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ÍNDICE

Por que é necessário abordar


as questões de fiscalidade
a nível da União Europeia . . . . . . . . . 3

COMPREENDER AS De que forma intervém a União


COMPREENDER Europeia no domínio fiscal . . . . . . . . 5
AS POLÍTICAS POLÍTICAS DA UNIÃO
DA UNIÃO EUROPEIA O que faz a União Europeia . . . . . . . 7
EUROPEIA Fiscalidade A presente publicação faz parte de uma coleção que Perspetivas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 12
descreve a ação da União Europeia em vários domínios,
as razões da sua intervenção e os resultados obtidos. Mais informações . . . . . . . . . . . . . . . 12

A coleção está disponível em linha:


http://europa.eu/pol/index_pt.htm
http://europa.eu/!JF89wH
Promover
o mercado Como funciona a União Europeia
A Europa em 12 lições
interno e o «Europa 2020»: a estratégia europeia de crescimento
Os pais fundadores da União Europeia
crescimento
Ação climática
económico Agenda digital
Agricultura
Ajuda humanitária e proteção civil
Rum o a uma fi sc a l i da de ma i s s i mp les , Alargamento
j us ta e efi c a z n a Un iã o E ur o p ei a . Alfândegas
Ambiente Compreender as políticas da União Europeia:
Assuntos marítimos e pescas Fiscalidade
Bancos e finanças
Comércio Comissão Europeia
Concorrência Direção-Geral da Comunicação
Consumidores Informação dos cidadãos
Cooperação internacional e desenvolvimento 1049 Bruxelas
Cultura e audiovisual BÉLGICA
Educação, formação, juventude e desporto
Emprego e assuntos sociais Manuscrito atualizado em janeiro de 2015
Empresas
Energia Capa e imagem da página 2:
Fiscalidade © Shutterstock/Garry L.
Fronteiras e segurança
Investigação e inovação 12 p. — 21 × 29,7 cm
Justiça, direitos fundamentais e igualdade ISBN 978-92-79-45271-0
Luta contra a fraude doi:10.2775/057257
Mercado interno
Migração e asilo Luxemburgo: Serviço das Publicações
Orçamento da União Europeia, 2015
Política externa e de segurança
Política regional © União Europeia, 2015
Saúde pública Reprodução autorizada. As fotografias só podem ser
Segurança alimentar utilizadas ou reproduzidas separadamente mediante
Transportes a autorização prévia dos titulares dos direitos de autor.
União Económica e Monetária e o euro
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Por que é necessário abordar as questões


de fiscalidade a nível da União Europeia
A fiscalidade é fundamental para a soberania nacional. o recurso a meios legais para pagar o mínimo possível
As receitas fiscais garantem aos governos os recursos de impostos («elisão fiscal») ou para não os pagar de todo
financeiros necessários à sua existência e funcionamento («evasão fiscal»). Nenhum país tem capacidade para fazer
eficaz. Além disso, a legislação fiscal reflete as grandes face a estes problemas isoladamente, daí que nos últimos
escolhas dos diferentes Estados-Membros da União Europeia anos os Estados-Membros da UE tenham estabelecido uma
(UE) em domínios importantes da despesa pública, como cooperação mais estreita para combater a fraude e evasão
a educação, a saúde e as pensões. O direito fiscal influencia fiscais e garantir a equidade dos regimes fiscais.
o consumo e as poupanças dos cidadãos e estabelece
um quadro financeiro para a atividade empresarial Melhorar o funcionamento
e as questões ambientais. Isto explica por que motivo do mercado interno
os governos nacionais se reservam o direito de cobrar
impostos e de fixar as taxas de imposto. O mercado interno europeu, também designado mercado
único, permite a livre circulação de pessoas e o livre-comércio
Assim sendo, que papel pode a UE desempenhar com vista entre os 28 Estados-Membros da União Europeia. Porém, O mercado interno
a assegurar uma fiscalidade mais justa, mais simples e mais a coexistência de regimes fiscais diferentes continua na prática: os Países Baixos
eficiente para os governos, empresas e cidadãos? a levantar dificuldades às empresas e aos particulares exportam anualmente
que operam numa base transfronteiras. Em alguns casos, 630 milhões de bolbos
Garantir a equidade a legislação fiscal pode dar origem a discriminação de tulipa para outros

