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DE D IREITO DO
COMÉRCIO I NTERNACIONAL
E
DEFESA COMERCIAL
INSTITUTO MUNDI
para Estudo e Pesquisa em Comércio,
Arbitragem & Negociações Internacionais.
INTRODUÇÃO
Nesse passo, estimular o estudo desse novo direito, que incluí o co-
nhecimento de disciplinas complementares como as ciências econômicas e
administração de empresas, se afigura uma tarefa importante e necessá-
ria, a fim de que em um futuro próximo tenhamos um corpo de profissio-
nais habilitados para defender direitos e representar interesses e posições
de caráter comercial do país, nos foros internacionais competentes.
Representantes:
PAULA ALONSO
PAULA ALONSO
Introdução...................................................................................................05
Apresentação ..............................................................................................07
PARTE I
PARTE II
PARTE III
PARTE IV
1. Medidas antidumping..............................................................................84
2. Medidas compensatórias..........................................................................89
3. Medidas de salvaguarda...........................................................................92
PARTE V
1.3.1. Pedido..........................................................................100
1.3.5. Compromissos...........................................................103
3.3. Competências.................................................................111
3.4. Trâmites.........................................................................111
3.5. Prazos.............................................................................112
3. LEGISLAÇÃO.............................................................................................114
3.1. Medidas Compensatórias.......................................................115
3.2. Medidas antidumping.............................................................115
3.3. Medidas de Salvaguarda.........................................................115
PARTE VI
AUTORES: DANIEL GOMES CARNEIRO E FERNANDA CRESPO FERREIRA
GLOSSÁRIO .................................................................................................117
BIBLIOGRAFIA...............................................................................................155
1
Duas versões clássicas deste argumento estão no livro de E. H. Carr, “Vinte Anos
de Crise, 1919-1939: Uma Introdução ao Estudo das Relações Internacionais”, edita-
do no Brasil pelo Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais da Universidade
de Brasília e pela Editora Universidade de Brasília, e no livro de Charles Kindleberger,
“The World in Depression, 1929-1939”, editado pela editora da Universidade da
Califórnia.
3
A liberalização do comércio foi elevada a um dos objetivos do FMI, incluída no
artigo 1º de seus estatutos, mas não houve consenso sobre como promovê-la. A
própria redação do artigo mostra o conflito de interesses entre a liberalização comer-
cial e a proteção do mercado doméstico: o FMI teria por função promover a “expan-
são equilibrada e balanceada do comércio internacional, contribuindo para a promo-
ção e manutenção de altas taxas de emprego e de renda real”. (JAMES, 1996) (tradu-
ção livre).
4
Basta lembrar que alguns autores atribuem uma parcela de culpa pelo declínio do
comércio internacional nos anos que antecederam a 2ª Guerra Mundial à resposta
protecionista do governo norte-americano à crise da década 30, simbolizada pela
tarifa Hawley-Smoot, de 1930, que aumentou tarifas sobre produtos agrícolas e in-
dustrializados em média em 59% (KEYLOR, 2001). Kindleberger alega em sua obra
sobre a depressão norte-americana (citada na nota 1) que as conseqüências da crise
mundial poderiam ter sido minimizadas caso os Estados Unidos tivessem garantido a
liquidez do sistema internacional, fornecendo empréstimos e importando os produtos
produzidos no resto do mundo (KINDLEBERGER, [s.d.]). Isto, no entanto, não ocor-
reu. Uma mostra de como a crise de 1930 exacerbou o sentimento protecionista
norte-americano está no fato do governo atribuir a responsabilidade pela crise à super-
produção mundial de matérias-primas e à cartelização das economias européias
(KINDLEBERGER, 1996 (1978).
5
Durante a Conferência de Havana (1947-1948) os países criaram o primeiro em-
brião da atual OMC, à época não efetivada, mas substituída “provisoriamente” (du-
rante meio século) pelo GATT.
6
Um dos objetivos principais da conferência, sem dúvida, foi aproveitar a autoridade
conferida pelo Congresso norte-americano ao executivo para o corte de tarifas atra-
vés da extensão da validade do Reciprocal Trade Agreements Act de 1934
(FINLAYSON & ZACHER, 1981; JACKSON, 1994).
7
JACKSON, John et al. Legal Problems of International Economic Relations.
Minnesota: West Group, 2002.
8
Aprovada pela Assembléia Geral em 21 de novembro de 1947.
9
Tradução oficial. Decreto n.º 1.355, de 30 de dezembro de 1994, publicado no Diário
Oficial da União, Suplemento ao n.º 248-A, Seção 1, de 31 de dezembro de 1994, p.1
e seguintes.
10
A doutrina americana e inglesa referem-se ao Acordo de Marrakesh como um
umbrella agreement (acordo guarda-chuva, em tradução livre), pois os demais acor-
dos ficam sob sua proteção. Alguns autores (Deborah Cass) se referem à
“constitucionalização” do direito do comércio internacional, traçando um paralelo com
a famosa pirâmide de Kelsen.
11
Ver nota 2, acima.
12
MATSUSHITA, Mitsuo; SCHOENBAUM, Thomas J. e MAVROIDS, Petros. The World
Trade Organization: Law, Practice, and Policy. Londres, Oxford, 2004.
13
Apesar de sua longa existência (e prática) nas relações econômicas internacionais,
o princípio da NMF não tem a natureza jurídica de um costume internacional. Isto
implica, portanto, no fato de que somente pode ser alegado com base em tratado
bilateral ou multilateral. Houve tentativas mal sucedidas de se estabelecer o princípio
da NMF como um princípio geral de direito internacional, como a iniciativa de 1978,
da Comissão de Direito Internacional da ONU, e a Carta de Direitos e Deveres Eco-
nômicos dos Estados publicada em 1974 pela Assembléia Geral da ONU.
14
O Sistema Geral de Preferências foi criado por meio de acordo aprovado em outu-
bro de 1970 pela Junta de Comércio e Desenvolvimento da UNCTAD (United Nations
Conference on Trade and Development), a agência das Nações Unidas para o De-
senvolvimento e o Comércio, e prevê a redução de tarifas pelos países membros da
Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (Organization for
Economic Co-operation and Developement, em inglês) para determinados produtos
exportados por países em desenvolvimento (Ministério do Desenvolvimento, da In-
dústria e do Comércio Exterior, [s.d.]).
O Artigo III, do GATT 1994, que veicula o princípio ora em tela, esta-
belece que nenhuma lei, regulamento ou tributação pode modificar desfa-
voravelmente as condições de concorrência entre produtos dométicos ou
importados similares.
15
No âmbito do GATT, as reduções tarifárias e eventuais alterações nas regras de
comércio foram promovidas através de rodadas multilaterais de negociação. Antes
da OMC, as rodadas foram as de Genebra (1947), Annecy (1949), Torquay (1951),
Genebra (1956), Dillon (1960-61), Kennedy (1964-1967), Tóquio (1973-1979) e Uru-
guai (1986-1994) (OMC, 2003a). Com a criação da OMC, a negociação através do
sistema de rodadas foi mantida, estando atualmente em discussão a Rodada de Doha.
16
A Rodada Tóquio será estudada com mais detalhes no capítulo IV, quando será
pormenorizado na análise sobre o Acordo sobre Barreiras Técnicas.
17
Com o Trade Expansion Act, os negociadores norte-americanos deixaram de estar
obrigados a negociar com base em uma reciprocidade de “item por item” ou “produto
por produto” e passaram a adotar uma reciprocidade baseada em “pacotes”
(FINLAYSON & ZACHER, 1981).
