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By: Prof. Eng. Franklim Alexandre M. Bivingo. Email: franklin05alexandre@hotmail.

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MÓDULO B: ELECTRICIDADE INDUSTRIAL E AUTOMAÇÃO

A palavra automação está diretamente ligada ao controle automático, ou seja


ações que não dependem da intervenção humana. Este conceito é discutível, pois a
“mão do homem” sempre será necessária, pois sem ela não seria possível a construção e
implementação dos processos automáticos. Entretanto não é o objectivo deste curso,
este tipo de abordagem filosófica, ou sociológica.
Actualmente a automação industrial é muito aplicada para melhorar a
produtividade e qualidade nos processos considerados repetitivos, estando presente no
dia-a-dia das empresas para apoiar conceitos de produção.
Os sistemas automatizados podem ser aplicados em simples máquina ou em toda
indústria, como é o caso das usinas de cana e açúcar.

Ilustração 1: Diagrama simplificado de um sistema de controle automático.

Os sensores são os elementos que fornecem informações sobre o sistema,


correspondendo às entradas do controlador. Esses podem indicar variáveis físicas, tais
como pressão e temperatura, ou simples estados, tal como um fim-de-curso posicionado
em um cilindro pneumático.
Os atuadores são os dispositivos responsáveis pela realização de trabalho no
processo ao qual está se aplicando a automação. Podem ser magnéticos, hidráulicos,
pneumáticos, elétricos, ou de acionamento misto.
O controlador é o elemento responsável pelo acionamento dos atuadores,
levando em conta o estado das entradas (sensores) e as instruções do programa inserido
em sua memória.

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CAP I: INTRODUÇÃO AO ELECTROMAGNETISMO

TEMA 1: PRINCIPAIS LEIS

Campo magnético: é uma energia produzida por corpos magnéticos, capaz de


movimentar outros corpos magnéticos sem entrar em contacto físico. Os matérias
magnéticos são: O imã, ferro, níquel, cobalto, etc.

1. Produtores de Campo magnético


1.1. Imã Natural

O imã natural é um material encontrado na natureza (primeiramente na


Magnésia, Turquia), oferecendo propriedades magnéticas de tracção e repulsão de
corpos magnéticos.

1.2. Condutor rectilíneo que circula corrente

Nos meados de 1777 à 1851, o cientista dinamarquês Hans Christian Oersted


descobriu, através de uma experiência que, um condutor rectilíneo atravessado por uma
corrente produzia a sua volta um campo magnético. Antes de 1803, o cientista André-
Marie Ampère provou pela que o campo magnético gerado por um corrente através de
um condutor rectilíneo é circular e possui um sentido de rotação que depende do sentido
da corrente. Actualmente o sentido do campo magnético gerado por uma corrente é
determinado pela regra da mão directa.

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1.3. Electroíman (imã artificial, enrolamentos, bobina, solenóide, hélice ou


indutor)

O electroíman é um imã artificial, isto é, quando atravessado por corrente


eléctrica, comporta-se como um imã, atraindo e repelindo corpos magnéticos. Em geral,
a bobina consiste em um fio enrolado de forma helicoidal a um material chamado
núcleo magnético (de ar ou ferro).

2. Lei da Indução electromagnética (Lei de Faraday – Lenz)

Lei de Faraday: essa lei afirma que, todo condutor mergulhado em um campo
magnético variável está sujeito à uma tensão induzida em sues terminais.

Lei de Lenz: a corrente induzida sempre gera um campo magnético que tende a
se opor ao campo magnético que lhe deu origem em primeiro lugar.

OBS: A tensão só será induzida sse movermos o rotor e/ou o estator segundo a
lei de Faraday. I (A) representa a corrente induzida, v (m/s) a velocidade com que o
induzido se move ao longo do espaço X (m), U (V) tensão ou fem induzida, l (m)
comprimento do condutor mergulhado no campo variável e B (T) campo magnético
produzido pelo indutor.

