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Questão 10: Segundo Montesquieu, aquele que não encontra limites para o
exercício do poder que detém tende a agir de forma abusiva.
Comentário: A questão aborda diretamente a observação de Montesquieu:
“todo homem que tem poder tende a abusar dele; ele vai até onde encontra
limites. Para que não se possa abusar do poder, é preciso que, pela disposição
das coisas, o poder limite o poder”.
Assim, na visão dele, se não há limites, é natural o homem agir de
forma abusiva. Portanto, a afirmação está correta.
Gabarito: C
mínimo, ensejando justa causa para que o titular da ação penal possa formar
seu convencimento, a opinio delicti, e, assim, instaurar a ação penal cabível.
Nessa linha, percebe-se que o destinatário imediato do inquérito policial é o
Ministério Público, nos casos de ação penal pública, e o ofendido, nos casos de
ação penal privada.
De acordo com o conceito ora apresentado, para que o titular da ação
penal possa, enfim, ajuizá-la, é necessário que haja justa causa. A justa
causa, identificada por parte da doutrina como uma condição da ação
autônoma, consiste na obrigatoriedade de que existam prova acerca da
materialidade delitiva e, ao menos, indícios de autoria, de modo a existir
fundada suspeita acerca da prática de um fato de natureza penal. Dessa
forma, é imprescindível que haja provas acerca da possível existência de um
fato criminoso e indicações razoáveis do sujeito que tenha sido o autor desse
fato.
Evidencia-se, portanto, que é justamente na fase do inquérito policial
que serão coletadas as informações e as provas que irão formar o
convencimento do titular da ação penal, isto é, a opinio delicti. É com base
nos elementos apurados no inquérito que o promotor de justiça, convencido
da existência de justa causa para a ação penal, oferece a denúncia,
encerrando a fase administrativa da persecução penal.
Hálinna Regina de Lira Rolim. A possibilidade de investigação do
Ministério Público na fase pré-processual penal. Artigo científico. Rio
de Janeiro: Escola de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro, 2010, p. 4.
Internet : <www.emerj.tjrj.jus.br>. (com adaptações) .
Questão 11: A fase do inquérito policial em que são coletadas as informações
e as provas que irão formar o convencimento do titular da ação penal é
denominada opinio delecti.
Comentário: Pela própria análise sintática, podemos perceber o erro na
afirmação da questão, pois “opinio delecti” é o aposto explicativo, o qual se
refere ao convencimento do titular da ação penal. Isso é confirmado no último
parágrafo, quando se afirma o seguinte:
“...o convencimento do titular da ação penal, isto é, a opinio delicti”
Já a questão afirma que “opinio delecti” é a denominação de uma fase
do inquérito policial.
Gabarito: E
Texto:
As cidades foram criadas para a segurança de seus habitantes. Foram elas
que propiciaram, segundo autores clássicos e contemporâneos, o
desenvolvimento da cidadania, da racionalidade econômica, de um sistema de
leis válidas para todos e de novas formas de associação entre indivíduos, fora
dos laços de parentesco e de servidão. Desde o clássico de Weber (1958)
até as obras mais recentes de Godbout (1997) e Jacobs (1993), a liberdade é
apresentada como uma conquista urbana. Essas novas formas de liberdade
foram saudadas porque dissolviam laços de domínio dos poderes
familiares e feudais que impediam o aparecimento de um poder público
voltado para o povo (Habermas, 1994).
Afirmativa da questão:
Infere-se da leitura do texto que as cidades propiciaram, além do
fortalecimento dos laços de parentesco entre os indivíduos,
desenvolvimento da cidadania, da racionalidade econômica, de um sistema de
leis válidas para todos e de novas formas de associação pessoal.
Assim, a afirmativa está errada.
Gabarito: E
Descritivo
O texto descritivo enfatiza o estático, é um retrato, um recorte de uma
paisagem, uma ação, um costume. O texto descritivo vai induzindo o leitor a
imaginar o espaço, o tempo, o costume, isto é, tudo que ambienta a história, a
informação.
“Luzes de tons pálidos incidem sobre o cinza dos prédios. Nos bares,
bocas cansadas conversam, mastigam e bebem em volta das mesas. Nas
ruas, pedestres apressados se atropelam. O trânsito caminha lento e
nervoso. Eis São Paulo às sete da noite.”
