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Técnico Judiciário – Área Administrativa

Direito Administrativo
Prof. Luís Gustavo
Direito Administrativo

Professor Luís Gustavo

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Edital

DIREITO ADMINISTRATIVO: Órgãos públicos. Agentes Públicos. Administração direta e indireta.


Regime Jurídico dos Servidores Públicos Federais: Lei nº 8.112/90 com alterações posteriores.
Provimento. Vacância. Direitos e Vantagens. Dos deveres. Das proibições. Da acumulação. Das
responsabilidades. Das penalidades. Do processo administrativo disciplinar e sua revisão. Lici-
tação e contratos administrativos: Lei nº 8.666/93 com alterações posteriores: Dos princípios.
Das modalidades. Dos contratos. Da execução. Da inexecução e da rescisão. Das sanções. Lei nº
10.520/02: Do pregão.

BANCA: FCC
CARGO: Técnico Judiciário - Área Administrativa

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Introdução

Luís Gustavo Bezerra de Menezes é Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas do


Município do Rio de Janeiro e Ex-Presidente da ANPAC. Aprovado em diversos concursos
públicos, entre os quais se destacam Técnico Judiciário da Justiça Federal do Rio de Janeiro
e Fiscal de Tributos do Espírito Santo, já atuou em diversos cursos preparatórios, em vários
Estados e, atualmente, é professor de cursos virtuais e telepresenciais.

LIVROS PUBLICADOS:
Direito Administrativo – Coleção Provas Comentadas FCC – Editora Ferreira (2ª Edição) – Luís
Gustavo Bezerra de Menezes
Direito Administrativo – Coleção Provas Comentadas CESGRANRIO – Editora Ferreira (1ª
Edição) – Luís Gustavo Bezerra de Menezes e Henrique Cantarino
Direito Administrativo – Coleção Provas Comentadas FUNRIO – Editora Ferreira (1ª Edição) –
Luís Gustavo Bezerra de Menezes e Henrique Cantarino
Comentários à Lei 8.112/90 – Teoria mais 500 questões de provas anteriores – Editora Ferreira
(1ª Edição) – Luís Gustavo Bezerra de Menezes e Henrique Cantarino

Fanpage: www.facebook.com/lgbezerrademenzes
Periscope: @ProfLuisGustavo

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Direito Administrativo

LEI Nº 8.112/90 (ESTATUTO DO SERVIDOR PÚBLICO FEDERAL)

HISTÓRICO

LEI Nº 8.112, DE 11 DE DEZEMBRO DE 1990


"Art 1º Esta Lei institui o Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União, das autarquias,
inclusive as em regime especial, e das fundações públicas federais."

CF, art. 39, "caput" – REDAÇÃO ANTIGA – ANTES DA EC 19/98


"Art. 39. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, no âmbito
de sua competência, regime jurídico único e panos de carreira para os servidores da
administração pública direta, das autarquias e fundações públicas."

•• Assim, antes da EC 19/98, os entes da nossa Federação deveriam estabelecer um


regime jurídico unificado para seus servidores (Administração Pública Direta, autárquica
ou fundacional). O nosso Texto Constitucional preocupou-se, apenas, em unificar o
tratamento dado aos seus funcionários, evitando-se um conflito resultante de tratamentos
diferenciados para os servidores de uma mesma Administração.
•• Assim, para se adequar aos mandamentos da Constituição Federal, respeitando a redação
antiga do art. 39, a União estabeleceu, através da Lei nº 8.112/90, o regime jurídico
estatutário, para o servidor público federal, da Administração Direta, autárquica e
fundacional.
•• Hoje, após a EC 19/98, passou-se a possibilitar que as Administrações Direta, autárquica
e fundacional da União prevejam a contratação e o vínculo com os seus servidores por
regimes diferentes. Acabou a obrigatoriedade do regime jurídico único.
•• Por fim, é importante ressaltar que os empregados públicos das sociedades de economia
mista e das empresas públicas serão sempre regidos pelo regime celetista.

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CUIDADO: DECISÃO LIMINAR DO STF!
Em 2007, o Supremo Tribunal Federal, LIMINARMENTE, determinou a suspensão da
vigência do caput do art. 39, da Constituição Federal, dada pela Emenda Constitucional
19/98, restabelecendo-se a sua redação original.
Com isso, até que o Supremo Tribunal Federal decida de forma definitiva a matéria,
a Lei nº 8.112/90 pode ser tida como o regime jurídico único estatutário, aplicável aos
servidores públicos federais da Administração Direta, autárquica e fundacional.
De tal decisão liminar até o julgamento definitivo, pelo menos, não pode mais haver
contratação de pessoal por meio do regime celetista, com base na lei 9.962/00, no
âmbito da Administração Pública Federal Direta, autárquica e fundacional.

CARGO PÚBLICO

É o conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na estrutura organizacional da


Administração que devem ser cometidas a um servidor. Segundo a Lei nº 8.112/90, os cargos
públicos são:
a) acessíveis a todos os brasileiros

"I – os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que
preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma
da lei;" (EC – 19/98)
"CF – Art. 207,§ 1º – É facultado às universidades admitir professores, técnicos e
cientistas estrangeiros, na forma lei.

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se às instituições de pesquisa científica e


tecnológica"
"Lei nº 8.112/90 – art. 5º § 3º As universidades e instituições de pesquisa científica e
tecnológica federais poderão prover seus cargos com professores, técnicos e cientistas
estrangeiros, de acordo com as normas e os procedimentos desta Lei."

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b) denominação própria
c) criados por lei
d) vencimento pago pelos cofres públicos
e) para provimento efetivo ou em comissão

II – a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia


em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e
a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as
nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;

•• A nomeação para cargo efetivo depende de aprovação prévia em concurso público de


provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e complexidade do cargo.
•• A nomeação para cargo em comissão independe de aprovação prévia em concurso público,
visto ser um cargo de livre nomeação e exoneração.
•• É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os casos previstos em lei.

Art. 5º São requisitos básicos para investidura em cargo público:


I – a nacionalidade brasileira;
II – o gozo dos direitos políticos;
III – a quitação com as obrigações militares e eleitorais;
IV – o nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
V – a idade mínima de dezoito anos;
VI – aptidão física e mental.

•• As atribuições do cargo podem justificar a exigência de outros requisitos estabelecidos em


lei.
•• Às pessoas portadoras de deficiência é assegurado o direito de se inscrever em concurso
público para provimento de cargo cujas atribuições sejam compatíveis com a deficiência
de que são portadoras. Para tais pessoas serão reservadas até 20% (vinte por cento) das
vagas oferecidas no concurso.
•• As universidades e instituições de pesquisa científica e tecnológica federais poderão prover
seus cargos com professores, técnicos e cientistas estrangeiros, de acordo com as normas e
os procedimentos dessa lei.

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CONCURSO PÚBLICO

Art. 11. O concurso será de provas ou de provas e títulos, podendo ser realizado em
duas etapas, conforme dispuserem a lei e o regulamento do respectivo plano de
carreira, condicionada a inscrição do candidato ao pagamento do valor fixado no
edital, quando indispensável ao seu custeio, e ressalvadas as hipóteses de isenção nele
expressamente previstas.
Art. 12. O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, podendo ser prorrogado
uma única vez, por igual período. (A PRORROGAÇÃO É UMA FACULDADE DA
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA!!)
§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua realização serão fixados
em edital, que será publicado no Diário Oficial da União e em jornal diário de grande
circulação.
§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato aprovado em concurso
anterior com prazo de validade não expirado." (vide CF, ART. 37, IV)

FORMAS DE PROVIMENTO

1. CONCEITO
É ato administrativo por meio do qual é preenchido cargo público, com a designação de seu
titular. De acordo com o Texto Constitucional, os cargos públicos podem ser de provimento em
comissão ou efetivo. O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato da autoridade
competente de cada Poder.

2. TIPOS
Segundo o STF, as formas de provimento são classificadas como: Originária e Derivada.
a) Provimento Originário – ocorre quando não há vínculo anterior com a Administração.
b) Provimento Derivado – ocorre quando já havia um vínculo anterior com a Administração.
•• O STF já afirmou que a única forma de provimento originário compatível com a Constituição
Federal é a NOMEAÇÃO.
•• O STF considerou inconstitucionais as seguintes formas de provimento: transferência e
ascensão (ou acesso).

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3. FORMAS
a) Nomeação
b) Promoção
c) Readaptação
d) Reversão
e) Aproveitamento
f) Reintegração
g) Recondução

a) NOMEAÇÃO
•• Única forma de provimento originário, segundo o STF.
•• Pode ocorrer em caráter efetivo ou em comissão.
•• Segundo a CF, art. 37, II, a nomeação para cargo efetivo depende de aprovação prévia
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo.
•• Segundo a CF, art. 37, II, a nomeação para cargo em comissão independe de aprovação
prévia em concurso público, visto ser um cargo de livre nomeação e exoneração.
•• O nomeado tem o prazo de 30 dias, improrrogáveis, para tomar posse.
•• Se não tomar posse, o ato de provimento será tornado sem efeito.
•• O Plenário do Supremo Tribunal Federal, por unanimidade e com repercussão geral,
reconheceu que o candidato aprovado em concurso público dentro do número de vagas
indicado no edital tem direito subjetivo de ser nomeado, dentro do prazo de validade do
concurso (RE 598.099/MS, rel. Min. Gilmar Mendes, 10.08.2011).

b) PROMOÇÃO
•• Só ocorre nos cargos escalonados em níveis, ou seja, nos cargos de carreira. Não ocorre em
cargos isolados.
•• É a passagem de nível do servidor, dentro da mesma carreira. A EC 19/98 trouxe como
requisito prévio à promoção, a participação em cursos de formação e aperfeiçoamento em
escolas de governo (art. 39, § 2º).
•• A promoção não interrompe o tempo de exercício, que é contado no novo posicionamento
na carreira a partir da data de publicação do ato que promover o servidor.

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c) READAPTAÇÃO
•• É forma de provimento derivado que visa adaptar a uma nova função o servidor, estável ou
não, que sofreu uma limitação, física ou mental, na sua capacidade laborativa, mas que não
ficou inválido permanentemente.
•• Deverá ocorrer em cargo equivalente ao anterior, tanto em atribuições, quanto em
vencimentos. Na hipótese de não haver vaga, o servidor ficará como excedente, até a
existência de vaga.

d) REVERSÃO

"Art. 25 – Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:


I – por invalidez, quando junta médica oficial declarar insubsistentes os motivos da
aposentadoria; (reversão de ofício)
II – no interesse da administração, desde que:
a) tenha solicitado a reversão (reversão a pedido)
b) a aposentadoria tenha sido voluntária
c) estável quando na atividade
d) a aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à solicitação
e) haja cargo vago
§1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de sua transformação.
§2º O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado para a concessão
de aposentadoria.
§ 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor exercerá suas
atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.
§ 4º O servidor que retornar à atividade por interesse da administração perceberá, em
substituição aos proventos da aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a
exercer, inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia anteriormente à
aposentadoria.
§ 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos calculados com base
nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco anos no cargo.
§ 6º O Poder Executivo regulamentará o disposto neste artigo."

•• Sendo assim, agora é possível ao servidor que se aposentou voluntariamente retornar, a


pedido, ao serviço ativo, desde que haja interesse da administração (discricionário) e
sejam atendidos os requisitos estipulados pela MP.

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•• Já no caso do servidor que tenha sido aposentado por invalidez permanente, ocorrerá
a reversão de ofício, ou seja, diretamente, independentemente de interesse da
Administração (vinculado).

e) APROVEITAMENTO
•• Previsto na CF, art. 41, § 3º.
•• É o retorno, ao serviço ativo, do servidor estável posto em disponibilidade.
•• Ocorre em cargo de atribuições e vencimentos compatíveis com o anterior.
•• Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a disponibilidade se o servidor não
entrar em exercício no prazo legal.
Obs1: Disponibilidade – ocorre quando é extinto o cargo ou declarada a sua desnecessidade
pela Administração. O servidor posto em disponibilidade receberá proventos proporcionais ao
tempo de serviço.

DISPONIBILIDADE – TEMPO DE SERVIÇO


REGRAS DE APOSENTADORIA – TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO

Obs2: Outra observação importante é que a disponibilidade não é forma de punição do servi-
dor. A punição do servidor posto em disponibilidade é a sua cassação.

f) REINTEGRAÇÃO
•• Prevista na CF, art. 41, § 2º.
•• É o retorno ao serviço público do servidor estável, que havia sido injustamente demitido e
que conseguiu, por via judicial ou administrativa, invalidar sua demissão.
•• Apesar de a CF só falar em via judicial, é certo que também é válida a invalidação de tal ato
por via administrativa, dado o poder de autotutela da Administração.
•• Retornará ao cargo de origem com o ressarcimento de todos os direitos e vantagens
inerentes ao cargo.
•• Na hipótese de o cargo ter sido extinto, o servidor ficará em disponibilidade, até seu
adequado aproveitamento.
•• Segundo o Texto Constitucional, caso seja reintegrado o servidor e o eventual ocupante da
vaga, for estável, será ele: RECONDUZIDO ao cargo de origem, sem direito à indenização,
aproveitado em outro cargo ou posto em disponibilidade com remuneração proporcional
ao tempo de serviço.

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•• Caso o eventual ocupante não seja estável, será ele exonerado.

g) RECONDUÇÃO
•• Segundo o art. 29, da Lei nº 8.112/90, é o retorno do servidor estável ao cargo anteriormente
ocupado, podendo decorrer de:
a) inabilitação em estágio probatório, relativo a outro cargo
b) reintegração do anterior ocupante
Obs 1: Cada vez que um servidor for nomeado para outro cargo, em virtude de concurso público,
será ele obrigado a fazer um novo estágio probatório, visto que tal estágio serve para avaliar a
capacidade do servidor para o exercício das funções do novo cargo.
Obs 2: Nos termos de jurisprudência do STF, é possível ao servidor estável aprovado para outro
cargo, dentro do período de estágio probatório, optar pelo retorno ao cargo antigo, caso deseje.