U = - Blv por outra U = -NdΦ/dt, com Φ = BXl

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MÓDULO B: ELECTRICIDADE INDUSTRIAL E AUTOMAÇÃO


CAP II: MÁQUINAS E PRINCIPAIS DISPOSITIVOS DE AUTOMAÇÃO

TEMA 2: INTRODUÇÃO ÀS MÁQUINAS ELÉCTRICAS

No mundo da electricidade existem apenas três tipos de máquinas, sendo Motor,


Transformador e Gerador eléctrico. Neste tema, estudaremos resumidamente apenas o
motor e o transformador, uma vez que o gerador não será muito utilizado ao longo do
curso.

1. MOTOR ELÉCTRICO TRIFÁSICO

Em geral, o motor é uma máquina eléctrica rotativa capaz de converter a energia


eléctrica em energia mecânica. O motor trifásico consiste em três bobinas da mesma
impedância e mesmo formato, separadas uma da outra com um ângulo de 120º
Eléctricos. Se aplicarmos uma tensão trifásica a partir de um gerador, por causa das
resistências das bobinas e da ligação (delta ou estrela), ela faz surgir a corrente eléctrica
em cada bobina, essas correntes gerarão seus campos magnéticos em forma helicoidal, o
campo magnético resultante (campo magnético girante) dos três campos das bobinas
fará com rotor (elemento móvel do motor) se mova em função deste.

1.1. Representação

A figura seguinte mostra, ao lodo esquerdo, um motor trifásico compactado com


as três fases e um neutro, à direita, as três bobinas do estator inicialmente não ligadas e
no centro da distribuição das bobinas encontramos o rotor.

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OBS: Existem mais formas possíveis de interligar os terminais dos motores,


todavia, neste curso, usaremos mais a segunda terminologia da tabela a seguir.

1.2. Terminais das Bobinas do Motor/Gerador/Transformador

Existem duas formas para ligar os terminais do motor trifásico, em estrela ou em


triângulo. Outrossim, como o motor possui 3 bobinas (cada bobina com dois terminais),
isto é, 6 terminais, os terminais das bobinas podem vir escritos da seguinte forma:

Terminais Externos Terminais Internos


1 2 3 4 5 6
U1 V1 W1 U2 V2 W3
A B C a b c
A B C x y z
R S T r s t
X Y Z x y z
L1 L2 L3 x y z

1.3. Ligação em Estrela

Ligar um motor em estrela consiste em unir os três terminais internos em um


ponto comum assim como está mostrado na figura a seguir.

 Formulação Teórica.

 Formulação Prática

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1.4. Ligação em Triângulo ou Delta

A ligação em triângulo consiste em cada terminal externo de uma bobina com


um outro interno de outra bobina assim como está ilustrado a figura a seguir.

 Formulação Teórica

 Formulação Prática

1.5. Diagrama Fasorial e Formas de Onda

O diagrama fasorial é uma forma de representação das grandezas em corrente


alternada, nos dá uma visão mais clara da disposição de cada grandeza e sua integração
dentro do sistema.

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2. TRANSFORMADOR ELÉCTRICO

Um transformador eléctrico é uma máquina concebida para elevar ou baixar a


amplitude da tensão ou corrente. Ao longo do curso, far-se-á pouco o uso do
transformador eléctrico, tendo assim uma abordagem resumida sobre o assunto.

Consiste em duas (transformador monofásico) bobinas separadas electricamente


e unidas magneticamente. No caso dos transformadores trifásicos, consiste em seis
bobinas, sendo três num lado e três em outro. Os enrolamentos do transformador
trifásico podem ser ligados também em estrela ou em triângulo.

2.1. Transformador Monofásico Ideal

Como o transformador é uma máquina, ele possui perdas (Eléctricas e


Magnéticas). No estudo do transformador ideal despreza-se essas perdas e sem
considera como uma máquina perfeita.

 Formulação Prática.

 Formulação Teórica

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2.2. Autotransformador

O autotransformador é um tipo de transformador especial, ou seja, com


possibilidade de se obter vários valores de voltagem no primário ou no secundário.

𝑉1 𝑁1
= Com V1 = V1.1 + V1.2 e N1 = N1.1 + N1.2
𝑉2 𝑁2

2.3. Transformador Trifásico

O transformador trifásico é uma associação de três transformadores


monofásicos. Os transformadores podem ser ligados em estrela ou em triângulo. As
características de ligações são as mesmas com as do motor.

