalares,
medicamentos, fornecimento de exames laboratoriais e complementares de diagnose e
terapia, e outros serviços médicos, serão apresentadas 3 (três) faturas, observando-se o
seguinte:

I - fatura segregando as importâncias recebidas por conta de serviços pessoais prestados


por pessoas físicas associadas e cooperadas (serviços médicos, de odontologia e de
enfermagem), cabendo a retenção:

a) de 1,5% (um inteiro e cinco décimos por cento) de IR sobre a quantia relativa aos
serviços pessoais prestados por seus associados e cooperados, pessoas físicas, conforme
o caput do art. 26; e

b) relativos à CSLL, à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep, sobre o valor total do


documento fiscal ou fatura a que se refere a alínea "a", conforme inciso I do caput do
art. 24;

II - fatura referente aos serviços de terceiros não associados e não cooperados (pessoas
físicas ou jurídicas), a qual deverá segregar as importâncias referentes aos serviços
prestados, da seguinte forma:

a) serviços médicos em geral prestados por pessoas físicas (médicos, dentistas,


anestesistas e enfermeiros); serviços médicos em geral, não compreendidos em serviços
hospitalares ou em serviços médicos de que tratam os arts. 30 e 31; prestados por
pessoas jurídicas, cabendo a retenção, no percentual total de 9,45% (nove inteiros e
quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190 (demais
serviços);

b) serviços hospitalares nos termos do art. 30 e dos serviços médicos referidos no art.
31, cabendo a retenção de 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos por cento),
relativos ao IR, à CSLL, à Cofins e à Contribuição para o PIS/Pasep, a ser recolhido
mediante o código de arrecadação 6147; ou

III - fatura relativa às importâncias recebidas a título de comissão, taxa de administração


ou de adesão ao plano, cabendo a retenção de 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco
centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190.
§ 1º O disposto neste artigo também se aplica:

I - no caso de cooperativas de médicos veterinários que comercializam planos de saúde


para animal; e

II - no caso de terceirização de serviços médicos humanos e veterinários, de


enfermagem e de odontologia (locação de mão de obra), por intermédio de associações
ou cooperativas, para o fornecimento de mão de obra nas dependências do tomador dos
serviços.

§ 2º Na hipótese de emissão de documentos fiscais sem observância das disposições


previstas neste artigo, a retenção do IR e das contribuições se dará sobre o total do
documento fiscal ou fatura, no percentual de 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco
centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190 (demais serviços) do
Anexo I a esta Instrução Normativa.

Art. 28. Nos pagamentos referentes a serviços de assistência médica humana ou


veterinária, odontológica, hospitalar e auxiliares de diagnóstico e terapias, mediante
valor fixo por beneficiário, independentemente da utilização dos serviços, às
cooperativas médicas, veterinárias ou de odontologia, administradoras de plano de
saúde ou de seguro saúde, a retenção a ser efetuada é a constante da rubrica "demais
serviços", no percentual de:

I - 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de
arrecadação 6190, para os planos de saúde humana, veterinária e odontológicos; e

II - 7,05% (sete inteiros e cinco centésimos por cento), mediante o código 6188, para o
seguro saúde.

Art. 29. No caso de pagamentos a associações de médicos, de veterinários ou de


odontólogos que atuem na intermediação da prestação de serviços médicos, veterinários
ou de odontologia, prestados por pessoas físicas ou por pessoas jurídicas, os quais
realizam os procedimentos médicos, veterinários ou odontológicos, em nome próprio,
em suas respectivas instalações, deverá ser observado o seguinte:

I - se o associado for pessoa jurídica, a retenção será efetuada sobre o total pago a cada
pessoa jurídica prestadora dos serviços, observado os seguintes percentuais:

a) 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de
arrecadação 6147, no caso de serviços hospitalares, de que trata o art. 30, e dos serviços
médicos referidos no art. 31; e

b) 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de
arrecadação 6190, para os demais serviços médicos, veterinários ou odontológicos;

II - se o associado for pessoa física, caberá a retenção do imposto sobre a renda na fonte
calculado com base na tabela progressiva mensal, sobre o total pago a cada pessoa
física;
III - no caso de importâncias recebidas a título de comissão, taxa de administração ou de
adesão ao plano, caberá a retenção de 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco
centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190.

§ 1º Para efeito das retenções de que tratam os incisos I, II e III do caput, as associações
de médicos, de veterinários ou de odontólogos deverão apresentar documento de
cobrança de sua emissão ao órgão ou à entidade pagadora, com os valores segregados,
relativo à taxa de administração, se for o caso, e acompanhado das respectivas notas
fiscais ou recibos, correspondentes aos valores dos fornecimentos dos serviços de cada
pessoa jurídica ou física, do qual deverão constar, no mínimo:

I - no caso de pessoa jurídica:

a) o nome e o número de inscrição no CNPJ de cada empresa emitente de nota fiscal,


listada no documento de cobrança; e

b) o número da respectiva nota fiscal e o seu valor;

II - no caso de pessoa física, o nome e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas


Físicas (CPF) e o valor a ser pago a cada uma das pessoas físicas prestadoras dos
serviços.

§ 2º No caso de diversas notas fiscais ou recibos de uma mesma pessoa jurídica ou


física, os dados a que se referem os incisos I e II do § 1º poderão ser indicados apenas
na linha correspondente à 1ª (primeira) nota fiscal ou recibo listado.

§ 3º As notas fiscais e os recibos de que trata o § 1º deverão ser emitidos em nome do


órgão ou da entidade pagadora.

§ 4º Aplicam-se às demais associações que atuam nos moldes das associações médicas,
veterinárias ou de odontologia, de que trata o caput, as disposições contidas neste
artigo.

Seção XI
Dos Serviços Hospitalares e Outros Serviços de Saúde

Art. 30. Para os fins previstos nesta Instrução Normativa, são considerados serviços
hospitalares aqueles prestados por estabelecimentos assistenciais de saúde que dispõem
de estrutura material e de pessoal destinados a atender à internação de pacientes
humanos, garantir atendimento básico de diagnóstico e tratamento, com equipe clínica
organizada e com prova de admissão e assistência permanente prestada por médicos,
que possuam serviços de enfermagem e atendimento terapêutico direto ao paciente
humano, durante 24 (vinte e quatro) horas, com disponibilidade de serviços de
laboratório e radiologia, serviços de cirurgia e parto, bem como registros médicos
organizados para a rápida observação e acompanhamento dos casos.

Parágrafo único. São também considerados serviços hospitalares, para fins desta
Instrução Normativa, aqueles efetuados pelas pessoas jurídicas:
I - prestadoras de serviços pré-hospitalares, na área de urgência, realizados por meio de
Unidade de Terapia Intensiva (UTI) móvel instalada em ambulâncias de suporte
avançado (Tipo "D") ou em aeronave de suporte médico (Tipo "E"); e

II - prestadoras de serviços de emergências médicas, realizados por meio de UTI móvel,


instalada em ambulâncias classificadas nos Tipos "A", "B", "C" e "F", que possuam
médicos e equipamentos que possibilitem oferecer ao paciente suporte avançado de
vida.

Art. 31. Nos pagamentos efetuados, a partir de 1º de janeiro de 2009, às pessoas


jurídicas prestadoras de serviços de auxilio diagnóstico e terapia, patologia clínica,
imagenologia, anatomia patológica e citopatologia, medicina nuclear e análises e
patologias clínicas, desde que as prestadoras desses serviços sejam organizadas sob a
forma de sociedade empresária e atendam às normas da Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa), será devida a retenção do IR, da CSLL, da Cofins e da Contribuição
para o PIS/Pasep, no percentual de 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos
por cento), mediante o código 6147.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput aos seguintes serviços de saúde


considerados como espécies de auxílio diagnóstico e terapia: exames por métodos
gráficos, procedimentos endoscópicos, radioterapia, quimioterapia, diálise e
oxigenoterapia hiperbárica.

Seção XII
Dos Planos Privados de Assistência à Saúde e Odontológica

Art. 32. Nos pagamentos referentes a serviços de assistência médica humana ou


veterinária, odontológica, hospitalar e auxiliares de diagnóstico e terapias, mediante
intermediação de pessoas jurídicas, não cooperativas, operadoras de plano de assistência
à saúde humana e veterinária ou assistência odontológica, contratadas na modalidade de
credenciamento, em benefício de funcionários, servidores ou animais dos órgãos e das
entidades de que trata o art. 2º, a retenção será efetuada em relação à taxa de
administração cobrada pela pessoa jurídica operadora do plano, e a cada uma das
demais pessoas jurídicas ou físicas prestadoras dos serviços, sobre o valor das
respectivas notas fiscais ou recibos.

§ 1º Na hipótese do caput, a pessoa jurídica operadora do plano deverá apresentar ao


documento de cobrança de sua emissão ao órgão ou à entidade pagadora, com os
valores segregados, acompanhado da nota fiscal de sua emissão relativa à taxa de
administração, e das respectivas notas fiscais ou recibos, correspondentes aos valores
dos fornecimentos dos serviços de cada pessoa jurídica ou física, do qual deverão
constar, no mínimo:

I - no caso de pessoa jurídica:

a) o nome e o número de inscrição no CNPJ de cada empresa emitente de nota fiscal,


listada no documento de cobrança; e

b) o número da respectiva nota fiscal e o seu valor; e


II - no caso de pessoa física, o nome e o número de inscrição no CPF e o valor a ser
pago a cada uma das pessoas físicas prestadoras dos serviços.

§ 2º No caso de diversas notas fiscais ou recibos de uma mesma pessoa jurídica ou


física, os dados a que se referem os incisos I e II do § 1º poderão ser indicados apenas
na linha correspondente à 1ª (primeira) nota fiscal ou recibo listado.

§ 3º Para fins da retenção de que trata o caput deverá ser observado o seguinte:

I - no caso de pessoa jurídica, a retenção será efetuada sobre o total pago a cada pessoa
jurídica prestadora dos serviços, observado os seguintes percentuais:

a) 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de
arrecadação 6147, no caso de serviços hospitalares, de que trata o art. 30, e dos serviços
médicos referidos no art. 31; e

b) 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de
arrecadação 6190, para os demais serviços médicos, veterinários ou odontológicos;

II - no caso de pessoa física, caberá a retenção do imposto sobre a renda na fonte


calculado com base na tabela progressiva mensal, sobre o total pago a cada pessoa
física;

III - no caso de importâncias recebidas a título de comissão, taxa de administração ou de


adesão ao plano, caberá a retenção de 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco
centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190.

§ 4º As notas fiscais e os recibos de que trata o § 1º deverão ser emitidos em nome do


órgão ou da entidade pagadora.

Art. 33. Nos pagamentos efetuados, referentes a serviços de assistência odontológica,


médica, veterinária, hospitalar e auxiliares de diagnóstico e terapias, mediante valor fixo
por servidor, por empregado ou por animal, às pessoas jurídicas não cooperativas,
operadoras de plano de assistência à saúde humana ou veterinária ou assistência
odontológica ou a operadoras de seguro saúde, a retenção a ser efetuada é a constante da
rubrica "demais serviços", no percentual de:

I - 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de
arrecadação 6190, para os planos de saúde humano, veterinário e odontológico; e

II - 7,05% (sete inteiros e cinco centésimos por cento), mediante o código 6188, para o
seguro saúde.

§ 1º Nos pagamentos referentes a serviços de assistência odontológica, veterinária,


médica, hospitalar e auxiliares de diagnóstico e terapias, prestados pela própria pessoa
jurídica operadora do plano, ou por empresa ou grupo de empresas médicas (hospitais e
clinicas), que utilizam rede própria para prestação dos serviços médicos, a retenção se
dará:
I - no caso de pagamento por valor fixo por servidor ou por empregado, na forma do
inciso I do caput;

II - no caso de pagamento pelo custo operacional, ou seja, quando a contratante repassa


à pessoa jurídica operadora do plano o valor total das despesas assistenciais:

a) 5,85% (cinco inteiros e oitenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de
arrecadação 6147, no caso de serviços hospitalares, de que trata o art. 30, e dos serviços
médicos referidos no art. 31; e

b) 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de
arrecadação 6190, para os serviços de assistência odontológica, veterinária e demais
serviços médicos não incluídos na alínea "a";

III - no caso de importâncias recebidas a título de comissão, taxa de administração ou de


adesão ao plano, caberá a retenção de 9,45% (nove inteiros e quarenta e cinco
centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190.

§ 2º Na hipótese do § 1º, se a operadora do plano utilizar também rede credenciada para


a prestação dos serviços médicos, veterinários ou odontológicos, serão apresentadas
faturas, segregadas observando-se para a retenção o seguinte:

I - a forma do § 1º quando os serviços forem efetuados pela própria pessoa jurídica


operadora do plano, ou por empresa ou grupo de empresas médicas (hospitais e
clinicas), pertencentes a rede própria; e

II - a forma do art. 32 para os serviços prestados sob a forma de credenciamento.

§ 3º A inobservância do disposto nos §§ 1º e 2º acarretará a retenção do IR e das


contribuições sobre o total do documento fiscal, no percentual de 9,45% (nove inteiros e
quarenta e cinco centésimos por cento), mediante o código de arrecadação 6190 do
Anexo I a esta Instrução Normativa.

Seção XIII
Do Aluguel de Imóveis

Art. 34. Nos pagamentos de aluguel de imóvel, quando o proprietário for pessoa
jurídica, será feita retenção do IR e das contribuições sobre o total a ser pago.

§ 1º Se os pagamentos forem efetuados por intermédio de administradora de imóveis,


esta deverá fornecer à unidade pagadora o nome da pessoa jurídica beneficiária e o
respectivo número de inscrição no CNPJ.

§ 2º Se os pagamentos forem efetuados à entidade aberta de previdência complementar


sem fins lucrativos, não haverá retenção em relação ao IR, cabendo, entretanto, a
retenção e o recolhimento, em códigos distintos, da CSLL, da Cofins e da Contribuição
para o PIS/Pasep, utilizando-se, respectivamente, os códigos 6228, 6243 e 6230,
conforme estabelecido no § 2º do art. 36.
Seção XIV
Da Pessoa Jurídica Sediada ou Domiciliada no Exterior

Art. 35. No caso de pagamento a pessoa jurídica domiciliada no exterior, não será
efetuada retenção na forma do art. 3º.

§ 1º Sobre o pagamento de que trata o caput incidirá o IR na fonte, a ser retido pelo
órgão pagador, calculado conforme as alíquotas vigentes à época do fato gerador.

§ 2º Na hipótese do § 1º, considera-se ocorrido o fato gerador na data em que os


rendimentos forem pagos, creditados, entregues, empregados ou remetidos para o
exterior.

§ 3º No caso em que o pagamento aos beneficiários de que trata este artigo for efetuado
pelo órgão, por intermédio de agência de propaganda ou publicidade, a obrigação de
reter e recolher o IR na fonte é da agência.

Seção XV
Da Pessoa Jurídica Amparada por Medida Judicial

Art. 36. No caso de pessoa jurídica amparada pela suspensão da exigibilidade do


crédito tributário, nas hipóteses a que se referem os incisos II, IV e V do art. 151 da Lei
nº 5.172, de 25 de outubro de 1966 - Código Tributário Nacional (CTN), ou por
sentença judicial transitada em julgado, determinando a suspensão do pagamento do IR
ou de qualquer das contribuições referidas nesta Instrução Normativa, o órgão ou a
entidade que efetuar o pagamento deverá calcular, individualmente, os valores do IR e
das contribuições considerados devidos, aplicar as alíquotas correspondentes, e efetuar o
recolhimento em Darf distintos para cada um deles, utilizando os seguintes códigos:

I - 6256 - no caso de IR;

II - 6228 - no caso de CSLL;

III - 6243 - no caso de Cofins;

IV - 6230 - no caso da Contribuição para o PIS/Pasep.

§ 1º Ocorrendo qualquer das situações previstas no caput, o beneficiário do rendimento


deverá apresentar à fonte pagadora, a cada pagamento, a comprovação de que continua
amparado por medida judicial que acoberta a não retenção.

§ 2º A retenção em códigos distintos, na forma dos incisos I, II, III e IV do caput,


aplica-se também quando a pessoa jurídica beneficiária do pagamento gozar de isenção,
não incidência ou alíquota zero do IR ou de qualquer das contribuições de que trata esta
Instrução Normativa.

CAPÍTULO X
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 37. O órgão ou a entidade que efetuar a retenção deverá fornecer, à pessoa jurídica
beneficiária do pagamento, comprovante anual de retenção, até o último dia útil de
fevereiro do ano subsequente, podendo ser disponibilizado em meio eletrônico,
conforme modelo constante do Anexo V a esta Instrução Normativa, informando,
relativamente a cada mês em que houver sido efetuado o pagamento, os códigos de
retenção, os valores pagos e os valores retidos.

§ 1º Como forma alternativa de comprovação da retenção, poderá o órgão ou a entidade


fornecer, ao beneficiário do pagamento, cópia do Darf, desde que este contenha a base
de cálculo correspondente ao fornecimento dos bens ou da prestação dos serviços.

§ 2º Anualmente, até o último dia útil de fevereiro do ano subsequente, os órgãos ou as


entidades que efetuarem a retenção de que trata esta Instrução Normativa deverão
apresentar à RFB Declaração do Imposto sobre a Renda Retido na Fonte (Dirf), nela
discriminando, mensalmente, o somatório dos valores pagos e o total retido, por
contribuinte e por código de recolhimento.

Art. 38. As disposições constantes nesta Instrução Normativa:

I - alcançam somente a retenção na fonte do IR, da CSLL, da Cofins e da Contribuição


para o PIS/Pasep, realizada para fins de atendimento ao estabelecido no art. 64 da Lei nº
9.430, de 27 de dezembro de 1996, e no art. 34 da Lei nº 10.833, de 2003;

II - não alteram a aplicação dos percentuais de presunção para efeito de apuração da


base de cálculo do IR a que estão sujeitas as pessoas jurídicas beneficiárias dos
respectivos pagamentos, estabelecidos no art. 15 da Lei nº 9.249, de 1995, exceto
quanto aos serviços de construção por empreitada com emprego de materiais, de que
trata o inciso II do § 7º do art. 2º, os serviços hospitalares, de que trata o art. 30, e os
serviços médicos referidos no art. 31.

Art. 39. A dispensa de retenção prevista no art. 4º não isenta as entidades ali
mencionadas do pagamento do IR e das contribuições a que estão sujeitas, como
contribuintes ou responsáveis, em decorrência da natureza das atividades desenvolvidas,
na forma da legislação tributária vigente.

Art. 40. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 41. Ficam revogadas a Instrução Normativa SRF nº 480, de 15 de dezembro de


2004, a Instrução Normativa SRF nº 539, de 25 de abril de 2005, o art. 2º da Instrução
Normativa RFB nº 765, de 2 de agosto de 2007, e os arts. 1º e 2º da Instrução
Normativa RFB nº 791, de 10 de dezembro de 2007.
LEI No 4.320, DE 17 DE MARÇO DE 1964
Estatui Normas Gerais de Direito Financeiro para
elaboração e contrôle dos orçamentos e balanços
da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito
Federal.

Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei;

DISPOSIÇÃO PRELIMINAR

Art. 1º Esta lei estatui normas gerais de direito financeiro para elaboração e contrôle dos
orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, de acôrdo
com o disposto no art. 5º, inciso XV, letra b, da Constituição Federal.

TÍTULO I

Da Lei de Orçamento

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 2° A Lei do Orçamento conterá a discri minação da receita e despesa de forma a


evidenciar a política econômica financeira e o programa de trabalho do Govêrno, obedecidos
os princípios de unidade universalidade e anualidade.

§ 1° Integrarão a Lei de Orçamento:

I - Sumário geral da receita por fontes e da despesa por funções do Govêrno;

II - Quadro demonstrativo da Receita e Despesa segundo as Categorias Econômicas, na


forma do Anexo nº. 1;

III - Quadro discriminativo da receita por fontes e respectiva legislação;

IV - Quadro das dotações por órgãos do Govêrno e da Administração.

§ 2º Acompanharão a Lei de Orçamento:

I - Quadros demonstrativos da receita e planos de aplicação dos fundos especiais;

II - Quadros demonstrativos da despesa, na forma dos Anexos ns. 6 a 9;

III - Quadro demonstrativo do programa anual de trabalho do Govêrno, em têrmos de


realização de obras e de prestação de serviços.

Art. 3º A Lei de Orçamentos compreenderá tôdas as receitas, inclusive as de operações


de crédito autorizadas em lei.

Parágrafo único. Não se consideram para os fins deste artigo as operações de credito por
antecipação da receita, as emissões de papel-moeda e outras entradas compensatórias, no
ativo e passivo financeiros .
Art. 4º A Lei de Orçamento compreenderá tôdas as despesas próprias dos órgãos do
Govêrno e da administração centralizada, ou que, por intermédio dêles se devam realizar,
observado o disposto no artigo 2°.

Art. 5º A Lei de Orçamento não consignará dotações globais destinadas a atender


indiferentemente a despesas de pessoal, material, serviços de terceiros, transferências ou
quaisquer outras, ressalvado o disposto no artigo 20 e seu parágrafo único.

Art. 6º Tôdas as receitas e despesas constarão da Lei de Orçamento pelos seus totais,
vedadas quaisquer deduções.

§ 1º As cotas de receitas que uma entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão,
como despesa, no orçamento da entidade obrigada a transferência e, como receita, no
orçamento da que as deva receber.

§ 2º Para cumprimento do disposto no parágrafo anterior, o calculo das cotas terá por
base os dados apurados no balanço do exercício anterior aquele em que se elaborar a
proposta orçamentária do governo obrigado a transferência.

Art. 7° A Lei de Orçamento poderá conter au torização ao Executivo para:

I - Abrir créditos suplementares até determinada importância obedecidas as disposições


do artigo 43;

II - Realizar em qualquer mês do exercício financeiro, operações de crédito por


antecipação da receita, para atender a insuficiências de caixa.

§ 1º Em casos de déficit, a Lei de Orçamento indicará as fontes de recursos que o Poder


Executivo fica autorizado a utilizar para atender a sua cobertura.

§ 2° O produto estimado de operações de cré dito e de alienação de bens imóveis sòmente


se incluirá na receita quando umas e outras forem especìficamente autorizadas pelo Poder
Legislativo em forma que jurìdicamente possibilite ao Poder Executivo realizá-las no exercício.

§ 3º A autorização legislativa a que se refere o parágrafo anterior, no tocante a operações


de crédito, poderá constar da própria Lei de Orçamento.

Art. 8º A discriminação da receita geral e da despesa de cada órgão do Govêrno ou


unidade administrativa, a que se refere o artigo 2º, § 1º, incisos III e IV obedecerá à forma do
Anexo n. 2.

§ 1° Os itens da discriminação da receita e da despesa, mencionados nos artigos 11, § 4°,


e 13, serão identificados por números de códigos decimal, na forma dos Anexos ns. 3 e 4.

§ 2º Completarão os números do código decimal referido no parágrafo anterior os


algarismos caracterizadores da classificação funcional da despesa, conforme estabelece o
Anexo n. 5.

§ 3° O código geral estabelecido nesta lei não prejudicará a adoção de códigos locais.

CAPÍTULO II

Da Receita

Art. 9º Tributo e a receita derivada instituída pelas entidades de direito publico,


compreendendo os impostos, as taxas e contribuições nos termos da constituição e das leis
vigentes em matéria financeira, destinado-se o seu produto ao custeio de atividades gerais ou
especificas exercidas por essas entidades

Art. 10. (Vetado).

Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas: Receitas Correntes


e Receitas de Capital. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)

§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições, patrimonial,


agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as provenientes de recursos financeiros
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, quando destinadas a atender
despesas classificáveis em Despesas Correntes. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de
20.5.1982)

§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos financeiros


oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de bens e direitos; os recursos
recebidos de outras pessoas de direito público ou privado, destinados a atender despesas
classificáveis em Despesas de Capital e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. (Redação
dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)

§ 3º - O superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento dos totais das


receitas e despesas correntes, apurado na demonstração a que se refere o Anexo nº 1, não
constituirá item de receita orçamentária. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de
20.5.1982)

§ 4º - A classificação da receita obedecerá ao seguinte esquema: (Redação dada pelo


Decreto Lei nº 1.939, de 20.5.1982)

RECEITAS CORRENTES
RECEITA TRIBUTÁRIA
Impostos
Taxas
Contribuições de Melhoria
RECEITA DE CONTRIBUIÇOES
RECEITA PATRIMONIAL
RECEITA AGROPECUÁRIA
RECEITA INDUSTRIAL
RECEITA DE SERVIÇOS
TRANSFERÊNCIAS CORRENTES
OUTRAS RECEITAS CORRENTES
RECEITAS DE CAPITAL
OPERAÇÕES DE CRÉDITO
ALIENAÇÃO DE BENS
AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS
TRANSFERÊNCIAS DE CAPITAL
OUTRAS RECEITAS DE CAPITAL

CAPÍTULO III

Da Despesa

Art. 12. A despesa será classificada nas seguintes categorias econômicas: (Vide
Decreto-lei nº 1.805, de 1980)
DESPESAS CORRENTES

Despesas de Custeio
Transferências Correntes

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos
Inversões Financeiras
Transferências de Capital

§ 1º Classificam-se como Despesas de Custeio as dotações para manutenção de serviços


anteriormente criados, inclusive as destinadas a atender a obras de conservação e adaptação
de bens imóveis.

§ 2º Classificam-se como Transferências Correntes as dotações para despesas as quais


não corresponda contraprestação direta em bens ou serviços, inclusive para contribuições e
subvenções destinadas a atender à manifestação de outras entidades de direito público ou
privado.

§ 3º Consideram-se subvenções, para os efeitos desta lei, as transferências destinadas a


cobrir despesas de custeio das entidades beneficiadas, distinguindo-se como:

I - subvenções sociais, as que se destinem a instituições públicas ou privadas de caráter


assistencial ou cultural, sem finalidade lucrativa;

II - subvenções econômicas, as que se destinem a emprêsas públicas ou privadas de


caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril.

§ 4º Classificam-se como investimentos as dotações para o planejamento e a execução


de obras, inclusive as destinadas à aquisição de imóveis considerados necessários à
realização destas últimas, bem como para os programas especiais de trabalho, aquisição de
instalações, equipamentos e material permanente e constituição ou aumento do capital de
emprêsas que não sejam de caráter comercial ou financeiro.

§ 5º Classificam-se como Inversões Financeiras as dotações destinadas a:

I - aquisição de imóveis, ou de bens de capital já em utilização;

II - aquisição de títulos representativos do capital de emprêsas ou entidades de qualquer


espécie, já constituídas, quando a operação não importe aumento do capital;

III - constituição ou aumento do capital de entidades ou emprêsas que visem a objetivos


comerciais ou financeiros, inclusive operações bancárias ou de seguros.

§ 6º São Transferências de Capital as dotações para investimentos ou inversões


financeiras que outras pessoas de direito público ou privado devam realizar,
independentemente de contraprestação direta em bens ou serviços, constituindo essas
transferências auxílios ou contribuições, segundo derivem diretamente da Lei de Orçamento ou
de lei especialmente anterior, bem como as dotações para amortização da dívida pública.

Art. 13. Observadas as categorias econômicas do art. 12, a discriminação ou


especificação da despesa por elementos, em cada unidade administrativa ou órgão de
govêrno, obedecerá ao seguinte esquema:

DESPESAS CORRENTES
Despesas de Custeio

Pessoa Civil
Pessoal Militar
Material de Consumo
Serviços de Terceiros
Encargos Diversos

Transferências Correntes

Subvenções Sociais
Subvenções Econômicas
Inativos
Pensionistas
Salário Família e Abono Familiar
Juros da Dívida Pública
Contribuições de Previdência Social
Diversas Transferências Correntes.

DESPESAS DE CAPITAL

Investimentos

Obras Públicas
Serviços em Regime de Programação Especial
Equipamentos e Instalações
Material Permanente
Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Emprêsas ou Entidades Industriais ou
Agrícolas

Inversões Financeiras

Aquisição de Imóveis
Participação em Constituição ou Aumento de Capital de Emprêsas ou Entidades Comerciais ou
Financeiras
Aquisição de Títulos Representativos de Capital de Emprêsa em Funcionamento
Constituição de Fundos Rotativos
Concessão de Empréstimos
Diversas Inversões Financeiras

Transferências de Capital

Amortização da Dívida Pública


Auxílios para Obras Públicas
Auxílios para Equipamentos e Instalações
Auxílios para Inversões Financeiras
Outras Contribuições.

Art. 14. Constitui unidade orçamentária o agrupamento de serviços subordinados ao


mesmo órgão ou repartição a que serão consignadas dotações próprias.

Parágrafo único. Em casos excepcionais, serão consignadas dotações a unidades


administrativas subordinadas ao mesmo órgão.

Art. 15. Na Lei de Orçamento a discriminação da despesa far-se-á no mínimo por


elementos.
§ 1º Entende-se por elementos o desdobramento da despesa com pessoal, material,
serviços, obras e outros meios de que se serve a administração publica para consecução dos
seus fins.

§ 2º Para efeito de classificação da despesa, considera-se material permanente o de


duração superior a dois anos.

SEÇÃO I

Das Despesas Correntes

SUBSEÇÃO ÚNICA

Das Transferências Correntes

I) Das Subvenções Sociais

Art. 16. Fundamentalmente e nos limites das possibilidades financeiras a concessão de


subvenções sociais visará a prestação de serviços essenciais de assistência social, médica e
educacional, sempre que a suplementação de recursos de origem privada aplicados a êsses
objetivos, revelar-se mais econômica.

Parágrafo único. O valor das subvenções, sempre que possível, será calculado com base
em unidades de serviços efetivamente prestados ou postos à disposição dos interessados
obedecidos os padrões mínimos de eficiência prèviamente fixados.

Art. 17. Somente à instituição cujas condições de funcionamento forem julgadas


satisfatórias pelos órgãos oficiais de fiscalização serão concedidas subvenções.

II) Das Subvenções Econômicas

Art. 18. A cobertura dos déficits de manutenção das emprêsas públicas, de natureza
autárquica ou não, far-se-á mediante subvenções econômicas expressamente incluídas nas
despesas correntes do orçamento da União, do Estado, do Município ou do Distrito Federal.

Parágrafo único. Consideram-se, igualmente, como subvenções econômicas:

a) as dotações destinadas a cobrir a diferença entre os preços de mercado e os preços de


revenda, pelo Govêrno, de gêneros alimentícios ou outros materiais;

b) as dotações destinadas ao pagamento de bonificações a produtores de determinados


gêneros ou materiais.

Art. 19. A Lei de Orçamento não consignará ajuda financeira, a qualquer título, a emprêsa
de fins lucrativos, salvo quando se tratar de subvenções cuja concessão tenha sido
expressamente autorizada em lei especial.

SEÇÃO II

Das Despesas de Capital

SUBSEÇÃO PRIMEIRA

Dos Investimentos
Art. 20. Os investimentos serão discriminados na Lei de Orçamento segundo os projetos
de obras e de outras aplicações.

Parágrafo único. Os programas especiais de trabalho que, por sua natureza, não possam
cumprir-se subordinadamente às normas gerais de execução da despesa poderão ser
custeadas por dotações globais, classificadas entre as Despesas de Capital.

SUBSEÇÃO SEGUNDA

Das Transferências de Capital

Art. 21. A Lei de Orçamento não consignará auxílio para investimentos que se devam
incorporar ao patrimônio das emprêsas privadas de fins lucrativos.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se às transferências de capital à conta de


fundos especiais ou dotações sob regime excepcional de aplicação.

TÍTULO II

Da Proposta Orcamentária

CAPÍTULO I

Conteúdo e Forma da Proposta Orçamentária

Art. 22. A proposta orçamentária que o Poder Executivo encaminhará ao Poder Legislativo
nos prazos estabelecidos nas Constituições e nas Leis Orgânicas dos Municípios, compor-se-
á:

I - Mensagem, que conterá: exposição circunstanciada da situação econômico-financeira,


documentada com demonstração da dívida fundada e flutuante, saldos de créditos especiais,
restos a pagar e outros compromissos financeiros exigíveis; exposição e justificação da política
econômica-financeira do Govêrno; justificação da receita e despesa, particularmente no tocante
ao orçamento de capital;

II - Projeto de Lei de Orçamento;

III - Tabelas explicativas, das quais, além das estimativas de receita e despesa, constarão,
em colunas distintas e para fins de comparação:

a) A receita arrecadada nos três últimos exercícios anteriores àquele em que se elaborou
a proposta;

b) A receita prevista para o exercício em que se elabora a proposta;

c) A receita prevista para o exercício a que se refere a proposta;

d) A despesa realizada no exercício imediatamente anterior;

e) A despesa fixada para o exercício em que se elabora a proposta; e

f) A despesa prevista para o exercício a que se refere a proposta.

IV - Especificação dos programas especiais de trabalho custeados por dotações globais,


em têrmos de metas visadas, decompostas em estimativa do custo das obras a realizar e dos
serviços a prestar, acompanhadas de justificação econômica, financeira, social e
administrativa.

Parágrafo único. Constará da proposta orçamentária, para cada unidade administrativa,


descrição sucinta de suas principais finalidades, com indicação da respectiva legislação.

CAPÍTULO II

Da Elaboração da Proposta Orçamentária

SEÇÃO PRIMEIRA

Das Previsões Plurienais

Art. 23. As receitas e despesas de capital serão objeto de um Quadro de Recursos e de


Aplicação de Capital, aprovado por decreto do Poder Executivo, abrangendo, no mínimo um
triênio.

Parágrafo único. O Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital será anualmente


reajustado acrescentando-se-lhe as previsões de mais um ano, de modo a assegurar a
projeção contínua dos períodos.

Art. 24. O Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital abrangerá:

I - as despesas e, como couber, também as receitas previstas em planos especiais


aprovados em lei e destinados a atender a regiões ou a setores da administração ou da
economia;

II - as despesas à conta de fundos especiais e, como couber, as receitas que os


constituam;

III - em anexos, as despesas de capital das entidades referidas no Título X desta lei, com
indicação das respectivas receitas, para as quais forem previstas transferências de capital.

Art. 25. Os programas constantes do Quadro de Recursos e de Aplicação de Capital


sempre que possível serão correlacionados a metas objetivas em têrmos de realização de
obras e de prestação de serviços.

Parágrafo único. Consideram-se metas os resultados que se pretendem obter com a


realização de cada programa.

Art. 26. A proposta orçamentária conterá o programa anual atualizado dos investimentos,
inversões financeiras e transferências previstos no Quadro de Recursos e de Aplicação de
Capital.

SEÇÃO SEGUNDA

Das Previsões Anuais

Art. 27. As propostas parciais de orçamento guardarão estrita conformidade com a política
econômica-financeira, o programa anual de trabalho do Govêrno e, quando fixado, o limite
global máximo para o orçamento de cada unidade administrativa.

Art. 28 As propostas parciais das unidades administrativas, organizadas em formulário


próprio, serão acompanhadas de:
I - tabelas explicativas da despesa, sob a forma estabelecida no artigo 22, inciso III, letras
d, e e f;

II - justificação pormenorizada de cada dotação solicitada, com a indicação dos atos de


aprovação de projetos e orçamentos de obras públicas, para cujo início ou prosseguimento ela
se destina.

Art. 29. Caberá aos órgãos de contabilidade ou de arrecadação organizar demonstrações


mensais da receita arrecadada, segundo as rubricas, para servirem de base a estimativa da
receita, na proposta orçamentária.

Parágrafo único. Quando houver órgão central de orçamento, essas demonstrações ser-
lhe-ão remetidas mensalmente.

Art. 30. A estimativa da receita terá por base as demonstrações a que se refere o artigo
anterior à arrecadação dos três últimos exercícios, pelo menos bem como as circunstâncias de
ordem conjuntural e outras, que possam afetar a produtividade de cada fonte de receita.

Art. 31. As propostas orçamentárias parciais serão revistas e coordenadas na proposta


geral, considerando-se a receita estimada e as novas circunstâncias.

TÍTULO III

Da elaboração da Lei de Orçamento

Art. 32. Se não receber a proposta orçamentária no prazo fixado nas Constituições ou nas
Leis Orgânicas dos Municípios, o Poder Legislativo considerará como proposta a Lei de
Orçamento vigente.

Art. 33. Não se admitirão emendas ao projeto de Lei de Orçamento que visem a:

a) alterar a dotação solicitada para despesa de custeio, salvo quando provada, nesse
ponto a inexatidão da proposta;

b) conceder dotação para o início de obra cujo projeto não esteja aprovado pelos órgãos
competentes;

c) conceder dotação para instalação ou funcionamento de serviço que não esteja


anteriormente criado;

d) conceder dotação superior aos quantitativos prèviamente fixados em resolução do


Poder Legislativo para concessão de auxílios e subvenções.

TÍTULO IV

Do Exercício Financeiro

Art. 34. O exercício financeiro coincidirá com o ano civil.

Art. 35. Pertencem ao exercício financeiro:

I - as receitas nêle arrecadadas;

II - as despesas nêle legalmente empenhadas.


Art. 36. Consideram-se Restos a Pagar as despesas empenhadas mas não pagas até o
dia 31 de dezembro distinguindo-se as processadas das não processadas.

Parágrafo único. Os empenhos que sorvem a conta de créditos com vigência plurienal,
que não tenham sido liquidados, só serão computados como Restos a Pagar no último ano de
vigência do crédito.

Art. 37. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo


consignava crédito próprio, com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham
processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida e os
compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente poderão ser
pagos à conta de dotação específica consignada no orçamento, discriminada por elementos,
obedecida, sempre que possível, a ordem cronológica.

Art. 38. Reverte à dotação a importância de despesa anulada no exercício, quando a


anulação ocorrer após o encerramento dêste considerar-se-á receita do ano em que se
efetivar.

Art. 39. Os créditos da Fazenda Pública, de natureza tributária ou não tributária, serão
escriturados como receita do exercício em que forem arrecadados, nas respectivas rubricas
orçamentárias. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§ 1º - Os créditos de que trata este artigo, exigíveis pelo transcurso do prazo para
pagamento, serão inscritos, na forma da legislação própria, como Dívida Ativa, em registro
próprio, após apurada a sua liquidez e certeza, e a respectiva receita será escriturada a esse
título. (Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§ 2º - Dívida Ativa Tributária é o crédito da Fazenda Pública dessa natureza, proveniente


de obrigação legal relativa a tributos e respectivos adicionais e multas, e Dívida Ativa não
Tributária são os demais créditos da Fazenda Pública, tais como os provenientes de
empréstimos compulsórios, contribuições estabelecidas em lei, multa de qualquer origem ou
natureza, exceto as tributárias, foros, laudêmios, alugueis ou taxas de ocupação, custas
processuais, preços de serviços prestados por estabelecimentos públicos, indenizações,
reposições, restituições, alcances dos responsáveis definitivamente julgados, bem assim os
créditos decorrentes de obrigações em moeda estrangeira, de subrogação de hipoteca, fiança,
aval ou outra garantia, de contratos em geral ou de outras obrigações legais. (Incluído pelo
Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§ 3º - O valor do crédito da Fazenda Nacional em moeda estrangeira será convertido ao


correspondente valor na moeda nacional à taxa cambial oficial, para compra, na data da
notificação ou intimação do devedor, pela autoridade administrativa, ou, à sua falta, na data da
inscrição da Dívida Ativa, incidindo, a partir da conversão, a atualização monetária e os juros
de mora, de acordo com preceitos legais pertinentes aos débitos tributários. (Incluído pelo
Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§ 4º - A receita da Dívida Ativa abrange os créditos mencionados nos parágrafos


anteriores, bem como os valores correspondentes à respectiva atualização monetária, à multa
e juros de mora e ao encargo de que tratam o art. 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro
de 1969, e o art. 3º do Decreto-lei nº 1.645, de 11 de dezembro de 1978. (Incluído pelo Decreto
Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

§ 5º - A Dívida Ativa da União será apurada e inscrita na Procuradoria da Fazenda


Nacional. (Incluído pelo Decreto Lei nº 1.735, de 20.12.1979)

TÍTULO V

Dos Créditos Adicionais


Art. 40. São créditos adicionais, as autorizações de despesa não computadas ou
insuficientemente dotadas na Lei de Orçamento.

Art. 41. Os créditos adicionais classificam-se em:

I - suplementares, os destinados a refôrço de dotação orçamentária;

II - especiais, os destinados a despesas para as quais não haja dotação orçamentária


específica;

III - extraordinários, os destinados a despesas urgentes e imprevistas, em caso de guerra,


comoção intestina ou calamidade pública.

Art. 42. Os créditos suplementares e especiais serão autorizados por lei e abertos por
decreto executivo.

Art. 43. A abertura dos créditos suplementares e especiais depende da existência de


recursos disponíveis para ocorrer a despesa e será precedida de exposição justificativa.

§ 1º Consideram-se recursos para o fim deste artigo, desde que não comprometidos:

I - o superávit financeiro apurado em balanço patrimonial do exercício anterior;

II - os provenientes de excesso de arrecadação;

III - os resultantes de anulação parcial ou total de dotações orçamentárias ou de créditos


adicionais, autorizados em Lei;

IV - o produto de operações de credito autorizadas, em forma que juridicamente possibilite


ao poder executivo realiza-las.

§ 2º Entende-se por superávit financeiro a diferença positiva entre o ativo financeiro e o


passivo financeiro, conjugando-se, ainda, os saldos dos créditos adicionais transferidos e as
operações de credito a eles vinculadas.

§ 3º Entende-se por excesso de arrecadação, para os fins deste artigo, o saldo positivo
das diferenças acumuladas mês a mês entre a arrecadação prevista e a realizada,
considerando-se, ainda, a tendência do exercício.

§ 4° Para o fim de apurar os recursos utili záveis, provenientes de excesso de


arrecadação, deduzir-se-a a importância dos créditos extraordinários abertos no exercício.

Art. 44. Os créditos extraordinários serão abertos por decreto do Poder Executivo, que
dêles dará imediato conhecimento ao Poder Legislativo.

Art. 45. Os créditos adicionais terão vigência adstrita ao exercício financeiro em que forem
abertos, salvo expressa disposição legal em contrário, quanto aos especiais e extraordinários.

Art. 46. O ato que abrir crédito adicional indicará a importância, a espécie do mesmo e a
classificação da despesa, até onde fôr possível.

TÍTULO VI

Da Execução do Orçamento

CAPÍTULO I
Da Programação da Despesa

Art. 47. Imediatamente após a promulgação da Lei de Orçamento e com base nos limites
nela fixados, o Poder Executivo aprovará um quadro de cotas trimestrais da despesa que cada
unidade orçamentária fica autorizada a utilizar.

Art. 48 A fixação das cotas a que se refere o artigo anterior atenderá aos seguintes
objetivos:

a) assegurar às unidades orçamentárias, em tempo útil a soma de recursos necessários e


suficientes a melhor execução do seu programa anual de trabalho;

b) manter, durante o exercício, na medida do possível o equilíbrio entre a receita


arrecadada e a despesa realizada, de modo a reduzir ao mínimo eventuais insuficiências de
tesouraria.

Art. 49. A programação da despesa orçamentária, para feito do disposto no artigo anterior,
levará em conta os créditos adicionais e as operações extra-orçamentárias.

Art. 50. As cotas trimestrais poderão ser alteradas durante o exercício, observados o limite
da dotação e o comportamento da execução orçamentária.

CAPÍTULO II

Da Receita

Art. 51. Nenhum tributo será exigido ou aumentado sem que a lei o estabeleça, nenhum
será cobrado em cada exercício sem prévia autorização orçamentária, ressalvados a tarifa
aduaneira e o impôsto lançado por motivo de guerra.

Art. 52. São objeto de lançamento os impostos diretos e quaisquer outras rendas com
vencimento determinado em lei, regulamento ou contrato.

Art. 53. O lançamento da receita, o ato da repartição competente, que verifica a


procedência do crédito fiscal e a pessoa que lhe é devedora e inscreve o débito desta.

Art. 54. Não será admitida a compensação da observação de recolher rendas ou receitas
com direito creditório contra a Fazenda Pública.

Art. 55. Os agentes da arrecadação devem fornecer recibos das importâncias que
arrecadarem.

§ 1º Os recibos devem conter o nome da pessoa que paga a soma arrecadada,


proveniência e classificação, bem como a data a assinatura do agente arrecadador.

§ 2º Os recibos serão fornecidos em uma única via.

Art. 56. O recolhimento de tôdas as receitas far-se-á em estrita observância ao princípio


de unidade de tesouraria, vedada qualquer fragmentação para criação de caixas especiais.

Art. 57. Ressalvado o disposto no parágrafo único do artigo 3. desta lei serão classificadas
como receita orçamentária, sob as rubricas próprias, tôdas as receitas arrecadadas, inclusive
as provenientes de operações de crédito, ainda que não previstas no Orçamento.

CAPÍTULO III
Da Despesa

Art. 58. O empenho de despesa é o ato emanado de autoridade competente que cria para
o Estado obrigação de pagamento pendente ou não de implemento de condição.

Art. 59 - O empenho da despesa não poderá exceder o limite dos créditos concedidos.
(Redação dada pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)

§ 1º Ressalvado o disposto no Art. 67 da Constituição Federal, é vedado aos Municípios


empenhar, no último mês do mandato do Prefeito, mais do que o duodécimo da despesa
prevista no orçamento vigente. (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)

§ 2º Fica, também, vedado aos Municípios, no mesmo período, assumir, por qualquer
forma, compromissos financeiros para execução depois do término do mandato do Prefeito.
(Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)

§ 3º As disposições dos parágrafos anteriores não se aplicam nos casos comprovados de


calamidade pública. (Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)

§ 4º Reputam-se nulos e de nenhum efeito os empenhos e atos praticados em desacordo


com o disposto nos parágrafos 1º e 2º deste artigo, sem prejuízo da responsabilidade do
Prefeito nos termos do Art. 1º, inciso V, do Decreto-lei n.º 201, de 27 de fevereiro de 1967.
(Parágrafo incluído pela Lei nº 6.397, de 10.12.1976)

Art. 60. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho.

§ 1º Em casos especiais previstos na legislação específica será dispensada a emissão da


nota de empenho.

§ 2º Será feito por estimativa o empenho da despesa cujo montante não se possa
determinar.

§ 3º É permitido o empenho global de despesas contratuais e outras, sujeitas a


parcelamento.

Art. 61. Para cada empenho será extraído um documento denominado "nota de empenho"
que indicará o nome do credor, a representação e a importância da despesa bem como a
dedução desta do saldo da dotação própria.

Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando ordenado após sua regular
liquidação.

Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor
tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo crédito.

§ 1° Essa verificação tem por fim apurar:

I - a origem e o objeto do que se deve pagar;

II - a importância exata a pagar;

III - a quem se deve pagar a importância, para extinguir a obrigação.

§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços prestados terá por


base:
I - o contrato, ajuste ou acôrdo respectivo;

II - a nota de empenho;

III - os comprovantes da entrega de material ou da prestação efetiva do serviço.

Art. 64. A ordem de pagamento é o despacho exarado por autoridade competente,


determinando que a despesa seja paga.

Parágrafo único. A ordem de pagamento só poderá ser exarada em documentos


processados pelos serviços de contabilidade

Art. 65. O pagamento da despesa será efetuado por tesouraria ou pagadoria regularmente
instituídos por estabelecimentos bancários credenciados e, em casos excepcionais, por meio
de adiantamento.

Art. 66. As dotações atribuídas às diversas unidades orçamentárias poderão quando


expressamente determinado na Lei de Orçamento ser movimentadas por órgãos centrais de
administração geral.

Parágrafo único. É permitida a redistribuição de parcelas das dotações de pessoal, de


uma para outra unidade orçamentária, quando considerada indispensável à movimentação de
pessoal dentro das tabelas ou quadros comuns às unidades interessadas, a que se realize em
obediência à legislação específica.

Art. 67. Os pagamentos devidos pela Fazenda Pública, em virtude de sentença judiciária,
far-se-ão na ordem de apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, sendo
proibida a designação de casos ou de pessoas nas dotações orçamentárias e nos créditos
adicionais abertos para êsse fim.

Art. 68. O regime de adiantamento é aplicável aos casos de despesas expressamente


definidos em lei e consiste na entrega de numerário a servidor, sempre precedida de empenho
na dotação própria para o fim de realizar despesas, que não possam subordinar-se ao
processo normal de aplicação.

Art. 69. Não se fará adiantamento a servidor em alcance nem a responsável por dois
adiantamento.

Art. 70. A aquisição de material, o fornecimento e a adjudicação de obras e serviços serão


regulados em lei, respeitado o princípio da concorrência.

TÍTULO VII

Dos Fundos Especiais

Art. 71. Constitui fundo especial o produto de receitas especificadas que por lei se
vinculam à realização de determinados objetivos ou serviços, facultada a adoção de normas
peculiares de aplicação.

Art. 72. A aplicação das receitas orçamentárias vinculadas a turnos especiais far-se-á
através de dotação consignada na Lei de Orçamento ou em créditos adicionais.

Art. 73. Salvo determinação em contrário da lei que o instituiu, o saldo positivo do fundo
especial apurado em balanço será transferido para o exercício seguinte, a crédito do mesmo
fundo.
Art. 74. A lei que instituir fundo especial poderá determinar normas peculiares de contrôle,
prestação e tomada de contas, sem de qualquer modo, elidir a competência específica do
Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

TÍTULO VIII

Do Contrôle da Execução Orçamentária

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 75. O contrôle da execução orçamentária compreenderá:

I - a legalidade dos atos de que resultem a arrecadação da receita ou a realização da


despesa, o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações;

II - a fidelidade funcional dos agentes da administração, responsáveis por bens e valores


públicos;

III - o cumprimento do programa de trabalho expresso em têrmos monetários e em têrmos


de realização de obras e prestação de serviços.

CAPÍTULO II

Do Contrôle Interno

Art. 76. O Poder Executivo exercerá os três tipos de contrôle a que se refere o artigo 75,
sem prejuízo das atribuições do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

Art. 77. A verificação da legalidade dos atos de execução orçamentária será prévia,
concomitante e subseqüente.

Art. 78. Além da prestação ou tomada de contas anual, quando instituída em lei, ou por
fim de gestão, poderá haver, a qualquer tempo, levantamento, prestação ou tomada de contas
de todos os responsáveis por bens ou valores públicos.

Art. 79. Ao órgão incumbido da elaboração da proposta orçamentária ou a outro indicado


na legislação, caberá o contrôle estabelecido no inciso III do artigo 75.

Parágrafo único. Êsse controle far-se-á, quando fôr o caso, em têrmos de unidades de
medida, prèviamente estabelecidos para cada atividade.

Art. 80. Compete aos serviços de contabilidade ou órgãos equivalentes verificar a exata
observância dos limites das cotas trimestrais atribuídas a cada unidade orçamentária, dentro
do sistema que fôr instituído para êsse fim.

CAPÍTULO III

Do Contrôle Externo

Art. 81. O contrôle da execução orçamentária, pelo Poder Legislativo, terá por objetivo
verificar a probidade da administração, a guarda e legal emprêgo dos dinheiros públicos e o
cumprimento da Lei de Orçamento.
Art. 82. O Poder Executivo, anualmente, prestará contas ao Poder Legislativo, no prazo
estabelecido nas Constituições ou nas Leis Orgânicas dos Municípios.

§ 1º As contas do Poder Executivo serão submetidas ao Poder Legislativo, com Parecer


prévio do Tribunal de Contas ou órgão equivalente.

§ 2º Quando, no Munícipio não houver Tribunal de Contas ou órgão equivalente, a


Câmara de Vereadores poderá designar peritos contadores para verificarem as contas do
prefeito e sôbre elas emitirem parecer.

TÍTULO IX

Da Contabilidade

CAPÍTULO I

Disposições Gerais

Art. 83. A contabilidade evidenciará perante a Fazenda Pública a situação de todos


quantos, de qualquer modo, arrecadem receitas, efetuem despesas, administrem ou guardem
bens a ela pertencentes ou confiados.

Art. 84. Ressalvada a competência do Tribunal de Contas ou órgão equivalente, a tomada


de contas dos agentes responsáveis por bens ou dinheiros públicos será realizada ou
superintendida pelos serviços de contabilidade.

Art. 85. Os serviços de contabilidade serão organizados de forma a permitirem o


acompanhamento da execução orçamentária, o conhecimento da composição patrimonial, a
determinação dos custos dos serviços industriais, o levantamento dos balanços gerais, a
análise e a interpretação dos resultados econômicos e financeiros.

Art. 86. A escrituração sintética das operações financeiras e patrimoniais efetuar-se-á pelo
método das partidas dobradas.

Art. 87. Haverá contrôle contábil dos direitos e obrigações oriundos de ajustes ou
contratos em que a administração pública fôr parte.

Art. 88. Os débitos e créditos serão escriturados com individuação do devedor ou do


credor e especificação da natureza, importância e data do vencimento, quando fixada.

Art. 89. A contabilidade evidenciará os fatos ligados à administração orçamentária,


financeira patrimonial e industrial.

CAPÍTULO II

Da Contabilidade Orçamentária e Financeira

Art. 90 A contabilidade deverá evidenciar, em seus registros, o montante dos créditos


orçamentários vigentes, a despesa empenhada e a despesa realizada, à conta dos mesmos
créditos, e as dotações disponíveis.

Art. 91. O registro contábil da receita e da despesa far-se-á de acôrdo com as


especificações constantes da Lei de Orçamento e dos créditos adicionais.

Art. 92. A dívida flutuante compreende:


I - os restos a pagar, excluídos os serviços da dívida;

II - os serviços da dívida a pagar;

III - os depósitos;

IV - os débitos de tesouraria.

Parágrafo único. O registro dos restos a pagar far-se-á por exercício e por credor
distinguindo-se as despesas processadas das não processadas.

Art. 93. Tôdas as operações de que resultem débitos e créditos de natureza financeira,
não compreendidas na execução orçamentária, serão também objeto de registro, individuação
e contrôle contábil.

CAPÍTULO III

Da Contabilidade Patrimonial e Industrial

Art. 94. Haverá registros analíticos de todos os bens de caráter permanente, com
indicação dos elementos necessários para a perfeita caracterização de cada um dêles e dos
agentes responsáveis pela sua guarda e administração.

Art. 95 A contabilidade manterá registros sintéticos dos bens móveis e imóveis.

Art. 96. O levantamento geral dos bens móveis e imóveis terá por base o inventário
analítico de cada unidade administrativa e os elementos da escrituração sintética na
contabilidade.

Art. 97. Para fins orçamentários e determinação dos devedores, ter-se-á o registro contábil
das receitas patrimoniais, fiscalizando-se sua efetivação.

Art. 98. A divida fundada compreende os compromissos de exigibilidade superior a doze


meses, contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a financeiro de obras e
serviços públicos.

Parágrafo único. A dívida fundada será escriturada com individuação e especificações que
permitam verificar, a qualquer momento, a posição dos empréstimos, bem como os respectivos
serviços de amortização e juros.

Art. 99. Os serviços públicos industriais, ainda que não organizados como emprêsa
pública ou autárquica, manterão contabilidade especial para determinação dos custos,
ingressos e resultados, sem prejuízo da escrituração patrimonial e financeiro comum.

Art. 100 As alterações da situação líquida patrimonial, que abrangem os resultados da


execução orçamentária, bem como as variações independentes dessa execução e as
superveniências e insubsistência ativas e passivas, constituirão elementos da conta
patrimonial.

CAPÍTULO IV

Dos Balanços

Art. 101. Os resultados gerais do exercício serão demonstrados no Balanço Orçamentário,


no Balanço Financeiro, no Balanço Patrimonial, na Demonstração das Variações Patrimoniais,
segundo os Anexos números 12, 13, 14 e 15 e os quadros demonstrativos constantes dos
Anexos números 1, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 16 e 17.

Art. 102. O Balanço Orçamentário demonstrará as receitas e despesas previstas em


confronto com as realizadas.

Art. 103. O Balanço Financeiro demonstrará a receita e a despesa orçamentárias bem


como os recebimentos e os pagamentos de natureza extra-orçamentária, conjugados com os
saldos em espécie provenientes do exercício anterior, e os que se transferem para o exercício
seguinte.

Parágrafo único. Os Restos a Pagar do exercício serão computados na receita extra-


orçamentária para compensar sua inclusão na despesa orçamentária.

Art. 104. A Demonstração das Variações Patrimoniais evidenciará as alterações


verificadas no patrimônio, resultantes ou independentes da execução orçamentária, e indicará
o resultado patrimonial do exercício.

Art. 105. O Balanço Patrimonial demonstrará:

I - O Ativo Financeiro;

II - O Ativo Permanente;

III - O Passivo Financeiro;

IV - O Passivo Permanente;

V - O Saldo Patrimonial;

VI - As Contas de Compensação.

§ 1º O Ativo Financeiro compreenderá os créditos e valores realizáveis


independentemente de autorização orçamentária e os valores numerários.

§ 2º O Ativo Permanente compreenderá os bens, créditos e valores, cuja mobilização ou


alienação dependa de autorização legislativa.

§ 3º O Passivo Financeiro compreenderá as dívidas fundadas e outras pagamento


independa de autorização orçamentária.

§ 4º O Passivo Permanente compreenderá as dívidas fundadas e outras que dependam


de autorização legislativa para amortização ou resgate.

§ 5º Nas contas de compensação serão registrados os bens, valores, obrigações e


situações não compreendidas nos parágrafos anteriores e que, imediata ou indiretamente,
possam vir a afetar o patrimônio.

Art. 106. A avaliação dos elementos patrimoniais obedecerá as normas seguintes:

I - os débitos e créditos, bem como os títulos de renda, pelo seu valor nominal, feita a
conversão, quando em moeda estrangeira, à taxa de câmbio vigente na data do balanço;

II - os bens móveis e imóveis, pelo valor de aquisição ou pelo custo de produção ou de


construção;
III - os bens de almoxarifado, pelo preço médio ponderado das compras.

§ 1° Os valores em espécie, assim como os d ébitos e créditos, quando em moeda


estrangeira, deverão figurar ao lado das correspondentes importâncias em moeda nacional.

§ 2º As variações resultantes da conversão dos débitos, créditos e valores em espécie


serão levadas à conta patrimonial.

§ 3º Poderão ser feitas reavaliações dos bens móveis e imóveis.

TÍTULO X

Das Autarquias e Outras Entidades

Art. 107. As entidades autárquicas ou paraestatais, inclusive de previdência social ou


investidas de delegação para arrecadação de contribuições para fiscais da União, dos Estados,
dos Municípios e do Distrito Federal terão seus orçamentos aprovados por decreto do Poder
Executivo, salvo se disposição legal expressa determinar que o sejam pelo Poder Legislativo.

Parágrafo único. Compreendem-se nesta disposição as emprêsas com autonomia


financeira e administrativa cujo capital pertencer, integralmente, ao Poder Público.

Art. 108. Os orçamentos das entidades referidas no artigo anterior vincular-se-ão ao


orçamento da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal, pela inclusão:

I - como receita, salvo disposição legal em contrário, de saldo positivo previsto entre os
totais das receitas e despesas;

II - como subvenção econômica, na receita do orçamento da beneficiária, salvo disposição


legal em contrário, do saldo negativo previsto entre os totais das receitas e despesas.

§ 1º Os investimentos ou inversões financeiras da União, dos Estados, dos Municípios e


do Distrito Federal, realizados por intermédio das entidades aludidas no artigo anterior, serão
classificados como receita de capital destas e despesa de transferência de capital daqueles.

§ 2º As previsões para depreciação serão computadas para efeito de apuração do saldo


líquido das mencionadas entidades.

Art. 109. Os orçamentos e balanços das entidades compreendidas no artigo 107 serão
publicados como complemento dos orçamentos e balanços da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal a que estejam vinculados.

Art. 110. Os orçamentos e balanços das entidades já referidas, obedecerão aos padrões e
normas instituídas por esta lei, ajustados às respectivas peculiaridades.

Parágrafo único. Dentro do prazo que a legislação fixar, os balanços serão remetidos ao
órgão central de contabilidade da União, dos Estados, dos Municípios e do Distrito Federal,
para fins de incorporação dos resultados, salvo disposição legal em contrário.

TÍTULO XI

Disposições Finais

Art. 111. O Conselho Técnico de Economia e Finanças do Ministério da Fazenda, além de


outras apurações, para fins estatísticos, de interêsse nacional, organizará e publicará o balanço
consolidado das contas da União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e
outras entidades, bem como um quadro estruturalmente idêntico, baseado em dados
orçamentários.

§ 1º Os quadros referidos neste artigo terão a estrutura do Anexo n. 1.

§ 2 O quadro baseado nos orçamentos será publicado até o último dia do primeiro
semestre do próprio exercício e o baseado nos balanços, até o último dia do segundo semestre
do exercício imediato àquele a que se referirem.

Art. 112. Para cumprimento do disposto no artigo precedente, a União, os Estados, os


Municípios e o Distrito Federal remeterão ao mencionado órgão, até 30 de abril, os orçamentos
do exercício, e até 30 de junho, os balanços do exercício anterior.

Parágrafo único. O pagamento, pela União, de auxílio ou contribuição a Estados,


Municípios ou Distrito Federal, cuja concessão não decorra de imperativo constitucional,
dependerá de prova do atendimento ao que se determina neste artigo.

Art. 113. Para fiel e uniforme aplicação das presentes normas, o Conselho Técnico de
Economia e Finanças do Ministério da Fazenda atenderá a consultas, coligirá elementos,
promoverá o intercâmbio de dados informativos, expedirá recomendações técnicas, quando
solicitadas, e atualizará sempre que julgar conveniente, os anexos que integram a presente lei.

Parágrafo único. Para os fins previstos neste artigo, poderão ser promovidas, quando
necessário, conferências ou reuniões técnicas, com a participação de representantes das
entidades abrangidas por estas normas.

Art. 114. Os efeitos desta lei são contados a partir de 1º de janeiro de 1964 para o fim da
elaboração dos orçamentos e a partir de 1º de janeiro de 1965, quanto às demais atividades
estatuídas. (Redação dada pela Lei nº 4.489, de 19.11.1964)

Art. 115. Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, 17 de março de 1964; 143º da Independência e 76º da República.

JOÃO GULART
Abelardo Jurema
Sylvio Borges de Souza Motta
Jair Ribeiro
João Augusto de Araújo Castro
Waldyr Ramos Borges
Expedito Machado
Oswaldo Costa Lima Filho
Júlio Forquim Sambaquy
Amaury Silva
Anysio Botelho
Wilson Fadul
Antonio Oliveira Brito
Egydio Michaelsen

Este texto não substitui o publicado no DOU de 23.3.1964, retificada no DOU de 9.4.1964 e
retificada no DOU de 3.6.1964

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Lei de Responsabilidade Fiscal
A Lei Complementar n.º 101, de 04.05.2000, denominada Lei de Responsabilidade Fiscal,
complementada pela Lei n.º 10.028, de 19.10.2000, muito apropriadamente batizada pelo jornalista
Joelmir Beting de Lei de Responsabilidade Moral, nada mais visa do que “reeducar” certos
administradores públicos para o “uso devido” do dinheiro público.

Seu principal objetivo está explicitado no seu art. 1º, e consiste em estabelecer “normas
de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal”.1[1][1] Visa melhorar a
administração das contas públicas no Brasil, pois a partir dela todos os governantes passarão a ter
compromisso com orçamento e com metas, que devem ser apresentadas e aprovadas pelo
respectivo Poder Legislativo.
Nascida mediante grande pressão da sociedade para moralizar o setor público financeiro,
esta lei trouxe melhoras significativas nos gastos públicos de todo o país, melhoras no sentido de
responsabilidade e moralidade no trato com a coisa pública, dentro dos princípios de razoabilidade,
eficiência, moralidade e probidade administrativa. Esta lei, longe de ser apenas “mais uma” no rol
da legislação brasileira veio para organizar o País e trazer-lhe um caráter de eficiência e seriedade
que a sociedade brasileira há muito almeja. A partir dela, todos os agentes públicos assumem um
compromisso para com o orçamento e com metas, que devem ser apresentadas e aprovadas pelo
respectivo Poder Legislativo.
Assim, diante de cada despesa criada, os agentes da administração pública precisam
prever uma nova fonte de receita que compense o gasto, o que obriga a Administração a somente
aumentar as despesas com salário dos funcionários, criação de cargos públicos, endividamento
público, renúncia de receita, dentre outras, mediante previsão, dentro do Orçamento, de
compensação da verba perdida. Isto pode se dar por meio de novos impostos, de respeito no trato
com a coisa pública, de aumento de arrecadação e combate à sonegação, dentre outros
instrumentos.
Eis a grande inovação nunca antes vista no país: a fixação de limites para despesas com
pessoal, para dívida pública e a determinação de que sejam elaboradas metas para o controle de
receitas e despesas.
Ela obriga o agente público, por exemplo, a não estabelecer uma nova despesa
continuada (por mais de dois anos), sem que antes seja criada uma fonte de receita ou sem reduzir
outras despesas já existentes. É uma maneira de obrigar o agente a honrar os compromissos
assumidos em forma de despesas, contudo sem comprometer o orçamento ou orçamentos futuros.
Ocorre uma salvaguarda da receita, que não pode ser utilizada sem um mecanismo que a
compense.
Nada mais evidente, então, do que um grande avanço trazido não apenas para o
saneamento eficaz das finanças da União, dos Estados e dos Municípios, como também para a
realização de um ajuste fiscal definitivo, indispensável ao crescimento econômico sustentável, à
geração de renda e ao bem-estar social.
Um detalhe importante sobre esta lei é que, de acordo com a nossa jurisprudência, por se
tratar de uma Lei de Ordem Pública, seus efeitos são imediatos a partir de sua promulgação sobre
os atos e contratos cuja execução já se encontram em andamento. Por este motivo não há como se
falar ato jurídico perfeito, no que diz respeito às licitações e contratos celebrados antes da
promulgação da lei.
Diante de seu caráter moralizador, a nova lei foi recebida como um conjunto de medidas
eficazes para o País alcançar o ajuste fiscal necessário à definitiva estabilidade monetária, mas não
se pode esquecer de que ocorre a necessidade de que seja rigorosamente seguida para sua total
eficácia.
Natureza da lei
Com quase um ano e meio de vida, esta lei a Lei já produziu significativos resultados no
sentido de direcionar os dirigentes públicos para que não gastem mais do que recebem.
Tendo caráter e natureza complementar, seu objetivo principal é obrigar todos os
governantes a obedecerem às normas e limites para administrar as finanças, prestando contas
sobre quanto e como gastam os recursos da sociedade e melhorando a administração das contas
públicas no Brasil. Como bem esclarecem NASCIMENTO e DEBUS 2[2][2]
“A Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF, Lei Complementar n º 101, de 4 de maio de
2000, destina-se a regulamentar a Constituição Federal, na parte da Tributação e do Orçamento
(Título VI), cujo Capítulo II estabelece as normas gerais de finanças públicas a serem observadas
pelos três níveis de governo: Federal, Estadual e Municipal.”
A norma trouxe amplas novidades para as três esferas administrativas, que agora devem
estabelecer metas fiscais para garantir o equilíbrio entre receita e despesa no Orçamento.
Em particular, a Lei de Responsabilidade Fiscal vem atender à prescrição do artigo 163 da
Constituição Federal de 1988, que determina:3[3][3]
“Lei complementar disporá sobre:
I - finanças públicas; (grifamos)
II - dívida pública externa e interna, incluída a das
autarquias, fundações e demais entidades controladas pelo poder
público;
III - concessão de garantias pelas entidades públicas;
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública;
V - fiscalização das instituições financeiras;
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e entidades
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
VII - compatibilização das funções das instituições oficiais de
crédito da União, resguardadas as características e condições
operacionais plenas das voltadas ao desenvolvimento regional.”
A Lei de Responsabilidade Fiscal também visa atender ao disposto no artigo 169, da
mesma Carta Magna, o qual determina o estabelecimento de limites para as despesas com pessoal
ativo e inativo da União a partir de Lei Complementar. Também atende ao disposto no artigo 165,
inciso II do parágrafo 9º, que dispõe:
“...Cabe à Lei Complementar estabelecer normas de gestão
financeira e patrimonial da administração direta e indireta, bem como
condições para a instituição e funcionamento de Fundos”.4[4][4]
Finalmente, seu artigo 68 atende ao disposto no artigo 250 da Constituição Federal:
“Com o objetivo de assegurar recursos para o pagamento
dos benefícios concedidos pelo regime geral de previdência social, em
adição aos recursos de sua arrecadação, a União poderá constituir
fundo integrado por bens, direitos e ativos de qualquer natureza,
mediante lei, que disporá sobre a natureza e administração desse
fundo.” 5[5][5]

NASCIMENTO e DEBUS 6[6][6] também citam experiências externas envolvendo leis


semelhantes visando a moralização dos gastos e finanças públicas:
“No que diz respeito a experiências externas, vale citar o caso
da Nova Zelândia, após a introdução do Fiscal Responsibility Act, de 1994;
da Comunidade Econômica Européia, a partir do Tratado de Maastricht; e
dos Estados Unidos, cujas normas de disciplina e controle de gastos do
governo central levaram à edição do Budget Enforcement Act, aliado ao
princípio da “accountability”. Estes exemplos foram tomados como
referência para a elaboração da nossa Lei de Responsabilidade Fiscal .
Isto não significa, no entanto, que a formulação da LC 101 deve-se
apenas a uma inspiração externa, já que não existe manual ótimo de
finanças públicas que possa ser utilizado indiferentemente por qualquer
nação.”

Basicamente, o caráter complementar da lei cria condições para a implantação de uma


nova cultura gerencial na gestão dos recursos públicos e constitui um grande e revolucionário
avanço para o aprimoramento das finanças públicas do país, auxiliando o governo na administração
dos recursos e do patrimônio público de forma transparente e sem artifícios, abusos e imoralidades
que fizeram parte de gestões anteriores.
Principais tópicos da lei
Gastos com Pessoal
De acordo com o artigo 18 da Lei de Responsabilidade Fiscal, entende-se como despesas
de pessoal:
- o somatório dos gastos do ente da Federação com os ativos, os inativos e os
pensionistas;
- mandatos eletivos, cargos, funções ou empregos, civis, militares e de membros de
Poder, com quaisquer espécies remuneratórias;
- vencimentos e vantagens fixas e variáveis;
- subsídios, proventos da aposentadoria;
- reformas e pensões, inclusive adicionais;
- gratificações, horas extras e vantagens pessoais;
- encargos sociais
- contribuições recolhidas pelo ente às entidades de previdência.
Pela nova Lei, na esfera estadual as despesas com pessoal ficam limitadas a 60% (2%
para o Ministério Público; 3% para o Legislativo, incluindo o Tribunal de Contas do Estado; 6% para
o Judiciário; e 49% para o Executivo) da receita corrente líquida. Na esfera municipal o limite
também é de 60% (6% para o Legislativo, 54% para o Executivo). Já na esfera federal, estas
despesas têm o limite de 50% da receita corrente líquida (40,9% para o Executivo; 6% para o
Judiciário; 2,5% para o Legislativo; e 0,6% para o Ministério Público).
Se o governante verificar que ultrapassou os limites para despesa de pessoal, deverá
tomar providências para se enquadrar, no prazo de oito meses. Mas, se depois disso, continuarem
a existir excessos, ele sofrerá penalidades.
Dívida Pública
De acordo com a Lei, o Senado Federal estabelecerá limites para a dívida pública, por
proposta do Presidente da República, os quais serão definidos também como percentuais das
receitas da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
O artigo 29 da Lei de Responsabilidade Fiscal adota as seguintes definições com relação à
dívidas e endividamentos:7[7][7]
I - dívida pública consolidada ou fundada: montante total,
apurado sem duplicidade, das obrigações financeiras do ente da
Federação, assumidas em virtude de leis, contratos, convênios ou
tratados e da realização de operações de crédito, para amortização
em prazo superior a doze meses;
II - dívida pública mobiliária: dívida pública representada
por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do
Brasil, Estados e Municípios;
III - operação de crédito: compromisso financeiro assumido
em razão de mútuo, abertura de crédito, emissão e aceite de título,
aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores
provenientes da venda a termo de bens e serviços, arrendamento
mercantil e outras operações assemelhadas, inclusive com o uso de
derivativos financeiros;
IV - concessão de garantia: compromisso de adimplência de
obrigação financeira ou contratual assumida por ente da Federação
ou entidade a ele vinculada;
V - refinanciamento da dívida mobiliária: emissão de títulos
para pagamento do principal acrescido da atualização
monetária.”</SMALL>
Como explicam NASCIMENTO e DEBUS 8[8][8], a dívida líquida do setor público brasileiro
cresceu significativamente entre 1994 e 1999, o que se deu a partir do aumento nas despesas
públicas sem a contrapartida do incremento das receitas próprias, principalmente nos Estados e
Municípios.
Por definição, existem dois mecanismos fundamentais utilizados para a cobertura do
déficit público: os recursos próprios, que importam nas receitas de impostos e transferências e os
recursos de terceiros, o que significa endividar-se.
Pela nova lei, os governantes deverão respeitar a relação entre a dívida e sua capacidade
de pagamento, isto é, o governante não poderá aumentar a dívida para o pagamento de despesas
diárias.
No caso do governante verificar que ultrapassou os limites estabelecidos para o
endividamento, deverá tomar providências para se enquadrar, dentro do prazo de doze meses,
reduzindo o excesso em pelo menos 25%, nos primeiros quatro meses. Entretanto, se depois disso,
continuarem a existir excessos, a administração pública ficará impedida de contratar novas
operações de crédito.
Eis o caráter moralizador da lei, que põe fim aos déficits fiscais descontrolados, contém o
processo de endividamento público, limita a dívida pública, restringe a geração incontrolada de
despesas, fixa condições rígidas para a geração de despesas de longo prazo e para a elevação das
despesas relativas a pessoal e seguridade social, além de promover a transparência das contas
públicas.
Metas Fiscais
A Lei também determina que os governantes estabeleçam metas fiscais trienais, as quais
permitirão um melhor planejamento das receitas e despesas públicas, e também a prevenção de
possíveis problemas ao longo do exercício fiscal. Assim, observar-se-á a ação planejada,
prevenindo-se de eventuais riscos e a correção de desvios fiscais capazes de afetar o equilíbrio das
contas públicas.
Compensações
A Lei determina (art. 17 e parágrafos) que toda nova despesa continuada que seja
superior a dois exercícios deverá ter sua fonte de receita demonstrada ou uma eventual redução de
outra despesa que a compense. É uma forma de “reeducar” o administrador do dinheiro público de
forma a não gastar acima do que está permitido pelas finanças públicas. Ou cria uma nova receita
para compensar a nova despesa, ou diminui gastos para compensa-la. Do contrário, não assume
nenhum novo compromisso.
Ano de eleição
Diante da mudança de gestão devido a ano eleitoral, a lei proíbe os governantes de
assumirem dívidas que não possam ser pagas no mesmo ano. Assim, a mesma só pode ser
transferida para o ano seguinte (no caso, para a nova gestão) se houver fundos disponíveis em
caixa. Também está proibida qualquer ação que venha a aumentar gastos com pessoal nos Poderes
Legislativo e Executivo no período de 180 dias que antecedem o final da legislatura ou mandato
dos chefes do Poder Executivo.
A lei estabelece inúmeras outras diretrizes para um verdadeiro reajuste nas finanças
públicas que complementam os tópicos acima citados. Longe de ser mais uma lei em vigor, a Lei de
Responsabilidade Fiscal é um grande avanço do corpo legislativo brasileiro e também da
comunidade nacional. Nunca se falou tanto em moralizar as contas públicas como nos últimos anos
e a própria população vem percebendo que se o governo não “aperta o cinto”, quem paga a conta
é sempre o contribuinte.
Espera-se, com isso, dentre inúmeros outros benefícios, manter o equilíbrio das contas
públicas, indispensável ao crescimento econômico do país e à paz e ao bem-estar social.
Penalidades
A Lei de Responsabilidade Fiscal também estabelece que as infrações cometidas que
venham a ferir seus dispositivos devem ser punidas com base no Decreto-Lei n° 2.848, de 07 de
dezembro de 1940 (Código Penal), da Lei n°. 1079, de 10 de abril de 1950, do Decreto-Lei n° 201,
de 27 de fevereiro de 1967 e da Lei n° 8.429, de 02 de junho de 1992 (Crime de Improbidade
Administrativa) e demais normas da legislação pertinente.
Dentre as penas estão perda do cargo e a inabilitação, até cinco anos (oito anos em se
tratando do Presidente da República), para o exercício de qualquer função pública (os dos prefeitos
e vereadores também com detenção de até três anos e reclusão de até doze). No caso de crimes
contra as finanças públicas haverá detenção de até dois anos e reclusão de até quatro anos, e no
caso de infrações administrativas será aplicada multa de trinta por cento sobre os vencimentos
anuais do infrator.
Lei moralizante
O primeiro objetivo da Lei de Responsabilidade Fiscal são o ajuste fiscal definitivo e o
saneamento financeiro. Entretanto, diante de dispositivos tão avançados para a matéria,
conseqüentemente advirão outros benefícios, como o equilíbrio das contas públicas e, o que é
altamente positivo, a mudança da própria postura dos brasileiros diante de seus governantes, que
os tornará mais conscientes de fiscalizar o desempenho dos homens públicos no que diz respeito ao
trato e ao destino dado à coisa pública. O que a lei propõe, antes de tudo, é uma “reeducação” dos
governantes e agentes públicos, no sentido de moralizar os representantes do povo, dando origem
à um novo comportamento moral.
Esta lei, antes de ser apenas uma dentre tantas, juntamente com os demais dispositivos
legais que cerceiam a matéria legal, é uma das melhores armas do cidadão no controle e
fiscalização dos atos dos governantes e representantes públicos de que se tem notícia.
Uma lei avançada e moderna para um país que entra no Século XXI disposto a vencer
suas dificuldades. Mais que isso, disposto a moralizar-se.
Instrução Normativa RFB nº 971, de 13 de novembro de 2009

Dispõe sobre normas gerais de tributação previdenciária e de


arrecadação das contribuições sociais destinadas à Previdência Social
e as destinadas a outras entidades ou fundos, administradas pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).

O SECRETÁRIO DA RECEITA FEDERAL DO BRASIL, no uso da atribuição que


lhe confere o inciso III do art. 261 do Regimento Interno da Secretaria da Receita
Federal do Brasil, aprovado pela Portaria MF nº 125, de 4 de março de 2009, e tendo em
vista o disposto na Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991, na Lei nº 8.213, de 24 de julho
de 1991, na Lei nº 8.870, de 15 de abril de 1994, na Lei nº 10.666, de 8 de maio de
2003, na Lei nº 11.457, de 16 de março de 2007, e no Decreto nº 3.048, de 6 de maio de
1999,

RESOLVE:

Art. 1º Dispor sobre normas gerais de tributação das contribuições sociais destinadas à
Previdência Social e das contribuições destinadas a outras entidades ou fundos; e
estabelecer os procedimentos aplicáveis à arrecadação dessas contribuições pela
Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB).

TÍTULO I

DAS OBRIGAÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

CAPÍTULO I

DOS CONTRIBUINTES DA PREVIDÊNCIA SOCIAL

Seção I

Dos Conceitos

Art. 2º Empregador doméstico é a pessoa, a família ou a entidade familiar que admite


empregado doméstico a seu serviço, mediante remuneração e sem finalidade lucrativa.

Art. 3º Empresa é o empresário ou a sociedade que assume o risco de atividade


econômica urbana ou rural, com fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades
da Administração Pública Direta ou Indireta.

§ 1º Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica urbana, cuja atividade consiste


em colocar à disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores
qualificados, por ela remunerados e assistidos, ficando obrigada a registrar a condição
de temporário na Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS) do trabalhador,
conforme dispõe a Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974.
§ 2º Administração Pública é a Administração Direta ou Indireta da União, dos Estados,
do Distrito Federal ou dos Municípios, abrangendo, inclusive, as entidades com
personalidade jurídica de direito privado sob o controle do poder público e as fundações
por ele mantidas.

§ 3º Instituição financeira é a pessoa jurídica pública, ou privada, que tenha como


atividade principal ou acessória a intermediação ou a aplicação de recursos financeiros
próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, autorizada pelo Banco
Central do Brasil, ou por Decreto do Poder Executivo, a funcionar no território
nacional.

§ 4º Equipara-se a empresa para fins de cumprimento de obrigações previdenciárias:

I - o contribuinte individual, em relação ao segurado que lhe presta serviços;

II - a cooperativa, conforme definida no art. 208 desta Instrução Normativa e nos arts.
1.093 a 1096 da Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil);

III - a associação ou a entidade de qualquer natureza ou finalidade, inclusive o


condomínio;

IV - a missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras;

V - o operador portuário e o Órgão Gestor de Mão-de-Obra (OGMO);

VI - o proprietário do imóvel, o incorporador ou o dono de obra de construção civil,


quando pessoa física, em relação a segurado que lhe presta serviços.

§ 5º Agroindústria é a pessoa jurídica cuja atividade econômica seja a industrialização


de produção própria ou de produção própria e adquirida de terceiros. (Incluído pela
Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 4º Segurado obrigatório é a pessoa física que exerce atividade remunerada


abrangida pelo Regime Geral de Previdência Social (RGPS) na qualidade de:

I - empregado;

II - trabalhador avulso;

III - empregado doméstico;

IV - contribuinte individual;

V - segurado especial.

Art. 5º Segurado facultativo é a pessoa física maior de 16 (dezesseis) anos que, por ato
volitivo, se inscreva como contribuinte da Previdência Social, desde que não exerça
atividade remunerada que implique filiação obrigatória a qualquer regime de
Previdência Social no País.
§ 1º Poderiam ter contribuído facultativamente, dentre outros:

I - aquele que exerceu mandato eletivo estadual, distrital ou municipal até janeiro de
1998;

II - o ocupante de cargo de Ministro de Estado, de Secretário Estadual, Distrital ou


Municipal, até fevereiro de 2000;

III - o síndico de condomínio ou o administrador eleito para exercer atividade de


administração condominial, mesmo quando remunerado, até fevereiro de 1997.

§ 2º É vedada a participação no RGPS, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa


vinculada a Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), salvo na hipótese de
afastamento sem vencimento, desde que não permitida, naquela condição, contribuição
ao respectivo RPPS.

§ 3° Poderá contribuir como segurado facultativo:

I - o trabalhador afastado temporariamente de suas atividades, desde que não receba


remuneração no período de afastamento e não exerça outra atividade que o vincule ao
RGPS ou ao RPPS; e

II - o bolsista e o estagiário que cumpre os requisitos previstos na Lei nº 11.788, de 25


de setembro de 2008, na forma do § 2º do art. 12 da mesma Lei.

Seção II

Dos Segurados Contribuintes Obrigatórios

Art. 6º Deve contribuir obrigatoriamente na qualidade de segurado empregado:

I - aquele que presta serviços de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não-
eventual, com subordinação e mediante remuneração;

II - o aprendiz, maior de 14 (quatorze) e menor de 24 (vinte e quatro) anos, ressalvado o


portador de deficiência, ao qual não se aplica o limite máximo de idade, sujeito à
formação técnico-profissional metódica, sob a orientação de entidade qualificada,
conforme disposto nos arts. 410 e 433 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943, com a redação dada pela
Lei nº 11.180, de 23 de setembro de 2005;

III - o empregado de conselho, de ordem ou de autarquia de fiscalização do exercício de


atividade profissional;

IV - o trabalhador temporário contratado por empresa de trabalho temporário na forma


da Lei nº 6.019, de 1974;

V - o trabalhador contratado no exterior para trabalhar no Brasil em empresa constituída


e funcionando em território nacional segundo as leis brasileiras, ainda que com salário
estipulado em moeda estrangeira, salvo se amparado pela previdência social de seu país
de origem, observado o disposto nos acordos internacionais porventura existentes;

VI - o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como


empregado no exterior, em sucursal ou em agência de empresa constituída sob as leis
brasileiras e que tenha sede e administração no País;

VII - o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar


como empregado em empresa domiciliada no exterior, com maioria de capital votante
pertencente à empresa constituída sob as leis brasileiras, que tenha sede e administração
no País e cujo controle efetivo esteja em caráter permanente sob a titularidade direta ou
indireta de pessoas físicas domiciliadas e residentes no Brasil ou de entidade de direito
público interno;

VIII - aquele que presta serviços no Brasil à missão diplomática ou à repartição consular
de carreiras estrangeiras ou a órgãos a elas subordinados ou a membros dessa missão ou
repartição, excluído o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro
amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou da
repartição consular;

IX - o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento


no Brasil, salvo quando coberto por RPPS, a partir de 1º de março de 2000, em
decorrência da Lei nº 9.876, de 26 de novembro de 1999;

X - o brasileiro civil que trabalha para a União no exterior, em organismo oficial


internacional do qual o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e
contratado, salvo se segurado na forma da legislação vigente do país do domicílio ou se
amparado por RPPS;

XI - o brasileiro civil que presta serviços à União no exterior, em organismo oficial


brasileiro (repartições governamentais, missões diplomáticas, repartições consulares,
dentre outros), lá domiciliado e contratado, inclusive o auxiliar local de que tratam os
arts. 56 e 57 da Lei nº 11.440, de 29 de dezembro de 2006, este desde que, em razão de
proibição legal, não possa filiar-se ao sistema previdenciário local;

XII - o auxiliar local de nacionalidade brasileira, a partir de 10 de dezembro de 1993,


desde que, em razão de proibição legal, não possa filiar-se ao sistema previdenciário
local, conforme disposto no art. 57 da Lei nº 11.440, de 2006;

XIII - o servidor civil titular de cargo efetivo ou o militar da União, dos Estados e do
Distrito Federal, incluídas suas autarquias e fundações de direito público, desde que,
nessa qualidade, não esteja amparado por RPPS;

XIV - o servidor da União, incluídas suas autarquias e fundações de direito público,


ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração:

a) até julho de 1993, quando não amparado por RPPS, nessa condição;

b) a partir de agosto de 1993, em decorrência da Lei nº 8.647, de 13 de abril de 1993;


XV - o servidor da União, incluídas suas autarquias e fundações de direito público,
ocupante de emprego público e o contratado por tempo determinado para atender a
necessidade temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art.
37 da Constituição Federal, nesta última condição, a partir de 10 de dezembro de 1993,
em decorrência da Lei nº 8.745, de 9 de dezembro de 1993;

XVI - o servidor dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, incluídas suas
autarquias e fundações de direito público, assim considerado o ocupante,
exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e
exoneração; o ocupante de emprego público bem como o contratado por tempo
determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público:

a) até 15 de dezembro de 1998, desde que não amparado por RPPS, nessa condição;

b) a partir de 16 de dezembro de 1998, por força da Emenda Constitucional nº 20, de 15


de dezembro de 1998;

XVII - o servidor considerado estável por força do art. 19 do Ato das Disposições
Constitucionais Transitórias (ADCT), mesmo quando submetido a regime estatutário,
desde que não amparado por RPPS;

XVIII - o servidor admitido até 5 de outubro de 1988, que não tenha cumprido, naquela
data, o tempo previsto para aquisição da estabilidade no serviço público:

a) mesmo que a natureza das atribuições dos cargos ou funções ocupados seja
permanente e esteja submetido a regime estatutário, desde que não amparado por regime
previdenciário próprio;

b) quando a natureza das atribuições dos cargos ou funções ocupados seja temporária ou
precária;

XIX - o exercente de mandato eletivo federal, estadual, distrital ou municipal, salvo o


titular de cargo efetivo da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios,
incluídas suas autarquias e fundações de direito público, afastado para o exercício do
mandato eletivo, filiado a RPPS no cargo de origem, observada a legislação de regência
e os respectivos períodos de vigência;

XX - a partir de março de 2000, o ocupante de cargo de Ministro de Estado, de


Secretário Estadual, Distrital ou Municipal, desde que não amparado por RPPS pelo
exercício de cargo efetivo do qual se tenha afastado para assumir essa função, em
decorrência do disposto na Lei nº 9.876, de 1999;

XXI - o escrevente e o auxiliar contratados até 20 de novembro de 1994 por titular de


serviços notariais e de registro, sem relação de emprego com o Estado;

XXII - o escrevente e o auxiliar contratados a partir de 21 de novembro de 1994 por


titular de serviços notariais e de registro, bem como aquele de investidura estatutária ou
de regime especial que optou pelo regime da legislação trabalhista, em conformidade
com a Lei nº 8.935, de 18 de novembro de 1994;
XXIII - o contratado por titular de serventia da justiça, sob o regime da legislação
trabalhista, e qualquer pessoa que, habitualmente, lhe presta serviços remunerados, sob
sua dependência, sem relação de emprego com o Estado;

XXIV - o bolsista e o estagiário que prestam serviços em desacordo com a Lei nº


11.788, de 25 de setembro de 2008, e o atleta não-profissional em formação contratado
em desacordo com a Lei nº 9.615, de 24 de março de 1998, com as alterações da Lei nº
10.672, de 15 de maio de 2003;

XXV - o médico-residente ou o residente em área profissional da saúde que prestam


serviços em desacordo, respectivamente, com a Lei nº 6.932, de 7 de julho de 1981,
com a redação dada pela Lei nº 10.405, de 9 de janeiro de 2002, ou com a Lei nº 11.129,
de 30 de junho de 2005;

XXVI - o médico ou o profissional da saúde, plantonista, independentemente da área de


atuação, do local de permanência ou da forma de remuneração;

XXVII - o diretor empregado de empresa urbana ou rural, que, participando ou não do


risco econômico do empreendimento, seja contratado ou promovido para cargo de
direção de sociedade anônima, mantendo as características inerentes à relação de
emprego;

XXVIII - o treinador profissional de futebol, independentemente de acordos firmados,


nos termos da Lei nº 8.650, de 20 de abril de 1993;

XXIX - o Agente Comunitário de Saúde com vínculo direto com o poder público local:

a) até 15 de dezembro de 1998, desde que não amparado por RPPS;

b) a partir de 16 de dezembro de 1998, por força da Emenda Constitucional nº 20, de


1998;

XXX - o trabalhador rural por pequeno prazo, contratado por produtor rural pessoa
física proprietário ou não, que explore diretamente atividade agroeconômica, para o
exercício de atividades de natureza temporária por prazo não superior a 2 (dois) meses
dentro do período de 1 (um) ano, nos termos do art. 14-A da Lei nº 5.889, de 8 de junho
de 1973.

§ 1º Para os efeitos dos incisos IX e X do caput, do inciso IX do art. 9º e do inciso II do


art. 11, entende-se por RPPS aquele garantido pelo organismo oficial internacional ou
estrangeiro, independentemente de quais sejam os benefícios assegurados pelo
organismo.

§ 2º Na hipótese do inciso XIX do caput, o servidor público vinculado a RPPS que


exercer, concomitantemente, o mandato eletivo no cargo de vereador, será
obrigatoriamente filiado ao RGPS em razão do cargo eletivo, devendo contribuir para o
RGPS sobre a remuneração recebida pelo exercício do mandato eletivo e para o RPPS
sobre a remuneração recebida pelo exercício do cargo efetivo.
§ 3º Quanto à contribuição do servidor civil ou do militar cedido ou requisitado para
órgão ou entidade, observado o disposto no § 14 do art. 47, aplica-se o seguinte:

I - até 15 de dezembro de 1998, contribuía para o RGPS caso não fosse amparado por
RPPS no órgão cessionário ou requisitante, relativamente à remuneração recebida neste
órgão ou entidade;

II - a partir de 16 de dezembro de 1998, em decorrência da Emenda Constitucional nº


20, de 1998, até 28 de novembro de 1999, contribuía para o RGPS relativamente à
remuneração recebida da entidade ou do órgão para o qual foi cedido ou requisitado,
ressalvado o disposto no § 12;

III - a partir de 29 de novembro de 1999, em decorrência da Lei nº 9.876, de 1999, até


27 de agosto de 2000, permanece vinculado ao regime de origem, para o qual são
devidas suas contribuições, desde que o regime previdenciário do órgão cessionário ou
requisitante não permita sua filiação na condição de servidor cedido; e

IV - a partir de 28 de agosto de 2000, em decorrência da Medida Provisória nº 2.043-21,


de 25 de agosto de 2000, que acrescentou o art. 1º-A à Lei nº 9.717, de 27 de novembro
de 1998, permanece vinculado ao regime de origem.

§ 4º O servidor público da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios,


inclusive suas autarquias e fundações de direito público, amparado por RPPS, quando
requisitado pela Justiça Eleitoral, permanecerá vinculado ao regime de origem, por
força do art. 9º da Lei nº 6.999, de 7 de junho de 1982, para o qual são devidas suas
contribuições, observado o disposto no § 14 do art. 47.

§ 5º Auxiliar local, nos termos do art. 56 da Lei nº 11.440, de 2006, é o brasileiro ou o


estrangeiro contratado pela União, para trabalhar nas repartições governamentais
brasileiras, no exterior, prestando serviços ou desempenhando atividades de apoio que
exijam familiaridade com as condições de vida, com os usos ou com os costumes do
país onde esteja sediada a repartição.

§ 6º Os auxiliares locais de nacionalidade brasileira terão sua situação previdenciária,


relativa aos fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 1993, regularizada no
RGPS, mediante indenização das contribuições patronais e dos segurados, na forma da
Lei nº 9.528, de 10 de dezembro de 1997, e Portarias Interministeriais.

§ 7º O estagiário, assim caracterizado o estudante que desenvolve ato educativo escolar


supervisionado, desenvolvido no ambiente de trabalho, com vista à sua preparação para
o trabalho produtivo, conforme definido na Lei nº 11.788, de 2008, será segurado
obrigatório do RGPS, na forma do inciso XXIV do caput, quando não observado
qualquer dos seguintes requisitos:

I - matrícula e frequência regular do educando em curso de educação superior, de


educação profissional, de ensino médio, da educação especial e nos anos finais do
ensino fundamental, na modalidade profissional da educação de jovens e adultos e
atestados pela instituição de ensino;
II - celebração de termo de compromisso entre o educando, a parte concedente do
estágio e a instituição de ensino e cumprimento de todas as obrigações nele contidas;

III - compatibilidade entre as atividades desenvolvidas no estágio e aquelas previstas no


termo de compromisso;

IV - acompanhamento efetivo pelo professor orientador da instituição de ensino e por


supervisor da parte concedente, comprovado por vistos nos relatórios das atividades
exigidos do educando e por menção de aprovação final;

V - outros previstos na Lei nº 11.788, de 2008.

§ 8º O atleta não-profissional em formação não será considerado contribuinte


obrigatório do RGPS, quando forem atendidas cumulativamente as seguintes condições
previstas na Lei nº 9.615, de 1998:

I - possuir idade entre 14 (quatorze) e 20 (vinte) anos;

II - ser contratado por entidade de prática desportiva formadora;

III - somente receber auxílio financeiro, se for o caso, sob a forma de bolsa de
aprendizagem, nos termos da Lei nº 9.615, de 1998 (Lei Pelé), com a redação dada pela
Lei nº 10.672, de 2003.

§ 9º Para os efeitos do inciso XXV do caput, caracteriza-se como residência médica a


modalidade de ensino definida no inciso III do art. 203.

§ 10. Agente Comunitário de Saúde, nos termos da Lei nº 11.350, de 5 de outubro de


2006, é a pessoa recrutada pelo gestor local do Sistema Único de Saúde (SUS), por
intermédio de processo seletivo, para atuar, mediante remuneração, em programas de
prevenção e promoção de saúde desenvolvidas em conformidade com as diretrizes do
SUS, sob supervisão do órgão gestor deste.

§ 11. O vínculo previdenciário do Agente Comunitário de Saúde contratado por


intermédio de entidades civis de interesse público dar-se-á com essas entidades, na
condição de segurado empregado do RGPS.

§ 12. O servidor cedido ou requisitado para outro órgão público integrante da mesma
esfera de governo, amparado por RPPS, permanecerá vinculado a esse regime.

Art. 7º Deve contribuir obrigatoriamente na qualidade de segurado trabalhador avulso,


aquele que, sindicalizado ou não, contratado mediante a intermediação obrigatória do
sindicato da categoria ou, quando se tratar de atividade portuária, do OGMO, presta
serviços de natureza urbana ou rural, sem vínculo empregatício, a diversas empresas,
nas atividades definidas nos incisos I, II e III do art. 263.

Art. 8º Deve contribuir obrigatoriamente na qualidade de segurado empregado


doméstico, aquele que presta serviços de natureza contínua, mediante remuneração, à
pessoa, à família ou à entidade familiar, no âmbito residencial desta, em atividade sem
fins lucrativos.
Art. 9º Deve contribuir obrigatoriamente na qualidade de contribuinte individual:

I - aquele que presta serviços, de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma
ou mais empresas, sem relação de emprego;

II - aquele que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com
fins lucrativos ou não;

III - a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária, a qualquer
título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 (quatro) módulos
fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 (quatro) módulos fiscais ou atividade
pesqueira ou extrativista, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos;
ou ainda nas hipóteses dos §§ 8º e 9º do art. 10;

IV - a pessoa física, proprietária ou não, que, na condição de outorgante, explora a


atividade agropecuária ou pesqueira, por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio
de empregado, observado o disposto no inciso I do § 7º do art. 10;

V - a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral


(garimpo), em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de
prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que
de forma não-contínua;

VI - o pescador que trabalha em regime de parceria, de meação ou de arrendamento, em


embarcação com mais de 6 (seis) toneladas de arqueação bruta, na exclusiva condição
de parceiro outorgante;

VII - o marisqueiro que, sem utilizar embarcação pesqueira, exerce atividade de captura
dos elementos animais ou vegetais, com o auxílio de empregado;

VIII - o ministro de confissão religiosa ou o membro de vida consagrada, de


congregação ou de ordem religiosa;

IX - o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do


qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando
coberto por RPPS;

X - o brasileiro civil que trabalha em organismo oficial internacional ou estrangeiro em


funcionamento no Brasil, a partir de 1º de março de 2000, em decorrência da Lei nº
9.876, de 1999, desde que não existentes os pressupostos que o caracterizem como
segurado empregado;

XI - o brasileiro civil que trabalha para órgão ou entidade da Administração Pública sob
intermediação de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no
Brasil, desde que não-existentes os pressupostos que o caracterizem como segurado
empregado;

XII - desde que receba remuneração decorrente de trabalho na empresa:


a) o titular de firma individual urbana ou rural, considerado empresário individual pelo
art. 931 da Lei nº 10.406, de 2002 (Código Civil);

b) qualquer sócio nas sociedades em nome coletivo, de capital e indústria;

b) qualquer sócio nas sociedades em nome coletivo; (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

c) o sócio administrador, o sócio cotista e o administrador não-sócio e não-empregado


na sociedade limitada, urbana ou rural, conforme definido na Lei nº 10.406, de 2002
(Código Civil);

d) o membro de conselho de administração na sociedade anônima ou o diretor não-


empregado que, participando ou não do risco econômico do empreendimento, seja eleito
por assembleia geral dos acionistas para cargo de direção de sociedade anônima, desde
que não mantidas as características inerentes à relação de emprego;

e) o membro de conselho fiscal de sociedade ou entidade de qualquer natureza;

XIII - o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, em associação ou em


entidade de qualquer natureza ou finalidade e o síndico ou o administrador eleito para
exercer atividade de administração condominial, desde que recebam remuneração pelo
exercício do cargo, ainda que de forma indireta, observado, para estes últimos, o
disposto no inciso III do § 1º do art. 5º;

XIV - o administrador, exceto o servidor público vinculado a RPPS, nomeado pelo


poder público para o exercício do cargo de administração em fundação pública de
direito privado;

XV - o síndico da massa falida, o administrador judicial, definido pela Lei nº 11.101, de


2005, e o comissário de concordata, quando remunerados;

XVI - o trabalhador associado à cooperativa de trabalho, que, nessa condição, presta


serviços a empresas ou a pessoas físicas, mediante remuneração ajustada ao trabalho
executado;

XVII - o trabalhador associado à cooperativa de produção, que, nessa condição, presta


serviços à cooperativa, mediante remuneração ajustada ao trabalho executado;

XVIII - o médico-residente ou o residente em área profissional da saúde, contratados,


respectivamente, na forma da Lei nº 6.932, de 1981, com a redação dada pela Lei nº
10.405, de 2002, e da Lei nº 11.129, de 9 de fevereiro de 2005;

XIX - o árbitro de jogos desportivos e seus auxiliares, desde que atuem em


conformidade com a Lei nº 9.615, de 1998;

XX - o aposentado de qualquer regime previdenciário nomeado magistrado da Justiça


Eleitoral, na forma do inciso II do art. 119 ou do inciso III do § 1º do art. 120 da
Constituição Federal;
XXI - a pessoa física contratada por partido político ou por candidato a cargo eletivo,
para, mediante remuneração, prestar serviços em campanhas eleitorais, em razão do
disposto no art. 100 da Lei nº 9.504, de 30 de setembro de 1997;

XXII - o apenado recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto, que, nessa
condição, presta serviços remunerados, dentro ou fora da unidade penal, a uma ou mais
empresas, com ou sem intermediação da organização carcerária ou entidade afim, ou
que exerce atividade artesanal por conta própria;

XXIII - o notário, o tabelião, o oficial de registro ou registrador, nomeados até 20 de


novembro de 1994, que detêm a delegação do exercício da atividade notarial e de
registro, não remunerados pelos cofres públicos;

XXIV - o notário, o tabelião, o oficial de registro ou registrador, nomeados até 20 de


novembro de 1994, que detêm a delegação do exercício da atividade notarial e de
registro, mesmo que amparados por RPPS, conforme o disposto no art. 51 da Lei nº
8.935, de 1994, a partir de 16 de dezembro de 1998, por força da Emenda
Constitucional nº 20, de 1998;

XXV - o notário, o tabelião, o oficial de registro ou registrador, nomeados a partir de 21


de novembro de 1994, em decorrência da Lei nº 8.935, de 1994;

XXVI - o condutor autônomo de veículo rodoviário, assim considerado o que exerce


atividade profissional sem vínculo empregatício, quando proprietário, coproprietário ou
promitente comprador de um só veículo;

XXVII - os auxiliares de condutor autônomo de veículo rodoviário, no máximo de 2


(dois), conforme disposto no art. 1º da Lei nº 6.094, de 30 de agosto de 1974, que
exercem atividade profissional em veículo cedido em regime de colaboração;

XXVIII - o diarista, assim entendida a pessoa física que, por conta própria, presta
serviços de natureza não-contínua à pessoa, à família ou à entidade familiar, no âmbito
residencial destas, em atividade sem fins lucrativos;

XXIX - o pequeno feirante que compra para revenda produtos hortifrutigranjeiros ou


assemelhados;

XXX - a pessoa física que habitualmente edifica obra de construção civil com fins
lucrativos;

XXXI - o incorporador de que trata o art. 29 da Lei nº 4.591, de 16 de dezembro de


1964;

XXXII - o bolsista da Fundação Habitacional do Exército contratado em conformidade


com a Lei nº 6.855, de 18 de novembro de 1980;

XXXIII - o membro do conselho tutelar de que trata o art. 132 da Lei nº 8.069, de 13 de
julho de 1990, quando remunerado;
XXXIV - o interventor, o liquidante, o administrador especial e o diretor fiscal de
instituição financeira, conceituada no § 3º do art. 3º; e

XXXV - o Micro Empreendedor Individual (MEI) de que tratam os arts. 18-A e 18-C da
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, que opte pelo recolhimento dos
impostos e contribuições abrangidos pelo Simples Nacional.

§ 1º Para os fins previstos nos incisos III a V do caput, entende-se que a pessoa física,
proprietária ou não, explora atividade por meio de prepostos quando, na condição de
parceiro outorgante, desenvolve atividade agropecuária, pesqueira ou de extração de
minerais por intermédio de parceiros ou meeiros.

§ 2º No mês em que não for paga nem creditada remuneração, ou não houver retribuição
financeira pela prestação de serviço, os segurados contribuintes individuais poderão, por
ato volitivo, contribuir facultativamente para a Previdência Social.

§ 3º O integrante de conselho ou órgão de deliberação será enquadrado, em relação à


essa função, como contribuinte individual, observado o disposto no § 4º deste artigo e
no caput do art. 13.

§ 4º O disposto no § 3º não se aplica a servidor público vinculado a RPPS indicado para


integrar conselho ou órgão deliberativo, na condição de representante do governo, órgão
ou entidade da Administração Pública do qual é servidor.

Art. 10. Deve contribuir obrigatoriamente na qualidade de segurado especial a pessoa


física residente em imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que,
individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual
de terceiros, na condição de:

I - produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro


outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade:

a) agropecuária em área contínua ou não de até 4 (quatro) módulos fiscais; ou

b) de seringueiro ou extrativista vegetal na coleta e extração, de modo sustentável, de


recursos naturais renováveis e faça dessas atividades o principal meio de vida;

II - pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou


principal meio de vida; e

III - cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis) anos de idade ou
a este equiparado, do segurado de que tratam os incisos I e II, que, comprovadamente,
tenham participação ativa nas atividade rurais do grupo familiar.

§ 1º Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o trabalho dos


membros da família é indispensável à própria subsistência e ao desenvolvimento
socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em condições de mútua dependência e
colaboração, sem a utilização de empregados permanentes.
§ 2º Considera-se auxílio eventual de terceiros aquele exercido ocasionalmente, em
condições de mútua colaboração, não existindo remuneração nem subordinação entre as
partes.

§ 3º Considera-se pescador artesanal aquele que, individualmente ou em regime de


economia familiar, faz da pesca sua profissão habitual ou seu meio principal de vida,
desde que:

I - não utilize embarcação;

II - utilize embarcação de até 6 (seis) toneladas de arqueação bruta, ainda que com
auxílio de parceiro;

III - na exclusiva condição de parceiro outorgado, utilize embarcação de até 10 (dez)


toneladas de arqueação bruta.

§ 4º Considera-se tonelagem de arqueação bruta a expressão da capacidade total da


embarcação constante da respectiva certificação fornecida por órgão competente.

§ 5º Na impossibilidade de obtenção da informação sobre a capacidade total da


embarcação fornecida pela Capitania dos Portos, por Delegacia ou por agência fluvial
ou marítima, deve ser solicitada ao pescador artesanal a apresentação da documentação
fornecida pelo estaleiro naval ou pelo construtor da respectiva embarcação.

§ 6º Consideram-se assemelhados a pescador artesanal, dentre outros, o mariscador, o


caranguejeiro, o eviscerador (limpador de pescado), o observador de cardumes, o
pescador de tartarugas e o catador de algas.

§ 7º Não descaracteriza a condição de segurado especial:

I - a outorga, por meio de contrato escrito de parceria, meação ou comodato, de até 50%
(cinquenta por cento) de imóvel rural cuja área total não seja superior a 4 (quatro)
módulos fiscais, desde que outorgante e outorgado continuem a exercer a respectiva
atividade, individualmente ou em regime de economia familiar;

II - a exploração da atividade turística da propriedade rural, inclusive com hospedagem,


por não mais de 120 (cento e vinte) dias ao ano;

III - a participação em plano de previdência complementar instituído por entidade


classista a que seja associado, em razão da condição de trabalhador rural ou de produtor
rural em regime de economia familiar;

IV - ser beneficiário ou fazer parte de grupo familiar que tem algum componente que
seja beneficiário de programa assistencial oficial de governo;

V - a utilização pelo próprio grupo familiar, na exploração da atividade, de processo de


beneficiamento ou industrialização artesanal, na forma do § 11 do art. 25 da Lei nº
8.212, de 24 de julho de 1991; e

VI - a associação em cooperativa agropecuária.


§ 8º Não é segurado especial o membro de grupo familiar que possuir outra fonte de
rendimento, exceto se decorrente de:

I - benefício de pensão por morte, auxílio-acidente ou auxílio-reclusão, cujo valor não


supere o do menor benefício de prestação continuada da Previdência Social;

II - benefício previdenciário pela participação em plano de previdência complementar


instituído nos termos do inciso III do § 7º;

III - exercício de atividade remunerada em período de entressafra ou do defeso, não


superior a 120 (cento e vinte) dias, corridos ou intercalados, no ano civil, observado o
disposto no § 14;

IV - exercício de mandato eletivo de dirigente sindical de organização da categoria de


trabalhadores rurais;

V - exercício de mandato de vereador do Município onde desenvolve a atividade rural,


ou de dirigente de cooperativa rural constituída exclusivamente por segurados especiais,
observado o disposto no § 14;

VI - parceria ou meação outorgada na forma e condições estabelecidas no inciso I do §


7º;

VII - atividade artesanal desenvolvida com matéria-prima produzida pelo respectivo


grupo familiar, podendo ser utilizada matéria-prima de outra origem, desde que a renda
mensal obtida na atividade não exceda ao menor benefício de prestação continuada da
Previdência Social; e

VIII - atividade artística, desde que em valor mensal inferior ao menor benefício de
prestação continuada da Previdência Social.

§ 9º O segurado especial fica excluído dessa categoria:

I - a contar do 1º (primeiro) dia do mês em que:

a) deixar de satisfazer as condições estabelecidas no caput, sem prejuízo do disposto no


art. 15 da Lei nº 8.213, de 24 de julho de 1991, ou exceder qualquer dos limites
estabelecidos no inciso I do § 7º;

b) se enquadrar em qualquer outra categoria de segurado obrigatório do RGPS,


ressalvado o disposto nos incisos III, V, VII e VIII do § 8º, sem prejuízo do disposto no
art. 15 da Lei nº 8.213, de 1991;

c) se tornar segurado obrigatório de outro regime previdenciário;

II - a contar do 1º (primeiro) dia do mês subsequente ao da ocorrência, quando o grupo


familiar a que pertence exceder o limite de:

a) utilização de trabalhadores nos termos do § 12;


b) dias em atividade remunerada estabelecidos no inciso III do § 8º; e

c) dias de hospedagem a que se refere o inciso II do § 7º.

d) prazo de duração do contrato a que se refere o inciso XXX do art. 6º.(Incluído pela
Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

§ 10. O segurado especial, além da contribuição obrigatória de que trata o caput, poderá
usar da faculdade de contribuir individualmente, mantendo a qualidade de segurado
especial no RGPS, devendo, para tanto, cadastrar-se na forma do art. 43, na qualidade
de segurado especial, observado o disposto no inciso V e nos §§ 8º e 9º do art. 55.

§ 11. Para serem considerados segurados especiais, o cônjuge ou companheiro e os


filhos ou equiparados maiores de 16 (dezesseis) anos deverão ter participação ativa nas
atividades rurais do grupo familiar.

§ 12. O grupo familiar poderá utilizar-se de empregado, inclusive daquele referido no


inciso XXX do caput do art. 6º ou de trabalhador de que trata o inciso I do caput do art.
9º, em épocas de safra, à razão de no máximo 120 (cento e vinte) pessoas/dia no ano
civil, em períodos corridos ou intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas
de trabalho, à razão de 8 (oito) horas/dia e 44 (quarenta e quatro) horas/semana.

§ 13. Aplica-se o disposto no inciso III do caput do art. 9º ao cônjuge ou companheiro


do produtor que participe da atividade rural por este explorada.

§ 14. O disposto nos incisos III e V do § 8º não dispensa o recolhimento da contribuição


devida em relação ao exercício das atividades de que tratam os referidos incisos.

§ 15. O segurado especial é obrigado a arrecadar a contribuição de trabalhadores a seu


serviço e a recolhê-la até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da competência ou até o
dia útil imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia.

§ 16. A empresa ou cooperativa adquirente, consumidora ou consignatária da produção


fica obrigada a fornecer ao segurado especial cópia do documento fiscal de entrada da
mercadoria, para fins de comprovação da operação e da respectiva contribuição
previdenciária.

§ 17. Quando o grupo familiar a que o segurado especial estiver vinculado não tiver
obtido, no ano, por qualquer motivo, receita proveniente de comercialização de
produção deverá comunicar a ocorrência à Previdência Social.

§ 18. Quando o segurado especial tiver comercializado sua produção do ano anterior
exclusivamente com empresa adquirente, consignatária ou cooperativa, tal fato deverá
ser comunicado à Previdência Social pelo respectivo grupo familiar.

Seção III

Das Disposições Especiais

Art. 11. Considera-se para fins de contribuição obrigatória ao RGPS:


I - trabalhador autônomo, o servidor contratado pela União, incluídas suas autarquias e
fundações de direito público, por tempo determinado, para atender a necessidade
temporária de excepcional interesse público, nos termos do inciso IX do art. 37 da
Constituição Federal, até 9 de dezembro de 1993;

II - equiparado ao trabalhador autônomo, até 28 de novembro de 1999, e contribuinte


individual, a partir de 29 de novembro de 1999 até fevereiro de 2000, o empregado de
organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo
quando coberto por RPPS.

Art. 12. O aposentado por qualquer regime de previdência social que exerça atividade
remunerada abrangida pelo RGPS é segurado obrigatório em relação a essa atividade,
nos termos do § 4º do art. 12 da Lei nº 8.212, de 1991, ficando sujeito às contribuições
de que trata a referida Lei.

Art. 13. No caso do exercício concomitante de mais de uma atividade remunerada


sujeita ao RGPS, a contribuição do segurado será obrigatória em relação a cada uma
dessas atividades, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição
previstos no art. 54 e o disposto nos arts. 43, 64 e 67.

Parágrafo único. O segurado filiado a RPPS que venha a exercer, concomitantemente,


uma ou mais atividades abrangidas pelo RGPS, tornar-se-á contribuinte obrigatório em
relação a essas atividades.

