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Direito Tributário

Rafael Novais
Estudo do Código Tributário
Nacional (CTN)
Leis (Art. 97)

Tratados e Convenções
Internacionais (Art. 98)
Legislação
Tributária
(Art. 96, CTN)
Decretos (Art. 99)

Normas Complementares
(Art. 100)
Leis
}Características (Art. 97 CTN):

Princípio da Legalidade (Art. 150, I, CF)

Matérias Reservadas:

I – Instituição e Extinção de Tributos

II – Majoração e Redução de Tributos

III – Definição do Fato Gerador e Sujeito Passivo


Leis
IV – Fixação da Alíquota e Base de Cálculo dos
tributos

V – Penalidades ou Infrações

VI – Exclusão, Suspensão e Extinção do Crédito


Tributário e dispensa ou redução de penalidades.

• Prazo para pagamento e modificação (Art. 160,


CTN)
• Exceção da Atualização (Art. 97, §2º, CTN +
Súmula 160, STJ)
Exceções

Impostos II/IE/IPI/IOF
Extrafiscais (Art. 153, §1º, CF)

Alíquotas

CIDE
(Art. 177, §4º, I, b, CF)
Combustíveis
ICMS
(Art. 155, §4º, CF)
Leis
}Matérias reservadas a Lei Complementar (Art. 146, CF):

• Conflitos de Competência (Inciso I)

• Limitações Constitucionais ao Poder de Tributar (Inciso II)

• Normas Gerais em Matéria Tributária (Inciso III)


Questões
(FGV 2010/Fiscal de Rendas SEFAZ/RJ) As
alternativas a seguir apresentam atribuições da lei
complementar tributária, à exceção de uma.
Assinale-a.

A)Instituir outras fontes destinadas a garantir a


manutenção ou expansão da seguridade social;

B)Dispor sobre o adequado tratamento tributário


ao ato cooperativo praticado pelas sociedades
cooperativas;
Questões
C) Instituir o imposto sobre grandes fortunas;

D) Dispor sobre os requisitos para o gozo de


imunidade tributária relativa a impostos sobre o
patrimônio, renda ou serviços das instituições de
educação e assistência social, sem fins lucrativos.

E) Atribuir ao sujeito passivo da obrigação tributária


a condição de responsável pelo pagamento de
imposto ou contribuição, cujo fato gerador deva
ocorrer posteriormente.
Tratados e Convenções
Internacionais
Etapas para criação e validade no ordenamento:

1º) Negociação e assinatura (Art. 84, VII & VIII, CF)

2º) Referendo ou Aprovação (Arts. 49, I & 84, VIII, CF)

3º) Ratificação (troca ou depósito)

4º) Promulgação & Publicação


Tratados e Convenções
Internacionais
Art. 98, CTN

Revogam ou
Serão Observadas
Modificam a
pela Legislação que
Legislação com ele
lhe sobrevenha
incompatível
Tratados e Convenções
Internacionais

“Denunciado um tratado, todavia, a lei interna


com ele incompatível estará reestabelecida, em
pleno vigor. Tem-se que procurar, assim, o
significado da regra legal em foco. O que ela
pretende dizer é que os tratados e convenções
internacionais prevalecem sobre a legislação
interna, seja anterior ou mesmo posterior”.

Hugo de Brito Machado


Tratado Lei X Tratado Contrato

TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE OPERAÇÕES FINANCEIRAS.


OPERAÇÕES DE CÂMBIO RELATIVAS À GUIA DE IMPORTAÇÃO.
PROTOCOLO DE PROTEÇÃO COMERCIAL BRASIL-URUGUAI. NÃO-
INCIDÊNCIA. 1. Em se tratando de matéria tributária, a
superveniência de legislação nacional não revoga disposição
contida em tratado internacional contratual, consoante dispõe o
art. 98 do CTN. 2. Recurso especial não-provido. (STJ Resp nº
228.324/RS, Relator: Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, Data de
Julgamento: 12/05/2005, T2 - SEGUNDA TURMA).