3. GERADOR ELÉCTRICO

O gerador eléctrico é uma máquina capaz de transformar um outro tipo de


energia em energia eléctrica. Hoje em dia os geradores são feitos monofásicos e
trifásicos, funcionando através da lei de geração de electricidade (a lei de Faraday – Lei
da indução electromagnética), para fontes que a energia primária é mecânica.

NB! Potências das Máquinas – Activa P (W), Reactiva Q (VAr) e Aparente S (VA).

 Monofásica Pf = Uf.If.cosϕ, Qf = Uf.If.senϕ e Sf = Uf.If.


 Trifásica P = √3UL.IL.cosϕ, Q = √3UL.IL.senϕ e S = √3UL.IL.

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CAP II: MÁQUINAS E PRINCIPAIS DISPOSITIVOS DE AUTOMAÇÃO.

TEMA 2: INTRODUÇÃO AOS DISPOSITIVOS DE AUTOMAÇÃO.

Havendo ressaltada a importância dos motores em sistemas automatizados,


descrevem-se nos próximos parágrafos, os conceitos de comandos, necessários a
manobra dos mesmos. Um dos pontos fundamentais para o entendimento dos comandos
elétricos é a noção de que “os objetivos principais dos elementos em um painel elétrico
são: a) proteger o operador e b) propiciar uma lógica de comando”.
Partindo do princípio da proteção do operador, mostra-se abaixo, uma sequência
genérica dos elementos necessários a partida e manobra de motores, onde são
encontrados os seguintes elementos:
 Seccionamento: só pode ser operado sem carga. Usado durante a manutenção e
verificação do circuito.
 Proteção contra correntes de curto-circuito: destina-se a proteção dos condutores
do circuito terminal.
 Proteção contra correntes de sobrecarga: para proteger as bobinas do
enrolamento do motor.
 Dispositivos de manobra: destinam-se a ligar e desligar o motor de forma
segura, ou seja, sem que haja o contato do operador no circuito de potência,
onde circula a maior corrente.

Ilustração 1: Sequência genérica para o acionamento de um motor

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Hoje em dia o conceito de automação tem sido muito amplificado face à


concepção de novos dispositivos. Neste tema estudaremos apenas os dispositivos da
automação convencional ou cablada.

Todos os dispositivos magnéticos funcionam quase que com o mesmo princípio


do electromagnetismo (o princípio do electroíman), isto é, quando se energiza uma
bobina, muda o estado de todos os contactos. Veja na figura seguinte:

1. CONTACTOR/ARRANCADOR MAGNÉTICO.

É um dispositivo apenas para comando (ligar e desligar instantaneamente).


Funciona pelo princípio de atracção e repulsão dos metais através de um electroíman.
Geralmente um contactor é composto por:

 Bobina (circuito de comando ou circuito magnético) – Terminais A1 e A2;


 Contactos Principais (circuito de força) – Entrada (1 3 5 ou L1 L2 L3) e
Saída (2 4 6 ou T1 T2 T3);
 Contactos Auxiliares (circuito de comando) – Normalmente Aberto
(NO/NA, os últimos dígitos são 3 e 4) e Normalmente Fechado (NC/NF, os
últimos dígitos são 1 e 2).

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2. BOTÃO DE PRESSÃO

Um botão de pressão é um dispositivo utilizado apenas para ligar ou desligar em


instantes diferentes, neste caso, o consideramos como um interruptor, eles podem ser
com ou sem retenção. Utiliza-se para ligar, desligar e para emergências.

3. RELÉ

Em geral o relé é um dispositivo que faz parte tanto do circuito de potência


como no circuito de controlo. Existem vários tipos de relés, todavia, estudaremos os
essenciais para o estudo.