(em Platão e Fiorin)
Podemos notar no texto muitos adjetivos, juntamente com a enumeração
de substantivos e verbos. Não há interpretação de movimento neste texto.
Tudo é recorte de instantes, por isso poderíamos pintar um quadro com base
na imagem que ele nos sugere.
Assim, descrever é enumerar características, ações e elementos que
produzem uma imagem “congelada” do instante ou da rotina.
Dentre a variedade de textos descritivos, ressaltam-se os textos
instrucionais, injuntivos. Veja um exemplo:
INSTRUÇÕES
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- corresponde a sua opção de cargo.
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- Para cada questão existe apenas UMA resposta certa.
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certa.
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Capa de uma prova de concurso
Narrativo
Diferentemente do texto descritivo, o narrativo é aquele que trabalha o
movimento, as ações se prolongam no tempo, sendo esta a característica
principal. Narrar é contar uma história, baseando-se na ótica do narrador
(aquele que conta), sobre uma ou mais ações de um personagem(ns), numa
sequência temporal, em determinado lugar. A história pode ser imaginária
(ficção) ou real (fato). Pode ser contada por alguém que é o pivô da história
(narrador-personagem), ou por alguém que está testemunhando as ações
(narrador-observador). Quando há o narrador-personagem, há verbos ou
pronomes em primeira pessoa do singular. Quando há narrador-observador, há
verbos e pronomes em terceira pessoa.
Muitas vezes, quando o autor de um texto quer considerar um problema
relevante na sociedade, parte de um fato (narra uma pequena história real) e
a partir dela tece suas considerações. Assim, pode-se dizer que a primeira
parte do texto é narrativa e a segunda é dissertativa, a qual será vista adiante.
O texto dissertativo pode se manifestar por meio de vários gêneros
textuais, como piada, fábula, parábola, conto, novela, crônica, romance,
entrevista etc.
Eis um bom exemplo deste tipo de texto encontrado na prova do CESPE
(médico perito INSS -2009), em que os elementos da narrativa se fazem
presentes.
A Revolta da Vacina
O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma
cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como febre
amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam questão de
anunciar que não parariam no porto carioca e os imigrantes recém-chegados da
Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas.
Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves
instituiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da
República. Para assumir a frente das reformas, nomeou Francisco Pereira Passos para
o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os engenheiros Francisco Bicalho
para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Rodrigues
Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento.
O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de
casarões e cortiços e o consequente despejo de seus moradores. A população apelidou
o movimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de grandes bulevares,
largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares.
Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz.
Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade
espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o alvo
foram os mosquitos transmissores da febre amarela.
Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei de
vacinação obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e
violento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a
exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo.
A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente
insatisfeito com o “bota-abaixo” e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante
uma semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido com
Questão 22: Médico Perito INSS / 2009 / nível superior (banca CESPE)
O texto faz um histórico da Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro,
mostrando explicitamente o ponto de vista do autor acerca do tema.
Comentário: Realmente houve um histórico sobre a Revolta Vacina, pois
foram narrados os fatos que a cercaram. Mas o erro está em dizer que houve
ponto de vista explícito do autor acerca do tema. Houve apenas a narrativa do
fato, o narrador não faz considerações, por isso não toma nenhum ponto de
vista explicitamente.
Gabarito: E
Questão 23: Médico Perito INSS / 2009 / nível superior (banca CESPE)
O texto apresenta marcadores que evidenciam a progressão da narrativa, tais
como “Ao mesmo tempo” e “Finalmente”.
Comentário: Estas são algumas das expressões que marcam a evolução do
tempo, típica estrutura de texto narrativo.
Gabarito: C
Dissertativo
Dissertar é um processo em que o emissor transmite conhecimento,
relata, expõe ideias, discorre sobre determinado assunto, argumenta. De certa
maneira, o texto mostra o ponto de vista que o autor tem de determinado
assunto, fundamentado em argumentos e raciocínios baseados em sua
vivência, conhecimento, posturas.
É certo dizer que ele engloba um conjunto de juízos. É próprio de temas
abstratos e usado em textos críticos, teses, exposição, explanação e
argumentação.
