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DIRETRIZES DO NASF

Núcleo de Apoio à Saúde da Família

Luiza Helena Santana


Técnica 4º CRS/SESPA
Coord. Regional NASF
O que é NASF?

 Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família


(NASF) foram criados pelo Ministério da
Saúde com o objetivo de ampliar a
abrangência, a resolutividade, a
territorialização, a regionalização, bem
como a ampliação das ações da Atenção
Primária da Saúde (APS) no Brasil.
(Portaria GM nº 154, de 24 de janeiro de
2008).
Normatização
 Portaria nº 548, de 4 abril de 2013
Define o valor de financiamento do Piso da Atenção Básica Variável para os
Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) modalidade 1, 2 e 3.

 Portaria nº 562, de 4 abril de 2013


Define o valor mensal integral do incentivo financeiro do Programa Nacional de
Melhoria do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica (PMAQ-AB), denominado
como Componente de Qualidade do Piso de Atenção Básica Variável (PAB
Variável).

 Portaria nº 3.124, de 28 de dezembro de 2012


Redefine os parâmetros de vinculação dos Núcleos de Apoio à Saúde da Família
(NASF) Modalidades 1 e 2 às Equipes Saúde da Família e/ou Equipes de Atenção
Básica para populações específicas, cria a Modalidade NASF 3, e dá outras
providências.

 Portaria nº 2.488, de outubro de 2011


Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de
diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia
Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS).
Missão

 Contribuir para o aumento da


resolutividade e a efetivação da
coordenação integrada do cuidado na
APS. Atuando em conjunto com os
profissionais das equipes de Saúde da
Família, compartilhando e apoiando as
práticas em saúde nos territórios sob
responsabilidade das equipes de SF.
Onde está o NASF?
Que profissionais podem
compor o NASF?

 Poderão compor os NASF as seguintes ocupações do Código


Brasileiro de Ocupações (CBO): Médico acupunturista;
assistente social; profissional/professor de educação física;
farmacêutico; fisioterapeuta; fonoaudiólogo; médico
ginecologista/obstetra; médico homeopata; nutricionista;
médico pediatra; psicólogo; médico psiquiatra; terapeuta
ocupacional; médico geriatra; médico internista (clínica
médica), médico do trabalho, médico veterinário, profissional
com formação em arte e educação (arte educador) e
profissional de saúde sanitarista.
Quem define a equipe?

 A composição de cada um dos NASF será


definida pelos gestores municipais, seguindo
os critérios de prioridade identificados a partir
dos dados epidemiológicos e das
necessidades locais e das equipes de saúde
que serão apoiadas.
Áreas estratégicas de
atuação do NASF
 Saúde da criança/do adolescente e do jovem;
 Saúde mental;
 Reabilitação/saúde integral da pessoa idosa;
 Alimentação e Nutrição;
 Serviço Social;
 Saúde da mulher;
 Assistência farmacêutica;
 Atividade física/práticas corporais;
 Práticas integrativas e complementares.
Responsabilidades

 As equipes do Nasf terão dois tipos de


responsabilidades: sobre a população e
sobre a equipe de SF.
 Seu desempenho deverá ser avaliado
não só por indicadores de resultado
para a população, mas também por
indicadores de resultado da sua ação na
equipe SF.
Pressupostos

 CONHECIMENTO

 GESTÃO DAS EQUIPES

 COORDENAÇÃO DO CUIDADO
Princípios e Diretrizes Gerais
 Integralidade;
 Territorialidade;
 Educação popular em Saúde;
 Interdisciplinaridade;
 Participação Social;
 Intersetorialidade;
 Educação Permanente em saúde;
 Humanização; e
 Promoção da Saúde.
Processos de Trabalho
Somatória das Cargas Horárias
Modalidades Nº de equipes vinculadas
Profissionais*
Mínimo 200 horas semanais; Cada
5 a 9 eSF e/ou eAB para
ocupação deve ter no mínimo 20h
NASF 1 populações específicas
e no máximo 80h de carga horária
(eCR, eSFR e eSFF)
semanal;
Mínimo 120 horas semanais; Cada
3 a 4 eSF e/ou eAB para
ocupação deve ter no mínimo 20h
NASF 2 populações específicas
e no máximo 40h de carga horária
(eCR, eSFR e eSFF)
semanal;
Mínimo 80 horas semanais; Cada
1 a 2 eSF e/ou eAB para
ocupação deve ter no mínimo 20h
NASF 3 populações específicas
e no máximo 40h de carga horária
(eCR, eSFR e eSFF)
semanal;