3.1. RELÉ TÉRMICO

O relé térmico é o um dispositivo utilizado para protecção do motor ou outro


equipamento eléctrico contra sobre corrente comumente provocada por sobrecarga. Ele
funciona com um princípio da física (dilatação térmica dos metais), consistindo em duas
chapas bimetálicas que se juntam ou se separam em função do aumento/diminuição da
temperatura criada pela corrente. É constituído por:

 Bobina (circuito de comando) – Terminais A1 e A2;


 Contactos Principais (circuito de força) – Entrada (1 3 5 ou L1 L2 L3) e
Saída (2 4 6 ou T1 T2 T3);

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 Contactos Auxiliares (circuito de comando) – Normalmente Aberto


(NO/NA, os últimos dígitos são 7 e 8) e Normalmente Fechado (NC/NF, os
últimos dígitos são 5 e 6).

3.2. RELÉ MAGNÉTICO DE PROTECÇÃO

O relé magnético de protecção é o um dispositivo utilizado para protecção do


motor ou outro equipamento contra sobre corrente comumente provocada por
sobrecarga, funciona pelo princípio da indução electromagnética com dois núcleos
toroidais de onde passam os condutores que circulam corrente.

 Bobina (circuito de comando) – Terminais A1 e A2;


 Contactos Auxiliares (circuito de comando) – Normalmente Aberto
(NO/NA, os últimos dígitos são 7 e 8) e Normalmente Fechado (NC/NF, os
últimos dígitos são 5 e 6).

3.3. RELÉ MAGNÉTICO DE COMANDO

O relé magnético de comando é um dispositivo de comando apenas, servindo


para ligar e desligar sistemas através da bobina e de seus contactos auxiliares.

 Bobina (circuito de comando) – Terminais A1 (13) e A2 (14);


 Contactos Auxiliares (circuito de comando)
 Normalmente Aberto (NO/NA, os últimos dígitos são 1 e 4)
 Normalmente Fechado (NC/NF, os últimos dígitos são 1 e 2).

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CUIDADO! As ligações são feitas em uma base. Na base do relé possui uma
numeração correspondente aos dígitos da identificação característica, isto é, antes de
efectuar qualquer ligação, verificar bem a codificação numérica e a base.

3.4. RELÉ TEMPORIZADOR

O relé temporizador é um dispositivo de comando apenas, servindo para ligar e


desligar sistemas através de seu conjunto ligador/desligador magnético que actua em
função do tempo programado pelo operador a partir de um relógio ajustável (regulador
de tempo). É constituído pelos seguintes elementos:

 Bobina (circuito de comando) – Terminais A1 e A2;


 Contactos Auxiliares (circuito de comando)
 Normalmente Aberto (NO/NA, os últimos dígitos são 7 e 8)
 Normalmente Fechado (NC/NF, os últimos dígitos são 5 e 6)
 Relógio Ajustável (Regulador de Tempo).

4. BLOCO RECTIFICADOR

O conjunto rectificador é responsável por baixar o nível da tensão alternada e


rectificar para contínua a tensão reduzida. Para além dos vários componentes
electrónicos constituintes deste equipamento, ele é geralmente formado por um
transformador abaixador, díodos rectificadores e condensadores filtrantes. Este

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dispositivo será muito utilizado nas aplicações práticas visto que hoje em dia os
circuitos de controlo são geralmente controlados por 24VDC.

5. TERMOSTATO

Em geral um termostato é um interruptor que fecha ou abre seu contacto em


função da temperatura programada. Os termostatos podem ser do tipo ajustável ou não
ajustável. Neste curso implementaremos o termostato ajustável (que se programa a
temperatura pretendida para abertura/fechamento. O termostato funciona com o
princípio da dilação térmica, onde o calor imposto nas chapas metálicas faz dilata-las e
consequentemente abrir ou fechar o contacto.

6. CHAVE FIM DE CURSO

A chave fim de curso é um interruptor sem retenção, é muito utilizado em


movimentação de cargas pesadas (portões automáticos, elevadores, transportadores,
montadores, etc.).

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7. SENSOR DE NÍVEL (NIVELOSTATO)

O sensor de nível (nivelostato) é um interruptor especial que funciona através de


uma bóia que mede o nível do fluido em um determinado reservatório, fazendo fechar
ou abrir o contacto de a cordo com o nível ajustado pelo operador.

