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RESUMO
O sistema de tributação brasileiro é tido como complexo por muitos empresários, contadores e
advogados. Diante desta situação, o empresário tem que enfrentar um sistema burocrático e
protecionista, criado para proteger o sistema de ganho estatal brasileiro, e ao mesmo tempo
como se fosse um marabalista em corda bamba, conseguir equilibrar os custos e ainda obter
lucro no final do mês. Assim, o leitor encontrará nos próximos tópicos informativos e
comentários da tributação brasileira, seu impacto na vida do empresário e também um
comparativo com a cobrança de impostos em outros países e fazem parte da OCDE. Poderá
observar que em pesquisa levantada pelo SEBRAE, os empresários apontam como uma das
maiores dificuldades a alta carga tributária no país e o alto custo no empreendimento,
principalmente na aquisição de produtos com elevados impostos e captação de recursos
financeiros com altas taxas de juros cobrados pelas instituições financeiras.
ABSTRACT
The Brazilian tax system is faced as a complex system by many businessmen, accountants and
lawyers. Faced with this situation, the businessman has to face a bureaucratic and
protectionist system, created to protect the Brazilian state's system of profit, and at the same
time as if he were a marabalist in a bandwidth, manage to balance costs and still make a profit
at the end of the month. So the reader will find in the next topics information and comments
of Brazilian taxation and its impact on the life of the entrepreneur and also a comparison with
the collection of taxes in other countries, and belonging to OCDE. You can observe that in a
survey raised by SEBRAE, businessmen point out as one of the biggest difficulties the high
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Artigo científico apresentado na Faculdade Aliança de Itaberaí, tendo sido exigido para a conclusão do curso de
Ciências Contábeis.
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Professor Especialista em Auditoria, Perícia e Controladoria. Orientador desta obra.
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Acadêmica do Curso de Ciências Contábeis da Faculdade Aliança de Itaberaí e autora do presente artigo.
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tax burden in the country and the high cost in the enterprise, mainly in the purchase of raw
materials and fund raising, by the high interest rates charged by the banks.
1. INTRODUÇÃO
2. TRIBUTAÇÃO E EMPREENDEDORISMO
2.1. TRIBUTAÇÃO
Como se pode observar o tributo é uma forma legal adotada pelo Estado para a
arrecadação de receitas que seriam revertidas em benefícios a população em geral. Vejamos,
por conseguinte mais detalhes de como é feita a divisão dos principais tributos que fazem
parte da legislação tributária brasileira.
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2.1.1. TAXA
2.1.2. IMPOSTO
Conforme é disposto no art. 16 do CTN “imposto é o tributo cuja obrigação tem por
fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao
contribuinte” (BRASIL, 1966, texto virtual). Onde sua arrecadação, não precisará ter
nenhuma finalidade específica. O imposto é de caráter pessoal, determinado pela Constituição
Federal (BRASIL, 1988), ou seja, refere-se unicamente á União, aos Estados e Municípios a
incluir o Distrito Federal (Arts. 153 á 156 da CF).
Segundo Crepaldi (2012, p.67) “a contribuição social tem destinação certa, sendo
recolhida com uma finalidade predeterminada, indicada na lei que a instituiu [...]”.
“A contribuição de melhoria cobrada pela União, pelos Estados, pelo Distrito Federal
ou pelos Municípios, no âmbito de suas respectivas atribuições, é instituída para fazer face ao
custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a
despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada
imóvel beneficiado” conforme disposto no Art. 81 do CTN (BRASIL, 1966, texto virtual).
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2.2. EMPREENDEDORISMO
3. ANÁLISE DE DADOS
de cada ano, podemos afirmar que as receitas dos parcelamentos, que se referem a encargos
de atividades anteriores também influenciam nas mesmas. Na tabela a seguir, veremos a série
histórica da carga tributária dos últimos 10 anos, em um comparativo de como era com as
receitas vindas dos parcelamentos e como ficou sem elas (RECEITA FEDERAL,2015):
Logo, mesmo sendo uma pequena diferença, podemos notar que quando fazemos uma
comparação com outros países desenvolvidos, em média, desembolsamos menos dinheiro
para o pagamento de tributos, em se comparado com os mesmos.
Lembrando que tais comparações devem ser feitas com bastante cautela, pois alguns
tributos presentes em um país podem não existir em outros, como por exemplo, a previdência,
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que em alguns países é privada, assim a mesma não estará incluída na carga tributária daquele
país.
No gráfico acima, podemos identificar o quanto o país cobra impostos, em proporção
ao Produto Interno Bruto. Apesar de demonstrar que o Brasil está abaixo da média dos países
listados no gráfico, não conseguimos identificar de que forma a cobrança de impostos é feita
nestes países, para compararmos a realidade brasileira. Em outros gráficos, como segue
abaixo, podemos identificar melhor estas cobranças.
países da OCDE a situação é oposta, os pobres pagam bem menos tributos que os ricos,
conforme é apresentado no gráfico abaixo (RECEITA FEDERAL, 2015):
Gráfico 2 – Carga tributária sobre a renda, lucro e ganho de capital – Brasil e países da OCDE
(2014)
Nos termos de uma pesquisa realizada pela FIESP – Federação das indústrias do
estado de São Paulo (2015), o sistema tributário brasileiro é regressivo, onde, as famílias que
possuem renda de até dois salários mínimos por mês, desembolsam 46% de tudo o que
ganham com tributos embutidos em suas despesas de consumo, ao passo que, aquelas que
recebem acima de 25 salários mínimos, gastam apenas 18% do que recebem.
Pinheiro (2017) salienta que o governo não tem interesse em expandir a faixa de
isenção, pois a maior parte dos assalariados ganha em média de dois a três salários mínimos.