TRIBUTÁRIO. IMPORTAÇÃO. TRIGO EM GRÃO. FIXAÇÃO DA


ALÍQUOTA. PORTARIA MINISTERIAL Nº 939/91. IMPOSSIBILIDADE. CTN,
ART. 98. PRECEDENTES. 1. O art. 98/CTN não admite a revogação de
tratado pela legislação tributária antecedente ou superveniente. 2.
Não é lícito ao poder executivo, mediante simples portaria, fixar
alíquota superior à estabelecida em acordo internacional. 3.
Recurso especial conhecido e provido (STJ REsp nº 209.526/RS,
Relator: Ministro FRANCISCO PEÇANHA MARTINS, Data de
Julgamento: 18/04/2000, T2 - SEGUNDA TURMA)
Isenção Heterônoma nos Tratados Internacionais
(Art. 151, III, CF)

Súmula 575, STF. A mercadoria importada de país


signatário do GATT, ou membro da ALALC, estende-
se a isenção do imposto sobre circulação de
mercadorias concedida a similar nacional.

Súmula 20, STJ. A mercadoria importada de país


signatário do GATT é isenta do ICM, quando
contemplado com esse favor o similar nacional.

Súmula 71, STJ. O bacalhau importado de país


signatário do GATT é isento do ICM.
Decretos

}Características:

CTN, Art. 99. O conteúdo e o alcance dos


decretos restringem-se aos das leis em função
das quais sejam expedidos, determinados com
observância das regras de interpretação
estabelecidas nesta Lei.

• Limite na Própria Lei (Art. 84, IV, CF)


RECURSO ESPECIAL TRIBUTÁRIO IMPOSTO DE RENDA
DE PESSOA JURÍDICA DEMONSTRAÇÕES
FINANCEIRAS DO ANO-BASE DE 1990 CORREÇÃO
MONETÁRIA AFASTAMENTO DAS LIMITAÇÕES
PREVISTAS NO DECRETO Nº 332/91. Os decretos,
entendidos como forma de exercício do poder
regulamentar, devem ser considerados norma
tributária, nos termos do artigo 96 do Código
Tributário Nacional. Menos não é verdade,
contudo, que, de acordo com o sistema
administrativo-constitucional brasileiro, o poder
regulamentar deve se pautar, sempre, nas
disposições legais. (STJ - REsp: 258217 SP
2000/0043936-3, Relator: Ministro FRANCIULLI NETTO,
Data de Julgamento: 07/03/2002, T2 - SEGUNDA
TURMA, Data de Publicação: DJ 24/06/2002 p. 240)
Normas Complementares
}Características (Art. 100, CTN):

• Espécies:

I - Atos Administrativos

II - Decisões Administrativas Normativas

III - Práticas Reiteradas

IV - Convênio
Normas Complementares
CTN, Art. 100, § Único. A observância das normas referidas
neste artigo exclui a imposição de penalidades, a cobrança
de juros de mora e a atualização do valor monetário da
base de cálculo do tributo.

TRIBUTÁRIO. PRATICAS ADMINISTRATIVAS. SE O CONTRIBUINTE


RECOLHEU O TRIBUTO A BASE DE PRATICA ADMINISTRATIVA
ADOTADA PELO FISCO, EVENTUAIS DIFERENÇAS DEVIDAS SO
PODEM SER EXIGIDAS SEM JUROS DE MORA E SEM
ATUALIZAÇÃO DO VALOR MONETARIO DA RESPECTIVA BASE
DE CALCULO (CTN, ART. 100, III C/C PAR. ÚNICO). RECURSO
ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO, EM PARTE. (STJ – REsp nº
98703/SP, Relator: Ministro ARI PARGENDLER, Data de
Julgamento: 18/06/1998, T2 - SEGUNDA TURMA).
Questões
(ESAF 2007/Auditor Fiscal Receita Federal) Sobre a
Legislação Tributária, assinale a opção correta:

A)Pode-se afirmar que ordem de serviço, expedida


por Delegado da Receita Federal do Brasil,
contendo normas relativas ao atendimento do
contribuinte, integra a "legislação tributária";

B)O prazo de recolhimento de determinado tributo


não pode ser minorado por regulamento
específico, haja vista a exigência constitucional de
lei em sentido estrito;
Questões
C)Segundo a Constituição Federal, há exigência de lei
complementar para a instituição de contribuição de
intervenção no domínio econômico;

D)Com o advento da Emenda Constitucional n.


