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Afinal, os lisboetas gostam do aumento de turistas na cidade, conclui estudo Sector gerou mais de 8,4 mil milhdes de euros em 2015, na regio de Lisboa. Para assinalar os 20 anos da associagio, Turismo de Lisboa procurou as opi surpreendida. Ses de quem vive e trabalha na cidade. E ficou MARGARIDA DAVID CARDOSO. 7 de Fevereiro de 2017, 18:10 FABIO AUGUSTO “Posi num estudo, apresentado esta terga-feira pela Associagio de Turismo de Lisboa (ATL), avalia o aumento do fluxo de turistas em Lisboa. O estudo ‘0 ou muito positive”: é assim que a maioria dos inquiridos (90%) sobre a opiniao dos residentes e trabalhadores sobre o turismo em Lisboa, realizado entre Novembro de 2016 e Janeiro de 2017, chegou a conclusao que mais de 90% dos 1007 inquiridos acredita que o sector tem contribuido positiva ou muito positivamente para a cidade, a regiao de Lisboa ¢ o pais. Este é um sector que, na regido de Lisboa, gerou mais de 8,4 mil milhdes de euros em 2015, cresceu cerca de 8% em dez anos, e emprega quase 150 mil pessoas. Dados de um outro estudo, realizado pela consultora Deloitte para a ATL, indicam que, apenas na cidade de Lisboa, o sector cresceu 9,5% entre 2005 e 2015. A hotelaria viu os seus proveitos aumentarem cerca de 240 milhées de euros e a restaura¢ao 200 milhées de euros nesta década. Ainda assim foi a animagao turistica que mais cresceu, tendo rendido 75 milhdes de euros em 2015, 2,8 vezes mais que em 2005. Nestes dez anos, o ntimero de héspedes na cidade e na regitio mais do que duplicou, num crescimento particularmente acentuado a partir de 2013. Ao mesmo tempo, Lisboa assistiu a um aumento da oferta: 7000 novos quartos de hotel e 6000 novos quartos de alojamento local, viu fazerem escala mais 55 cruzeiros por ano ¢ erguer-se um novo casino. Na regio houve sete vezes mais congressos e reunides ¢ quatro novos campos de golfe. Um cenario que parece agradar a mais de 80% dos inquiridos, que se mostraram satisfeitos ou muito satisfeitos com o aumento do mimero de turistas na cidade. Para além da “evidente satisfagdo com o sector”, salientada por Vitor Costa, director-geral da Associagao Turismo de Lisboa, 61% dos inquiridos diz que nao existe qualquer desvantagem associada a actividade turistica. Os restantes apontaram problemas relacionados com a confusao em locais puiblicos, o aumento do custo de vida co ruido. O que nfo deixou de ser uma surpresa para a ATL. "Nos tinhamos a sensacio de que o turismo se dava com Lisboa, o que talvez nos surpreenda é a dimensao da adeso”, afirmou Vitor Costa, referindo que esperava um “maior distanciamento” dos cidadios face ao assunto. Naquilo que é a opiniio global sobre o turismo, nota-se que quem vive em Lisboa tem uma opinido “mais entusiasta” que os que se deslocam para trabalhar na capital (pendulares). Destes, 53% sentem que ¢ “um privilégio viver/trabalhar a cidade de Lisboa”, um valor inferior ao mimero de residentes que pensa da mesma forma (92%). Grande parte dos residentes (84%) e dos pendulares (81%) respondeu que fazia questo de ser atencioso e prestvel com os turistas, ainda que cerca de 20% dos inquiridos admita procurar zonas da cidade que tenhham menos visitantes. Quando se fala em vantagens, a maioria dos inquiridos (mais de 60%) relaciona o turismo com o desenvolvimento econémico. 0 aumento do comércio, a dinamizago da cidade e do emprego so sintomas positivos que véem surgir com o crescimento da actividade, a par da reabilitagdo urbana e preservagiio do patriménio, vistos com os maiores impactos do aumento do sector turistico em Lisboa. Segundo o inquérito, é na mobilidade e transportes, no ruido, no custo e nivel de vida, e no mercado habitacao que se véem impactos menos positivos do turismo. “Os mais velhos, os inactivos, os menos instruidos (e os de status mais baixos)” so os mais criticos da actividade turistica. Quem nao usa o carro nas deslocagées dentro da cidade também est@@ na lista dos mais insatisfeitos. As opinides mais positivas vem de pessoas com profisses ligadas ao turismo. Ha outras “zonas com grande potencial” turistico Na linha da frente, quando se fala nos efeitos nefastos do turismo, estao sempre os bairros histéricos de Lisboa. Quem l4 mora procura impedir a entrada de tuk-tuk, pede a proteccao do comércio tradicional local e uma lei de rendas que beneficie os moradores, em detrimento da habitagao temporaria para turistas. Ainda assim, de acordo com o estudo, apenas 17% dos moradores do centro histérico da capital acredita que o turismo “tem prejudicado o ambiente na zona” onde residem. 16% defende que o turismo prejudicou aquilo que é a identidade de Lisboa e uma esmagadora maioria (91%) acredita que, “por influéncia do turismo, a cidade tem hoje mais vida”. £ cada vez mais acentuado o peso de Lisboa em relacdo aos outros destinos da regio: em 2005, 0 turismo na cidade representava 65% do total da regio de Lisboa, em 2015 cresceu para os 74%. O que levou Vitor Costa a reconhecer a necessidade de espalhar mais o fenémeno “pela regio e pela cidade”, dando exemplos de “zonas com grande potencial”, como a Peninsula de Setiibal, Serra da Arrébida, Mafra e Vila Franca de Xira. Dentro da cidade destacou os eixos entre Baixa e Belém e a Baixa e o Parque das Nagoes, a par da Avenida Almirante Reis e as avenidas entre Picoas e o Saldanha.

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