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O que Pressupõe a Responsabilidade na Gestão Fiscal?

 Cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas;


 Renúncia de receita;
 Geração de despesas com pessoal;
 Geração de despesas da seguridade social e outras;
 Dívida consolida e mobiliária;
 Operações de crédito (inclusive ARO);
 Concessão de garantia;
 Inscrição em restos a pagar.

A quem obrigam as disposições da Lei Complementar 101?

União, Estados, DF, Municípios, Pode Executivo, Poder Legislativo, Tribunais de Contas (todos), Poder
Judiciário e Ministério Público, administrações diretas, fundos, autarquias, fundações, e empresas estatais
dependentes.

O que é empresa controlada?

Empresa controlada é a sociedade cuja maioria do capital social com direito a voto pertença direta ou
indiretamente a ente da federação (Município, DF, Estado ou União).

O que é empresa estatal dependente?

Empresa estatal dependente é uma empresa controlada que receba do ente controlador, recursos
financeiros para pagamento de:

 despesas com pessoal;


 despesas de custeio em geral;
 despesas de capital (menos as provenientes de aumento de participação acionária).

O que é receita corrente líquida?

A receita corrente é o somatório das seguintes receitas:

 Receitas tributárias;
 Receitas de contribuições;
 Receitas patrimoniais;
 Receitas industriais;
 Receitas agropecuárias;
 Receitas de serviços;
 Transferências correntes;
 Outras Receitas também correntes;

Como é feito o cálculo da receita corrente líquida?

Da união, deduz-se os valores transferidos aos Estados e Municípios em função de determinação da


Constituição Federal ou legal e as contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade, do
trabalhador e dos demais segurados da previdência social, a arrecadação decorrente das contribuições
para o Programa de Integração Social e Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público.

Dos Estados, as parcelas entregues aos Municípios por determinação da Constituição Federal

Da União, dos Estados e Dos Municípios, serão deduzidos a contribuição dos servidores para o custeio do
seu sistema de previdência e assistência social e as receitas de compensações financeiras dos regimes de
previdência social.
Serão computados valores pagos e recebidos da lei Kandir - imposto de Estados e do DF sob operações
relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços interestadual e intermunicipal e de
comunicação.

Não serão considerados na receita corre líquida do DF, Amapá e Roraima os recursos recebidos União
para atendimento de despesas com pessoal.

Qual o intervalo de tempo considerado para o cálculo da receita corrente líquida (RCL)?

Soma-se as receitas arrecadadas do mês em referência (em curso) e nos onze anteriores, excluídas as
duplicidades.

O que diz a Constituição Federal Sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)?

A Constituição Federal diz o seguinte sobre a LDO:

 Compreenderá Metas e prioridades da adm. Pública Federal (despesas de capital para o exercício
financeiro subsequente também);
 Orientará Elaboração da LOA;
 Disporá sobre alterações da legislação tributária;
 Estabelecerá política de aplicação das agências financeiras de fomento.

O que mais disporá a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) segundo a lei complementar 101?

Segundo a lei 101, a LDO disporá sobre:

 Equilíbrio entre receitas e despesas;


 Critérios e formas de empenho;
 Normas Relativas ao controle de custos e avaliação dos programas financiados com recursos dos
orçamentos;
 Condições e exigências para transferências de recursos a entidades públicas e privadas.

O que será encontraremos no Anexo de Metas Fiscais que integrará a Lei de Diretrizes Orçamentárias
(LDO)?

No anexo de metas fiscais da LDO encontraremos 5 tópicos:

 Avaliação do cumprimento das metas relativas ao ano anterior;


 Demonstrativo de metas anuais comparadas com as fixadas nos 3 exercícios anteriores (deve-se
evidenciar a consistência delas com as premissas e objetivos da política econômica nacional);
 Evolução do Patrimônio líquido nos últimos 3 exercícios destacando a origem e aplicação dos
recursos com alienação de ativos (venda de pertences);
 Avaliação da situação financeira e atuarial dos regimes de previdência social e próprio dos
servidores públicos e do FAT e dos demais fundos públicos e programas estatais e de natureza
atuarial;
 Demonstrativo da estimativa e compensação da renúncia de receita e da margem de expansão
das despesas obrigatórias de caráter continuado (aquelas superiores a dois exercícios).

O que será avaliado no Anexo de Riscos Ficais da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)?

No anexo de riscos fiscais serão avaliados os passivos contingentes e outros riscos capazes de afetar as
contas públicas, informando as providências a serem tomadas caso se concretizem.

É sabido que a mensagem que encaminhar o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o
Legislativo apresentará também um outro anexo. O que haverá nele?

No anexo que acompanhar a mensagem do projeto da LDO (não é o anexo de metas fiscais e nem o de
riscos fiscais) haverá os objetivos das políticas monetárias, creditícia e cambial bem como parâmetros e
as projeções para seus principais agregados e variáveis e ainda as metas de inflação para o exercício
subsequente (em que a LDO irá vigorar).

O que encontraremos no projeto da lei orçamentária?

Na lei de orçamento anual encontraremos 5 tópicos:

 Demonstrativo da compatibilidade da programação de orçamentos com os objetivos e metas do


anexo de metas fiscais (esse demonstrativo ficará em anexo);
 Demonstrativo regionalizado do efeito sobre as receitas e despesas decorrentes de isenções,
anistiais remissões, subsídios e benefícios de natureza financeira, tributária e creditícia;
 Reserva de Contingência (forma de uso e montante definidos na LDO) com base na RCL para
atendimento de passivos contingentes e outros riscos e eventos fiscais imprevistos;
 Todas as despesas da dívida pública (mobiliária e contratual) e suas respectivas receitas;
 Refinanciamento da dívida pública separadamente na Loa e nas leis de crédito adicional;

O que não é permitido constar na lei orçamentária anual?

