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Madrid, 18 de Julho de 2010

Aniversário da 1ª Aparição a Santa Catarina

Queridos/as Amigos/as da JMV,


Este ano, me resulta algo difícil iniciar minha tradicional carta de 18 de Julho… É a última
oportunidade de dirigir-me a vocês como Presidenta Internacional da JMV, e não sei se
conseguirei resumir tantas coisas como quisera dizer-lhes… Começarei por dar a palavra às
Conselheiras Internacionais que assumiram este serviço comigo e que desejam dizer-lhes
algo e expressar-lhes sua gratidão.

Conselheira para Ásia


Quisera partilhar em poucas palavras minha experiência dentro da JMV, onde Deus fez maravilhas em mim. Dentro
dessa comunidade, encontrei um espaço para compartir minhas experiências de vida, crescer na fé e assumir um
compromisso, um serviço. Dentro dessa comunidade, me encontrei com Deus. A Associação me permitiu descobrir
minha realidade, minhas limitações e minhas riquezas. Com Maria e a seu exemplo, aprendi a por Cristo no centro de
minha vida e a deixar que Deus actue em mim, a ler os sinais dos tempos e a discernir, nos diferentes
acontecimentos de minha vida, a Vontade de Deus à luz de Sua Palavra. A Associação me deu a oportunidade de
servir; servindo aprendi que ao servir, sou eu a que já tenho sido servida primeiro… Sou chamada a seguir
caminhando, não termino meu caminhar na Associação, como Denise que era faz unos vinte anos, se não uma
Denise mais realizada, madura na fé, em caminho, cada dia, em direcção da vivência de minha vocação.

Conselheira para África e Madagáscar


Nesse momento em que o Conselho Internacional se renova, agradeço a Deus por suas bênçãos. Obrigada também a
JMV do mundo inteiro por sua colaboração, por seus esforços na consolidação de nossa Associação. Com toda
humildade, quisera deixar-lhes três mensagens: em primeiro lugar, amemos a Jesus e levemos a salvação aos
demais. E como não se pode separar Jesus de Maria, rezemos e actuemos como e com Ela. Em segundo lugar, dado
que a salvação está dirigida a resgatar a vida dos homens, penso especialmente nos jovens e crianças que vivem em
países que experimentam crises políticas, guerra civil ou religiosa, vítimas de catástrofes naturais, em famílias
desestruturadas, perdidos em um mundo tecnológico. Rezemos por elos e actuemos em seu favor. Finalmente,
trabalhemos pelo nosso planeta, não somente salvaguardando o meio ambiente se não construindo um mundo
melhor para as futuras gerações.

Conselheira para América


Tenha confiança, vende ao pé deste altar. Queridos jovens da JMV, assim nos convoca Maria nossa Mãe. Ela, a fiel
seguidora de Cristo, nos convida à confiança simples e se oferece como ponte, como mestra, como mãe. É um
convite a ser luz na escuridão, pessoas que dão sentido e amor em meio da insatisfação e do egoísmo. Maria quer
que sejamos cristãos plenos que falem com sua própria vida, alegria, compromisso, fortaleza diante das
adversidades. Isto é JMV. Eu o descobri aqui faz mais de 12 anos. E você? Agora é o tempo de viver este ideal mais
do que nunca, para transformar nossa realidade no que Jesus sempre viveu: o Reino de Deus. Este projecto de
liberação para todos através do amor não é uma utopia, já é uma realidade. Viva-o!

Conselheira para Europa


(…) Segue havendo tanta escuridão para iluminar (…). Este é um verso de uma canção religiosa que me fazia pensar
que em tempos de São Vicente e Santa Luísa, eles foram os que iluminaram a obscuridade que nesses momentos
assolava Paris (pobreza, enfermidade, órfãos…). Já não estamos no século XVII, mais segue havendo trevas para as
quais devemos ser luz. Não esqueçamos que toda JMV, que todo vicentino herdou o amor pelos vulneráveis e
desfavorecidos e… Somos responsáveis por essa herança!

Encanta-me a música. Quem partilhou comigo, momentos no Secretariado sabe o que me acompanhou nesses sete
anos de serviço na JMV. Hoje quero falar-lhes de cantos que tocaram minha vida e meu caminhar dentro da JMV.