18
A estabilidade internacional e a autonomia das políticas internas foram caracterís-
tica do período do entre guerras. O compromisso com o “liberalismo implícito” segun-
do se convencionou em chamar, significava o intento de permitir aos governos segui-
rem políticas que estimulassem o crescimento keynesiano em seus países, sem rom-
per com a estabilidade monetária internacional.
a) Acordos Multilaterais:
São os acordos e instrumentos jurídicos conexos incluídos nos ane-
xos 1, 2 e 3 que formam parte do Acordo Constitutivo da OMC e são
vinculantes para todos os membros. São esses:
Anexo 1A:
Acordos multilaterais sobre o comércio de bens:
· Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio de 1994 (GATT 94);
· Acordo sobre a Agricultura;
· Acordo sobre a Aplicação de Medidas Sanitárias e Fitossanitárias;
· Acordo sobre Têxteis e Confecções;
· Acordo sobre Obstáculos Técnicos ao Comércio;
· Acordo sobre as Medidas em Matéria de Investimentos Relaciona
das com o Comércio;
· Acordo sobre a Aplicação do Artigo VI do GATT (dumping);
· Acordo sobre a Aplicação do Artigo VII do GATT (valoração adua
neira);
· Acordo sobre a Inspeção Prévia à Expedição;
· Acordo sobre Normas de Origem;
· Acordo sobre os Procedimentos para o Trâmite de Licenças de Im
portação;
· Acordo sobre Subsídios e Medidas Compensatórias;
· Acordos sobre Salvaguardas.
Anexo 1B:
Acordo Geral sobre o Comércio de Serviços e Anexos – GATS.
Anexo 1C:
Acordo sobre os Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelectual Re
lacionados com o Comércio – TRIPS.
Anexo 2:
Entendimento Relativo às Normas e Procedimentos que Regem a So
lução de Controvérsias.
Anexo 3:
Mecanismo de Exame de Políticas Comerciais.
b) Acordos Plurilaterais: 19
Anexo 4:
Acordo sobre o Comércio de Aeronaves Civis, Acordo sobre
Contratação Pública, Acordo Internacional dos Produtos Lácteos, Acor
do Internacional de Carne Bovina.
19
Os acordos relacionados no Anexo 4 são de adesão voluntária e o Brasil aderiu
somente ao Acordo Internacional de Carne Bovina.
20
O denominado “Sistema Harmonizado de Descrição e Codificação de Mercadori-
as”, ou simplesmente “Sistema Harmonizado” consiste em uma lista de classificação
de mercadorias estabelecida pela Organização Internacional de Aduanas, que pas-
sou a vigorar a partir de 1988. O Sistema Harmonizado contém 99 capítulos divididos
em 21 seções, e fornece uma classificação padrão, que é utilizada por todos os mem-
bros, de até seis dígitos, sendo possível que os membros detalhem suas tabelas
incluindo sub-classificações.
21
Os produtos classificados sob os seguintes códigos do Sistema Harmonizado:
2905.43; 2095.44; 33.01; 35.01 a 35.05; 3809.10; 3823.60; 41.01 a 41.03; 43.01;
50.01 a 50.03; 51.01 a 51.03; 52.01 a 52.03; 53.01; e 53.02.
22
O acordo sobre aviação civil é um acordo plurilateral. O Acordo Multifibras não mais
vigora.
23
O Tratado que institui a Comunidade Européia, por exemplo, dispõe em seus arti-
gos 32 a 38, sob a política agrícola no âmbito do mercado comum, estabelecendo
que dentre seus objetivos inclui-se a estabilização de mercados e o aumento do ren-
dimento individual do que trabalham na agricultura.
24
Em relação a bens, as listas de compromissos dos membros são compostas de
quatro partes. A Parte I compreende as concessões NMF, isto é, as tarifas consolida-
das de cada membro. A Parte II compreende as concessões relativas a acordos
preferenciais. A Parte III compreende as concessões em relação a medidas não-
tarifárias. A Parte IV compreende as concessões em relação a suporte doméstico e
subsídios à exportação no que concerne a bens agrícolas.
25
As listas de compromisso fazem parte do Acordo para todos os fins legais.
26
Para submeter o produto o membro deveria ter incluído a sigla SSG ao lado do
produto em sua lista de compromissos.
27
O Anexo 2 do Acordo de Agricultura define os critérios básicos para uma medida
ser considerada não-distorciva, que consistem em: (a) o suporte ser fornecido pelo
governo sem envolver transferência de renda dos consumidores para os beneficia-
dos; e (b) a medida não ter como efeito proporcionar um preço mínimo para os produ-
tores.
28
Para definir os limites de concessão de subsídios domésticos, e, nesse sentido,
para balizar o cumprimento das obrigações de redução, os cálculos consideram, em
um primeiro momento, as medidas de suporte por produto, como preceitua o Artigo 6
do Acordo.
29
Conforme art. 3.1 do Acordo de Subsídios e Medidas Compensatórias.
30
Ao final da Rodada Tóquio foram assinados 9 Códigos, a saber: Subsídios e Medi-
das Compensatórias, Código de Normas, Procedimentos de Licenciamento de Im-
portação, Compras Governamentais, Valoração Aduaneira; Antidumping, Acordo so-
bre Carne Bovina, Acordo Internacional sobre Lacticínios, Comércio de Aeronaves
Civis.
31
Sob esse aspecto, vale salientar que o Brasil, juntamente com Argentina e Chile,
foram os únicos países da América Latina que à época, 1983, assinaram o acordo,
demonstrando desde cedo preocupação e alinhamento com o tema tratado.
32
Para saber mais detalhes sobre os Acordos de Cooperação Técnica de que o
Brasil faz parte atualmente acessar o site www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/
coopTecnica.asp
33
Os Acordos de Reconhecimento Mútuo - MRAs existem com o objetivo de evitar
custos adicionais ao produtor. Assim, uma vez aprovado, o produto amparado por
esses Acordos não se sujeita à realização de novos testes em outras localidades. Em
outras palavras, testado uma vez, “aceito em qualquer lugar”. Para saber mais deta-
lhes sobre os Acordos de Reconhecimento Mútuo de que o Brasil faz parte acessar o
sítio eletrônico www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/recMutuo.asp
34
Os procedimentos de avaliação e conformidade representam a função central na
operação dos Acordos de Reconhecimento Mútuo – MRAs. São os procedimentos
utilizados, direta ou indiretamente, para verificar o cumprimento das prescrições per-
tinentes aos regulamentos técnicos ou normas. Os procedimentos para a avaliação
da conformidade compreendem, entre outros, os de amostragem, prova e inspeção;
avaliação, verificação e garantia da conformidade; registro, acreditação e aprovação,
separadamente ou em distintas combinações.
Segundo o art. 1.1 do Acordo SPS 35, existem dois requisitos para que
as medidas sanitárias e fitossanitárias possam ser aplicadas: a) que a me-
dida colocada em questão seja uma medida sanitária ou fitossanitária; e b)
que os efeitos da mesma afetem direta ou indiretamente o comércio inter-
nacional. O artigo não prevê, portanto, a necessidade de comprovação de
redução no fluxo comercial, bastando apenas que se confirme à medida
ser aplicável a produtos importados para que se presuma haver um impac-
to no comércio internacional.
35
Art. 1.1 do Acordo SPS - “Este Acordo aplica-se a todas as medidas sanitárias e
fitossanitárias que possam direta e indiretamente afetar o comércio internacional.
Tais medidas serão elaboradas e aplicadas em conformidade com os dispositivos do
presente Acordo”.
Por fim, vale observar que nem todas as medidas destinadas à saúde
pública são consideradas medidas sanitárias ou fitossanitárias. As restri-
ções comerciais por motivos de saúde podem ser tratadas tanto pelo Acor-
do SPS quanto pelo Acordo TBT. Entretanto, há diferença no âmbito desses
Acordos. Assim é que medidas relacionadas a outros riscos à saúde, rele-
vantes para o comércio internacional, e medidas, não diretamente destina-
das à proteção da saúde, mas ao consumidor, não se encaixam na defini-
ção e, portanto, não são sujeitas às disciplinas do Acordo SPS, sendo trata-
das pelo Acordo TBT.
36
O Acordo SPS não impõe a todos os países os mesmos requisitos sanitários e
fitossanitários devido à existência de diferentes tipos de clima, doenças, ou circuns-
tâncias de segurança alimentar. Desse modo, as essas irão variar consoante as con-
dições alimentares, animais e vegetais apresentadas no país de origem.