 Crédito com finalidade imprecisa ou com dotação ilimitada;


 Dotação para investimento com duração superior a um exercício financeiro que não esteja no
PPA (que é de 4 anos) ou em lei que autorize a sua inclusão;

O que é proibido quanto a atualização do principal da dívida mobiliária refinanciada?

Essa atualização não poderá superar a variação do índice de preços previstos na Lei de Diretrizes
Orçamentárias ou em legislação específica.

Qual a relação das despesas da União com as despesas do Banco Central?

É que as despesas do Banco Central integrarão as da União. São elas:

 Despesa com pessoal;


 Encargos Sociais;
 Custeio Administrativo;
 Benefícios e assistência aos servidores;
 Investimentos;

Qual a relação do resultado do Banco Central com o Tesouro?

Assim que feita a constituição ou reversão de reservas, o resultado do Banco Central constituirá receita
do Tesouro. Esse resultado deverá ser transferido até o décimo dia útil subsequente a aprovação dos
balanços semestrais. Caso o resultado seja negativo, esse resultado constituirá obrigação do Tesouro para
com o Banco Central e será consignado em dotação específica para o orçamento.

Com qual frequência o impacto e o custo fiscal das operações realizadas pelo Banco Central do Brasil
serão demonstrados nos termos do que dispuser a Lei de diretrizes orçamentárias?

Trimestralmente.

O que conterão os balanços trimestrais do BACEN?

OS balanços trimestrais do Banco Central conterão notas explicativas sobre:

 Custos da remuneração das disponibilidades do Tesouro Nacional;


 Manutenção das reservas cambiais;
 Rentabilidade de sua carteira de títulos (destacando os de emissão da União).
O que é o Decreto de Programação Financeira e para que serve?

Segundo a lei 101, de acordo com o determinar a LDO, até 30 dias após a publicação dos orçamentos, o
Poder Executivo estabelecerá a programação financeira e o cronograma de execução mensal de
desembolso. Isso é feito via decreto de programação financeira.

Recursos vinculados a finalidade específica que ingressaram em um dado exercício poderão ser
utilizados em exercício diverso? Deverão ser usados para outra finalidade?

A lei complementar 101 determina que os recursos legalmente vinculados a finalidade específica serão
utilizados exclusivamente para atender ao objeto de sua vinculação, ainda que em exercício diverso
daquele em que ocorrer o ingresso. Logo, não deverão ser usados para outra finalidade.

O que fazer se os Poderes Executivo, Legislativo, Judiciário bem como o Ministério Público, para fins de
controle da meta de superávit primário, ao final de um bimestre, verificarem que as metas fiscais para
o resultado primário ou nominal poderão estar comprometidas?

Caso verificado que a realização de receitas poderá não comportar o cumprimento dessas metas previstas
no anexo de metas fiscais, os Poderes Públicos bem como o MP promoverão por ato próprio e nos
montantes necessários, nos 30 dias subsequentes, limitação de empenho e movimentação financeira
segundo os critérios fixados na lei de diretrizes orçamentárias (LDO).

E se houver reestabelecimento da receita ainda que parcial? Ficam liberadas as dotações


contingenciadas?

Se ocorrer reestabelecimento da receita ainda que parcial, a recomposição das dotações que foram
contingenciadas por conta de empenhos limitados, dar-se-á de forma proporcional às reduções
efetivadas.

Em decorrência desse risco de as metas fiscais para o resultado primário ou nominal serem
comprometidas, todas as despesas serão objeto de limitação?

Não. A lei 101 determina que não serão objeto de limitação as despesas que constituam obrigações
constitucionais e legais do ente, inclusive as destinadas ao pagamento do serviço da dívida (encargos,
juros, correção monetária da dívida), além das ressalvadas pela Lei de Diretrizes orçamentárias (LDO).

E se o Poder Legislativo, Judiciário e Ministério Público não promovem a limitação ao final de um


bimestre?

O Poder Executivo o fará. Ficará o Poder Executivo autorizado a limitar os valores financeiros segundo os
critérios fixados pela lei de diretrizes orçamentárias.

Como medida de transparência, o que o Poder Executivo fará até o final dos meses de maio, setembro
e fevereiro?

O Poder Executivo demonstrará e avaliará o cumprimento das metas fiscais de cada quadrimestre em
audiência pública na comissão de orçamento, finanças e contabilidade ou equivalente nas Casas
Legislativas estaduais e municipais.

O que o Banco Central apresentará no prazo de 90 dias após o encerramento de cada semestre?

O BACEN apresentará em reunião conjunta das comissões temáticas pertinentes do Congresso Nacional,
avaliação do cumprimento dos objetivos e metas das políticas monetárias, creditícia e cambial,
evidenciando o impacto e o curto fiscal de suas operações e os resultados demonstrados nos balanços.

Com qual objetivo a execução orçamentária e financeira identificará os beneficiários de pagamento de


sentenças judiciais por meio de sistema de contabilidade e administração financeira?
Para fins de ordem cronológica. É que os pagamentos das Fazendas Públicas Federal e Estaduais, Distrital
e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-á exclusivamente na ordem cronológica de
apresentação dos precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou
pessoas nos créditos adicionais abertos para esse fim.

Em relação a receita pública, quais são os requisitos essenciais da responsabilidade fiscal?

Constituem requisitos essências (tão somente em relação aos tributos e não as multas ou qualquer outra
coisa que não seja tributo).

 Instituição;
 Previsão;
 Efetiva arrecadação.

Exemplos de tributos: tarifas, imposto, contribuições de melhoria.

O que ocorre se o ente, por exemplo, não atender algum dos requisitos (instituição, previsão ou efetiva
arrecadação de impostos)?