Dependendo do ponto de vista, da organização e do conteúdo, a
dissertação pode simplesmente relatar saberes científicos, dados estatísticos,
etc ou pode também buscar defender um princípio, uma visão parcial ou não
de um assunto, apresentando argumentos precisos, exemplos, contradições,
comparações, causas etc, para defender suas ideias. Sua estrutura
normalmente é a seguinte:
1) Introdução: é o parágrafo que abre a discussão ou simplesmente
expõe a informação principal, da qual se partirá nos próximos parágrafos à
exemplificação, explicação, etc. Neste parágrafo normalmente se encontra o
tópico frasal, o qual também é entendido como tese, cuja função é transmitir
a opinião do autor, o centro da informação.
2) Desenvolvimento: pode ser composto de um ou mais parágrafos, os
quais servem para ampliar e analisar o conteúdo informado na introdução.
Nele, encontramos os procedimentos argumentativos, que podem conter a
relação de causa e consequência, exemplificações, contrastes, citações de
autoridades no assunto. Enfim, é o debate ou simplesmente o mergulho nas
implicações do tema.
3) Conclusão: é o fechamento da informação, seja ela crítica ou não.
Muitas vezes iniciadas por elementos como “Portanto”, “Em suma”, “Enfim”,
etc. Nela há normalmente a ratificação, confirmação da tese, tomando por
base os argumentos dos parágrafos de desenvolvimento.
O texto dissertativo pode se manifestar por meio de vários gêneros
textuais, como editorial, artigo de opinião, carta de leitor, os diversos
discursos políticos, de defesa, de acusação, resenhas, relatórios, textos
publicitários etc.
Com base nisso, a dissertação se divide em dois tipos:
a) Dissertativo-expositivo: quando o autor apenas transmite os
saberes de uma comunidade (como em livros didáticos, enciclopédias etc), não
colocando sua opinião sobre o assunto, mas apenas os dados objetivos.
Veja alguns exemplos de texto dissertativo-expositivo:
Ferramenta que devolve spam ao emissor já é realidade
Uma nova ferramenta para combater a praga do spam foi recentemente
desenvolvida. O sistema é capaz de devolver os e-mails inconvenientes às
Ponto de vista:
Os diversos tipos de texto são expressos por um emissor, que orienta o
leitor sobre o que se quer defender, criticar, contrastar. Esse ponto de vista
pode ser objetivo ou subjetivo.
Texto subjetivo:
É subjetivo (intimista) o texto em que a impressão do autor extrapola a
razão, a informação do texto. Logicamente todo texto possui de alguma forma
a opinião do autor, aquilo em que ele acredita. Mas isso pode se dar de forma
velada (mascarada) ou enfática. No texto subjetivo, o autor se mostra pelo uso
de verbos e pronomes em primeira pessoa, com vocabulário depreciativo ou
demasiado valorativo. A intenção é mostrar sua insatisfação, supervalorização,
baseado na emoção, no sentimento.
Como a linguagem é dinâmica e é por meio dela que o texto se veicula,
não se pode ser categórico ao se analisar o tipo de texto, nem mesmo seu
ponto de vista; pois tudo depende da intenção do autor. Um texto pode ser
objetivo, mas com alguns traços de subjetividade, assim como um texto
altamente subjetivo pode possuir traços de objetividade. Leia o texto a seguir,
extraído do blog de Diogo Mainard, colunista da Revista Veja. Perceba nele os
verbos e pronomes em primeira pessoa, certos vocábulos que mostram a
liberdade expressiva de sua opinião altamente pessoal. Isso caracteriza o texto
dissertativo-argumentativo, com ponto de vista subjetivo:
O leitor de VEJA já sabe o que esperar de mim: em matéria de
prognósticos eleitorais, eu erro fatalmente, eu erro teimosamente, eu erro
rumorosamente. Nos primeiros meses de 2008, prognostiquei que a candidata
petista chegaria em quinto lugar. Dois anos e meio depois, estou aqui
reivindicando meu erro. Errei, errei, errei.