Art. 14. O estrangeiro não domiciliado no Brasil e contratado para prestar serviços
eventuais, mediante remuneração, não é considerado contribuinte obrigatório do RGPS,
salvo se existir acordo internacional com o seu país de origem.

Art. 15. O segurado, inclusive o segurado especial, eleito para o cargo de dirigente
sindical ou nomeado magistrado da Justiça Eleitoral na forma do inciso II do art. 119 ou
do inciso III do § 1º do art. 120 da Constituição Federal, mantém durante o exercício do
mandato o mesmo enquadramento no RGPS de antes da investidura no cargo.

Art. 16. O segurado eleito para cargo de direção de conselho, de ordem ou de autarquia
de fiscalização do exercício de atividade profissional, mesmo que pertencente à
categoria de segurado empregado, durante o período de seu mandato, no tocante à
remuneração recebida em razão do cargo, será considerado contribuinte individual,
incidindo as contribuições de que trata esta Instrução Normativa sobre a remuneração a
ele paga ou creditada pelo órgão representativo de classe.

CAPÍTULO II

DO CADASTRO DOS SUJEITOS PASSIVOS

Seção I

Das Disposições Preliminares

Art. 17. Considera-se:


I - cadastro, o banco de dados contendo as informações de identificação dos sujeitos
passivos na Previdência Social;

II - matrícula, a identificação dos sujeitos passivos perante a Previdência Social,


podendo ser o número do:

a) Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ) para empresas e equiparados a ele


obrigados; ou

b) Cadastro Específico do INSS (CEI) para equiparados à empresa desobrigados da


inscrição no CNPJ, obra de construção civil, produtor rural contribuinte individual,
segurado especial, consórcio de produtores rurais, titular de cartório, adquirente de
produção rural e empregador doméstico, nos termos do art. 19;

III - inscrição de segurado, o Número de Identificação do Trabalhador (NIT) perante a


Previdência Social.

Parágrafo único. A inscrição a que se refere o inciso III é disciplinada por ato do
Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Seção II

Dos Cadastros Gerais

Art. 18. Os cadastros da Previdência Social são constituídos dos dados das empresas,
dos equiparados a empresas e das pessoas físicas seguradas.

Art. 19. A inscrição ou a matrícula serão efetuadas, conforme o caso:

I - simultaneamente com a inscrição no CNPJ, para as pessoas jurídicas ou equiparados;

II - no CEI, no prazo de 30 (trinta) dias contados do início de suas atividades, para o


equiparado à empresa, quando for o caso, e obra de construção civil, sendo responsável
pela matrícula:

a) o equiparado à empresa isenta de registro no CNPJ;

b) o proprietário do imóvel, o dono da obra ou o incorporador de construção civil,


pessoa física ou pessoa jurídica;

c) a empresa construtora, quando contratada para execução de obra por empreitada total,
observado o disposto no art. 27;

d) a empresa líder, na contratação de obra de construção civil a ser realizada por


consórcio mediante empreitada total de obra de construção civil;

d) a empresa líder do consórcio, no caso de contrato para execução de obra de


construção civil mediante empreitada total celebrado em nome das empresas
consorciadas; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro
de 2012)
e) o produtor rural contribuinte individual e o segurado especial;

f) o consórcio simplificado de produtores rurais, conforme definido no inciso XIX do


art. 165;(Revogada pela Instrução Normativa RFB nº 1.210, de 16 de novembro de
2011.)

g) o titular de cartório, sendo a matrícula emitida no nome do titular, ainda que a


respectiva serventia seja registrada no CNPJ;

h) a pessoa física não-produtor rural que adquire produção rural para venda, no varejo, a
consumidor pessoa física, nos termos do inciso II do § 7º do art. 200 do Regulamento da
Previdência Social (RPS), aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999.

i) o consórcio, no caso de contrato para execução de obra de construção civil mediante


empreitada total celebrado em seu nome. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº
1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 1º O empregador doméstico optante pelo pagamento do Fundo de Garantia do Tempo


de Serviço (FGTS) deverá providenciar sua matrícula no CEI.

§ 2º Para fins de constituição do crédito tributário ou de parcelamento de débito,


inclusive o decorrente de reclamatória trabalhista, de responsabilidade de empregador
doméstico, deverá ser-lhe atribuída, de ofício, uma matrícula CEI vinculada ao NIT já
existente do empregado doméstico ou ao NIT a ele atribuído de ofício.

§ 3º As cooperativas de trabalho e de produção e a pessoa jurídica são obrigadas a


efetuar a inscrição, no INSS, dos seus cooperados ou contribuintes individuais
contratados, respectivamente, caso esses não comprovem sua inscrição na data da
admissão na cooperativa ou da contratação pela empresa.

§ 4º Os órgãos da Administração Pública Direta e Indireta, bem como as demais


entidades integrantes do Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo
Federal (Siafi), que contratarem pessoa física para prestação de serviços eventuais, sem
vínculo empregatício, inclusive como integrante de grupo-tarefa, deverão obter dela a
respectiva inscrição no INSS ou, caso o trabalhador não seja inscrito, providenciá-la,
registrando-o como contribuinte individual.

Art. 20. Quando da formalização do cadastro não será exigida documentação


comprobatória, bastando que o sujeito passivo preste as informações necessárias, e
observado o disposto no § 1º do art. 26 e no art. 28.

§ 1º As informações fornecidas para o cadastramento têm caráter declaratório e são de


inteira responsabilidade do declarante, podendo a RFB ou o INSS, conforme o caso,
exigir, a qualquer momento, a sua comprovação.

§ 2º A comprovação das informações fornecidas, quando exigida, poderá ser feita


mediante a apresentação dos seguintes documentos:

I - instrumento de constituição da empresa e respectivas alterações ou atas de eleição da


diretoria, registrados no órgão competente;
II - comprovante de inscrição no CNPJ;

III - carteira de identidade, número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) e


comprovante de residência do responsável pessoa física;

IV - contrato de empreitada total celebrado com o proprietário do imóvel, dono da obra


ou incorporador, exigível da empresa construtora responsável pela matrícula;

V - projeto aprovado da obra a ser executada ou Anotação de Responsabilidade Técnica


(ART) no Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea) para a
obra de construção civil matriculada ou alvará de concessão de licença para construção,
sempre que exigível pelos órgãos competentes;

VI - contrato com a Administração Pública e edital, no caso de obra de construção civil


vinculada aos procedimentos de licitação previstos na Lei nº 8.666, de 21 de junho de
1993.

Art. 21. O sujeito passivo poderá eleger qualquer de seus estabelecimentos como
estabelecimento matriz e poderá alterá-lo por meio de requerimento.

Parágrafo único. Para efeito do disposto no caput, a RFB recusará o estabelecimento


eleito como matriz quando constatar a impossibilidade ou a dificuldade de realizar o
procedimento fiscal neste estabelecimento.

Seção III

Do Cadastro Específico do INSS

Art. 22. A inclusão no CEI será efetuada da seguinte forma:

I - verbalmente, pelo sujeito passivo, no Centro de Atendimento ao Contribuinte (CAC)


ou na Agência da Receita Federal do Brasil (ARF), independente da jurisdição, exceto o
disposto nos arts. 28 e 36;

II - no sítio da RFB na Internet, no endereço <http://www.receita.fazenda.gov.br>;

III - de ofício, por servidor da RFB.

§ 1º Os dados identificadores de corresponsáveis deverão ser informados no ato do


cadastramento.

§ 2º O profissional liberal responsável por mais de um estabelecimento, deverá


cadastrar uma matrícula CEI para cada estabelecimento em que tenha segurados
empregados a seu serviço.

§ 3º A obra de construção civil executada por empresas em consórcio, deverá ser


matriculada exclusivamente na unidade da RFB jurisdicionante do estabelecimento
matriz da empresa líder, na forma do art. 28.
§ 3º A obra de construção civil executada por empresas em consórcio deverá ser
matriculada exclusivamente na unidade da RFB jurisdicionante do estabelecimento
matriz da empresa líder ou do endereço do consórcio, na forma do art. 28. (Redação
dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 4º A matrícula de ofício será emitida nos casos em que for constatada a não-existência
de matrícula de estabelecimento ou de obra de construção civil no prazo previsto no
inciso II do caput do art. 19, sem prejuízo da autuação cabível.

Art. 23. As alterações no CEI serão efetuadas da seguinte forma:

I - por meio do sítio da RFB na Internet, no endereço


<http://www.receita.fazenda.gov.br>, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas após o seu
cadastramento;

II - nas ARF ou nos CAC, mediante documentação; e

III - de ofício.

§ 1º É de responsabilidade do sujeito passivo prestar informações sobre alterações


cadastrais no prazo de 30 (trinta) dias após a sua ocorrência.

§ 2º A empresa construtora contratada mediante empreitada total para execução de obra


de construção civil, deverá providenciar, no prazo de 30 (trinta) dias contados do início
de execução da obra, diretamente na unidade da RFB, a alteração da matrícula
cadastrada indevidamente em nome do contratante, transferindo para si a
responsabilidade pela execução total da obra ou solicitar o cancelamento da mesma e
efetivar nova matrícula da obra, sob sua responsabilidade, mediante apresentação do
contrato de empreitada total.

Subseção I

Da Matrícula de Obra de Construção Civil

Art. 24. A matrícula de obra de construção civil deverá ser efetuada por projeto,
devendo incluir todas as obras nele previstas.

§ 1º Admitir-se-ão o fracionamento do projeto e a matrícula por contrato, quando a obra


for realizada por mais de uma empresa construtora, desde que a contratação tenha sido
feita diretamente pelo proprietário ou dono da obra, sendo que cada contrato será
considerado como de empreitada total, nos seguintes casos:

I - contratos com órgão público, vinculados aos procedimentos licitatórios previstos na


Lei nº 8.666, de 1993, observado, quanto à solidariedade, o disposto no inciso IV do §
2º do art. 151;

II - construção e ampliação de estações e de redes de distribuição de energia elétrica


(Classificação Nacional de Atividades Econômicas (CNAE) 4221-9/02);
III - construção e ampliação de estações e redes de telecomunicações (CNAE 4221-
9/04);

IV - construção e ampliação de redes de abastecimento de água, coleta de esgotos e


construções correlatas, exceto obras de irrigação (CNAE 4222-7/01);

V - construção e ampliação de redes de transportes por dutos, exceto para água e esgoto
(CNAE 4223-5/00);

VI - construção e ampliação de rodovias e ferrovias, exceto pistas de aeroportos (CNAE


4211-1/01).

§ 2º Admitir-se-á, ainda, o fracionamento do projeto para fins de matrícula e de


regularização, quando envolver:

I - a construção de mais de um bloco, conforme projeto, e o proprietário do imóvel, o


dono da obra ou o incorporador contratar a execução com mais de uma empresa
construtora, ficando cada contratada responsável pela execução integral e pela
regularização da obra cuja matrícula seja de sua responsabilidade, sendo considerado
cada contrato como de empreitada total;

II - a construção de casas geminadas em terreno cujos proprietários sejam cada um


responsável pela execução de sua unidade;

III - a construção de conjunto habitacional horizontal em que cada adquirente ou


condômino seja responsável pela execução de sua unidade, desde que as áreas comuns
constem em projeto com matrícula própria.

§ 3º Na regularização de unidade imobiliária por coproprietário de construção em


condomínio ou construção em nome coletivo, ou por adquirente de imóvel incorporado,
será atribuída uma matrícula CEI em nome do coproprietário ou adquirente, com
informação da área e do endereço específicos da sua unidade, distinta da matrícula
efetuada para o projeto da edificação.

§ 4º As obras de urbanização, assim conceituadas no inciso XXXVIII do art. 322,


inclusive as necessárias para a implantação de loteamento e de condomínio de
edificações residenciais, deverão receber matrículas próprias, distintas da matrícula das
edificações que porventura constem do mesmo projeto, exceto quando a mão-de-obra
utilizada for de responsabilidade da mesma empresa ou de pessoa física, observado o
disposto no art. 26.

§ 5º Na hipótese de contratação de cooperativa de trabalho para a execução de toda a


obra, o responsável pela matrícula e pela regularização da obra será o contratante da
cooperativa.

§ 6º Não se aplica o fracionamento previsto no inciso III do § 2º, devendo permanecer


na matrícula das áreas comuns do conjunto habitacional horizontal, as áreas relativas às
unidades executadas:
I - pelo responsável pelo empreendimento, conforme definido nas alíneas "b", "c" e "d"
do inciso II do art. 19; e

II - por adquirente pessoa jurídica que tenha por objeto social a construção, a
incorporação ou a comercialização de imóveis.

§ 7º Na hipótese de execução de obra localizada em outro Estado, a matrícula deverá


ficar vinculada ao CNPJ do estabelecimento nele localizado ou, na falta deste, ao CNPJ
do estabelecimento centralizador. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de
15 de setembro de 2010)

Art. 25. Estão dispensados de matrícula no CEI:

I - os serviços de construção civil, tais como os destacados no Anexo VII com a


expressão "(SERVIÇO)" ou "(SERVIÇOS)", independentemente da forma de
contratação;

II - a construção sem mão-de-obra remunerada, de acordo com o disposto no inciso I do


art. 370;

III - a reforma de pequeno valor, assim conceituada no inciso V do art. 322.

§ 1º O responsável por obra de construção civil fica dispensado de efetuar a matrícula


no CEI, caso tenha recebido comunicação da RFB informando o cadastramento
automático de sua obra de construção civil, a partir das informações enviadas pelo órgão
competente do Município de sua jurisdição.

§ 2º Os dados referentes ao responsável ou à obra matriculada na forma do § 1º, poderão


ser alterados ou atualizados, se for o caso, pelo responsável, na ARF ou no CAC da
jurisdição do endereço da obra, se a obra for de pessoa física, ou do estabelecimento
matriz, se a obra for de pessoa jurídica.

Art. 26. No ato do cadastramento da obra, no campo "nome" do cadastro, será inserida
a denominação social ou o nome do proprietário do imóvel, do dono da obra ou do
incorporador, devendo ser observado que:

I - na contratação de empreitada total a matrícula será de responsabilidade da contratada


e no campo "nome" do cadastro, constará a denominação social da empresa construtora
contratada, seguida da denominação social ou do nome do contratante proprietário do
imóvel, dono da obra ou incorporador;

II - na contratação de empreitada parcial a matrícula será de responsabilidade da


contratante e no campo "nome" do cadastro, constará a denominação social ou o nome
do proprietário do imóvel, do dono da obra ou do incorporador;

III - nos contratos em que a empresa contratada não seja construtora, assim definida no
inciso XIX do art. 322, ainda que execute toda a obra, a matrícula será de
responsabilidade da contratante e, no campo "nome" do cadastro, constará a
denominação social ou o nome do proprietário do imóvel, dono da obra ou
incorporador;
IV - para a edificação de construção em condomínio, na forma da Lei nº 4.591, de 1964,
no campo "nome" do cadastro constará a denominação social ou o nome de um dos
condôminos, seguido da expressão "e outros" e a denominação atribuída ao condomínio;

V - para a obra objeto de incorporação imobiliária, na forma da Lei nº 4.591, de 1964,


no campo "nome" do cadastro, constará a denominação social ou o nome do
incorporador, seguido da denominação atribuída ao condomínio;

VI - para a construção em nome coletivo, no campo "nome" do cadastro, deverá constar


a denominação social ou o nome de um dos proprietários ou dos donos da obra, seguido
da expressão "e outros".

§ 1º No ato da matrícula todos os coproprietários da obra deverão ser cadastrados.

§ 2º O campo "logradouro" do cadastro deverá ser preenchido com o endereço da obra.

Art. 27. Ocorrendo o repasse integral do contrato ou da obra, conforme disposto no


inciso XXXIX do art. 322, manter-se-á a matrícula CEI básica, acrescentando-se no
campo "nome" do cadastro a denominação social da empresa construtora para a qual foi
repassado o contrato, sendo que deverão constar nos campos próprios os demais dados
cadastrais dessa empresa, a qual passará à condição de responsável pela matrícula e pelo
recolhimento das contribuições sociais.

Art. 28. Tratando-se de contrato de empreitada total de obra a ser realizada por
empresas em consórcio, conforme disposto no § 1º do art. 322, a matrícula da obra será
efetuada no prazo de 30 (trinta) dias do início da execução, na ARF ou no CAC
jurisdicionante do estabelecimento matriz da empresa líder e será expedida com a
identificação de todas as empresas consorciadas e do próprio consórcio, observados os
seguintes procedimentos:

Art. 28. Tratando-se de contrato de empreitada total de obra a ser realizada por
empresas em consórcio, conforme disposto no § 1º do art. 322, a matrícula da obra será
efetuada na ARF ou no CAC jurisdicionante do estabelecimento matriz da empresa líder
ou do endereço do consórcio e será expedida com a identificação de todas as empresas
consorciadas e do próprio consórcio, observados os seguintes procedimentos: (Redação
dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

I - a matrícula de obra executada por empresas em consórcio será feita mediante a


apresentação de requerimento subscrito pelo seu representante legal, em que constem:

a) os dados cadastrais de todas as empresas consorciadas;

b) a indicação da empresa responsável ou da administradora do consórcio, denominada


empresa líder;

b) a indicação da empresa responsável ou da administradora do consórcio, denominada


empresa líder, ou do próprio consórcio, no caso deste ser o responsável pela matrícula
da obra; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de
2012)
c) a designação e o objeto do consórcio;

d) a duração, o endereço do consórcio e o foro eleito para dirimir questões legais;

e) as obrigações, as responsabilidades e as prestações específicas de cada uma das


empresas consorciadas;

f) as disposições sobre o recebimento de receitas, a partilha de resultados, a


administração do consórcio, os procedimentos contábeis e a representação legal das
empresas consorciadas;

g) a identificação da obra;

II - o requerimento de que trata o inciso I deverá vir acompanhado de cópia dos


seguintes documentos:

a) compromisso público ou particular de constituição do consórcio, arquivado no


Registro do Comércio;

b) instrumento de constituição de todas as empresas consorciadas e respectivas


alterações;

c) instrumento que identifique o representante legal de cada uma das empresas


consorciadas;

d) comprovante de inscrição no CNPJ do consórcio e das empresas consorciadas;

e) contrato celebrado com a contratante;

f) projeto da obra a ser executada;

g) ART no Crea;

h) alvará de concessão de licença para construção, sempre que exigível pelos órgãos
competentes, observado o disposto no inciso III do caput e no § 5º do art. 383.

§ 1º No ato da matrícula dispensa-se a apresentação dos documentos previstos nas


alíneas "c" a "f" do inciso II do caput, se apresentado o contrato de constituição do
consórcio que contenha todas as informações dos documentos cuja apresentação foi
dispensada, devendo cópia deste ficar arquivada na ARF ou no CAC jurisdicionante do
local do estabelecimento matriz da empresa líder.

§ 1º No ato da matrícula, se apresentado o contrato de constituição do consórcio


contendo todas as informações dos documentos previstos nas alíneas "c" a "f" do inciso
II do caput, fica dispensada a apresentação destes, devendo cópia do contrato ficar
arquivada na ARF ou CAC jurisdicionante do estabelecimento matriz da empresa líder
ou do endereço do consórcio, conforme o caso. (Redação dada pela Instrução Normativa
RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)
§ 2º No campo "nome" do cadastro da matrícula deverão constar a denominação social
da empresa líder, seguida das expressões "e outros" e "CONSÓRCIO" e o seu
respectivo número de inscrição no CNPJ.

§ 2º No campo "nome" do cadastro da matrícula deverá constar a denominação social da


empresa líder, seguida das expressões "e outros em CONSÓRCIO", ou o nome do
consórcio, seguido da expressão "CONSÓRCIO", caso este seja o contratante da mão de
obra, assim como o respectivo número de inscrição no CNPJ, conforme o caso.
(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 3º Quando houver alteração de um ou mais participantes do consórcio este fato deverá


ser comunicado à RFB, no prazo de 30 (trinta) dias.

§ 4º A matrícula de obra executada por empresas em consórcio ficará vinculada ao


CNPJ de todas as consorciadas.

§ 4º A matrícula de obra executada por empresas em consórcio ficará vinculada ao


CNPJ de todas as consorciadas e, quando o responsável pela matrícula for o consórcio,
ao CNPJ deste e de todas as consorciadas. (Redação dada pela Instrução Normativa
RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

Art. 29. A matrícula será única, quando se referir à edificação precedida de demolição,
desde que a demolição e a edificação sejam de responsabilidade da mesma pessoa física
ou jurídica.

Art. 30. Para cada obra de construção civil no mesmo endereço será emitida nova
matrícula, não se admitindo a reutilização da anterior, exceto se a obra já executada,
inclusive a constante de um outro projeto, não tiver sido regularizada na RFB.

Parágrafo único. Será efetuada uma única matrícula CEI para a obra que envolver,
concomitantemente, obra nova, reforma, demolição ou acréscimo.

Art. 31. As obras executadas no exterior por empresas nacionais, das quais participem
trabalhadores brasileiros vinculados ao RGPS, serão matriculadas na RFB na forma
prevista nesta Instrução Normativa.

Parágrafo único. No campo "endereço" do cadastro da obra será informado o endereço


completo da empresa construtora, acrescido do nome do país e da cidade de localização
da obra.

Subseção II

Da Matrícula de Estabelecimento Rural de Produtor Rural Pessoa Física

Art. 32. Deverá ser emitida matrícula para cada propriedade rural de um mesmo
produtor rural, ainda que situadas no âmbito do mesmo Município.

Parágrafo único. O escritório administrativo de empregador rural pessoa física, que


presta serviços somente à propriedade rural do empregador, deverá utilizar a mesma
matrícula da propriedade rural para registrar os empregados administrativos, não se
atribuindo a ele nova matrícula.

Art. 33. Deverá ser atribuída uma matrícula para cada contrato com produtor rural,
parceiro, meeiro, arrendatário ou comodatário, independente da matrícula do
proprietário.

Art. 34. Na hipótese de produtores rurais explorarem em conjunto, com o auxílio de


empregados, uma única propriedade rural, partilhando os riscos e a produção, será
atribuída apenas uma matrícula, em nome do produtor indicado na inscrição estadual,
seguido da expressão "e outros".

Parágrafo único. Deverão ser cadastrados como corresponsáveis todos os produtores


rurais que participem da exploração conjunta da propriedade.

Art. 35. Ocorrendo a venda da propriedade rural, deverá ser emitida outra matrícula
para o seu adquirente.

Parágrafo único. O produtor rural que vender a propriedade rural deverá providenciar o
encerramento da matrícula sob sua responsabilidade relativa à propriedade vendida,
mediante solicitação de alteração cadastral.

Art. 36. Para o cadastramento do consórcio simplificado de produtores rurais, definido


no inciso XIX do art. 165, deverão ser adotados os seguintes procedimentos:

I - registrar no campo "nome" do cadastro o nome do empregador a quem hajam sido


outorgados os poderes mediante documento registrado em cartório de títulos e
documentos, seguido da expressão "e outros" e a denominação atribuída ao consórcio;

II - cadastrar como corresponsáveis todos os empregadores rurais participantes do


consórcio, registrando o nome e a matrícula CEI de cada um.

§ 1º O produtor rural pessoa física que represente o consórcio deverá providenciar as


alterações cadastrais na ARF ou no CAC, no prazo previsto no inciso II do art. 19,
sempre que houver saída ou entrada de qualquer empregador rural, devendo este fato
constar em documento registrado em cartório de títulos e documentos.

§ 2º A matrícula efetuada na forma do caput deverá ser utilizada para o recolhimento


das contribuições sociais previdenciárias incidentes sobre a remuneração dos segurados
contratados pelo consórcio, seja para atuar diretamente nas atividades agropastoris, seja
para o exercício de atividades administrativas e de gestão.

Subseção III

Da Matrícula de Estabelecimento Rural de Segurado Especial

Art. 37. O segurado especial responsável pelo recolhimento da contribuição incidente


sobre a comercialização de sua produção deverá providenciar a matrícula da
propriedade rural no CEI.
Art. 38. Na hipótese de segurados especiais explorarem em conjunto, uma única
propriedade rural, partilhando os riscos e a produção, será atribuída apenas uma
matrícula em nome do produtor indicado na inscrição estadual, seguido da expressão "e
outros".

Parágrafo único. Deverão ser cadastrados como corresponsáveis todos os produtores


rurais que explorem a propriedade.

Art. 39. Ocorrendo a venda da propriedade rural deverá ser observado o disposto no art.
35.

Seção IV

Do Encerramento de Matrícula do Cadastro Específico do INSS

Art. 40. O encerramento de atividade de empresa e dos equiparados poderá ser


requerido por meio do sítio da RFB na Internet, no endereço
<http://www.receita.fazenda.gov.br>, na ARF ou no CAC competente e será efetivado
após os procedimentos relativos à confirmação da regularidade de sua situação.

Parágrafo único. Requerido o encerramento de atividade de estabelecimento filial, este


será comandado no sistema informatizado da RFB, pela unidade competente, da
jurisdição do estabelecimento matriz da empresa, independentemente de prévia
fiscalização e após a análise da documentação comprobatória.

Art. 41. O encerramento de matrícula de obra de construção civil de responsabilidade


de pessoa física será feito pela unidade da RFB competente jurisdicionante da
localidade da obra, após a quitação do Aviso para Regularização de Obra (ARO), e o de
responsabilidade de pessoa jurídica será feito mediante procedimento fiscal.

Art. 42. Ocorrendo matrícula indevida, deverá ser providenciado seu cancelamento na
ARF ou no CAC jurisdicionante da localidade da obra de responsabilidade de pessoa
física ou do estabelecimento matriz da pessoa jurídica responsável pela obra, mediante
requerimento do interessado justificando o motivo e com apresentação de documentação
que comprove suas alegações.

Parágrafo único. A matrícula em cuja conta corrente constem recolhimentos ou para a


qual foi entregue Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e
Informações à Previdência Social (GFIP) com informação de fatos geradores de
contribuições, poderá ser cancelada pela unidade da RFB competente somente após
verificação pela fiscalização.

Seção V

Da Inscrição de Segurado Contribuinte Individual, de Empregado Doméstico, de


Segurado Especial e de Facultativo

Art. 43. A inscrição dos segurados contribuinte individual, empregado doméstico,


segurado especial e facultativo, será feita uma única vez, perante o INSS, observadas as
normas por este estabelecidas, e o NIT a eles atribuído deverá ser utilizado para o
recolhimento de suas contribuições.

Seção VI

Do Encerramento da Atividade de Segurado Contribuinte Individual, de


Empregado Doméstico e de Segurado Especial

Art. 44. Após a cessação da atividade, o segurado contribuinte individual, empregado


doméstico ou segurado especial, deverá solicitar a suspensão da sua inscrição no RGPS,
perante o INSS, observadas as normas por este estabelecidas.

Seção VII

Das Senhas Eletrônicas

Art. 45. A senha para autoatendimento deverá ser requerida nas unidades da RFB
competentes, ou por meio do sítio da RFB na Internet, no endereço
<http://www.receita.fazenda.gov.br>.

§ 1º A senha de que trata o caput abrangerá todos os estabelecimentos da empresa.

§ 2º O cadastro da senha será efetuado pelo representante legal da empresa ou pessoa


autorizada, mediante procuração (pública ou particular com fins específicos), com a
apresentação de documento de identificação e do CPF do outorgado, bem como o
documento constitutivo da empresa e alterações que identifiquem o(s) seu(s) atual(is)
representante(s) legal(is).

CAPÍTULO III

DAS OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS

Art. 46. Constitui fato gerador da obrigação acessória qualquer situação que, na forma
da legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não constitua a
obrigação principal.

Parágrafo único. O descumprimento de obrigação acessória sujeita o infrator à multa


variável aplicada na forma dos arts. 475 a 485.

Seção Única

Das Obrigações

Art. 47. A empresa e o equiparado, sem prejuízo do cumprimento de outras obrigações


acessórias previstas na legislação previdenciária, estão obrigados a:

I - inscrever, no RGPS, os segurados empregados e os trabalhadores avulsos a seu


serviço, observado o disposto no § 1º;
II - inscrever, quando pessoa jurídica, como contribuintes individuais no RGPS, a partir
de 1º de abril de 2003, as pessoas físicas contratadas sem vínculo empregatício e os
sócios cooperados, no caso de cooperativas de trabalho e de produção, se ainda não
inscritos;

III - elaborar folha de pagamento mensal da remuneração paga, devida ou creditada a


todos os segurados a seu serviço, de forma coletiva por estabelecimento, por obra de
construção civil e por tomador de serviços, com a correspondente totalização e resumo
geral, nela constando:

a) discriminados, o nome de cada segurado e respectivo cargo, função ou serviço


prestado;

b) agrupados, por categoria, os segurados empregado, trabalhador avulso e contribuinte


individual;

c) identificados, os nomes das seguradas em gozo de salário-maternidade;

d) destacadas, as parcelas integrantes e as não-integrantes da remuneração e os


descontos legais;

e) indicado, o número de cotas de salário-família atribuídas a cada segurado empregado


ou trabalhador avulso;

IV - lançar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma


discriminada, os fatos geradores de todas as contribuições sociais a cargo da empresa, as
contribuições sociais previdenciárias descontadas dos segurados, as decorrentes de sub-
rogação, as retenções e os totais recolhidos, observado o disposto nos §§ 5º, 6º e 8º e
ressalvado o disposto no § 7º;

V - fornecer ao contribuinte individual que lhes presta serviços, comprovante do


pagamento de remuneração, consignando a identificação completa da empresa,
inclusive com o seu número no CNPJ, o número de inscrição do segurado no RGPS, o
valor da remuneração paga, o desconto da contribuição efetuado e o compromisso de
que a remuneração paga será informada na GFIP e a contribuição correspondente será
recolhida;

VI - prestar à RFB todas as informações cadastrais, financeiras e contábeis de interesse


desta, na forma por esta estabelecida, bem como os esclarecimentos necessários à
fiscalização;

VII - exibir à fiscalização da RFB, quando intimada para tal, todos os documentos e
livros com as formalidades legais intrínsecas e extrínsecas, relacionados com as
contribuições sociais;

VIII - informar mensalmente, à RFB e ao Conselho Curador do FGTS, em GFIP


emitida por estabelecimento da empresa, com informações distintas por tomador de
serviço e por obra de construção civil, os dados cadastrais, os fatos geradores, a base de
cálculo e os valores devidos das contribuições sociais e outras informações de interesse
da RFB e do INSS ou do Conselho Curador do FGTS, na forma estabelecida no Manual
da GFIP;

IX - matricular-se no CEI, dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados da data do início


de suas atividades, quando não inscrita no CNPJ;

X - matricular no CEI obra de construção civil executada sob sua responsabilidade,


dentro do prazo de 30 (trinta) dias contados do início da execução;

XI - comunicar ao INSS acidente de trabalho ocorrido com segurado empregado e


trabalhador avulso, até o 1º (primeiro) dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de
morte, de imediato;

XII - elaborar e manter atualizado Laudo Técnico de Condições Ambientais do


Trabalho (LTCAT) com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de
trabalho de seus trabalhadores, conforme disposto no inciso V do art. 291;

XIII - elaborar e manter atualizado Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP)


abrangendo as atividades desenvolvidas por trabalhador exposto a agente nocivo
existente no ambiente de trabalho e fornecer ao trabalhador, quando da rescisão do
contrato de trabalho, cópia autêntica deste documento, conforme disposto no inciso VI
do art. 291 e no art. 295;

XIV - elaborar e manter atualizadas as demonstrações ambientais de que tratam os


incisos I a IV do art. 291, quando exigíveis em razão da atividade da empresa.

§ 1º A inscrição do segurado empregado é efetuada diretamente na empresa, mediante


preenchimento dos documentos que o habilitem ao exercício da atividade, formalizado
pelo contrato de trabalho, e a inscrição dos trabalhadores avulsos é efetuada diretamente
no OGMO, no caso dos portuários, ou no sindicato de classe, nos demais casos,
mediante cadastramento e registro do trabalhador, respectivamente, no OGMO ou
sindicato.

§ 2º A empresa deve manter, em cada estabelecimento e obra de construção civil


executada sob sua responsabilidade, uma cópia da respectiva folha de pagamento.

§ 3º A filiação e a inscrição do trabalhador de que trata o inciso XXX do art. 6º na


Previdência Social decorre, automaticamente, da sua inclusão, pelo empregador, na
GFIP.

§ 4º A responsabilidade pela preparação das folhas de pagamento dos trabalhadores


avulsos portuários e não-portuários é do OGMO ou do sindicato de trabalhadores
avulsos, respectivamente, conforme estabelecido nos arts. 264 e 278.

§ 5º Os lançamentos de que trata o inciso IV do caput, escriturados nos Livros Diário e


Razão, são exigidos pela fiscalização após 90 (noventa) dias contados da ocorrência dos
fatos geradores das contribuições sociais, devendo:

I - atender ao princípio contábil do regime de competência;


II - registrar, em contas individualizadas, todos os fatos geradores de contribuições
sociais de forma a identificar, clara e precisamente, as rubricas integrantes e as não-
integrantes do salário-de-contribuição, bem como as contribuições sociais
previdenciárias descontadas dos segurados, as contribuições sociais a cargo da empresa,
os valores retidos de empresas prestadoras de serviços, os valores pagos a cooperativas
de trabalho e os totais recolhidos, por estabelecimento da empresa, por obra de
construção civil e por tomador de serviços.

§ 6º As exigências previstas no inciso IV do caput e no § 4º não desobrigam a empresa


do cumprimento das demais normas legais e regulamentares referentes à escrituração
contábil.

§ 7º Estão desobrigados da apresentação de escrituração contábil, inclusive quanto à


obrigatoriedade de o incorporador manter escrituração contábil segregada para cada
incorporação submetida ao regime especial tributário do patrimônio de afetação, de
acordo com o art. 7º da Lei nº 10.931, de 2 de agosto de 2004:

I - as pessoas físicas equiparadas a empresa, previstas nos incisos I e VI do § 4º do art.


3º, matriculadas no CEI;

II - o pequeno comerciante, nas condições estabelecidas pelo Decreto-Lei nº 486, de 3


de março de 1969, e no Decreto nº 64.567, de 22 de maio de 1969;

III - a pessoa jurídica tributada com base no lucro presumido, de acordo com a
Legislação Tributária Federal, e a pessoa jurídica optante pelo Sistema Integrado de
Pagamento de Impostos e Contribuições das Microempresas e Empresas de Pequeno
Porte (SIMPLES) ou pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e
Contribuições devidos pelas Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples
Nacional), desde que escriturem Livro Caixa e Livro de Registro de Inventário.

§ 8º Para fins do disposto nos incisos III e IV do caput, a empresa deve manter à
disposição da fiscalização da RFB os códigos ou abreviaturas que identifiquem as
respectivas rubricas utilizadas na elaboração das folhas de pagamento, bem como as
utilizadas na escrituração contábil.

§ 9º Para o fim previsto no inciso IV do caput, a empresa prestadora de serviços está


obrigada a destacar nas notas fiscais, nas faturas ou nos recibos de prestação de serviços
emitidos, o valor da retenção para a Previdência Social, na forma estabelecida nos arts.
126 e 127.

§ 10. Estão obrigados, também, ao cumprimento da obrigação acessória prevista no


inciso VII do caput, o segurado do RGPS, o serventuário da justiça, o titular de
serventia extrajudicial, o síndico de massa falida ou seu representante, o administrador
judicial definido pela Lei nº 11.101, de 2005, o comissário e o liquidante de empresa em
liquidação judicial ou extrajudicial, relativamente aos documentos e livros sob sua
guarda ou de sua responsabilidade.

§ 11. Para o fim do inciso VIII do caput, considera-se informado à RFB quando da
entrega da GFIP, conforme definição contida no Manual da GFIP.
§ 12. O contribuinte que deixar de apresentar a GFIP no prazo fixado ou que a
apresentar com incorreções ou omissões será intimado a apresentá-la ou a prestar
esclarecimentos e sujeitar-se-á às multas por descumprimento da obrigação acessória,
aplicadas na forma do art. 476.

§ 13. A empresa deve manter à disposição da RFB, pelo prazo decadencial previsto na
legislação tributária, os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações
acessórias referidas neste artigo, ressalvado o disposto no art. 48 e observadas as
normas estabelecidas pelos órgãos competentes.

§ 14. Nas situações previstas nos §§ 3º e 4º do art. 6º, quando o servidor civil for filiado
ao RGPS no órgão ou entidade de sua origem, as obrigações previstas neste artigo,
especialmente quanto à elaboração da folha de pagamento, do desconto e recolhimento
da contribuição do segurado e da contribuição patronal devida, bem como da prestação
de informações em GFIP, são de responsabilidade:

I - do órgão ou entidade cedente ou requisitada, em relação à remuneração por ela paga,


inclusive na hipótese de reembolso pelo órgão ou entidade cessionária ou requisitante; e

II - do órgão ou entidade cessionária ou requisitante em relação à parcela de


remuneração por ela paga, exceto aquela que caracterize o reembolso referido no inciso
I.

§ 15. Na hipótese do § 14, cada fonte pagadora efetuará o recolhimento e prestará as


informações em GFIP no respectivo CNPJ, respeitado o limite máximo do salário-de-
contribuição e observadas, quanto à GFIP, as orientações do respectivo Manual,
especialmente as relativas à informação de múltiplas fontes pagadoras.

§ 16. A empresa ou equiparado é obrigado a informar, anualmente, à RFB, na forma por


ela estabelecida, o nome, o número de inscrição na previdência social e o endereço
completo dos segurados de que trata o inciso III do § 15 do art. 9º do RPS, por ela
utilizados no período, a qualquer título, para distribuição ou comercialização de seus
produtos, sejam eles de fabricação própria ou de terceiros, sempre que se tratar de
empresa que realize vendas diretas.

§ 17. A falta de entrega da GFIP na forma, prazo e condições estabelecidos pela RFB,
impede a expedição da certidão de prova de regularidade fiscal perante a Fazenda
Nacional.

Art. 48. A empresa que utiliza sistema de processamento eletrônico de dados para o
registro de negócios e atividades econômicas, escrituração de livros ou produção de
documentos de natureza contábil, fiscal, trabalhista e previdenciária está obrigada a
arquivar e a armazenar, certificados, os respectivos arquivos e sistemas, em meio digital
ou assemelhado, mantendo-os à disposição da RFB, pelo prazo decadencial previsto na
legislação tributária.

§ 1º A certificação de arquivos e sistemas, prevista no caput, é definida e normatizada


nos termos do art. 4º da Medida Provisória nº 2.200-2, de 24 de agosto de 2001.
§ 2º A RFB não procederá à certificação de arquivos e sistemas apresentados pelas
empresas na forma prevista no caput, devendo a mesma ser realizada pelas instituições
autorizadas.

§ 3º Fica a critério da empresa a escolha da forma ou do processo de armazenamento


dos arquivos e sistemas previsto no caput.

§ 4º Ficam dispensadas do cumprimento da obrigação de que trata o caput deste artigo


as empresas optantes pelo Sistema Integrado de Pagamento de Impostos e Contribuições
das Microempresas e Empresas de Pequeno Porte - SIMPLES, de que trata a Lei nº
9.317, de 5 de dezembro de 1996.

Art. 49. A pessoa jurídica que utilizar os sistemas referidos no caput do art. 48, quando
intimada pela fiscalização da RFB, deverá apresentar, no prazo estipulado na intimação,
a documentação técnica completa e atualizada dos sistemas e arquivos solicitados.

Parágrafo único. Quando do recebimento dos arquivos solicitados na forma do caput, os


mesmos serão autenticados pelo Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil (AFRFB),
na presença do representante legal da empresa ou pessoa autorizada mediante
procuração pública ou particular, por sistema de autenticação de arquivos, disponível no
sítio da RFB na Internet, no endereço <http://www.receita.fazenda.gov.br>.

Art. 50. Compete à RFB estabelecer a forma de apresentação, a documentação de


acompanhamento e as especificações técnicas dos arquivos digitais de que trata o art.
48.

Parágrafo único. A critério da autoridade requisitante, os arquivos digitais poderão ser


recebidos em forma diferente da estabelecida pela RFB, inclusive em decorrência de
exigência de outros órgãos públicos.

TÍTULO II

DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

CAPÍTULO I

DAS CONTRIBUIÇÕES PREVIDENCIÁRIAS

Seção I

Do Fato Gerador das Contribuições

Art. 51. Constitui fato gerador da obrigação previdenciária principal:

I - em relação ao segurado empregado, empregado doméstico, trabalhador avulso e


contribuinte individual, o exercício de atividade remunerada;

II - em relação ao empregador doméstico, a prestação de serviços pelo segurado


empregado doméstico, a título oneroso;
III - em relação à empresa ou equiparado à empresa:

a) a prestação de serviços remunerados pelos segurados empregado, trabalhador avulso,


contribuinte individual e cooperado intermediado por cooperativa de trabalho;

b) a comercialização da produção rural própria, se produtor rural pessoa jurídica, ou a


comercialização da produção própria ou da produção própria e da adquirida de terceiros,
se agroindústria, observado o disposto nos incisos II e III do art. 166;

c) a realização de espetáculo desportivo gerador de receita, no território nacional, se


associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional;

d) o licenciamento de uso de marcas e símbolos, patrocínio, publicidade, propaganda e


transmissão de espetáculos desportivos, a título oneroso, se associação desportiva que
mantém equipe de futebol profissional, inclusive para participar do concurso de
prognóstico de que trata a Lei nº 11.345, de 14 de setembro de 2006;

IV - em relação ao segurado especial e ao produtor rural pessoa física, a


comercialização da sua produção rural, na forma do art. 166, observado o disposto no
art. 167;

V - em relação à obra de construção civil de responsabilidade de pessoa física, a


prestação de serviços remunerados por segurados que edificam a obra.

Seção II

Da Ocorrência do Fato Gerador

Art. 52. Salvo disposição de lei em contrário, considera-se ocorrido o fato gerador da
obrigação previdenciária principal e existentes seus efeitos:

I - em relação ao segurado:

a) empregado e trabalhador avulso, quando for paga, devida ou creditada a


remuneração, o que ocorrer primeiro, quando do pagamento ou crédito da última parcela
do décimo terceiro salário, observado o disposto nos arts. 96 e 97, e no mês a que se
referirem as férias, mesmo quando recebidas antecipadamente na forma da legislação
trabalhista;

b) contribuinte individual, no mês em que lhe for paga ou creditada remuneração;

c) empregado doméstico, quando for paga ou devida a remuneração, o que ocorrer


primeiro, quando do pagamento da última parcela do décimo terceiro salário, observado
o disposto nos arts. 96 e 97, e no mês a que se referirem as férias, mesmo quando
recebidas antecipadamente na forma da legislação trabalhista;

II - em relação ao empregador doméstico, quando for paga ou devida a remuneração ao


segurado empregado doméstico, o que ocorrer primeiro, quando do pagamento da
última parcela do décimo terceiro salário, observado o disposto nos arts. 96 e 97, e no
mês a que se referirem as férias, mesmo quando recebidas antecipadamente na forma da
legislação trabalhista;

III - em relação à empresa:

a) no mês em que for paga, devida ou creditada a remuneração, o que ocorrer primeiro,
a segurado empregado ou a trabalhador avulso em decorrência da prestação de serviço;

b) no mês em que for paga ou creditada a remuneração, o que ocorrer primeiro, ao


segurado contribuinte individual que lhe presta serviços;

c) no mês da emissão da nota fiscal ou da fatura de prestação de serviços por


cooperativa de trabalho;

d) no mês da entrada da mercadoria no seu estabelecimento, quando transportada por


cooperados intermediados por cooperativa de trabalho de transportadores autônomos;

e) no mês em que ocorrer a comercialização da produção rural, nos termos do Capítulo I


do Título III;

f) no dia da realização de espetáculo desportivo gerador de receita, quando se tratar de


associação desportiva que mantenha equipe de futebol profissional;

g) no mês em que auferir receita a título de patrocínio, de licenciamento de uso de


marcas e símbolos, de publicidade, de propaganda e de transmissão de espetáculos
desportivos, quando se tratar de associação desportiva que mantenha equipe de futebol
profissional;

h) no mês do pagamento ou crédito da última parcela do décimo terceiro salário,


observado o disposto nos arts. 96 e 97;

i) no mês a que se referirem as férias, mesmo quando pagas antecipadamente na forma


da legislação trabalhista;

IV - em relação ao segurado especial e ao produtor rural pessoa física, no mês em que


ocorrer a comercialização da sua produção rural, nos termos do art. 166;

V - em relação à obra de construção civil de responsabilidade de pessoa física, no mês


em que ocorrer a prestação de serviços remunerados pelos segurados que edificam a
obra.

§ 1º Considera-se creditada a remuneração na competência em que a empresa


contratante for obrigada a reconhecer contabilmente a despesa ou o dispêndio ou, no
caso de equiparado ou empresa legalmente dispensada da escrituração contábil regular,
na data da emissão do documento comprobatório da prestação de serviços.

§ 2º Para os órgãos do Poder Público considera-se creditada a remuneração na


competência da liquidação do empenho, entendendo-se como tal, o momento do
reconhecimento da despesa.
CAPÍTULO II

DA BASE DE CÁLCULO DA CONTRIBUIÇÃO SOCIAL PREVIDENCIÁRIA

Seção I

Das Disposições Preliminares

Art. 53. Base de cálculo da contribuição social previdenciária é o valor sobre o qual
incide uma alíquota definida em lei para determinar o montante da contribuição devida.

Seção II

Da Base de Cálculo da Contribuição dos Segurados

Art. 54. A base de cálculo da contribuição social previdenciária dos segurados do


RGPS é o salário-de-contribuição, observados os limites mínimo e máximo.

§ 1º O limite mínimo do salário-de-contribuição corresponde:

I - para os segurados empregado e trabalhador avulso, ao piso salarial legal ou


normativo da categoria ou ao piso estadual conforme definido na Lei Complementar nº
103, de 14 de julho de 2000, ou, inexistindo estes, ao salário mínimo, tomado no seu
valor mensal, diário ou horário, conforme o ajustado, e o tempo de trabalho efetivo
durante o mês;

II - para o empregado doméstico, ao piso estadual conforme definido na Lei


Complementar nº 103, de 2000, ou, inexistindo este, ao salário mínimo, tomados nos
seus valores mensal, diário ou horário, conforme o ajustado, e o tempo de trabalho
efetivo durante o mês;

III - para os segurados contribuinte individual e facultativo, ao salário mínimo.

§ 2º O limite máximo do salário-de-contribuição é o valor definido, periodicamente, em


ato conjunto do Ministério da Fazenda (MF) e do Ministério da Previdência Social
(MPS) e reajustado na mesma data e com os mesmos índices usados para o
reajustamento dos benefícios de prestação continuada da Previdência Social.

§ 3º Quando a remuneração do segurado empregado, inclusive do doméstico e do


trabalhador avulso, for proporcional ao número de dias trabalhados durante o mês ou
das horas trabalhadas durante o dia, o salário-de-contribuição será a remuneração
efetivamente paga, devida ou a ele creditada, observados os valores mínimos mensal,
diário ou horário, previstos no inciso I do § 1º.

Art. 55. Entende-se por salário-de-contribuição:

I - para os segurados empregado e trabalhador avulso, a remuneração auferida em uma


ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos rendimentos que lhes são pagos,
devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho,
qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de
utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços
efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de
serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou de acordo coletivo
de trabalho ou de sentença normativa, observado o disposto no inciso I do § 1º e nos §§
2º e 3º do art. 54;

II - para o segurado empregado doméstico a remuneração registrada em sua CTPS ou


comprovada mediante recibos de pagamento, observado o disposto no inciso II do § 1º e
nos §§ 2º e 3º do art. 54;

III - para o segurado contribuinte individual:

a) filiado até 28 de novembro de 1999, que tenha perdido a qualidade de segurado após
essa data, considerando os fatos geradores ocorridos a partir da nova filiação, a
remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo exercício de atividade por
conta própria, durante o mês, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-
contribuição;

b) filiado até 28 de novembro de 1999, considerando os fatos geradores ocorridos até 31


de março de 2003, o salário-base, observada a escala transitória de salários-base;

c) filiado a partir de 29 de novembro de 1999, a remuneração auferida em uma ou mais


empresas ou pelo exercício de atividade por conta própria, durante o mês, observados os
limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição;

d) independentemente da data de filiação, considerando os fatos geradores ocorridos


desde 1º de abril de 2003, a remuneração auferida em uma ou mais empresas ou pelo
exercício de sua atividade por conta própria, durante o mês, observados os limites
mínimo e máximo do salário-de-contribuição;

IV - para o segurado facultativo:

a) filiado até 28 de novembro de 1999, considerando competências até março de 2003, o


salário-base, observada a escala transitória de salários-base;

b) filiado a partir de 29 de novembro de 1999, o valor por ele declarado, observados os


limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição;

c) independentemente da data de filiação, a partir da competência de abril de 2003, o


valor por ele declarado, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-
contribuição;

V - para o segurado especial que optar por contribuir na forma do § 10 do art. 10, o
valor por ele declarado, observado o disposto nos §§ 8º e 9º.

§ 1º A escala transitória de salários-base, utilizada para fins de enquadramento e fixação


do salário-de-contribuição dos contribuintes individual e facultativo filiados ao RGPS,
foi extinta em 1º de abril de 2003, por força da Lei nº 10.666, de 2003.
§ 2º O salário-de-contribuição do condutor autônomo de veículo rodoviário (inclusive o
taxista), do auxiliar de condutor autônomo e do operador de máquinas, bem como do
cooperado filiado a cooperativa de transportadores autônomos, conforme estabelecido
no § 4º do art. 201 do RPS, corresponde a 20% (vinte por cento) do valor bruto auferido
pelo frete, carreto, transporte, não se admitindo a dedução de qualquer valor relativo aos
dispêndios com combustível e manutenção do veículo, ainda que parcelas a este título
figurem discriminadas no documento.

§ 3º Para os fins do § 2º, não integra o valor do frete a parcela correspondente ao Vale-
Pedágio, desde que seu valor seja destacado em campo específico no documento
comprobatório do transporte, nos termos do art. 2º da Lei nº 10.209, de 23 de março de
2001.

§ 4º O percentual de 20% (vinte por cento), referido no § 2º, foi fixado pela
Portaria/MPAS nº 1.135, de 5 de abril de 2001, expedida por força do art. 267 do RPS,
em relação aos fatos geradores ocorridos desde 5 de julho de 2001, aplicando-se até 4 de
julho de 2001, o percentual de 11,71% (onze inteiros e setenta e um centésimos por
cento) para os serviços de transporte e o percentual de 12% (doze por cento) para os
serviços de operação de máquinas.

§ 5º O salário-de-contribuição para o segurado cooperado filiado a cooperativa de


trabalho é o valor recebido ou a ele creditado resultante da prestação de serviços a
terceiros, pessoas físicas ou jurídicas, por intermédio da cooperativa, observado o
disposto no § 2º.

§ 6º No caso do síndico ou do administrador eleito para exercer atividade de


administração condominial, estar isento de pagamento da taxa de condomínio, o valor
da referida taxa integra a sua remuneração para os efeitos do inciso III do caput.

§ 7º O salário-de-contribuição do produtor rural pessoa física, enquadrado como


contribuinte individual, é o valor por ele declarado em razão do exercício da atividade
rural por conta própria, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-
contribuição.

§ 8º A contribuição prevista no § 10 do art. 10 e no inciso V do caput, não assegura ao


segurado especial a percepção de 2 (duas) aposentadorias, em virtude da proibição legal
do recebimento de mais de uma aposentadoria, razão pela qual somente terá renda
mensal superior ao salário mínimo se contribuir sobre salário-de-contribuição superior a
1 (um) salário mínimo.

§ 9º Para fins do previsto no § 8º e no inciso V do caput, o recolhimento da contribuição


deve ser identificado mediante código de pagamento específico.

§ 10. O salário-de-contribuição para o contribuinte individual filiado a partir de 29 de


novembro de 1999, que exercer atividade remunerada por conta própria, será o valor
auferido no exercício da atividade, observados os limites mínimo e máximo, ainda que
para recolhimento de contribuições em atraso.

§ 11. A partir de 1º de abril de 2003, independentemente da data de filiação, o salário-


de-contribuição para o ministro de confissão religiosa ou membro de instituto de vida
consagrada, de congregação ou de ordem religiosa, desde que o valor despendido pela
entidade religiosa ou pela instituição de ensino vocacional, em face do seu mister
religioso ou para a sua subsistência, independa da natureza e da quantidade do trabalho
executado, é o valor por ele declarado, observados os limites mínimo e máximo do
salário-de-contribuição.

Seção III

Da Base de Cálculo da Contribuição do Empregador Doméstico

Art. 56. A base de cálculo da contribuição social previdenciária do empregador


doméstico é o salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço, conforme
disposto no inciso II do art. 55, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-
contribuição, previstos nos §§ 1º e 2º do art. 54.

Parágrafo único. O salário-maternidade é base de cálculo para a contribuição do


empregador, observado o disposto no art. 91.

Seção IV

Das Bases de Cálculo das Contribuições das Empresas em Geral

Art. 57. As bases de cálculo das contribuições sociais previdenciárias da empresa e do


equiparado são as seguintes:

I - o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, durante o


mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhe prestam serviços,
destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os
ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste
salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do
empregador, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou de acordo
coletivo de trabalho ou de sentença normativa;

II - o total das remunerações pagas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês,


aos segurados contribuintes individuais que lhe prestam serviços;

III - o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços em


relação a serviços que lhe são prestados por cooperados por intermédio de cooperativa
de trabalho;

IV - o valor bruto da receita da comercialização da produção rural própria, se produtor


rural pessoa jurídica ou da comercialização da produção própria, ou da produção própria
e da adquirida de terceiros, se agroindústria;

V - a receita obtida com a realização de espetáculo desportivo, no território nacional, se


associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional;

VI - a receita obtida com o licenciamento de uso de marcas e símbolos, patrocínio,


publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos desportivos, se associação
desportiva que mantém equipe de futebol profissional, inclusive aquela de que trata o
inciso II do art. 2º da Lei nº 11.345, de 2006.

§ 1º O salário-maternidade pago à segurada empregada é base de cálculo para as


contribuições sociais da empresa.

§ 2º Integra a remuneração, para fins do disposto no inciso II do caput, a bolsa de


estudos paga ou creditada ao médico-residente ou ao residente em área profissional da
saúde, participantes dos programas de que tratam, respectivamente, o art. 4º da Lei nº
6.932, de 1981, com a redação dada pela Lei nº 10.405, de 2002, e o art. 13 da Lei nº
11.129, de 2005.

§ 3º Integra a remuneração, para fins do disposto no inciso II do caput, o valor da taxa


de condomínio da qual é isento de pagamento o síndico ou o administrador eleito para
exercer atividade de administração condominial.

§ 4º Caracterizam o pagamento de remuneração ou retribuição: a moradia, a


alimentação, o vestuário e outras prestações in natura fornecidas ao segurado
empregado ou ao contribuinte individual, observado o disposto no art. 58.

§ 5º No caso de Sociedade Simples de prestação de serviços relativos ao exercício de


profissões legalmente regulamentadas, a contribuição da empresa em relação aos sócios
contribuintes individuais terá como base de cálculo:

I - a remuneração paga ou creditada aos sócios em decorrência de seu trabalho, de


acordo com a escrituração contábil da empresa, formalizada conforme disposto no
inciso IV do caput e no § 5º do art. 47;

II - os valores totais pagos ou creditados aos sócios, ainda que a título de antecipação de
lucro da pessoa jurídica, quando não houver discriminação entre a remuneração
decorrente do trabalho e a proveniente do capital social, ou tratar-se de adiantamento de
resultado ainda não apurado por meio de demonstração de resultado do exercício ou
quando a contabilidade for apresentada de forma deficiente.

§ 6º Para fins do disposto no inciso II do § 5º, o valor a ser distribuído a título de


antecipação de lucro poderá ser previamente apurado mediante a elaboração de
balancetes contábeis mensais, devendo, nessa hipótese, ser observado que, se a
demonstração de resultado final do exercício evidenciar uma apuração de lucro inferior
ao montante distribuído, a diferença será considerada remuneração aos sócios.

§ 7º Para a identificação dos ganhos habituais recebidos sob a forma de utilidades,


deverão ser observados:

I - os valores reais das utilidades recebidas;

II - os valores resultantes da aplicação dos percentuais estabelecidos em lei em função


do salário mínimo, aplicados sobre a remuneração paga caso não haja determinação dos
valores de que trata o inciso I.
§ 8º A remuneração adicional de férias, de que trata o inciso XVII do art. 7º da
Constituição Federal, integra a base de cálculo, no mês a que ela se referir, mesmo
quando paga antecipadamente na forma da legislação trabalhista.

§ 9º O valor das diárias para viagens, quando excedente a 50% (cinquenta por cento) da
remuneração mensal do empregado, integra a base de cálculo pelo seu valor total,
ressalvado o disposto no inciso XXVIII do art. 58.

§ 10. Para efeito de verificação do limite de que tratam o § 9º e o inciso VIII do art. 58,
não será computado, no cálculo da remuneração, o valor das diárias.

§ 11. O valor pago à segurada empregada gestante, conforme disposto na alínea "b" do
inciso II do art. 10 do ADCT da Constituição Federal, integra a remuneração, no mês da
rescisão do contrato de trabalho, excluídos os casos de conversão em indenização
previstos nos arts. 496 e 497 da CLT.

§ 12. Quando a admissão, a dispensa, o afastamento ou a falta do empregado, inclusive


o doméstico, ocorrer no curso do mês, a base de cálculo será proporcional ao número de
dias efetivamente trabalhados.

§ 13. Integram a base de cálculo da contribuição previdenciária do segurado e da


empresa, os honorários contratuais:

I - pagos a assistentes técnicos e peritos, nomeados pela justiça ou não, decorrentes de


sua atuação em ações judiciais; e

II - pagos a advogados, nomeados pela justiça ou não, decorrentes de sua atuação em


ações judiciais.

§ 14. Na hipótese de nomeação de advogados e peritos para atuação judicial sob o


amparo da assistência judiciária, é responsável pelo recolhimento da contribuição
patronal o órgão ao qual incumbe o pagamento da remuneração.

§ 15. Não integram a base de cálculo da contribuição previdenciária da empresa os


honorários de sucumbência pagos em razão de condenação judicial, integrando,
contudo, a base de cálculo da contribuição do advogado contribuinte individual.

§ 16. Integra a base de cálculo da contribuição previdenciária do segurado e da empresa


a parcela paga ao integrante de órgão ou conselho de deliberação colegiada a título de
retribuição pelo seu trabalho, seja pela participação em reuniões deliberativas ou pela
execução de tarefas inerentes à atividade do colegiado, tais como análise de processos,
ações na comunidade, fiscalizações em atividades subordinadas ao órgão ou ao
conselho, dentre outras, observado o disposto nos §§ 3º e 4º do art. 9º.

Seção V

Das Parcelas Não-Integrantes da Base de Cálculo

Art. 58. Não integram a base de cálculo para fins de incidência de contribuições:
I - os benefícios da Previdência Social, nos termos e limites legais, salvo o salário-
maternidade;

II - as ajudas de custo e o adicional mensal percebidos pelo aeronauta, nos termos da


Lei nº 5.929, de 30 de outubro de 1973;

III - a parcela in natura recebida de acordo com os programas de alimentação aprovados


pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), nos termos da Lei nº 6.321, de 14 de
abril de 1976;

IV - as importâncias recebidas a título de férias indenizadas e respectivo adicional


constitucional, inclusive o valor correspondente à dobra da remuneração de férias de
que trata o art. 137 da CLT;

V - as importâncias recebidas a título de:

a) indenização compensatória de 40% (quarenta por cento) do montante depositado no


FGTS, como proteção à relação de emprego contra despedida arbitrária ou sem justa
causa, conforme disposto no inciso I do art. 10 do ADCT;

b) indenização por tempo de serviço, anterior a 5 de outubro de 1988, do empregado


não-optante pelo FGTS;

c) indenização por dispensa sem justa causa de empregado nos contratos por prazo
determinado, conforme estabelecido no art. 479 da CLT;

d) indenização do tempo de serviço do safrista, quando da expiração normal do


contrato, conforme disposto no art. 14 da Lei nº 5.889, de 1973;

e) incentivo à demissão;

f) indenização por dispensa sem justa causa, no período de 30 (trinta) dias que antecede
à correção salarial a que se refere o art. 9º da Lei nº 7.238, de 28 de outubro de 1984;

g) indenizações previstas nos arts. 496 e 497 da CLT;

h) abono de férias na forma dos arts. 143 e 144 da CLT;

i) ganhos eventuais e abonos expressamente desvinculados do salário por força de lei;

j) licença-prêmio indenizada; e

k) outras indenizações, desde que expressamente previstas em lei;

VI - a parcela recebida a título de vale-transporte na forma de legislação própria;

VII - a ajuda de custo, em parcela única, recebida exclusivamente em decorrência de


mudança de local de trabalho do empregado, na forma do art. 470 da CLT;
VIII - as diárias para viagens, desde que não excedam a 50% (cinquenta por cento) da
remuneração mensal do empregado, ressalvado o disposto no inciso XXVIII;

IX - a importância recebida pelo estagiário a título de bolsa ou outra forma de


contraprestação, quando paga nos termos da Lei nº 11.788, de 2008, e a bolsa de
aprendizagem paga ao atleta não profissional em formação, nos termos da Lei nº 9.615,
de 1998, com a redação dada pela Lei nº 10.672, de 2003;

X - a participação do empregado nos lucros ou resultados da empresa, quando paga ou


creditada de acordo com lei específica;

XI - o abono do PIS ou o do Pasep;

XII - os valores correspondentes ao transporte, à alimentação e à habitação fornecidos


pela empresa ao empregado contratado para trabalhar em localidade distante de sua
residência, em canteiro de obras ou em local que, por força da atividade, exija
deslocamento e estada, observadas as normas de proteção estabelecidas pelo MTE;

XIII - a importância paga ao segurado empregado, inclusive quando em gozo de licença


remunerada, a título de complementação ao valor do auxílio-doença, desde que esse
direito seja extensivo à totalidade dos empregados da empresa;

XIV - as parcelas destinadas à assistência ao trabalhador da agroindústria canavieira de


que trata o art. 36 da Lei nº 4.870, de 1º de dezembro de 1965;

XV - o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica, relativo ao


programa de previdência complementar privada, aberta ou fechada, desde que
disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes, observados, no que couber, o
disposto nos arts. 9º e 468 da CLT;

XVI - o valor relativo à assistência prestada por serviço médico ou odontológico,


próprio da empresa ou daquele a ela conveniado, inclusive o reembolso de despesas
médico-hospitalares ou com medicamentos, óculos, aparelhos ortopédicos e outras
similares, desde que a cobertura abranja a totalidade dos empregados e dirigentes da
empresa;

XVII - o valor correspondente a vestuário, a equipamentos e a outros acessórios


fornecidos ao empregado e utilizados no local de trabalho para a prestação dos
respectivos serviços;

XVIII - o ressarcimento de despesas pelo uso de veículo do empregado, quando


comprovadas;

XIX - o valor relativo ao plano educacional que vise à educação básica, nos termos do
art. 21 da Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, e a cursos de capacitação e de
qualificação profissionais vinculados às atividades desenvolvidas pela empresa, desde
que não seja utilizado em substituição de parcela salarial e desde que todos empregados
e dirigentes tenham acesso a esse valor;

XX - os valores recebidos em decorrência da cessão de direitos autorais;


XXI - o valor da multa paga ao empregado em decorrência da mora no pagamento das
parcelas constantes do instrumento de rescisão do contrato de trabalho, conforme
disposto no § 8º do art. 477 da CLT;

XXII - o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista,


observado o limite máximo de 6 (seis) anos da criança;

XXII - o reembolso creche pago em conformidade com a legislação trabalhista,


observado o limite máximo de 6 (seis) anos de idade da criança, quando devidamente
comprovadas as despesas (Lei nº 8.212, de 1991, art. 28, § 9º, alínea " s" e Decreto nº
3.048, de 1999, art. 214, § 9º, inciso XXIII); (Redação dada pela Instrução Normativa
RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

XXIII - o reembolso babá, limitado ao menor salário-de-contribuição mensal conforme


Tabela Social publicada periodicamente pelo MPS e condicionado à comprovação do
registro na CTPS da empregada do pagamento da remuneração e do recolhimento da
contribuição social previdenciária, pago em conformidade com a legislação trabalhista,
observado o limite máximo de 6 (seis) anos da criança;

XXIV - o valor das contribuições efetivamente pago pela pessoa jurídica relativo ao
prêmio de seguro de vida em grupo, desde que previsto em acordo ou convenção
coletiva de trabalho e disponível à totalidade de seus empregados e dirigentes,
observados, no que couber, o disposto nos arts. 9º e 468 da CLT;

XXV - o valor despendido por entidade religiosa ou instituição de ensino vocacional


com ministro de confissão religiosa, membro de instituto de vida consagrada, de
congregação ou de ordem religiosa em face do seu mister religioso ou para sua
subsistência, desde que fornecido em condições que independam da natureza e da
quantidade do trabalho executado;

XXVI - as importâncias referentes à bolsa de ensino, pesquisa e extensão pagas pelas


instituições federais de ensino superior, de pesquisa científica e tecnológica e pelas
fundações de apoio, nos termos da Lei nº 8.958, de 20 de dezembro de 1994, conforme
art. 7º do Decreto nº 5.205, de 14 de setembro de 2004;

XXVII - a importância paga pela empresa a título de auxílio-funeral ou assistência à


família em razão do óbito do segurado;

XXVIII - as diárias para viagens, independentemente do valor, pagas aos servidores


públicos federais ocupantes exclusivamente de cargo em comissão; e

XXIX - o ressarcimento de valores pagos a título de auxílio-moradia aos servidores


públicos federais ocupantes exclusivamente de cargo em comissão.

Parágrafo único. As parcelas referidas neste artigo, quando pagas ou creditadas em


desacordo com a legislação pertinente, integram a base de cálculo da contribuição para
todos os fins e efeitos, sem prejuízo da aplicação das cominações legais cabíveis.

Seção VI
Das Disposições Especiais

Art. 59. A escala de salários-base, utilizada para a definição do salário-de-contribuição


do segurado filiado ao RGPS até 28 de novembro de 1999, na condição de empresário,
autônomo ou a ele equiparado ou facultativo, teve seus interstícios reduzidos,
gradativamente, a partir da competência dezembro de 1999 até a sua extinção em 1º de
abril de 2003.

Art. 60. Para o segurado filiado ao RGPS até 28 de novembro de 1999, no período de
vigência da escala transitória de salários-base, observa-se o seguinte:

I - tendo ocorrido a extinção de uma determinada classe, a classe subsequente é


considerada como classe inicial, cujo salário-base varia entre o valor correspondente ao
limite mínimo, definido no § 1º do art. 54, e o valor máximo do salário-base da nova
classe inicial;

II - a partir de dezembro de 1999, os novos prazos de permanência nas classes passaram


a ser aqueles estabelecidos na escala transitória de salários-base instituída pela Lei nº
9.876, de 1999;

III - o segurado que já tivesse cumprido, na classe em que se encontrava, o número


mínimo de meses estabelecidos na escala transitória de salários-base, poderia progredir
para a classe seguinte;

IV - o segurado contribuinte individual que exercia atividade sujeita a salário-base e,


simultaneamente, fosse segurado empregado, inclusive doméstico, ou trabalhador
avulso, poderia, ao perder o vínculo empregatício, rever seu enquadramento na escala
de salários-base, desde que não ultrapassasse a classe equivalente ou a mais próxima da
média aritmética simples dos seus 6 (seis) últimos salários-de-contribuição
correspondentes a essas atividades, atualizados monetariamente na forma do art. 401,
observando, para acesso às classes seguintes, os respectivos interstícios;

V - dentro do período de débito, é vedada a progressão ou a regressão de classe na


escala transitória de salários-base.

Art. 61. As contribuições sociais previdenciárias em atraso devidas pelo segurado


contribuinte individual, a partir de abril de 1995, serão calculadas:

I - durante a vigência da escala de salários-base, inclusive durante a sua transitoriedade,


sobre o salário-de-contribuição da classe correspondente à do último recolhimento
efetuado antes do período do débito, observado o disposto nos arts. 59 e 60;

II - na hipótese de o segurado ter exercido simultaneamente atividade de segurado


empregado, inclusive o doméstico ou trabalhador avulso, sobre o valor do salário-base
correspondente à classe do reenquadramento previsto no inciso IV, observado o
disposto no inciso I do art. 60.

Art. 62. Após a extinção da escala de salários-base, entende-se por salário-de-


contribuição, para os segurados contribuinte individual e facultativo, o disposto na
alínea "d" do inciso III e na alínea "c" do inciso IV do art. 55, respectivamente.
CAPÍTULO III

DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS PREVIDENCIÁRIAS DOS SEGURADOS,


DO EMPREGADOR DOMÉSTICO E DAS EMPRESAS

Seção I

Da Contribuição dos Segurados Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador


Avulso

Art. 63. A contribuição social previdenciária dos segurados empregado, empregado


doméstico e trabalhador avulso é calculada mediante a aplicação da alíquota de 8% (oito
por cento), 9% (nove por cento) ou 11% (onze por cento) sobre o seu salário-de-
contribuição, de acordo com a faixa salarial constante da tabela publicada
periodicamente pelo MPS e pelo MF, observado o disposto nos incisos I e III do § 2º do
art. 78.

§ 1º A partir de 28 de dezembro de 2007, a contribuição do segurado empregado


prevista no inciso XXX do art. 6º é de 8% (oito por cento) sobre o respectivo salário-de-
contribuição.

§ 2º Na hipótese a que se refere o § 12 do art. 57, a alíquota de contribuição do segurado


será definida pelo valor recebido pelos dias efetivamente trabalhados.

Subseção Única

Das Obrigações dos Segurados Empregado, Empregado Doméstico e Trabalhador


Avulso

Art. 64. O segurado empregado, inclusive o doméstico, que possuir mais de 1 (um)
vínculo, deverá comunicar a todos os seus empregadores, mensalmente, a remuneração
recebida até o limite máximo do salário-de-contribuição, envolvendo todos os vínculos,
a fim de que o empregador possa apurar corretamente o salário-de-contribuição sobre o
qual deverá incidir a contribuição social previdenciária do segurado, bem como a
alíquota a ser aplicada.

§ 1º Para o cumprimento do disposto neste artigo, o segurado deverá apresentar os


comprovantes de pagamento das remunerações como segurado empregado, inclusive o
doméstico, relativos à competência anterior à da prestação de serviços, ou declaração,
sob as penas da lei, de que é segurado empregado, inclusive o doméstico, consignando o
valor sobre o qual é descontada a contribuição naquela atividade ou que a remuneração
recebida atingiu o limite máximo do salário-de-contribuição, identificando o nome
empresarial da empresa ou empresas, com o número do CNPJ, ou o empregador
doméstico que efetuou ou efetuará o desconto sobre o valor por ele declarado.

§ 2º Quando o segurado empregado receber mensalmente remuneração igual ou


superior ao limite máximo do salário-de-contribuição, a declaração prevista no § 1º
poderá abranger várias competências dentro do exercício, devendo ser renovada, após o
período indicado na referida declaração ou ao término do exercício em curso, ou ser
cancelada, caso haja rescisão do contrato de trabalho, o que ocorrer primeiro.
§ 3º O segurado deverá manter sob sua guarda cópia da declaração referida no § 1º,
juntamente com os comprovantes de pagamento, para fins de apresentação ao INSS ou à
fiscalização da RFB, quando solicitado.

§ 4º Aplica-se, no que couber, as disposições deste artigo ao trabalhador avulso que,


concomitantemente, exercer atividade de segurado empregado.

Seção II

Da Contribuição do Segurado Contribuinte Individual

Art. 65. A contribuição social previdenciária do segurado contribuinte individual é:

I - para fatos geradores ocorridos até 31 de março de 2003, o valor correspondente à


aplicação da alíquota determinada pela legislação de regência sobre o seu salário-de-
contribuição, observados os limites mínimo e máximo previstos nos §§ 1º e 2º do art. 54
e ressalvado o disposto nos §§ 1º, 2º e 3º;

II - para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de abril de 2003, observado o limite


máximo do salário-de-contribuição e o disposto no art. 66, de:

a) 20% (vinte por cento), incidente sobre:

1. a remuneração auferida em decorrência da prestação de serviços a pessoas físicas;

2. a remuneração que lhe for paga ou creditada, no decorrer do mês, pelos serviços
prestados a entidade beneficente de assistência social isenta das contribuições sociais;

3. a retribuição do cooperado, quando prestar serviços a pessoas físicas e a entidade


beneficente em gozo de isenção da cota patronal, por intermédio da cooperativa de
trabalho;

b) 11% (onze por cento), em face da dedução prevista no § 1º, incidente sobre:

1. a remuneração que lhe for paga ou creditada, no decorrer do mês, pelos serviços
prestados a empresa;

2. a retribuição do cooperado quando prestar serviços a empresas em geral e


equiparados a empresa, por intermédio de cooperativa de trabalho;

3. a retribuição do cooperado quando prestar serviços a cooperativa de produção;

4. a remuneração que lhe for paga ou creditada, no decorrer do mês, pelos serviços
prestados a outro contribuinte individual, a produtor rural pessoa física, a missão
diplomática ou repartição consular de carreiras estrangeiras, observado o disposto no §
2º.

§ 1º O segurado contribuinte individual pode deduzir de sua contribuição mensal, 45%


(quarenta e cinco por cento) da contribuição devida pelo contratante, incidente sobre a
remuneração que este lhe tenha pago ou creditado no respectivo mês, limitada a
dedução a 9% (nove por cento) do respectivo salário-de-contribuição, desde que:

I - no período de 1º de março de 2000 a 31 de março de 2003, os serviços tenham sido


prestados a empresa ou equiparado, exceto a entidade beneficente de assistência social
isenta;

II - a partir de 1º de abril de 2003, os serviços tenham sido prestados a outro


contribuinte individual, a produtor rural pessoa física, a missão diplomática ou
repartição consular de carreiras estrangeiras;

III - a contribuição a cargo do contratante tenha sido efetivamente recolhida ou


declarada em GFIP ou no recibo previsto no inciso V do art. 47.

§ 2º O segurado contribuinte individual que não comprovar a regularidade da dedução


prevista no § 1º, na forma estabelecida no seu inciso III, sujeitar-se-á à glosa do valor
indevidamente deduzido, devendo complementar as contribuições com os devidos
acréscimos legais.

§ 3º A dedução de que trata o § 1º, que não tenha sido efetuada em época própria,
poderá ser feita por ocasião do recolhimento em atraso, incidindo acréscimos legais
sobre o saldo a recolher após a dedução.

§ 4º A contribuição do ministro de confissão religiosa ou membro de instituto de vida


consagrada, de congregação ou de ordem religiosa, na situação prevista no § 11 do art.
55, a partir de 1º de abril de 2003, corresponderá a 20% (vinte por cento) do valor por
ele declarado, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição.

§ 5º O condutor autônomo de veículo rodoviário (inclusive o taxista), o auxiliar de


condutor autônomo, bem como o cooperado filiado à cooperativa de transportadores
autônomos, estão sujeitos ao pagamento da contribuição para o Serviço Social do
Transporte (Sest) e para o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat),
conforme disposto nos §§ 8º e 9º do art. 111.

§ 5º O condutor autônomo de veículo rodoviário (inclusive o taxista), o auxiliar de


condutor autônomo e o cooperado filiado à cooperativa de transportadores autônomos
estão sujeitos ao pagamento da contribuição para o Serviço Social do Transporte (Sest)
e para o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), conforme disposto
no art. 111-I. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro
de 2010)

§ 6º O segurado contribuinte individual que trabalhe por conta própria, sem relação de
trabalho com empresa ou equiparado, a partir da competência em que fizer opção pela
exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, contribuirá
à alíquota de 11% (onze por cento) sobre o valor correspondente ao limite mínimo
mensal do salário-de-contribuição a que se refere o inciso III do § 1º do art. 54.

§ 6º O segurado contribuinte individual, ressalvado o disposto no § 11, que trabalhe por


conta própria, sem relação de trabalho com empresa ou equiparado, a partir da
competência em que fizer opção pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria
por tempo de contribuição, contribuirá à alíquota de 11% (onze por cento) sobre o valor
correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-contribuição a que se refere o
inciso III do § 1º do art. 54. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de
11 de janeiro de 2012)

§ 7º O segurado que tenha contribuído na forma do § 6º e que pretenda contar o tempo


correspondente para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição
deverá complementar a contribuição mensal mediante o recolhimento de mais 9% (nove
por cento), acrescido dos juros moratórios previstos na alínea "b" do inciso II e no
inciso III do art. 402, observado o disposto no parágrafo único do mesmo artigo.

§ 7º O segurado que tenha contribuído na forma do § 6º e que pretenda contar o tempo


correspondente para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição ou da
contagem recíproca do tempo de contribuição a que se refere o art. 94 da Lei nº 8.213,
de 1991, deverá complementar a contribuição mensal mediante o recolhimento de mais
9% (nove por cento) incidentes sobre o limite mínimo mensal do salário-de-
contribuição em vigor na competência a ser complementada, acrescido dos juros
moratórios previstos na alínea "b" do inciso II e no inciso III do art. 402, observado o
disposto no parágrafo único do mesmo artigo. (Redação dada pela Instrução Normativa
RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 8º A contribuição complementar a que se refere o § 7º será exigida a qualquer tempo,


sob pena de indeferimento do benefício.

§ 9º Considera-se formalizada a opção a que se refere o § 6º pela utilização, no ato do


recolhimento, do código de pagamento específico para a "opção: aposentadoria apenas
por idade".

§ 10. O recolhimento complementar a que se refere o § 7º deverá ser feito nos códigos
de pagamento usuais do contribuinte individual.

§ 11. O MEI de que trata o inciso XXXV do art. 9º contribuirá à Previdência Social na
forma regulamentada pelo CGSN na Resolução CGSN nº 58, de 27 de abril de 2009.

§ 11. O MEI de que trata o inciso XXXV do art. 9º contribuirá à Previdência Social na
forma regulamentada pelo Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN) na Resolução
CGSN nº 58, de 27 de abril de 2009, à alíquota de: (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

I - 11% (onze por cento) até a competência abril de 2011; e (Incluído pela Instrução
Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

II - 5% (cinco por cento) a partir da competência maio de 2011. (Incluído pela Instrução
Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 12. O MEI que tenha contribuído na forma do § 11 e pretenda contar o tempo de


contribuição correspondente para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de
contribuição ou da contagem recíproca do tempo de contribuição a que se refere o art.
94 da Lei nº 8.213, de 1991, deverá complementar a contribuição mensal mediante
recolhimento, sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-
contribuição em vigor na competência a ser complementada, da diferença entre o
percentual pago e o de 20% (vinte por cento), acrescido dos juros moratórios de que
tratam a alínea "b" do inciso II e o inciso III do art. 402, observado o disposto no
parágrafo único do mesmo artigo. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de
11 de janeiro de 2012)

Art. 66. Quando o total da remuneração mensal recebida pelo contribuinte individual
por serviços prestados a uma ou mais empresas for inferior ao limite mínimo do salário-
de-contribuição, o segurado deverá recolher diretamente a complementação da
contribuição incidente sobre a diferença entre o limite mínimo do salário-de-
contribuição e a remuneração total por ele recebida ou a ele creditada, aplicando sobre a
parcela complementar a alíquota de 20% (vinte por cento).

Subseção Única

Das Obrigações do Contribuinte Individual

Art. 67. O contribuinte individual que prestar serviços a mais de uma empresa ou,
concomitantemente, exercer atividade como segurado empregado, empregado
doméstico ou trabalhador avulso, quando o total das remunerações recebidas no mês for
superior ao limite máximo do salário-de-contribuição deverá, para efeito de controle do
limite, informar o fato à empresa em que isto ocorrer, mediante a apresentação:

I - do comprovante de pagamento ou declaração previstos no § 1º do art. 64, quando for


o caso;

II - do comprovante de pagamento previsto no inciso V do art. 47, quando for o caso.

§ 1º O contribuinte individual que no mês teve contribuição descontada sobre o limite


máximo do salário-de-contribuição, em uma ou mais empresas, deverá comprovar o fato
às demais para as quais prestar serviços, mediante apresentação de um dos documentos
previstos nos incisos I e II do caput.

§ 2º Quando a prestação de serviços ocorrer de forma regular a pelo menos uma


empresa, da qual o segurado como contribuinte individual, empregado ou trabalhador
avulso receba, mês a mês, remuneração igual ou superior ao limite máximo do salário-
de-contribuição, a declaração prevista no inciso I do caput, poderá abranger um período
dentro do exercício, desde que identificadas todas as competências a que se referir, e,
quando for o caso, daquela ou daquelas empresas que efetuarão o desconto até o limite
máximo do salário-de-contribuição, devendo a referida declaração ser renovada ao
término do período nela indicado ou ao término do exercício em curso, o que ocorrer
primeiro.

§ 3º O segurado contribuinte individual é responsável pela declaração prestada na forma


do inciso I do caput e, na hipótese de, por qualquer razão, deixar de receber a
remuneração declarada ou receber remuneração inferior à informada na declaração,
deverá recolher a contribuição incidente sobre a soma das remunerações recebidas das
outras empresas sobre as quais não houve o desconto em face da declaração por ele
prestada, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição e as
alíquotas definidas no art. 65.
§ 4º A contribuição complementar prevista no § 3º, observadas as disposições do art. 65,
será de:

I - 11% (onze por cento) sobre a diferença entre o salário-de-contribuição efetivamente


declarado em GFIP, somadas todas as fontes pagadoras no mês, e o salário-de-
contribuição sobre o qual o segurado sofreu desconto; ou

II - 20% (vinte por cento) quando a diferença de remuneração provém de serviços


prestados a outras fontes pagadoras que não contribuem com a cota patronal, por
dispensa legal ou por isenção.

§ 5º O contribuinte individual deverá manter sob sua guarda cópia das declarações que
emitir na forma prevista neste artigo juntamente com os comprovantes de pagamento,
para fins de apresentação ao INSS ou à RFB, quando solicitado.

§ 6º A empresa deverá manter arquivadas, à disposição da RFB, pelo prazo decadencial


previsto na legislação tributária, cópias dos comprovantes de pagamento ou a declaração
apresentada pelo contribuinte individual, para fins de apresentação ao INSS ou à RFB,
quando solicitado.

Art. 68. O contribuinte individual que, no mesmo mês, prestar serviços a empresa ou a
equiparado e, concomitantemente, exercer atividade por conta própria, deverá recolher a
contribuição social previdenciária incidente sobre a remuneração auferida pelo exercício
de atividade por conta própria, respeitando o limite máximo do salário-de-contribuição.

Art. 69. As disposições contidas nesta Seção são aplicáveis ao contribuinte individual
que prestar serviços à empresa optante pelo SIMPLES ou pelo Simples Nacional.

Art. 70. As disposições contidas nesta Seção aplicam-se, no que couber, ao aposentado
por qualquer regime previdenciário que retornar à atividade como segurado contribuinte
individual, ao síndico de condomínio isento do pagamento da taxa condominial e ao
ministro de confissão religiosa ou membro de instituto de vida consagrada, de
congregação ou de ordem religiosa, desde que a remuneração paga ou creditada pela
entidade religiosa ou pela instituição de ensino vocacional dependa da natureza e da
quantidade do trabalho executado, observado o disposto no inciso III do art. 55.

Seção III

Da Contribuição do Segurado Facultativo

Art. 71. A contribuição social previdenciária do segurado facultativo corresponde a


20% (vinte por cento) do salário-de-contribuição por ele declarado, observados os
limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição, previstos nos §§ 1º e 2º do art. 54.

§ 1º Será de 11% (onze por cento), sobre o valor correspondente ao limite mínimo
mensal do salário-de-contribuição a que se refere o inciso III do § 1º do art. 54, a
alíquota de contribuição do segurado facultativo que optar pela exclusão do direito ao
benefício de aposentadoria por tempo de contribuição, observado o disposto no § 9º do
art. 65.
§ 1º Em caso de opção pela exclusão do direito ao benefício de aposentadoria por tempo
de contribuição, observado o disposto no § 9º do art. 65, a alíquota de contribuição
incidente sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-
contribuição a que se refere o inciso III do § 1º do art. 54 será de: (Redação dada pela
Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

I - 5% (cinco por cento) para o segurado facultativo sem renda própria que se dedique
exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que
pertencente a família de baixa renda; e (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº
1.238, de 11 de janeiro de 2012)

II - 11% (onze por cento), para os demais segurados facultativos. (Incluído pela
Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 2º Caso o segurado tenha contribuído na forma do § 1º e pretenda contar o tempo


correspondente para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de contribuição
deverá complementar a contribuição mensal mediante o recolhimento de mais 9% (nove
por cento), acrescido dos juros moratórios previstos na alínea "b" do inciso II e no
inciso III do art. 402, observado o disposto no § 7º do art. 65.

§ 2º O segurado que tenha contribuído na forma do § 1º e pretenda contar o tempo de


contribuição correspondente para fins de obtenção da aposentadoria por tempo de
contribuição ou da contagem recíproca do tempo de contribuição a que se refere o art.
94 da Lei nº 8.213, de 1991, deverá complementar a contribuição mensal mediante
recolhimento, sobre o valor correspondente ao limite mínimo mensal do salário-de-
contribuição em vigor na competência a ser complementada, da diferença entre o
percentual pago e o de 20% (vinte por cento), acrescido dos juros moratórios previstos
na alínea "b" do inciso II e no inciso III do art. 402, observado o disposto no § 7º do art.
65. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 3º Considera-se de baixa renda, para os fins do disposto no inciso I do § 1º, a família


inscrita no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico)
cuja renda mensal seja de até 2 (dois) salários mínimos. (Incluído pela Instrução
Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

Seção IV

Das Contribuições da Empresa

Art. 72. As contribuições sociais previdenciárias a cargo da empresa ou do equiparado,


observadas as disposições específicas desta Instrução Normativa, são:

I - 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a
qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que
lhes prestam serviços, observado o disposto no inciso I do art. 57;

II - para o financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência de


incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, incidentes sobre o
total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, durante o mês,
aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhes prestam serviços, observado
o disposto no inciso I do art. 57, correspondente à aplicação dos seguintes percentuais:

a) 1% (um por cento), para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de


acidentes do trabalho seja considerado leve;

b) 2% (dois por cento), para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de


acidentes do trabalho seja considerado médio;

c) 3% (três por cento), para as empresas em cuja atividade preponderante o risco de


acidentes do trabalho seja considerado grave;

III - 20% (vinte por cento) sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, a
qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes individuais que lhes
prestam serviços, para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de março de 2000;

IV - 15% (quinze por cento) sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de
prestação de serviços, relativamente aos serviços que lhes são prestados por cooperados
por intermédio de cooperativas de trabalho, para fatos geradores ocorridos a partir de 1º
de março de 2000.

§ 1º A contribuição prevista no inciso II do caput será definida da seguinte forma:

I - o enquadramento nos correspondentes graus de risco é de responsabilidade da


empresa, devendo ser feito mensalmente, de acordo com a sua atividade econômica
preponderante, conforme a Relação de Atividades Preponderantes e Correspondentes
Graus de Risco, elaborada com base na CNAE, prevista no Anexo V do RPS, que se
encontra reproduzida nas tabelas 1 e 2 do Anexo I desta Instrução Normativa,
obedecendo as seguintes disposições:

a) a empresa com 1 (um) estabelecimento e uma única atividade econômica, enquadrar-


se-á na respectiva atividade;

b) a empresa com estabelecimento único e mais de uma atividade econômica, simulará o


enquadramento em cada atividade e prevalecerá, como preponderante, aquela que tenha
o maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos;

c) a empresa com mais de 1 (um) estabelecimento e diversas atividades econômicas


deverá somar o número de segurados alocados na mesma atividade em todos os
estabelecimentos, prevalecendo como preponderante a atividade que ocupe o maior
número de segurados empregados e trabalhadores avulsos, considerados todos os
estabelecimentos;

d) os órgãos da Administração Pública Direta, tais como Prefeituras, Câmaras,


Assembleias Legislativas, Secretarias e Tribunais, identificados com inscrição no CNPJ,
enquadrar-se-ão na respectiva atividade, observado o disposto no § 9º; e

e) a empresa de trabalho temporário enquadrar-se-á na atividade com a descrição "7820-


5/00 Locação de Mão-de-Obra Temporária" constante da relação mencionada no caput
deste inciso;
II - considera-se preponderante a atividade econômica que ocupa, na empresa, o maior
número de segurados empregados e trabalhadores avulsos, observado que:

a) apurado na empresa ou no órgão do poder público, o mesmo número de segurados


empregados e trabalhadores avulsos em atividades econômicas distintas, considerar-se-á
como preponderante aquela que corresponder ao maior grau de risco;

b) não serão considerados os segurados empregados que prestam serviços em


atividades-meio, para a apuração do grau de risco, assim entendidas aquelas que
auxiliam ou complementam indistintamente as diversas atividades econômicas da
empresa, tais como serviços de administração geral, recepção, faturamento, cobrança,
contabilidade, vigilância, dentre outros;

III - a obra de construção civil edificada por empresa, cujo objeto social não se constitua
na construção ou prestação de serviços na construção civil, está sujeita tanto à matrícula
no CEI, como ao enquadramento próprio na CNAE e no correspondente grau de risco,
não sendo considerados os segurados da obra na apuração da atividade econômica
preponderante da empresa, aplicando-se, em relação a esses, a alíquota correspondente
ao grau de risco da obra, independentemente daquela a ser utilizada em função da
atividade econômica preponderante da empresa, apurada em relação aos demais
segurados;

IV - verificado erro no autoenquadramento, a RFB adotará as medidas necessárias à sua


correção, orientando o responsável pela empresa em caso de recolhimento indevido e
procedendo ao lançamento do crédito relativo aos valores porventura devidos.

§ 1º A contribuição prevista no inciso II do caput será calculada com base no grau de


risco da atividade, observadas as seguintes regras: (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - cabe à pessoa jurídica classificar a atividade por ela desenvolvida e atribuir-lhe o


grau de risco correspondente, com base no Anexo I, desta Instrução Normativa, sem
prejuízo da atuação, de ofício, da autoridade administrativa; (Redação dada pela
Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - o enquadramento nos correspondentes graus de risco é de responsabilidade da


empresa, e deve ser feito mensalmente, de acordo com a sua atividade econômica
preponderante, conforme a Relação de Atividades Preponderantes e Correspondentes
Graus de Risco, elaborada com base na CNAE, prevista no Anexo V do RPS, que foi
reproduzida no Anexo I desta Instrução Normativa, obedecendo às seguintes
disposições: (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro
de 2010)

a) a empresa com 1 (um) estabelecimento e uma única atividade econômica, enquadrar-


se-á na respectiva atividade; (Incluída pela Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3 de
novembro de 2010)

b) a empresa com estabelecimento único e mais de uma atividade econômica, simulará o


enquadramento em cada atividade e prevalecerá, como preponderante, aquela que tem o
maior número de segurados empregados e trabalhadores avulsos; (Incluída pela
Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

c) a empresa com mais de 1 (um) estabelecimento e diversas atividades econômicas


deverá somar o número de segurados alocados na mesma atividade em todos os
estabelecimentos, prevalecendo como preponderante a atividade que ocupa o maior
número de segurados empregados e trabalhadores avulsos, considerados todos os
estabelecimentos; (IIncluída pela Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro
de 2010)

c) a empresa com mais de 1 (um) estabelecimento e com mais de 1 (uma) atividade


econômica deverá somar o número de segurados alocados na mesma atividade em toda
a empresa e considerar preponderante aquela atividade que ocupar o maior número de
segurados empregados e trabalhadores avulsos, aplicando o correspondente grau de
risco a todos os estabelecimentos da empresa, exceto às obras de construção civil, para
as quais será observado o inciso III deste parágrafo. (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

d) os órgãos da Administração Pública Direta, tais como Prefeituras, Câmaras,


Assembleias Legislativas, Secretarias e Tribunais, identificados com inscrição no CNPJ,
enquadrar-se-ão na respectiva atividade, observado o disposto no § 9º; e (Incluída pela
Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

e) a empresa de trabalho temporário enquadrar-se-á na atividade com a descrição "7820-


5/00 Locação de Mão de Obra Temporária" constante da relação mencionada no caput
deste inciso; (Incluída pela Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro de
2010)

II - na hipótese de a pessoa jurídica desenvolver mais de uma atividade, prevalecerá,


para fins de classificação, a atividade preponderante, assim considerada a que representa
o objeto social da empresa, ou a unidade de produto, para a qual convergem as demais
em regime de conexão funcional (CLT, art. 581, § 2º);(Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

II - considera-se preponderante a atividade econômica que ocupa, na empresa, o maior


número de segurados empregados e trabalhadores avulsos, observado que: (Redação
dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

a) apurado na empresa ou no órgão do poder público, o mesmo número de segurados


empregados e trabalhadores avulsos em atividades econômicas distintas, considerar-se-á
como preponderante aquela que corresponder ao maior grau de risco; (Incluída pela
Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

b) não serão considerados os segurados empregados que prestam serviços em


atividades-meio, para a apuração do grau de risco, assim entendidas aquelas que
auxiliam ou complementam indistintamente as diversas atividades econômicas da
empresa, tais como serviços de administração geral, recepção, faturamento, cobrança,
contabilidade, vigilância, dentre outros; (Incluída pela Instrução Normativa RFB nº
1.080, de 3 de novembro de 2010)
III - se nenhuma das atividades desenvolvidas pela pessoa jurídica se caracterizar como
preponderante, classificar-se-á cada uma delas de acordo com o código CNAE, na
forma do inciso I; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de
setembro de 2010)

III - a obra de construção civil edificada por empresa cujo objeto social não seja
construção ou prestação de serviços na área de construção civil será enquadrada no
código CNAE e grau de risco próprios da construção civil, e não da atividade
econômica desenvolvida pela empresa; os trabalhadores alocados na obra não serão
considerados para os fins do inciso I; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº
1.080, de 3 de novembro de 2010)

IV - o grau de risco apurado na forma dos incisos I a III será aplicado a todos os
estabelecimentos da pessoa jurídica, exceto à obra de construção civil, para a qual será
considerado o grau de risco da atividade; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB
nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

IV - verificado erro no autoenquadramento, a RFB adotará as medidas necessárias à sua


correção e, se for o caso, constituirá o crédito tributário decorrente. (Redação dada pela
Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

V - a atividade desenvolvida pela empresa de trabalho temporário é classificada como


locação de mão de obra temporária (CNAE 7820-5/00); (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010) (Revogado pela Instrução
Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

VI - na hipótese de reclassificação de que resulte maior grau de risco, a autoridade


administrativa constituirá o crédito tributário correspondente; (Redação dada pela
Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010) (Revogado pela
Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

VII - em caso de discordância, o sujeito passivo poderá, em 30 (trinta) dias, impugnar o


ato de reclassificação da atividade ou o lançamento dele decorrente, observado, quanto a
este, o rito estabelecido pelo Decreto nº 70.235, de 6 de março de 1972. (Redação dada
pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010) (Revogado pela
Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

§ 2º Exercendo o segurado atividade em condições especiais que possam ensejar


aposentadoria especial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos de
trabalho sob exposição a agentes nocivos prejudiciais à sua saúde e integridade física, é
devida pela empresa ou equiparado a contribuição adicional destinada ao financiamento
das aposentadorias especiais, conforme disposto no § 6º do art. 57 da Lei nº 8.213, de
1991, e nos §§ 1º e 2º do art. 1º e no art. 6º da Lei nº 10.666, de 2003, observado o
disposto no § 2º do art. 293, sendo os percentuais aplicados:

I - sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao segurado empregado e trabalhador


avulso, conforme o tempo exigido para a aposentadoria especial seja de 15 (quinze), 20
(vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, respectivamente:
a) 4% (quatro por cento), 3% (três por cento) e 2% (dois por cento), para fatos geradores
ocorridos no período de 1º de abril de 1999 a 31 de agosto de 1999;

b) 8% (oito por cento), 6% (seis por cento) e 4% (quatro por cento), para fatos geradores
ocorridos no período de 1º de setembro de 1999 a 29 de fevereiro de 2000;

c) 12% (doze por cento), 9% (nove por cento) e 6% (seis por cento), para fatos
geradores ocorridos a partir de 1º de março de 2000;

II - sobre a remuneração paga ou creditada ao contribuinte individual filiado à


cooperativa de produção, 12% (doze por cento), 9% (nove por cento) e 6% (seis por
cento), para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de abril de 2003, conforme o tempo
exigido para a aposentadoria especial seja de 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e
cinco) anos, respectivamente;

III - sobre o valor bruto da nota fiscal ou da fatura de prestação de serviços, emitida por
cooperativa de trabalho em relação aos serviços prestados por cooperados a ela filiados,
9% (nove por cento), 7% (sete por cento) e 5% (cinco por cento), para fatos geradores
ocorridos a partir de 1º de abril de 2003, observado o disposto no art. 222, conforme o
tempo exigido para a aposentadoria especial seja de 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte
e cinco) anos, respectivamente.

§ 3º A empresa contratante de serviços mediante cessão de mão-de-obra, inclusive em


regime de trabalho temporário, quando submeter os trabalhadores cedidos a condições
especiais de trabalho, conforme disposto no art. 292, deverá efetuar a retenção prevista
no art. 112, acrescida, quando for o caso, dos percentuais previstos no art. 145,
relativamente ao valor dos serviços prestados pelos segurados empregados cuja
atividade permita a concessão de aposentadoria especial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou
25 (vinte e cinco) anos de contribuição, respectivamente.

§ 4º A contribuição adicional de que trata o § 2º também é devida em relação ao


trabalhador aposentado de qualquer regime que retornar à atividade abrangida pelo
RGPS e que enseje a aposentadoria especial.

§ 5º Tratando-se de bancos comerciais, bancos de investimentos, bancos de


desenvolvimento, caixas econômicas, sociedades de crédito, de financiamento ou de
investimento, sociedades de crédito imobiliário, sociedades corretoras, distribuidoras de
títulos ou de valores mobiliários, inclusive bolsa de mercadorias e de valores, empresas
de arrendamento mercantil, empresas de seguros privados ou de capitalização, agentes
autônomos de seguros privados ou de crédito e entidades de previdência privada abertas
ou fechadas, além das contribuições previstas nos incisos I a IV do caput, é devida a
contribuição adicional de 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) incidente sobre
a base de cálculo definida nos incisos I e II do caput do art. 57.

§ 6º As contribuições da pessoa jurídica que tenha como fim a atividade de produção


rural, incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização da produção rural,
para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de agosto de 1994, bem como as da
agroindústria, incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização da
produção, para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de novembro de 2001, conforme
definido nos arts. 171 e 173, em substituição às previstas nos incisos I e II do caput são
as relacionadas no Anexo III.

§ 7º A associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional tem as


contribuições previstas nos incisos I e II do caput substituídas pelas contribuições
incidentes sobre a receita, conforme disposto no art. 249.

§ 8º A contribuição das cooperativas de trabalho, no período de 1º de maio de 1996 a 29


de fevereiro de 2000, é de 15% (quinze por cento) do total das importâncias pagas,
distribuídas ou creditadas a seus cooperados, a título de remuneração ou retribuição
pelos serviços que prestam a pessoas jurídicas por intermédio delas.

§ 9º Na hipótese de um órgão da Administração Pública Direta com inscrição própria no


CNPJ ter a ele vinculados órgãos sem inscrição no CNPJ, aplicar-se-á o disposto na
alínea "c" do inciso I do § 1º.

§ 10. A informação de que trata o § 13 do art. 202 do RPS será prestada em


conformidade com o disposto no Manual da GFIP.

§ 11. As sociedades cooperativas de crédito estavam obrigadas a recolher a contribuição


adicional estabelecida no § 5º até 24 de setembro de 2007.

§ 12. A partir de 1º de janeiro de 2008, as sociedades cooperativas de crédito devem


contribuir para o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) com
alíquota de 2,5% (dois inteiros e cinco décimos por cento) incidente apenas sobre o
montante da remuneração paga, devida ou creditada a seus empregados, na forma do
inciso I do art. 10 da Medida Provisória nº 2.168-40, de 24 de agosto de 2001, a que se
refere o art. 10 da Lei nº 11.524, de 24 de setembro de 2007.

§ 13. As contribuições devidas pela agroindústria, incidentes sobre a receita bruta da


comercialização da produção, não substituem as devidas a terceiros, incidentes sobre a
folha de salários, salvo a destinada ao Serviço Nacional de Aprendizagem Rural
(Senar). (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Seção V

Da Contribuição do Empregador Doméstico

Art. 73. A contribuição social previdenciária do empregador doméstico é de 12% (doze


por cento) do salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço.

Seção VI

Da Contribuição do Produtor Rural

Art. 74. As contribuições sociais devidas pelos produtores rurais, pessoa física e pessoa
jurídica, à Previdência Social e as contribuições devidas a outras entidades ou fundos,
encontram-se disciplinadas no Capítulo I do Título III.

Seção VII
Da Responsabilidade pelo Recolhimento das Contribuições Sociais Previdenciárias

Art. 75. O segurado facultativo é responsável pelo recolhimento de sua contribuição.

Art. 76. O segurado contribuinte individual é responsável pelo recolhimento da


contribuição social previdenciária incidente sobre a remuneração auferida por serviços
prestados por conta própria a pessoas físicas, a outro contribuinte individual equiparado
a empresa, a produtor rural pessoa física, à missão diplomática ou à repartição consular
de carreiras estrangeiras.

Parágrafo único. O disposto neste artigo se aplica ao brasileiro civil que trabalha no
exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, bem
como ao consultor técnico contratado por organismo internacional para atuar em acordo
de cooperação internacional com a Administração Pública Federal, nos termos do
Decreto nº 5.151, de 22 de julho de 2004, ambos enquadrados na categoria de
contribuinte individual.

Art. 77. O empregador doméstico é responsável pela arrecadação, mediante desconto no


pagamento da remuneração, da contribuição social previdenciária do segurado
empregado doméstico a seu serviço, e pelo recolhimento da contribuição descontada
juntamente com a contribuição a seu cargo.

Parágrafo único. Quando o empregado doméstico exercer, concomitantemente, mais de


uma atividade abrangida pelo RGPS, aplicar-se-ão as disposições previstas nos arts. 64,
67 e no § 2º do art. 78, no que couber.

Art. 78. A empresa é responsável:

I - pelo recolhimento das contribuições previstas no art. 72;

II - pela arrecadação, mediante desconto na remuneração paga, devida ou creditada, e


pelo recolhimento da contribuição dos segurados empregado e trabalhador avulso a seu
serviço, observado o disposto nos §§ 2º e 4º;

III - pela arrecadação, mediante desconto no respectivo salário-de-contribuição, e pelo


recolhimento da contribuição do segurado contribuinte individual que lhe presta
serviços, prevista nos itens "2" e "3" da alínea "a" e nos itens "1" a "3" da alínea "b" do
inciso II do art. 65, para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de abril de 2003;

IV - pela arrecadação, mediante desconto no respectivo salário-de-contribuição e pelo


recolhimento da contribuição ao Sest e ao Senat, devida pelo segurado contribuinte
individual transportador autônomo de veículo rodoviário (inclusive o taxista) que lhe
presta serviços, prevista no § 5º do art. 65;

V - pela arrecadação, mediante desconto, e pelo recolhimento da contribuição do


produtor rural pessoa física e do segurado especial incidente sobre a comercialização da
produção, quando adquirir ou comercializar o produto rural recebido em consignação,
independentemente dessas operações terem sido realizadas diretamente com o produtor
ou com o intermediário pessoa física, observado o disposto no art. 184;
VI - pela retenção de 11% (onze por cento) sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura
ou do recibo de prestação de serviços executados mediante cessão de mão-de-obra ou
empreitada, inclusive em regime de trabalho temporário, e pelo recolhimento do valor
retido em nome da empresa contratada, conforme disposto nos arts. 112 a 150;

VII - pela arrecadação, mediante desconto, e pelo recolhimento da contribuição


incidente sobre a receita bruta decorrente de qualquer forma de patrocínio, de
licenciamento de uso de marcas e símbolos, de publicidade, de propaganda e
transmissão de espetáculos desportivos, devida pela associação desportiva que mantém
equipe de futebol profissional, conforme disposto no inciso III do art. 251, observado,
quando for o caso, o disposto no art. 252;

VIII - pela arrecadação, mediante desconto, e pelo recolhimento da contribuição


incidente sobre a receita bruta da realização de evento desportivo, devida pela
associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional, quando se tratar de
entidade promotora de espetáculo desportivo, conforme disposto no inciso I do art. 251,
observado, quando for o caso, o disposto no art. 252.

§ 1º O disposto no inciso III do caput não se aplica quando houver contratação de


contribuinte individual por outro contribuinte individual equiparado à empresa, ou por
produtor rural pessoa física ou por missão diplomática e repartição consular de carreiras
estrangeiras, bem como quando houver contratação de brasileiro civil que trabalha para
a União no exterior, em organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro
efetivo.

§ 1º O disposto no inciso III do caput não se aplica: (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

I - quando houver contratação de contribuinte individual por outro contribuinte


individual equiparado à empresa, ou por produtor rural pessoa física ou por missão
diplomática e repartição consular de carreira estrangeira, bem como, quando houver
contratação de brasileiro civil que trabalhe para a União no exterior, em organismo
oficial internacional do qual o Brasil seja membro efetivo; e (Incluído dada pela
Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

II - quando houver contratação de serviços executados por intermédio do


Microempreendedor Individual (MEI) que for contratado na forma do art. 18-B da Lei
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006. (Incluído dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

§ 2º A apuração da contribuição descontada do segurado empregado, trabalhador avulso


ou contribuinte individual que presta serviços remunerados a mais de uma empresa será
efetuada da seguinte forma:

I - tratando-se apenas de serviços prestados como segurado empregado, empregado


doméstico e trabalhador avulso:

a) quando a remuneração global for igual ou inferior ao limite máximo do salário-de-


contribuição, a contribuição incidirá sobre o total da remuneração recebida em cada
fonte pagadora, sendo a alíquota determinada de acordo com a faixa salarial
correspondente ao somatório de todas as remunerações recebidas no mês;

b) quando a remuneração global for superior ao limite máximo do salário-de-


contribuição, o segurado poderá eleger qual a fonte pagadora que primeiro efetuará o
desconto, cabendo às que se sucederem efetuar o desconto sobre a parcela do salário-de-
contribuição complementar até o limite máximo do salário-de-contribuição, observada a
alíquota determinada de acordo com a faixa salarial correspondente à soma de todas as
remunerações recebidas no mês;

II - tratando-se de serviços prestados exclusivamente na condição de contribuinte


individual:

a) caso a soma das remunerações recebidas não ultrapasse o limite máximo do salário-
de-contribuição, cada empresa aplicará, isoladamente, a alíquota de contribuição
definida nas alíneas "a" ou "b" do inciso II do art. 65, conforme o caso;

b) se ultrapassado o limite máximo do salário-de-contribuição, a empresa, onde esse


fato ocorrer, efetuará o desconto da contribuição prevista nas alíneas "a" ou "b" do
inciso II do art. 65, conforme o caso, sobre o valor correspondente à diferença entre o
limite e o total das remunerações sobre as quais já foram efetuados os descontos;

III - tratando-se de atividades concomitantes nas condições de segurado contribuinte


individual e segurado empregado, empregado doméstico, ou trabalhador avulso:

a) à soma das remunerações como segurado empregado, empregado doméstico e


trabalhador avulso, aplica-se o disposto no inciso I deste parágrafo;

b) às demais remunerações decorrentes da atividade de contribuinte individual, aplicam-


se os procedimentos definidos no inciso II deste parágrafo, até o valor correspondente à
diferença entre o limite máximo do salário-de-contribuição e o valor obtido na alínea
"a" deste inciso, observado o disposto no § 5º.

§ 3º A empresa deverá manter arquivadas, pelo prazo decadencial previsto na legislação


tributária, cópias dos comprovantes de pagamento ou a declaração apresentada pelos
segurados, para fins de apresentação ao INSS ou à RFB quando solicitado.

§ 4º Em razão do disposto no § 2º, cada fonte pagadora de segurado empregado,


trabalhador avulso, contribuinte individual e empregado doméstico, quando for o caso,
deverá informar na GFIP a existência de múltiplos vínculos ou múltiplas fontes
pagadoras, adotando os procedimentos previstos no Manual da GFIP.

§ 5º Na hipótese de o segurado exercer atividades na forma prevista no inciso III do §


2º, e ser efetuado primeiro o desconto da contribuição como segurado contribuinte
individual, para fins de observância do limite máximo do salário-de-contribuição, o fato
deverá ser comunicado à empresa em que estiver prestando serviços como segurado
empregado ou trabalhador avulso, ou ao empregador doméstico, no caso de segurado
empregado doméstico, mediante a apresentação de um dos documentos referidos nos
incisos I e II do art. 67.
§ 6º Na hipótese do inciso III do § 2º, a remuneração recebida pelo segurado na
atividade de contribuinte individual não será somada a remuneração recebida como
segurado empregado, empregado doméstico ou trabalhador avulso, para fins de
enquadramento na tabela de faixas salariais a que se refere o art. 63, sendo porém
somada para fins de observância do limite máximo do salário-de-contribuição.

§ 7º A responsabilidade pelo recolhimento da contribuição do produtor rural pessoa


física ou do produtor rural pessoa jurídica, na comercialização de produtos
agropecuários com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), destinados ao
Programa de Aquisição de Alimentos, instituído pelo art. 19 da Lei nº 10.696, de 2 de
julho de 2003, é da própria adquirente e será efetuado à conta do referido Programa.

Art. 79. O desconto da contribuição social previdenciária e a retenção prevista nos arts.
112 e 145, por parte do responsável pelo recolhimento, sempre se presumirão feitos,
oportuna e regularmente, não lhe sendo lícito alegar qualquer omissão para se eximir da
obrigação, permanecendo responsável pelo recolhimento das importâncias que deixar de
descontar ou de reter.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput às contribuições destinadas às outras


entidades ou fundos, quando o tomador de serviços for o responsável pela retenção e o
recolhimento daquelas contribuições.

Subseção Única

Dos Prazos de Vencimento

Art. 80. As contribuições de que tratam os incisos I a VII do art. 78 deverão ser
recolhidas pela empresa:

I - para as competências anteriores a janeiro de 2007, até o dia 2 (dois) do mês seguinte
ao da ocorrência do seu fato gerador; e

II - para as competências de janeiro de 2007 a setembro de 2008, até o dia 10 (dez) do


mês seguinte ao da ocorrência do seu fato gerador;

III - a partir da competência outubro de 2008, até o dia 20 (vinte) do mês subsequente
ao da competência.

II - para as competências de janeiro de 2007 a outubro de 2008, até o dia 10 (dez) do


mês seguinte ao da ocorrência do seu fato gerador; (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)
III - a partir da competência novembro de 2008, até o dia 20 (vinte) do mês subsequente
ao da competência. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de
abril de 2010)

Parágrafo único. Quando não houver expediente bancário na data definida para o
pagamento:

I - os prazos definidos nos incisos I e II do caput serão prorrogados para o dia útil
subsequente;
II - o prazo definido no inciso III do caput será antecipado para o dia útil imediatamente
anterior.

Art. 81. A contribuição de que trata o inciso VIII do art. 78 deverá ser recolhida pela
empresa até o 2º (segundo) dia útil ao da realização do evento, prorrogando-se o
vencimento para o dia útil subsequente quando não houver expediente bancário no 2º
(segundo) dia.

Art. 82. As contribuições sociais previdenciárias do segurado empregado doméstico e a


contribuição do empregador doméstico, previstas nos arts. 63 e 73, respectivamente,
deverão ser recolhidas pelo empregador doméstico até o dia 15 (quinze) do mês
seguinte ao da ocorrência do seu fato gerador, prorrogando-se o vencimento para o dia
útil subsequente quando não houver expediente bancário no dia 15 (quinze).

Parágrafo único. As contribuições previstas no caput relativas à competência novembro


poderão ser recolhidas, até o dia 20 de dezembro, juntamente com as contribuições
incidentes sobre o décimo terceiro salário, utilizando-se um único documento de
arrecadação, identificado com a "competência onze" e o ano a que se referir.

Art. 83. O vencimento do prazo para pagamento das contribuições previstas no item "1"
da alínea "a" do inciso I e no item "4" da alínea "b" do inciso II do caput, e no § 4º,
todos do art. 65, as do art. 66 e as previstas no § 8º do art. 111, estas quando recolhidas
pelo contribuinte individual, dar-se-á no dia 15 (quinze) do mês subsequente ao da
ocorrência do seu fato gerador, prorrogando-se o vencimento para o dia útil subsequente
quando não houver expediente bancário no dia 15 (quinze).

Art. 83. O vencimento do prazo para pagamento das contribuições previstas no item "1"
da alínea "a" do inciso I e no item "4" da alínea "b" do inciso II do caput, e no § 4º,
todos do art. 65, no art. 66 e no art. 111-I, estas quando recolhidas pelo contribuinte
individual, dar-se-á no dia 15 (quinze) do mês subsequente ao da ocorrência do seu fato
gerador, prorrogando-se o vencimento para o dia útil subsequente quando não houver
expediente bancário no dia 15 (quinze). (Redação dada pela Instrução Normativa RFB
nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Parágrafo único. À cooperativa de trabalho, relativamente ao cooperado a ela filiado,


conforme disposto no inciso III do art. 216, aplica-se:

I - o prazo previsto no caput para as competências de abril de 2003 a setembro de 2008;


e

II - o prazo previsto no inciso III do caput, observado o disposto no inciso II do


parágrafo único, todos do art. 80, para as competências a partir de outubro de 2008.