No caso de impostos, e tão somente de impostos como, por exemplo, o ISSQN e não tributos,
compensações, taxas, ou qualquer outra coisa, ficará impedido de receber transferências voluntárias. A
lei 101 veda a realização de transferências voluntárias para o ente que não observe com plenitude
(instituição, previsão e efetivação arrecadação de impostos). Deve estar escrito imposto ou citado um
exemplo de imposto e não tributo. Todo imposto é tributo, mas nem todo tributo é imposto.

Quais são os parâmetros considerados no estágio da previsão e arrecadação de receitas? O que as


previsões de receitas observarão ao serem feitas?

As previsões de receitas observarão:

 Normas técnicas e legais;


 Efeitos das alterações na legislação;
 Variação do índice de preços;
 Variação do crescimento econômico;
 Qualquer outro fator relevante.

De quais documentos estarão acompanhadas as previsões de receitas?

 Demonstrativo de evolução da receita nos últimos 3 anos;


 Projeção da receita para os 2 seguintes àquele a que se referirem;
 Metodologia de cálculos e premissas.

Será admitida reestimativa de receita por parte de algum Poder? Se sim, em quais situações?

Sim. Será admitida reestimativa de receita apenas por parte do Poder Legislativo. Os casos em que
poderá ocorrer a reestimativa de receita por parte do Poder Legislativo são apenas duas:

 Comprovado erro;
 Omissão de ordem técnica ou legal;

Fale sobre a chamada “regra de ouro” que relaciona as receitas de operações de crédito e as despesas
de capital.

A regra de ouro, prevista na lei complementar 101, diz que o montante previsto para as receitas de
operações de crédito (receitas de empréstimos) não poderá ser superior ao das despesas de capital
constante no projeto da lei de orçamento LOA. Isso é facilmente explicável. O que a lei determina é que
as receitas obtidas em empréstimos não podem ser maiores do que as despesas de capital (despesas de
investimentos como aquisições de bens materiais). Até porque, qual o sentido de se obter dinheiro no
banco (operação de crédito) a mais do que se precisa para fazer uma obra (despesa de capital), por
exemplo? Para gastar esse “excedente” com contas do dia-a-dia (despesa corrente)? Seria uma bobagem
tremenda obter dinheiro de empréstimo para custear atividades corriqueiras. Tem que valer a pena pegar
dinheiro emprestado via operações de crédito. Que se gaste tão somente esse recurso com despesas de
capital como obras de engenharia, por exemplo. A Constituição Federal também assim prescreve.

O que o Poder Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do MP?

No mínimo 30 dias antes do prazo final para encaminhamento das suas propostas orçamentárias, o Poder
Executivo de cada ente colocará à disposição dos demais Poderes e do MP:

 Estudos e estimativa das receitas para o exercício subsequente (inclusive da RCL);


 Memórias de Cálculo.

Até 30 dias após a publicação dos orçamentos, o que sucederá?

As receitas previstas serão desdobradas pelo Poder Executivo em metas bimestrais de arrecadação com
a especificação, em separado, quando cabível:

 Medidas de combate à evasão e sonegação;


 Quantidade e valores de ações ajuizadas para cobrança da dívida ativa;
 Evolução do montante dos créditos tributários passíveis de cobrança administrativa.

Quais os requisitos a serem atendidos para rolar concessão ou ampliação de incentivo ou benefício de
natureza tributária de qual decorra renúncia de receita?

Essa concessão ou ampliação que promoverá renúncia de receita deverá estar acompanhada de:

 Estimativa do impacto orçamentário-financeiro do exercício em que deva iniciar e 2 seguintes;


 Atender ao disposto na lei de diretrizes orçamentárias (LDO);

E pelo menos uma das seguintes condições:

 Demonstração do proponente de que a renúncia foi considerada na estimativa de receita da LOA


e de que não afetará as metas de resultados fiscais do anexo próprio da LDO;
 Estar acompanhada de medidas de compensação no exercício em que deva iniciar e 2 seguintes.

O que podem ser essas medidas de compensação?

As medidas de compensação podem ser:

 Elevação de alíquotas;
 Ampliação da base de cálculo;
 Majoração ou criação de tributo ou contribuição.

O que exatamente compreende a renúncia de receita? Cite exemplos.

 Anistia;
 Remissão;
 Subsídio;
 Isenção em caráter não geral;
 Alteração de alíquota ou modificação da base de cálculo que implique redução discriminada de
tributos;
 Outros benefícios que correspondam a tratamento diferenciado;
E se o ato de concessão ou ampliação decorrer de medidas de compensação? O que ocorre?

Se o ato de concessão ou ampliação decorrer de medidas de compensação, esse benefício só entrará em


vigor quando implementadas tais medidas de compensação.

Essa questão de concessão, ampliação e medidas de compensação se aplicam a qualquer situação ou


imposto?

Não. A alteração das alíquotas dos impostos: importação, exportação, produtos industrializados
operações de crédito, câmbio e seguro ou relativo a títulos ou valores mobiliários estão livres dessas
obrigatoriedades. Se for feito cancelamento de débito cujo montante seja inferior ao dos respectivos
custos de cobrança (é mais caro cobrar do que receber o dinheiro do devedor) também não se exige
atendimento de todos os requisitos citados acima. Apesar do poder público abrir mão do dinheiro que
tem para receber (configurando de certa forma renúncia de receita), é mais interessante financeiramente
tomar esse prejuízo do que gastar horrores para a cobrança do débito. Imagina se a cobrança ficar acima
do que o dinheiro que ele tem direito de receber? Dessa forma, se o Poder Público decidir abrir mão desse
montante ela ficará desobrigado a se curvar diante de todos os mandamentos previamente citados.