45/2004, os tratados e convenções internacionais, que
visam ao estabelecimento de regras para coibir a
evasão fiscal, ao serem aprovados pelo Congresso
Nacional, serão equivalentes às emendas
constitucionais.

E)As decisões proferidas pelas Delegacias da Receita


Federal de Julgamento, em regra, integram a
legislação tributária.
Vigência, Aplicação,
Interpretação e Integração da
Legislação Tributária
Vigência da Legislação
Tributária

“O Art. 101 do CTN consagra o princípio da


especialidade, ao estatuir que a ‘vigência, no
espaço e no tempo, da legislação tributária
rege-se pelas disposições legais aplicáveis às
normas jurídicas em geral, ressalvado o previsto
neste capítulo”.

Bruno de Medeiros Arcoverde


Vigência da Legislação
Tributária

Art. 102, CTN

• Princípio da Territorialidade

• Redação das exceções: Extraterritorialidade


Vigência da Legislação
Tributária

B) No Tempo: Art. 1º, LINDB (Dec. Lei nº 4.657/42)

• Normas Complementares (Art. 103, CTN)

• Impostos sobre Patrimônio & Renda (Art. 104, CTN)


CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ISENÇÃO: REVOGAÇÃO.
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE. I. - Revogada a isenção, o
tributo torna-se imediatamente exigível. Em caso assim, não há
que se observar o princípio da anterioridade, dado que o
tributo já é existente. II. - Precedentes do Supremo Tribunal
Federal. III. - R.E. conhecido e provido. O exame da causa em
que interposto o apelo extremo em questão evidencia que o
acórdão impugnado ajusta-se à diretriz jurisprudencial que
esta Suprema Corte firmou na matéria em referência. Sendo
assim, e considerando as razões expostas, conheço do
presente recurso extraordinário, para negar-lhe provimento.
Publique-se. Brasília, 1º de março de 2010. Ministro CELSO DE
MELLO Relator (STF – RE nº 492.781/MG, Relator: Min. CELSO DE
MELLO, Data de Julgamento: 01/03/2010).

Súmula 615, STF. O princípio constitucional da anualidade


(par-29 do art-153 da CF) não se aplica à revogação de
isenção do ICM.
RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ICMS. BASE DE
CÁLCULO. MAJORAÇÃO. ANTERIORIDADE.
PRECEDENTE. NEGATIVA DE SEGUIMENTO. 1. O Estado
da Bahia insurge-se contra acórdão por meio do
qual o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul
afastou a aplicação dos Decretos estaduais nº
39.596 e nº 39.697, ambos de 1999, que promoveram
a majoração da base de cálculo do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços ICMS devido
por prestadores de serviços de televisão por
assinatura, para o ano de publicação, assentada a
possibilidade de surtirem efeitos, em razão do
princípio da anterioridade tributária, apenas a partir
de 1º de janeiro de 2000. A decisão impugnada não
merece reparos.
Os atos infralegais implicaram aumento indireto do
imposto, porquanto revelaram redução de benefício
fiscal vigente, devendo ser observado, também
nesses casos, o princípio da anterioridade. Essa foi a
óptica adotada pelo Supremo no julgamento da
Medida Cautelar na Ação Direta de
Inconstitucionalidade nº 2.325/DF, de minha
relatoria, envolvida lei complementar que postergou
a utilização de créditos tributários então permitidos.
2. Ante o exposto, nego seguimento ao recurso. 3.
Publiquem. Brasília, 4 de dezembro de 2013. Ministro
MARCO AURÉLIO. Relator (STF – RE nº 564.225/RS,
Relator: Min. MARCO AURÉLIO, Data de Julgamento:
04/12/2013).
Questões
(CESPE 2007/Procurador Federal) Salvo disposição em
contrário, uma decisão do delegado da Receita
Federal, a que a lei atribua eficácia normativa, entrará
em vigor trinta dias após a data de sua publicação.