CAPÍTULO IV

DO SALÁRIO-FAMÍLIA E DO SALÁRIO-MATERNIDADE

Seção I

Do Salário-Família
Art. 84. As cotas do salário-família, de que tratam os arts. 65 e 66 da Lei nº 8.213, de
1991, serão pagas ao(à) segurado(a) junto com o salário mensal ou com o último
pagamento relativo ao mês, quando esse não for mensal:

I - pela empresa, ao(a) segurado(a) empregado(a) em atividade, juntamente com sua


remuneração, inclusive as correspondentes aos meses da licença-maternidade e a
parcela correspondente aos primeiros 15 (quinze) dias do afastamento do trabalho por
motivo de doença;

II - pelo sindicato, mediante convênio, ao trabalhador avulso não-portuário;

III - pelo OGMO ou pelo sindicato, mediante convênio, ao trabalhador avulso portuário;

IV - pelo INSS, ao segurado empregado e trabalhador avulso em gozo de aposentadoria


por invalidez ou auxílio-doença, inclusive no mês da cessação do benefício.

§ 1º O ressarcimento do valor pago a título de salário-família se dará por meio de


reembolso.

§ 2º A empresa e o sindicato deverão conservar em seu poder, à disposição da RFB,


pelo prazo decadencial previsto na legislação tributária, toda a documentação relativa ao
pagamento do salário-família.

§ 3º Não integram a remuneração, para fins de percepção de salário-família:

I - o décimo terceiro salário;

II - o adicional de 1/3 (um terço) de férias, previsto no inciso XVII do art. 7º da


Constituição Federal.

§ 4º A cota de salário-família é devida proporcionalmente aos dias trabalhados quando


da admissão e da demissão do segurado empregado no decurso do mês.

§ 5º A cota de salário-família será paga integralmente:

I - no mês do nascimento, da adoção ou da designação de tutela, se apresentada a


documentação necessária para o seu recebimento no decurso do mês;

II - no mês em que o segurado apresentar a documentação necessária, quando


extemporânea;

III - no mês em que o filho ou o equiparado completar 14 (quatorze) anos;

IV - no mês em que ocorrer o óbito do filho ou do equiparado;

V - no mês em que ocorrer a cessação da invalidez do filho ou do equiparado;

VI - no mês de afastamento do segurado, para fins de gozo do benefício por


incapacidade;
VII - no mês de cessação do benefício por incapacidade caso em que a cota de salário-
família será paga pelo INSS; e

VIII - ao trabalhador avulso, independente do número de dias trabalhados no mês.

Seção II

Do Salário-Maternidade

Subseção I

Das Contribuições Incidentes sobre o Salário-Maternidade

Art. 85. Sobre o salário-maternidade, de que tratam os arts. 71 a 73 da Lei nº 8.213, de


1991, incidem as contribuições sociais previdenciárias de que tratam os arts. 63, 65, 71,
os incisos I e II do art. 72 e o art. 73, bem como as contribuições destinadas a outras
entidades ou fundos conforme disposto no art. 109.

Subseção II

Da Responsabilidade pelo Pagamento do Benefício e pela Arrecadação da


Contribuição da Segurada

Art. 86. O salário-maternidade pago pela empresa ou pelo equiparado à segurada


empregada, inclusive a parcela do décimo terceiro salário correspondente ao período da
licença, poderá ser deduzido quando do pagamento das contribuições sociais
previdenciárias devidas, exceto das contribuições destinadas a outras entidades ou
fundos.

§ 1º Para fins da dedução da parcela de décimo terceiro salário, de que trata o caput,
proceder-se-á da seguinte forma:

I - a remuneração correspondente ao décimo terceiro salário deverá ser dividida por 30


(trinta);

II - o resultado da operação descrita no inciso I deverá ser dividido pelo número de


meses considerados no cálculo da remuneração do décimo terceiro;

III - a parcela referente ao décimo terceiro salário proporcional ao período de licença-


maternidade corresponde ao produto da multiplicação do resultado da operação descrita
no inciso II pelo número de dias de gozo de licença-maternidade no ano.

§ 2º Para efeito de dedução, o valor pago a título de salário-maternidade não poderá ser
superior ao subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal,
conforme dispõe o art. 248 da Constituição Federal.

§ 3º Em relação ao período de 29 de novembro de 1999 a 31 de agosto de 2003, devem


ser observados os seguintes procedimentos:
I - as contribuições sociais relativas ao salário-maternidade de responsabilidade da
empresa deviam ser recolhidas juntamente com as demais contribuições devidas por
esta no prazo previsto no art. 80, caso não tenham sido recolhidas, deverá ser feito o
recolhimento em atraso;

II - a responsabilidade pela arrecadação e pelo recolhimento da contribuição da


segurada empregada, era da empresa, relativamente aos dias trabalhados no início e no
término da licença-maternidade, mediante a aplicação da alíquota correspondente à
remuneração mensal integral da segurada, respeitado o limite máximo do salário-de-
contribuição;

III - quando a remuneração paga pela empresa, proporcional aos dias trabalhados no
mês de início da licença, e o salário-de-benefício, proporcional aos dias de licença-
maternidade no mês do fim da licença, correspondiam ao limite máximo do salário-de-
contribuição, a responsabilidade pelo desconto, previsto no inciso II, era da empresa em
relação aos dias trabalhados no início da licença e do INSS em relação aos dias de
licença no final.

Art. 87. A contribuição da segurada empregada relativa ao salário maternidade pago em


razão de adoção ou guarda judicial para fins de adoção, será arrecadada pelo INSS,
mediante desconto no pagamento do benefício, observado o limite máximo do salário-
de-contribuição e, no que couber, o disposto no § 2º do art. 86 para os períodos
trabalhados no mês de início e fim da licença-maternidade.

Art. 88. A contribuição da segurada contribuinte individual, referente aos meses do


início e do término da licença-maternidade, deverá ser por ela recolhida, observado que:

I - a contribuição será calculada sobre o seu salário-de-contribuição integral, não sendo


descontada qualquer parcela a este título pelo INSS;

II - o salário-de-contribuição integral corresponde à soma da remuneração auferida pela


segurada no exercício de atividade por conta própria ou pelos serviços prestados a
empresas, correspondente aos dias trabalhados, com a parcela recebida a título de
salário-maternidade, correspondente aos dias de licença, observados os limites mínimo e
máximo do salário-de-contribuição e as alíquotas previstas no art. 65;

III - a contribuição referente à remuneração por serviços prestados a empresas será


descontada pelas empresas contratantes dos serviços.

Art. 89. A contribuição da segurada facultativa, referente aos meses do início e do


término da licença-maternidade, deverá ser por ela recolhida, calculada sobre o seu
salário-de-contribuição integral, correspondente ao último salário-de-contribuição sobre
o qual foi recolhida contribuição à Previdência Social, não sendo descontada qualquer
parcela a este título pelo INSS.

Art. 90. O recolhimento da contribuição social previdenciária da trabalhadora avulsa,


incidente sobre o salário-maternidade, segue as regras dispostas nos incisos II e III do §
3º do art. 86.
Art. 91. Durante o período de licença-maternidade da segurada empregada doméstica, o
empregador doméstico está obrigado a recolher apenas a contribuição a seu cargo,
prevista no art. 73.

Parágrafo único. A contribuição da segurada empregada doméstica referente aos meses


do início e do término da licença-maternidade, proporcional aos dias efetivamente
trabalhados, deverá ser descontada pelo empregador doméstico e a contribuição
proporcional aos dias de licença será arrecadada pelo INSS mediante desconto no
pagamento do benefício, observado o limite máximo do salário-de-contribuição.

Art. 92. A apuração e a forma de recolhimento da contribuição social previdenciária a


cargo das seguradas trabalhadora avulsa, empregada doméstica, contribuinte individual,
segurada especial e facultativa, relativa à parcela do décimo terceiro salário
proporcional aos meses de salário-maternidade, segue a regra estabelecida no art. 95.

Art. 93. A empresa deverá manter arquivados, à disposição da RFB, pelo prazo
decadencial previsto na legislação tributária, os comprovantes de pagamento do salário-
maternidade, com a respectiva quitação dada pela segurada à empresa, e os
correspondentes atestados médicos ou certidões de nascimento, à disposição da
fiscalização da RFB.

CAPÍTULO V

DO DÉCIMO TERCEIRO SALÁRIO

Seção I

Das Contribuições Incidentes sobre o Décimo Terceiro Salário

Art. 94. O décimo terceiro salário integra a base de cálculo, sendo devidas as
contribuições sociais quando do pagamento ou crédito da última parcela ou na rescisão
de contrato de trabalho.

§ 1º Sobre o valor total do décimo terceiro salário pago, devido ou creditado ao


segurado empregado, inclusive ao doméstico e ao trabalhador avulso, incidem as
contribuições de que trata o art. 63, os incisos I e II do art. 72 e o art. 73, observado o
disposto no inciso I do § 2º e no § 4º do art. 78.

§ 2º As contribuições incidem sobre o valor bruto da gratificação, sem a compensação


dos adiantamentos pagos.

Art. 95. A contribuição social previdenciária dos segurados empregado, empregado


doméstico e trabalhador avulso, incidente sobre o décimo terceiro salário, é calculada
em separado da remuneração do mês, conforme disposto no § 2º do art. 7º da Lei nº
8.620, de 5 de janeiro de 1993, mediante a aplicação da alíquota de 8% (oito por cento),
9% (nove por cento) ou 11% (onze por cento), de acordo com a faixa salarial constante
da tabela publicada periodicamente pelo MPS, observados os limites mínimo e máximo
do salário-de-contribuição e o disposto no art. 63 e no inciso I do § 2º e no § 4º do art.
78.
Parágrafo único. A contribuição social previdenciária da segurada relativa à parcela do
décimo terceiro proporcional aos meses de salário-maternidade, ainda que esse tenha
sido pago pelo INSS, no período referido no § 3º do art. 86, é descontada pela empresa
ou pelo empregador doméstico quando do pagamento da 2ª (segunda) parcela do décimo
terceiro salário, ou na rescisão de contrato de trabalho, incidindo sobre o valor total do
décimo terceiro salário recebido.

Seção II

Dos Prazos de Vencimento

Art. 96. O vencimento do prazo de pagamento das contribuições sociais incidentes


sobre o décimo terceiro salário, exceto no caso de rescisão, dar-se-á no dia 20 de
dezembro, antecipando-se o prazo para o dia útil imediatamente anterior se não houver
expediente bancário naquele dia.

Parágrafo único. Caso haja pagamento de remuneração variável em dezembro, o


pagamento das contribuições referentes ao ajuste do valor do décimo terceiro salário
deve ocorrer no documento de arrecadação da competência dezembro, considerando-se
para apuração da alíquota da contribuição do segurado o valor total do décimo terceiro
salário.

Art. 97. Na rescisão de contrato de trabalho, inclusive naquela ocorrida no mês de


dezembro, em que haja pagamento de parcela de décimo terceiro salário, as
contribuições devidas devem ser recolhidas até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da
rescisão, observado o disposto no inciso II do parágrafo único do art. 80.

Art. 98. As contribuições sociais incidentes sobre a parcela do décimo terceiro salário,
proporcional aos meses de salário-maternidade, inclusive nos casos em que o benefício
seja pago diretamente pelo INSS à segurada, devem ser recolhidas pela empresa ou
empregador doméstico, juntamente com as contribuições relativas ao décimo terceiro
salário do ano em que o benefício foi pago, observado o disposto nos arts. 96 e 97,
conforme o caso.

Seção III

Das Disposições Especiais

Art. 99. Para o recolhimento das contribuições sociais incidentes sobre o décimo
terceiro salário, deverão ser informados, no documento de arrecadação, a competência
13 (treze) e o ano a que se referir, exceto no caso de décimo terceiro salário pago em
rescisão de contrato de trabalho, cuja competência será a do mês da rescisão.

CAPÍTULO VI

DA RECLAMATÓRIA E do DISSÍDIO TRABALHISTA

Seção I

Da Reclamatória Trabalhista
Art. 100. Decorrem créditos previdenciários das decisões proferidas pelos Juízes e
Tribunais do Trabalho que:

I - condenem o empregador ou tomador de serviços ao pagamento de remunerações


devidas ao trabalhador, por direito decorrente dos serviços prestados ou de disposição
especial de lei;

II - reconheçam a existência de vínculo empregatício entre as partes, declarando a


prestação de serviços de natureza não eventual, pelo empregado ao empregador, sob a
dependência deste e mediante remuneração devida, ainda que já paga à época, no todo
ou em parte, e determinando o respectivo registro em CTPS;

III - homologuem acordo celebrado entre as partes antes do julgamento da reclamatória


trabalhista, pelo qual fique convencionado o pagamento de parcelas com incidência de
contribuições sociais para quitação dos pedidos que a originaram, ou o reconhecimento
de vínculo empregatício em período determinado, com anotação do mesmo em CTPS;

IV - reconheçam a existência de remunerações pagas no curso da relação de trabalho,


ainda que não determinem o registro em CTPS ou o lançamento em folha de
pagamento.

Seção II

Dos Procedimentos e dos Órgãos Competentes

Art. 101. Compete à Justiça do Trabalho, nos termos do § 8º do art. 114 da Constituição
Federal, promover de ofício a execução dos créditos das contribuições previdenciárias
devidas em decorrência de decisões condenatórias ou homologatórias por ela proferidas,
devendo a fiscalização apurar e lançar o débito verificado em ação fiscal, relativo às:

I - contribuições destinadas a outras entidades ou fundos, conforme disposto no art. 3º


da Lei nº 11.457, de 2007, exceto aquelas executadas pelo Juiz do Trabalho;

II - contribuições incidentes sobre remunerações pagas durante o período trabalhado,


com ou sem vínculo empregatício, quando, por qualquer motivo, não houver sido
executada a cobrança pela Justiça do Trabalho.

Parágrafo único. O disposto no caput não implica dispensa do cumprimento, pelo


sujeito passivo, das obrigações acessórias previstas na legislação previdenciária.

Seção III

Da Verificação dos Fatos Geradores e da Apuração dos Créditos

Art. 102. Serão adotadas como bases de cálculo:

I - quanto às remunerações objeto da condenação, os valores das parcelas


remuneratórias consignados nos cálculos homologados de liquidação de sentença;

II - quanto às remunerações objeto de acordo:


a) os valores das parcelas discriminadas como remuneratórias em acordo homologado
ou, inexistindo estes;

b) o valor total consignado nos cálculos ou estabelecido no acordo;

III - quanto ao vínculo empregatício reconhecido, obedecida a seguinte ordem:

a) os valores mensais de remuneração do segurado empregado, quando conhecidos;

b) os valores mensais de remuneração pagos contemporaneamente a outro empregado


de categoria ou função equivalente ou semelhante;

c) o valor do piso salarial, legal ou normativo da respectiva categoria profissional,


vigente à época;

d) quando inexistente qualquer outro critério, o valor do salário mínimo vigente à época.

§ 1º Serão somados, para fins de composição da base de cálculo, os valores indicados


nos incisos I e III ou II e III do caput, quando referentes às mesmas competências.

§ 2º A base de cálculo das contribuições sociais a cargo do reclamado não está sujeita a
qualquer limitação, e para a sua apuração deverão ser excluídas apenas as parcelas que
não integram a remuneração.

§ 3º As contribuições sociais a cargo do segurado empregado serão apuradas da


seguinte forma:

I - as remunerações objeto da reclamatória trabalhista serão somadas ao salário-de-


contribuição recebido à época, em cada competência;

II - com base no total obtido, fixar-se-á a alíquota e calcular-se-á a contribuição


incidente, respeitado o limite máximo do salário-de-contribuição vigente em cada
competência abrangida;

III - a contribuição a cargo do segurado já retida anteriormente será deduzida do valor


apurado na forma do inciso II, observado o disposto no § 5º.

§ 4º Na competência em que ficar comprovado o desconto da contribuição a cargo do


segurado empregado, sobre o limite máximo do salário-de-contribuição, deste não será
descontada qualquer contribuição adicional incidente sobre a parcela mensal da
sentença ou acordo.

§ 5º Cabe ao reclamado comprovar o recolhimento da contribuição anteriormente


descontada do segurado reclamante, sob pena de comunicação à Delegacia ou Inspetoria
da Receita Federal do Brasil, para apuração e constituição do crédito, nas formas
previstas no Capítulo I do Título VII, e Representação Fiscal para Fins Penais.

§ 6º Quando a reclamatória trabalhista findar em acordo conciliatório ou em sentença,


pelo qual não se reconheça qualquer vínculo empregatício entre as partes, o seu valor
será considerado base de cálculo para a incidência das contribuições:
I - devidas pela empresa ou equiparado sobre as remunerações pagas ou creditadas a
contribuinte individual que lhe prestou serviços;

II - devidas pelo contribuinte individual prestador de serviços.

§ 7º Na hipótese de não-reconhecimento de vínculo, deverá a empresa ou os


equiparados à empresa, exceto os referidos no § 1º do art. 78, no pagamento das verbas
definidas em acordo ou em sentença, reter a contribuição devida pelo segurado
contribuinte individual prestador do serviço e recolhê-la juntamente com a contribuição
a seu cargo, conforme disposto no art. 4º da Lei nº 10.666, de 2003.

§ 8º Não havendo a retenção da contribuição na forma do § 7º, o reclamado contratante


de serviços é responsável pelo pagamento da referida contribuição, conforme disposto
no art. 79.

Art. 103. Serão adotadas as competências dos meses em que foram prestados os
serviços pelos quais a remuneração é devida, ou dos abrangidos pelo reconhecimento do
vínculo empregatício, quando consignados nos cálculos de liquidação ou nos termos do
acordo.

§ 1º Quando, nos cálculos de liquidação de sentença ou nos termos do acordo, a base de


cálculo das contribuições sociais não estiver relacionada, mês a mês, ao período
específico da prestação de serviços geradora daquela remuneração, as parcelas
remuneratórias serão rateadas, dividindo-se seu valor pelo número de meses do período
indicado na sentença ou no acordo, ou, na falta desta indicação, do período indicado
pelo reclamante na inicial, respeitados os termos inicial e final do vínculo empregatício
anotado em CTPS ou judicialmente reconhecido na reclamatória trabalhista.

§ 2º Se o rateio mencionado no § 1º envolver competências anteriores a janeiro de 1995,


para a obtenção do valor originário relativo a cada competência, o valor da fração obtida
com o rateio deve ser dividido por 0,9108 (nove mil cento e oito décimos de milésimos)
- valor da Unidade Fiscal de Referência (Ufir), vigente em 1º de janeiro de 1997, a ser
utilizado nos termos do art. 29 da Lei nº 10.522, de 19 de julho de 2002, dividindo-se
em seguida o resultado dessa operação pelo Coeficiente em Ufir expresso na Tabela
Prática Aplicada em Contribuições Previdenciárias elaborada pela RFB para aquela
competência.

§ 3º Na hipótese de não reconhecimento de vínculo, e quando não fizer parte da


sentença condenatória ou do acordo homologado a indicação do período em que foram
prestados os serviços aos quais se refere o valor pactuado, será adotada a competência
referente, respectivamente, à data da sentença ou da homologação do acordo, ou à data
do pagamento, se este anteceder aquelas.

Art. 104. Serão adotadas as alíquotas, limites máximos de salário-de-contribuição,


critérios de atualização monetária, taxas de juros de mora e valores de multas vigentes à
época das competências apuradas na forma do art. 103.

Art. 105. Os fatos geradores de contribuições sociais decorrentes de reclamatória


trabalhista deverão ser informados em GFIP, conforme orientações do Manual da GFIP,
e as correspondentes contribuições sociais deverão ser recolhidas em documento de
arrecadação identificado com código de pagamento específico para esse fim.

§ 1º O recolhimento das contribuições sociais devidas deve ser efetuado no mesmo


prazo em que devam ser pagos os créditos encontrados em liquidação de sentença ou em
acordo homologado, sendo que nesse último caso o recolhimento será feito em tantas
parcelas quantas as previstas no acordo, nas mesmas datas em que sejam exigíveis e
proporcionalmente a cada uma delas.

§ 2º Caso a sentença condenatória ou o acordo homologado seja silente quanto ao prazo


em que devam ser pagos os créditos neles previstos, o recolhimento das contribuições
sociais devidas deverá ser efetuado até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da liquidação
da sentença ou da homologação do acordo ou de cada parcela prevista no acordo, ou no
dia útil imediatamente anterior, caso não haja expediente bancário no dia 20 (vinte).

§ 3º Se o valor total das contribuições apuradas em reclamatória trabalhista for inferior


ao mínimo estabelecido pela RFB para recolhimento em documento de arrecadação da
Previdência Social, este deverá ser recolhido juntamente com as demais contribuições
devidas pelo sujeito passivo no mês de competência, ou no mês em que o valor mínimo
para recolhimento for alcançado, caso não tenha outros fatos geradores no mês de
competência, sem prejuízo da conclusão do processo.

§ 4º No caso de reconhecimento judicial da prestação de serviços em condições que


permitam a aposentadoria especial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco)
anos de contribuição, será devida a contribuição adicional de que trata o § 6º do art. 57
da Lei nº 8.213, de 1991.

§ 5º Na hipótese de acordo celebrado após ter sido proferida decisão de mérito, a


contribuição será calculada com base no valor do acordo.

Art. 106. As contribuições sociais previdenciárias incidentes sobre a base de cálculo


prevista no § 13 do art. 57 devem ser diretamente recolhidas pelo sujeito passivo, uma
vez que não integram a cobrança de ofício realizada pela justiça trabalhista.

Seção IV

Da Comissão de Conciliação Prévia

Art. 107. Comissão de Conciliação Prévia é aquela instituída na forma da Lei nº 9.958,
de 12 de janeiro de 2000, no âmbito da empresa ou do sindicato representativo da
categoria, podendo ser constituída por grupos de empresas ou ter caráter intersindical,
com o objetivo de promover a conciliação preventiva do ajuizamento de demandas de
natureza trabalhista.

§ 1º Caso haja conciliação resultante da mediação pela Comissão de Conciliação Prévia,


deverão ser recolhidas as contribuições incidentes sobre as remunerações cujo
pagamento seja estipulado, bem como sobre os períodos de prestação de serviços em
relação aos quais se reconheça o vínculo empregatício, observado o seguinte:
I - as contribuições serão apuradas pelos mesmos critérios previstos para os acordos
celebrados entre as partes em reclamatórias trabalhistas, bem como os fatos geradores
que lhes deram causa deverão ser declarados em GFIP, conforme a Seção III deste
Capítulo;

II - o recolhimento será efetuado utilizando-se código de pagamento específico.

§ 2º Não sendo recolhidas espontaneamente as contribuições devidas, a RFB apurará e


constituirá o crédito nas formas previstas no Capítulo I do Título VII.

Seção V

Da Convenção, do Acordo e do Dissídio Coletivos

Art. 108. Sobre os valores pagos em razão de acordos, convenções e dissídios coletivos
de trabalho, de que tratam os arts. 611 e 616 da CLT, quando implicarem reajuste
salarial, incide a contribuição previdenciária e contribuições devidas a outras entidades
ou fundos.

§ 1º Ficando estabelecido o pagamento de parcelas retroativas ao mês da data-base da


respectiva categoria profissional, os fatos geradores das contribuições deverão:

I - ser informados na GFIP da competência da celebração da convenção, do acordo ou


do trânsito em julgado da sentença que decidir o dissídio, em código de recolhimento
específico, observadas as orientações do Manual da GFIP;

II - constar em folha de pagamento distinta, elaborada nos termos do inciso III do art.
47, na qual fique identificado o valor da diferença de remuneração de cada mês.

§ 2º As contribuições decorrentes dos fatos geradores referidos no § 1º deverão ser


recolhidas até o dia 20 (vinte) do mês seguinte ao da competência da celebração da
convenção, do acordo ou do trânsito em julgado da sentença que decidir o dissídio, ou
no dia útil imediatamente anterior, caso não haja expediente bancário no dia 20 (vinte).

§ 3º O recolhimento de que trata o § 2º será efetuado utilizando-se código de pagamento


específico.

§ 4º Observado o prazo a que se refere o § 2º, não incidirão juros ou multas moratórias
sobre os valores das contribuições calculadas na forma desta Seção.

§ 5º A contribuição do segurado será calculada mês a mês, considerando-se os valores


originalmente pagos em cada competência, observada a alíquota e o limite máximo do
salário-de-contribuição.

§ 6º Não sendo recolhidas espontaneamente as contribuições devidas, a RFB apurará e


constituirá o crédito nas formas previstas no Capítulo I do Título VII.

CAPÍTULO VII

DAS OUTRAS ENTIDADES OU FUNDOS


Seção I

Das Contribuições Devidas a Outras Entidades ou Fundos

Art. 109. As contribuições destinadas a outras entidades ou fundos incidem sobre a


mesma base de cálculo utilizada para o cálculo das contribuições destinadas à
Previdência Social, sendo devidas:

I - pela empresa ou equiparado em relação a segurados empregados e trabalhadores


avulsos que lhe prestam serviços;

II - pelo transportador autônomo de veículo rodoviário, em relação à parcela do frete


que corresponde à sua remuneração, observado o disposto no § 9º do art. 111;

III - pelo segurado especial, pelo produtor rural, pessoa física e jurídica, em relação à
comercialização da sua produção rural e pela agroindústria em relação à
comercialização da sua produção.

§ 1º As entidades ou fundos para os quais o sujeito passivo deverá contribuir são


definidas em função de sua atividade econômica, e as respectivas alíquotas são
identificadas mediante o enquadramento desta na Tabela de Alíquotas de acordo com
código denominado Fundo de Previdência e Assistência Social (FPAS), conforme
Anexo II.

§ 2º O enquadramento na Tabela de Alíquotas por Códigos FPAS, é efetuado pelo


sujeito passivo de acordo com cada atividade econômica por ele exercida, ainda que
desenvolva mais de uma atividade no mesmo estabelecimento, observado o disposto nos
§§ 1º e 2º do art. 581 da CLT.

§ 3º O estabelecimento mantido por empresa industrial para venda direta ou exposição


de seus produtos será enquadrado no FPAS referente à atividade industrial, ainda que
localizado em endereço distinto do parque industrial, salvo se nesse estabelecimento
seja comercializado produto de outras empresas.

Art. 110. As contribuições destinadas ao Salário-Educação (SE), Serviço Social da


Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Social
do Comércio (Sesc), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra), não incidem sobre a remuneração paga, devida
ou creditada ao brasileiro contratado no Brasil ou transferido por empresa prestadora de
serviços de engenharia, para prestar serviços no exterior, inclusive nas atividades de
consultoria, projetos e obras, montagem, gerenciamento e congêneres, conforme
disposto no art. 11 da Lei nº 7.064, de 6 de dezembro de 1982.

Parágrafo único. Para fins de não-incidência prevista no caput, o sujeito passivo deverá
prestar suas informações na GFIP com a identificação do código FPAS 590, conforme
Tabela de Códigos FPAS, prevista no Anexo II, e preencher o campo "Código de Outras
Entidades (Terceiros)" da GFIP com a sequência "0000".
Art. 110. As contribuições destinadas ao Salário-Educação (SE), Serviço Social da
Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Serviço Social
do Comércio (Sesc), Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac), Serviço
Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra), não incidem sobre a remuneração paga, devida
ou creditada ao brasileiro contratado no Brasil ou transferido por seus empregadores
para prestar serviços no exterior, conforme disposto no art. 11 da Lei nº 7.064, de 6 de
dezembro de 1982. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de
abril de 2010)

Parágrafo único. Para fins de não-incidência prevista no caput, o sujeito passivo deverá
prestar suas informações na GFIP com a identificação do código FPAS 590, conforme
Tabela de Códigos FPAS, prevista no Anexo I, e preencher o campo "Código de Outras
Entidades (Terceiros)" da GFIP com a sequência "0000".(Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

Seção II

Da Arrecadação para Outras Entidades ou Fundos

Art. 111. Compete à RFB, nos termos do art. 3º da Lei nº 11.457, de 2007, arrecadar e
fiscalizar as contribuições devidas a outras entidades ou fundos, conforme alíquotas
discriminadas na Tabela de Alíquotas por Códigos FPAS, prevista no Anexo II.

§ 1º O recolhimento dessas contribuições deve ser efetuado juntamente com as


contribuições devidas pelo sujeito passivo à Previdência Social, observado o disposto
nos §§ 2º, 8º e 9º.

§ 2º As contribuições devidas a outras entidades ou fundos podem ser recolhidas


diretamente à respectiva entidade ou fundo, mediante celebração de convênio, desde
que haja previsão legal.

§ 3º Caso seja feito enquadramento incorreto na Tabela de Códigos FPAS, prevista no


Anexo I, a RFB, por meio de sua fiscalização, fará a revisão do enquadramento efetuado
pelo sujeito passivo, observadas as atividades por ele exercidas.

§ 4º O sujeito passivo será cientificado do reenquadramento de que trata o § 3º, havendo


ou não lançamento de débito sob o novo código correspondente à entidade e ao fundo
para o qual deve contribuir, para, caso queira, no prazo de 30 (trinta) dias, apresentar
defesa contra o reenquadramento ou o lançamento, conforme o caso.

§ 5º Na hipótese de enquadramento incorreto, será emitida Representação


Administrativa com o objetivo de comunicar a ocorrência às entidades ou fundos que,
de acordo com as atividades econômicas desenvolvidas pelo sujeito passivo são as
destinatárias das contribuições, bem como àquelas que deixarão de receber a
contribuição em razão do novo enquadramento.

§ 6º Estão isentas do recolhimento da contribuição social do salário-educação, por força


do disposto no § 1º do art. 1º da Lei nº 9.766, de 18 de dezembro de 1998:
I - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, bem como suas respectivas
autarquias e fundações;

II - as instituições públicas de ensino de qualquer grau;

III - as escolas comunitárias, confessionais ou filantrópicas, registradas e reconhecidas


pelo competente órgão de educação, e que atendam ao disposto no inciso II do art. 55 da
Lei nº 8.212, de 1991;

IV - as organizações de fins culturais que, para este fim, vierem a ser definidas na
regulamentação daquela Lei;

V - as organizações hospitalares e de assistência social, desde que atendam,


cumulativamente, aos requisitos estabelecidos nos incisos I a V do art. 55 da Lei nº
8.212, de 1991.

§ 7º As pessoas jurídicas de direito privado constituídas sob a forma de Serviço Social


Autônomo, não se sujeitam ao recolhimento de contribuições para outras entidades ou
fundos, exceto as destinadas para o Incra e para o SE, obedecido o respectivo
enquadramento no código FPAS 523 do Anexo I, no qual, para este fim, enquadram-se
na CNAE 9411-1/00.

§ 8º O condutor autônomo de veículo rodoviário (inclusive o taxista), o auxiliar de


condutor autônomo, bem como o cooperado filiado a cooperativa de transportadores
autônomos, estão sujeitos ao pagamento da contribuição para o Sest e para o Senat,
conforme disposto no art. 7º da Lei nº 8.706, de 14 de setembro de 1993, que será
calculada mediante a aplicação da alíquota prevista na tabela constante do Anexo II
sobre a base de cálculo definida no § 2º do art. 55 desta Instrução Normativa.

§ 9º A contribuição referida no § 8º, para cujo cálculo não se observará o limite máximo
do salário-de-contribuição, deverá ser:

I - recolhida pelo próprio contribuinte individual diretamente ao Sest/Senat, quando se


tratar de serviços prestados a pessoas físicas, ainda que equiparadas à empresa;

II - descontada e recolhida pelo contratante de serviços, quando se tratar de serviços


prestados a pessoas jurídicas;

III - descontada e recolhida pela cooperativa, quando se tratar de cooperado filiado a


cooperativa de transportadores autônomos.

§ 10. Não incide contribuição para a Diretoria de Portos e Costas do Ministério da


Marinha (DPC) sobre a remuneração paga por Empresa Brasileira de Navegação aos
tripulantes de embarcação inscrita no Registro Especial Brasileiro (REB), conforme
estabelece a Lei nº 9.432, de 8 de janeiro de 1997, regulamentada pelo Decreto nº 2.256,
de 17 de junho de 1997.

§ 11. A Empresa Brasileira de Navegação utilizará o código FPAS 523 para os


trabalhadores citados no § 10 e o código FPAS 540 para os demais, observadas as
orientações do Manual da GFIP.
§ 12. Quando possuírem produção própria e se lhes aplicar a substituição a que se refere
o art. 22-A da Lei nº 8.212, de 1991, as agroindústrias, a partir de 1º de novembro de
2001, serão enquadradas na Tabela de Alíquotas por Códigos FPAS, em relação a todos
os estabelecimentos:

I - no código FPAS 825 em relação às atividades relacionadas no art. 2º do Decreto-Lei


nº 1.146, de 31 de dezembro de 1970;

II - no código FPAS 833 (setor industrial) e FPAS 604 (setor rural) as atividades não
relacionadas no Decreto-Lei nº 1.146, de 1970.

§ 13. As indústrias relacionadas no Decreto-Lei nº 1.146, de 1970, não abrangidas pela


substituição por não industrializarem produção rural própria, permanecem enquadradas
no código FPAS 531.

CAPÍTULO VII
DA CONTRIBUIÇÃO DESTINADA A TERCEIROS

Seção I
Das Entidades e Fundos (Terceiros)

(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 109. Compete à Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB), nos termos do art.
3º da Lei nº 11.457, de 16 de março de 2007, as atividades relativas a tributação,
fiscalização, arrecadação e cobrança da contribuição devida por lei a terceiros,
ressalvado o disposto no § 1º do art. 111. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB
nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

§ 1º Consideram-se terceiros, para os fins deste artigo:

I - as entidades privadas de serviço social e de formação profissional a que se refere o


art. 240 da Constituição Federal de 1988, criadas por lei federal e vinculadas ao sistema
sindical;

II - o Fundo Aeroviário, instituído pelo Decreto-Lei nº 270, de 28 de fevereiro de 1967;

III - o Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo, instituído pelo


Decreto-Lei nº 828, de 5 de setembro de 1969;

IV - o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), criado pelo


Decreto-Lei nº 1.110, de 9 de julho de 1970; V - o Fundo Nacional de Desenvolvimento
da Educação (FNDE), gestor da contribuição social do salário-educação, instituída pela
Lei nº 9.424, de 24 de dezembro de 1996.

§ 2º A contribuição de que trata este artigo sujeita-se aos mesmos prazos, condições,
sanções e privilégios das contribuições sociais destinadas ao financiamento da
seguridade social, inclusive no que diz respeito à cobrança judicial.
§ 3º O disposto no caput aplica-se, exclusivamente, à contribuição cuja base de cálculo
seja a mesma das que incidem sobre a remuneração paga, devida ou creditada a
segurados do RGPS ou instituídas sobre outras bases a título de substituição.

§ 4º A retribuição pelos serviços referidos no caput será de 3,5% (três inteiros e cinco
décimos por cento) do montante arrecadado, salvo percentual diverso estabelecido em
lei específica, e será creditada ao Fundo Especial de Desenvolvimento e
Aperfeiçoamento das Atividades de Fiscalização (FUNDAF), instituído pelo Decreto-
Lei nº 1.437, de 17 de dezembro de 1975.

§ 5º A contribuição de que trata este artigo é calculada sobre o total da remuneração


paga, devida ou creditada a empregados e trabalhadores avulsos, e é devida:

I - pela empresa ou equiparada, de acordo com o código FPAS da atividade, atribuído


na forma deste Capítulo;

II - pelo transportador autônomo de veículo rodoviário, na forma do art. 111-I; e

III - pelo segurado especial, pelo produtor rural pessoa física e jurídica, em relação à
comercialização da sua produção rural, e pela agroindústria, em relação à
comercialização da sua produção, de acordo com as alíquotas constantes do Anexo IV.

Seção II
Da Não-Incidência da Contribuição

(Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 109-A. Não estão sujeitos à contribuição de que trata o art. 109: (Redação dada
pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - órgãos e entidades do Poder Público, inclusive agências reguladoras de atividade


econômica;

II - organismos internacionais, missões diplomáticas, repartições consulares e entidades


congêneres;

III - Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil e Seccionais da OAB;

IV - Conselhos de profissões regulamentadas;

V - instituições públicas de ensino de qualquer grau;

VI - serventias notariais e de registro, exceto quanto à contribuição social do salário-


educação;

VII - as entidades a que se refere o inciso I, do art. 109, constituídas sob a forma de
serviço social autônomo, exceto quanto à contribuição social do salário-educação e à
contribuição adicional devida ao Incra.
VII - as entidades a que se refere o inciso I do § 1º do art. 109, constituídas sob a forma
de serviço social autônomo, exceto quanto à contribuição social do salário-educação e à
contribuição devida ao Incra. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de
11 de janeiro de 2012)

VIII - entidades beneficentes de assistência social certificadas na forma da Lei nº


12.101, de 27 de novembro de 2009, e que cumpram os requisitos legais.

§ 1º Sobre a remuneração paga por empresa brasileira de navegação a tripulantes de


embarcação inscrita no Registro Especial Brasileiro (REB), não incide a contribuição
destinada ao Fundo de Desenvolvimento do Ensino Profissional Marítimo, conforme §
8º do art. 11da Lei nº 9.432, de 8 de janeiro de 1997.

§ 2º Na hipótese do § 1º a empresa de navegação apresentará GFIP específica para os


trabalhadores (tripulantes) da embarcação inscrita no REB, na qual informará código
FPAS 523 e o código de terceiros 0003 e, para as demais embarcações, apresentará
GFIP com código FPAS 540 e o código de terceiros 0131.

§ 3º A contribuição de que trata o art. 109 não incide sobre a remuneração paga, devida
ou creditada ao brasileiro contratado no Brasil para prestar serviços no exterior, ou para
lá transferido, nos termos do art. 11 da Lei nº 7.064, de 6 de dezembro de 1982.

§ 4º A não incidência de que trata o § 3º terá vigência apenas no período em que o


trabalhador permanecer no exterior a serviço da empresa que o contratou no Brasil,
durante o qual a empresa contratante apresentará GFIP específica para o trabalhador, na
qual informará código FPAS 590 e o código de terceiros 0000."

Seção III
Da Classificação da Atividade para fins de Atribuição do Código FPAS

(Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 109-B.Cabe à pessoa jurídica, para fins de recolhimento da contribuição devida a


terceiros, classificar a atividade por ela desenvolvida e atribuir-lhe o código FPAS
correspondente, sem prejuízo da atuação, de ofício, da autoridade administrativa.

§ 1º Na hipótese de reclassificação de ofício, a autoridade administrativa constituirá o


crédito tributário, se existente a respectiva obrigação, e comunicará ao sujeito passivo e
às entidades e fundos interessados as alterações realizadas.

§ 2º Em caso de discordância, o sujeito passivo poderá, em 30 (trinta) dias, impugnar o


ato de reclassificação da atividade ou o lançamento dele decorrente, observado, quanto a
este, o rito estabelecido pelo Decreto nº 70.235, de 1972."

Art. 109-C. A classificação de que trata o art. 109-B terá por base a principal atividade
desenvolvida pela empresa, assim considerada a que constitui seu objeto social,
conforme declarado nos atos constitutivos e no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica -
CNPJ, observadas as regras abaixo, na ordem em que apresentadas:
I - a classificação será feita de acordo com o Quadro de Atividades e Profissões a que se
refere o art. 577 do Decreto-Lei nº 5.452, de 1943 (CLT), ressalvado o disposto nos arts.
109-D e 109-E e as atividades em relação às quais a lei estabeleça forma diversa de
contribuição;

II - a atividade declarada como principal no CNPJ deverá corresponder à classificação


feita na forma do inciso I, prevalecendo esta em caso de divergência;

III - na hipótese de a pessoa jurídica desenvolver mais de uma atividade, prevalecerá,


para fins de classificação, a atividade preponderante, assim considerada a que representa
o objeto social da empresa, ou a unidade de produto, para a qual convergem as demais
em regime de conexão funcional (CLT, art. 581, § 2º);

IV - se nenhuma das atividades desenvolvidas pela pessoa jurídica se caracterizar como


preponderante, classificar-se-á cada uma delas de acordo com o inciso I.

IV - se nenhuma das atividades desenvolvidas pela pessoa jurídica se caracterizar como


preponderante, aplica-se o disposto na alínea "c" do inciso I, observado o disposto na
alínea " b" do inciso II, ambos do § 1º do art. 72. (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

IV - se nenhuma das atividades desenvolvidas pela pessoa jurídica se caracterizar como


preponderante, aplica-se a cada atividade o respectivo código FPAS, na forma do inciso
I. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 1º Considera-se regime de conexão funcional, para fins de definição da atividade


preponderante, a finalidade comum em função da qual duas ou mais atividades se
interagem, sem descaracterizar sua natureza individual, a fim de realizar o objeto social
da pessoa jurídica.

§ 2º Classificada a atividade na forma deste artigo, ser-lhe-ão atribuídos o código FPAS


e as alíquotas de contribuição correspondentes, de acordo com as seguintes tabelas
(Quadros 1 a 6), considerado o grupo econômico como indicativo das diversas
atividades em que se decompõe:"

§ 3º As empresas, inclusive as constituídas na forma de cooperativa, que desenvolvam


as atividades referidas no § 5º do art. 72 enquadram-se no código FPAS 736 e
contribuirão com as alíquotas previstas para este código no Anexo II desta Instrução
Normativa, observado, quanto às cooperativas de crédito, o disposto no § 4º.(Incluído
pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 4º As cooperativas de crédito enquadram-se no código FPAS 787, observado o


disposto no § 12 do art. 72. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de
janeiro de 2012)

§ 5º As Entidades Beneficentes de Assistência Social (Ebas) certificadas e em gozo da


isenção enquadram-se no código FPAS 639 e contribuirão com as alíquotas previstas
para este código no Anexo II desta Instrução Normativa. (Incluído pela Instrução
Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)
§ 6º Os organismos internacionais com acordo recíproco de isenção enquadram-se no
código FPAS 876 e contribuirão com as alíquotas previstas para este código no Anexo
II desta Instrução Normativa. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11
de janeiro de 2012)

Quadro 1: Confederação Nacional da Indústria

Grupo de atividade Código Alíquota total -


FPAS terceiros
1º - Alimentação; 507 5,8%

2º - Vestuário; 507 5,8%

3º - Construção e mobiliário; 507 5,8%

4º - Urbanas (saneamento, coleta e tratamento de 507 5,8%


resíduos, energia, gás, água e esgoto);
507 5,8%
5º - Extrativas;
507 5,8%
6º - Fiação e tecelagem;
507 5,8%
7º - Artefatos de couro;
507 5,8%
8º - Artefatos de borracha;
507 5,8%
9º - Joalheiras, lapidação de pedras preciosas;
507 5,8%
10º - Químicas e farmacêuticas;
507 5,8%
11º - Papel, papelão, cortiça;
507 5,8%
12º - Gráficas;
507 5,8%
13º - Vidros, cristais, espelhos, cerâmicas, louças,
porcelanas; 507 5,8%

15º - Instrumentos musicais, brinquedos; 507 5,8%

16º - Cinematográficas; 507 5,8%

17º - Beneficiamentos; 507 5,8%

18º - Artesanatos (pessoa jurídica); 507 5,8%

19º - Metalúrgicas, mecânicas, materiais elétricos. 507 5,8%

Quadro 2: Confederação Nacional do Comércio


Grupo de atividade Código FPAS Alíquota total - terceiros
1º - Comércio atacadista; 515 5,8%

2º - Comércio varejista; 515 5,8%

3º - Agentes autônomos do comércio; 515 5,8%

4º - Comércio armazenador; 515 5,8%

5º - Turismo e hospitalidade; 515 5,8%

6º - Serviços de saúde 515 5,8%

Quadro 3: Confederação Nacional dos Transportes Marítimos, Fluviais e Aéreos

Grupo de atividade Código Alíquota total -


FPAS terceiros
1º - Empresas de navegação marítima e fluvial; 540 5,2%

2º - Empresas aeroviárias; 558 5,2%

3º - Empresários e administradores de portos; 540 5,2%

4º - Empresas prestadoras de serviços 540 5,2%


portuários;
540 5,2%
5º - Empresas de pesca.

Quadro 4: Confederação Nacional dos Transportes Terrestres

Grupo de atividade Código Alíquota total -


FPAS terceiros
1º - Empresas ferroviárias; 507 5,8%

2º - Empresas de transportes rodoviários; 612 5,8%

3º - Empresas de carris urbanos (inclusive cabos 507 5,8%


aéreos);
507 5,8%
4º - Empresas metroviárias.

Quadro 5: Confederação Nacional de Comunicações e Publicidades

Grupo de atividade Código Alíquota total -


FPAS terceiros
1º - Empresas de comunicações (telegráficas, empresa de 507 5,8%
correios, inclusive franqueadas e telefônicas);
566 4,5%
2º - Empresas de publicidade;
566 4,5%
3º - Empresas jornalísticas.

Quadro 6: Confederação Nacional de Educação e Cultura

Grupo de atividade Código FPAS Alíquota total - terceiros


1º - Estabelecimentos de ensino; 574 4,5%

2º - Empresas de difusão cultural e artística; 566 4,5%

3º - Estabelecimentos de cultura física 566 4,5%

4º - Estabelecimentos hípicos. 566 4,5%

Art. 109-D. Para fins de contribuição a terceiros, classificam-se como industriais, não
exclusivamente, as atividades a seguir enumeradas, desenvolvidas em conjunto ou
isoladamente, sobre as quais aplicam-se as alíquotas previstas no Anexo II, desta
Instrução Normativa, de acordo com o código FPAS 507: (Incluído pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - fabricação, manutenção e reparação de veículos automotores, aeronaves e


embarcações de qualquer espécie, inclusive de peças e componentes necessários ao seu
funcionamento;

II - fabricação, instalação, manutenção e reparação de máquinas e equipamentos


industriais de grande porte;

III - fabricação de equipamento bélico pesado, armas e munições;

IV - fabricação de elevadores, escadas e esteiras rolantes;

V - fabricação de bicicletas e outros veículos não motorizados, eletrodomésticos,


acessórios e equipamentos;

VI - instalação, manutenção, assistência técnica e reparação de máquinas e


equipamentos de qualquer porte, bicicletas e eletrodomésticos, quando prestados pelo
próprio fabricante, em dependência deste ou em estabelecimento da mesma pessoa
jurídica;

VII - construção, ampliação, manutenção e limpeza de vias públicas, inclusive coleta de


resíduos com ou sem estação de tratamento;

VII - construção, ampliação e manutenção de vias públicas; (Redação dada pela


Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)
VIII - construção, ampliação e manutenção de estações e redes de distribuição de
energia elétrica e telecomunicações;
IX - construção, ampliação e manutenção de estações e redes de abastecimento de água,
coleta de esgoto, transportes por dutos e construções correlatas;

X - construção, ampliação e manutenção de rodovias e ferrovias;

XI - reciclagem de resíduos, inclusive de obras de construção civil;

XII - geração, transmissão, transformação e distribuição de energia elétrica,


independentemente da forma de organização societária, inclusive holding mista, em que
há participação desta na exploração conjunta da atividade econômica;

XIII - lojas de fábrica, assim consideradas as atividades de comercialização de produtos


oriundos da unidade de fabricação, realizadas por estabelecimentos ou dependências
desta, vinculados à mesma pessoa jurídica, independentemente de sua localização;

XIV - cozinha industrial, assim considerada a pessoa jurídica cuja atividade consista na
fabricação e acondicionamento de alimentos congelados, fornecimento de pratos
prontos ou preparação, em qualquer local, de refeições para empresas ou instituições de
internação ou atendimento coletivo;

XV - extração de minério de ferro, refino de petróleo e fabricação de produtos e


subprodutos, inclusive atividades de apoio e as relacionadas a pesquisas e testes
experimentais;

XVI - engenharia consultiva, assim considerada a pessoa jurídica cuja atividade se


destine a viabilizar a realização de obras de construção civil, de construção de usinas, de
implantação e instalação de linhas de transmissão e plataformas de qualquer espécie;

XVI - engenharia consultiva, assim considerada a pessoa jurídica cuja atividade se


destine a viabilizar a realização de obras de construção civil, de construção de usinas e
de implantação e instalação de linhas de transmissão e plataformas de qualquer espécie;
(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

XVII - fabricação, instalação, manutenção e locação de containers, betoneiras,


andaimes, cavaletes e outros equipamentos para obras de construção civil;

XVIII - instalação e manutenção industrial de elevadores, ar condicionado, redes


hidráulica, elétrica e de telecomunicação e de outros equipamentos integrantes de obra
de construção civil;

XXVIII - reciclagem, tratamento ou industrialização de resíduos, com ou sem coleta.


(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

XIX - centros de distribuição, depósitos e escritórios administrativos de empresa


industrial, independentemente do local onde estiverem instalados;

XX - obras de construção civil e de restauração de prédios e monumentos;


XXI - Correios, inclusive agências franqueadas ou permissionárias;

XXII - telecomunicações, incluídas telefonia fixa, móvel e por satélite;

XXIII - provedores de acesso às redes de comunicação e de voz sobre protocolo internet


(VOIP);

XXIV - desenvolvimento e licenciamento, em série ou larga escala, de programas de


computador;

XXV - panificação, quando constituir atividade econômica autônoma, assim


considerada a que não constitua parte de atividade econômica mais abrangente, ainda
que sejam comercializados outros produtos no mesmo estabelecimento;

XXVI - administração, conservação e manutenção de rodovias, pontes e túneis sob


regime de concessão ou parceria com o Poder Público, inclusive serviços relacionados;
e

XXVII - tinturarias, quando constituir atividade acessória de atividade industrial ou fase


de industrialização do produto.

Parágrafo único. Aplica-se às atividades de que trata este artigo o disposto nos incisos
III e IV do art. 109-C."

Art. 109-D. Para fins de contribuição a terceiros, classificam-se como industriais, não
exclusivamente, as atividades a seguir enumeradas, desenvolvidas em conjunto ou
isoladamente, sobre as quais aplicam-se as alíquotas previstas no Anexo II, desta
Instrução Normativa, de acordo com o código FPAS 507: (Incluído pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - fabricação, manutenção e reparação de veículos automotores, aeronaves e


embarcações de qualquer espécie, inclusive de peças e componentes necessários
ao seu funcionamento;

II - fabricação, instalação, manutenção e reparação de máquinas e equipamentos


industriais de grande porte;

III - fabricação de equipamento bélico pesado, armas e munições;

IV - fabricação de elevadores, escadas e esteiras rolantes;

V - fabricação de bicicletas e outros veículos não motorizados, eletrodomésticos,


acessórios e equipamentos;

VI - instalação, manutenção, assistência técnica e reparação de máquinas e


equipamentos de qualquer porte, bicicletas e eletrodomésticos, quando prestados
pelo próprio fabricante, em dependência deste ou em estabelecimento da mesma
pessoa jurídica;
VII - construção, ampliação, manutenção e limpeza de vias públicas, inclusive
coleta de resíduos com ou sem estação de tratamento;

VII - construção, ampliação e manutenção de vias públicas; (Redação dada pela


Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

VIII - construção, ampliação e manutenção de estações e redes de distribuição


de energia elétrica e telecomunicações;
IX - construção, ampliação e manutenção de estações e redes de abastecimento
de água, coleta de esgoto, transportes por dutos e construções correlatas;

X - construção, ampliação e manutenção de rodovias e ferrovias;

XI - reciclagem de resíduos, inclusive de obras de construção civil;

XII - geração, transmissão, transformação e distribuição de energia elétrica,


independentemente da forma de organização societária, inclusive holding mista,
em que há participação desta na exploração conjunta da atividade econômica;

XIII - lojas de fábrica, assim consideradas as atividades de comercialização de


produtos oriundos da unidade de fabricação, realizadas por estabelecimentos ou
dependências desta, vinculados à mesma pessoa jurídica, independentemente de
sua localização;

XIV - cozinha industrial, assim considerada a pessoa jurídica cuja atividade


consista na fabricação e acondicionamento de alimentos congelados,
fornecimento de pratos prontos ou preparação, em qualquer local, de refeições
para empresas ou instituições de internação ou atendimento coletivo;

XV - extração de minério de ferro, refino de petróleo e fabricação de produtos e


subprodutos, inclusive atividades de apoio e as relacionadas a pesquisas e testes
experimentais;

XVI - engenharia consultiva, assim considerada a pessoa jurídica cuja atividade


se destine a viabilizar a realização de obras de construção civil, de construção de
usinas, de implantação e instalação de linhas de transmissão e plataformas de
qualquer espécie;

XVI - engenharia consultiva, assim considerada a pessoa jurídica cuja atividade


se destine a viabilizar a realização de obras de construção civil, de construção de
usinas e de implantação e instalação de linhas de transmissão e plataformas de
qualquer espécie; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11
de janeiro de 2012)

XVII - fabricação, instalação, manutenção e locação de containers, betoneiras,


andaimes, cavaletes e outros equipamentos para obras de construção civil;

XVIII - instalação e manutenção industrial de elevadores, ar condicionado, redes


hidráulica, elétrica e de telecomunicação e de outros equipamentos integrantes
de obra de construção civil;
XIX - centros de distribuição, depósitos e escritórios administrativos de empresa
industrial, independentemente do local onde estiverem instalados;

XX - obras de construção civil e de restauração de prédios e monumentos;

XXI - Correios, inclusive agências franqueadas ou permissionárias;

XXII - telecomunicações, incluídas telefonia fixa, móvel e por satélite;

XXIII - provedores de acesso às redes de comunicação e de voz sobre protocolo


internet (VOIP);

XXIV - desenvolvimento e licenciamento, em série ou larga escala, de


programas de computador;

XXV - panificação, quando constituir atividade econômica autônoma, assim


considerada a que não constitua parte de atividade econômica mais abrangente,
ainda que sejam comercializados outros produtos no mesmo estabelecimento;

XXVI - administração, conservação e manutenção de rodovias, pontes e túneis


sob regime de concessão ou parceria com o Poder Público, inclusive serviços
relacionados; e

XXVII - tinturarias, quando constituir atividade acessória de atividade industrial


ou fase de industrialização do produto.

XXVIII - reciclagem, tratamento ou industrialização de resíduos, com ou sem


coleta. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de
2012)

Parágrafo único. Aplica-se às atividades de que trata este artigo o disposto nos incisos
III e IV do art. 109-C.

Art. 109-E.Para fins de contribuição a terceiros, classificam-se como comerciais ou de


serviços, não exclusivamente, as atividades a seguir enumeradas, desenvolvidas em
conjunto ou individualmente, sobre as quais aplicam-se as alíquotas previstas no Anexo
II, desta Instrução Normativa, de acordo com os códigos FPAS 515, 566, 574 ou 647:
(Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - empresas de call center (FPAS 515);

II - panificação, quando realizada em hipermercado, supermercado, minimercado,


mercearia ou armazém, com a finalidade de ampliar a oferta de produtos (FPAS 515);

III - televisão aberta e por assinatura (FPAS 566);

IV - limpeza e conservação de prédios (FPAS 515);

V - comércio (revendedor) de programas de computador (FPAS 515);


VI - serviços de tecnologia da informação, inclusive desenvolvimento de programas de
computador sob encomenda (ou customizáveis) e seu licenciamento, instalação,
manutenção e atualização, à distância ou nas dependências do cliente (FPAS 515);

VII - serviços de instalação, manutenção, assistência técnica e reparação de máquinas e


equipamentos, inclusive de informática, móveis, eletrodomésticos e bicicletas, exceto se
prestados pelo próprio fabricante (FPAS 515);

VIII - serviços de restaurante e bufete, inclusive os prestados a instituições hospitalares


e de atendimento coletivo (FPAS 515);

IX - instituições de ensino, exceto as de direito público (FPAS 574);

X - associações desportivas que mantenham equipes de futebol profissional (FPAS


647);

XI - tinturarias, quando constituir atividade acessória de serviços pessoais ou fase de


atividade comercial.

XI - tinturarias, quando constituírem atividade acessória de serviços pessoais ou fase de


atividade comercial (FPAS 515); (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº
1.238, de 11 de janeiro de 2012)

XII - serviços de engenharia consultiva não enquadrados no inciso XVI do art. 109-D
(FPAS 515, se pessoa jurídica, e 566, se pessoa física); (Incluído pela Instrução
Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

XIII - coleta de resíduos, sem atividade de tratamento, reciclagem ou industrialização


(FPAS 515). (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de
2012)

Art 109-F. As atividades de que tratam os arts. 109-C (Quadros 1 a 6), 109-D e 109-E,
se desenvolvidas por pessoa jurídica constituída sob a forma de cooperativa, sujeitam-se
à contribuição devida ao Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo -
Sescoop, calculada mediante aplicação das alíquotas previstas no Anexo II, desta
Instrução Normativa, de acordo com o código FPAS da atividade e o código de terceiros
4163. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

§ 1º A contribuição devida ao Sescoop não se acumula com as devidas ao Serviço


Social da Indústria (Sesi) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), ou
ao Serviço Social do Comércio (Sesc) e ao Serviço Nacional de Aprendizagem
Comercial (Senac), conforme a atividade.

§ 2º A cooperativa de crédito sujeita-se à contribuição devida ao Sescoop, calculada


mediante aplicação das alíquotas previstas no Anexo II, desta Instrução Normativa, de
acordo com o código FPAS 787 e o código de terceiros 4099, observado o disposto no §
12 do art. 72.

Art. 110. O código FPAS e as alíquotas correspondentes, atribuídos à atividade na


forma dos arts. 109-C a 109-E serão aplicados a todos os estabelecimentos da mesma
pessoa jurídica, assim considerados os cadastrados sob a mesma raiz de CNPJ,
independentemente de sua localização. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº
1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 110. O código FPAS e as alíquotas correspondentes, atribuídos à atividade na


forma dos arts. 109-C a 109-E, serão aplicados a todos os estabelecimentos da mesma
pessoa jurídica, assim considerados os cadastrados sob a mesma raiz de CNPJ,
independentemente de sua localização, ressalvadas as hipóteses previstas nos incisos I e
IV do art. 109-C. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de
janeiro de 2012)

Seção IV
Da Incidência sobre Atividades Rurais

(Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 110-A. A contribuição instituída pelo art. 6º, da Lei nº 2.613, de 23 de setembro de
1955, devida ao Incra, destina-se ao custeio de ações que visem ao desenvolvimento
agrário, ao assentamento de famílias no campo e ao combate ao êxodo rural, e incide
sobre a folha de salários das empresas que atuam nas seguintes atividades: (Incluído
pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - indústria de cana-de-açúcar;

II - indústria de laticínios;

III - indústria de beneficiamento de cereais, café, chá e mate;

IV - indústria da uva;

V - indústria de extração e beneficiamento de fibras vegetais e de descaroçamento de


algodão;

VI - indústria de extração de madeira para serraria, de resina, lenha e carvão vegetal; e

VII - matadouros ou abatedouros de animais de quaisquer espécies, inclusive atividades


de preparo de charques.

§ 1º As atividades de que trata este artigo são autônomas e restringem-se à fase primária
do processo produtivo, as quais aperfeiçoam-se com o emprego de técnicas rústicas e
mão de obra predominantemente artesanal, que independem de qualificação profissional
a cargo das entidades a que se refere o inciso I do § 1º do art. 109.

§ 2º Para fins de cumprimento do disposto no art. 2º do Decreto-Lei nº 1.146, de 31 de


dezembro de 1970, considera-se autônoma a atividade econômica que não constitua
parte de atividade econômica mais abrangente ou fase de processo industrial mais
complexo, e que se destine a produzir matéria-prima a partir dos recursos naturais a que
alude o dispositivo, a fim de ser transformada em produto industrializado.
§ 3º A contribuição de que trata este artigo será calculada mediante aplicação das
alíquotas previstas no Anexo II, desta Instrução Normativa, de acordo com o código
FPAS 531 e o código de terceiros 0003.

§ 4º Se as atividades de que trata este artigo forem parte de atividade econômica mais
abrangente ou constituírem fase de processo industrial mais complexo, à qual se
agregam tecnologia, mão de obra qualificada e outros fatores que convirjam para a
consecução do objeto social do empreendimento, na forma do § 2º do art. 581 da CLT,
vinculam-se à Confederação Nacional da Indústria (CNI) e fazem parte do 1º
(Primeiro), 3º (Terceiro) ou 5º (Quinto) Grupo Econômico - conforme a natureza do
produto - do Quadro de Atividades a que se refere o art. 577 da CLT.

§ 5º Verificada a hipótese prevista no § 4º, aplicam-se à atividade as alíquotas


constantes do Anexo II, desta Instrução Normativa, de acordo com o código FPAS 507
(se indústria) ou 833 (se agroindústria), e o código de terceiros 0079.

§ 5º Verificada a hipótese prevista no § 4º, aplicam-se à atividade as alíquotas


constantes do Anexo II desta Instrução Normativa, de acordo com o código FPAS 507 e
código de terceiros 0079. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11
de janeiro de 2012)

§ 6º Tratando-se de agroindústria, observar-se-á o disposto no art. 111-F. (Incluído pela


Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

Seção V
Da Contribuição Adicional Destinada ao Incra e da Contribuição Social do
Salário-Educação

(Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 110-B. A contribuição adicional instituída pelo § 4º, do art. 6º, da Lei nº 2.613, de
1955, devida ao Incra, é calculada mediante aplicação da alíquota de 0,2% (dois
décimos por cento) sobre a folha de salários das empresas em geral e equiparados,
vinculados ao RGPS, assim considerados o empresário individual, a sociedade
empresária, a sociedade de economia mista e a empresa pública, inclusive das empresas
de que trata o art. 110-A, ressalvado o disposto no art. 109-A. (Incluído pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art 110-C.São contribuintes do salário-educação as empresas em geral e equiparados,


vinculados ao RGPS, assim considerados o empresário individual, a sociedade
empresária, a sociedade de economia mista e a empresa pública, ressalvado o disposto
no art. 109-A. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de
2010)

Seção VI
Da Arrecadação e da Aplicação do Código FPAS - Regras Especiais

(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)


Art. 111 A arrecadação da contribuição destinada a terceiros compete à RFB, que o faz
juntamente com as devidas à Previdência Social. (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

§ 1º O recolhimento pode ser feito diretamente à entidade ou fundo, se houver previsão


legal, mediante convênio celebrado entre um ou outro e a empresa contribuinte.

§ 2º Não se aplica à contribuição arrecadada na forma do § 1º, o disposto no § 4º do art.


109.

Art. 111-A. Cabe à empresa prestadora de serviços mediante cessão de mão de obra
(art. 112) calcular e recolher a contribuição devida a terceiros, de acordo com o código
FPAS correspondente à atividade, mediante aplicação das alíquotas previstas no Anexo
II, desta Instrução Normativa." (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15
de setembro de 2010)

Art. 111-B. Cabe ao tomador de serviço ou ao sindicato que intermediar a contratação


de trabalhador avulso não portuário (art. 278) elaborar folha de pagamento por
contratante e prestar as informações a que se refere o inciso IV do art. 32 da Lei nº
8.212, de 1991, relativas ao contrato. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071,
de 15 de setembro de 2010)

Parágrafo único. O cálculo da contribuição devida a terceiros será feito mediante


aplicação das alíquotas previstas no Anexo II, desta Instrução Normativa, de acordo
com o código FPAS do contratante.

Art. 111-C.As pessoas jurídicas cujas atividades sejam vinculadas à Confederação


Nacional dos Transportes Marítimos, Fluviais e Aéreos, conforme Quadro 3, do art.
109-C, observarão as seguintes regras: (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº
1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - relativamente às atividades compreendidas no 1º (Primeiro), 3º (Terceiro), 4º


(Quarto) ou 5º (Quinto) Grupo, contribuirão para o Fundo de Desenvolvimento do
Ensino Profissional Marítimo, de acordo com o código FPAS 540, mediante aplicação
das alíquotas previstas no Anexo II, desta Instrução Normativa;

II - relativamente às atividades compreendidas no 2º (Segundo) Grupo (empresas


aeroviárias), contribuirão para o Fundo Aeroviário, de acordo com o código FPAS 558,
mediante aplicação das alíquotas previstas no Anexo II, desta Instrução Normativa.

Art. 111-D. As pessoas jurídicas cujas atividades sejam vinculadas à Confederação


Nacional dos Transportes Terrestres, conforme Quadro 4, do art. 109-C, observarão as
seguintes regras: (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro
de 2010)

I - relativamente às atividades compreendidas no 1º (Primeiro), 3º (Terceiro) ou 4º


(Quarto) Grupo (empresas ferroviárias, de carris urbanos e metroviárias), contribuirão
para o Sesi e para o Senai de acordo com o código FPAS 507, mediante aplicação das
alíquotas previstas no Anexo II, desta Instrução Normativa;
II - relativamente às atividades compreendidas no 2º (Segundo) Grupo (empresas de
transporte rodoviário de cargas ou passageiros), contribuirão para o Serviço Social do
Transporte (Sest) e para o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat), de
acordo com o código FPAS 612, mediante aplicação das alíquotas previstas no Anexo
II, desta Instrução Normativa.

Art. 111-E. As pessoas jurídicas cujas atividades sejam vinculadas à Confederação


Nacional de Comunicações e Publicidades, conforme Quadro 5, do art. 109-C,
observarão as seguintes regras: (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15
de setembro de 2010)

I - relativamente às atividades compreendidas no 1º (Primeiro) Grupo (empresas


telegráficas, Correios, mensageiras e telefônicas), contribuirão para o Sesi e para o
Senai, de acordo com o código FPAS 507, mediante aplicação das alíquotas previstas no
Anexo II, desta Instrução Normativa;

II - relativamente às atividades compreendidas no 2º (Segundo) ou 3º (Terceiro) Grupo


(empresas de publicidade e jornalísticas, agências de propaganda, de radiodifusão,
televisão aberta e por assinatura, agências noticiosas, jornais e revistas), contribuirão
para o Serviço Social do Comércio (Sesc), de acordo com o código FPAS 566, mediante
aplicação das alíquotas previstas no Anexo II, desta Instrução Normativa."

Seção VII
Da Contribuição devida pela Agroindústria e pelo Produtor Rural Pessoa Jurídica
(Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 111-F Para fins de recolhimento da contribuição devida a terceiros, a pessoa


jurídica constituída como agroindústria, assim definida pelo art. 22-A, da Lei nº 8.212,
de 1991, observará as seguintes regras: (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº
1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - a agroindústria de piscicultura, carcinicultura, suinocultura ou avicultura (art. 174)


preencherá uma GFIP para o setor de criação e outra para o setor de abate e
industrialização, nas quais informará o valor total da remuneração paga, devida ou
creditada a empregados e trabalhadores avulsos do setor, sobre o qual calculará a
contribuição devida, mediante aplicação das alíquotas previstas no Anexo II, desta
Instrução Normativa, de acordo com os seguintes códigos FPAS e de terceiros:

Base de cálculo da contribuição Código Código de Total terceiros


FPAS terceiros (%)
Valor da mão de obra empregada no setor 787 0515 5,20
de criação
Valor da mão de obra empregada no 507 0079 5,80
abate e industrialização

II - a agroindústria de florestamento e reflorestamento não sujeita à contribuição


substitutiva, nos termos do inciso II do § 5º do art. 175, preencherá uma GFIP para o
setor rural e outra para o setor industrial, nas quais informará o valor total da
remuneração paga, devida ou creditada a empregados e trabalhadores avulsos do setor,
sobre o qual calculará a contribuição devida, mediante aplicação das alíquotas previstas
no Anexo II, desta Instrução Normativa, de acordo com os seguintes códigos FPAS e de
terceiros:

Base de cálculo da contribuição Código Código de Total terceiros


por setor FPAS terceiros (%)
Rural 787 0515 5,2
Industrial 507 0079 5,8

III - sujeitam-se à contribuição substitutiva instituída pela Lei nº 10.256, de 9 de julho


de 2001, dentre outras, as agroindústrias a seguir enumeradas, as quais contribuirão para
a Previdência Social, para o financiamento de benefícios concedidos em razão do grau
de incidência de incapacidade laborativa decorrentes dos riscos ambientais do trabalho
(GILRAT) e para o Senar sobre a receita bruta proveniente da comercialização da
produção, e para as demais entidades e fundos sobre o valor total da remuneração paga,
devida ou creditada a empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço:

a) de florestamento e reflorestamento a que se refere o inciso I do § 5º do art. 175;

b) de cana de açúcar;

c) de laticínios;

d) de carnes e seus derivados;

e) da uva; e

f) de beneficiamento de cereais, café, chá, mate, fibras vegetais, algodão e madeira.

III - as contribuições devidas a terceiros pela agroindústria sujeita à contribuição


substitutiva instituída pela Lei nº 10.256, de 9 de julho de 2001, ressalvada a hipótese
do inciso IV, incidem sobre a receita bruta da comercialização da produção e sobre as
folhas de salários dos setores rural e industrial, as quais devem ser declaradas
separadamente, de acordo com o seguinte quadro: (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

Código de Total
Base de cálculo da contribuição Código FPAS
terceiros Terceiros
Receita bruta da comercialização da 744 - 0,25%
produção
Folha de salários do setor rural 604 0003 2,7%
Folha de salários do setor industrial 833 0079 5,8%

IV - tratando-se de agroindústria sujeita à contribuição substitutiva instituída pela Lei nº


10.256, de 2001, que desenvolva atividade enumerada no caput do art. 110-A, exercida
nas condições do seu § 1º e desde que não caracterizada a hipótese prevista nos §§ 4º e
5º do mesmo artigo, as contribuições serão calculadas de acordo com o seguinte quadro:
(Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

Código de Total
Base de cálculo da contribuição Código FPAS
terceiros Terceiros
Receita bruta da comercialização da 744 - 0,25%
produção
Folha de salários (rural e industrial) 825 0003 2,7%

§ 1º Aplica-se a substituição prevista no inciso III ainda que a agroindústria explore,


também, outra atividade econômica autônoma, no mesmo ou em estabelecimento
distinto, hipótese em que a contribuição incidirá sobre o valor da receita bruta
decorrente da comercialização em todas as atividades, ressalvado o disposto no inciso I
do art. 180 e observado o disposto nos arts. 170 e 171.

§ 2º Aplica-se às agroindústrias de que trata o inciso III o disposto nos §§ 4º e 5º do art.


110-A, as quais informarão, para fins de recolhimento da contribuição devida, as bases
de cálculo e respectivos códigos FPAS e de terceiros, de acordo com a seguinte
tabela:(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

Base de cálculo da contribuição Código Código de Total (%)


FPAS terceiros
Receita bruta da comercialização da produção 744 - 2,85
Valor total da folha de salários 833 0079 5,80

§ 3º Na hipótese do § 1º do art. 111, aplica-se o código de terceiros compatível com o


convênio celebrado.

Art. 111-G A contribuição devida a terceiros pela pessoa jurídica que tenha como fim
apenas a atividade de produção rural incide sobre a receita bruta da comercialização da
produção rural, em substituição às instituídas pelos incisos I e II do art. 22, da Lei nº
8.212, de 1991, e é calculada de acordo com a seguinte tabela: (Incluído pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Base de cálculo da contribuição Código Código de Total (%)


FPAS terceiros
Receita bruta da comercialização da produção 744 - 2,85
Valor total da folha de salários 604 0003 2,70

§ 1º Não se aplica a substituição prevista no caput se a pessoa jurídica, exceto a


agroindústria, explorar, além da atividade de produção rural, outra atividade econômica
autônoma comercial, industrial ou de serviços, no mesmo ou em estabelecimento
distinto, independentemente de qual seja a atividade preponderante, hipótese em que a
empresa fica obrigada às seguintes contribuições, em relação a todas as atividades:

I - 20% (vinte por cento) sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a
empregados e trabalhadores avulsos a seu serviço;
II - 20% (vinte por cento) sobre a remuneração de contribuintes individuais
(trabalhadores autônomos) a seu serviço;

III - 15% (quinze por cento) sobre o valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de
serviços, relativamente a serviços que lhe são prestados por cooperados por ntermédio
de cooperativas de trabalho;

IV - contribuição destinada ao financiamento da aposentadoria especial e dos benefícios


concedidos em razão do grau de incidência de incapacidade laborativa decorrente dos
riscos ambientais do trabalho, incidente sobre a remuneração de empregados e
trabalhadores avulsos (Decreto nº 3.048, de 1999, art. 202).

§ 2º A substituição prevista no caput não se aplica, também, às operações relativas à


prestação de serviços a terceiros, sobre as quais incidem as contribuições previstas no §
1º.

§ 3º Na hipótese do § 1º, aplica-se ao produtor rural pessoa jurídica o disposto nos §§


1º, 2º e 4º do art. 110-A.

§ 4º Verificada a hipótese prevista no § 4º do art. 110-A, a contribuição devida a


terceiros, pelo produtor rural pessoa jurídica a que se refere o § 1º, será calculada de
acordo com o código FPAS 507 e o código de terceiros 0079.

Art. 111-H. Para fins de recolhimento das contribuições devidas à Previdência Social e
a terceiros, a cooperativa de produção, que atua nas atividades a que se referem os
incisos I, II e III do art. 111-F e o art. 111-G, observará as seguintes regras: (Incluído
pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - a que atua nas atividades a que se referem os incisos I e II, do art. 111-F, informará
os mesmos códigos FPAS das demais agroindústrias e o código de terceiros 4099; e
(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

II - a que atua nas atividades a que se refere o inciso III, do art. 111-F, informará os
mesmos códigos FPAS das demais agroindústrias e o código de terceiros
4163.(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

Art. 111-H. Para fins de recolhimento das contribuições devidas à Previdência Social e
a terceiros, a cooperativa de produção que atua nas atividades de que tratam os incisos I
e II do art. 111-F e o art. 111-G informará o código de terceiros 4099 e a que atua nas
demais atividades informará o código de terceiros 4163. (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 1º Aplica-se às hipóteses do caput o disposto nos §§ 4º e 5º do art. 110-A.(Revogado


pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 2º Sobre a remuneração de trabalhadores contratados exclusivamente para a colheita


da produção dos cooperados, a cooperativa fica obrigada ao pagamento da contribuição
devida ao FNDE e ao Incra, calculada mediante aplicação das alíquotas previstas no
Anexo II, desta Instrução Normativa, de acordo com o código FPAS 604 e o código
terceiros 0003, bem assim à retenção e ao recolhimento das contribuições devidas pelo
segurado."

Art. 111-I A empresa tomadora de serviços de transportador autônomo, de condutor


autônomo de veículo (taxista) ou de auxiliar de condutor autônomo, deverá reter e
recolher a contribuição devida ao Sest e ao Senat, instituída pela Lei nº 8.706, de 14 de
setembro de 1993, observadas as seguintes regras: (Incluído pela Instrução Normativa
RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - a base de cálculo da contribuição é o valor bruto do frete, carreto ou transporte,


vedada qualquer dedução, ainda que figure discriminadamente na nota fiscal, fatura ou
recibo (art. 55 § 2º);

I - a base de cálculo da contribuição corresponde a 20% (vinte por cento) do valor bruto
do frete, carreto ou transporte, vedada qualquer dedução, ainda que figure
discriminadamente na nota fiscal, fatura ou recibo (art. 55, § 2º); (Redação dada pela
Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

II - o cálculo da contribuição é feito mediante aplicação das alíquotas previstas no


Anexo II, desta Instrução Normativa, de acordo com o código FPAS 620 e o código de
terceiros 3072;

III - não se aplica à base de cálculo o limite a que se refere o § 2º do art. 54;

IV - na hipótese de serviço prestado por cooperado filiado a cooperativa de


transportadores autônomos, a contribuição deste será descontada e recolhida pela
cooperativa;

V - na hipótese de serviço prestado a pessoa física, ainda que equiparada a empresa, a


contribuição será recolhida pelo próprio transportador autônomo, diretamente ao Sest e
ao Senat, observado o disposto no inciso II.

Parágrafo único. Sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a empregados


e trabalhadores avulsos, a cooperativa de transportadores autônomos contribui para a
Previdência Social e terceiros, mediante aplicação das alíquotas previstas no Anexo II,
desta Instrução Normativa, de acordo com o código FPAS 612 e o código de terceiros
4163.

Art. 111-J. Para fins de recolhimento da contribuição devida a terceiros, a associação


desportiva e a sociedade empresária que mantêm equipe de futebol profissional,
observarão as seguintes regras: (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15
de setembro de 2010)

I - a contribuição incide sobre o total da remuneração paga, devida ou creditada a


empregados (atletas e não atletas) e trabalhadores avulsos;

II - o cálculo da contribuição é feito mediante aplicação das alíquotas previstas no


Anexo II, desta Instrução Normativa, de acordo com o código FPAS 647 e o código de
terceiros 0099.
III - a sociedade empresária apresentará GFIP específica para a atividade esportiva, na
qual informará código FPAS 647 e o código de terceiros 0099, e para as demais
atividades observará o disposto nos arts. 109-B a 109-E."

Art. 111-K. Para fins de recolhimento das contribuições devidas à Previdência Social e
a terceiros, a empresa de trabalho temporário, assim definida pelo § 1º do art. 3º,
observará as seguintes regras: (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15
de setembro de 2010)

I - sobre a remuneração dos trabalhadores temporários, contribuirá mediante aplicação


das alíquotas previstas no Anexo II, desta Instrução Normativa, de acordo com o código
FPAS 655 e o código de terceiros 0001;

II - sobre a remuneração dos trabalhadores permanentes, contribuirá mediante aplicação


das alíquotas previstas no Anexo II, desta Instrução Normativa, de acordo com o código
FPAS 515 e o código de terceiros 0115."

Art. 111-L. Para fins de recolhimento das contribuições devidas à Previdência Social e
a terceiros, o Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) (art. 263, IV) e o operador
portuário observarão as seguintes regras: (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº
1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - o Ogmo desenvolve atividade de organização associativa profissional (código CNAE


9412-0/00) e se equipara a empresa, na forma do art. 15 da Lei nº 8.212, de 1991;

II - o Ogmo contribuirá sobre a remuneração de seus empregados permanentes e


trabalhadores autônomos (contribuintes individuais), mediante aplicação das alíquotas
previstas no Anexo II, desta Instrução Normativa, de acordo com o código FPAS 523 e
o código de terceiros 0003;

III - cabe ao Ogmo recolher as contribuições destinadas à Previdência Social e a


terceiros, incidentes sobre a remuneração (inclusive férias e décimo terceiro salário) do
trabalhador avulso portuário, devidas por este e pelo operador portuário (arts. 267 e
272);

IV - o operador portuário repassará ao Ogmo o valor da remuneração dos trabalhadores


avulsos portuários a seu serviço e das contribuições sociais correspondentes, devidas à
Previdência Social e a terceiros;

V - o Ogmo apresentará uma GFIP para cada operador portuário, com as informações
relativas aos trabalhadores avulsos portuários contratados por este;

VI - as contribuições devidas pelo operador portuário (inclusive as destinadas a


terceiros), incidentes sobre a remuneração dos trabalhadores avulsos portuários, serão
calculadas mediante aplicação das alíquotas previstas no Anexo II, desta Instrução
Normativa, de acordo com o código FPAS 680 e o código de terceiros 0131;

VII - a contribuição do trabalhador avulso portuário será descontada de sua


remuneração, pelo Ogmo, observados os limites previstos no art. 54;
VIII - a alíquota de contribuição para GILRAT é a do operador portuário ou do titular
de instalação de uso privativo;
IX - o Ogmo informará, na guia de recolhimento das contribuições devidas pelo
operador portuário e pelo trabalhador avulso portuário, o próprio CNPJ (art. 276).

Parágrafo único. Aplica-se à empresa tomadora de serviços de trabalhador avulso


portuário, e ao Ogmo que o contratar diretamente, o disposto nos incisos III a IX do
caput, exceto quanto ao código FPAS, que para o Ogmo é o 540.

Seção XII
Da Representação"

Art. 111-M. A entidade ou fundo destinatário da contribuição poderá representar à RFB


contra ato praticado pelo sujeito passivo em desacordo com o disposto neste Capítulo.
(Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

§ 1º A representação deverá conter a identificação da entidade ou fundo, a descrição


minuciosa do fato e o dispositivo violado.

§ 2º A representação será dirigida à Delegacia da Receita Federal do Brasil (DRF) do


domicílio fiscal da empresa contra a qual é apresentada.

§ 3º Se procedente a representação, a autoridade administrativa notificará o sujeito


passivo, a fim de que este providencie a regularização necessária no prazo de 30 (trinta)
dias.

§ 4º A autoridade administrativa comunicará ao autor, em até 60 (sessenta) dias do


recebimento da representação, a providência por ela adotada, inclusive no caso de
arquivamento por improcedência.

CAPÍTULO VIII

DA RETENÇÃO

Seção I

Da Obrigação Principal da Retenção

Art. 112. A empresa contratante de serviços prestados mediante cessão de mão-de-obra


ou empreitada, inclusive em regime de trabalho temporário, a partir da competência
fevereiro de 1999, deverá reter 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal, da
fatura ou do recibo de prestação de serviços e recolher à Previdência Social a
importância retida, em documento de arrecadação identificado com a denominação
social e o CNPJ da empresa contratada, observado o disposto no art. 79 e no art. 145.

§ 1º Para fins do disposto no caput, a empresa contratada deverá emitir nota fiscal,
fatura ou recibo de prestação de serviços específica para os serviços prestados em
condições especiais pelos segurados ou discriminar o valor desses na nota fiscal, na
fatura ou no recibo de prestação de serviços.
§ 2º A partir da competência junho de 2009, quando a retenção prevista no caput for
efetuada em nome de consórcio, constituído na forma dos arts. 278 e 279 da Lei nº
6.404, de 15 de dezembro de 1976, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 113;
no § 2º do art. 125; no § 3º do art. 127; no art. 128 e nos §§ 2º e 3º do art. 129 desta
Instrução Normativa.

§ 3º Quando a retenção for efetuada pela contratante diretamente sobre o valor bruto da
nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviço da empresa consorciada que
participou dos serviços prestados pelo consórcio, o recolhimento da retenção será na
forma prevista no caput, observadas as demais disposições deste Capítulo para as
empresas em geral.

§ 2º Tratando-se de consórcio de empresas constituído na forma dos arts. 278 e 279 da


Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, observar-se-ão, na execução de serviço na
forma deste artigo e na execução de obra de construção civil - cuja matrícula deve ser
feita na forma dos arts. 19, 22 e 28, as seguintes regras: (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo ao serviço ou obra de construção civil executado


por empresas em consórcio constituído na forma dos arts. 278 e 279 da Lei nº 6.404, de
1976, observados os seguintes procedimentos: (Redação dada pela Instrução Normativa
RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

I - o contrato celebrado entre o dono do serviço ou da obra e o consórcio


conterá as informações de que trata o art. 28; (Revogado pela Instrução
Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

II - o serviço ou a obra será executado por uma ou mais empresas


integrantes do consórcio; (Revogado pela Instrução Normativa RFB nº
1.080, de 3 de novembro de 2010)

III - a empresa consorciada que executar o serviço ou a obra emitirá a


nota fiscal, fatura ou recibo correspondente, na qual destacará o valor da
retenção de que trata este artigo; (Revogado pela Instrução Normativa
RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

IV - o contratante do serviço ou da obra fará a retenção do valor


destacado diretamente na nota fiscal, fatura ou recibo, e recolherá o valor
correspondente em nome e no CNPJ da consorciada;

V - se a nota fiscal, fatura ou recibo for emitida pelo consórcio, deverá


este informar a participação individualizada de cada consorciada que
atuou no serviço ou na obra, e destacar o valor da retenção de cada uma,
proporcionalmente à sua participação;

VI - na hipótese do inciso V, o contratante deverá reter e recolher em


nome e no CNPJ de cada consorciada o valor correspondente à sua
participação, de acordo com as informações prestadas pelo consórcio;
VII - se o valor retido e recolhido na forma do inciso VI for superior ao
montante de contribuições devidas pela consorciada, poderá esta
compensar o excedente com as contribuições devidas à Previdência
Social, ou apresentar pedido de restituição na forma da Instrução
Normativa RFB nº 900, de 30 de dezembro de 2008;

VIII - cada empresa consorciada que participar da obra ou serviço deverá


preencher a GFIP correspondente, sendo vedado o preenchimento em
nome do consórcio;

IX - se a nota fiscal, fatura ou recibo for emitida pelo consórcio, e o


contratante efetuar a retenção e o recolhimento do valor destacado em
nome e no CNPJ deste, a restituição do excedente só será feita depois de
comprovado o recolhimento das contribuições relativas à obra ou ao
serviço;

IV - o contratante do serviço ou da obra deve fazer a retenção e recolher


o respectivo valor em nome e no CNPJ do emitente da nota fiscal, fatura
ou recibo, ressalvado o disposto nos incisos V e VI; (Redação dada pela
Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

V - se a nota fiscal, fatura ou recibo for emitida pelo consórcio, poderá


este informar a participação individualizada de cada consorciada que
atuou na obra ou serviço e o valor da respectiva retenção,
proporcionalmente à sua participação; (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

VI - na hipótese do inciso V, o contratante poderá recolher os valores


retidos no CNPJ de cada consorciada, de acordo com as informações
prestadas pelo consórcio; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB
nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

VII - o valor recolhido na forma do inciso VI poderá ser compensado


pela empresa consorciada com os valores das contribuições devidas à
previdência social, vedada a compensação com as contribuições
destinadas a outras entidades e fundos (terceiros), e o saldo
remanescente, se houver, poderá ser compensado nas competências
subsequentes ou ser objeto de pedido de restituição; (Redação dada pela
Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

VIII - as informações sobre a mão de obra empregada no serviço ou na


obra de construção civil executados em consórcio serão prestadas pelo
contratante dos trabalhadores, em GFIP individualizada por tomador,
com o CNPJ identificador do tomador do serviço ou a matrícula da obra,
conforme o caso; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.080,
de 3 de novembro de 2010)

IX - se a retenção e o recolhimento forem feitos no CNPJ do consórcio,


somente este poderá realizar a compensação ou apresentar pedido de
restituição. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3
de novembro de 2010)

X - as empresas integrantes do consórcio não poderão fazer compensação


ou pedir restituição de valores retidos e recolhidos em nome e no CNPJ
do consórcio. (Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3
de novembro de 2010)

§ 3º Aplica-se ao valor da taxa de administração cobrada pelo consórcio o disposto no §


1º do art. 124. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de
setembro de 2010)

Art. 113. O valor retido na forma do art. 112 poderá ser compensado, por qualquer
estabelecimento da empresa contratada, com as contribuições devidas à Previdência
Social ou ser objeto de pedido de restituição, na forma prevista em ato próprio da RFB,
ressalvado o disposto no parágrafo único deste artigo.

Art. 113.O valor retido na forma do art. 112 poderá ser compensado com as
contribuições devidas à Previdência Social ou ser objeto de pedido de restituição por
qualquer estabelecimento da empresa contratada, na forma da Instrução Normativa RFB
nº 900, de 2008. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de
setembro de 2010)

Parágrafo único. O valor retido em nome do consórcio, na forma prevista no § 2º do art.


112, depois de observados os procedimentos previstos no § 3º do art. 127, no art. 128 e
no § 2º do art. 129, poderá ser compensado pelas empresas consorciadas com as
contribuições devidas à Previdência Social, proporcionalmente à participação de cada
uma delas, ou ser objeto de pedido de restituição por estas, na forma prevista em ato
próprio da RFB. (Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de
setembro de 2010)

Art. 114. A empresa optante pelo SIMPLES, que prestou serviços mediante cessão de
mão-de-obra ou empreitada, durante a vigência da Lei nº 9.317, de 5 de dezembro de
1996, está sujeita à retenção sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de
prestação de serviços emitido.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica no período de 1º de janeiro de 2000 a


31 de agosto de 2002.

Seção II

Da Cessão de Mão-de-Obra e da Empreitada

Art. 115. Cessão de mão-de-obra é a colocação à disposição da empresa contratante, em


suas dependências ou nas de terceiros, de trabalhadores que realizem serviços
contínuos, relacionados ou não com sua atividade fim, quaisquer que sejam a natureza e
a forma de contratação, inclusive por meio de trabalho temporário na forma da Lei nº
6.019, de 1974.
§ 1º Dependências de terceiros são aquelas indicadas pela empresa contratante, que não
sejam as suas próprias e que não pertençam à empresa prestadora dos serviços.

§ 2º Serviços contínuos são aqueles que constituem necessidade permanente da


contratante, que se repetem periódica ou sistematicamente, ligados ou não a sua
atividade fim, ainda que sua execução seja realizada de forma intermitente ou por
diferentes trabalhadores.

§ 3º Por colocação à disposição da empresa contratante, entende-se a cessão do


trabalhador, em caráter não eventual, respeitados os limites do contrato.

Art. 116. Empreitada é a execução, contratualmente estabelecida, de tarefa, de obra ou


de serviço, por preço ajustado, com ou sem fornecimento de material ou uso de
equipamentos, que podem ou não ser utilizados, realizada nas dependências da empresa
contratante, nas de terceiros ou nas da empresa contratada, tendo como objeto um
resultado pretendido.

Seção III

Dos Serviços Sujeitos à Retenção

Art. 117. Estarão sujeitos à retenção, se contratados mediante cessão de mão-de-obra ou


empreitada, observado o disposto no art. 149, os serviços de:

I - limpeza, conservação ou zeladoria, que se constituam em varrição, lavagem,


enceramento ou em outros serviços destinados a manter a higiene, o asseio ou a
conservação de praias, jardins, rodovias, monumentos, edificações, instalações,
dependências, logradouros, vias públicas, pátios ou de áreas de uso comum;

II - vigilância ou segurança, que tenham por finalidade a garantia da integridade física


de pessoas ou a preservação de bens patrimoniais;

III - construção civil, que envolvam a construção, a demolição, a reforma ou o


acréscimo de edificações ou de qualquer benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo ou
obras complementares que se integrem a esse conjunto, tais como a reparação de jardins
ou de passeios, a colocação de grades ou de instrumentos de recreação, de urbanização
ou de sinalização de rodovias ou de vias públicas;

IV - natureza rural, que se constituam em desmatamento, lenhamento, aração ou


gradeamento, capina, colocação ou reparação de cercas, irrigação, adubação, controle de
pragas ou de ervas daninhas, plantio, colheita, lavagem, limpeza, manejo de animais,
tosquia, inseminação, castração, marcação, ordenhamento e embalagem ou extração de
produtos de origem animal ou vegetal;

V - digitação, que compreendam a inserção de dados em meio informatizado por


operação de teclados ou de similares;

VI - preparação de dados para processamento, executados com vistas a viabilizar ou a


facilitar o processamento de informações, tais como o escaneamento manual ou a leitura
ótica.
Parágrafo único. Os serviços de vigilância ou segurança prestados por meio de
monitoramento eletrônico não estão sujeitos à retenção.

Art. 118. Estarão sujeitos à retenção, se contratados mediante cessão de mão-de-obra,


observado o disposto no art. 149, os serviços de:

I - acabamento, que envolvam a conclusão, o preparo final ou a incorporação das


últimas partes ou dos componentes de produtos, para o fim de colocá-los em condição
de uso;

II - embalagem, relacionados com o preparo de produtos ou de mercadorias visando à


preservação ou à conservação de suas características para transporte ou guarda;

III - acondicionamento, compreendendo os serviços envolvidos no processo de


colocação ordenada dos produtos quando do seu armazenamento ou transporte, a
exemplo de sua colocação em paletes, empilhamento, amarração, dentre outros;

IV - cobrança, que objetivem o recebimento de quaisquer valores devidos à empresa


contratante, ainda que executados periodicamente;

V - coleta ou reciclagem de lixo ou de resíduos, que envolvam a busca, o transporte, a


separação, o tratamento ou a transformação de materiais inservíveis ou resultantes de
processos produtivos, exceto quando realizados com a utilização de equipamentos tipo
contêineres ou caçambas estacionárias;

VI - copa, que envolvam a preparação, o manuseio e a distribuição de todo ou de


qualquer produto alimentício;

VII - hotelaria, que concorram para o atendimento ao hóspede em hotel, pousada,


paciente em hospital, clínica ou em outros estabelecimentos do gênero;

VIII - corte ou ligação de serviços públicos, que tenham como objetivo a interrupção ou
a conexão do fornecimento de água, de esgoto, de energia elétrica, de gás ou de
telecomunicações;

IX - distribuição, que se constituam em entrega, em locais predeterminados, ainda que


em via pública, de bebidas, de alimentos, de discos, de panfletos, de periódicos, de
jornais, de revistas ou de amostras, dentre outros produtos, mesmo que distribuídos no
mesmo período a vários contratantes;

X - treinamento e ensino, assim considerados como o conjunto de serviços envolvidos


na transmissão de conhecimentos para a instrução ou para a capacitação de pessoas;

XI - entrega de contas e de documentos, que tenham como finalidade fazer chegar ao


destinatário documentos diversos tais como, conta de água, conta de energia elétrica,
conta de telefone, boleto de cobrança, cartão de crédito, mala direta ou similares;

XII - ligação de medidores, que tenham por objeto a instalação de equipamentos


destinados a aferir o consumo ou a utilização de determinado produto ou serviço;
XIII - leitura de medidores, aqueles executados, periodicamente, para a coleta das
informações aferidas por esses equipamentos, tais como a velocidade (radar), o
consumo de água, de gás ou de energia elétrica;

XIV - manutenção de instalações, de máquinas ou de equipamentos, quando


indispensáveis ao seu funcionamento regular e permanente e desde que mantida equipe
à disposição da contratante;

XV - montagem, que envolvam a reunião sistemática, conforme disposição


predeterminada em processo industrial ou artesanal, das peças de um dispositivo, de um
mecanismo ou de qualquer objeto, de modo que possa funcionar ou atingir o fim a que
se destina;

XVI - operação de máquinas, de equipamentos e de veículos relacionados com a sua


movimentação ou funcionamento, envolvendo serviços do tipo manobra de veículo,
operação de guindaste, painel eletroeletrônico, trator, colheitadeira, moenda,
empilhadeira ou caminhão fora-de-estrada;

XVII - operação de pedágio ou de terminal de transporte, que envolvam a manutenção,


a conservação, a limpeza ou o aparelhamento de terminal de passageiros terrestre, aéreo
ou aquático, de rodovia, de via pública, e que envolvam serviços prestados diretamente
aos usuários;

XVIII - operação de transporte de passageiros, inclusive nos casos de concessão ou de


subconcessão, envolvendo o deslocamento de pessoas por meio terrestre, aquático ou
aéreo;

XIX - portaria, recepção ou ascensorista, realizados com vistas ao ordenamento ou ao


controle do trânsito de pessoas em locais de acesso público ou à distribuição de
encomendas ou de documentos;

XX - recepção, triagem ou movimentação, relacionados ao recebimento, à contagem, à


conferência, à seleção ou ao remanejamento de materiais;

XXI - promoção de vendas ou de eventos, que tenham por finalidade colocar em


evidência as qualidades de produtos ou a realização de shows, de feiras, de convenções,
de rodeios, de festas ou de jogos;

XXII - secretaria e expediente, quando relacionados com o desempenho de rotinas


administrativas;

XXIII - saúde, quando prestados por empresas da área da saúde e direcionados ao


atendimento de pacientes, tendo em vista avaliar, recuperar, manter ou melhorar o
estado físico, mental ou emocional desses pacientes;

XXIV - telefonia ou de telemarketing, que envolvam a operação de centrais ou de


aparelhos telefônicos ou de teleatendimento.

Art. 119. É exaustiva a relação dos serviços sujeitos à retenção, constante dos arts. 117
e 118, conforme disposto no § 2º do art. 219 do RPS.
Parágrafo único. A pormenorização das tarefas compreendidas em cada um dos
serviços, constantes nos incisos dos arts. 117 e 118, é exemplificativa.

Seção IV

Da Dispensa da Retenção

Art. 120. A contratante fica dispensada de efetuar a retenção, e a contratada, de registrar


o destaque da retenção na nota fiscal, na fatura ou no recibo, quando:

I - o valor correspondente a 11% (onze por cento) dos serviços contidos em cada nota
fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços for inferior ao limite mínimo
estabelecido pela RFB para recolhimento em documento de arrecadação;

II - a contratada não possuir empregados, o serviço for prestado pessoalmente pelo


titular ou sócio e o seu faturamento do mês anterior for igual ou inferior a 2 (duas) vezes
o limite máximo do salário-de-contribuição, cumulativamente;

III - a contratação envolver somente serviços profissionais relativos ao exercício de


profissão regulamentada por legislação federal, ou serviços de treinamento e ensino
definidos no inciso X do art. 118, desde que prestados pessoalmente pelos sócios, sem o
concurso de empregados ou de outros contribuintes individuais.

§ 1º Para comprovação dos requisitos previstos no inciso II do caput, a contratada


apresentará à tomadora declaração assinada por seu representante legal, sob as penas da
lei, de que não possui empregados e o seu faturamento no mês anterior foi igual ou
inferior a 2 (duas) vezes o limite máximo do salário-de-contribuição.

§ 2º Para comprovação dos requisitos previstos no inciso III do caput, a contratada


apresentará à tomadora declaração assinada por seu representante legal, sob as penas da
lei, de que o serviço foi prestado por sócio da empresa, no exercício de profissão
regulamentada, ou, se for o caso, por profissional da área de treinamento e ensino, e sem
o concurso de empregados ou contribuintes individuais, ou consignará o fato na nota
fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços.

§ 3º Para fins do disposto no inciso III do caput, são serviços profissionais


regulamentados pela legislação federal, dentre outros, os prestados por administradores,
advogados, aeronautas, aeroviários, agenciadores de propaganda, agrônomos,
arquitetos, arquivistas, assistentes sociais, atuários, auxiliares de laboratório,
bibliotecários, biólogos, biomédicos, cirurgiões dentistas, contabilistas, economistas
domésticos, economistas, enfermeiros, engenheiros, estatísticos, farmacêuticos,
fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos, geógrafos, geólogos, guias de
turismo, jornalistas profissionais, leiloeiros rurais, leiloeiros, massagistas, médicos,
meteorologistas, nutricionistas, psicólogos, publicitários, químicos, radialistas,
secretárias, taquígrafos, técnicos de arquivos, técnicos em biblioteconomia, técnicos em
radiologia e tecnólogos.

Seção V

Da Apuração da Base de Cálculo da Retenção


Art. 121. Os valores de materiais ou de equipamentos, próprios ou de terceiros, exceto
os equipamentos manuais, fornecidos pela contratada, discriminados no contrato e na
nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, não integram a base de
cálculo da retenção, desde que comprovados.

§ 1º O valor do material fornecido ao contratante ou o de locação de equipamento de


terceiros, utilizado na execução do serviço, não poderá ser superior ao valor de
aquisição ou de locação para fins de apuração da base de cálculo da retenção.

§ 2º Para os fins do § 1º, a contratada manterá em seu poder, para apresentar à


fiscalização da RFB, os documentos fiscais de aquisição do material ou o contrato de
locação de equipamentos, conforme o caso, relativos a material ou equipamentos cujos
valores foram discriminados na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de
serviços.

§ 3º Considera-se discriminação no contrato os valores nele consignados, relativos a


material ou equipamentos, ou os previstos em planilha à parte, desde que esta seja parte
integrante do contrato mediante cláusula nele expressa.

Art. 122. Os valores de materiais ou de equipamentos, próprios ou de terceiros, exceto


os equipamentos manuais, cujo fornecimento esteja previsto em contrato, sem a
respectiva discriminação de valores, desde que discriminados na nota fiscal, na fatura ou
no recibo de prestação de serviços, não integram a base de cálculo da retenção, devendo
o valor desta corresponder no mínimo a:

I - 50% (cinquenta por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de
prestação de serviços;

II - 30% (trinta por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de
prestação de serviços para os serviços de transporte de passageiros, cujas despesas de
combustível e de manutenção dos veículos corram por conta da contratada;

III - 65% (sessenta e cinco por cento) quando se referir a limpeza hospitalar, e 80%
(oitenta por cento) quando se referir aos demais tipos de limpeza, do valor bruto da nota
fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços.

§ 1º Se a utilização de equipamento for inerente à execução dos serviços contratados,


desde que haja a discriminação de valores na nota fiscal, na fatura ou no recibo de
prestação de serviços, adota-se o seguinte procedimento:

I – havendo o fornecimento de equipamento e os respectivos valores constarem em


contrato, aplica-se o disposto no art. 121; ou

II – não havendo discriminação de valores em contrato, independentemente da previsão


contratual do fornecimento de equipamento, a base de cálculo da retenção
corresponderá, no mínimo, para a prestação de serviços em geral, a 50% (cinquenta por
cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços e, no
caso da prestação de serviços na área da construção civil, aos percentuais abaixo
relacionados:
a) 10% (dez por cento) para pavimentação asfáltica;

b) 15% (quinze por cento) para terraplenagem, aterro sanitário e dragagem;

c) 45% (quarenta e cinco por cento) para obras de arte (pontes ou viadutos);

d) 50% (cinquenta por cento) para drenagem; e

e) 35% (trinta e cinco por cento) para os demais serviços realizados com a utilização de
equipamentos, exceto os manuais.

§ 2º Quando na mesma nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços constar a


execução de mais de um dos serviços referidos nos incisos I e II do § 1º, cujos valores
não constem individualmente discriminados na nota fiscal, na fatura, ou no recibo,
deverá ser aplicado o percentual correspondente a cada tipo de serviço, conforme
disposto em contrato, ou o percentual maior, se o contrato não permitir identificar o
valor de cada serviço.

§ 3º Aplica-se aos procedimentos estabelecidos neste artigo o disposto nos §§ 1º e 2º do


art. 121.

Art. 123. Não existindo previsão contratual de fornecimento de material ou de


utilização de equipamento, e o uso desse equipamento não for inerente ao serviço,
mesmo havendo discriminação de valores na nota fiscal, na fatura ou no recibo de
prestação de serviços, a base de cálculo da retenção será o valor bruto da nota fiscal, da
fatura ou do recibo de prestação de serviços, exceto no caso do serviço de transporte de
passageiros, para o qual a base de cálculo da retenção corresponderá, no mínimo, à
prevista no inciso II do art. 123.

Art. 123. Não existindo previsão contratual de fornecimento de material ou de


utilização de equipamento, e o uso desse equipamento não for inerente ao serviço,
mesmo havendo discriminação de valores na nota fiscal, na fatura ou no recibo de
prestação de serviços, a base de cálculo da retenção será o valor bruto da nota fiscal, da
fatura ou do recibo de prestação de serviços, exceto no caso do serviço de transporte de
passageiros, para o qual a base de cálculo da retenção corresponderá, no mínimo, à
prevista no inciso II do art. 122. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027,
de 20 de abril de 2010)

Parágrafo único. Na falta de discriminação de valores na nota fiscal, na fatura ou no


recibo de prestação de serviços, a base de cálculo da retenção será o seu valor bruto,
ainda que exista previsão contratual para o fornecimento de material ou a utilização de
equipamento, com ou sem discriminação de valores em contrato.

Seção VI

Das Deduções da Base de Cálculo

Art. 124. Poderão ser deduzidas da base de cálculo da retenção as parcelas que
estiverem discriminadas na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços,
que correspondam:
I - ao custo da alimentação in natura fornecida pela contratada, de acordo com os
programas de alimentação aprovados pelo MTE, conforme Lei nº 6.321, de 1976;

II - ao fornecimento de vale-transporte, de conformidade com a legislação própria.

Parágrafo único. A fiscalização da RFB poderá exigir da contratada a comprovação das


deduções previstas neste artigo.

§ 1º O valor relativo à taxa de administração ou de agenciamento não poderá ser


deduzido da base de cálculo da retenção, inclusive no caso de serviços prestados por
trabalhadores temporários, ainda que o valor seja discriminado no documento ou seja
objeto de nota fiscal, fatura ou recibo específico. (Incluído pela Instrução Normativa
RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

§ 2º A fiscalização da RFB poderá exigir da contratada a comprovação das deduções


previstas neste artigo. (Renumerado pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de
setembro de 2010)

Art. 125. O valor relativo à taxa de administração ou de agenciamento, ainda que figure
discriminado na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, não poderá
ser objeto de dedução da base de cálculo da retenção, inclusive no caso de serviços
prestados por trabalhadores temporários. (Revogado pela Instrução Normativa RFB nº
1.071, de 15 de setembro de 2010)

§ 1º Na hipótese de a empresa contratada emitir 2 (duas) notas fiscais, 2 (duas) faturas


ou 2 (dois) recibos, relativos ao mesmo serviço, contendo, um dos documentos, o valor
correspondente à taxa de administração ou de agenciamento e o outro, o valor da
remuneração dos trabalhadores utilizados na prestação do serviço, a retenção incidirá
sobre o valor de cada uma dessas notas, faturas ou recibos.

§ 2º Em caso de faturamento de consórcio para a contratante, para fins de não retenção


sobre a taxa de administração, deverá ser emitida nota fiscal, fatura ou recibo de
prestação de serviço, somente com o valor correspondente à taxa de administração ou de
agenciamento em separado do valor dos serviços prestados pelas consorciadas.

Seção VII

Do Destaque da Retenção

Art. 126. Quando da emissão da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de


serviços, a contratada deverá destacar o valor da retenção com o título de "RETENÇÃO
PARA A PREVIDÊNCIA SOCIAL", observado o disposto no art. 120.

§ 1º O destaque do valor retido deverá ser identificado logo após a descrição dos
serviços prestados, apenas para produzir efeito como parcela dedutível no ato da
quitação da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços, sem alteração do
valor bruto da nota, da fatura ou do recibo de prestação de serviços.

§ 2º A falta do destaque do valor da retenção, conforme disposto no caput, constitui


infração ao § 1º do art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991.
Art. 127. Caso haja subcontratação, os valores retidos da subcontratada, e
comprovadamente recolhidos pela contratada, poderão ser deduzidos do valor da
retenção a ser efetuada pela contratante, desde que todos os documentos envolvidos se
refiram à mesma competência e ao mesmo serviço.

§ 1º Para efeito do disposto no caput, a contratada deverá destacar na nota fiscal, na


fatura ou no recibo de prestação de serviços as retenções da seguinte forma:

I - retenção para a Previdência Social: informar o valor correspondente a 11% (onze por
cento) do valor bruto dos serviços, rassalvado o disposto no § 1º do art. 112, no § 2º do
art. 125 e no art. 145;

I - retenção para a Previdência Social: informar o valor correspondente a 11% (onze por
cento) do valor bruto dos serviços, observado o disposto no § 1º do art. 112 e no art.
145; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de
2010)

II - dedução de valores retidos de subcontratadas: informar o valor total correspondente


aos valores retidos e recolhidos relativos aos serviços subcontratados;

III - valor retido para a Previdência Social: informar o valor correspondente à diferença
entre a retenção, apurada na forma do inciso I, e a dedução efetuada conforme disposto
no inciso II, que indicará o valor a ser efetivamente retido pela contratante.

§ 2º A contratada, juntamente com a sua nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de


serviços, deverá encaminhar à contratante, exceto em relação aos serviços
subcontratados em que tenha ocorrido a dispensa da retenção prevista no inciso I do art.
120, cópia:

I - das notas fiscais, das faturas ou dos recibos de prestação de serviços das
subcontratadas com o destaque da retenção;

II - dos comprovantes de arrecadação dos valores retidos das subcontratadas;

III - das GFIP, elaboradas pelas subcontratadas, onde conste no campo "CNPJ/CEI do
tomador/obra", o CNPJ da contratada ou a matrícula CEI da obra e, no campo
"Denominação social do tomador/obra", a denominação social da empresa contratada.

§ 3º Na hipótese de prestação de serviços por meio de consórcio e caso a empresa


responsável pela sua administração tenha efetuado retenção sobre os valores brutos das
notas fiscais, das faturas ou dos recibos de prestação de serviços de empresas
consorciadas que prestaram serviços por intermédio do consórcio, e procedido ao
recolhimento no CNPJ das consorciadas, esses valores poderão ser deduzidos, na forma
desse artigo, do valor a ser retido na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de
serviços, emitidos pelo consórcio para a contratante, por ocasião do faturamento dos
serviços prestados pelas consorciadas. (Revogado pela Instrução Normativa RFB nº
1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 128. Se os serviços forem prestados por meio de consórcio constituído na forma
dos arts. 278 e 279 da Lei nº 6.404, de 1976, sujeito à retenção de que trata o § 2º do art.
112, a empresa responsável por sua administração deverá destacar na nota fiscal, na
fatura ou no recibo de prestação de serviços, emitidos em nome do consórcio, a retenção
para a Previdência Social correspondente a 11% (onze por cento) do valor bruto dos
serviços prestados por todas as consorciadas participantes, ressalvadas as disposições
contidas no § 1º do art. 112, no § 2º do art. 125 e no art. 145. (Revogado pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

§ 1º Para efeito do disposto no caput, a empresa responsável pela administração do


consórcio deverá anexar à nota fiscal, à fatura ou ao recibo de prestação de serviços,
emitidos em nome do consórcio um relatório com a identificação e a participação
individualizada de todas as consorciadas, devendo todos os documentos envolvidos se
referirem à mesma competência e ao mesmo serviço.

§ 2º A empresa responsável pela administração do consórcio deverá encaminhar à


contratante os seguintes documentos:

I - cópia das notas fiscais, das faturas ou dos recibos de prestação de serviços das
consorciadas com o destaque da retenção correspondente;

II - cópia das GFIP, elaboradas pelas consorciadas com o seu CNPJ identificador, onde
conste no campo "CNPJ/CEI do tomador/obra", o CNPJ do consórcio ou a matrícula
CEI da obra e, no campo "Denominação social do tomador/obra", a denominação social
do consórcio ou o nome da obra contratada; e

III - relação de empresas consorciadas, com os seguintes dados:

a) razão social da consorciada;

b) identificador CNPJ da consorciada;

c) participação da consorciada de acordo com os atos constitutivos do consórcio;

d) relatório, por competência, de notas fiscais, faturas ou recibos, emitidos por


consorciada, do qual constem o número e o valor do documento.

Seção VIII

Do Recolhimento do Valor Retido

Art. 129. A importância retida deverá ser recolhida pela empresa contratante até o dia
20 (vinte) do mês seguinte ao da emissão da nota fiscal, da fatura ou do recibo de
prestação de serviços, antecipando-se esse prazo para o dia útil imediatamente anterior
quando não houver expediente bancário naquele dia, informando, no campo
identificador do documento de arrecadação, o CNPJ do estabelecimento da empresa
contratada ou a matrícula CEI da obra de construção civil, conforme o caso e, no campo
nome ou denominação social, a denominação social desta, seguida da denominação
social da empresa contratante.
§ 1º A multa de mora devida no caso de recolhimento em atraso do valor retido será
aquela prevista no art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991. (Revogado pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

§ 2º Tratando-se de retenção efetuada sobre a nota fiscal, a fatura ou o recibo de


prestação de serviços, emitida pelo consórcio, o recolhimento da retenção deverá ser
efetuado em nome e no CNPJ das empresas consorciadas, proporcionalmente à
participação de cada uma delas, conforme declarado pelo consórcio em relação anexa,
na forma do inciso III do § 2º do art. 128, observado o disposto no parágrafo único do
art. 113. (Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de
2010)

§ 3º Caso reste saldo de retenção a ser recolhido, após observados os procedimentos


previstos no § 3º do art. 127, no art. 128 e no § 2º deste artigo, o recolhimento desse
valor deverá ser efetuado em nome e no CNPJ da empresa responsável pela
administração do consórcio, que poderá compensar com as contribuições devidas à
Previdência Social ou pedir restituição, na forma prevista em ato próprio da RFB.
(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.080, de 3 de novembro de 2010)

Art. 130. O órgão ou a entidade integrante do Siafi deverá recolher os valores retidos
com base na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, respeitando
como data limite de pagamento o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da emissão da
nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços, observado o disposto no art.
120.

Art. 131. Quando, por um mesmo estabelecimento da contratada, forem emitidas mais
de uma nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços para um mesmo
estabelecimento da contratante, na mesma competência, sobre as quais houve retenção,
a contratante deverá efetuar o recolhimento dos valores retidos, em nome da contratada,
num único documento de arrecadação.

Art. 132. A falta de recolhimento, no prazo legal, das importâncias retidas configura,
em tese, crime contra a Previdência Social previsto no art. 168-A do Código Penal,
introduzido pela Lei nº 9.983, de 14 de julho de 2000, ensejando a emissão de
Representação Fiscal para Fins Penais (RFFP).

Art. 133. A empresa contratada poderá consolidar, num único documento de


arrecadação, por competência e por estabelecimento, as contribuições incidentes sobre a
remuneração de todos os segurados envolvidos na prestação de serviços e dos segurados
alocados no setor administrativo, bem como, se for o caso, a contribuição social
previdenciária incidente sobre o valor pago a cooperativa de trabalho relativa à
prestação de serviços de cooperados, compensando os valores retidos com as
contribuições devidas à Previdência Social por qualquer de seus estabelecimentos.