Com relação a cada setor cada lista deve especificar: termos, limita-
ções e condições de acesso a mercado; condições e qualificações relativas
ao tratamento nacional; acordos relacionados a compromissos adicionais;
prazos para a implementação de cada compromisso; e a data de entrada
em vigor de cada compromisso.
III PARTE
SISTEMA DE SOLUÇÃO
DE CONTROVÉRSIAS NA OMC
1. MEDIDAS ANTIDUMPING
37
Disponível em : http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/secex/defComercial/
insDefComercial/Ins_MedAnt_PrgMaiFrequentes.php
38
O produto é considerado similar a outro quando é idêntico àquele ou, quando não
existir produto idêntico, a um outro que apresente características semelhantes.
39
Manual de Defesa Comercial, Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janei-
ro – FIRJAN, Rio de Janeiro, 1997, pág. 15.
40
Considera-se como indústria doméstica a totalidade dos produtores nacionais de
produto similar ao importado, ou o conjunto de produtores cuja produção da merca-
doria em análise constitua parcela significativa da produção nacional.
41
Artigo 14 do Decreto nº 1.602.
Além dos itens acima mencionados, para que seja configurada a exis-
tência de ameaça de dano material, serão considerados, também:
42
Para mais detalhes sobre esse assunto ler: Lima-Campos e Vito, “Abuse and
Discretion – The Impact of Anti-dumping and Countervailing Duty Proceedings on
Brazilian Exports to the United States”, Journal of World Trade 38(1): 37-68, 2004; e
Dumping e Subsídio: Impacto para o Brasil da Nova Legislação dos EUA, RBCE 44,
pp. 17-31, 1995.
43
Artigo 9º do parágrafo 1º do Decreto nº 1.355, de 30/12/1994.
44
Artigo 57 do Decreto nº 1.602, de 23 de agosto de 1995.
2. MEDIDAS COMPENSATÓRIAS
45
Disponível em : http://www.desenvolvimento.gov.br/sitio/secex/defComercial/
insDefComercial/Ins_MedAnt_PrgMaiFrequentes.php
46
É o país de origem da exportação, onde é concedido o subsídio. Quando os produ-
tos não forem exportados para o Brasil diretamente do país exportador, mas a partir
de um país intermediário, as transações em questões serão consideradas como ten-
do ocorrido entre o país exportador e o Brasil.
47
Um subsídio é considerado específico quando a autoridade outorgante, ou a legis-
lação vigente, explicitamente limitar o acesso ao subsídio a uma ou a um grupo de
empresas e indústrias, a ramos de produção, ou a regiões geográficas, ressalvadas
as hipóteses previstas no item b).
Sem dúvida alguma, a questão dos subsídios é uma das de maior re-
levância a afetar o comércio internacional. Em várias Rodadas de negocia-
ções no âmbito da OMC esse tema sempre foi recorrente e a razão mais
contundente para que os países não chegassem a um consenso sobre o
tema. Na mais recente reunião dos países-membros na Rodada Doha 48,
realizada em Hong Kong, em dezembro de 2005 , este tema foi o mais
intensamente debatido. Infelizmente, não houve avanços significativos na
eliminação de subsídios agrícolas pelos países desenvolvidos, que decidi-
ram por fim a essa prática somente no ano de 2013.
48
Lançada no fim de 2001 em Doha, capital do Qtar, a rodada de negociações entre
os países-membros da OMC que prevê a liberalização do comércio mundial, incluin-
do serviços e produtos agrícolas. É também chamada de Rodada do Desenvolvimen-
to.
3. MEDIDAS DE SALVAGUARDA
50
A CAMEX é formada pelos Ministros de Estado do Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior, da Fazenda, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, chefe da
Casa Civil da Presidência da República, e do Orçamento, Planejamento e Gestão.
51
O GTDC é presidido pela secretaria executiva da CAMEX e composto por um re-
presentante de cada ministério que integra a CAMEX.
1.3.1 PEDIDO
52
Para outras hipóteses de indeferimento de petição e encerramento de processo
investigatório contra práticas desleais de comércio vide Art. 21 do Decreto n.º 1.602/
95, Art. 25 do Decreto n.º 1.751/68 e Art. 2 do Decreto n.º 1.488.
53
Conforme lhe faculta o Art. 19, § 3º do Decreto n.º 1.602/95 e o Art. 30 do Decreto
n.º 1.751/95.
1.3.5 COMPROMISSOS
54
De minimis - a margem de dumping á considerada de minimis quando, expressa
como um percentual do preço de exportação, for inferior a dois por cento.
55
Volume de Importações Insignificante – quando o volume de informações proveni-
entes de determinado país for inferior a três por cento do total das importações brasi-
leiras de produto similar, exceto quando os países que, individualmente, respondem
por menos de três por cento das importações de produto similar importado pelo Bra-
sil, sejam coletivamente responsáveis por mais de sete por centos das importações
do produto.
56
De minimis – o montante de subsídio acionável será considerado como de minimis
quando:
57
Volume de Importações Insignificante – quando o volume de importações proveni-
entes de determinado país for inferior a três por cento do total das importações brasi-
leiras de produto similar, exceto quando os países que, individualmente, respondem
por menos de três por cento das importações do Brasil, sejam, coletivamente, res-
ponsáveis por mais de sete por cento das importações do produto. Para os países em
desenvolvimento, quando o volume for inferior a quatro por cento individualmente ou,
coletivamente, seja responsável por mais de nove por cento das importações totais
do produto.
MODALIDADES
3.1. Salvaguardas Transitórias (Decreto nº 5.556/05)
3.4. TRÂMITES
1. Os pedidos de aplicação de medida de salvaguarda deverão ser
formulados por escrito, instruídos com indícios de desorganização de mer-
cado e dirigidos à SECEX.
3.5. PRAZOS
1. O prazo de vigência das salvaguardas transitórias contra a China
extinguir-se-á em 11 de dezembro de 2013.2. As investigações serão con-
cluídas no prazo de até 8 meses, contados a partir da data de sua abertu-
ra.3. Procedida à abertura da investigação, os interessados (importadores,
exportadores e demais interessados) terão o prazo de 30 dias para mani-
festação.4. Após ser notificado da investigação intenção de se dar início à
investigação, o governo da China terá o prazo de 10 dias para manifestar
seu interesse na realização das consultas preliminares, que deverão ser
realizadas no prazo de 30 dias contados da data de recebimento do pedido
de consultas. 5. Se das consultas não resultar uma solução mutuamente
satisfatória, num prazo de 60 dias contados da data de recebimento do
pedido de consultas, as medidas de salvaguarda poderão, então, ser apli-
cadas.6. Na hipótese de aumento significativo de importações decorrentes
de desvio de comércio, as consultas serão celebradas em um prazo de 30
dias contados apartir da notificação destas ao Comitê de Salvaguardas da
OMC.7. Se as consultas processadas nos trâmites de desvio de comércio
não redundar a um acordo entre Brasil e China, ou membros da OMC en-
volvidos na questão, poderá o Brasil aplicar salvaguardas no prazo de 60
dias após a notificação.8. Uma medida de salvaguarda provisória que
é adotada antecipadamente em circunstâncias críticas com a caracteriza-
ção de dano irreparável terá a duração máxima de 200 dias.9. O prazo de
aplicação da medida de salvaguarda definitiva levará em conta o prazo de
aplicação da medida provisória.10. A duração de uma salvaguarda defini-
tiva se limitará ao período necessário para impedir ou reparar a desorgani-
zação de mercado para os produtores nacionais ou diretamente concor-
rentes.11. Se o prazo de vigência de uma medida aplicada em decorrência
de uma aumento relativo das importações exceder 2 anos ou se exceder 3
anos no caso de aumento absoluto das importações, a CAMEX deverá con
3. LEGISLAÇÃO
Além do Decreto Legislativo 30, de 15 de dezembro de 1994, do De-
creto 1.355, de 30 de dezembro de 1994, da Lei 9.019, de 30 de março de
1995, da Lei 9.784, de 29 de janeiro de 1999, dos Decretos n° 4.634 e
4.732, respectivamente, de 21 de março de 2003 e 10 de junho de 2003, e
da Circular SECEX n.º 59, de 28 de novembro de 2001, os processos de
investigação e a aplicação de medidas de defesa comercial são também
regulados pelas seguintes normas específicas:
GLOSSÁRIO
DANIEL PIRES CARNEIRO
FERNANDA CRESPO FERREIRA
A
ACORDOS BILATERAIS
Tipo de acordo em que estão envolvidas apenas duas partes, poden-
do ser firmados entre Estados ou entre um Estado e uma Organização In-
ternacional, sob os mais variados temas como comércio e segurança inter-
nacional.