8. FOTOCÉLULA

O relé fotoeléctrico está entre os elementos pioneiros dos sistemas de automação


residencial, hoje pode parecer uma coisa simples e comum, mas quando foi inventado
definitivamente trouxe muito conforto e economia de energia eléctrica. Sua principal
função é que um determinado circuito seja ligado ou desligado automaticamente através
da quantidade de luz. Isso possibilita uma infinidade de configurações para uma
instalação. Um dos exemplos mais práticos de uso de relé fotoeléctrico é nas ligações
das lâmpadas de postes, que acendem automaticamente quando escurece. Todo relé se
configura como um contacto que abre e fecha de acordo com algum factor ou
configuração, no caso do relé fotoeléctrico esse factor é a quantidade de luz. O que
torna isso possível é um sensor LDR (light dependent resistor ou em português resistor
dependente de luz).

9. SENSOR DE PROXIMIDADE

O princípio desse tipo de sensor de proximidade se baseia na detecção de


objectos a partir de reflexão de raios de luz infravermelha. Um equipamento com esse
sensor emite luz invisível e, quando um objecto entra em seu raio de alcance, o

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dispositivo mede os fotões – partículas de luz – que foram deflectidos pelo material
“invasor”, accionando, assim, um circuito eléctrico.

10. DETECTOR DE FUMO

Os detectores de fumo são dispositivos utilizados para fazer a vigilância


permanente de um local, constituindo a parte sensível da instalação residencial ou
industrial para detenção automática de incêndio. São construídos por células
fotoeléctricas que emitem uma corrente variável segundo o fluxo luminoso que
recebem. Do princípio que a fumaça que se propaga e acompanha um incêndio faz
variar o fluxo luminoso.

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CAP II: ARRANQUE/PARTIDA DE MOTORES TRIFÁSICOS

TEMA 1: PARTIDA DIRECTA E INDECTA

Para fazer o arranque de motores é necessário que se considere o seguinte:

 Corrente nominal e de partida do motor

A magnitude da corrente de partida do motor varia em função da corrente


nominal e da construção. Em geral corrente de partida de um motor varia de 4 a 10
vezes a corrente nominal, insto significa: IP/IN = 6 à 10 (depende da fabricação). Onde
Ip = corrente de partida e IN = corrente nominal.

IMPORTANTE! Em geral, nos motores de indução, a corrente de partida deve


durar até no máximo 5 segundos.

 Torque/Conjugado/Binário do motor

O torque é a força que actua no eixo do motor, responsável pelo ‘arrastamento


da carga desejada’. 𝜏 = 𝐾 × 𝛷 × 𝐼 (N.m). Onde τ = Torque, K = constante construtiva
(depende do nº de polos, ipo de enrolamento e nº condutores em armadura), Φ = fluxo
magnético (Wb) e I = corrente nominal (A).

Ex: Se tivermos um motor cuja IP/IN = 7, qual será a corrente de arranque para
uma corrente nominal de 3A?

Para este caso a corrente de arranque ou de partida será IP = 7.IN = 21A.

NB: O sistema eléctrico industrial para arranque de motores é composto por dois
circuitos fundamentais:

 Circuito de Força/Potência: é destinado a encaminhar as fases da rede para


o motor, protecção e comando parcial do mesmo. Este circuito é
rigorosamente acompanhado com a seguinte sequência: Rede – Fusíveis –
Disjuntor – Contactor – Relé Térmico ou Magnético – Motor.
 Circuito de Controlo: é concebido para controlar o motor, isto é, ligar,
deligar, sinalizar, inverter rotação, etc. O circuito de controlo é feito de
acordo com a necessidade.

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TIPOS DE ARRANQUE

Existem dois tipos de arranques em motores trifásicos de corrente alternada:


 Arranque Directo à Linha
 Arranque à tensão reduzida, ou Indirecto.

NB: Os mesmos são utilizados em função do nivel de corrente consumida por o


motor eléctrico.

1. ARRANQUE DIRECTO

Arrancar um motor directamente significa ligar directamente as fases ao motor


desde a partida/arranque ao funcionamento normal (ligando em estrela ou em triângulo).

Na partida directa arrancamos o motor com a:

 Tensão nominal,
 Corrente nominal
 Torque/conjugado/binário nominal.