Seção IX

Das Obrigações da Empresa Contratada

Art. 134. A empresa contratada deverá elaborar:


I - folhas de pagamento distintas e o respectivo resumo geral, para cada estabelecimento
ou obra de construção civil da empresa contratante, relacionando todos os segurados
alocados na prestação de serviços, na forma prevista no inciso III do art. 47;

II - GFIP com as informações relativas aos tomadores de serviços, para cada


estabelecimento da empresa contratante ou cada obra de construção civil, utilizando o
código de recolhimento próprio da atividade, conforme normas previstas no Manual da
GFIP; e

III - demonstrativo mensal por contratante e por contrato, assinado pelo seu
representante legal, contendo:

a) a denominação social e o CNPJ da contratante, ou a matrícula CEI da obra de


construção civil, conforme o caso;

b) o número e a data de emissão da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de


serviços;

c) o valor bruto, o valor retido e o valor líquido recebido relativo à nota fiscal, à fatura
ou ao recibo de prestação de serviços; e

d) a totalização dos valores e sua consolidação por obra de construção civil ou por
estabelecimento da contratante, conforme o caso.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à empresa prestadora de serviços por
intermédio de consórcio, em relação à sua participação no empreendimento, ainda que o
faturamento se dê em nome do consórcio, observados os procedimentos previstos neste
Capítulo em relação à retenção e ao seu recolhimento.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à empresa prestadora de serviços por
intermédio de consórcio, em relação à sua participação no empreendimento, e ao
consórcio, conforme o caso, nos termos da Instrução Normativa RFB nº 1.199, de 14 de
outubro de 2011, que dispõe sobre procedimentos fiscais dispensados aos consórcios, e
observado o disposto neste Capítulo em relação à retenção e seu recolhimento.
(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

Art. 135. A empresa contratada fica dispensada de elaborar folha de pagamento e GFIP
com informações distintas por estabelecimento ou obra de construção civil em que
realizar tarefa ou prestar serviços, quando, comprovadamente, utilizar os mesmos
segurados para atender a várias empresas contratantes, alternadamente, no mesmo
período, inviabilizando a individualização da remuneração desses segurados por tarefa
ou por serviço contratado.

Parágrafo único. São considerados serviços prestados alternadamente, aqueles em que a


tarefa ou o serviço contratado seja executado por trabalhador ou equipe de trabalho em
vários estabelecimentos ou várias obras de uma mesma contratante ou de vários
contratantes, por etapas, numa mesma competência, e que envolvam os serviços que não
compõem o Custo Unitário Básico (CUB), relacionados no Anexo VIII.
Art. 136. A contratada, legalmente obrigada a manter escrituração contábil formalizada,
está obrigada a registrar, mensalmente, em contas individualizadas, todos os fatos
geradores de contribuições sociais, inclusive a retenção sobre o valor da prestação de
serviços, conforme disposto no inciso IV do art. 47.

Art. 137. O lançamento da retenção na escrituração contábil, de que trata o art. 136,
deverá discriminar:

I - o valor bruto dos serviços;

II - o valor da retenção; e

III - o valor líquido a receber.

Parágrafo único. Na contabilidade em que houver lançamento pela soma total das notas
fiscais, das faturas ou dos recibos de prestação de serviços e pela soma total da retenção,
por mês, por contratante, a empresa contratada deverá manter em registros auxiliares a
discriminação desses valores, por contratante, conforme disposto no inciso III do art.
134.

Seção X

Das Obrigações da Empresa Contratante

Art. 138. A empresa contratante fica obrigada a manter em arquivo, por empresa
contratada, em ordem cronológica, à disposição da RFB, pelo prazo decadencial
previsto na legislação tributária, as correspondentes notas fiscais, faturas ou recibos de
prestação de serviços, cópia das GFIP e, se for o caso, dos documentos relacionados no
§ 2º do art. 127 e, no caso de serviços contratados por meio de consórcio, os
relacionados no § 2º do art. 128.

Art. 138 A empresa contratante fica obrigada a manter em arquivo, por empresa
contratada, em ordem cronológica, à disposição da RFB, até que ocorra a prescrição
relativa aos créditos decorrentes das operações a que se refiram, as correspondentes
notas fiscais, faturas ou recibos de prestação de serviços, cópia das GFIP e, se for o
caso, dos documentos relacionados no § 2º do art. 127. (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 139. A contratante, legalmente obrigada a manter escrituração contábil


formalizada, está obrigada a registrar, mensalmente, em contas individualizadas, todos
os fatos geradores de contribuições sociais, inclusive a retenção sobre o valor dos
serviços contratados, conforme disposto no inciso IV do art. 47.

Art. 140. O lançamento da retenção na escrituração contábil de que trata o art. 139,
deverá discriminar:

I - o valor bruto dos serviços;

II - o valor da retenção;
III - o valor líquido a pagar.

Parágrafo único. Na contabilidade em que houver lançamento pela soma total das notas
fiscais, das faturas ou dos recibos de prestação de serviços e pela soma total da retenção,
por mês, por contratada, a empresa contratante deverá manter em registros auxiliares a
discriminação desses valores, individualizados por contratada.

Art. 141. A empresa contratante, legalmente dispensada da apresentação da escrituração


contábil, deverá elaborar demonstrativo mensal, assinado pelo seu representante legal,
relativo a cada contrato, contendo as seguintes informações:

I - a denominação social e o CNPJ da contratada;

II - o número e a data da emissão da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de


serviços;

III - o valor bruto, a retenção e o valor líquido pago relativo à nota fiscal, à fatura ou ao
recibo de prestação de serviços;

IV - a totalização dos valores e sua consolidação por obra de construção civil e por
estabelecimento da contratada, conforme o caso.

Seção XI

Da Retenção na Construção Civil

Art. 142. Na construção civil, sujeita-se à retenção de que trata o art. 112, observado o
disposto no art. 145:

I - a prestação de serviços mediante contrato de empreitada parcial, conforme definição


contida na alínea "b" do inciso XXVII do art. 322;

II - a prestação de serviços mediante contrato de subempreitada, conforme definição


contida no inciso XXVIII do art. 322;

III - a prestação de serviços tais como os discriminados no Anexo VII; e

IV - a reforma de pequeno valor, conforme definida no inciso V do art. 322.

Art. 143. Não se sujeita à retenção, a prestação de serviços de:

I - administração, fiscalização, supervisão ou gerenciamento de obras;

II - assessoria ou consultoria técnicas;

III - controle de qualidade de materiais;

IV - fornecimento de concreto usinado, de massa asfáltica ou de argamassa usinada ou


preparada;
V - jateamento ou hidrojateamento;

VI - perfuração de poço artesiano;

VII - elaboração de projeto da construção civil;

VIII - ensaios geotécnicos de campo ou de laboratório (sondagens de solo, provas de


carga, ensaios de resistência, amostragens, testes em laboratório de solos ou outros
serviços afins);

IX - serviços de topografia;

X - instalação de antena coletiva;

XI - instalação de aparelhos de ar condicionado, de refrigeração, de ventilação, de


aquecimento, de calefação ou de exaustão;

XII - instalação de sistemas de ar condicionado, de refrigeração, de ventilação, de


aquecimento, de calefação ou de exaustão, quando a venda for realizada com emissão
apenas da nota fiscal de venda mercantil;

XIII - instalação de estruturas e esquadrias metálicas, de equipamento ou de material,


quando for emitida apenas a nota fiscal de venda mercantil;

XIV - locação de caçamba;

XV - locação de máquinas, de ferramentas, de equipamentos ou de outros utensílios sem


fornecimento de mão-de-obra; e

XVI - fundações especiais.

Parágrafo único. Quando na prestação dos serviços relacionados nos incisos XII e XIII
do caput, houver emissão de nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços
relativa à mão-de-obra utilizada na instalação do material ou do equipamento vendido,
os valores desses serviços integrarão a base de cálculo da retenção.

Art. 144. Caso haja, para a mesma obra, contratação de serviço relacionado no art. 143
e, simultaneamente, o fornecimento de mão-de-obra para execução de outro serviço
sujeito à retenção, aplicar-se-á a retenção apenas a este serviço, desde que os valores
estejam discriminados na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços.

Parágrafo único. Não havendo discriminação na nota fiscal, na fatura ou no recibo de


prestação de serviços, aplicar-se-á a retenção a todos os serviços contratados.

Seção XII

Da Retenção na Prestação de Serviços em Condições Especiais

Art. 145. Quando a atividade dos segurados na empresa contratante for exercida em
condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física destes, de forma a
possibilitar a concessão de aposentadoria especial após 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25
(vinte e cinco) anos de trabalho, o percentual da retenção aplicado sobre o valor dos
serviços prestados por estes segurados, a partir de 1º de abril de 2003, deve ser
acrescido de 4% (quatro por cento), 3% (três por cento) ou 2% (dois por cento),
respectivamente, perfazendo o total de 15% (quinze por cento), 14% (quatorze por
cento) ou 13% (treze por cento).

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, a empresa contratada deverá emitir nota
fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços específica para os serviços prestados em
condições especiais pelos segurados ou discriminar o valor desses na nota fiscal, na
fatura ou no recibo de prestação de serviços.

Art. 146. Caso haja previsão contratual de utilização de trabalhadores na execução de


atividades na forma do art. 145, e a nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços
não tenha sido emitida na forma prevista no parágrafo único do art. 145, a base de
cálculo para incidência do acréscimo de retenção será proporcional ao número de
trabalhadores envolvidos nas atividades exercidas em condições especiais, se houver a
possibilidade de identificação dos trabalhadores envolvidos e dos não envolvidos nessas
atividades.

§ 1º Na hipótese do caput, não havendo possibilidade de identificação do número de


trabalhadores envolvidos e não envolvidos com as atividades exercidas em condições
especiais, o acréscimo da retenção incidirá sobre o valor total dos serviços contido na
nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, no percentual
correspondente à atividade especial.

§ 2º Quando a empresa contratante desenvolver atividades em condições especiais e não


houver previsão contratual da utilização ou não dos trabalhadores contratados nessas
atividades, incidirá, sobre o valor total dos serviços contido na nota fiscal, na fatura ou
no recibo de prestação de serviços, o percentual adicional de retenção correspondente às
atividades em condições especiais desenvolvidas pela empresa ou, não sendo possível
identificar as atividades, o percentual mínimo de 2% (dois por cento).

Art. 147. As empresas contratada e contratante, no que se refere às obrigações


relacionadas aos agentes nocivos a que os trabalhadores estiverem expostos, devem
observar as disposições contidas no Capítulo IX do Título III, que trata dos riscos
ocupacionais no ambiente de trabalho.

Parágrafo único. A contratada deve elaborar o PPP dos trabalhadores expostos a agentes
nocivos com base, dentre outras informações, nas demonstrações ambientais da
contratante ou do local da efetiva prestação de serviços.

Seção XIII

Das Disposições Especiais

Art. 148. A entidade beneficente de assistência social em gozo de isenção, a empresa


optante pelo SIMPLES ou pelo Simples Nacional, o sindicato da categoria de
trabalhadores avulsos, o OGMO, o operador portuário e a cooperativa de trabalho,
quando forem contratantes de serviços mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada,
estão obrigados a efetuar a retenção sobre o valor da nota fiscal, da fatura ou do recibo
de prestação de serviços e ao recolhimento da importância retida em nome da empresa
contratada, observadas as demais disposições previstas neste Capítulo.

Art. 149. Não se aplica o instituto da retenção:

I - à contratação de serviços prestados por trabalhadores avulsos por intermédio de


sindicato da categoria ou de OGMO;

II - à empreitada total, conforme definida na alínea "a" do inciso XXVII do caput e no §


1º, ambos do art. 322, aplicando-se, nesse caso, o instituto da solidariedade, conforme
disposições previstas na Seção III do Capítulo IX deste Título, observado o disposto no
art. 164 e no inciso IV do § 2º do art. 151;

III - à contratação de entidade beneficente de assistência social isenta de contribuições


sociais;

IV - ao contribuinte individual equiparado à empresa e à pessoa física;

V - à contratação de serviços de transporte de cargas, a partir de 10 de junho de 2003,


data da publicação no Diário Oficial da União do Decreto nº 4.729, de 9 de junho de
2003;

VI - à empreitada realizada nas dependências da contratada;

VII - aos órgãos públicos da administração direta, autarquias e fundações de direito


público quando contratantes de obra de construção civil, reforma ou acréscimo, por
meio de empreitada total ou parcial, observado o disposto no inciso IV do § 2º do art.
151, ressalvado o caso de contratarem serviços de construção civil mediante cessão de
mão-de-obra ou empreitada, em que se obrigam a efetuar a retenção prevista no art. 112.

Art. 150. Caso haja decisão judicial que vede a aplicação da retenção, prevista no art.
31 da Lei nº 8.212, de 1991, observar-se-á o seguinte:

I - na hipótese de a decisão judicial se referir à empresa contratada mediante cessão de


mão-de-obra ou empreitada, não sujeita à aplicação do instituto da responsabilidade
solidária, as contribuições previdenciárias incidentes sobre a remuneração da mão-de-
obra utilizada na prestação de serviços serão exigidas da contratada;

II - se a decisão judicial se referir à empresa contratada mediante empreitada total na


construção civil, sendo a ação impetrada contra o uso, pela contratante, da faculdade
prevista no art. 164, hipótese em que é configurada a previsão legal do instituto da
responsabilidade solidária, prevista no inciso VI do art. 30 da Lei nº 8.212, de 1991,
ressalvado o disposto no art. 157, a contratante deverá observar o disposto nos arts. 161
e 163, no que couber, para fins de elisão da sua responsabilidade.

Parágrafo único. Na situação prevista no inciso I do caput, quando a contratada


pertencer à jurisdição de outra unidade da RFB, deverá ser emitido subsídio fiscal para a
unidade competente da jurisdição do estabelecimento matriz da empresa contratada,
ainda que a decisão judicial não determine que se aplique o instituto da responsabilidade
solidária.

CAPÍTULO IX

DA SOLIDARIEDADE

Seção I

Das Disposições Gerais

Art. 151. São solidariamente obrigadas as pessoas que tenham interesse comum na
situação que constitua o fato gerador da obrigação previdenciária principal e as
expressamente designadas por lei como tal.

§ 1º A solidariedade prevista no caput não comporta benefício de ordem.

§ 2º Excluem-se da responsabilidade solidária:

I - as contribuições destinadas a outras entidades ou fundos;

II - as contribuições sociais previdenciárias decorrentes de serviços prestados mediante


cessão de mão-de-obra ou empreitada sujeitos à retenção de que trata o art. 112;

III - no período de 21 de novembro de 1986 a 28 de abril de 1995, as contribuições


sociais previdenciárias decorrentes de serviços prestados mediante cessão de mão-de-
obra ou empreitada, a órgão público da administração direta, a autarquia, e a fundação
de direito público; e

IV - a partir de 21 de novembro de 1986, as contribuições sociais previdenciárias


decorrentes da contratação, qualquer que seja a forma, de execução de obra de
construção civil, reforma ou acréscimo, efetuadas por órgão público da administração
direta, por autarquia e por fundação de direito público.

§ 3º A responsabilidade solidária em relação à multa moratória, aplica-se, a partir de 11


de fevereiro de 2007, a toda a Administração Pública, inclusive aos órgãos da
Administração Direta, às autarquias e às fundações de direito público.(Revogado pela
Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

Seção II

Dos Responsáveis Solidários

Art. 152. São responsáveis solidários pelo cumprimento da obrigação previdenciária


principal:

I - as empresas que integram grupo econômico de qualquer natureza, entre si, conforme
disposto no inciso IX do art. 30 da Lei nº 8.212, de 1991;
II - o operador portuário e o OGMO, entre si, relativamente à requisição de mão-de-obra
de trabalhador avulso, ressalvado o disposto no § 1º, conforme disposto no art. 2º da Lei
nº 9.719, de 27 de novembro de 1998;

III - os produtores rurais, entre si, integrantes de consórcio simplificado de produtores


rurais definido no inciso XIX do art. 165, conforme disposto no art. 25-A da Lei nº
8.212, de 1991;

IV - a empresa tomadora de serviços com a empresa prestadora de serviços mediante


cessão de mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário, até a competência
janeiro de 1999;

V - a empresa tomadora de serviços com a empresa prestadora de serviços mediante


cessão de mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário, conforme disposto
no art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991, até a competência janeiro de 1999, observado,
quanto a órgão público da administração direta, a autarquia e a fundação de direito
público, o disposto na alínea "b" do inciso VIII;

VI - o titular de firma individual urbana ou rural, considerado empresário individual


pelo art. 931 da Lei nº 10.406, de 2002, (Código Civil) e os sócios das empresas por
cotas de responsabilidade limitada, com a firma individual e a sociedade,
respectivamente, conforme disposto no art. 13 da Lei nº 8.620, de 1993;(Revogado pela
Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

VII - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador
da obrigação previdenciária principal, conforme dispõe o art. 224 do Código Tributário
Nacional (CTN);

VIII - o órgão público da administração direta, a autarquia e a fundação de direito


público:

a) no período anterior ao Decreto-Lei nº 2.300, de 21 de novembro de 1986, quando


contratar obra de construção civil, reforma ou acréscimo, bem como quando contratar
serviços mediante cessão de mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário;
e

b) no período de 29 de abril de 1995 a 31 de janeiro de 1999, quando contratar serviços


mediante cessão de mão-de-obra, inclusive em regime de trabalho temporário;

IX - os titulares e os sócios, em qualquer tempo, e os administradores do período de


ocorrência dos respectivos fatos geradores ou em períodos posteriores, de
microempresas ou empresas de pequeno porte, baixadas sem o pagamento das
respectivas contribuições previdenciárias, conforme disposto nos §§ 3º e 4º do art. 78 da
Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.(Revogado pela Instrução
Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

IX - os titulares e os sócios, em qualquer tempo, e os administradores, do período de


ocorrência dos respectivos fatos geradores ou em períodos posteriores, de
microempresas ou empresas de pequeno porte baixadas sem o pagamento das
respectivas contribuições previdenciárias, conforme disposto no § 5º do art. 9º da Lei
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006; e(Incluído pela Instrução Normativa
RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

X - as empresas integrantes de consórcio constituído nos termos dos arts. 278 e 279 da
Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976, observado o art. 1º da Lei nº 12.402, de 2 de
maio de 2011, e a Instrução Normativa RFB nº 1.199, de 2011, que dispõe sobre
procedimentos fiscais dispensados aos consórcios. (Incluído pela Instrução Normativa
RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 1º A solidariedade não se aplica aos trabalhadores portuários avulsos cedidos em


caráter permanente, na forma estabelecida pela Lei nº 8.630, de 25 de fevereiro de 1993.

§ 2º Os acionistas controladores, os administradores, os gerentes e os diretores


respondem solidariamente e subsidiariamente, com seus bens pessoais, quanto ao
inadimplemento das obrigações perante a Previdência Social, por dolo ou culpa,
conforme a Lei nº 8.620, de 1993.

§ 2º Em relação aos créditos decorrentes de obrigações previdenciárias, aplica-se o


disposto no art. 135 do CTN às pessoas nele mencionadas. (Redação dada pela
Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 3º Aplica-se a solidariedade prevista no inciso VII do caput às empresas que se


associam para a realização de empreendimento e que não atendam ao disposto nos arts.
278 e 279 da Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976.

§ 4º Os titulares e os sócios, em qualquer tempo, e os administradores do período de


ocorrência dos respectivos fatos geradores ou em períodos posteriores, reputam-se
solidariamente responsáveis pelas penalidades, decorrentes da simples falta de
recolhimento ou da prática, comprovada e apurada em processo administrativo ou
judicial, de outras irregularidades cometidas pelos empresários, pelas microempresas,
pelas empresas de pequeno porte ou por seus sócios ou administradores, nos termos do
§ 3º do art. 78 da Lei Complementar nº 123, de 2006.

§ 4º Os titulares e os sócios, em qualquer tempo, e os administradores, do período de


ocorrência dos respectivos fatos geradores ou de períodos posteriores, reputam-se
solidariamente responsáveis pelas penalidades decorrentes da simples falta de
recolhimento ou da prática, comprovada e apurada em processo administrativo ou
judicial, de outras irregularidades cometidas pelos empresários, pelas microempresas,
pelas empresas de pequeno porte ou por seus sócios ou administradores, nos termos do
§ 4º do art. 9º da Lei Complementar nº 123, de 2006. (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 5º A solidariedade estabelecida no caput, relativamente aos incisos I, II e III, aplica-se


também à multa decorrente do descumprimento das obrigações acessórias, que se
convertem em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária.

Art. 153. Os administradores de autarquias e fundações criadas e mantidas pelo Poder


Público, de empresas públicas e de sociedades de economia mista sujeitas ao controle da
União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios, que se encontrem em mora
por mais de 30 (trinta) dias, quanto ao recolhimento das contribuições sociais
previdenciárias, tornam-se solidariamente responsáveis pelo respectivo pagamento,
ficando ainda sujeitos às proibições do art. 1º e às sanções dos arts. 4º e 7º do Decreto-
Lei nº 368, de 19 de dezembro de 1968.

Seção III

Da Solidariedade na Construção Civil

Art. 154. São responsáveis solidários pelo cumprimento da obrigação previdenciária


principal na construção civil:

I - o proprietário do imóvel, o dono da obra, o incorporador, o condômino de unidade


imobiliária, pessoa jurídica ou física, quando contratar a execução da obra mediante
empreitada total com empresa construtora, definida no inciso XIX do art. 322,
observado o disposto no § 3º, ressalvado o disposto no inciso IV do § 2º do art. 151;

II - até a competência janeiro de 1999, o proprietário do imóvel, o dono da obra, o


incorporador, o condômino de unidade imobiliária, pessoa jurídica ou física, e a
empresa construtora, com a empreiteira e a subempreiteira definida no inciso XXXI do
art. 322, na contratação, respectivamente, de empreitada ou de subempreitada de obra
ou serviço, ressalvado o disposto no inciso IV do § 2º do art. 151;

III - os adquirentes que assumam a administração da obra, no caso de falência ou


insolvência civil do incorporador, conforme disposto no art. 31-F da Lei nº 4.591, de
1964, com a redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004, observado que cada adquirente
responderá individualmente pelos fatos geradores porventura ocorridos resultantes da
diferença do custo orçado e o custo efetivo verificado até a data da quebra, da seguinte
forma:

a) na proporção dos coeficientes de construção atribuíveis às respectivas unidades; ou

b) por outro critério de rateio, deliberado em assembleia geral por 2/3 (dois terços) dos
votos dos adquirentes, de acordo com o disposto na Lei nº 4.591, de 1964, com a
redação dada pela Lei nº 10.931, de 2004.

§ 1º Ao contratante, responsável solidário, é ressalvado o direito regressivo contra o


contratado e admitida a retenção de importância devida a este último para garantia do
cumprimento das obrigações previdenciárias.

§ 2º Exclui-se da responsabilidade solidária o adquirente de prédio ou unidade


imobiliária que realizar a operação com empresa de comercialização ou incorporador de
imóveis, ficando estes solidariamente responsáveis com a empresa construtora.

§ 3º No caso de repasse integral do contrato, na forma prevista no inciso XXXIX do art.


322, fica estabelecida a responsabilidade solidária entre a empresa construtora
originalmente contratada e a empresa construtora para a qual foi repassada a
responsabilidade pela execução integral da obra, além da solidariedade entre o
proprietário, o dono da obra ou o incorporador e aquelas, observado o disposto no art.
158 e no inciso IV do § 2º do art. 151.
Art. 155. No contrato de empreitada total de obra a ser realizada por consórcio, nos
termos da alínea "a" do inciso XXVII do art. 322, o contratante responde solidariamente
com as empresas consorciadas pelo cumprimento das obrigações perante a Previdência
Social, ressalvado o disposto no inciso IV do § 2º do art. 151.

Art. 155. No contrato de empreitada total de obra a ser realizada por empresas reunidas
em consórcio, nos termos da alínea "a" do inciso XXVII do art. 322, o contratante
responde solidariamente, com as empresas consorciadas, pelo cumprimento das
obrigações perante a Previdência Social, em relação às operações praticadas pelo
consórcio, em nome deste ou da empresa líder, ressalvado o disposto no inciso IV do §
2º do art. 151. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro
de 2012)

§ 1º Não desfigura a responsabilidade solidária o fato de cada uma das consorciadas


executar partes distintas do projeto total, bem como realizar faturamento direta e
isoladamente para a contratante, observado o disposto no inciso IV do § 2º do art. 322.

§ 2º As consorciadas somente se obrigam nas condições previstas no respectivo


contrato, respondendo cada uma por suas obrigações, sem presunção de solidariedade,
nos termos do § 1º do art. 278 da Lei nº 6.404, de 1976.

§ 2º As consorciadas se obrigam nas condições previstas no respectivo contrato,


respondendo cada uma por suas obrigações e pelas decorrentes da contratação, pelo
consórcio ou pela empresa líder, de pessoas jurídicas ou físicas, observado o disposto no
inciso X do art. 152. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de
janeiro de 2012)

§ 3º A responsabilidade solidária prevista no caput poderá ser elidida na forma do art.


164, observadas as disposições do Capítulo VIII do Título II.

§ 4º A solidariedade a que se refere este artigo abrange também o recolhimento das


contribuições destinadas a outras entidades e fundos, além da multa por atraso no
cumprimento das obrigações acessórias. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº
1.238, de 11 de janeiro de 2012)

Art. 156. Há responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em


consórcio, quando da contratação com a Administração Pública, tanto na fase de
licitação quanto na de execução do contrato, nos termos do art. 33 da Lei nº 8.666, de
1993, observado o disposto nos incisos III e IV do § 2º do art. 151.(Revogada pela
Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

Art. 157. O órgão público da administração direta, a autarquia e a fundação de direito


público, na contratação de obra de construção civil por empreitada total, não respondem
solidariamente pelas contribuições sociais previdenciárias decorrentes da execução do
contrato, ressalvado o disposto no inciso VIII do art. 152.

Art. 158. Nas licitações, o contrato com a Administração Pública efetuado pelo regime
de empreitada por preço unitário ou por tarefa, conforme disposto nas alíneas "b" e "d"
do inciso VIII do art. 6º da Lei nº 8.666, de 1993, será considerado de empreitada total,
quando se tratar de contratada empresa construtora definida no inciso XIX do art. 322,
admitindo-se o fracionamento de que trata o § 1º do art. 24 e observado, quanto à
solidariedade, o disposto no inciso IV do § 2º do art. 151, entendendo-se por:

I - empreitada por preço unitário, aquela em que o preço é ajustado por unidade, seja de
parte distinta da obra ou por medida (metro, quilômetro, dentre outros);

II - tarefa, a contratação para a execução de pequenas obras ou de parte de uma obra


maior, com ou sem fornecimento de material ou locação de equipamento, podendo o
preço ser ajustado de forma global ou unitária.

Parágrafo único. As contratações da Administração Pública que não se enquadrarem nas


situações previstas neste artigo, ficam sujeitas às normas de retenção previstas nesta
Instrução Normativa.

Art. 159. A entidade beneficente de assistência social que usufrua da isenção das
contribuições sociais, na contratação de obra de construção civil, na forma dos incisos I
e II do art. 154, responde solidariamente apenas pelas contribuições sociais
previdenciárias a cargo dos segurados que laboram na execução da obra.

§ 1º A isenção das contribuições outorgada à entidade beneficente de assistência social


é extensiva à obra de construção civil quando executada diretamente pela entidade e
destinada a uso próprio.

§ 2º O disposto no caput não implica isenção das contribuições sociais devidas pela
empresa construtora.

Art. 160. Excluem-se da responsabilidade solidária, sujeitando-se à retenção prevista no


art. 112 e, conforme o caso, no art. 145:

I - as demais formas de contratação de empreitada de obra de construção civil não-


enquadradas no inciso I do art. 154, observado o disposto no inciso IV do § 2º do art.
151;

II - os serviços de construção civil tais como os discriminados no Anexo VII, observado


o disposto no art. 143 e no inciso III do § 2º do art. 151.

Art. 161. Quando da quitação da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de


serviços, cabe ao contratante, observado o disposto no § 4º, exigir:

I - até a competência janeiro de 1999, inclusive, da empresa contratada:

a) para prestação de serviços mediante cessão de mão-de-obra, cópia das folhas de


pagamento e dos documentos de arrecadação;

b) para execução de obra de construção civil por empreitada total ou parcial, ou


subempreitada, cópia das folhas de pagamento e dos documentos de arrecadação com
vinculação inequívoca à obra;

II - da empresa construtora contratada por empreitada total:


a) a partir da competência janeiro de 1999, cópia da GFIP com as informações
referentes à obra, da folha de pagamento específica para a obra e do documento de
arrecadação identificado com a matrícula CEI da obra, relativos à mão-de-obra própria
utilizada pela contratada;

b) a partir da competência janeiro de 1999, cópia da GFIP identificada com a matrícula


CEI da obra, informando a ausência de fato gerador de obrigações previdenciárias,
quando a construtora não utilizar mão-de-obra própria e a obra for completamente
realizada mediante contratos de subempreitada;

c) a partir da competência fevereiro de 1999 até a competência setembro de 2002, cópia


das notas fiscais, das faturas ou dos recibos de prestação de serviços emitidos por
subempreiteiras, com vinculação inequívoca à obra, e dos correspondentes documentos
de arrecadação de retenção;

d) a partir da competência outubro de 2002, cópia das notas fiscais, das faturas ou dos
recibos emitidos por subempreiteiras, com vinculação inequívoca à obra, dos
correspondentes documentos de arrecadação da retenção e da GFIP das subempreiteiras
com comprovante de entrega, com informações específicas do tomador da obra;

e) a partir da competência outubro de 2002, Programa de Prevenção de Riscos


Ambientais (PPRA), LTCAT, Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção (PCMAT), para empresas com 20 (vinte) trabalhadores ou mais
por estabelecimento ou obra de construção civil, e Programa de Controle Médico de
Saúde Ocupacional (PCMSO), que demonstrem o gerenciamento de riscos ambientais
por parte da construtora, bem como a necessidade ou não da contribuição adicional
prevista no § 2º do art. 72, observado, quanto ao LTCAT, o disposto no inciso V do art.
291.

§ 1º Nas hipóteses da alínea "b" do inciso I e do inciso II do caput, o contratante deverá


exigir da contratada comprovação de escrituração contábil regular para o período de
prestação de serviços na obra, se os recolhimentos apresentados forem inferiores aos
calculados de acordo com as normas de aferição indireta da remuneração, previstas nos
arts. 450 e 451.

§ 2º A comprovação de escrituração contábil será efetuada mediante cópia do balanço


extraído do livro Diário formalizado, para os exercícios encerrados, observado o
disposto no § 5º do art. 47, e, para o exercício em curso, por meio de declaração firmada
pelo representante legal da empresa, sob as penas da lei, de que os valores apresentados
estão contabilizados.

§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo, no que couber, à empresa construtora contratada


por empreitada total que efetuar o repasse integral do contrato, conforme definido no
inciso XXXIX do art. 322, bem como à empresa construtora que assumir a execução do
contrato transferido.

§ 4º Ao órgão público da administração direta, à autarquia e à fundação de direito


público contratantes de serviços mediante cessão de mão-de-obra ou de execução de
obras ou serviços de construção civil, cabe exigir cópia dos documentos referidos na
alínea "a" do inciso I do caput, no período de 29 de abril de 1995 até a competência
janeiro de 1999.

Seção IV

Da Elisão da Responsabilidade Solidária

Art. 162. Na contratação de serviços mediante cessão de mão-de-obra ou de obra ou


serviço de construção civil, até a competência janeiro de 1999, observado o disposto no
inciso VIII do art. 152, a responsabilidade solidária do contratante com a contratada,
será elidida com a comprovação do recolhimento das contribuições sociais devidas pela
contratada:

I - quando se tratar de obra ou serviço de construção civil:

a) incidentes sobre a remuneração constante da folha de pagamento dos segurados


utilizados na prestação de serviços, corroborada por escrituração contábil se o valor
recolhido for inferior ao indiretamente aferido com base nas notas fiscais, nas faturas ou
nos recibos de prestação de serviços, na forma prevista na Seção Única do Capítulo III
do Título IV; ou

b) incidentes sobre o valor indiretamente aferido na forma prevista na Seção Única do


Capítulo III do Título IV, quando não for apresentada a escrituração contábil;

II - quando se tratar de serviços prestados mediante cessão de mão-de-obra:

a) incidentes sobre a remuneração constante da folha de pagamento dos segurados


utilizados na prestação de serviços, quando se tratar de serviços prestados mediante
cessão de mão-de-obra; ou

b) incidentes sobre o valor indiretamente aferido na forma prevista nos arts. 450 e 451,
quando não for apresentada a folha de pagamento.

Art. 163. Na contratação de obra de construção civil mediante empreitada total, a partir
de fevereiro de 1999, observado o disposto no art. 157, a responsabilidade solidária do
proprietário do imóvel, do dono da obra, do incorporador ou do condômino da unidade
imobiliária, com a empresa construtora, será elidida com a comprovação do
recolhimento, conforme o caso:

I - das contribuições sociais incidentes sobre a remuneração contida na folha de


pagamento dos segurados utilizados na prestação de serviços e respectiva GFIP,
corroborada por escrituração contábil, se o valor recolhido for inferior ao indiretamente
aferido com base nas notas fiscais, nas faturas ou nos recibos de prestação de serviços,
na forma estabelecida na Seção Única do Capítulo III do Título IV;

II - das contribuições sociais incidentes sobre a remuneração da mão-de-obra contida


em nota fiscal ou fatura correspondente aos serviços executados, aferidas indiretamente
na forma estabelecida na Seção Única do Capítulo III do Título IV, caso a contratada
não apresente a escrituração contábil formalizada na época da regularização da obra;
III - das retenções efetuadas pela empresa contratante, no uso da faculdade prevista no
art. 164, com base nas notas fiscais, nas faturas ou nos recibos de prestação de serviços
emitidos pela construtora contratada mediante empreitada total;

IV - das retenções efetuadas com base nas notas fiscais, nas faturas ou nos recibos de
prestação de serviços emitidos pelas subempreiteiras, que tenham vinculação inequívoca
à obra.

Parágrafo único. Em relação às alíquotas adicionais para o financiamento das


aposentadorias especiais previstas no art. 57 da Lei nº 8.213, de 1991, a
responsabilidade solidária poderá ser elidida com a apresentação da documentação
comprobatória do gerenciamento e do controle dos agentes nocivos à saúde ou à
integridade física dos trabalhadores, emitida pela empresa construtora, conforme
disposto no art. 291.

Art. 164. A contratante de empreitada total poderá elidir-se da responsabilidade


solidária mediante a retenção de 11% (onze por cento) do valor bruto da nota fiscal, da
fatura ou do recibo de prestação de serviços contra ela emitido pela contratada, inclusive
o consórcio, a comprovação do recolhimento do valor retido, na forma prevista no
Capítulo VIII do Título II, e a apresentação da documentação comprobatória do
gerenciamento dos riscos ocupacionais, na forma prevista no art. 291, observado o
disposto no art. 145.

§ 1º A contratante efetuará o recolhimento do valor retido em documento de


arrecadação identificado com a matrícula CEI da obra de construção civil e a
denominação social da contratada.

§ 2º O valor retido poderá ser compensado pela empresa contratada, ou ser objeto de
restituição, observadas as regras definidas em ato próprio da RFB.

§ 3º A partir de 21 de novembro de 1986, não existe responsabilidade solidária dos


órgãos públicos da administração direta, autarquias e fundações de direito público,
portanto, a esses não se aplica a retenção prevista neste artigo quando forem
contratantes de obra de construção civil mediante empreitada total.

TÍTULO III

das NORMAS E PROCEDIMENTOS ESPECÍFICOS

CAPÍTULO I

DAS ATIVIDADES RURAL E AGROINDUSTRIAL

Seção I

Dos Conceitos

Art. 165. Considera-se:


I - produtor rural, a pessoa física ou jurídica, proprietária ou não, que desenvolve, em
área urbana ou rural, a atividade agropecuária, pesqueira ou silvicultural, bem como a
extração de produtos primários, vegetais ou animais, em caráter permanente ou
temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, sendo:

a) produtor rural pessoa física:

1. o segurado especial que, na condição de proprietário, parceiro, meeiro, comodatário


ou arrendatário, pescador artesanal ou a ele assemelhado, exerce a atividade
individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual
de terceiros, bem como seus respectivos cônjuges ou companheiros e filhos maiores de
16 (dezesseis) anos ou a eles equiparados, desde que trabalhem comprovadamente com
o grupo familiar, conforme definido no art. 10;

2. a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária ou pesqueira,


em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos e
com auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não
contínua;

b) produtor rural pessoa jurídica:

1. o empregador rural que, constituído sob a forma de firma individual ou de empresário


individual, assim considerado pelo art. 931 da Lei nº 10.406, de 2002 (Código Civil), ou
sociedade empresária, tem como fim apenas a atividade de produção rural, observado o
disposto no inciso III do § 2º do art. 175;

2. a agroindústria que desenvolve as atividades de produção rural e de industrialização


da produção rural própria ou da produção rural própria e da adquirida de terceiros,
observado o disposto no inciso IV do § 2º do art. 175 e no § 3º deste artigo;

II - produção rural, os produtos de origem animal ou vegetal, em estado natural ou


submetidos a processos de beneficiamento ou de industrialização rudimentar, bem como
os subprodutos e os resíduos obtidos por esses processos;

III - beneficiamento, a primeira modificação ou o preparo dos produtos de origem


animal ou vegetal, realizado diretamente pelo próprio produtor rural pessoa física e
desde que não esteja sujeito à incidência do Imposto Sobre Produtos Industrializados
(IPI), por processos simples ou sofisticados, para posterior venda ou industrialização,
sem lhes retirar a característica original, assim compreendidos, dentre outros, os
processos de lavagem, limpeza, descaroçamento, pilagem, descascamento, debulhação,
secagem, socagem e lenhamento;

IV - industrialização rudimentar, o processo de transformação do produto rural,


realizado pelo produtor rural pessoa física ou pessoa jurídica, alterando-lhe as
características originais, tais como a pasteurização, o resfriamento, a fermentação, a
embalagem, o carvoejamento, o cozimento, a destilação, a moagem, a torrefação, a
cristalização, a fundição, dentre outros similares;
V - subprodutos e resíduos, aqueles que, mediante processo de beneficiamento ou de
industrialização rudimentar de produto rural original, surgem sob nova forma, tais como
a casca, o farelo, a palha, o pelo e o caroço, dentre outros;

VI - adquirente, a pessoa física ou jurídica que adquire a produção rural para uso
comercial, industrial ou para qualquer outra finalidade econômica;

VII - consignatário, o comerciante a quem a produção rural é entregue para que seja
comercializada, de acordo com as instruções do fornecedor;

VIII - consumidor, a pessoa física ou jurídica que adquire a produção rural no varejo ou
diretamente do produtor rural, para uso ou consumo próprio;

IX - arrematante, a pessoa física ou jurídica que arremata ou que adquire produção rural
em leilões ou praças;

X - sub-rogado, a condição de que se reveste a empresa adquirente, consumidora ou


consignatária, ou a cooperativa que, por expressa disposição de lei, torna-se diretamente
responsável pelo recolhimento das contribuições devidas pelo produtor rural pessoa
física e pelo segurado especial;

XI - parceria rural, o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder a outra,
por tempo determinado ou não, o uso de imóvel rural, de parte ou de partes de imóvel
rural, incluindo ou não benfeitorias e outros bens, ou de embarcação, com o objetivo de
nele exercer atividade agropecuária ou pesqueira ou de lhe entregar animais para cria,
recria, invernagem, engorda ou para extração de matéria-prima de origem animal ou
vegetal, mediante partilha de risco, proveniente de caso fortuito ou de força maior, do
empreendimento rural e dos frutos, dos produtos ou dos lucros havidos, nas proporções
que estipularem;

XII - parceiro, aquele que, comprovadamente, tem contrato de parceria com o


proprietário do imóvel ou embarcação e nele desenvolve atividade agropecuária ou
pesqueira, partilhando os lucros conforme o ajustado em contrato;

XIII - meeiro, aquele que, comprovadamente, tem contrato com o proprietário do


imóvel ou de embarcação e nele desenvolve atividade agropecuária ou pesqueira,
dividindo os rendimentos auferidos em partes iguais;

XIV - parceria de produção rural integrada, o contrato entre produtores rurais, pessoa
física com pessoa jurídica ou pessoa jurídica com pessoa jurídica, objetivando a
produção rural para fins de industrialização ou de comercialização, sendo o resultado
partilhado nos termos contratuais;

XV - arrendamento rural, o contrato pelo qual uma pessoa se obriga a ceder a outra, por
tempo determinado ou não, o uso e o gozo de imóvel rural, de parte ou de partes de
imóvel rural, incluindo ou não outros bens e outras benfeitorias, ou embarcação, com o
objetivo de nele exercer atividade de exploração agropecuária ou pesqueira mediante
certa retribuição ou aluguel;
XVI - arrendatário, aquele que, comprovadamente, utiliza o imóvel ou embarcação,
mediante retribuição acertada ou pagamento de aluguel ao arrendante, com o objetivo
de nele desenvolver atividade agropecuária ou pesqueira;

XVII - comodato rural, o empréstimo gratuito de imóvel rural, de parte ou de partes de


imóvel rural, incluindo ou não outros bens e outras benfeitorias, ou embarcação, com o
objetivo de nele ser exercida atividade agropecuária ou pesqueira;

XVIII - comodatário, aquele que, comprovadamente, explora o imóvel rural ou


embarcação pertencente a outra pessoa, por empréstimo gratuito, por tempo
indeterminado ou não, com o objetivo de nele desenvolver atividade agropecuária ou
pesqueira;

XIX - consórcio simplificado de produtores rurais, a união de produtores rurais pessoas


físicas que, mediante documento registrado em cartório de títulos e documentos,
outorga a um deles poderes para contratar, gerir e demitir trabalhador para a exclusiva
prestação de serviços aos integrantes desse consórcio, observado que:

a) a formalização do consórcio ocorre por meio de documento registrado em cartório de


títulos e documentos, que deverá conter a identificação de cada produtor rural pessoa
física, seu endereço pessoal e o de sua propriedade rural, bem como o respectivo
registro no Incra ou informações relativas à parceria, à meação, ao comodato ou ao
arrendamento e a matrícula de cada um dos produtores rurais no CEI; e

b) o consórcio simplificado de produtores rurais equipara-se ao empregador rural pessoa


física;

XX - cooperativa de produção rural, a sociedade de produtores rurais pessoas físicas, ou


de produtores rurais pessoas físicas e pessoas jurídicas que, organizada na forma da lei,
constitui-se em pessoa jurídica com o objetivo de produzir e industrializar, ou de
produzir e comercializar, ou de produzir, industrializar e comercializar a sua produção
rural;

XXI - cooperativa de produtores rurais, a sociedade organizada por produtores rurais


pessoas físicas ou por produtores rurais pessoas físicas e pessoas jurídicas, com o
objetivo de comercializar, ou de industrializar, ou de industrializar e comercializar a
produção rural dos cooperados;

XXII - atividade econômica autônoma, quer seja comercial, industrial ou de serviços,


aquela exercida mediante estrutura operacional definida, em estabelecimento específico
ou não, com a utilização de mão-de-obra distinta daquela utilizada na atividade de
produção rural ou agroindustrial, independentemente da atividade preponderante do
produtor rural ou da agroindústria.

XXII - atividade econômica autônoma a que não constitui parte de atividade econômica
mais abrangente ou fase de processo produtivo mais complexo, e que seja exercida
mediante estrutura operacional definida, em um ou mais estabelecimentos. (Redação
dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)
§ 1º Não se considera atividade de industrialização, para efeito do enquadramento do
produtor rural pessoa jurídica como agroindústria:

§ 1º Considera-se industrialização, para fins de enquadramento do produtor rural pessoa


jurídica como agroindústria, a atividade de beneficiamento, quando constituir parte da
atividade econômica principal ou fase do processo produtivo, e concorrer, nessa
condição, em regime de conexão funcional, para a consecução do objeto da sociedade.
(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - as atividades de beneficiamento e de industrialização descritas nos incisos III e IV do


caput, exceto no caso previsto no § 2º; (Revogado pela Instrução Normativa RFB nº
1.071, de 15 de setembro de 2010)

II - quando o produtor rural pessoa jurídica realiza processo de industrialização sem


departamentos, divisões ou setores rural e industrial distintos. (Revogado pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

§ 2º Considera-se agroindustrial o produtor rural pessoa jurídica que mantenha


abatedouro de animais da produção própria ou da produção própria e da adquirida de
terceiros.

§ 3º Até 31 de outubro de 2001, enquadravam-se como agroindústrias, as indústrias com


atividades relacionadas no art. 2º do Decreto-Lei nº 1.146, de 1970, com ou sem
produção própria.

Art. 166. O fato gerador das contribuições sociais ocorre na comercialização:

I - da produção rural do produtor rural pessoa física e do segurado especial realizada


diretamente com:

a) adquirente domiciliado no exterior (exportação), observado o disposto no art. 170;

b) consumidor pessoa física, no varejo;

c) adquirente pessoa física, não-produtor rural, para venda no varejo a consumidor


pessoa física;

d) outro produtor rural pessoa física;

e) outro segurado especial;

f) empresa adquirente, consumidora, consignatária ou com cooperativa;

II - da produção rural do produtor rural pessoa jurídica, exceto daquele que, além da
atividade rural, exerce atividade econômica autônoma do ramo comercial, industrial ou
de serviços, observado o disposto nos §§ 4º e 5º do art. 175;

III - da produção própria ou da adquirida de terceiros, industrializada ou não, pela


agroindústria, exceto quanto às sociedades cooperativas e às agroindústrias de
piscicultura, carcinicultura, suinocultura e a de avicultura, a partir de 1º de novembro de
2001.

Parágrafo único. O recebimento de produção agropecuária oriunda de outro país, ainda


que o remetente seja o próprio destinatário do produto, não configura fato gerador de
contribuições sociais.

Art. 167. Os seguintes eventos são também considerados fatos geradores de


contribuições sociais:

I - a destinação, para fins diversos daqueles que asseguram a isenção, de produto


originariamente adquirido com isenção, tais como o descarte, a industrialização, a
revenda, dentre outros;

II - a comercialização de produto rural vegetal ou animal originariamente isento de


contribuição com adquirente que não tenha como objetivo econômico atividade
condicionante da isenção;

III - a dação em pagamento, a permuta, o ressarcimento, a indenização ou a


compensação feita com produtos rurais pelo produtor rural com adquirente,
consignatário, cooperativa ou consumidor;

IV - qualquer crédito ou pagamento efetuado pela cooperativa aos cooperados,


representando complementação de preço do produto rural, incluindo-se, dentre outros,
as sobras, os retornos, as bonificações e os incentivos próprios ou governamentais;

V - o arremate de produção rural em leilões e praças, exceto se os produtos não


integrarem a base de cálculo das contribuições.

Art. 168. Na parceria de produção rural integrada, o fato gerador, a base de cálculo das
contribuições e as alíquotas serão determinadas em função da categoria de cada parceiro
perante o RGPS no momento da destinação dos respectivos quinhões.

Parágrafo único. A parte da produção que na partilha couber ao parceiro outorgante é


considerada produção própria.

Art. 169. Nos contratos de compra e venda para entrega futura, que exigem cláusula
suspensiva, o fato gerador de contribuições dar-se-á na data de emissão da respectiva
nota fiscal, independentemente da realização de antecipações de pagamento.

Seção II

Da Exportação de Produtos

Art. 170. Não incidem as contribuições sociais de que trata este Capítulo sobre as
receitas decorrentes de exportação de produtos, cuja comercialização ocorra a partir de
12 de dezembro de 2001, por força do disposto no inciso I do § 2º do art. 149 da
Constituição Federal, alterado pela Emenda Constitucional nº 33, de 11 de dezembro de
2001.
§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo exclusivamente quando a produção é
comercializada diretamente com adquirente domiciliado no exterior.

§ 2º A receita decorrente de comercialização com empresa constituída e em


funcionamento no País é considerada receita proveniente do comércio interno e não de
exportação, independentemente da destinação que esta dará ao produto.

§ 3º O disposto no caput não se aplica à contribuição devida ao Serviço Nacional de


Aprendizagem Rural (Senar), por se tratar de contribuição de interesse das categorias
profissionais ou econômicas.

Seção III

Da Base de Cálculo das Contribuições do Produtor Rural

Art. 171. A base de cálculo das contribuições sociais devidas pelo produtor rural é:

I - o valor da receita bruta proveniente da comercialização da sua produção e dos


subprodutos e resíduos, se houver;

II - o valor do arremate da produção rural;

III - o preço de mercado da produção rural dada em pagamento, permuta, ressarcimento


ou em compensação, entendendo-se por:

a) preço de mercado, a cotação do produto rural no dia e na localidade em que ocorrer o


fato gerador;

b) preço a fixar, aquele que é definido posteriormente à comercialização da produção


rural, sendo que a contribuição será devida nas competências e nas proporções dos
pagamentos;

c) preço de pauta, o valor comercial mínimo fixado pela União, pelos Estados, pelo
Distrito Federal ou pelos Municípios para fins tributários.

§ 1º Considera-se receita bruta o valor recebido ou creditado ao produtor rural pela


comercialização da sua produção rural com adquirente ou consumidor, pessoas físicas
ou jurídicas, com cooperativa ou por meio de consignatário, podendo, ainda, ser
resultante de permuta, compensação, dação em pagamento ou ressarcimento que
represente valor, preço ou complemento de preço.

§ 2º Na hipótese da documentação não indicar o valor da produção dada em pagamento,


em ressarcimento ou em compensação, tomar-se-á como base de cálculo das
contribuições o valor da obrigação quitada.

Art. 172. Integra também a receita bruta de que trata o inciso I do art. 171, além dos
valores decorrentes da comercialização da produção relativa aos produtos a que se
refere o § 1º do art. 171, a receita proveniente:
I - da comercialização da produção obtida em razão de contrato de parceria ou meação
de parte do imóvel rural;

II - da comercialização de artigos de artesanato de que trata o inciso VII do § 8º do art.


10;

III - de serviços prestados, de equipamentos utilizados e de produtos comercializados no


imóvel rural, desde que em atividades turística e de entretenimento desenvolvidas no
próprio imóvel, inclusive hospedagem, alimentação, recepção, recreação e atividades
pedagógicas, bem como taxa de visitação e serviços especiais;

IV - do valor de mercado da produção rural dada em pagamento ou que tiver sido


trocada por outra, qualquer que seja o motivo ou finalidade; e

V - de atividade artística de que trata o inciso VIII do § 8º do art. 10.

Seção IV

Da Base de Cálculo das Contribuições da Agroindústria

Art. 173. A partir de 1º de novembro de 2001, a base de cálculo das contribuições


devidas pela agroindústria é o valor da receita bruta proveniente da comercialização da
produção própria e da adquirida de terceiros, industrializada ou não, exceto para as
agroindústrias de piscicultura, carcinicultura, suinocultura e avicultura e para as
sociedades cooperativas.

Parágrafo único. Ocorre a substituição da contribuição tratada no caput, ainda que a


agroindústria explore, também, outra atividade econômica autônoma, no mesmo ou em
estabelecimento distinto, hipótese em que a contribuição incidirá sobre o valor da
receita bruta decorrente da comercialização em todas as atividades, ressalvado o
disposto no inciso I do art. 180 e observado o disposto nos arts. 170 e 171.

Art. 174. A base de cálculo das contribuições das agroindústrias de piscicultura,


carcinicultura, suinocultura e avicultura e das sociedades cooperativas,
independentemente de terem ou não outra atividade comercial ou industrial, é a
remuneração contida na folha de pagamento dos segurados a seu serviço.

Parágrafo único. Em relação às cooperativas, o disposto no caput aplica-se inclusive aos


fatos geradores ocorridos no período de 15 de julho de 2005, data de publicação da
Instrução Normativa MPS/SRP nº 3, de 14 de julho de 2005, a 15 de janeiro de 2007,
véspera da publicação da Instrução Normativa MPS/SRP nº 20, de 11 de janeiro de
2007, excluídas a imposição de penalidades e a cobrança de juros de mora nesse
período.

Seção V

Da Contribuição sobre a Produção Rural

Art. 175. As contribuições sociais incidentes sobre a receita bruta proveniente da


comercialização da produção rural, industrializada ou não, substituem as contribuições
sociais incidentes sobre a folha de pagamento dos segurados empregados e
trabalhadores avulsos, previstas nos incisos I e II do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991,
sendo devidas por:

I - produtores rurais pessoa física e jurídica;

II - agroindústrias, exceto as de piscicultura, de carcinicultura, de suinocultura e de


avicultura.

§ 1º A substituição prevista no caput, ocorre:

I - quando os integrantes do consórcio simplificado de produtores rurais se utilizarem


dos serviços de segurados empregados contratados pelo consórcio, exclusivamente, para
a prestação de serviços a seus consorciados;

II - quando os cooperados filiados a cooperativa de produtores rurais se utilizarem dos


serviços de segurados empregados por ela contratados para realizarem, exclusivamente,
a colheita da produção de seus cooperados;

III - em relação à remuneração dos segurados empregados:

a) que prestam serviços em escritório mantido por produtor rural, pessoa física ou
pessoa jurídica, exclusivamente para a administração da atividade rural;

b) contratados pelo consórcio simplificado de produtores rurais para suas atividades


administrativas.

§ 2º Não se aplica a substituição prevista no caput, hipótese em que são devidas as


contribuições previstas nos incisos I e II do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991:

I - às agroindústrias de piscicultura, de carcinicultura, de suinocultura e de avicultura,


bem como às sociedades cooperativas, exceto no caso do inciso II do § 1º;

II - às indústrias que, embora desenvolvam as atividades relacionadas no art. 2º do


Decreto-Lei nº 1.146, de 1970, não se enquadram como agroindústrias nos termos do
art. 22-A da Lei nº 8.212, de 1991, por não possuírem produção própria;

III - quando o produtor rural pessoa jurídica, além da atividade rural:

a) prestar serviços a terceiros em condições que não caracterize atividade econômica


autônoma, definida no inciso XXII do art. 165, exclusivamente em relação a
remuneração dos segurados envolvidos na prestação dos serviços, excluída a receita
proveniente destas operações da base de cálculo das contribuições referidas no caput;

b) exercer outra atividade econômica autônoma, definida no inciso XXII do art. 165,
seja comercial, industrial ou de serviços, em relação à remuneração de todos os
empregados e trabalhadores avulsos;

IV - em relação à remuneração dos segurados envolvidos na prestação de serviços a


terceiros pela agroindústria, independentemente de ficar a mesma caracterizada como
atividade econômica autônoma, sendo, neste caso, excluída a receita proveniente destas
operações da base de cálculo da contribuição sobre a receita bruta.

§ 3º Nas hipóteses da alínea "a" do inciso III e do inciso IV do § 2º, relativamente à


remuneração dos segurados envolvidos na prestação de serviços, devem ser elaboradas
folha de pagamento e GFIP com informações distintas por tomador.

§ 4º O produtor rural pessoa jurídica que produz ração exclusivamente para alimentação
dos animais de sua própria produção, contribui com base na receita bruta da
comercialização da produção, sendo que, se produzir ração também para fins
comerciais, caracterizar-se-á como empresa agroindustrial.

§ 5º Em relação à empresa que se dedique ao florestamento e reflorestamento como


fonte de matéria-prima para industrialização própria, serão observados os seguintes
procedimentos:

I - caberá a substituição prevista no caput, quando:

a) a atividade rural da empresa for exclusivamente de florestamento e reflorestamento e


seja utilizado processo industrial que não modifique a natureza química da madeira nem
a transforme em pasta celulósica;

b) o processo industrial utilizado implicar modificação da natureza química da madeira


ou sua transformação em pasta celulósica e desde que concomitantemente com essa
situação, a empresa:

1. comercialize resíduos vegetais, sobras ou partes da produção cuja receita bruta


decorrente da comercialização desses produtos represente mais de 1% (um por cento) da
receita bruta proveniente da comercialização da sua produção;

2. explore outra atividade rural;

II - não caberá a substituição prevista no caput quando:

a) relativamente à atividade rural, a empresa se dedica apenas ao florestamento e


reflorestamento como fonte de matéria-prima para industrialização própria e utiliza
processo industrial que modifique a natureza química da madeira ou a transforme em
pasta celulósica; e

b) na hipótese de efetuar venda de resíduos vegetais, sobras ou partes da produção rural,


a receita bruta dela decorrente represente menos de 1% (um por cento) da receita bruta
proveniente da comercialização da sua produção.

§ 6º Entende-se que ocorre a modificação da natureza química da madeira quando, por


processo químico, uma ou mais substâncias que a compõem se transformam em nova
substância, tais como pasta celulósica, papel, álcool de madeira, ácidos, óleos que são
utilizados como insumos energéticos em combustíveis industriais, produtos empregados
na indústria farmacêutica, de cosméticos e alimentícia, e os produtos que resultam dos
processos de carbonização, gaseificação ou hidrólise.
§ 7º Quando o produtor rural pessoa jurídica prestar serviços a terceiros em condições
que não caracterize atividade econômica autônoma, contribuirá sobre a remuneração
dos segurados envolvidos na prestação de serviços a terceiros com as mesmas alíquotas
e condições estabelecidas para as empresas em geral, enquadrando-se no código FPAS,
relacionados no Anexo I, de acordo com o serviço prestado. (Revogado pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 176. As contribuições apuradas com base na receita bruta proveniente da


comercialização da produção rural, industrializada ou não, serão calculadas mediante a
aplicação das alíquotas discriminadas no Anexo III.

Seção VI

Da Contribuição sobre a Folha de Pagamento do Produtor Rural e da


Agroindústria

Art. 177. O produtor rural, inclusive a agroindústria, deverá recolher, além daquelas
incidentes sobre a comercialização da produção rural, as contribuições:

I - descontadas dos segurados empregados e dos trabalhadores avulsos, incidentes sobre


o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do
mês, e, a partir de 1º de abril de 2003, as descontadas dos contribuintes individuais,
incidentes sobre o total das remunerações pagas ou creditadas, no decorrer do mês,
observado o disposto no § 1º do art. 78;

II - a seu cargo, incidentes sobre o total das remunerações ou das retribuições pagas ou
creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados contribuintes
individuais, para os fatos geradores ocorridos nos seguintes períodos:

a) de 1º de maio de 1996, vigência da Lei Complementar nº 84, de 18 de janeiro de


1996, até 29 de fevereiro de 2000, revogação da Lei Complementar nº 84, de 1996, pela
Lei nº 9.876, de 1999;

b) a partir de 1º de março de 2000, início da vigência da Lei nº 9.876, de 1999, para as


agroindústrias e, a partir de 1º de novembro de 2001, início da vigência da Lei nº
10.256, de 2001, para os produtores rurais;

III - incidentes sobre o valor bruto da nota fiscal ou da fatura de prestação de serviços
de cooperados emitida por cooperativa de trabalho, a partir de 1º de março de 2000,
início da vigência da Lei nº 9.876, de 1999, para as agroindústrias, e a partir de 1º de
novembro de 2001, início da vigência da Lei nº 10.256, de 2001, para os produtores
rurais;

IV - devidas a outras entidades ou fundos, incidentes sobre o total das remunerações


pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, aos segurados
empregados e trabalhadores avulsos;

V - descontadas do transportador autônomo nos termos do inciso II do § 9º do art. 111.


V - descontadas do transportador autônomo nos termos do inciso II do art. 111-I.
(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Parágrafo único. Nos casos em que não houver a substituição prevista no art. 175, o
produtor rural pessoa jurídica e a agroindústria, em relação a remuneração paga, devida
ou creditada aos segurados empregados e trabalhadores avulsos, contribuirão com as
mesmas alíquotas e demais regras estabelecidas para as empresas em geral, nos termos
desta Instrução Normativa.

Art. 178. O produtor rural pessoa física, que represente o consórcio simplificado de
produtores rurais, deverá recolher as contribuições previstas no art. 177, relativamente
aos segurados contratados exclusivamente para a prestação de serviços aos integrantes
do consórcio.

Art. 179. A cooperativa de produtores rurais que contratar segurado empregado,


exclusivamente para a colheita de produção de seus cooperados, é diretamente
responsável pelo recolhimento da contribuição social previdenciária devida pelo
segurado empregado, bem como pelo recolhimento das contribuições arrecadadas pela
RFB destinadas a outras entidades ou fundos, incidentes sobre o total das remunerações
pagas, devidas ou creditadas, a qualquer título, no decorrer do mês, àquele segurado.

Parágrafo único. A cooperativa de produtores rurais deverá elaborar folha de pagamento


distinta para os segurados contratados na forma deste artigo e apurar os encargos
decorrentes desta contratação separadamente, por produtor rural a ela filiado, lançando
os respectivos valores em títulos próprios de sua contabilidade, na forma prevista no §
5º do art. 47.

Art. 180. As contribuições sociais previdenciárias devidas pelos segurados, previstas


nos incisos II a IV do art. 78, e as devidas pelo produtor rural ou pela agroindústria,
previstas no art. 72, deverão ser recolhidas:

I - pelo produtor rural pessoa jurídica e pela agroindústria em relação às operações


relativas à prestação de serviços a terceiros;

II - pela agroindústria de piscicultura, carcinicultura, avicultura e de suinocultura;

III - pelas sociedades cooperativas;

IV - pelo produtor rural pessoa jurídica que, além da atividade rural, explorar também
outra atividade econômica autônoma, definida no inciso XXII do art. 165, no mesmo ou
em estabelecimento distinto, independentemente de qual seja a atividade preponderante.

Art. 181. Os produtores rurais pessoas físicas integrantes do consórcio simplificado de


produtores rurais são responsáveis solidários em relação às obrigações sociais tratadas
no art. 177.

Art. 182. Ao consórcio simplificado de produtores rurais é vedada a prestação de


serviços a terceiros.
Art. 183. As contribuições sociais devidas pelo produtor rural e pela agroindústria à
Previdência Social e as contribuições por eles devidas às outras entidades ou fundos,
incidentes sobre o total das remunerações pagas, devidas ou creditadas especificamente
a segurados empregados e trabalhadores avulsos, são as discriminadas no Anexo IV.

Seção VII

Da Responsabilidade pelo Recolhimento das Contribuições Incidentes sobre a


Comercialização da Produção Rural

Art. 184. As contribuições sociais incidentes sobre a receita bruta oriunda da


comercialização da produção são devidas pelo produtor rural, sendo a responsabilidade
pelo recolhimento:

I - do produtor rural, pessoa física, e do segurado especial, quando comercializarem a


produção diretamente com:

a) adquirente domiciliado no exterior (exportação), observado o disposto no art. 170;

b) consumidor pessoa física, no varejo;

c) outro produtor rural pessoa física;

d) outro segurado especial;

II - do produtor rural pessoa jurídica, quando comercializar a própria produção rural;

III - da agroindústria, exceto a sociedade cooperativa e a agroindústria de piscicultura,


carcinicultura, suinocultura e a de avicultura, quando comercializar a produção própria
ou a produção própria e a adquirida de terceiros, industrializada ou não, a partir de 1º de
novembro de 2001;

IV - da empresa adquirente, inclusive se agroindustrial, consumidora, consignatária ou


da cooperativa, na condição de sub-rogada nas obrigações do produtor rural, pessoa
física, e do segurado especial;

V - dos órgãos públicos da administração direta, das autarquias e das fundações de


direito público que ficam sub-rogados nas obrigações do produtor rural pessoa física e
do segurado especial, quando adquirirem a produção rural, ainda que para consumo, ou
comercializarem a recebida em consignação, diretamente dessas pessoas ou por
intermediário pessoa física;

VI - da pessoa física adquirente não-produtora rural, na condição de sub-rogada no


cumprimento das obrigações do produtor rural pessoa física e do segurado especial,
quando adquirir produção para venda no varejo, a consumidor pessoa física.

§ 1º O produtor rural pessoa física e o segurado especial também serão responsáveis


pelo recolhimento da contribuição, quando venderem a destinatário incerto ou quando
não comprovarem, formalmente, o destino da produção.
§ 2º A comprovação do destino da produção deve ser feita pelo produtor rural pessoa
física ou pelo segurado especial que comercialize com:

I - pessoa jurídica, mediante a apresentação de via da nota fiscal de entrada emitida pelo
adquirente ou de nota fiscal emitida pelo produtor rural ou pela repartição fazendária;

II - outra pessoa física ou com outro segurado especial, mediante a apresentação de via
da nota fiscal emitida pelo produtor rural ou pela repartição fazendária.

§ 3º A empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou a cooperativa deverá


exigir do produtor rural pessoa jurídica a comprovação de sua inscrição no CNPJ.

§ 4º A falta de comprovação da inscrição de que trata o § 3º acarreta a presunção de que


a empresa adquirente, consumidora, consignatária ou a cooperativa tenha
comercializado a produção com produtor rural pessoa física ou com segurado especial,
ficando a adquirente, consumidora, consignatária ou cooperativa sub-rogadas na
respectiva obrigação, conforme disposto no inciso IV do caput, cabendo-lhe o ônus da
prova em contrário.

§ 5º A responsabilidade da empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou da


cooperativa prevalece quando a comercialização envolver produção rural de pessoa
física ou de segurado especial, qualquer que seja a quantidade, independentemente de
ter sido realizada diretamente com o produtor ou com o intermediário, pessoa física,
exceto no caso previsto no inciso I do caput.

§ 6º A entidade beneficente de assistência social, ainda que isenta das contribuições


patronais, na condição de adquirente, consumidora ou de consignatária, sub-roga-se nas
obrigações do produtor rural pessoa física e do segurado especial.

§ 7º O desconto da contribuição legalmente autorizado sempre se presumirá feito,


oportuna e regularmente, pela empresa adquirente, consumidora ou consignatária ou
pela cooperativa, a isso obrigada, não lhe sendo lícito alegar qualquer omissão para se
eximir do recolhimento, ficando ela diretamente responsável pela importância que
eventualmente deixar de descontar ou que tiver descontado em desacordo com as
normas vigentes.

§ 8º Observadas as responsabilidades definidas neste artigo, o recolhimento das


contribuições incidentes sobre a receita bruta da comercialização da produção deverá
ser efetuado nos prazos previstos no art. 80.

§ 9º A sub-rogação referida nos incisos IV a VI do caput, até 13 de outubro de 1996,


estendia-se também às operações de aquisição, inclusive para fins de consumo, e de
comercialização de produtos recebidos em consignação, realizadas com produtor rural
pessoa jurídica.

§ 10. Sem prejuízo do disposto no inciso I do caput, o produtor rural pessoa física e o
segurado especial são obrigados a recolher, diretamente, a contribuição incidente sobre
a receita bruta proveniente:
I - da comercialização de artigos de artesanato elaborados com matéria-prima produzida
pelo respectivo grupo familiar;

II - de comercialização de artesanato ou do exercício de atividade artística, observado o


disposto nos incisos VII e VIII do § 8º do art. 10; e

III - de serviços prestados, de equipamentos utilizados e de produtos comercializados no


imóvel rural, desde que em atividades turística e de entretenimento desenvolvidas no
próprio imóvel, inclusive hospedagem, alimentação, recepção, recreação e atividades
pedagógicas, bem como taxa de visitação e serviços especiais.

Seção VIII

Das Disposições Especiais

Art. 185. A instituição de ensino, a entidade hospitalar, a creche, a empresa de hotelaria


ou qualquer outro estabelecimento que, por sua natureza, realiza, eventual ou
subsidiariamente, atividade rural, não é considerado produtor rural, para os efeitos da
substituição das contribuições sociais incidentes sobre a folha de pagamento, sendo que
a eventual comercialização de sua produção não constitui fato gerador de contribuições
sociais.

Art. 186. O garimpeiro que remunera segurados contribui sobre a folha de pagamento
desses segurados, pois não é considerado produtor rural.

Art. 187. Apenas a aquisição de produção rural de terceiros para industrialização ou


para comercialização não se caracteriza atividade rural, devendo a empresa adquirente
contribuir com base na remuneração paga, devida ou creditada aos segurados a seu
serviço, respondendo, também, pelas obrigações decorrentes da sub-rogação.

Art. 188. O excremento de animais, quando comercializado, é considerado produto


rural para efeito de incidência das contribuições sociais, em razão de característica e
origem próprias.

CAPÍTULO II

DA EMPRESA OPTANTE PELO SIMPLES NACIONAL

Seção I

Da Opção pelo Simples Nacional

Art. 189. A microempresa (ME) e a empresa de pequeno porte (EPP) optantes pelo
Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas
Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional) contribuem na forma
estabelecida nos arts. 13 e 18 da Lei Complementar nº 123, de 2006, em substituição às
contribuições de que tratam os arts. 22 e 22-A da Lei nº 8.212, de 1991, o § 6º do art. 57
da Lei nº 8.213, de 1991, o art. 25 da Lei nº 8.870, de 15 de abril de 1994, e o § 1º do
art. 1º da Lei nº 10.666, de 2003.
§ 1º A substituição referida no caput não se aplica às seguintes hipóteses:

I - para fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2008, às pessoas jurídicas que
se dediquem às atividades de prestação de serviços previstas nos incisos I a VI do § 5º-
C e nos incisos I a XIV do § 5º-D do art. 18 da Lei Complementar nº 123, de 2006;

II - para fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2009, às pessoas jurídicas


que se dediquem às atividades de prestação de serviços previstas nos incisos I a VI do §
5º-C do art. 18 da Lei Complementar nº 123, de 2006;

§ 2º As ME e EPP optantes pelo Simples Nacional ficam dispensadas, na forma do § 3º


do art. 13 da Lei Complementar nº 123, de 2006, do pagamento das demais
contribuições instituídas pela União, inclusive as contribuições para as entidades
privadas de serviço social e de formação profissional vinculadas ao sistema sindical, de
que trata o art. 240 da Constituição Federal, e demais entidades de serviço social
autônomo.

§ 3º Nos casos dos incisos I e II do § 1º, as contribuições referidas no art. 22 da Lei nº


8.212, de 1991, serão recolhidas segundo a legislação aplicável aos demais
contribuintes ou responsáveis.

Seção II

Da Responsabilidade pelas Contribuições

Art. 190. As ME e EPP optantes pelo Simples Nacional são obrigadas a arrecadar e
recolher, mediante desconto ou retenção, as contribuições devidas:

I - pelo segurado empregado, podendo deduzir, no ato do recolhimento, os valores


pagos a título de salário-família e salário-maternidade;

II - pelo contribuinte individual, a partir de abril de 2003, na forma dos arts. 65 a 70;

III - pelo segurado, destinadas ao Sest e ao Senat, no caso de contratação de contribuinte


individual transportador rodoviário autônomo;

IV - pelo produtor rural pessoa física ou pelo segurado especial, incidentes sobre o valor
bruto da comercialização de produto rural, na condição de sub-rogadas;

V - pela associação desportiva, incidente sobre a receita bruta decorrente de contrato de


patrocínio, de licenciamento de uso de marcas e símbolos, de publicidade, de
propaganda e de transmissão de espetáculos desportivos, quando forem as
patrocinadoras; e

VI - pela empresa contratada, incidentes sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou
do recibo de prestação de serviço mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, na
forma dos arts. 112 e 145.

Art. 191. As ME e EPP optantes pelo Simples Nacional que prestarem serviços
mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada não estão sujeitas à retenção referida no
art. 31 da Lei nº 8.212, de 1991, sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do
recibo de prestação de serviços emitidos, excetuada:

I - a ME ou a EPP tributada na forma dos Anexos IV e V da Lei Complementar nº 123,


de 2006, para os fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2008; e

II - a ME ou a EPP tributada na forma do Anexo IV da Lei Complementar nº 123, de


2006, para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2009.

§ 1º A aplicação dos incisos I e II do caput se restringe às atividades elencadas nos §§ 2º


e 3º do art. 219 do RPS, e, no que couberem, às disposições do Capítulo VIII do Título
II desta Instrução Normativa.

§ 2º A ME ou a EPP que exerça atividades tributadas na forma do Anexo III, até 31 de


dezembro de 2008, e tributadas na forma dos Anexos III e V, a partir de 1º de janeiro de
2009, todos da Lei Complementar nº 123, de 2006, estará sujeita à exclusão do Simples
Nacional na hipótese de prestação de serviços mediante cessão ou locação de mão-de-
obra, em face do disposto no inciso XII do art. 17 e no § 5º-H do art. 18 da referida Lei
Complementar.

Seção III

Da Exclusão do Simples Nacional e dos Efeitos da Exclusão

Art. 192. A exclusão do Simples Nacional e os efeitos dela decorrentes observarão o


disposto em Resolução do Comitê Gestor do Simples Nacional (CGSN).

Seção IV

Da Tributação

Art. 193. Para fins desta Seção entende-se por:

I - exercício exclusivo de atividade, aquele realizado por trabalhador cuja mão-de-obra é


empregada somente em atividades que se enquadrem nos Anexos I a III e V ou, somente
em atividades que se enquadrem no Anexo IV, da Lei Complementar nº 123, de 2006; e

II - exercício concomitante de atividades, aquele realizado por trabalhador cuja mão-de-


obra é empregada de forma simultânea em atividade enquadrada no Anexo IV em
conjunto com outra atividade enquadrada em um dos Anexos de I a III e V, da Lei
Complementar nº 123, de 2006.

Art. 194. As ME e as EPP optantes pelo Simples Nacional deverão discriminar


mensalmente a receita bruta, destacada por estabelecimento e por atividade enquadrada
nos Anexos I a V da Lei Complementar nº 123, de 2006, na forma do art. 18 dessa Lei e
do art. 3º da Resolução CGSN nº 5, de 30 de maio de 2007.

Art. 195. As ME e EPP optantes pelo Simples Nacional deverão elaborar folha de
pagamento mensal, nos termos do inciso III do art. 47, destacando a remuneração dos
trabalhadores que se dediquem:
I - exclusivamente, a atividade enquadrada nos Anexos I a III e V da Lei Complementar
nº 123, de 2006;

II - exclusivamente, a atividade enquadrada no Anexo IV da Lei Complementar nº 123,


de 2006; e

III - a exercício concomitante de atividades, conforme definido no inciso II do art. 193.

Art. 196. As ME e EPP optantes pelo Simples Nacional deverão informar mensalmente,
em GFIP, a remuneração dos trabalhadores, destacando-a por estabelecimento, na forma
dos incisos I a III do art. 195, de acordo com as regras estabelecidas no Manual da
GFIP.

Art. 197. O Código de Classificação Brasileira de Ocupação (CBO) atribuído ao


trabalhador pelo sujeito passivo deverá ser compatível com o CNAE da atividade
desenvolvida.

Art. 198. As ME e EPP optantes pelo Simples Nacional, no que se refere às


contribuições sociais previstas no art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, serão tributadas da
seguinte forma:

I - as contribuições incidentes sobre a remuneração dos trabalhadores referidos no inciso


I do art. 195 serão substituídas pelo regime do Simples Nacional;

II - as contribuições incidentes sobre a remuneração dos trabalhadores referidos no


inciso II do art. 195 serão recolhidas segundo a legislação aplicável aos demais
contribuintes e responsáveis; e

III - as contribuições incidentes sobre a remuneração dos trabalhadores referidos no


inciso III do art. 195 desta Instrução Normativa serão proporcionais à parcela da receita
bruta auferida nas atividades enquadradas no Anexo IV da Lei Complementar nº 123, de
2006, em relação à receita bruta total auferida pela empresa.

§ 1º A contribuição a ser recolhida na forma do inciso III do caput corresponderá ao


resultado da multiplicação do valor da contribuição calculada conforme o disposto no
art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, pela fração, cujo numerador é a receita bruta auferida
nas atividades enquadradas no Anexo IV da Lei Complementar nº 123, de 2006, e o
denominador é a receita bruta total auferida pela empresa.

§ 2º A contribuição devida na forma do inciso III do caput incidente sobre o décimo


terceiro salário corresponderá ao resultado da multiplicação do valor da contribuição
calculada conforme o disposto no art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, pela fração, cujo
numerador é o valor anual acumulado, nas competências de janeiro a dezembro, da
receita bruta auferida nas atividades enquadradas no Anexo IV da Lei Complementar nº
123, de 2006, e o denominador é o valor anual acumulado, nas competências de janeiro
a dezembro, relativo à receita bruta total auferida pela empresa, observando-se o
seguinte:
I - para o pagamento da contribuição em 20 de dezembro ou dia útil imediatamente
anterior se não houver expediente bancário naquele dia, o cálculo do valor acumulado
das receitas brutas abrangerá as competências janeiro a novembro;

II - para o pagamento da contribuição quando da rescisão de contrato de trabalho, o


cálculo do valor acumulado das receitas brutas abrangerá os meses de janeiro até o mês
da rescisão; e

III - na competência janeiro, uma vez apurada a receita bruta referente à competência
dezembro do ano anterior, a ME ou a EPP deverá efetuar o cálculo do valor devido da
contribuição na forma do caput deste parágrafo, comparando-o com o recolhimento
efetuado na forma do inciso I, descontado o valor relativo aos acréscimos legais, e
recolher o valor encontrado das possíveis diferenças da contribuição devida ou
compensá-las.

Art. 199. O disposto nesta Seção se aplica, inclusive, à contribuição prevista no inciso
IV do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, relativa aos trabalhadores que prestam serviços
por intermédio de cooperativa de trabalho à ME ou à EPP, levando-se em consideração
o valor bruto da nota fiscal ou da fatura de prestação de serviço.

§ 1º Para os fins do disposto no caput, as ME e as EPP deverão ratear o valor bruto da


nota fiscal ou da fatura de prestação de serviço em:

I - montante correspondente à prestação de serviços em atividades enquadradas


exclusivamente nos Anexos de I a III e V da Lei Complementar nº 123, de 2006;

II - montante correspondente à prestação de serviços em atividades enquadradas


exclusivamente no Anexo IV da Lei Complementar nº 123, de 2006; e

III - montante correspondente à prestação concomitante de serviços em atividades


enquadradas no Anexo IV, em conjunto com outra que se enquadre em um dos Anexos
de I a III e V, da Lei Complementar nº 123, de 2006.

§ 2º A contribuição devida, em relação aos serviços prestados em conformidade com


cada um dos incisos do § 1º, será:

I - no caso do inciso I, substituída pelo regime do Simples Nacional;

II - no caso do inciso II, calculada à alíquota de 15% (quinze por cento) sobre o
montante correspondente; e

III - no caso do inciso III, calculada à alíquota de 15% (quinze por cento),
multiplicando-se o resultado pela fração a que se refere o § 1º do art. 198.

Art. 200. O Microempreendedor Individual (MEI) de que trata o § 1º do art. 18-A da


Lei Complementar nº 123, de 2006, contribuirá para a Previdência Social na forma do
inciso IV e da alínea "a" do inciso V do § 3º do referido art. 18-A, observando-se a
regulamentação do CGSN.
Parágrafo único. O MEI poderá efetuar complementação do recolhimento previsto no §
3º do art. 21 da Lei nº 8.212, de 1991, diretamente em Guia da Previdência Social
(GPS).

Art. 201. A empresa contratante de serviços executados por intermédio do MEI


mantém, em relação a esta contratação, a obrigatoriedade de recolhimento da
contribuição a que se referem o inciso III e o § 5º do art. 72, bem como o cumprimento
das obrigações acessórias relativas à contratação de contribuinte individual.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo exclusivamente em relação ao MEI


que for contratado para prestar serviços de hidráulica, eletricidade, pintura, alvenaria,
carpintaria e de manutenção ou reparo de veículos.

§ 1º Aplica-se o disposto neste artigo exclusivamente em relação ao MEI que for


contratado para prestar serviços de hidráulica, eletricidade, pintura, alvenaria,
carpintaria e de manutenção ou reparo de veículos. (Renumerado com nova redação
dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

§ 2º A obrigação da empresa de reter a contribuição do segurado contribuinte individual


a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração, e a recolher na forma do art. 4º
da Lei nº 10.666, de 8 de maio de 2003, não se aplica a este artigo. (Incluído pela
Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

Art. 202. O MEI que contratar um único empregado que receba exclusivamente 1 (um)
salário mínimo ou o piso salarial da categoria profissional, na forma do art. 18-C da Lei
Complementar nº 123, de 2006:

I - está sujeito ao recolhimento da contribuição previdenciária patronal calculada à


alíquota de 3% (três por cento) sobre a remuneração do empregado;

II - deverá reter e recolher a contribuição previdenciária devida pelo segurado


empregado a seu serviço, na forma da lei; e

III - fica obrigado a prestar informações relativas ao segurado empregado a seu serviço,
na forma estabelecida pelo CGSN.

CAPÍTULO III

DA EMPRESA QUE ATUA NA ÁREA DA SAÚDE

Seção I

Das Disposições Preliminares

Art. 203. Considera-se:

I - empresa que atua na área da saúde, aquela que tem como atividade principal a
prestação de serviços médicos, odontológicos e serviços técnicos de medicina;
II - entidade hospitalar, o estabelecimento de saúde pertencente à empresa da área da
saúde onde são prestados os serviços de atendimento médico e os serviços técnicos de
medicina;

III - residência médica, conforme disposto na Lei nº 6.932, de 1981, com a redação dada
pela Lei nº 10.405, de 2002, a modalidade de ensino de pós-graduação, destinada a
médicos, sob a forma de cursos de especialização, caracterizada por treinamento em
serviço, funcionando sob a responsabilidade de instituições de saúde, universitárias ou
não, sob a orientação de profissionais médicos de elevada qualificação ética e
profissional;

IV - residência em área profissional da saúde, conforme disposto na Lei nº 11.129, de


2005, a modalidade de ensino de pós-graduação lato sensu, voltada para a educação em
serviço e destinada às categorias profissionais que integram a área de saúde, excetuada a
médica, desenvolvida em regime de dedicação exclusiva e realizada sob supervisão
docente-assistencial, de responsabilidade conjunta dos setores da educação e da saúde.

Seção II

Das Contribuições

Art. 204. A empresa que atua na área da saúde está sujeita às normas de tributação e de
arrecadação aplicáveis às empresas em geral, previstas no Título I, em relação à
remuneração paga, devida ou creditada, no decorrer do mês, aos profissionais da saúde
por ela contratados, de acordo com o enquadramento daqueles segurados no RGPS,
conforme definido no art. 6º, quando se tratar de segurado empregado, ou no art. 9º,
quando se tratar de segurado contribuinte individual.

Art. 205. Na atividade odontológica, quando houver prestação de serviços por pessoa
física a pessoa jurídica, na impossibilidade de discriminação do valor dos serviços e dos
materiais empregados, a base de cálculo da contribuição social previdenciária
corresponderá a 60% (sessenta por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do
recibo de prestação de serviços.

Art. 206. A utilização das dependências ou dos serviços da empresa que atua na área da
saúde, pelo médico ou profissional da saúde, para atendimento de seus clientes
particulares ou conveniados, percebendo honorários diretamente desses clientes ou de
operadora ou seguradora de saúde, inclusive do SUS, com quem mantenha contrato de
credenciamento ou convênio, não gera qualquer encargo previdenciário para a empresa
locatária ou cedente.

§ 1º Na hipótese prevista no caput, a entidade hospitalar ou afim se reveste da qualidade


de mera repassadora dos honorários, os quais não deverão constar em contas de
resultado de sua escrituração contábil, sendo que o responsável pelo pagamento da
contribuição social previdenciária devida pela empresa e pela arrecadação e
recolhimento da contribuição do segurado contribuinte individual será, conforme o caso,
o ente público integrante do SUS, ou de outro sistema de saúde, ou a empresa que atua
mediante plano ou seguro de saúde que pagou diretamente o segurado.
§ 2º Comprovado que a entidade hospitalar ou afim não se reveste da qualidade de mera
repassadora, o crédito previdenciário será lançado:

I - com base nos valores registrados nas contas de receitas e de despesas de sua
escrituração contábil;

II - mediante arbitramento quando for constatado que os honorários não constam em


contas de receita e de despesa de sua escrituração contábil.

Art. 207. A entidade hospitalar ou afim credenciada ou conveniada junto a sistema


público de saúde ou a empresa que atue mediante plano ou seguro de saúde, é
responsável pelas contribuições sociais previdenciárias decorrentes da contratação de
profissionais para executar os serviços relativos àqueles convênios.

CAPÍTULO IV

DAS SOCIEDADES COOPERATIVAS

Seção I

Dos Conceitos

Art. 208. Cooperativa, urbana ou rural, é a sociedade de pessoas, sem fins lucrativos,
com forma e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeita a falência,
constituída para prestar serviços a seus associados na forma da Lei nº 5.764, de 16 de
dezembro de 1971.

Art. 209. Cooperativa de trabalho, espécie de cooperativa também denominada


cooperativa de mão-de-obra, é a sociedade formada por operários, artífices, ou pessoas
da mesma profissão ou ofício ou de vários ofícios de uma mesma classe, que, na
qualidade de associados, prestam serviços a terceiros por seu intermédio.

Parágrafo único. A cooperativa de trabalho intermedeia a prestação de serviços de seus


cooperados, expressos em forma de tarefa, obra ou serviço, com os seus contratantes,
pessoas físicas ou jurídicas, não produzindo bens ou serviços próprios.

Art. 210. Cooperativa de produção, espécie de cooperativa, é a sociedade que, por


qualquer forma, detém os meios de produção e seus associados contribuem com
serviços laborativos ou profissionais para a produção em comum de bens.

Parágrafo único. Enquadram-se no conceito de cooperativa de produção as cooperativas


que detenham os meios de produção, oferecendo um produto final e não intermediando
prestação de serviços de seus cooperados, tais como as de ensino.

Art. 211. Cooperativa de produtores, espécie de cooperativa, é a sociedade organizada


por pessoas físicas ou pessoas físicas e jurídicas com o objetivo de comercializar, ou de
industrializar ou de comercializar e industrializar a produção de seus cooperados.

Art. 212. Considera-se cooperado o trabalhador associado à cooperativa, que adere aos
propósitos sociais e preenche as condições estabelecidas no estatuto dessa cooperativa.
Parágrafo único. O cooperado, definido no caput, é enquadrado no RGPS como
segurado obrigatório na categoria de contribuinte individual.

Seção II

Da Base de Cálculo da Contribuição do Segurado Cooperado

Art. 213. A remuneração do segurado contribuinte individual filiado à cooperativa de


trabalho decorre da prestação de serviços por intermédio da cooperativa às pessoas
físicas ou jurídicas.

Art. 214. A remuneração do segurado contribuinte individual filiado à cooperativa de


produção é o valor a ele pago ou creditado correspondente ao resultado obtido na
produção.

Art. 215. As bases de cálculo previstas nos arts. 213 e 214, observados os limites
mínimo e máximo do salário-de-contribuição, definidos nos §§ 1º e 2º do art. 54,
correspondem:

I - à remuneração paga ou creditada aos cooperados em decorrência de seu trabalho, de


acordo com a escrituração contábil da cooperativa, formalizada conforme disposto no §
5º do art. 47;

II - aos valores totais pagos, distribuídos ou creditados aos cooperados, ainda que a
título de sobras ou de antecipação de sobras, exceto quando, comprovadamente, esse
rendimento seja decorrente de ganhos da cooperativa resultantes de aplicação
financeira, comercialização de produção própria ou outro resultado cuja origem não seja
a receita gerada pelo trabalho do cooperado;

III - aos valores totais pagos ou creditados aos cooperados, quando a contabilidade for
apresentada de forma deficiente.

Parágrafo único. Para o cálculo da contribuição social previdenciária devida pelo


cooperado aplicar-se-á o disposto no art. 65.

Seção III

Das Obrigações Específicas da Cooperativa de Trabalho e de Produção

Art. 216. As cooperativas de trabalho e de produção são equiparadas às empresas em


geral, ficando sujeitas ao cumprimento das obrigações acessórias previstas no art. 47 e
às obrigações principais previstas nos arts. 72 e 78, em relação:

I - à contratação de segurado empregado, trabalhador avulso ou contribuinte individual


para lhes prestar serviços;

II - à remuneração paga ou creditada a cooperado pelos serviços prestados à própria


cooperativa, inclusive aos cooperados eleitos para cargo de direção;
III - à arrecadação da contribuição individual de seus cooperados pelos serviços por elas
intermediados e prestados a pessoas físicas, a pessoas jurídicas ou à elas prestados, no
caso de cooperativas de trabalho, observado o disposto no inciso III do caput do art. 78
e os prazos de recolhimento previstos no art. 83;

IV - à arrecadação da contribuição individual de seus cooperados pelos serviços a elas


prestados, no caso de cooperativas de produção, observado o disposto no inciso III do
caput do art. 78;

V - à retenção decorrente da contratação de serviços mediante cessão de mão-de-obra


ou empreitada, inclusive em regime de trabalho temporário, incidente sobre o valor
bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços;

VI - à contribuição incidente sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de


prestação de serviços, quando contratarem serviços mediante intermediação de outra
cooperativa de trabalho, ressalvado o disposto no § 4º.

§ 1º O disposto no inciso II do caput aplica-se à cooperativa de produção em relação à


remuneração paga ou creditada aos cooperados envolvidos na produção dos bens ou
serviços.

§ 2º A cooperativa de trabalho, na atividade de transporte, em relação à remuneração


paga ou creditada a segurado contribuinte individual que lhe presta serviços e a
cooperado pelos serviços prestados com sua intermediação, deve reter e recolher a
contribuição do segurado transportador autônomo destinada ao Sest e ao Senat,
observados os prazos previstos nos arts. 80 e 83.

§ 3º A cooperativa de trabalho deverá elaborar folhas de pagamento nominais mensais,


separando as retribuições efetuadas a seus associados decorrentes de serviços prestados
às pessoas jurídicas e as decorrentes de serviços prestados às pessoas físicas, bem como
efetuar os respectivos lançamentos contábeis em contas próprias.

§ 4º O disposto no inciso VI do caput não se aplica à cooperativa de trabalho quando os


serviços forem prestados à empresa contratante mediante intermediação de outra
cooperativa, situação denominada como intercâmbio entre cooperativas, e deverá ser
observado o que segue:

I - a cooperativa de origem, assim entendida aquela que mantém contrato com o


tomador do serviço, deverá emitir a nota fiscal, a fatura ou o recibo de prestação de
serviço à empresa contratante, incluindo os valores dos serviços prestados pelos seus
cooperados e os daqueles prestados por cooperados de outras cooperativas;

II - o valor total dos serviços cobrados conforme inciso I constitui a base de cálculo da
contribuição a cargo da empresa contratante;

III - os valores faturados pelas cooperativas de destino, cujos cooperados prestaram o


serviço à cooperativa de origem, não constituem base de cálculo para as contribuições
desta, uma vez que serão cobrados na forma do inciso II.

Seção IV
Das Bases de Cálculo Especiais

Art. 217. Na prestação de serviços de cooperados por intermédio de cooperativa de


trabalho, havendo previsão contratual de fornecimento de material ou a utilização de
equipamento próprio ou de terceiros, exceto os equipamentos manuais, esses valores
serão deduzidos da base de cálculo da contribuição, desde que discriminados na nota
fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, e comprovado o custo de
aquisição dos materiais e de locação de equipamentos de terceiros, se for o caso,
observado o disposto no § 2º do art. 121 e no art. 124.

Art. 218. Na atividade de transporte de cargas e de passageiros, para o cálculo da


contribuição social previdenciária de 15% (quinze por cento) devida pela empresa
tomadora de serviços de cooperados intermediados por cooperativa de trabalho, desde
que os veículos e as respectivas despesas com combustível e manutenção corram por
conta da cooperativa, a base de cálculo não será inferior a 20% (vinte por cento) do
valor bruto pago pelos serviços.

Subseção Única

Das Bases de Cálculo na Atividade da Saúde

Art. 219. Nas atividades da área de saúde, para o cálculo da contribuição de 15%
(quinze por cento) devida pela empresa contratante de serviços de cooperados
intermediados por cooperativa de trabalho, as peculiaridades da cobertura do contrato
definirão a base de cálculo, observados os seguintes critérios:

I - nos contratos coletivos para pagamento por valor predeterminado, quando os


serviços prestados pelos cooperados ou por demais pessoas físicas ou jurídicas ou
quando os materiais fornecidos não estiverem discriminados na nota fiscal ou na fatura,
a base de cálculo não poderá ser:

a) inferior a 30% (trinta por cento) do valor bruto da nota fiscal ou da fatura, quando se
referir a contrato de grande risco ou de risco global, sendo este o que assegura
atendimento completo, em consultório ou em hospital, inclusive exames
complementares ou transporte especial;

b) inferior a 60% (sessenta por cento) do valor bruto da nota fiscal ou da fatura, quando
se referir a contrato de pequeno risco, sendo este o que assegura apenas atendimento em
consultório, consultas ou pequenas intervenções, cujos exames complementares possam
ser realizados sem hospitalização;

II - nos contratos coletivos por custo operacional, celebrados com empresa, onde a
cooperativa médica e a contratante estipulam, de comum acordo, uma tabela de serviços
e honorários, cujo pagamento é feito após o atendimento, a base de cálculo da
contribuição social previdenciária será o valor dos serviços efetivamente realizados
pelos cooperados.

Parágrafo único. Se houver parcela adicional ao custo dos serviços contratados por
conta do custeio administrativo da cooperativa, esse valor também integrará a base de
cálculo da contribuição social previdenciária.
Art. 220. Na atividade odontológica, a base de cálculo da contribuição social
previdenciária de 15% (quinze por cento) devida pela empresa contratante de serviços
de cooperados intermediados por cooperativa de trabalho não será inferior a 60%
(sessenta por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de
serviços, caso os serviços prestados pelos cooperados, os prestados por demais pessoas
físicas ou jurídicas e os materiais fornecidos não estejam discriminados na respectiva
nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços.

Art. 221. Na celebração de contrato coletivo de plano de saúde da cooperativa médica


ou odontológica com empresa, em que o pagamento do valor seja rateado entre a
contratante e seus beneficiários, deverão ser consideradas, para efeito da apuração da
base de cálculo da contribuição, nos termos dos arts. 219 e 220, as faturas emitidas
contra a empresa.

Parágrafo único. Caso sejam emitidas faturas específicas contra a empresa e faturas
individuais contra os beneficiários do plano de saúde, cada qual se responsabilizando
pelo pagamento da respectiva fatura, somente as faturas emitidas contra a empresa serão
consideradas para efeito de contribuição.

Seção V

Da Contribuição Adicional para o Financiamento da Aposentadoria Especial do


Segurado Contribuinte Individual Filiado à Cooperativa de Trabalho e de Produção

Art. 222. A empresa contratante de cooperativa de trabalho deve recolher a contribuição


adicional prevista no inciso III do § 2º do art. 72, perfazendo a alíquota total de 24%
(vinte e quatro por cento), 22% (vinte e dois por cento) ou 20% (vinte por cento),
incidente sobre o valor bruto da nota fiscal ou da fatura de prestação de serviços emitida
pela cooperativa, quando a atividade exercida pelos cooperados a seu serviço os
exponha a agentes nocivos, de forma a possibilitar a concessão de aposentadoria
especial, observado o disposto nos §§ 4º e 5º do art. 72.

§ 1º A cooperativa de trabalho deverá emitir nota fiscal ou fatura de prestação de


serviços específica para os serviços prestados pelos cooperados em condições especiais
ou discriminar o valor dos serviços referentes a estes cooperados, na hipótese de emitir
nota fiscal ou fatura única.

§ 2º Cabe à empresa contratante informar mensalmente à cooperativa de trabalho a


relação dos cooperados a seu serviço que exerçam atividades em condições especiais,
identificando o tipo de aposentadoria especial que a atividade enseja.

§ 3º Na ausência da relação referida no § 2º, para a apuração da base de cálculo sob a


qual incidirá a alíquota adicional, o valor total dos serviços prestados por cooperados
deverá ser rateado proporcionalmente ao número de trabalhadores envolvidos e ao de
trabalhadores não envolvidos com as atividades exercidas em condições especiais, caso
esses números tenham sido informados em contrato.

§ 4º Constando em contrato a previsão para utilização de cooperados na execução de


atividades em condições especiais, sem a discriminação do número de trabalhadores
utilizados nessas atividades, aplicar-se-á a alíquota adicional de 5% (cinco por cento)
sobre o total da nota fiscal ou da fatura de prestação de serviços, cabendo à contratante
o ônus da prova em contrário.

§ 5º Aplicar-se-á o disposto no § 4º, caso a contratante desenvolva atividades em


condições especiais, sem a previsão no contrato da utilização ou não dos cooperados no
exercício dessas atividades, cabendo à contratante o ônus da prova em contrário.

Art. 223. A cooperativa de produção deve recolher a contribuição adicional prevista no


inciso II do § 2º do art. 72, perfazendo a alíquota total de 32% (trinta e dois por cento),
29% (vinte e nove por cento) ou 26% (vinte e seis por cento), quando desenvolver
atividade com exposição dos cooperados a agentes nocivos, de forma a lhes possibilitar
a concessão de aposentadoria especial, observado o disposto no § 4º do art. 72.

Art. 224. Compete às cooperativas de trabalho e de produção prestar a informação na


GFIP, conforme orientação do Manual da GFIP, da ocorrência de exposição a agentes
nocivos dos cooperados a elas filiados.

Seção VI

Das Disposições Especiais

Art. 225. A prestação de serviços por sociedade simples, anteriormente denominada


sociedade civil, na condição de associada à cooperativa de trabalho, é irrelevante do
ponto de vista da contribuição da empresa tomadora dos serviços, em vista da expressa
disposição legal de sua incidência, sendo o serviço prestado pelos sócios da sociedade
simples, nesta hipótese, considerado como serviço prestado por cooperado contribuinte
individual.

Art. 226. A cooperativa de trabalho está obrigada a informar em GFIP, por tomador, os
dados cadastrais dos cooperados e os valores a eles pagos ou creditados,
correspondentes aos serviços prestados às empresas contratantes.

§ 1º Quando se tratar de serviços prestados pelos cooperados às pessoas físicas, as


informações deverão constar em GFIP da cooperativa, onde deverá ser informado como
tomador a própria cooperativa e os cooperados na categoria do trabalhador relativa a
esta atividade, na forma prevista no Manual da GFIP.

§ 2º Caso haja convênio entre cooperativas de trabalho para atendimento em comum a


seus contratantes e na impossibilidade de a cooperativa de trabalho, a qual esteja filiado
o cooperado prestador dos serviços, identificar a empresa tomadora dos serviços, os
fatos geradores relativos a esta prestação de serviços devem ser declarados em GFIP
emitida pela cooperativa a qual esteja vinculado o cooperado, devendo, neste caso, ser
informada como tomadora a própria cooperativa emitente da GFIP.

CAPÍTULO V

DAS ENTIDADES ISENTAS DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

Seção I
Da Isenção

Art. 227. Fica isenta das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 da Lei nº 8.212, de
1991, bem como das contribuições devidas a outras entidades ou fundos, a pessoa
jurídica de direito privado constituída como Entidade Beneficente de Assistência Social
(Ebas) que, cumulativamente comprove:

I - ser reconhecida como de utilidade pública federal;

II - ser reconhecida como de utilidade pública estadual ou do Distrito Federal ou


municipal;

III - ser portadora do Registro e do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência


Social (Ceas), fornecidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social, devendo o
Ceas ser renovado a cada 3 (três) anos;

IV - promover a assistência social beneficente aos destinatários da política nacional de


assistência social;

V - não remunerar diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores e não lhes


conceder vantagens ou benefícios a qualquer título;

VI - aplicar integralmente o eventual resultado operacional na manutenção e no


desenvolvimento de seus objetivos institucionais, apresentando, anualmente à RFB,
relatório circunstanciado de suas atividades;

VII - estar em situação regular em relação às contribuições sociais.

CAPÍTULO V
DAS ENTIDADES ISENTAS DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

Seção I
Da Isenção

Art. 228. Ressalvados os direitos adquiridos, a isenção de que trata o art. 227 deverá ser
requerida à RFB.

§ 1º A isenção das contribuições sociais usufruída pela pessoa jurídica de direito


privado beneficente de assistência social é extensiva às suas dependências, a seus
estabelecimentos e obras de construção civil, quando por ela executadas e destinadas a
uso próprio.

§ 2º A isenção de que trata este artigo não abrange empresa ou entidade que, tendo
personalidade jurídica própria, seja mantida por outra que esteja no exercício da
isenção.

§ 3º A existência de débito em nome da entidade requerente, exceto o de valor inferior


ao limite referido no art. 398, constitui impedimento ao deferimento do pedido, até que
seja regularizada a sua situação, no prazo de 30 (trinta) dias, hipótese em que a decisão
concessória da isenção produzirá efeitos a partir do 1º (primeiro) dia do mês em que for
comprovada a regularização da situação.

§ 4º A existência de débito em nome da entidade constitui motivo para o cancelamento


da isenção, com efeitos a contar do 1º (primeiro) dia do 2º (segundo) mês subsequente
àquele em que a entidade se tornou devedora das contribuições sociais.

§ 5º Considera-se entidade em débito, para os efeitos dos §§ 3º e 4º, quando contra ela
constar débito com o sistema da seguridade social.

Subseção I

Do Pedido

Art. 229. A Ebas deverá requerer o reconhecimento da isenção perante a Delegacia ou


Inspetoria da Receita Federal do Brasil da jurisdição de seu estabelecimento matriz,
mediante protocolização do formulário Requerimento de Reconhecimento de Isenção de
Contribuições Sociais, em 2 (duas) vias, conforme modelo constante do Anexo IX, ao
qual juntará os seguintes documentos:

I - decretos declaratórios de utilidade pública federal e estadual ou do Distrito Federal


ou municipal;

II - Atestado de Registro e Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social,


expedidos pelo Conselho Nacional de Assistência Social (CNAS), dentro do período de
validade;

III - estatuto da entidade com a respectiva certidão de registro em cartório de registro


civil de pessoas jurídicas;

IV - ata de eleição ou de nomeação da diretoria em exercício, registrada em cartório de


registro civil de pessoas jurídicas;

V - comprovante de entrega da declaração de imunidade do imposto de renda de pessoa


jurídica, relativo ao último exercício findo;

VI - informações cadastrais, em formulário próprio, em conformidade com o Anexo X;

VII - resumo de informações de assistência social, em formulário próprio, em


conformidade com o Anexo XI.

§ 1º Os documentos referidos nos incisos I a VI do caput poderão ser apresentados por


cópia, conferida pelo servidor da Delegacia ou Inspetoria da Receita Federal do Brasil, à
vista dos respectivos originais.

§ 2º Na falta de qualquer dos documentos enumerados no caput, o requerente será


comunicado de que tem o prazo de 5 (cinco) dias úteis, a contar da ciência da
solicitação, para apresentação dos documentos em falta.
§ 3º Não sendo sanada a falta no prazo estabelecido no § 2º, o pedido será sumariamente
indeferido e arquivado, devendo este fato ser comunicado à entidade, bem como o seu
direito de, a qualquer tempo, protocolizar novo pedido.

§ 4º A Ebas que atua no ensino superior e que teve o seu pedido de renovação do Ceas
indeferido nos 2 (dois) últimos triênios, unicamente por não ter atendido ao percentual
mínimo de aplicação em gratuidade exigido pelo Decreto nº 2.536, de 6 de abril de
1998, que adotar as regras do Programa Universidade para Todos (Prouni), instituído
pela Lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005, podia, até 15 de março de 2005, requerer
novo Ceas ao CNAS.

§ 5º A Ebas que tenha formulado requerimento no prazo e nas condições do § 4º, em


relação ao qual não tenha sido proferida a decisão do CNAS até 31 de março de 2005,
pode, desde 1º de abril de 2005, requerer isenção de contribuições sociais na RFB
apresentando, além dos previstos no caput, os seguintes documentos:

I - termo de adesão ao Prouni, na forma da Lei nº 11.096, de 2005;

II - cópia do requerimento do pedido do novo Ceas;

III - cópia do comprovante de protocolo perante o CNAS do requerimento do pedido do


novo Ceas;

IV - cópia da Resolução expedida pelo CNAS ou, quando for o caso, do Parecer da
Consultoria Jurídica do MPS aprovado pelo Ministro, para comprovar que o motivo do
indeferimento do último pedido de renovação do Ceas foi exclusivamente pelo não-
atendimento ao percentual mínimo exigido de aplicação em gratuidade.

§ 6º A isenção requerida na forma do § 5º, se concedida, produzirá efeitos a partir da


data da edição da Medida Provisória nº 213, de 10 de setembro de 2004, convertida na
Lei nº 11.096, de 2005.

§ 7º A Ebas cuja isenção for obtida na forma dos §§ 4º e 5º fica obrigada a comprovar à
RFB, até o dia 30 do mês de abril subsequente a cada um dos 3 (três) próximos
exercícios fiscais, o efetivo cumprimento das obrigações assumidas com a adesão ao
Prouni, sob pena de cancelamento da isenção, com efeitos retroativos à data da
publicação da Medida Provisória nº 213, de 2004, ainda que tenha atendido os
requisitos do art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991.

§ 8º A comprovação de que trata o § 7º deverá ser feita mediante apresentação do


relatório circunstanciado de atividades, na forma prevista na Seção V deste Capítulo.

Art. 230. O pedido de reconhecimento da isenção deverá ser decidido no prazo de 30


(trinta) dias, podendo ser prorrogado este prazo por igual período, quando for necessária
a realização de diligências, juntada de novos documentos, ou solicitação de
esclarecimentos à requerente para subsidiar a análise, a instrução ou a decisão do
pedido.
Parágrafo único. Efetuada diligência para instrução do processo, com a juntada de
documentos que possam propiciar o indeferimento do pedido, deverá ser aberto o prazo
de 10 (dez) dias para manifestação do interessado.

Subseção II

Da Decisão do Pedido e do Ato Declaratório

Art. 231. O Delegado ou Inspetor-Chefe da Receita Federal do Brasil decidirá pelo


deferimento ou pelo indeferimento do pedido de reconhecimento de isenção, de acordo
com as normas vigentes à época do pedido.

§ 1º Deferido o pedido, a unidade da RFB:

I - expedirá o Ato Declaratório;

II - comunicará à requerente, mediante comprovação de entrega, a decisão sobre o


pedido de reconhecimento do direito à isenção, que gerará efeitos a partir da data do
protocolo do pedido, observado o disposto no § 3º do art. 228.

§ 2º Indeferido o pedido, a unidade da RFB deverá comunicar à requerente, mediante


comprovação de entrega, a decisão em que constem os motivos do indeferimento e os
respectivos fundamentos legais, cabendo recurso à Segunda Seção do Conselho
Administrativo de Recursos Fiscais (CARF), no prazo de 30 (trinta) dias a contar da
data da ciência da referida decisão.

Art. 232. Não sendo proferida qualquer decisão no prazo estabelecido no art. 230, o
interessado poderá reclamar à autoridade imediatamente superior, que apreciará o
pedido de concessão da isenção e promoverá a apuração das causas do não-
cumprimento do prazo pelo servidor responsável e, se for o caso, a eventual
responsabilidade funcional.

Seção II

Do Cancelamento da Isenção

Art. 233. A RFB verificará se a entidade beneficente de assistência social continua


atendendo aos requisitos necessários à manutenção da isenção, previstos no art. 227.

§ 1º Constatado o não-cumprimento dos requisitos contidos no art. 227, o AFRFB


emitirá Informação Fiscal (IF), na qual relatará os fatos, as circunstâncias que os
envolveram e os fundamentos legais descumpridos, juntando as provas ou indicando
onde essas possam ser obtidas.

§ 2º A entidade será cientificada do inteiro teor da IF e terá o prazo de 15 (quinze) dias,


a contar da data da ciência, para apresentação de defesa, com a produção de provas ou
não, que deverá ser protocolizada na unidade da RFB da jurisdição do seu
estabelecimento matriz.
§ 3º Decorrido o prazo previsto no § 2º, sem manifestação da parte interessada, caberá à
Delegacia ou Inspetoria da Receita Federal do Brasil decidir acerca da emissão do Ato
Cancelatório de Isenção (AC).

§ 4º Caso a defesa seja apresentada, a Delegacia ou Inspetoria da Receita Federal do


Brasil decidirá acerca da emissão ou não do Ato Cancelatório de Isenção (AC).

§ 5º Sendo emitido o Ato Cancelatório de Isenção, o mesmo deverá ser remetido à


entidade interessada, juntamente com a decisão que lhe deu origem.

§ 6º A entidade perderá o direito de gozar da isenção das contribuições sociais a partir


da data em que deixar de cumprir os requisitos contidos no art. 227, devendo essa data
constar do Ato Cancelatório de Isenção.

§ 7º Cancelada a isenção, a entidade terá o prazo de 30 (trinta) dias contados da ciência


da decisão e do Ato Cancelatório da Isenção para interpor recurso com efeito
suspensivo à Segunda Seção do CARF.

Seção III

Do Recurso

Art. 234. Caberá recurso à Segunda Seção do CARF das decisões de indeferimento de
pedido de reconhecimento de isenção, bem como contra a emissão de Ato Cancelatório
de Isenção.

§ 1º É de 30 (trinta) dias o prazo para interposição de recurso e para o oferecimento de


contrarrazões à Segunda Seção do CARF, contados das datas da ciência da decisão e da
interposição do recurso, respectivamente.

§ 2º Não caberá recurso à Segunda Seção do CARF da decisão que cancelar a isenção
com fundamento nos incisos I a III do art. 227.

§ 3º O recurso deverá ser protocolizado na unidade da RFB da jurisdição do


estabelecimento matriz da entidade.

§ 4º Apresentado o recurso, a Delegacia ou a Inspetoria da Receita Federal do Brasil,


caso não reconsidere a decisão anteriormente proferida, emitirá contrarrazões e
encaminhará o processo à Segunda Seção do CARF para julgamento definitivo.

§ 5º Julgado o recurso pela Segunda Seção do CARF, a RFB encaminhará cópia da


decisão à interessada e:

I - no caso de decisão favorável à entidade, em processo de pedido de reconhecimento


de isenção, emitirá o Ato Declaratório, nos termos do § 1º do art. 231;

II - se mantido o indeferimento ou o cancelamento da isenção, comunicará à entidade


que, a qualquer tempo, poderá protocolizar novo pedido nos termos do art. 229.

Seção IV
Da Representação Administrativa

Art. 235. A RFB verificará se a entidade beneficente de assistência social beneficiada


com a isenção de que trata o art. 227 continua atendendo aos requisitos necessários à
manutenção do Ceas e do Título de Utilidade Pública Federal.

§ 1º A RFB, por meio de sua fiscalização, formalizará RA se verificar que a entidade


deixou de atender aos requisitos previstos:

I - no art. 2º do Decreto nº 752, de 16 de fevereiro de 1993, e no art. 3º do Decreto nº


2.536, de 1998, que dispõem sobre a concessão do Ceas, na Resolução/CNAS nº 31, de
24 de fevereiro de 1999, na Resolução/CNAS nº 177, de 10 de agosto de 2000, ou no
art. 10 da Lei nº 11.096, de 2005, a ser encaminhada ao Conselho Nacional de
Assistência Social (CNAS);

II - no art. 1º da Lei nº 91, de 28 de agosto de 1935, que trata da declaração de utilidade


pública, ou no art. 6º do Decreto nº 50.517, de 2 de maio de 1961, a ser encaminhada ao
Ministério da Justiça;

III - nos arts. 1º, 2º e 11 da Lei nº 11.096, de 2005, que instituiu o Prouni, a ser
encaminhada ao Ministério da Educação.

§ 2º Cópias das Representações Administrativas previstas nos incisos I e II do § 1º serão


encaminhadas ao Ministério Público Federal.

CAPÍTULO V
DAS ENTIDADES ISENTAS DAS CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS

Seção I
Da Isenção

(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 227 A entidade beneficente de assistência social certificada na forma da Lei nº


12.101, de 2009, fará jus à isenção das contribuições de que tratam os arts. 22 e 23 da
Lei nº 8.212, de 1991, desde que cumpra, cumulativamente, os seguintes requisitos:
(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - manter escrituração contábil regular, que registre receitas, despesas e aplicação de


recursos em gratuidade de forma segregada, em consonância com as normas emanadas
do Conselho Federal de Contabilidade;

II - não distribuir resultados, dividendos, bonificações, participações ou parcelas do seu


patrimônio sob qualquer forma ou pretexto;

III - manter em boa ordem e à disposição da RFB, pelo prazo de 10 (dez) anos, contados
da data de emissão, os documentos que comprovem a origem e a aplicação de seus
recursos e os relativos a atos ou operações que impliquem modificação da situação
patrimonial;
IV - manter em boa ordem e à disposição da RFB as demonstrações contábeis e
financeiras devidamente auditadas por auditor independente habilitado nos Conselhos
Regionais de Contabilidade, quando a receita bruta anual auferida for superior ao limite
máximo estabelecido pelo inciso II do art. 3º da Lei Complementar nº 123, de 2006;
V - não remunerar diretores, conselheiros, sócios, instituidores ou benfeitores e não lhes
conceder vantagens ou benefícios a qualquer título, direta ou indiretamente, em razão
das competências, funções ou atividades que lhes sejam atribuídas pelos respectivos
atos constitutivos;

VI - aplicar integralmente suas rendas, seus recursos e o eventual superávit em território


nacional, na manutenção e no desenvolvimento de seus objetivos institucionais;

VII - apresente certidão negativa ou certidão positiva com efeito de negativa de débitos
relativos aos tributos administrados pela RFB;

VII - manter regularidade fiscal em relação a todos os tributos administrados pela RFB
durante todo o período de gozo da isenção; (Redação dada pela Instrução Normativa
RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

VIII - manter certificado de regularidade do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço -


(FGTS); e

VIII - manter certificado de regularidade do FGTS durante todo o período de gozo da


isenção; e (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de
2012)

IX - cumprir as obrigações acessórias estabelecidas pela legislação tributária.