É bom errar. É bom repetir que errei. Só há um aspecto de meu trabalho
de que realmente me orgulho: eu nunca tentei compreender a mente ou o
comportamento de meus compatriotas. Eu me atormentaria se um dia, mesmo
que por engano, acabasse acertando um resultado eleitoral. Os valores aos
quais sou mais apegado ruiriam. Quem compreende a mente e o
comportamento dos brasileiros é Valdemar Costa Neto. Quem compreende a
mente e o comportamento dos brasileiros é a Mulher Melancia. Quem
compreende a mente e o comportamento dos brasileiros é Chico Buarque. Eles
sabem o que os brasileiros querem. Eu só sei o que os brasileiros repelem.
Eles repelem Antonello da Messina e Memling. Eles repelem Pitágoras e
Empédocles.
De todos os nossos escritores, o único que conseguiu compreender a
mente e o comportamento dos brasileiros foi Euclides da Cunha. Eu sempre
recorro a ele quando tenho de tratar do assunto. Ele é meu Valdemar Costa
Neto particular. Euclides da Cunha podia interpretar o caráter de uma pessoa a
partir do formato e da medida de suas orelhas ou de sua testa. Eu me
pergunto como ele teria interpretado o formato e a medida das orelhas de um
eleitor do PT, como Chico Buarque.
http://veja.abril.com.br/blog/mainardi/
Texto objetivo:
O ponto de vista objetivo procura basear-se em fatos, argumentos,
informações, evitando transparecer a opinião pessoal do autor. O texto
continua sendo opinativo, mas o autor mascara sua opinião para ganhar
credibilidade. Para isso se baseia em argumentos de autoridade (especialistas
entendidos no assunto, leis, regulamentos), pensamentos filosóficos, máximas,
etc. Tudo para fugir da impressão, do “eu acho”. Quanto mais dados para
consubstanciar a opinião “velada” do autor, melhor para a sustentação dos
argumentos, tornando o texto objetivo, com verbos e pronomes normalmente
em terceira pessoa.
Veja um exemplo de trecho dissertativo-argumentativo, com ponto de
vista objetivo.
O homem e a natureza
A idéia de que a natureza existe para servir o homem seria apenas
ingênua, se não fosse perigosamente pretensiosa.
Essa crença lançou raízes profundas no espírito humano, reforçada por
doutrinas que situam corretamente o homo sapiens no ponto mais alto da
evolução, mas incidem no equívoco de fazer dele uma espécie de finalidade da
criação. Pode-se dizer com segurança que nada na natureza foi feito para
alguma coisa, mas pode-se crer em permuta e equilíbrio entre seres e coisas.
A aquisição de características muito específicas como a linguagem, raciocínio
lógico, memória pragmática, noção de tempo e capacidade de acumular não
fizeram do homem um ser superior no sentido absoluto, mas apenas mais bem
dotado para determinados fins.
Isso não lhe confere autoridade para pretender que todo o resto do
universo conhecido deve prestar-lhe vassalagem, como de fato ainda pretende
a maioria das pessoas com poder decisório no mundo.
Lisboa, Luiz Carlos. Olhos de ver, ouvidos de ouvir. Rio de Janeiro, Difel, 1977.
Note que o texto é iniciado por uma ideia geral (a natureza não existe
para servir o homem) que será desenvolvida em seguida. Há várias inserções
do autor, que provam sua opinião, em terceira pessoa:
Pode-se dizer com segurança...
pode-se crer em permuta e equilíbrio...
Isso não lhe confere autoridade...
...como de fato ainda pretende a maioria das pessoas com poder decisório no
mundo...
É claro que um texto não terá apenas uma tipologia textual. Muitas vezes
terá as três num só texto, mas vale o que predomina, aquele que transmite a
ideia central, o objetivo.
Questão 25: Antaq 2014 Técnico (banca CESPE)
Um dos principais desafios para o Brasil é conhecer a Amazônia. Sua
vocação eminentemente hídrica impõe, ao longo dos séculos, a necessidade
do deslocamento de seus habitantes através dos rios. Muito antes da chegada
dos colonizadores na Amazônia, os nativos já utilizavam canoas. Ainda hoje,
grande parte da população amazônica vive da pesca. Além disso, o
deslocamento do ribeirinho se faz através da infinidade de rios que retalham a
grandeza territorial.
Mas para conhecer a Amazônia de verdade é preciso entender sua
posição estratégica para o país. Os rios são a chave para esse conhecimento.