IMPORTANTE! A partida directa usa-se para motores com potência menor que 6cv
(4,47 KW).

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2. ARRANQUE/PARTIDA INDIRECTO (A)

A partida indirecta utiliza-se quando se pretende reduzir a corrente no momento


do arranque apenas, tão logo ultrapassar o período de arranque, retorna-se para ligação
do funcionamento normal.

Em suma, a partida indirecta nos permite:

 Reduzir a tensão
 Reduzir a corrente (Consequência da redução da tensão)
 Reduzir o torque (Consequência da redução de corrente).

IMPORTANTE! A partida indirecta usa-se para motores com potência maior que 6cv,
(4.4742KW).

2.1. PARTIDA ESTRELA-TRIÂNGULO

Neste sistema, arranca-se o motor primeiramente em estrela no período da


partida, terminado este tempo, arranca-se o motor em triângulo para o funcionamento
normal.

Condições Exigidas:

1) O motor tem que ser trifásico.


2) O motor tem que ter um alto consumo de corrente no arranque.
3) Conexão final de trabalho tem que ser em triângulo.
4) Os seis (6) terminais do motor devem estar visíveis e devidamente
identificados.

Lembrar que numa ligação em estrela a corrente de fase é igual a corrente de


linha e a tensão de fase diferente da de linha (IL = If e UL = √3 Uf). Já na ligação em
triângulo é o inverso, ou seja, UL = Uf e IL = √3 If.

Por outra: τ = K.Φ.I e IP/IN = 7.

Neste caso teremos:

 Redução da corrente (33% a mesmos da corrente de partida)


 Redução do torque (33% a mesmos do torque).

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2.2. PARTIDA COM AUTOTRANSFORMADOR

Neste sistema, arranca-se o motor primeiramente com a tenção da saída do


autotransformador, que possui a função de reduzir a corrente tensão entregue pelo motor
no acto da partida, isto reduz consequentemente a corrente de arranque. Esta partida
também é conhecida como chave compensadora.

Condições Exigidas:

5) O motor tem que ser trifásico ou não.


6) O motor tem que ter um alto consumo de corrente no arranque.
7) Os seis (6) terminais do motor devem estar visíveis e devidamente
identificados caso o motor for trifásico.

NB: A tabela a seguir representa uma comparação singular entre a partida


estrela-triângulo e a chave compensadora (autotransformador).

Redução da Estrela-Triângulo Autotransformador Autotransformador


Grandeza Tap – 65% Tap – 80%
Torque (Binário) 33% 42% 64%
Corrente de Partida 33% 42% 64%

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2.3. PARTIDA ELECTRÓNICA (SUAVE) SOFT-STARTER

NB: A analogia do princípio de funcionamento deste tipo de arranque será


abordada com mais síntese em aula teórico-prática.

2.4. PARTIDA COM RESISTÊNCIA VARIÁVEL

NB: A analogia do princípio de funcionamento deste tipo de arranque será


abordada com mais síntese em aula teórico-prática.

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CAP II: COMBINAÇÕES AUTOMÁTICAS

TEMA 2: PRINCIPAIS COMBINAÇÕES

1. INVERSÃO DO SENTIDO DE MARCHA

A inversão do sentido de marcha é utilizada em muitas aplicações práticas, tais


como:

 Tapetes rolantes;
 Elevadores;
 Portões automáticos;
 Transportadores, etc.

A inversão do sentido de marcha pode ser feita com várias combinações,


todavia, no exemplo a seguir o motor poderá funcionar em sentido horário ou anti-
horário através de duas chaves normais S1 e S2.

IMORTANTE! No acto de inverter o sentido de rotação do motor, desliga-


se e aguarda-se um tempo até o motor parar completamente. Lembre-se… não é
permitido arrancar o motor em outro sentido por enquanto estiver ainda em
marcha de desligamento.

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2. UTILIZAÇÃO DA CHAVE FIM DE CURSO

3. UTILIZAÇÃO DA FOTOCÉLULA

NB: A analogia do princípio de funcionamento deste tipo ensaio será abordada


com mais síntese em aula teórico-prática.

