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MARCO REFERENCIAL E PROPOSTA DE AÇÃO DA SDT1

(Documento de trabalho - Para discussão)

I. Introdução

A Secretaria de Desenvolvimento Territorial foi criada no âmbito do Ministério do


Desenvolvimento Agrário para articular, promover e apoiar as iniciativas da
sociedade civil e dos poderes públicos, em benefício do desenvolvimento
sustentável dos territórios rurais, como forma de reduzir as desigualdades
regionais e sociais, integrando-os ao processo de desenvolvimento nacional, e
promover a melhoria das condições de vida das suas populações.
Sua estratégia é promover e apoiar o processo de desenvolvimento de
competências humanas e institucionais dos territórios, articulando a construção
e implementação de planos territoriais de desenvolvimento sustentável que
organizem o desenvolvimento harmônico de regiões onde predominem
agricultores familiares e beneficiários da reforma e do ordenamento agrário,
objetivando o crescimento econômico com equidade social, a gestão dos
recursos naturais, o desenvolvimento político-institucional, a valorização

Por “promover” compreende-se a realização de ações de informação, mobilização,


divulgação, sensibilização e capacitação dos principais atores sociais e econômicos
dos territórios, entidades públicas, privadas e da sociedade civil correlacionadas ao
tema. Por “apoiar” entende-se participar, em conjunto com outras entidades, da
mobilização de recursos humanos, institucionais e financeiros, capazes de ajudar
as entidades territoriais na preparação e execução dos planos territoriais.

cultural e a melhoria da qualidade de vida da sua população.


Suas linhas de atuação compreendem:
 Informação, sensibilização e mobilização das entidades e populações dos
territórios;
 Capacitação e acumulação de conhecimentos pelos atores que colaboram,
articulam e gerenciam planos territoriais de desenvolvimento;
 Assessoramento especializado às entidades envolvidas na construção,
articulação e gerenciamento de planos territoriais de desenvolvimento;
 Desenvolvimento institucional dos territórios;
 Investimentos em infraestrutura pública de interesse territorial;
 Assistência técnica e gerencial às instituições territoriais.

1
Proposta para discussão, elaborada por Marcelo Duncan A. Guimarães. Novembro de 2003.

1
Como resultado, a SDT espera não apenas o pleno atingimento das
transformações previstas nos territórios, mas também que eles desenvolvam
arranjos institucionais capazes de promover a continuidade e a sustentabilidade
desse processo.

II. Atribuições básicas da SDT

A SDT deverá articular ações para atuar na promoção e apoio ao


desenvolvimento dos territórios rurais segundo abordagens harmonizadas e
integradas:
 Promoção e apoio à aquisição e desenvolvimento das competências
necessárias a que cada território se capacite para a construção,
implementação e gerenciamento dos próprios planos territoriais de
desenvolvimento sustentável;
 Articulação das demandas expressas nos planos territoriais às políticas
públicas e seus mecanismos de implementação;
 Implementação de ações em apoio ao fortalecimento da infraestrutura
territorial, ao desenvolvimento de novos negócios, ao comércio e acesso
aos mercados, ao fortalecimento do associativismo e do cooperativismo
e à melhoria dos serviços territoriais.
 Apoio, técnico e administrativo, o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Rural Sustentável e suas Comissões Técnicas, ao qual
está vinculado, por sua vez, o Núcleo de Estudos Agrários e
Desenvolvimento Rural, que lhe presta assistência direta e imediata.

III. Referências conceituais básicas2

O desenvolvimento sustentável do meio rural se traduz em crescimento e


geração de riquezas em função de dois propósitos superiores:
- A coesão social, como expressão de sociedades nas quais prevaleça a busca
pela equidade, pelo respeito à diversidade, pela solidariedade, pela justiça
social, e o sentimento de pertencimento e a inclusão;
- A coesão territorial como expressão de espaços, recursos, sociedades e
instituições imersas em regiões, que os definem como entidades integradas pela
cultural, política e sociedade.
A harmonização do desenvolvimento a ser perseguido se caracterizará pela
articulação entre os processos de ordenamento, representado pelas ofertas
consubstanciadas nas políticas públicas e nos seus instrumentos, e de

2
Para melhores e mais amplas considerações sobre o referencial conceitual adotado pela SDT, veja o
documento “Referências Organizativas da Secretaria de Desenvolvimento Territorial” (março de 2003)

2
desenvolvimento, representado pelas demandas expressas por uma aliança social
em torno dos objetivos de um projeto comum de desenvolvimento de um
território rural.
O desenvolvimento dos territórios rurais depende da formação de infraestruturas
sociais e econômicas; de acesso aos serviços públicos essenciais e à assistência
técnica qualificada; de políticas de desenvolvimento e de proteção social; do
ordenamento, apoio e incentivos à inovação tecnológica e à diversificação
econômica; e da conjugação harmônica das quatro dimensões fundamentais do
desenvolvimento sustentável:
 Dimensão econômica, onde se destaca a competitividade territorial;
 Dimensão sociocultural, na qual sobressai a equidade e o respeito pela
diversidade de gênero, geração e etnia, bem como as escolhas políticas
e sexuais;
 Dimensão ambiental, onde se enfatiza o conceito de administração e
gestão da base de recursos naturais;
 Dimensão político-institucional, em que ressalta o conceito de
governabilidade democrática e a promoção da conquista e do exercício
da cidadania.
Pela natureza das políticas públicas, aliada às dificuldades estruturais que as
sociedades locais enfrentam em ordenarem suas demandas, a SDT desenvolverá
estratégias específicas e integradas, com o objetivo de apoiar a superação
dessas limitações através de:
 Apoio a iniciativas que expressem uma ampla aliança entre a sociedade
civil e o poder público do território, que evidencie a identidade e a
coesão territorial e social;
 Apoio a entidades territoriais para que as mesmas adquiram e
desenvolvam capacidades que as habilite a conceber, planejar, negociar
e gerenciar seus próprios planos de desenvolvimento sustentável;
 Apoio a articulação e harmonização entre as ofertas emanadas de
políticas públicas e as demandas expressadas pelas entidades territoriais
participantes da concepção e da gestão dos planos territoriais de
desenvolvimento;
 Apoio na aplicação de recursos públicos que contribuam decisivamente
para o desenvolvimento sustentável dos territórios, considerando-se
sempre o equilíbrio econômico, ambiental, sociocultural e político-
institucional dos territórios, tendo por foco a promoção da qualidade de
vida das populações abrangidas.