São as estradas que a natureza construiu e em cujas margens se
desenvolveram inúmeras povoações. Portanto, é impossível pensar em
Amazônia sem associar a importância que os rios têm para o desenvolvimento
econômico e social. Eles devem ser vistos como os grandes propulsores do
desenvolvimento sustentável da região.
Domingos Savio Almeida Nogueira. In: Internet:
<www.portosenavios.com.br/artigos> (com adaptações).
Predomina no texto a narração, já que nele se identificam um cenário e uma
ação.
Comentário: É fácil perceber que o texto não é narrativo. Ele é dissertativo.
Note que o autor lança uma tese “Um dos principais desafios para o Brasil é
conhecer a Amazônia.”. Em seguida, discorre sobre algumas considerações a
respeito da Amazônia.
Para confirmar que o texto é dissertativo, veja os tempos verbais: os
verbos estão predominantemente no presente (“é”, “impõe”, “vive”, “faz”,
“são”), o que confirma algumas considerações do autor a respeito do tema. Já
a narrativa se baseia em contar uma história. Assim, deve-se utilizar de
verbos no passado, o que pouco ocorreu neste texto. Com isso, notamos que
a afirmativa está errada.
Gabarito: E
sobre a convivência entre os alunos e que poderão ser objeto de análise para
que o orientador educacional, juntamente com o diretor e a equipe docente,
planeje e execute intervenções.
O papel do monitor na formação dos alunos.
Internet: <http://gestaoescolar.org.br> (com adaptações).
Questão 27: A forma verbal “transita” (linha 3) foi empregada para
transmitir a ideia de que o monitor muda constantemente de função na
escola.
Comentário: A afirmação está errada, pois tal verbo transmite a ideia de que
o monitor interage bem nos diversos espaços da escola. Como ele é um dos
primeiros contatos do aluno no dia a dia, a sua presença pode ligar o discente
aos diversos setores necessários à resolução de problemas. Assim,
definitivamente, o verbo não significa que o monitor tem mudança constante
de função.
Gabarito: E
mais breve registro da imprensa de São Luís. No fundo, pensando bem, que
era essa lei senão uma burla? Os negros nasceriam e cresceriam nas senzalas,
debaixo do chicote dos senhores, e só aos vinte e um anos seriam livres. Ao
fim de tanto tempo de sujeição, que iriam fazer cá fora, sem saber em que se
ocupar? E Damião sentia renascer no seu espírito o impulso da revolta,
querendo denunciar a burla e protestar contra o novo engodo à liberdade dos
negros. Mas vinha-lhe o desânimo. De que adiantava o seu protesto, se não
dispunha de um jornal, se não tinha uma tribuna? Ao mesmo tempo arriava os
ombros, curvando a espinha, esmagado pela convicção de sua inutilidade e de
sua derrota. Se protestasse, como ia fazer depois para educar os filhos e
sustentar a família? Além do mais, embora desempregado havia muito tempo,
não perdera a esperança de colocar-se a qualquer momento, quer de novo no
Liceu, quer no Seminário de Santo Antônio.
Josué Montello. Os tambores de São Luís. 5.ª ed. Rio de
Janeiro: Nova Fronteira, 1985, p. 374-5 (com adaptações).
Questão 36: Depreende-se do texto CB1A1AAA que a “sensação íntima de
derrota pessoal” (linha 3) que levava Damião a “isolar-se num canto do
terreiro, metido consigo” (linha 4) se devia ao fato de
“Com a morte recente do Dr. Sotero dos Reis, tinha tido a esperança de que
viriam chamá-lo para ocupar-lhe o lugar no Liceu. Esperara em vão: já outro
professor fora nomeado.”
(...)
“E Damião sentia renascer no seu espírito o impulso da revolta, querendo
denunciar a burla e protestar contra o novo engodo à liberdade dos negros.
Mas vinha-lhe o desânimo. De que adiantava o seu protesto, se não
dispunha de um jornal, se não tinha uma tribuna?”
Assim, a alternativa correta é a (E).
Gabarito: E
(C) vitória da Corte e da imprensa de São Luís na luta pela libertação dos
negros.
(D) falsa promessa de liberdade vindoura para os negros que nascessem a
partir de então.
(E) oportunidade de os negros finalmente se libertarem da escravidão.