(CESPE 2007/Procurador Municipal Rio Branco/AC)


Suponha que a secretaria de fazenda de
determinado município da Federação tenha editado
instrução normativa que trata de aspectos formais de
recolhimento do ISS. Nessa situação, não havendo
disposição em contrário, considera-se que o referido
ato tenha entrado em vigor na data de sua
publicação.
Aplicação da Legislação
Tributária

• Regra: Irretroatividade

CTN, Art. 105. A legislação tributária aplica-se


imediatamente aos fatos geradores futuros e
aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja
ocorrência tenha tido início mas não esteja
completa nos termos do artigo 116.
Aplicação da Legislação
Tributária
• Exceções:

Deixar de Definir
como Infração

Deixar de tratar
Lei Interpretativa como contrário a ação
ou omissão

Comine penalidade
menos severa
Aplicação da Legislação
Tributária
• Exceções: Art. 144, §1º, CTN

§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que,


posteriormente à ocorrência do fato gerador da
obrigação, tenha instituído novos critérios de
apuração ou processos de fiscalização, ampliado
os poderes de investigação das autoridades
administrativas, ou outorgado ao crédito maiores
garantias ou privilégios, exceto, neste último caso,
para o efeito de atribuir responsabilidade tributária
a terceiros.
TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. ART. 106 DO CTN.
RETROATIVIDADE DA LEI MAIS BENIGNA. ATO NÃO
DEFINITIVAMENTE JULGADO. O Código Tributário Nacional, em
seu artigo 106, estabelece que a lei nova mais benéfica ao
contribuinte aplica-se ao fato pretérito, razão por que correta
a redução da multa nos casos como os da espécie, em que a
execução fiscal não foi definitivamente julgada. O referido
artigo não especifica a esfera de incidência da retroatividade
da lei mais benigna, o que enseja a aplicação do mesmo,
tanto no âmbito administrativo como no judicial. Recurso
especial provido. (STJ – REsp nº 295.762/RS, Relator: Ministro
FRANCIULLI NETTO, Data de Julgamento: 05/08/2004, T2 -
SEGUNDA TURMA).

TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. LEI QUE PREVÊ REDUÇÃO DE


MULTA. APLICAÇÃO RETROATIVA AOS FATOS NÃO
DEFINITIVAMENTE JULGADOS, QUER NA ESFERA ADMINISTRATIVA,
QUER NA JUDICIAL (CTN, ART. 106, II, C). INOVAÇÃO NO
PEDIDO FORMULADO NA INICIAL. INOCORRÊNCIA. FATO
NOVO, QUE PODE SER CONHECIDO DE OFÍCIO PELO JUIZ (CPC,
ART. 462). RECURSO ESPECIAL PROVIDO. (STJ – REsp nº
488.326/RS, Relator: Ministro TEORI ALBINO ZAVASCKI, Data de
Julgamento: 03/02/2005, T1 - PRIMEIRA TURMA)
TRIBUTÁRIO - IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS - LEI
10.705/00 - ISENÇÃO - RETROATIVIDADE - IMPOSSIBILIDADE. 1. A
regra basilar em tema de direito intertemporal é expressa na
máxima tempus regit actum. Assim, o fato gerador, com os seus
consectários, rege-se pela lei vigente à época de sua
ocorrência. 2. O Imposto de Transmissão tem como fato
gerador, in casu, a transmissão causa mortis da propriedade,
que no direito brasileiro coincide com a morte, por força do
direito de sucessão. 3. Ocorrido o fato gerador do tributo
anteriormente à vigência da lei que veicula isenção, inviável a
aplicação retroativa, porquanto, in casu, não se trata de norma
de caráter interpretativo ou obrigação gerada por infração (art.
106 do CTN). 4. Tratando-se de norma concessiva de
exoneração tributária, sua interpretação é restritiva (art. 111, III
do CTN), observada a necessária segurança jurídica que opera
pro et contra o Estado. Inteligência do art. 106 do CTN. 3.
Recurso provido. (STJ REsp nº 464.419/SP, Relator: Ministro LUIZ
FUX, Data de Julgamento: 15/05/2003, T1 - PRIMEIRA TURMA)
Questões
(CESPE 2011/Advogado da ECT) O CTN disciplina que a lei
tributária será aplicável ao ato ou fato pretérito
definitivamente julgado quando deixar de definido como
infração.