3
A abordagem territorial em programas de desenvolvimento sustentável tem como
uma de suas premissas a que propõe que as melhores soluções para o
desenvolvimento de comunidades com quadros crônicos de estagnação e pobreza
são encontradas quando estas comunidades adquirem condições de debater seus
problemas, propor soluções, encontrar apoio nas políticas públicas e implementar
projetos que se oponham às causas e aos sintomas da estagnação.
A adoção da perspectiva territorial decorre da constatação que o principal elemento
aglutinador social está intimamente relacionado com sentimentos de solidariedade
dentre grupos sociais que compartilham a mesma cultura, a mesma origem e o
mesmo espaço. Pertencem a um território e, por conseguinte, este território lhes
pertence.
A tomada de consciência de que deste território deveram brotar as soluções para
dele fazer um espaço de bem estar e justiça, leva a que cada um, e a que todos,
aceitem uma parcela da responsabilidade por fazê-lo diferente, melhor, mais
produtivo e, portanto, sustentável.
Para vencer a pobreza e a estagnação, um território deve ganhar vigor econômico
em suas relações internas. Este vigor econômico virá através do desenvolvimento
de mecanismos de integração, modernização e diversificação, que possibilitem a
inclusão de amplos grupos sociais no sistema econômico territorial, acumulando
conhecimentos e gerando recursos que lhes permita, no futuro, um salto para a
integração externa.
Também por esta razão, necessidade de fortalecimento da integração interna, um
território deve abarcar uma região com elementos de identidade e coesão, o que
pode cobrir vários municípios, incluindo cidades de pequeno e médio porte. Desta
heterogeneidade surgem as melhores oportunidades de integração e parcerias,
levando a que o território possa conduzir um plano que se fundamente em uma
aliança socioeconômica ampla, oportunidade em que se fortalecerão os laços de
solidariedade e todos encontrarão melhores condições de trabalho e de vida.

IV. Diretrizes operacionais

Como decorrência do marco conceitual adotado, a SDT adotará as seguintes


diretrizes operacionais de forma universal, estimulando o ajustamento das
mesmas às características e dinâmicas de cada ambiente e de cada Território.

1. Parcerias e alianças.
Para levar a bom termo os objetivos pretendidos, a SDT deverá atuar
fundamentalmente através de parcerias e de alianças com entidades dos setores
públicos, privados, da sociedade civil e dos movimentos sociais, em todos os
níveis.

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2. Articulação institucional e acesso a recursos.
Deverá atuar enfaticamente na articulação entre instituições para facilitação no
acesso aos recursos que complementem e potencializem os recursos locais e
territoriais, em benefício dos objetivos traçados nos respectivos planos de
desenvolvimento.

3. Abordagem territorial.
Deverá promover a aplicação dos princípios e diretrizes da abordagem territorial
nos processos de ordenamento de políticas públicas e de processos de
desenvolvimento planejado de territórios rurais, visando o desenvolvimento
econômico, a administração e gestão dos recursos naturais, o aprimoramento
político-institucional e a melhoria sustentada das condições de vida da
população.

4. Regionalização de políticas e territorialização de ações.


A SDT promoverá iniciativas que se configurem como espaços de diálogo e de
concertação, onde deverão estar equilibradamente representados os principais
atores do desenvolvimento nacional, regional e local, com vistas à
regionalização das políticas públicas, territorialização de suas ações e
focalização nos agricultores familiares, nos assentados da reforma agrária, nos
trabalhadores rurais, nas regiões mais pobres e nas populações excluídas.

5. Capital humano e social.


A SDT centrará seus melhores esforços no sentido de promover a acumulação de
competências nos territórios e apoiar o desenvolvimento do capital social3,
articulando ações que favoreçam o aperfeiçoamento da educação rural, a
capacitação técnica e profissional, e a integração em redes abertas de
intercâmbio de informações, facilitando parcerias e cooperação, promovendo
ações solidárias e associações, visando a inovação, a diversificação econômica e
a competitividade territorial.

6. Novas institucionalidades.
Promoverá também o desenvolvimento de novas institucionalidades regionais e
territoriais, capazes de concretizarem alianças e acordos transmunicipais e
intersociais, com base em iniciativas da sociedade civil e dos poderes públicos

3
Para as finalidades deste documento, o autor adota o conceito de “Capital Social” proposto por John
Durston (CEPAL): “Al decir que el capital social es el contenido de ciertas relaciones sociales, aquéllas
caracterizadas por actitudes de confianza y comportamientos de reciprocidad y cooperación, lo que no está
dicho ahí es tan importante como lo que está dicho”. (DURSTON, John, in “Capital Social – parte del
problema, parte de la solución. Su papel en la persistencia y en la superación de la pobreza en América
Latina y el Caribe”. CEPAL, 2001.

5
locais, dedicados a implementar programas de desenvolvimento sustentável de
territórios rurais.

7. O território “rural”.
O foco da das políticas públicas, logo da SDT, deve ser o território rural, definido
como “um espaço físico, geograficamente definido, caracterizado por critérios
multidimensionais, tais como o ambiente, a economia, a sociedade, a cultura, a
política e as instituições, e uma população, com grupos sociais relativamente
distintos, que se relacionam interna e externamente por meio de processos
específicos, onde se pode distinguir um ou mais elementos que indicam
identidade e coesão social, cultural e territorial”.
Territórios rurais são aqueles cujos critérios multidimensionais que o
caracterizam, bem como os elementos mais marcantes que facilitam a coesão
social, cultural e territorial, apresentam predominância das características
geralmente aceitas como “rurais”.