4. POSSE
A investidura em cargo público ocorre com a posse (art. 7º). Só há posse nos casos de
provimento por nomeação (originário). Com a posse, o nomeado passa a ser servidor.
O prazo para o nomeado tomar posse é de 30 dias, improrrogáveis, da data da nomeação.
Caso o nomeado não tome posse, o ato de nomeação será tornado sem efeito. Como ainda não
há vínculo entre o nomeado e a Administração Pública, não há que se falar em exoneração e,
muito menos, em demissão.

"§ 2º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do ato de provimento,


em licença prevista nos incisos I, III e V do art. 81, ou afastado nas hipóteses dos incisos
I, IV, VI, VIII, alíneas "a", "b", "d", "e" e "f", IX e X do art. 102, o prazo será contado do
término do impedimento."
Art. 81:
I – licença por motivo de doença em pessoa da família
III – licença para o serviço militar
V – para capacitação
Art. 102:
I – férias;
IV – participação em programa de treinamento regularmente instituído, conforme
dispuser o regulamento;

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VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;


VII – missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme
dispuser o regulamento;
VIII – licença:
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo
ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento
efetivo;
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento;
f) por convocação para o serviço militar;
IX – deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
X – participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar
representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei
específica.

5. EXERCÍCIO
Segundo o art. 15, da Lei nº 8.112/90, exercício é o efetivo desempenho das atribuições do
cargo público ou da função de confiança. O prazo para o servidor entrar em exercício é de 15
dias, improrrogáveis. Caso o servidor empossado não entre em exercício, será ele exonerado
ou será tornado sem efeito o ato de sua designação para função de confiança.
O início do exercício de função de confiança coincidirá com a data de publicação do ato de
designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou afastado por qualquer outro motivo
legal, hipótese em que recairá no primeiro dia útil após o término do impedimento, que não
poderá exceder a trinta dias da publicação. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Para dar exercício ao servidor, é competente a autoridade do órgão ou entidade para onde for
nomeado ou designado.

6. ESTÁGIO PROBATÓRIO
"Art 20 – Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de provimento efetivo ficará
sujeito a estágio probatório por período de vinte e quatro meses durante o qual a sua aptidão
e capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho do cargo, observados os seguinte
fatores:
1) assiduidade
2) disciplina
3) capacidade de iniciativa
4) produtividade
5) responsabilidade"

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CUIDADO!
Há uma grande polêmica quanto ao prazo do estágio probatório. Tudo começou com a
ampliação do prazo para aquisição de estabilidade que passou de 2 para 3 anos de efetivo
exercício, em decorrência da alteração trazida pela Emenda Constitucional 19/98.
Desde então, o tema é objeto de conflito entre posicionamentos doutrinários e até entre
os Tribunais, tanto administrativa, quanto judicialmente. Alguns defendem que o prazo do
estágio probatório é de 24 meses (como estabelecido pelo texto original da Lei nº 8.112/90)
e outros que o prazo passou a ser de 36 meses.
Atualmente, a pode-se dizer que a polêmica está "pacificada", pois o entendimento do STF,
do STJ, da AGU e da grande maioria das bancas examinadoras é que o prazo do estágio
probatório é de 36 meses.

Quatro meses antes de findo o período do estágio probatório, será submetida à homologação
da autoridade competente a avaliação do desempenho do servidor, realizada por comissão
constituída para essa finalidade, de acordo com o que dispuser a lei ou o regulamento da
respectiva carreira ou cargo, sem prejuízo da continuidade de apuração dos fatores enumerados
nos incisos I a V deste artigo.
•• Servidor não aprovado em estágio probatório:
a) ESTÁVEL ==> EXONERADO ==> RECONDUÇÃO
b) NÃO ESTÁVEL ==> EXONERADO (não há que se falar em demissão)

VITALICIEDADE X ESTABILIDADE X EFETIVIDADE


Tais conceitos não se confundem. A estabilidade é prevista no art. 41, da CF, sendo
uma garantia de permanência no serviço público para os servidores ocupantes de cargo
efetivo, aprovados em concurso público, adquirida após três anos de efetivo exercício.
Assim, diz-se que a estabilidade está relacionada com o tempo de serviço público. Já a
efetividade é um atributo do cargo público, ou seja, terá efetividade o servidor ocupante
de cargo público efetivo. Logo, a efetividade está relacionada com o tipo de cargo público
que a pessoa ocupa.
Por fim, a vitaliciedade seria uma "superestabilidade" aplicável aos ocupantes de cargos
vitalícios, tais como os magistrados e membros do Ministério Público. Os detentores de
tal privilégio somente perderão seus cargos em virtude de sentença judicial com trânsito
em julgado.
Obs.: Estabilidade Extraordinária (ADCT, art. 19) – "Os servidores públicos civis da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, da administração direta, autárquica e
das fundações públicas, em exercício na data da promulgação da Constituição, há pelo
menos cinco anos continuados, e que não tenham sido admitidos na forma regulada no
art. 37, da Constituição, são considerados estáveis no serviço público."

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FORMAS DE VACÂNCIA

1. CONCEITO
É a forma pela qual o cargo público fica vago, ou seja, é a maneira pela qual o servidor desocupa
o cargo público. É o contrário de provimento.

2. FORMAS
a) Exoneração (≠ demissão)
b) demissão
c) promoção
d) readaptação
e) aposentadoria
f) posse em outro cargo inacumulável
g) falecimento
Obs.: É importante ressaltarmos que são hipóteses simultâneas de vacância e provimento,
explícitas, de acordo com o texto da Lei nº 8.112/90: promoção e readaptação

Quanto à exoneração do servidor, podemos afirmar que:


1) para o servidor ocupante de cargo efetivo poderá ser:
a) a pedido
b) de ofício, em decorrência de:
•• inabilitação em estágio probatório
•• o servidor não entrar em exercício no prazo legal após a posse

2) para o servidor em cargo comissionado poderá ser:


a) a pedido
b) de ofício, a juízo da autoridade competente ("livre nomeação e exoneração")
São também hipóteses de exoneração:
a) quando extinto o cargo do servidor não estável
b) na hipótese de reintegração, quando o cargo em que deva ser reintegrado o servidor
encontrar-se ocupado por servidor não estável
c) por insuficiência de desempenho (CF, art. 41, § 4º)
d) por excesso de despesa com pessoal (CF, art. 169, § 4º)

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REMOÇÃO

Desde já, é importante ressaltarmos que não é hipótese de provimento ou de vacância de


cargo público.
Além disso, remoção não é sinônimo de transferência. Essa foi julgada inconstitucional pelo
STF e era forma de provimento de cargo público, revogada pela Lei nº 9527/97.
Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo quadro,
com ou sem mudança de sede, ou seja, o servidor permanecerá no mesmo cargo, podendo
implicar ou não mudança na localidade de exercício do servidor.
A remoção de ofício independe da vontade do servidor e será sempre determinada no interesse
da Administração. Já a remoção a pedido pode ocorrer a critério da Administração ou pode, em
certos casos, a Administração ser obrigada a concedê-la.
Sendo assim, a Lei nº 8.112/90 entende como modalidades de remoção:

I – de ofício, no interesse da Administração;


II – a pedido, a critério da Administração;
III – a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da Administra-
ção:
a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou militar,
de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
que foi deslocado no interesse da Administração;
b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva às
suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à comprovação
por junta médica oficial;
c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de
interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas preestabelecidas
pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.

REDISTRIBUIÇÃO

Também não é forma de provimento, nem de vacância. Ocorre deslocamento do cargo para
outro órgão ou entidade, e não o preenchimento de um cargo preexistente nesse órgão ou
entidade. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago
no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder.
A redistribuição deve ser previamente apreciada pelo órgão central do Sistema de Pessoal Civil
e possui os seguintes pressupostos:
I – interesse da administração;

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II – equivalência de vencimentos;
III – manutenção da essência das atribuições do cargo;
IV – vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das atividades;
V – mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;
VI – compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou
entidade.
É importante ressaltarmos que ela só existe ex-officio. É uma técnica que permite à
Administração adequar seus quadros às reais necessidades de serviço de seus órgãos ou
entidades.
Nos casos de reorganização ou extinção de órgão ou entidade, o servidor estável que tenha
seu cargo extinto ou declarado desnecessário, não sendo redistribuído, será colocado
em disponibilidade, com proventos proporcionais, até seu adequado aproveitamento.
Alternativamente, o servidor que não for distribuído ou colocado em disponibilidade poderá ser
mantido sob responsabilidade do SIPEC e ter exercício provisório, em outro órgão ou entidade,
até seu adequado aproveitamento.

Art. 18. O servidor que deva ter exercício em outro município em razão de ter sido
removido, redistribuído, requisitado, cedido ou posto em exercício provisório terá, no
mínimo, dez e, no máximo, trinta dias de prazo, contados da publicação do ato, para
a retomada do efetivo desempenho das atribuições do cargo, incluído nesse prazo o
tempo necessário para o deslocamento para a nova sede.
§ 1º Na hipótese de o servidor encontrar-se em licença ou afastado legalmente, o prazo
a que se refere este artigo será contado a partir do término do impedimento.
§ 2º É facultado ao servidor declinar dos prazos estabelecidos no caput.

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SUBSTITUIÇÃO

Art. 38. Os servidores investidos em cargo ou função de direção ou chefia e os


ocupantes de cargo de Natureza Especial terão substitutos indicados no regimento
interno ou, no caso de omissão, previamente designados pelo dirigente máximo do
órgão ou entidade.
§ 1º O substituto assumirá automática e cumulativamente, sem prejuízo do cargo que
ocupa, o exercício do cargo ou função de direção ou chefia e os de Natureza Especial,
nos afastamentos, impedimentos legais ou regulamentares do titular e na vacância
do cargo, hipóteses em que deverá optar pela remuneração de um deles durante o
respectivo período.
§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo ou função de direção ou
chefia ou de cargo de Natureza Especial, nos casos dos afastamentos ou impedimentos
legais do titular, superiores a trinta dias consecutivos, paga na proporção dos dias de
efetiva substituição, que excederem o referido período.
Art. 39. O disposto no artigo anterior aplica-se aos titulares de unidades administrativas
organizadas em nível de assessoria.

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Questões

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES cional, pode ser concedida mediante


– PARTE 1 declaração firmada por médico de con-
fiança do interessado.
d) Na hipótese em que o número de in-
1. (FCC – TRF-1a – Analista Administrativo – teressados for superior ao número de
2011) João, servidor público federal, está- vagas, a remoção a pedido se dará me-
vel, retorna a cargo anteriormente ocupa- diante processo seletivo, de acordo com
do em virtude de inabilitação em estágio normas preestabelecidas pelo órgão ou
probatório relativo a outro cargo. Maria, entidade em que aqueles estejam lota-
servidora pública federal, aposentada por dos.
invalidez, retorna à atividade, tendo em vis- e) A remoção a pedido não gera direito à
ta que a junta médica oficial declarou insub- percepção de ajuda de custo pelo servi-
sistentes os motivos de sua aposentadoria. dor removido.
Os exemplos narrados correspondem, res-
pectivamente, às seguintes formas de provi- 3. (FCC – DPEP – Defensor Público – 2014) De-
mento de cargo público: terminado servidor público que ocupava
cargo efetivo foi demitido, tendo essa de-
a) readaptação e aproveitamento. cisão sido lançada no bojo de processo dis-
b) reintegração e recondução. ciplinar que tramitou nos termos da legis-
c) reversão e readaptação. lação vigente. Entende o servidor que não
d) recondução e reversão. foram apreciados corretamente todos os
e) aproveitamento e reintegração. fatos e provas colacionados aos autos. Pre-
tende questionar judicialmente a decisão,
2. (FCC – TRT-18 – Juiz Substituto – 2014) No requerendo
tocante à disciplina da remoção dos servi-
dores públicos, nos termos da Lei Federal a) sua recondução ao cargo, cabível nos
no 8.112/1990, é INCORRETO afirmar: casos de nulidade do processo discipli-
nar
a) Remoção é o deslocamento do servi- b) seu ingresso no serviço público, inician-
dor, a pedido ou de ofício, no âmbito do do novo vínculo com a Administração
mesmo quadro, com ou sem mudança pública.
de sede. c) sua remoção para outro cargo, precedi-
b) A remoção a pedido, para acompa- da de invalidação da decisão que o de-
nhar cônjuge ou companheiro, tam- mitiu, para que seja resgatado o vínculo
bém servidor público civil ou militar, inicial.
de qualquer dos Poderes da União, dos d) sua readaptação, precedida de invali-
Estados, do Distrito Federal e dos Mu- dação da decisão que o demitiu, para
nicípios, que foi deslocado de ofício, é possibilitar que seja resgatado o vínculo
concedida independentemente do inte- inicial.
resse da Administração. e) sua reintegração ao cargo anteriormen-
c) A remoção a pedido, por motivo de saú- te ocupado, fazendo jus a todos os ven-
de do servidor, cônjuge, companheiro cimentos que lhe deveriam ter sido pa-
ou dependente que viva às suas expen- gos desde a demissão.
sas e conste do seu assentamento fun-

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4. (FCC – TRF-4 – Analista Judiciário – 2014) O 6. (FCC – TRE-TO – Analista Administrativo –
provimento de cargo público confere àque- 2011) Quanto a reversão, é certo que
le que tomou posse o status de servidor pú-
blico. A propósito do provimento de cargos a) a reversão far-se-á no mesmo cargo ou no
públicos, com base no que dispõe a Lei nº cargo resultante de sua transformação.
8.112/1990, o b) não poderá reverter o aposentado que
já tiver completado sessenta e cinco
a) provimento de cargo por pessoa porta- anos de idade.
dora de deficiência, regularmente apro- c) é a investidura do servidor em cargo de
vada em concurso público, chama-se atribuições e responsabilidades compa-
recondução. tíveis com a limitação que tenha sofrido
b) provimento de cargo por pessoa porta- em sua capacidade física ou mental ve-
dora de deficiência, regularmente apro- rificada em inspeção médica.
vada em concurso público, chama-se d) é o retorno à atividade de servidor em
reintegração. disponibilidade e far-se-á mediante
c) retorno ao cargo por servidor público aproveitamento obrigatório em cargo
aposentado, que se submeteu a outro de atribuições e vencimentos compatí-
concurso público de provas e títulos, veis com o anteriormente ocupado.
chama-se readaptação. e) se fará no interesse da Administração,
d) ingresso de estrangeiro em cargo públi- desde que a aposentadoria ou disponi-
co chama-se reintegração, desde que bilidade, não tenha sido voluntária.
tenha se submetido a regular concurso
público de provas e títulos. 7. (FCC – TRT-14a – Analista Judiciário – 2011)
e) provimento de cargos de professores, De acordo com a Lei nº 8.112/90, que dis-
técnicos e cientistas pode se dar com põe sobre o regime jurídico dos servidores
estrangeiros, no âmbito das universida- públicos civis da União, das autarquias e das
des e instituições de pesquisa científica fundações públicas federais, a remoção de
e tecnológica federais. servidor público

5. (FCC – TRT-19 – Oficial de Justiça – 2014) a) não é cabível, a pedido, para outra lo-
Caterina, servidora pública federal, deverá calidade, a fim de acompanhar compa-
ter exercício em outro Município em razão nheiro, também servidor público civil
de ter sido removida. Nos termos da Lei da União, que foi deslocado no interes-
nº 8.112/90, a servidora terá um prazo mí- se da Administração Pública.
nimo, contado da publicação do ato, para b) pode se dar de ofício ou a pedido, sen-
a retomada do efetivo desempenho das do, nesta segunda hipótese, sempre de-
atribuições do cargo, incluído nesse prazo pendente do interesse da Administra-
o tempo necessário para o deslocamento ção Pública.
para a nova sede. O prazo mínimo a que se c) ocorre somente no âmbito do mesmo
refere o enunciado é de quadro.
d) pressupõe sempre mudança de sede ou
a) dez dias. função.
b) um mês. e) é cabível, a pedido, para outra localida-
c) cinco dias. de, em razão de processo seletivo pro-
d) setenta e duas horas. movido, na hipótese em que o número
e) quinze dias. de interessados for inferior ao número
de vagas, de acordo com normas prees-
tabelecidas pelo órgão ou entidade em
que aqueles estejam lotados.

