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Acordos de Paz
o Tratado de Versalhes (1919): a Alemanha foi culpada pela guerra e, portanto foi
obrigada a pagar indenizações para diversos países, ela perdeu todas as suas colônias,
perdeu também territórios na Europa pra Holanda e pra Bélgica, essa região hachurada
(Renânia) em vermelho foi desmilitarizada, a Alemanha ainda teve que devolver a
Alsácia Lorena. Foi criado também o chamado “Corredor Polonês”, território que a
Alemanha teve de ceder pra Polônia ter acesso ao mar e que formou uma espécie de
corredor que dividia dois territórios alemães. Além disso, a Alemanha foi proibida de
manter uma indústria bélica, nem uma indústria aeronáutica, nem uma marinha de
guerra. Também foi exigida a redução do exército alemão.
o Tratado de Saint-Germain: assinado com a Áustria no qual foi proibido qualquer tipo de
aliança entre a Alemanha e a Áustria. E existiam projetos esquerdistas para que essa
união acontecesse
o Tratado de Trianon: assinado com a Hungria, separando da Áustria
o Tratado de Neully: assinado com a Bulgária
o Tratado de Sèvres (1920): os Aliados vão impor ao Império Turco-Otomano a assinatura
do tratado, mas o Império não vai aceitar perder alguns territórios pra Grécia e vai
continuar em guerra. Em 1923 o Tratado de Lausanne anulou o anterior, nele constava o
reconhecimento internacional da República da Turquia como sucessora do antigo
Império. Ainda durante a guerra a Inglaterra enviou representantes pra fazer
articulações internas para enfraquecer o Império Turco-Otomano. E ainda durante a
Guerra já existia uma divisão do Império Turco Otomano entre áreas de influencia da
Inglaterra e da França oficializada por um ajuste secreto, Acordo Sykes-Picot (1915),
prevendo a situação de derrota do Império Otomano. Essa região era de grande
interesse das potências imperialistas por ser (até os dias de hoje) rica em petróleo.
Segundo esse acordo a Palestina (estado judeu) ficaria sobre administração
internacional. O Acordo é visto por muitos como conflitante com a Aliança da Inglaterra
com os mulçumanos.
Fim dos últimos impérios (Império Russo em 1917, Império Alemão em 1918, Império Austro-
Húngaro em 1918 e Império Turco Otomano em 1923).
Criação de Novos Países (URSS, Áustria, Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia que vão formar o
cordão sanitário)
Crise do Liberalismo: no período entre-guerras o liberalismo não consegue responder à algumas
inquietações desse mundo
Ascensão dos Fascismos
Humilhação de Guerra: a Alemanha apelida o Tratado de Versalhes de Ditado de Versalhes por
conta da sua não participação do Congresso que deu origem à esse tratado. A Itália também foi
humilhada porque não recebeu todos os territórios prometidos pelos Aliados
Decadência econômica europeia acompanhada de hegemonia estadunidense
EUA como potência econômica mundial
Início das Lutas de Libertação Afro-Asiáticas
Afirmação do socialismo real soviético
Na cultura, surgia o modernismo. O modernismo é anterior à Guerra, permanece
contemporâneo durante a Guerra e se afirmou mundialmente no período Pós Guerra. Durante a
Guerra, surgiu o dadaísmo com uma lógica de negação da cultura (Duchamp). No pós-Guerra,
surgiu o surrealismo: colocar no papel as manifestações ilógicas do subconsciente numa
tentativa de fuga da realidade europeia dizimada.
Questão dos Piolhentos: como inserir os ex combatentes da 1ª guerra (apelidados de
piolhentos) na sociedade? Essa questão foi ainda mais latente na Alemanha que estava
quebrada economicamente e ainda foi obrigada a reduzir o seu exército.
Liga das Nações (1919-1946): tentativa de implantar o liberalismo nas relações internacionais. O
principal objetivo era assegurar a paz mundial.
o Principal órgão: Conselho Executivo
Quatro membros permanentes (ING+FRA+ITA+JAP)
Quatro membros não permanentes eleitos pela Assembleia pelo período de três
anos. O Brasil foi eleito todas as vezes até 1926 quando ele ataca a Liga. A
justificativa da presença do Brasil na Liga seria a representação da América. Em
1926 o Brasil condicionou a entrada da Alemanha à sua entrada.
o Ausências Importantes
Estados Unidos
Alemanha (até 1926)
URSS (até 1934 quando a França se aproxima da URSS proporcionando a
entrada)
o Protocolo de Genebra (proibição de armas químicas - 1920)
o Mandatos da Liga: territórios sobre comando da Liga
Mandatos C: Sudoeste Africano (Namíbia) e algumas Ilhas do Pacífico Sul. O
Sudoeste Africano era colônia alemã desde a década de 1880. Como a
Alemanha perdeu suas colônias após a 1ª Guerra e a Namíbia só ficou
independente em 1990, durante esse intervalo ela era comandada pela Liga.