8. Focalização.
Devido à natureza do mandato do MDA, para a SDT o desenvolvimento territorial
objetivará principalmente a promoção do desenvolvimento harmônico do meio
rural, incluindo as pequenas e médias cidades situadas em municípios e
microrregiões predominantemente “rurais”, o que representa cerca de 90% do
território nacional, em regiões que apresentem maior incidência de agricultores
familiares, de beneficiários da reforma e do reordenamento agrários, cujos
municípios apresentem menores IDH-M em cada Estado.

9. Indicadores de desenvolvimento territorial.


A SDT, em conjunto com outros parceiros públicos e da sociedade civil, deverá
desenvolver esforços para estudar e propor a construção de “indicadores de
desenvolvimento territorial”, de tal forma se disponha, em médio prazo, de
elementos para a focalização, priorização, construção de estratégias de
intervenção, elaboração de diagnósticos e determinação de metas, assim como
de indicadores de esforço, resultados e impactos. Neste processo, pretende-se
ampliar e aprimorar, sistematizar e difundir conhecimentos sobre os principais
aspectos do desenvolvimento territorial.

10. Público e parceiros


O público alvo, e simultaneamente sujeito, da ação da SDT é o conjunto da
população existente em dado território, com prioridade aos agricultores
familiares, famílias assentadas pela reforma agrária e por iniciativas de
ordenamento fundiário, bem como suas representações sociais.
Contudo, é conveniente explicitarmos claramente a quem as ações da SDT se
dirigem, para que estratégias adequadas possam ser implementadas. Estes

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esclarecimentos são válidos para todos os níveis de atuação considerados, desde
o internacional até o local.

1.1 MEDIADORES:

Atores individuais ou representantes de entidades de todos os níveis, que


exercem liderança sobre as respectivas comunidades, ajudam a formação de
opinião, mobilizam pessoas, articulam processos e representam setores sociais,
econômicos ou políticos locais, municipais, territoriais e estaduais. Participam
de organismos colegiados e adaptam, formulam ou regulamentam políticas
públicas.
Podem ser também empreendedores que participam de ações estruturantes e de
dinamização dos territórios. Podem ser agentes de informação atuantes em
meios de comunicação cuja audiência atinja as populações dos territórios e os
participantes de órgãos colegiados. Também se incluem aqui, e com destaque,
os representantes das organizações da sociedade civil e dos movimentos sociais e
sindicais.

1.1 AGENTES DE DESENVOLVIMENTO:

Profissionais que atuam no território, autonomamente ou vinculados a entidades


que, mediante acordos formais, se dedicam às tarefas de programar e executar
atividades contínuas de informação, mobilização, organização, sensibilização,
capacitação e assessoria junto às entidades e populações territoriais.

1.1 GESTORES TERRITORIAIS:

São profissionais que assumem a gestão das entidades encarregadas da


implementação dos PTDRS.

1.1 ASSESSORES OU CONSULTORES:

Profissionais de áreas diversas, individuais ou vinculados a entidades públicas,


privadas, não governamentais, organizações da sociedade civil e movimentos
sociais, contratados para a realização de atividades técnicas junto aos territórios
ou entidades estaduais e nacionais. Assessores atuam geralmente por períodos
mais extensos e apoiam a realização de “processos”, e Consultores por períodos
mais curtos e atuam na realização de “produtos”.

1.1 COLABORADORES:

Atores individuais que dedicam atenção aos assuntos inerentes à temática


focada pela SDT apoiam e participam, direta e indiretamente, das atividades
desenvolvidas, colaborando com opiniões, conteúdos, análises e sugestões.

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1.1 PERSONALIDADES:

Pessoas de projeção política, social ou de notório saber na temática do


desenvolvimento sustentável, que referendam as propostas e os processos,
atuam como propagadores de opiniões, servindo como facilitadores de
negociações e articulações com diversos setores.

1.1 GESTORES PÚBLICOS:

São agentes do Poder público que referendam, implementam e avaliam as ações


de mecanismos de políticas públicas, capazes de interferirem no direcionamento
e na celeridade das transformações, através do controle de instrumentos de
ação governamental.

V. Processo de Ordenamento

11. Focalização
O foco das políticas públicas que assumem a abordagem territorial deve ser o
território e não algum dos setores em que o mesmo pode ser decomposto.
Entretanto estes setores são elementos caracterizadores do território.
A identificação de territórios é tarefa relativamente complexa que não se
completa antes que a população se identifique com um ou mais elementos que
expressem a coesão social e territorial. Portanto, para que uma região (ou
microrregião), e sua população, se constituam em um território, é
imprescindível que expressem claramente a identidade que julgam ser o
elemento aglutinador e promotor de uma ampla aliança com o objetivo de
promover o desenvolvimento sustentável da região e, através de uma ampla
concertação, determinem uma visão de futuro comum.
A SDT, para fins de planejamento e estimativa de recursos a serem mobilizados,
adotou critérios para a identificação de territórios rurais, partindo das
microrregiões geográficas, segundo as define o IBGE.
Foram encontradas cerca de 450 microrregiões geográficas “rurais”, englobando
algo como 4.500 municípios, cerca de 50 milhões de habitantes e 90% da
superfície nacional. Neste espaço e nesta população focaliza a SDT suas
atividades, com prioridade para as microrregiões de maior concentração de
agricultores familiares e assentados da reforma agrária, e mais baixo IDH-M em
cada Estado.
A SDT determinou como meta para os anos de 2003 e 2004 iniciar seus trabalhos
através de 100 microrregiões, que poderão se constituir, futuramente, em até
100 territórios.