(FVG 2007/Juiz de Direito/PA) A lei tributária se aplica a ato


ou fato pretérito, quando o ato não definitivamente
julgado cominar penalidade menos severa que a prevista
na lei ao tempo de sua prática ou reduzir o valor do tributo
devido.

(INEC 2011/AFT Campinas/SP) A lei aplica-se a ato ou fato


pretérito em qualquer caso, quando seja expressamente
interpretativa, excluída a aplicação de penalidade à
infração dos dispositivos interpretados.
Interpretação e Integração

“Costuma-se dizer que interpretar é buscar


o sentido dos atos normativos, encontrando as
normas jurídicas nele vinculadas. Integrar, ao
contrário, é, na falta de uma norma aplicável a
determinada situação concreta, buscar-se meios
para suprir a lacuna, criando-se uma norma para
o caso concreto”.

Hugo de Brito Machado Segundo


Interpretação e Integração
• Características

A) Previsão Tributária (Art. 107, CTN)

B) Integração da Legislação (Art. 108, CTN)

Sequencia:
Interpretação e Integração
Utilização dos Institutos do Direito Privado (Arts. 109 e 110,
CTN)

Art. 109. Os princípios gerais de direito privado


utilizam-se para pesquisa da definição, do conteúdo
e do alcance de seus institutos, conceitos e formas,
mas não para definição dos respectivos efeitos
tributários.

Art. 110. A lei tributária não pode alterar a definição,


o conteúdo e o alcance de institutos, conceitos e
formas de direito privado, utilizados, expressa ou
implicitamente, pela Constituição Federal, pelas
Constituições dos Estados, ou pelas Leis Orgânicas
do Distrito Federal ou dos Municípios, para definir ou
limitar competências tributárias.
Interpretação e Integração
Interpretação Literal (Art. 111, CTN)

Art. 111. Interpreta-se literalmente a legislação


tributária que disponha sobre:

I - suspensão ou exclusão do crédito tributário;

II - outorga de isenção;

III - dispensa do cumprimento de obrigações


tributárias acessórias.
TRIBUTÁRIO – IMUNIDADE – IPTU – ENTIDADE EDUCACIONAL
ESTRANGEIRA. 1. O artigo 150, VI, c, da CF deve ser interpretado
em combinação com o art. 14 do CTN, expressamente
recepcionado no ADCT (art. 34 § 5º). 2. A imunidade, como
espécie de não incidência, por supressão constitucional, segundo
a doutrina, deve ser interpretada de forma ampla, diferentemente
da isenção, cuja interpretação é restrita, por imposição do próprio
CTN (art. 111). 3. Ensino é forma de transmissão de conhecimentos,
de informações e de esclarecimentos, entendendo-se
educacional a entidade que desenvolve atividade para o
preparo, desenvolvimento e qualificação para o trabalho (art. 205
CF). 4. A cobrança de mensalidades não descaracteriza a
entidade imune senão há distribuição de rendas, lucro ou
participação nos resultados empresariais. 5. Entidade que,
gozando da imunidade há mais de quarenta anos, não está
obrigada a recadastrar-se, ano a ano, para fazer jus ao benefício
constitucional. 6. Recurso ordinário improvido. (STJ Recurso
Ordinário nº 1.243.586, Relator: Ministra ELIANA CALMON, Data de
Julgamento: 06/05/2004, T2 - SEGUNDA TURMA).
Interpretação e Integração
Dúvida na Interpretação (Art. 112, CTN)

Art. 112. A lei tributária que define infrações, ou lhe


comina penalidades, interpreta-se da maneira mais
favorável ao acusado, em caso de dúvida quanto:

I - à capitulação legal do fato;

II - à natureza ou às circunstâncias materiais do fato,


ou à natureza ou extensão dos seus efeitos;

III - à autoria, imputabilidade, ou punibilidade;

IV - à natureza da penalidade aplicável, ou à sua


graduação.
Questões
(CESPE 2011/Advogado da ECT) Se determinado estado
publicar lei que disponha sobre a moratória, essa lei
tributária estadual deverá ser interpretada literalmente.