ACORDO DE LISBOA
Tratado administrado pela Organização Mundial de Propriedade Inte-
lectual (WIPO - World Intellectual Property Organization), para a proteção
de indicações geográficas e seu registro internacional.
ACORDO DE MADRID
Tratado administrado pela Organização Mundial de Propriedade Inte-
lectual (WIPO - World Intellectual Property Organization) para a repressão
de indicação falsa ou enganosa de fonte sobre bens.
ACORDOS MULTILATERAIS
São acordos firmados por três ou mais sujeitos do Direito Internacio-
nal. Devido às muitas partes envolvidas no acordo, este só entrará em vi-
gor a partir de sua ratificação pelos Estados. No âmbito da OMC, os Acor-
dos Multilaterais são aqueles que têm como característica principal à
obrigatoriedade de adesão por todos os seus membros, contendo regras
de observância obrigatória, como a do Tratamento Nacional e da Nação-
mais-favorecida.
ACORDOS PLURILATERAIS
São acordos firmados entre os países-membros da OMC, tendo como
característica principal à adesão facultativa, isto é, são válidos somente
entre seus signatários. Um exemplo de acordo plurilateral é o Acordo so-
bre Compras Governamentais.
ACP
(African, Caribbean and Pacific countries)
Países Africanos, Caribenhos e do Pacífico. Um grupo de países com
relacionamento comercial preferencial com a UE, sob o tratado de Lomé,
atualmente denominado de Acordo de Cotonou.
AGENDA 2000
A reforma financeira da CE planejada para 2000-06 que se concentra
em fortalecer a União com vistas à recepção de novos membros. Inclui re-
forma da Política Agrícola Comum - CAP (Common Agricultural Policy).
AGENDA 21
A Agenda para o Século 21 — uma declaração do Earth Summit 1992
(Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento), que acon-
teceu no Rio de Janeiro.
ALCA
ALCA, ou Área de Livre Comércio das Américas (FreeTrade Area of the
Americas - FTAA) é uma iniciativa de 34 países do Continente americano,
proposta em dezembro de 1994, em Miami, durante a I Cúpula das Améri-
cas, com a finalidade de eliminar as barreiras ao comércio e aos investi-
mentos na região.
APEC
(Asia Pacific Economic Cooperation fórum)
Fórum Econômico da Ásia e do Pacífico.
APOIO INTERNO
Apoio Interno, ou apoio doméstico, consiste nos subsídios e outras
formas de pagamento ou assistência governamental aos produtores agrí-
colas em um determinado país. Em geral, visam à manutenção de um nível
ARTIGO XX
(I.e. 20) Artigo da GATT listando as “exceções” aplicáveis às regras de
comércio.
ASEAN
(Association of Southeast Asian Nations)
Associação de Nações do Sudeste Asiático. Oito membros da ASEAN
são membros da OMC: Brunei, Camboja, Indonésia, Malásia, Myanmar, Fili-
pinas, Cingapura e Tailândia. Os outros membros da ASEAN, Laos e Vietnam,
estão negociando seu ingresso na OMC.
ATC
(Agreement on Textiles and Clothing)
Acordo da OMC sobre têxteis e vestuários.
AUTOMACIDADE
Em disputas, ou controvérsias, a progressão cronológica “automática”
para o estabelecimento de disputas de comércio, diz respeito ao estabele-
cimento de painéis, termos de referência, imposições e procedimentos de
adoção.
B
BARREIRAS
Também denominadas restrições comerciais, são um conjunto de ins-
trumentos adotados por determinado governo para controlar o comércio
internacional de seu país, com objetivo de reduzir ou até mesmo impedir a
entrada de produtos estrangeiros em seu território. São legítimas e visam
proteção de um determinado bem jurídico pelo Estado, como a proteção da
saúde do consumidor, proteção do meio ambiente, etc. Entretanto, na mai-
oria das vezes são utilizadas como medidas protecionistas, promovendo
um desestímulo a importação.
BARREIRAS NÃO-TARIFÁRIAS
As barreiras não-tarifárias (BNTs) são restrições comerciais à entrada
de mercadorias importadas não efetivadas através de tarifas aduaneiras.
São utilizadas a fim de promover a proteção de determinados bens jurídi-
cos considerados importantes pelos Estados, como a proteção ao meio-
ambiente e do consumidor. Estas barreiras podem significar uma forma de
protecionismo visando a entrada de produtos estrangeiros. São exemplos
de barreiras não-tarifárias as medidas sanitárias e fitossanitárias, as bar-
reiras técnicas e outras medidas como políticas de preços mínimos.
BIT
(Bilateral Investment Treaties)
Tratados bilaterais sobre investimentos.
BSE
(Bovine spongiform encephalopathy)
Encefalopatia Bovina Spongiforme, ou doença da vaca louca.
C
CAFTA
(US-Central America Free Trade Agreement)
CAFTA , ou Acordo de Livre Comércio Centro-Americano, é uma inici-
ativa dos Estados Unidos, Costa Rica, Honduras, Guatemala, El Salvador e
Nicarágua, de criar uma área de livre comércio para eliminar tarifas e ou-
tras barreiras ao comércio de bens, agricultura, serviços, investimentos
entre esses países. Passou a vigir entre os países em 1° de janeiro de 2005.
CAIXA AMARELA
(também chamada de caixa âmbar)
Também chamada de subsídios distorcivos, compreende as políticas
internas capazes de distorcer o comércio agrícola internacional. Estão su-
jeitas a limites de uso global e determinado, assim como acordos de redu-
ção. Essas políticas internas são compostas por sistemas de sustentação
de preços de mercado e pagamentos diretos aos produtores. Os subsídios
tipo caixa amarela que afetem menos de 5% do valor de produção estão
isentos do compromisso de redução. Atualmente, apenas 34 países-mem-
bros utilizam a caixa amarela, incluindo o Brasil.
CAIXA AZUL
Também chamada de subsídios distorcivos, mas vinculados. Consiste
em formas de apoio interno capazes de distorcer o comércio internacional,
que são, todavia, isentas de compromissos multilaterais por estarem rela-
cionadas a programas de limitação da produção agropecuária, as quais
não estão sujeitas aos compromissos de redução do apoio interno. Agrupa
alguns subsídios que foram permitidos por terem, teoricamente, menor
impacto sobre o comércio (pagamentos diretos a agricultores em progra-
mas de limitação de produção, etc.).
CAIXA VERDE
Chamada de subsídios não distorcivos, esta forma de apoio está isenta
do compromisso de redução, mas não pode estar vinculada a nenhum tipo
de garantia de preços aos produtores. São medidas de apoio doméstico do
tipo caixa verde a assistência a desastres, bem como os programas gover-
namentais de pesquisa, extensão rural, infra-estrutura e controle de pes-
CAIXA VERMELHA
Compreende políticas de apoio doméstico consideradas proibidas ou
ilegais por sua capacidade de distorcer os fluxos de comércio entre os
diversos países. No momento, nenhum mecanismo de política pública agrí-
cola, adotado pelos membros da OMC, foi até hoje enquadrado pela caixa
vermelha.
CLÁUSULA DE ESCAPE
(Scape clause)
Parte de um texto legal que permite a violação do mesmo, sob deter-
minadas condições. No comércio internacional, o maior exemplo de cláu-
sula de escape são as salvaguardas.