© Fotolia/Jenifoto
relativamente aos contribuintes ou às receitas de origem países europeus.
Antes de mais, os regimes fiscais devem ser equitativos. estrangeira, muito embora, se assim acontecer, exista
Contudo, este pressuposto, que nem sempre é fácil legislação europeia para fazer face a esses problemas.
de garantir, mesmo a nível nacional, torna-se um verdadeiro Promover o crescimento Em suma
desafio quando se trata de atividades transfronteiriças. Noutros casos, os particulares e as empresas podem estar
A legislação fiscal de um país não deve favorecer sujeitos, em cada um dos países em que operam, a impostos As decisões políticas tomadas por um país podem afetar, Os governos nacionais gozam de ampla liberdade
as empresas nacionais em detrimento das empresas e outros encargos associados ao cumprimento das obrigações positiva ou negativamente, os países vizinhos, razão por que na elaboração da sua legislação fiscal, de acordo com
concorrentes estrangeiras, nem dar aos contribuintes fiscais conducentes a um nível de tributação muito elevado. os Estados-Membros da União Europeia acordaram as prioridades nacionais. No entanto, ao fazê-lo, devem
a possibilidade de evasão fiscal noutro país. É por estes Esta questão não pode ser sanada nos termos da legislação em cooperar na elaboração dos seus planos orçamentais respeitar determinados princípios fundamentais, como
motivos que os Estados-Membros da União Europeia europeia atualmente em vigor, o que justifica a necessidade e económicos nacionais. O objetivo geral consiste em dotar a não-discriminação e o respeito pela livre circulação
chegaram a acordo sobre várias regras destinadas a fazer de os Estados-Membros da UE estabelecerem uma cooperação as finanças públicas de bases mais sólidas, promover no âmbito do mercado interno. A União Europeia atua como
face a estes problemas. mais estreita neste domínio. Um acordo sobre a simplificação uma disciplina e uma governação económicas consistentes um complemento, contribuindo com processos de cooperação
de determinados regimes fiscais e a eliminação de ineficiências e efetuar reformas estruturais essenciais passíveis e um quadro jurídico destinados a garantir uma fiscalidade
Cada vez mais, empresas e particulares desenvolvem a sua poderia contribuir para garantir a livre circulação de bens, de incentivar a competitividade. Determinar de que forma justa e eficaz das atividades transfronteiras.
atividade em vários países, o que facilita potencialmente serviços e capitais em toda a União Europeia. a política fiscal pode contribuir para a consecução dos referidos
objetivos é também parte integrante deste trabalho.

A União Europeia cria impostos?


Não, a União Europeia não cria impostos. A criação
de impostos é da exclusiva competência de cada
Estado-Membro. O orçamento da União é financiado
quase inteiramente pelos denominados «recursos
próprios», designadamente contribuições diretas
de cada país, direitos aduaneiros e uma parte
extremamente reduzida das receitas nacionais
de IVA. Os Estados-Membros da UE decidem
em conjunto sobre os tipos e os montantes
máximos destes «recursos próprios».

No futebol e nas empresas:


regras claras garantem

© Fotolia/Dusan Kostic
uma concorrência leal.
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distorcer a concorrência entre empresas e dificultar a compra Auxílios estatais