(CESPE 2010/Procurador Federal) Um fiscal da Receita


Federal do Brasil, ao aplicar a legislação tributária, na
ausência de disposição legal expressa, pode empregar a
analogia, desde que isso não resulte na dispensa do
pagamento de tributo devido.

(CONSULPLAN 2011/Procurador Municipal Londrina/PR) Os


princípios gerais do direito privado utilizam-se para
pesquisa da definição, do conteúdo e do alcance de seus
institutos, conceitos e formas, mas não para definição dos
respectivos efeitos tributários.
Questões
(FGV 2011/Auditor SEFAZ/RJ) Não pode(m) ser
usado(a)(s) como técnica de interpretação e
integração da legislação tributária:

A) A equidade;
B) Os princípios gerais do direito tributário;
C) Os costumes;
D) Os princípios gerais do direito público;
E) A analogia.
Aos Estudos...

“Ninguém chega ao topo da montanha dos


ideais sem enfrentar sacrifícios”

Elaine Bazzoti

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Direito Tributário

Rafael Novais
Estudo do Código Tributário
Nacional (CTN)
Obrigações Tributárias
e o Fato Gerador
Obrigações Tributárias
Características (Art. 113, CTN):

• Principal (Tributo + Multa)


– Previsão em Lei (Art. 114, CTN)

• Acessória (Deveres Instrumentais)


– Previsão em Legislação (Art. 115, CTN)

• Relativa Independência

• Conversão da Obrigação Acessória (Art.


113,§3º, CTN)
TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS DE QUALQUER
NATUREZA - ISSQN. EMPRESA NÃO CONTRIBUINTE.
OBRIGATORIEDADE DE EXIBIÇÃO DOS LIVROS COMERCIAIS.
INEXISTÊNCIA. ART. 113, § 2º, DO CTN. I - A discussão dos
autos cinge-se à necessidade, ou não, de a empresa
recorrida, pelo fato de não ser contribuinte do Imposto
sobre Serviços de Qualquer Natureza - ISSQN, ainda assim
ser obrigada a exibir seus livros fiscais ao Município de São
Paulo. II - Restou incontroverso o fato de que a empresa
Recorrida não recolhe ISSQN aos cofres do Município de
São Paulo. III - Nesse contexto, verifica-se que, mesmo que
haja o Poder Estatal, ex vi legis, de impor o cumprimento
de certas obrigações acessórias, a Administração Tributária
deve seguir o parâmetro fixado no § 2º do art. 113 do CTN,
isto é, a exigibilidade dessas obrigações deve
necessariamente decorrer do interesse na arrecadação.
IV - In casu, não se verifica o aludido interesse, porquanto a
própria Municipalidade reconhece que a Recorrida não
consta do Cadastro de Contribuintes do ISSQN. V - Mesmo
que o ordenamento jurídico tributário considere certo grau
de independência entre a obrigação principal e a
acessória, notadamente quanto ao cumprimento desta
última, não há como se admitir o funcionamento da
máquina estatal, nos casos em que não há interesse direto
na arrecadação tributária. VI - Se inexiste tributo a ser
recolhido, não há motivo/interesse para se impor uma
obrigação acessória, exatamente porque não haverá
prestação posterior correspondente. Exatamente por isso, o
legislador incluiu no aludido § 2º do art. 113 do CTN a
expressão "no interesse da arrecadação". VII - Recurso
Especial improvido. (STJ - REsp nº 539.084/SP , Relator:
Ministro FRANCISCO FALCÃO, Data de Julgamento:
18/10/2005, T1 - PRIMEIRA TURMA).
Obrigações Tributárias
• Elemento Temporal (Art. 116, CTN):

– Situação de Fato (Inciso I)

– Situação de Direito (Inciso II)

• Negócios Jurídicos Condicionais (Art. 121, CC + Art.