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8. (FCC – TRT-4a – Analista Administrativo – 10. (FCC – TRE-AP – Técnico Judiciário – 2011)
2011) É cabível remoção a pedido, para Deocleciano foi empossado como servidor
outra localidade, independentemente do efetivo do cargo público “X”. De acordo com
interesse da Administração, em virtude de a Lei nº 8.112/90, Deocleciano:
processo seletivo promovido, na hipótese
em que o número de interessados for: a) terá o prazo de quinze dias para entrar
em exercício, contados da data da pos-
a) Superior ao número de vagas, de acordo se.
normas preestabelecidas pelo órgão ou b) terá o prazo de trinta dias para entrar
entidade, em que aqueles estejam lota- em exercício, contados do primeiro dia
dos útil posterior à data da posse.
b) Inferior ao número de vagas, em confor- c) entrará em exercício imediatamente,
midade com normas estabelecidas pelo tendo em vista que a posse e o exercício
Poder Público em que aqueles estejam são atos que devem ser realizados obri-
designados gatoriamente concomitantemente.
c) Superior ao número de vagas, a critério d) terá o prazo de dez dias para entrar em
da autoridade competente, desde que exercício, contados do primeiro dia útil
presente o interesse público, indepen- posterior à data da posse.
dentemente da respectiva lotação e) terá o prazo de dez dias prorrogáveis
d) Inferior ao número de vagas, a critério por mais dez, contados da data da pos-
da autoridade competente, quando ne- se.
cessário ao atendimento de situações
emergências do órgão ou entidade 11. (FCC – TRE-AP – Analista de Sistema – 2011)
e) Igual ao número de vagas, de acordo Clotilde, servidora pública civil federal, está
com normas estabelecidas pelo órgão aposentada por invalidez. Na última perícia
público independentemente do local da realizada para avaliação das condições de
respectiva designação sua saúde, uma junta médica oficial decla-
rou insubsistentes os motivos de sua apo-
9. (FCC – TRT-4ª – Seg. e Transp. – 2011) Nos sentadoria determinando o retorno de Clo-
termos da Lei nº 8.112/90, às pessoas por- tilde à atividade. Neste caso, ocorreu
tadoras de deficiência é assegurado o di-
reito de se inscrever em concurso público a) a transferência.
para provimento de cargo cujas atribuições b) a readaptação.
sejam compatíveis com a deficiência de que c) a recondução.
são portadoras. Para tais pessoas, das vagas d) o aproveitamento.
oferecidas no concurso, serão reservadas e) a reversão.
até:
12. (FCC – TRF-4 – Analista Judiciário – 2014) O
a) vinte por cento. provimento de cargo público confere àquele
b) trinta por cento. que tomou posse o status de servidor pú-
c) trinta e cinco por cento. blico. A propósito do provimento de cargos
d) quarenta por cento. públicos, com base no que dispõe a Lei nº
e) vinte e cinco por cento. 8.112/1990, o
a) provimento de cargo por pessoa porta-
dora de deficiência, regularmente apro-
vada em concurso público, chama-se re-
condução.

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b) provimento de cargo por pessoa porta- 15. (FCC – TRT-12 – Técnico Judiciário – 2013)
dora de deficiência, regularmente apro- Segundo a Lei nº 8.112/90, especificamente
vada em concurso público, chama-se no que concerne ao regime jurídico dos ser-
reintegração. vidores públicos da União, é INCORRETO:
c) retorno ao cargo por servidor público
aposentado, que se submeteu a outro a) A posse, em regra, ocorrerá no prazo de
concurso público de provas e títulos, trinta dias contados da publicação do
chama-se readaptação. ato de provimento.
d) ingresso de estrangeiro em cargo públi- b) Não se abrirá novo concurso enquanto
co chama-se reintegração, desde que houver candidato aprovado em concur-
tenha se submetido a regular concurso so anterior com prazo de validade não
público de provas e títulos. expirado.
e) provimento de cargos de professores, c) As universidades e instituições de pes-
técnicos e cientistas pode se dar com quisa científica e tecnológica federais
estrangeiros, no âmbito das universida- poderão prover seus cargos com profes-
des e instituições de pesquisa científica sores, técnicos e cientistas estrangeiros,
e tecnológica federais. de acordo com as normas e os procedi-
mentos previstos em lei.
13. (FCC – TRT-1 – Analista Judiciário – 2014) De d) Para as pessoas portadoras de deficiên-
acordo com a Lei nº 8.112/90, a nomeação cia serão reservadas até 10% (dez por
é uma das formas de provimento de cargo cento) das vagas oferecidas no concurso
público, aplicável para ocupação de público para provimento de cargo com
atribuições compatíveis com a deficiên-
a) cargo público efetivo, não aplicado para cia de que são portadoras.
os comissionados, exceto os reintegra- e) Só haverá posse nos casos de provimen-
dos. to de cargo por nomeação.
b) cargo público efetivo e para cargos de
confiança. 16. (FCC – TRT-19 – Contador – 2014) Jéssica,
c) cargo ou emprego público efetivos. servidora pública federal, aposentou-se por
d) função pública de confiança, cargo em invalidez em 2011. Decorridos dois anos, a
comissão efetivo e emprego público. junta médica oficial declarou insubsisten-
e) cargo em comissão, desde que derivado tes os motivos de sua aposentadoria. Cum-
de readaptação. pre salientar que Jéssica, no início de 2013,
completou 70 (setenta) anos de idade. A
14. (FCC – TRT-5 – Analista Judiciário – 2013) A propósito do tema e nos termos da Lei nº
investidura em cargo público ocorre com a 8.112/90,
posse e dependerá de prévia inspeção mé-
dica oficial. Todavia, nos termos do Regime a) aplica-se, no caso, o instituto da recon-
Jurídico dos Servidores Públicos Civis da dução.
União, somente haverá posse nos casos de b) aplica-se, no caso, o instituto da readap-
provimento de cargo por: tação.
c) é possível a reversão, independente-
a) nomeação. mente da idade, devendo Jéssica, poste-
b) promoção. riormente, requerer sua aposentadoria
c) readaptação. por idade.
d) reintegração. d) não é possível a reversão, uma vez que
e) recondução. Jéssica completou setenta anos de ida-
de.

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e) é possível a recondução de Jéssica, in- c) na hipótese de reintegração, encontran-


dependentemente da idade, devendo, do-se provido o cargo, o seu eventual
posteriormente, requerer sua aposenta- ocupante será reconduzido ao cargo de
doria por idade. origem, com direito à indenização caso
não aproveitado em outro cargo, ou,
17. (FCC – TCE-RS – Auditor Público – 2014) De- ainda, posto em disponibilidade.
terminado servidor público que ocupava d) a recondução é a reinvestidura do ser-
cargo efetivo foi demitido, tendo essa de- vidor estável no cargo anteriormente
cisão sido lançada no bojo de processo dis- ocupado, ou no cargo resultante de sua
ciplinar que tramitou nos termos da legis- transformação, quando invalidada a sua
lação vigente. Entende o servidor que não demissão por decisão administrativa ou
foram apreciados corretamente todos os judicial, com ressarcimento de todas as
fatos e provas colacionados aos autos. Pre- vantagens.
tende questionar judicialmente a decisão, e) a readaptação é a investidura do servi-
requerendo dor em cargo de atribuições e respon-
sabilidades menos complexas e será
a) sua recondução ao cargo, cabível nos efetivada em cargo de atribuições cuja
casos de nulidade do processo discipli- habilitação exigida não dependa de ní-
nar vel de escolaridade.
b) seu ingresso no serviço público, inician-
do novo vínculo com a Administração 19. (FCC – TRT-18 – Juiz Substituto – 2014) No
pública. tocante à disciplina da remoção dos servi-
c) sua remoção para outro cargo, precedi- dores públicos, nos termos da Lei Federal no
da de invalidação da decisão que o de- 8.112/1990, é INCORRETO afirmar:
mitiu, para que seja resgatado o vínculo
inicial. a) Remoção é o deslocamento do servidor, a
d) sua readaptação, precedida de invali- pedido ou de ofício, no âmbito do mesmo
dação da decisão que o demitiu, para quadro, com ou sem mudança de sede.
possibilitar que seja resgatado o vínculo b) A remoção a pedido, para acompanhar
inicial. cônjuge ou companheiro, também ser-
e) sua reintegração ao cargo anteriormen- vidor público civil ou militar, de qual-
te ocupado, fazendo jus a todos os ven- quer dos Poderes da União, dos Estados,
cimentos que lhe deveriam ter sido pa- do Distrito Federal e dos Municípios,
gos desde a demissão. que foi deslocado de ofício, é concedi-
da independentemente do interesse da
18. (FCC – CNMP – Administração – 2015) No Administração.
tocante às formas de provimento de cargo c) A remoção a pedido, por motivo de saú-
público, tem-se que: de do servidor, cônjuge, companheiro
ou dependente que viva às suas expen-
a) o aproveitamento é decorrência obriga- sas e conste do seu assentamento fun-
tória do retorno à atividade de servidor cional, pode ser concedida mediante
em disponibilidade e será feito em car- declaração firmada por médico de con-
go de atribuições e vencimentos com- fiança do interessado.
patíveis com o anteriormente ocupado. d) Na hipótese em que o número de in-
b) a hipótese de reversão do aposentado teressados for superior ao número de
voluntariamente depende de seu inte- vagas, a remoção a pedido se dará me-
resse desde que não tenha 70 (setenta) diante processo seletivo, de acordo com
anos de idade. normas preestabelecidas pelo órgão ou

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entidade em que aqueles estejam lota-
dos.
e) A remoção a pedido não gera direito à
percepção de ajuda de custo pelo servi-
dor removido.

20. (FCC – TRT-6 – Juiz Substituto – 2015) San-


dro, servidor público, ocupa cargo efetivo de
engenheiro, integrante do quadro de autar-
quia federal responsável pelos sistemas de
transporte rodoviário. Tendo em vista a sua
classificação no concurso público de ingres-
so, Sandro teve a oportunidade de ocupar
cargo lotado em unidade regional da autar-
quia, localizada próxima à cidade onde resi-
de. Ocorre que, no decorrer do tempo, di-
versos cargos do quadro de engenheiros da
autarquia ficaram vagos em função de apo-
sentadorias e desligamentos, prejudicando
o atendimento em determinadas localida-
des. Considerando as disposições da Lei fe-
deral no 8.112/1990, Sandro:
a) poderá sofrer remoção, de ofício, no
interesse da Administração, ainda que
com mudança de sede.
b) caso removido de ofício pela Adminis-
tração para outra localidade, terá prio-
ridade para recondução à lotação de
origem na hipótese de abertura de novo
concurso público para provimento de
cargos vagos.
c) poderá ter a sua lotação alterada para
outra sede, no interesse da Administra-
ção, desde que instaurado processo se-
letivo de remoção.
d) somente poderá ser removido a pedido,
salvo se ainda não tiver completado o
período de estágio probatório.
e) somente estará obrigado a exercer suas
atribuições em localidade diversa de
sua lotação original na hipótese de re-
distribuição do seu cargo.

Gabarito: 1. D 2. C 3. E 4. E 5. A 6. A 7. C 8. A 9. A 10. A 11. E 12. E 13. B 14. A 15. D 16. D 17. E 
18. A 19. C 20. A

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DIREITOS E VANTAGENS

1. VENCIMENTO:
Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de cargo público, com valor fixado em lei.

2. REMUNERAÇÃO:
É o vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens pecuniárias permanentes,
estabelecidas em lei. O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter
permanente, é irredutível. Nenhum servidor receberá remuneração inferior ao salário
mínimo.

SUBSÍDIO:
Sistema remuneratório introduzido em nosso Texto Constitucional pela Emenda
Constitucional 19/98. Sua característica é ser em parcela única, vedado o acréscimo
de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação ou outra
espécie remuneratória (art. 39, § 4º).
O importante é sabermos quais são os agentes públicos que obrigatoriamente
receberão através dessa espécie remuneratória. São eles: o membro do Poder, o
detentor de mandato eletivo, os Ministros de Estado e os Secretários Estaduais e
Municipais (art. 39, § 4º).
Já os servidores organizados em carreira poderão (facultativamente) receber através
dessa espécie remuneratória (art. 39, § 8º).