CLÁUSULA DE PAZ
Criada no fim da Rodada do Uruguai, a Cláusula de Paz impede que
sejam questionadas as medidas de apoio interno, concedidas pelos países
para a agricultura. Seu prazo expirou no final de 2003.
COMPRAS GOVERNAMENTAIS
As Compras Governamentais (Government Procurement) referem-se
ao processo de compras, leasing, arrendamentos e contratações realiza-
dos por entidades ou agências governamentais.
COMPROMISSO DE PREÇOS
Compromisso onde um exportador aumenta o preço do produto ex-
portado para evitar a aplicação de um direito antidumping.
COMUNIDADE ANDINA
A Comunidade Andina foi criada em 1997 pela Bolívia, Equador, Peru,
Colômbia e Venezuela, com a finalidade de formar uma Zona Aduaneira,
baseada em princípios do livre comércio e abertura regional. O antecessor
da Comunidade Andina foi o Pacto Andino, assinado em 1969.
CONVENÇÃO DE PARIS
Tratado para a proteção da propriedade intelectual industrial, admi-
nistrada pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (WIPO - World
Intellectual Property Organization).
CONVENÇÃO DE ROMA
Convenção internacional para proteção aos artistas intérpretes ou
executantes, aos produtores de fonogramas e aos organismos de radiodi-
fusão.
CAP
(Common Agricultural Policy)
CAP, ou Política de Agricultura Comum, consiste em um sistema de
objetivos de produção e mecanismos de marketing desenvolvidos para o
gerenciamento do comércio agrícola no âmbito da União Européia com o
resto do mundo.
CARICOM
(The Caribbean Community and Common Market)
Comunidade e Mercado Comum do Caribe, abrangendo 15 países.
CARRY FORWARD
Quando um país exportador utiliza parte da quota do ano seguinte
durante o ano em curso.
CARRY OVER
Quando um país exportador utiliza a quota não utilizada do ano an-
terior.
CBD
(Convention on Biological Diversity)
Convenção sobre Diversidade Biológica.
CE
Comunidade Européia (denominação oficial da União Européia na OMC).
CIRCUNVENÇÃO
Significa driblar obrigações contidas (compromissos) na OMC, tais
como obrigações de limitar subsídios a exportadores agrícolas. Inclui: evi-
tar quotas e outras restrições através da alteração do país de origem de um
produto; medidas tomadas por exportadores para a evasão de pagamento
de tarifas antidumping ou tarifas de compensação.
CITES
(Convention on International Trade in Endangered Species)
Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de flora e fauna
selvagens em perigo de extinção. Um acordo multilateral de meio-ambi-
ente.
CODEX ALIMENTARIUS
Comissão da FAO (Food and Agriculture Organization), Organização
de Alimento e de Agricultura das Nações Unidas, que lida com padrões
internacionais de segurança alimentar.
COMÉRCIO ELETRÔNICO
Produção, publicidade (anúncio) venda e distribuição de produtos via
redes de telecomunicações.
CONSIDERAÇÕES DE NÃO-COMÉRCIO
Semelhante a multifuncionalidade. O preâmbulo do Acordo Agrícola
especifica segurança de alimentos e proteção ambiental como exemplos.
Também citados por membros são o desenvolvimento rural, emprego e
mitigação da pobreza.
CONVENÇÃO DE BASEL
Acordo ambiental multilateral sobre resíduos perigosos.
CONVENÇÃO DE BERNA
Tratado administrado pela Organização Mundial de Propriedade Inte-
lectual, (WIPO - World Intellectual Property Organization), para proteção
dos direitos de autores, em seus trabalhos literários e artísticos.
CTD
(Committee on Trade and Development)
Comitê de Comércio e Desenvolvimento da OMC
CTE
(Committee on Trade and Environment)
Comitê da OMC para Comércio e Meio Ambiente.
CTG
(Council for Trade in Goods)
Conselho para o Comércio de Bens — supervisiona acordos da OMC
de bens, incluindo o ATC.
D
DISTORÇÃO
Quando os preços de produção são maiores ou mais baixos que os
níveis que normalmente existiriam num mercado competitivo.
DSB
(Dispute Settlement Body)
Órgão de Solução de Controvérsias. Quando o Conselho Geral da OMC
se reúne para resolver disputas de comércio.
DUMPING
É a venda de um produto no mercado de um outro país a um preço
"abaixo de seu valor normal", ou seja, preço que geralmente se considera
menor do que o que se cobra pelo produto dentro do país exportador, ou
em sua venda a terceiros países. De modo geral, o dumping é reconhecido
como uma prática injusta de comércio, pois prejudica os fabricantes de
produtos similares no país importador.
E
EEP
(Export Enhancement Programme)
Programa de Melhoria para Exportação — um programa de subsídios
de exportação dos Estados Unidos da América, geralmente concedido para
competir com exportações subsidiadas da União Européia em certos mer-
cados de exportação.
EFTA
(European Free Trade Association)
Associação Européia de Livre Comércio.
ESCALADA TARIFÁRIA
Trata-se de progressividade tarifária a medida em que os produtos
adquirem maior valor agregado, ou seja, produtos brutos sofrem tarifações
reduzidas, bens intermediários sofrem tarifações um pouco mais elevadas
e bens finais, de alto valor agregado, sofrem tarifas elevadas. Essa prática
protege indústrias domésticas de produtos processados e desencorajam o
desenvolvimento de indústrias nos países de onde são originadas as maté-
rias-primas.
EX ANTE , EX POST
Antes e depois da imposição de uma medida.
EXAUSTÃO
O princípio da exaustão dos direitos determina que a possibilidade de
exercício do direito de exclusão, garantido ao titular de direito de proprie-
dade intelectual, se exaure a partir do momento em que ele é responsável
pela introdução de seu produto no mercado, seja direta ou indiretamente.
EXTERNALIDADE
Situação em que uma ação individual de um agente econômico (pes-
soa, empresa, governo, etc.) afeta diretamente os outros agentes, trazen-
do para eles conseqüências benéficas ou maléficas em relação à sua con-
dição anterior.
F
FACILITAÇÃO DE COMÉRCIO
Tem como fim tornar o comércio internacional mais rápido e menos
oneroso. Consiste em medidas que implicam na reforma da administração
de portos e alfândegas para torná-los mais eficientes, incluem a elabora-
ção normas mais ágeis, assim como uma maior automação e utilização do
comércio eletrônico.
FALSIFICAÇÃO
Representação não-autorizada de uma marca registrada constando
de bens idênticos ou similares a bens para os quais a marca é registrada,
com vistas a enganar o comprador e levá-lo a acreditar que se está adqui-
rindo os bens originais.
FARM BILL
É a Política Agrícola Americana norteada por leis agrícolas aprovadas
no Congresso dos Estados Unidos, desde 1993. Esta lei fornece as diretri-
zes para toda política de produção, comércio agrícola e segurança alimen-
tar dos Estados Unidos.
FAST-TRACK
Lei norte-americana pela qual o Congresso concede ao Presidente dos
Estados Unidos uma autorização para que ele possa negociar acordos co-
merciais com outros países no âmbito internacional, de modo que os acor-
dos não possam ser emendados posteriormente, quando de sua aprovação
legislativa. Desta forma, o Congresso norte-americano só poderá aprovar
ou rejeitar os acordos comercias integralmente, perdendo o direito de alterá-
los. O Fast-Track foi concedido por um período de tempo determinado,
podendo ser renovado. O atual mandato, aprovado em 2002, permanecerá
em vigor até 2007.
FDI
(Foreign direct investment)
Investimento estrangeiro direto.
FÓRMULA HARMONIZANTE
Usada em negociações para reduções mais drásticas em tarifas mais
altas que em tarifas mais baixas, as taxas finais sendo “harmonizadas” i.e.,
com diferenças menores.