117, CTN):

– Suspensiva (Inciso I)

– Resolutória (Inciso II)


Obrigações Tributárias
Elisão Fiscal ≠ Evasão Fiscal ≠ Elusão Fiscal

• Regra Antielisão/elusão Fiscal:

– CTN, Art. 116, § Único. A autoridade


administrativa poderá desconsiderar atos ou
negócios jurídicos praticados com a
finalidade de dissimular a ocorrência do fato
gerador do tributo ou a natureza dos
elementos constitutivos da obrigação
tributária, observados os procedimentos a
serem estabelecidos em lei ordinária.
Obrigações Tributárias

Interpretação do Fato Gerador: Art. 118, CTN

A) Abstração da validade dos atos e natureza do


objeto (Inciso I)

B) Abstração dos Efeitos (Inciso II)

Natureza Econômica & “pecunia non olet”


TRIBUTÁRIO. ISS. TERRAPLENAGEM. OS SERVIÇOS DE
TERRAPLENAGEM SE INCLUEM NO AMBITO DA
CONSTRUÇÃO CIVIL, SUJEITANDO AO IMPOSTO
SOBRE SERVIÇOS A EMPRESA QUE OS EXPLORE,
AINDA QUE NÃO QUALIFICADA TECNICAMENTE
PARA ESSE EFEITO (CTN, ART. 118); LOCAL DA
PRESTAÇÃO DO SERVIÇO, NESSE CASO, E AQUELE
ONDE SE EFETUAR A PRESTAÇÃO (DEL 406/1968, ART.
12, B). RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO.
(STJ – REsp nº 73.692/ES, Relator: Ministro ARI
PARGENDLER, Data de Julgamento: 20/11/1997, T2 -
SEGUNDA TURMA).
Sujeitos da Relação Tributária
Sujeito Ativo
• Pessoa Jurídica de Direito Público (Art. 119, CTN)

Criar

Arrecadar

Competência Fiscalizar

Executar

• Subrrogação (Art. 120, CTN)


Sujeito Passivo
• Obrigação Principal: Art. 121, § Único, CTN

de Direito
Contribuinte
de Fato

Responsável Vinculação
Sujeito Passivo
• Obrigações Acessórias: Art. 122, CTN

• Convenções Particulares: Art. 123, CTN

CTN, Art. 123. Salvo disposições de lei em contrário,


as convenções particulares, relativas à
responsabilidade pelo pagamento de tributos, não
podem ser opostas à Fazenda Pública, para
modificar a definição legal do sujeito passivo das
obrigações tributárias correspondentes.

• Princípio da Legalidade & Exceções


PROCESSUAL CIVIL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO
REGIMENTAL. LEGITIMIDADE ATIVA.
PROPRIETÁRIO DO IMÓVEL. 1. O locatário é
parte ilegítima para litigar a respeito de
questões que envolvam o pagamento do
IPTU e outras taxas para as quais o
legislador elegeu como sujeito passivo o
proprietário do imóvel. 2. Agravo
regimental improvido.(STJ REsp nº
852.169/PR, Relator: Ministra ELIANA
CALMON, Data de Julgamento: 07/06/2005,
T2 - SEGUNDA TURMA).
Questões
(FCC 2007/Auditor Municipal SP) A pessoa
obrigada ao pagamento de tributo ou de
penalidade pecuniária é o sujeito passivo de
obrigação tributária principal.

(FGV 2006/Agente Tributário Estadual MS) O


indivíduo que adquirir imóvel sobre o qual existem
dívidas tributárias anteriores ao negócio jurídico é
responsável somente se assim dispuser o contrato
de compra e venda.
Sujeito Passivo
• Solidariedade Tributária: Art. 124, CTN

- Semelhanças com o Direito Privado

- Espécies: De fato & De Direito

• Efeitos: Art. 125, CTN

I. Pagamento
II. Isenção ou Remissão
III. Interrupção Prazo Prescrição
Questões
(CESPE 2011/Juiz de Direito TJ/PB) São
solidariamente obrigadas as pessoas que tenham
interesse comum na situação que constitua o fato
gerador da obrigação, podendo, entretanto,
qualquer dos devedores alegar o benefício de
ordem, conforme o grau de seu interesse.