De que forma intervém a União Europeia e venda transfronteiriças de produtos.
A Comissão Europeia é responsável por determinar
no domínio fiscal Declarações e recomendações políticas se os auxílios estatais concedidos pelos Estados-Membros
da União Europeia a uma empresa, setor de atividade
Legislação A Comissão pode emitir declarações e recomendações políticas ou particular conferem uma vantagem injusta face aos seus
Consultas públicas que, não sendo juridicamente vinculativas, sugerem concorrentes. Nesta análise, estão igualmente abrangidos
A legislação fiscal é decidida essencialmente por cada aos Estados-Membros da União Europeia medidas a tomar os auxílios estatais concedidos por meio de reduções fiscais.
Antes de propor nova legislação ou outras iniciativas
Estado-Membro da União Europeia a nível nacional. A Comissão em matéria fiscal. A Comissão pode ainda submeter Por exemplo a aplicação às empresas nacionais de taxas
em matéria de política fiscal, a Comissão Europeia procura
Europeia pode apresentar propostas legislativas em matéria fiscal, à apreciação dos Estados-Membros as melhores práticas de impostos inferiores às aplicadas às empresas estrangeiras
obter um contributo por parte de cidadãos, empresas,
no caso de considerar que o bom funcionamento do mercado interno a adotar neste domínio. constitui um auxílio estatal fiscal ilegal. A Comissão pode
associações comerciais, sindicatos e outras partes
carece de medidas nesse domínio à escala da UE. Pode também insistir na supressão de qualquer auxílio ilegal e no reembolso
interessadas, geralmente através de consultas públicas.
formular recomendações e emitir orientações políticas em áreas Semestre Europeu — Recomendações dos eventuais benefícios assim auferidos.
As consultas servem também para obter informações sobre
específicas. Em todos os casos, a Comissão Europeia garante que: específicas para cada país
problemas fiscais específicos. Com que frequência ocorrem
Decisões do Tribunal de Justiça
tais problemas? Qual o seu impacto nos contribuintes,
• as medidas tomadas a nível da UE produzem um melhor A crise económica revelou o quão entrelaçadas as nossas da União Europeia
nos orçamentos dos Estados-Membros da UE e no mercado
resultado do que uma ação isolada de um Estado-Membro economias estão e como é importante trabalharmos em
interno europeu? A Comissão pode também pedir sugestões
da União Europeia (princípio da «subsidiariedade); conjunto para promover o crescimento sustentável na Europa. O Tribunal de Justiça da União Europeia interpreta o direito
para resolver estes problemas.
Consequentemente, os Estados-Membros da União Europeia da União Europeia com o objetivo de garantir a sua correta
• a iniciativa proposta não excede o estritamente necessário para acordaram em reforçar a coordenação das suas políticas aplicação. Ao fazê-lo, impõe muitas vezes
alcançar os objetivos pretendidos (princípio da «proporcionalidade»). económicas, através de um processo conhecido como aos Estados-Membros da UE a introdução de alterações na sua
Existe uma distinção entre fiscalidade direta e fiscalidade «Semestre Europeu». No âmbito desta coordenação económica legislação fiscal. O Tribunal de Justiça pode ser chamado
A legislação fiscal da União Europeia deve ser aprovada, indireta. Os impostos diretos incidem sobre uma pessoa singular, reforçada entre os Estados-Membros da UE, a Comissão a pronunciar-se sobre a legislação fiscal de duas formas.
por unanimidade, pelos Estados-Membros antes da sua entrada uma empresa ou entidade ou uma propriedade, e compreendem, Europeia emite, anualmente, recomendações específicas para
em vigor. Este procedimento garante que são tidos em conta por exemplo, o imposto sobre o rendimento e o imposto sobre cada país. No domínio da política fiscal, essas recomendações Os tribunais nacionais podem submeter à apreciação
os interesses de todos os países da UE. as sociedades. Em contrapartida, os impostos indiretos incidem centram-se na possibilidade de estabelecer regimes fiscais do Tribunal de Justiça a «título prejudicial» uma questão sobre
sobre uma transação, como o imposto sobre o valor acrescentado nacionais mais justos, mais eficientes e mais favoráveis uma disposição fiscal nacional. Quer isso dizer que pretendem
(IVA) na venda de bens e serviços e os impostos especiais ao crescimento. apurar se uma determinada lei nacional é compatível
de consumo sobre o álcool e o tabaco. com o direito europeu.
Por que não conhecer as recomendações dirigidas
A legislação em matéria de fiscalidade direta limita-se a tornar ao seu país? A Comissão Europeia pode submeter um caso ao Tribunal
consentâneas as diferentes legislações dos países da UE de Justiça se considerar que um país da União Europeia viola
(aproximação das legislações), na medida do necessário para disposições da UE. A Comissão optará por esse procedimento
melhorar o funcionamento do mercado interno da União se o Estado-Membro em causa não alterar a sua legislação
Europeia e responder a desafios transfronteiriços comuns, quando solicitado a fazê-lo.
como a evasão fiscal.

A legislação em matéria de fiscalidade indireta pode envolver


a harmonização das legislações nacionais, uma vez que a aplicação
de regimes fiscais muito diferentes a produtos e serviços pode

FONTES DE RECEITAS FISCAIS NA UNIÃO EUROPEIA -2012/

Capital, 21 %

Trabalho, 51 %
O que se vê: quatro amigos
a passar um bom momento Consumo, 28 %

num jardim, em Munique,


bebendo cerveja.
O que não se vê: a União
Europeia promove o comércio A tributação dos rendimentos do trabalho ainda é elevada
justo, harmonizando na maioria dos Estados-Membros da UE. A União Europeia
os impostos especiais recomenda uma abordagem mais favorável ao crescimento,

© Fotolia/Westend61
© Shutterstock/Business plus

de consumo sobre a cerveja. como, por exemplo, a instituição de impostos ambientais.