O que é considerada geração de despesa não autorizada? Apenas a que foi efetivamente realizada?

Não. Serão consideradas não autorizadas, irregulares e lesivas ao patrimônio público, não apenas a
geração de despesa, mas também a assunção de obrigação, ou seja, o simples ato de tomar para si a
responsabilidade por uma despesa não autorizada, também configura geração de despesa não autorizada.

Do que deverá estar acompanhado a criação, expansão ou aperfeiçoamento governamental que


acarrete aumento de despesa?

A criação expansão ou aperfeiçoamento governamental que acarrete aumento de despesa (com exceção
da despesa considerada irrelevante nos temos da LDO) deverá estar acompanhando de:

 Estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício que deva iniciar e nos 2


subsequentes (com premissas e metodologia de cálculo);
 Declaração do ordenador da despesa de que tem adequação orçamentária e financeira com a
LOA e compatibilidade com o PPA E LDO.

Essas normas constituem condição prévia para empenho e licitação de serviços, fornecimento de bens ou
execução de obras e desapropriação de imóveis urbanos. Até porque desapropriação de imóveis urbanos
será feita com justa e prévia indenização em dinheiro.

O que significa “adequada com a LOA” e “compatível com o PPA e LDO”?

Adequada é aquela despesa com dotação especifica e suficiente ou que esteja abrangida por crédito
genérico, de forma que, somadas todas as despesas da mesma espécie realizadas e a realizar (previstas
no programa de trabalho), não se ultrapasse os limites estabelecidos para o exercício. Já compatível com
o PPA e LDO significa despesa que se conforme com as diretrizes, objetivos, prioridades e metas previstos
nesses instrumentos e não infrinja qualquer de suas disposições.

O que é despesa obrigatória de caráter continuado?

É uma despesa corrente derivada de lei, medida provisória ou ato administrativo com execução por um
período superior a dois exercícios.

Se algum ato criar ou aumentar uma despesa de caráter obrigatório, do que eles deverão ser instruídos?

Um ato que criar ou aumentar uma despesa de caráter obrigatório, além de seus efeitos financeiros terem
que ser obrigatoriamente compensados com aumento de receita ou redução permanente de despesa,
(proibido promover o ato antes dessa compensação), deverá:
 Ser instruído com a estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício que deva iniciar
e nos 2 subsequentes (com premissas e metodologia de cálculo);
 Demonstrar a origem dos recursos para seu custeio;
 Vir acompanhado de comprovação de que não afetará metas de resultados fiscais;
 Exame da adequação orçamentária e financeira com a LOA e compatibilidade com o PPA E LDO.

Como pode ser feito o aumento permanente da receita para tal compensação financeira?

O aumento permanente de receita poderá ocorrer via:

 Elevação de alíquotas;
 Ampliação da base de cálculo;
 Majoração ou criação de tributo ou contribuição;

No caso de despesas destinadas ao serviço da dívida (juros e encargos da dívida), ou seja, pagamentos
dos juros e encargos de dívida, e de reajustamento de remuneração com pessoal, é necessária a tal
estimativa de impacto orçamentário-financeiro?

Não. Não se aplica às despesas destinadas ao serviço da dívida nem ao reajustamento de remuneração
de pessoal essa questão da estimativa de impacto orçamentário-financeiro.

Se prorrogado o prazo de uma despesa, ela é considerada aumento de despesa?

Sim. Considera-se aumento de despesa a prorrogação daquela criada por prazo determinado.

Para efeitos da lei complementar 101, o que se entende como despesa total de pessoal?

É o somatório dos gastos do ente da Federação com:

 Ativos, inativos e pensionistas;


 Mandatos eletivos;
 Cargos, funções ou empregos civis, militares, e de membros do Poder;
 Qualquer espécie remuneratória (até horas extras, adicionais e gratificações).

Como ficam os valores do contrato de terceirização de mão de obra?

Os valores do contrato de terceirização de mão de obra que se referem tão somente à substituição de
servidores e empregados públicos serão contabilizados como “Outras Despesas de Pessoal”. Se houver
terceirização de mão de obra e o seu objetivo não é a substituição de servidores e empregados públicos,
isso não irá constar em “Outras Despesas de Pessoal”. Pode haver licitação para terceirização de serviços,
mas se o propósito não é substituição de gente, não será o caso de constar como “Outras Despesas de
Pessoal”.

Como é feito o cálculo para se descobrir a despesa total com pessoal?

A despesa total com pessoal será apurada somando-se a realizada no mês em referência (em curso) com
as dos 11 imediatamente anteriores, adotando-se o regime de competência. Não se adota o regime de
caixa aqui, mas sim o de competência.

A despesa total com pessoal não poderá exceder quais percentuais da receita corrente líquida?

 União- 50%
 Estados e Municípios – 60%

Quais despesas estão excluídas do limite de despesas com pessoal?

Não serão computadas as seguintes despesas no limite de despesas de pessoal:

 Indenização por demissão de servidores ou empregados;


 Relativas a incentivos à demissão voluntária;
 Decorrentes de decisão judicial e da competência anterior do cálculo do limite em questão;
 Com pessoal do DF, Amapá e Roraima custeadas com recursos da União;
 Inativos (ainda que por intermédio de fundo específico) custeados com contribuições dos
segurados, compensação financeira de regimes de previdência social, de fundos para essa
finalidade, inclusive do produto da alienação de bens, direitos e ativos, bem como seu superávit
financeiro.

Como se dá a repartição desses limites de despesa com pessoal (50% união e 60% Estado e Município)?