*Nenhum profissional poderá ter carga horária semanal menor que 20 horas.
eCR - Equipe Consultório na Rua; eSFR - Equipe Saúde da Família Ribeirinha; eSFF - Equipe Saúde da Família Fluvial
Processos de Trabalho
Ações prioritárias:
 Atendimento compartilhado, com intervenção
interdisciplinar, gerando experiência para ambos os
profissionais envolvidos;
 Intervenções específicas do profissional do NASF com
os usuários e/ou famílias, com discussão com os
profissionais da equipe de SF responsáveis pelo caso, de
forma que o atendimento individualizado pelo NASF se
dê apenas em situações extremamente necessárias
 Ações junto aos equipamentos públicos nos territórios
de sua responsabilidade, desenvolvidas de forma
articulada com as equipes de SF.
Movimento NASF / ES Vinculadas
Responsabilidades dos
Profissionais do NASF

 DEFINIÇÃO DE INDICADORES E METAS


 AGENDAS DE TRABALHO
 ATIVIDADES PEDAGÓGICAS
 TRABALHO EM GRUPOS/EQUIPE
DEFINIÇÃO DE INDICADORES E METAS
 Critérios para a definição de resultados e impacto:
referência na população geral; foco na qualidade da
atenção da equipe de referência – equipe de SF
 Definição de metas de atendimento de cada
profissional do NASF: número máximo de usuários de
tratamento prolongado e definição de indicadores de
resultado para esses grupos específicos .
 Definição dos números de usuários de tratamento
temporário ou para exclusão de hipótese diagnóstica
 Estimativas e revisões de indicadores
e metas devem ser constantemente
revistas em conjunto com os profissionais.
AGENDAS DE TRABALHO
Elaborar cronograma para realizar:
 Atividades pedagógicas
 Atividades assistenciais diretas, quando for o
caso.
 Ações no território junto às equipes de SF.
 Disponibilidade para acessos diretos não
programados pela equipe de SF (contatos
telefônicos, via internet etc.)
 Estimativas e revisões da agenda de
atividades devem ser constantemente revistas
em conjunto com os profissionais.
ATIVIDADES PEDAGÓGICAS

 Importante: confronto de saber recortado por olhar


disciplinar com a realidade da atenção integral faz
aumentar número de variáveis e complexidade dos
problemas.
 Buscar apoios (gestor, academia, outros
especialistas) uma vez que essa atividade não
costuma fazer parte da formação profissional.
TRABALHO EM GRUPOS/EQUIPE

 A maior parte dos profissionais de saúde não tem


formação básica que valorize o trabalho em equipe.
 Fomentar e incentivar os grupos a fazerem contratos
de funcionamento em espaços coletivos (reuniões).
 Devem ser objetos de atenção especial processos que
devem ser estimulados pelos gestores:
(a) sigilo relativo às reuniões de equipe;
(b) disposição para crítica com maturidade, em dupla
via, é um aprendizado coletivo que deve ser
estimulado;
TRABALHO EM GRUPOS/EQUIPE

(c) reconhecimento e lida com conflitos de forma


positiva, considerando que grupalidade idealizada e
sem conflitos não existe e impede a riqueza da
explicitação das diferenças e empobrece o espaço
coletivo;
(d) reconhecimento de que o amadurecimento do
grupo depende da capacidade de tomar as diferenças e
conflitos na sua dimensão positiva e produtora.
TRABALHO EM GRUPOS/EQUIPE

 Espaço coletivo: cultivado e valorizado como


momento extremamente importante, no qual
ocorrem decisões e aprendizados.
 Interrupções devem ser negociadas no grupo
(exemplo: uso de celulares, evasão dos profissionais
durante o tempo da reunião de equipe para atender à
agenda de usuários).
 Decisões devem ser tomadas e executadas; também
reavaliar constantemente o que foi decidido.
Atribuições comuns
aos diversos membros da equipe
 Identificar, em conjunto com as equipe de SF e a
comunidade, as atividades, as ações e as práticas a
serem adotadas em cada uma das áreas cobertas;
 Identificar, em conjunto com as equipe de SF e a
comunidade, o público prioritário a cada uma das
ações;
 Atuar, de forma integrada e planejada, nas atividades
desenvolvidas pelas equipes de SF e de Internação
Domiciliar, quando estas existirem, acompanhando e
atendendo a casos, de acordo com os critérios
previamente estabelecidos;
Atribuições comuns
aos diversos membros da equipe

 Acolher os usuários e humanizar a atenção;