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3. TETO REMUNERATÓRIO:

Constituição Federal, art. 37:

"XI – a remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos, funções e empregos públicos


da administração direta, autárquica e fundacional, dos membros de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, dos detentores
de mandato eletivo e dos demais agentes políticos e os proventos, pensões ou outra
espécie remuneratória, percebidos cumulativamente ou não, incluídas as vantagens
pessoais ou de qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em
espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, aplicando-se como limite, nos
Municípios, o subsídio do Prefeito, e nos Estados e no Distrito Federal, o subsídio mensal
do Governador no âmbito do Poder Executivo, o subsídio dos Deputados Estaduais
e Distritais no âmbito do Poder Legislativo e o subsídio dos Desembargadores do
Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte e cinco centésimos por cento do
subsídio mensal, em espécie, dos Ministros do Supremo Tribunal Federal, no âmbito
do Poder Judiciário, aplicável este limite aos membros do Ministério Público, aos
Procuradores e aos Defensores Públicos" (Redação dada pela Emenda Constitucional
nº 41, 19.12.2003)
§ 9º O disposto no inciso XI aplica-se às empresas públicas e às sociedades de economia
mista, e suas subsidiárias, que receberem recursos da União, dos Estados, do Distrito
Federal ou dos Municípios para pagamento de despesas de pessoal ou de custeio em
geral.
§ 11. Não serão computadas, para efeito dos limites remuneratórios de que trata o
inciso XI do caput deste artigo, as parcelas de caráter indenizatório previstas em lei.
§ 12. Para os fins do disposto no inciso XI do caput deste artigo, fica facultado
aos Estados e ao Distrito Federal fixar, em seu âmbito, mediante emenda às
respectivas Constituições e Lei Orgânica, como limite único, o subsídio mensal dos
Desembargadores do respectivo Tribunal de Justiça, limitado a noventa inteiros e vinte
e cinco centésimos por cento do subsídio mensal dos Ministros do Supremo Tribunal
Federal, não se aplicando o disposto neste parágrafo aos subsídios dos Deputados
Estaduais e Distritais e dos Vereadores."

5. PERDA DO VENCIMENTO:

"Art. 44. O servidor perderá:"

1. a remuneração dos dias em que faltar ao serviço, sem justo motivo;

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2. a parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos, ausências justificadas,


ressalvadas as concessões de que trata o art. 97, e saídas antecipadas, salvo na hipótese
de compensação de horário, até o mês subsequente ao da ocorrência, a ser estabelecida
pela chefia imediata (com a nova redação dada pela Lei 9527/97, qualquer atraso ou
saída antecipada, independentemente do tempo, deverá ser compensada);

3. quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser


convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou
remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço. (ACRESCIDO POR
NÓS).
Obs.: As faltas justificadas decorrentes de caso fortuito ou força maior poderão ser
compensadas a critério da chefia imediata, sendo assim consideradas como efetivo exercício
(art. 44, parágrafo único)

6. REPOSIÇÕES E INDENIZAÇÕES:
Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum desconto incidirá sobre a remuneração
ou provento. (art. 45)

TEXTO Lei nº 13.172/2015


§ 1º Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação em folha de
pagamento em favor de terceiros, a critério da administração e com reposição de
custos, na forma definida em regulamento.
§ 2º O total de consignações facultativas de que trata o § 1º não excederá a 35% (trinta
e cinco por cento) da remuneração mensal, sendo 5% (cinco por cento) reservados
exclusivamente para:
I – a amortização de despesas contraídas por meio de cartão de crédito; ou
II – a utilização com a finalidade de saque por meio do cartão de crédito.

As reposições e as indenizações ao erário serão descontadas em parcelas mensais. O valor de


cada parcela não poderá ser inferior ao correspondente a dez por cento da remuneração,
provento ou pensão.
O servidor em débito com o erário, que for demitido, exonerado, ou que tiver a sua
aposentadoria ou disponibilidade cassada, terá o prazo de 60 (sessenta) dias para quitar o
débito. A não quitação do débito no prazo previsto implicará sua inscrição em dívida ativa.
O vencimento, a remuneração e o provento não serão objeto de arresto, sequestro ou penhora,
exceto nos casos de prestação de alimentos resultante de decisão judicial.

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7. VANTAGENS:
São vantagens quaisquer valores percebidos pelo servidor que não sejam vencimento.
Possuem caráter permanente ou temporário, sendo certo, que apenas as vantagens de caráter
permanente integram a remuneração.
"Art. 49. Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as seguintes vantagens:
I – indenizações;
II – gratificações;
III – adicionais.
§ 1° As indenizações não se incorporam ao vencimento ou provento para qualquer efeito.
§ 2° As gratificações e os adicionais incorporam-se ao vencimento ou provento, nos casos e
condições indicados em lei."
Pelas definições acima, percebemos que as indenizações jamais farão parte da remuneração,
porém, as gratificações e os adicionais poderão ou não fazer parte, dependendo do caráter
permanente ou não, nos casos e nas condições indicadas em lei.

a) INDENIZAÇÕES:
•• Como visto anteriormente, não se incorporam à remuneração do servidor, visto o seu
caráter temporário (indenizatório).
•• Segundo o art. 51, da Lei nº 8.112/90, são elas:
I) Ajuda de Custo
II) Diárias
III) Indenização de Transporte
IV) Auxílio Moradia (Lei nº 11.355/06)
Obs.: Os valores das indenizações estabelecidas nos itens I a III, assim como as condições para a
sua concessão, serão estabelecidos em regulamento.

I) AJUDA DE CUSTO:
•• Destina-se a compensar as despesas de instalação do servidor que, no interesse do serviço,
passar a ter exercício em nova sede, com mudança de domicílio em caráter permanente.
•• Não será concedida ajuda de custo nas hipóteses de remoção a pedido.
•• Correm, também, por conta da administração as despesas de transporte do servidor e de
sua família, compreendendo passagem, bagagem e bens pessoais.
•• O valor pago a título de ajuda de custo é calculado sobre a remuneração do servidor, não
podendo exceder a importância correspondente a 3 meses de remuneração.

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•• Garante-se, ainda, à família do servidor que falecer na nova sede, ajuda de custo e
transporte para localidade de origem, dentro do prazo de 1 ano, contado do óbito.
•• O servidor ficará obrigado a restituir a ajuda de custo quando, injustificadamente, não se
apresentar na nova sede no prazo de 30 dias.

II) DIÁRIAS:
•• O servidor que, a serviço, se afastar da sede em caráter eventual ou transitório, para outro
ponto do território nacional, fará jus a passagens e diárias, para cobrir as despesas de
pousada, alimentação e locomoção urbana.
•• A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida pela metade quando
o deslocamento não exigir pernoite fora da sede, ou quando a União custear, por meio
diverso, as despesas extraordinárias cobertas por diárias.
•• Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência permanente do cargo, o
servidor não fará jus a diárias.
•• Também não fará jus a diárias o servidor que se deslocar dentro da mesma região
metropolitana, aglomeração urbana ou microrregião, constituídas por municípios limítrofes
e regularmente instituídas, ou em áreas de controle integrado mantidas com países
limítrofes, cuja jurisdição e competência dos órgãos, entidades e servidores brasileiros
considera-se estendida, salvo se houver pernoite fora da sede, hipóteses em que as diárias
pagas serão sempre as fixadas para os afastamentos dentro do território nacional.
•• O servidor que receber diárias e não se afastar da sede, por qualquer motivo, fica obrigado
a restituí-las integralmente, no prazo de 5 (cinco) dias. No caso de o afastamento do
servidor durar menos que o previsto, ele deverá restituir as diárias percebidas em excesso,
no prazo, também, de 5 dias.

III) INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE:


•• Conceder-se-á indenização de transporte ao servidor que realizar despesas com a
utilização de meio próprio de locomoção para a execução de serviços externos, por força
das atribuições próprias do cargo, conforme se dispuser em regulamento.

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IV) AUXÍLIO MORADIA (Lei nº 11.355/06):

Art. 60-A. O auxílio-moradia consiste no ressarcimento das despesas comprovadamente


realizadas pelo servidor com aluguel de moradia ou com meio de hospedagem
administrado por empresa hoteleira, no prazo de 1 (um) mês após a comprovação da
despesa pelo servidor.
Art. 60-B. Conceder-se-á auxílio-moradia ao servidor se atendidos os seguintes
requisitos:
I – não exista imóvel funcional disponível para uso pelo servidor;
II – o cônjuge ou companheiro do servidor não ocupe imóvel funcional;
III – o servidor ou seu cônjuge ou companheiro não seja ou tenha sido proprietário,
promitente comprador, cessionário ou promitente cessionário de imóvel no Município
aonde for exercer o cargo, incluída a hipótese de lote edificado sem averbação de
construção, nos 12 (doze) meses que antecederem a sua nomeação;
IV – nenhuma outra pessoa que resida com o servidor receba auxílio-moradia;
V – o servidor tenha se mudado do local de residência para ocupar cargo em comissão
ou função de confiança do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores – DAS, níveis 4,
5 e 6, de Natureza Especial, de Ministro de Estado ou equivalentes;
VI – o Município no qual assuma o cargo em comissão ou função de confiança não se
enquadre nas hipóteses previstas no § 3º do art. 58 desta Lei, em relação ao local de
residência ou domicílio do servidor;
VII – o servidor não tenha sido domiciliado ou tenha residido no Município, nos últimos
12 (doze) meses, aonde for exercer o cargo em comissão ou função de confiança,
desconsiderando-se prazo inferior a 60 (sessenta) dias dentro desse período; e
VIII – o deslocamento não tenha sido por força de alteração de lotação ou nomeação
para cargo efetivo.
IX – o deslocamento tenha ocorrido após 30 de junho de 2006.
Parágrafo único. Para fins do inciso VII, não será considerado o prazo no qual o servidor
estava ocupando outro cargo em comissão relacionado no inciso V
Art. 60-D. O valor mensal do auxílio-moradia é limitado a 25% (vinte e cinco por cento)
do valor do cargo em comissão, função comissionada ou cargo de Ministro de Estado
ocupado.
§ 1º O valor do auxílio-moradia não poderá superar 25% (vinte e cinco por cento) da
remuneração de Ministro de Estado.
§ 2º Independentemente do valor do cargo em comissão ou função comissionada, fica
garantido a todos os que preencherem os requisitos o ressarcimento até o valor de R$
1.800,00 (mil e oitocentos reais).
Art. 60-E. No caso de falecimento, exoneração, colocação de imóvel funcional à
disposição do servidor ou aquisição de imóvel, o auxílio-moradia continuará sendo
pago por um mês.

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b) GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS:
•• Como visto anteriormente, podem incorporar-se ou não à remuneração, dependendo do
seu caráter permanente ou não.
•• Segundo o art. 51, da Lei nº 8.112/90, são elas:
•• gratificação pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento;
•• gratificação natalina;
•• adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas;
•• adicional pela prestação de serviço extraordinário;
•• adicional noturno;
•• adicional de férias;
•• gratificação por encargo de curso ou concurso. (Incluído pela Lei nº 11.314 de 2006);
•• outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.
Obs. 1: A lista não é taxativa, visto que a lei pode estabelecer outros adicionais relativos ao
local ou à natureza do trabalho.
Obs. 2: O Adicional por tempo de serviço foi revogado. Os adicionais já concedidos aos
servidores abrangidos pelo Estatuto, ficaram transformados em anuênios (art. 244)

I) Gratificação pelo exercício de função de direção, chefia e assessoramento


•• Ao servidor investido em função de direção, chefia ou assessoramento é devida uma
gratificação pelo seu exercício. A remuneração dos cargos em comissão deve ser
estabelecida em lei específica.
Obs.: Não existe mais no serviço público federal a incorporação de função

II) Gratificação Natalina


•• É o conhecido 13º salário do servidor público. Será pago até o dia 20 do mês de dezembro
de cada ano.
•• Corresponde a 1/12 (um doze avos) da remuneração a que o servidor fizer jus no mês de
dezembro, por mês de exercício no respectivo ano. A fração igual ou superior a 15 (quinze)
dias será considerada como mês integral.
•• O servidor exonerado perceberá sua gratificação natalina, proporcionalmente aos meses
de exercício, calculada sobre a remuneração do mês da exoneração.

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III) Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas ou penosas
•• Adicional de Insalubridade – é devido ao servidor que trabalhe com habitualidade em
locais insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas ou radioativas. Ex:
operador de raio-X.
•• Adicional de Periculosidade – é devido ao servidor que coloca em risco sua integridade
física em razão do exercício de suas funções. Ex: servidor que trabalha com rede de alta
tensão.
•• Adicional de Penosidade – é pago de acordo com a localidade em que o servidor é lotado.
Será devido aos servidores em exercício em zonas de fronteira ou em localidades cujas
condições de vida o justifiquem, nos termos, condições e limites fixados em regulamento.
•• O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de periculosidade deverá optar
por um deles. O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa com a
eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua concessão.
•• Nos casos de atividades consideradas insalubres ou perigosas, a aposentadoria observará o
disposto em lei específica. (art. 186, § 2º)

IV) Adicional pela Prestação de Serviço Extraordinário


•• É a conhecida "hora extra" do servidor. (CF, art. 39, § 3º)
•• Destina-se a remunerar as atividades executadas fora do período normal de trabalho a que
estiver sujeito o funcionário, no desempenho de seu cargo efetivo.
•• O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de 50% em relação à hora normal
de trabalho.
•• Somente será permitido serviço extraordinário para atender a situações excepcionais e
temporárias, respeitado o limite máximo de 2 (duas) horas por jornada.

V) Adicional Noturno
•• Considera-se serviço noturno aquele prestado entre 22 horas de um dia e 5 horas da
manhã do dia seguinte.
•• O servidor que presta serviço nesse horário perceberá, a título de adicional noturno, 25%
de acréscimo sobre o valor da hora paga pelo mesmo serviço exercido em horário diurno.
•• Considera-se hora de serviço noturno o período de 52 minutos e 30 segundos.
•• Em se tratando de serviço extraordinário, o adicional noturno incidirá sobre a remuneração
do servidor, acrescida de 50% em relação à hora normal de trabalho.