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12. Escolha das microrregiões nos Estados
Elaborado o rol de microrregiões segundo as prioridades citadas, inicia-se a fase
de negociação com cada Estado, incluindo o próprio Governo as representações
da sociedade civil e dos movimentos sociais, que poderão agregar outros
elementos ordenadores, desde que eles não conflitem com os anteriormente
aplicados e contribuam para melhor focalizar o trabalho a ser desenvolvido.
Nestes trabalhos serão envolvidas entidades de alcance regional e Conselhos
Estaduais de Desenvolvimento Rural Sustentável, dentre outras entidades
colegiadas.
Esta escolha se repetirá a cada fase de ampliação do programa geral da SDT, o
que poderá ocorrer a cada ano, segundo as possibilidades do MDA.

13. Protocolo de intenções e termos de referência


Será também firmado um “protocolo de intenções” entre a SDT e as entidades
públicas, privadas, da sociedade civil e dos movimentos sociais atuantes nos
territórios, que estabeleçam os compromissos de parte a parte na execução das
atividades de diagnóstico e planejamento.
Esse protocolo, juntamente com o resultado da identificação, servirá de base
para a formulação dos termos de referência de execução das atividades
seguintes.

Esta é, provavelmente, a fase mais importante de toda a proposta de ação da SDT,


pois será a principal determinante da qualidade e amplitude alcançadas pelo
processo de mobilização, organização e planejamento. Nela se lançarão as bases
para se construírem as transformações requeridas. É durante a sua vigência que se
definirão os fundamentos para a celebração de uma aliança territorial autêntica e
abrangente, onde se formará o embrião do desenvolvimento social e humano, do
desenho de arranjos institucionais capazes de consolidar uma dinâmica própria e
conferir sustentabilidade definitiva ao desenvolvimento.

VI. Processo de intervenção negociada

Esta fase inicia-se após a celebração do “protocolo de intenções” e da


elaboração dos “termos de referência” que explicitam as atividades a serem
realizadas no período máximo de um ano a contar a assinatura do Protocolo de
Intenções.

14. Implementação de ações imediatas:


Segundo demandas e metas já estabelecidas de programas e projetos sob a
governabilidade do MDA, deverão ser continuadas, ou implementadas, ações que

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tenham caráter territorial, isto é, cujo alcance seja compatível com o processo
de construção do território, que sejam de interesse de segmentos significativos
da população e que contribuam de forma inequívoca, para o desenvolvimento do
capital social.

15. Entidades de referência


Os territórios contarão com uma Entidade de Referência, que reúna
características institucionais e capacidade técnica compatíveis com a natureza
das tarefas a serem desenvolvidas4.
Estas entidades deverão ser envolvidas no processo, mediante celebração de
acordo específico com a SDT, assumindo responsabilidades relativas ao
acompanhamento, monitoria e avaliação dos processos técnicos, sociais e
políticos necessários à realização da Identificação, Diagnóstico e Planejamento
Territorial.

16. Identificação das microrregiões selecionadas


Esta primeira abordagem das microrregiões se concretizará através de contatos
diretos com os principais interlocutores sociais de cada microrregião, visando
avaliar as condições favoráveis à realização dos trabalhos de mobilização,
diagnóstico e planejamento.
Serão analisados dados recentes sobre os diversos aspectos da microrregião.
Estes trabalhos deverão ser realizados pelas Entidades de Referência de cada
Estado ou Região.5
Deste trabalho deverá resultar a identificação preliminar do território e os
prováveis elementos de coesão, identidade e oportunidades de desenvolvimento;
informações sobre os atores sociais e potenciais parceiros; iniciativas locais
existentes; informações de natureza econômica, ambiental e sociocultural;
prováveis facilidades e dificuldades a serem encontradas.
Um dos produtos esperados será a identificação dos atores territoriais, suas
características e formas de contato, visando estabelecer parâmetros para
programação de eventos diversos que os envolvam, mobilizem, estimulem e
capacitem.

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Preferencialmente as Entidades de Referência deverão ser estabelecimentos de ensino, pesquisa e extensão
de nível superior, situadas no Estado ou na Região, que mantenham programas consistentes de análise,
proposição e avaliação de políticas de desenvolvimento socioeconômico, especialmente aquelas que
mantenham cursos de graduação e pós-graduação em áreas afins aos temas correlatos ao desenvolvimento
rural sustentável.
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Esta primeira etapa deverá ser realizada após a conclusão das negociações com as entidades estaduais, a
celebração do Protocolo de Intenções com as entidades representativas dos governos estaduais e da sociedade
civil, do qual fará parte o termo de referência geral para a realização da Identificação, do Diagnóstico e do
Planejamento territorial. Nestas fases também serão iniciadas algumas atividades promovidas pelas
secretarias vinculadas ao MDA e pelo INCRA, sempre que apontem para os objetivos gerais do processo em
construção.

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Esta etapa deverá estar concluída dentro de sessenta dias a partir da celebração
do Protocolo de Intenções.

17. Processo de organização do território


A SDT não deverá adotar nenhum modelo predeterminado de processo de
organização dos territórios, em benefício da pluralidade de métodos e da
adaptabilidade de trajetórias às características de cada território e dos
profissionais envolvidos. Contudo, os conceitos norteadores da abordagem
territorial deverão ser considerados para a realização das atividades inerentes à
intervenção negociada.
Este processo se dará segundo o termo de referência elaborado durante a fase
de Identificação dos Territórios, sendo realizado por entidade selecionada em
processo aberto, conduzido pela SDT.
Este processo será acompanhado pela SDT e monitorado pela Entidade de
Referência anteriormente definida.
Deste processo constarão as atividades de mobilização, sensibilização,
informação, capacitação, elaboração de diagnósticos e construção do Plano
Territorial de Desenvolvimento Sustentável – PTDRS.
As atividades inerentes ao processo de organização do território caracterizam-se
por conjugarem processos técnicos, processos políticos e ampla participação
social, sendo aspecto determinante a participação dos Poderes locais.
Constam deste processo as seguintes atividades:

1.1 INFORMAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO:

Difusão de informações sobre a proposta do desenvolvimento territorial à


população em geral, com ênfase nos mediadores sociais e agentes de
desenvolvimento, tanto por meio de atividades presenciais, meios radiofônicos e
rede virtual.