 Desenvolver coletivamente, com vistas à
intersetorialidade, ações que se integrem a outras
políticas sociais, como educação, esporte, cultura,
trabalho, lazer, entre outras;
 Promover a gestão integrada e a participação dos
usuários nas decisões, por meio de organização
participativa com os Conselhos Locais e/ou Municipais
de Saúde.
Atribuições comuns
aos diversos membros da equipe
 Elaborar estratégias de comunicação para divulgação
e sensibilização das atividades dos Nasf por meio de
cartazes, jornais, informativos, faixas, fôlderes e
outros veículos de informação;
 Avaliar, em conjunto com as equipe de SF e os
Conselhos de Saúde, o desenvolvimento e a
implementação das ações e a medida de seu impacto
sobre a situação de saúde, por meio de indicadores
previamente estabelecidos;
Atribuições comuns
aos diversos membros da equipe
 Elaborar e divulgar material educativo e
informativo nas áreas de atenção dos Nasf;
 Elaborar projetos terapêuticos, por meio de
discussões periódicas que permitam a
apropriação coletiva pelas equipes de SF e os
Nasf do acompanhamento dos usuários,
realizando ações multiprofissionais e
transdisciplinares, desenvolvendo a
responsabilidade compartilhada.
FERRAMENTAS TECNOLÓGICAS

 Apoio matricial;
 Clínica Ampliada;
 Projeto Terapêutico Singular (PTS); e
 Projeto de Saúde no Território (PST).
Apoio Matricial
 O apoio matricial será formado por um conjunto
de profissionais que não tem, necessariamente,
relação direta e cotidiana com o usuário, mas
cujas tarefas serão de prestar apoio às equipes de
referência (equipes de SF). Assim, na condução de
problemas de saúde dos usuários, elas deverão
acionar uma rede assistencial (NASF) necessária a
cada caso; de forma a assegurar, de modo
dinâmico e interativo, a retaguarda especializada.
Apoio Matricial

O apoio matricial apresenta as dimensões de suporte:

 a dimensão assistencial - aquela


que vai produzir ação clínica direta
com os usuários, e
 a ação técnico-pedagógica, que vai
produzir ação de apoio educativo
com e para a equipe.
Essas duas dimensões podem e devem se misturar
nos diversos momentos.
Clínica Ampliada

 COMPREENSÃO AMPLIADA DO PROCESSO SAÚDE–


DOENÇA
 CONSTRUÇÃO COMPARTILHADA DOS DIAGNÓSTICOS
E TERAPÊUTICAS
 AMPLIAÇÃO DO “OBJETO DE TRABALHO”
 A TRANSFORMAÇÃO DOS “MEIOS” OU
INSTRUMENTOS DE TRABALHO
 SUPORTE PARA OS PROFISSIONAIS DE SAÚDE
Projeto Terapêutico Singular

 O Projeto Terapêutico Singular (PTS) é


um conjunto de propostas de condutas
terapêuticas articuladas, para um sujeito
individual ou coletivo, resultado da
discussão coletiva de uma equipe
interdisciplinar, com apoio matricial, se
necessário.
Projeto de Saúde no Território (PST)

 O Projeto de Saúde no Território (PST)


pretende ser uma estratégia das equipes de
SF e do Nasf para desenvolver ações efetivas
na produção da saúde em um território que
tenham foco na articulação dos serviços de
saúde com outros serviços e políticas sociais
de forma a investir na qualidade de vida e na
autonomia de sujeitos e comunidades.
Projeto de Saúde no Território (PST)
 O PST deve iniciar-se pela identificação de
uma área e/ou população vulnerável ou em
risco
 Toda essa primeira fase da construção do
projeto é de responsabilidade das equipes de
saúde (equipe de SF com apoio do Nasf).
Porém, ela não esgota o processo de
elaboração e implementação do projeto.
 O PST deve ser sempre baseado na promoção
da saúde, na participação social e na
intersetorialidade.
Projeto de Saúde no Território (PST)
O PST se desenvolve em quatro
momentos:
 DIAGNÓSTICO
 DEFINIÇÃO DAS METAS
 DIVISÃO DE RESPONSABILIDADES
 REAVALIAÇÃO
Projeto de Saúde no Território (PST)
Em resumo...

 O NASF não se constitui porta de entrada do sistema para os


usuários, mas apoio às equipes de Saúde da Família;
 Vincula-se a um número de equipes de Saúde da Família em
territórios definidos, conforme sua classificação;
 A equipe do NASF e as equipes de Saúde da Família criarão
espaços de discussões para gestão do cuidado: reuniões e
atendimentos compartilhados constituindo processo de
aprendizado coletivo;
 O NASF deve ter como eixos de trabalho a responsabilização,
gestão compartilhada e apoio à coordenação do cuidado, que
se pretende pela Saúde da Família.
Exemplo de diferenças entre o
modelo tradicional de encaminhamento de usuários
e a proposta do apoio matricial
Muito Obrigada!

Luiza Helena Santana


Técnica 4º CRS/SESPA
Coord. Regional NASF
 luiza.santana@sespa.pa.gov.br
 luizaprogenio@yahoo.com.br
 (91) 98138-5724
 (9) 3411-1850

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