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VI) Adicional de Férias


•• Lei nº 8.112/90, art. 76, c/c CF, art. 7º, XVII

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;

•• No caso de o servidor exercer função de direção, chefia ou assessoramento, ou ocupar


cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo do adicional de que
trata este artigo.

VII) Gratificação pelo Encargo de Curso ou Concurso (Lei nº 11.314/06)


•• A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida ao servidor que, em caráter
eventual:
I – atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento
regularmente instituído no âmbito da administração pública federal;
II – participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise curricular,
para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas ou para julgamento
de recursos intentados por candidatos;
III – participar da logística de preparação e de realização de concurso público envolvendo
atividades de planejamento, coordenação, supervisão, execução e avaliação de resultado,
quando tais atividades não estiverem incluídas entre as suas atribuições permanentes;
IV – participar da aplicação, fiscalizar ou avaliar provas de exame vestibular ou de concurso
público ou supervisionar essas atividades.
•• Os critérios de concessão e os limites da gratificação de que trata este artigo serão fixados
em regulamento, observados os seguintes parâmetros:
I – o valor da gratificação será calculado em horas, observadas a natureza e a complexidade da
atividade exercida;
II – a retribuição não poderá ser superior ao equivalente a 120 (cento e vinte) horas de trabalho
anuais, ressalvada situação de excepcionalidade, devidamente justificada e previamente
aprovada pela autoridade máxima do órgão ou entidade, que poderá autorizar o acréscimo de
até 120 (cento e vinte) horas de trabalho anuais;
III – o valor máximo da hora trabalhada corresponderá aos seguintes percentuais, incidentes
sobre o maior vencimento básico da administração pública federal:
a) 2,2% (dois inteiros e dois décimos por cento), em se tratando de atividades previstas nos
incisos I e II do caput deste artigo;
b) 1,2% (um inteiro e dois décimos por cento), em se tratando de atividade prevista nos incisos
III e IV do caput deste artigo.

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•• A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso somente será paga se as atividades
referidas nos incisos do caput deste artigo forem exercidas sem prejuízo das atribuições do
cargo de que o servidor for titular, devendo ser objeto de compensação de carga horária
quando desempenhadas durante a jornada de trabalho, na forma do § 4º do art. 98 desta
Lei.
•• A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso não se incorpora ao vencimento ou salário
do servidor para qualquer efeito e não poderá ser utilizada como base de cálculo para
quaisquer outras vantagens, inclusive para fins de cálculo dos proventos da aposentadoria
e das pensões

8) Férias
•• Lei nº 8.112/90, art. 77 ao 80, c/c CF, art. 7º, XVII

XVII – gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do que o
salário normal;

•• O servidor fará jus a 30 dias de férias remuneradas, anualmente.


•• O servidor que opera direta e permanentemente com raios-X ou substâncias radioativas
gozará 20 (vinte) dias consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional,
proibida em qualquer hipótese a acumulação.
•• Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12 (doze) meses de exercício.
•• É vedado levar à conta de férias qualquer falta ao serviço.
•• É vedado ao servidor público converter um terço de suas férias em abono pecuniário.
•• As férias poderão ser parceladas em até três etapas, desde que assim requeridas pelo
servidor e a critério da Administração. Nesse caso, o servidor receberá o adicional de
férias na fruição do primeiro período.
•• Em caso de necessidade de serviço, as férias poderão ser acumuladas, até o máximo de
dois períodos.
•• As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de calamidade pública, comoção
interna, convocação para júri, serviço militar ou eleitoral ou por motivo de superior
interesse público. O restante do período interrompido será gozado de uma só vez.

9) Licenças
"Art. 81. Conceder-se-á ao servidor licença:
I – por motivo de doença em pessoa da família;
II – por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;

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III – para o serviço militar;


IV – para atividade política;
V – para capacitação;
VI – para tratar de interesses particulares;
VII – para desempenho de mandato classista.
VIII – para tratamento de saúde (art. 202 ao 206)
IX – gestante, adotante ou paternidade (art. 207 ao 210)
X – por acidente de serviço (art. 211 ao 214)"

a) Prorrogação da Licença
"Art. 82. A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do término de outra da mesma
espécie será considerada como prorrogação"

I) Licença por motivo de doença em pessoa da família


•• Será precedida de exame por perícia médica oficial, bem como as suas prorrogações.
•• É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período dessa licença.
•• Grau de parentesco:
i. cônjuge ou companheiro
ii. pais
iii. filhos
iv. padrasto ou madrasta e enteado
v. dependente que viva às expensas do servidor e conste do seu assentamento funcional
•• O servidor deve comprovar que é essencial sua assistência direta e que essa não pode
ser prestada simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação de
horários.
•• § 2º Esta licença, incluídas as prorrogações, poderá ser concedida a cada período de doze
meses nas seguintes condições:
I – por até sessenta dias, consecutivos ou não, mantida a remuneração do servidor; e
II – por até noventa dias, consecutivos ou não, sem remuneração.
•• § 3º O início do interstício de doze meses será contado a partir da data do deferimento da
primeira licença concedida.

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•• A soma das licenças remuneradas e das licenças não remuneradas, incluídas as respectivas
prorrogações, concedidas em um mesmo período de doze meses, observado o disposto no
§ 3º, não poderá ultrapassar os limites estabelecidos nos incisos I e II do § 2º

II) Licença por Motivo de Afastamento do Cônjuge


•• Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar cônjuge ou companheiro que
foi deslocado para outro ponto do território nacional, para o exterior ou para o exercício de
mandato eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.
•• A licença será por prazo indeterminado e sem remuneração.
•• No deslocamento de servidor cujo cônjuge ou companheiro também seja servidor público,
civil ou militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, poderá haver exercício provisório em órgão ou entidade da Administração
Federal direta, autárquica ou fundacional, desde que para o exercício de atividade
compatível com o seu cargo. (Não é caso de provimento derivado, visto que o exercício é
provisório!)

III) Licença para Serviço Militar


•• Ao servidor convocado para o serviço militar será concedida licença, na forma e nas
condições previstas na legislação específica.
•• Concluído o serviço militar, o servidor terá até 30 (trinta) dias sem remuneração para
reassumir o exercício do cargo.
•• O período de licença será considerado como de efetivo exercício (art. 102, VIII, "f")

IV) Licença para Atividade Política


•• Será concedida sem remuneração durante o período que mediar entre a sua escolha
em convenção partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro de sua
candidatura perante a Justiça Eleitoral. Esse período não é computado como tempo de
serviço.
•• Com a remuneração do cargo efetivo, a partir do registro da candidatura e até o décimo
dia seguinte ao da eleição. A remuneração somente será paga pelo período de três meses.
Caso o período entre o registro da candidatura e o décimo dia seguinte ao da eleição supere
três meses, o servidor poderá permanecer de licença, mas sem direito à remuneração.
Esse período de licença será computado como tempo de serviço apenas para efeito de
aposentadoria e disponibilidade (art. 103, III)

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V) Licença para Capacitação


•• Após cada cinco anos de efetivo exercício, não acumuláveis, o servidor poderá, no
interesse da Administração (ato discricionário), afastar-se do exercício do cargo efetivo,
com a respectiva remuneração, por até três meses, para participar de curso de capacitação
profissional.
•• O período de licença para capacitação é considerado como de efetivo exercício para efeito
de contagem do tempo de serviço (art. 102, VIII, "e")
Obs.: Não existe mais, no serviço público federal, a licença prêmio por assiduidade.

VI) Licença para Tratamento de Interesse Particular


•• Ao servidor ocupante de cargo efetivo, que não esteja em estágio probatório, poderá ser
concedida licença não remunerada para tratar de assuntos particulares. A licença poderá
durar até três anos e pode ser interrompida a qualquer tempo, a pedido do servidor ou no
interesse da Administração.
•• Concessão da licença – ato discricionário (pode ser interrompida também por ato
discricionário)
•• O período de licença não é computado como tempo de serviço para qualquer efeito.

VII) Licença para Desempenho de Mandato Classista


•• É assegurado ao servidor o direito à licença sem remuneração para o desempenho de
mandato em confederação, federação, associação de classe de âmbito nacional, sindicato
representativo da categoria ou entidade fiscalizadora da profissão ou, ainda, para participar
de gerência ou administração em sociedade cooperativa constituída por servidores públicos
para prestar serviços a seus membros, observado o disposto na alínea c do inciso VIII do
art. 102 desta Lei, conforme disposto em regulamento e observados os seguintes limites:

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I – para entidades com até 5.000 (cinco mil) associados, 2 (dois) servidores;
II – para entidades com 5.001 (cinco mil e um) a 30.000 (trinta mil) associados, 4 (quatro)
servidores;
III – para entidades com mais de 30.000 (trinta mil) associados, 8 (oito) servidores.
•• Somente poderão ser licenciados os servidores eleitos para cargos de direção ou de
representação nas referidas entidades, desde que cadastradas no órgão competente.
•• A licença terá duração igual à do mandato, podendo ser renovada, no caso de reeleição.

VIII) Licença para Tratamento de Saúde


•• Será concedida ao servidor licença para tratamento de saúde, a pedido ou de ofício, com
base em perícia médica oficial, sem prejuízo da remuneração a que fizer jus.
•• A licença que exceder o prazo de cento e vinte dias no período de doze meses a contar do
primeiro dia de afastamento será concedida mediante avaliação por junta médica oficial.
•• A licença para tratamento de saúde inferior a quinze dias, dentro de um ano, poderá ser
dispensada de perícia oficial, na forma definida em regulamento.
•• A perícia oficial para concessão da licença de que trata o caput deste artigo, bem como nos
demais casos de perícia oficial previstos nesta lei, será efetuada por cirurgiões-dentistas,
nas hipóteses em que abranger o campo de atuação da odontologia.
•• Findo o prazo da licença, o servidor será submetido a nova inspeção médica, que concluirá
pela volta ao serviço, pela prorrogação da licença ou pela aposentadoria.
•• O prazo máximo contínuo de licença para tratamento de saúde é de 24 meses. Ao fim de
24 meses, se o servidor não tiver condições de reassumir o cargo ou de ser readaptado,
será aposentado por invalidez permanente. Nesse caso, o lapso de tempo compreendido
entre o término da licença e a publicação do ato da aposentadoria será considerado como
prorrogação da licença.
•• O período de licença computado como tempo de efetivo exercício até o limite de 24
meses, cumulativos ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de
provimento efetivo.
•• A partir de 24 meses, cumulativos ao longo de tempo de serviço público prestado à União,
em cargo de provimento efetivo, o período de licença será considerado como tempo de
serviço apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade.
•• O servidor será punido com suspensão até 15 dias quando, sem justificativa, recusar-se a
ser submetido à inspeção médica determinada pela autoridade competente, cessando os
efeitos da penalidade, uma vez cumprida a determinação (art. 130, § 1º).
•• O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou funcionais será submetido a
inspeção médica.
•• O servidor será submetido a exames médicos periódicos, nos termos e condições definidos
em regulamento. Para isso, a União e suas entidades autárquicas e fundacionais poderão:

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a) prestar os exames médicos periódicos diretamente pelo órgão ou entidade à qual se


encontra vinculado o servidor;
b) celebrar convênio ou instrumento de cooperação ou parceria com os órgãos e entidades da
administração direta, suas autarquias e fundações;
c) celebrar convênios com operadoras de plano de assistência à saúde, organizadas na
modalidade de autogestão, que possuam autorização de funcionamento do órgão
regulador, na forma do art. 230; ou
d) prestar os exames médicos periódicos mediante contrato administrativo, observado o
disposto na Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, e demais normas pertinentes.

IX) Licença à Gestante, à adotante e Paternidade

Art. 207. Será concedida licença à servidora gestante por 120 (cento e vinte) dias
consecutivos, sem prejuízo da remuneração.
§ 1º A licença poderá ter início no primeiro dia do nono mês de gestação, salvo
antecipação por prescrição médica.
§ 2º No caso de nascimento prematuro, a licença terá início a partir do parto.
§ 3º No caso de natimorto, decorridos 30 (trinta) dias do evento, a servidora será
submetida a exame médico, e se julgada apta, reassumirá o exercício.
§ 4º No caso de aborto atestado por médico oficial, a servidora terá direito a 30 (trinta)
dias de repouso remunerado.
Art. 208. Pelo nascimento ou adoção de filhos, o servidor terá direito à licença-
paternidade de 5 (cinco) dias consecutivos.
Art. 209. Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses, a servidora
lactante terá direito, durante a jornada de trabalho, a uma hora de descanso, que
poderá ser parcelada em dois períodos de meia hora.
Art. 210. À servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de criança até 1 (um) ano
de idade, serão concedidos 90 (noventa) dias de licença remunerada.
Parágrafo único. No caso de adoção ou guarda judicial de criança com mais de 1 (um)
ano de idade, o prazo de que trata este artigo será de 30 (trinta) dias.

•• Os períodos de licença serão considerados como de efetivo exercício para efeito de


contagem de tempo de serviço.

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X) Licença por Acidente em Serviço

Art. 211. Será licenciado, com remuneração integral, o servidor acidentado em serviço.
Art. 212. Configura acidente em serviço o dano físico ou mental sofrido pelo servidor,
que se relacione, mediata ou imediatamente, com as atribuições do cargo exercido.
Parágrafo único. Equipara-se ao acidente em serviço o dano:
I – decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no exercício do cargo;
II – sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.
Art. 213. O servidor acidentado em serviço que necessite de tratamento especializado
poderá ser tratado em instituição privada, à conta de recursos públicos.
Parágrafo único. O tratamento recomendado por junta médica oficial constitui medida
de exceção e somente será admissível quando inexistirem meios e recursos adequados
em instituição pública.
Art. 214. A prova do acidente será feita no prazo de 10 (dez) dias, prorrogável quando
as circunstâncias o exigirem.