(VUNESP 2011/Advogado IPT/SP) Salvo disposição de


lei em contrário, a isenção ou a remissão de crédito
outorgada pessoalmente a um dos obrigados
solidários somente a ele exonera, subsistindo, nesse
caso, a solidariedade quanto aos demais pelo
saldo.
Sujeito Passivo
• Capacidade Tributária: Art. 126, CTN

a) Civil ≠ Tributário

b) Abstração da validade (Art.118, CTN)

• Domicílio Tributário: Art. 127, CTN

a) Importância & Regra – “Domicílio de Eleição”

b) Espécies: Incisos + §1º


TRIBUTÁRIO. DOMICILIO TRIBUTÁRIO. FIRMA INDIVIDUAL. C.T.N.,
ART. 127, II. APLICAÇÃO. I - O ACORDÃO RECORRIDO, AO
ADMITIR COMO VALIDA NOTIFICAÇÃO FISCAL ENVIADA PARA
LOCAL DIVERSO DO DOMICILIO TRIBUTÁRIO DO CONTRIBUINTE,
QUE ERA DO CONHECIMENTO DO FISCO, OFENDEU O ART. 127, II,
DO C.T.N.II - RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E PROVIDO. (STJ -
REsp: 33837 MG 1993/0009496-3, Relator: Ministro ANTÔNIO DE
PÁDUA RIBEIRO, Data de Julgamento: 04/03/1996, T2 - SEGUNDA
TURMA, Data de Publicação: DJ 25/03/1996 p. 8560).

DOMICILIO TRIBUTÁRIO - MESMO DA RESIDENCIA. NÃO PROCEDE


O ARGUMENTO DE QUE SENDO INVIOLAVEL O DOMICILIO DA
PESSOA FISICA, DIFICULTARIA A ATUAÇÃO DOS AGENTES FISCAIS,
CASO TENHA O DOMICILIO TRIBUTÁRIO A MESMA SEDE, PORQUE
TAL PROTEÇÃO DEIXARIA DE EXISTIR. É INJUSTIFICAVEL E SEM BASE
LEGAL IMPEDIR O CONTRIBUINTE DE INDICAR SUA RESIDENCIA
PARA DOMICILIO TRIBUTÁRIO. RECURSO IMPROVIDO. (STJ - REsp:
28237 SP 1992/0026146-9, Relator: Ministro GARCIA VIEIRA, Data
de Julgamento: 16/11/1992, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de
Publicação: DJ 14.12.1992 p. 23906 REVJUR vol. 189 p. 51).
TRIBUTÁRIO. DOMICÍLIO FISCAL. DIFICULDADE DE
ARRECADAÇÃO E/OU LOCALIZAÇÃO. POSSIBILIDADE DE
ELEIÇÃO OU REVISÃO PELO FISCO. ART. 127, § 2º, DO CTN. 1. O
sujeito ativo tributante, enfrentando dificuldades para
arrecadar ou localizar o domicílio tributário do contribuinte,
poderá fixá-lo nos limites estabelecidos por lei (art. 127, § 2º,
do CTN). 2. Esse princípio não afeta direito subjetivo do
contribuinte. 3. Inexistência de prova de mudança de
domicílio do contribuinte para outro Município que não o
eleito pelo Fisco, cidade na qual se localiza a sua residência,
a sede da pessoa jurídica da qual é sócio, e praticamente a
quase totalidade de seu patrimônio, não tendo outra
conotação, a eleição de outro domicílio para fins de
arrecadação tributária, que a de criar embaraço à
fiscalização. No mandado de segurança, a prova é pré-
constituída. 4. Recurso não provido. (STJ - REsp: 437383 MG
2002/0067827-9, Relator: Ministro JOSÉ DELGADO, Data de
Julgamento: 27/08/2002, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data de
Publicação: DJ 21.10.2002 p. 301 RDDT vol. 87).
Aos Estudos...

“É graça divina começar bem. Graça


maior é persistir na caminhada certa. Mas a
graça das graças é não desistir nunca”.

Dom Hélder Câmara


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