Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
De certa forma similar ao Júpiter romano, apesar de não se encontrar, como este, somente
na cúpula do Olimpo, ele é Eochaid U Oathair, mais conhecido pelo apelido de Dagda, "o
bom deus". Trata-se de uma divindade poderosa e um tanto bonachona representada
principalmente por um grande martelo — o que o tornou parecido com o gaulês Sucellos,
literalmente "aquele que golpeia duro" com seu martelo — e às vezes por uma lança
mágica de duas pontas: com uma matava e com a outra era capaz de ressuscitar os mortos.
Essa capacidade também foi atribuída a seu caldeirão mágico, no qual banhava durante a
noite os guerreiros mortos em batalhas durante o dia para que recuperassem a vida ao
amanhecer do dia seguinte. O mesmo caldeirão era fonte inesgotável de alimentos para suas
tropas.
Da união de Dagda com Boann, a mulher do deus das águas, Nechtan, nasceu Oengus,
ou Mac Og. Ele é o mais parecido com um deus do amor que podemos encontrar entre os
celtas. Mais tarde, sua mãe violou a proibição de visitar a fonte de Nechtan e, em
conseqüência disto, apareceu afogada. Og metamorfoseou-se com o objetivo de se
transformar no Boyne, o rio-modelo da mitologia irlandesa.
Nuada é o grande rei dos Tuatha e talvez seja um precedente mítico de Artur. É o melhor, o
mais valente e o mais justo. E o caudilho de seu povo, sempre em posição de liderança, cuja
espada é seguida pela dos demais. Mas ele perdeu sua mão direita durante um combate e,
para que pudesse continuar sendo o rei — ele precisava estar "inteiro" —, o médico
Dianchecht construiu para ele uma maravilhosa prótese de prata, o que rendeu a Nuada o
apelido de "Mão de Prata". Miach, filho de Dianchecht, mostrou que sua capacidade era
superior à de seu pai quando criou para Nuada uma nova mão de carne e sangue com a qual
o rei voltou a ficar "inteiro" de verdade. O maior êxito de Miach foi também responsável
por sua perdição. Seu pai não controlou o ciúme e a inveja e terminou matando o próprio
filho.
As armas mágicas dos deuses eram fabricadas à mão por Goibniu (Govannon), responsável
pelo ferro e o fogo, e Credne, o caldeireiro que fazia trabalhos em bronze. A única forma de
escrita conhecida entre os celtas era o alfabeto Ogam, inventado por Ogma, parente do
gaulês Ogmios, que provavelmente teria como obrigação ajudar as almas a chegar ao Outro
Mundo.
Manannan Mac Lir é o deus do mar — como seu pai Lir — e, como tal, é capaz de
caminhar sobre as águas.