Mas na prática a União Sul Africana (protetorado britânico) exercia ali o seu
domínio.
Em meio às negociações da volta da Alemanha a fazer parte da geopolítica europeia, a União
Soviética se aproveita da ojeriza francesa com relação à Alemanha, da desconfiança inglesa com
relação à Alemanha para se aproximar dela e fazer um tratado entre os excluídos. Foi o Tratado
de Rapall. O tratado negociava a renúncia a todas as reivindicações territoriais e financeiras
oriundas do Tratado de Brest-Litovsk, a normalização das relações diplomáticas, a cooperação
num espírito de boa-vontade mútua, para suprir as necessidades econômicas de ambos os
países (essa cláusula do tratado dava brecha para a Alemanha, proibida pelo Tratado de
Versalhes de ter uma indústria bélica, implantar essa indústria secretamente na URSS), a
permissão para a Alemanha treinar suas forças armadas na URSS e o fim do isolamento
diplomático de ambos.
O Tratado de Rapall serviu de aviso para a Inglaterra que, receosa de uma aproximação soviética
da Alemanha, pensa em se aproximar dela, apesar da rivalidade alemã com a França. Nessa
ocasião surgiu o Tratado de Locarno (1925) quando as potências da Europa Ocidental aliadas
(ING+FRA) tentam entrar em um acordo com a Alemanha. Esse acordo previa a manutenção das
fronteiras estabelecidas pelo Tratado de Versalhes (a França não abriu mão da Alsácia-Lorena),
o “Pacto de Estabilidade” em que as potências aliadas garantem que não mais ocuparão a
Alemanha (lembrar que a França invadiu a Alemanha para retirar o minério que a segunda devia
à primeira pelo Tratado de Versalhes) e o arbitramento internacional (a Alemanha tinha
esperança de chegar um momento de poder, através de uma arbitragem internacional, discutir
os territórios que perdeu no leste europeu pra Polônia). A Alemanha se recusou a assinar o
tratado mantendo as suas fronteiras no leste, a questão permaneceu sem resolução. O principal
resultado é a carta branca das potências aliadas para a entrada da Alemanha na Liga das Nações
(1926). O Brasil veta a entrada da Alemanha na Liga das Nações. Isso porque ele vincula a
entrada da Alemanha à sua entrada para o grupo dos membros permanentes. Argumenta que
foi um dos fundadores da Liga e participou da 1ª Guerra ao lado dos Aliados, era o único país
americano na Liga e poderiam ocupar o lugar dos EUA. Algumas potências como a Inglaterra
questionam a entrada do Brasil e ele vai ser recusado. Por essa razão o Brasil veta a entrada da
Alemanha, atraindo uma má reputação para o Brasil na Liga. Diante desse clima, o governo
Arthur Bernardes retirou o Brasil da Liga das Nações. Sem o veto brasileiro a Alemanha fica livre
pra entrar na Liga. Outro ponto do Tratado de Locarno foi a retirada das tropas aliadas da
Renânia Ocidental (1930).
Salazarismo (1933-1974)
o Antecedentes
República portuguesa instável e assolada por crises políticas: Portugal era
anteriormente uma monarquia tomada pelos republicanos após o assassinato
do rei e do príncipe de Portugal (1910-1926).
Aproveitando-se da crise, os militares tomaram o poder (1926), instalando uma
ditadura republicana militar. Esses militares pediram para um dos notáveis
nomes da economia portuguesa, um professor chamado Salazar, para ser o
ministro da economia. Ele aceita, contanto que tenha autonomia total para
comandar a economia portuguesa.
o Ele é bem sucedido nos seu mandato e seu nome começa a ser sinônimo de solução de
todos os problemas de Portugal, sendo cotado para a presidência substituindo o
General Carmona em 1933. Como presidente ele convoca uma Constituinte, ou seja, vai
elaborar um projeto de Constituição e vai abrir votação para aprovação desse projeto
pela população. A Constituição foi aprovada e com ela é instalada a Ditadura Salazarista.
