Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
De loucuras, de crimes,
de pecados, de glrias
- do medo que encadeia
todas essas mudanas.
Do divino lugar
onde o bem da existncia
ser eternidade
e parecer ausncia.
E, no fundo do mar,
a Estrela, sem violncia,
cumpre a sua verdade,
alheia transparncia.
Ceclia Meireles
Tomara
METADE
Cano de Outono
E no pude levant-la!
Choro pelo que no fiz.
E pela minha fraqueza
que sou triste e infeliz.
Perdoa-me, folha seca!
Meus olhos sem fora esto
velando e rogando aqueles
que no se levantaro...
Tu s folha de outono
voante pelo jardim.
Deixo-te a minha saudade
- a melhor parte de mim.
E vou por este caminho,
certa de que tudo vo.
Que tudo menos que o vento,
menos que as folhas do cho...
Ceclia Meireles ,
Autopsicografia
O poeta um fingidor.
Finge to completamente
Que chega a fingir que dor
A dor que deveras sente.
A um Jovem Poeta
Procura a rosa.
Onde ela estiver
ests tu fora
de ti. Procura-a em prosa, pode ser
Soneto da Chuva
Quantas vezes chorou no teu regao
a minha infncia, terra que eu pisei:
aqueles versos de gua onde os direi,
cansado como vou do teu cansao?
Vir abril de novo, at a tua
memria se fartar das mesmas flores
numa ltima rbita em que fores
carregada de cinza como a lua.
Porque bebes as dores que me so dadas,
desfeito j no vosso prprio frio
meu corao, vises abandonadas.
Deixem chover as lgrimas que eu crio:
menos que chuva e lama nas estradas
s tu, poesia, meu amargo rio.
Carlos de Oliveira, in 'Terra de Harmonia'
// Consultar versos e eventuais rimas
A ROSA DESFOLHADA
Um tempo descuidado
E em cada canto
Teu desencanto
Tua melancolia
O amor dilacerado
Do fato consumado
Silenciosa
Ficou a rosa
No cho despetalada
Reconstruir do nada:
A rosa desfolhada
VINCIUS DE MORAES
SONETO AO INVERNO
Em iluminaes dessemelhantes
VINCIUS DE MORAE