- Na esfera federal:

a) 2,5% para o legislativo incluindo o TCU;

b) 6% para o Judiciário;

c) 40,9% para o Executivo;

d) 0,6% para o MPU

- Na esfera estadual:

a) 3% para o legislativo incluindo o Tribunal de Contas do Estado;

b) 6% para o Judiciário;

c) 49% para o Executivo;

d) 2% para o MPE

Se houver Tribunal de Contas dos Municípios aumentar-se-á 0,4%do Legislativo (ficando 3,4%) e do
Executivo reduzir-se-á 0,4% (ficando 48,6%).

- Na esfera municipal:

a) 6% para o legislativo incluindo o Tribunal de Contas do Estado;

b) 54% para o Executivo;

Qual a periodicidade da verificação do cumprimento dos limites?

A verificação do cumprimento dos limites de despesa com pessoal irá ocorrer ao final de cada
quadrimestre.

Qual a condição do ato que provoque o aumento da despesa com pessoal e não atenda a questão da
estimação de impacto e declaração do ordenador bem como o limite de comprometimento aplicado às
despesas com pessoal inativo?

Nesse caso o ato é nulo de pleno direito. Totalmente nulo de pleno direito.

É permitido ato que resulte no aumento de despesa com pessoal expedido nos 180 dias anteriores ao
final do mandato do titular do respectivo Poder ou órgão?

Não. Como determina a lei complementar 101, também é nulo de pleno direito o ato que resulte no
aumento de despesa com pessoal expedido nos 180 dias anteriores ao final do mandato do titular do
respectivo Poder ou órgão.
O que ocorre se a despesa total com pessoal exceder 95% do limite no órgão ou Poder?

Se a despesa total com pessoal exceder 95% do limite no órgão ou Poder, ficará vedado a ele:

 Concessão de vantagem, aumento, reajuste ou adequação de remuneração, salvo derivado de


sentença judicial ou determinação legal ou contratual;
 Alteração de estrutura de carreira que implique aumento de despesa;
 Provimento de cargo público, admissão ou contratação de pessoal a qualquer título, ressalvada
a reposição decorrente de aposentadoria ou falecimento de servidores das áreas de educação
saúde e segurança;
 Concessão de hora extra.

O que deve ser feito para regularização da situação?

Deve-se eliminar os excedentes nos 2 quadrimestres seguintes, sendo pelo menos 1/3 desse excedente
no primeiro quadrimestre. Pode ser feito via extinção de cargos e funções quanto pela redução dos
valores a ele atribuídos. É facultada a redução temporária da jornada de trabalho com adequação dos
vencimentos à nova carga horária.

E se não for alcançada a redução nos dois quadrimestres citados? Ou seja, e se persistir a irregularidade
quanto aos limites de despesas com pessoal? O que será imposto ao órgão ou Poder?

Se persistir o quadro de excesso, as vedações passarão para o ente a que pertença ao órgão ou Poder.
Nesse caso, o ente não poderá:

 Receber transferências voluntárias


 Obter garantia, direta ou indireta de um outro ente;
 Contratar operações de crédito, ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da dívida
mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal.

Lembrando que essas restrições se aplicam imediatamente se a despesa total com pessoal exceder o
limite no primeiro quadrimestre do último ano do mandato do titular de Poder ou órgão. É que a
verificação do cumprimento dos limites é feita, como explicado acima, ao final de cada quadrimestre. Se
constatado ao final do primeiro quadrimestre do último ano do titular de Poder ou órgão, a ideia é forçar
o gestor em exercício a colocar o carrinho nos trilhos antes de terminar o seu mandato dificultando a
tentativa dele de deixar esqueletos no armário para o seu sucessor.

Benefício ou serviço relativo à seguridade social poderá ser criado, majorado ou estendido sem a
indicação da fonte de custeio total?

Não. A lei complementar 101 determina que nenhum benefício ou serviço relativo à seguridade social ser
criado, majorado ou estendido sem a indicação da fonte de custeio total. Atendidas também as exigências
de aumento permanente da receita ou redução permanente da despesa e comprovação de que não
afetará as metas de resultados fiscais.

Em quais hipóteses a compensação financeira é dispensada?

 Concessão de benefício a quem satisfaça as condições de habilitação prevista na legislação


pertinente;
 Expansão quantitativa do atendimento e dos serviços prestados;
 Reajustamento do valor do benefício ou serviço a fim de preservar o seu valor real;

A quais outros benefícios essas regras se aplicam? Somente ao relativo à seguridade social?
Não. Também se aplicam ao benefício ou serviços de saúde, previdência e assistência social, inclusive os
destinados aos servidores públicos e militares, ativos e inativos, e aos pensionistas.

O que são transferências voluntárias?

Transferências voluntárias são a entrega de recursos correntes ou recursos de capital a outro ente da
Federação à título de cooperação, auxílio ou assistência financeira, que não decorra de determinação
constitucional, legal ou destinados ao Sistema único de Saúde.

Quais são as exigências para realização de transferências voluntárias além das estabelecidas na LDO?

As exigências para realização de transferências voluntárias são:

 Existência de dotação específica;


 Em dia com o pagamento de tributos devidos ao ente transferidor;
 Em dia com empréstimos e financiamentos devidos ao ente transferidor;
 Em dia com prestação de recursos anteriormente recebidos do ente transferidor;
 Cumprimento dos limites constitucionais relativos à saúde e educação;
 Observância dos limites das dívidas consolidada e mobiliária;
 Observância dos limites de operações de crédito (inclusive por antecipação de receita);
 Observância dos limites de inscrição em Restos a Pagar;
 Observância dos limites de despesa total com pessoal.
 Previsão orçamentária de contrapartida.

Podem ser utilizados recursos transferidos em finalidade diferente da acordada?

Não. A lei complementar 101 é clara quando diz que “é vedada a utilização de recursos transferidos em
finalidade diversa da pactuada”.