Comentário: Conforme se apresenta no trecho abaixo, a lei do Ventre Livre
não passava de uma burla (enganar, ludibriar). Confirme:
“A Lei do Ventre Livre, que a imprensa da Corte havia recebido com muita
festa, não merecera o mais breve registro da imprensa de São Luís. No fundo,
pensando bem, que era essa lei senão uma burla?”
Assim, a alternativa (D) é a correta.
Gabarito: D
Questão 39: No texto, refere-se ao “Dr. Sotero dos Reis” (linha 5) a forma
pronominal empregada em
(A) “lhe tinha um pouco de amizade” (linha 8).
(B) “outro professor” (linha 7).
(C) “em seu favor” (linha 10).
(D) “viriam chamá-lo” (linha 6).
(E) “para ocupar-lhe” (linha 6).
Comentário: O “Dr. Sotero dos Reis” era o professor que morreu e que
Damião tinha esperança em substituí-lo. Assim, o pronome “lhe” se refere ao
“Dr. Sotero dos Reis” e a alternativa correta é a (E).
A alternativa (A) está errada, pois, na expressão “lhe tinha um pouco de
amizade”, o pronome “lhe” se refere a “Damião”.
A alternativa (B) está errada, pois “outro” não tem relação anafórica e
não retoma palavra anterior.
Questão 41: No texto, a palavra “burla” (linha 17) foi empregada no sentido
de
(A) honra ou glória.
(B) transgressão ou ofensa.
(C) ilusão ou fraude.
(D) compaixão ou piedade.
(E) afronta ou agressão.
Comentário: A palavra “burla” tem o sentido de enganar, ludibriar. Assim, a
alternativa que mais se aproxima deste sentido é a (C).
Gabarito: C
Brasil ainda tem um longo caminho a seguir para ser competitivo. Nos últimos
oito anos, o volume de recursos do Ministério da Saúde, que vem aumentando
progressivamente, aproximou-se dos 200 milhões de reais ao ano,
incentivando setores da pesquisa específicos e complementares aos que
recebem o apoio tradicional das agências de fomento.
Riad Younes. Pesquisa em saúde. Internet:
<www.cartacapital.com.br> (com adaptações).
Questão 48: Infere-se do texto que, no Brasil, a pesquisa biomédica,
importante fator de desenvolvimento científico do país, embora receba cada
vez mais recursos do poder público, ainda não atingiu o patamar ideal de
competitividade em relação aos países desenvolvidos.
Comentário: Esta questão tem referentes literais no texto que a comprovam
como correta. A pesquisa biomédica realmente é importante fator de
desenvolvimento científico do país. Isso é comprovado nos dois primeiros
períodos do texto, em que se afirma “A pesquisa biomédica passou do
amadorismo e voluntarismo à seriedade e ao profissionalismo necessários à
projeção do Brasil no cenário mundial. Nenhum país que pretenda ser
potência mundial pode deixar de criar e ampliar seu parque científico”
O Brasil realmente recebe cada vez mais recursos do poder público. Isso
está comprovado no texto em: “Nos últimos oito anos, o volume de recursos
do Ministério da Saúde, que vem aumentando progressivamente, aproximou-
se dos 200 milhões de reais ao ano, incentivando setores da pesquisa...”
Mas o Brasil ainda não atingiu o patamar ideal de competitividade em
relação aos países desenvolvidos. Comprovamos isso, com a seguinte
passagem no texto: “Mas ainda falta muito a ser feito. Apesar da melhora, o
Brasil ainda tem um longo caminho a seguir para ser competitivo.”
Gabarito: C
1890”.
Portanto, a questão está correta.
Gabarito: C
Questão 57: De acordo com o texto, por ser mal remunerada e desvalorizada
perante a sociedade, a carreira de professor não tem sido uma opção para os
jovens estudantes brasileiros.
Comentário: Podemos tirar nossas conclusões a partir do texto, percebendo
que os professores no Brasil são mal remunerados, por isso a maioria dos
jovens não quer essa profissão. Porém, o texto não aborda isso
explicitamente. Ademais, perceba como a banca nos limita para evitar que
façamos inferências equivocadas. A questão começou com a seguinte
expressão: “De acordo com o texto”. Isso nos força a centrar nos argumentos
explícitos ou implícitos (os vestígios) do texto. Em nenhum momento isso foi
afirmado. Apenas foi relatado que atrair bons estudantes para a carreira,
mesmo que temporária, de professor ajuda muito a educação pública.