A Constituição tinha características fascistas, tais como:
Implementação do Unipartidarismo (União Nacional é o partido único)
Autoritarismo (ideia de “democracia orgânica”: regimes conservadores, não
tanto defendendo a ordem tradicional, mas deliberadamente recriando seus
princípios como uma forma de resistir ao individualismo liberal e à ameaça do
trabalhismo e do socialismo. Por trás disso havia uma nostalgia ideológica de
uma imaginada Idade Média ou sociedade feudal, em que se reconhecia a
existência de classes ou grupos econômicos, mas a terrível perspectiva da luta
de classes era mantida a distância pela aceitação voluntária de uma hierarquia
social, pelo reconhecimento de que cada grupo social ou “estamento” tinha seu
papel a desempenhar numa sociedade orgânica composta por todos, e deveria
ser reconhecido como uma entidade coletiva. Isso produziu vários tipos de
teorias “corporativistas”, que substituíam a democracia liberal pela
representação de grupos de interesse econômico e ocupacional.)
Criação de um aparato repressivo para combater os inimigos do Estado
Português, a PIDE (Polícia Interna de Defesa do Estado). A PIDE vai atuar
também nas colônias portuguesas.
Uso da propaganda (Secretariado de Propaganda Nacional)
Censura Prévia
Aliança com a Igreja Católica (Concordata entre a Santa Sé e Portugal – 1940):
Portugal era um país tradicionalmente católico
Corporativismo (“Temos uma Doutrina. Somos uma Força”): era uma forma de
submeter os sindicatos aos interesses do Estado sob a alegação de que os
sindicatos não podem atuar contra Portugal, o sindicato independente
prejudicaria o bom funcionamento do Estado Português. Não era permitido
seguir qualquer outra doutrina (socialismo, comunismo, anarquismo).
Nacionalismo (“Tudo pela Nação, nada contra a Nação”)
Colonialista (“Orgulhosamente sós”): a economia portuguesa depende da
exploração indireta (cede o território de suas colônias para exploração por
empresas estrangeiras cobrando uma alíquota) das suas colônias. A frase
“Orgulhosamente sós” ganha muito sentido quando todos os impérios coloniais
perdem força e Portugal consegue manter as suas colônias ultramarinas, que
passam a ser chamadas de províncias ultramarinas.
Antiparlamentarista: inexistência de um parlamento, as leis eram elaboradas
por conselhos
Anticomunista (“Deus, Pátria, Família.”)
Antiliberal: Estado interventor
Em 1934, na Espanha republicana, uma frente de esquerda chegou ao poder. Esse grupo
era chamado de Republicanos e era formado por comunistas, socialistas, liberais progressistas,
anarquistas.
Quando começaram a propor reformas como a reforma agraria e leis trabalhistas
(abolição do trabalho noturno), eles passaram a incomodar parcelas da sociedade (Igreja,
proprietários de terra, grandes empresários, os militares, parcela conservadora da classe
média). Esses grupos vão se reunir para derrubar os republicanos. A oposição formada pela
direita espanhola ficou conhecida como os Nacionais e ganhou apoio da Falange (grupo
nacionalista claramente fascista) que era liderada por Francisco Franco.
A Guerra Civil espanhola (1936-1939) foi o conflito entre as esquerdas (republicanos) e
as direitas (nacionais, sendo a Falange o grupo principal). Os Republicanos tiveram apoio das
Brigadas Internacionais (apoio de representações esquerdistas internacionais) e da URSS (apoio
duvidoso visto que as armas, obsoletas e o dinheiro foram direcionados apenas para os
socialistas na tentativa de os tornarem hegemônicos dentro de um grupo heterogêneo) e a
Falange teve apoio do Eixo (Hitler e Mussolini). Os dois lados não pretendiam fazer prisioneiros
e portanto houve uma carnificina.
Em 1939, Franco tomou definitivamente o poder.
A tela Guernica de Pablo Picasso ilustra os horrores dessa guerra.
As características do governo do Franco foram:
(a)militarismo;
(b)luta contra o anarquismo (muito forte na Espanha);
(c)corporativismo;
(d)intervencionismo econômico - milagre espanhol;
(e)aproximação da Igreja.
Por meio da lei de sucessão, ele pôde escolher seu sucessor, ele reabilitou o Rei Juan
Carlos.