Há alguma exceção em termos se sansões do tipo suspensão de transferências voluntárias?

Sim. Não sofrem sansões do tipo suspensão as transferências voluntárias relativas a ações de educação,
saúde e assistência social.

Quais os trâmites para a destinação de recursos para direta ou indiretamente cobrir necessidades de
pessoas físicas ou déficits de pessoas jurídicas?

Para que ocorra destinação desses recursos deverá ocorrer 3 coisas:

 Ser autorizada por lei específica;


 Atender às condições estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias (LDO);
 Estar prevista no orçamento (LOA) ou em seus créditos adicionais.

A quem se aplica essas regras de destinação de recursos para o setor privado?

Essa regra se aplica a toda administração indireta, inclusive fundações públicas e empresas estatais,
exceto as instituições financeiras e o BACEN no exercício de suas atribuições precípuas.

Do que estamos falando em se tratando de destinação de recursos para o setor privado?

Em se tratando de recursos destinados ao setor privado nos referimos a:

 Concessão de empréstimos;
 Financiamentos e refinanciamentos;
 Prorrogações e composição de dívida;
 Concessão de subvenções;
 Participação em constituição de capital ou aumento de capital;
O que deverá ser observado se a concessão de crédito por ente da Federação for para a pessoa física ou
jurídica que não esteja sob o seu controle direito ou indireto?

Os encargos financeiros, comissões e despesas congêneres são poderão ser inferiores aos definidos em
lei ou ao custo de captação.

Quais tipos de transferência de recursos para o setor privado dependem de autorização em lei
específica?

 Prorrogações e composições de dívidas de operações de crédito;


 Concessão de empréstimos ou financiamentos em desacordo a questão de valores inferiores aos
destinados em lei ou ao custo de captação, sendo o subsídio correspondente consignado na LOA;

Poderão ser utilizados recursos públicos para socorrer instituições do Sistema Financeiro Nacional?

A lei complementar 101 é clara quando diz que “salvo, mediante lei específica, não poderão ser utilizados
recursos públicos, inclusive de operações de crédito, para socorrer instituições do Sistema Financeiro
Nacional, ainda que mediante a concessão de empréstimos de recuperação ou financiamentos para
mudança de controle acionário”. É porque a prevenção de insolvência e outros riscos ficará a cargos de
fundos, e outros mecanismos, constituídos pelas instituições do Sistema Financeiro Nacional, na forma da
lei.

O BACEN está proibido de conceder às instituições financeiras operações de redesconto e de


empréstimos para algum prazo?

A lei complementar 101 dita que o BACEN não está proibido de conceder às instituições financeiras
operações de redesconto e de empréstimos com prazo inferior a 360 dias. Ou seja, ao banco central não
é vedada a concessão de empréstimo com prazo inferior a 360 dias.

O que é dívida pública consolidada, também chamada de fundada?

Dívida pública consolidada/fundada é o montante total, apurado sem duplicidade, das obrigações
financeiras do ente da federação, assumida em virtude de leis, contratos, convênios ou tratados e da
realização de operações de crédito, para amortização em prazo superior a 12 meses. São os compromissos
de exigibilidade superior a 12 meses contraídos para atender a desequilíbrio orçamentário ou a
financiamentos de obras e serviços.

Apenas integram a dívida pública consolidada compromissos de exigibilidade superior a 12 meses?

Não. Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a doze
meses cujas receitas tenham constado no orçamento. Cuidado, pois o que está sendo dito é que apesar
de, em definição, a dívida fundada se tratar de compromissos de exigibilidade superior a doze meses, a
exceção é representada pelas receitas que constam na LOA e que são fruto de operações de crédito
inferior a 12 meses. Atenção, pois não foi dito receitas de operações de crédito por antecipação de receita.
Essas como se sabe não constarão na LOA.

O que constará na dívida púbica consolidada da União?

Comporá a dívida pública consolidada da União a relativa à emissão de títulos de responsabilidade do


Banco Central do Brasil. É estranho, pois logo se pensaria em dívida mobiliária ao se falar de títulos. Mas
é assim que consta na lei complementar 101. Além disso, precatórios judiciais não pagos durante a
execução do orçamento em que houverem sido incluídos também integrarão a dívida consolidada, para
fins de aplicação dos limites da dívida pública (explicado abaixo).

O que é dívida pública mobiliária?


Dívida pública mobiliária é representada por títulos emitidos pela União, inclusive os do Banco Central do
Brasil, Estados e Municípios.

O que é operação de crédito?

Operação de crédito é o compromisso financeiro assumido em razão de mútuo, abertura de crédito,


emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens, recebimento antecipado de valores provenientes
da venda a termo de bens e serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas inclusive
com o uso de derivativos financeiros.

O que é concessão de garantia?

Concessão de garantia é o compromisso de adimplência da obrigação financeira ou contratual assumida


por ente da Federação ou entidade vinculada.

O que é o refinanciamento da dívida mobiliária?

É a emissão de títulos para pagamento do principal acrescido da atualização monetária. O


refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercício financeiro,
o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas no orçamento
para esse efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária.

O que se equipara a operação de crédito?

Equipara-se a operação de crédito a assunção, o reconhecimento ou a confissão de dívidas pelo ente da


federação. Logo, não é preciso que seja realizada uma operação de crédito propriamente dita para se
configura uma operação de crédito. Se o ente toma para ele a responsabilidade quanto a uma obrigação
– está configurada a operação de crédito.

Como fica a questão dos limites da dívida pública (fundada e mobiliária) e operações de crédito?

O presidente submeterá as propostas de limites globais ao Senado Federal e ao Congresso Nacional.