Assim, mesmo com um avanço na tributação, quanto menor for a renda do consumidor, mais
prejudicado ele será, uma vez que o valor dos impostos a serem pagos será o mesmo para
todos.
O gráfico informa o quanto o Brasil, tributa pouco a renda dos brasileiros, se
comparado aos demais países do OCDE. Isto revela que a fonte principal de arrecadação
brasileira está na tributação de bens e serviços, conforme demonstrado no próximo tópico.
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Enquanto que os países como Dinamarca e Estados Unidos tributa taxativamente a renda dos
seus cidadãos, outros países como Brasil e Turquia preferiram outras fontes de arrecadação.
A cobrança na renda das pessoas e empresas, pode parecer tirano para alguns cidadãos,
mas se olharmos sob o ponto de vista do encarecimento de bens e serviços, pode ser uma
alternativa para a diminuição do preço dos produtos e serviços ofertados no país, para que
pessoas com renda mais baixa também tenham acesso a um consumo adequado.
Gráfico 3 – Carga tributária sobre bens e serviços – Brasil e países da OCDE (2014)
De acordo com Malaquias (2016) apud Tributo municipal (2017, texto virtual), “o
Brasil tem uma base de consumo expressiva porque tributa o consumo nos três entes. Quem
mais tributa a compra de bens e de serviços são estados, alguns sendo sustentados quase
inteiramente pela arrecadação do ICMS (Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e
Serviços)”.
O CCiF – Centro de cidadania fiscal, divulgou em agosto desse ano uma possível
reforma do modelo brasileiro de tributação de bens e serviços, que ainda está em análise, onde
a mesma diz que:
O cerne da proposta do CCiF é a progressiva substituição dos cinco tributos
atuais por um único imposto, do tipo IVA, denominado Imposto sobre Bens
e Serviços (IBS), cuja receita seria partilhada entre a União, os estados e os
municípios [...]. Os benefícios esperados das mudanças propostas são
muitos: a) grande simplificação do sistema tributário brasileiro, reduzindo
expressivamente o contencioso e o custo de conformidade tributária; b)
ampliação da taxa de investimentos; e c) grande aumento da produtividade.
A reforma nos termos propostos não afeta a carga tributária, mas melhora
significativamente a qualidade de nosso sistema tributário, tornando-o mais
simples, transparente e neutro e beneficiando o crescimento de longo prazo
do país. (CCIF, 2017, p. 04 – 06)
Os cinco tributos citados seriam PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS, que de uma forma
simplificada iriam ser substituídos por um único, provocando assim uma melhora no sistema
tributário brasileiro em termos de transparência e facilidade para os contribuintes, o que
favoreceria o desenvolvimento do país.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante dos resultados apresentados no presente estudo, podemos observar que, mesmo
com a carga tributária abaixo da média em relação aos países da OCDE, o sistema tributário
brasileiro não incentiva o empreendedorismo. Além de não oferecer métodos que fazem os
empreendimentos prosperarem, há uma falta de garantia e entendimento quanto às regras que
são impostas pelo governo para a vinda de novas atividades mercantis. Há diversas mudanças
de alíquotas todos os dias, assim o empresário não será capaz de fazer prospecção quanto ao
rumo de seus negócios.
A partir de julho de 2009 com a simplificação do registro comercial e do cadastro
nacional de pessoa jurídica, criação do Microempreendedor Individual – MEI, foram
observados uma melhora na sobrevida das empresas, o que contrasta com a realidade de
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outras empresas abertas pelo sistema convencional. Isto demonstra que a desburocratização na
abertura, simplificação da cobrança de tributo, agilidade no processo de abertura, contribuem
para o crescimento do empreendedorismo.
A alta carga tributária brasileira sempre aparece quando o assunto são as dificuldades
de se manter uma empresa ativa no mercado hoje. De acordo com a maioria dos empresários,
ela influencia diretamente no desempenho das atividades de uma empresa. Em vista dos dados
que foram apresentados no trabalho acima, podemos concluir que com a carga tributária
representando mais de 32% do PIB brasileiro em 2014, praticamente quase tudo que foi
produzido no Brasil durante o ano foi para os cofres públicos. Um problema bastante comum
enfrentado por esses empresários é a concorrência desleal que há quanto ao pagamento de
tributos, ou seja, enquanto uns pagam em dia, todas as suas obrigações, os que sonegam e
preferem não ir pelos meios legais conseguem levar seu negócio adiante com mais facilidade.
Consequentemente, com a carga tributária muito alta, os índices de sonegação são cada vez
maiores.
No comparativo feito com os países da OCDE, vimos que o Brasil tem uma carga
tributária que pode ser comparada aos países mais desenvolvidos do mundo, no entanto é
possível constatar com facilidade que não adquirimos o nível de qualidade de vida e o
desenvolvimento das nações mais ricas, tampouco a simplificação e a igualdade na cobrança
de tributos. Logo, podemos complementar que a nossa carga tributária é injusta, pois ela
reflete diretamente sobre o produto (bens e serviços) e não sobre a renda como vimos mais
detalhados nos tópicos 3.3.1 e 3.3.2. Sendo assim, se faz necessário uma simplificação no
sistema tributário brasileiro de forma a melhorar a eficiência na administração dos recursos e
não a gerar um aumento na arrecadação total de tributos.
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PINHEIRO, Yohanna. Peso da carga tributária é maior pra quem tem menos. 2017.
Disponível em: <http://diariodonordeste.verdesmares.com.br/cadernos/negocios/peso-da-
carga-tributaria-e-maior-para-quem-tem-menos-1.1687004>Acesso em: 23 de outubro de
2017.