FÓRMULA SUÍÇA
A Fórmula Suíça foi proposta pela primeira vez na Rodada Tóquio
(1973-1979) para o setor industrial. É uma forma de harmonizar a estru-
tura tarifária através de um processo de corte das tarifas de um país, ou
seja, ela pondera o rebaixamento das tarifas de importação pelas tarifas já
utilizadas dentro do país. Esta fórmula permite a redução dos picos
tarifários, pois ela corta as tarifas mais altas, sendo que as tarifas mais
baixas sofrem cortes menores.
FREE-RIDER
Refere-se ao benefício recebido por um país-membro da OMC com o
resultado de negociações feitas por outros Países-membros, mesmo sem
ter este feito qualquer concessão comercial. Esses benefícios são concedi-
dos pelos países pactuantes, em virtude da cláusula da nação-mais-
favorecida.
G
G7
Grupo de sete países líderes na indústria: Canadá, França, Alemanha,
Itália, Japão, Reino Unido e Estados Unidos da América.
G8
G7, mais a Rússia.
G77
Grupo de países em desenvolvimento, estabelecido em 1964 no tér-
mino do primeiro UNCTAD (originalmente 77, porém, conta atualmente com
mais de 130 países).
GSP
(Generalized System of Preferences)
Sistema de Preferência Generalizado. Programas feitos por países de-
senvolvidos concedendo tarifas preferenciais para importações de países
em desenvolvimento. Sistema Harmonizado. Nomenclatura internacional
desenvolvida pela WCO (World Customs Organization), Organização Mun-
dial de Aduanas, que se encontra em códigos de seis dígitos, permitindo
os países participantes a classificar bens comercializados em base comum.
GATS
(General Agreement on Trade in Services)
O Acordo Geral sobre Comércio de Serviços, GATS, é um dos anexos
(anexo 1B) do Acordo de Marrakesh (Acordo Constitutivo da Organização
Mundial do Comércio – OMC) de abril de 1994. É o primeiro acordo multi-
lateral com regras e disciplinas para o comércio de serviços. Define quatro
modos de prestação de serviços: Modo 1 – serviços transfronteiriços; Modo
2 – consumo no exterior; Modo 3 – Presença comercial (pessoa jurídica); e
Modo 4 – Presença de pessoa natural (pessoa física).
GATT
(General Agreement on Tariffs and Trade)
O Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio é um conjunto de regras e
GRUPO DE CAIRNS
O Grupo de Cairns, responsável por 20 por cento das exportações de
produtos agrícolas no mundo, inclui tanto países desenvolvidos quanto em
desenvolvimento. Os países membros do grupo são: Argentina, Austrália,
Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Fiji, Indonésia, Malásia, Nova Zelândia,
Paraguai, Filipinas, África do Sul, Tailândia e Uruguai. Agindo em conjunto,
esses países tem obtido mais influência e impacto nas negociações agríco-
las do que teriam se agissem de maneira isolada. O grupo, que está sob a
liderança da Austrália, tem uma abordagem consensual no seu processo
de tomada de decisões.
H
HLM
(High-Level Meeting for least-developed countries)
Reunião de alto-nível da OMC para países menos desenvolvidos, ocor-
rida em Genebra, Outubro de 1997.
I
INVESTIMENTO EXTERNO DIRETO
(IED)
Representa o deslocamento da pessoa jurídica (empresa), ou seja, é a
presença comercial. Há investimento externo direto sempre que um não-
residente realiza um investimento com intuito de controlar efetivamente a
empresa receptora de capital (filial, subsidiária ou joint venture).
INCOTERMS
(International Commerce Terms)
Termos internacionais de Comércio. Quando comerciantes participam
em um contrato de compra e venda, são livres de negociar os termos espe-
cíficos de seu contrato. Estes termos incluem o preço, quantidade, e carac-
terísticas dos bens. Cada contrato internacional conterá também o que é
chamado de um Incoterm (termo comercial internacional), que é represen-
tado por siglas. O Incoterm selecionado pelas partes envolvidas na transa-
ção determinará que parte paga o custo de cada segmento do transporte,
quem é responsável pelo carregamento e descarregamento dos bens, e
quem carrega com o risco da perda em algum ponto do transporte interna-
cional.
Os incoterms são administrados pela Câmara de Comércio internaci-
onal em Paris e são aderidos pelas principais nações participantes em co-
mércio exterior. Existem atualmente 13 Incoterms em uso.
INDICAÇÕES GEOGRÁFICAS
Constitui indicação geográfica a indicação de procedência ou a deno-
minação de origem:
IPRs
(Intellectual property rights)
Direitos de Propriedade Intelectual.
ITA
(Information Technology Agreement)
Acordo de Tecnologia da Informação, ou formalmente Declaração Mi-
nisterial do Comércio em Produtos de Informação Tecnológica.
ITA II
Negociações visando à expansão e cobertura de produtos no âmbito
da ITA.
ITC
(International Trade Centre)
Centro de Comércio Internacional originalmente estabelecido pelo
antigo GATT e presentemente operado em conjunto pela OMC e as Nações
Unidas, a última agindo através da Conferência das Nações Unidas sobre
Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). Ponto focal para cooperação téc-
nica na promoção de vendas de países em desenvolvimento.
L
LCA
(Life cycle analysis)
Análise do ciclo da vida — método utilizado para identificar se um
serviço ou bem é ambientalmente amigável.
LDCs
(Least-developed countries)
Países menos desenvolvidos.
LISTAS POSITIVAS
Uma das formas pela qual os países fazem suas ofertas. Através da
lista positiva, os países listam apenas os setores que estão dispostos a
negociar. É a forma utilizada na OMC.
LISTAS NEGATIVAS
Uma das formas pela qual os países apresentam suas ofertas. Na lista
negativa, constam somente os setores nos quais são mantidas medidas
desconformes com as obrigações principais dos acordos, ou seja, se apre-
senta apenas o que não será negociado. É a forma que está sendo pleitea-
da pelos Estados Unidos para se apresentar ofertas na ALCA.
M
MAILBOX
Em Propriedade Intelectual, refere-se à exigência do Acordo TRIPS
aos membros OMC que ainda não providenciaram proteção de patente para
produtos farmacêuticos e agrotóxicos. Desde 1.º de Janeiro de 1995, quando
os Acordos da OMC entraram em vigor, tais países tem que estabelecer um
meio pelo qual pedidos de patentes para tais produtos possam ser deposi-
tados.
MEA
(Multilateral environmental agreement)
Acordo multilateral do meio-ambiente.
MEDIDAS COMPENSATÓRIAS
Ações empreendidas por um país importador, geralmente em forma
de tarifas aumentadas, para compensar subsídios concedidos a produtores
ou exportadores no país exportador.
MEMBROS
Países-membros da OMC.
MFA
(Multifibre Arrangement)
Acordo Multifibras (1974—94).
MFN
(Most-favoured-nation treatment)
Tratamento a nações mais favorecidas (GATT Artigo 1°, GATS Artigo
MERCOSUL
O Mercado Comum do Sul, Mercosul, surgiu, inicialmente, como zona
de livre comércio, estimulada pela liberalização tarifária gradual, linear e
automática acordada por quatro Estados Partes (Brasil, Argentina, Paraguai
e Uruguai). O segundo passo foi estabelecer os primeiros contornos da
União Aduaneira, com a entrada em vigor em 1o de janeiro de 1995 da
Tarifa Externa Comum (TEC).
MODALIDADES
Também chamadas de métodos, referem-se aos procedimentos a se-
rem observados como parâmetros para uma negociação, ou seja, a forma
como uma negociação deverá ser conduzida. Além disso, sua definição pro-
duz efeitos no condicionamento e na forma de ofertas e propostas que os
países, em negociação, deverão apresentar.
MODO 1
Modo 1, ou Serviços Transfronteiriços, é o serviço fornecido de um
país a outro. Não há movimento de pessoas ou necessidade de se estabe-
lecer comercialmente no país onde o serviço é consumido. Por exemplo, o
caso de uma firma local que prepara um estudo para um cliente estrangei-
ro interessado nesse mercado. O serviço, no caso, o estudo, será encami-
nhado ao cliente via e-mail.