2001. IV EMLA, Venezuela. Descobri uma Associação viva em América Latina e escutei pela primeira vez uma canção
que ia ritmar meu voluntariado e minha vida comunitária em Madrid: Alma Missionária, na letra, Senhor, toma
minha vida nova… Estou disposto ao que queiras, não importa o que seja Tu chamas-me a servir… “Conduza-me à
terra que tenha sede de Ti”. E o Senhor me ouviu – em 2003, começou minha aventura no Secretariado Internacional
como voluntária.
Em 2005, iniciamos os preparativos da II Assembleia Geral (Paris). Como sempre quando Deus chama… apareceu
esse mensageiro que me deu um empurrãozinho: Por que não te apresentas como candidata? Veio-me a tentação de
dizer que não, como muitos quando lhes tocam assumir responsabilidades. Mas, no mais forte que meus medos,
ressoou outra canção com perguntas e respostas para meu coração: “Que te posso dar que não me tenhas dado
Tu?… Todo o que sei, todo o que sou, todo o que tenho é Teu…”. A resposta tinha que ser SIM.

Arrisquei-me, inspirada pelo exemplo dos que haviam entregado sua vida à JMV, e assumi uma responsabilidade que
de todos os modos, estava por cima de minhas capacidades, sabendo que “Em minha debilidade, (Deus) me faz
forte”. E se foi fazendo realidade à canção de 2001: o Senhor me levou por todos os continentes, por cidades e
povoados, com jovens e menos jovens, para partilhar esse carisma vicentino, esse amor a Cristo, a Maria e aos
pobres. Não se pode resumir a alegria de cada encontro, partilha, diálogo, olhar, eucaristia, dança, abraço e sorriso…

MUITISSIMO OBRIGADA a cada um; vocês deixaram marcas em minha vida e em minha coração, inclusive os que
somente conheci por internet e que acompanhei nos momentos alegres e tristes de seu serviço em prol da JMV.

Quero agradecer a todos me ajudaram a dizer sim e me acompanharam quando o sim passava pela experiência da
cruz.

Obrigada pela oportunidade de ir à Rue du Bac em tantas ocasiões, de voltar à fonte, ao pé do altar, e de encontrar
ali fortaleza para seguir esperando e lutando.

Obrigada a meus companheiros do Secretariado que partilharam o trabalho, as reuniões intermináveis, os momentos
de fé e de serviço, as alegrias e penas pessoais e familiares.

Obrigada especialmente aos assessores atuais e passados do Conselho Internacional, a minhas queridas Conselheiras
Internacionais, que foram luz, consolo e esperança nessa caminhada.

Magnificat… o Poderoso fez obras grandes por mim…! Vou-me deste serviço enriquecida pelo dado grátis, por todo o
que recebi, as amizades, as alegrias e as largas horas de trabalho – que me encantaram! – e as dificuldades que me
fizeram crescer. De verdade, estou muito agradecida por esta oportunidade de servir a JMV, à Família Vicentina, aos
jovens e a nossos amos e senhores. Foi um tempo de graça excepcional!

Ano 2010, fim de uma bela experiência. Isso me faz compreender que nunca podemos estancar-nos no caminho do
crescimento pessoal, no sonho de ser santos, na urgência de construir um mundo e uma Associação melhor.
Peregrinos do mundo, somos chamados a responder com audácia e criatividade ao grito dos mais desfavorecidos.

E a música segue presente… na Páscoa Interprovincial 2010 da JMV Espanha, o Senhor me abriu o horizonte
recordando-me que:
“Segue havendo tantos pés que lavar,
Segue havendo tanta escuridão que iluminar,
Tantas correntes que romper…”

Quando comecei meu serviço como Presidenta, pensei que minha missão principal era orar primeiro para poder
amar e servir. Não soube sempre realizar a triple missão e peço perdão a toda a Associação e a cada um. Ao terminar
este serviço me alegra descobrir, que poço seguir orando, amando e servindo, estarei onde esteja, para que JMV siga
crescendo e fortalecendo-se, para que os pobres sejam amados e servidos como nossos amos e senhores.

Os quero muito e agradeço por vossa confiança.

A Jesus por Maria,

Yasmine Cajuste

PRESIDENTA INTERNACIONAL JMV

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