10) Afastamentos

I) Afastamento para servir em outro órgão ou entidade


II) Afastamento para o exercício de mandato eletivo
III) Afastamento para estudo ou missão no exterior
IV) Afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu no país

I) Afastamento para servir a outro órgão ou entidade

Art. 93. O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro órgão ou entidade dos
Poderes da União, dos Estados, ou do Distrito Federal e dos Municípios, nas seguintes
hipóteses: (Redação dada pela Lei nº 8.270, de 17.12.91) (Regulamento) (Vide Decreto
nº 4.493, de 3.12.2002)
I – para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;
II – em casos previstos em leis específicas.

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II) Afastamento para o exercício de mandato eletivo


•• CF, art. 38 – Regras Básicas
•• No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a seguridade social como se
em exercício estivesse, visto que esse período é considerado como de efetivo exercício (art.
102, V), contando também para aposentadoria.
•• Naturalmente, essa regra refere-se a servidor na ativa, pois se o mesmo estiver aposentado,
poderá acumular o subsídio do cargo eletivo com os proventos da inatividade, qualquer
que seja o mandato (CF, art. 40,§ 11)
•• O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá ser removido ou
distribuído de ofício para localidade diversa daquela onde exerce o mandato.

III) Afastamento para estudo ou missão no exterior

Art. 95. O servidor não poderá ausentar-se do País para estudo ou missão oficial, sem
autorização do Presidente da República, Presidente dos Órgãos do Poder Legislativo e
Presidente do Supremo Tribunal Federal.
§ 1º A ausência não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão ou estudo, somente
decorrido igual período, será permitida nova ausência.
§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será concedida exoneração
ou licença para tratar de interesse particular antes de decorrido período igual ao do
afastamento, ressalvada a hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu
afastamento.
§ 3º O disposto neste artigo não se aplica aos servidores da carreira diplomática.
§ 4º As hipóteses, condições e formas para a autorização de que trata este artigo,
inclusive no que se refere à remuneração do servidor, serão disciplinadas em
regulamento. (Parágrafo incluído pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 96. O afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o
Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.

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IV) Do Afastamento para participação em programa de pós-graduação stricto sensu
no país

Art. 96-A. O servidor poderá, no interesse da Administração, e desde que a participação


não possa ocorrer simultaneamente com o exercício do cargo ou mediante compensação
de horário, afastar-se do exercício do cargo efetivo, com a respectiva remuneração,
para participar em programa de pós-graduação stricto sensu em instituição de ensino
superior no País.
§ 1º Ato do dirigente máximo do órgão ou entidade definirá, em conformidade com a
legislação vigente, os programas de capacitação e os critérios para participação em
programas de pós-graduação no País, com ou sem afastamento do servidor, que serão
avaliados por um comitê constituído para este fim.
§ 2º Os afastamentos para realização de programas de mestrado e doutorado somente
serão concedidos aos servidores titulares de cargos efetivos no respectivo órgão ou
entidade há pelo menos 3 (três) anos para mestrado e 4 (quatro) anos para doutorado,
incluído o período de estágio probatório, que não tenham se afastado por licença para
tratar de assuntos particulares para gozo de licença capacitação ou com fundamento
neste artigo nos 2 (dois) anos anteriores à data da solicitação de afastamento.
§ 3º Os afastamentos para realização de programas de pós-doutorado somente serão
concedidos aos servidores titulares de cargos efetivo no respectivo órgão ou entidade
há pelo menos quatro anos, incluído o período de estágio probatório, e que não tenham
se afastado por licença para tratar de assuntos particulares ou com fundamento neste
artigo, nos quatro anos anteriores à data da solicitação de afastamento.
§ 4º Os servidores beneficiados pelos afastamentos previstos nos §§ 1º, 2º e 3º deste
artigo terão que permanecer no exercício de suas funções após o seu retorno por um
período igual ao do afastamento concedido.
§ 5º Caso o servidor venha a solicitar exoneração do cargo ou aposentadoria, antes
de cumprido o período de permanência previsto no § 4º deste artigo, deverá ressarcir
o órgão ou entidade, na forma do art. 47 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
dos gastos com seu aperfeiçoamento.
§ 6º Caso o servidor não obtenha o título ou grau que justificou seu afastamento
no período previsto, aplica-se o disposto no § 5º deste artigo, salvo na hipótese
comprovada de força maior ou de caso fortuito, a critério do dirigente máximo do
órgão ou entidade.
§ 7º Aplica-se à participação em programa de pós-graduação no Exterior, autorizado
nos termos do art. 95 desta Lei, o disposto nos §§ 1º a 6º deste artigo.

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10) Concessões

Art. 97. Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do serviço:


I – por 1 (um) dia, para doação de sangue;(não há restrição de ser apenas uma vez a
cada 12 meses, como a CLT estabelece!)
II – pelo período comprovadamente necessário para alistamento ou recadastramento
eleitoral, limitado, em qualquer caso, a 2 (dois) dias;
III – por 8 (oito) dias consecutivos em razão de :
a) casamento;
b) falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto, filhos, enteados,
menor sob guarda ou tutela e irmãos.

Ao servidor estudante são assegurados os seguintes direitos:


•• Horário especial no caso de incompatibilidade entre o horário escolar e o da repartição
(art. 98). O servidor deve cumprir toda a sua carga de trabalho, tendo apenas direito de
cumprir em horário diferenciado, em função da incompatibilidade existente.
•• Matrícula em estabelecimento de ensino, no caso de mudança de sede no interesse da
Administração, inclusive para seus dependentes.
A concessão de horário especial é estendida ao servidor portador de deficiência, nesse caso,
independente de compensação de horário (art. 98, § 2º). Tal concessão também é extensiva
ao servidor que tenha dependente portador de deficiência física, porém com compensação
de horário (art. 98, § 3º).
Será igualmente concedido horário especial, vinculado à compensação de horário a ser
efetivada no prazo de até 1 (um) ano, ao servidor que desempenhe atividade prevista nos
incisos I e II do caput do art. 76-A desta Lei.

Art. 76-A. A Gratificação por Encargo de Curso ou Concurso é devida ao servidor que,
em caráter eventual:
I – atuar como instrutor em curso de formação, de desenvolvimento ou de treinamento
regularmente instituído no âmbito da administração pública federal;
II – participar de banca examinadora ou de comissão para exames orais, para análise
curricular, para correção de provas discursivas, para elaboração de questões de provas
ou para julgamento de recursos intentados por candidatos;

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Art. 20, § 4º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser concedidas
as licenças e os afastamentos previstos nos arts. 81, incisos I a IV, 94, 95 e 96, bem
assim afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em
concurso para outro cargo na Administração Pública Federal. (Parágrafo incluído pela
Lei nº 9.527, de 10.12.97)
Art. 81 – Conceder-se-á licença:
I – por motivo de doença em pessoa da família
II – por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro
III – para o serviço militar
IV – para atividade política
Art. 94 – Afastamento para exercício de mandato eletivo
Art. 95 – Afastamento para estudo ou missão no exterior
Art. 96 – Afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o
Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração
Afastamento para participar de curso de formação decorrente de aprovação em
concurso para outro cargo na Administração Pública Federal.
§ 5º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças e os afastamentos
previstos nos arts. 83, 84, § 1º, 86 e 96, bem assim na hipótese de participação em
curso de formação, e será retomado a partir do término do impedimento.
Art. 83 – Licença por motivo de doença em pessoa da família
Art. 84 – Licença por motivo de afastamento do cônjuge
Art. 86 – Licença para atividade política
Art. 96 – Afastamento de servidor para servir em organismo internacional de que o
Brasil participe ou com o qual coopere dar-se-á com perda total da remuneração.
Participação em curso de formação

11) Tempo de Serviço

Art. 100. É contado para todos os efeitos o tempo de serviço público federal, inclusive o
prestado às Forças Armadas.
Art. 101. A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que serão convertidos em
anos, considerado o ano como de trezentos e sessenta e cinco dias.

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Casos nos quais os afastamentos são considerados como de efetivo exercício:

Art. 102. Além das ausências ao serviço previstas no art. 97, são considerados como de
efetivo exercício os afastamentos em virtude de:
I – férias;
II – exercício de cargo em comissão ou equivalente, em órgão ou entidade dos Poderes
da União, dos Estados, Municípios e Distrito Federal;
III – exercício de cargo ou função de governo ou administração, em qualquer parte do
território nacional, por nomeação do Presidente da República;
IV – participação em programa de treinamento regularmente instituído, ou em
programa de pós-graduação stricto sensu no país, conforme dispuser o regulamento;
V – desempenho de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal,
exceto para promoção por merecimento;
VI – júri e outros serviços obrigatórios por lei;
VII – missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento, conforme
dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
VIII – licença:
a) à gestante, à adotante e à paternidade;
b) para tratamento da própria saúde, até o limite de vinte e quatro meses, cumulativo
ao longo do tempo de serviço público prestado à União, em cargo de provimento
efetivo; (Redação dada pela Lei nº 9.527, de 10.12.97)
c) para o desempenho de mandato classista ou participação de gerência ou
administração em sociedade cooperativa constituída por servidores para prestar
serviços a seus membros, exceto para efeito de promoção por merecimento;
d) por motivo de acidente em serviço ou doença profissional;
e) para capacitação, conforme dispuser o regulamento; (Redação dada pela Lei nº
9.527, de 10.12.97)
f) por convocação para o serviço militar;
IX – deslocamento para a nova sede de que trata o art. 18;
X – participação em competição desportiva nacional ou convocação para integrar
representação desportiva nacional, no País ou no exterior, conforme disposto em lei
específica;
XI – afastamento para servir em organismo internacional de que o Brasil participe ou
com o qual coopere.

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Situações que são consideradas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:

Art. 103. Contar-se-á apenas para efeito de aposentadoria e disponibilidade:


I – o tempo de serviço público prestado aos Estados, Municípios e Distrito Federal;
II – a licença para tratamento de saúde de pessoal da família do servidor, com
remuneração, que exceder a trinta dias em período de doze meses.
III – a licença para atividade política, no caso do art. 86, § 2º;
IV – o tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo federal, estadual,
municipal ou distrital, anterior ao ingresso no serviço público federal;
V – o tempo de serviço em atividade privada, vinculada à Previdência Social;
VI – o tempo de serviço relativo a tiro de guerra;
VII – o tempo de licença para tratamento da própria saúde que exceder o prazo a que
se refere a alínea "b" do inciso VIII do art. 102. (Inciso incluído pela Lei nº 9.527, de
10.12.97)
§ 1º O tempo em que o servidor esteve aposentado será contado apenas para nova
aposentadoria.
§ 2º Será contado em dobro o tempo de serviço prestado às Forças Armadas em
operações de guerra.
§ 3º É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço prestado concomitantemente
em mais de um cargo ou função de órgão ou entidades dos Poderes da União, Estado,
Distrito Federal e Município, autarquia, fundação pública, sociedade de economia
mista e empresa pública.

12) Direito de Petição


É o direito de pleitear, junto à Administração, com o objetivo de obter uma informação ou o
esclarecimento de uma situação.
É assegurado ao servidor o direito de requerer aos Poderes Públicos, em defesa de direito ou
interesse legítimo.
O requerimento será dirigido à autoridade competente para decidi-lo e encaminhado por
intermédio daquela a que estiver imediatamente subordinado o requerente.
Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido o ato ou proferido a
primeira decisão, não podendo ser renovado.

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RECURSO HIERÁRQUICO (ART. 107)

A característica do recurso hierárquico é que ele deve ser decidido pela autoridade
competente imediatamente superior àquela que tiver expedido o ato ou proferido a
decisão e, sucessivamente, em escala ascendente, pelas demais autoridades.
Hipóteses de cabimento:
a) indeferimento do pedido de reconsideração
b) das decisões de recursos sucessivamente interpostos

O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que estiver imediatamente


subordinado o requerente.
O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou de recurso é de 30 (trinta) dias, a
contar da publicação ou da ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.
O recurso poderá ser recebido com efeito suspensivo, a juízo da autoridade competente.
Em caso de provimento do pedido de reconsideração ou do recurso, os efeitos da decisão
retroagirão à data do ato impugnado.

Art. 110 – O direito de requerer prescreve:


I – em 5 (cinco) anos – quanto aos atos de demissão e de cassação de aposentadoria
ou disponibilidade, ou que afetem interesse patrimonial e créditos resultantes das
relações de trabalho;
II – em 120 (cento e vinte) dias – nos demais casos, salvo quando outro prazo for
fixado em lei.

O prazo de prescrição será contado da data da publicação do ato impugnado ou da data da


ciência pelo interessado, quando o ato não for publicado.

Art. 111. O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis, interrompem a


prescrição.
Art. 112. A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada pela administração.
Art. 113. Para o exercício do direito de petição, é assegurada vista do processo ou
documento, na repartição, ao servidor ou a procurador por ele constituído.
Art. 114. A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo, quando eivados
de ilegalidade.
Art. 115. São fatais e improrrogáveis os prazos estabelecidos neste Capítulo, salvo
motivo de força maior.