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Com a criação do mercado interno em 1993, foram abolidos Muitos Estados-Membros da UE introduziram, ou pensaram
O que faz a União Europeia os controlos fiscais nas fronteiras entre os Estados-Membros em introduzir, o seu próprio imposto sobre as transações
da União Europeia. Estes últimos acordaram, assim, financeiras. Não obstante, as iniciativas nacionais isoladas
em algumas disposições comuns destinadas a facilitar neste domínio acarretam desvantagens, nomeadamente,
O regime de IVA em vigor para determinar o lugar da tributação o comércio transfronteiriço desses produtos, reduzindo a de uma eventual fragmentação do mercado interno
é bastante complexo. assim as possibilidades de distorção. dos serviços financeiros. Podem ainda ter efeitos colaterais
indesejáveis, tais como a dupla tributação ou a dupla não
Juntamente com os Estados-Membros da UE, a Comissão Europeia A legislação relativa aos impostos especiais de consumo tributação. Tendo em conta estas questões, a Comissão propôs
tem desenvolvido esforços no sentido de instaurar um regime de IVA contempla, por exemplo: um sistema de tributação comum das transações financeiras
na UE com base no princípio do destino, aplicável a todos os bens na UE. Assim, através de um procedimento especial,
e serviços, que garanta que as receitas fiscais são recebidas pelo • as taxas mínimas que os países da UE devem aplicar; denominado «cooperação reforçada», estão em curso
país da União Europeia em que o cliente se encontra. A conceção negociações entre 11 Estados-Membros da UE sobre
e implementação deste regime podem ser efetuadas de várias • o alcance de eventuais isenções; as especificidades de um imposto comum sobre as transações
maneiras. A Comissão procede atualmente a uma avaliação financeiras, com o objetivo de chegar a um acordo
do impacto das várias opções para as empresas e para os países • as disposições gerais relativas à produção, armazenamento de compromisso sobre a aplicação do imposto nesses países.
da União. Com base nas suas conclusões, apresentará em 2015 e circulação dos produtos em causa em toda a União.
o eventual caminho a seguir. Tributação dos veículos automóveis

© Shutterstock/YANGCHAO
As regras relativas aos impostos especiais de consumo da União
Um simples passeio de barco ao longo do Danúbio, desde A Comissão Europeia procura também assegurar uma melhor Europeia podem também contribuir para outras políticas, Atualmente, não existem regras à escala da União Europeia
a Alemanha até à foz do rio, na Roménia, implica ser adaptação do regime de IVA às necessidades do mercado interno como é o caso, por exemplo, da luta contra o tabagismo. Para sobre os impostos de registo automóvel e de circulação.
confrontado com diferentes sistemas nacionais de IVA. e uma simplificação de métodos, permitindo às empresas, as indústrias e regiões desfavorecidas da UE são previstas Os países são livres de cobrar, ou não, esses impostos, mas
por exemplo, a utilização de declarações comuns de IVA disposições especiais, nomeadamente taxas reduzidas. se o fizerem devem aplicá-los de forma não discriminatória.
e o cumprimento de todas as suas obrigações num único país. A Comissão Europeia publicou documentação que visa esclarecer
Tributação do setor financeiro de que forma o direito geral europeu se repercute sobre as
Imposto sobre o valor acrescentado (IVA) Impostos especiais de consumo regras dos Estados-Membros da UE em matéria de tributação de
Os países e os cidadãos da União Europeia querem garantir veículos automóveis transferidos de um país para outro.
Até à década de 1970, cada país da UE tinha o seu próprio Os impostos especiais de consumo são impostos indiretos sobre que o setor financeiro contribui de forma equitativa para A Comissão Europeia também formulou recomendações
regime fiscal aplicável à produção e consumo de bens o fabrico, venda ou utilização de determinados produtos, tais como: as finanças públicas. Além disso, é comummente aceite tendentes a melhorar o funcionamento do mercado interno,
e serviços, o que dificultou a atividade comercial que o setor deve pagar pelo menos parte dos montantes nomeadamente no sentido de evitar a dupla tributação
transfronteiriça e gerou distorções de concorrência entre • bebidas alcoólicas; desembolsados pelos contribuintes europeus no âmbito de veículos transferidos de um Estado-Membro da UE para outro
os fornecedores. Em 1977, a situação registou uma evolução das recentes operações de resgate dos bancos. e de remover os obstáculos ao aluguer transfronteiriço
positiva. Os Estados Membros da UE acordaram num conjunto • produtos do tabaco; de veículos automóveis.
comum de disposições fiscais aplicável a bens e serviços,
bem como num quadro geral de taxas, dando assim origem • produtos de energia (por exemplo, combustíveis para motores
ao regime de IVA da União Europeia. e aquecimento, como gasóleo e gasolina, eletricidade, gás natural,
carvão e coque).
O IVA é um imposto sobre o consumo, cobrado sobre
a maioria dos bens e serviços comercializados na União
Europeia. De acordo com o regime de IVA europeu, apenas
o consumidor final é, em última instância, tributado sobre
os bens e serviços. As empresas envolvidas na cadeia
de abastecimento são, na maioria dos casos, obrigadas
a aplicar o IVA aquando da operação de venda ao próximo
cliente da cadeia. Contudo, podem igualmente deduzir o IVA
sobre o custo dos materiais e outros bens ou serviços
que tenham utilizado. RO
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O IVA é uma importante fonte de receitas para os orçamentos o po
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nacionais e este regime comum de tributação dos bens O se d á -lo
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e serviços é fundamental para o mercado interno.

