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Vamos tomar como exemplo o texto do dramaturgo Naum Alves de Sou-
za (1942), A Aurora da Minha Vida que, exemplifica essa capacidade
de anlise dos constrangimentos sociais. Esse texto ajuda a perceber as
estruturas de poder que nos constrangem bem como as estruturas cons-
trangedoras das quais, ns, educadores participamos no espao escolar.
Diante de ns so representados uma srie de esteretipos, como por
exemplo: a aluna adiantada, a aluna gorda, a aluna gmea, o aluno rfo,
o aluno bobo, o aluno quieto, o aluno puxa-saco, o primeiro da classe,
o ltimo da classe, dentre tantos outros modelos preconcebidos, precon-
ceituosos, que nos acompanham ao longo de nossas vidas. A trama de
Naum Alves representa o aluno bom e inteligente como sendo aquele
que decora tudo e tambm muito obediente. Esse texto cultural nos
interroga sobre o tipo de subjetividade que estamos construindo em nos-
sas prticas educativas nos contextos escolares.
GUATTARI (1986) nos alerta para o fato de que os grupos interessados nas
transformaes no mbito macropoltico e macrosocial no desconsidera-
ram a importncia dos processos de produo da subjetividade. O autor
afirma que o capital funciona de modo complementar cultura, ou seja, o
capital ocupa-se do constrangimento econmico do sujeito, enquanto que
a cultura ocupa-se da submisso subjetiva.
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