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Questões

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES descontado em folha de pagamento, nos


– PARTE 2 limites e condições legalmente previstos.
Diante dessa situação e de acordo com o
que prevê a Lei nº 8.112/1990,

1. (FCC – CNMP – Analista Jurídico – 2015) Lu- a) o servidor deverá quitar, à vista e ime-
ciomar, servidor público federal, após regu- diatamente, o débito em aberto, sob
lar processo administrativo disciplinar, foi pena de imposição de nova punição dis-
exonerado. Considerando que ele possuía ciplinar.
débito com o erário, de acordo com a Lei nº b) o débito fica extinto, tendo em vista
8.112/90, Luciomar: que, em razão da demissão e da extin-
ção do vínculo, passa a ser inviável o
a) será notificado para pagamento ou par- desconto em folha de pagamento.
celamento do débito dentro do prazo c) a demissão só será efetivamente im-
de quinze dias da efetivação de sua exo- plementada após o prazo estabelecido
neração, sob pena de inscrição na dívi- para pagamento do débito, a fim de que
da ativa após noventa dias. seja possível continuar a proceder os
b) terá o prazo de noventa dias para quitar descontos em folha.
o débito, sendo que a não quitação do d) o servidor demitido terá o prazo de 60
débito dentro desse prazo implicará sua (sessenta) dias para quitar o débito, sob
inscrição em dívida ativa. pena de inscrição na dívida ativa.
c) terá seu débito inscrito imediatamente e) será descontado do total da verba res-
na dívida ativa por expressa previsão le- cisória do servidor o valor referente ao
gal, em razão da extinção de seu vínculo débito, extinguindo-se o remanescente
com Administração pública. diante da extinção do vínculo.
d) terá o prazo de sessenta dias para qui-
tar o débito, sendo que a não quitação 3. (FCC – TRT-5 – Analista Judiciário – 2013) O
do débito dentro desse prazo implicará vencimento é a retribuição pecuniária pelo
sua inscrição em dívida ativa. exercício de cargo público, com valor fixado
e) será notificado para pagamento ou par- em lei. Além do vencimento, poderão ser
celamento do débito dentro do prazo pagas ao servidor vantagens. Os servidores
de trinta dias da efetivação de sua exo- do Tribunal Regional do Trabalho da 5a Re-
neração, sob pena de inscrição na dívi- gião – TRT/BA receberam as seguintes van-
da ativa após cento e vinte dias. tagens: gratificações, ajuda de custo, diárias
e adicionais. Dessas vantagens, incorporam-
2. (FCC – TRF-4 – Analista Judiciário – Área In- -se aos vencimentos, nos casos e condições
formática – 2014) Diante da prática de ato indicados em lei,
infracional devidamente apurado em regu-
lar processo disciplinar, determinado servi- a) gratificações e diárias.
dor, público que ocupava cargo efetivo, foi b) ajuda de custo e diárias.
demitido. Apurou-se, no entanto, que esse c) gratificações e adicionais.
mesmo servidor possuía um débito perante d) adicionais e ajuda de custo.
a Administração pública, que estava sendo e) gratificações, diárias e adicionais.

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4. (FCC – TRT-19 – Analista Judiciário – 2014) c) será concedida ajuda de custo corres-
Lara, servidora pública federal do Tribunal pondente ao valor fixo referente ao úl-
Regional do Trabalho da 19a Região, está timo mês da remuneração do servidor.
ansiosa para receber sua gratificação nata- d) será concedida ajuda de custo calculada
lina, a fim de comprar presentes para seus sobre a remuneração do servidor, não
familiares e quitar alguns débitos que ainda podendo exceder a importância corres-
possui. A propósito da gratificação narrada pondente a seis meses.
e nos termos da Lei nº 8.112/90, é INCOR- e) será concedida ajuda de custo calculada
RETO afirmar que sobre a remuneração do servidor, não
podendo exceder a importância corres-
a) a gratificação será paga até o dia 20 pondente a dois meses.
(vinte) do mês de dezembro de cada
ano. 6. (FCC – CNMP – Analista de Informação –
b) a gratificação natalina corresponde a 2015) De acordo com a Lei nº 8.112/90, o
1/12 (um doze avos) da remuneração a servidor que, a serviço, afastar-se da sede
que o servidor fizer jus no mês de de- em caráter eventual ou transitório para ou-
zembro, por mês de exercício no res- tro ponto do território nacional ou para o
pectivo ano. exterior, fará jus a passagens e diárias des-
c) a fração igual ou superior a 15 (quinze) tinadas a indenizar as parcelas de despesas
dias será considerada como mês inte- extraordinária com pousada, alimentação e
gral. locomoção urbana, conforme dispuser em
d) a gratificação natalina será considerada regulamento. Quando o deslocamento NÃO
para o cálculo de toda e qualquer van- exigir pernoite fora da sede,
tagem pecuniária.
e) o servidor exonerado perceberá sua a) só será devido o pagamento de diária,
gratificação natalina, proporcionalmen- ainda que não integral, se o afastamen-
te aos meses de exercício, calculada so- to superar 20 quilômetros.
bre a remuneração do mês da exonera- b) não é devido o pagamento de diária.
ção. c) só será devido o pagamento de diária,
ainda que não integral, se o afastamen-
5. (FCC – CNMP – Administração – 2015) De to superar 30 quilômetros.
acordo com a Lei nº 8.112/90, a ajuda de d) a diária é devida em 70%.
custo destina-se a compensar as despesas e) a diária é devida pela metade.
de instalação do servidor que, no interesse
do serviço, passar a ter exercício em nova 7. (FCC – TRT-12 – Técnico Judiciário – 2013)
sede, com mudança de domicílio em cará- De acordo com a Lei nº 8.112/90, conside-
ter permanente. Na hipótese do servidor se re:
afastar do cargo, ou reassumi-lo, em virtude
de mandato eletivo: I. Amarildo é servidor público nomeado
para um cargo em cidade que conta com
a) será concedida ajuda de custo calculada imóvel funcional disponível para o servidor.
sobre a remuneração do servidor, não
podendo exceder a importância corres- II. Marilda, companheira do servidor Naldo,
pondente a três meses. ocupa um imóvel funcional na cidade onde
b) não será concedida ajuda de custo ha- trabalha.
vendo expressa vedação legal neste III. Plínio, servidor público federal, é casado
sentido. e tem dois filhos. Sua filha mais velha reside
com ele e recebe auxílio-moradia.

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IV. Pafúncio é nomeado para um cargo em 9. (FCC – TRF-1a – Técnico Judiciário – 2007)
determinada cidade onde já foi proprietário No que se refere à incorporação das vanta-
de um imóvel, vendido cinco anos antes de gens, é certo que:
sua nomeação.
a) a ajuda de custo poderá ser incorpora-
NÃO terão direito ao auxílio-moradia, os da ao vencimento ou remuneração para
servidores indicados APENAS nas hipóteses: determinados efeitos.
b) a Gratificação por encargo de Curso ou
a) I, II e III. Concurso incorpora-se ao vencimento
b) I, II e IV. ou salário do servidor para todos efei-
c) III e IV. tos.
d) I e III. c) os adicionais incorporam-se ao venci-
e) II e IV. mento ou provento, nos casos e condi-
ções indicados em lei.
8. (FCC – TRF-1a – Técnico Judiciário – 2007) d) as diárias, se concedidas por período
Em matéria de vantagens que poderão ser superior a seis meses, incorporam-se à
pagas ao servidor público federal, conside- remuneração do servidor.
re: e) a indenização de transporte, quando
I. Ao servidor que realiza despesas com a concedida durante dois anos, incorpora-
utilização de meio próprio de locomoção -se ao vencimento do servidor.
para a execução de serviços externos, por
força das atribuições inerentes do cargo, 10. (FCC – TRF-5a – Analista Administrativo –
conforme se dispuser em regulamento, será 2008) É certo que, a ajuda de custo do ser-
concedida ajuda de custo. vidor público federal será calculada sobre
a sua remuneração, conforme dispuser em
II. O serviço noturno, prestado em horário regulamento:
compreendido entre 22 (vinte e duas) horas
de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte, a) não podendo exceder a importância
terá o valor-hora acrescido de 25%, compu- correspondente a 3 (três) meses.
tando-se cada hora como cinqüenta e dois b) devendo ser fixada no valor de 15 (quin-
minutos e trinta segundos. ze) a 45 (quarenta e cinco) dias.
c) não podendo exceder a importância
III. A diária, quando de direito, será conce- correspondente a 4 (quatro) meses.
dida por dia de afastamento, sendo devida d) devendo ser fixada no valor de 15 (quin-
pela metade quando o deslocamento não ze) a 30 (trinta) dias.
exigir pernoite fora da sede, ou quando a e) não podendo exceder a importância
União custear, por meio diverso, as despe- correspondente a 2 (dois) meses.
sas extraordinárias cobertas por diárias.
Nesses casos, está correto SOMENTE o que 11. (FCC – TRF-5a – Técnico Judiciário – 2008)
se afirma em: Em matéria de direitos do servidor público
federal, analise:
a) II.
b) III. I. O servidor em débito com o erário que ti-
c) I e II. ver sua disponiblidade cassada terá um pra-
d) I e III. zo legal para quitar esse débito.
e) II e III. II. O servidor ficará obrigado a restituir a
ajuda e custo quando, injustificadamente,
não se apresentar na nova sede dentro de
um prazo legal.

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Nesses casos, os prazos acima referidos, se- critério da Administração e com reposição
rão, respectivamente, de: de custos.
a) 60 (sessenta) e 30 (trinta) dias. III. O servidor público em débito com o erá-
b) 90 (noventa) e 60 (sessenta) dias. rio que, dentre outras situações, tiver sua
c) 30 (trinta) e 15 (quinze) dias. disponibilidade cassada, terá o prazo de ses-
d) 120 (cento e vinte ) e 45 (quarenta e cin- senta dias para quitar o débito.
co) dias
e) 45 (quarenta e cinco) e 10 (dez ) dias. Nesses casos, está correto APENAS o que se
afirma em:
12. (FCC – TRT-AL – Técnico Judiciário – 2008) a) I e II.
Aquiles, técnico judiciário do Tribunal Regio- b) I e III.
nal do Trabalho, estando em débito com o c) II e III.
erário, cujo valor é de R$ 5.000,00, foi de- d) II.
mitido do cargo que vinha ocupando. Nesse e) III.
caso, Aquiles terá um prazo para a quitação
desse débito, que será de: 14. (FCC – TRE-AL – Técnico Judiciário – 2010)
a) noventa dias, e a falta de quitação nesse Antonia, servidora pública federal, recebeu
prazo determinará o protesto em Cartó- R$ 1.000,00 (um mil reais) a título de diá-
rio. rias. Entretanto, atendendo a ordens supe-
b) sessenta dias, sendo que a não quitação riores, não houve necessidade de afastar-se
dentro do prazo implicará sua inscrição da sede. Nesse caso, no que se refere às diá-
em dívida ativa. rias, Antonia:
c) noventa dias, e a não quitação dentro a) ficará obrigada a restituí-las, integral-
do prazo justifica o imediato ajuizamen- mente, no prazo de cinco dias.
to da ação e cobrança. b) deverá restituí-las, pela metade, no pra-
d) trinta dias, prorrogável por igual perío- zo de cinco dias.
do, sendo que a falta de quitação torna c) não deverá restituí-las, por ter cumpri-
o servidor inapto para outros cargos pú- do ordens superiores.
blicos. d) poderá compensar um terço do valor
e) sessenta dias, sendo que a não quitação como dias trabalhados, mas restituindo
dentro do prazo implica no arresto ou o saldo.
seqüestro do saldo de sua remunera- e) deverá restituí-las, de imediato, no va-
ção. lor de dois terços e o restante até trinta
dias.
13. (FCC – TRE-PB – Técnico Judiciário – 2007)
Em matéria de direitos do servidor público 15. (FCC – TRE-AL – Técnico Judiciário – 2010)
federal, especialmente quanto ao venci- Eduardo, técnico judiciário do Tribunal
mento e à remuneração, analise: Regional Eleitoral teve duas faltas, poste-
I. As faltas justificadas decorrentes de caso riormente justificadas, durante o mês de
fortuito ou de força maior serão sempre dezembro de 2009, em razão de enchen-
compensadas, mas não consideradas como tes provocadas por chuvas intensas. Nesse
de efetivo exercício. caso, é correto afirmar que as faltas justifi-
cadas decorrentes de:
II. Se houver autorização do servidor públi-
co, também poderá haver consignação em a) casos fortuitos não poderão ser com-
folha de pagamento, a favor de terceiros, a pensadas, face a continuidade do ser-

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viço público, mas serão consideradas 17. (FCC – TRF-1a – Técnico Judiciário – 2011)
como efetivo exercício. Sobre as férias dos servidores públicos fede-
b) força maior devem ser compensadas rais, é correto afirmar:
pela autoridade, mas não poderão ser
consideradas como efetivo exercício. a) O servidor fará jus a trinta dias de férias,
c) caso fortuito ou de força maior pode- que podem ser acumuladas até o máxi-
rão ser compensadas a critério da che- mo de dois períodos, no caso de neces-
fia imediata, sendo assim consideradas sidade do serviço, ressalvadas as hipó-
como efetivo exercício. teses em que haja legislação específica.
d) caso fortuito ou de força maior poderão b) Não é vedado ao servidor levar à conta
ser compensadas, desde que assim en- de férias alguma falta ao serviço.
tenda o Presidente do Tribunal Regional c) As férias poderão ser parceladas em até
Eleitoral, mas não consideradas como duas etapas, desde que assim requeri-
efetivo exercício. das pelo servidor, e no interesse da Ad-
e) força maior serão obrigatoriamente ministração Pública.
compensadas pelo Presidente do Tri- d) O servidor exonerado do cargo efetivo
bunal Regional Eleitoral e consideradas perceberá indenização, relativa ao perí-
como efetivo exercício. odo das férias a que tiver direito, calcu-
lada com base na remuneração do mês
16. (FCC – TRT-24a – Técnico Judiciário – 2011) anterior ao da publicação do ato exone-
No que diz respeito às licenças, previstas na ratório.
Lei nº 8.112/1990, é correto afirmar: e) O servidor que opera direta e perma-
nentemente com raios X ou substâncias
a) Na licença para o serviço militar, conclu- radioativas gozará trinta dias consecuti-
ído tal serviço, o servidor terá até qua- vos de férias, por semestre de atividade
renta dias sem remuneração para reas- profissional, proibida em qualquer hipó-
sumir o exercício do cargo. tese a acumulação.
b) É possível o exercício de atividade remu-
nerada durante o período da licença por 18. (FCC – TRT-23a – Execução de Mandados –
motivo de doença em pessoa da família. 2011) Considere as seguintes assertivas so-
c) A licença ao servidor para acompanhar bre as licenças dos servidores públicos civis
cônjuge que foi deslocado para o ex- federais, nos termos da Lei nº 8.112/1990:
terior será pelo prazo máximo de dois
anos. I. A partir do registro da candidatura e até o
d) A licença concedida dentro de sessenta décimo dia seguinte ao da eleição, o servi-
dias do término de outra da mesma es- dor fará jus à licença para atividade política,
pécie será considerada como prorroga- assegurados os vencimentos do cargo efeti-
ção. vo, somente pelo período de dois meses.
e) A partir do registro da candidatura e até II. A licença poderá ser concedida ao ser-
o décimo dia seguinte ao da eleição, o vidor por motivo de doença do cônjuge ou
servidor fará jus à licença para atividade companheiro por até trinta dias, consecuti-
política, assegurados os vencimentos do vos ou não, mantida a remuneração do ser-
cargo efetivo, somente pelo período de vidor, e por até sessenta dias, consecutivos
dois meses. ou não, sem remuneração.
III. A critério da Administração poderão ser
concedidas ao servidor ocupante de cargo
efetivo, desde que não esteja em estágio
probatório, licenças para o trato de assuntos