MODO 2
Modo 2, ou Consumo no Exterior, refere-se aos serviços consumidos
por cidadãos de um país no território de outro país onde o serviços é pres-
tado. O serviço, portanto, é prestado a consumidores que não se encon-
tram em seu país de residência. Por exemplo: turismo internacional.
MODO 3
Modo 3, ou Presença comercial, ocorre quando um prestador de ser-
viços sai de seu país de origem para estabelecer-se comercialmente em
outro país a fim de prestar um serviço. Esta presença se dará por meio de
qualquer tipo de estabelecimento comercial ou profissional, como, por
exemplo, corporações, filiais, escritórios representativos e joint-ventures.
MODO 4
Modo 4, ou Movimento de pessoas físicas, se aplica apenas às pesso-
as físicas de um país que se estabelecem temporariamente em outro país
com o propósito de prestar um serviço.
MULTIFUNCIONALIDADE
Esta terminologia está compreendida dentro das chamadas “questões
não-comerciais” (non-trade concerns) da agricultura nas negociações in-
ternacionais. Consiste, basicamente, na idéia de que a agricultura desem-
penha outras funções que vão além da produção de alimentos e fibras, que
trazem externalidades positivas para a sociedade. Dentre essas funções
destacam-se a manutenção do emprego rural, a ocupação territorial, o equi-
líbrio das pequenas cidades, a preservação ambiental e da paisagem rural,
a manutenção da cultura camponesa, entre outros.
N
NAFTA
(North America Free Trade Agreement)
O Acordo de Livre Comércio da América do Norte entrou em vigor em
1994, constituindo uma área de livre comércio entre os países México, Es-
tados Unidos e Canadá, com o objetivo de eliminar as barreiras comerciais
e a facilitar o deslocamento de bens e serviços entre os países-membros.
NAÇÃO-MAIS-FAVORECIDA
No âmbito de um acordo comercial, é o princípio que dispõe que toda
vantagem, favor, privilégio ou imunidade concedida por um país a produ-
tos originários de outro país ou a ele destinados, será estendido imediata e
incondicionalmente, a qualquer produto similar, originário do território de
todos os demais países-membros desse acordo.
NAMA
(Non-Agricultural Market Access)
Designa a área de negociações sobre tarifas e barreiras não-tarifárias
aplicadas a todos os produtos não cobertos pelas negociações sobre agri-
cultura.
NULIFICAÇÃO
Danos aos benefícios e expectativas de um país por sua condição de
membro da OMC, através de alterações no regime de comércio de outro
país. Pode significar também falha para executar suas obrigações com a
OMC.
O
OBRIGAÇÕES GERAIS
Obrigações que deveriam ser aplicadas a todos os setores de serviços
à entrada em vigor do Acordo GATS.
OFERTA
Proposta de um país de proceder a uma maior liberalização, geral-
mente uma oferta para aumentar o acesso a seus mercados.
OMC
A Organização Mundial do Comércio, OMC, é uma organização inter-
nacional que surgiu como resultado final da Rodada Uruguai, realizada no
âmbito do GATT - Acordo Geral sobre Tarifas e Comércio, com objetivo de
coordenar, administrar e servir de foro para as negociações do comércio
internacional. A organização entrou em vigor em 1° de janeiro de 1995, e
hoje conta com 149 membros.
ÓRGÃO DE APELAÇÃO
É a segunda instância decisória para a solução de disputas na OMC. É
acionado por um membro quando este, após ter participado de um litígio
em um painel, se sente prejudicado com o resultado. É composto de sete
árbitros que possuem um mandato de quatro anos.
P
PAC
A Política Agrícola Comum, PAC, é o sistema de instrumentos associ-
ados à política comercial da União Européia baseado na imposição de tari-
fas variáveis e subsídios, com objetivo de promover a sustentação da ven-
da agrícola da agricultura européia.
PAGAMENTO DE DÉFICIT
Consiste em um tipo de suporte doméstico à agricultura nacional,
pago por governos a produtores de certas commodities. Baseia-se na dife-
rença entre o preço alvo e o preço do mercado doméstico, ou taxa de juros
sobre empréstimos, o que for menor.
PAINEL
O painel é a primeira instância do Órgão de Solução de Controvérsias
(OSC) e julga os conflitos comerciais entre os países-membros da OMC. É
composto por três árbitros, escolhidos pelos membros envolvidos com o
litígio, que fazem recomendações a esses a respeito de determinada con-
trovérsia. Pode ser instaurado a pedido das partes, quando as negociações
bilaterais não surtirem efeito.
PICOS TARIFÁRIOS
São tarifas extremamente elevadas aplicadas sobre a importação de
determinados produtos normalmente considerados sensíveis. Também são
denominadas de megatarifas.
PRODUTO AGRÍCOLA
Definido para a cobertura do Acordo Agrícola da OMC, conforme Anexo
1°. Isto exclui, por exemplo, produtos de pesca e florestais e inclui vários
tipos de processamento de diferentes commodities.
PRODUTOS SENSÍVEIS
Os produtos sensíveis são aqueles que possuem grande sensibilidade
a fatores exógenos, passíveis de prejudicar sua produção e comercialização.
PROTEÇÃO DE FRONTEIRAS
Qualquer medida que restrinja importações no porto (ponto de entra-
da).
PROTOCOLOS
Acordos adicionais vinculados ao GATS (General Agreement on Trade
in Services), Acordo Geral sobre Comércio de Serviços. O segundo protoco-
lo tratados compromissos sobre serviços financeiros de 1995 e o terceiro
protocolo trata da circulação de pessoas.
PROTOCOLO DE MONTREAL
Acordo multilateral de meio ambiente que cuida da diminuição da
camada de Ozônio na Terra.
Q
QUAD
Grupo formado por Canadá, União Européia, Japão e Estados Unidos.
T
TARIFAS ANTIDUMPING
O Artigo 6.º do GATT permite a imposição de tarifas de antidumping
sobre bens vendidos por valores abaixo do custo e que causam danos a
produtores no país importador. Tais tarifas são iguais à diferença entre o
preço de exportação do bem e seu valor, no caso de causar qualquer dano.
TARIFA DE ESTORVO
Uma tarifa tão baixa que custa mais ao governo para recolher que a
receita gerada. Por vezes, a tarifa que não possui qualquer efeito de prote-
ção. Por outro lado, alguns países a defendem como sendo necessário para
produzir receitas.
R
RECIPROCIDADE
Princípio consistente na negociação de vantagens e concessões mú-
tuas entre países. Para o comércio internacional, refere-se à forma de es-
tabelecer acordos, compromissos e concessões para redução de níveis
tarifários e outras barreiras ao comércio por meio de um processo de ne-
gociação do tipo "toma lá, dá cá" (give-and-take it).
REGRAS DE ORIGEM
Leis, regulamentações e procedimentos administrativos que determi-
nam o país de origem de um determinado produto. Por exemplo, a decisão
de uma autoridade alfandegária sobre a origem de um produto pode de-
terminar: se sua remessa sofrerá limitações de quota, se é qualificada para
receber uma tarifa preferencial, ou é afetada por direitos antidumping. Es-
sas regras variam de país para país.
RESTRIÇÕES QUANTITATIVAS
Limites específicos de quantidade ou valor de produtos que podem
ser importados (ou exportados) durante um determinado período de tem-
po.
RODADA URUGUAI
Rodada de negociações comerciais multilaterais iniciada em Punta del
Este, Uruguai, em setembro de 1986 e concluída em Genebra, em dezem-
bro de 1993. Foi assinada em abril de 1994, na cidade de Marrakesh, Mar-
rocos.
S
SALVAGUARDAS
Instrumento de defesa comercial que consiste na aplicação de medi-
das temporárias e seletivas, tais como tarifas ou restrições quantitativas
(quotas), destinadas a dificultar importações crescentes que estiverem cau-
sando ou ameaçando causar grave prejuízo à produção nacional de bens
similares. A diferença entre salvaguardas e os direitos compensatórios e
direitos antidumping é que as últimas são consideradas desleais, o que
não acontece com relação às importações sujeitas às salvaguardas.