Zona comercial de Taline:

© Fotolia/ursule
a Estónia é um dos 11 países
Efeitos colaterais positivos: os impostos especiais de consumo dispostos a adotar
sobre produtos do tabaco podem incentivar as pessoas um imposto europeu sobre
Wikimedia Commons/khora

a deixar de fumar. as transações financeiras.


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A legislação europeia e os tratados bilaterais em matéria


A proposta da Comissão relativa a uma matéria fiscal preveem a cooperação e o intercâmbio de informações
coletável comum consolidada do imposto sobre entre os Estados-Membros da UE. A fim de reforçar
as sociedades (MCCCIS) permitirá às sociedades o combate à fraude e evasão fiscais, a Comissão Europeia
que operam na UE a utilização de um conjunto apresentou um plano de ação em 2012, prevendo mais
único de regras para calcular os seus lucros de 30 ações nesta área. Neste momento, estão em curso
tributáveis, o que simplificará grandemente a vida ou em fase de desenvolvimento várias iniciativas da União
das empresas que desenvolvem a sua atividade Europeia, entre as quais há a referir:
em mais de um Estado-Membro da UE. Além disso,
a MCCCIS também poderá atuar como uma • uma plataforma para a boa governação em matéria fiscal
poderosa ferramenta contra a fraude fiscal, destinada a monitorizar os progressos dos Estados-Membros
Viva onde quiser: em Creta
uma vez que porá fim a muitas das oportunidades da UE no combate ao planeamento fiscal agressivo
(Grécia) ou em qualquer
de que as sociedades dispõem atualmente para e no refreamento dos paraísos fiscais;
outro lugar de que goste.
transferir os lucros e minimizar os impostos
A dupla tributação não deve
que pagam. • a aplicação de regras europeias segundo as quais cada