§ 1º Para efeito do disposto no inciso I, a entidade que atua em mais de uma das áreas a
que se refere o art. 1º da Lei nº 12.101, de 2009, deverá manter escrituração contábil
segregada por área, de modo a evidenciar o patrimônio, as receitas, os custos e as
despesas de cada atividade desempenhada.

§ 2º Para fins do disposto no caput, consideram-se entidades beneficentes de assistência


social as que prestam, sem fins lucrativos, atendimento a beneficiários abrangidos pela
Lei nº 8.742, de 07 de dezembro de 1993, e as que atuam em defesa e garantia de seus
direitos.

Seção II
Do reconhecimento e da suspensão do direito à isenção

(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 228 Observado o disposto no art. 227, o direito à isenção poderá ser exercido pela
entidade a contar da data da publicação da concessão de sua certificação no Diário
Oficial da União, independentemente de requerimento à RFB. (Redação dada pela
Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)
§ 1º A isenção das contribuições sociais usufruída pela entidade é extensiva às suas
dependências e estabelecimentos, e às obras de construção civil, quando por ela
executadas e destinadas a uso próprio.

§ 2º A isenção de que trata este artigo não abrange empresa ou entidade com
personalidade jurídica própria e mantida por entidade isenta nem entidade não-
certificada que tenha celebrado contrato de parceria na forma do § 3º do art. 3º do
Decreto nº 7.237, de 20 de julho de 2010.

Seção III
Do Descumprimento de Requisitos Necessários à Isenção

(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art.229 Constatado o descumprimento, pela entidade, de requisito mencionado no art.


227, a RFB lavrará auto de infração relativo ao período correspondente e relatará os
fatos que demonstram o descumprimento. (Redação dada pela Instrução Normativa
RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 229. Constatado o descumprimento, pela entidade, de requisito estabelecido no art.


227, a isenção ficará suspensa e a fiscalização da RFB lavrará auto de infração relativo
ao período correspondente, relatando os fatos que lhe deram causa. (Redação dada pela
Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 1º Considera-se período correspondente, para os fins do disposto no caput:

I - o exercício a que a escrituração se refere, no caso de descumprimento do inciso I do


art. 227;

II - o mês de ocorrência e os subsequentes, até a efetiva reversão dos recursos ao


patrimônio da entidade, reajustados com base no índice referido no § 1º do art. 40 do
Regulamento da Previdência Social, aprovado pelo Decreto nº 3.048, de 1999, no caso
de descumprimento dos incisos II, V e VI do art. 227;

III - na hipótese de descumprimento do inciso III do art. 227, o mês em que se constatar
falta de documentos que comprovem a origem e a aplicação de recursos ou operações
que impliquem modificação da situação patrimonial da entidade, e os meses
subsequentes em que ocorrer o efeito financeiro deles decorrente;

IV - o exercício a que as demonstrações se referem, no caso de descumprimento do


disposto no inciso IV do art. 227;

V - na hipótese de descumprimento dos incisos VII e VIII do art. 227, o período durante
o qual a irregularidade verificada impeça a emissão da certidão ou do certificado
correspondente;

VI - o mês em que a obrigação prevista no inciso IX do art. 227 deixou de ser cumprida.

§ 2º Na hipótese prevista no caput, o direito à isenção ficará suspenso durante o período


correspondente, conforme definido no § 1º.
§ 3º Considerar-se-á como termo inicial da suspensão do direito à isenção a
competência em que o fato se verificar e como termo final a competência em que
ocorrer a reversão dos recursos ao patrimônio da entidade, nas hipóteses de suspensão
motivada pelo descumprimento dos requisitos previstos nos incisos II, V e VI do art.
227.(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 4º Considerar-se-á como termo inicial da suspensão do direito à isenção a


competência inicial do exercício em que o fato se verificar e como termo final a última
competência do exercício, nas hipóteses de suspensão motivada pelo descumprimento
dos requisitos previstos nos incisos I e IV do art. 227.(Revogado pela Instrução
Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 5º A suspensão do direito à isenção motivada pelo descumprimento do requisito


previsto no inciso III do art. 227 ocorrerá na competência em que se constatar falta de
documentos que comprovem a origem e a aplicação de recursos ou operações que
impliquem modificação da situação patrimonial da entidade, ainda que tais documentos
se refiram a fatos em relação aos quais o direito da Fazenda Pública já tenha decaído,
relativamente à constituição do crédito tributário.(Revogado pela Instrução Normativa
RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 6º Na hipótese prevista no § 5º, se o documento referir-se a fato cujo efeito


modificativo da situação patrimonial da entidade se estenda por mais de uma
competência, o termo final da suspensão do direito à isenção será a competência em que
cessar aquele efeito.(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de
janeiro de 2012)

§ 7º Na hipótese prevista no caput, aplica-se o rito estabelecido pelo Decreto nº 70.235,


de 1972.

7º Aplica-se ao lançamento previsto neste artigo o rito estabelecido pelo Decreto nº


70.235, de 6 de março de 1972. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238,
de 11 de janeiro de 2012)

Seção IV
Da Representação

(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 230. A RFB representará ao Ministério responsável pela certificação se verificar


que a entidade beneficente de assistência social certificada deixou de atender a requisito
necessário à manutenção do certificado nos termos da Lei nº 12.101, de 2009,
observado o disposto no art. 198 do CTN. (Redação dada pela Instrução Normativa
RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

§ 1º A representação será feita pelo AFRFB, em formulário próprio, constante do


Anexo IX, e conterá a qualificação de seu autor, a descrição circunstanciada do fato, as
informações relevantes para seu esclarecimento e, sendo possível, será instruída com
documentos que demonstrem a irregularidade apontada.
§ 2º O encaminhamento da representação ao Ministério responsável pela certificação,
conforme a área de atuação da entidade, será feito pelo Delegado da Receita Federal do
domicílio fiscal da entidade, por meio eletrônico ou físico.

§ 3º Recebida a representação, caberá ao Ministério que concedeu a certificação:

I - notificar a entidade interessada, que poderá apresentar defesa no prazo de 30 (trinta)


dias;

II - comunicar o recebimento da representação à RFB no prazo de 30 (trinta) dias, salvo


se esta for a autora da representação;

III - decidir sobre a representação no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da apresentação


da defesa; e

IV - comunicar sua decisão à RFB no prazo de 30 (trinta) dias.

§ 4º Da decisão que julgar procedente a representação cabe recurso ao Ministro, no


prazo de 30 (trinta) dias, o qual terá prazo de 90 (noventa) dias para proferir decisão
final.

§ 5º Indeferido o recurso, ou decorrido o prazo previsto no § 3º, sem manifestação da


entidade, o Ministro de Estado cancelará a certificação e dará ciência do fato à RFB, no
prazo de 48h (quarenta e oito horas), a contar da publicação da decisão.

§ 6º Cancelada a certificação, o lançamento do crédito tributário decorrente da


suspensão da isenção terá como termo inicial a data do fato que motivou a
representação.

§ 7º Julgada improcedente a representação, o processo será arquivado.

Seção V
Das Disposições Especiais

(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 231. A isenção de que trata este Capítulo não dispensa o cumprimento de
obrigações acessórias a que a entidade está sujeita na condição de contribuinte ou
responsável. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro
de 2010)

Art. 231. A isenção de que trata este Capítulo não dispensa o cumprimento de
obrigações acessórias estabelecidas na legislação tributária a que a entidade está sujeita
na condição de contribuinte ou responsável. (Redação dada pela Instrução Normativa
RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 1º Além das obrigações previstas no art. 47, a entidade em gozo regular de isenção se
obriga ao cumprimento das seguintes obrigações:
I - reter o valor das contribuições dos segurados empregados e trabalhadores avulsos a
seu serviço, mediante dedução da respectiva remuneração, observados os limites a que
se refere o art. 54, e efetuar o recolhimento no prazo previsto no art. 80;

II - reter o valor da contribuição do segurado trabalhador autônomo (contribuinte


individual) a seu serviço, correspondente a 20% (vinte por cento) de sua remuneração,
mediante dedução desta, e efetuar o recolhimento no prazo previsto no art. 80,
observado o disposto no inciso V do art. 47;

III - reter o valor da contribuição do segurado transportador autônomo a seu serviço,


assim considerado o taxista, o condutor autônomo de veículo rodoviário de carga ou
passageiro, e recolher ao Sest e ao Senat, observado o disposto no art. 111-I;

IV - reter o valor da contribuição do produtor rural pessoa física e do segurado especial,


do qual adquira produto rural, na condição de subrogada (Lei nº 8.212, de1991, art. 30,
inciso IV), correspondente a 2% (dois por cento) para a Previdência Social, 0,1% (um
décimo por cento) para GILRAT e 0,2% (dois décimos por cento) para o Senar,
incidentes sobre a receita bruta da comercialização, mediante dedução desta, e efetuar o
recolhimento no prazo previsto no art. 80;

V - reter o valor da contribuição da empresa que lhe prestar serviços mediante cessão de
mão de obra ou empreitada, correspondente a 11% (onze por cento) do valor bruto da
nota fiscal, fatura ou recibo, e recolher o valor retido em nome da empresa contratada,
conforme disposto nos arts. 129 e 131, observado o disposto no art. 145.

§ 2º A entidade isenta na forma da Lei nº 12.101, de 2009, fica dispensada da


contribuição devida por lei a terceiros, nos termos do § 5º do art. 3º da Lei nº 11.457, de
2007.

Seção VI
Das Disposições Transitórias em Relação às Entidades Isentas

(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 232. A entidade beneficente de assistência social certificada até 29 de novembro de


2009, e aquela cuja validade do certificado tenha sido prorrogada por força do art. 41 da
Medida Provisória nº 446, de 7 de novembro de 2008, fará jus à isenção: (Redação dada
pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 232. A Ebas certificada até 29 de novembro de 2009 fará jus à isenção, até a
validade do respectivo certificado: (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº
1.238, de 11 de janeiro de 2012)

I - desde o deferimento do pedido de isenção apresentado na forma do art. 55 da Lei nº


8.212, de 1991, até 29 de novembro de 2009;

I - desde o deferimento do pedido de isenção apresentado na forma do art. 55 da Lei nº


8.212, de 1991, se cumpriu, sucessivamente, durante os períodos das respectivas
vigências, os requisitos: (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11
de janeiro de 2012)
a) do art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991, até 9 de novembro de 2008, data anterior à da
publicação da Medida Provisória nº 446, de 7 de novembro de 2008; (Incluído pela
Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

b) do art. 28 da Medida Provisória nº 446, de 2008, no período de 10 de novembro de


2008 até 11 de fevereiro de 2009, data da publicação da rejeição da Medida Provisória;
(Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

c) do art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991, a partir de 12 de fevereiro de 2009 até 29 de


novembro de 2009, data da publicação da Lei nº 12.101, de 27 de novembro de 2009; e
(Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

d) do art. 29 da Lei nº 12.101, de 2009, a partir da vigência desta; (Incluído pela


Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

II - de 30 de novembro de 2009 até a data de validade do certificado, desde que atenda,


cumulativamente, aos requisitos previstos no art. 29 da Lei nº 12.101, de 2009,
observado o disposto no art. 229.

II - desde a certificação originária deferida pela Medida Provisória nº 446, de 2008, se


cumpriu, sucessivamente, durante os períodos das respectivas vigências, os requisitos da
legislação referida nas alíneas "b", "c" e "d" do inciso I; e (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

III - desde o início da concessão da isenção sustentada no certificado cuja renovação ou


prorrogação foi concedida pela Medida Provisória nº 446, de 2008, e desde que tenha
cumprido os requisitos da legislação referida nas alíneas do inciso I. (Incluído pela
Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

Art. 233.A partir de 30 de novembro de 2009, deixam de ser emitidos ato declaratório e
ato cancelatório de isenção. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de
15 de setembro de 2010)

§ 1º Os pedidos de reconhecimento de isenção pendentes de apreciação no âmbito da


RFB serão encaminhados à unidade competente para verificação do cumprimento dos
requisitos de isenção vigentes na data do fato gerador.

§ 2º Verificado o direito à isenção anterior a 30 de novembro de 2009, certificar-se-á o


direito à restituição do valor recolhido desde o protocolo do pedido de isenção até 29 de
novembro de 2009.

§ 3º (Revogado pela instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

§ 4º (Revogado pela instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

§ 5º (Revogado pela instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

§ 6º (Revogado pela instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

§ 7º (Revogado pela instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)


Art. 234 O processo de cancelamento de isenção pendente de julgamento no âmbito da
RFB será encaminhado à unidade competente para verificação do cumprimento dos
requisitos de isenção, observados: (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº
1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - para fatos geradores ocorridos até 29 de novembro de 2009, os requisitos previstos


no art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991; e

II - para fatos geradores ocorridos a partir de 30 de novembro de 2009, os requisitos


previstos no art. 227 desta Instrução Normativa.

§ 1º Constatado o descumprimento de requisito para isenção no período de que tratam


os incisos I e II do caput, aplica-se o disposto no art. 229 desta Instrução Normativa.

§ 2º Em caso de tramitação simultânea de processo de cancelamento de isenção e de


lançamento constitutivo de crédito pendente de recurso, deverá aquele ser apensado a
este e ambos retornarem à Fiscalização, para fins de aplicação, relativamente ao
processo apensado, do disposto nos incisos I e II deste artigo.

§ 3º Na hipótese do § 2º, será aberto prazo de 30 (trinta) dias para a entidade interessada
se manifestar.

Art. 235 Os Ministérios da Saúde, da Educação e do Desenvolvimento Social e


Combate à Fome informarão à RFB os deferimentos e indeferimentos definitivos de
pedidos de concessão originária e de renovação de certificação das entidades
beneficentes de assistência social. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº
1.071, de 15 de setembro de 2010)

Parágrafo único. As informações previstas neste artigo devem ser enviadas


mensalmente, em arquivo digital que contenha a lista de entidades, identificadas por
nome e número de CNPJ.

Seção V

Do Relatório de Atividades

(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

Art. 236. A entidade beneficente de assistência social em gozo de isenção é obrigada a


apresentar, anualmente, até 30 de abril, a unidade da RFB da jurisdição de sua sede,
mediante protocolo, relatório circunstanciado de suas atividades no exercício anterior,
em que constem, sem prejuízo de outros dados que a entidade ou a RFB julgarem
necessários:(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

I - informações cadastrais, em conformidade com o Anexo X, relativas:

a) à localização da sede da entidade;

b) ao nome e à qualificação dos responsáveis pela entidade;


c) à relação dos estabelecimentos e das obras de construção civil vinculados à entidade,
identificados pelos respectivos números do CNPJ ou da matrícula CEI;

II - resumo de informações de assistência social, com o valor da isenção usufruída, a


descrição sumária dos serviços assistenciais, nas áreas de assistência social, de educação
ou de saúde, a quantidade de atendimentos que prestou e os respectivos custos,
conforme modelo constante do Anexo XI;

III - descrição pormenorizada dos serviços assistenciais prestados.

Art. 237. O relatório de atividades, previsto no art. 236, deverá ser instruído com os
seguintes documentos:(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de
abril de 2010)

I - cópia do Ceas vigente ou prova de haver requerido sua renovação, caso tenha
expirado o prazo de validade desse Certificado;

II - cópia de certidão fornecida pelo Ministério da Justiça que comprove a regularidade


da entidade naquele órgão;

III - cópia de certidão ou de documento que comprove estar a entidade em condições de


regularidade no órgão gestor de assistência social estadual ou municipal ou do Distrito
Federal;

IV - cópia de certidão ou de documento fornecido pelo órgão competente que comprove


estar a entidade em condição regular para a manutenção da titularidade de utilidade
pública estadual ou municipal ou do Distrito Federal;

V - cópia do acordo ou da convenção coletiva de trabalho, quando necessários;

VI - cópia do balanço patrimonial, demonstração de resultado do exercício com


discriminação de receitas e despesas, demonstração de mutação de patrimônio e notas
explicativas;

VII - cópia do convênio com o SUS, para a entidade que atua na área da saúde;

VIII - relação nominativa dos alunos bolsistas contendo filiação, endereço, telefone (se
houver), Cadastro da Pessoa Física (CPF) (dos pais/responsáveis e bolsistas), custo e
percentual da bolsa, para a entidade que atua na área da educação;

IX - cópia da planilha de custo de apuração do valor da mensalidade de que trata a Lei


nº 9.870, de 23 de novembro de 1999, na forma estabelecida pelo Decreto nº 3.274, de 6
de dezembro de 1999, para a entidade que atua na área da educação;

X - cópia de certidão ou de documento expedido pelo Ministério da Educação que


comprove o efetivo cumprimento das obrigações assumidas em razão da adesão ao
Prouni.

Art. 238. A falta de apresentação à RFB do relatório anual circunstanciado ou de


qualquer documento que o acompanhe, constitui infração à obrigação acessória prevista
no inciso VI do art. 47, conforme § 2º do art. 33 da Lei nº 8.212, de 1991.(Revogado
pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

Art. 239. A simples entrega do relatório anual de atividades pela entidade e o respectivo
protocolo na RFB não implica reconhecimento do direito à isenção.(Revogado pela
Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

Seção VI

Do Direito Adquirido

(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 240. O direito à isenção foi assegurado até 31 de outubro de 1991 à entidade que,
em 1º de setembro de 1977, data da publicação do Decreto-Lei nº 1.572, de 1º de
setembro de 1977, atendia aos requisitos abaixo: (Revogado pela Instrução Normativa
RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - detinha Certificado de Entidade de Fins Filantrópicos (CEFF) com validade por


prazo indeterminado;

II - era reconhecida como de utilidade pública pelo Governo Federal;

III - os diretores não percebiam remuneração;

IV - encontrava-se em gozo de isenção das contribuições previdenciárias.

§ 1º A entidade cuja validade do CEFF provisório encontrava-se expirada teve garantido


o direito previsto no caput, desde que a renovação tenha sido requerida até 30 de
novembro de 1977, e não tenha sido indeferida.

§ 2º O disposto no caput também se aplica à entidade que não era detentora do Título de
Utilidade Pública Federal, mas que o tenha requerido até 30 de novembro de 1977 e
esse requerimento não tenha sido indeferido.

§ 3º A entidade cujo reconhecimento de utilidade pública federal fora indeferido ficou


sujeita ao recolhimento das contribuições sociais, a partir do mês seguinte ao da
publicação do ato que indeferiu aquele reconhecimento.

§ 4º O direito à isenção adquirido pela entidade não a exime, para a manutenção dessa
isenção, do cumprimento, a partir de 1º de novembro de 1991, das disposições do art. 55
da Lei nº 8.212, de 1991, com exceção do disposto no seu § 1º.

Art. 241. A Medida Provisória nº 446, de 7 de novembro de 2008, vigorou no período


de 10 de novembro de 2008 a 12 de fevereiro de 2009, e gerou os efeitos
seguintes: (Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de
2010)
I - os requerimentos de reconhecimento de isenção protocolizados perante a RFB,
pendentes de apreciação até 10 de novembro de 2008, seguirão o rito estabelecido pela
legislação precedente;

II - no período de 10 de novembro de 2008 a 12 de fevereiro de 2009, a entidade


certificada pela autoridade competente na forma da Medida Provisória nº 446, de 2008,
faz jus à isenção a contar da data de sua certificação, desde que atendidos,
cumulativamente, os requisitos previstos no art. 28 da Medida Provisória nº 446, de
2008;

III - a partir de 13 de fevereiro de 2009, a entidade deverá requerer o reconhecimento de


isenção como disposto no art. 229;

IV - os Certificados de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas) que


expiraram no prazo especificado no caput foram prorrogados por 12 (doze) meses,
desde que a entidade mantenha os requisitos exigidos pela legislação vigente à época de
sua concessão ou renovação.

Seção VII

Da Remissão

(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 242. Nos termos da Lei nº 9.429, de 26 de dezembro de 1996, são extintos os
créditos decorrentes de contribuições sociais devidas em razão de fatos geradores
ocorridos no período de 25 de julho de 1981 até a data da publicação da referida Lei,
pelas entidades beneficentes de assistência social que atendiam, naquele período, a
todos os requisitos dispostos no art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991, independentemente da
existência de pedido de isenção. (Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de
15 de setembro de 2010)

Seção VIII

Das Disposições Especiais

(Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 243. A isenção só poderá ser concedida pela unidade da RFB da jurisdição do
estabelecimento matriz da entidade, onde ficará arquivada a respectiva documentação.
(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 244. A entidade beneficente de assistência social em gozo de isenção é equiparada


às empresas em geral, ficando sujeita ao cumprimento das obrigações acessórias
previstas no art. 47 e, em relação às contribuições sociais, fica obrigada a: (Revogado
pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - arrecadar, mediante desconto na remuneração paga, devida ou creditada, as


contribuições sociais previdenciárias dos segurados empregado e trabalhador avulso a
seu serviço e recolher o produto arrecadado na forma e no prazo estabelecidos nesta
Instrução Normativa;

II - arrecadar, mediante desconto no respectivo salário-de-contribuição do segurado


contribuinte individual que lhe presta serviços, e recolher a contribuição prevista no
item "2" da alínea "a" do inciso II do art. 65, para os fatos geradores ocorridos a partir
de 1º de abril de 2003, observado o disposto no inciso V do art. 47;

III - arrecadar, mediante desconto no respectivo salário-de-contribuição e recolher a


contribuição devida ao Sest e ao Senat, pelo segurado contribuinte individual
transportador autônomo de veículo rodoviário (inclusive o taxista) que lhe presta
serviços;

IV - arrecadar, mediante desconto, e recolher a contribuição do produtor rural pessoa


física e do segurado especial incidente sobre o valor bruto da comercialização da
produção, na condição de sub-rogada quando adquirir produto rural;

V - efetuar a retenção prevista nos arts. 112 e 145, se for o caso, quando da contratação
de serviços mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada e recolher o valor retido em
nome da empresa contratada, conforme disposto nos arts. 129 e 131.

§ 1º A Ebas em gozo de isenção deverá demonstrar em sua contabilidade, segregados


das demais atividades, todos os elementos que compõem as receitas, custos, despesas e
resultados do exercício, referentes às atividades sobre as quais recaia a isenção, o valor
da isenção usufruída, bem como os elementos necessários à comprovação da
manutenção do Ceas e do Título de Utilidade Pública Federal.

§ 2º Durante a vigência da isenção pelo atendimento cumulativo aos requisitos


constantes dos incisos I a V do caput do art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991, deferida pelo
INSS, pela Secretaria da Receita Previdenciária (SRP) ou pela RFB, não são devidas
pela entidade beneficente de assistência social as contribuições sociais previstas em lei a
outras entidades ou fundos.

Art. 245. A entidade beneficente de assistência social em gozo de isenção, além das
outras obrigações previstas neste Capítulo, é também obrigada: (Revogado pela
Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

I - a apresentar, perante a unidade da RFB da jurisdição de seu estabelecimento matriz,


até 31 de janeiro de cada ano, o plano de ação das atividades a serem desenvolvidas
durante o ano em curso;

II - a manter, em seu estabelecimento, em local visível ao público, placa indicativa da


respectiva disponibilidade de serviços gratuitos de assistência social, educacionais ou de
saúde a pessoas carentes, em especial a crianças, adolescentes, idosos e a portadores de
deficiência, indicando tratar-se de pessoa jurídica de direito privado abrangida pela
isenção de contribuições sociais, que deverá medir, no mínimo, 30cm (trinta
centímetros) de altura e 50cm (cinquenta centímetros) de comprimento, conforme
Resolução CNAS nº 178, de 10 de agosto de 2000, publicada no Diário Oficial da
União, de 15 de agosto de 2000.
Art. 246. A entidade beneficente de assistência social em gozo de isenção que aderir ao
Prouni, na forma da Lei nº 11.096, de 2005, não está obrigada a apresentar novo pedido
de isenção. Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 247. A Ebas em gozo de isenção, mantenedora de instituição de ensino superior,


que adotar as regras de seleção de estudantes bolsistas, na forma do art. 11 da Lei nº
11.096, de 2005, e optar, a partir de 14 de janeiro de 2005, por transformar sua natureza
jurídica em sociedade de fins econômicos, na forma facultada pelo art. 7º-A da Lei nº
9.131, de 24 de novembro de 1995, passará a pagar a cota patronal para a Previdência
Social de forma gradual, durante o prazo de 5 (cinco) anos, na razão de 20% (vinte por
cento) do valor devido a cada ano, cumulativamente, até atingir o valor integral das
contribuições devidas, da seguinte forma: (Revogado pela Instrução Normativa RFB nº
1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - até janeiro de 2006 - 20% (vinte por cento) da quota patronal devida à previdência
social;

II - de fevereiro de 2006 a janeiro de 2007 - 40% (quarenta por cento) da quota patronal
devida à previdência social;

III - de fevereiro de 2007 a janeiro de 2008 - 60% (sessenta por cento) da quota patronal
devida à previdência social;

IV - de fevereiro de 2008 a janeiro de 2009 - 80% (oitenta por cento) da quota patronal
devida à previdência social; e

V - a partir de fevereiro de 2009 - 100% (cem por cento) da quota patronal devida à
previdência social.

§ 1º Para os fins do caput, entende-se por cota patronal para a Previdência Social o
conjunto das contribuições descritas no art. 72.

§ 2º As contribuições destinadas a outras entidades ou fundos são devidas integralmente


desde o 1º (primeiro) mês, não se lhes aplicando a gradação a que se refere o caput.

§ 3º A pessoa jurídica de direito privado em gozo de isenção passará a pagar a


contribuição previdenciária na forma estabelecida neste artigo a partir do 1º (primeiro)
dia do mês de realização da assembleia geral que autorizar a transformação da sua
natureza jurídica em sociedade de fins econômicos, respeitada a gradação
correspondente ao respectivo ano.

§ 4º A isenção concedida nos termos do art. 55 da Lei nº 8.212, de 1991, usufruída pela
entidade de que trata o caput, será cancelada, com consequente expedição de Ato
Cancelatório, a partir do 1º (primeiro) dia do mês de realização da assembleia geral que
alterar a sua natureza jurídica.

§ 5º A RFB, tomando conhecimento da transformação da natureza jurídica da entidade,


comunicará o fato ao Ministério Público Federal e, quando se tratar de fundação,
também ao Ministério Público Estadual.
CAPÍTULO VI

DAS ASSOCIAÇÕES DESPORTIVAS

Seção I

Das Disposições Preliminares

Art. 248. Considera-se:

I - clube de futebol profissional, a associação desportiva que mantém equipe de futebol


profissional, filiada à federação de futebol do respectivo Estado, ainda que mantenha
outras modalidades desportivas, e que seja organizada na forma da Lei nº 9.615, de
1998;

II - entidade promotora, a federação, a confederação ou a liga responsável pela


organização do evento, assim entendido o jogo ou a partida, isoladamente considerado
(Parecer CJ/MPS nº 3.425, de 2005);

III - empresa ou entidade patrocinadora, aquela que destinar recursos à associação


desportiva que mantém equipe de futebol profissional a título de patrocínio,
licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de
espetáculos desportivos.

Seção II

Das Contribuições

Art. 249. A contribuição patronal, destinada à Previdência Social, a cargo da associação


desportiva que mantém equipe de futebol profissional, em substituição às contribuições
previstas nos incisos I e II do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, corresponde a:

I - para fatos geradores ocorridos no período de 1º de julho de 1993 a 11 de janeiro de


1997, 5% (cinco por cento) da receita bruta decorrente dos espetáculos desportivos de
que participem em todo o território nacional em qualquer modalidade desportiva,
inclusive jogos internacionais;

II - para fatos geradores ocorridos a partir de 12 de janeiro de 1997 até 24 de setembro


de 1997:

a) 5% (cinco por cento) da receita bruta decorrente de espetáculos desportivos de que


participem em todo o território nacional; e

b) 5% (cinco por cento) da receita bruta decorrente de qualquer forma de patrocínio,


licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de
espetáculos desportivos (Medida Provisória nº 1.523, de 11 de outubro de 1996);

III - para fatos geradores ocorridos a partir de 25 de setembro de 1997:


a) 5% (cinco por cento) da receita bruta decorrente de espetáculos desportivos de que
participem em todo o território nacional, em qualquer modalidade desportiva, inclusive
jogos internacionais;

b) 5% (cinco por cento) da receita bruta decorrente de qualquer forma de patrocínio,


licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de
espetáculos desportivos.

§ 1º A partir de 18 de outubro de 2007, em decorrência do disposto no § 11-A do art. 22


da Lei nº 8.212, de 1991, acrescentado pela Lei nº 11.505, de 18 de julho de 2007, no
caso das sociedades empresárias regularmente organizadas segundo um dos tipos
regulados nos arts. 1.039 a 1.092 do Código Civil que mantêm equipe de futebol
profissional, a substituição prevista neste artigo aplica-se apenas às atividades
diretamente relacionadas com a manutenção e a administração da equipe profissional de
futebol, não se estendendo às outras atividades econômicas exercidas pelas sociedades,
atividades às quais se aplicam as normas dirigidas às empresas em geral.

§ 2º Considera-se receita bruta:

I - a receita auferida, a qualquer título, nos espetáculos desportivos de qualquer


modalidade, devendo constar em boletins financeiros emitidos pelas federações,
confederações ou ligas, não sendo admitida qualquer dedução, compreendendo toda e
qualquer receita auferida no espetáculo, tal como a venda de ingressos, recebimento de
doações, sorteios, bingos, shows;

II - o valor recebido, a qualquer título, que possa caracterizar qualquer forma de


patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e
transmissão de espetáculos desportivos.

Art. 250. A associação desportiva que mantém clube de futebol profissional fica sujeita
ao cumprimento das obrigações acessórias previstas no art. 47, no que couber, bem
como às obrigações principais previstas nos incisos III e IV do art. 72 e no art. 78, e
também ao pagamento das contribuições destinadas a outras entidades ou fundos,
observado o seu enquadramento no código FPAS, em conformidade com o Anexo I.

Art. 250. Além das contribuições devidas na forma do art. 249 e das obrigações a que
está sujeita na condição de contribuinte ou responsável (arts. 47 e 78), a associação
desportiva que mantém clube de futebol profissional fica obrigada ao pagamento das
seguintes contribuições: (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15
de setembro de 2010)

I - 20% (vinte por cento) sobre os valores pagos a contribuintes individuais que lhe
prestem serviços;
II - 15% (quinze por cento) sobre o valor bruto da nota fiscal, fatura ou recibo de
serviços prestados por cooperados, por intermédio de cooperativas de trabalho;

III - devidas a terceiros (outras entidades e fundos), na forma do art. 111-J.

Parágrafo único. Além do disposto no caput, a sociedade empresária regularmente


organizada segundo um dos tipos regulados nos arts. 1.039 a 1.092 do Código Civil e
mantenedora de equipe de futebol profissional que exercer também atividade econômica
não diretamente ligada à manutenção e à administração da equipe de futebol, deverá, a
partir da competência outubro de 2007:

I - elaborar folhas de pagamento distintas, uma que relacione os trabalhadores dedicados


às atividades diretamente ligadas à manutenção e à administração da equipe de futebol e
outra que relacione os trabalhadores dedicados às demais atividades econômicas;

II - entregar GFIP distintas, uma com as informações relativas às atividades diretamente


relacionadas à manutenção e à administração da equipe de futebol e outra com as
informações relativas às demais atividades econômicas, observando para cada uma
delas o código FPAS próprio de acordo com o Anexo I.

II - declarar, em documentos distintos, os fatos e informações relativos às atividades


diretamente relacionadas à manutenção e à administração da equipe de futebol e os
relativos às demais atividades econômicas, observado, quanto a estas, o disposto nos
arts. 109-B a 109-E. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de
setembro de 2010)

Seção III

Da Responsabilidade pelo Recolhimento das Contribuições

Art. 251. A responsabilidade pelo recolhimento das contribuições sociais será:

I - da entidade promotora do espetáculo nas hipóteses do inciso I, da alínea "a" do inciso


II e da alínea "a" do inciso III do caput do art. 249;

II - da associação desportiva que mantém clube de futebol profissional, no caso das


contribuições previstas nos incisos III e IV do art. 72, e das arrecadadas na forma do art.
78;

III - da empresa ou entidade patrocinadora que enviar recursos para a associação


desportiva que mantém o clube de futebol profissional, na hipótese da alínea "b" do
inciso II e da alínea "b" do inciso III do caput do art. 249, inclusive no caso do concurso
de prognóstico de que trata a Lei nº 11.345, de 2006;

IV - da entidade promotora do espetáculo (federação, confederação ou liga), em relação


às contribuições decorrentes da contratação de contribuintes individuais, prestadores de
serviços na realização do evento desportivo, nestes considerados:

a) os árbitros e seus auxiliares, nos termos do disposto no parágrafo único do art. 30 da


Lei nº 10.671, de 15 de maio de 2003, (Estatuto de Defesa do Torcedor);

b) os delegados e os fiscais; e

c) a mão-de-obra utilizada para realização do exame antidoping;

V - do contratante dos profissionais que compõem o quadro móvel do espetáculo,


podendo ser a federação, a confederação, a liga ou o clube de futebol profissional.
§ 1º A empresa ou a entidade patrocinadora que, a título de patrocínio, licenciamento de
uso de marcas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos,
repassa recursos à associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional,
está obrigada a reter a contribuição prevista na alínea "b" do inciso II e na alínea "b" do
inciso III do art. 249, mediante desconto do valor dos recursos repassados, inclusive no
caso do concurso de prognóstico de que trata a Lei nº 11.345, de 2006.

§ 2º A Confederação Brasileira de Futebol fica sujeita ao recolhimento da contribuição


previdenciária incidente sobre a receita bruta decorrente da realização do evento
desportivo que não possa ser realizado sem a sua participação, na condição de
responsável subsidiária, quando a entidade local promotora do evento descumprir a
obrigação tributária prevista neste artigo.

Art. 252. Responsabilizar-se-á pelo desconto e pelo recolhimento da contribuição


incidente sobre a receita bruta auferida nos espetáculos desportivos, independentemente
da modalidade, quando pelo menos um dos participantes do espetáculo esteja vinculado
à uma associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional:

I - a entidade promotora do espetáculo desportivo em relação à receita bruta definida no


inciso I do § 2º do art. 249;

II - a empresa ou a entidade patrocinadora em relação a parte da receita bruta definida


no inciso II do § 2º do art. 249 destinada ao participante vinculado a uma associação
desportiva que mantém equipe de futebol profissional.

Seção IV

Dos Prazos para Recolhimento

Art. 253. O recolhimento da contribuição social previdenciária incidente sobre a receita


bruta do espetáculo desportivo deve ser efetuado no prazo de até 2 (dois) dias úteis após
a realização de cada espetáculo ou, quando não houver expediente bancário, no dia útil
imediatamente posterior ao do vencimento, em documento de arrecadação específico,
preenchido em nome da entidade promotora do espetáculo, como definida no inciso II
do art. 248.

Art. 254. O recolhimento da contribuição social previdenciária incidente sobre o valor


bruto do contrato de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e símbolos,
publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos desportivos deverá ser efetuado
nos prazos previstos no art. 80, em documento de arrecadação específico, preenchido
em nome da entidade patrocinadora.

Art. 255. O recolhimento das contribuições sociais previdenciárias a que se refere o art.
250 obedece ao prazo estabelecido para recolhimento das empresas em geral.

Seção V

Das Disposições Especiais


Art. 256. As entidades promotoras de espetáculos desportivos deverão fornecer à RFB,
com a necessária antecedência, o calendário dos eventos desportivos e ainda elaborar
boletins financeiros numerados sequencialmente quando da realização dos espetáculos,
onde constem, no mínimo, os seguintes dados:

I - número do boletim;

II - data da realização do evento;

III - nome dos clubes participantes;

IV - tipo ou espécie de competição, se oficial ou não;

V - categoria do evento (internacional, interestadual, estadual ou local);

VI - denominação da competição (Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Campeonato


Estadual, entre outras);

VII - local da realização do evento (cidade, estado e praça desportiva);

VIII - receita proveniente da venda de ingressos, com discriminação da espécie de


ingressos (arquibancadas, geral, cadeiras, camarotes), número de ingressos colocados à
venda, número de ingressos vendidos, número de ingressos devolvidos, preço e total
arrecadado;

IX - discriminação de outros tipos de receita, tais como as provenientes de transmissão,


propaganda, publicidade, sorteios, entre outras;

X - consignação do total geral das receitas auferidas;

XI - discriminação detalhada das despesas efetuadas com o espetáculo, contendo


inclusive:

a) a remuneração dos árbitros e auxiliares de arbitragem e do quadro móvel (delegados,


fiscais, bilheteiros, porteiros, maqueiros, seguranças, gandulas e outros);

b) a remuneração da mão-de-obra utilizada para a realização do exame antidoping


(equipe de coleta);

c) o valor das contribuições previdenciárias incidentes sobre as remunerações referidas


nas alíneas "a" e "b", nos termos do art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, observada a
legislação de regência;

d) o discriminativo do valor a ser recolhido a título de parcelamento especial, com base


na Lei nº 8.641, de 31 de março de 1993, com a assinatura dos responsáveis pelos
clubes participantes e pela entidade promotora do espetáculo;

XII - total da receita destinada aos clubes participantes;

XIII - discriminativo do valor a ser recolhido por clube, a título de parcelamento;


XIV - assinatura dos responsáveis pelos clubes participantes e pela entidade promotora
do espetáculo;

XV - a partir de 1º de abril de 2003, o valor do desconto da contribuição incidente sobre


a remuneração paga aos contribuintes individuais contratados para a realização do
evento.

Parágrafo único. O calendário dos eventos desportivos deverá ser protocolizado no


CAC ou na ARF da jurisdição da sede da respectiva federação, confederação ou liga.

Art. 257. Ocorrendo a desfiliação da respectiva federação, mesmo que temporária,


deixa de ocorrer a substituição referida no art. 249, caso em que o clube de futebol
profissional passará a efetuar o pagamento da contribuição patronal na forma e no prazo
estabelecidos para as empresas em geral, devendo a federação comunicar o fato ao CAC
ou à ARF jurisdicionante de sua sede, a qual, após providências e anotações cabíveis,
comunicará o fato à Delegacia ou Inspetoria da Receita Federal do Brasil jurisdicionante
do clube de futebol profissional.

Art. 258. As demais entidades desportivas que não mantêm clube de futebol
profissional contribuem na forma das empresas em geral.

CAPÍTULO VII

DOS ÓRGÃOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA, DAS


AUTARQUIAS E DAS FUNDAÇÕES DE DIREITO PÚBLICO

Seção Única

Das Disposições Especiais Relativas aos Órgãos Públicos

Art. 259. Os órgãos públicos da Administração Direta, as autarquias e as fundações de


direito público são considerados empresa em relação aos segurados não abrangidos por
RPPS, ficando sujeitos, em relação a estes segurados, ao cumprimento das obrigações
acessórias previstas no art. 47 e às obrigações principais previstas nos arts. 72 e 78.

§ 1º A missão diplomática e a repartição consular de carreiras estrangeiras são


equiparadas a empresa, para fins previdenciários, observado o disposto nas convenções
e nos tratados internacionais, não respondendo, todavia, por multas decorrentes de
descumprimento de obrigação acessória prevista na legislação previdenciária.

§ 2º Os membros de missão diplomática e de repartição consular de carreiras


estrangeiras, em funcionamento no Brasil, não respondem por multas decorrentes de
descumprimento de obrigação acessória.

§ 3º Os órgãos e as entidades descritos no caput deverão elaborar e entregar GFIP


informando todos os segurados que lhes prestam serviço não amparados pelo RPPS,
bem como os demais fatos geradores de contribuições para a Previdência Social, na
forma estabelecida no Manual da GFIP.
§ 4º Os órgãos públicos da administração direta, as autarquias, as fundações de direito
público, as missões diplomáticas e as repartições consulares de carreiras estrangeiras
estão sujeitos à multa de mora no caso de recolhimento fora do prazo, exceto em relação
às contribuições sociais cujos fatos geradores tenham ocorrido até a competência janeiro
de 2007, observado o disposto no § 5º.

§ 5º Não se aplica a multa de mora, na forma prevista no § 4º, às missões diplomáticas


estrangeiras no Brasil e aos membros dessas missões quando assegurada a isenção em
tratado, convenção ou outro acordo internacional de que o Estado estrangeiro ou
organismo internacional e o Brasil sejam partes.

Art. 260. Ao órgão público da administração direta, à autarquia, à fundação de direito


público, aplica-se a responsabilidade solidária, nas seguintes hipóteses:

I - contratação de serviços mediante cessão ou empreitada de mão-de-obra, inclusive em


regime de trabalho temporário, no período anterior a 21 de novembro de 1986 e entre 29
de abril de 1995 e 31 de janeiro de 1999; e

II - contratação para execução de obra de construção civil, no período anterior a 21 de


novembro de 1986.

§ 1º Os órgãos e as entidades descritos no caput, na condição de contratantes de obra de


construção civil e de serviços executados mediante cessão de mão-de-obra ou
empreitada, não respondem pelas contribuições destinadas a outras entidades ou fundos
e pela multa moratória devidas pelas empresas contratadas, sendo tais importâncias
exigíveis diretamente das empresas prestadoras de serviços.

§ 2º A partir de 1º de fevereiro de 1999, as contratações dos serviços a que se refere o


inciso I ficam sujeitas às normas de retenção previstas no Capítulo VIII do Título II
desta Instrução Normativa.

Art. 261. Os órgãos da Administração Pública Direta ou Indireta da União e as demais


entidades integrantes do Siafi que, no período de 26 de novembro de 2001 a 31 de
março de 2003, mantiveram contrato com contribuinte individual para prestação de
serviços eventuais, inclusive como integrante de grupo-tarefa, em razão do disposto no
art. 216-A do RPS, deverão comprovar, quando solicitado pela RFB, que o pagamento
da remuneração pelos trabalhos executados e de continuidade do contrato foi
condicionado, mediante cláusula contratual, ao recolhimento, pelo segurado, da sua
contribuição social previdenciária relativamente à competência imediatamente anterior
àquela a que se referia a remuneração a ele paga ou creditada.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo às contratações feitas pelos


organismos internacionais, em programas de cooperação e de operações de mútua
conveniência entre estes e o governo brasileiro.

Art. 262. A inexistência de débitos em relação às contribuições devidas à Previdência


Social é condição necessária para que os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
possam receber as transferências dos recursos do Fundo de Participação dos Estados e
do Distrito Federal (FPE) e do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), celebrar
acordos, contratos, convênios ou ajustes, bem como receber empréstimos,
financiamentos, avais e subvenções em geral de órgãos ou entidades da administração
direta e indireta da União, consoante art. 56 da Lei nº 8.212, de 1991.

Parágrafo único. Para o recebimento do FPE e do FPM, bem como para a consecução
dos demais instrumentos citados no caput, os Estados, o Distrito Federal e os
Municípios deverão apresentar aos órgãos ou às entidades responsáveis pela liberação
de fundos, pela celebração de acordos, de contratos, de convênios ou de ajustes, pela
concessão de empréstimos, de financiamentos, de avais ou de subvenções em geral, os
comprovantes de recolhimento das suas contribuições à Previdência Social referentes
aos 3 (três) meses imediatamente anteriores ao mês previsto para a efetivação daqueles
procedimentos.

CAPÍTULO VIII

DA ATIVIDADE DO TRABALHADOR AVULSO

Seção I

Dos Conceitos

Art. 263. Considera-se:

I - trabalhador avulso aquele que, sindicalizado ou não, presta serviços de natureza


urbana ou rural, sem vínculo empregatício, a diversas empresas, com intermediação
obrigatória do sindicato da categoria ou, quando se tratar de atividade portuária, do
OGMO;

II - trabalhador avulso não-portuário, aquele que presta serviços de carga e descarga de


mercadorias de qualquer natureza, inclusive carvão e minério, o trabalhador em
alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios), o amarrador de embarcação, o
ensacador de café, cacau, sal e similares, aquele que trabalha na indústria de extração de
sal, o carregador de bagagem em porto, o prático de barra em porto, o guindasteiro, o
classificador, o movimentador e o empacotador de mercadorias em portos, assim
conceituados nas alíneas "b" a "j" do inciso VI do art. 9º do RPS;

III - trabalhador avulso portuário, aquele que presta serviços de capatazia, estiva,
conferência de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de embarcações na área dos
portos organizados e de instalações portuárias de uso privativo, com intermediação
obrigatória do OGMO, assim conceituados na alínea "a" do inciso VI do art. 9º do RPS,
podendo ser:

a) segurado trabalhador avulso quando, sem vínculo empregatício, registrado ou


cadastrado no OGMO, em conformidade com a Lei nº 8.630, de 1993, presta serviços a
diversos operadores portuários;

b) segurado empregado quando, registrado no OGMO, contratado com vínculo


empregatício e a prazo indeterminado, na forma do parágrafo único do art. 26 da Lei nº
8.630, de 1993, é cedido a operador portuário;
IV - OGMO, a entidade civil de utilidade pública, sem fins lucrativos, constituída pelos
operadores portuários, em conformidade com a Lei nº 8.630, de 1993, tendo por
finalidade administrar o fornecimento de mão-de-obra do trabalhador avulso portuário;

V - porto organizado, aquele construído e aparelhado para atender às necessidades da


navegação ou da movimentação e armazenagem de mercadorias, concedido ou
explorado pela União, cujo tráfego e cujas operações portuárias estejam sob a jurisdição
de uma autoridade portuária;

VI - área de porto organizado, aquela compreendida pelas instalações portuárias, bem


como pela infraestrutura de proteção e de acesso aquaviário ao porto, tais como guia-
correntes, quebra-mares, eclusas, canais, bacias de evolução e áreas de fundeio, que
devam ser mantidas pela administração do porto;

VII - instalações portuárias, os ancoradouros, as docas, o cais, as pontes e os píeres de


atracação, os terrenos, os armazéns, as edificações e as vias de circulação interna,
podendo ser:

a) de uso público, quando restrita à área do porto organizado, sob a responsabilidade da


administração do porto;

b) de uso privativo, quando explorada por pessoa jurídica de direito público ou privado,
podendo ser de uso exclusivo para movimentação de carga própria ou misto para
movimentação de carga própria e de terceiros;

VIII - operador portuário, a pessoa jurídica pré-qualificada na administração do porto,


de acordo com as normas expedidas pelo Conselho de Autoridade Portuária, para a
execução da movimentação e armazenagem de mercadorias na área do porto
organizado;

IX - administração do porto organizado, aquela exercida diretamente pela União ou


entidade concessionária, com o objetivo de coordenar, regular ou fiscalizar todas as
atividades que envolvam tanto a navegação como as operações portuárias;

X - trabalho portuário avulso, as atividades que compreendem os serviços de capatazia,


estiva, conferência de carga, conserto de carga, bloco e vigilância de embarcação,
sendo:

a) capatazia, a movimentação de mercadorias nas instalações de uso público,


compreendendo recebimento, conferência, transporte interno, abertura de volumes para
conferência aduaneira, manipulação, arrumação e entrega, bem como carregamento e
descarga de embarcações, quando efetuados por aparelhamento portuário;

b) estiva, a movimentação de mercadorias nos conveses ou nos porões das embarcações


principais ou auxiliares, incluindo o transbordo, a arrumação, a peação ou a despeação,
bem como o carregamento ou a descarga das embarcações, quando realizados com
equipamentos de bordo;

c) conferência de carga, a contagem de volumes, a anotação de características, de


procedência ou de destino, a verificação do estado das mercadorias, a assistência à
pesagem, a conferência de manifesto e os demais serviços correlatos, nas operações de
carregamento e de descarga de embarcações;

d) conserto de carga, o reparo ou a restauração das embalagens de mercadorias, a


reembalagem, a marcação, a remarcação, a carimbagem, a etiquetagem, a abertura de
volumes para vistoria e posterior recomposição, nas operações de carregamento e de
descarga de embarcações;

e) bloco, a atividade de limpeza e conservação de embarcações mercantes ou de seus


tanques, incluindo batimento de ferrugem, pintura, reparos de pequena monta ou os
serviços correlatos;

f) vigilância de embarcações, a fiscalização da entrada e saída de pessoas a bordo das


embarcações atracadas ou fundeadas ao largo, bem como a movimentação de
mercadorias em portalós, rampas, porões, conveses, plataformas ou em outros locais da
embarcação;

XI - armador, a pessoa física ou jurídica, proprietária de embarcação, que pode explorá-


la comercialmente ou afretá-la a terceiros (afretador);

XII - trabalho marítimo, as atividades exercidas pelos trabalhadores em embarcação,


registrados como empregados dos armadores ou dos afretadores das embarcações, os
quais estão sujeitos às normas internacionais previstas na regulamentação da marinha
mercante;

XIII - atividade de praticagem, o conjunto de atividades profissionais de assessoria ao


comandante da embarcação, realizadas com o propósito de garantir segurança da
navegação ao longo de trechos da costa, das barras, dos portos, dos canais, dos lagos ou
dos rios, onde ocorram peculiaridades locais ou regionais que dificultem a livre e segura
movimentação das embarcações;

XIV - terminal ou armazém retroportuário, o armazém ou o pátio localizado fora da área


do porto organizado, utilizado para armazenagem das cargas a serem embarcadas ou
que já foram liberadas dos navios e encontram-se à disposição de seus proprietários;

XV - cooperativa de trabalhadores avulsos portuários, aquela constituída por


trabalhadores avulsos registrados no OGMO, estabelecida como operadora portuária
para exploração de instalação portuária, dentro ou fora dos limites da área do porto
organizado;

XVI - montante de Mão-de-Obra (MMO), a remuneração paga, devida ou creditada ao


trabalhador avulso portuário em retribuição pelos serviços executados, compreendendo
o valor da produção ou da diária e o valor correspondente ao repouso semanal
remunerado, sobre o qual serão calculados os valores de férias e décimo terceiro salário,
nos percentuais de 11,12% (onze inteiros e doze centésimos por cento) e de 8,34% (oito
inteiros e trinta e quatro centésimos por cento), respectivamente.

Parágrafo único. Aplica-se ao titular de instalação portuária de uso privativo, quando


contratar mão-de-obra de trabalhadores avulsos, as mesmas regras estabelecidas nesta
Instrução Normativa para o operador portuário.
Seção II

Do Trabalho Avulso Portuário

Subseção I

Das Obrigações do OGMO

Art. 264. Cabe ao OGMO, observada a data de sua efetiva implementação em cada
porto, na requisição de mão-de-obra de trabalhador avulso portuário, efetuada em
conformidade com a Lei nº 8.630, de 1993, e com a Lei nº 9.719, de 1998, além de
outras obrigações previstas na legislação previdenciária, adotar as seguintes
providências:

I - selecionar, registrar e cadastrar o trabalhador avulso portuário, mantendo com


exclusividade o controle dos mesmos, ficando, desta maneira, formalizada a inscrição
do segurado perante a Previdência Social;

II - elaborar listas de escalação diária dos trabalhadores avulsos portuários, por operador
portuário e por navio, e mantê-las sob sua guarda para exibição à fiscalização da RFB,
quando solicitadas, cabendo a ele, exclusivamente, a responsabilidade pela exatidão dos
dados lançados nessas listas;

III - efetuar o pagamento da remuneração pelos serviços executados e das parcelas


referentes ao décimo terceiro salário e às férias ao trabalhador avulso portuário;

IV - elaborar folha de pagamento, na forma prevista no inciso III do caput do art. 47,
observado o disposto nos §§ 1º e 2º;

V - encaminhar cópia da folha de pagamento dos trabalhadores avulsos portuários aos


respectivos operadores portuários;

VI - pagar, mediante convênio com o INSS, o salário-família devido ao trabalhador


avulso portuário;

VII - arrecadar as contribuições sociais devidas pelos operadores portuários e a


contribuição social previdenciária devida pelo trabalhador avulso portuário, mediante
desconto em sua remuneração, repassando-as à Previdência Social, no prazo
estabelecido na Lei nº 8.212, de 1991;

VIII - prestar as informações para a Previdência Social em GFIP, na forma prevista no


inciso VIII do art. 47, relativas aos trabalhadores avulsos portuários, por operador
portuário, informando o somatório do MMO com as férias e o décimo terceiro salário,
bem como a contribuição descontada dos segurados sobre essas remunerações, devendo
observar as instruções de preenchimento daquela guia, contidas no Manual da GFIP;

IX - enviar ao operador portuário cópia da GFIP, bem como das folhas de pagamento
dos trabalhadores avulsos portuários;
X - comunicar ao INSS os acidentes de trabalho ocorridos com trabalhadores avulsos
portuários;

XI - registrar mensalmente em títulos próprios de sua contabilidade, de forma


discriminada em contas individualizadas, as rubricas integrantes e as não-integrantes da
base de cálculo das contribuições para a Previdência Social, bem como as contribuições
descontadas dos segurados trabalhadores avulsos portuários e os totais recolhidos, por
operador portuário;

XII - exibir os livros Diário e Razão, quando exigidos pela fiscalização, com os
registros escriturados após 90 (noventa) dias contados da ocorrência dos fatos geradores
das contribuições devidas, na forma prevista no inciso IV e no § 5º do art. 47.

§ 1º As folhas de pagamento dos trabalhadores portuários avulsos devem ser elaboradas


por navio, com indicação do operador portuário e dos trabalhadores que participaram da
operação e, especificamente, com relação a estes, devem informar:

I - os respectivos números de registro ou cadastro no OGMO;

II - o cargo, a função ou o serviço prestado;

III - os turnos trabalhados;

IV - as remunerações pagas, devidas ou creditadas a cada um dos trabalhadores,


registrando o MMO, bem como as parcelas referentes ao décimo terceiro salário e às
férias, com a correspondente totalização; e

V - os valores das contribuições sociais previdenciárias retidas.

§ 2º O OGMO deve consolidar mensalmente as folhas de pagamento elaboradas na


forma do inciso III do art. 47 e do § 1º deste artigo, por operador portuário e por
trabalhador portuário avulso e deve, também, manter resumo mensal e acumulado, por
trabalhador portuário avulso, dos valores totais da remuneração da mão-de-obra, das
férias, do décimo terceiro salário e das contribuições sociais previdenciárias retidas.

Art. 265. O OGMO deverá manter registrada a informação dos valores correspondentes
às compensações de contribuições sociais previdenciárias realizadas, de forma
discriminada, mensalmente e por operador portuário.

Parágrafo único. A informação de que trata o caput, quando solicitada pela fiscalização,
deverá ser prestada de forma clara e precisa quanto aos valores originais, aos
coeficientes de atualização aplicados, aos valores compensados e, se ainda houver, ao
saldo a ser utilizado em competências subsequentes.

Art. 266. O OGMO equipara-se a empresa, ficando sujeito às obrigações aplicáveis às


empresas em geral, em relação à remuneração paga, devida ou creditada no decorrer do
mês, a segurados empregado e contribuinte individual por ele contratados.

Parágrafo único. Para efeito deste artigo, relativamente ao pagamento da contribuição


destinada ao financiamento dos benefícios concedidos em razão do grau de incidência
de incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho, o OGMO será
enquadrado no CNAE 9412-0/00 - atividades de organizações associativas
profissionais.

Art. 267. Além das obrigações previstas nos arts. 264 a 266, o OGMO responsabiliza-se
pelo recolhimento das contribuições arrecadadas pela RFB destinadas a outras entidades
ou fundos devidas pelo operador portuário, observado o disposto no art. 79.

Subseção II

Do Operador Portuário

Art. 268. O operador portuário responde perante:

I - o trabalhador avulso portuário, pela remuneração dos serviços prestados e pelos


respectivos encargos;

II - os órgãos competentes, pelo recolhimento dos tributos incidentes sobre o trabalho


avulso portuário.

Parágrafo único. Compete ao operador portuário o repasse ao OGMO do valor


correspondente à remuneração devida ao trabalhador avulso portuário, bem como dos
encargos sociais e previdenciários incidentes sobre essa remuneração.

Art. 269. A cooperativa de trabalhadores avulsos portuários deve ser pré-qualificada na


administração do porto, e sua atuação equipara-se à do operador portuário.

Parágrafo único. O trabalhador, enquanto permanecer associado à cooperativa, deixará


de concorrer à escala como avulso.

Art. 270. O operador portuário deverá exigir do OGMO a folha de pagamento das
remunerações pagas ou creditadas a todos os segurados que estejam a seu serviço
registrados naquele órgão.

Art. 271. O operador portuário deverá manter registrada a informação dos valores
correspondentes às compensações de contribuições sociais previdenciárias realizadas,
de forma discriminada mensalmente, por OGMO, quando for o caso.

Parágrafo único. Aplica-se ao operador portuário o disposto no parágrafo único do art.


265.

Subseção III

Das Contribuições do Trabalho Avulso Portuário

Art. 272. As contribuições previdenciárias patronais e as destinadas a outras entidades


ou fundos, incidentes sobre a remuneração paga, devida ou creditada ao trabalhador
avulso portuário, são devidas pelo operador portuário e a responsabilidade pelo seu
recolhimento cabe ao OGMO, na forma da Lei nº 8.630, de 1993, e da Lei nº 9.719, de
1998, observado o inciso II do art. 152.
§ 1º As contribuições a que se refere este artigo incidem sobre a remuneração de férias e
sobre o décimo terceiro salário dos trabalhadores avulsos portuários.

§ 2º Os percentuais relativos à remuneração de férias e ao décimo terceiro salário


poderão ser superiores aos referidos no inciso XVI do art. 263, em face da garantia
inserida nos incisos VIII e XVII do art. 7º da Constituição Federal.

Art. 273. No prazo de 24 (vinte e quatro) horas após a realização do serviço, o operador
portuário repassará ao OGMO:

I - os valores devidos pelos serviços executados;

II - as contribuições destinadas à Previdência Social e as destinadas a outras entidades


ou fundos, incidentes sobre a remuneração do trabalhador avulso portuário;

III - o valor relativo à remuneração de férias; e

IV - o valor do décimo terceiro salário.

Art. 274. No prazo de 48 (quarenta e oito) horas após o término do serviço, o OGMO
efetuará o pagamento da remuneração ao trabalhador avulso portuário, descontando
desta a contribuição social previdenciária devida pelo segurado.

Art. 275. Os prazos previstos nos arts. 273 e 274 podem ser alterados mediante
convenção coletiva firmada entre entidades sindicais representativas dos trabalhadores e
operadores portuários, observado o prazo legal para recolhimento dos encargos fiscais,
trabalhistas e previdenciários.

Subseção IV

Do Recolhimento das Contribuições

Art. 276. O recolhimento das contribuições sociais previdenciárias e das contribuições


destinadas a outras entidades ou fundos, devidas pelo operador portuário, e a
contribuição do trabalhador avulso portuário, incidentes sobre o MMO, as férias e o
décimo terceiro salário, será efetuado em documento de arrecadação identificado pelo
CNPJ do OGMO.

Art. 277. O operador portuário é obrigado a arrecadar, mediante desconto, a


contribuição social previdenciária devida pelos seus empregados, inclusive pelo
trabalhador portuário contratado com vínculo empregatício a prazo indeterminado,
recolhendo-a juntamente com as contribuições a seu cargo, incidentes sobre a
remuneração desses segurados, observado o disposto no art. 78.

Seção III

Do Trabalho Avulso Não-Portuário


Art. 278. O sindicato que efetuar a intermediação de mão-de-obra de trabalhador avulso
é responsável pela elaboração das folhas de pagamento por contratante de serviços,
contendo, além das informações previstas no inciso III do art. 47, as seguintes:

I - os respectivos números de registro ou cadastro no sindicato;

II - o cargo, a função ou o serviço prestado;

III - os turnos trabalhados;

IV - as remunerações pagas, devidas ou creditadas a cada um dos trabalhadores,


registrando o MMO, bem como as parcelas referentes ao décimo terceiro salário e às
férias, e a correspondente totalização; e

V - os valores das contribuições sociais previdenciárias retidas.

Art. 279. Caberá ao sindicato da classe, mediante convênio com o INSS, efetuar o
pagamento do salário-família devido ao trabalhador avulso.

Art. 280. A emissão e a entrega da GFIP, na forma prevista no inciso VIII do art. 47,
referente ao trabalhador avulso contratado com intermediação do sindicato, são de
responsabilidade do tomador de serviço.

Subseção Única

Do Recolhimento das Contribuições

Art. 281. A empresa contratante ou requisitante dos serviços de trabalhador avulso, cuja
contratação de pessoal não for abrangida pela Lei nº 8.630, de 1993, e pela Lei nº 9.719,
de 1998, é responsável pelo recolhimento de todas as contribuições sociais
previdenciárias e das contribuições destinadas a outras entidades ou fundos, bem como
pelo preenchimento e pela entrega da GFIP, observadas as demais obrigações previstas
no RPS.

Art. 282. O sindicato de trabalhadores avulsos equipara-se a empresa, ficando sujeito às


normas de tributação e de arrecadação aplicáveis às empresas em geral, em relação à
remuneração paga, devida ou creditada, no decorrer do mês, a segurados empregado e
contribuinte individual por ele contratado, conforme o caso.

Seção IV

Da Contribuição do Segurado Trabalhador Avulso

Art. 283. A contribuição devida pelo segurado trabalhador avulso é calculada na forma
do art. 63 e dos incisos I e III do § 2º do art. 78, observado o disposto no § 5º do art. 78.

§ 1º Considera-se salário-de-contribuição mensal do segurado trabalhador avulso, a


remuneração resultante da soma do MMO e da parcela referente às férias, observados os
limites mínimo e máximo previstos nos §§ 1º e 2º do art. 54.
§ 2º Para efeito de enquadramento na faixa salarial e de observância do limite máximo
do salário-de-contribuição mensal, o sindicato da categoria ou o OGMO fará controle
contínuo da remuneração do segurado trabalhador avulso, de acordo com a prestação de
serviços deste, por contratante.

§ 3º O OGMO, para efeito do previsto no § 2º, consolidará, por trabalhador, as folhas de


pagamento de todos os operadores portuários relativas às operações concluídas no mês.

§ 4º A contribuição do segurado trabalhador avulso sobre a remuneração do décimo


terceiro salário é calculada em separado mediante a aplicação das alíquotas previstas no
art. 63, observados os limites mínimo e máximo do salário-de-contribuição, devendo o
sindicato da categoria ou o OGMO, conforme o caso, manter resumo mensal e
acumulado por trabalhador avulso.

Subseção Única

Dos Procedimentos de Auditoria-Fiscal do Trabalho Avulso Portuário

Art. 284. Constatado, em procedimento fiscal, o descumprimento de obrigações


atribuídas aos operadores portuários, o AFRFB formalizará Representação
Administrativa, que será encaminhada à administração do porto organizado para fins do
disposto no Capítulo VII da Lei nº 8.630, de 1993, sem prejuízo, se for o caso, da
constituição do crédito.

Art. 285. A não apresentação das informações sobre a compensação na forma descrita
nos arts. 265 e 271 ensejará a lavratura do Auto de Infração ou da Notificação de
Lançamento em nome do OGMO ou do operador portuário, respectivamente.

Seção V

Das Disposições Especiais

Art. 286. Os operadores portuários e o OGMO estão dispensados da obrigatoriedade da


retenção prevista nos arts. 112 e 145, se for o caso, incidente sobre o valor dos serviços
em relação às operações portuárias realizadas nos termos desta Instrução Normativa.

Art. 287. O disposto neste Capítulo também se aplica aos requisitantes de mão-de-obra
de trabalhador avulso portuário junto ao OGMO, que não sejam operadores portuários.

CAPÍTULO IX

DOS RISCOS OCUPACIONAIS NO AMBIENTE DE TRABALHO

Seção I

Da Fiscalização da Secretaria da Receita Federal do Brasil

Art. 288. A RFB verificará, por intermédio de sua fiscalização, a regularidade e a


conformidade das demonstrações ambientais de que trata o art. 291, os controles
internos da empresa relativos ao gerenciamento dos riscos ocupacionais, em especial o
embasamento para a declaração de informações em GFIP, de acordo com as disposições
previstas nos arts. 57 e 58 da Lei nº 8.213, de 1991.

Parágrafo único. O disposto no caput tem como objetivo:

I - verificar a integridade das informações do banco de dados do CNIS, que é


alimentado pelos fatos declarados em GFIP;

II - verificar a regularidade do recolhimento da contribuição prevista no inciso II do art.


22 da Lei nº 8.212, de 1991, e da contribuição adicional prevista no § 6º do art. 57 da
Lei nº 8.213, de 1991;

III - garantir o custeio de benefícios devidos.

Art. 289. Para efeito de cobrança das alíquotas adicionais constantes do § 6º do art. 57
da Lei nº 8.213, de 1991, serão considerados apenas os fatores de riscos ambientais
referidos na Norma Regulamentadora (NR) nº 9 do MTE.

Seção II

Das Representações e da Ação Regressiva

Art. 290. Poderão ser emitidas as seguintes representações:

I - Representação Administrativa ao Ministério Público do Trabalho (MPT) competente,


e ao Serviço de Segurança e Saúde do Trabalho (SSST) da Delegacia Regional do
Trabalho (DRT) do MTE, sempre que, em tese, ocorrer desrespeito às normas de
segurança e saúde do trabalho que reduzem os riscos inerentes ao trabalho ou às normas
previdenciárias relativas aos documentos LTCAT, Comunicação de Acidente do
Trabalho (CAT), PPP e GFIP, quando relacionadas ao gerenciamento dos riscos
ocupacionais;

II - Representação Administrativa aos Conselhos Regionais das categorias profissionais,


com cópia para o MPT competente, sempre que a confrontação da documentação
apresentada com os ambientes de trabalho revelar indícios de irregularidades, fraudes ou
imperícia dos profissionais legalmente habilitados responsáveis pelas demonstrações
ambientais e demais documentos, dispostos no art. 288;

III - Representação Administrativa ao INSS, com cópia ao MPT competente, sempre


que for constatado que a empresa não cumpriu qualquer das obrigações relativas ao
acidente de trabalho, previstas nos arts. 19 a 22 da Lei nº 8.213, de 1991, ou as
disposições previstas no art. 58 da Lei nº 8.213, de 1991;

IV - RFFP ao Ministério Público Federal competente, sempre que as irregularidades


previstas neste Capítulo ensejarem a ocorrência, em tese, de crime relacionado com as
atividades da RFB, observado o procedimento disciplinado por ato próprio.

Parágrafo único. As representações de que trata este artigo deverão ser comunicadas ao
sindicato representativo da categoria do trabalhador.
Seção III

Da Demonstração do Gerenciamento do Ambiente de Trabalho

Art. 291. As informações prestadas em GFIP sobre a existência ou não de riscos


ambientais em níveis ou concentrações que prejudiquem a saúde ou a integridade física
do trabalhador deverão ser comprovadas perante a fiscalização da RFB mediante a
apresentação dos seguintes documentos:

I - PPRA, que visa à preservação da saúde e da integridade dos trabalhadores, por meio
da antecipação, do reconhecimento, da avaliação e do consequente controle da
ocorrência de riscos ambientais, sendo sua abrangência e profundidade dependentes das
características dos riscos e das necessidades de controle, devendo ser elaborado e
implementado pela empresa, por estabelecimento, nos termos da NR-9, do MTE;

II - Programa de Gerenciamento de Riscos (PGR), que é obrigatório para as atividades


relacionadas à mineração e substitui o PPRA para essas atividades, devendo ser
elaborado e implementado pela empresa ou pelo permissionário de lavra garimpeira, nos
termos da NR-22, do MTE;

III - PCMAT, que é obrigatório para estabelecimentos que desenvolvam atividades


relacionadas à indústria da construção, identificados no grupo 45 da tabela de CNAE,
com 20 (vinte) trabalhadores ou mais por estabelecimento ou obra, e visa a implementar
medidas de controle e sistemas preventivos de segurança nos processos, nas condições e
no meio ambiente de trabalho, nos termos da NR-18, substituindo o PPRA quando
contemplar todas as exigências contidas na NR-9, ambas do MTE;

IV - PCMSO, que deverá ser elaborado e implementado pela empresa ou pelo


estabelecimento, a partir do PPRA, PGR e PCMAT, com o caráter de promover a
prevenção, o rastreamento e o diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao
trabalho, inclusive aqueles de natureza subclínica, além da constatação da existência de
casos de doenças profissionais ou de danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores, nos
termos da NR-7 do MTE;

V - LTCAT, que é a declaração pericial emitida para evidenciação técnica das


condições ambientais do trabalho, podendo ser substituído por um dos documentos
dentre os previstos nos incisos I e II, conforme disposto neste ato e na Instrução
Normativa que estabelece critérios a serem adotados pelo INSS;

VI - PPP, que é o documento histórico-laboral individual do trabalhador, conforme


disposto neste ato e na Instrução Normativa que estabelece critérios a serem adotados
pelo INSS;

VII - CAT, que é o documento que registra o acidente do trabalho, a ocorrência ou o


agravamento de doença ocupacional, mesmo que não tenha sido determinado o
afastamento do trabalho, conforme disposto nos arts. 19 a 22 da Lei nº 8.213, de 1991, e
nas NR-7 e NR-15 do MTE, sendo seu registro fundamental para a geração de análises
estatísticas que determinam a morbidade e mortalidade nas empresas e para a adoção
das medidas preventivas e repressivas cabíveis, sendo considerados, também, os casos
de reconhecimento de nexo técnico epidemiológico na forma do art. 21-A da citada Lei,
acrescentado pela Lei nº 11.430, de 26 de dezembro de 2006.

§ 1º Os documentos previstos nos incisos II e III do caput deverão ter ART, registrada
no Crea.

§ 2º As entidades e órgãos da Administração Pública Direta, as autarquias e as


fundações de direito público, inclusive os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário,
que não possuam trabalhadores regidos pela CLT, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
de 1943, estão desobrigados da apresentação dos documentos previstos nos incisos I a
IV do caput, nos termos do subitem 1.1 da NR-1 do MTE.

§ 3º A empresa contratante de serviços de terceiros intramuros é responsável:

I - por fornecer cópia dos documentos, dentre os previstos nos incisos I a III e V do
caput, que permitam à contratada prestar as informações a que esteja obrigada em
relação aos riscos ambientais a que estejam expostos seus trabalhadores;

II - pelo cumprimento dos programas, exigindo dos trabalhadores contratados a fiel


obediência às normas e diretrizes estabelecidas nos referidos programas;

III - pela implementação de medidas de controle ambiental, indicadas para os


trabalhadores contratados, nos termos do subitem 7.1.3 da NR-7, do subitem 9.6.1 da
NR-9, do subitem 18.3.1.1 da NR-18, dos subitens 22.3.4, alínea "c" e 22.3.5 da NR-22
do MTE.

§ 4º A empresa contratada para prestação de serviços intramuros, sem prejuízo das


obrigações em relação aos demais trabalhadores, em relação aos envolvidos na
prestação de serviços em estabelecimento da contratante ou no de terceiros por ela
indicado, com base nas informações obtidas na forma do inciso I do § 3º, é responsável:

I - pela elaboração do PPP de cada trabalhador exposto a riscos ambientais;

II - pelas informações na GFIP, relativas à exposição a riscos ambientais; e

III - pela implementação do PCMSO, previsto no inciso IV do caput.

§ 5º A empresa contratante de serviços de terceiros intramuros deverá apresentar à


empresa contratada os documentos a que estiver obrigada, dentre os previstos nos
incisos I a V do caput, para comprovação da obrigatoriedade ou não do acréscimo da
retenção a que se refere o art. 145.

§ 6º Na prestação de serviços mediante empreitada total na construção civil, hipótese


em que a responsabilidade pelo gerenciamento dos riscos ambientais é da contratada,
para a elisão da solidariedade prevista no inciso VI do art. 30 da Lei nº 8.212, de 1991,
ressalvado o disposto no inciso IV do § 2º do art. 151, observar-se-á o disposto na alínea
"e" do inciso II do art. 161.

§ 7º Entende-se por serviços de terceiros intramuros todas as atividades desenvolvidas


em estabelecimento da contratante ou de terceiros por ela indicado, inclusive em obra de
construção civil, por trabalhadores contratados mediante cessão de mão-de-obra,
empreitada, trabalho temporário e por intermédio de cooperativa de trabalho.

Seção IV

Da Contribuição Adicional para o Financiamento da Aposentadoria Especial

Art. 292. O exercício de atividade em condições especiais que prejudiquem a saúde ou


a integridade física do trabalhador, com exposição a agentes nocivos de modo
permanente, não-ocasional nem intermitente, conforme disposto no art. 57 da Lei nº
8.213, de 1991, é fato gerador de contribuição social previdenciária adicional para
custeio da aposentadoria especial.

Parágrafo único. A GFIP, as demonstrações ambientais e os demais documentos de que


trata o art. 291 constituem-se em obrigações acessórias relativas à contribuição referida
no caput, nos termos do inciso IV do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, do art. 22 e dos
§§ 1º e 4º do art. 58 da Lei nº 8.213, de 1991, e dos §§ 2º, 6º e 7º do art. 68 e do art. 336
do RPS.

Art. 293. A contribuição adicional de que trata o art. 292, é devida pela empresa ou
equiparado em relação à remuneração paga, devida ou creditada ao segurado
empregado, trabalhador avulso ou cooperado sujeito a condições especiais, conforme
disposto no § 6º do art. 57 da Lei nº 8.213, de 1991, e nos §§ 1º e 2º do art. 1º da Lei nº
10.666, de 2003.

§ 1º A contribuição adicional referida no caput será calculada mediante a aplicação das


alíquotas previstas no § 2º do art. 72, de acordo com a atividade exercida pelo
trabalhador e o tempo exigido para a aposentadoria, observado o disposto nos §§ 3º e 4º
do art. 72.

§ 2º Não será devida a contribuição de que trata este artigo quando a adoção de medidas
de proteção coletiva ou individual neutralizarem ou reduzirem o grau de exposição do
trabalhador a níveis legais de tolerância, de forma que afaste a concessão da
aposentadoria especial, conforme previsto nesta Instrução Normativa ou em ato que
estabeleça critérios a serem adotados pelo INSS, desde que a empresa comprove o
gerenciamento dos riscos e a adoção das medidas de proteção recomendadas, conforme
previsto no art. 291.

Seção V

Das Disposições Especiais

Art. 294. A empresa que não apresentar LTCAT ou apresentá-lo com dados divergentes
ou desatualizados em relação às condições ambientais existentes estará sujeita à
autuação com fundamento no § 2º do art. 33 da Lei nº 8.212, de 1991.

Parágrafo único. Em relação ao LTCAT, considera-se suprida a exigência prevista neste


artigo, quando a empresa, no uso da faculdade prevista no inciso V do caput do art. 291,
apresentar um dos documentos que o substitui.
Art. 295. A empresa que desenvolve atividades em condições especiais que exponham
os trabalhadores a riscos ambientais, está obrigada a elaborar e manter atualizado o PPP,
abrangendo as atividades desenvolvidas pelos segurados empregados, trabalhadores
avulsos e cooperados filiados à cooperativa de trabalho e de produção que laborem
expostos a agentes nocivos químicos, físicos, biológicos ou a associação desses agentes,
prejudiciais à saúde ou à integridade física, ainda que não presentes os requisitos para
concessão de aposentadoria especial, seja pela eficácia dos equipamentos de proteção,
coletivos ou individuais, seja por não se caracterizar a permanência.

§ 1º A exigência do PPP referida neste artigo tem como finalidade identificar os


trabalhadores expostos a agentes nocivos em relação aos quais será cobrada a respectiva
alíquota adicional de contribuição para o custeio do benefício da correspondente
aposentadoria especial, caso implementados os demais requisitos a esse direito.

§ 2º A elaboração do PPP, em relação aos agentes químicos e ao agente físico ruído,


fica condicionada ao alcance dos níveis de ação de que trata o subitem 9.3.6 da NR-9 do
MTE, e em relação aos demais agentes, à simples presença no ambiente de trabalho.

§ 3º O PPP deverá ser atualizado anualmente ou sempre que houver alteração no


ambiente de trabalho ou houver troca de atividade pelo trabalhador.

Art. 296. A contribuição adicional de que trata o art. 292, será lançada por
arbitramento, com fundamento legal previsto no § 3º do art. 33 da Lei nº 8.212, de 1991,
combinado com o art. 233 do RPS, quando for constatada uma das seguintes
ocorrências:

I - a falta do PPRA, PGR, PCMAT, LTCAT ou PPP, quando exigíveis, observado o


disposto no inciso V do art. 291;

II - a incompatibilidade entre os documentos referidos no inciso I;

III - a incoerência entre os documentos do inciso I e os emitidos com base na legislação


trabalhista ou outros documentos emitidos pela empresa prestadora de serviços, pela
tomadora de serviços, pelo INSS ou pela RFB.

Parágrafo único. Nas situações descritas neste artigo, caberá à empresa o ônus da prova
em contrário.

CAPÍTULO X

DA EMPRESA EM REGIME ESPECIAL

Seção I

Das Disposições Preliminares

Art. 297. Considera-se:

I - regime especial:
a) até 8 de junho de 2005, a falência e a concordata, nos termos do Decreto-Lei nº
7.661, de 21 de junho de 1945, bem como a intervenção e a liquidação extrajudicial, nos
termos da Lei nº 6.024, de 13 de março de 1974;

b) a partir de 9 de junho de 2005, a falência, a recuperação judicial, nos termos da Lei nº


11.101, de 9 de fevereiro de 2005 (nova Lei de Falências), bem como a intervenção e a
liquidação extrajudicial, nos termos da Lei nº 6.024, de 1974, com aplicação subsidiária
da nova Lei de Falências;

II - falência, a insolvência do devedor comerciante que tem patrimônio submetido a


processo de execução coletiva, em que todos os bens são arrecadados para venda
judicial forçada, com distribuição proporcional do ativo entre todos os credores,
observando-se a ordem legal de preferência dos créditos;

III - concordata, o favor legal pelo qual o devedor propõe aos credores dilatação do
prazo de vencimento de créditos, com o pagamento integral ou parcial, a fim de prevenir
a falência ou suspendê-la, admitidas legalmente as seguintes modalidades:

a) preventiva, aquela requerida pelo devedor ao juiz competente, para evitar que lhe seja
declarada a falência;

b) suspensiva, aquela requerida no curso do processo falimentar, quando o devedor


propõe, em juízo, melhor forma de pagamento aos seus credores e uma vez concedida, a
administração dos bens retorna aos respectivos titulares;

IV - recuperação judicial, a concessão legal pela qual o devedor que tenha preenchido
os requisitos do art. 48 da Lei nº 11.101, de 2005, visando promover a preservação da
empresa, executa o plano de recuperação aprovado em juízo, elaborado na forma do art.
53 da mesma Lei;

V - recuperação extrajudicial, a concessão legal pela qual o devedor que tenha


preenchido os requisitos do art. 48 da Lei nº 11.101, de 2005, executa o plano de
reabilitação financeira proposto aos credores e homologado em juízo;

VI - liquidação extrajudicial, a forma de extinção de empresas, decretada pelo Banco


Central do Brasil, que a executa por meio de liquidante nomeado com amplos poderes
de administração e liquidação;

VII - intervenção, o ato decretado exclusivamente pelo Banco Central do Brasil, que
importa em um conjunto de medidas administrativas, de natureza cautelar, aplicadas a
empresas não-federais, componentes do Sistema Financeiro Nacional, na hipótese de as
mesmas sofrerem prejuízos relevantes oriundos de má administração, de violações à lei
ou em caso de caracterizada a sua insolvência;

VIII - foro do juízo competente para decretar a falência, deferir a recuperação judicial
ou homologar o plano de recuperação extrajudicial, o da jurisdição do principal
estabelecimento do devedor ou da filial de empresa situada fora do Brasil;

IX - jurisdição fiscal, a divisão territorial na qual se assenta o poder de fiscalização e


julgamento de uma autoridade administrativa;
X - domicílio tributário, o local no qual o sujeito passivo responde pelas obrigações de
ordem tributária, determinado pela jurisdição fiscal fixada;

XI - síndico, o administrador da falência, até 8 de junho de 2005, em razão da


revogação do Decreto-Lei nº 7.661, de 1945, nomeado pelo juiz, entre os maiores
credores da massa falida e que responde civil e criminalmente pelos seus atos;

XII - síndico dativo, o administrador da falência, até 8 de junho de 2005, em razão da


revogação do Decreto-Lei nº 7.661, de 1945, nomeado pelo juiz, quando 3 (três) dos
credores, sucessivamente nomeados, não aceitaram o cargo;

XIII - administrador judicial, a partir de 9 de junho de 2005, início da vigência da Lei nº


11.101, de 2005, o profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista,
administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada, nomeado pelo
juiz competente para conduzir o processo de recuperação judicial ou de falência;

XIV - gerente nomeado judicialmente, até 8 de junho de 2005, em razão da revogação


do Decreto-Lei nº 7.661, de 1945, o depositário dos bens da massa falida na hipótese de
continuação dos negócios;

XV - depositário dos bens, a partir de 9 de junho de 2005, início da vigência da Lei nº


11.101, de 2005, o administrador judicial ou pessoa por ele escolhida, sob
responsabilidade daquele, podendo o falido ou qualquer de seus representantes ser
nomeado depositário dos bens.

Seção II

Da Falência

Art. 298. Na falência são devidas, pela massa falida, as contribuições sociais
previdenciárias e as contribuições destinadas a outras entidades ou fundos na forma
estabelecida para as empresas em geral, seja na condição de contribuinte, seja na de
responsável pelo seu recolhimento.

§ 1º Os créditos constituídos até a data da decretação da falência serão atualizados


monetariamente, acrescidos de juros de mora e da multa moratória, observado quanto à
esta o seguinte:

I - para créditos constituídos contra empresas, cujo processo falimentar tenha se iniciado
até 8 de junho de 2005, não incidirão multas de qualquer espécie;

II - para créditos constituídos contra empresas, cujo processo falimentar tenha se


iniciado a partir de 9 de junho de 2005, incidirão multas de qualquer espécie.

§ 2º Após a decretação da falência, os juros somente serão computados se o ativo


apurado bastar para o pagamento do principal, de acordo com o art. 124 da Lei nº
11.101, de 2005.

Art. 299. Na continuidade do negócio, legalmente autorizada pelo juízo competente,


são devidas as contribuições sociais previdenciárias e as contribuições destinadas a
outras entidades ou fundos exigíveis das empresas em geral, seja na condição de
contribuinte, seja na de responsável pelo seu recolhimento, relativas aos fatos geradores
ocorridos a partir do reinício da atividade.

Art. 300. No caso de continuidade de fato do negócio, ou seja, sem autorização judicial,
os créditos em favor da Previdência Social em decorrência do não recolhimento das
contribuições na forma prevista no art. 299, serão lançados em nome do responsável
pela continuação do negócio, incluindo juros de mora e multa.

Seção III

Da Concordata

Art. 301. O tratamento dado às empresas concordatárias é idêntico ao dispensado às


empresas em situação regular, inclusive quanto à identificação dos corresponsáveis e à
cobrança dos encargos legais.

Art. 302. Estão excluídas da concordata:

I - as instituições financeiras, corretoras de títulos, de valores e de câmbio;

II - as empresas concessionárias de serviços aéreos;

III - as empresas seguradoras;

IV - as sociedades em conta de participação.

Parágrafo único. Os processos de concordata, ajuizados até 8 de junho de 2005, serão


concluídos nos termos do Decreto-Lei nº 7.661, de 1945.

Seção IV

Da Recuperação Judicial e Extrajudicial

Art. 303. O tratamento dado, pela fiscalização, às empresas em recuperação judicial é


idêntico ao dispensado às empresas em situação regular, salvo disposição em contrário
no plano de recuperação judicial, inclusive quanto à identificação dos corresponsáveis e
à cobrança dos encargos legais.

Art. 304. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do
pedido, ainda que não vencidos.

Art. 305. Não se aplica a recuperação judicial, conforme dispõem os §§ 3º e 4º do art.


49 da Lei nº 11.101, de 2005, ao titular:

I - da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador


mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos
contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações
imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio;
II - da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de
adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma dos §§ 3º e 4º do art. 75
da Lei nº 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive
eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade
competente.

Art. 306. As obrigações com a Previdência Social, anteriores à recuperação judicial,


observarão as condições originalmente definidas em Lei, salvo se de modo diverso ficar
estabelecido no plano de recuperação judicial, conforme dispõe o § 2º do art. 49 da Lei
nº 11.101, de 2005.

Art. 307. Os créditos decorrentes de obrigações previdenciárias contraídos pelo devedor


durante a recuperação judicial serão considerados extraconcursais em caso de
decretação de falência, respeitada, no que couber, a classificação de credores
estabelecida no art. 83 da Lei nº 11.101, de 2005.

Art. 308. Em todos os documentos firmados pelo devedor sujeito ao procedimento de


recuperação judicial deverá ser acrescida, após o nome empresarial, a expressão "em
recuperação judicial".

Art. 309. Não se aplica a recuperação extrajudicial, conforme dispõe o § 1º do art. 161
da Lei nº 11.101, de 2005, aos créditos previdenciários.

Seção V

Da Intervenção e Liquidação Extrajudicial

Art. 310. O tratamento dispensado às empresas em estado falimentar aplica-se, no que


couber, às empresas em liquidação extrajudicial, observado o disposto na Lei nº 6.024,
de 1974.

Parágrafo único. Enquanto não for aprovada a lei específica, a Lei nº 11.101, de 2005, é
aplicada subsidiariamente, no que couber, aos regimes de intervenção e de liquidação
extrajudicial, previstos na Lei nº 6.024, de 1974.

Art. 311. Estão sujeitas à intervenção:

I - as instituições financeiras privadas;

II - as instituições financeiras públicas, não-federais;

III - as cooperativas de crédito.

Art. 312. A intervenção produzirá os seguintes efeitos:

I - suspensão da exigibilidade das obrigações vencidas;

II - suspensão da fluência do prazo das obrigações vincendas anteriormente contraídas;

III - inexigibilidade dos depósitos já existentes à data de sua decretação.


Art. 313. O período da intervenção não excederá a 6 (seis) meses, permitida uma única
prorrogação por decisão do Banco Central do Brasil, até o máximo de outros 6 (seis)
meses.

Art. 314. Estão sujeitas à liquidação extrajudicial:

I - as instituições financeiras privadas e as públicas não-federais;

II - as cooperativas de crédito;

III - as distribuidoras de títulos ou valores mobiliários;

IV - as sociedades corretoras de valores e de câmbio;

V - as companhias de seguros;

VI - as usinas de açúcar;

VII - os consórcios e as empresas de distribuição gratuita de prêmios.

Parágrafo único. A liquidação extrajudicial produzirá os seguintes efeitos:

I - suspensão das ações e execuções iniciadas sobre direitos e interesses relativos ao


acervo da entidade liquidanda, não podendo ser intentadas quaisquer outras, enquanto
durar a liquidação;

II - vencimento antecipado das obrigações da liquidanda;

III - não-atendimento das cláusulas penais dos contratos unilaterais vencidos em virtude
da decretação da liquidação extrajudicial;

IV - não-fluência de juros contra a liquidanda, mesmo que estipulados, enquanto não


integralmente pago o passivo;

V - interrupção da prescrição relativa a obrigações de responsabilidade da instituição


financeira;

VI - não-reclamação de penas pecuniárias por infração de leis penais ou administrativas;

VII - perda do mandato dos administradores, dos membros do conselho fiscal e de


quaisquer outros órgãos criados pelos estatutos.

Seção VI

Da Constituição do Crédito Previdenciário

Art. 315. Serão emitidos autos de infração ou notificações de lançamento distintos para
créditos que ensejam pedido de restituição (parte reivindicante) e ajuizamento de
execução fiscal (parte privilegiada).
§ 1º Serão objeto de pedido de restituição, perante o juízo da falência:

I - as contribuições sociais previdenciárias arrecadadas dos segurados empregados, dos


trabalhadores avulsos e dos contribuintes individuais;

II - a contribuição destinada ao Sest e ao Senat, quando descontada dos contribuintes


individuais transportadores rodoviários autônomos;

III - as contribuições decorrentes de sub-rogação na comercialização da produção rural;

IV - os valores decorrentes da retenção na contratação de serviços mediante cessão de


mão-de-obra ou empreitada, inclusive em regime de trabalho temporário, incidentes
sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços;

V - as contribuições descontadas da entidade desportiva que mantém equipe de futebol


profissional sobre a receita de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e de
símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos desportivos.

§ 2º Serão objeto de execução fiscal com penhora no rosto dos autos do processo
falimentar os créditos relativos às contribuições sociais previdenciárias a cargo da
empresa e às contribuições destinadas a outras entidades ou fundos, devidas pela massa
falida, assim como as oriundas de lançamento por aferição indireta.

Seção VII

Das Disposições Especiais

Art. 316. No caso de falência ou de liquidação de empresa prestadora de serviços


mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada, inclusive em regime de trabalho
temporário, a empresa tomadora de serviço é solidariamente responsável pelo
recolhimento das contribuições durante o período em que o trabalhador esteve sob suas
ordens até a competência janeiro de 1999, observado o disposto na alínea "b" do inciso
VIII do art. 152.

Art. 317. A falta de recolhimento das contribuições referidas no art. 315, além de
caracterizar violação aos dispositivos da Lei nº 9.983, de 2000, acarretará a
responsabilização pessoal dos sócios gerentes, administradores, procuradores ou
representantes legais, caso o ativo apurado não suporte o pagamento dos créditos
previdenciários devidos.

Art. 318. Na recusa de apresentação, sonegação ou apresentação deficiente de


documentos que estejam sob sua guarda, com base nos §§ 2º e 3º do art. 33 da Lei nº
8.212, de 1991, será autuado:

I - o síndico da massa falida, até a vigência do Decreto-Lei nº 7.661, de 1945;

II - o administrador judicial de empresa em recuperação judicial ou falida, a partir da


vigência da Lei nº 11.101, de 2005;

III - o liquidante de empresas em liquidação judicial.


Parágrafo único. Para efeito de aplicação de multa decorrente do descumprimento de
obrigação acessória, será emitida matrícula de ofício em nome do síndico, do
administrador judicial ou do liquidante.

Art. 319. O prazo para apresentação de defesa na esfera administrativa , aplica-se aos
débitos levantados em empresa falida e em processo de liquidação extrajudicial.

§ 1º A decretação da falência suspende o curso da prescrição e de todas as ações e


execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio
solidário, conforme dispõe o caput do art. 6º da Lei nº 11.101, de 2005.

§ 2º As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação


judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do CTN e da legislação
ordinária específica, conforme dispõe o § 7º do art. 6º da Lei nº 11.101, de 2005.

Art. 320. Não se aplica a Lei nº 11.101, de 2005 (Lei de Falências):

I - aos processos de falência ou de concordata ajuizados anteriormente ao início de sua


vigência, os quais deverão ser concluídos nos termos do Decreto-Lei nº 7.661, de 1945;

II - à empresa pública e à sociedade de economia mista;

III - à instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio,


entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à
saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e a outras entidades legalmente
equiparadas às anteriores.

Parágrafo único. A Lei nº 11.101, de 2005, aplica-se à falência decretada em sua


vigência resultante de convolação de concordata ou de pedido de falência anterior, à
qual se aplica, até a decretação da falência, o Decreto-Lei nº 7.661, de 1945.

Art. 321. Os créditos previdenciários das microempresas e das empresas de pequeno


porte não serão abrangidos pelo plano especial de recuperação judicial, ao qual estas
empresas estão sujeitas.

TÍTULO IV

DAS NORMAS E PROCEDIMENTOS APLICÁVEIS À ATIVIDADE DE


CONSTRUÇÃO CIVIL

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Seção Única

Dos Conceitos

Art. 322. Considera-se:


I - obra de construção civil, a construção, a demolição, a reforma, a ampliação de
edificação ou qualquer outra benfeitoria agregada ao solo ou ao subsolo, conforme
discriminação no Anexo VII;

II - anexo, a edificação que complementa a construção principal, edificada em corpo


separado e com funções dependentes dessa construção, podendo ser, por exemplo, área
de serviço, lavanderia, acomodação de empregados, piscina, quadra, garagem externa,
guarita, portaria, varanda, terraço, entre outras similares;

III - demolição, a destruição total ou parcial de edificação, salvo a decorrente da ação de


fenômenos naturais;

IV - reforma, a modificação de uma edificação ou a substituição de materiais nela


empregados, sem acréscimo de área;

V - reforma de pequeno valor, aquela de responsabilidade de pessoa jurídica, que possui


escrituração contábil regular, em que não há alteração de área construída, cujo custo
estimado total, incluindo material e mão-de-obra, não ultrapasse o valor de 20 (vinte)
vezes o limite máximo do salário-de-contribuição vigente na data de início da obra;

VI - acréscimo ou ampliação, a obra realizada em edificação preexistente, já


regularizada na RFB, que acarrete aumento da área construída, conforme projeto
aprovado;

VII - obra inacabada, a parte executada de um projeto que resulte em edificação sem
condições de habitabilidade, ou de uso, para a qual não é emitido habite-se, certidão de
conclusão da obra emitida pela prefeitura municipal ou termo de recebimento de obra,
quando contratada com a Administração Pública;

VIII - construção parcial, a execução parcial de um projeto cuja obra se encontre em


condições de habitabilidade ou de uso, demonstradas em habite-se parcial, certidão da
prefeitura municipal, termo de recebimento de obra, quando contratada com a
Administração Pública ou em outro documento oficial expedido por órgão competente;

IX - benfeitoria, a obra efetuada num imóvel com o propósito de conservação ou de


melhoria;

X - serviço de construção civil, aquele prestado no ramo da construção civil, tais como
os discriminados no Anexo VII;

XI - edifício, a obra de construção civil com mais de um pavimento, composta ou não


de unidades autônomas;

XII - unidade autônoma, a parte da edificação vinculada a uma fração ideal de terreno e
coisas comuns, constituída de dependências e instalações de uso privativo e de parte das
dependências e instalações de uso comum da edificação, destinada a fins residenciais ou
não, assinalada por designação especial numérica ou alfabética, para efeitos de
identificação e discriminação, observado o disposto no § 4º;
XIII - bloco, cada um dos edifícios de um conjunto de prédios pertencentes a um
complexo imobiliário, constantes do mesmo projeto;

XIV - pavimento, o conjunto das dependências de uma edificação, cobertas ou


descobertas, situadas em um mesmo nível, com acesso rotineiro aos ocupantes e que
tenha função própria, tais como andar-tipo, mezanino, sobreloja, subloja, subsolo;

XV - canteiro de obras, a área destinada à execução da obra, aos serviços de apoio e à


implantação das instalações provisórias indispensáveis à realização da construção, tais
como alojamento, escritório de campo, estande de vendas, almoxarifado ou depósito,
entre outras;

XVI - área construída, a correspondente à área total do imóvel, definida no inciso XVII,
submetida, quando for o caso, à aplicação dos redutores previstos no art. 357;

XVII - área total, a soma das áreas cobertas e descobertas de todos os pavimentos do
corpo principal do imóvel, inclusive subsolo e pilotis, e de seus anexos, constantes do
mesmo projeto de construção, informada no habite-se, certidão da prefeitura municipal,
planta ou projeto aprovados, termo de recebimento da obra, quando contratada com a
Administração Pública ou em outro documento oficial expedido por órgão competente;

XVIII - pilotis, a área aberta, sustentada por pilares, que corresponde à projeção da
superfície do pavimento imediatamente acima;

XIX - empresa construtora, a pessoa jurídica legalmente constituída, cujo objeto social
seja a indústria de construção civil, com registro no Crea, na forma do art. 59 da Lei nº
5.194, de 24 de dezembro de 1966;

XX - construção de edificação em condomínio, a obra de construção civil executada sob


o regime condominial na forma da Lei nº 4.591, de 1964, de responsabilidade de
condôminos pessoas físicas ou jurídicas, ou físicas e jurídicas, proprietárias do terreno,
com convenção de condomínio arquivada em cartório de registro de imóveis;

XXI - condomínio, a co-propriedade de edificação ou de conjunto de edificações, de 1


(um) ou mais pavimentos, construídos sob a forma de unidades autônomas, destinadas a
fins residenciais ou não, cabendo para cada unidade, como parte inseparável, uma
fração ideal do terreno e das coisas comuns, conforme disposto na Lei nº 4.591, de
1964;

XXII - condômino, o proprietário de uma parte ideal de um condomínio ou de uma


unidade autônoma vinculada a uma fração ideal de terreno e das coisas comuns;

XXIII - construção em nome coletivo, a obra de construção civil realizada, por conjunto
de pessoas físicas ou jurídicas ou a elas equiparadas, ou por conjunto de pessoas físicas
e jurídicas, na condição de proprietárias do terreno ou na condição de donas dessa obra,
sem convenção de condomínio nem memorial de incorporação arquivados no cartório
de registro de imóveis;

XXIV - casa popular, a construção residencial unifamiliar, construída com mão-de-obra


assalariada, sujeita à matrícula no CEI, com área total de até 70m2 (setenta metros
quadrados), classificada como econômica, popular ou outra denominação equivalente
nas posturas sobre obras do Município;

XXV - conjunto habitacional popular, o complexo constituído por unidades


habitacionais com área de uso privativo não-superior a 70m2 (setenta metros
quadrados), classificada como econômica, popular ou outra denominação equivalente
nas posturas sobre obras do Município, mesmo quando as obras forem executadas por
empresas privadas;

XXVI - consórcio, a associação de empresas, sob o mesmo controle ou não, sem


personalidade jurídica própria, com contrato de constituição e suas alterações
registrados em junta comercial, formado com o objetivo de executar determinado
empreendimento;

XXVII - contrato de construção civil ou contrato de empreitada (também conhecido


como contrato de execução de obra, contrato de obra ou contrato de edificação), aquele
celebrado entre o proprietário do imóvel, o incorporador, o dono da obra ou o
condômino e uma empresa, para a execução de obra ou serviço de construção civil, no
todo ou em parte, podendo ser:

a) total, quando celebrado exclusivamente com empresa construtora, definida no inciso


XIX, que assume a responsabilidade direta pela execução de todos os serviços
necessários à realização da obra, compreendidos em todos os projetos a ela inerentes,
com ou sem fornecimento de material;

b) parcial, quando celebrado com empresa construtora ou prestadora de serviços na área


de construção civil, para execução de parte da obra, com ou sem fornecimento de
material;

XXVIII - contrato de subempreitada, aquele celebrado entre a empreiteira ou qualquer


empresa subcontratada e outra empresa, para executar obra ou serviço de construção
civil, no todo ou em parte, com ou sem fornecimento de material;

XXIX - contrato por administração, aquele em que a empresa contratada somente


administra a obra de construção civil e recebe como pagamento uma percentagem sobre
todas as despesas realizadas na construção ou um valor previamente estabelecido em
contrato, denominado "taxa de administração";

XXX - empreiteira, a empresa que executa obra ou serviço de construção civil, no todo
ou em parte, mediante contrato de empreitada celebrado com proprietário do imóvel,
dono da obra, incorporador ou condômino;

XXXI - subempreiteira, a empresa que executa obra ou serviço de construção civil, no


todo ou em parte, mediante contrato celebrado com empreiteira ou com qualquer
empresa subcontratada;

XXXII - proprietário do imóvel, a pessoa física ou jurídica detentora legal da


titularidade do imóvel;
XXXIII - dono de obra, a pessoa física ou jurídica, não-proprietária do imóvel, investida
na sua posse, na qualidade de promitente-comprador, cessionário ou promitente-
cessionário de direitos, locatário, comodatário, arrendatário, enfiteuta, usufrutuário, ou
outra forma definida em lei, no qual executa obra de construção civil diretamente ou por
meio de terceiros;

XXXIV - incorporador, a pessoa física ou jurídica, que, embora não executando a obra,
compromisse ou efetive a venda de frações ideais de terreno, objetivando a vinculação
de tais frações a unidades autônomas, em edificações a serem construídas ou em
construção sob regime condominial, ou que meramente aceite propostas para efetivação
de tais transações, coordenando e levando a termo a incorporação e responsabilizando-
se, conforme o caso, pela entrega da obra concluída, com prazo, preço e determinadas
condições previamente acertadas;

XXXV - incorporação imobiliária, a atividade exercida com o intuito de promover e


realizar a construção de edificações ou de conjunto de edificações, compostas de
unidades autônomas, para alienação total ou parcial, conforme Lei nº 4.591, de 1964;

XXXVI - patrimônio de afetação, aquele constituído na forma do art. 31-B, submetido,


a critério do incorporador, ao regime de afetação, de que trata o art. 31-A da Lei nº
4.591, de 1964, incluídos pela Lei nº 10.931, de 2004;

XXXVII - empresa com escrituração contábil regular, aquela que mantém livros Diário
e Razão escriturados e formalizados;

XXXVIII - urbanização, a execução de obras e serviços de infraestrutura próprios da


zona urbana, entre os quais se incluem arruamento, calçamento, asfaltamento, instalação
de rede de iluminação pública, canalização de águas pluviais, abastecimento de água,
instalação de sistemas de esgoto sanitário, jardinagem, entre outras;

XXXIX - repasse integral, o ato pelo qual a construtora originalmente contratada para
execução de obra de construção civil, não tendo empregado nessa obra qualquer
material ou serviço, repassa o contrato para outra construtora, que assume a
responsabilidade pela execução integral da obra prevista no contrato original;

XL - telheiro, a edificação rústica, coberta, de 1 (um) pavimento, sem fechamento


lateral, ou lateralmente fechada apenas com a utilização de tela.

§ 1º Será também considerada empreitada total:

I - o repasse integral do contrato, na forma do inciso XXXIX do caput;

II - a contratação de obra a ser realizada por consórcio, constituído de acordo com o


disposto no art. 279 da Lei nº 6.404, de 1976, desde que pelo menos a empresa líder seja
construtora, conforme definida no inciso XIX do caput;

III - a empreitada por preço unitário e a tarefa, cuja contratação atenda aos requisitos
previstos no art. 158.

§ 2º Receberá tratamento de empreitada parcial:


I - a contratação de empresa não registrada no Crea ou de empresa registrada naquele
Conselho com habilitação apenas para a realização de serviços específicos, como os de
instalação hidráulica, elétrica e similares, ainda que essas empresas assumam a
responsabilidade direta pela execução de todos os serviços necessários à realização da
obra, compreendidos em todos os projetos a ela inerentes, observado o disposto no
inciso III do art. 26;

II - a contratação de consórcio que não atenda ao disposto no inciso II do § 1º;

III - a reforma de pequeno valor, definida no inciso V do caput;

IV - aquela realizada por empresa construtora em que tenha ocorrido faturamento de


subempreiteira diretamente para o proprietário, dono da obra ou incorporador, ainda que
a subempreiteira tenha sido contratada pela construtora.

§ 3º Enquadra-se no conceito do inciso XL do caput o galpão rural que mantenha as


características nele previstas, desde que lateralmente fechado apenas com tela e mureta
de alvenaria.

§ 4º Não são consideradas unidades autônomas, para fins de enquadramento da obra


destinada a residência, a unidade do zelador, os boxes, as garagens, bem como
depósitos, áreas de recepção, áreas de circulação, banheiros e outras áreas de uso
comum.

§ 5º O consórcio definido no inciso XXVI não é sujeito passivo de obrigação tributária


relativa a tributo de que trata esta Instrução Normativa. (Incluído pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 323. Terá tratamento de obra de pessoa jurídica:

I - a construção de edificação em condomínio e a incorporação por pessoa física, desde


que atendidos os requisitos da Lei nº 4.591, de 1964;

II - a construção em nome coletivo, sob responsabilidade de pessoas jurídicas ou de


pessoas físicas e jurídicas, incorporada na forma da Lei nº 4.591, de 1964.

Art. 324. A obra de construção civil deverá ser matriculada no CEI, conforme disposto
na Subseção I da Seção III do Capítulo II do Título I.

CAPÍTULO II

DAS OBRIGAÇÕES DO SUJEITO PASSIVO NA CONSTRUÇÃO CIVIL

Seção I

Dos Responsáveis por Obra de Construção Civil

Art. 325. São responsáveis pelas obrigações previdenciárias decorrentes de execução de


obra de construção civil o proprietário do imóvel, o dono da obra, o incorporador, o
condômino da unidade imobiliária não incorporada na forma da Lei nº 4.591, de 1964, e
a empresa construtora.

Parágrafo único. A pessoa física, dona da obra ou executora da obra de construção civil,
é responsável pelo pagamento de contribuições em relação à remuneração paga, devida
ou creditada aos segurados que lhe prestam serviços na obra, na mesma forma e prazos
aplicados às empresas em geral.

Seção II

Das Obrigações Previdenciárias na Construção Civil

Art. 326. O responsável por obra de construção civil, em relação à mão-de-obra


diretamente por ele contratada, está obrigado ao cumprimento das obrigações acessórias
previstas no art. 47, no que couber.

Art. 327. O responsável por obra de construção civil está obrigado a recolher as
contribuições arrecadadas dos segurados e as contribuições a seu cargo, incidentes sobre
a remuneração dos segurados utilizados na obra e por ele diretamente contratados, de
forma individualizada por obra e, se for o caso, a contribuição social previdenciária
incidente sobre o valor pago à cooperativa de trabalho, em documento de arrecadação
identificado com o número da matrícula CEI.

§ 1º Se a obra for executada exclusivamente mediante contratos de empreitada parcial e


subempreitada, o responsável por ela deverá emitir uma GFIP identificada com a
matrícula CEI, com a informação de ausência de fato gerador (GFIP sem movimento),
conforme disposto no Manual da GFIP.

§ 2º Sendo o responsável uma pessoa jurídica, o recolhimento das contribuições


incidentes sobre a remuneração dos segurados do setor administrativo deverá ser feito
em documento de arrecadação identificado com o número do CNPJ do estabelecimento
em que esses segurados exercem sua atividade.

Art. 328. O responsável pela obra de construção civil, pessoa jurídica, está obrigado a
efetuar escrituração contábil relativa a obra, mediante lançamentos em centros de custo
distintos para cada obra própria ou obra que executar mediante contrato de empreitada
total, conforme disposto no inciso IV do art. 47, observado o disposto nos §§ 5º, 6º e 8º
do mesmo artigo.

Parágrafo único. Para os fins deste artigo, entende-se por responsáveis pela obra as
pessoas jurídicas relacionadas no art. 325.

Art. 329. Na contratação de empreitada sujeita à retenção prevista nos arts. 112 e 145, a
contratada deve destacar na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços o
valor da retenção, observando o disposto no art. 126.

Parágrafo único. Na hipótese de subcontratação, o destaque da retenção deve observar o


disposto no art. 127.
Art. 330. O lançamento contábil da retenção prevista nos arts. 112 e 145, incidente
sobre o valor da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços, deverá ser
efetuado conforme disciplinado nos arts. 137 e 140.

§ 1º Na escrituração contábil em que houver lançamento pela soma total das notas
fiscais, das faturas ou dos recibos de prestação de serviços e pela soma total da retenção,
por mês, por prestador de serviços ou por tomador, a empresa responsável pela obra ou
a empresa contratada deverá manter em registros auxiliares a discriminação desses
valores, individualizados por prestador de serviços ou por tomador, conforme o caso.

§ 2º A empresa contratada e a empresa contratante legalmente dispensadas da


escrituração contábil deverão elaborar demonstrativo mensal, assinado pelo seu
representante legal, relativo a cada contrato, contendo as informações previstas no art.
141.

Art. 331. A empresa contratada, quando da emissão da nota fiscal, da fatura ou do


recibo de prestação de serviços, deve fazer a vinculação desses documentos à obra,
neles consignando a identificação do destinatário e, juntamente com a descrição dos
serviços, a matrícula CEI e o endereço da obra na qual foram prestados.

Art. 332. A empresa contratada deverá elaborar folha de pagamento específica para a
obra de responsabilidade da empresa contratante e o respectivo resumo geral, bem como
a GFIP com as informações específicas para a obra, relacionando todos os segurados
alocados na prestação de serviços, observado o disposto no art. 135.

Art. 333. A empreiteira e a subempreiteira, não responsáveis pela obra, deverão


consolidar e recolher, em um único documento de arrecadação, por competência e por
estabelecimento identificado com seu CNPJ, as contribuições incidentes sobre a
remuneração de todos os segurados, tanto os da administração quanto os da obra, e, se
for o caso, a contribuição social previdenciária incidente sobre o valor pago à
cooperativa de trabalho relativa à prestação de serviços de cooperados, podendo
compensar, no pagamento destas contribuições, as retenções ocorridas com base nos
arts. 112 e 145.

Art. 334. A empresa contratante é obrigada a manter em arquivo, por empresa


contratada, em ordem cronológica, à disposição da RFB, pelo prazo decadencial
previsto na legislação tributária, as notas fiscais, as faturas ou os recibos de prestação de
serviços e as correspondentes GFIP e, se for o caso, as cópias dos documentos
relacionados no § 2º do art. 127, por disposição expressa no § 6º do art. 219 do RPS.

Parágrafo único. Para os fins do caput, a empresa contratante deverá exigir as cópias das
GFIP emitidas pelas empresas contratadas, com informações específicas para a obra e
identificação de todos os segurados que executaram serviços na obra e suas respectivas
remunerações.

CAPÍTULO III

DA APURAÇÃO DA REMUNERAÇÃO DA MÃO-DE-OBRA POR AFERIÇÃO


INDIRETA
Art. 335. A escolha do indicador mais apropriado para a avaliação do custo da
construção civil e a regulamentação da sua utilização para fins da apuração da
remuneração da mão-de-obra, por aferição indireta, competem exclusivamente à RFB,
por atribuição que lhe é dada pelos §§ 4º e 6º do art. 33 da Lei nº 8.212, de 1991.

Seção Única

Da Apuração da Remuneração da Mão-de-Obra com Base na Nota Fiscal, na


Fatura ou no Recibo de Prestação de Serviços

Art. 336. O valor da remuneração da mão-de-obra utilizada na execução dos serviços


contratados, aferido indiretamente, corresponde no mínimo a 40% (quarenta por cento)
do valor dos serviços contidos na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de
serviços.

Art. 337. Caso haja previsão contratual de fornecimento de material, ou de utilização de


equipamentos, ou de ambos, na execução dos serviços contratados, o valor dos serviços
contido na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços deverá ser
apurado na forma prevista no art. 451, observado o disposto no art. 455.

CAPÍTULO IV

DA REGULARIZAÇÃO DE OBRA POR AFERIÇÃO INDIRETA COM BASE


NA ÁREA CONSTRUÍDA E NO PADRÃO DE CONSTRUÇÃO

Art. 338. A aferição indireta da remuneração dos segurados despendida em obra de


construção civil sob responsabilidade de pessoa jurídica ou de pessoa física, com base
na área construída e no padrão da obra, será efetuada de acordo com os procedimentos
estabelecidos neste Capítulo.

Seção I

Dos Documentos

Subseção I

Da Declaração e Informação Sobre Obra (DISO)

Art. 339. Para regularização da obra de construção civil o proprietário do imóvel, o


dono da obra, o incorporador, pessoa jurídica ou pessoa física, ou a empresa construtora
contratada para executar obra mediante empreitada total deverá informar, à RFB, os
dados do responsável pela obra e os relativos à obra, mediante apresentação da
Declaração e Informação Sobre Obra (DISO), conforme modelo do Anexo V, na
unidade de atendimento da RFB da jurisdição do estabelecimento matriz da empresa
responsável pela obra ou da localidade da obra de responsabilidade de pessoa física.

Subseção II

Do Aviso para Regularização de Obra (ARO)


Art. 340. Para as pessoas jurídicas sem contabilidade regular e para as pessoas físicas, a
partir das informações prestadas na DISO, após a conferência dos dados nela declarados
com os documentos apresentados, será expedido pela RFB o ARO, em 2 (duas) vias,
destinado a informar ao responsável pela obra a situação quanto à regularidade das
contribuições sociais incidentes sobre a remuneração aferida, sendo que:

I - uma via do ARO deverá ser assinada pelo responsável pela obra ou por seu
representante legal e anexada à DISO;

II - uma via será entregue ao responsável pela obra ou ao seu representante legal.

§ 1º Havendo contribuições a recolher, e caso o responsável pela obra ou o seu


representante legal se recuse a assinar o ARO, o servidor anotará no mesmo o
comparecimento e a recusa em assinar, indicando o dia e a hora em que o sujeito
passivo tomou ciência do ARO.

§ 2º No cálculo da remuneração despendida na execução da obra e do montante das


contribuições devidas, se for o caso, será considerada como competência de ocorrência
do fato gerador o mês da emissão do ARO, e o valor das contribuições nele informadas
deverá ser recolhido até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da sua emissão,
antecipando-se o prazo de recolhimento para o dia útil imediatamente anterior, se no dia
20 (vinte) não houver expediente bancário.

§ 3º O ARO deverá ser emitido até o último dia útil da competência seguinte ao da
protocolização da DISO, caso em que serão usadas as tabelas do CUB da competência
de emissão do ARO referentes ao CUB apurado para o mês anterior.

§ 4º Caso as contribuições não sejam recolhidas no prazo previsto no § 2º, o valor


devido sofrerá acréscimos legais, na forma da legislação vigente.

§ 5º O contribuinte poderá requerer o parcelamento das contribuições apuradas


indiretamente no ARO.

§ 6º Não tendo sido efetuado o recolhimento nem solicitado o parcelamento espontâneo,


o ARO será encaminhado à Delegacia ou Inspetoria da Receita Federal do Brasil para a
constituição do crédito, no prazo de 60 (sessenta) dias após a data de sua emissão.

Art. 341. Será preenchida uma única DISO e emitido um único ARO consolidado,
quando a regularização da obra envolver, concomitantemente, 2 (duas) ou mais das
seguintes espécies: obra nova, reforma, demolição ou acréscimo.