1.1 MOBILIZAÇÃO E ORGANIZAÇÃO:

Envolvimento dos atores territoriais e estaduais, especialmente os mediadores


sociais e agentes de desenvolvimento, em atividades presenciais e virtuais que
estimulem processos participativos de ação-reflexão-ação dentre os vários
grupos sociais do território, e entre eles, buscando facilitar o processo de
planejamento e coesão social em torno da formulação participativa de uma visão
de futuro, eixo orientador do plano territorial.

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1.1 CAPACITAÇÃO:

Atividades presenciais e virtuais que envolvam todos os atores territoriais,


principalmente os mediadores sociais e agentes de desenvolvimento, realizadas
em distintos momentos e com conteúdos adequados.

Estas atividades serão desenvolvidas através dos diversos atores locais,


principalmente os mediadores e agentes de desenvolvimento, objetivando:
Ampliar o nível de informação e aumentar a massa crítica em temas de interesse do
desenvolvimento territorial;
Identificar pessoas e entidades locais sensibilizadas em participarem das atividades
e dispostas a assumirem papéis e responsabilidades diante dos demais atores;
Apoiar a organização de grupos de trabalho formados pelos atores locais para que
desenvolvam atividades de interesse dos trabalhos.

A capacitação deverá atender a dois requisitos do processo:


 Apoiar as demais atividades de cada etapa;
 Ampliar a capacidade territorial de assumir o controle do processo e dos
produtos.
 Suas especificidades deverão seguir os aspectos apontados nos
termos de referência elaborados, sendo importante que as atividades
previstas atinjam todos os principais atores territoriais e contribuam
para qualificar e ampliar a participação responsável na construção do
Plano Territorial.

18. Processo de Planejamento do Território

1.1 DIAGNÓSTICO PARTICIPATIVO:

Processo de construção da visão do território sobre si mesmo e sobre as suas


potencialidades e deficiências.
O diagnóstico deverá ser elaborado de acordo com a proposta metodológica que
norteia o processo, considerando harmonicamente as dimensões destacadas na
abordagem territorial, conduzindo à explicitação das potencialidades e
deficiências (geralmente internas ao território), oportunidades e ameaças
(geralmente externas ao território), que apontem, preliminarmente, para os
pontos que deverão ser mais enfaticamente abordados pelo Plano.
O diagnóstico deve também fazer parte do processo de mobilização,
sensibilização e capacitação, pois será elaborado participativamente e já
incorporando atores locais comprometidos com o prosseguimento do processo.

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O diagnóstico deverá ser restituído à população, que o rerratificará, conferindo-
lhe legitimidade e qualificação de uma ampla aliança social.

1.1 PLANEJAMENTO PARTICIPATIVO:

Processo de construção da visão de futuro, das transformações desejadas e de


estratégias de enfrentamento das deficiências identificadas. Esta etapa inclui a
elaboração dos termos de referência dos projetos que servirão de sustentação à
execução do Plano6, e que deverão ser realizados através de acordos 7, a serem
celebrados com diversas entidades parceiras e prestadoras de serviços.
Etapa mais demorada e complexa, que projeta concretamente as transformações
pretendidas pela população do território, que devem ser assumidas como
objetivos ou metas na formulação do Plano.
Principalmente nesta etapa deverá ser guardada a coerência metodológica, pois
dela decorrerá grande parte da legitimação do processo e da identificação da
população e dos mediadores com o produto final.
Deste plano sairão também as informações necessárias para a elaboração de
projetos setoriais, que depois de confeccionados e re-ratificados, serão partes
indissociáveis do Plano propriamente dito.

1.1 ELABORAÇÃO DE PROJETOS SETORIAIS OU INTERMEDIÁRIOS

Devido às especificidades dos projetos setoriais e intermediários, propõe-se que


o Plano apenas aponte para os elementos básicos dos mesmos, mas que eles
sejam objeto de processos específicos, onde serão mobilizados colaboradores
especializados, ou entidades setoriais que disponham de recursos para o
financiamento de estudos, elaboração e execução dos mesmos.

1.1 RE-RATIFICAÇÃO DOS RESULTADOS E PRODUTOS PELA COMUNIDADE:

A conclusão destes trabalhos e o início das atividades de planejamento


caracterizam a transição do processo de ordenamento para o processo de
intervenção negociada, ou seja, da segunda fase do processo geral de ação da
SDT.

VII. Execução do PTDRS

Para a execução do Plano, diversas atividades deverão ser implementadas ao


longo de um período variável, limitado a 48 meses após a conclusão da

6
O processo de planejamento deverá estar concluído com a geração de um produto denominado “Plano
territorial de desenvolvimento sustentável”, que considere a multidimensionalidade, a intertemporalidade, a
transgeracionalidade, a multisetorialidade e a articulação de uma economia territorial.
7
Convênios, contratos, acordos de parcerias ou de colaboração, segundo a natureza das entidades envolvidas
e os propósitos a que se destinam.

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elaboração do PTDRS. A SDT deverá apoiar o gerenciamento, a monitoria, a
avaliação e a execução de estudos que capturem as experiências e lições
aprendidas, por um período de quatro anos. Durante este período, deverá ser
mantida uma assessoria permanente à instituição gestora, assim como deverão
ser aprofundadas as atividades de apoio à estruturação territorial, através de
investimentos e de capacitação.
Estima-se que, após este prazo, os territórios já tenham reunido condições de
autogerirem seus planos, e possam seguir apenas participando das redes de
informação e intercâmbio, a serem dinamizadas a partir do programa
permanente da Secretaria, em parceria com outras entidades.