Portanto, a questão está errada.
Gabarito: E
Questão 58: Ainda que o objetivo do Teach for America seja atrair os
melhores alunos para a docência, poucos optam definitivamente pela carreira
de professor.
Comentário: Perceba que esta interpretação é literal. Realmente a intenção
do programa é atrair os melhores alunos, como se observa no trecho:
“O Teach for America consegue atrair os mais talentosos alunos para a
docência oferecendo-lhes algo bem concreto”.
Poucos optam definitivamente pela carreira de professor, como se
observa no seguinte trecho:
“No final, uma parcela deles acaba optando pela carreira de
professor, coisa que jamais haviam pensado antes. A maioria, no entanto,
acaba deixando o programa depois dos dois anos previstos”.
Gabarito: C
Questão 60: O estímulo oferecido aos estudantes pelo Teach for America é a
possibilidade de ser contratado por uma grande empresa americana.
Comentário: Esta questão exige a interpretação de dado literal no texto.
Basta localizar o seguinte trecho do texto: “esses jovens ingressam quase
que automaticamente em algumas das maiores empresas americanas”.
Perceba a diferença desta questão para a anterior em que se afirmava
categoricamente que o sucesso seria garantido (“Passar pelo Teach for
America implica sucesso profissional garantido”). Confronte as duas questões
para perceber que esta afirmou que há possibilidade (por isso está certa).
Gabarito: C
Questão 64: Deduz-se das informações do texto que pessoas que fazem uso
frequente da rede mundial de computadores estão aptas a ocupar cargos de
direção de empresas, dado o alto grau de desenvolvimento de sua capacidade
de tomar decisões.
Comentário: Perceba que no texto foi informado que houve uma pesquisa
em que se registrou que houve “maior atividade na área de tomada de
decisões e raciocínio complexo no cérebro das pessoas acostumadas à
tecnologia”. Daí a inferir que essas pessoas estão aptas a ocupar altos cargos
em empresas é um passo muito largo e sem consequência coerente no texto.
Gabarito: E
Questão 73: O autor argumenta que o jogo é uma das principais bases da
civilização, contrariando a ideia corrente de que a sociedade é embasada na
linguagem.
Comentário: A primeira parte da afirmativa está correta, pois o argumento
de que “o jogo¹ é uma das principais bases da civilização²” encontra
fundamentado na tese do texto: “As grandes atividades arquetípicas da
sociedade humana² são, desde o início, inteiramente marcadas pelo jogo¹.”
O erro na afirmação se deu com o uso do vocábulo “contrariando”, pois
a linguagem não contraria esse “jogo”, ela o confirma. Isso é corroborado pela
seguinte passagem do texto: “Como, por exemplo, no caso da linguagem,
esse primeiro e supremo instrumento que o homem forjou a fim de poder
comunicar, ensinar e comandar.”
Gabarito: E
Questão 10: Segundo Montesquieu, aquele que não encontra limites para o
exercício do poder que detém tende a agir de forma abusiva.
Questão 22: Médico Perito INSS / 2009 / nível superior (banca CESPE)
A Revolta da Vacina
O Rio de Janeiro, na passagem do século XIX para o século XX, era ainda uma
cidade de ruas estreitas e sujas, saneamento precário e foco de doenças como febre
amarela, varíola, tuberculose e peste. Os navios estrangeiros faziam questão de
anunciar que não parariam no porto carioca e os imigrantes recém-chegados da
Europa morriam às dezenas de doenças infecciosas.
Ao assumir a presidência da República, Francisco de Paula Rodrigues Alves
instituiu como meta governamental o saneamento e reurbanização da capital da
República. Para assumir a frente das reformas, nomeou Francisco Pereira Passos para
o governo municipal. Este, por sua vez, chamou os engenheiros Francisco Bicalho
para a reforma do porto e Paulo de Frontin para as reformas no centro. Rodrigues
Alves nomeou ainda o médico Oswaldo Cruz para o saneamento.