Seção II

Dos Procedimentos para Apuração da Remuneração da Mão-de-Obra com Base


na Área Construída e no Padrão

Art. 342. A apuração da remuneração da mão-de-obra empregada na execução de obra


de construção civil sob responsabilidade de pessoa física obedecerá aos procedimentos
estabelecidos neste Capítulo.
Art. 343. A apuração por aferição indireta, com base na área construída e no padrão da
obra, da remuneração da mão-de-obra empregada na execução de obra de construção
civil sob responsabilidade de pessoa jurídica, inclusive a relativa à execução de
conjunto habitacional popular, definido no inciso XXV do art. 322, quando a empresa
não apresentar a contabilidade, será efetuada de acordo com os procedimentos
estabelecidos neste Capítulo.

Subseção I

Do Custo Unitário Básico (CUB)

Art. 344. Para a apuração do valor da mão-de-obra empregada na execução de obra de


construção civil, em se tratando de edificação, serão utilizadas as tabelas do CUB,
divulgadas mensalmente na Internet ou na imprensa de circulação regular, pelos
Sindicatos da Indústria da Construção Civil (Sinduscon).

§ 1º CUB é a parte do custo por metro quadrado da construção do projeto-padrão


considerado, calculado pelos Sinduscon de acordo com a Norma Técnica nº 12.721, de
2006, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), e é utilizado para a
avaliação dos custos de construção das edificações.

§ 2º Em relação à obra de construção civil, consideram-se devidas as contribuições


indiretamente aferidas e exigidas:

I - na competência de emissão do ARO;

II - na competência da emissão das notas fiscais, das faturas ou dos recibos de prestação
de serviços, quando a aferição indireta se der com base nesses documentos;

III - em qualquer competência abrangida pela Auditoria-Fiscal de obra para a qual não
houve a emissão do ARO.

§ 3º Serão utilizadas as tabelas do CUB divulgadas pelo Sinduscon:

I - da localidade da obra ou, inexistindo estas;

II - da unidade da Federação onde se situa a obra;

III - de outra localidade ou de unidade da Federação que apresente características


semelhantes às da localidade da obra, caso inexistam as tabelas previstas nos incisos I e
II deste parágrafo, a critério da unidade da RFB competente, da jurisdição da obra.

§ 4º Para obras executadas fora da jurisdição da Delegacia ou Inspetoria da Receita


Federal do Brasil do estabelecimento matriz da empresa construtora, serão utilizadas as
tabelas divulgadas pelo Sinduscon ao qual o Município a que pertence a obra esteja
vinculado ou, inexistindo estas, as tabelas de CUB previstas no inciso II do § 3º.

Subseção II

Do Enquadramento
Art. 345. O enquadramento da obra de construção civil, em se tratando de edificação,
será realizado de ofício, de acordo com a destinação do imóvel, o número de
pavimentos, o padrão e o tipo da obra, e tem por finalidade definir o CUB aplicável à
obra e o procedimento de cálculo a ser adotado.

§ 1º O enquadramento será único por projeto, ressalvado o disposto no § 3º do art. 346 e


no § 3º.

§ 2º O projeto que servir de base para o enquadramento será considerado integralmente,


não podendo ser fracionado para alterar o resultado do enquadramento.

§ 3º No caso de fracionamento do projeto conforme disposto nos §§ 1º e 2º do art. 24, o


enquadramento deverá ser efetuado em relação a cada bloco, a cada casa geminada ou a
cada unidade residencial que tenha matrícula própria.

§ 4º As áreas comuns do conjunto habitacional horizontal serão enquadradas em um


único projeto, ainda que nele constem edificações independentes entre si.

Art. 346. O enquadramento da obra levará em conta as seguintes tabelas:

I - PROJETO RESIDENCIAL, para os imóveis que se destinam a:

a) residência unifamiliar;

b) edifício residencial;

c) hotel, motel, spa e hospital;

d) áreas comuns de conjunto habitacional horizontal;

II - PROJETO COMERCIAL - ANDAR LIVRE, para os imóveis cujo pavimento-tipo


seja composto de hall de circulação, escada, elevador e andar corrido sem a existência
de pilares ou qualquer elemento de sustentação no vão, com sanitários privativos por
andar;

III - PROJETO COMERCIAL - SALAS E LOJAS, para os imóveis cujo pavimento-


tipo seja composto de hall de circulação, escada, elevador, andar com pilares ou paredes
divisórias de alvenaria e sanitários privativos por andar ou por sala;

IV - PROJETO GALPÃO INDUSTRIAL, para os imóveis compostos de galpão com ou


sem área administrativa, banheiros, vestiário e depósito, tais como:

a) pavilhão industrial;

b) oficina mecânica;

c) posto de gasolina;

d) pavilhão para feiras, eventos ou exposições;


e) depósito fechado;

f) telheiro;

g) silo, tanque ou reservatório;

h) barracão;

i) hangar;

j) ginásio de esportes e estádio de futebol;

k) estacionamento térreo;

l) estábulo;

V - PROJETO DE INTERESSE SOCIAL, para os imóveis que se destinam a:

a) casa popular, definida no inciso XXIV do art. 322;

b) conjunto habitacional popular, definido no inciso XXV do art. 322.

§ 1º Quando no mesmo projeto constarem áreas com as características das obras


mencionadas nas tabelas dos incisos I, II ou III do caput, efetuar-se-á o enquadramento
conforme a área construída preponderante, sendo que, se houver coincidência de áreas,
a tabela projeto residencial prevalecerá sobre a tabela projeto comercial - andar livre,
que, por sua vez, prevalecerá sobre a tabela projeto comercial - salas e lojas.

§ 2º No caso de projeto que contenha unidades residenciais e área comercial, quando a


área construída das unidades residenciais for coincidente ou preponderante, efetuar-se-á
o enquadramento da obra como edifício residencial, observado o disposto no art. 348
quanto ao padrão.

§ 3º Caso haja, no mesmo projeto, construções com as características mencionadas nas


tabelas previstas nos incisos I, II ou III e construções com as características das tabelas
previstas nos incisos IV ou V do caput, deverão ser feitos enquadramentos distintos na
respectiva tabela, sendo que as obras referidas nas tabelas dos incisos IV ou V serão
consideradas, para efeito de cálculo, como acréscimo das obras mencionadas nas tabelas
dos incisos I, II ou III, observado o disposto no § 1º deste artigo e no art. 369.

§ 4º A obra que caracterize acréscimo de área será enquadrada na forma do art. 369.

§ 5º O enquadramento de obra não prevista nas tabelas dos incisos I a V do caput deverá
ser feito com aquela que mais se aproxime de suas características, seja pela destinação
do imóvel ou por sua semelhança com as construções constantes do rol das
mencionadas tabelas.

§ 6º Se o Sinduscon da localidade da obra não divulgar as tabelas do CUB para projetos


comerciais, projeto de interesse social ou para projeto galpão industrial, deverá ser
observado o disposto nos incisos II ou III do § 3º do art. 344.
§ 7º O edifício de garagens será sempre enquadrado na Tabela Projeto Comercial - salas
e lojas.

§ 8º As edificações listadas nas alíneas do inciso IV, que contenham, no mesmo projeto,
outras instalações, além das referidas neste inciso, serão enquadradas na tabela projeto
comercial - salas e lojas.

Art. 347. O enquadramento conforme o número de pavimentos da edificação será


efetuado de acordo com as seguintes faixas:

I - R1, para projeto residencial unifamiliar, independentemente do número de


pavimentos;

II - R8, para projeto residencial multifamiliar até 10 (dez) pavimentos, incluídos os


pavimentos de garagem e pilotis, se existirem;

III - R16, para projeto residencial multifamiliar acima de 10 (dez) pavimentos;

IV - CAL-8, para projeto comercial - andar livre, para edificações com mais de 1 (um)
pavimento superposto;

V - CSL-8, para projeto comercial - salas e lojas até 10 (dez) pavimentos, incluídos os
pavimentos de garagem e pilotis, se existirem;

VI - CSL-16, para projeto comercial - salas e lojas acima de 10 (dez) pavimentos;

VII - GI, para projeto galpão industrial;

VIII - PIS, para casa popular e conjunto habitacional popular, independentemente do


número de pavimentos.

§ 1º As edificações que contenham áreas com destinação residencial e comercial, serão


enquadradas, quanto ao número de pavimentos, da seguinte forma:

I - quando edificadas em um mesmo bloco, o número de pavimentos será o resultante da


soma de todos os pavimentos da obra;

II - quando edificadas em blocos distintos:

a) prevalecendo uma das tabelas previstas no art. 346, o número de pavimentos será o
da edificação comercial ou residencial, conforme seja a prevalência;

b) no caso de coincidência de áreas e não coincidindo o número de pavimentos,


corresponderá ao da edificação de maior número de pavimentos.

§ 2º As edificações classificadas como áreas comuns do conjunto habitacional


horizontal, serão enquadradas na forma do inciso I do caput e as edificações
classificadas como hotel, motel, spa e hospital serão enquadradas na forma dos incisos
II ou III do caput.
Art. 348. O enquadramento no padrão da construção será efetuado da seguinte forma:

I - projetos residenciais:

a) padrão baixo, para unidades autônomas com até 2 (dois) banheiros;

b) padrão normal, para unidades autônomas com 3 (três) banheiros;

c) padrão alto, para unidades autônomas com 4 (quatro) banheiros ou mais;

II - projeto comercial - andar livre, padrão normal;

III - projeto comercial - salas e lojas, padrão normal.

§ 1º O enquadramento, previsto neste artigo, será efetuado de ofício pela RFB


unicamente em função do número de banheiros para os projetos residenciais e no padrão
normal para os projetos comerciais, independentemente do material utilizado.

§ 2º As edificações destinadas a hotel, motel, spa, hospital e áreas comuns do conjunto


habitacional horizontal serão enquadradas como uma unidade autônoma nos padrões
alto, normal e baixo, na forma do inciso I do caput.

§ 3º No caso de edificações que tenham áreas residenciais e comerciais, o


enquadramento no padrão baixo, normal ou alto efetuar-se-á da seguinte forma:

I - prevalecendo área residencial, o enquadramento da edificação será pelo projeto


residencial e o padrão será de acordo com o número de banheiros da maioria das
unidades residenciais;

II - prevalecendo área comercial, o enquadramento será no padrão normal do projeto


comercial considerado;

III - no caso de coincidência das áreas, o enquadramento da edificação será pelo projeto
residencial e o padrão será de acordo com o número de banheiros das unidades
residenciais prevalecente.

§ 4º A casa popular e o conjunto habitacional popular, definidos nos incisos XXIV e


XXV do art. 322, terão enquadramento único na tabela Projeto de Interesse Social.

§ 5º Para a edificação com destinação residencial multifamiliar, com mais de 10 (dez)


pavimentos, que tenha unidades autônomas com até 2 (dois) banheiros, em razão da não
publicação pelos sindicatos da construção civil, do valor do CUB para a Tabela Projeto
Residencial - R16, padrão baixo, deverá ser adotado o valor constante no padrão normal
daquela tabela.

Art. 349. Quanto ao tipo, as edificações serão enquadradas da seguinte forma:

I - tipo 11 (onze), alvenaria;


II - tipo 12 (doze), madeira ou mista, se ocorrer uma ou mais das seguintes
circunstâncias:

a) 50% (cinquenta por cento) das paredes externas, pelo menos, for de madeira, de
metal, pré-moldada ou pré-fabricada;

b) a estrutura for de metal;

c) a estrutura for pré-fabricada ou pré-moldada;

d) a edificação seja do tipo rústico, sem fechamento lateral, ou lateralmente fechada


apenas com tela e mureta de alvenaria.

§ 1º A classificação no tipo 12 (doze) levará em conta unicamente o material das


paredes externas ou da estrutura, independentemente do utilizado na cobertura, no
alicerce, no piso ou na repartição interna.

§ 2º Se o projeto e o memorial aprovados pelo órgão municipal não permitirem


identificar qual material foi utilizado na estrutura ou nas paredes externas, a
classificação será feita no tipo 11 (onze).

§ 3º Para classificação no tipo 12 (doze), deverão ser apresentadas as notas fiscais de


aquisição da madeira, da estrutura de metal ou da estrutura pré-fabricada ou pré-
moldada, ou outro documento que comprove ser a obra de madeira ou mista.

§ 4º A utilização de lajes pré-moldadas ou pré-fabricadas não será considerada para


efeito do enquadramento no tipo 12 (doze).

§ 5º Toda obra que não se enquadrar no tipo 12 (doze) será necessariamente enquadrada
no tipo 11 (onze), mesmo que empregue significativamente outro material que não
alvenaria, como por exemplo: plástico, vidro, isopor, fibra de vidro, policarbonato e
outros materiais sintéticos.

Subseção III

Do Cálculo da Remuneração da Mão-de-Obra e das Contribuições Devidas

Art. 350. O Custo Global da Obra (CGO) será calculado pela RFB, a partir do
enquadramento da obra conforme procedimentos descritos nos arts. 345 e 349, mediante
a multiplicação do CUB correspondente ao tipo da obra pela sua área total, submetida,
quando for o caso, à aplicação de redutores, conforme disposto no art. 357.

Art. 351. A Remuneração da Mão-de-obra Total (RMT) despendida na obra será


calculada mediante a aplicação dos percentuais abaixo definidos na proporção do
escalonamento por área, sobre o CGO obtido na forma do art. 350, e somando os
resultados obtidos em cada etapa:

I - nos primeiros 100m2 (cem metros quadrados), será aplicado o percentual de 4%


(quatro por cento) para a obra tipo 11 (alvenaria) e 2% (dois por cento) para a obra tipo
12 (madeira/mista);
II - acima de 100m2 (cem metros quadrados) e até 200m2 (duzentos metros quadrados),
será aplicado o percentual de 8% (oito por cento) para a obra tipo 11 (alvenaria) e 5%
(cinco por cento) para a obra tipo 12 (madeira/mista);

III - acima de 200m2 (duzentos metros quadrados) e até 300m2 (trezentos metros
quadrados), será aplicado o percentual de 14% (quatorze por cento) para a obra tipo 11
(alvenaria) e 11% (onze por cento) para a obra tipo 12 (madeira/mista);

IV - acima de 300m2 (trezentos metros quadrados), será aplicado o percentual de 20%


(vinte por cento) para a obra tipo 11 (alvenaria) e 15% (quinze por cento) para a obra
tipo 12 (madeira/mista).

Parágrafo único. No caso de conjunto habitacional popular definido no inciso XXV do


art. 322, utilizar-se-á, independentemente da área construída:

I - para obra em alvenaria (Tipo 11), o percentual de 12% (doze por cento);

II - para obra em madeira ou mista (Tipo 12), o percentual de 7% (sete por cento).

Art. 352. Caso haja mais de uma edificação no mesmo projeto, aplicar-se-á o
escalonamento da tabela prevista no art. 351 uma única vez para a área total do projeto,
submetida, quando for o caso, à aplicação dos redutores previstos no art. 357, e não por
edificação isoladamente, independentemente do padrão da unidade, ressalvado o
disposto no § 3º do art. 345.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto no caput à obra caracterizada como acréscimo.

Art. 353. Caso haja recolhimento de contribuição relativa à obra, a remuneração


correspondente a esse recolhimento será atualizada até o mês anterior ao da emissão do
ARO com aplicação das taxas de juros previstas na alínea "b" do inciso II e no inciso III
do art. 402, e deduzida da RMT, apurada na forma do art. 351.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica aos recolhimentos efetuados na


competência da emissão do ARO.

Art. 354. A remuneração relativa à mão-de-obra própria, inclusive ao décimo terceiro


salário, cujas correspondentes contribuições tenham sido recolhidas com vinculação
inequívoca à obra, será atualizada até o mês anterior ao da emissão do ARO com
aplicação das taxas de juros previstas na alínea "b" do inciso II e no inciso III do art.
402, e aproveitada na forma do art. 353, considerando-se:

I - a remuneração constante em GFIP, com informações específicas para a matrícula


CEI, com comprovante de entrega, desde que comprovado o recolhimento das
contribuições correspondentes;

II - a remuneração correspondente às contribuições recolhidas mediante documento de


arrecadação identificado com a matrícula CEI da obra, não sendo exigida a
comprovação de apresentação de GFIP, quando se tratar de obra de construção civil de
responsabilidade de pessoa física.
Parágrafo único. A remuneração relativa ao período decadencial não poderá ser
aproveitada para fins da dedução prevista neste artigo.

Art. 355. A remuneração relativa à mão-de-obra terceirizada, inclusive ao décimo


terceiro salário, cujas correspondentes contribuições recolhidas tenham vinculação
inequívoca à obra, será atualizada até o mês anterior ao da emissão do ARO com
aplicação das taxas de juros previstas na alínea "b" do inciso II e no inciso III do art.
402, e aproveitada na forma do art. 353, considerando-se:

I - a remuneração declarada em GFIP referente à obra, identificada com a matrícula CEI


no campo "CNPJ/CEI do tomador/obra", com comprovante de entrega, emitida por
empreiteira contratada diretamente pelo responsável pela obra, desde que comprovado o
recolhimento dos valores retidos com base nas notas fiscais, nas faturas ou nos recibos
de prestação de serviços, emitidos pela empreiteira;

II - a remuneração declarada em GFIP referente à obra, identificada com a matrícula


CEI no campo "CNPJ/CEI do tomador/obra", emitida pela subempreiteira contratada
por empreiteiro interposto, desde que comprovado o recolhimento dos valores retidos
pelo empreiteiro contratante com base nas notas fiscais, nas faturas ou nos recibos de
prestação de serviços, emitidos pela subempreiteira;

§ 1º Nas obras de pessoa física, poderão ser aproveitadas as remunerações de empresas


contratadas, da seguinte forma:

I - no caso de cooperativa de trabalho, a resultante da divisão da contribuição dos


segurados cooperados que trabalharam na obra por 0,368 (trezentos e sessenta e oito
milésimos), tomando-se como base as contribuições individuais descontadas dos
segurados cooperados correspondentes a 20% (vinte por cento) do salário-de-
contribuição de cada um, efetivamente recolhidas pela cooperativa, desde que esses
segurados tenham sido informados na GFIP referente à obra emitida pela cooperativa;

II - no caso de empreiteira ou subempreiteira, a remuneração declarada em GFIP


referente à obra, desde que comprovado o recolhimento integral das contribuições
constantes dessa GFIP.

§ 2º A remuneração relativa ao período decadencial não poderá ser aproveitada para fins
da dedução prevista neste artigo.

Art. 356. Será, ainda, aproveitada para fins de dedução da RMT, a remuneração:

I - contida em documento de constituição de crédito previdenciário, relativo à obra, quer


seja apurado com base em folha de pagamento ou resultante de eventual lançamento de
débito por responsabilidade solidária;

II - obtida com o resultado da divisão do valor da contribuição recolhida pelo


contratante, incidente sobre o valor pago a cooperativa de trabalho, cuja nota fiscal,
fatura ou recibo de prestação de serviços esteja vinculado inequivocamente à obra, por
0,368 (trezentos e sessenta e oito milésimos);
III - correspondente a 5% (cinco por cento) do valor da nota fiscal ou da fatura de
aquisição de concreto usinado, de massa asfáltica ou de argamassa usinada, utilizados
inequivocamente na obra, independentemente de apresentação do comprovante de
recolhimento das contribuições sociais.

Parágrafo único. O disposto no inciso III do caput não se aplica à argamassa em pó


adquirida para preparo na obra.

Art. 357. Será aplicado redutor de 50% (cinquenta por cento) para áreas cobertas e de
75% (setenta e cinco por cento) para áreas descobertas, desde que constatado que as
mesmas integram a área total da edificação, definida no inciso XVII do art. 322, nas
obras listadas a seguir:

I - quintal;

II - playground;

III - quadra esportiva ou poliesportiva;

IV - garagem, abrigo para veículos e pilotis;

V - quiosque;

VI - área aberta destinada à churrasqueira;

VII - jardim;

VIII - piscinas;

IX - telheiro;

X - estacionamento térreo;

XI - terraços ou área descoberta sobre lajes;

XII - varanda ou sacada;

XIII - área coberta sobre as bombas e área descoberta destinada à circulação ou ao


estacionamento de veículos nos postos de gasolina;

XIV - caixa d’água;

XV - casa de máquinas.

§ 1º Compete exclusivamente à RFB, a aplicação de percentuais de redução e a


verificação das áreas reais de construção, as quais serão apuradas com base nas
informações prestadas na DISO, confrontadas com as áreas discriminadas:

I - no projeto arquitetônico aprovado pelo órgão municipal; ou


II - no projeto arquitetônico acompanhado da ART registrada no Crea, caso o órgão
municipal não exija a apresentação do projeto para fins de expedição de alvará/habite-
se.

§ 2º A redução será aplicada também às obras que envolvam acréscimo de área já


regularizada, reforma e demolição.

§ 3º Não havendo discriminação das áreas passíveis de redução no projeto


arquitetônico, o cálculo será efetuado pela área total, sem utilização de redutores.

§ 4º Jardins, quintais e playgrounds sobre terreno natural não são considerados área
construída e não deverão ser incluídos no cálculo da remuneração.

Art. 358. A redução prevista no art. 357 servirá apenas para o cálculo da remuneração
por aferição, devendo constar na Certidão Negativa de Débito (CND) para fins de
averbação a área total da edificação indicada no habite-se, certidão da prefeitura
municipal, planta ou projeto aprovados, termo de recebimento da obra, quando
contratada com a Administração Pública, ou em outro documento oficial expedido por
órgão competente, e não a área reduzida.

Art. 359. A remuneração apurada de acordo com os arts. 354 a 356, será deduzida da
RMT, definida no art. 351, e, havendo diferença, sobre ela serão exigidas as
contribuições sociais previdenciárias e as contribuições destinadas a outras entidades ou
fundos, observado o disposto no art. 360.

Parágrafo único. Constatada a inexistência de recolhimento de contribuições relativas à


remuneração despendida na execução da obra, a base de cálculo será obtida aplicando-
se os percentuais especificados no art. 351 sobre o Custo Global da Obra, calculado na
forma do art. 350.

Art. 360. Para apuração das contribuições sociais devidas, serão aplicadas sobre a
remuneração obtida na forma do art. 359 as alíquotas definidas para a empresa,
utilizando-se a alíquota mínima de 8% (oito por cento) para a contribuição dos
segurados empregados, sem limite, desconsiderando-se qualquer redução relativa à
incidência de Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores
e de Créditos e Direitos de Natureza Financeira (CPMF), no período de sua vigência.

Art. 361. Não se aplica o disposto nesta Seção à remuneração paga, devida ou creditada
aos segurados não-vinculados à obra ou cuja função não integre o cálculo do CUB,
ainda que constem de GFIP referente à obra.(Revogado pela Instrução Normativa RFB
nº 980, de 17 de dezembro de 2009)

Art. 362. A remuneração da mão-de-obra relacionada aos serviços constantes no Anexo


VIII, que não integram o CUB, ainda que tenha ocorrido a retenção, não poderá ser
aproveitada no cálculo por aferição indireta da mão-de-obra com base no
CUB.(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 980, de 17 de dezembro de 2009)

Art. 363. Quando a nota fiscal, a fatura ou o recibo de prestação de serviços forem
emitidos na competência seguinte à da prestação dos serviços, será considerada na
regularização da obra, a remuneração contida na GFIP correspondente à competência da
efetiva prestação de serviços, desde que haja vinculação inequívoca entre as
informações prestadas na GFIP e o faturamento dos serviços.

Seção III

Das Situações Especiais de Regularização de Obra

Subseção I

Dos Pré-moldados e dos Pré-fabricados

Art. 364. A obra de construção civil que utilize componentes pré-fabricados ou pré-
moldados será enquadrada de acordo com o disposto nos arts. 346 a 348 e terá redução
de 70% (setenta por cento) no valor da remuneração apurada de acordo com o art. 359,
desde que:

I - sejam apresentados, conforme o caso:

a) a nota fiscal ou a fatura mercantil de venda do pré-fabricado ou do pré-moldado e a


nota fiscal ou fatura de prestação de serviços, emitidas pelo fabricante, relativas à
aquisição e à instalação ou à montagem do pré-fabricado ou do pré-moldado;

b) a nota fiscal ou a fatura mercantil do fabricante relativa à venda do pré-fabricado ou


do pré-moldado e as notas fiscais, as faturas ou os recibos de prestação de serviços,
emitidos pela empresa contratada para a instalação ou a montagem;

c) a nota fiscal ou a fatura mercantil do fabricante, se a venda foi realizada com


instalação ou montagem;

II - o somatório dos valores brutos das notas fiscais ou das faturas previstas no inciso I,
em cada competência, atualizado com a aplicação das taxas de juros previstas na alínea
"b" do inciso II e no inciso III do art. 402, desde a data da emissão desses documentos
até o mês anterior ao da emissão do ARO, seja igual ou superior a 40% (quarenta por
cento) do CGO, calculado conforme o art. 350, observado o enquadramento no tipo 11
(alvenaria), previsto no § 2º.

§ 1º Pré-fabricado ou pré-moldado é o componente ou a parte de uma edificação,


adquirido pronto em estabelecimento comercial ou fabricado por antecipação em
estabelecimento industrial, para posterior instalação ou montagem na obra.

§ 2º O percentual a ser aplicado sobre a tabela CUB para apuração da remuneração por
aferição indireta será sempre o correspondente ao tipo 11 (alvenaria).

§ 3º A remuneração da mão-de-obra contida em nota fiscal ou fatura relativas à


fabricação ou à montagem, de pré-fabricado ou de pré-moldado, não poderá ser
aproveitada no cálculo por aferição indireta da mão-de-obra.

§ 4º A edificação executada por empresa construtora, mediante empreitada total, com


fabricação, montagem e acabamento (instalação elétrica, hidráulica, revestimento e
outros serviços complementares), deverá ser regularizada pela própria empresa
construtora, para fins de obtenção da CND.

§ 5º Nos casos em que o pré-fabricado ou o pré-moldado se resumir à estrutura, a obra


deverá ser enquadrada no tipo madeira ou mista, não se lhe aplicando o disposto neste
artigo.

§ 6º Se a soma dos valores brutos das notas fiscais de aquisição do pré-fabricado ou do


pré-moldado e das notas fiscais de serviços de instalação ou de montagem não atingir o
valor correspondente ao percentual previsto no inciso II do caput, o enquadramento da
obra observará o disposto nos arts. 346 a 349.

Art. 365. Para fins de apuração do valor da mão-de-obra por aferição indireta, será
aproveitada a remuneração contida em nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de
serviços, relativa aos serviços de instalação hidráulica, de instalação elétrica e a outros
serviços complementares não relacionados com a fabricação ou com a montagem do
pré-fabricado ou do pré-moldado, quando realizados por empresa diversa daquela
contratada para a fabricação ou para a montagem, ou cuja execução tenha sido
contratada de forma expressa, com discriminação dos serviços e respectivos preços, na
forma prevista nos arts. 355 e 356.

Subseção II

Da Reforma, da Demolição e do Acréscimo de Área

Art. 366. No caso de reforma, de demolição ou de acréscimo de área, deverá ser


verificado se a área original do imóvel está regularizada perante a RFB.

§ 1º Considera-se obra regularizada, aquela:

I - já averbada no Cartório de Registro de Imóveis;

II - para a qual já foi emitida CND;

III - comprovadamente finalizada em período decadencial.

§ 2º Tendo sido verificado que a área original do imóvel não está regularizada, serão
exigidas do proprietário ou do responsável pela sua execução as contribuições
correspondentes àquela área, além das referentes à reforma, à demolição ou ao
acréscimo.

§ 3º Para fins do disposto no § 1º, exclusivamente em caso de obra pública não averbada
em cartório de registro de imóveis, será considerada área regularizada a área da
edificação existente, podendo a mesma ser definida por laudo técnico de profissional
habilitado pelo Crea, acompanhado da ART.

Art. 367. No caso de reforma de imóvel, o valor da remuneração da mão-de-obra


deverá ser apurado com base nos valores contidos nas notas fiscais, nas faturas ou nos
recibos de prestação de serviços e no contrato, conforme disciplinado nos arts. 333 e
334.
§ 1º Não tendo sido apresentadas as notas fiscais, as faturas ou os recibos, ou o contrato
relativos à prestação de serviços, a remuneração da mão-de-obra utilizada na área
reformada será apurada por aferição, mediante o cálculo do CGO para a área construída
final do imóvel, observado o seu respectivo enquadramento no padrão da obra e o
disposto no art. 351, com redução de 65% (sessenta e cinco por cento).

§ 2º A comprovação da área objeto da reforma dar-se-á pelo habite-se, certidão da


prefeitura municipal, planta ou projeto aprovados, termo de recebimento da obra, para
obra contratada com a Administração Pública, laudo técnico de profissional habilitado
pelo Crea, acompanhado da ART, ou em outro documento oficial expedido por órgão
competente.

§ 3º Não havendo a comprovação na forma do § 2º, será considerada como área da


reforma a área total do imóvel.

Art. 368. No caso de demolição de imóvel, a remuneração da mão-de-obra será apurada


com base na área demolida e sofrerá redução de 90% (noventa por cento), sendo que,
para fins de enquadramento, será observada a área construída total do imóvel, observado
o disposto nos arts. 346, 348 e 357.

Art. 369. O acréscimo de área em obra de construção civil já regularizada, para fins de
apuração do montante da remuneração da mão-de-obra da área acrescida, será
enquadrado, quanto ao padrão, de acordo com a sua destinação, na forma do art. 348.

§ 1º A obra realizada no mesmo terreno em que exista outra obra já regularizada na


RFB será considerada como acréscimo daquela, mesmo que tenha autonomia em
relação a ela, desde que não tenha ocorrido o desmembramento.

§ 2º Para fins do disposto no § 1º, considera-se terreno desmembrado aquele separado


em unidades autônomas no órgão municipal competente e no cartório de registro
imobiliário.

§ 3º Exclusivamente em caso de obra pública não averbada em cartório de registro de


imóveis, para fins de definição da área da edificação existente, poderá ser aceito laudo
técnico de profissional habilitado pelo Crea, acompanhado da ART.

§ 4º Para fins de escalonamento, a área do acréscimo, observada, se for o caso, a


aplicação de redutores previstos no art. 357, será somada à área existente.

Subseção III

Da Construção Sem Mão-de-Obra Remunerada

Art. 370. Nenhuma contribuição social é devida em relação à obra de construção civil
que atenda às seguintes condições:

I - o proprietário do imóvel ou dono da obra seja pessoa física, não possua outro imóvel
e a construção seja:

a) residencial e unifamiliar;
b) com área total não superior a 70m2 (setenta metros quadrados);

c) destinada a uso próprio;

d) do tipo econômico ou popular; e

e) executada sem mão-de-obra remunerada;

II - seja destinada a uso próprio e tenha sido realizada por intermédio de trabalho
voluntário, não remunerado, prestado por pessoa física à entidade pública de qualquer
natureza, ou à instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos,
culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive
mutualidade, nos termos da Lei nº 9.608, de 18 de fevereiro de 1998, observado o
disposto no art. 371;

III - a obra se destine à edificação de conjunto habitacional popular, definido no inciso


XXV do art. 322, e não seja utilizada mão-de-obra remunerada, observado que o
acompanhamento e a supervisão da execução do conjunto habitacional por parte de
profissionais especializados, na qualidade de engenheiro, arquiteto, assistente social ou
mestre de obras, mesmo que remunerado, não descaracterizará a sua forma de execução,
cabendo apenas a comprovação do recolhimento das contribuições para a Previdência
Social e das destinadas a outras entidades ou fundos, incidentes sobre a remuneração
dos profissionais;

IV - seja executada por entidade beneficente ou religiosa, destinada a uso próprio,


realizada por intermédio de trabalho voluntário não remunerado, observado o disposto
no art. 371;

§ 1º Verificado o descumprimento de qualquer das condições previstas nos incisos I a


IV do caput, tornam-se exigíveis as contribuições relativas à remuneração da mão-de-
obra empregada na obra, de acordo com os critérios estabelecidos neste Título, sem
prejuízo das cominações legais cabíveis.

§ 2º O disposto neste artigo não se aplica aos incorporadores.

Art. 371. A regularização de obra executada sem a utilização de mão-de-obra


remunerada, na forma dos incisos II a IV do art. 370, deverá ser feita de acordo com a
escrituração contábil formalizada.

§ 1º Para a regularização das obras de que trata o caput, o interessado deverá apresentar
os documentos previstos nos incisos I, III, IV e V do caput e no § 2º do art. 383, e os
documentos citados no § 2º deste artigo, conforme o caso.

§ 2º Para comprovar a não-ocorrência de fato gerador das contribuições sociais, o


responsável deverá manter na obra durante a sua execução e, após o seu término,
arquivados à disposição da RFB, pelo prazo decadencial previsto na legislação
tributária, os seguintes documentos:

I - termo de adesão previsto na Lei nº 9.608, de 1998, relativo a cada colaborador que
preste serviços sem remuneração, na obra executada na forma do inciso II do art. 370,
devendo dele constar o endereço e a matrícula CEI da obra, o nome, o número do
Registro Geral (RG), o número do CPF ou do NIT, o endereço residencial completo, a
função e as condições de exercício nessa obra;

II - relação de colaboradores, devendo dela constar o endereço e a matrícula CEI da


obra, o nome, o número do RG, o número do CPF ou do NIT, o endereço residencial
completo, a função e as condições de exercício nessa obra, de cada colaborador que
tenha, voluntariamente e sem remuneração, nela prestado serviços, no caso de obra
executada na forma dos incisos III a IV do art. 370.

§ 3º Constatada a utilização de mão-de-obra remunerada, serão devidas as contribuições


sociais correspondentes à remuneração dessa mão-de-obra.

§ 4º A entidade beneficente em gozo da isenção, que executar obra de construção civil


para uso próprio com a utilização de mão-de-obra por ela remunerada, deverá observar
o disposto no art. 244, no que couber.

§ 4º Para fins do disposto no caput, a entidade beneficente de assistência social de que


trata o art. 227, que executar obra de construção civil para uso próprio, com a utilização
de mão de obra por ela remunerada, observará, no que couber, o disposto no art. 231.
(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Subseção IV

Da Regularização de Construção Parcial

Art. 372. Na regularização de construção parcial, definida no inciso VIII do art. 322,
efetuar-se-á o enquadramento pela área construída, definida no inciso XVI do mesmo
artigo, apurando-se as contribuições proporcionalmente à área já construída, constante
em documento oficial emitido por órgão competente.

§ 1º Para fins do disposto neste artigo, observar-se-á o seguinte:

I - a RMT será obtida na forma do art. 351, observado o disposto no art. 352,
considerando-se, nesse cálculo, a área construída, constante do documento referido no
caput;

II - a área proporcional a regularizar será dividida pela área construída, e esse quociente
será multiplicado pelo valor da RMT, apurada na forma do inciso I, obtendo-se, assim, a
remuneração correspondente à área a regularizar;

III - a remuneração correspondente aos recolhimentos efetuados entre a data de início da


obra e a data de expedição do documento referido no caput, se houver, será deduzida da
remuneração apurada para a área proporcional que está sendo regularizada, observado o
disposto nos arts. 353 a 356;

IV - sobre a remuneração correspondente à área a regularizar serão aplicadas as


alíquotas de cálculo das contribuições sociais previdenciárias e das contribuições
destinadas a outras entidades ou fundos, observado o disposto no art. 360;
V - nas regularizações parciais subsequentes, aplicar-se-á o disposto nos incisos I a IV,
devendo ser também considerados, para fins de dedução da remuneração apurada para a
área proporcional que está sendo regularizada, os recolhimentos porventura efetuados
em decorrência de aferições indiretas parciais anteriores;

VI - a cada regularização parcial deverá ser confrontada a área já realizada com todas as
remunerações da mão-de-obra utilizada na sua execução, desde o início da obra até a
data do último documento apresentado, dentre aqueles referidos no caput.

§ 2º Caso o somatório das áreas constantes dos documentos utilizados pelo sujeito
passivo para comprovação das áreas parciais, mencionados no caput, for menor do que a
área total do projeto aprovado, a diferença será apurada juntamente com a última
regularização, ao final da obra.

§ 3º A comprovação da área parcialmente concluída far-se-á com a apresentação de


habite-se parcial, certidão da prefeitura municipal, planta ou projeto aprovados, termo
de recebimento da obra, quando contratada com a Administração Pública, ou outro
documento oficial expedido por órgão competente.

§ 4º Na regularização final da obra, o responsável deverá apresentar todos os


documentos que serviram de base para apuração das áreas anteriormente regularizadas e
respectiva certidão atualizada do registro em Cartório de Registro de Imóveis em que
constem as averbações já realizadas.

§ 5º Aplica-se à regularização parcial de obra e à regularização de obra inacabada de


construção civil o disposto no art. 385.

§ 6º A CND de obra parcial deverá mencionar apenas a área constante do documento


apresentado pelo sujeito passivo, devendo ser registrada no cadastro da obra a área total
do projeto e a área das CND parciais já emitidas.

Subseção V

Da Regularização de Obra Inacabada

Art. 373. No caso de obra inacabada, deverá ser solicitado ao responsável pela sua
regularização o laudo de avaliação técnica de profissional habilitado pelo Crea,
acompanhado da respectiva ART, no qual seja informado o percentual da construção já
realizada, em relação à obra total, observando-se, quanto à matrícula, o disposto no § 2º
do art. 379.

§ 1º O percentual informado no laudo de avaliação técnica será utilizado para


determinação da área que constará na CND de obra inacabada e que servirá de base para
a apuração da remuneração sobre a qual incidirão as respectivas contribuições,
efetuando-se o enquadramento de acordo com a área total do projeto, e apurando-se as
contribuições proporcionalmente à área correspondente à obra inacabada, na forma dos
inciso II e III do § 1º do art. 372.
§ 2º Quando da conclusão da obra, será regularizada a área resultante da diferença entre
a área construída, prevista no inciso XVI do art. 322, e a da CND da obra inacabada,
efetuando-se o enquadramento pela área total do projeto.

§ 3º Na CND de obra inacabada, após o endereço da obra, constará a expressão "obra


inacabada".

§ 4º A obra para a qual não foi emitida CND de obra inacabada, ao final da construção,
poderá ser regularizada em nome do adquirente ou do proprietário do imóvel e emitida a
CND com a área total da obra ou por unidade adquirida, conforme o caso, desde que
sejam recolhidas as contribuições correspondentes, apuradas com base na área
construída total.

Subseção VI

Da Regularização de Obra de Construção Civil Realizada Parcialmente em


Período Decadencial

Art. 374. Na regularização de obra de construção civil, cuja execução tenha ocorrido
parte em período decadencial e parte em período não-decadencial serão devidas
contribuições sociais sobre a remuneração de mão-de-obra correspondente à área
executada em período não-decadente, considerando-se, para efeito de enquadramento, a
área total do projeto, submetida, quando for o caso, à aplicação dos redutores previstos
no art. 357, observado o disposto no art. 390.

Parágrafo único. No cálculo da remuneração correspondente a área a regularizar relativa


ao período não-decadencial, serão observados os seguintes procedimentos:

I - a remuneração relativa à área total do projeto submetida, se for o caso, à aplicação de


redutores, será calculada com base na sistemática de cálculo prevista no art. 359;

II - a remuneração da mão-de-obra total relativa ao período não-decadencial será o


resultado da multiplicação da remuneração relativa à área total do projeto, obtida
conforme disposto no inciso I, pelo percentual não decadente calculado a partir da
equação: percentual não decadente = 1 - (número de meses decadentes / número de
meses de execução da obra);

III - da remuneração da mão-de-obra total relativa a período não-decadencial, calculada


com base no disposto no inciso II, serão deduzidas as remunerações correspondentes
aos recolhimentos efetuados em período não-decadencial, se houver, na forma dos arts.
353 a 356;

IV - o número de meses do período não-decadencial (MND), a que se refere o inciso II,


corresponderá ao número de meses compreendidos entre o início do período não-
decadencial e o mês de conclusão da obra, inclusive;

V - o número total de meses de execução da obra (NT), a que se refere o inciso II,
corresponde à soma do número de meses do período não-decadencial (MND), conforme
definido no inciso IV, com o número de meses do período decadencial a partir do início
da obra comprovado na forma prevista no § 2º do art. 390;
VI - a remuneração correspondente aos recolhimentos com vinculação inequívoca à
obra, efetuados em período não-decadencial, será deduzida da RMT, observando-se os
critérios previstos nos arts. 353 a 356;

VII - a área correspondente ao percentual decadente, será considerada área regularizada.

Subseção VII

Da Regularização de Obra por Condômino ou por Adquirente

Art. 375. O condômino adquirente de unidade imobiliária de obra de construção civil


incorporada ou não incorporada na forma da Lei nº 4.591, de 1964, poderá obter CND
na RFB, desde que responda pelas contribuições devidas, relativas à sua unidade, na
forma do art. 377.

Art. 376. O adquirente de prédio ou de unidade imobiliária de obra incorporada na


forma da Lei nº 4.591, de 1964, mesmo não sendo responsável pelas contribuições
sociais devidas pela empresa construtora ou pelo incorporador, poderá regularizar o
prédio ou a unidade adquirida, em seu próprio nome, desde que responda pelo
recolhimento das contribuições devidas, de acordo com o disposto no art. 377.

Art. 377. Para fins do disposto nos arts. 375 e 376, o adquirente de unidade imobiliária
ou o condômino deverá apresentar documentos que demonstrem a área total da
edificação e a fração ideal correspondente à sua unidade.

§ 1º A comprovação de que trata o caput será feita por meio da apresentação de habite-
se, certidão da prefeitura municipal, planta ou projeto aprovados, escritura lavrada em
cartório, memorial descritivo registrado, contrato de compra e venda da unidade,
convenção de condomínio ou outro documento oficial expedido por órgão competente.

§ 2º Para fins da regularização prevista nesta Seção e recolhimento das respectivas


contribuições, deverá ser aberta matrícula CEI sob a responsabilidade da pessoa física
ou jurídica, condômino ou do adquirente, constando no cadastro da obra a área a ser
regularizada, a identificação específica da unidade e o endereço da obra.

§ 3º A obra ou a unidade a ser regularizada na forma desta Seção será enquadrada de


acordo com a área total do projeto, submetida, quando for o caso, à aplicação de
redutores previstos no art. 357, sendo que a remuneração relativa à unidade a regularizar
será:

I - o produto da multiplicação da respectiva fração ideal pela RMT, definida no art. 351,
quando não existirem recolhimentos relativos à obra ou a remuneração correspondente
aos recolhimentos efetuados não seja passível de aproveitamento na forma dos arts. 354
a 356;

II - quando existirem recolhimentos relativos à obra, cuja correspondente remuneração


seja passível de aproveitamento na forma dos arts. 354 a 356, o produto da
multiplicação da respectiva fração ideal pelo resultado da dedução da remuneração
correspondente aos recolhimentos efetuados da RMT, observado o disposto no § 4º.
§ 4º Na regularização de unidade autônoma por condômino serão aproveitadas, para a
apuração da base de cálculo, as remunerações correspondentes aos recolhimentos
efetuados pelo construtor ou pelo incorporador, não podendo ser deduzidos das
contribuições apuradas para um condômino ou adquirente os recolhimentos efetuados
por outro condômino ou por outro adquirente.

§ 5º Para fins do disposto no § 4º, somente serão aproveitados os recolhimentos que


constarem na conta corrente da matrícula CEI original da obra até a emissão da 1ª
(primeira) CND de regularização de unidade individual que porventura tenha sido
expedida na mesma matrícula, excluindo-se o recolhimento efetuado a título de
complementação para a expedição desta 1ª (primeira) CND.

§ 6º Após o recolhimento das contribuições aferidas indiretamente e a emissão da


respectiva CND, será efetuado o encerramento da matrícula aberta na forma do § 2º.

§ 7º O disposto neste artigo também se aplica à regularização de edificações autônomas


pertencentes a pessoas físicas, em que a unidade superior utiliza, no todo ou em parte, a
laje da cobertura da unidade inferior, cuja aquisição seja comprovada por escritura
pública.

§ 8º A regularização prevista neste artigo será efetuada na unidade de atendimento da


RFB jurisdicionante do local da obra.

Art. 378. O condômino ou adquirente de obra inacabada que retomar a execução da


obra deverá providenciar a obtenção de CND de obra inacabada, na forma prevista no
art. 373, na unidade de atendimento da RFB jurisdicionante do local da obra ou do
estabelecimento matriz da construtora ou da incorporadora, e a emissão de nova
matrícula em nome do novo responsável pela obra ou da empresa construtora
porventura contratada por empreitada total para finalizar a obra.

Parágrafo único. Para a regularização da obra prevista no caput, o enquadramento será


efetuado com base na área total do projeto, submetida à aplicação de redutores previstos
no art. 357, quando for o caso, observados os procedimentos contidos nos §§ 2º e 4º do
art. 373.

Subseção VIII

Da Regularização de Obra em que Houve Rescisão de Contrato

Art. 379. Caso haja rescisão de contrato de empreitada total, a construtora responsável
pela obra deverá regularizar a área construída na unidade de atendimento da RFB,
observado o disposto nos arts. 372 e 373.

§ 1º Para a continuação de obra inacabada, ainda que parte esteja regularizada, será
mantida a mesma matrícula, desde que o responsável seja o mesmo.

§ 2º Tendo sido emitida a CND de obra parcial ou a CND de obra inacabada, o contrato
com empresa construtora para finalizar a obra incompleta poderá ser considerado de
empreitada total se a empresa construtora matricular em seu nome a área da obra a ser
finalizada.
§ 3º O contrato entre o proprietário do imóvel, o dono da obra ou o incorporador e uma
outra construtora, com o objetivo de finalizar a obra, será considerado de empreitada
parcial, caso não tenha sido emitida CND parcial ou de obra inacabada, observado o
disposto nos §§ 2º e 4º.

§ 4º Caso a empreitada parcial seja caracterizada, deverá ser emitida nova matrícula em
nome do proprietário do imóvel, dono da obra ou incorporador.

§ 5º Inexistindo CND de obra parcial ou CND de obra inacabada que demonstre a área
construída pela 1ª (primeira) construtora, a regularização da área total da obra, para fins
de obtenção da CND respectiva, será efetuada pelo proprietário do imóvel, pelo dono da
obra ou pelo incorporador, observando-se o seguinte:

I - o proprietário do imóvel, o dono da obra ou o incorporador deverá solicitar a emissão


de matrícula em seu nome, independentemente de a 1ª (primeira) construtora ter ou não
matriculado a obra, na qual será mencionada a matrícula anterior, se houver;

II - as contribuições devidas serão apuradas com base na escrituração contábil regular


do proprietário do imóvel, do dono da obra ou do incorporador;

III - inexistindo escrituração contábil regular, as contribuições devidas serão apuradas


por aferição indireta, aproveitando-se os recolhimentos anteriormente efetuados com
vinculação inequívoca à obra, na forma dos arts. 354 a 356, observado o disposto nos
arts. 361 e 362.

CAPÍTULO V

DOS PROCEDIMENTOS FISCAIS

Seção Única

Da Auditoria na Construção Civil pela Análise dos Documentos Contábeis

Art. 380. A obra ou o serviço de construção civil, de responsabilidade de pessoa


jurídica, deverá ser auditada com base na escrituração contábil, observado o disposto
nos arts. 328 e 330, e na documentação relativa à obra ou ao serviço.

§ 1º Os livros Diário e Razão, com os lançamentos relativos à obra, serão exigidos pela
fiscalização após 90 (noventa) dias contados da ocorrência dos fatos geradores.

§ 2º Aplica-se o disposto neste artigo às obras edificadas na forma do art. 323.

Art. 381. A base de cálculo para as contribuições sociais relativas à mão-de-obra


utilizada na execução de obra ou de serviços de construção civil será aferida
indiretamente, com fundamento nos §§ 3º, 4º e 6º do art. 33 da Lei nº 8.212, de 1991,
quando ocorrer uma das seguintes situações:

I - quando a empresa estiver desobrigada da apresentação de escrituração contábil e não


a possuir de forma regular;
II - quando não houver apresentação de escrituração contábil na forma estabelecida no §
5º do art. 47;

III - quando a contabilidade não espelhar a realidade econômico-financeira da empresa


por omissão de qualquer lançamento contábil ou por não registrar o movimento real da
remuneração dos segurados a seu serviço, do faturamento ou do lucro;

IV - quando houver sonegação ou recusa, pelo responsável, de apresentação de qualquer


documento ou informação de interesse da RFB;

V - quando os documentos ou informações de interesse da RFB forem apresentados de


forma deficiente.

§ 1º Nas situações previstas no caput, a base de cálculo aferida indiretamente será


obtida:

I - mediante a aplicação dos percentuais previstos nos arts. 336, 451 e 455, sobre o valor
da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de serviços ou sobre o valor total do
contrato de empreitada ou de subempreitada;

II - pelo cálculo do valor da mão-de-obra empregada, correspondente ao padrão de


enquadramento da obra de responsabilidade da empresa e proporcional à área
construída;

III - por outra forma julgada apropriada, com base em contratos, informações prestadas
aos contratantes em licitação, publicações especializadas ou em outros elementos
vinculados à obra, quando não for possível a aplicação dos procedimentos previstos nos
incisos I e II.

§ 2º Na contratação de serviços mediante cessão de mão-de-obra ou empreitada total ou


parcial, até janeiro de 1999, aplicar-se-á, observado o disposto no inciso VIII do art.
152, a responsabilidade solidária, na forma da Seção III do Capítulo IX do Título II, em
relação às contribuições incidentes sobre a base de cálculo apurada na forma deste
artigo, deduzidas as contribuições já recolhidas, se existirem.

§ 3º Na contratação de empreitada total a partir de fevereiro de 1999, não tendo o


contratante usado da faculdade da retenção prevista no art. 164, aplicar-se-á a
responsabilidade solidária, observado o disposto no art. 157, em relação às
contribuições incidentes sobre a base de cálculo apurada na forma deste artigo,
deduzidas as contribuições já recolhidas, se existirem.

§ 4º As formas de aferição previstas nos incisos I a III do § 1º somente são aplicáveis às


obras de construção civil.

Art. 382. Na regularização de obra de construção civil, em que a remuneração da mão-


de-obra utilizada foi apurada com base na área construída e no padrão da obra ou com
base na prestação de serviços contida em nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de
serviços, se constatada a contratação de subempreiteiras, deverão ser constituídos os
créditos das contribuições sociais correspondentes, em lançamentos distintos, conforme
a sua natureza.
§ 1º Os créditos referidos no caput serão constituídos da seguinte forma:

I - contribuições referentes à aferição da mão-de-obra total;

II - contribuições referentes à remuneração da mão-de-obra própria da empresa


fiscalizada;

III - contribuições apuradas por responsabilidade solidária;

IV - retenção.

§ 2º No lançamento da base de cálculo da aferição indireta prevista no inciso I, serão


deduzidos os lançamentos das bases de cálculo previstos nos incisos II, III e IV do § 1º,
competência por competência, observados os critérios de conversão previstos neste
Título.

§ 3º No lançamento por responsabilidade solidária, de que trata o inciso III do § 1º, não
serão cobradas as contribuições devidas a outras entidades ou fundos, as quais deverão
ser cobradas diretamente da empresa contratada.

CAPÍTULO VI

DA REGULARIZAÇÃO DE OBRA DE CONSTRUÇÃO CIVIL

Seção I

Da Documentação

Art. 383. Compete ao responsável ou ao interessado pela regularização da obra na RFB,


a apresentação dos seguintes documentos, conforme o caso:

I - DISO, conforme modelo previsto no Anexo V, preenchida e assinada pelo


responsável pela obra ou representante legal da empresa, em 2 (duas) vias, destinadas ao
CAC ou à ARF e ao declarante;

II - planilha com relação de prestadores de serviços assinada pelos responsáveis pela


empresa, em 2 (duas) vias, conforme o modelo do Anexo VI;

III - alvará de concessão de licença para construção ou projeto aprovado pela prefeitura
municipal, este quando exigido pela prefeitura ou, na hipótese de obra contratada com a
Administração Pública, não sujeita à fiscalização municipal, o contrato e a ordem de
serviço ou a autorização para o início de execução da obra;

IV - habite-se, certidão da prefeitura municipal ou projeto aprovado ou, na hipótese de


obra contratada com a Administração Pública, termo de recebimento da obra ou outro
documento oficial expedido por órgão competente, para fins de verificação da área a
regularizar;

V - quando houver mão-de-obra própria, documento de arrecadação comprovando o


recolhimento de contribuições sociais, com vinculação inequívoca à matrícula CEI da
obra, a respectiva GFIP relativa à matrícula CEI da obra e, quando não houver mão-de-
obra própria, a GFIP com declaração de ausência de fato gerador (GFIP sem
movimento);

VI - a nota fiscal, a fatura ou o recibo de prestação de serviços em que conste o destaque


da retenção de 11% (onze por cento) sobre o valor dos serviços, emitido por empreiteira
ou subempreiteira que tiverem sido contratadas, com vinculação inequívoca à matrícula
CEI da obra, e a GFIP relativa à matrícula CEI da obra;

VII - a nota fiscal ou a fatura relativa aos serviços prestados por cooperados
intermediados por cooperativa de trabalho, que, de forma inequívoca, esteja vinculada à
matrícula CEI da obra e a GFIP do responsável pela obra referente à matrícula CEI da
referida obra, na qual foi declarado o valor pago à cooperativa de trabalho, observado o
disposto no inciso II do art. 356.

§ 1º O responsável pessoa física, além dos documentos previstos nos incisos I a VII do
caput deverá, conforme o caso, apresentar documento de identificação, CPF e
comprovante de residência, observado o disposto no inciso III do art. 354.

§ 1º O responsável, pessoa física, além dos documentos previstos nos incisos I a VII do
caput deverá, conforme o caso, apresentar documento de identificação, CPF e
comprovante de residência, observado o disposto no inciso II do art. 354. (Redação
dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

§ 2º O responsável pessoa jurídica, além dos documentos previstos nos incisos I a VII
do caput deverá, conforme o caso, apresentar:

I - contrato social e suas alterações, original ou cópia autenticada, para comprovação


das assinaturas dos responsáveis legais constantes da DISO e, no caso de sociedade
anônima, de sociedade civil, de cooperativa, de associação ou de entidade de qualquer
natureza ou finalidade, apresentar o estatuto, a ata de eleição dos diretores e a cópia dos
respectivos documentos de identidade;

II - cópia do último balanço patrimonial acompanhado de declaração, sob as penas da


lei, firmada pelo representante legal e pelo contador responsável com identificação de
seu registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC), de que a empresa possui
escrituração contábil regular, com Livro Diário do período de execução da obra
formalizado, e respectivo Razão, observado o lapso de 90 (noventa) dias previsto no §
13 do art. 225 do RPS, bem como as cópias dos Termos de Abertura e de Encerramento
do Diário.

II - cópia do último balanço patrimonial acompanhado de declaração da empresa, sob as


penas da lei, firmada pelo representante legal e pelo contador responsável com
identificação de seu registro no Conselho Regional de Contabilidade (CRC), de que a
empresa possui escrituração contábil regular ou Escrituração Contábil Digital (ECD) do
período da obra. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 980, de 17 de
dezembro de 2009)
§ 3º As informações prestadas na DISO são de inteira responsabilidade do proprietário
do imóvel, incorporador ou dono da obra, que responderá civil e penalmente pelas
declarações que fornecer.

§ 4º A DISO e a planilha prevista no inciso II do caput, serão encaminhadas ao Setor de


Fiscalização da DRF quando:

I - não se efetivar o recolhimento das contribuições devidas aferidas no ARO;

II - se referir a pessoa jurídica cuja CND foi emitida com base no disposto no art. 385.

§ 5º A falta dos documentos previstos nos incisos III e IV do caput pode ser suprida por
outro documento capaz de comprovar a veracidade das informações prestadas na DISO
em relação à área da obra ou às datas de início e de término, tais como o contrato, as
notas fiscais ou as faturas de prestação de serviços.

§ 6º Serão devolvidos ao sujeito passivo os documentos relacionados nos incisos III a


VII do caput, bem como os dos §§ 1º e 2º, exceto as cópias e a declaração de existência
de contabilidade, após a conferência das informações contidas nos documentos referidos
nos incisos I e II do caput.

§ 7º A CND ou a Certidão Positiva de Débito com Efeitos de Negativa (CPD-EN)


relativa à demolição, à reforma ou ao acréscimo especificará apenas a área objeto da
demolição, da reforma ou do acréscimo, em conformidade com o projeto da obra, com o
habite-se, certidão da prefeitura municipal, planta ou projeto aprovados, termo de
recebimento da obra, quando contratada com a Administração Pública ou outro
documento oficial expedido por órgão competente.

§ 8º Somente será emitida CND ou CPD-EN contendo, além das áreas mencionadas no
§ 7º, a área original da construção, para a qual ainda não tenha sido emitida certidão, se
o interessado na CND ou na CPD-EN fizer prova de que aquela área encontra-se
regularizada.

§ 9º Se o projeto envolver apenas reforma e se a apuração da remuneração for efetuada


com base no valor de contratos e notas fiscais, e não com base na área da reforma, a
CND ou a CPD-EN será emitida pela unidade da RFB competente, com a identificação
da matrícula da obra, para quaisquer das finalidades previstas na Lei nº 8.212, de 1991.

§ 10. É dispensada a apresentação de CND ou de CPD-EN para fins de averbação de


obra de construção civil relativa a imóvel residencial unifamiliar do tipo econômico,
cuja execução ocorreu sem mão-de-obra remunerada, bastando ser apresentada, no
cartório de registro de imóvel, a declaração, sob as penas da lei, assinada pelo
proprietário ou dono da obra pessoa física, de que ele e o imóvel atendem às condições
previstas no inciso I do art. 370, observado o disposto nos §§ 5º e 6º do art. 406.

§ 11. No caso de obra realizada por empresas em consórcio, contratadas por empreitada
total, para fins do disposto no art. 385, a empresa líder deverá apresentar toda a
documentação relativa à sua participação na obra, bem como toda a documentação das
demais consorciadas, na unidade de atendimento da RFB jurisdicionante do seu
estabelecimento matriz.
§ 11. No caso de obra realizada por empresas em consórcio, contratadas por empreitada
total, para fins do disposto no art. 385, o responsável pela matrícula da obra deverá
apresentar toda a documentação relativa à sua participação, bem como toda a
documentação das consorciadas, na unidade de atendimento da RFB jurisdicionante do
estabelecimento matriz da empresa líder ou do endereço do consórcio, quando for o
caso. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

§ 12. Para fins de enquadramento da obra quanto ao padrão e à destinação, deverá ser
apresentado o projeto arquitetônico, a planta baixa, ou outro documento que permita o
seu correto enquadramento, desde que assinado pelo responsável técnico pelo projeto,
caso a aprovação no órgão competente tenha sido com base na planta de projeção da
área de forma simplificada.

Art. 384. Para fins de expedição de CND de obra de construção civil realizada na forma
do inciso III do art. 370, exigir-se-á a apresentação de todos os elementos do projeto,
com as especificações da forma de execução da obra do conjunto habitacional pelo
sistema de mutirão.

Seção II

Da Liberação de Certidão Negativa de Débito sem Exame da Contabilidade

Art. 385. A CND ou a CPD-EN de obra de construção civil, sob a responsabilidade de


pessoa jurídica, será liberada, desde que a empresa:

I - apresente os seguintes documentos:

a) DISO, prevista no inciso I do caput do art. 383;

b) prova de contabilidade, na forma do inciso II do § 2º do art. 383; e

c) planilha prevista no inciso II do caput do art. 383, quando houver mão-de-obra


terceirizada;

II - cumpra, ainda que somente em relação a esta obra, os requisitos previstos no art.
411;

§ 1º Independentemente da expedição da CND, fica ressalvado à RFB o direito de


cobrar qualquer importância que venha a ser considerada devida em futura Auditoria-
Fiscal.

§ 2º A DISO relativa a obra cuja CND seja liberada na forma deste artigo será
encaminhada à unidade da RFB competente para o planejamento da ação fiscal.

§ 3º A inobservância do disposto no § 11 do art. 383 implicará indeferimento do pedido


de CND ou CPD-EN relativa à obra realizada pelo consórcio.

§ 3º A inobservância do disposto no § 11 do art. 383 implicará indeferimento do pedido


de CND ou CPD-EN relativa à obra. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº
1.238, de 11 de janeiro de 2012)
Art. 386. Quando a empresa não apresentar escrituração contábil no momento da
regularização, a CND será liberada mediante o recolhimento integral das contribuições
sociais, apuradas por aferição nos termos dos arts. 336, 337, 450, 451, 454 e 455, ou nos
termos do Capítulo IV deste Título, conforme o caso, desde que solicitada pelo
responsável pela regularização da obra, observado o disposto no art. 383.

Art. 387. Transcorrido o prazo de validade da CND ou da CPD-EN emitida com


finalidade de averbação de obra de construção civil, caso seja apresentado novo pedido
referente à área anteriormente regularizada, a nova certidão será expedida com base no
documento anterior, dispensando-se a repetição do procedimento previsto para
regularização da referida obra.

Art. 388. A Auditoria-Fiscal e a expedição da CND ou da CPD-EN são da competência


da Delegacia ou Inspetoria da Receita Federal do Brasil, da jurisdição do
estabelecimento matriz do responsável pela matrícula.

Art. 389. A CND de obra de construção civil executada sem a utilização de mão-de-
obra remunerada, em qualquer das hipóteses previstas nos incisos II e III do art. 370,
será emitida desde que atendidos os requisitos estabelecidos no art. 371.

Seção III

Da Decadência na Construção Civil

Art. 390. O direito de a RFB apurar e constituir créditos relacionados a obras de


construção civil extingue-se no prazo decadencial previsto na legislação tributária.

§ 1º Cabe ao interessado a comprovação da realização de parte da obra ou da sua total


conclusão em período abrangido pela decadência.

§ 2º Servirá para comprovar o início da obra em período decadencial um dos seguintes


documentos, contanto que tenha vinculação inequívoca à obra e seja contemporâneo do
fato a comprovar, considerando-se como data do início da obra o mês de emissão do
documento mais antigo:

I - comprovante de recolhimento de contribuições sociais na matrícula CEI da obra;

II - notas fiscais de prestação de serviços;

III - recibos de pagamento a trabalhadores;

IV - comprovante de ligação de água ou de luz;

V - notas fiscais de compra de material, nas quais conste o endereço da obra como local
de entrega;

VI - ordem de serviço ou autorização para o início da obra, quando contratada com


órgão público;

VII - alvará de concessão de licença para construção.


§ 3º A comprovação do término da obra em período decadencial dar-se-á com a
apresentação de um ou mais dos seguintes documentos:

I - habite-se, Certidão de Conclusão de Obra (CCO);

II - um dos respectivos comprovantes de pagamento de Imposto Predial e Territorial


Urbano (IPTU), em que conste a área da edificação;

III - certidão de lançamento tributário contendo o histórico do respectivo IPTU;

IV - auto de regularização, auto de conclusão, auto de conservação ou certidão expedida


pela prefeitura municipal que se reporte ao cadastro imobiliário da época ou registro
equivalente, desde que conste o respectivo número no cadastro, lançados em período
abrangido pela decadência, em que conste a área construída, passível de verificação pela
RFB;

V - termo de recebimento de obra, no caso de contratação com órgão público, lavrado


em período decadencial;

VI - escritura de compra e venda do imóvel, em que conste a sua área, lavrada em


período decadencial;

VII - contrato de locação com reconhecimento de firma em cartório em data


compreendida no período decadencial, onde conste a descrição do imóvel e a área
construída.

§ 4º A comprovação de que trata o § 3º dar-se-á também com a apresentação de, no


mínimo, 3 (três) dos seguintes documentos:

I - correspondência bancária para o endereço da edificação, emitida em período


decadencial;

II - contas de telefone ou de luz, de unidades situadas no último pavimento, emitidas em


período decadencial;

III - declaração de Imposto sobre a Renda comprovadamente entregue em época própria


à RFB, relativa ao exercício pertinente a período decadencial, na qual conste a
discriminação do imóvel, com endereço e área;

IV - vistoria do corpo de bombeiros, na qual conste a área do imóvel, expedida em


período decadencial;

V - planta aerofotogramétrica do período abrangido pela decadência, acompanhada de


laudo técnico constando a área do imóvel e a respectiva ART no Crea.

§ 5º As cópias dos documentos que comprovam a decadência deverão ser anexadas à


DISO.

§ 6º A falta dos documentos relacionados nos §§ 3º e 4º, poderá ser suprida pela
apresentação de documento expedido por órgão oficial ou documento particular
registrado em cartório, desde que seja contemporâneo à decadência alegada e nele
conste a área do imóvel.

CAPÍTULO VII

DAS DISPOSIÇÕES ESPECIAIS

Art. 391. O Município ou o Distrito Federal, por intermédio de seu órgão competente,
deverá fornecer à RFB, mensalmente, até o dia 10 (dez) do mês seguinte, a relação de
todos os alvarás, dos habite-se ou dos Certificados de Conclusão de Obra (CCO)
expedidos no mês, por disposição expressa do art. 50 da Lei nº 8.212, de 1991.

§ 1º A relação mensal de que trata o caput será apresentada em arquivo digital e


atenderá aos critérios estabelecidos pela RFB.

§ 2º O arquivo digital será gerado com os dados do órgão responsável da prefeitura e


deverá ser transmitido à RFB mesmo que nenhum documento de alvará ou carta de
"habite-se" tenha sido emitido no mês.

Art. 392. Após a regularização da obra de pessoa física, a unidade de atendimento da


RFB providenciará o encerramento de atividade no cadastro de obras, no prazo de 90
(noventa) dias, desde que tenham sido confirmados os recolhimentos no sistema de
arrecadação.

Art. 393. As contribuições sociais incidentes sobre a remuneração de mão-de-obra


própria utilizada na execução de obra de construção civil, inclusive a destinada a uso
próprio, por pessoa jurídica optante pelo SIMPLES de que tratava a Lei nº 9.317, de
1996, associação desportiva que mantém equipe de futebol profissional, agroindústria
ou produtor rural, não são abrangidas pela substituição de contribuições sociais que lhes
é atribuída em virtude de lei, ficando o responsável pela obra sujeito às contribuições
previstas no art. 22 da Lei nº 8.212, de 1991, bem como às destinadas a outras entidades
ou fundos.

§ 1º O disposto no caput se aplica às empresas optantes pelo Simples Nacional, salvo


quanto às contribuições devidas a outras entidades ou fundos, de que são isentas nos
termos do § 3º do art. 13 da Lei Complementar nº 123, de 2006.

§ 2º A isenção das contribuições sociais estende-se à obra executada por pessoa jurídica
de direito privado beneficente de assistência social isenta, desde que destinada a uso
próprio.

Art. 394. A pessoa jurídica de direito público que executar obra de construção civil com
mão-de-obra própria deverá emitir GFIP usando o código FPAS 582, constante no
Anexo I, informando apenas os trabalhadores vinculados ao RGPS.

§ 1º Ainda que a obra seja executada exclusivamente por servidores amparados por
RPPS, deverá ser observado o disposto no inciso X do caput do art. 47 e emitida GFIP
identificada com a matrícula CEI constando a informação de ausência de fato gerador
(GFIP sem movimento), conforme Manual da GFIP.
§ 2º Quando a obra for realizada com trabalhadores vinculados ao RGPS, aplicam-se as
disposições do art. 385, no que couber.

Art. 394.Aplicam-se à pessoa jurídica de direito público que executar obra de


construção civil as seguintes regras: (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº
1.071, de 15 de setembro de 2010)

I - o órgão público é considerado empresa, conforme inciso I do art. 15 da Lei nº 8.212,


de 1991;

II - tratando-se de obra sujeita a matrícula no cadastro específico, cabe ao órgão fazê-lo


no prazo previsto no inciso X do art. 47, desta Instrução Normativa;

III - se executada por trabalhadores vinculados ao RGPS, cabe ao órgão apresentar


GFIP específica relativa à obra, na qual informará, além da matrícula desta, o código
FPAS 582 e o código de terceiros 0000;

IV - se executada por trabalhadores vinculados a regime próprio de previdência, cabe ao


órgão apresentar GFIP específica relativa à obra, na qual informará a matrícula desta e o
código indicativo de ausência de fato gerador;

V - na hipótese do inciso III, aplica-se, no que couber, o disposto no art. 385.

TÍTULO V

DO RECOLHIMENTO E REGULARIDADE DAS CONTRIBUIÇÕES E DA


ARRECADAÇÃO BANCÁRIA

CAPÍTULO I

DO RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES NA REDE ARRECADADORA

Seção I

Do Documento de Arrecadação

Art. 395. As contribuições sociais administradas pela RFB, destinadas à Previdência


Social e as destinadas às outras entidades ou fundos deverão ser recolhidas por meio de
Guia da Previdência Social (GPS).

Parágrafo único. As contribuições de que trata o caput, relativas às competências de


janeiro de 2009 e posteriores, que forem objeto de lançamentos de ofício realizados a
partir de 1º de agosto de 2011, deverão ser recolhidas por meio de Documento de
Arrecadação de Receitas Federais (Darf), observado o disposto na Instrução Normativa
SRF Nº 81, de 27 de dezembro de 1996.(Incluído pela Instrução Normativa RFB nº
1.175, de 22 de julho de 2011)

Seção II

Do Preenchimento do Documento de Arrecadação


Art. 396. No documento de arrecadação deverão constar as seguintes informações:

I - identificação do sujeito passivo, pelo preenchimento do campo "identificador", no


qual deverá ser informado o CNPJ ou o CEI, para empresa ou equiparados, e o NIT, na
forma prevista no art. 19, para segurados empregado doméstico, contribuinte individual,
segurado especial ou facultativo;

II - "código de pagamento", que identifica a natureza do pagamento que está sendo


efetuado;

III - "competência", com 2 (dois) dígitos para o mês e 4 (quatro) dígitos para o ano;

IV - "valor do INSS", que corresponde ao valor total das contribuições devidas à


Previdência Social a ser recolhido na competência, efetuando-se as compensações e as
deduções admitidas pela legislação em vigor;

V - "valor de outras entidades", que corresponde ao valor total das contribuições a


serem recolhidas para outras entidades ou fundos, com os quais a empresa não
mantenha convênio, calculado mediante aplicação de alíquota definida em razão da
atividade da empresa, prevista no Anexo II;

VI - "atualização monetária, juros e multa", que correspondem ao somatório de


atualização monetária, se houver, multa e juros de mora devidos em decorrência de
recolhimento após o prazo de vencimento, calculados sobre o somatório dos valores
mencionados nos incisos IV e V;

VII - "total", que corresponde ao somatório das importâncias a serem recolhidas.

Parágrafo único. Deverá, obrigatoriamente, ser utilizado documento de arrecadação


distinto, por:

I - estabelecimento da empresa identificado por CNPJ ou por matrícula CEI específica;

II - obra de construção civil identificada por matrícula CEI;

III - código que identifica a natureza do pagamento da empresa;

IV - competência de recolhimento, ressalvado o recolhimento trimestral a ser efetuado


na forma do art. 397.

Seção III

Do Recolhimento Trimestral

Art. 397. É facultada a opção pelo recolhimento trimestral da contribuição social


previdenciária ao empregador doméstico, aos segurados contribuinte individual e
facultativo, cujos salários de contribuição correspondam ao valor de 1 (um) salário
mínimo.
§ 1º Para o recolhimento trimestral, deverão ser registrados, no campo "competência"
do documento de arrecadação, o último mês do respectivo trimestre civil e o ano a que
se referir, independentemente de serem 1 (uma), 2 (duas) ou 3 (três) competências,
indicando-se:

I - 03 (zero três), correspondente à competência março, para o trimestre civil


compreendendo os meses de janeiro, fevereiro e março;

II - 06 (zero seis), correspondente à competência junho, para o trimestre civil


compreendendo os meses de abril, maio e junho;

III - 09 (zero nove), correspondente à competência setembro, para o trimestre civil


compreendendo os meses de julho, agosto e setembro;

IV - 12 (doze), correspondente à competência dezembro, para o trimestre civil


compreendendo os meses de outubro, novembro e dezembro.

§ 2º A contribuição trimestral deve ser recolhida até o dia 15 (quinze) do mês seguinte
ao do encerramento de cada trimestre civil, prorrogando-se para o 1º (primeiro) dia útil
subsequente, quando não houver expediente bancário no dia 15 (quinze).

§ 3º Aplica-se o disposto no caput, quando o salário-de-contribuição do empregado


doméstico for inferior ao salário mínimo por motivo de fracionamento da remuneração
em razão de gozo de benefício, de admissão, de dispensa ou de carga horária constante
do contrato de trabalho.

§ 4º No recolhimento de contribuições em atraso, incidirão os juros e a multa de mora a


partir do 1º (primeiro) dia útil subsequente ao do vencimento do trimestre civil.

§ 5º A contribuição relativa ao segurado empregado doméstico, incidente sobre o


décimo terceiro salário, deverá ser recolhida até o dia 20 (vinte) de dezembro, em
documento de arrecadação específico, identificado com a "competência treze" e o ano a
que se referir, ressalvado o caso previsto no parágrafo único do art. 82.

§ 6º O segurado facultativo, após a inscrição, poderá optar pelo recolhimento trimestral,


observado o disposto no § 3º do art. 28 e no art. 330 do RPS.

§ 7º Quando a inscrição ocorrer no curso do trimestre civil, é permitido o recolhimento,


na forma do caput, para a 2ª (segunda) e a 3ª (terceira) competências do trimestre.

§ 8º Não se aplica o recolhimento trimestral quando se tratar de recolhimento calculado


sobre piso salarial fixado por lei estadual ou normativo da categoria diverso do salário
mínimo nacional.

Seção IV

Do Valor Mínimo para Recolhimento

Art. 398. É vedado o recolhimento, em documento de arrecadação, de valor inferior ao


mínimo estabelecido em ato da RFB.
Art. 398. É vedado o recolhimento, em documento de arrecadação, de valor inferior a
R$ 10,00 (dez reais). (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de
janeiro de 2012)

§ 1º Se o valor a recolher na competência for inferior ao valor mínimo estabelecido pela


RFB para recolhimento em documento de arrecadação, este deverá ser adicionado ao
devido na competência seguinte e assim sucessivamente, até atingir o valor mínimo
permitido para recolhimento, observado o seguinte:

§ 1º Se o valor a recolher na competência for inferior ao valor mínimo estabelecido no


caput, deverá ser adicionado ao devido na competência seguinte, e assim
sucessivamente, até atingir o valor mínimo permitido para recolhimento, observado o
seguinte: (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de
2012)

I - ficam sujeitos aos acréscimos legais, os valores não recolhidos a partir da


competência em que for alcançado o valor mínimo;

II - o valor acumulado deverá ser recolhido em documento de arrecadação com código


de recolhimento da mesma natureza;

III - não havendo, na competência em que foi atingido o valor mínimo, outro
recolhimento sob o mesmo código de pagamento, o valor acumulado poderá ser
adicionado a recolhimento a ser efetuado em documento de arrecadação com código de
pagamento diverso.

§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos órgãos e às entidades da Administração


Pública quando o recolhimento for efetuado pelo Siafi.

§ 3º O valor devido decorrente de recolhimento efetuado a menor, cujo principal


acrescido de juros e de multa de mora não atingir ao mínimo estabelecido, será
adicionado ao valor devido na próxima competência.

Seção V

Das Contribuições e das Outras Importâncias Não Recolhidas até o Vencimento

Art. 399. As contribuições sociais previdenciárias e as contribuições devidas a outras


entidades ou fundos e não recolhidas até a data de seu vencimento ficam sujeitas a juros
e multa de mora determinados de acordo com a legislação de regência, incidentes sobre
o valor atualizado, se for o caso.

Parágrafo único. A interposição da ação judicial favorecida com a medida liminar


interrompe a incidência da multa de mora, desde a concessão da medida judicial, até 30
(trinta) dias após a data da publicação da decisão judicial que considerar devido o
tributo, conforme disposto no § 2º do art. 63 da Lei nº 9.430, de 27 de dezembro de
1996.
Art. 400. O sujeito passivo poderá, no sítio da RFB na Internet, no endereço
<http://www.receita.fazenda.gov.br>, efetuar o cálculo dos acréscimos legais e do
montante consolidado a ser recolhido, em GPS, à RFB.

Subseção I

Da Atualização Monetária

Art. 401. As contribuições sociais devidas à Previdência Social e as contribuições


devidas a outras entidades ou fundos não recolhidas até o vencimento, cujos fatos
geradores ocorreram até dezembro de 1994, estão sujeitas a atualização monetária.

§ 1º O valor atualizado é o obtido mediante a aplicação de um coeficiente, disponível na


Tabela Prática Aplicada em Contribuições Previdenciárias, sobre o valor originário da
contribuição ou outras importâncias não recolhidas até a data do vencimento, respeitada
a legislação de regência.

§ 2º Os indexadores da atualização monetária, respeitada a legislação de regência, são:

I - até janeiro de 1991: ORTN/OTN/BTNF;

II - de fevereiro de 1991 a dezembro de 1991: sem atualização (extinção do BTN fiscal


pelo art. 3º da Lei nº 8.177, de 1º de março de 1991);

III - de janeiro de 1992 a dezembro de 1994: Ufir (art. 54 da Lei nº 8.383, de 30 de


dezembro de 1991);

IV - de janeiro de 1995 em diante, para fatos geradores até dezembro de 1994: Ufir,
conversão para real com base no valor desta, fixado para o trimestre do pagamento (art.
5º da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995).

Subseção II

Dos Juros de Mora

Art. 402. Os percentuais de juros de mora, ao mês ou fração, correspondem:

I - para fatos geradores ocorridos até dezembro de 1994:

a) até janeiro de 1991: 1% (um por cento), conforme o disposto no art. 161 da Lei nº
5.172, de 1966 (CTN) e no art. 82 da Lei nº 3.807, de 1960;

b) de fevereiro de 1991 até dezembro de 1991: Taxa Referencial (TR), conforme o


disposto no art. 9º da Lei nº 8.177, de 1991;

c) de janeiro de 1992 até dezembro de 1994: 1% (um por cento) conforme o disposto no
art. 54 da Lei nº 8.383, de 1991;

d) de janeiro de 1995 até dezembro de 1996: 1% (um por cento) conforme o disposto no
§ 5º do art. 84 da Lei nº 8.981, de 1995;
e) de janeiro de 1997 a 2 de dezembro de 2008: Taxa Referencial de Sistema Especial
de Liquidação e de Custódia (Selic) conforme o disposto no art. 30 da Lei nº 10.522, de
2002, resultado da conversão da Medida Provisória nº 1.542, de 18 de dezembro de
1996, e reedições até a Medida Provisória nº 2.176-79, de 23 de agosto de 2001,
combinado com o art. 34 da Lei nº 8.212, de 1991;

f) a partir de 3 de dezembro de 2008: Selic, conforme o disposto no § 3º do art. 61 da


Lei nº 9.430, de 1996, combinado com o art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991;

II - para fatos geradores ocorridos a partir de janeiro de 1995 até 2 de dezembro de 2008
será aplicado 1% (um por cento) no mês de vencimento, 1% (um por cento) no mês de
pagamento, e nos meses intermediários:

a) de janeiro de 1995 a março 1995: variação da Taxa Média de Captação do Tesouro


Nacional (TCTN) conforme o disposto no inciso I e § 4º do art. 84 da Lei nº 8.981, de
1995, e art. 34 da Lei nº 8.212, de 1991;

b) a partir de abril de 1995 a 2 de dezembro de 2008: variação da Selic, conforme o


disposto no art. 13 da Lei nº 9.065, de 20 de junho de 1995, e no art. 34 da Lei nº 8.212,
de 1991;

III - para fatos geradores ocorridos a partir de 3 de dezembro de 2008 será aplicada a
variação da Selic a partir do 1º (primeiro) dia do mês subsequente ao vencimento do
prazo até o mês anterior ao do pagamento e 1% (um por cento) no mês de pagamento,
nos termos do § 3º do art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996, combinado com o art. 35 da Lei
nº 8.212, de 1991.

Parágrafo único. Às contribuições sociais previdenciárias devidas pelo contribuinte


individual que comprove a atividade com vistas à concessão de benefícios, até março de
1995, aplica-se juros de mora de 0,5% (cinco décimos por cento) ao mês, capitalizados
anualmente, limitados ao percentual máximo de 50% (cinquenta por cento).

Subseção III

Da Multa

Art. 403. As contribuições sociais e as devidas a outras entidades ou fundos não


recolhidas no prazo, incluídas ou não em Auto de Infração ou Notificação de
Lançamento, objeto ou não de parcelamento, ficam sujeitas à multa de mora nos termos
do caput e dos §§ 1º e 2º do art. 61 da Lei nº 9.430, de 1996.

Parágrafo único. Nos casos de lançamento de ofício relativos às contribuições referidas


no caput, aplica-se o disposto no art. 44 da Lei nº 9.430, de 1996.(Revogado pela
Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

Art. 404. Não se aplica a multa de mora aos créditos de responsabilidade das massas
falidas de que trata o art. 192 da Lei no 11.101, de 2005, missões diplomáticas
estrangeiras no Brasil e membros dessas missões quando assegurada a isenção em
tratado, convenção ou outro acordo internacional de que o Estado estrangeiro ou
organismo internacional e o Brasil sejam partes, observado o disposto no inciso II do §
1º do art. 298.

CAPÍTULO II

DA REGULARIDADE DO RECOLHIMENTO DAS CONTRIBUIÇÕES

Seção I

Da Prova de Inexistência de Débito

Art. 405. O documento comprobatório de regularidade do contribuinte para com o


recolhimento das contribuições devidas à Previdência Social e a outras entidades ou
fundos arrecadadas pela RFB é a CND.

§ 1º Caso haja créditos não vencidos, ou créditos em curso de cobrança executiva para
os quais tenha sido efetivada a penhora regular e suficiente à sua cobertura, ou créditos
cuja exigibilidade esteja suspensa, será expedida CPD-EN, com os mesmos efeitos da
certidão prevista no caput.

§ 2º A CND, a CPD-EN e a Certidão Positiva de Débito (CPD) serão fornecidas


independentemente do pagamento de qualquer taxa.

Seção II

Da Exigibilidade da Prova de Inexistência de Débito

Art. 406. A autoridade responsável por órgão do poder público, por órgão de registro
público ou por instituição financeira em geral, no âmbito de suas atividades, exigirá,
obrigatoriamente, a apresentação de CND ou de CPD-EN, fornecida pela RFB, nas
seguintes hipóteses:

I - da empresa:

a) na licitação, na contratação com o poder público e no recebimento de benefícios ou


incentivo fiscal ou creditício concedidos por ele, observado o disposto nos §§ 3º e 4º;

b) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem imóvel ou direito a ele relativo;

c) na alienação ou oneração, a qualquer título, de bem móvel de valor superior ao


estabelecido periodicamente mediante Portaria do MPS, incorporado ao ativo
permanente da empresa; e

d) no registro ou arquivamento, no órgão próprio, de ato relativo à baixa ou redução de


capital de firma individual ou de empresário individual, assim considerado pelo art. 931
da Lei nº 10.406, de 2002 (Código Civil), redução de capital social, cisão total ou
parcial, transformação ou extinção de entidade ou sociedade empresária ou simples e
transferência de controle de cotas de sociedade limitada;
II - do proprietário do imóvel, pessoa física ou jurídica, quando da averbação de obra de
construção civil no Registro de Imóveis, exceto no caso do inciso I do art. 370, e
observado o disposto nos §§ 5º e 6º;

III - do incorporador, na ocasião da inscrição de memorial de incorporação no Registro


de Imóveis;

IV - do produtor rural pessoa física e do segurado especial, quando da constituição de


garantia para concessão de crédito rural e qualquer de suas modalidades, por instituição
de créditos pública ou privada, desde que comercializem a sua produção com o
adquirente domiciliado no exterior ou diretamente no varejo com consumidor pessoa
física, com outro produtor rural pessoa física ou com outro segurado especial;

V - na contratação de operações de crédito com instituições financeiras, definidas no §


3º do art. 3º, que envolvam:

a) recursos públicos, inclusive os provenientes de fundos constitucionais e de incentivo


ao desenvolvimento regional (Fundo Constitucional de Financiamento do Norte, Fundo
Constitucional de Financiamento do Nordeste, Fundo Constitucional de Financiamento
do Centro Oeste, Fundo de Desenvolvimento da Amazônia e Fundo de
Desenvolvimento do Nordeste);

b) recursos do FGTS, do Fundo de Amparo ao Trabalhador e do Fundo Nacional de


Desenvolvimento da Educação; ou

c) recursos captados por meio de Caderneta de Poupança;

VI - na liberação de eventuais parcelas previstas nos contratos a que se refere o inciso


V.

§ 1º O produtor rural pessoa física ou o segurado especial, que declarar, sob as penas da
lei, que não tem trabalhadores a seu serviço e que não comercializa a própria produção
na forma prevista no inciso I do art. 166, está dispensado da apresentação das certidões
previstas nos incisos I e IV a VI do caput.

§ 2º O documento comprobatório de regularidade do contribuinte poderá ser exigido do


construtor que, na condição de responsável solidário com o proprietário do imóvel,
tenha executado a obra de construção civil, na forma do disposto na alínea "a" do inciso
XXVII e no § 1º do art. 322.

§ 3º Nos processos licitatórios, a comprovação de regularidade fiscal das microempresas


e empresas de pequeno porte somente será exigida para efeito de assinatura do contrato,
nos termos do art. 42 da Lei Complementar nº 123, de 2006.

§ 4º Por ocasião de sua participação em certames licitatórios, as microempresas e


empresas de pequeno porte deverão apresentar a certidão exigida para efeito de
comprovação de regularidade em relação às contribuições previdenciárias e às devidas a
outras entidades ou fundos, conforme disposto no caput do art. 43 da Lei Complementar
nº 123, de 2006.
§ 5º No caso de solicitação de CND para obra de construção civil executada com
recursos do sistema financeiro, que atenda as condições previstas nas alíneas "a" a "d"
do inciso I do art. 370, para fins de comprovação da execução da obra sem utilização de
mão-de-obra remunerada e liberação da CND sem cobrança de contribuições
previdenciárias, o responsável deverá apresentar o contrato de financiamento.

§ 6º Na hipótese do § 5º, constando no contrato de financiamento verba destinada a


pagamento de mão-de-obra, a CND será liberada após a regularização das contribuições
apuradas mediante a aferição indireta, com emissão de ARO.

Seção III

Da Não-Exigibilidade da Prova de Inexistência de Débito

Art. 407. A apresentação de CND, ou de CPD-EN, é dispensada, dentre outras


hipóteses:

I - na lavratura ou assinatura de instrumento, ato ou contrato que constitua retificação,


ratificação ou efetivação de outro anterior para o qual já foi feita a prova;

II - na constituição de garantia para concessão de crédito rural, em qualquer de suas


modalidades, por instituição de crédito pública ou privada ao produtor rural pessoa
física e ao segurado especial, desde que estes não comercializem a sua produção com o
adquirente domiciliado no exterior, nem diretamente no varejo com consumidor pessoa
física, com outro produtor rural pessoa física ou com outro segurado especial;

III - na averbação, prevista no inciso II do art. 406, relativa ao imóvel cuja construção
tenha sido concluída antes de 22 de novembro de 1966;

IV - na transação imobiliária referida na alínea "b" do inciso I do art. 406, que envolva
empresa que explore exclusivamente atividade de compra e venda de imóveis, locação,
desmembramento ou loteamento de terrenos, incorporação imobiliária ou construção de
imóveis destinados à venda, desde que o imóvel objeto da transação esteja
contabilmente lançado no ativo circulante e não conste, nem tenha constado, do ativo
permanente da empresa, fato que será relatado no registro da respectiva transação no
cartório de Registro de Imóveis;

V - no registro ou arquivamento, na junta comercial, dos atos relativos a constituição,


alteração e baixa de microempresas ou empresas de pequeno porte, em conformidade
com o caput e o inciso II do § 1º do art. 9º da Lei Complementar nº 123, de 2006, e
observado o disposto no inciso IX do caput e no § 4º do art. 152;

VI - na baixa de firma individual ou de empresário individual, assim considerado pelo


art. 931 da Lei nº 10.406, de 2002 (Código Civil), e de sociedade empresária e simples
enquadradas como microempresa ou como empresa de pequeno porte que, durante 3
(três) anos, não tenham exercido atividade econômica de qualquer espécie, conforme
art. 78 da Lei Complementar nº 123, de 2006, e observado o disposto no inciso IX do
caput e no § 4º do art. 152;
VII - na averbação no Registro de Imóveis de obra de construção civil residencial que
seja, cumulativamente, unifamiliar, destinada a uso próprio, do tipo econômico,
executada sem mão-de-obra remunerada e de área total não superior a 70m2 (setenta
metros quadrados) cujo proprietário ou dono da obra seja pessoa física, conforme
disposto no inciso I do art. 370, exceto nas hipóteses dos §§ 5º e 6º do art. 406;

VIII - nos atos relativos à transferência de bens envolvendo a arrematação, a


desapropriação de bens imóveis e móveis de qualquer valor, bem como nas ações de
usucapião de bens móveis ou imóveis nos procedimentos de inventário e partilha
decorrentes de sucessão causa mortis;

IX - na recuperação judicial, a partir da vigência da Lei nº 11.101, de 2005, no período


compreendido entre o deferimento do processamento desta e a aprovação do plano de
recuperação judicial, para que o devedor exerça suas atividades, exceto para a
contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos
fiscais ou creditícios;

X - na alienação de imóvel integrante do patrimônio do grupo de consórcio pela


administradora de consórcios de que trata o art. 5º da Lei nº 11.795, de 8 de outubro de
2008.

XI - no recebimento, pelos Municípios, de transferência de recursos destinados a ações


de assistência social, educação e saúde, e a atendimentos em caso de calamidade
pública. (Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

Parágrafo único. A dispensa de CND ou de CPD-EN nas hipóteses previstas nos incisos
VI e VII não impede que, posteriormente, sejam lançadas ou cobradas as contribuições
previdenciárias e as devidas a outras entidades ou fundos, aplicadas as penalidades
decorrentes da falta de recolhimento ou da prática de outras irregularidades praticadas
pelos empresários, pelas microempresas, pelas empresas de pequeno porte ou por seus
sócios ou administradores, conforme § 3º do art. 78 da Lei Complementar nº 123, de
2006, e observado o disposto no inciso IX do caput e no § 4º do art. 152, ou pelo
responsável pela obra de construção civil.

Seção IV

Da Validade e da Aceitação

Art. 408. O prazo de validade da CND ou da CPD-EN é de 180 (cento e oitenta) dias,
contados da data de sua emissão.

Art. 409. A CND de que trata o caput do art. 405 será emitida pelo sistema
informatizado da RFB, ficando sua aceitação, quando apresentada em meio impresso,
condicionada à verificação da autenticidade e da validade do documento no sítio da
RFB na Internet, no endereço <http://www.receita.fazenda.gov.br.

Seção V

Do Pedido, do Processamento e da Emissão do Relatório de Restrições


Art. 410. As certidões previstas neste Capítulo, exceto a CPD, poderão ser solicitadas
por qualquer pessoa:

I - em qualquer unidade de atendimento da RFB;

II - pela Internet, no endereço <http://www.receita.fazenda.gov.br>.

Parágrafo único. O solicitante deverá fornecer o número de inscrição no CNPJ, no CEI


ou o NIT, no caso de contribuintes individuais, e especificar a finalidade da certidão
requerida nos termos do art. 415.

Art. 411. Após a solicitação da certidão, o sistema informatizado da RFB verificará,


mediante consulta aos dados de todos os estabelecimentos e obras de construção civil da
empresa, se:

I - houve a entrega da GFIP;

II - há divergência entre os valores declarados na GFIP e os efetivamente recolhidos;

III - há débitos que impeçam a emissão da CND ou da CPD-EN.

§ 1º As obras de construção civil encerradas, com CND ou com CPD-EN emitidas, não
serão impeditivas à liberação da CND ou da CPD-EN para o estabelecimento a que
estiverem vinculadas.

§ 2º A RFB poderá estabelecer critérios para a apuração eletrônica de diferenças entre o


valor declarado em GFIP e o efetivamente recolhido em documento de arrecadação,
para fins de emissão das certidões previstas neste Capítulo.

§ 3º Inexistindo restrições, a certidão será expedida eletronicamente pelo sistema


informatizado da RFB, podendo o solicitante imprimi-la via Internet,
independentemente de senha, ou requisitá-la em qualquer unidade de atendimento da
RFB.

§ 4º Na hipótese de emissão de certidão para a finalidade prevista no inciso III do art.


415, a verificação eletrônica de que trata o caput abrangerá todo o período decadencial.

§ 4º Na hipótese de emissão de certidão para a finalidade prevista no inciso III do art.


415, a verificação eletrônica de que trata o caput abrangerá todo o período não-
decadencial. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de
2010)

§ 5º As obras de construção civil executadas por consórcio de empresas com CND ou


com CPD-EN emitidas, nos termos do inciso II do art. 385, ainda que não encerradas no
sistema, não serão impeditivas à liberação da CND ou da CPD-EN para as empresas
consorciadas.

§ 6º Na hipótese de CND da matrícula de obra executada por consórcio, a verificação de


que trata o caput dar-se-á mediante consulta aos dados de cada empresa consorciada,
sendo a certidão da matrícula expedida eletronicamente pelo sistema informatizado da
RFB, caso não conste restrições para nenhuma delas em relação à sua responsabilidade
perante o consórcio.

§ 6º Na hipótese de CND da matrícula de obra executada por empresas em consórcio, a


verificação da regularidade fiscal de que trata o caput abrangerá todas as consorciadas
ou o consórcio, na hipótese de este ser o responsável pela matrícula, sendo a certidão
expedida eletronicamente pelo sistema informatizado da RFB, caso não constem
restrições em nenhum dos CNPJ verificados, em relação à respectiva responsabilidade
perante o consórcio. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de
janeiro de 2012)

Art. 412. Constando restrições, em decorrência da verificação de que trata o art. 411, o
Relatório de Restrições será:

I - obtido no sítio da RFB na Internet, no endereço


<http://www.receita.fazenda.gov.br>, mediante senha de autoatendimento;

II - entregue em qualquer unidade de atendimento da RFB ao representante legal da


empresa, ao responsável pela obra de construção civil ou à pessoa expressamente
autorizada.

Seção VI

Da Análise e da Regularização das Pendências do Relatório de Restrições

Art. 413. O Relatório de Restrições indica os motivos da não emissão imediata da


certidão requerida.

§ 1º As restrições serão liberadas no Sistema Informatizado na Delegacia ou Inspetoria


da Receita Federal da jurisdição do estabelecimento matriz do sujeito passivo, mediante
apresentação da documentação probatória da situação regular da empresa.

§ 2º As restrições deverão ser regularizadas no prazo máximo de 30 (trinta) dias do


processamento do pedido de certidão, após o qual este será automaticamente indeferido
pelo sistema informatizado da RFB.

§ 3º Caso haja restrições em decorrência de crédito inscrito em dívida ativa, deverá ser
efetuada consulta prévia à Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional (PGFN), quanto à
situação desse crédito e quanto à existência ou não de impedimento à liberação da
certidão.

§ 4º Nas situações em que não for possível registrar no sistema informatizado a


comprovação da regularização das pendências apontadas no Relatório de Restrições,
deverá ser arquivado, pelo prazo de 1 (um) ano, o dossiê do pedido de certidão, que
conterá o Relatório de Restrições e os demais documentos que subsidiaram a liberação
da certidão.

§ 5º No caso de obra realizada por empresas em consórcio, contratadas por empreitada


total, as restrições serão liberadas no Sistema Informatizado na Delegacia ou Inspetoria
da Receita Federal da jurisdição do estabelecimento matriz da empresa líder, mediante a
apresentação da documentação probatória da regularidade da situação impeditiva da
emissão da CND ou da CPD-EN, da empresa líder ou das demais empresas
consorciadas, conforme o caso.

§ 5º No caso de obra realizada por empresas em consórcio, contratadas por empreitada


total, as restrições serão liberadas no sistema informatizado na Delegacia ou Inspetoria
da Receita Federal jurisdicionante do estabelecimento matriz da empresa líder ou do
endereço do consórcio, mediante a apresentação da documentação probatória da
regularidade da situação impeditiva da emissão da CND ou da CPD-EN da empresa
líder, das demais empresas consorciadas ou do consórcio, conforme o caso. (Redação
dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

Art. 414. A análise de restrições que exigir exame de escrituração contábil deverá,
obrigatoriamente, ser feita por AFRFB.

Seção VII

Da Emissão da Certidão Negativa de Débito e da Emissão da Certidão Positiva de


Débito com Efeitos de Negativa

Art. 415. A CND será expedida para as seguintes finalidades:

I - averbação de obra de construção civil no Registro de Imóveis;

II - registro ou arquivamento, em órgão próprio, de ato relativo à redução de capital


social, à transferência de controle de cotas de sociedade limitada, à cisão parcial ou
total, à fusão ou incorporação e à transformação de entidade ou de sociedade empresária
ou simples;

III - registro ou arquivamento, em órgão próprio, de ato relativo à:

a) baixa de firma individual, denominada empresário pelo art. 931 da Lei nº 10.406, de
2002 (Código Civil); ou

b) extinção de entidade ou de sociedade empresária ou simples;

IV - quaisquer outras finalidades, especificadas na Lei nº 8.212, de 1991, exceto as


previstas nos incisos I, II e III.

§ 1º Poderá ser emitida CPD-EN para as finalidades de que tratam os incisos I, II e IV


do caput.

§ 2º Não será expedida CND ou CPD-EN para baixa de estabelecimento filial.

Art. 416. A emissão de certidão para as finalidades previstas no inciso III do art. 415,
dependerá de prévia verificação da regularidade do sujeito passivo no Sistema Baixa de
Empresas, disponível no sítio da RFB na Internet, no endereço
<http://www.receita.fazenda.gov.br>.
§ 1º Será indispensável senha para a utilização do Sistema Baixa de Empresas via
Internet.

§ 2º Se a verificação eletrônica apontar restrições, deverá o sujeito passivo comparecer à


Delegacia ou Inspetoria da Receita Federal da jurisdição do estabelecimento matriz com
vistas à sua regularização, observado o disposto no art. 414.

§ 2º Se a verificação eletrônica apontar restrições, deverá o sujeito passivo comparecer a


qualquer unidade de atendimento circunscricionante do estabelecimento centralizador
com vistas à sua regularização, observado o disposto no art. 414. (Redação dada pela
Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

§ 3º O Sistema Baixa de Empresas não poderá ser utilizado quando o sujeito passivo:

I - estiver enquadrado nos códigos FPAS 531, 582, 620, 639, 647, 655, 663, 671, 680,
698, 701, 710, 728, 744, 760, 779, 795, 809, 817, 868, em razão da atividade da
empresa conforme definido no Anexo I;(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº
1.027, de 20 de abril de 2010)

II - possuir média de vínculos empregatícios superior ao definido pela RFB,


considerando-se, para o período desse cálculo, as competências não atingidas pela
decadência;(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

III - tiver contra si processo de falência, de recuperação judicial ou de concordata, ou


estiver em processo de liquidação judicial ou extrajudicial;

IV - estiver sob procedimento fiscal;

V - for identificado por CNPJ ou por matrícula CEI e tiver registro da marca de expurgo
no seu cadastro no sistema da RFB;

VI - tiver estabelecimento filial;(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de


20 de abril de 2010)

VII - tiver obra de construção civil não regularizada perante a RFB.

§ 4º Se o sujeito passivo estiver enquadrado numa das situações previstas no § 3º, a


emissão da certidão a qual se refere o caput, cumprido o disposto no art. 411,
dependerá:

I - nas situações dos incisos I, II e III, de fiscalização prévia, observado o disposto no §


7º;

I - na situação do inciso III, de fiscalização prévia; (Redação dada pela Instrução


Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

II - na situação do inciso IV, da conclusão do procedimento fiscal;

III - na situação do inciso V, da remoção da marca de expurgo pelo próprio servidor da


RFB, após a verificação dos documentos apresentados pelo sujeito passivo;
III - na situação do inciso V, da remoção da marca de expurgo pelo próprio servidor da
unidade de atendimento, após a verificação dos documentos apresentados pelo sujeito
passivo; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

IV - na situação do inciso VI, do encerramento das filiais pela RFB;(Revogado pela


Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

V - na situação do inciso VII, da prévia regularização da obra, na forma do Capítulo VI


do Título IV.

§ 5º Após sanadas as restrições na forma do § 4º, o sujeito passivo poderá utilizar o


Sistema Baixa de Empresas para solicitar a CND para a finalidade prevista no caput,
exceto nas situações previstas nos incisos I, II e III do § 3º.

§ 5º Depois de sanadas as restrições na forma do § 4º, o sujeito passivo poderá utilizar o


Sistema Baixa de Empresas para solicitar a CND para a finalidade prevista no caput,
exceto na situação prevista no inciso III do § 3º.(Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

§ 6º O sujeito passivo poderá, a critério da RFB, incluir ou alterar dados cadastrais da


empresa quando utilizar o Sistema Baixa de Empresas via Internet.

§ 7º Não se aplica o disposto no inciso I do § 4º para a empresa extinta em decorrência


de fusão ou incorporação, desde que enquadrada exclusivamente na restrição prevista no
inciso II do § 3º deste artigo.(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20
de abril de 2010)

Art. 417. A CPD-EN será expedida quando houver débito em nome do sujeito passivo:

I - no âmbito do processo administrativo-fiscal:

a) e for solicitada dentro do prazo regulamentar de defesa, ou, findo este prazo, se o
débito estiver pendente de decisão administrativa em face de apresentação de defesa
tempestiva;

b) e for solicitada dentro do prazo regulamentar para apresentação de recurso ou se o


débito estiver pendente de julgamento por interposição de recurso tempestivo contra
decisão proferida em decorrência de defesa;

II - garantido por depósito integral no valor do débito atualizado, em moeda corrente;

III - em relação ao qual tenha sido efetivada a penhora suficiente garantidora do débito
em curso de execução fiscal;

IV - regularmente parcelado, desde que o sujeito passivo esteja adimplente com o


pagamento das parcelas;

V - com exigibilidade suspensa por determinação judicial;


VI - ajuizado e com embargos opostos, quando o sujeito passivo for órgão da
administração direta da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios ou for
autarquia ou fundação de direito público dessas entidades estatais.

§ 1º No caso de defesa ou de recurso parcial, a parte do débito não contestada deverá


estar quitada, parcelada ou garantida por depósito, na forma do inciso I do art. 260 do
RPS.

§ 2º Na hipótese de obra realizada por empresas em consórcio, contratadas por


empreitada total, ressalvado o disposto no art. 385, aplica-se o disposto neste artigo
quando houver débito em qualquer uma das empresas consorciadas relativo às suas
obrigações assumidas em contrato.

§ 2º Na hipótese de obra realizada por empresas em consórcio, contratadas por


empreitada total, ressalvado o disposto no art. 385, aplica-se o disposto neste artigo
quando houver débito, relativo às obrigações assumidas em contrato, de qualquer das
empresas consorciadas ou do consórcio, quando este for o responsável pela matrícula.
(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

Art. 418. A entrega da CND ou da CPD-EN expedida por unidade da RFB competente
independe de apresentação de procuração emitida pelo sujeito passivo.

Art. 419. A certidão emitida para empresa, cujo identificador seja o CNPJ, será válida
para todos os seus estabelecimentos, matriz e filiais, exceto para as obras de construção
civil, e será expedida exclusivamente com a identificação do CNPJ da matriz.

Art. 420. A CND ou a CPD-EN será emitida no prazo previsto no art. 442.

Seção VIII

Da Certidão Positiva de Débito

Art. 421. Será expedida CPD, mediante solicitação do sujeito passivo, se constatadas as
situações impeditivas à emissão de CND ou de CPD-EN e não regularizadas no prazo
previsto no § 2º do art. 413.

Art. 422. A CPD será emitida em uma única via e será identificada com o número do
pedido a que corresponder, sendo ela entregue ao representante legal da empresa ou do
consórcio de empresas ou às pessoas por eles autorizadas.

Parágrafo único. A CPD será emitida pela unidade da RFB da jurisdição do


estabelecimento matriz da empresa e, na hipótese de consórcio de empresas, da
jurisdição do estabelecimento matriz da empresa líder.

Parágrafo único. A CPD será emitida pela unidade da RFB jurisdicionante do


estabelecimento matriz da empresa ou, na hipótese de consórcio de empresas, do
estabelecimento matriz da empresa líder ou do endereço do consórcio. (Redação dada
pela Instrução Normativa RFB nº 1.238, de 11 de janeiro de 2012)

Seção IX
Da Certidão Negativa de Débito e da Certidão Positiva de Débito com Efeitos de
Negativa para Obra de Construção Civil

Art. 423. A CND ou a CPD-EN, cuja finalidade seja averbação de edificação no


Registro de Imóveis, será expedida após a regularização da obra na forma prevista no
Capítulo VI do Título IV, nela constando a área e a descrição da edificação.

Art. 424. A CND ou a CPD-EN, quando solicitada para matrícula CEI de obra de
construção civil não passível de averbação no Registro de Imóveis, será expedida para
quaisquer finalidades, conforme inciso IV do art. 415.

Art. 425. Para a expedição da CND ou da CPD-EN de obra de construção civil de


responsabilidade de pessoa jurídica ficam dispensadas a verificação da situação de
regularidade de todos os estabelecimentos da requerente e a verificação da situação de
regularidade de outras obras a ela vinculadas.

Seção X

Da Expedição de Certidão por Força de Decisão Judicial

Art. 426. No caso de decisão judicial, em favor do sujeito passivo, que determine a
expedição de CND ou de CPD-EN, a RFB dará imediato cumprimento à determinação
judicial, expedindo a CND ou a CPD-EN, para a finalidade referida na decisão.

§ 1º Na CPD-EN liberada mediante decisão judicial serão informados todos os débitos


do sujeito passivo, estando os mesmos com exigibilidade suspensa ou não.

§ 2º A emissão de nova certidão, por força da mesma decisão judicial, ficará


condicionada à consulta e orientação prévias da PGFN.

Art. 427. Após a expedição da CND ou da CPD-EN, na forma do art. 426, a unidade da
RFB deverá comunicar o fato à PGFN, no prazo de 24 (vinte e quatro) horas,
encaminhando cópias da certidão e da decisão judicial e prestando informação sobre a
situação dos débitos existentes.

Art. 428. Se a decisão judicial for proveniente de mandado de segurança preventivo, em


que não houve a emissão da CPD, a unidade da RFB deverá encaminhar à PGFN, além
dos documentos referidos no § 1º do art. 426, relatório sucinto da situação da empresa.

Art. 429. Cassada ou reformada a decisão judicial que determinou a emissão da


certidão, esta será cancelada no sistema informatizado da RFB, a partir das datas
definidas no inciso I do art. 439.

Seção XI

Da Certidão Positiva de Débito com Efeitos de Negativa para Empresa Optante


pelo Refis
Art. 430. Será emitida a CPD-EN para empresa optante pelo Programa de Recuperação
Fiscal (Refis) que estiver com sua situação regular perante esse programa e atendido ao
disposto nos incisos I, II e III do art. 411.

Art. 431. Para os fins do art. 430, deverá ser apresentado número da conta Refis para a
verificação da regularidade da empresa no programa, no sítio da RFB na Internet, no
endereço <http://www.receita.fazenda.gov.br>.

Seção XII

Da Interveniência

Art. 432. A RFB poderá intervir em instrumento que dependa de prova de regularidade
de situação do contribuinte, desde que fique assegurada a regularização do débito
impeditivo, na forma do art. 433.

Parágrafo único. Não será emitida qualquer certidão para fins de interveniência.

Art. 433. A interveniência será aceita, desde que:

I - o débito seja totalmente pago, no ato;

II - haja vinculação das parcelas do preço do bem ou dos serviços a serem negociados a
prazo às parcelas do saldo do débito, observado o disposto no art. 434;

III - o débito seja amortizado até o valor do crédito liberado, inclusive o crédito
decorrente de incentivos fiscais.

Art. 434. Na hipótese prevista no inciso II do art. 433, o débito remanescente será
formalizado por parcelamento, observado o disposto na Lei nº 10.522, de 19 de julho de
2002.

Art. 435. Caso haja a participação de instituição financeira, para a interveniência, o


sujeito passivo deverá comprovar que autorizou a instituição financeira e que esta
recebeu, em caráter irrevogável, a autorização para debitar na conta corrente do sujeito
passivo o valor total das contribuições devidas à Previdência Social e às outras
entidades ou fundos, com a discriminação do número do débito, das competências a
recolher e dos respectivos valores.

Parágrafo único. As informações necessárias para o débito em conta corrente do sujeito


passivo e para o respectivo recolhimento das contribuições devidas, por meio de
documento de arrecadação previdenciária, serão prestadas à instituição financeira
interveniente, quando for o caso, pelo CAC ou ARF da jurisdição do estabelecimento
matriz do sujeito passivo.

Art. 436. Tratando-se de alienação de bem, cujo valor obtido com a transação seja igual
ou superior ao valor do débito, a PGFN poderá autorizar a lavratura do respectivo
instrumento, desde que fique assegurado, no próprio instrumento lavrado, que o valor
total obtido com a transação, ou o que for necessário, com preferência a qualquer outra
destinação, seja utilizado para amortização do débito.
Art. 437. Nos casos em que a interveniência seja efetuada para alienação de bem do
ativo das empresas em regime de liquidação extrajudicial, visando à obtenção de
recursos necessários ao pagamento dos credores, a PGFN poderá autorizar a lavratura
do respectivo instrumento, independentemente da regularização do débito impeditivo na
forma do art. 433, desde que o valor do débito conste regularmente do quadro geral dos
credores, observada a ordem de preferência legal, ressalvado o direito de a PGFN
verificar a totalidade dos débitos e o de promover as impugnações ou as habilitações
retardatárias, se necessárias.

Art. 438. A interveniência será efetivada pelo titular da unidade da RFB competente, do
estabelecimento matriz da empresa, com anuência da PGFN.

Seção XIII

Do Cancelamento de Certidão Negativa de Débito ou de Certidão Positiva de


Débito com Efeitos de Negativa

Art. 439. A CND ou a CPD-EN será cancelada a partir da data:

I - especificada na decisão judicial ou, na ausência desta, a partir da data da publicação


da decisão que cassou ou reformou a determinação de sua expedição;

II - da emissão da certidão, na hipótese de ter sido esta efetuada mediante liberação


indevida no sistema;

III - do conhecimento do fato, na hipótese de ter havido liberação de CND por erro do
sistema ou por erro involuntário do responsável pela liberação e emissão de CND com
erro de cadastro;

IV - da emissão da certidão, na hipótese de ter sido esta emitida com a finalidade de


baixa de empresa e esta tenha continuado em atividade após a data da emissão.

§ 1º Do cancelamento, nas situações previstas nos incisos I e II do caput, deverá ser


dada publicidade mediante portaria publicada no Diário Oficial da União, ainda que este
se dê após o período de validade da CND.

§ 2º Entende-se por liberação indevida de CND e CPD-EN, aquela efetuada mediante


dolo, coação, simulação ou fraude.

Seção XIV

Das Disposições Especiais

Art. 440. Fica dispensada a guarda da certidão, cuja autenticidade tenha sido
confirmada via Internet ou mediante ofício da RFB, bastando que constem o número e a
data de sua emissão no instrumento público ou privado.

Art. 441. O pedido de certidão efetuado com erro de finalidade ou de dados cadastrais
será indeferido.
Art. 442. A CND ou a CPD-EN será sempre expedida nos termos em que tenha sido
requerida e, por disposição expressa no parágrafo único do art. 205 da Lei nº 5.172, de
1966 (CTN), será fornecida dentro de 10 (dez) dias da data da entrada do pedido.

Parágrafo único. Caso haja restrições para a emissão da certidão requerida, o prazo de
10 (dez) dias será contado a partir da data da regularização dos fatos impeditivos
apontados no relatório de restrições de que trata o art. 412.

CAPÍTULO III

DA DECADÊNCIA E da PRESCRIÇÃO

Art. 443. A extinção do direito de a RFB apurar e constituir os créditos tributários, bem
como o prazo de prescrição da ação para cobrança desses créditos obedecerão ao
disposto no CTN.

Art. 444. Na constatação da ocorrência de dolo, fraude ou simulação, a RFB pode, a


qualquer tempo, apurar e constituir os créditos da Previdência Social.

Art. 444. Na constatação da ocorrência de dolo, fraude ou simulação, aplica-se na


constituição do crédito o disposto no inciso I do art. 173 do CTN. (Redação dada pela
Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

Art. 445. As contribuições devidas a outras entidades ou fundos sujeitam-se aos


mesmos prazos, condições e sanções, e gozam dos mesmos privilégios das
contribuições sociais devidas à Previdência Social.

TÍTULO VI

DAS ATIVIDADES FISCAIS

CAPÍTULO ÚNICO

DOS PROCEDIMENTOS ESPECIAIS

Seção Única

Da Aferição Indireta

Art. 446. Aferição indireta é o procedimento de que dispõe a RFB para apuração
indireta da base de cálculo das contribuições sociais.