Compete privativamente ao Senado Federal fixar, por proposta do Presidente da República, limites
globais para o montante da dívida consolidada da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;

Cabe ao Congresso Nacional, com a sanção do Presidente da República, dispor sobre todas as matérias de
competência da União, especialmente sobre: moeda, seus limites de emissão, e montante da dívida
mobiliária federal.

O que conterão essas propostas de limites globais da dívida pública?

Essas propostas conterão os seguintes documentos:

 Demonstração de que os limites e condições guardam coerência com as normas estabelecidas


na lei 101 e com os objetivos da política fiscal;
 Estimativas do impacto da aplicação dos limites a cada uma das três esferas do governo;
 Razões de eventual proposição de limites diferenciado por esfera de governo;
 Metodologia de apuração dos resultados primário e nominal;

Essas propostas de limite da dívida pública apresentadas pelo presidente ao Senado e ao Congresso
poderão ser apresentadas em termos de dívida líquida?

Sim. A lei complementar autoriza que as propostas de limite da dívida pública apresentadas ao Senado e
ao Congresso sejam apresentadas em termos de dívida líquida, evidenciando a forma e a metodologia de
sua apuração.

Como serão fixados esses limites para cada esfera de governo?


Os limites que constam na proposta serão fixados em percentual da receita corrente líquida para cada
esfera de governo e aplicados igualmente a todos os entes da Federação que a integrem constituindo,
para cada um deles, limites máximos. Lembrando que o Presidente poderá ao Senado ou ao Congresso
proposta de manutenção dou alteração dos limites e condições da demonstração de coerência e
estimativa do impacto. A solicitação de revisão poderá ocorrer sempre que alterados os fundamentos
das propostas em razão de instabilidade econômica ou alterações nas políticas monetária ou cambial.

Qual a periodicidade para fins de verificação do atendimento ao limite?

A apuração do montante da dívida consolidada será efetuada ao final de cada quadrimestre.

Quanto a recondução da dívida aos limites fixados, o que ocorre se a dívida fundada de um ente da
Federação ultrapassar o respectivo limite ao final de um quadrimestre?

O ente deverá reconduzir a dívida consolidada até o término dos 3 quadrimestres subsequentes,
reduzindo o excedente em pelo menos 25% do no 1⁰ quadrimestre.

Enquanto perdurar o excesso, quais vedações ou imposições serão impostas ao ente?

 Proibido de realização operação de crédito interna ou externa inclusive por antecipação de


receita ressalvado o financiamento do principal atualizado da dívida mobiliária;
 Efetuará limitação de empenho para obter resultado primário necessário a recondução da dívida;

E se vencido o prazo para retorno da dívida consolidada ao limite e o excesso perdurar?

Nesse caso o entende ficará também impedido de receber transferências voluntárias da União ou do
Estado.

E se o montante da dívida consolidada exceder o limite logo no primeiro quadrimestre do último ano
do mandato do chefe do Poder Executivo?

Se o montante da dívida consolidada exceder o limite no primeiro quadrimestre do último ano do


mandato do chefe do Poder Executivo, as restrições se aplicam imediatamente.

Essas normas citadas se aplicam somente ao descumprimento dos limites da dívida consolidada?

Não. Essas normas se aplicam também nos casos de descumprimento dos limites da dívida mobiliária e
das operações de crédito internas e externas.

A quem cabe divulgar mensalmente os entes que ultrapassaram os limites da dívida consolidada e
imobiliária?

É o Ministério da Fazenda o responsável por fazer isso.

A quem cabe verificar o cumprimento dos limites e condições relativos à realização e operações de
crédito?

Cabe ao Ministério da Fazenda verificar o cumprimento dos limites e condições relativos à realização de
operações de crédito de cada ente da Federação, inclusive das empresas por ele controladas, direta ou
indiretamente.

Qual o passo inicial para o ente que deseja realizar operações de crédito?

Formalizar pleito fundamentando-o em parecer de seus órgãos técnicos e jurídicos demonstrando:

 Relação custo-benefício;
 Interesse econômico e social da operação;
Observe que quando se fala em equilíbrio das contas públicas, busca-se o equilíbrio autossustentável, ou
seja, aquele que prescinde de operação de crédito e, por tanto, sem aumento da dívida pública.

Quais são as condições as quais o ente interessado em realizar operações de crédito deve atender?

 Prévia existência de autorização na LOA ou créditos adicionais ou lei específica;


 Inclusão das receitas advindas dessas operações de crédito (exceto as receitas de ARO) na LOA;
 Observância limites e condições para a concessão de garantia da União em operações de crédito
externo e interno determinados pelo Senado Federal;
 Autorização específica do Senado Federal quando se tratar de operação de crédito externo;
 Observância de demais restrições da lei complementar 101;

Logo, cabe ao Senado Federal e não o Congresso, tratar dos limites e condições sobre operações de
crédito.

Lembrando que se deve ter em mente o atendimento a “regra de ouro” da Constituição Federal que diz
“são vedados a realização de operações de crédito que excedam as despesas de capital, ressalvadas as
autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade precisa, aprovados pelo Poder
Legislativo por maioria absoluta”.

Como será o processo das operações relativas à dívida mobiliária federal?

A lei complementar diz que as operações relativas à dívida mobiliária federal autorizadas na LOA ou
créditos adicionais serão objeto de processo simplificado que atenda às suas necessidades.

Como apurar o total de recursos de operações de crédito e o total e de despesas de capital?

Considerar-se-á em cada exercício financeiro o total dos recursos de operações de crédito nele
ingressados e os das despesas de capital executadas (regime de caixa).

O que mais deverá ser observado ao se comparar os montantes de operações de crédito e despesa de
capital?