Wikimedia Commons/Martin Dürrschnabel


ser um entrave. Estado-Membro da UE deve transmitir automaticamente
a outros Estados-Membros a informação de que dispõe
Tributação de pessoas singulares Tributação das sociedades Economia digital sobre o rendimento ou contas financeiras de indivíduos
residentes nesses países;
Os impostos sobre as pessoas singulares (por exemplo, impostos Também no domínio da tributação das sociedades cumpre A Comissão Europeia analisa atualmente as melhores formas
sobre os rendimentos individuais) são essencialmente aos Estados-Membros da UE decidir qual o regime fiscal aplicável. de tributação da economia digital na UE, o que significa • um mecanismo de reação rápida para combater a fraude
da responsabilidade de cada Estado-Membro da UE. Não obstante, Contudo, determinadas áreas da tributação das sociedades promover um ambiente favorável às empresas e remover em matéria de IVA;
podem constituir um entrave à mobilidade na Europa. Os indivíduos requerem uma abordagem a nível da União Europeia, a fim os entraves fiscais que possam desencorajar o investimento
que se deslocam de um Estado-Membro da UE para outro ou que de eliminar os entraves ao mercado interno, assegurar e o crescimento, assegurando simultaneamente que o setor • regras de assistência entre Estados-Membros da UE
investem ou herdam bens noutros países podem ser tributados uma concorrência leal em matéria fiscal e fazer face aos desafios digital contribui de forma justa para as finanças públicas. na cobrança de créditos fiscais, direitos aduaneiros
em mais do que um país da União Europeia e ainda ter de fazer comuns, como a fraude fiscal por parte das empresas. e determinadas taxas, bem como na cobrança de impostos
face a outras dificuldades, como, por exemplo, obrigações Combater a elisão e evasão fiscais sobre o rendimento e capitais e de prémios de seguros;
complexas de cumprimento. Embora existam tratados entre Um objetivo central da legislação europeia em matéria
a maioria dos Estados-Membros da UE que supostamente eliminam de tributação das sociedades é a eliminação da dupla tributação, A cobrança de impostos é da competência de cada • a cooperação para combater a fraude no IVA através
a dupla tributação, nem todos os impostos e situações ou seja, evitar que uma empresa seja tributada duas vezes Estado-Membro da UE, incumbindo igualmente às autoridades da utilização de sistemas de intercâmbio de informações
transfronteiriças são contemplados por esses tratados nem a sua (ou mais) sobre o mesmo rendimento por diferentes nacionais decidir como atuar junto dos cidadãos que não destinados a alertar os outros Estados-Membros da UE
aplicação se tem revelado eficaz na prática. A Comissão tem Estados-Membros da UE. Seguem-se alguns exemplos. pagam os impostos devidos. Contudo, a elisão e evasão sobre atividades fraudulentas.
procurado encontrar, de diversas formas, soluções para estes fiscais são problemas complexos que se estendem para além
problemas. Concretamente, tem tentado obter mais informação • A diretiva relativa a um regime fiscal comum aplicável aos das fronteiras. Os Estados-Membros da UE devem trabalhar
sobre os problemas fiscais específicos que surgem em situações pagamentos de juros e royalties elimina a retenção de impostos em estreita colaboração para combater estes problemas,
transfronteiriças, nomeadamente sobre a sua dimensão, aplicável aos pagamentos de juros e royalties efetuados entre dentro e fora das suas fronteiras.
com o objetivo de apresentar soluções. sociedades associadas de dois Estados-Membros diferentes.

Nos últimos anos, a Comissão iniciou um trabalho de análise das • A diretiva relativa ao regime fiscal comum aplicável às
disposições fiscais nacionais aplicáveis aos trabalhadores móveis sociedades-mãe e sociedades afiliadas de Estados-Membros
e transfronteiriços e ao imposto sucessório. Se forem detetados impede a dupla tributação da sociedade-mãe sobre os lucros
casos de discriminação ou outras violações do direito europeu, das suas afiliadas localizadas noutro país da União Europeia.
poderá ser instaurado um processo judicial. O Tribunal de Justiça da
União Europeia decidiu várias vezes que os Estados-Membros da UE • A diretiva relativa ao regime fiscal comum aplicável
devem eliminar qualquer forma de discriminação fiscal das suas às fusões simplifica a tributação de atividades que visam
legislações nacionais. a reestruturação das sociedades situadas em dois ou mais
Estados-Membros da UE.

• A Convenção de Arbitragem da União Europeia estabelece


O Tribunal de Justiça decidiu que um Estado-Membro um procedimento para dirimir litígios decorrentes de uma dupla
da UE não pode praticar qualquer discriminação tributação entre empresas de diferentes Estados-Membros da UE.
aquando da aplicação do imposto sucessório (permitir
uma dedução fiscal do valor de uma propriedade Um objetivo igualmente importante do trabalho da UE no domínio
no caso de o falecido ter vivido nesse país, mas da tributação das sociedades é reforçar a legislação europeia
recusar a dedução no caso de o falecido ter residido e a dos Estados-Membros da UE em matéria fiscal, de modo a reduzir A economia digital tem vindo
noutro país da União Europeia antes do óbito). o planeamento fiscal, a transferência de lucros e o abuso da lei. a crescer rapidamente.
Esta estratégia implica, por exemplo, a melhoria da transparência A legislação fiscal necessita
© Fotolia/HappyAlex

das decisões em matéria de tributação transfronteiriça. de acompanhar o ritmo.