Art. 447. A aferição indireta será utilizada, se:

I - no exame da escrituração contábil ou de qualquer outro documento do sujeito


passivo, a fiscalização constatar que a contabilidade não registra o movimento real da
remuneração dos segurados a seu serviço, da receita, ou do faturamento e do lucro;

II - a empresa, o empregador doméstico, ou o segurado recusar-se a apresentar qualquer


documento, ou sonegar informação, ou apresentá-los deficientemente;
III - faltar prova regular e formalizada do montante dos salários pagos pela execução de
obra de construção civil;

IV - as informações prestadas ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo não


merecerem fé em face de outras informações, ou outros documentos de que disponha a
fiscalização, como por exemplo:

a) omissão de receita ou de faturamento verificada por intermédio de subsídio à


fiscalização;

b) dados coletados na Justiça do Trabalho, Delegacia Regional do Trabalho, ou em


outros órgãos, em confronto com a escrituração contábil, livro de registro de
empregados ou outros elementos em poder do sujeito passivo;

c) constatação da impossibilidade de execução do serviço contratado, tendo em vista o


número de segurados constantes em GFIP ou folha de pagamento específicas, mediante
confronto desses documentos com as respectivas notas fiscais, faturas, recibos ou
contratos.

§ 1º Considera-se deficiente o documento apresentado ou a informação prestada que não


preencha as formalidades legais, bem como aquele documento que contenha informação
diversa da realidade ou, ainda, que omita informação verdadeira.

§ 2º Para fins do disposto no inciso III do caput, considera-se prova regular e


formalizada a escrituração contábil em livro Diário e Razão, conforme disposto no § 13
do art. 225 do RPS e no inciso IV do art. 47 desta Instrução Normativa.

§ 3º No caso de apuração, por aferição indireta, das contribuições efetivamente devidas,


caberá à empresa, ao segurado, proprietário, dono da obra, condômino da unidade
imobiliária ou empresa corresponsável o ônus da prova em contrário.

§ 4º Aplicam-se às contribuições de que tratam os arts. 2º e 3º da Lei nº 11.457, de


2007, as presunções legais de omissão de receita previstas nos §§ 2º e 3º do art. 12 do
Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro de 1977, e nos arts. 40, 41 e 42 da Lei nº
9.430, de 27 de dezembro de 1996.

Art. 448. Na aferição indireta da remuneração paga pela execução de obra, ou serviço
de construção civil, observar-se-ão as regras estabelecidas nos termos dos arts. 336, 337,
450, 451, 454 e 455 ou nos termos do Capítulo IV do Título IV.

Art. 449. No cálculo da contribuição social previdenciária do segurado empregado


incidente sobre a remuneração da mão-de-obra indiretamente aferida, aplica-se a
alíquota mínima, sem limite e, para os fatos geradores ocorridos até 31 de dezembro de
2007, sem compensação da CPMF.

Subseção Única

Da Aferição Indireta da Remuneração da Mão-de-Obra com Base na Nota Fiscal,


na Fatura ou no Recibo de Prestação de Serviços
Art. 450. Para fins de aferição, a remuneração da mão-de-obra utilizada na prestação de
serviços por empresa corresponde, no mínimo, ao percentual de:

I - 40% (quarenta por cento) do valor dos serviços constantes da nota fiscal, da fatura ou
do recibo de prestação de serviços;

II - 50% (cinquenta por cento) do valor dos serviços constantes da nota fiscal, da fatura
ou do recibo, no caso de trabalho temporário.

Parágrafo único. Nos serviços de limpeza, de transporte de cargas e de passageiros e nos


de construção civil, que envolvam utilização de equipamentos, a remuneração da mão-
de-obra utilizada na execução dos serviços não poderá ser inferior aos respectivos
percentuais previstos nos arts. 452, 453 e 455.

Art. 451. Caso haja previsão contratual de fornecimento de material ou de utilização de


equipamento próprio ou de terceiros, exceto os equipamentos manuais, para a execução
dos serviços, se os valores de material ou equipamento estiverem estabelecidos no
contrato, ainda que não discriminados na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação
de serviços, o valor da remuneração da mão-de-obra utilizada na prestação de serviços
será apurado na forma do art. 450.

§ 1º Caso haja previsão contratual de fornecimento de material ou de utilização de


equipamento próprio ou de terceiros, exceto os equipamentos manuais, e os valores de
material ou de utilização de equipamento não estiverem estabelecidos no contrato, nem
discriminados na nota fiscal, na fatura ou no recibo de prestação de serviços, o valor do
serviço corresponde, no mínimo, a 50% (cinquenta por cento) do valor bruto da nota
fiscal, fatura ou recibo, aplicando-se para fins de aferição da remuneração da mão-de-
obra utilizada o disposto no art. 450.

§ 2º Caso haja discriminação de valores de material ou de utilização de equipamento na


nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, mas não existindo previsão
contratual de seu fornecimento, o valor dos serviços será o valor bruto da nota fiscal, da
fatura ou do recibo, aplicando-se, para fins de aferição da remuneração da mão-de-obra,
o disposto no art. 450.

§ 3º Se a utilização de equipamento for inerente à execução dos serviços contratados,


ainda que não esteja previsto em contrato, o valor do serviço corresponderá a 50%
(cinquenta por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação
de serviços, aplicando-se, para fins de aferição da remuneração da mão-de-obra
utilizada na prestação de serviços, o disposto no art. 450 e observado, no caso da
construção civil, o disposto no art. 455.

§ 4º A remuneração nos serviços de transporte de cargas e de passageiros será aferida na


forma prevista no art. 453.

Art. 452. Nos serviços de limpeza em que houver a previsão de fornecimento de


material e de utilização de equipamento, próprio ou de terceiros, exceto os
equipamentos manuais, se os valores estiverem estabelecidos no contrato, ainda que não
discriminados na respectiva nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de serviços, o
valor da remuneração da mão-de-obra não poderá ser inferior a:
I - 26% (vinte e seis por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de
prestação de serviços, na limpeza hospitalar;

II - 32% (trinta e dois por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de
prestação de serviços, nos demais serviços de limpeza.

Art. 453. Na operação de transporte de cargas ou de passageiros, o valor da


remuneração da mão-de-obra utilizada na prestação de serviços não poderá ser inferior a
20% (vinte por cento) do valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação
de serviços, observado, quanto ao transporte de cargas, o disposto no inciso V do art.
149.

Art. 454. O valor do material fornecido ao contratante, bem como o valor da locação do
equipamento de terceiros utilizado no serviço, discriminado na nota fiscal, na fatura ou
no recibo de prestação de serviços, não poderá ser superior ao valor de aquisição ou de
locação, respectivamente.

Parágrafo único. A empresa deverá, quando exigido pela fiscalização da RFB,


comprovar a veracidade dos valores dos materiais utilizados na prestação de serviços,
mediante apresentação dos documentos fiscais de aquisição dos materiais.

Art. 455. Na prestação dos serviços de construção civil abaixo relacionados, havendo
ou não previsão contratual de utilização de equipamento próprio ou de terceiros, o valor
da remuneração da mão-de-obra utilizada na execução dos serviços não poderá ser
inferior ao percentual, respectivamente estabelecido para cada um desses serviços,
aplicado sobre o valor bruto da nota fiscal, da fatura ou do recibo de prestação de
serviços:

I - pavimentação asfáltica: 4% (quatro por cento);

II - terraplenagem, aterro sanitário e dragagem: 6% (seis por cento);

III - obras de arte (pontes ou viadutos): 18% (dezoito por cento);

IV - drenagem: 20% (vinte por cento);

V - demais serviços realizados com a utilização de equipamentos, exceto manuais,


desde que inerentes à prestação dos serviços: 14% (quatorze por cento).

Parágrafo único. Quando na mesma nota fiscal, fatura ou recibo de prestação de


serviços constar a execução de mais de um dos serviços relacionados nos incisos do
caput, e não houver discriminação individual do valor de cada serviço, deverá ser
aplicado o percentual correspondente a cada tipo de serviço conforme disposto em
contrato, ou o percentual maior, se o contrato não permitir identificar o valor de cada
serviço.

TÍTULO VII

DA CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO FISCAL


CAPÍTULO I

DAS FORMAS DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO

Art. 456. O crédito tributário relativo às contribuições de que tratam os arts. 2º e 3º da


Lei nº 11.457, de 2007, será constituído nas seguintes formas:

I - por meio de lançamento por homologação expressa ou tácita, quando o sujeito


passivo antecipar o recolhimento da importância devida, nos termos da legislação
aplicável;

II - por meio de confissão de dívida tributária, quando o sujeito passivo:

a) apresentar a GFIP e não efetuar o pagamento integral do valor confessado;

b) reconhecer espontaneamente a obrigação tributária;

III - de ofício, quando for constatada a falta de recolhimento de qualquer contribuição


ou de outra importância devida nos termos da legislação aplicável, bem como quando
houver o descumprimento de obrigação acessória.

Parágrafo único. Em relação ao crédito tributário de que trata o caput, os documentos


comprobatórios do cumprimento das obrigações devem ficar arquivados na empresa até
que ocorra a prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se refiram.

Art. 457. Para fins de constituição do crédito previdenciário, quando constatado, em


procedimento fiscal, o recolhimento parcial das contribuições sociais relacionadas ao
mesmo código de classificação FPAS, de acordo com o Anexo I, mediante utilização de
documento de arrecadação, o crédito decorrente do recolhimento parcial será
apropriado, prioritariamente, aos valores devidos declarados em GFIP e, restando ainda
saldo, a diferença será apropriada na seguinte ordem:

I - oriundos da folha de pagamento reconhecidos pelo sujeito passivo;

II - oriundos da folha de pagamento não reconhecidos pelo sujeito passivo;

III - oriundos da contabilidade.

§ 1º Quando o valor devido pelo sujeito passivo, referente à parcela da contribuição


descontada do segurado ou de outros contribuintes, for igual ou inferior ao recolhimento
parcial efetuado, considerar-se-á satisfeita a obrigação decorrente daquela
responsabilidade.

§ 2º Quando o valor devido pelo sujeito passivo, referente à parcela de que trata o § 1º,
for superior ao recolhimento parcial efetuado, a diferença constituirá o débito decorrente
da responsabilidade sobre as contribuições descontadas.

Art. 457.Constatado recolhimento parcial de crédito constituído na forma do art. 456,


inclusive de crédito objeto de contencioso administrativo sem o documento
discriminativo do débito, observar-se-á, na apropriação do pagamento, a seguinte
ordem: (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de
2010)

I - valores declarados em GFIP;

II - lançados com base na folha de pagamento e reconhecidos pelo sujeito passivo;

III - lançados com base na folha de pagamento, mas não reconhecidos pelo sujeito
passivo;

IV - lançados com base na contabilidade.

§ 1º Se o valor parcial recolhido for igual ou superior às contribuições retidas ou


descontadas de segurados, considerar-se-á cumprida a obrigação decorrente daquela
responsabilidade.

§ 2º Se o valor parcial recolhido for inferior às contribuições retidas ou descontadas de


segurados, a diferença constituirá débito decorrente daquela responsabilidade.

§ 3º Na hipótese do § 2º, deverá ser emitida a RFFP, pela configuração, em tese, do


crime contra a Previdência Social previsto no art. 168-A do Código Penal, introduzido
pela Lei nº 9.983, de 2000.

§ 4º A apropriação de que trata este artigo aplica-se, somente, aos recolhimentos feitos
por GPS.
§ 5º A apropriação de valores recolhidos por GRPS (até 23 de julho de 1999) será feita
na ordem dos respectivos campos, observado, quanto ao campo "empresa", a prioridade
das contribuições previdenciárias em relação às destinadas ao custeio de benefícios
concedidos em razão do GILRAT.

Art. 458. Para fins do contencioso relativo aos fatos geradores ocorridos até 31 de
dezembro de 1998, quando constatado o recolhimento parcial das contribuições sociais
relacionadas ao mesmo código de classificação FPAS, de acordo com o Anexo I, não
havendo demonstrativo dos valores pagos, o crédito referente ao recolhimento parcial
será apropriado, na seguinte ordem: (Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.071,
de 15 de setembro de 2010)

I - oriundos da folha de pagamento reconhecidos pelo sujeito passivo;

II - oriundos da folha de pagamento não reconhecidos pelo sujeito passivo;

III - oriundos da contabilidade.

Art. 459. A apropriação de créditos prevista nos §§ 1º e 2º do art. 457 aplica-se somente
nos recolhimentos efetuados por meio de GPS.

§ 1º Os recolhimentos efetuados por meio de GRPS, até 23 de julho de 1999, serão


apropriados conforme a especificação de cada campo. (Revogado pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)
§ 2º Em relação ao campo "Empresa", serão apropriadas primeiramente as contribuições
devidas ao FPAS, e, em seguida, a contribuição destinada ao custeio dos benefícios
pagos em razão da incapacidade laborativa decorrente dos riscos ambientais do trabalho
(GILRAT). (Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de
2010)

CAPÍTULO II

DOS DOCUMENTOS DE CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO

Art. 460. São documentos de constituição do crédito tributário relativo às contribuições


de que trata esta Instrução Normativa:

I - Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e Informações à


Previdência Social (GFIP), é o documento declaratório da obrigação, caracterizado
como instrumento hábil e suficiente para a exigência do crédito tributário;

II - Lançamento do Débito Confessado (LDC), é o documento por meio do qual o


sujeito passivo confessa os débitos que verifica;

III - Auto de Infração (AI), é o documento constitutivo de crédito, inclusive relativo à


multa aplicada em decorrência do descumprimento de obrigação acessória, lavrado por
AFRFB e apurado mediante procedimento de fiscalização;

IV – Notificação de Lançamento (NL), é o documento constitutivo de crédito expedido


pelo órgão da Administração Tributária;

V - Débito Confessado em GFIP (DCG), é o documento que registra o débito decorrente


de divergência entre os valores recolhidos em documento de arrecadação previdenciária
e os declarados em GFIP; e

VI - Lançamento de Débito Confessado em GFIP (LDCG), é o documento que registra


o débito decorrente de ratificação espontânea e expressa do sujeito passivo referente aos
valores confessados na GFIP, não recolhidos nem incluídos em DCG.(Revogado pela
Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

Seção I

Da Constituição do Crédito Tributário Mediante Confissão de Dívida (DCG e


LDCG)

Da Constituição do Crédito Tributário Mediante Confissão de Dívida (DCG)


(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

Art. 461. O sistema informatizado da RFB, ao constatar débito decorrente de


divergência entre os valores recolhidos em documento de arrecadação previdenciária e
os declarados em GFIP, poderá registrar este débito em documento próprio,
denominado Débito Confessado em GFIP (DCG), o qual dará início à cobrança
automática independente da instauração de procedimento fiscal ou notificação ao sujeito
passivo.
§ 1º É facultado à RFB, antes da emissão do DCG, intimar o sujeito passivo a
regularizar as divergências apuradas na forma do caput.

§ 2º A intimação prevista no § 1º será encaminhada ao sujeito passivo, a critério da


RFB, por via postal, com ou sem Aviso de Recebimento, ou por meio eletrônico, e
conterá:

I - o prazo para regularização;

II - o endereço eletrônico para acesso aos relatórios com detalhamento dos valores
apurados e obtenção de instruções para regularização da situação; e

III - o endereço da unidade da RFB onde o sujeito passivo poderá comparecer, caso
manifeste interesse em obter informações adicionais.

§ 3º O DCG será emitido caso as divergências, contidas na intimação de que trata o § 1º,
não sejam regularizadas no prazo previsto no documento.

§ 4º Considera-se constituído o crédito tributário apurado nos termos do caput a partir


do momento da declaração da obrigação tributária, mediante a entrega da GFIP,
independentemente da emissão do DCG.

§ 5º O DCG dispensa o contencioso administrativo e será encaminhado à PGFN, para


fins de inscrição na Dívida Ativa e cobrança judicial, caso não seja regularizado no
prazo nele previsto.

Art. 462. Quando o sujeito passivo, ou seu mandatário, espontânea e expressamente,


ratificar os valores confessados na GFIP e não recolhidos, o crédito previdenciário
poderá, desde que não tenha sido emitido o DCG, ser cobrado por meio do documento
eletrônico denominado "Lançamento de Débito Confessado em GFIP
(LDCG)".(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

Parágrafo único. Caso a obrigação tributária incluída no LDCG não seja quitada nem
parcelada no prazo de 30 (trinta) dias, bem como no caso de rescisão de parcelamento, o
processo administrativo de lançamento, instruído com seus relatórios anexos e
comprovante de entrega da correspondência que comunica ao sujeito passivo a sujeição
de inclusão no Cadastro Informativo de Créditos Não-Quitados do Setor Público
Federal (Cadin), será encaminhado à PGFN, para fins de inscrição do crédito tributário
em dívida ativa e cobrança.(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de
abril de 2010)

Subseção Única

Da Alteração das Informações Prestadas em GFIP Referentes a Competências


Incluídas no DCG ou no LDCG

Subseção Única
Da Alteração das Informações Prestadas em GFIP Referentes a Competências
Incluídas no DCG
(Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

Art. 463. A alteração nas informações prestadas em GFIP será formalizada mediante a
apresentação de GFIP retificadora, elaborada com a observância das normas constantes
do Manual da GFIP.

§ 1º A GFIP retificadora que apresentar valor devido inferior ao anteriormente


declarado e que se referir a competências incluídas em DCG ou LDCG somente será
processada no caso de comprovação de erro no preenchimento da GFIP a ser retificada.

§ 1º A GFIP retificadora que apresentar valor devido inferior ao anteriormente


declarado, e que se referir a competências incluídas em DCG, somente será processada
no caso de comprovação de erro no preenchimento da GFIP a ser retificada. (Redação
dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

§ 2º Para fins do disposto no § 1º, o contribuinte deverá solicitar o processamento da


GFIP retificadora por meio de requerimento administrativo, que deverá fazer referência
ao número de controle desta GFIP.

§ 3º O requerimento previsto no § 2º será analisado pela RFB, observado o disposto no


art. 465.

§ 4º O processamento da GFIP retificadora de que trata o § 1º implicará a confrontação


dos novos valores confessados com os recolhimentos feitos, podendo resultar, se for o
caso, em retificação dos LDCG e dos DCG.

§ 4º O processamento da GFIP retificadora de que trata o § 1º implicará a confrontação


dos novos valores confessados com os recolhimentos feitos, podendo resultar, se for o
caso, em retificação dos DCG. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027,
de 20 de abril de 2010)

§ 5º A retificação não produzirá efeitos tributários quando tiver por objeto alterar os
débitos em relação aos quais o sujeito passivo tenha sido intimado do início de
procedimento fiscal, salvo no caso de ocorrência de recolhimento anterior ao início
desse procedimento:

I - quando não houve entrega de GFIP, hipótese em que o sujeito passivo poderá
apresentar GFIP, em atendimento a intimação fiscal e nos termos desta, para sanar erro
de fato, sem prejuízo das penalidades cabíveis;

II - em valor superior ao declarado, hipótese em que o sujeito passivo poderá apresentar


GFIP retificadora, em atendimento a intimação fiscal e nos termos desta, para sanar erro
de fato, sem prejuízo das penalidades cabíveis.

Seção II

Do Lançamento de Débito Confessado (LDC)


Art. 464. O LDC é o documento constitutivo de crédito relativo às contribuições de que
tratam os arts. 2º e 3º da Lei nº 11.457, de 2007, não declaradas em GFIP, decorrente de
confissão de dívida pelo sujeito passivo.

§ 1º O LDC será emitido quando o sujeito passivo comparecer na unidade da RFB de


sua jurisdição para, espontaneamente, reconhecer contribuições devidas.

§ 2º O LDC será assinado pelo representante legal, mandatário ou preposto do sujeito


passivo.

§ 3º Caso a obrigação tributária não seja quitada nem parcelada no prazo de 30 (trinta)
dias, contados da assinatura do LDC, bem como no caso de rescisão de parcelamento, o
processo administrativo será encaminhado à PGFN, para fins de inscrição do crédito
tributário em dívida ativa e cobrança, juntamente com cópia da comunicação ao sujeito
passivo sobre sua inclusão no Cadin.

Art. 465. Nos casos de confissão de dívida, não se aplica o contencioso administrativo.

Art. 466. Em se tratando de serviços notariais e de registro, o LDC será lavrado em


nome do titular do serviço ou do substituto designado pela autoridade competente para
responder pelo expediente na hipótese de extinção da delegação, por meio de matrícula
CEI atribuída de ofício pelo AFRFB.

Seção III

Do Auto de Infração ou Notificação de Lançamento pelo Descumprimento de


Obrigação Principal ou Acessória

Art. 467. Será lavrado Auto de Infração ou Notificação de Lançamento para constituir o
crédito relativo às contribuições de que tratam os arts. 2º e 3º da Lei nº 11.457, de 2007.

Art. 468. A autoridade administrativa competente para a lavratura do Auto de Infração


pelo descumprimento de obrigação principal ou acessória, nos termos dos arts. 142 e
196 da Lei nº 5.172, de 1966 (CTN), e art. 6º da Lei nº 10.593, de 6 de dezembro de
2002, é o AFRFB que presidir e executar o procedimento fiscal.

Parágrafo único. Considera-se procedimento fiscal quaisquer das espécies elencadas no


art. 7º e seguintes do Decreto nº 70.235, de 1972, observadas as normas específicas da
RFB.

Seção IV

Do Auto de Infração

Art. 469. O titular de serviço notarial e de registro é pessoalmente responsável pela


infração a obrigação acessória prevista na legislação previdenciária, em nome do qual
será lavrado o documento de constituição do crédito tributário, por meio de matrícula
CEI atribuída de ofício.
Art. 470. O síndico ou o administrador judicial, o comissário ou o liquidante de
empresa que esteja em falência, em recuperação judicial, em concordata ou em
liquidação judicial ou extrajudicial, será autuado sempre que, relativamente aos
documentos ou às informações que estejam sob a sua guarda, se recusar a apresentá-los,
sonegá-los ou apresentá-los deficientemente, identificando-se o regime especial em que
se encontra a empresa no relatório fiscal.

Parágrafo único. As pessoas referidas no caput serão responsabilizadas pelos atos


infracionais praticados durante o período de administração da falência, da recuperação
judicial, da concordata ou da liquidação.

Art. 471. O inventariante será autuado sempre que ocorrer a hipótese prevista no art.
470, bem como pelos atos infracionais praticados durante o período da administração do
espólio em relação ao período de gestão do inventariante.

Art. 472. Caso haja denúncia espontânea da infração, não cabe a lavratura de Auto de
Infração para aplicação de penalidade pelo descumprimento de obrigação acessória.

Parágrafo único. Considera-se denúncia espontânea o procedimento adotado pelo


infrator que regularize a situação que tenha configurado a infração, antes do início de
qualquer ação fiscal relacionada com a infração, dispensada a comunicação da correção
da falta à RFB.

Art. 473. Nas situações abaixo, configura uma ocorrência:

I - cada segurado empregado não inscrito, com exercício de atividade após 6 de março
de 1997, independentemente da data de admissão no trabalho;

I - cada segurado não inscrito, independentemente da data de contratação do empregado


ou do contribuinte individual; (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.238,
de 11 de janeiro de 2012)

II - cada PPP não emitido para trabalhador exposto aos agentes nocivos, ou não
atualizado;

III - cada CND não exigida, nos casos previstos em lei;

IV - cada obra de construção civil não matriculada no CEI no prazo estabelecido em lei.

Parágrafo único. O termo ocorrência citado no caput significa infrações isoladas que,
por economia processual, poderão integrar um único Auto de Infração ou Notificação de
Lançamento.

Art. 474. Nas situações abaixo, cada competência em que seja constatado o
descumprimento da obrigação, independentemente do número de documentos não
entregues na competência, é considerada como uma ocorrência:

I - GFIP ou GRFP não entregue na rede bancária, a partir da competência janeiro de


1999;
II - GFIP ou GRFP entregue com dados não correspondentes aos fatos geradores de
todas as contribuições sociais.

Parágrafo único. A GFIP tratada nos incisos I e II do caput deve ser considerada como
um documento único, independentemente da quantidade de documentos entregues nos
termos do Manual da GFIP, e ainda que se refiram a estabelecimentos distintos, sendo
que:

I - caso haja informação a ser prestada, a entrega de qualquer GFIP, inclusive a sem
movimento, descaracteriza, exclusivamente para a competência a que se refere, a
infração prevista no inciso I do caput, devendo, nos casos em que haja omissão de fatos
geradores, ser caracterizada a infração prevista no inciso II do caput;

II - caso não haja informação a ser prestada, a entrega da GFIP sem movimento tem
validade para a competência a que se refere e para as seguintes, até a competência
imediatamente anterior àquela na qual tenha ocorrido fato gerador de contribuições
previdenciárias.

Subseção I

Das Multas

Art. 475. Por infração a qualquer dispositivo da Lei nº 8.212, de 1991, exceto no que se
refere aos prazos de recolhimento de contribuições, da Lei nº 8.213, de 1991 e da Lei nº
10.666, de 2003, fica o responsável sujeito a multa variável, conforme a gravidade da
infração, limitada a um valor mínimo e um valor máximo previstos no RPS e
atualizados mediante Portaria Interministerial, aplicada da seguinte forma:

I - a partir do valor mínimo, limitada ao valor máximo estabelecido em Portaria


Interministerial, para as infrações previstas no inciso I do art. 283 do RPS;

II - a partir de 1/10 (um décimo) do valor máximo estabelecido em Portaria


Interministerial, ao qual se limita, para as infrações previstas no inciso II do art. 283 do
RPS;

III - no valor mínimo, por segurado não inscrito, para a infração prevista no § 2º do art.
283 do RPS;

IV - no valor mínimo, para as infrações para as quais não haja penalidade


expressamente cominada, conforme o § 3º do art. 283 do RPS;

V - à empresa que estiver em débito não garantido com a União, no valor de 50%
(cinquenta por cento) das quantias distribuídas ou pagas a título de quaisquer
bonificações ou participação nos lucros, conforme disposto no art. 32 da Lei nº 4.357,
de 16 de julho de 1964;

VI - aos diretores e demais membros da administração superior, no valor de 50%


(cinquenta por cento) das importâncias de que trata o inciso V, recebidas indevidamente
da empresa que estiver em débito não garantido com a União, conforme disposto no art.
32 da Lei nº 4.357, de 16 de julho de 1964.
§ 1º As multas referidas nos incisos V e VI do caput ficam limitadas, respectivamente, a
50% (cinquenta por cento) do valor total do débito não garantido da empresa.

§ 2º Consideram-se débitos, para fins das multas previstas nos incisos V e VI do caput,
desde que não estejam com a exigibilidade suspensa, a NFLD, a Notificação de
Lançamento e o Auto de Infração transitados em julgado na fase administrativa, o LDC
inscrito em dívida ativa, o valor lançado em documento de natureza declaratória não
recolhido e a provisão contábil de contribuições sociais não recolhidas.

Art. 476. Por infração ao disposto no inciso IV do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, fica
o responsável sujeito à multa variável, conforme a gravidade da infração, aplicada,
observado o disposto nos §§ 9º e 10, da seguinte forma:

I - até a competência novembro de 2008, a multa é limitada a um valor mínimo e a um


valor máximo previstos no art. 92 da Lei nº 8.212, de 1991, atualizados mediante
Portaria Ministerial, e o seu valor será:

Art. 476. O responsável por infração ao disposto no inciso IV do art. 32 da Lei nº 8.212,
de 1991, fica sujeito à multa variável, conforme a gravidade da infração, aplicada da
seguinte forma, observado o disposto no art. 476-A: (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

I - para GFIP não entregue relativa a fatos geradores ocorridos até 31 de outubro de
2008, bem como para GFIP entregue até 3 de dezembro de 2008, a multa é limitada a
um valor mínimo e a um valor máximo previstos no art. 92 da Lei nº 8.212, de 1991,
atualizados mediante Portaria Interministerial, editada pelos Ministros de Estado da
Previdência Social e da Fazenda, e o seu valor será: (Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

a) equivalente a um multiplicador sobre o valor mínimo, definido em função do número


de segurados da empresa, pela não-apresentação da GFIP, na redação do § 4º do art. 32
da Lei nº 8.212, de 1991, dada pela Lei nº 9.528, de 1997, antes da sua revogação pela
Lei nº 11.941, de 2009, observado o disposto nos §§ 1º e 2º deste artigo;

b) 100% (cem por cento) do valor das contribuições sociais previdenciárias devidas e
não declaradas, conforme disposto no § 5º, limitada aos valores previstos no § 4º do art.
32, ambos da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997,
antes da sua revogação pela Lei nº 11.941, de 2009, por competência, em face da
apresentação de GFIP ou GRFP com dados não correspondentes a todos os fatos
geradores, seja em relação às bases de cálculo, seja em relação às informações que
alterem o valor das contribuições, seja em relação ao valor que seria devido se não
houvesse isenção ou substituição, observado o disposto nos §§ 2º e 3º deste artigo;

c) 5% (cinco por cento) do valor mínimo, por campo com informação inexata ou
incompleta ou por campo com omissão de informação na GFIP ou GRFP, não
relacionada com os fatos geradores das contribuições sociais previdenciárias, conforme
disposto no § 6º, limitada aos valores previstos no § 4º, ambos do art. 32 da Lei nº
8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 9.528, de 1997, antes da sua revogação
pela Lei nº 11.941, de 2009, por competência, observado o disposto no § 2º deste artigo;
II - a partir da competência dezembro de 2008, fica o responsável sujeito a multa
variável aplicada da seguinte forma:

II - para GFIP não entregue relativa a fatos geradores ocorridos a partir de 1º de


novembro de 2008, bem como para GFIP entregue a partir de 4 de dezembro de 2008,
fica o responsável sujeito a multa variável aplicada da seguinte forma: (Redação dada
pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

a) R$ 20,00 (vinte reais) para cada grupo de até 10 (dez) informações incorretas ou
omitidas; e

b) 2% (dois por cento) ao mês-calendário ou fração, incidente sobre o montante das


contribuições informadas, ainda que integralmente pagas, no caso de falta de entrega da
declaração ou entrega após o prazo, limitada a 20% (vinte por cento), observado o
disposto no § 7º.

§ 1º A multa de que trata a alínea "a" do inciso I do caput sofrerá acréscimo de 5%


(cinco por cento) por mês calendário ou fração, a partir do mês seguinte àquele em que
a GFIP ou GRFP deveria ter sido entregue, até a data da lavratura do Auto de Infração
ou até a data da entrega da GFIP, no caso previsto no inciso I do § 5º do art. 463.

§ 2º Para definição do multiplicador a que se refere a alínea "a", e de apuração do limite


previsto nas alíneas "b" e "c", todas do inciso I do caput, serão considerados, por
competência, todos os segurados a serviço da empresa, ou seja, todos os empregados,
trabalhadores avulsos e contribuintes individuais verificados em procedimento fiscal,
declarados ou não em GFIP.

§ 3º A contribuição não declarada a que se refere a alínea "a" do inciso I do caput


corresponde à diferença entre o valor das contribuições sociais previdenciárias devidas e
o valor das contribuições declaradas na GFIP, sendo que no cálculo do valor da multa a
ser aplicada não serão consideradas as contribuições destinadas a outras entidades ou
fundos.

§ 2º Para definição do multiplicador a que se refere a alínea "a" do inciso I, e de


apuração do limite previsto nas alíneas "b" e "c" do inciso I do caput, serão
considerados, por competência, todos os segurados a serviço da empresa, ou seja, todos
os empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais verificados em
procedimento fiscal, declarados ou não em GFIP.(Redação dada pela Instrução
Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

§ 3º A contribuição não declarada a que se refere a alínea "b" do inciso I do caput


corresponde à diferença entre o valor das contribuições sociais previdenciárias devidas e
o valor das contribuições declaradas na GFIP, sendo que no cálculo do valor da multa a
ser aplicada não serão consideradas as contribuições destinadas a outras entidades ou
fundos. (Redação dada pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

§ 4º O valor que seria devido se não houvesse isenção ou substituição previsto na alínea
"b" do inciso I do caput refere-se à:
I - pessoa jurídica de direito privado beneficente de assistência social em gozo de
isenção das contribuições sociais; ou

II - empresa cujas contribuições incidentes sobre os respectivos fatos geradores tenham


sido substituídas por outras.

§ 5º Para efeito de aplicação da multa prevista na alínea "b" do inciso II do caput, será
considerado como termo inicial o dia seguinte ao término do prazo fixado para entrega
da declaração, e como termo final, a data da efetiva entrega ou, no caso de não-
apresentação, a data da lavratura do Auto de Infração ou da Notificação de Lançamento.

§ 6º As multas previstas nas alíneas "a" e "b" do inciso II do caput, observado o


disposto no § 7º, serão reduzidas:

I - à metade, quando a declaração for apresentada depois do prazo, mas antes de


qualquer procedimento de ofício; ou

II - a 75% (setenta e cinco por cento), se houver apresentação da declaração no prazo


fixado em intimação.

§ 7º A multa mínima a ser aplicada será de:

I - R$ 200,00 (duzentos reais), tratando-se de omissão de declaração sem ocorrência de


fatos geradores de contribuição previdenciária; e

II - R$ 500,00 (quinhentos reais), nos demais casos.

§ 8º Na hipótese da alínea "c" do inciso I do caput:

I - cada campo, por competência, considera-se uma ocorrência, independentemente do


número de GFIP ou GRFP entregues nessa competência; e

II - o descumprimento das demais obrigações em relação à GFIP, previstas no Manual


da GFIP, não será considerado por competência, configurando ato ou omissão contrária
ao Manual como uma única infração.

§ 9º Nos lançamentos fiscais relativos a fatos geradores ocorridos até novembro de


2008, por infração ao disposto no inciso IV do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, nos
casos de não-apresentação da GFIP ou de sua apresentação com incorreções ou
omissões, devem ser comparadas as penalidades previstas nos incisos I e II do caput
para aplicação da multa mais benéfica, nos termos da alínea "c" do inciso II do art. 106
da Lei nº 5.172, de 1966 (CTN).(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de
20 de abril de 2010)

§ 10. A comparação de que trata o § 9º não será feita no caso de entrega da GFIP com
atraso, por se tratar de conduta para a qual não havia antes penalidade
prevista.(Revogado pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)

Art. 476-A. No caso de lançamento de oficio relativo a fatos geradores ocorridos:


(Incluído pela Instrução Normativa RFB nº 1.027, de 20 de abril de 2010)
I - até 30 de novembro de 2008, deverá ser aplicada a penalidade mais benéfica
conforme disposto na alínea "c" do inciso II do art. 106 da Lei nº 5.172, de 1966 (CTN),
cuja análise será realizada pela comparação entre os seguintes valores:

a) somatório das multas aplicadas por descumprimento de obrigação principal, nos


moldes do art. 35 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à Lei nº 11.941, de
2009, e das aplicadas pelo descumprimento de obrigações acessórias, nos moldes dos §§
4º, 5º e 6º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em sua redação anterior à Lei nº 11.941,
de 2009; e

b) multa aplicada de ofício nos termos do art. 35-A da Lei nº 8.212, de 1991, acrescido
pela Lei nº 11.941, de 2009.

II - a partir de 1º de dezembro de 2008, aplicam-se as multas previstas no art. 44 da Lei


nº 9.430, de 1996.

§ 1º Caso as multas previstas nos §§ 4º, 5º e 6º do art. 32 da Lei nº 8.212, de 1991, em


sua redação anterior à dada pela Lei nº 11.941, de 2009, tenham sido aplicadas
isoladamente, sem a imposição de penalidade pecuniária pelo descumprimento de
obrigação principal, deverão ser comparadas com as penalidades previstas no art. 32-A
da Lei nº 8.212, de 1991, com a redação dada pela Lei nº 11.941, de 2009.

§ 2º A comparação de que trata este artigo não será feita no caso de entrega de GFIP
com atraso, por se tratar de conduta para a qual não havia antes penalidade prevista."

Art. 477. Por infração aos incisos I e II do art. 6º, ao art. 10 e ao art. 12 da Lei nº 8.870,
de 1994, fica o responsável sujeito à multa aplicada de acordo com os valores fixados
no art. 287 do RPS, atualizados periodicamente mediante Portaria Ministerial,
observado o disposto no inciso I do art. 474.

Art. 478. Por infração ao art. 7º da Lei nº 9.719, de 1998, fica o OGMO sujeito à multa
aplicada de acordo com os valores fixados no art. 288 do RPS, atualizados
periodicamente mediante Portaria Ministerial.

Art. 479. O valor-base da multa aplicada por infração a dispositivo da legislação


previdenciária deverá ser o vigente na data da lavratura do Auto de Infração ou da
Notificação de Lançamento, observados os critérios de sua gradação nos termos do art.
292 do RPS, se for o caso.

Art. 480. O limite máximo da multa é por ocorrência nas hipóteses previstas nos arts.
473 e 474 e por competência na hipótese prevista no § 8º do art. 476.

Art. 481. Os valores mínimo e máximo da multa previstos nesta Subseção são
estabelecidos periodicamente mediante Portaria Interministerial.

Subseção II

Das Circunstâncias Agravantes


Art. 482. Constituem circunstâncias agravantes da infração, das quais dependerá a
gradação da multa, ter o infrator:

I - tentado subornar servidor dos órgãos competentes;

II - agido com dolo, fraude ou má-fé;

III - desacatado, no ato da ação fiscal, o agente da fiscalização;

IV - obstado a ação da fiscalização;

V - incorrido em reincidência.

§ 1º Caracteriza-se reincidência, a prática de nova infração a dispositivo da legislação


por uma mesma pessoa ou por seu sucessor, no prazo de 5 (cinco) anos contados da data
em que se tornar irrecorrível administrativamente a decisão condenatória, da data do
pagamento ou da data em que se configurou a revelia, referentes à autuação anterior.

§ 2º O disposto no § 1º não produz efeitos em relação à sucessão de pessoa física.

§ 3º Reincidência específica é a prática de nova infração ao mesmo dispositivo legal e


reincidência genérica, a prática de nova infração de natureza diversa.

§ 4º Nas infrações referidas nos incisos I, II e III do art. 284, no art. 285 e nos incisos I e
II do parágrafo único do art. 287 do RPS, a ocorrência de circunstância agravante não
produz efeito para a gradação da multa.

§ 5º Para as infrações referidas no art. 288 do RPS, cometidas por OGMO, serão
consideradas apenas as agravantes previstas nos incisos III, IV e V do caput.

Subseção III

Da Gradação das Multas

Art. 483. As multas serão aplicadas da seguinte forma:

I - a ausência de agravantes implica utilização dos valores mínimos estabelecidos,


conforme o caso;

II - as agravantes previstas nos incisos I e II do art. 482 elevam a multa em 3 (três)


vezes;

III - as agravantes previstas nos incisos III e IV do art. 482 elevam a multa em 2 (duas)
vezes;

IV - a agravante prevista no inciso V do art. 482 eleva a multa em 3 (três) vezes, a cada
reincidência específica, e, em 2 (duas) vezes, a cada reincidência genérica;

V - cada reincidência das infrações referidas no art. 288 do RPS, cometidas por OGMO,
seja ela genérica ou específica, eleva a multa em 2 (duas) vezes;
VI - caso haja concorrência entre as agravantes previstas nos incisos I a IV do art. 482,
prevalecerá aquela que mais eleva a multa;

VII - caso haja concorrência entre a agravante prevista no inciso V e quaisquer das
demais do art. 482, ambas serão consideradas na aplicação da multa.

§ 1º A caracterização da reincidência sempre se dará em relação a procedimentos fiscais


distintos.

§ 2º Será considerada apenas uma reincidência, quando em um procedimento fiscal


anterior tenham sido lavrados mais de um Auto de Infração, independentemente de as
decisões administrativas definitivas terem ocorrido em datas diferentes.

§ 3º Caso haja concorrência de reincidência genérica com reincidência específica,


prevalecerá a específica.

Subseção IV

Da Fixação da Multa

Art. 484. Na ausência de agravantes, as multas serão aplicadas nos valores mínimos
estabelecidos nos incisos I e II e no § 3º do art. 283 e nos arts. 286 e 288 do RPS,
conforme o caso.

Art. 485. Caso haja agravante, o valor da multa será obtido mediante a multiplicação do
valor mínimo estabelecido pelos fatores de elevação previstos nos incisos II a VII do
art. 483.

§ 1º A partir da 2ª (segunda) reincidência, o valor total da multa será obtido mediante a


multiplicação do seu valor-base pelo produto dos fatores de elevação previstos nos
incisos IV e V do art. 483.

§ 2º Quando a reincidência concorrer com qualquer outra agravante, aplicar-se-ão,


distintamente, os respectivos fatores de elevação sobre o valor-base da multa, e os
resultados serão somados para a obtenção do valor final da multa a ser aplicada.

§ 3º Se houver a materialização das infrações referidas nos arts. 473, 474 e no inciso I
do § 8º do art. 476, a multa será calculada separadamente para cada ocorrência,
devendo-se totalizar os valores obtidos em todas essas ocorrências para calcular o valor
final da multa a ser aplicada.

§ 4º Se houver a materialização das demais infrações não referidas nos arts. 473, 474 e
no inciso I do § 8º do art. 476, a multa será fixada por Auto de Infração ou Notificação
de Lançamento, independentemente do número de ocorrências.

CAPÍTULO III

DOS RELATÓRIOS E DOCUMENTOS INTEGRANTES do PROCESSO


ADMINISTRATIVO-FISCAL
Seção Única

Da Entrega de Relatórios em Arquivos Digitais

Art. 486. Os relatórios e os documentos emitidos em procedimento fiscal podem ser


entregues ao sujeito passivo em arquivos digitais autenticados pelo AFRFB por meio de
sistema informatizado próprio da RFB, devendo ser entregues também em meio
impresso os termos, as intimações, as folhas de rosto dos documentos de lançamento,
bem como o Relatório Fiscal e de Fundamentos Legais desses lançamentos.

§ 1º O sujeito passivo poderá verificar a autenticação dos arquivos digitais, a qualquer


tempo, mediante consulta no sítio da RFB na Internet, no endereço
<http://www.receita.fazenda.gov.br>.

§ 2º Os relatórios e documentos em arquivos digitais serão entregues ao sujeito passivo


por meio de mídia não-regravável, mediante recibo emitido pelo AFRFB a ser assinado
pelo sujeito passivo, contendo o número da autenticação digital da mídia, devendo cada
arquivo ser enumerado e identificado com seu respectivo número de autenticação
digital.

§ 3º O sujeito passivo que não dispuser de meios eletrônicos para processamento


contábil poderá solicitar os relatórios mencionados no caput em meio impresso.

TÍTULO VIII

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I

DO DOMICíLIO TRIBUTÁRIO E do ESTABELECIMENTO

Art. 487. Domicílio tributário é aquele eleito pelo sujeito passivo ou, na falta de eleição,
aplica-se o disposto no art. 127 da Lei nº 5.172, de 1966 (CTN).

Art. 488. Estabelecimento é uma unidade ou dependência integrante da estrutura


organizacional da empresa, sujeita à inscrição no CNPJ ou no CEI, onde a empresa
desenvolve suas atividades, para os fins de direito e de fato.

CAPÍTULO II

DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 489. A partir do 91º (nonagésimo primeiro) dia após a publicação desta Instrução
Normativa:

I - o cadastro previdenciário e a base do CNPJ terão o mesmo estabelecimento como


centralizador e matriz;

II - o cadastro previdenciário assumirá como centralizador o estabelecimento matriz


constante na base do CNPJ, com exceção dos órgãos públicos da administração direta; e
III - o estabelecimento centralizador constante no cadastro previdenciário passará a ser
denominado matriz e regido pelos atos próprios da RFB.

§ 1º Para os órgãos públicos da administração direta, a base do CNPJ assumirá como


matriz o estabelecimento centralizador constante no cadastro previdenciário.

§ 2º No caso de coincidência entre estabelecimento centralizador, constante no cadastro


previdenciário, e estabelecimento matriz, constante na base do CNPJ com endereços
divergentes, o endereço a ser considerado será aquele cuja data de atualização é a mais
recente.

Art. 490. Até o 90º (nonagésimo) dia da publicação desta Instrução Normativa, os
dispositivos que mencionam estabelecimento matriz devem ser entendidos como
mencionando estabelecimento centralizador, com exceção do art. 489.

Art. 491. O estabelecimento matriz será alterado de ofício pela RFB, quando for
constatado que os elementos necessários à Auditoria-Fiscal na empresa se encontram,
efetivamente, em outro estabelecimento.

Art. 492. A empresa deverá manter à disposição do AFRFB, no estabelecimento matriz,


os elementos necessários aos procedimentos fiscais, em decorrência do ramo de
atividade da empresa e em conformidade com a legislação aplicável.

Art. 493. É vedado atribuir-se a qualidade de matriz a qualquer unidade ou dependência


da empresa não inscrita no CNPJ, bem como àquelas não pertencentes à empresa.

CAPÍTULO III

do GRUPO ECONÔMICO

Art. 494. Caracteriza-se grupo econômico quando 2 (duas) ou mais empresas estiverem
sob a direção, o controle ou a administração de uma delas, compondo grupo industrial,
comercial ou de qualquer outra atividade econômica.

Art. 495. Quando do lançamento de crédito previdenciário de responsabilidade de


empresa integrante de grupo econômico, as demais empresas do grupo, responsáveis
solidárias entre si pelo cumprimento das obrigações previdenciárias na forma do inciso
IX do art. 30 da Lei nº 8.212, de 1991, serão cientificadas da ocorrência.

CAPÍTULO IV

da SUCESSÃO DE EMPRESAS

Art. 496. A empresa que resultar de fusão, transformação, incorporação ou cisão é


responsável pelo pagamento das contribuições sociais previdenciárias e das
contribuições destinadas às outras entidades ou fundos, devidas pelas empresas
fusionadas, transformadas, incorporadas ou cindidas, até a data do ato da fusão, da
transformação, da incorporação ou da cisão.
Art. 497. A aquisição de estabelecimento comercial, industrial ou profissional e a
continuação da exploração do negócio, mesmo que sob denominação social, firma ou
nome individual diverso, acarretam a responsabilidade integral do sucessor pelas
contribuições sociais devidas pelo sucedido.

Parágrafo único. A responsabilidade será subsidiária, caso o sucedido inicie, dentro de 6


(seis) meses, a contar da data da alienação, nova atividade, no mesmo ou em outro ramo
de comércio, indústria ou profissão, ou, nesse período, a ela dê prosseguimento.

CAPÍTULO V

do PROGRAMA DE ALIMENTAÇÃO DO TRABALHADOR

Art. 498. O Programa de Alimentação ao Trabalhador (PAT) é aquele aprovado e


gerido pelo Ministério do Trabalho e Emprego, nos termos da Lei nº 6.321, de 1976.

Art. 499. Não integra a remuneração, a parcela in natura, sob forma de utilidade
alimentação, fornecida pela empresa regularmente inscrita no PAT aos trabalhadores
por ela diretamente contratados, de conformidade com os requisitos estabelecidos pelo
órgão gestor competente.

§ 1º A previsão do caput independe de o benefício ser concedido a título gratuito ou a


preço subsidiado.

§ 2º O pagamento em pecúnia do salário utilidade alimentação integra a base de cálculo


das contribuições sociais.

§ 3º As irregularidades de preenchimento do formulário ou a execução inadequada do


PAT, porventura constatadas, serão objeto de formalização de Representação
Administrativa dirigida ao MTE.

Art. 500. O direito à inscrição no PAT alcança as empresas, bem como os contribuintes
equiparados à empresa na forma do § 4º do art. 3º.

Art. 501. A inscrição no PAT deverá ser requerida ao gestor do Programa, em


formulário próprio, conforme modelo oficial a ser adquirido na Empresa Brasileira de
Correios e Telégrafos (ECT).

§ 1º O PAT fica automaticamente aprovado, mediante apresentação e registro do


formulário oficial na ECT.

§ 2º A adesão ao programa poderá ser cancelada por iniciativa da empresa beneficiária


ou em razão da execução inadequada do programa, nesta hipótese, exclusivamente pelo
MTE.

Art. 502. O formulário oficial registrado na ECT e remetido ao órgão gestor do PAT é o
instrumento hábil para fins de prova para a fiscalização da RFB da condição de empresa
inscrita no programa.
Parágrafo único. A análise de mérito do conteúdo e da adequação do formulário é de
competência do órgão gestor.

Art. 503. Para a execução do PAT, a empresa inscrita poderá manter serviço próprio de
refeição ou de distribuição de alimentos, inclusive os não preparados (cesta de
alimentos), bem como firmar convênios com entidades que forneçam ou prestem
serviços de alimentação coletiva, desde que essas entidades estejam registradas no
programa e se obriguem a cumprir o disposto na legislação do PAT, condição que
deverá constar expressamente do texto do convênio entre as partes interessadas.

§ 1º Considera-se fornecedora de alimentação coletiva:

I - a operadora de cozinha industrial e fornecedora de refeições preparadas e


transportadas;

II - a administradora da cozinha da contratante;

III - a fornecedora de alimentos in natura embalados para transporte individual (cesta de


alimentos).

§ 2º Considera-se prestadora de serviço de alimentação coletiva a administradora de


documentos de legitimação para aquisição de:

I - refeições em restaurantes ou em estabelecimentos similares (refeição-convênio);

II - gêneros alimentícios em estabelecimentos comerciais (alimentação-convênio).

Art. 504. A parcela in natura habitualmente fornecida a segurados da Previdência


Social, por força de contrato ou de costume, a título de alimentação, por empresa não
inscrita no PAT, integra a remuneração para os efeitos da legislação previdenciária.

§ 1º Na identificação da referida parcela devem ser observados os seguintes


procedimentos:

I - caso seja possível identificar os valores reais das utilidades ou alimentos,


independentemente da individualização do beneficiário, adotar-se-á o valor
efetivamente gasto na aquisição das utilidades ou alimentos;

II - não havendo como identificar os valores reais das utilidades ou alimentos


fornecidos, o valor do salário utilidade/alimentação será indiretamente aferido em 20%
(vinte por cento) da remuneração paga ao trabalhador, excluído desta o décimo terceiro
salário.

§ 2º O valor descontado do trabalhador referente às utilidades ou alimentos fornecidos


deverá ser deduzido da remuneração apurada nos termos do § 1º.

TÍTULO IX

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS


Art. 505. Ficam alteradas as descrições das atividades dos Códigos FPAS conforme
Anexo I, a partir da vigência desta Instrução Normativa. (Revogado pela Instrução
Normativa RFB nº 1.071, de 15 de setembro de 2010)

Art. 506. Fica alterada a tabela de contribuição sobre a folha de pagamento a partir de
1º de novembro de 1991 para o setor rural, conforme Anexo IV.

Parágrafo único. Quanto aos fatos geradores ocorridos anteriormente à vigência desta
Instrução Normativa, a observância da tabela constante da Instrução Normativa
MPS/SRP nº 3, de 2005, exclui a imposição de penalidades, a cobrança de juros de
mora e a atualização do valor monetário da base de cálculo do tributo.

Art. 507. Aplicam-se às contribuições de que trata esta Instrução Normativa, no que
couber, as normas referentes aos demais tributos administrados pela RFB.

Art. 508. Esta Instrução Normativa entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 509. Ficam revogados:

I - a partir da data de publicação desta Instrução Normativa:

a) a Instrução Normativa MPS/SRP nº 3, de 14 de julho de 2005, com exceção dos arts.


743 e 745;

b) a Instrução Normativa MPS/SRP nº 4, de 28 de julho de 2005;

c) a Instrução Normativa MPS/SRP nº 5, de 3 de agosto de 2005;

d) a Instrução Normativa MPS/SRP nº 6, de 11 de agosto de 2005;

e) a Instrução Normativa MPS/SRP nº 14, de 30 agosto de 2006;

f) a Instrução Normativa MPS/SRP nº 20, de 11 de janeiro de 2007;

g) a Instrução Normativa MPS/SRP nº 23, de 30 de abril de 2007, com exceção do art.


3º;

h) a Instrução Normativa MPS/SRP nº 24, de 30 de abril de 2007;

i) a Instrução Normativa RFB nº 739, de 2 de maio de 2007;

j) a Instrução Normativa RFB nº 761, de 30 de julho de 2007;

k) a Instrução Normativa RFB nº 774, de 29 de agosto de 2007;

l) a Instrução Normativa RFB nº 785, de 19 de novembro de 2007;

m) a Instrução Normativa RFB nº 829, de 18 de março de 2008;

n) a Instrução Normativa RFB nº 836, de 2 de abril de 2008;


o) a Instrução Normativa RFB nº 851, de 28 de maio de 2008;

p) a Instrução Normativa RFB nº 889, de 19 de novembro de 2008;

q) a Instrução Normativa RFB nº 910, de 29 de janeiro de 2009; e

r) a Instrução Normativa RFB nº 938, de 15 de maio de 2009;

II - a partir do 91º (nonagésimo primeiro) dia após a publicação desta Instrução


Normativa, os arts. 743 e 745 da Instrução Normativa MPS/SRP nº 3, de 14 de julho de
2005.
DECRETO-LEI Nº 200, DE 25 DE FEVEREIRO DE 1967

Dispõe sôbre a organização da Administração


Federal, estabelece diretrizes para a Reforma
Administrativa e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , usando das atribuições que lhe confere o art. 9°, § 2º,
do Ato Institucional nº 4, de 7 de dezembro de 1966, decreta:

TÍTULO I
DA ADMINISTRAÇÃO FEDERAL

Art. 1º O Poder Executivo é exercido pelo Presidente da República auxiliado pelos


Ministros de Estado.

Art. 2º O Presidente da República e os Ministros de Estado exercem as atribuições de sua


competência constitucional, legal e regulamentar com o auxílio dos órgãos que compõem a
Administração Federal.

Art. 3º Respeitada a competência constitucional do Poder Legislativo estabelecida no


artigo 46, inciso II e IV, da Constituição, o Poder Executivo regulará a estruturação, as
atribuições e funcionamento do órgãos da Administração Federal. (Redação dada pelo
Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Art. 4° A Administração Federal compreende:

I - A Administração Direta, que se constitui dos serviços integrados na estrutura


administrativa da Presidência da República e dos Ministérios.

II - A Administração Indireta, que compreende as seguintes categorias de entidades,


dotadas de personalidade jurídica própria:

a) Autarquias;

b) Emprêsas Públicas;

c) Sociedades de Economia Mista.

d) fundações públicas. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)

Parágrafo único. As entidades compreendidas na Administração Indireta vinculam-se ao


Ministério em cuja área de competência estiver enquadrada sua principal atividade.
(Renumerado pela Lei nº 7.596, de 1987)

§ 2 º (Revogado pela Lei nº 7.596, de 1987)

§ 3 º (Revogado pela Lei nº 7.596, de 1987)

Art. 5º Para os fins desta lei, considera-se:

I - Autarquia - o serviço autônomo, criado por lei, com personalidade jurídica, patrimônio e
receita próprios, para executar atividades típicas da Administração Pública, que requeiram,
para seu melhor funcionamento, gestão administrativa e financeira descentralizada.

II - Emprêsa Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado, com


patrimônio próprio e capital exclusivo da União, criado por lei para a exploração de atividade
econômica que o Govêrno seja levado a exercer por fôrça de contingência ou de conveniência
administrativa podendo revestir-se de qualquer das formas admitidas em direito. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

III - Sociedade de Economia Mista - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito


privado, criada por lei para a exploração de atividade econômica, sob a forma de sociedade
anônima, cujas ações com direito a voto pertençam em sua maioria à União ou a entidade da
Administração Indireta. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

IV - Fundação Pública - a entidade dotada de personalidade jurídica de direito privado,


sem fins lucrativos, criada em virtude de autorização legislativa, para o desenvolvimento de
atividades que não exijam execução por órgãos ou entidades de direito público, com autonomia
administrativa, patrimônio próprio gerido pelos respectivos órgãos de direção, e funcionamento
custeado por recursos da União e de outras fontes. (Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)

§ 1º No caso do inciso III, quando a atividade fôr submetida a regime de monopólio


estatal, a maioria acionária caberá apenas à União, em caráter permanente.

§ 2º O Poder Executivo enquadrará as entidades da Administração Indireta existentes nas


categorias constantes dêste artigo.

§ 3º As entidades de que trata o inciso IV deste artigo adquirem personalidade jurídica


com a inscrição da escritura pública de sua constituição no Registro Civil de Pessoas Jurídicas,
não se lhes aplicando as demais disposições do Código Civil concernentes às fundações.
(Incluído pela Lei nº 7.596, de 1987)

TÍTULO II
DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Art. 6º As atividades da Administração Federal obedecerão aos seguintes princípios


fundamentais:

I - Planejamento.

II - Coordenação.

III - Descentralização.

IV - Delegação de Competência.

V - Contrôle.

CAPÍTULO I
DO PLANEJAMENTO

Art. 7º A ação governamental obedecerá a planejamento que vise a promover o


desenvolvimento econômico-social do País e a segurança nacional, norteando-se segundo
planos e programas elaborados, na forma do Título III, e compreenderá a elaboração e
atualização dos seguintes instrumentos básicos:

a) plano geral de govêrno;

b) programas gerais, setoriais e regionais, de duração plurianual;

c) orçamento-programa anual;
d) programação financeira de desembôlso.

CAPÍTULO II
DA COORDENAÇÃO

Art . 8º As atividades da Administração Federal e, especialmente, a execução dos planos


e programas de govêrno, serão objeto de permanente coordenação.

§ 1º A coordenação será exercida em todos os níveis da administração, mediante a


atuação das chefias individuais, a realização sistemática de reuniões com a participação das
chefias subordinadas e a instituição e funcionamento de comissões de coordenação em cada
nível administrativo.

§ 2º No nível superior da Administração Federal, a coordenação será assegurada através


de reuniões do Ministério, reuniões de Ministros de Estado responsáveis por áreas afins,
atribuição de incumbência coordenadora a um dos Ministros de Estado (art. 36), funcionamento
das Secretarias Gerais (art. 23, § 1º) e coordenação central dos sistemas de atividades
auxiliares (art. 31).

§ 3º Quando submetidos ao Presidente da República, os assuntos deverão ter sido


prèviamente coordenados com todos os setores nêles interessados, inclusive no que respeita
aos aspectos administrativos pertinentes, através de consultas e entendimentos, de modo a
sempre compreenderem soluções integradas e que se harmonizem com a política geral e
setorial do Govêrno. Idêntico procedimento será adotado nos demais níveis da Administração
Federal, antes da submissão dos assuntos à decisão da autoridade competente.

Art. 9º Os órgãos que operam na mesma área geográfica serão submetidos à


coordenação com o objetivo de assegurar a programação e execução integrada dos serviços
federais.

Parágrafo único. Quando ficar demonstrada a inviabilidade de celebração de convênio


(alínea b do § 1º do art. 10) com os órgãos estaduais e municipais que exerçam atividades
idênticas, os órgãos federais buscarão com êles coordenar-se, para evitar dispersão de
esforços e de investimentos na mesma área geográfica.

10) com os órgãos estaduais e municipais que exerçam atividades idênticas, os órgãos
federais buscarão com êles coordenar-se, para evitar dispersão de esforços e de investimentos
na mesma área geográfica.

CAPÍTULO III
DA DESCENTRALIZAÇÃO

Art. 10. A execução das atividades da Administração Federal deverá ser amplamente
descentralizada.

§ 1º A descentralização será posta em prática em três planos principais:

a) dentro dos quadros da Administração Federal, distinguindo-se claramente o nível de


direção do de execução;

b) da Administração Federal para a das unidades federadas, quando estejam


devidamente aparelhadas e mediante convênio;

c) da Administração Federal para a órbita privada, mediante contratos ou concessões.

§ 2° Em cada órgão da Administração Federal , os serviços que compõem a estrutura


central de direção devem permanecer liberados das rotinas de execução e das tarefas de mera
formalização de atos administrativos, para que possam concentrar-se nas atividades de
planejamento, supervisão, coordenação e contrôle.

§ 3º A Administração casuística, assim entendida a decisão de casos individuais,


compete, em princípio, ao nível de execução, especialmente aos serviços de natureza local,
que estão em contato com os fatos e com o público.

§ 4º Compete à estrutura central de direção o estabelecimento das normas, critérios,


programas e princípios, que os serviços responsáveis pela execução são obrigados a respeitar
na solução dos casos individuais e no desempenho de suas atribuições.

§ 5º Ressalvados os casos de manifesta impraticabilidade ou inconveniência, a execução


de programas federais de caráter nitidamente local deverá ser delegada, no todo ou em parte,
mediante convênio, aos órgãos estaduais ou municipais incumbidos de serviços
correspondentes.

§ 6º Os órgãos federais responsáveis pelos programas conservarão a autoridade


normativa e exercerão contrôle e fiscalização indispensáveis sôbre a execução local,
condicionando-se a liberação dos recursos ao fiel cumprimento dos programas e convênios.

§ 7º Para melhor desincumbir-se das tarefas de planejamento, coordenação, supervisão e


contrôle e com o objetivo de impedir o crescimento desmesurado da máquina administrativa, a
Administração procurará desobrigar-se da realização material de tarefas executivas,
recorrendo, sempre que possível, à execução indireta, mediante contrato, desde que exista, na
área, iniciativa privada suficientemente desenvolvida e capacitada a desempenhar os encargos
de execução.

§ 8º A aplicação desse critério está condicionada, em qualquer caso, aos ditames do


interesse público e às conveniências da segurança nacional.

CAPÍTULO IV
DA DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA

Art. 11. A delegação de competência será utilizada como instrumento de descentralização


administrativa, com o objetivo de assegurar maior rapidez e objetividade às decisões, situando-
as na proximidade dos fatos, pessoas ou problemas a atender. (Regulamento)

Art . 12 . É facultado ao Presidente da República, aos Ministros de Estado e, em geral, às


autoridades da Administração Federal delegar competência para a prática de atos
administrativos, conforme se dispuser em regulamento. (Regulamento)

Parágrafo único. O ato de delegação indicará com precisão a autoridade delegante, a


autoridade delegada e as atribuições objeto de delegação.

CAPÍTULO V
DO CONTRÔLE

Art. 13 O contrôle das atividades da Administração Federal deverá exercer-se em todos os


níveis e em todos os órgãos, compreendendo, particularmente:

a) o contrôle, pela chefia competente, da execução dos programas e da observância das


normas que governam a atividade específica do órgão controlado;

b) o contrôle, pelos órgãos próprios de cada sistema, da observância das normas gerais
que regulam o exercício das atividades auxiliares;
c) o contrôle da aplicação dos dinheiros públicos e da guarda dos bens da União pelos
órgãos próprios do sistema de contabilidade e auditoria.

Art. 14. O trabalho administrativo será racionalizado mediante simplificação de processos


e supressão de contrôles que se evidenciarem como puramente formais ou cujo custo seja
evidentemente superior ao risco.

TÍTULO III
DO PLANEJAMENTO, DO ORÇAMENTO-PROGRAMA E DA PROGRAMAÇÃO
FINANCEIRA

Art. 15. A ação administrativa do Poder Executivo obedecerá a programas gerais, setoriais
e regionais de duração plurianual, elaborados através dos órgãos de planejamento, sob a
orientação e a coordenação superiores do Presidente da República.

§ 1º Cabe a cada Ministro de Estado orientar e dirigir a elaboração do programa setorial e


regional correspondente a seu Ministério e ao Ministro de Estado, Chefe da Secretaria de
Planejamento, auxiliar diretamente o Presidente da República na coordenação, revisão e
consolidação dos programas setoriais e regionais e na elaboração da programação geral do
Governo. (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)

§ 2º Com relação à Administração Militar, observar-se-á a finalidade precípua que deve


regê-la, tendo em vista a destinação constitucional das Fôrças Armadas, sob a
responsabilidade dos respectivos Ministros, que são os seus Comandantes Superiores.
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

§ 3º A aprovação dos planos e programas gerais, setoriais e regionais é da competência


do Presidente da República.

Art. 16. Em cada ano, será elaborado um orçamento-programa, que pormenorizará a


etapa do programa plurianual a ser realizada no exercício seguinte e que servirá de roteiro à
execução coordenada do programa anual.

Parágrafo único. Na elaboração do orçamento-programa serão considerados, além dos


recursos consignados no Orçamento da União, os recursos extra-orçamentários vinculados à
execução do programa do Govêrno.

Art. 17. Para ajustar o ritmo de execução do orçamento-programa ao fluxo provável de


recursos, o Ministério do Planejamento e Coordenação Geral e o Ministério da Fazenda
elaborarão, em conjunto, a programação financeira de desembôlso, de modo a assegurar a
liberação automática e oportuna dos recursos necessários à execução dos programas anuais
de trabalho.

Art. 18. Tôda atividade deverá ajustar-se à programação governamental e ao orçamento-


programa e os compromissos financeiros só poderão ser assumidos em consonância com a
programação financeira de desembôlso.

TÍTULO IV
DA SUPERVISÃO MINISTERIAL
(Vide Lei nº 6.036, de 1974)

Art . 19. Todo e qualquer órgão da Administração Federal, direta ou indireta, está sujeito à
supervisão do Ministro de Estado competente, excetuados unicamente os órgãos mencionados
no art. 32, que estão submetidos à supervisão direta do Presidente da República.

Art. 20. O Ministro de Estado é responsável, perante o Presidente da República, pela


supervisão dos órgãos da Administração Federal enquadrados em sua área de competência.
Parágrafo único. A supervisão ministerial exercer-se-á através da orientação,
coordenação e contrôle das atividades dos órgãos subordinados ou vinculados ao Ministério,
nos têrmos desta lei.

Art. 21. O Ministro de Estado exercerá a supervisão de que trata êste título com apoio nos
Órgãos Centrais. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Parágrafo único. No caso dos Ministros Militares a supervisão ministerial terá, também,
como objetivo, colocar a administração, dentro dos princípios gerais estabelecidos nesta lei, em
coerência com a destinação constitucional precípua das Fôrças Armadas, que constitui a
atividade afim dos respectivos Ministérios. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Art. 22. Haverá na estrutura de cada Ministério Civil os seguintes Órgãos Centrais: (Vide
Lei nº 6.228, de 1975)

I - Órgãos Centrais de planejamento, coordenação e controle financeiro.

II - Órgãos Centrais de direção superior.

Art. 23. Os órgãos a que se refere o item I do art. 22, têm a incumbência de assessorar
diretamente o Ministro de Estado e, por fôrça de suas atribuições, em nome e sob a direção do
Ministro, realizar estudos para formulação de diretrizes e desempenhar funções de
planejamento, orçamento, orientação, coordenação, inspeção e contrôle financeiro,
desdobrando-se em: (Vide Decreto nº 64.135, de 25.12.1969) (Vide Lei nº 6.228, de 1975)

I - Uma Secretaria Geral.

II - Uma Inspetoria Geral de Finanças.

§ 1º A Secretaria Geral atua como órgão setorial de planejamento e orçamento, na forma


do Título III, e será dirigida por um Secretário-Geral, o qual poderá exercer funções delegadas
pelo Ministro de Estado.

§ 2º A Inspetoria Geral de Finanças, que será dirigida por um Inspetor-Geral, integra,


como órgão setorial, os sistemas de administração financeiro, contabilidade e auditoria,
superintendendo o exercício dessas funções no âmbito do Ministério e cooperação com a
Secretaria Geral no acompanhamento da execução do programa e do orçamento.

§ 3º Além das funções previstas neste título, a Secretaria-Geral do Ministério do


Planejamento e Coordenação Geral exercerá as atribuições de Órgão Central dos sistemas de
planejamento e orçamento, e a Inspetoria-Geral de Finanças do Ministério da Fazenda, as de
Órgãos Central do sistema de administração financeira, contabilidade e auditoria. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Art. 24. Os Órgãos Centrais de direção superior (art. 22, item II) executam funções de
administração das atividades específicas e auxiliares do Ministério e serão, preferentemente,
organizados em base departamental, observados os princípios estabelecidos nesta lei. (Vide
Lei nº 6.228, de 1975)

Art . 25. A supervisão ministerial tem por principal objetivo, na área de competência do
Ministro de Estado:

I - Assegurar a observância da legislação federal.

II - Promover a execução dos programas do Govêrno.

III - Fazer observar os princípios fundamentais enunciados no Título II.


IV - Coordenar as atividades dos órgãos supervisionados e harmonizar sua atuação com a
dos demais Ministérios.

V - Avaliar o comportamento administrativo dos órgãos supervisionados e diligenciar no


sentido de que estejam confiados a dirigentes capacitados.

VI - Proteger a administração dos órgãos supervisionados contra interferências e pressões


ilegítimas.

VII - Fortalecer o sistema do mérito.

VIII - Fiscalizar a aplicação e utilização de dinheiros, valôres e bens públicos.

IX - Acompanhar os custos globais dos programas setoriais do Govêrno, a fim de alcançar


uma prestação econômica de serviços.

X - Fornecer ao órgão próprio do Ministério da Fazenda os elementos necessários à


prestação de contas do exercício financeiro.

XI - Transmitir ao Tribunal de Contas, sem prejuízo da fiscalização deste, informes


relativos à administração financeira e patrimonial dos órgãos do Ministério.

Art. 26. No que se refere à Administração Indireta, a supervisão ministerial visará a


assegurar, essencialmente:

I - A realização dos objetivos fixados nos atos de constituição da entidade.

II - A harmonia com a política e a programação do Govêrno no setor de atuação da


entidade.

III - A eficiência administrativa.

IV - A autonomia administrativa, operacional e financeira da entidade.

Parágrafo único. A supervisão exercer-se-á mediante adoção das seguintes medidas,


além de outras estabelecidas em regulamento:

a) indicação ou nomeação pelo Ministro ou, se fôr o caso, eleição dos dirigentes da
entidade, conforme sua natureza jurídica;

b) designação, pelo Ministro dos representantes do Govêrno Federal nas Assembléias


Gerais e órgãos de administração ou contrôle da entidade;

c) recebimento sistemático de relatórios, boletins, balancetes, balanços e informações que


permitam ao Ministro acompanhar as atividades da entidade e a execução do orçamento-
programa e da programação financeira aprovados pelo Govêrno;

d) aprovação anual da proposta de orçamento-programa e da programação financeira da


entidade, no caso de autarquia;

e) aprovação de contas, relatórios e balanços, diretamente ou através dos representantes


ministeriais nas Assembléias e órgãos de administração ou contrôle;

f) fixação, em níveis compatíveis com os critérios de operação econômica, das despesas


de pessoal e de administração;
g) fixação de critérios para gastos de publicidade, divulgação e relações públicas;

h) realização de auditoria e avaliação periódica de rendimento e produtividade;

i) intervenção, por motivo de interêsse público.

Art. 27. Assegurada a supervisão ministerial, o Poder Executivo outorgará aos órgãos da
Administração Federal a autoridade executiva necessária ao eficiente desempenho de sua
responsabilidade legal ou regulamentar.

Parágrafo único. Assegurar-se-á às emprêsas públicas e às sociedades de economia


mista condições de funcionamento idênticas às do setor privado cabendo a essas entidades,
sob a supervisão ministerial, ajustar-se ao plano geral do Govêrno.

Art. 28. A entidade da Administração Indireta deverá estar habilitada a:

I - Prestar contas da sua gestão, pela forma e nos prazos estipulados em cada caso.

II - Prestar a qualquer momento, por intermédio do Ministro de Estado, as informações


solicitadas pelo Congresso Nacional.

III - Evidenciar os resultados positivos ou negativos de seus trabalhos, indicando suas


causas e justificando as medidas postas em prática ou cuja adoção se impuser, no interêsse do
Serviço Público.

Art. 29. Em cada Ministério Civil, além dos órgãos Centrais de que trata o art. 22, o
Ministro de Estado disporá da assistência direta e imediata de:

I - Gabinete.

II - Consultor Jurídico, exceto no Ministério da Fazenda.

III - Divisão de Segurança e Informações.

§ 1º O Gabinete assiste o Ministro de Estado em sua representação política e social, e


incumbe-se das relações públicas, encarregando-se do preparo e despacho do expediente
pessoal do Ministro.

§ 2º O Consultor Jurídico incumbe-se do assessoramento jurídico do Ministro de Estado.

§ 3º A Divisão de Segurança e Informações colabora com a Secretaria Geral do Conselho


de Segurança Nacional e com o Serviço Nacional de Informações.

§ 4º No Ministério da Fazenda, o serviço de consulta jurídica continua afeto à


Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional e aos seus órgãos integrantes, cabendo a função de
Consultor Jurídico do Ministro de Estado ao Procurador-Geral, nomeado em comissão, pelo
critério de confiança e livre escolha, entre bacharéis em Direito.

TíTULO V
DOS SISTEMAS DE ATIVIDADES AUXILIARES

Art. 30. Serão organizadas sob a forma de sistema as atividades de pessoal, orçamento,
estatística, administração financeira, contabilidade e auditoria, e serviços gerais, além de
outras atividades auxiliares comuns a todos os órgãos da Administração que, a critério do
Poder Executivo, necessitem de coordenação central. (Vide Decreto nº 64.777, de 1969)
§ 1º Os serviços incumbidos do exercício das atividades de que trata êste artigo
consideram-se integrados no sistema respectivo e ficam, conseqüentemente, sujeitos à
orientação normativa, à supervisão técnica e à fiscalização específica do órgão central do
sistema, sem prejuízo da subordinação ao órgão em cuja estrutura administrativa estiverem
integrados.

§ 2º O chefe do órgão central do sistema é responsável pelo fiel cumprimento das leis e
regulamentos pertinentes e pelo funcionamento eficiente e coordenado do sistema.

§ 3º É dever dos responsáveis pelos diversos órgãos competentes dos sistemas atuar de
modo a imprimir o máximo rendimento e a reduzir os custos operacionais da Administração.

§ 4° Junto ao órgão central de cada sistema poderá funcionar uma Comissão de


Coordenação, cujas atribuições e composição serão definidas em decreto.

Art. 31. Aestruturação dos sistemas de que trata o artigo 30 e a subordinação dos
respectivos Órgãos Centrais serão estabelecidas em decreto. (Redação dada pelo Decreto-Lei
nº 900, de 1969)

Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968)

TíTULO VI
DA PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA

Art. 32. A Presidência da República é constituída essencialmente pelo Gabinete Civil e


pelo Gabinete Militar. Também dela fazem parte, como órgãos de assessoramento imediato ao
Presidente da República: (Redação dada pela Lei nº 7.232, de 1984) Vide: Lei nº 7.739, de
20.3.1989, Decreto nº 99.180, de 1990, Lei nº 8.490, de 1992, Lei nº 9.649, de 1998, Lei nº
10.683, de 28.5.2003

I - o Conselho de Segurança Nacional; (Redação dada pela Lei nº 7.232, de 1984)

II - o Conselho de Desenvolvimento Econômico; (Redação dada pela Lei nº 7.232, de


1984)

III - o Conselho de Desenvolvimento Social; (Redação dada pela Lei nº 7.232, de 1984)

IV - a Secretaria de Planejamento; (Redação dada pela Lei nº 7.232, de 1984)

V - o Serviço Nacional de Informações; (Redação dada pela Lei nº 7.232, de 1984)

VI - o Estado-Maior das Forças Armadas; (Redação dada pela Lei nº 7.232, de 1984)

VII - o Departamento Administrativo do Serviço Público; (Redação dada pela Lei nº 7.232,
de 1984)

VIII - a Consultoria-Geral da República; (Redação dada pela Lei nº 7.232, de 1984)

IX - o Alto Comando das Forças Armadas; (Redação dada pela Lei nº 7.232, de 1984)

X - o Conselho Nacional de Informática e Automação. (Redação dada pela Lei nº 7.232,


de 1984)

Parágrafo único. O Chefe do Gabinete Civil, o Chefe do Gabinete Militar, o Chefe da


Secretaria de Planejamento, o Chefe do Serviço Nacional de Informações e o Chefe do Estado-
Maior das Forças Armadas são Ministros de Estado titulares dos respectivos órgãos. (Redação
dada pela Lei nº 7.232, de 1984)

Art. 33. Ao Gabinete Civil incumbe:

I - Assistir, direta e imediatamente, o Presidente da República no desempenho de suas


atribuições e, em especial, nos assuntos referentes à administração civil.

II - Promover a divulgação de atos e atividades governamentais.

III - Acompanhar a tramitação de projetos de lei no Congresso Nacional e coordenar a


colaboração dos Ministérios e demais órgãos da administração, no que respeita aos projetos
de lei submetidos à sanção presidencial. (Vide Lei nº 8.028, de 1990) (Vide Lei nº 10.683, de
28.5.2003)

Art. 34. Ao Gabinete Militar incumbe:

I - Assistir, direta e imediatamente, o Presidente da República no desempenho de suas


atribuições e, em especial, nos assuntos referentes à Segurança Nacional e à Administração
Militar.

II - Zelar pela segurança do Presidente da República e dos Palácios Presidenciais.

Parágrafo único. O Chefe do Gabinete Militar exerce as funções de Secretário-Geral do


Conselho de Segurança Nacional.

TíTULO VII
DOS MINISTÉRIOS E RESPECTIVAS ÁREAS DE COMPETÊNCIA

Art. 35 - Os Ministérios são os seguintes: (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)
Vide: Lei nº 7.739, de 20.3.1989, Lei nº 7.927, de 1989, Lei nº 8.422, de 1992, Lei nº 8.490,
de 1992, Lei nº 9.649, de 1998, Lei nº 10.683, de 28.5.2003

Ministério da Justiça (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)

Ministério das Relações Exteriores (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)

Ministério da Fazenda (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)

Ministério dos Transportes (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)

Ministério da Agricultura (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)

Ministério da Indústria e do Comércio (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)

Ministério das Minas e Energia (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)

Ministério do Interior (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1º.5.1974)

Ministério da Educação e Cultura (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)

Ministério do Trabalho (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)

Ministério da Previdência e Assistência Social (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)

Ministério da Saúde (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)


Ministério das Comunicações (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)

Ministério da Marinha (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)

Ministério do Exército (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)

Ministério da Aeronáutica (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974)

Parágrafo único. Os titulares dos Ministérios são Ministros de Estado (Art. 20). (Incluído
pela Lei nº 6.036, de 1974)

Art. 36. Para auxiliá-lo na coordenação de assuntos afins ou interdependentes, que


interessem a mais de um Ministério, o Presidente da República poderá incumbir de missão
coordenadora um dos Ministros de Estado, cabendo essa missão, na ausência de designação
específica ao Ministro de Estado Chefe da Secretaria de Planejamento. (Redação dada pela
Lei nº 6.036, de 1974) (Vide Lei nº 10.683, de 28.5.2003)

§ 1º O Ministro Coordenador, sem prejuízo das atribuições da Pasta ou órgão de que for
titular atuará em harmonia com as instruções emanadas do Presidente da República, buscando
os elementos necessários ao cumprimento de sua missão mediante cooperação dos Ministros
de Estado em cuja área de competência estejam compreendidos os assuntos objeto de
coordenação. (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974) (Vide Lei nº 10.683, de 28.5.2003)

§ 2º O Ministro Coordenador formulará soluções para a decisão final do Presidente da


República. (Redação dada pela Lei nº 6.036, de 1974) (Vide Lei nº 10.683, de 28.5.2003)

Art. 37. O Presidente da República poderá prover até 4 (quatro) cargos de Ministro
Extraordinário para o desempenho de encargos temporários de natureza relevante. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) (Vide Lei nº 10.683, de 28.5.2003)

Parágrafo único. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968)

Art . 38. O Ministro Extraordinário e o Ministro Coordenador disporão de assistência


técnica e administrativa essencial para o desempenho das missões de que forem incumbidos
pelo Presidente da República na forma por que se dispuser em decreto. (Vide Lei nº 10.683, de
28.5.2003)

Art. 39 Os assuntos que constituem a área de competência de cada Ministério são, a


seguir, especificados: Vide Leis: Lei nº 7.739, de 20.3.1989, Lei nº 10.683, de 28.5.2003

(Suprimido pelo Decreto-Lei 900, de 1969)

MINISTÉRIO DA JUSTIÇA

I - Ordem jurídica, nacionalidade, cidadania, direitos políticos, garantias constitucionais.

II - Segurança interna. Polícia Federal.

III - Administração penitenciária.

IV - Ministério Público.

V - Documentação, publicação e arquivo dos atos oficiais.

MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES


I - Política Internacional.

II - Relações diplomáticas; serviços consulares.

III - Participação nas negociações comerciais, econômicas, financeiras, técnicas e


culturais com países e entidades estrangeiras.

IV - Programas de cooperação internacional.

(Suprimido pelo Decreto-Lei 900, de 1969)

MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO E COORDENAÇÃO GERAL

I - Plano geral do Govêrno, sua coordenação. Integração dos planos regionais.

II - Estudos e pesquisas sócio-econômicos, inclusive setoriais e regionais.

III - Programação orçamentária; proposta orçamentária anual.

IV - Coordenação da assistência técnica internacional.

V - Sistemas estatístico e cartográfico nacionais.

VI - Organização administrativa.

(Suprimido pelo Decreto-Lei 900, de 1969)

MINISTÉRIO DA FAZENDA

I - Assuntos monetários, creditícios, financeiros e fiscais; poupança popular.

II - Administração tributária.

III - Arrecadação.

IV - Administração financeira.

V - Contabilidade e auditoria.

VI - Administração patrimonial. (Redação dada pela Lei nº 6.228, de 1975)

MINISTÉRIO DOS TRANSPORTES

I - Coordenação dos transportes.

II - Transportes ferroviários e rodoviários.

III - Transportes aquaviários. Marinha mercante; portos e vias navegáveis.

IV - Participação na coordenação dos transportes aeroviários, na forma estabelecida no


art. 162.

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA

I - Agricultura; pecuária; caça; pesca.


II - Recursos naturais renováveis: flora, fauna e solo.

III - Organização da vida rural; reforma agrária.

IV - Estímulos financeiros e creditícios.

V - Meteorologia; climatologia.

VI - Pesquisa e experimentação.

VII - Vigilância e defesa sanitária animal e vegetal.

VIII - Padronização e inspeção de produtos vegetais e animais ou do consumo nas


atividades agropecuárias.

MINISTÉRIO DA INDÚSTRIA E DO COMÉRCIO

I - Desenvolvimento industrial e comercial.

II - Comércio exterior.

III - Seguros privados e capitalização.

IV - Propriedade industrial; registro do comércio; legislação metrológica.

V - Turismo.

VI - Pesquisa e experimentação tecnológica.

MINISTÉRIO DAS MINAS E ENERGIA

I - Geologia, recursos minerais e energéticos.

II - Regime hidrológico e fontes de energia hidráulica.

III - Mineração.

IV - Indústria do petróleo.

V - Indústria de energia elétrica, inclusive de natureza nuclear.

MINISTÉRIO DO INTERIOR

I - Desenvolvimento regional.

II - Radicação de populações, ocupação do território. Migrações internas.

III - Territórios federais.

IV - Saneamento básico.

V - Beneficiamento de áreas e obras de proteção contra sêcas e inundações. Irrigação.

VI - Assistência às populações atingidas pelas calamidades públicas.


VII - Assistência ao índio.

VIII - Assistência aos Municípios.

IX - Programa nacional de habitação.

(Suprimido pelo Decreto-Lei 900, de 1969)

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E CULTURA

I - Educação; ensino (exceto o militar); magistério.

II - Cultura - letras e artes.

III - Patrimônio histórico, arqueológico, científico, cultural e artístico.

IV - Desportos.

MINISTÉRIO DO TRABALHO E PREVIDÊNCIA SOCIAL (Vide Lei nº 6.036, de 1974)

I - Trabalho; organização profissional e sindical; fiscalização.

II - Mercado de trabalho; política de emprêgo.

III - Política salarial.

IV - Previdência e assistência social.

V - Política de imigração.

VI - Colaboração com o Ministério Público junto à Justiça do Trabalho.

MINISTÉRIO DA SAÚDE

I - Política nacional de saúde.

II - Atividades médicas e para-médicas.

III - Ação preventiva em geral; vigilância sanitária de fronteiras e de portos marítimos,


fluviais e aéreos.

IV - Contrôle de drogas, medicamentos e alimentos.

V - Pesquisas médico-sanitárias.

MINISTÉRIO DAS COMUNICAÇÕES

I - Telecomunicações.

II - Serviços postais.

(Suprimido pelo Decreto-Lei 900, de 1969)

MINISTÉRIO DA MARINHA
(Art. 54)

MINISTÉRIO DO EXÉRCITO

(Art. 59)

MINISTÉRIO DA AERONÁUTICA

(Art. 63)

TíTULO VIII
DA SEGURANÇA NACIONAL

CAPÍTULO I
DO CONSELHO DE SEGURANÇA NACIONAL

Art. 40. O Conselho de Segurança Nacional é o órgão de mais alto nível no


assessoramento direto do Presidente da República, na formulação e na execução da Política
de Segurança Nacional. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

§ 1º A formulação da Política de Segurança Nacional far-se-á, bàsicamente, mediante o


estabelecimento do Conceito Estratégico Nacional.

§ 2º No que se refere a execução da Política de Segurança Nacional, o Conselho


apreciará os problemas que lhe forem propostos no quadro da conjuntura nacional ou
internacional. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Art. 41. Caberá, ainda, ao Conselho o cumprimento de outras tarefas específicas previstas
na Constituição.

Art. 42. O Conselho de Segurança Nacional é convocado e presidido pelo Presidente da


República, dêle participando, no caráter de membros natos, o Vice-Presidente da República,
todos os Ministros de Estado, inclusive os Extraordinários, os Chefes dos Gabinetes Civil e
Militar da Presidência da República, o Chefe do Serviço Nacional de Informações, o Chefe do
Estado-Maior das Fôrças Armadas e os Chefes dos Estados-Maiores da Armada, do Exército e
da Aeronáutica.

§ 1º O Presidente da República poderá designar membros eventuais, conforme a matéria


a ser apreciada.

§ 2° O Presidente da República pode ouvir o Conselho de Segurança Nacional, mediante


consulta a cada um dos seus membros em expediente remetido por intermédio da Secretaria-
Geral.

Art. 43. O Conselho dispõe de uma Secretaria-Geral, como órgão de estudo,


planejamento e coordenação no campo da segurança nacional e poderá contar com a
colaboração de órgãos complementares, necessários ao cumprimento de sua finalidade
constitucional. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.093, de 1970)

CAPÍTULO II
DO SERVIÇO NACIONAL DE INFORMAÇÕES

Art. 44. O Serviço Nacional de Informações tem por finalidade superintender e coordenar,
em todo o território nacional, as atividades de informação e contra-informação, em particular as
que interessem à segurança nacional.
TíTULO IX
DAS FÔRÇAS ARMADAS

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 45. As Fôrças Armadas, constituídas pela Marinha de Guerra, pelo Exército e pela
Aeronáutica Militar, são instituições nacionais, permanentes e regulares, organizadas com base
na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República e dentro
dos limites da lei. As Fôrças Armadas, essenciais à execução da Política de Segurança
Nacional, destinam-se à defesa da Pátria e à garantia dos Podêres constituídos, da Lei e da
Ordem. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Parágrafo único. As Fôrças Armadas, nos casos de calamidade pública, colaborarão com
os Ministérios Civis, sempre que solicitadas, na assistência às populações atingidas e no
restabelecimento da normalidade. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Art. 46. O Poder Executivo fixará a organização pormenorizada das Fôrças Armadas
singulares - Fôrças Navais, Fôrças Terrestres e Fôrça Aérea Brasileira - e das Fôrças
Combinadas ou Conjuntas, bem como dos demais órgãos integrantes dos Ministérios Militares,
suas denominações, localizações e atribuições.

Parágrafo único. Caberá, também, ao Poder Executivo, nos limites fixados em lei, dispor
sôbre as Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, como fôrças auxiliares, reserva do
Exército.

CAPÍTULO II
DOS ÓRGÃOS DE ASSESSORAMENTO DIRETO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

SEçãO I
Do Alto Comando das Fôrças Armadas

Art. 47. O Alto Comando das Fôrças Armadas é um órgão de assessoramento do


Presidente da República, nas decisões relativas à política militar e à coordenação de assuntos
pertinentes às Fôrças Armadas.

Art. 48. Integram o Alto Comando das Fôrças Armadas os Ministros Militares, o Chefe do
Estado-Maior das Fôrças Armadas e os Chefes dos Estados-Maiores de cada uma das Fôrças
singulares.

Art. 49. O Alto Comando das Fôrças Armadas reúne-se quando convocado pelo
Presidente da República e é secretariado pelo Chefe do Gabinete Militar da Presidência da
República.

SEçãO II
Do Estado-Maior das Fôrças Armadas

Art. 50. O Estado-Maior das Fôrças Armadas, órgãos de assessoramento do Presidente


da República tem por atribuições: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

I - Proceder aos estudos para a fixação da Política, da Estratégia e da Doutrina Militares,


bem como elaborar e coordenar os planos e programas decorrentes; (Redação dada pelo
Decreto-Lei nº 900, de 1969)

II - Estabelecer os planos para emprêgo das Fôrças Combinadas ou Conjuntas e de


fôrças singulares destacadas para participar de operações militares no exterior, levando em
consideração os estudos e as sugestões dos Ministros Militares competentes; (Redação dada
pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

III - Coordenar as informações estratégicas no Campo Militar; (Redação dada pelo


Decreto-Lei nº 900, de 1969)

IV - Coordenar, no que transcenda os objetivos específicos e as disponibilidades previstas


no Orçamento dos Ministérios Militares, os planos de pesquisas, de desenvolvimento e de
mobilização das Fôrças Armadas e os programas de aplicação de recursos decorrentes.
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

V - Coordenar as representações das Fôrças Armadas no País e no exterior; (Redação


dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

VI - Proceder aos estudos e preparar as decisões sôbre assuntos que lhe forem
submetidos pelo Presidente da República. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Parágrafo único. . (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968)

Art. 51. A Chefia do Estado-Maior das Fôrças Amadas é exercida por um oficial-general
do mais alto pôsto nomeado pelo Presidente da República, obedecido, em princípio, o critério
de rodízio entre as Fôrças Armadas. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Art. 52. As funções de Estado-Maior e Serviços no Estado-Maior das Fôrças Armadas são
exercidas por oficiais das três Fôrças singulares.

Art. 53. O Conselho de Chefes de Estado-Maior, constituído do Chefe do Estado-Maior


das Fôrças Armadas e dos Chefes do Estado-Maior das Fôrças singulares, reúne-se
periòdicamente, sob a presidência do primeiro, para apreciação de assuntos específicos do
Estado-Maior das Fôrças Armadas e os de interêsse comum a mais de uma das Fôrças
singulares.

CAPÍTULO III
DOS MINISTÉRIOS MILITARES

SEçãO I
Do Ministério da Marinha

Art. 54. O Ministério da Marinha administra os negócios da Marinha de Guerra e tem como
atribuição principal a preparação desta para o cumprimento de sua destinação constitucional.

§ 1º Cabe ao Ministério da Marinha;

I - Propor a organização e providenciar o aparelhamento e adestramento das Fôrças


Navais e Aeronavais e do Corpo de Fuzileiros Navais, inclusive para integrarem Fôrças
Combinadas ou Conjuntas.

II - Orientar e realizar pesquisas e desenvolvimento de interêsse da Marinha, obedecido o


previsto no item V do art. 50 da presente Lei.

III - Estudar e propor diretrizes para a política marítima nacional.

§ 2º Ao Ministério da Marinha competem ainda as seguintes atribuições subsidiárias;

I - Orientar e controlar a Marinha Mercante Nacional e demais atividades correlatas no que


interessa à segurança nacional e prover a segurança da navegação, seja ela marítima, fluvial
ou lacustre.
II - Exercer a polícia naval.

Art. 55. O Ministro da Marinha exerce a direção geral do Ministério da Marinha e é o


Comandante Superior da Marinha de Guerra. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Art. 56. A Marinha de Guerra compreende suas organizações próprias, pessoal em


serviço ativo e sua reserva, inclusive as formações auxiliares conforme fixado em lei. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Art. 57. O Ministério da Marinha é constituído de:

I - Órgãos de Direção Geral.

- Almirantado (Alto Comando da Marinha de Guerra).

- Estado Maior da Armada.

II - Órgãos de Direção Setorial, organizados em base departamental (art. 24).

III - Órgãos de Assessoramento.

- Gabinete do Ministro.

- Consultoria Jurídica.

- Conselho de Almirantes.

- Outros Conselhos e Comissões.

IV - Órgãos de Apoio.

- Diretorias e outros órgãos.

V - Fôrças Navais e Aeronavais (elementos próprios - navios e helicópteros - e elementos


destacados da Fôrça Aérea Brasileira).

- Corpo de Fuzileiros Navais.

- Distritos Navais.

- Comando do Contrôle Naval do Tráfego Marítimo. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900, de


1969)

Art. 58. (Revogado pela Lei nº 6.059, de 1974)

SEçãO II
Do Ministério do Exército

Art. 59. O Ministério do Exército administra os negócios do Exército e tem, como atribuição
principal a preparação do Exército para o cumprimento da sua destinação constitucional.

§ 1º Cabe ao Ministério do Exército:

I - Propor a organização e providenciar o aparelhamento e o adestramento das Fôrças


Terrestres, inclusive para integrarem Fôrças Combinadas ou Conjuntas.
II - Orientar e realizar pesquisas e desenvolvimento de interesse do Exército, obedecido o
previsto no item V do art. 50 da presente lei.

§ 2º Ao Ministério do Exército compete ainda propor as medidas para a efetivação do


disposto no Parágrafo único do art. 46 da presente lei.

Art. 60. O Ministro do Exército exerce a direção geral das atividades do Ministério e é o
Comandante Superior do Exército.

Art. 61. O Exército é constituído do Exército ativo e sua Reserva.

§ 1° O Exército ativo é a parte do Exército organizada e aparelhada para o cumprimento


de sua destinação constitucional e em pleno exercício de suas atividades.

§ 2° Constitui a Reserva do Exército todo o pessoal sujeito à incorporação no Exército


ativo, mediante mobilização ou convocação, e as fôrças e organizações auxiliares, conforme
fixado em lei.

Art. 62. O Ministério do Exército compreende:

I - Órgãos de Direção Geral

- Alto Comando do Exército.

- Estado-Maior do Exército.

- Conselho Superior de Economia e Finanças.

II - Órgãos de Direção Setorial, organizados em base departamental (art. 24)

III - Órgãos de Assessoramento

- Gabinete do Ministro.

- Consultoria Jurídica.

- Secretaria Geral.

- Outros Conselhos e Comissões.

IV - Órgãos de Apoio

- Diretorias e outros órgãos.

V - Fôrças Terrestres

- Órgãos Territoriais.

SEçãO III
Do Ministério da Aeronáutica

Art. 63. O Ministério da Aeronáutica administra os negócios da Aeronáutica e tem como


atribuições principais a preparação da Aeronáutica para o cumprimento de sua destinação
constitucional e a orientação, a coordenação e o contrôle das atividades da Aviação Civil.
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)
Parágrafo único. Cabe ao Ministério da Aeronáutica: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº
991, de 1969)

I - Estudar e propor diretrizes para a Política Aeroespacial Nacional. (Redação dada pelo
Decreto-Lei nº 991, de 1969)

II - Propor a organização e providenciar o aparelhamento e o adestramento da Fôrça


Aérea Brasileira, inclusive de elementos para integrar as Fôrças Combinadas ou Conjuntas.
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

III - Orientar, coordenar e controlar as atividades da Aviação Civil, tanto comerciais como
privadas e desportivas. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

IV - Estabelecer, equipar e operar, diretamente ou mediante autorização ou concessão, a


infra-estrutura aeronáutica, inclusive os serviços de apoio necessárias à navegação aérea.
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

V - Orientar, incentivar e realizar pesquisas e desenvolvimento de interêsse da


Aeronáutica, obedecido, quanto às de interêsse militar, ao prescrito no item IV do art. 50 da
presente lei. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

VI - Operar o Correio Aéreo Nacional. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

Art. 64. O Ministro da Aeronáutica exerce a direção geral das atividades do Ministério e é
o Comandante-em-Chefe da Fôrça Aérea Brasileira. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991,
de 1969)

Art. 65. A Fôrça Aérea Brasileira é a parte da Aeronáutica organizada e aparelhada para o
cumprimento de sua destinação constitucional. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de
1969)

Parágrafo único. Constituí a reserva da Aeronáutica todo o pessoal sujeito à incorporação


na Fôrça Aérea Brasileira, mediante mobilização ou convocação, e as organizações auxiliares,
conforme fixado em lei. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

Art. 66. O Ministério da Aeronáutica compreende: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991,
de 1969)

I - Órgãos de Direção Geral: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

- Alto Comando da Aeronáutica (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

- Estado-Maior da Aeronáutica (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

- Inspetoria Geral da Aeronáutica (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

II - Órgãos de Direção Setorial, organizados em base departamental (art. 24): (Redação


dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

- Departamento de Aviação Civil (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)v

- Departamento de Pesquisas e Desenvolvimento (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991,


de 1969)

III - Órgãos de Assessoramento: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)


- Gabinete do Ministro (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

- Consultoria Jurídica (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

- Conselhos e Comissões (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

IV - Órgãos de Apoio: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

- Comandos, Diretorias, Institutos, Serviços e outros órgãos (Redação dada pelo Decreto-
Lei nº 991, de 1969)

V - Fôrça Aérea Brasileira: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

- Comandos Aéreos (inclusive elementos para integrar Fôrças Combinadas ou Conjuntas)


- Comandos Territoriais. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 991, de 1969)

CAPÍTULO IV
DISPOSIÇÃO GERAL

Art. 67. O Almirantado (Alto Comando da Marinha de Guerra), o Alto Comando do Exército
e o Alto Comando da Aeronáutica, a que se referem os arts 57, 62 e 66 são órgãos integrantes
da Direção Geral do Ministério da Marinha, do Exército e da Aeronáutica cabendo-lhes
assessorar os respectivos Ministros, principalmente:

a) nos assuntos relativos à política militar peculiar à Fôrça singular;

b) nas matérias de relevância - em particular, de organização, administração e logística -


dependentes de decisão ministerial;

c) na seleção do quadro de Oficiais Generais.

TíTULO X
DAS NORMAS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E DE CONTABILIDADE

Art. 68. O Presidente da República prestará anualmente ao Congresso Nacional as contas


relativas ao exercício anterior, sôbre as quais dará parecer prévio o Tribunal de Contas.

Art. 69. Os órgãos da Administração Direta observarão um plano de contas único e as


normas gerais de contabilidade e da auditoria que forem aprovados pelo Govêrno.

Art . 70. Publicados a lei orçamentária ou os decretos de abertura de créditos adicionais,


as unidades orçamentárias, os órgãos administrativos, os de contabilização e os de
fiscalização financeira ficam, desde logo, habilitados a tomar as providências cabíveis para o
desempenho das suas tarefas.

Art. 71. A discriminação das dotações orçamentárias globais de despesas será feita:

I - No Poder Legislativo e órgãos auxiliares, pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do


Senado Federal e pelo Presidente do Tribunal de Contas.

II - No Poder Judiciário, pelos Presidentes dos Tribunais e demais órgãos competentes.

III - No Poder Executivo, pelos Ministros de Estado ou dirigentes de órgãos da Presidência


da República.
Art. 72. Com base na lei orçamentária, créditos adicionais e seus atos complementares, o
órgão central da programação financeira fixará as cotas e prazos de utilização de recursos
pelos órgãos da Presidência da República, pelos Ministérios e pelas autoridades dos Podêres
Legislativo e Judiciário para atender à movimentação dos créditos orçamentários ou adicionais.

§ 1º Os Ministros de Estado e os dirigentes de Órgãos da Presidência da República


aprovarão a programação financeira setorial e autorizarão às unidades administrativas a
movimentar os respectivos créditos, dando ciência ao Tribunal de Contas.

§ 2º O Ministro de Estado, por proposta do Inspetor Geral de Finanças, decidirá quanto


aos limites de descentralização da administração dos créditos, tendo em conta as atividades
peculiares de cada órgão.

Art. 73. Nenhuma despesa poderá ser realizada sem a existência de crédito que a
comporte ou quando imputada a dotação imprópria, vedada expressamente qualquer atribuição
de fornecimento ou prestação de serviços cujo custo exceda aos limites prèviamente fixados
em lei.

Parágrafo único. Mediante representação do órgão contábil serão impugnados quaisquer


atos referentes a despesas que incidam na proibição do presente artigo.

Art. 74. Na realização da receita e da despesa pública será utilizada a via bancária, de
acôrdo com as normas estabelecidas em regulamento.

§ 1º Nos casos em que se torne indispensável a arrecadação de receita diretamente pelas


unidades administrativas, o recolhimento à conta bancária far-se-á no prazo regulamentar.

§ 2º O pagamento de despesa, obedecidas as normas que regem a execução


orçamentária (lei nº 4.320, de 17 de março de 1964), far-se-á mediante ordem bancária ou
cheque nominativo, contabilizado pelo órgão competente e obrigatòriamente assinado pelo
ordenador da despesa e pelo encarregado do setor financeiro.

§ 3º Em casos excepcionais, quando houver despesa não atendível pela via bancária, as
autoridades ordenadoras poderão autorizar suprimentos de fundos, de preferência a agentes
afiançados, fazendo-se os lançamentos contábeis necessários e fixando-se prazo para
comprovação dos gastos.

Art. 75. Os órgãos da Administração Federal prestarão ao Tribunal de Contas, ou suas


delegações, os informes relativos à administração dos créditos orçamentários e facilitarão a
realização das inspeções de contrôle externo dos órgãos de administração financeira,
contabilidade e auditorias. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Parágrafo único. As informações previstas neste artigo são as imprescindíveis ao


exercício da auditoria financeira e orçamentária, realizada com base nos documentos
enumerados nos itens I e II do artigo 36 do Decreto-lei número 199, de 25 de fevereiro de
1967, vedada a requisição sistemática de documentos ou comprovantes arquivados nos órgãos
da administração federal, cujo exame se possa realizar através das inspeções de contrôle
externo. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Art. 76. Caberá ao Inspetor Geral de Finanças ou autoridade delegada autorizar a


inscrição de despesas na conta "Restos a Pagar" (Lei nº 4.320, de 17 de março de 1964),
obedecendo-se na liquidação respectiva as mesmas formalidades fixadas para a administração
dos créditos orçamentários.

Parágrafo Único. As despesas inscritas na conta de "Restos a Pagar" serão liquidadas


quando do recebimento do material, da execução da obra ou da prestação do serviço, ainda
que ocorram depois do encerramento do exercício financeiro.
Art. 77. Todo ato de gestão financeira deve ser realizado por fôrça do documento que
comprove a operação e registrado na contabilidade, mediante classificação em conta
adequada.

Art. 78. O acompanhamento da execução orçamentária será feito pelos órgãos de


contabilização.

§ 1° Em cada unidade responsável pela admin istração de créditos proceder-se-á sempre


à contabilização dêstes.

§ 2° A contabilidade sintética ministerial caberá à Inspetoria Geral de Finanças.

§ 3 ° A contabilidade geral caberá à Inspet oria Geral de Finanças do Ministério da


Fazenda.

§ 4º Atendidas as conveniências do serviço, um único órgão de contabilidade analítica


poderá encarregar-se da contabilização para várias unidades operacionais do mesmo ou de
vários Ministérios.

§ 5° Os documentos relativos à escrituração dos atos da receita e despesa ficarão


arquivados no órgão de contabilidade analítica e à disposição das autoridades responsáveis
pelo acompanhamento administrativo e fiscalização financeira e, bem assim, dos agentes
incumbidos do contrôle externo, de competência do Tribunal de Contas.

Art. 79. A contabilidade deverá apurar os custos dos serviços de forma a evidenciar os
resultados da gestão.

Art. 80. Os órgãos de contabilidade inscreverão como responsável todo o ordenador da


despesa, o qual só poderá ser exonerado de sua responsabilidade após julgadas regulares
suas contas pelo Tribunal de Contas.

§ 1° Ordenador de despesas é tôda e qualque r autoridade de cujos atos resultarem


emissão de empenho, autorização de pagamento, suprimento ou dispêndio de recursos da
União ou pela qual esta responda.

§ 2º O ordenador de despesa, salvo conivência, não é responsável por prejuízos


causados à Fazenda Nacional decorrentes de atos praticados por agente subordinado que
exorbitar das ordens recebidas.

§ 3º As despesas feitas por meio de suprimentos, desde que não impugnadas pelo
ordenador, serão escrituradas e incluídas na sua tomada de contas, na forma prescrita; quando
impugnadas, deverá o ordenador determinar imediatas providências administrativas para a
apuração das responsabilidades e imposição das penalidades cabíveis, sem prejuízo do
julgamento da regularidade das contas pelo Tribunal de Contas.

Art. 81. Todo ordenador de despesa ficará sujeito a tomada de contas realizada pelo
órgão de contabilidade e verificada pelo órgão de auditoria interna, antes de ser encaminhada
ao Tribunal de Contas (artigo 82 ).

Parágrafo único. O funcionário que receber suprimento de fundos, na forma do disposto


no art. 74, § 3º, é obrigado a prestar contas de sua aplicação procedendo-se, automàticamente,
a tomada de contas se não o fizer no prazo assinalado.

Art. 82. As tomadas de contas serão objeto de pronunciamento expresso do Ministro de


Estado, dos dirigentes de órgãos da Presidência da República ou de autoridade a quem estes
delegarem competência, antes de seu encaminhamento ao Tribunal de Contas para os fins
constitucionais e legais. (Vide Decreto nº 99.626, de 1990)
§ 1º A tomada de contas dos ordenadores, agentes recebedores, tesoureiros ou
pagadores será feita no prazo máximo de 180 (cento e oitenta) dias do encerramento do
exercício financeiro pelos órgãos encarregados da contabilidade analítica e, antes de ser
submetida a pronunciamento do Ministro de Estado, dos dirigentes de órgãos da Presidência
da República ou da autoridade a quem êstes delegarem competência, terá sua regularidade
certificada pelo órgão de auditoria.

§ 2º Sem prejuízo do encaminhamento ao Tribunal de Contas, a autoridade a que se


refere o parágrafo anterior no caso de irregularidade, determinará as providências que, a seu
critério, se tornarem indispensáveis para resguardar o interêsse público e a probidade na
aplicação dos dinheiros públicos, dos quais dará ciência oportunamente ao Tribunal de Contas.

§ 3° Sempre que possível, desde que não ret ardem nem dificultem as tomadas de contas,
estas poderão abranger conjuntamente a dos ordenadores e tesoureiros ou pagadores.

Art. 83. Cabe aos detentores de suprimentos de fundos fornecer indicação precisa dos
saldos em seu poder em 31 de dezembro, para efeito de contabilização e reinscrição da
respectiva responsabilidade pela sua aplicação em data posterior, observados os prazos
assinalados pelo ordenador da despesa.

Parágrafo único. A importância aplicada até 31 de dezembro será comprovada até 15 de


janeiro seguinte.

Art. 84. Quando se verificar que determinada conta não foi prestada, ou que ocorreu
desfalque, desvio de bens ou outra irregularidade de que resulte prejuízo para a Fazenda
Pública, as autoridades administrativas, sob pena de co-responsabilidade e sem embargo dos
procedimentos disciplinares, deverão tomar imediatas providência para assegurar o respectivo
ressarcimento e instaurar a tomada de contas, fazendo-se as comunicações a respeito ao
Tribunal de Contas.

Art. 85. A Inspetoria Geral de Finanças, em cada Ministério, manterá atualizada relação de
responsáveis por dinheiros, valôres e bens públicos, cujo rol deverá ser transmitido anualmente
ao Tribunal de Contas, comunicando-se trimestralmente as alterações.

Art. 86. A movimentação dos créditos destinados à realização de despesas reservadas ou


confidenciais será feita sigilosamente e nesse caráter serão tomadas as contas dos
responsáveis.

Art. 87. Os bens móveis, materiais e equipamentos em uso ficarão sob a responsabilidade
dos chefes de serviço, procedendo-se periòdicamente a verificações pelos competentes órgãos
de contrôle.

Art. 88. Os estoques serão obrigatòriamente contabilizados, fazendo-se a tomada anual


das contas dos responsáveis.

Art. 89. Todo aquêle que, a qualquer título, tenha a seu cargo serviço de contabilidade da
União é pessoalmente responsável pela exatidão das contas e oportuna apresentação dos
balancetes, balanços e demonstrações contábeis dos atos relativos à administração financeira
e patrimonial do setor sob sua jurisdição.

Art. 90. Responderão pelos prejuízos que causarem à Fazenda Pública o ordenador de
despesas e o responsável pela guarda de dinheiros, valôres e bens.

Art. 91.Sob a denominação de Reserva de Contingência, o orçamento anual poderá


conter dotação global não especificamente destinada a determinado órgão, unidade
orçamentária, programa ou categoria econômica, cujos recursos serão utilizados para abertura
de créditos adicionais. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 1.763, de 1980)
Art. 92. Com o objetivo de obter maior economia operacional e racionalizar a execução da
programação financeira de desembôlso, o Ministério da Fazenda promoverá a unificação de
recursos movimentados pelo Tesouro Nacional através de sua Caixa junto ao agente financeiro
da União. (Vide Decreto nº 4.529, de 19.12.2002)

Parágrafo único. Os saques contra a Caixa do Tesouro só poderão ser efetuados dentro
dos limites autorizados pelo Ministro da Fazenda ou autoridade delegada.

Art. 93. Quem quer que utilize dinheiros públicos terá de justificar seu bom e regular
emprêgo na conformidade das leis, regulamentos e normas emanadas das autoridades
administrativas competentes.

TíTULO XI
DAS DISPOSIÇÕES REFERENTES AO PESSOAL CIVIL

CAPÍTULO I
DAS NORMAS GERAIS

Art. 94. O Poder Executivo promoverá a revisão da legislação e das normas


regulamentares relativas ao pessoal do Serviço Público Civil, com o objetivo de ajustá-las aos
seguintes princípios:

I - Valorização e dignificação da função pública e ao servidor público.

II - Aumento da produtividade.

III - Profissionalização e aperfeiçoamento do servidor público; fortalecimento do Sistema


do Mérito para ingresso na função pública, acesso a função superior e escolha do ocupante de
funções de direção e assessoramento.

IV - Conduta funcional pautada por normas éticas cuja infração incompatibilize o servidor
para a função.

V - Constituição de quadros dirigentes, mediante formação e aperfeiçoamento de


administradores capacitados a garantir a qualidade, produtividade e continuidade da ação
governamental, em consonância com critérios éticos especialmente estabelecidos.

VI - Retribuição baseada na classificação das funções a desempenhar, levando-se em


conta o nível educacional exigido pelos deveres e responsabilidade do cargo, a experiência
que o exercício dêste requer, a satisfação de outros requisitos que se reputarem essenciais ao
seu desempenho e às condições do mercado de trabalho.

VII - Organização dos quadros funcionais, levando-se em conta os interêsses de


recrutamento nacional para certas funções e a necessidade de relacionar ao mercado de
trabalho local ou regional o recrutamento, a seleção e a remuneração das demais funções.

VIII - Concessão de maior autonomia aos dirigentes e chefes na administração de


pessoal, visando a fortalecer a autoridade do comando, em seus diferentes graus, e a dar-lhes
efetiva responsabilidade pela supervisão e rendimento dos serviços sob sua jurisdição.

IX - Fixação da quantidade de servidores, de acôrdo com as reais necessidades de


funcionamento de cada órgão, efetivamente comprovadas e avaliadas na oportunidade da
elaboração do orçamento-programa, e estreita observância dos quantitativos que forem
considerados adequados pelo Poder Executivo no que se refere aos dispêndios de pessoal.
Aprovação das lotações segundo critérios objetivos que relacionam a quantidade de servidores
às atribuições e ao volume de trabalho do órgão.
X - Eliminação ou reabsorção do pessoal ocioso, mediante aproveitamento dos servidores
excedentes, ou reaproveitamento aos desajustados em funções compatíveis com as suas
comprovadas qualificações e aptidões vocacionais, impedindo-se novas admissões, enquanto
houver servidores disponíveis para a função.

XI - Instituição, pelo Poder Executivo, de reconhecimento do mérito aos servidores que


contribuam com sugestões, planos e projetos não elaborados em decorrência do exercício de
suas funções e dos quais possam resultar aumento de produtividade e redução dos custos
operacionais da administração.

XII - Estabelecimento de mecanismos adequados à apresentação por parte dos


servidores, nos vários níveis organizacionais, de suas reclamações e reivindicações, bem
como à rápida apreciação, pelos órgãos administrativos competentes, dos assuntos nelas
contidos.

XIII - Estímulo ao associativismo dos servidores para fins sociais e culturais.

Parágrafo único. O Poder Executivo encaminhará ao Congresso Nacional mensagens que


consubstanciem a revisão de que trata êste artigo.

Art. 95. O Poder Executivo promoverá as medidas necessárias à verificação da


produtividade do pessoal a ser empregado em quaisquer atividades da Administração Direta ou
de autarquia, visando a colocá-lo em níveis de competição com a atividade privada ou a evitar
custos injustificáveis de operação, podendo, por via de decreto executivo ou medidas
administrativas, adotar as soluções adequadas, inclusive a eliminação de exigências de
pessoal superiores às indicadas pelos critérios de produtividade e rentabilidade. Vide Decreto
nº 67.326, de 05.10.1970

Art . 96. Nos têrmos da legislação trabalhista, poderão ser contratados especialistas para
atender às exigências de trabalho técnico em institutos, órgãos de pesquisa e outras entidades
especializadas da Administração Direta ou autarquia, segundo critérios que, para êsse fim,
serão estabelecidos em regulamento.