19. Assessoria à Gestão Territorial


Ação contínua de assessoramento técnico à entidade territorial encarregada de
implementação do PTDRS, especialmente aos seus gestores, objetivando apoiar o
emprego de métodos atuais de gerenciamento de projetos, apoiando os Poderes
públicos municipais em gestão social, articulando com outras entidades
atividades de cooperação e aquisição de capacidades, bem como assessorando os
órgãos colegiados territoriais nas atividades que lhe competirem.

20. Assessoria à Implementação de Projetos Produtivos


Os projetos produtivos cujo escopo objetivem a diversificação e
aperfeiçoamento dos sistemas produtivos e econômicos, bem como a
apropriação de tecnologias mais avançadas, poderão contar com o apoio da SDT
através de assessoramento técnico especializado. Estes serviços poderão se
estender por até um ano (um técnico/ano/projeto), quando, além da prestação
da assistência necessária à implantação do projeto, serão desenvolvidos os
recursos locais responsáveis pela sua execução permanente.

21. Apoio à Implementação de Projetos de Inclusão Social e Especiais


Serão estimulados e apoiados projetos cujo escopo revele estratégias que
viabilizem a inclusão social de mulheres trabalhadoras e de jovens rurais.
Igualmente serão apoiados projetos especiais, voltados à promoção
socioeconômica de grupos étnicos, de pessoas com necessidades especiais e de
idosos, objetivando incluí-los socialmente e promovê-los economicamente,
respeitando suas culturas e tradições.
Também neste grupo de projetos incluem-se aqueles destinados à preservação
da biodiversidade, à promoção cultural, à educação ambiental, à educação para
a saúde e à participação social.

22. Realização de Consultorias Específicas


Os projetos a serem desenvolvidos poderão demandar consultorias específicas
para a sua implementação e absorção dos conhecimentos necessários à sua

14
operação. Nestes casos, quando a natureza dos projetos assim o requeira, serão
disponibilizadas consultorias de especialistas por um curto período, geralmente
de até 90 dias (90 dias/consultor).

23. Realização de Eventos de Capacitação


Segundo requeiram os PTDRS, a SDT apoiará eventos de capacitação dos atores
mais envolvidos com a gestão dos Planos e dos Projetos, especialmente os
Agentes de desenvolvimento territoriais e os Mediadores sociais.

24. Apoio à Articulação Institucional


Um importante fator de êxito na implementação dos PTDRS é a competente
articulação institucional desenvolvida tanto no âmbito interno ao território,
quando no âmbito externo.
A SDT apoiará o desenvolvimento de capacidades neste aspecto, bem como
promoverá eventos em que sejam facilitadas as articulações entre instituições
territoriais e o ambiente externo, ensejando parcerias, cooperação, abertura de
novas frentes de negócios, oportunizando o acesso a mecanismos de políticas
públicas e a aquisição de novas competências para o território.

25. Apoio ao Desenvolvimento do Capital Social


Capital social é um importante aliado do desenvolvimento sustentável dos

El capital social entendido como las normas, instituciones y organizaciones que


promueven la confianza, la ayuda recíproca y la cooperación, es un recurso que
puede contribuir al logro de beneficios como: reducir los costos de transacción,
producir bienes públicos y facilitar la constitución de organizaciones de gestión de
base efectivas, de actores sociales y de sociedades civiles saludables. Pero, es
sólo un factor entre varios necesarios. Su institucionalidad puede surgir a través de
la coevolución de estrategias de las personas, de decisiones racionales y
conscientes de los individuos que componen una comunidad, de la socialización de
las normas relevantes de una cultura en la infancia y la niñez, y también puede ser
inducida por una agencia externa que aplica una metodología de desarrollo de
capacidades de gestión comunitaria. 8

territórios rurais, já que...


A institucionalização do capital social, segundo Durston, “também pode ser
induzida por uma agencia externa que aplica uma metodologia de
desenvolvimento de capacidades de gestão comunitária”.

8
Durston, John (2000): ¿Que es capital social comunitario?, Serie de Desarrollo Social No 38, CEPAL, Santiago.

15
Assim, a SDT assume como um de seus preceitos fundamentais a adoção de
metodologias capazes de induzir o desenvolvimento do Capital social, dentre
elas as que contribuem para a ampliação das capacidades de gestão comunitária.

26. Inclusão em redes virtuais


As novas tecnologias de comunicação e de educação vêm contribuindo para a
ampliação do Capital social em todos os lugares, sendo de especial interesse que
essas tecnologias possam estar disponíveis em territórios que empreendem
planos de desenvolvimento sustentável.
Essas redes, muitas já existentes, algumas com dificuldades, deverão encontrar
uma aliada na SDT e em todas as demais Secretarias do MDA.
O CNDRS já dispõe de uma rede insuficientemente explorada, que deverá ser
revigorada através de um projeto específico. O NEAD, órgão de assessoramento e
assistência do CNDRS está implementando o projeto do Observatório do
Desenvolvimento Territorial, como um instrumento de gestão de informações e
de conhecimentos, em apoio às pessoas e entidades interessadas em
compartilhar e cooperar em assuntos de interesse comum.
Pretende-se que esta rede formada a partir do Observatório gerencie
virtualmente alguns importantes serviços e ofereça relevantes apoios aos seus
participantes, especialmente àqueles que operam programas em territórios
rurais.
Através dela será possível ascender a recursos para a realização de pequenos
eventos de cooperação horizontal, serão estimulados os mecanismos de inovação
e diversificação, serão acumuladas narrativas de experiências no
encaminhamento de problemas que afetam o desempenho dos projetos
territoriais, serão facilitadas informações relevantes e contextualizadas que se
convertem em conhecimentos para aqueles que dele necessitam para
aperfeiçoarem seu desempenho e dos programas nos quais participam.
Deverão ser enfrentados os problemas técnicos de inserção digital e de
adaptação de processos metodológicos de educação à distância, para que estas
ferramentas realmente façam a diferença na modernização da comunicação, na
relevância da informação e na democratização do conhecimento.