Dois pontos importantes devem ser observados:

 Não serão computadas nas despesas de capital as realizadas sob a forma de empréstimo ou
financiamento a contribuinte com o intuito de promover incentivo fiscal, tendo por base tributo
de competência do ente da federação, se resultar a diminuição, direta ou indireta, do ônus deste;
 Se o empréstimo ou financiamento citado acima for concedido por instituição financeira
controlada por ente da federação, o valor da operação será reduzido das despesas de capital;

E quanto ao acesso público às informações sobre a dívida pública interna e externa?

O Ministério da fazenda (sem prejuízo das atribuições do Senado e BACEN), efetuará o registro eletrônico
centralizado e atualizado das dívidas públicas interna e externa, incluindo:

 Encargos e condições de contratação;


 Saldos atualizados e limites relativos às dívidas consolidada e mobiliária, operações de crédito e
concessão de garantias;

Qual a particularidade do contrato de operações de crédito externo?

Os contratos de operações de crédito externo não conterão cláusula que importe na compensação
automática de débitos e créditos.

Do que fica obrigada a instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação?
A instituição financeira que contratar operação de crédito com ente da Federação deverá exigir
comprovação de que a operação atende às condições e limites estabelecidos. Exceto quando se tratar de
operação de crédito relativa a dívida mobiliária ou externa.

E se a operação for realizada com infração às disposições da lei complementar 101?

A operação realizada com infração do disposto da lei 101 será considerada nula, procedendo ao seu
cancelamento, mediante a devolução do principal, vedado o pagamento de juros e demais encargos
financeiros.

E se o recurso dessa operação de crédito considerada nula não for devolvido no exercício de ingresso
dos recursos? O que deve ser feito? Há sanções?

Se a devolução não for efetuada no exercício de ingresso dos recursos, será consignada reserva específica
na lei orçamentária para o exercício seguinte. Lembrando que enquanto não for efetuado o cancelamento
dessa operação de crédito nula, aplicam-se as sanções como:

 Não receber transferência voluntária;


 Impedido de obter garantia, direta ou indireta, de outro ente;
 Impedido de contratar operações de crédito (ressalvadas as destinadas ao refinanciamento da
dívida mobiliária e as que visem à redução das despesas com pessoal;

O que ocorre se as operações de crédito excederem o montante das despesas de capital?

Se as operações de crédito excederem o montante das despesas de capital, A reserva citada acima
também será constituída de um montante equivalente a esse excesso.

É possível a realização de operações de crédito entre um ente da Federação, diretamente ou por


intermediário, de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente e outro ente da
Federação?

Não. A lei 101 diz que é vedada a realização de operações de crédito entre um ente da Federação,
diretamente ou por intermediário, de fundo, autarquia, fundação ou empresa estatal dependente e outro
ente da Federação. Nem mesmo entre as suas entidades da administração indireta, ainda que sob a forma
de novação, refinanciamento ou postergação da dívida contraída anteriormente é possível operações de
crédito.

Além disso, é proibida a operação de crédito entre uma instituição financeira estatal e o ente da
Federação que a controle, na qualidade de beneficiário do empréstimo.

Existe alguma exceção na vedação de operações de crédito entre entes da Federação?

Sim, existe. Não estão abarcadas por essa vedação, as operações entre instituição financeira estatal e
outro ente da federação, inclusive suas entidades da administração indireta, que não se destinem a
financeira direta ou indiretamente, despesas correntes ou refinanciar dívidas não contraídas junto a
própria instituição concedente. Ou seja, se as dívidas foram contraídas junto a própria instituição
concedente, está liberado o refinanciamento. Do contrário, nada feito.

O fato de um estado-membro não poder celebrar operação de crédito com a União obsta que ele que
ele aplique suas disponibilidades em títulos da dívida federal?

Não. A vedação de operações de crédito entre entes da Federação, não impede Estados e Municípios de
comprar títulos de comprar títulos da dívida da União como aplicação de suas disponibilidades.

Proibido Operação de Crédito Liberado esse tipo de operação


Ente da Federação e outro ente Aplicação de disponibilidades de
um ente em títulos de outro
Entidade de um ente e entidade Entidade de um ente e
de outro ente da Federação instituição financeira de outro
Instituição financeira estatal e Instituição financeira estatal e
controlador outro ente da Federação

O que se equiparam a operações de crédito e estão vedados?

Equiparam-se a operações de crédito e estão vedados:

 captação de recursos a título de antecipação de receita de tributo ou contribuição cujo fato


gerador ainda não tenha ocorrido;
 recebimento antecipado de valores de empresa em que o Poder Público detenha, direta ou
indiretamente, a maioria do capital social com direito a voto, salvo lucros e dividendos, na
forma da legislação;
 assunção direta de compromisso, confissão de dívida ou operação assemelhada, com
fornecedor de bens, mercadorias ou serviços, mediante emissão, aceite ou aval de título de
crédito, não se aplicando esta vedação a empresas estatais dependentes;
 assunção de obrigação, sem autorização orçamentária, com fornecedores para pagamento
a posteriori de bens e serviços.

Onde será incluída a dívida relativa a emissão de títulos de responsabilidade do Banco Central do Brasil?

A dívida relativa a emissão de títulos de responsabilidade do Banco Central do Brasil será incluída na dívida
pública consolidada da União.

O que mais integra a dívida pública consolidada?

Também integram a dívida pública consolidada as operações de crédito de prazo inferior a doze meses
cujas receitas tenham constado do orçamento.

Qual a relação do montante do refinanciamento do principal da dívida mobiliária ao término de cada


exercício financeiro com o montante do final do exercício anterior?

O refinanciamento do principal da dívida mobiliária não excederá, ao término de cada exercício financeiro,
o montante do final do exercício anterior, somado ao das operações de crédito autorizadas no orçamento
para este efeito e efetivamente realizadas, acrescido de atualização monetária.

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