O Rio de Janeiro passou a sofrer profundas mudanças, com a derrubada de
casarões e cortiços e o consequente despejo de seus moradores. A população
apelidou o movimento de o “bota-abaixo”. O objetivo era a abertura de grandes
bulevares, largas e modernas avenidas com prédios de cinco ou seis andares.
Ao mesmo tempo, iniciava-se o programa de saneamento de Oswaldo Cruz.
Para combater a peste, ele criou brigadas sanitárias que cruzavam a cidade
espalhando raticidas, mandando remover o lixo e comprando ratos. Em seguida o
alvo foram os mosquitos transmissores da febre amarela.
Finalmente, restava o combate à varíola. Autoritariamente, foi instituída a lei
de vacinação obrigatória. A população, humilhada pelo poder público autoritário e
violento, não acreditava na eficácia da vacina. Os pais de família rejeitavam a
exposição das partes do corpo a agentes sanitários do governo.
A vacinação obrigatória foi o estopim para que o povo, já profundamente
insatisfeito com o “bota-abaixo” e insuflado pela imprensa, se revoltasse. Durante
uma semana, enfrentou as forças da polícia e do exército até ser reprimido com
violência. O episódio transformou, no período de 10 a 16 de novembro de 1904, a
recém-reconstruída cidade do Rio de Janeiro em uma praça de guerra, onde foram
erguidas barricadas e ocorreram confrontos generalizados.
Internet: <www.ccs.saude.gov.br> (com adaptações).
O texto faz um histórico da Revolta da Vacina, ocorrida no Rio de Janeiro,
mostrando explicitamente o ponto de vista do autor acerca do tema.
Questão 23: Médico Perito INSS / 2009 / nível superior (banca CESPE)
O texto apresenta marcadores que evidenciam a progressão da narrativa, tais
como “Ao mesmo tempo” e “Finalmente”.
Questão 39: No texto, refere-se ao “Dr. Sotero dos Reis” (linha 5) a forma
pronominal empregada em
(A) “lhe tinha um pouco de amizade” (linha 8).
(B) “outro professor” (linha 7).
(C) “em seu favor” (linha 10).
(D) “viriam chamá-lo” (linha 6).
(E) “para ocupar-lhe” (linha 6).
Questão 41: No texto, a palavra “burla” (linha 17) foi empregada no sentido
de
(A) honra ou glória.
(B) transgressão ou ofensa.
(C) ilusão ou fraude.
(D) compaixão ou piedade.
(E) afronta ou agressão.
Questão 57: De acordo com o texto, por ser mal remunerada e desvalorizada
perante a sociedade, a carreira de professor não tem sido uma opção para os
jovens estudantes brasileiros.
Questão 58: Ainda que o objetivo do Teach for America seja atrair os
melhores alunos para a docência, poucos optam definitivamente pela carreira
de professor.
Questão 60: O estímulo oferecido aos estudantes pelo Teach for America é a
possibilidade de ser contratado por uma grande empresa americana.
Questão 64: Deduz-se das informações do texto que pessoas que fazem uso
frequente da rede mundial de computadores estão aptas a ocupar cargos de
direção de empresas, dado o alto grau de desenvolvimento de sua capacidade
de tomar decisões.
Questão 73: O autor argumenta que o jogo é uma das principais bases da
civilização, contrariando a ideia corrente de que a sociedade é embasada na
linguagem.
1. C 2. E 3. C 4. C 5. C 6. C 7. E 8. E 9. E 10. C
11. E 12. C 13. E 14. E 15. E 16. E 17. C 18. C 19. E 20. C
21. E 22. E 23. C 24. C 25. E 26. C 27. E 28. C 29. E 30. E
31. C 32. E 33. E 34. E 35. E 36. E 37. D 38. C 39. E 40. D
41. C 42. C 43. C 44. C 45. E 46. C 47. C 48. C 49. E 50. E
51. C 52. C 53. C 54. C 55. E 56. C 57. E 58. C 59. C 60. C
61. C 62. E 63. C 64. E 65. E 66. E 67. E 68. C 69. E 70. C
71. C 72. E 73. E
Controle de desempenho:
Quantidade de acertos (QA): + _____
Quantidade erros (QE): – _____
Total (To=QA-QE): _______
Porcentagem ( x 100): ______
73 (quantidade de questões da aula)
Só passe para a aula seguinte, se você tiver índice maior que 80%.