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1- Introdução 2 - Geocentrismo
Quando o ser humano deixou de ser nômade e iniciou a A Astronomia é uma das mais antigas ciências da humanidade. Ela
agricultura, ele procurou uma referencia pra saber a época certa nasceu da observação dos movimentos diários do Sol, da Lua e
de iniciar uma plantação e fazer a sua colheita. dos demais corpos celestes visíveis a olho nu.
Observando o céu, ele verificou que os movimentos de A primeira teoria tirada dessas observações foi a de que os
determinados corpos celestes eram regulares e isso propiciou uma astros giravam em torno da Terra, fazendo surgir o geocentrismo.
noção do tempo e da época adequada para a plantação. No inicio Mais tarde, penso-se que as estrelas conservavam as mesmas
do século XX, ainda foram encontrados povos que mediam posições relativas entre si, mas que havia alguns astros “errantes”
comprimentos das sombras de varas fincadas no chão para entre as estrelas “fixas”. Tais astros foram denominados planetas.
determinar o movimento do céu e a duração do ano. Na Antigüidade, eram conhecidos os planetas Mercúrio, Vênus,
Marte, Júpiter e Saturno.
Os pitagóricos (seguidores de Pitágoras) elaboram o primeiro
modelo geocêntrico do Universo, constituído por 10 esperas, no
século VI AC.
Dois séculos depois, século IV AC., o filósofo Aristóteles
reelaborou o modelo geocêntrico, que passou a ter 54 esferas, e
dividiu o Universo em duas regiões:

“Pedra do Sol” astecas, representa os movimentos cíclicos dos corpos celestes.


Museu Nacional de Antropologia, México.

Da observação do céu, o homem criava imagens de animais,


objetos e deuses que o protegiam e ameaçavam e, a partir dessas 1. a sublunar, no interior da esfera da Lua, onde tudo era
imagens, procurava explicar os fenômenos da natureza e o seu constituído a partir de 4 elementos: o fogo, o ar, a água e a terra;
próprio destino. 2. a divina, externa à esfera da Lua, onde estavam as estrelas,
constituídas pelo quinto elemento: a quinta-essência.

Já na era cristã, século II, o egípcio Cláudio Ptolomeu introduziu os


epiciclos, que seriam movimentos circulares dos planetas em torno
de pontos imaginários que giravam ao redor da Terra.

Stonehenge, Inglaterra. Construção megalítica para observação de nascente e


poentes nos pontos extremos ocidental e oriental do horizonte.

Por motivos práticos ou filosóficos, o interesse pelas observação e


estudo dos astros foi encontrado em praticamente todas as
civilizações. Atualmente, em decorrência desse estudo, muitas
descobertas já foram feitas e possibilitaram, por exemplo, o
lançamento de satélites em torno da Terra para previsões O ultimo dos astrônomos conceituados que ainda defendia o
meteorológicas e transmissões de TV, o lançamento de naves geocentrismo foi Tycho Brahe (1546-1601), para quem os planetas
espaciais para a Lua, Marte, Vênus, e muitos outros feitos. orbitavam em torno do Sol e estes em torno da Terra.

3 - Heliocentrismo
A concepção de heliocentrismo já havia ocorrido na Grécia
Antiga, mas o geocentrismo prevaleceu ao longo dos séculos até o
Renascimento.
Quem retomou a idéia de colocar o Sol no centro do Universo foi
Nicolau Copérnico (1473-1543). Seu modelo apresentava:
1. o Sol no centro do Universo;
2. o Universo finito, cujo limite era a esfera das estrelas;
3. os planetas em órbitas circulares em torno do Sol.

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254 Física
Galileu Galilei (1564-1642) foi o primeiro cientista a observar o céu Decorre que, se duas áreas são iguais, elas certamente são
através de um telescópio (uma luneta). Foi um defensor do sistema varridas em intervalos de tempos iguais.
heliocêntrico, da forma concebida por Copérnico. Uma conseqüência da lei das áreas é que a velocidade de
O grande salto no avanço da Astronomia foi dado através das translação do planeta nas proximidades do Sol é maior do que em
interpretações matemáticas do Universo, de Johannes Kepler pontos mais afastados.
(1571-1630). Ele foi discípulo de Tycho Brahe, que possuía um Vperiélio > Vafélio
catalogo muito precioso de centenas de estrelas feito por
observações ainda a olho nu. Três das inúmeras conclusões A Terra, por exemplo, tem as seguintes velocidades:
tiradas por Kepler tiveram fundamental importância em estudos
posteriores, constituído, hoje, as três leis de Kepler. máxima, no período: 30,2 km/s
mínimo, no afélio: 29,3 km/s
4 – As 3 Leis de Kepler
3ª Lei ou Lei dos Períodos:
1ª Lei ou Lei das Órbitas: “Os quadrados dos períodos de translação dos planetas em torno
“A trajetória das órbitas dos planetas em torno do Sol elíptica e o do Sol são proporcionais aos cubos dos raios médios de suas
Sol está posicionado num dos focos da elipse.” órbitas.”

Note que, nesse contexto, uma circunferência é um caso particular


de elipse em que os focos se aproximaram até se degenerarem (T1 ) 2 (T2 ) 2 4 2
num único ponto: o centro da circunferência. Assim, órbitas em    constan te
(R 1 ) 3 (R 2 ) 3 G.M sol
forma de circunferência são permitidas, visto que são casos
particulares de órbitas elípticas. A seguir, uma tabela mostra as massas dos planetas em relação à
da Terra, os raios médios das órbitas e o período de translação ao
redor do Sol. As três leis de Kepler são validas para quaisquer
sistema em que corpos gravitam em torno de um corpo central, tais
como planetas em torno de uma estrela, Lua em torno da Terra,
satélites artificiais em torno da Terra.

Planeta Massa relativa Raio médio (UA) Período


Mercúrio 0,055 0,387 88,0 dias
Vênus 0,815 0,713 224,6 dias
Terra 1,0 1,00 365,2 dias
2ª Lei ou Lei das Áreas: Marte 0,108 1,52 1,88 ano
“O raio-vetor (seguimento imaginário que liga o Sol ao planeta) Júpiter 317,9 5,20 11,8 anos
varre áreas proporcionais aos intervalos de tempo gastos para Saturno 95,2 9,54 29,6 anos
varrê-las.” Urano 14,6 19,2 84,0 anos
Logo: “o raio-vetor varre áreas iguais em intervalos de tempo Netuno 17,2 30,1 165 anos
iguais.” Plutão 0,1 39,4 248 anos

5 - Lei de Gravitação Universal de Newton


“Dois corpos atraem-se gravitacionalmente com forças de
intensidade diretamente proporcional ao produto de suas massas e
inversamente proporcional ao quadrado da distancia que separa
seus centros de gravidade”.

A1 A A
 2  ...  n
t 1 t 2 t n
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