27. Apoio à cooperação horizontal


A SDT deverá desenvolver mecanismos, na forma de projetos de apoio ao
desenvolvimento territorial, que apoiem decididamente as iniciativas de
cooperação horizontal entre os territórios em desenvolvimento, para que destas
relações emirjam novos processos criativos e novos conhecimentos, que
contribuam para o desenvolvimento de novas iniciativas e de maior
competitividade territorial.

16
28. Apoio à diversificação econômica
Diversos estudos informam que, segundo as limitações impostas pelos recursos
disponíveis, nem sempre a agricultura pode responder sozinha pela geração de
uma renda satisfatória para o sustento de uma família.
Em muitas situações, outras estratégias de sobrevivência dos agricultores
familiares indicam que fontes diversas de ingressos devem ser buscadas em prol
da elevação do nível de vida dos agricultores familiares.
Na maioria dos casos, as soluções para o aumento da renda e a melhoria das
condições de trabalho passam pela diversificação de atividades econômicas, ou
mesmo do trabalho fora da unidade de produção familiar.
Por outro lado, na maioria dos territórios, potencialidades locais são
insuficientemente exploradas por falta de conhecimentos, recursos humanos e
materiais. Essas potencialidades deverão ser evidenciadas nos processos de
planejamento, o que ensejará o apoio a projetos que busquem otimizar recursos
existentes, melhorar a capacidade das pessoas e introduzir inovações que
viabilizem o surgimento de novas formas de gerar trabalho e renda.
Em ambientes de diversidade econômica, as condições de vida dos agricultores
familiares são bastante superiores àqueles que trabalham em regiões de onde
apenas a agricultura é fonte de emprego ou, pior, aonde apenas existem
empreendimentos agrícolas com poucas relações socioeconômicas com o
ambiente do território.

29. Apoio à inovação tecnológica, social e institucional.


O progresso está na inovação. O desenvolvimento alternativo depende da
inovação social contínua. A competitividade territorial, aspecto do qual depende
o desenvolvimento econômico e social, depende da capacidade de inovar dos
atores em tecnologia, em cooperação e em arranjos institucionais.

“Além disso, a ação popular espontânea gerada na aldeia no bairro, raramente é


inovadora, mas tende a selecionar de um repertório conhecido de ações. Existem
muitas razões para isto, incluindo a necessidade dos pobres de reduzir seus riscos,
a escassez de “tempo livre” para a busca e teste de respostas inovadoras aos
problemas... Se a prática deve ser inovadora – e a inovação social contínua é um
requisito básico para o desenvolvimento alternativo – a retórica da espontaneidade
9
deve ser abandonada”.

9
Friedmann, John. Empowerment: The Politics of Alternative Development, Cambridge, Massachussetts,
1996. (Com tradução e destaque do autor)

17
30. Apoio ao desenvolvimento da Infraestrutura e dos Serviços
Territoriais
A ser desenvolvido para deliberação CONDRAF.

31. Apoio à modernização da Gestão Pública Municipal


A ser desenvolvido para negociação com outros ministérios.

18
VIII. Fluxograma

FASE 1 Processo de Ordenamento


Critérios:
Densidade e população
Classificação das Famílias (ponderadas)
microrregiões rurais IDHM
PRONAF

Orientações aos Conselhos Estaduais


quanto à representatividade, temática
e atribuições. Acompanhamento dos
Cotas CEDRS. Participação na rede de
% em relação ao
por desenvolvimento rural.
Brasil
Região

Critérios
0>1=1
1>2=2
Cotas por Estado 2>4=3
4>7=3
7>10=5

Negociação Nacional de conceitos


e critérios (MDA, movimentos,
CNDRS)

Metas anuais da SDT


Negociação nos Estados (Governo e
movimentos, CEDRS)

Escolha dos territórios


(negociação)

Celebração de Protocolos de Intenção com


Governos e entidades estaduais.

Ratificação metas CNDRS


Negociação de recursos financeiros
Elaboração do Plano Anual do
Programa Nacional de Apoio ao Desenvolvimento
de Territórios Rurais

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FASE 2 Processo de intervenção negociada
Ações imediatas: PRONAF
Infraestrutura, capacitação,
comércio, associativismo, outras
atividades com recursos já
destinados. Concurso ou convite para execução dos TR
específicos ou procedimentos próprios
Implementação de ações e segundo normas do PRONAF.
instrumentos de caráter imediato
(2003/2004)

Escolha da Entidade de Referência Preparar termo de referência e


para Identificação dos Territórios, minuta de convênio ou acordo
acompanhamento, monitoria e
avaliação dos processos de
intervenção negociada nos
Territórios.

Envolvimento das instâncias


colegiadas nos processos de
articulação em cada Estado Observar condições de
competência e de autonomia
Designação do Articulador Nacional profissional
encarregado (por Estado),
pertencente à equipe da SDT

Identificação dos Territórios


Realizada pela Entidade de Referencia
de cada Estado, como parte do Acordo
celebrado com ente ela e a SDT

Identificação de Capacitação inicial de mediadores e


mediadores e agentes: agregação à Rede; condições
agentes de acesso; participação em eventos
preparatórios, informativos e
sensibilizadores.
Elaborar termos de
referência para capacitação
e contratação de entidade
IDENTIFICAÇÃO DO TERRITÓRIO
competente para realizar
(INFORME) eventos de mobilização

Amparado por termo de cooperação e


pagamento das despesas diretas
compartilhadas entre a SDT e atores
estaduais.

20
Fase 3 Diagnóstico territorial
TR desta fase deve ser produto da fase
anterior.
Execução do Diagnóstico participativo Nesta fase deverá ocorrer o processo de
para cada Território identificado. formação de quadros territoriais
simultaneamente, e pela mesma equipe, à
realização do Diagnóstico.