SALVAGUARDAS PROVISÓRIAS
As salvaguardas provisórias podem ser adotadas em circunstâncias
especiais em que o dano à indústria nacional seja iminente e difícil de ser
reparado, quando existir evidência clara de que o aumento de importações
tenha causado ou ameace causar grave prejuízo. A duração da medida pro-
visória não pode ultrapassar o prazo máximo de 200 dias.
SALVAGUARDAS TRANSITÓRIAS
Foram instituídas pelo Protocolo de Acessão da China quando de sua
acessão a OMC. A China aceitou a inclusão de um mecanismo (Seção 16)
que prevê a possibilidade de os Membros da OMC imporem salvaguardas
apenas contra produtos chineses, em caráter transitório (somente até 2013).
A justificativa usada para a instituição de tal sistema foi à necessidade de
se ter uma regra de acomodação do sistema, que pudesse facilitar a apro-
vação da Acessão da China a OMC pelos 143 Membros da OMC à época. O
mesmo tipo de mecanismo foi utilizado quando da acessão de outros paí-
ses comunistas ao GATT-1947 (Polônia, Romênia e Hungria), no final dos
anos 60. As normas permitindo a imposição das “Salvaguardas Chinesas”
diferem das regras do Acordo de Salvaguardas da OMC, tendo tornado menos
penosa a imposição de salvaguardas contra produtos chineses.
S&D
(Special and Differencial Treatment)
S&D, ou Tratamento Especial e Diferenciado, destinado aos países em
desenvolvimento, em relação às medidas de assistência governamental,
SEGURANÇA ALIMENTAR
Política baseada na necessidade de manutenção da produção domés-
tica de gêneros alimentícios suficientes para assegurar que a população do
país possa ser alimentada, mesmo que as importações sejam interrompi-
das.
SINGLE UNDERTAKING
Single undertaking, ou compromisso único, consiste na negociação
de um pacote de objetivos, ou na negociação de vários objetivos de forma
única. Todos os acordos multilaterais da OMC são negociados desta forma.
Isso quer dizer os acordos em negociação só serão assinados depois que
tudo estiver negociado. Significa que enquanto não houver definição para
algum dos pontos negociados, nada estará acordado de forma definitiva.
SOLUÇÃO DE CONTROVÉRSIAS
O termo "solução de controvérsias" significa o meio através do qual
os conflitos de interesse e desentendimentos são resolvidos entre as par-
tes (países-membros) em um determinado litígio. Pelas regras de comér-
cio internacional, as controvérsias são solucionadas no âmbito do meca-
nismo estabelecido pela OMC.
SUBSÍDIOS
De acordo com o Acordo sobre subsídios e medidas compensatórias,
um subsídio existe se agrupar as seguintes condições: (i) a existência de
uma contribuição financeira de um governo ou órgão público dentro do
T
TARIFA
Imposto cobrado sobre bens e produtos importados. A tarifa dá uma
vantagem ao produto local e aumenta a arrecadação do governo.
TARIFA AD VALOREM
É a tributação que se faz de acordo com o valor da mercadoria impor-
tada, e não por seu volume, peso, espécie ou quantidade. E uma tarifa sob
a forma de porcentagem do valor CIF do bem importado. Por exemplo, uma
tarifa ad valorem de 10% sobre o valor de $400 em importações requer o
pagamento de $ 40 (400 x 0,10 = 40).
TARIFA ANTIDUMPING
O Artigo 6.º do GATT permite a imposição de tarifas de antidumping
sobre bens vendidos por valores abaixo do custo e que causam danos a
produtores no país importador. Tais tarifas são iguais à diferença entre o
preço de exportação do bem e seu valor, no caso de causar qualquer dano.
TARIFA ESPECÍFICA
É a tributação que se faz de acordo com a quantidade de mercadoria
importada, e não por seu valor. Por exemplo, $100 por tonelada.
TARIFA DE ESTORVO
Uma tarifa tão baixa que custa mais ao governo para recolher que a
receita gerada. Por vezes, a tarifa que não possui qualquer efeito de prote-
ção. Por outro lado, alguns países a defendem como sendo necessário para
produzir receitas.
TARIFICAÇÃO
Procedimentos relacionados a acesso de mercado à agricultura no qual
todas as barreiras não-tarifas serão convertidas em tarifas.
TAXA DE CONTABILIDADE
Em telecomunicações, a cobrança é feita pelo sistema de telefonia de
um país, por chamadas que se originaram de outro país.
TBT
( Technical Barriers to Trade Agreement)
Acordo sobre Barreiras Técnicas ao Comércio da OMC.
TEMAS DE CINGAPURA
Os “novos temas” ou “temas de Cingapura” são quatro temas incluí-
dos na negociação durante a Reunião Ministerial de Cingapura, em 1996:
Investimentos; Facilitação de Comércio; Políticas de Concorrência; e Trans-
parência em Compras Governamentais.
TPA
(Trade Promotion Authority)
TPA, ou Autoridade para a Promoção Comercial, é o termo utilizado
para designar a última fast-track, aprovada pelo Congresso dos Estados
Unidos em 2002.
TRATAMENTO NACIONAL
Esta cláusula faz parte do princípio de Não-Discriminação e consiste
na premissa de que bens importados devem receber o mesmo tratamento
concedido a produto equivalente de origem nacional. Esta regra sofre res-
trição no caso da propriedade intelectual - devido a outros acordos inter-
nacionais - e no caso do comercio de serviços, na OMC, onde este princípio
somente é aplicado aos setores incluídos na lista de compromissos especí-
ficos elaborada por cada país.
TRIMS
(Trade-related investment measures)
TRIM, ou Acordo sobre Medidas de Investimentos que afetam o Co-
TRIPS
(Trade-Related Aspects of Intellectual Property Rights)
TRIPS, ou Acordo sobre Aspectos dos Direitos de Propriedade Intelec-
tual, estende as obrigações de "nação mais favorecida" e de "tratamento
nacional" a todos os aspectos dos direitos de propriedade intelectual rela-
cionados ao comércio. Até o estabelecimento do TRIPS (1994), os países
tinham liberdade, dentro dos acordos internacionais, de estabelecerem suas
regras e, inclusive, de isentarem de patentes alguns setores, em suas leis
nacionais. Isso terminou com sua implementação, que tornou extrema-
mente complicado para os países em desenvolvimento, implementarem
políticas de desenvolvimento tecnológico, e competirem com os preços de
tecnologias, produtos e serviços dos países desenvolvidos.
U
UNIÃO ADUANEIRA
A União Aduaneira é uma etapa de integração caracterizada pela eli-
minação das tarifas aduaneiras intra-bloco, além do estabelecimento de
uma política comercial comum em relação a terceiros países com a adoção
de uma Tarifa Externa Comum (TEC).
EU
(European Union)
União Européia, na OMC oficialmente denominada Comunidade Euro-
péia.
USO DO GOVERNO
Para patentes: quando o próprio governo utiliza ou autoriza outras
pessoas a usar os direitos sobre um produto patenteado ou processo, para
propósito do governo, sem a permissão do titular da patente.
W
WAIVER
Permissão dada aos países membros da OMC para o não cumprimen-
to de determinada regra acordada. Possui limitação de tempo e sua exten-
são deve ser justificada.
10. JACKSON, J., “Managing the Trading System: The World Trade
Organization and the Post-Uruguay Round GATT Agenda”, in KENEN, P.,
Managing the World Economy: Fifty Years After Bretton Woods, Washing-
ton: Institute For International Economics, 1994.
39. LUPI, André Lipp Basto. Soberania, OMC e Mercosul. São Paulo:
Aduaneiras, 2001.
SÍTIOS ELETRÔNICOS:
www.iconebrasil.org.br
www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas
www.desenvolvimento.gov.br
www.wto.org
www.mre.gov.br
www.oecd.org