4. UTILIZAÇÃO DO TERMOSTATO

NB: A analogia do princípio de funcionamento deste tipo de acessório será


abordada com mais síntese em aula teórico-prática.

5. UTILIZAÇÃO DO SENSOR DE NÍVEL

NB: A analogia do princípio de funcionamento deste tipo de acessório será


abordada com mais síntese em aula teórico-prática.

6. UTILIZAÇÃO DO SENSOR DE PRESENÇA

NB: A analogia do princípio de funcionamento deste tipo de acessório será


abordada com mais síntese em aula teórico-prática.

7. UTILIZAÇÃO DO DETECTOR DE FUMO

NB: A analogia do princípio de funcionamento deste tipo de acessório será


abordada com mais síntese em aula teórico-prática.

8. SEMÁFORO

NB: A analogia do princípio de funcionamento deste tipo de sistema será


abordada com mais síntese em aula teórico-prática.
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9. INVERSOR AUTOMÁTICO ARTESANAL

NB: A analogia do princípio de funcionamento deste tipo de sistema será


abordada com mais síntese em aula teórico-prática.

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CODIFICAÇÃO

EQUIPAMENTO/DISPOSITIVO CÓDIGO
Aquecedor Resistivo AR
Bloco Rectificador BLR
Botão de Pressão (Sem Retenção) – DESLIGAR B
Botão de Pressão (Sem Retenção) – LIGAR S
Botão de Pressão (Sem Retenção) – EMERGÊNCIA E0
Botão de Pressão (Retenção) – LIGAR E DESLIGAR SB
Botão de Pressão (Retenção) Com Luz Vermelha – LIGAR SR
Botão de Pressão (Retenção) Com Luz Verde – LIGAR SG
Botão de Pressão (Retenção) Com Luz Amarela – LIGAR SY
Botão de Pressão (Retenção) Com Luz Vermelha – DESLIGAR BR
Botão de Pressão (Retenção) Com Luz Verde – DESLIGAR BG
Botão de Pressão (Retenção) Com Luz Amarela – DESLIGAR BY
Botão de Pressão (Retenção) Com Luz Vermelha – LIGAR & DESLIGAR SBR
Botão de Pressão (Retenção) Com Luz Verde – LIGAR & DESLIGAR SBG
Botão de Pressão (Retenção) Com Luz Amarela – LIGAR & DESLIGAR SBY
Botão de Pressão – Campainha SCP
Campainha CP
Chave Fim de Curso CH
Contactor (Arrancador Magnético) – 220VAC KM
Contactor (Arrancador Magnético) – 24VDC K
Contactor (Arrancador Magnético) – 110VDC KH
Disjuntor Tetrapolar DQ
Disjuntor Bipolar DB
Disjuntor Bipolar (alimentação) DM
Disjuntor Tripolar DT
Detector de Fumo FH
Fotocélula LH
Fusível F
Gerador GE
Interruptor Simples IS
Interruptor Duplo (Comutador de Lustre) ID
Interruptor Comutador de Escada CE
Inversor Manual IM
Lâmpada Incandescente LI
Lâmpada Fluorescente LF
Motor M
Placa de Díodos PD
Relé Magnético de Comando R
Relé Magnético de Protecção RM
Relé Térmico RT
Relé Temporizador TM
Sensor de Nível NH
Sensor de Presença PH
Sinalizador Luminoso Verde – 24VDC G
Sinalizador Luminoso Amarelo – 24VDC Y
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Sinalizador Luminoso Vermelho – 24VDC R.


Sinalizador Luminoso Verde – 220VAC G0
Sinalizador Luminoso Amarelo – 220VAC Y0
Sinalizador Luminoso Vermelho – 220VAC R0
Sinalizador Sonoro SS
Termóstato TH
Tomada Monofásica Sem Terra TD
Tomada Monofásica Com terra TDT
Tomada Trifásica Sem Terra TTD
Tomada Trifásica Com Terra TTDT
Transformador TFO
Ventilador VT

PRINCIPAIS SIMBOLOGIAS

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By: Prof. Eng. Franklim Alexandre M. Bivingo. Email: franklin05alexandre@hotmail.com

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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