Preferencialmente não deverá recair para a


Concurso ou convite para execução do
mesma entidade que realizou a identificação
Diagnóstico.
em um mesmo território.

Pagamento de honorários da equipe principal


Contrato ou celebração de termo de
pela SDT e gastos de deslocamento e estadia
ajuste a Acordo já existente.
compartilhados com agentes estaduais e
territoriais.

Preferencialmente a entidade de referência


no estado deverá cobrir o acompanhamento e
Acompanhamento e monitoria do
monitoria do processo de diagnóstico,
processo de diagnóstico.
contribuindo para garantir a qualidade dos
serviços prestados.

Recebimento por Comissão Técnica Mista e


apresentação aos atores territoriais. Deve
Entrega do produto previsto, no prazo
contar informações definitivas sobre as
máximo de quatro meses.
oportunidades e ameaças a que está sujeito o
Território.

Retificação ou ratificação. Informação aos


Restituição à população territorial
níveis estadual e federal.

21
Fase 4 Plano Territorial

O PTDRS deverá estabelecer instâncias e meios


Termos de referência para a de articulação das iniciativas já existentes ou
atividade II (Elaboração do PTDRS) construí-las através da formulação de projetos
que contemplem a multiplicidade de
possibilidades e interesses existentes

Termos de referência para a atividade II


(Elaboração do PTDRS)

Termos de referência para atividade III


(Capacitação inicial de agentes locais e
mediadores sociais)

Termos de referência para atividade IV


(Acompanhamento e monitoria das atividades I,
II e III nos territórios - Regional)

Concurso/convite/licitação para atividade I


(Diagnóstico do território)

Concurso/convite/licitação para atividade II


(Elaboração do plano territorial)

Concurso/convite/licitação para atividade III


(Capacitação)

Concurso/convite/licitação para atividade IV


(acompanhamento e monitoria das atividades I,
II e III). Estes serviços deverão ser oferecidos
através de acordos de cooperação com
parceiras estaduais ou regionais.

Contratações/termos de cooperação com


entidades prestadoras dos serviços
correspondentes às atividades I, II, III e IV

Inclusão dos territórios e das entidades


envolvidas na Rede Brasil de Territórios

22
FASE 3 Atividades de planejamento e acompanhamento

Acompanhamento SDT e articulações nacionais,


regionais e outras instâncias colegiadas,
durante a execução das atividades I e II

Conclusão da atividade I – Socialização e


ratificação pela comunidade e autoridades
(audiências públicas)

Conclusão da atividade II – Socialização e


ratificação pela comunidade e autoridades
(audiências públicas)

Confirmação da condição de “Território” e


identificação da instituição encarregada do
gerenciamento do plano territorial

Formulação de termos de referencia para


contratação de prestadora de serviços de
capacitação em gestão de planos territoriais.

Realização de concurso, convite ou licitação


para contratação da(s) entidade(s)
encarregada(s) da capacitação.

Contratação para realização das capacitações


Capacitação em Gestão de Planos Territoriais
de Desenvolvimento Sustentável

Atividades de cooperação horizontal e trocas


de experiências entre entidades gestoras de
PTDRS – Rede

Realização de atividades de gerenciamento de


conhecimentos para facilitação do acesso dos
gestores e outros atores territoriais às fontes
de experiências que auxiliem na maturação de
projetos – Rede

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FASE 4 Atividades de negociação e articulação do PTDRS
(atividades sob a responsabilidade da SDT)

Realização de atividades de mobilização e


informação via virtual e presencial, através da
Rede de Territórios.

Apoiar a articulação entre os gestores dos


PTDRS com gestores de políticas públicas
nacionais e regionais

Elaboração do programa de apoio da SDT à


implementação do PTDRS

Negociação do programa de apoio e celebração


de termos de compromisso com as entidades e
poderes que representem os territórios

Articular implementação de mecanismos (linhas


de ações territoriais) sob responsabilidade da
SDT

Elaborar termos de referência para realização


de capacitação (também intercâmbios,
cooperação horizontal, estágios e assistência
direta) em negociação e articulação de PTDRS

Concurso/convite/licitação para contratação da


entidade encarregada da execução das
atividades de capacitação previstas acima

Capacitação de gestores e mediadores sociais


em negociação e articulação de PTDRS

Termos de referência para entidade executar


atividade V (Assessoramento à implementação
do PTDRS)

Concurso/convite/licitação para atividade V


Termos de referência para execução da
atividade VI (Supervisão e monitoria da
implementação do PTDRS)

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Concurso/convite/licitação para atividade VI
(supervisão e monitoria da implementação do
PTDRS). Estes serviços deverão também ser
oferecidos através de acordos de cooperação
com parceiras estaduais ou regionais.

Contratação entidades para a atividade V

Contratações/termos de cooperação com


entidades prestadoras dos serviços
correspondentes a atividade VI

FASE 5 Apoio, acompanhamento, monitoria e avaliação de


resultados e impactos pela implementação do PTDRS
(Desenvolvimento)

Execução do programa de apoio da SDT à


implementação do PTDRS em suas diversas
modalidades sob a coordenação de um
Articulador e participação dos demais
técnicos.

Dinamização de eventos virtuais e


presenciais visando a animação da
participação em redes cooperativas e
outras realizações para a capacitação dos
atores territoriais

Acompanhamento da implementação do
PTDRS

Gerenciamento das atividades de monitoria


e avaliação a cargo da SDT

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FASE 6 Desengajamento

Manutenção dos atores territoriais nos


processos de gestão dos conhecimentos e
das informações

Realização de estudos temáticos quando


couberem

Realização de estudos de casos quando


couberem
Publicações e divulgação das experiências
aprendidas

Realização de eventos de divulgação e


capacitação nos conhecimentos gerados

Informe final da SDT sobre o


desenvolvimento, resultados e impactos.

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