Art . 97. Os Ministros de Estado, mediante prévia e específica autorização do Presidente


da República, poderão contratar os serviços de consultores técnicos e especialistas por
determinado período, nos têrmos da legislação trabalhista. (Expressão substituída pelo
Decreto-Lei nº 900, de 1969)

CAPÍTULO II
DAS MEDIDAS DE APLICAÇÃO IMEDIATA

Art. 98. Cada unidade administrativa terá, no mais breve prazo, revista sua lotação, a fim
de que passe a corresponder a suas estritas necessidades de pessoal e seja ajustada às
dotações previstas no orçamento (art. 94 inciso IX).

Art. 99. O Poder Executivo adotará providências para a permanente verificação da


existência de pessoal ocioso na Administração Federal, diligenciando para sua eliminação ou
redistribuição imediata.

§ 1º Sem prejuízo da iniciativa do órgão de pessoal da repartição, todo responsável por


setor de trabalho em que houver pessoal ocioso deverá apresentá-lo aos centros de
redistribuição e aproveitamento de pessoal que deverão ser criados, em caráter temporário,
sendo obrigatório o aproveitamento dos concursados.

§ 2º A redistribuição de pessoal ocorrerá sempre no interêsse do Serviço Público, tanto na


Administração Direta como em autarquia, assim como de uma para outra, respeitado o regime
jurídico pessoal do servidor.
§ 3º O pessoal ocioso deverá ser aproveitado em outro setor, continuando o servidor a
receber pela verba da repartição ou entidade de onde tiver sido deslocado, até que se tomem
as providências necessárias à regularização da movimentação.

§ 4° Com relação ao pessoal ocioso que não puder ser utilizado na forma dêste artigo,
será observado o seguinte procedimento:

a) extinção dos cargos considerados desnecessários, ficando os seus ocupantes


exonerados ou em disponibilidade, conforme gozem ou não de estabilidade, quando se tratar
de pessoal regido pela legislação dos funcionários públicos;

b) dispensa, com a conseqüente indenização legal, dos empregados sujeitos ao regime da


legislação trabalhista.

§ 5º Não se preencherá vaga nem se abrirá concurso na Administração Direta ou em


autarquia, sem que se verifique, prèviamente, no competente centro de redistribuição de
pessoal, a inexistência de servidor a aproveitar, possuidor da necessária qualificação.

§ 6º Não se exonerará, por fôrça do disposto neste artigo, funcionário nomeado em virtude
de concurso.

Art. 100. Instaurar-se-á processo administrativo para a demissão ou dispensa de servidor


efetivo ou estável, comprovadamente ineficiente no desempenho dos encargos que lhe
competem ou desidioso no cumprimento de seus deveres.

Art. 101. O provimento em cargos em comissão e funções gratificadas obedecerá a


critérios a serem fixados por ato do Poder Executivo que: (Redação dada pelo Decreto-Lei nº
900, de 1969)

a) definirá os cargos em comissão de livre escolha do Presidente da República; (Incluído


pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

b) estabelecerá os processos de recrutamento com base no Sistema do Mérito; e (Incluído


pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

c) fixará as demais condições necessárias ao seu exercício. (Incluído pelo Decreto-Lei nº


900, de 1969)

Art. 102. É proibida a nomeação em caráter interino por incompatível com a exigência de
prévia habilitação em concurso para provimento dos cargos públicos, revogadas tôdas as
disposições em contrário.

Art. 103. Todo servidor que estiver percebendo vencimento, salário ou provento superior
ao fixado para o cargo nos planos de classificação e remuneração, terá a diferença
caracterizada como vantagem pessoal, nominalmente identificável, a qual em nenhuma
hipótese será aumentada, sendo absorvida progressivamente pelos aumentos que vierem a ser
realizados no vencimento, salário ou provento fixado para o cargo nos mencionados planos.

Art. 104. No que concerne ao regime de participação na arrecadação, inclusive cobrança


da Dívida Ativa da União, fica estabelecido o seguinte:

I - Ressalvados os direitos dos denunciantes, a adjudicação de cota-parte de multas será


feita exclusivamente aos Agentes Fiscais de Rendas Internas, Agentes Fiscais do Impôsto de
Renda, Agentes Fiscais do Impôsto Aduaneiro, Fiscais Auxiliares de Impostos Internos e
Guardas Aduaneiros e sòmente quando tenham os mesmos exercido ação direta, imediata e
pessoal na obtenção de elementos destinados à instauração de autos de infração ou início de
processos para cobrança dos débitos respectivos.
II - O regime de remuneração, previsto na Lei n° 1.711, de 28 de outubro de 1952,
continuará a ser aplicado exclusivamente aos Agentes Fiscais de Rendas Internas, Agentes
Fiscais do Impôsto de Renda, Agentes Fiscais do Impôsto Aduaneiro, Fiscais Auxiliares de
Impostos Internos e Guardas Aduaneiros.

III - A partir da data da presente lei, fica extinto o regime de remuneração instituído a favor
dos Exatores Federais, Auxiliares de Exatorias e Fiéis do Tesouro.

IV - (Revogado pela Lei nº 5.421, de 1968)

V - A participação, através do Fundo de Estímulo, e bem assim as percentagens a que se


referem o art. 64 da Lei n° 3.244, de 14 de agôsto de 1957, o Art. 109 da Lei nº 3.470, de 28 de
novembro de 1958, os artigos 8º, § 2º e 9º da Lei nº 3.756, de 20 de abril de 1960, e o § 6º do
art. 32 do Decreto-lei nº 147, de 3 de fevereiro de 1967, ficam também extintas.

Parágrafo único. Comprovada a adjudicação da cota-parte de multas com desobediência


ao que dispõe o inciso I dêste artigo, serão passíveis de demissão, tanto o responsável pela
prática dêsse ato, quanto os servidores que se beneficiarem com as vantagens dêle
decorrentes.

Art . 105. Aos servidores que, na data da presente lei estiverem no gôzo das vantagens
previstas nos incisos III, IV e V do artigo anterior fica assegurado o direito de percebê-las,
como diferença mensal, desde que esta não ultrapasse a média mensal que, àquele título,
receberam durante o ano de 1966, e até que, por fôrça dos reajustamentos de vencimentos do
funcionalismo, o nível de vencimentos dos cargos que ocuparem alcance importâncias
correspondente à soma do vencimento básico e da diferença de vencimento. (Vide Lei nº
5.421, de 1968)

Art. 106. Fica extinta a Comissão de Classificação de Cargos transferindo-se ao DASP,


seu acervo, documentação, recursos orçamentários e atribuições.

Art. 107. A fim de permitir a revisão da legislação e das normas regulamentares relativas
ao pessoal do Serviço Público Civil, nos têrmos do disposto no art. 94, da presente lei,
suspendem-se nesta data as readaptações de funcionários que ficam incluídas na competência
do DASP.

Art. 108. O funcionário, em regime de tempo integral e dedicação exclusiva, prestará


serviços em dois turnos de trabalho, quando sujeito a expediente diário.

Parágrafo único. Incorrerá em falta grave, punível com demissão, o funcionário que
perceber a vantagem de que trata êste artigo e não prestar serviços correspondentes e bem
assim o chefe que atestar a prestação irregular dos serviços.

Art. 109. Fica revogada a legislação que permite a agregação de funcionários em cargos
em comissão e em funções gratificadas, mantidos os direitos daqueles que, na data desta lei,
hajam completado as condições estipuladas em lei para a agregação, e não manifestem,
expressamente, o desejo de retornarem aos cargos de origem.

Parágrafo único. Todo agregado é obrigado a prestar serviços, sob pena de suspensão
dos seus vencimentos.

Art. 110. Proceder-se-á à revisão dos cargos em comissão e das funções gratificadas da
Administração Direta e das autarquias, para supressão daqueles que não corresponderem às
estritas necessidades dos serviços, em razão de sua estrutura e funcionamento.

Art. 111. A colaboração de natureza eventual à Administração Pública Federal sob a


forma de prestação de serviços, retribuída mediante recibo, não caracteriza, em hipótese
alguma, vínculo empregatício com o Serviço Público Civil, e sòmente poderá ser atendida por
dotação não classificada na rubrica "PESSOAL", e nos limites estabelecidos nos respectivos
programas de trabalho. (Regulamento)

Art. 112. O funcionário que houver atingido a idade máxima (setenta anos) prevista para
aposentadoria compulsória não poderá exercer cargo em comissão ou função gratificada, nos
quadros dos Ministérios, do DASP e das autarquias.

Art. 113. Revogam-se na data da publicação da presente lei, os Arts. 62 e 63 da Lei n°


1.711, de 28 de outubro de 1952, e demais disposições legais e regulamentares que regulam
as readmissões no serviço público federal.

Art. 114. O funcionário público ou autárquico que, por fôrça de dispositivo legal, puder
manifestar opção para integrar quadro de pessoal de qualquer outra entidade e por esta aceita,
terá seu tempo de serviço anterior, devidamente comprovado, averbado na instituição de
previdência, transferindo-se para o INPS as contribuições pagas ao IPASE.

CAPÍTULO III
DO DEPARTAMENTO ADMINISTRATIVO DO PESSOAL CIVIL

Art. 115. O Departamento Administrativo do Pessoal Civil (DASP) é o órgão central do


sistema de pessoal, responsável pelo estudo, formulação de diretrizes, orientação,
coordenação, supervisão e contrôle dos assuntos concernentes à administração do Pessoal
Civil da União. (Vide Lei nº 6.228, de 1975)

Parágrafo único. Haverá em cada Ministério um órgão de pessoal integrante do sistema


de pessoal.

Art. 116. Ao Departamento Administrativo do Pessoal Civil (DASP) incumbe: (Vide Lei nº
6.228, de 1975)

I - Cuidar dos assuntos referentes ao pessoal civil da União, adotando medidas visando
ao seu aprimoramento e maior eficiência.

II - Submeter ao Presidente da República os projetos de regulamentos indispensáveis à


execução das leis que dispõem sôbre a função pública e os servidores civis da União.

III - Zelar pela observância dessas leis e regulamentos, orientando, coordenando e


fiscalizando sua execução, e expedir normas gerais obrigatórias para todos os órgãos.

IV - Estudar e propor sistema de classificação e de retribuição para o serviço civil


administrando sua aplicação.

V - Recrutar e selecionar candidatos para os órgãos da Administração Direta e autarquias,


podendo delegar, sob sua orientação, fiscalização e contrôle a realização das provas o mais
próximo possível das áreas de recrutamento.

VI - Manter estatísticas atualizadas sôbre os servidores civis, inclusive os da


Administração Indireta.

VII - Zelar pela criteriosa aplicação dos princípios de administração de pessoal com vistas
ao tratamento justo dos servidores civis, onde quer que se encontrem.

VIII - Promover medidas visando ao bem-estar social dos servidores civis da União e ao
aprimoramento das relações humanas no trabalho.

IX - Manter articulação com as entidades nacionais e estrangeiras que se dedicam a


estudos de administração de pessoal.
X - Orientar, coordenar e superintender as medidas de aplicação imediata (Capítulo II,
dêste Título).

Art. 117. O Departamento Administrativo do Pessoal Civil prestará às Comissões Técnicas


do Poder Legislativo tôda cooperação que fôr solicitada.

Parágrafo único. O Departamento deverá colaborar com o Ministério Público Federal nas
causas que envolvam a aplicação da legislação do pessoal.

Art. 118. Junto ao Departamento haverá o Conselho Federal de Administração de


Pessoal, que funcionará como órgão de consulta e colaboração no concernente à política de
pessoal do Govêrno e opinará na esfera administrativa, quando solicitado pelo Presidente da
República ou pelo Diretor-Geral do DASP nos assuntos relativos à administração de pessoal
civil, inclusive quando couber recurso de decisão dos Ministérios, na forma estabelecida em
regulamento.

Art. 119. O Conselho Federal de Administração de Pessoal será presidido pelo Diretor-
Geral do Departamento Administrativo do Pessoal Civil e constituído de quatro membros, com
mandato de três anos, nomeados pelo Presidente da República, sendo: dois funcionários, um
da Administração Direta e outro da Indireta, ambos com mais de vinte anos de Serviço Público
da União, com experiência em administração e relevante fôlha de serviços; um especialista em
direito administrativo; e um elemento de reconhecida experiência no setor de atividade privada.

§ 1° O Conselho reunir-se-á ordinàriamente duas vêzes por mês e, extraordinàriamente,


por convocação de seu presidente.

§ 2° O Conselho contará com o apoio do Depa rtamento, ao qual ficarão afetos os estudos
indispensáveis ao seu funcionamento e, bem assim, o desenvolvimento e a realização dos
trabalhos compreendidos em sua área de competência.

§ 3º Ao Presidente e aos Membros do Conselho é vedada qualquer atividade político-


partidária, sob pena de exoneração ou perda de mandato.

Art. 120. O Departamento prestará tôda cooperação solicitada pelo Ministro responsável
pela Reforma Administrativa.

Art. 121. As medidas relacionadas com o recrutamento, seleção, aperfeiçoamento e


administração do assessoramento superior da Administração Civil, de aperfeiçoamento de
pessoal para o desempenho dos cargos em comissão e funções gratificadas a que se referem
o art. 101 e seu inciso II (Título XI, Capítulo II) e de outras funções de supervisão ou
especializadas, constituirão encargo de um Centro de Aperfeiçoamento, órgão autônomo
vinculado ao Departamento Administrativo do Pessoal Civil. (Vide Lei nº 6.228, de 1975)

Parágrafo único. O Centro de Aperfeiçoamento promoverá direta ou indiretamente


mediante convênio, acôrdo ou contrato, a execução das medidas de sua atribuição.

CAPÍTULO IV
DO ASSESSORAMENTO SUPERIOR DA ADMINISTRAÇÃO CIVIL

Art. 122. O Assessoramento Superior da Administração Civil compreenderá determinadas


funções de assessoramento aos Ministros de Estado, definidas por decreto e fixadas em
número limitado para cada Ministério civil, observadas as respectivas peculiariedades de
organização e funcionamento. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) (Vide Lei nº
7.419, de 1985) (Vide Decreto-lei nº 2.310, de 1986) (Vide Decreto nº 2.365, de
1987) (Vide Decreto-lei nº 2.367, de 1987) (Vide Lei nº 7.995, de 1990)

§ 1º As funções a que se refere êste artigo, caracterizadas pelo alto nível de


especificidade, complexidade e responsabilidade, serão objeto de rigorosa individualização e a
designação para o seu exercício sómente poderá recair em pessoas de comprovada
idoneidade, cujas qualificações, capacidade e experiência específicas sejam examinadas,
aferidas e certificadas por órgão próprio, na forma definida em regulamento. (Incluído pelo
Decreto-Lei nº 900, de 1969)

§ 2º O exercício das atividades de que trata êste artigo revestirá a forma de locação de
serviços regulada mediante contrato individual, em que se exigirá tempo integral e dedicação
exclusiva, não se lhe aplicando o disposto no artigo 35 do Decreto-lei número 81, de 21 de
dezembro de 1966, na redação dada pelo artigo 1º do Decreto-Iei número 177, de 16 de
fevereiro de 1967. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

§ 3º A prestação dos serviços a que alude êste artigo será retribuída segundo critério
fixado em regulamento, tendo em vista a avaliação de cada função em face das respectivas
especificações, e as condições vigentes no mercado de trabalho. (Incluído pelo Decreto-Lei nº
900, de 1969)

Art. 123. O servidor público designado para as funções de que trata o artigo anterior ficará
afastado do respectivo cargo ou emprêgo enquanto perdurar a prestação de serviços, deixando
de receber o vencimento ou salário correspondente ao cargo ou emprego público. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969) (Vide Lei nº 7.419, de 1985) (Vide Decreto-lei nº
2.310, de 1986) (Vide Decreto-lei nº 2.367, de 1987)

Parágrafo único. Poderá a designação para o exercício das funções referidas no artigo
anterior recair em ocupante de função de confiança ou cargo em comissão diretamente
subordinados ao Ministro de Estado, caso em que deixará de receber, durante o período de
prestação das funções de assessoramento superior, o vencimento ou gratificação do cargo em
comissão ou função de confiança. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Art. 124. O disposto no presente Capítulo poderá ser estendido, por decreto, a funções da
mesma natureza vinculadas aos Ministérios Militares e órgãos integrantes da Presidência da
República. (Redação dada pela Lei nº 6.720, de 1979) (Vide Lei nº 7.419, de 1985) (Vide
Decreto-lei nº 2.310, de 1986) (Vide Decreto nº 2.365, de 1987)

TíTULO XII
(Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 125. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 126. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art . 127. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 128. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 129. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 130. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 131. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 132. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 133. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art . 134. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)


Art . 135. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 136. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 137. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 138. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 139. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 140. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 141. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 142. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 143. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

Art. 144. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 2.300, de 1986)

TíTULO XIII
DA REFORMA ADMINISTRATIVA

Art. 145. A Administração Federal será objeto de uma reforma de profundidade para
ajustá-la às disposições da presente lei e, especialmente, às diretrizes e princípios
fundamentais enunciados no Título II, tendo-se como revogadas, por fôrça desta lei, e à
medida que sejam expedidos os atos a que se refere o art. 146, parágrafo único, alínea b , as
disposições legais que forem com ela colidentes ou incompatíveis.

Parágrafo único. A aplicação da presente lei deverá objetivar, prioritàriamente, a execução


ordenada dos serviços da Administração Federal, segundo os princípios nela enunciados e
com apoio na instrumentação básica adotada, não devendo haver solução de continuidade.

Art. 146. A Reforma Administrativa, iniciada com esta lei, será realizada por etapas, à
medida que se forem ultimando as providências necessárias à sua execução.

Parágrafo único. Para os fins dêste artigo, o Poder Executivo: (Redação dada pelo
Decreto-Lei nº 900, de 1969)

a) promoverá o levantamento das leis, decretos e atos regulamentares que disponham


sôbre a estruturação, funcionamento e competência dos órgãos da Administração Federal, com
o propósito de ajustá-los às disposições desta Lei;

b) obedecidas as diretrizes, princípios fundamentais e demais disposições da presente lei


expedirá progressivamente os atos de reorganização, reestruturação lotação, definição de
competência, revisão de funcionamento e outros necessários a efetiva implantação da reforma.
(Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

c) (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968)

Art . 147. A orientação, coordenação e supervisão das providências de que trata êste
Título ficarão a cargo do Ministério do Planejamento e Coordenação Geral, podendo,
entretanto, ser atribuídas a um Ministro Extraordinário para a Reforma Administrativa, caso em
que a êste caberão os assuntos de organização administrativa.
Art. 148. Para atender às despesas decorrentes de execução da Reforma Administrativa,
fica autorizada a abertura pelo Ministério da Fazenda do crédito especial de
NCr$20.000.000,00 (vinte milhões de cruzeiros novos), com vigência nos exercícios de 1967 a
1968.

§ 1º Os recursos do crédito aberto neste artigo incorporar-se-ão ao "Fundo de Reforma


Administrativa", que poderá receber doações e contribuições destinadas ao aprimoramento da
Administração Federal.

§ 2° O Fundo de Reforma Administrativa, cuj a utilização será disciplinada em


regulamento, será administrado por um órgão temporário de implantação da Reforma
Administrativa, que funcionará junto ao Ministro responsável pela Reforma Administrativa.

Art. 149. Na implantação da reforma programada, inicialmente, a organização dos novos


Ministérios e bem assim, prioritàriamente, a instalação dos Órgãos Centrais, a começar pelos
de planejamento, coordenação e de contrôle financeiro (art. 22, item I) e pelos órgãos centrais
dos sistemas (art. 31).

Art. 150. Até que os quadros de funcionários sejam ajustados à Reforma Administrativa, o
pessoal que os integra, sem prejuízo de sua situação funcional para os efeitos legais,
continuará a servir nos órgãos em que estiver lotado, podendo passar a ter exercício, mediante
requisição, nos órgãos resultantes de desdobramento ou criados em virtude da presente lei.

Art. 151. (Revogado pela Lei nº 5.843, de 1972)

Art. 152. A finalidade e as atribuições dos órgãos da Administração Direta regularão o


estabelecimento das respectivas estruturas e lotações de pessoal.

Art. 153. Para implantação da Reforma Administrativa poderão ser ajustados estudos e
trabalhos técnicos a serem realizados por pessoas físicas ou jurídicas, nos têrmos das normas
que se estabelecerem em decreto.

Art . 154. Os decretos e regulamentos expedidos para execução da presente lei disporão
sôbre a subordinação e vinculação de órgãos e entidades aos diversos Ministérios, em
harmonia com a área de competência dêstes, disciplinando a transferência de repartições e
órgãos.

TíTULO XIV
DAS MEDIDAS ESPECIAIS DE COORDENAÇÃO

CAPÍTULO I
DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Art. 155. As iniciativas e providências que contribuem para o estímulo e intensificação das
atividades de ciência e tecnologia, serão objeto de coordenação com o propósito de acelerar o
desenvolvimento nacional através da crescente participação do País no progresso científico e
tecnológico. (Redação dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

§ 1° (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

§ 2° (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

CAPÍTULO II
DA POLÍTICA NACIONAL DE SAÚDE

Art . 156. A formulação e Coordenação da política nacional de saúde, em âmbito nacional


e regional, caberá ao Ministério da Saúde.
§ 1º Com o objetivo de melhor aproveitar recursos e meios disponíveis e de obter maior
produtividade, visando a proporcionar efetiva assistência médico-social à comunidade,
promoverá o Ministério da Saúde a coordenação, no âmbito regional das atividades de
assistência médico-social, de modo a entrosar as desempenhadas por órgãos federais,
estaduais, municipais, do Distrito Federal, dos Territórios e das entidades do setor privado.

§ 2º Na prestação da assistência médica dar-se-á preferência à celebração de convênios


com entidades públicas e privadas, existentes na comunidade.

§ 3º (Revogado pela Lei nº 6.118, de 1974)

CAPÍTULO III
DO ABASTECIMENTO NACIONAL

Art. 157. As medidas relacionadas com a formulação e execução da política nacional do


abastecimento serão objeto de coordenação na forma estabelecida em decreto. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Art. 158. Se não considerar oportunas as medidas consubstanciadas no artigo anterior, o


Govêrno poderá atribuir a formulação e coordenação da política nacional do abastecimento a
uma Comissão Nacional de Abastecimento, órgão interministerial, cuja composição, atribuições
e funcionamento serão fixados por decreto e que contará com o apoio da Superintendência
Nacional do Abastecimento.

Art. 159. Fica extinto o Conselho Deliberativo da Superintendência Nacional do


Abastecimento, de que trata a Lei Delegada n° 5, de 26 de setembro de 1962.

Art. 160. A Superintendência Nacional do Abastecimento ultimará, no mais breve prazo, a


assinatura de convênios com os Estados, Prefeitura do Distrito Federal e Territórios com o
objetivo de transferir-lhes os encargos de fiscalização atribuídos àquela Superintendência.

CAPÍTULO IV
DA INTEGRAÇÃO DOS TRANSPORTES

Art. 161. Ficam extintos os Conselhos Setoriais de Transportes que atualmente funcionam
junto às autarquias do Ministério da Viação e Obras Públicas, sendo as respectivas funções
absorvidas pelo Conselho Nacional de Transportes, cujas atribuições, organização e
funcionamento serão regulados em decreto. (Expressão substituída pelo Decreto-Lei nº 900, de
1969)

Art. 162. Tendo em vista a integração em geral dos transportes, a coordenação entre os
Ministérios da Aeronáutica e dos Transportes será assegurada pelo Conselho Nacional de
Transportes que se pronunciará obrigatòriamente quanto aos assuntos econômico-financeiros
da aviação comercial e, em particular, sôbre:

a) concessão de linhas, tanto nacionais como no exterior;

b) tarifas;

c) subvenções;

d) salários (de acôrdo com a política salarial do Govêrno).

Art. 163. O Conselho será presidido pelo Ministro de Estado dos Transportes e dêle
participará, como representante do Ministério da Aeronáutica, o chefe do órgão encarregado
dos assuntos da aeronáutica civil.
Art. 164. O Poder Executivo, se julgar conveniente, poderá formular a integração no
Ministério dos Transportes, das atividades concernentes à aviação comercial, compreendendo
linhas aéreas regulares, subvenções e tarifas, permanecendo sob a competência da
Aeronáutica Militar as demais atribuições constantes do item IV e as do item V do Parágrafo
único do art. 63 e as relativas ao contrôle de pessoal e das aeronaves.

§ 1° A integração poderá operar-se gradualm ente, celebrando-se, quando necessário,


convênios entre os dois Ministérios.

§ 2° Promover-se-á, em conseqüência, o ajus te das atribuições cometidas ao Conselho


Nacional de Transportes nesse particular.

CAPÍTULO V
DAS COMUNICAÇÕES

Art. 165. O Conselho Nacional de Telecomunicações, cujas atribuições, organização e


funcionamento serão objeto de regulamentação pelo Poder Executivo, passará a integrar,
como órgão normativo, de consulta, orientação e elaboração da política nacional de
telecomunicações, a estrutura do Ministério das Comunicações, logo que êste se instale, e terá
a seguinte composição:

I - Presidente, o Secretário-Geral do Ministério das Comunicações;

II - Representante do maior partido de oposição no CONGRESSO NACIONAL; (Redação


dada pela Lei nº 5.396, de 1968)

III - Representante do Ministério da Educação e Cultura.

IV - Representante do Ministério da Justiça.

V - Representante do maior partido que apóia o Govêrno no CONGRESSO NACIONAL;


(Redação dada pela Lei nº 5.396, de 1968)

VI - Representante do Ministério da Indústria e Comércio.

VII - Representante dos Correios e Telégrafos.

VIII - Representante do Departamento Nacional de Telecomunicações.

IX - Representante da Emprêsa Brasileira de Telecomunicações.

X - Representante das Emprêsas Concessionárias de Serviços de Telecomunicações.

XI - Representante do Ministério da Marinha; (Incluído pela Lei nº 5.396, de 1968)

XII - Representante do Ministério do Exército; (Incluído pela Lei nº 5.396, de 1968)

XIII - Representante do Ministério da Aeronáutica. (Incluído pela Lei nº 5.396, de 1968)

Parágrafo único. O Departamento Nacional de Telecomunicações passa a integrar, como


Órgão Central (art. 22, inciso II), o Ministério das Comunicações.

Art. 166. A exploração dos troncos interurbanos, a cargo da Emprêsa Brasileira de


Telecomunicações, poderá, conforme as conveniências econômicas e técnicas do serviço, ser
feita diretamente ou mediante contrato, delegação ou convênio.
Parágrafo único. A Empresa Brasileira de Telecomunicações poderá ser acionista de
qualquer das emprêsas com que tiver tráfego-mútuo.

Art. 167. Fica o Poder Executivo autorizado a transformar o Departamento dos Correios e
Telégrafos em entidade de Administração Indireta, vinculada ao Ministério das Comunicações.
(Vide Decreto-Lei nº 509, de 20.3.1969)

CAPÍTULO VI
DA INTEGRAÇÃO DAS FORÇAS ARMADAS

Art. 168. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968)

Art. 169. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968)

TíTULO XV
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES INICIAIS

Art. 170. O Presidente da República, por motivo relevante de interêsse público, poderá
avocar e decidir qualquer assunto na esfera da Administração Federal.

Art. 171. A Administração dos Territórios Federais, vinculados ao Ministério do Interior,


exercer-se-á através de programas plurianuais, concordantes em objetivos e etapas com os
planos gerais do Govêrno Federal.

Art. 172. O Poder Executivo assegurará autonomia administrativa e financeira, no grau


conveniente aos serviços, institutos e estabelecimentos incumbidos da execução de atividades
de pesquisa ou ensino ou de caráter industrial, comercial ou agrícola, que por suas
peculiaridades de organização e funcionamento, exijam tratamento diverso do aplicável aos
demais órgãos da administração direta, observada sempre a supervisão ministerial. (Redação
dada pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

§ 1º Os órgãos a que se refere êste artigo terão a denominação genérica de Órgãos


Autônomos. (Renumerado do Parágrafo Único pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

§ 2º Nos casos de concessão de autonomia financeira, fica o Poder Executivo autorizado


a instituir fundos especiais de natureza contábil, a cujo crédito se levarão todos os recursos
vinculados às atividades do órgão autônomo, orçamentários e extra-orçamentários, inclusive a
receita própria. (Incluído pelo Decreto-Lei nº 900, de 1969)

Art. 173. Os atos de provimento de cargos públicos ou que determinarem sua vacância
assim como os referentes a pensões, aposentadorias e reformas, serão assinados pelo
Presidente da República ou, mediante delegação dêste, pelos Ministros de Estado, conforme
se dispuser em regulamento.

Art. 174. Os atos expedidos pelo Presidente da República ou Ministros de Estado, quando
se referirem a assuntos da mesma natureza, poderão ser objeto de um só instrumento, e o
órgão administrativo competente expedirá os atos complementares ou apostilas.

Art . 175. Para cada órgão da Administração Federal, haverá prazo fixado em regulamento
para as autoridades administrativas exigirem das partes o que se fizer necessário à instrução
de seus pedidos.

§ 1º As partes serão obrigatòriamente notificadas das exigências, por via postal, sob
registro, ou por outra forma de comunicação direta.
§ 2º Satisfeitas as exigências, a autoridade administrativa decidirá o assunto no prazo
fixado pelo regulamento, sob pena de responsabilização funcional.

Art. 176. Ressalvados os assuntos de caráter sigiloso, os órgãos do Serviço Público estão
obrigados a responder às consultas feitas por qualquer cidadão, desde que relacionadas com
seus legítimos interêsses e pertinentes a assuntos específicos da repartição.

Parágrafo único. Os chefes de serviço e os servidores serão solidàriamente responsáveis


pela efetivação de respostas em tempo oportuno.

Art . 177. Os conselhos, comissões e outros órgãos colegiados que contarem com a
representação de grupos ou classes econômicas diretamente interessados nos assuntos de
sua competência, terão funções exclusivamente de consulta, coordenação e assessoramento,
sempre que àquela representação corresponda um número de votos superior a um têrço do
total.

Parágrafo único. Excetuam-se do disposto neste artigo os órgãos incumbidos do


julgamento de litígios fiscais e os legalmente competentes para exercer atribuições normativas
e decisórias relacionadas com os impostos de importação e exportação, e medidas cambiais
correlatas.

Art. 178. As autarquias, as empresas públicas e as sociedades de economia mista,


integrantes da Administração Federal Indireta, bem assim as fundações criadas pela União ou
mantidas com recursos federais, sob supervisão ministerial, e as demais sociedades sob o
controle direto ou indireto da União, que acusem a ocorrência de prejuízos, estejam inativas,
desenvolvam atividades já atendidas satisfatoriamente pela iniciativa privada ou não previstas
no objeto social, poderão ser dissolvidas ou incorporadas a outras entidades, a critério e por
ato do Poder Executivo, resguardados os direitos assegurados, aos eventuais acionistas
minoritários, nas leis e atos constitutivos de cada entidade.(Redação dada pelo Decreto-Lei nº
2.299, de 1986)

Art . 179. Observado o disposto no art. 13 da Lei n° 4.320, de 17 de março de 1964, o


Ministério do Planejamento e Coordenação Geral atualizará, sempre que se fizer necessário, o
esquema de discriminação ou especificação dos elementos da despesa orçamentária.

Art . 180. As atribuições previstas nos arts. 111 a 113, da Lei número 4.320, de 17 de
março de 1964, passam para a competência do Ministério do Planejamento e Coordenação
Geral.

Art . 181. Para os fins do Título XIII desta Lei, poderá o Poder Executivo:

I - Alterar a denominação de cargos em comissão.

II - Reclassificar cargos em comissão, respeitada a tabela de símbolos em vigor.

III - Transformar funções gratificadas em cargos em comissão, na forma da lei.

IV - Declarar extintos os cargos em comissão que não tiverem sido mantidos, alterados ou
reclassificados até 31 de dezembro de 1968.

Art . 182. Nos casos dos incisos II e III do art. 5º e no do inciso I do mesmo artigo, quando
se tratar de serviços industriais, o regime de pessoal será o da Consolidação das Leis do
Trabalho; nos demais casos, o regime jurídico do pessoal será fixado pelo Poder Executivo.

Art . 183. As entidades e organizações em geral, dotadas de personalidade jurídica de


direito privado, que recebem contribuições para fiscais e prestam serviços de interêsse público
ou social, estão sujeitas à fiscalização do Estado nos têrmos e condições estabelecidas na
legislação pertinente a cada uma.

Art. 184. Não haverá, tanto em virtude da presente lei como em sua decorrência, aumento
de pessoal nos quadros de funcionários civis e nos das Fôrças Armadas.

Art. 185. Incluem-se na responsabilidade do Ministério da Indústria e do Comércio a


supervisão dos assuntos concernentes à indústria siderúrgica, à indústria petroquímica, à
indústria automobilística, à indústria naval e à indústria aeronáutica.

Art. 186. A Taxa de Marinha Mercante, destinada a proporcionar à, frota mercante


brasileira melhores condições de operação e expansão, será administrada pelo Órgão do
Ministério dos Transportes, responsável pela navegação marítima e interior.

Art. 187. A Coordenação do Desenvolvimento de Brasília (CODEBRÁS) passa a vincular-


se ao Ministro responsável pela Reforma Administrativa.

Art. 188. Tôda pessoa natural ou jurídica - em particular, o detentor de qualquer cargo
público - é responsável pela Segurança Nacional, nos limites definidos em lei. Em virtude de
sua natureza ou da pessoa do detentor, não há cargo, civil ou militar, específico de segurança
nacional, com exceção dos previstos em órgãos próprios do Conselho de Segurança Nacional.

§ 1º Na Administração Federal, os cargos públicos civis, de provimento em comissão ou


em caráter efetivo, as funções de pessoal temporário, de obras e os demais empregos sujeitos
à legislação trabalhista, podem ser exercidos por qualquer pessoa que satisfaça os requisitos
legais.

§ 2º Cargo militar é aquêle que, de conformidade com as disposições legais ou quadros


de efetivos das Fôrças Armadas, só pode ser exercida por militar em serviço ativo.

CAPÍTULO II
DOS BANCOS OFICIAIS DE CRÉDITO

Art. 189. Sem prejuízo de sua subordinação técnica à autoridade monetária nacional, os
estabelecimentos oficiais de crédito manterão a seguinte vinculação:

I - Ministério da Fazenda

- Banco Central da República (Vide Decreto-Lei nº 278, de 28.2.1967)

- Banco do Brasil

- Caixas Econômicas Federais

II - Ministério da Agricultura

- Banco Nacional do Crédito Cooperativo (Vide Decreto nº 99.192, de 1990)

III - Ministério do Interior

- Banco de Crédito da Amazônia

- Banco do Nordeste do Brasil

- Banco Nacional da Habitação (Vide Del 2.291, de 21.11.1986)


IV - Ministério do Planejamento e Coordenação Geral

- Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico.

CAPÍTULO III
DA PESQUISA ECONÔMICO-SOCIAL APLICADA E DO FINANCIAMENTO DE PROJETOS

Art. 190. É o Poder Executivo autorizado a instituir, sob a forma de fundação, o Instituto de
Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), com a finalidade de auxiliar o Ministro de Estado da
Economia, Fazenda e Planejamento na elaboração e no acompanhamento da política
econômica e promover atividade de pesquisa econômica aplicada nas áreas fiscal, financeira,
externa e de desenvolvimento setorial. (Redação dada pela Lei nº 8.029, de 1990)

Parágrafo único. O instituto vincular-se-á ao Ministério da Economia, Fazenda e


Planejamento. (Redação dada pela Lei nº 8.029, de 1990)

Art. 191. Fica o Ministério do Planejamento e Coordenação Geral autorizado, se o


Govêrno julgar conveniente, a incorporar as funções de financiamento de estudo e elaboração
de projetos e de programas do desenvolvimento econômico, presentemente afetos ao Fundo
de Financiamento de Estudos e Projetos (FINEP), criado pelo Decreto nº 55.82O, de 8 de
março de 1965, constituindo para êsse fim uma emprêsa pública, cujos estatutos serão
aprovados por decreto, e que exercerá tôdas as atividades correlatadas de financiamento de
projetos e programas e de prestação de assistência técnica essenciais ao planejamento
econômico e social, podendo receber doações e contribuições e contrair empréstimos de
fontes internas e externas. (Regulamento)

CAPÍTULO IV
DOS SERVIÇOS GERAIS

Art. 192. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968)

Art. 193. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968)

Art . 194. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968)

Art. 195. (Revogado pela Lei nº 9.636, de 1998)

Art. 196. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968)

Art. 197. (Revogado pelo Decreto-Lei nº 900, de 1968)

CAPÍTULO V
DO MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES

Art. 198. Levando em conta as peculiaridades do Ministério das Relações Exteriores, o


Poder Executivo adotará a estrutura orgânica e funcional estabelecida pela presente Lei, e, no
que couber, o disposto no seu Título XI.

CAPÍTULO VI
DOS NOVOS MINISTÉRIOS E DOS CARGOS

Art. 199. Ficam criados:

I - (Revogado pela Lei nº 6.036, de 1974)


II - O Ministério do Interior, com absorção dos órgãos subordinados ao Ministro
Extraordinário para Coordenação dos Organismos Regionais.

III - O Ministério das Comunicações, que absorverá o Conselho Nacional de


Telecomunicações, o Departamento Nacional de Telecomunicações e o Departamento dos
Correios e Telégrafos. (Vide Decreto-Lei nº 509, de 20.3.1969)

Art. 200. O Ministério da Justiça e Negócios Interiores passa a denominar-se Ministério da


Justiça.

Art. 201. O Ministério da Viação e Obras Públicas passa a denominar-se Ministério dos
Transportes.

Art. 202. O Ministério da Guerra passa a denominar-se Ministério do Exército.

Art. 203. O Poder Executivo expedirá os atos necessários à efetivação do disposto no


Artigo 199, observadas as normas da presente Lei.

Art. 204. Fica alterada a denominação dos cargos de Ministro de Estado da Justiça e
Negócios Interiores, Ministro de Estado da Viação e Obras Públicas e Ministro de Estado da
Guerra, para, respectivamente, Ministro de Estado da Justiça, Ministro de Estado dos
Transportes e Ministro de Estado do Exército.

Art. 205. Ficam criados os seguintes cargos:

I - Ministros de Estado do Interior, das Comunicações e do Planejamento e Coordenação


Geral.

II - Em comissão:

a) Em cada Ministério Civil, Secretário-Geral, e Inspetor-Geral de Finanças.

b) Consultor Jurídico, em cada um dos Ministérios seguintes: Interior, Comunicações,


Minas e Energia, e Planejamento e Coordenação Geral.

c) Diretor do Centro de Aperfeiçoamento, no Departamento Administrativo do Pessoal Civil


(DASP).

d) Diretor-Geral do Departamento dos Serviços Gerais, no Ministério da Fazenda.

Parágrafo único. À medida que se forem vagando, os cargos de Consultor Jurídico


atualmente providos em caráter efetivo passarão a sê-lo em comissão.

Art. 206. Ficam fixados da seguinte forma os vencimentos dos cargos criados no Art. 205:

I - Ministro de Estado: igual aos dos Ministros de Estado existentes.

II - Secretário-Geral e Inspetor-Geral de Finanças: Símbolo 1-C.

III - Consultor Jurídico: igual ao dos Consultores Jurídicos dos Ministérios existentes.

IV - Diretor do Centro de Aperfeiçoamento: Símbolo 2-C.

V - Diretor -Geral do Departamento de Serviços Gerais: Símbolo 1-C.


Parágrafo único. O cargo de Diretor-Geral do Departamento Administrativo do Serviço
Público (DASP), Símbolo 1-C, passa a denominar-se Diretor-Geral do Departamento
Administrativo do Pessoal Civil (DASP), Símbolo 1-C.

Art. 207. Os Ministros de Estado Extraordinários instituídos no Artigo 37 desta Lei terão o
mesmo vencimento, vantagens e prerrogativas dos demais Ministros de Estado.

Art . 208. Os Ministros de Estado, os Chefes dos Gabinetes Civil e Militar da Presidência
da República e o Chefe do Serviço Nacional de Informações perceberão uma representação
mensal correspondente a 50% (cinqüenta por cento) dos vencimentos.

Parágrafo único. Os Secretários-Gerais perceberão idêntica representação mensal


correspondente a 30% (trinta por cento) dos seus vencimentos.

TíTULO XVI
DAS DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS

Art. 209. Enquanto não forem expedidos os respectivos regulamentos e estruturados seus
serviços, o Ministério do Interior, o Ministério do Planejamento e Coordenação Geral e o
Ministério das Comunicações ficarão sujeitos ao regime de trabalho pertinente aos Ministérios
Extraordinários que antecederam os dois primeiros daqueles Ministérios no que concerne ao
pessoal, à execução de serviços e à movimentação de recursos financeiros.

Parágrafo único. O Poder Executivo expedirá decreto para consolidar as disposições


regulamentares que em caráter transitório, deverão prevalecer.

Art. 210. O atual Departamento Federal de Segurança Pública passa a denominar-se


Departamento de Polícia Federal, considerando-se automàticamente substituída por esta
denominação a menção à anterior constante de quaisquer leis ou regulamentos.

Art. 211. O Poder Executivo introduzirá, nas normas que disciplinam a estruturação e
funcionamento das entidades da Administração Indireta, as alterações que se fizerem
necessárias à efetivação do disposto na presente Lei, considerando-se revogadas tôdas as
disposições legais colidentes com as diretrizes nela expressamente consignadas.

Art. 212. O atual Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP) é transformado


em Departamento Administrativo do Pessoal Civil (DASP), com as atribuições que, em matéria
de administração de pessoal, são atribuídas pela presente Lei ao nôvo órgão. (Vide Lei nº
6.228, de 15.7.1975)

Art. 213. Fica o Poder Executivo autorizado, dentro dos limites dos respectivos créditos, a
expedir decretos relativos às transferências que se fizerem necessárias de dotações do
orçamento ou de créditos adicionais requeridos pela execução da presente Lei.

TíTULO XVII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 214. Esta Lei entrará em vigor em 15 de março de 1967, observado o disposto nos
parágrafos do presente artigo e ressalvadas as disposições cuja vigência, na data da
publicação, seja por ela expressamente determinada.

§ 1º Até a instalação dos órgãos centrais incumbidos da administração financeira,


contabilidade e auditoria, em cada Ministério (art. 22), serão enviados ao Tribunal de Contas,
para o exercício da auditoria financeira:

a) pela Comissão de Programação Financeira do Ministério da Fazenda, os atos relativos


à programação financeira de desembôlso;
b) pela Contadoria Geral da República e pelas Contadorias Seccionais, os balancetes de
receita e despesa;

c) pelas repartições competentes, o rol de responsáveis pela guarda de bens, dinheiros e


valôres públicos e as respectivas tomadas de conta, nos termos da legislação anterior à
presente lei.

§ 2º Nos Ministérios Militares, cabe aos órgãos que forem discriminados em decreto as
atribuições indicadas neste artigo.

Art . 215 Revogam-se as disposições em contrário.

Brasília, em 25 de fevereiro de 1967; 146º da Independência e 79º da República.

H. CASTELLO BRANCO
Carlos Medeiros Silva
Zilmar Araripe Macedo
Ademar de Queiroz
Manoel Pio Corrêa Júnior
Octavio Gouveia de Bulhões
Juarez do Nascimento Tavora
Severo Gomes Fagundes
Raimundo Moniz de Aragão
Luiz Gonzaga do Nascimento Silva
Eduardo Gomes
Raimundo de Brito
Mauro Thibau
Paulo Egydio Martins
Roberto de Oliveira Campos
João Gonçalves de Souza

Este texto não substitui o publicado no DOU de 27.2.1967 e retificado em 17.7.1967


DECRETO Nº 93.872, DE 23 DE DEZEMBRO DE 1986

Dispõe sobre a unificação dos recursos de caixa


do Tesouro Nacional, atualiza e consolida a
legislação pertinente e dá outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, usando das atribuições que lhe confere o artigo 81,
itens Ill e V, da Constituição, e tendo em vista o disposto no artigo 92, do Decreto-lei nº 200, de
25 de fevereiro de 1967,

DECRETA:

CAPÍTULO I

Da Unificação dos Recursos de Caixa do Tesouro Nacional

Art. 1º A realização da receita e da despesa da União far-se-á por via bancária, em estrita
observância ao princípio de unidade de caixa (Lei nº 4.320/64, art. 56 e Decreto-lei nº 200/67,
art. 74).

Art. 2º A arrecadação de todas as receitas da União far-se-á na forma disciplinada pelo


Ministério da Fazenda, devendo o seu produto ser obrigatoriamente recolhido à conta do
Tesouro Nacional no Banco do Brasil S.A. (Decreto-lei nº 1.755/79, art. 1º).

§ 1º Para os fins deste decreto, entende-se por receita da União todo e qualquer ingresso
de caráter originário ou derivado, ordinário ou extraordinário e de natureza orçamentária ou
extra-orçamentária, seja geral ou vinculado, que tenha sido decorrente, produzido ou realizado
direta ou indiretamente pelos órgãos competentes.

§ 2º Caberá ao Ministério da Fazenda a apuração e a classificação da receita


arrecadada, com vistas à sua destinação constitucional.

§ 3º A posição líquida dos recursos do Tesouro Nacional no Banco do Brasil S.A. será
depositada no Banco Central do Brasil, à ordem do Tesouro Nacional.

Art . 3º Os recursos de caixa do Tesouro Nacional compreendem o produto das receitas


da União, deduzidas as parcelas ou cotas-partes dos recursos tributários e de contribuições,
destinadas aos Estados, ao Distrito Federal, aos Territórios e aos Municípios, na forma das
disposições constitucionais vigentes.

Parágrafo único. O Banco do Brasil S.A. fará o crédito em conta dos beneficiários
mencionados neste artigo tendo em vista a apuração e a classificação da receita arrecadada,
bem assim os percentuais de distribuição ou índices de rateio definidos pelos órgãos federais
competentes, observados os prazos e condições estabelecidos na legislação específica
(Decreto-lei nº 1.805/80, § 1º, do art. 2º).

Art . 4º Os recursos de caixa do Tesouro Nacional serão mantidos no Banco do Brasil


S.A., somente sendo permitidos saques para o pagamento de despesas formalmente
processadas e dentro dos limites estabelecidos na programação financeira.

§ 1º As opções para incentivos fiscais e as contribuições destinadas ao Programa de


Integração Nacional - PIN, e ao Programa de Distribuição de Terras e de Estímulo à
Agroindustria do Norte e Nordeste - PROTERRA, constarão de saques contra os recursos de
caixa do Tesouro Nacional, autorizados pela Secretaria do Tesouro Nacional, tendo em vista a
programação financeira aprovada e o efetivo recolhimento das parcelas correspondentes
(Decreto-lei nº 200/67, art. 92).
§ 2º Os recursos correspondentes às parcelas de receita do salário-educação, de que
trata o artigo 2º, do Decreto-lei nº 1.422, de 23 de outubro de 1975, serão entregues às
entidades credoras mediante saques previstos na programação financeira (Decreto-lei nº
200/67, art. 92).

§ 3º Em casos excepcionais e para fins específicos, o Ministro da Fazenda poderá


autorizar o levantamento da restrição estabelecida no caput deste artigo.

Art . 5º O pagamento da despesa, obedecidas as normas reguladas neste decreto, será


feito mediante saques contra a conta do Tesouro Nacional (Decreto-lei nº 200/67, parágrafo
único do art. 92).

Art . 6º As entidades da Administração Federal Indireta não poderão utilizar recursos


provenientes de dotações orçamentarias da União, inclusive transferências, nem eventuais
saldos da mesma origem apurados no encerramento de cada ano civil, em suas aplicações no
mercado financeiro (Decreto-lei nº 1.290/73, art. 1º).

Parágrafo único. O Banco Central do Brasil prestará à Secretaria do Tesouro Nacional as


informações por ela solicitadas objetivando a verificação do disposto neste artigo.

Art . 7º As autarquias, empresas públicas, sociedades de economia mista e fundações


integrantes da Administração Federal Indireta, que não recebam transferências da União,
poderão adquirir títulos de responsabilidade do Governo Federal com disponibilidades
resultantes de receitas próprias, através do Banco Central do Brasil e na forma que este
estabelecer (Decreto-lei nº 1.290/73, art. 2º).

Art . 8º É vedada às entidades referidas ao artigo anterior a aplicação de disponibilidades


financeiras em títulos de renda fixa, outros que não títulos de responsabilidade do Governo
Federal, ou em depósitos bancários a prazo (Decreto-lei nº 1.290/73, art. 3º).

Parágrafo único. O Conselho Monetário Nacional poderá suspender a proibição deste


artigo e a restrição prescrita no artigo anterior.

CAPÍTULO II

Da Programação Financeira

Art . 9º As diretrizes gerais da programação financeira da despesa autorizada na Lei de


Orçamento anual serão fixadas em decreto, cabendo à Secretaria do Tesouro Nacional, em ato
próprio, aprovar o limite global de saques de cada Ministério ou Órgão, tendo em vista o
montante das dotações e a previsão do fluxo de caixa do Tesouro Nacional (Decreto-lei nº
200/67, art. 72).

§ 1º Na alteração do limite global de saques, observar-se-ão o quantitativo das dotações


orçamentárias e o comportamento da execução orçamentária.

§ 2º Serão considerados, na execução da programação financeira de que trata este


artigo, os créditos adicionais, as restituições de receitas e o ressarcimento em espécie a título
de incentivo ou benefício fiscal e os Restos a Pagar, além das despesas autorizadas na Lei de
Orçamento anual.

Art . 10. Os Ministérios, Órgãos da Presidência da República e dos Poderes Legislativo e


Judiciário, dentro do limite global de saques fixado e de acordo com o fluxo dos recursos do
Tesouro Nacional, aprovarão o limite de saques de cada unidade orçamentária, tendo em vista
o cronograma de execução dos projetos e atividades a seu cargo, dando ciência ao Tribunal de
Contas da União (Decreto-lei nº 200/67, art. 72, § 1º).
Parágrafo único. A unidade orçamentária poderá partilhar seu limite financeiro entre
unidades administrativas gestoras, quando conveniente e necessário, observadas as normas
legais pertinentes.

Art . 11. Toda atividade deverá ajustar-se à programação governamental ao orçamento


anual, e os compromissos financeiros, inclusive quando financiados por operações de crédito
internas ou externas, ficam subordinados aos limites estabelecidos na programação financeira
de desembolso aprovada (Decreto-lei nº 200/67, art. 18 e Decreto-lei nº 1.754/79, art. 3º).

Art . 12. As transferências para entidades supervisionadas, inclusive quando decorrentes


de receitas vinculadas ou com destinação especificada na legislação vigente, constarão de
limites de saques aprovados para a unidade orçamentária à qual os créditos sejam atribuíveis,
de acordo com o cronograma aprovado (Decreto-lei nº 200/67, art. 92, parágrafo único).

Parágrafo único. Os saques para atender as despesas de que trata este artigo e para as
de fundos especiais custeados com o produto de receitas próprias, só poderão ser efetuados
após a arrecadação da respectiva receita e de seu recolhimento à conta do Tesouro Nacional.

Art . 13. Os limites financeiros para atender a despesas no exterior constarão de


programação financeira de desembolso de forma destacada.

§ 1º Somente manterão contas correntes bancárias no exterior as unidades sediadas fora


do País.

§ 2º Será considerada como transferência financeira a remessa de moeda estrangeira


para as unidades sediadas no exterior, que será realizada através de fechamento de contrato
de câmbio pelo Ministério ou órgão ao qual se subordinam essas unidades.

§ 3º O registro das despesas realizadas por unidades sediadas no exterior considerará a


data em que efetivamente ocorreram.

§ 4º O contravalor em moeda nacional das despesas indicadas no parágrafo anterior será


calculado utilizando-se a taxa cambial média das transferências financeiras efetivamente
realizadas.

§ 5º Para os efeitos do parágrafo anterior, o saldo em moeda estrangeira disponível no


início do exercício será considerado utilizando-se a taxa cambial vigente no primeiro dia do
exercício.

§ 6º O pagamento de despesas no exterior de conta de unidades sediadas no País far-


se-á através de fechamento, pela própria unidade, de contrato de câmbio específico para cada
despesa.

§ 7º O registro da despesa de que trata o parágrafo anterior será feito na data da


liquidação do respectivo contrato de câmbio, pelo valor em moeda nacional efetivamente
utilizado, inclusive eventual diferença de taxa, comissão bancária e demais despesas com a
remessa.

Art . 14. A restituição de receitas orçamentárias, descontadas ou recolhidas a maior, e o


ressarcimento em espécie a título de incentivo ou benefício fiscal, dedutíveis da arrecadação,
qualquer que tenha sido o ano da respectiva cobrança, serão efetuados como anulação de
receita, mediante expresso reconhecimento do direito creditório contra a Fazenda Nacional,
pela autoridade competente, a qual, observado o limite de saques específicos estabelecido na
programação financeira de desembolso, autorizará a entrega da respectiva importância em
documento próprio (Lei nº 4.862/65, art. 18 e Decreto-lei nº 1.755/79, art. 5º).
Parágrafo único. A restituição de rendas extintas será efetuada com os recursos das
dotações consignadas na Lei de Orçamento ou em crédito adicional, desde que não exista
receita a anular (Lei nº 4.862/65, § do art. 18).

Art . 15. Os restos a pagar constituirão item específico da programação financeira,


devendo o seu pagamento efetuar-se dentro do limite de saques fixado.

Art . 16. Revertem à dotação a importância da despesa anulada no exercício, e os


correspondentes recursos financeiros à conta do Tesouro Nacional, caso em que a unidade
gestora poderá pleitear a recomposição de seu limite de saques; quando a anulação ocorrer
após o encerramento do exercício, considerar-se-á receita orçamentária do ano em que se
efetivar (Lei nº 4.320/64, art. 38).

CAPÍTULO III

Da Administração Financeira

SEÇÃO I

Discriminação das Dotações

Art . 17. As despesas serão realizadas em conformidade com a discriminação constante


de quadro próprio que a Secretaria de Planejamento da Presidência da República publicará
antes do início do exercício financeiro, detalhando os projetos e atividades por elementos de
despesa a cargo de cada unidade orçamentária.

§ 1º O quadro de detalhamento da despesa de cada unidade orçamentária poderá ser


alterado durante o exercício, mediante solicitação à Secretaria de Planejamento da Presidência
da Republica até 10 de novembro, observados os limites autorizados na Lei de Orçamento e
em créditos adicionais.

§ 2º A abertura ou reabertura de crédito adicional importa automática modificação do


quadro de detalhamento da despesa.

Art . 18. As dotações globais consignadas no Orçamento ou em créditos adicionais


classificados como 4.1.3.0 - Investimentos em Regime de Execução Especial estão sujeitas
para sua utilização, a plano de aplicação aprovado pelas autoridades definidas no Art. 71 do
Decreto-lei nº 200, de 25 de fevereiro de 1967 e elaborado segundo modelo da Secretaria de
Planejamento da Presidência da República, sendo obrigatória a publicação do respectivo plano
no Diário Oficial da União.

Parágrafo único. Somente serão admitidas dotações globais quando se tratar de projetos
ou atividades novos, sem similares que possibilitem experiências quanto ao desdobramento da
despesa em seus respectivos elementos.

Art . 19. As dotações consignadas na Lei de Orçamento ou em crédito adicional,


destinadas a atender encargos gerais da União e outras, não especificamente atribuíveis a
determinada unidade orçamentária, dependem de destaque de parcela contemplando o
Ministério ou Órgão em cuja área deva ser feita a aplicação.

Art . 20. As dotações atribuídas às unidades orçamentárias, diretamente ou por meio de


destaque, poderão ser descentralizadas para unidades administrativas, quando capacitadas a
desempenhar os atos de gestão, e regularmente cadastradas como unidades gestoras.

Art . 21. Pertencem ao exercício financeiro as despesas nela legalmente empenhadas


(Lei nº 4.320/64, art. 35, II).
Art . 22. As despesas de exercícios encerrados, para as quais o orçamento respectivo
consignava crédito próprio com saldo suficiente para atendê-las, que não se tenham
processado na época própria, bem como os Restos a Pagar com prescrição interrompida, e os
compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício correspondente, poderão ser
pagos à conta de dotação destinada a atender despesas de exercícios anteriores, respeitada a
categoria econômica própria (Lei nº 4.320/64, art. 37).

§ 1º O reconhecimento da obrigação de pagamento, de que trata este artigo, cabe à


autoridade competente para empenhar a despesa.

§ 2º Para os efeitos deste artigo, considera-se:

a) despesas que não se tenham processado na época própria, aquelas cujo empenho
tenha sido considerado insubsistente e anulado no encerramento do exercício correspondente,
mas que, dentro do prazo estabelecido, o credor tenha cumprido sua obrigação;

b) restos a pagar com prescrição interrompida, a despesa cuja inscrição como restos a
pagar tenha sido cancelada, mas ainda vigente o direito do credor;

c) compromissos reconhecidos após o encerramento do exercício, a obrigação de


pagamento criada em virtude de lei, mas somente reconhecido o direito do reclamante após o
encerramento do exercício correspondente.

SEÇÃO II

Empenho da Despesa

Art . 23. Nenhuma despesa poderá ser realizada sem a existência de crédito que a
comporte ou quando imputada a dotação imprópria, vedada expressamente qualquer atribuição
de fornecimento ou prestação de serviços, cujo custo excede aos limites previamente fixados
em lei (Decreto-lei nº 200/87, art. 73).

Parágrafo único. Mediante representação do órgão contábil, serão impugnados quaisquer


atos referentes a despesas que incidam na proibição do presente artigo (Decreto-lei nº 200/87,
parágrafo único do art. 73).

Art . 24. É vedada a realização de despesa sem prévio empenho (Lei nº 4.320/64, art.
60).

Parágrafo único. Em caso de urgência caracterizada na legislação em vigor, admitir-se-á


que o ato do empenho seja contemporâneo à realização da despesa.

Art . 25. O empenho importa deduzir seu valor de dotação adequada à despesa a
realizar, por força do compromisso assumido.

Parágrafo único. Admitir-se-á que o montante da despesa seja imputado à dotação


correspondente a serviço, desde que o custo deste seja predominante, quando o serviço
compreender emprego de material a ser fornecido pelo próprio executante. (Revogado pelo
Decreto nº 825, 1993)

Art . 26. O empenho não poderá exceder o saldo disponível de dotação orçamentária,
nem o cronograma de pagamento o limite de saques fixado, evidenciados pela contabilidade,
cujos registros serão acessíveis às respectivas unidades gestoras em tempo oportuno.

Parágrafo único. Exclusivamente para efeito de controle da programação financeira, a


unidade gestora deverá estimar o prazo do vencimento da obrigação de pagamento objeto do
empenho, tendo em vista o prazo fixado para o fornecimento de bens, execução da obra ou
prestação do serviço, e o normalmente utilizado para liquidação da despesa.

Art . 27. As despesas relativas a contratos, convênios, acordos ou ajustes de vigência


plurianual, serão empenhadas em cada exercício financeiro pela parte nele a ser executada.

Art . 28. A redução ou cancelamento no exercício financeiro, de compromisso que


caracterizou o empenho, implicará sua anulação parcial ou total, revertendo a importância
correspondente à respectiva dotação, pela qual ficará automaticamente desonerado o limite de
saques da unidade gestora.

Art . 29. Para cada empenho será extraído um documento denominado Nota de
Empenho que indicará o nome do credor, a especificação e a importância da despesa, bem
como os demais dados necessários ao controle da execução orçamentária.

Parágrafo único. Quando a Nota de Empenho substituir o termo do contrato, segundo o


disposto no artigo 52 do Decreto-lei nº 2.300, de 21 de novembro de 1986, dela deverão
constar as condições contratuais, relativamente aos direitos, obrigações e responsabilidades
das partes.

Art . 30. Quando os recursos financeiros indicados em cláusula de contrato, convênio,


acordo ou ajuste, para execução de seu objeto, forem de natureza orçamentária, deverá
constar, da própria cláusula, a classificação programática e econômica da despesa, com a
declaração de haver sido esta empenhada à conta do mesmo crédito, mencionando-se o
número e data da Nota de Empenho (Lei nº 4.320/64, Art. 60 e Decreto-lei nº 2.300/86, art. 45,
V).

§ 1º Nos contratos, convênios, acordos ou ajustes, cuja duração ultrapasse um exercício


financeiro, indicar-se-á o crédito e respectivo empenho para atender à despesa no exercício
em curso, bem assim cada parcela da despesa relativa à parte a ser executada em exercício
futuro, com a declaração de que, em termos aditivos, indicar-se-ão os créditos e empenhos
para sua cobertura.

§ 2º Somente poderão ser firmados contratos à conta de crédito do orçamento vigente,


para liquidação em exercício seguinte, se o empenho satisfizer às condições estabelecidas
para o relacionamento da despesa como Restos a Pagar.

Art . 31. É vedada a celebração de contrato, convênio, acordo ou ajuste, para


investimento cuja execução ultrapasse um exercício financeiro, sem a comprovação, que
integrará o respectivo termo, de que os recursos para atender as despesas em exercícios
seguintes estejam assegurados por sua inclusão no orçamento plurianual de investimentos, ou
por prévia lei que o autorize e fixe o montante das dotações que anualmente constarão do
orçamento, durante o prazo de sua execução.

Art . 32. Os contratos, convênios, acordos ou ajustes para a realização de quaisquer


serviços ou obras a serem custeadas, integral ou parcialmente, com recursos externos,
dependem da efetiva contratação da operação de crédito, assegurando a disponibilidade dos
recursos destinados ao pagamento dos compromissos a serem assumidos.

Art . 33. Os contratos, convênios, acordos ou ajustes, cujo valor exceda a


CZ$2.000.000,00 (dois milhões de cruzados), estão sujeitos às seguintes formalidades:

I - aprovação pela autoridade superior, ainda que essa condição não tenha sido
expressamente estipulada no edital e no contrato firmado;

II - publicação, em extrato, no Diário Oficial da União, dentro de 20 (vinte) dias de sua


assinatura.
§ 1º Os contratos, convênios, acordos ou ajustes firmados pelas autarquias serão
aprovados pelo respectivo órgão deliberativo.

§ 2º O extrato a que se refere este artigo, para publicação, deverá conter os seguintes
elementos:

a) espécie;

b) resumo do objeto do contrato, convênio, acordo ou ajuste;

c) modalidade de licitação ou, se for o caso, o fundamento legal da dispensa desta ou de


sua inexigibilidade;

d) crédito pelo qual correrá a despesa;

e) número e data do empenho da despesa;

f) valor do contrato, convênio, acordo ou ajuste;

g) valor a ser pago no exercício corrente e em cada um dos subseqüentes, se for o caso;

h) prazo de vigência.

i) data de assinatura do contrato. (Incluída pelo Decreto nº 206, de 1991)

§ 3º A falta de publicação imputável à administração constitui omissão de dever funcional


do responsável, sendo punível na forma da lei se não tiver havido justa causa, assim como, se
atribuível no contratado, faculta a rescisão unilateral, inclusive sem direito a indenização, por
parte da Administração, que, todavia, poderá optar por aplicar-lhe multa de até 10% (dez por
cento) do valor do contrato, o qual, assim mantido, deverá sempre ser publicado (Decreto-lei nº
2.300/86, art. 51, § 1º e art. 73, II).

§ 4º Será dispensada a publicação quando se tratar de despesa que deva ser feita em
caráter sigiloso (Decreto-lei nº 199/67, art. 44).

Art . 34. Dentro de 5 (cinco) dias da assinatura do contrato, convênio acordo ou ajuste, e
aditivos de qualquer valor, deverá ser remetida cópia do respectivo instrumento ao órgão de
contabilidade, para as verificações e providências de sua competência.

Art . 35. O empenho de despesa não liquidada será considerado anulado em 31 de


dezembro, para todos os fins, salvo quando:

I - vigente o prazo para cumprimento da obrigação assumida pelo credor, nele


estabelecida;

II - vencido o prazo de que trata o item anterior, mas esteja em cursos a liquidação da
despesa, ou seja de interesse da Administração exigir o cumprimento da obrigação assumida
pelo credor;

III - se destinar a atender transferências a instituições públicas ou privadas;

IV - corresponder a compromissos assumido no exterior.

SEÇÃO III

Liquidação da Despesa
Art . 36. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito adquirido pelo credor
ou entidade beneficiaria, tendo por base os títulos e documentos comprobatórios do respectivo
crédito ou da habilitação ao benefício (Lei nº 4.320/64, art. 83).

§ 1º A verificação de que trata este artigo tem por fim apurar:

a) a origem e o objeto do que se deve pagar;

b) a importância exata a pagar; e

c) a quem se deve pagar a importância para extinguir a obrigação.

§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos, obras executadas ou serviços


prestados terá por base:

a) o contrato, ajuste ou acordo respectivo;

b) a Nota de Empenho;

c) o documento fiscal pertinente;

d) o termo circunstanciado do recebimento definitivo, no caso de obra ou serviço de valor


superior a Cz$350.000,00 (trezentos e cinqüenta mil cruzados) e equipamento de grande vulto,
ou o recibo, nos demais casos.

Art . 37. A despesa de vencimentos, salários, gratificações e proventos, constará de


folha-padrão de retribuição dos servidores civis, ativos e inativos (Lei nº 8.445/77, art. 3º).

Parágrafo único. A folha-padrão de retribuição obedecerá a modelo padronizado pelo


órgão próprio do Poder Executivo e sua adoção é obrigatória para todos os órgãos da
administração centralizada, autarquias federais e fundações instituídas pela União ou mantidas
com recursos federais (Lei nº 6.445/77, parágrafo único do art. 3º).

Art . 38. Não será permitido o pagamento antecipado de fornecimento de materiais,


execução de obra, ou prestação de serviço, inclusive de utilidade pública, admitindo-se,
todavia, mediante as indispensáveis cautelas ou garantias, o pagamento de parcela contratual
na vigência do respectivo contrato, convênio, acordo ou ajuste, segundo a forma de pagamento
nele estabelecida, prevista no edital de licitação ou nos instrumentos formais de adjudicação
direta.

Art . 39. Responderão pelos prejuízos que acarretarem à Fazenda Nacional, o ordenador
de despesas e o agente responsável pelo recebimento e verificação, guarda ou aplicação de
dinheiros, valores e outros bens públicos (Decreto-lei nº 200/67, art. 90).

Parágrafo único. O ordenador de despesa, salvo conivência, não é responsável por


prejuízos causados à Fazenda Nacional, decorrentes de atos praticados por agente
subordinado que exorbitar das ordens recebidas.

Art . 40. A assinatura, firma ou rubrica em documentos e processos deverá ser seguida
da repetição completa do nome do signatário e indicação da respectiva função ou cargo, por
meio de carimbo, do qual constará, precedendo espaço destinado à data, e sigla da unidade na
qual o servidor esteja exercendo suas funções ou cargo.

Art . 41. Quando autorizado pelo Ministro de Estado, poderá ser usado chancela
mecânica, mediante a reprodução exata, por máquina a esse fim destinada, da assinatura,
firma ou rubrica de autoridade administrativa competente, na expedição de documentos em
série ou de emissão repetitiva.
Parágrafo único. A autoridade administrativa fixará em ato próprio as condições técnicas
de controle e segurança do sistema, e será responsável pela legitimidade e valor dos
processos, documentos e papéis autenticados na forma deste artigo.

SEÇÃO IV

Pagamento da Despesa

Art . 42. O pagamento da despesa só poderá ser efetuado quando ordenado após sua
regular liquidação (Lei nº 4.320/64, art. 62).

Art . 43. A ordem de pagamento será dada em documento próprio, assinado pelo
ordenador da despesa e pelo agente responsável pelo setor financeiro.

§ 1º A competência para autorizar pagamento decorre da lei ou de atos regimentais,


podendo ser delegada.

§ 2º A descentralização de crédito e a fixação de limite de saques a unidade gestora


importa mandato para a ordenação do pagamento, observadas as normas legais pertinentes.

Art . 44. O pagamento de despesa será feito mediante saque contra o agente financeiro,
para crédito em conta bancária do credor, no banco por ele indicado, podendo o agente
financeiro fazer o pagamento em espécie, quando autorizado.

SEÇÃO V

Pagamento de Despesas por meio de Suprimento de Fundos

Art . 45. Excepcionalmente, a critério do ordenador de despesa e sob sua inteira


responsabilidade, poderá ser concedido suprimento de fundos a servidor, sempre precedido do
empenho na dotação própria às despesas a realizar, e que não possam subordinar-se ao
processo normal de aplicação, nos seguintes casos (Lei nº 4.320/64, art. 68 e Decreto-lei nº
200/67, § 3º do art. 74):

I - para atender despesas em viagens ou serviços especiais que exijam pronto


pagamento em espécie;
I - Serviços especiais que exijam pronto pagamento em espécie. (Redação dada pelo
Decreto nº 95.804, de 1988)
I - para atender despesas eventuais, inclusive em viagem e com serviços especiais, que
exijam pronto pagamento em espécie. (Redação dada pelo Decreto nº 2.289, de 1997)

I - para atender despesas eventuais, inclusive em viagens e com serviços especiais, que
exijam pronto pagamento; (Redação dada pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

Il - quando a despesa deva ser feita em caráter sigiloso, conforme se classificar em


regulamento; e

III - para atender despesas de pequeno vulto, assim entendidas aquelas cujo valor, em
cada caso, não ultrapassar limite estabelecido em Portaria do Ministro da Fazenda.

§ 1º O suprimento de fundos será contabilizado e incluído nas contas do ordenador como


despesa realizada; as restituições, por falta de aplicação, parcial ou total, ou aplicação
indevida, constituirão anulação de despesa, ou receita orçamentária, se recolhidas após o
encerramento do exercício.

§ 2º O servidor que receber suprimento de fundos, na forma deste artigo, é obrigado a


prestar contas de sua aplicação, procedendo-se, automaticamente, à tomada de contas se não
o fizer no prazo assinalado pelo ordenador da despesa, sem prejuízo das providências
administrativas para a apuração das responsabilidades e imposição, das penalidades cabíveis
(Decreto-lei nº 200/67, parágrafo único do art. 81 e § 3º do art. 80).

§ 3º Não se concederá suprimento de fundos:

a) a responsável por dois suprimentos;

b) a servidor que tenha a seu cargo e guarda ou a utilização do material a adquirir, salvo
quando não houver na repartição outro servidor;

c) a responsável por suprimento de fundos que, esgotado o prazo, não tenha prestado
contas de sua aplicação; e

d) a servidor declarado em alcance.

§ 4º Os valores limites para concessão de suprimento de fundos, bem como o limite


máximo para despesas de pequeno vulto de que trata este artigo, serão fixados em portaria do
Ministro de Estado da Fazenda. (Incluído pelo Decreto nº 1.672, de 1995)

§ 5o As despesas com suprimento de fundos serão efetivadas por meio do Cartão de


Pagamento do Governo Federal - CPGF. (Incluído pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

§ 6o É vedada a utilização do CPGF na modalidade de saque, exceto no tocante às


despesas: (Incluído pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

I - de que trata o art. 47; e (Incluído pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

II - decorrentes de situações específicas do órgão ou entidade, nos termos do autorizado


em portaria pelo Ministro de Estado competente e nunca superior a trinta por cento do total da
despesa anual do órgão ou entidade efetuada com suprimento de fundos. (Incluído pelo
Decreto nº 6.370, de 2008)

III - decorrentes de situações específicas da Agência Reguladora, nos termos do


autorizado em portaria pelo seu dirigente máximo e nunca superior a trinta por cento do total da
despesa anual da Agência efetuada com suprimento de fundos. (Incluído pelo Decreto nº
6.901, de 2009)

Art. 45-A. É vedada a abertura de conta bancária destinada à movimentação de suprimentos


de fundos. (Incluído pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

Art . 46. Cabe aos detentores de suprimentos de fundos fornecer indicação precisa dos
saldos em seu poder em 31 de dezembro, para efeito de contabilização e reinscrição da
respectiva responsabilidade pela sua aplicação em data posterior, observados os prazos
assinalados pelo ordenador da despesa (Decreto-lei nº 200/67, art. 83).

Parágrafo único. A importância aplicada até 31 de dezembro será comprovada até 15 de


janeiro seguinte.

Art . 47. A concessão e aplicação de suprimento de fundos, ou adiantamentos, para


atender peculiaridades militares, obedecerão a regime especial e de exceção estabelecidos em
regulamento aprovado pelo respectivo Ministro de Estado.
Art. 47 A concessão e aplicação de suprimento de fundos, ou adiantamentos, para
atender peculiaridades militares e das Repartições do Ministério das Relações Exteriores no
exterior, obedecerão a regime especial e de exceção estabelecidos em instruções aprovadas
pelos respectivos Ministros de Estado." (Redação dada pelo Decreto nº 1.672, de 1995)
Art. 47 - A concessão e aplicação de suprimento de fundos, ou adiantamentos, para
atender peculiaridades da Presidência e Vice-Presidência da República, do Ministério da
Fazenda, das repartições do Ministério das Relações Exteriores no exterior, bem assim
militares e de inteligência, obedecerão a regime especial de execução estabelecidos em
instruções aprovadas pelos respectivos Ministros de Estado, pelo Chefe da Casa Militar e pelo
Secretário-Geral da Presidência da República, sendo vedada a delegação de competência.
(Redação dada pelo Decreto nº 2.397, de 1997)
Art. 47. A concessão e aplicação de suprimento de fundos, ou adiantamentos para
atender peculiaridades da Presidência e Vice-Presidência da República, do Ministério da
Fazenda, do Departamento de Polícia Federal, das repartições do Ministério das Relações
Exteriores no exterior, bem assim militares e de inteligência, obedecerão a regime especial de
execução estabelecido em instruções aprovadas pelos respectivos Ministros de Estado, pelo
Chefe da Casa militar e pelo Secretário-Geral da Presidência da República, sendo vedada a
delegação de competência. (Redação dada pelo Decreto nº 2.497, de 1998)
Art. 47. A concessão e aplicação de suprimento de fundos, ou adiantamentos, para
atender a peculiaridades da Presidência e da Vice-Presidência da República, do Ministério da
Fazenda, do Ministério da Saúde, das repartições do Ministério das Relações Exteriores no
exterior, bem assim de militares e de inteligência, obedecerão ao Regime Especial de
Execução estabelecido em instruções aprovadas pelos respectivos Ministros de Estado, pelo
Chefe da Casa Civil e pelo Chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da
República, vedada a delegação de competência. (Redação dada pelo Decreto nº 3.639, de
2000)
Parágrafo único. A concessão e aplicação de suprimento de fundos de que trata o caput
deste artigo, com relação ao Ministério da Saúde, restringe-se a atender às especificidades
decorrentes da assistência à saúde indígena. (Parágrafo incluído pelo Decreto nº 3.639, de
2000)
Art. 47. A concessão e aplicação de suprimento de fundos, ou adiantamentos, para
atender a peculiaridades da Presidência e da Vice-Presidência da República, do Ministério da
Fazenda, do Ministério da Saúde, do Departamento de Polícia Federal do Ministério da Justiça,
das repartições do Ministério das Relações Exteriores no exterior, bem assim de militares e de
inteligência, obedecerão ao Regime Especial de Execução estabelecido em instruções
aprovadas pelos respectivos Ministros de Estado, pelo Chefe da Casa Civil e pelo Chefe do
Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, vedada a delegação de
competência. (Redação dada pelo Decreto 5.026, de 2004)
Parágrafo único. A concessão e aplicação de suprimento de fundos de que trata o caput
deste artigo, com relação ao Ministério da Saúde, restringe-se a atender às especificidades
decorrentes da assistência à saúde indígena. (Redação dada pelo Decreto 5.026, de 2004)
Art. 47. A concessão e aplicação de suprimento de fundos, ou adiantamentos, para
atender a peculiaridades dos órgãos essenciais da Presidência da República, da Vice-
Presidência da República, do Ministério da Fazenda, do Ministério da Saúde, do Departamento
de Polícia Federal do Ministério da Justiça, das repartições do Ministério das Relações
Exteriores no exterior, bem assim de militares e de inteligência, obedecerão ao Regime
Especial de Execução estabelecido em instruções aprovadas pelos respectivos Ministros de
Estado, vedada a delegação de competência. (Redação dada pelo Decreto nº 6.370, de 2008)
Parágrafo único. A concessão e aplicação de suprimento de fundos de que trata o
caput, com relação ao Ministério da Saúde, restringe-se a atender às especificidades
decorrentes da assistência à saúde indígena. (Redação dada pelo Decreto nº 6.370, de 2008)

Art. 47. A concessão e aplicação de suprimento de fundos, ou adiantamentos, para


atender a peculiaridades dos órgãos essenciais da Presidência da República, da Vice-
Presidência da República, do Ministério da Fazenda, do Ministério da Saúde, do Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento, do Departamento de Polícia Federal do Ministério da
Justiça, do Ministério das Relações Exteriores, bem assim de militares e de inteligência,
obedecerão ao Regime Especial de Execução estabelecido em instruções aprovadas pelos
respectivos Ministros de Estado, vedada a delegação de competência. (Redação dada pelo
Decreto nº 7.372, de 2010)

Parágrafo único. A concessão e aplicação de suprimento de fundos de que trata o


caput restringe-se: (Redação dada pelo Decreto nº 7.372, de 2010)
I - com relação ao Ministério da Saúde: a atender às especificidades decorrentes da
assistência à saúde indígena; (Incluído pelo Decreto nº 7.372, de 2010)

II - com relação ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento: a atender


às especificidades dos adidos agrícolas em missões diplomáticas no exterior; e (Incluído
pelo Decreto nº 7.372, de 2010)

III - com relação ao Ministério das Relações Exteriores: a atender às


especificidades das repartições do Ministério das Relações Exteriores no exterior.
(Incluído pelo Decreto nº 7.372, de 2010)

SEÇÃO VI

Convênios, Acordos ou Ajustes

Art. 48. Os serviços de interesse recíproco dos órgãos e entidades de administração


federal e de outras entidades públicas ou organizações particulares, poderão ser executados
sob regime de mútua cooperação, mediante convênio, acordo ou ajuste. (Revogado pelo
Decreto nº 6.170, de 2007)
§ 1º Quando os participantes tenham interesses diversos e opostos, isto é, quando se
desejar, de um lado, o objeto do acordo ou ajuste, e de outro lado a contraprestação
correspondente, ou seja, o preço, o acordo ou ajuste constitui contrato. (Renumerado pelo
Decreto nº 97.916, de 1988)
§ 2° Verificada a conveniência administrativa, pode rá ser realizada por meio de contrato,
a gestão de recursos originários de empréstimos externos e a correspondente contrapartida
local, para financiamento de programas ou projetos, por órgãos ou entidades da Administração
Federal. (Incluído pelo Decreto nº 97.916, de 1988)
Art . 49. Ressalvados os casos de manifesta impraticabilidade ou inconveniência, o
convênio será utilizado como forma de descentralização das atividades da administração
federal, através da qual se delegará a execução de programas federais de caráter nitidamente
local, no todo ou em parte, aos órgãos estaduais ou municipais incumbidos de serviços
correspondentes, e quando estejam devidamente aparelhados (Decreto-lei nº 200/67, art. 10, §
1º, ‘’b’’ e § 5º). (Revogado pelo Decreto nº 6.170, de 2007)
Parágrafo único. Excepcionalmente, os órgãos e entidades federais poderão executar
programas estaduais ou municipais, e os órgãos da administração direta programas a cargo de
entidade da administração indireta, sob regime de mútua cooperação mediante convênio.
Art . 50. O Ministro da Fazenda fixará, em Portaria, o limite de participação financeira em
convênios, dos órgãos e entidades da administração federal, para efeito de obrigatoriedade de
sua formalização mediante termo, ficando facultativo, a critério da autoridade administrativa,
quando inferior a esse limite, caso em que as condições essenciais convencionadas deverão
constar de correspondência oficial ou do documento de empenho da despesa. (Revogado pelo
Decreto nº 6.170, de 2007)
Art . 51. Os saques para entrega de recursos destinados ao cumprimento do objetivo do
convênio, acordo ou ajuste, obedecerão a plano de aplicação previamente aprovado, tendo por
base o cronograma de execução física, condicionando-se as entregas subseqüentes ao regular
emprego da parcela anteriormente liberada (Decreto-lei nº 200/67, art. 10, § 6º). (Revogado
pelo Decreto nº 6.170, de 2007)
Parágrafo único. No extrato do convênio para publicação, indicar-se-ão as etapas e fases
da execução, conjugadas com o cronograma financeiro.
Art . 52. Nas hipóteses previstas no parágrafo único do artigo 49, os recursos financeiros
recebidos por órgão da administração direta ou autarquia federal, destinados à execução do
convênio, serão classificados como receita orçamentária, devendo as aplicações correr à conta
de dotação consignada no orçamento ou em crédito adicional (Lei nº 4.320/64, arts. 2º e 57).
(Revogado pelo Decreto nº 6.170, de 2007)
§ 1º Somente após o recolhimento à conta do Tesouro Nacional, no caso de órgão da
administração direta, os recursos financeiros de que trata este artigo constituirão
disponibilidade ou fonte para efeito da abertura de crédito adicional e poderão motivar
alteração da programação financeira de desembolso.
§ 2º A execução de qualquer convênio depende de seu prévio cadastramento no sistema
de controle interno, através do órgão de contabilidade.
Art . 53. Os órgãos da administração direta poderão fixar entendimentos sobre matéria de
comum interesse, mediante convênio, com o objetivo de somar esforços e obter melhor
rendimento no emprego de seus recursos, só podendo haver redistribuição ou transposição de
dotações, porém, se previamente autorizada em lei, ou quando constituir receita de órgão
autônomo. (Revogado pelo Decreto nº 6.170, de 2007)
Parágrafo único. A formalização do convênio, no caso deste artigo, poderá ser feita
através de portaria assinada pelos dirigentes dos órgãos interessados.
Art . 54. Para acompanhamento e controle do fluxo dos recursos e das aplicações,
inclusive avaliação dos resultados do convênio, o órgão ou entidade executora apresentará
relatórios parciais, segundo a periodicidade convencionada, e final, quando concluído ou
extinto o acordo, que se farão acompanhar de demonstrações financeiras, sem prejuízo da
fiscalização indispensável sobre a execução local (Decreto-lei nº 200/67, art. 10, § 6º).
(Revogado pelo Decreto nº 6.170, de 2007)
§ 1º O recebimento de recursos da União, para execução de convênio firmado entre
quaisquer órgãos ou entidades federais, estaduais ou municipais, independente de expressa
estipulação no respectivo termo, obriga os convenentes a manter registros contábeis
específicos, para os fins deste artigo, além do cumprimento das normas gerais a que estejam
sujeitos (Lei nº 4.320/64, arts. 87 e 93).
§ 2º Os documentos comprobatórios das receitas e despesas realizadas serão
conservados em boa ordem no próprio lugar em que se tenham contabilizado as operações, à
disposição dos agentes incumbidos do controle interno e externo dos órgãos ou entidades
convenentes.
Art . 55. Aplicam-se aos convênios, acordos ou ajustes, as mesmas formalidades e
requisitos cabíveis exigidos para a validade dos contratos (Decreto-lei nº 2.300/86, art. 82).
(Revogado pelo Decreto nº 6.170, de 2007)
Art . 56. Quando o convênio compreender aquisição de equipamentos e materiais
permanentes, será obrigatória a estipulação quanto ao destino a ser dado aos bens
remanescentes na data da extinção do acordo ou ajuste. (Revogado pelo Decreto nº 6.170, de
2007)
Parágrafo único. Os bens, materiais e equipamentos adquiridos com recursos de
convênios com Estados, Distrito Federal, Territórios ou Municípios poderão, a critério do
Ministro de Estado competente, ser doados àquelas entidades quando, após o cumprimento do
objeto do convênio, sejam necessários para assegurar a continuidade de programa
governamental, observado o que, a respeito, tenha sido previsto no convênio.
Art . 57. O convênio poderá ser denunciado a qualquer tempo, ficando os convenentes
responsáveis somente pelas obrigações e auferindo as vantagens do tempo em que
participaram voluntariamente do acordo, ou ajuste, não sendo admissível cláusula obrigatória
de permanência ou sancionadora dos denunciantes. (Revogado pelo Decreto nº 6.170, de
2007)

SEÇÃO VII

Subvenções, Auxílios e Contribuições

Art . 58. A cooperação financeira da União a entidade pública ou privada far-se-á


mediante subvenção, auxílio ou contribuição (Lei nº 4.320/64, § 3º do art. 12).

Art . 59. A subvenção se destina a cobrir despesas de custeio de entidades públicas ou


privadas, distinguindo-se como subvenção social e subvenção econômica.

Art . 60. A subvenção social será concedida independentemente de legislação especial a


instituições públicas ou privadas de caráter assistencial ou cultural sem finalidade lucrativa.

§ 1º A subvenção social, visando à prestação dos serviços essenciais de assistência


social, médica e educacional, será concedida sempre que a suplementação de recursos de
origem privada aplicados a esses objetivos revelar-se mais econômica (Lei nº 4.320/64, art.
16).
§ 2º O valor da subvenção, sempre que possível, será calculado com base em unidades
de serviços efetivamente prestados ou postos à disposição dos interessados, obedecidos os
padrões mínimos de eficiência previamente fixados (Lei nº 4.320/64, parágrafo único do art.
16).

§ 3º A concessão de subvenção social só poderá ser feita se a instituição interessada


satisfizer às seguintes condições, sem prejuízo de exigências próprias previstas na legislação
específica:

a) ter sido fundada em ano anterior e organizada até o ano da elaboração da Lei de
Orçamento;

b) não constituir patrimônio de indivíduo;

c) dispor de patrimônio ou renda regular;

d) não dispor de recursos próprios suficientes à manutenção ou ampliação de seus


serviços;

e) ter feito prova de seu regular funcionamento e de regularidade de mandato de sua


diretoria;

f) ter sido considerada em condições de funcionamento satisfatório pelo órgão


competente de fiscalização;

g) ter prestado contas da aplicação de subvenção ou auxílio anteriormente recebido, e


não ter a prestação de contas apresentado vício insanável;

h) não ter sofrido penalidade de suspensão de transferências da União, por determinação


ministerial, em virtude de irregularidade verificada em exame de auditoria.

§ 4º A subvenção social será paga através da rede bancária oficial, ficando a beneficiaria
obrigada a comprovar no ato do recebimento, a condição estabelecida na alínea ‘’c’’ , do
parágrafo anterior, mediante atestado firmado por autoridade publica do local onde sejam
prestados os serviços.

§ 5º As despesas bancárias correrão por conta da instituição beneficiada.

Art . 61. A subvenção econômica será concedida a empresas publicas ou privadas de


caráter industrial, comercial, agrícola ou pastoril, mediante expressa autorização em lei
especial (Lei nº 4.320/64, art. 12, § 3º, II e art. 19).

§ 1º A cobertura de déficits de manutenção das empresas públicas far-se-á mediante


subvenção econômica expressamente autorizada na Lei de Orçamento ou em crédito adicional
(Lei nº 4.320/64, art. 18).

§ 2º Consideram-se, igualmente, como subvenção econômica (Lei nº 4.320/64, parágrafo


único do art. 18):

a) a diferença entre os preços de mercado e os preços de revenda, pelo Governo, de


gêneros alimentícios ou de outros materiais;

b) o pagamento de bonificações a produtores de determinados gêneros ou materiais.

Art . 62. Somente será concedida subvenção a entidade privada que comprovar sua
capacidade jurídica e regularidade fiscal.
Art . 63. Os auxílios e as contribuições se destinam a entidades de direito publico ou
privado, sem finalidade lucrativa.

§ 1º O auxílio deriva diretamente da Lei de Orçamento (Lei nº 4.320/64, § 6º do art. 12).

§ 2º A contribuição será concedida em virtude de lei especial, e se destina a atender ao


ônus ou encargo assumido pela União (Lei nº 4.320/64, § 6º do art. 12).

Art . 64. A concessão de subvenção social ou auxílio será feita mediante solicitação da
entidade interessada, com apresentação de plano de aplicação dos recursos
pretendidos. (Revogado pelo Decreto nº 93.968, de 1987)
§ 1º Quando a subvenção social ou auxílio se destinar a projeto cuja realização exija
recursos em montante superior ao da concessão, esta ficará condicionada à comprovação,
pela entidade interessada, de que os recursos complementares estejam assegurados por
fontes certas e determinadas.
§ 2º Não poderá haver mais de uma unidade orçamentária ou unidade administrativa
concedendo subvenção ou auxílio para a mesma finalidade.
Art . 65. Os recursos provenientes de subvenções ou auxílios não poderão ter aplicação
diversa daquela prevista no respectivo plano de aplicação aprovado. (Revogado pelo Decreto
nº 93.968, de 1987)

Art . 66. Quem quer que receba recursos da União ou das entidades a ela vinculadas,
direta ou indiretamente, inclusive mediante acordo, ajuste ou convênio, para realizar pesquisas,
desenvolver projetos, estudos, campanhas e obras sociais ou para qualquer outro fim, deverá
comprovar o seu bom e regular emprego, bem como os resultados alcançados (Decreto-lei nº
200/67, art. 93).

§ 1º A prestação de contas de aplicação de subvenção social ou auxílio será apresentada


à unidade concedente dentro de 60 dias após a aplicação, não podendo exceder ao ultimo dia
útil do mês de fevereiro do ano subseqüente ao do recebimento, e será constituída de relatório
de atividades e demonstração contábil das origens e aplicações de recursos, referentes ao ano
do recebimento, visados por autoridade publica local, observados os modelos aprovados pelo
órgão Central do Sistema de Controle Interno.

§ 2º A documentação comprobatória da aplicação da subvenção ou auxílio ficará


arquivada na entidade beneficiada, à disposição dos órgãos de controle interno e externo,
durante o prazo de 5 (cinco) anos da aprovação da prestação de contas.

§ 3º A atuação da entidade no cumprimento das obrigações assumidas, inclusive quanto


à prestação de contas, será anotada no respectivo registro cadastral mantido pelo órgão
setorial de controle interno.

SEÇÃO VIII

Restos a Pagar

Art . 67. Considerem-se Restos a Pagar as despesas empenhadas e não pagas até 31
de dezembro, distinguindo-se as despesas processadas das não processadas (Lei nº 4.320/64,
art. 36).

§ 1º Entendem-se por processadas e não processadas, respectivamente, as despesas


liquidadas e as não liquidadas, na forma prevista neste decreto.

§ 2º O registro dos Restos a Pagar far-se-á por exercício e por credor.

Art . 68. A inscrição de despesas como Restos a Pagar será automática, no


encerramento do exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho, desde que satisfaça às
condições estabelecidas neste Decreto, e terá validade até 31 de dezembro do ano
subseqüente.
Art. 68. A inscrição de despesas como restos a pagar será automática, no encerramento do exercício
financeiro de emissão da Nota de Empenho, desde que satisfaça às condições estabelecidas neste Decreto
para empenho e liquidação da despesa. (Redação dada pelo Decreto nº 6.708, de 2008)
Parágrafo único. A inscrição de restos a pagar relativa às despesas não processadas terá validade
até 31 de dezembro do ano subseqüente. (Incluído pelo Decreto nº 6.708, de 2008)
Parágrafo único. Os restos a pagar inscritos na condição de não processados e
não liquidados posteriormente terão validade até 31 de dezembro do ano subsequente de
sua inscrição. (Redação dada pelo Decreto nº 7.468, de 2011)

Art. 68. A inscrição de despesas como restos a pagar no encerramento do


exercício financeiro de emissão da Nota de Empenho depende da observância das
condições estabelecidas neste Decreto para empenho e liquidação da
despesa. (Redação dada pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 1o A inscrição prevista no caput como restos a pagar não processados fica


condicionada à indicação pelo ordenador de despesas. (Incluído pelo Decreto nº
7.654, de 2011)

§ 2o Os restos a pagar inscritos na condição de não processados e não liquidados


posteriormente terão validade até 30 de junho do segundo ano subsequente ao de sua
inscrição, ressalvado o disposto no § 3o. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 3o Permanecem válidos, após a data estabelecida no § 2o, os restos a pagar não


processados que: (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

I - refiram-se às despesas executadas diretamente pelos órgãos e entidades da


União ou mediante transferência ou descentralização aos Estados, Distrito Federal e
Municípios, com execução iniciada até a data prevista no § 2o; ou (Incluído pelo
Decreto nº 7.654, de 2011)

II - sejam relativos às despesas: (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

a) do Programa de Aceleração do Crescimento - PAC; (Incluído pelo Decreto


nº 7.654, de 2011)

b) do Ministério da Saúde; ou (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

c) do Ministério da Educação financiadas com recursos da Manutenção e


Desenvolvimento do Ensino. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 4o Considera-se como execução iniciada para efeito do inciso I do §


3o: (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

I - nos casos de aquisição de bens, a despesa verificada pela quantidade parcial


entregue, atestada e aferida; e (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

II - nos casos de realização de serviços e obras, a despesa verificada pela


realização parcial com a medição correspondente atestada e aferida. (Incluído pelo
Decreto nº 7.654, de 2011)
§ 5o Para fins de cumprimento do disposto no § 2o, a Secretaria do Tesouro
Nacional do Ministério da Fazenda efetuará, na data prevista no referido parágrafo, o
bloqueio dos saldos dos restos a pagar não processados e não liquidados, em conta
contábil específica no Sistema Integrado de Administração Financeira do Governo
Federal - SIAFI. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 6o As unidades gestoras executoras responsáveis pelos empenhos bloqueados


providenciarão os referidos desbloqueios que atendam ao disposto nos §§ 3o, inciso I, e
4o para serem utilizados, devendo a Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da
Fazenda providenciar o posterior cancelamento no SIAFI dos saldos que permanecerem
bloqueados. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

§ 7o Os Ministros de Estado, os titulares de órgãos da Presidência da República,


os dirigentes de órgãos setoriais dos Sistemas Federais de Planejamento, de Orçamento
e de Administração Financeira e os ordenadores de despesas são responsáveis, no que
lhes couber, pelo cumprimento do disposto neste artigo. (Incluído pelo Decreto nº
7.654, de 2011)

§ 8o A Secretaria do Tesouro Nacional do Ministério da Fazenda, no âmbito de


suas competências, poderá expedir normas complementares para o cumprimento do
disposto neste artigo. (Incluído pelo Decreto nº 7.654, de 2011)

Art . 69. Após o cancelamento da inscrição da despesa como Restos a Pagar, o


pagamento que vier a ser reclamado poderá ser atendido à conta de dotação destinada a
despesas de exercícios anteriores.

Art . 70. Prescreve em cinco anos a dívida passiva relativa aos Restos a Pagar (CCB art.
178, § 10, VI).

SEÇÃO IX

Fundos Especiais

Art . 71. Constitui Fundo Especial de natureza contábil ou financeira, para fins deste
decreto, a modalidade de gestão de parcela de recursos do Tesouro Nacional, vinculados por
lei à realização de determinados objetivos de política econômica, social ou administrativa do
Governo.

§ 1º São Fundos Especiais de natureza contábil, os constituídos por disponibilidades


financeiras evidenciadas em registros contábeis, destinados a atender a saques a serem
efetuados diretamente contra a caixa do Tesouro Nacional.

§ 2º São Fundos Especiais de natureza financeira, os constituídos mediante


movimentação de recursos de caixa do Tesouro Nacional para depósitos em estabelecimentos
oficiais de crédito, segundo cronograma aprovado, destinados a atender aos saques previstos
em programação específica.

Art . 72. A aplicação de receitas vinculadas a fundos especiais farse-á através de dotação
consignada na Lei de Orçamento ou em crédito adicional (Lei nº 4.320/64, art. 72).

Art . 73. É vedado levar a crédito de qualquer fundo recursos orçamentários que não lhe
forem especificamente destinados em orçamento ou em crédito adicional (Decreto-lei nº
1.754/79, art. 5º).
Art . 74. A aplicação de recursos através de fundos especiais constará de programação e
será especificada em orçamento próprio, aprovado antes do início do exercício financeiro a que
se referir.

Art . 75. Somente poderá ser contemplado na programação financeira setorial o fundo
especial devidamente cadastrado pela Secretaria do Tesouro Nacional, mediante
encaminhamento da respectiva Secretaria de Controle Interno, ou órgão de atribuições
equivalentes.

Art . 76. Salvo expressa disposição de lei em contrário, aplicam-se à execução


orçamentária de fundo especial as mesmas normas gerais que regem a execução
orçamentária da União.

Art . 77. Não será permitida a utilização de recursos vinculados a fundo especial para
despesas que não se identifiquem diretamente com a realização de seus objetivos ou serviços
determinados.

Art . 78. A contabilização dos fundos especiais geridos na área da administração direta
será feita pelo órgão de contabilidade do Sistema de Controle Interno, onde ficarão arquivados
os respectivos documentos para fins de acompanhamento e fiscalização.

Parágrafo único. Quando a gestão do fundo for atribuída a estabelecimento oficial de


crédito, a este caberá sua contabilização e remeter os respectivos balanços acompanhados de
demonstrações financeiras à Secretaria de Controle Interno, ou órgão de atribuições
equivalentes, para fins da supervisão ministerial.

Art . 79. O saldo financeiro apurado em balanço de fundo especial poderá ser utilizado
em exercício subseqüente, se incorporado ao seu orçamento (Lei nº 4.320/64, art. 73).

Art . 80. Extinguir-se-á o fundo especial inativo por mais de dois exercícios financeiros.

Art . 81. É vedada a constituição de fundo especial, ou sua manutenção, com recursos
originários de dotações orçamentárias da União, em empresas publicas, sociedades de
economia mista e fundações, salvo quando se tratar de estabelecimento oficial de crédito.

SEÇÃO X

Depósitos e Consignações

Art . 82. Os depósitos para garantia, quando exigida, das obrigações decorrentes de
participação em licitação e de execução de contrato celebrado com órgãos da administração
federal centralizada e autarquias, serão obrigatoriamente efetuados na Caixa Econômica
Federal, à ordem da autoridade administrativa competente (Decreto-lei nº 1.737/79, art. 1º, IV).

Art . 83. Será também feito na Caixa Econômica Federal, voluntariamente pelo
contribuinte, depósito em dinheiro para se eximir da incidência de juros e outros acréscimos
legais no processo administrativo fiscal de determinação e exigência de créditos tributários.

Parágrafo único. O depósito de que trata este artigo, de valor atualizado do litígio, nele
incluídos a multa e os juros de mora devidos nos termos da legislação específica, será feito à
ordem da Secretaria da Receita Federal, podendo ser convertido em garantia de crédito da
Fazenda Nacional, vinculado à propositura de ação anulatória ou declaratória de nulidade do
débito, à ordem do Juízo competente.

Art . 84. Não vencerão juros os depósitos em dinheiro e os juros dos títulos depositados
reverterão à Caixa Econômica Federal como remuneração de serviços (Decreto-lei nº 1.737/79,
art. 3º).
Art . 85. Mediante ordem da autoridade administrativa ou, quando for o caso, do juízo
competente, o depósito será devolvido ao depositante ou recolhido à conta do Tesouro
Nacional, no Banco do Brasil S.A., se em dinheiro, ou entregue ao órgão designado, se em
títulos (Decreto-lei nº 1.737/79, art. 7º).

Art . 86. Consideram-se como depósitos, exclusivamente para fins de contabilização, as


ordens de pagamento expedidas em exercício encerrado e devolvidas pelo agente financeiro
após o prazo legal de validade, podendo ser revalidadas durante o exercício financeiro
subseqüente, findo o qual os registros contábeis serão cancelados e as respectivas
importâncias convertidas em receita orçamentária.

Parágrafo único. Aplicam-se os procedimentos contábeis de que trata este artigo às


importâncias apuradas como diferenças a favor de terceiros em balanceamento de contas.

Art . 87. As consignações em folha de pagamento dos servidores civis e militares, ativos
e inativos, constituem depósitos especificados para efeito de contabilização, não podendo o
seu recolhimento, ou entrega aos consignatários, exceder às importâncias descontadas.

Parágrafo único. A consignação cuja entrega tenha sido feita mediante ordem bancária
de pagamento, individual ou coletiva, não procurada no prazo legal de validade e devolvida
pelo agente financeiro, ficará à disposição do consignatário pelo prazo de cinco anos, findo o
qual será convertido em receita orçamentária da União.

SEÇÃO XI

Operações de Crédito - Normas Gerais

Art . 88. As operações de crédito dependem de autorização em lei especial.

Art . 89. A Lei de Orçamento poderá conter autorização para operações de crédito por
antecipação de receita, a fim de atender a insuficiências de caixa (Lei nº 4.320/64, art. 7º).

Art . 90. As operações de crédito por antecipação de receita autorizada na Lei de


Orçamento não excederão a quarta parte da receita total estimada para o exercício financeiro,
e até 30 dias depois do encerramento deste, serão obrigatoriamente liquidadas.

Art . 91. A contratação ou garantia, em nome da União, de empréstimos para órgãos e


entidades da administração federal centralizada e descentralizada, inclusive fundações
instituídas ou mantidas pelo Poder Público, dependerá de pronunciamento da Secretaria de
Planejamento da Presidência da República, quanto à prioridade programática, e do Ministério
da Fazenda, sobre a conveniência, oportunidade e legalidade do endividamento.

Art . 92. Excetuadas as operações da dívida pública, a lei que autorizar operação de
crédito, a qual devam ser liquidada em exercício financeiro subseqüente, fixará desde logo as
dotações que hajam de ser incluídas no orçamento anual, para os respectivos serviços de
juros, amortização e resgate, durante o prazo para a sua liquidação, nos termos das
disposições constitucionais vigentes.

Art . 93. Quando a amortização do empréstimo couber ao Tesouro Nacional, os recursos


necessários serão previstos no Orçamento Geral da União, cabendo ao Órgão beneficiado
promover sua inclusão na respectiva proposta orçamentária.

Parágrafo único. Nos casos em que a amortização dos empréstimos for de


responsabilidade de empresas sob controle do Governo Federal, caberá a essa a obrigação de
incluir nos seus orçamentos anuais os recursos necessários àquele fim.
Art . 94. É vedada a utilização direta de recursos financeiros provenientes de operações
de crédito internas ou externas, os quais deverão ser recolhidos, obrigatoriamente, à conta do
Tesouro Nacional no Banco do Brasil S.A.

Parágrafo único. A realização de despesas custeadas pelos recursos de que trata este
artigo, dependem de autorização na Lei de Orçamento ou em crédito adicional, e os
respectivos saques só poderão ser feitos com obediência aos limites fixados na programação
financeira aprovada.

Art . 95. Não será concedida garantia da União para operação de crédito, interna ou
externa:

I - a entidade em débito para com a Previdência Social ou para com o Tesouro Nacional;

II - a concessionária de serviços de eletricidade em débito com os recolhimentos às


Reservas Globais de Reversão ou de Garantia, de que trata o Decreto-lei nº 1.849, de 13 de
janeiro de 1981.

Parágrafo único. A critério do Ministro da Fazenda, será admitida a concessão de


garantia em operações que tenham como objetivo a regularização dos débitos aludidos neste
artigo.

Art . 96. Às autarquias federais, empresas públicas, sociedades de economia mista,


fundações e entidades sob controle acionário da União e às respectivas subsidiárias, ainda que
com respaldo em recursos de fundos especiais, é vedado conceder aval, fiança ou garantia de
qualquer espécie a obrigação contraída por pessoa física ou jurídica, excetuadas as
instituições financeiras (Decreto-lei nº 2.307/86, art. 2º).

Parágrafo único. A vedação de que trata este artigo não abrange a concessão de
garantia entre pessoa jurídica e suas controladas ou subsidiárias (Decreto-lei nº 2.307/86, art.
2º, parágrafo único).

§ 1o A vedação de que trata este artigo não abrange a concessão de garantia por
empresa controlada direta ou indiretamente pela União a suas controladas ou
subsidiárias, inclusive a prestação de garantia por empresa pública ou sociedade de
economia mista que explore atividade econômica a sociedade de propósito específico
por ela constituída para cumprimento do seu objeto social, limitada ao percentual de sua
participação na referida sociedade. (Incluído pelo Decreto nº 7.058, de 2009)

§ 2o Considera-se empresa pública ou sociedade de economia mista exploradora


de atividade econômica, para os fins deste artigo, a entidade que atua em mercado com
a presença de concorrente do setor privado, excluída aquela que: (Incluído pelo Decreto
nº 7.058, de 2009)

I - goze de benefícios e incentivos fiscais não extensíveis às empresas privadas


ou tratamento tributário diferenciado; (Incluído pelo Decreto nº 7.058, de 2009)

II - se sujeite a regime jurídico próprio das pessoas jurídicas de direito público


quanto ao pagamento e execução de seus débitos;

III - seja considerada empresa estatal dependente, nos termos da Lei


Complementar no 101, de 4 de maio de 2000; e (Incluído pelo Decreto nº 7.058, de
2009)
IV - comercialize ou preste serviços exclusivamente para a União. (Incluído pelo
Decreto nº 7.058, de 2009)

Art . 97. Compete privativamente ao Ministro da Fazenda aprovar e firmar pela União
quaisquer instrumentos de operações de crédito internas ou externas, inclusive operações de
arrendamento mercantil, bem assim de concessão de avais e outras garantias, autorizadas em
lei, e observadas as condições estipuladas para as respectivas operações, podendo delegar a
competência para firmar os instrumentos de que se trata, ao Procurador-Geral, a Procurador da
Fazenda Nacional ou, no caso de contratações externas, a representante diplomático do País.

§ 1º A Secretaria do Tesouro Nacional efetuará registros das contratações de que trata


este artigo, inclusive as realizadas por intermédio de agentes financeiros do Tesouro Nacional,
mantendo a posição atualizada das responsabilidades assumidas e adotando ou propondo as
medidas assecuratórias do respectivo pagamento nas datas de vencimento.

§ 2º Para os efeitos deste artigo, as operações de arrendamento mercantil equiparam-se


às operações de crédito.

SEÇÃO XII

Operações de Crédito Externas

Art . 98. Nenhuma contratação de operação de crédito externa, ou concessão de garantia


da União a crédito da mesma origem, poderá ser ajustada por órgãos ou entidades da
Administração Federal, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, sem o
pronunciamento prévio e expresso:

I - da Secretaria de Planejamento da Presidência da Republica, sobre o grau de


prioridade do projeto ou programa específico, dentro dos planos e programas nacionais de
desenvolvimento, bem assim sobre a capacidade de pagamento do empréstimo, pelo órgão ou
entidade;

Il - do Ministério da Fazenda, quanto à oportunidade e conveniência da contratação, ou


viabilidade da concessão da garantia, relativamente aos riscos para o Tesouro Nacional, e
sobre os aspectos legais da operação.

§ 1º Incumbe ao Banco Central do Brasil credenciar as entidades interessadas na


contratação de operações de crédito externas, com vistas ao início de negociações com
entidades financeiras no exterior.

§ 2º A concessão do credenciamento de que trata o parágrafo anterior dependerá do


pronunciamento da Secretaria de Planejamento da Presidência da Republica e do Ministério da
Fazenda, na forma prevista neste artigo.

Art . 99. Salvo nos casos de órgãos ou entidades da Administração Federal, ou seus
agentes financeiros, a garantia da União somente será outorgada quando autorizada em lei, e
se o mutuário oferecer contragarantias julgadas suficientes para o pagamento de qualquer
desembolso que o Tesouro Nacional possa vir a fazer, se chamado a honrar a garantia.

Parágrafo único. Quando, pela sua natureza e tendo em vista o interesse nacional, a
negociação de um empréstimo no exterior aconselhar manifestação prévia sobre a concessão
da garantia da União, o Ministro da Fazenda poderá expedir carta de intenção nesse sentido.

Art . 100. A cobrança da taxa, pela concessão da garantia da União a título de comissão,
execução ou fiscalização, diretamente pelo Ministério da Fazenda ou por intermédio de
instituição financeira oficial, não poderá ser superior aos limites fixados pelo Conselho
Monetário Nacional, nos termos do artigo 4º, IX, da Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964
(Decreto-lei nº 1.312/74, art. 7º).

Art . 101. A União contratando diretamente ou por intermédio de agente financeiro,


poderá aceitar as cláusulas e condições usuais nas operações com organismos financeiros
internacionais, sendo válido o compromisso geral e antecipado de dirimir por arbitramento
todas as duvidas e controvérsias derivadas dos respectivos contratos (Decreto-lei nº 1.312/74,
art. 11).

Art . 102. O pagamento nos respectivos vencimentos, dos débitos decorrentes de


compromissos em moeda estrangeira, que contarem ou não com a garantia da União, por
fiança ou aval, outorgada diretamente ou concedida por intermédio de instituição financeira
oficial, terá prioridade absoluta nos cronogramas financeiros de desembolso dos órgãos da
administração federal centralizada, das entidades de administração descentralizada e suas
subsidiárias e das demais entidades sob controle acionário direto ou indireto da União ou de
suas autarquias, bem como das fundações instituídas ou mantidas pelo Poder Público, que
hajam assumido tais compromissos (Decreto-lei nº 1.928/82, art. 1º com a redação dada pelo
Decreto-lei nº 2.169/84).

Parágrafo único. Serão pessoal e solidariamente responsáveis pelo atraso no


pagamento, por parte dos órgãos e entidades mencionadas neste artigo, os respectivos
administradores que concorrerem, por ação ou omissão, para o descumprimento da prioridade
estabelecida.

Art . 103. O pagamento, pelo Banco do Brasil S.A., autorizado pela Secretaria do Tesouro
Nacional, de compromissos em moeda estrangeira, não saldados pelos devedores nas datas
contratuais de vencimento, importará na indisponibilidade dos recursos existentes, ou que
venham a ingressar, nas contas dos órgãos ou entidades devedoras abertas em quaisquer
instituições financeiras até o quanto baste para compensar o valor equivalente, em moeda
nacional, à data do efetivo pagamento, do principal, juros e demais despesas financeiras
(Decreto-lei nº 1.928/82, art. 2º, com a redação dada pelo Decreto-lei nº 2.169/84).

§ 1º Caberá à Secretaria do Tesouro Nacional adotar as medidas tendentes à


regularização e recuperação dos recursos dispendidos pelo Tesouro Nacional, inclusive
quando o mutuário for Estado, o Distrito Federal, Município ou suas entidades de administração
indireta, caso em que se observará o disposto no § 3º do artigo 25 da Constituição.

§ 2º Caberá ao Banco do Brasil S.A., na data em que efetuar o pagamento:

a) comunicar o fato ao Banco Central do Brasil;

b) notificar o órgão ou entidade devedora para, no prazo de 30 (trinta) dias, efetuar o


ressarcimento.

§ 3º Caberá ao Banco Central do Brasil:

a) expedir às instituições financeiras as ordens necessárias à execução do disposto


neste artigo;

b) promover incontinenti a transferência dos recursos tornados indisponíveis, até o


montante suficiente para a liquidação do débito.

§ 4º Caso o órgão ou entidade devedora não efetuar a liquidação do débito no prazo


fixado na notificação a que se refere a alínea b do § 2º, será automaticamente debitada pela
multa de 10% (dez por cento) sobre o saldo do principal e acessórios.

§ 5º Os pagamentos ou créditos para amortização do débito serão imputados na seguinte


ordem:
a) na multa;

b) nos juros a despesas financeiras;

c) no principal.

§ 6º A conversão, em moeda nacional, dos valores a que se refere este artigo, será feita
com base na taxa de câmbio, para venda, vigente na data da notificação feita pelo Banco do
Brasil S.A.

§ 7º A partir da data da notificação, e até seu efetivo pagamento, o débito estará sujeito a
reajuste, na forma da legislação em vigor, e vencerá juros à taxa de 1 % (um por cento) ao
mês.

§ 8º O débito inscrito como Dívida Ativa da União, na forma ora estabelecida, ficará
sujeito ao encargo de que tratam o artigo 1º do Decreto-lei nº 1.025, de 21 de outubro de 1969,
o artigo 3º do Decreto-lei nº 1.569, de 8 de agosto de 1977, e o artigo 3º do Decreto-lei nº
1.645, de 11 de dezembro de 1978.

Art . 104. Dentro de 90 (noventa) dias do vencimento do prazo a que se refere a alínea b
, do § 2º, do artigo anterior, o Banco do Brasil S.A.:

I - enviará à Procuradoria da Fazenda Nacional, para fins de apuração, inscrição e


cobrança da Dívida Ativa da União, de acordo com a legislação pertinente, demonstrativos do
débito, com a indicação da data do pagamento efetuado à ordem do Tesouro Nacional e da
taxa de conversão, em moeda nacional, do valor do débito em moeda estrangeira; os nomes e
respectivas qualificações dos componentes da diretoria da entidade devedora, em exercício na
data do inadimplemento, e bem assim a cópia do contrato financeiro respectivo;

II - remeterá ao Tribunal de Contas da União, e à Secretaria do Tesouro Nacional, cópia


do demonstrativo a que alude o item anterior.

Art . 105. A Secretaria do Tesouro Nacional velará para que, da relação de responsáveis
por dinheiros, valores e outros bens públicos, de que trata o artigo 85 do Decreto-lei nº 200, de
25 de fevereiro de 1967, a ser anualmente transmitida ao Tribunal de Contas da União,
constem os nomes dos que incorrerem na hipótese prevista no parágrafo único, do artigo 102.

Parágrafo único. A inobservância da prioridade de pagamento de que trata o artigo 102


poderá, a critério do Tribunal de Contas da União, ser considerado ato irregular de gestão e
acarretar para os infratores inabilitação temporária para o exercício de cargo em comissão ou
função de confiança nos órgãos ou entidades da administração federal centralizada ou
descentralizada e nas fundações sob supervisão ministerial (Decreto-lei nº 1.928/82, art. 4º
parágrafo único).

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