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Perspetivas
NA-01-15-038-PT-C

©Fotolia/moodboard
Na Europa, as pessoas, os bens, os capitais, os serviços
e as empresas movimentam-se constantemente, pelo que
os Estados-Membros da UE não podem gerir os seus sistemas
fiscais isoladamente dos outros países ou do resto do mundo.
© Fotolia XXV

No rescaldo da crise económica, os esforços europeus


e internacionais de combate à fraude e evasão fiscais
têm aumentado e provavelmente ainda serão intensificados.
Consequentemente, anunciam-se tempos difíceis para
os infratores fiscais, independentemente do local onde
residam ou da localização dos seus ativos.

Simultaneamente, a política fiscal europeia visa facilitar


Para uma melhor fiscalidade a livre circulação de pessoas, bens, serviços e capitais.
na Europa, a cooperação A Comissão Europeia continuará a esforçar-se por eliminar
é essencial. os entraves fiscais ao comércio livre na Europa e a nível
internacional e a ajudar os Estados-Membros da UE a crescer
e prosperar. Porto de Roterdão: o principal ponto de entrada e saída
A União Europeia contribui ativamente para o trabalho de mercadorias na Europa.
Os Estados-Membros da UE assinaram um código
desenvolvido pela Organização de Cooperação
de conduta no domínio da fiscalidade das empresas.
e Desenvolvimento Económicos (OCDE) com vista à definição
Trata-se de uma ferramenta importante para
de uma política fiscal internacional. Foram realizados grandes
garantir uma concorrência leal em matéria fiscal
avanços a este nível, nomeadamente a definição de uma nova
na União Europeia. Embora não sendo
norma mundial para o intercâmbio automático de informações
um instrumento juridicamente vinculativo, o código
relativas a contas financeiras e um projeto de reformulação
tem indiscutivelmente força política, já que por via
do regime fiscal aplicável às sociedades internacionais
do mesmo os Estados-Membros da UE
com vista ao combate à fraude.
se comprometem a alterar ou eliminar quaisquer
medidas fiscais prejudiciais e a abster-se
A União Europeia tem acordos com cinco países vizinhos que
de introduzir tais medidas no futuro.
não pertencem à União (Andorra, Listenstaine, Mónaco, São
Marinho e Suíça), que preveem o intercâmbio de informações
para efeitos fiscais. Os Estados-Membros da UE celebraram
Programa de cooperação entre igualmente acordos semelhantes com os territórios Mais informações
Estados-Membros da União Europeia dependentes e associados do Reino Unido e dos Países Baixos
fora da União Europeia.
Através do programa Fiscalis 2020, a Comissão presta apoio X Informação pormenorizada sobre políticas fiscais e aduaneiras (em inglês, francês e alemão):
aos Estados-Membros da UE na administração dos seus Por último, os acordos internacionais da UE com países não http://ec.europa.eu/taxation_customs/index_en.htm
sistemas fiscais. Este apoio inclui a realização de fóruns para europeus incluem cláusulas que obrigam esses países X Ajuda e aconselhamento para os cidadãos da UE e seus familiares, incluindo questões de tributação:
intercâmbio de melhores práticas e o reforço da cooperação a respeitar normas de «boa governação» em matéria fiscal, http://europa.eu/youreurope/citizens/index_pt.htm
entre os Estados-Membros em diversas áreas, incluindo o que se traduz, essencialmente, no intercâmbio de X Soluções para problemas com os direitos que lhe assistem enquanto cidadão da UE: www.solvit.eu
receitas financeiras, rendimento do trabalho, rendimento informações fiscais com os Estados-Membros da UE e na X Recomendações específicas para cada país:
do capital, IVA e impostos especiais sobre o consumo. eliminação de medidas fiscais prejudiciais. http://ec.europa.eu/europe2020/making-it-happen/country-specific-recommendations/index_pt.htm
X Questions about the European Union? Europe Direct can help: 00 800 6 7 8 9 10 11
A cooperação internacional http://europedirect.europa.eu
contra a evasão fiscal

Os Estados-Membros da UE e a Comissão Europeia procuram


igualmente promover, a nível internacional, normas mais
rigorosas contra a elisão e evasão fiscais.

ISBN 978-92-79-45271-0
doi:10.2775/057257

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