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particulares pelo prazo de até três anos con- 20. (FCC – TRT-23a – Técnico Judiciário – 2011)
secutivos, sem remuneração. Sobre as férias dos servidores públicos civis
federais, prevista na Lei nº 8.112/1990, é
Está correto o que se afirma APENAS em correto afirmar que:
a) I e III. a) O servidor fará jus a trinta dias de férias,
b) II e III. que não podem, em qualquer hipótese,
c) I e II. ser acumuladas com outro período.
d) II. b) As férias poderão ser parceladas em até
e) III. três etapas, desde que assim requeridas
pelo servidor, e no interesse da Admi-
19. (FCC – TRT-20a – Analista Judiciário – 2011) nistração Pública.
A licença por motivo de doença em pessoa c) O pagamento da remuneração das fé-
da família, incluídas as prorrogações, po- rias será efetuado até um dia antes do
derá ser concedida a cada período de doze início do respectivo período, observan-
meses, dentre outras, na seguinte condição, do-se os demais preceitos estabelecidos
por até em lei.
a) 120 dias, consecutivos ou não, sem re- d) É facultado ao servidor público levar à
muneração. conta de férias qualquer falta ao servi-
b) 100 dias, consecutivos ou não, sem re- ço.
muneração. e) A indenização relativa ao período de fé-
c) 120 dias, consecutivos, mantida a remu- rias do servidor exonerado será calcu-
neração do servidor. lada com base na remuneração do mês
d) 60 dias, consecutivos ou não, mantida a posterior àquele em que for publicado o
remuneração do servidor. ato exoneratório.
e) 90 dias, consecutivos, mantida a remu-
neração do servidor.

Gabarito: 1. D 2. D 3. C 4. D 5. B 6. E 7. A 8. E 9. C 10. A 11. A 12. B 13. C 14. A 15. B 16. D 
17. A 18. E 19. D 20. B

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REGIME DISCIPLINAR

O Regime Disciplinar a que estão submetidos os funcionários públicos civis da União está situado
entre os artigos 116 e 142 da Lei nº 8.112/90. Nele encontraremos os deveres dos servidores, as
proibições, as responsabilidades dos servidores referentes ao exercício de suas funções.
Assim, temos:

DEVERES DOS SERVIDORES


Art. 116. São deveres do servidor:
I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II – ser leal às instituições a que servir;
III – observar as normas legais e regulamentares;
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V – atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas, ressalvadas as protegidas
por sigilo;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou esclarecimento de
situações de interesse pessoal;
c) às requisições para a defesa da Fazenda Pública.
VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento
da autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento desta, ao
conhecimento de outra autoridade competente para apuração;
VII – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X – ser assíduo e pontual ao serviço;
XI – tratar com urbanidade as pessoas;
XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
Parágrafo único. A representação de que trata o inciso XII será encaminhada pela via
hierárquica e apreciada pela autoridade superior àquela contra a qual é formulada,
assegurando-se ao representando ampla defesa."

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PROIBIÇÕES DO SERVIDOR
Art. 117. Ao servidor é proibido:
I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe
imediato;
II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou
objeto da repartição;
III – recusar fé a documentos públicos;
IV – opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução
de serviço;
V – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o
desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou
sindical, ou a partido político;
VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o segundo grau civil;
IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da
dignidade da função pública;
X – participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou
não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário;
XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo quando
se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o segundo grau,
e de cônjuge ou companheiro;
XII – receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão de
suas atribuições;
XIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas;
XV – proceder de forma desidiosa;
XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades
particulares;
XVII – cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em
situações de emergência e transitórias;
XVIII – exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo ou
função e com o horário de trabalho;
XIX – recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado."

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Parágrafo único. A vedação de que trata o inciso X não se aplica nos seguintes casos:
I – participação nos conselhos de administração e fiscal de empresas ou entidades em que
a União detenha, direta ou indiretamente, participação no capital social ou em sociedade
cooperativa constituída para prestar serviços a seus membros;
II – gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91, observada
a legislação sobre conflito de interesses.

ACUMULAÇÃO DE CARGOS

Art. 118. Ressalvados os casos previstos na Constituição, é vedada a acumulação


remunerada de cargos públicos.
§ 1º A proibição de acumular estende-se a cargos, empregos e funções em autarquias,
fundações públicas, empresas públicas, sociedades de economia mista da União, do
Distrito Federal, dos Estados, dos Territórios e dos Municípios.
§ 2º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à comprovação da
compatibilidade de horários.
§ 3º Considera-se acumulação proibida a percepção de vencimento de cargo ou
emprego público efetivo com proventos da inatividade, salvo quando os cargos de que
decorram essas remunerações forem acumuláveis na atividade.
Art. 119. O servidor não poderá exercer mais de um cargo em comissão, exceto no
caso previsto no parágrafo único do art. 9o, nem ser remunerado pela participação em
órgão de deliberação coletiva.
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica à remuneração devida pela
participação em conselhos de administração e fiscal das empresas públicas e sociedades
de economia mista, suas subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou
entidades em que a União, direta ou indiretamente, detenha participação no capital
social, observado o que, a respeito, dispuser legislação específica.
Art. 120. O servidor vinculado ao regime desta Lei, que acumular licitamente dois cargos
efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão, ficará afastado de
ambos os cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário
e local com o exercício de um deles, declarada pelas autoridades máximas dos órgãos
ou entidades envolvidos.

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CONSTITUIÇÃO FEDERAL
ARTIGO 37
"XVI – é vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto, quando houver
compatibilidade de horários, observado em qualquer caso o disposto no inciso XI.
a) a de dois cargos de professor;
b) a de um cargo de professor com outro técnico ou científico;
c) a de dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões
regulamentadas;
XVII – a proibição de acumular estende-se a empregos e funções e abrange autarquias,
fundações, empresas públicas, sociedades de economia mista, suas subsidiárias, e
sociedades controladas, direta ou indiretamente, pelo poder público;
§ 10. É vedada a percepção simultânea de proventos de aposentadoria decorrentes do
art. 40 ou dos arts. 42 e 142 com a remuneração de cargo, emprego ou função pública,
ressalvados os cargos acumuláveis na forma desta Constituição, os cargos eletivos e os
cargos em comissão declarados em lei de livre nomeação e exoneração."
ARTIGO 40
"§ 6º Ressalvadas as aposentadorias decorrentes dos cargos acumuláveis na forma
desta Constituição, é vedada a percepção de mais de uma aposentadoria à conta do
regime de previdência previsto neste artigo."

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RESPONSABILIDADES DO SERVIDOR

"CF, art. 37, §6º – As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras
de serviço público responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa."

Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular
de suas atribuições.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou
culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada
na forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do
débito pela via judicial.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda
Pública, em ação regressiva.
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será
executada, até o limite do valor da herança recebida.
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao
servidor, nessa qualidade.
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo
praticado no desempenho do cargo ou função.
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo
independentes entre si.
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de
absolvição criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou
administrativamente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita
de envolvimento desta, a outra autoridade competente para apuração de informação
concernente à prática de crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda
que em decorrência do exercício de cargo, emprego ou função pública."

Interferência da Esfera Penal nas outras (ART. 126)


Pode ocorrer interferência do trânsito em julgado da sentença penal nas outras esferas,
dependendo do conteúdo ou dos fundamentos da sentença.
Assim, a condenação penal do servidor, uma vez transitada em julgado, implica interferência
nas esferas administrativa e civil, acarretando reconhecimento automático da responsabilidade
do servidor nessas duas esferas.
A absolvição por negativa de autoria ou por inexistência do fato também interfere nas outras
esferas, absolvendo, igualmente o servidor. Isso porque, se a jurisdição criminal, em que a

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apreciação das provas é muito mais ampla, categoricamente afirma que não foi o agente o
autor do fato a ele imputado ou que sequer ocorreu o fato aventado, não há como sustentar o
contrário nas outras esferas.
Já a absolvição penal por mera insuficiência de provas ou por ausência de culpabilidade penal
ou, ainda, por qualquer outro motivo, não interfere nas demais esferas.

PENALIDADES

As penalidades civis aplicáveis aos servidores civis, no âmbito federal, são as seguintes: (art.
127)
a) advertência
b) suspensão
c) demissão (≠ exoneração)
d) cassação de aposentadoria ou disponibilidade
e) destituição de cargo em comissão
f) destituição de função comissionada
•• Para aplicação de uma penalidade a um servidor, deve-se sempre assegurar o contraditório
e ampla defesa do servidor (CF, art. 5º, LV). Para isso, o artigo 128, em seu § único,
estabelece que o ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento legal
e a causa da sanção disciplinar.
•• Para se aplicar qualquer penalidade ao servidor é essencial a instauração prévia de PAD ou
sindicância.
•• Ainda que a autoridade competente para aplicar a pena presencie a prática da infração, é
essencial a abertura prévia de PAD ou sindicância, não se admitindo assim, o instituto da
"verdade sabida"
•• Apesar de a imposição de penalidades ser tida, tradicionalmente, como exercício do
Poder Discricionário, a Lei nº 8.112/90 estabelece que na aplicação das penalidades serão
consideradas:
•• a natureza e a gravidade da infração cometida;
•• os danos que dela provierem para o serviço público;
•• as circunstâncias agravantes ou atenuantes;
•• os antecedentes funcionais.

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a) ADVERTÊNCIA
Será aplicada por escrito, nos casos de violação das proibições abaixo e de inobservância de
dever funcional previsto em lei, regulamento ou norma interna, que não justifique imposição
de penalidade mais grave (art. 129). Segundo a Lei nº 8.112/90, art. 129, a advertência será
aplicada nos casos abaixo:

I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização do chefe


imediato;
II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou
objeto da repartição;
III – recusar fé a documentos públicos;
IV – opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo ou execução
de serviço;
V – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o
desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade ou de seu subordinado;
VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional
ou sindical, ou a partido político;
VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge,
companheiro ou parente até o segundo grau civil;
XIX – recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando solicitado.

A penalidade de advertência terá seu registro nos assentamentos funcionais do servidor


cancelado após o decurso de três anos de efetivo exercício, se o servidor não houver, nesse
período, praticado nova infração. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.

b) SUSPENSÃO
Será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com advertência e de violação das
demais proibições que não tipifiquem infração sujeita à demissão. Segundo a Lei nº 8.112/90,
art 130, são elas:

XVII – cometer a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que ocupa, exceto em
situações de emergência e transitórias;
XVIII – exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o exercício do cargo
ou função e com o horário de trabalho;

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O prazo máximo da penalidade de suspensão é de 90 dias. O servidor não recebe remuneração
nesse período e o tempo de suspensão não é computado como tempo de serviço para
qualquer efeito.
A Lei nº 8.112/90 ainda estabelece que será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o
servidor que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada
pela autoridade competente, cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a
determinação.
A penalidade de suspensão terá seu registro cancelado, após o decurso de cinco anos de
efetivo exercício, se o servidor não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.

c) MULTA
Não é uma penalidade autônoma, derivando sempre de uma suspensão. Sendo assim, quando
houver conveniência para o serviço (ato discricionário), a penalidade de suspensão poderá
ser convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou
remuneração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.

d) DEMISSÃO

Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:


I – crime contra a administração pública (ficando o servidor impedido de retornar ao
serviço público federal)
II – abandono de cargo;
III – inassiduidade habitual;
IV – improbidade administrativa (ficando o servidor impedido de retornar ao serviço
público federal)
V – incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;
VI – insubordinação grave em serviço;
VII – ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo em legítima defesa
própria ou de outrem;
VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos (ficando o servidor impedido de retornar
ao serviço público federal)
IX – revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;
X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional (ficando o servidor
impedido de retornar ao serviço público federal)

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XI – corrupção (ficando o servidor impedido de retornar ao serviço público federal)


XII – acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas;
XIII – transgressão dos incisos IX a XVI do art. 117.

ART. 117

IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da


dignidade da função pública; (incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em
cargo público federal, pelo prazo de 5 anos)
X – participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou
não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário;
XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro; (incompatibiliza o ex-servidor para
nova investidura em cargo público federal, pelo prazo de 5 anos)
XII – receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie, em razão
de suas atribuições;
XIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas;
XV – proceder de forma desidiosa;
XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades
particulares;

Art. 136. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos casos dos incisos IV,
VIII, X e XI do
Art. 132. Implica a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem
prejuízo da ação penal cabível.
IV – improbidade administrativa
VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos
X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional
XI – corrupção

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Art. 137. A demissão ou a destituição de cargo em comissão, por infringência do art.
117, incisos IX e XI, incompatibiliza o ex-servidor para nova investidura em cargo
público federal, pelo prazo de 5 (cinco) anos.
IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da
dignidade da função pública; ("CARTEIRADA")
XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas, salvo
quando se tratar de benefícios previdenciários ou assistenciais de parentes até o
segundo grau, e de cônjuge ou companheiro;("ADVOCACIA ADMINISTRATIVA")
Parágrafo único. Não poderá retornar ao serviço público federal o servidor que for
demitido ou destituído do cargo em comissão por infringência do art. 132, incisos I, IV,
VIII, X e XI.
I – crime contra a administração pública
IV – improbidade administrativa
VIII – aplicação irregular de dinheiros públicos
X – lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio nacional
XI – corrupção

e) CASSAÇÃO DE APOSENTADORIA E DISPONIBILIDADE


Será aplicada ao inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a demissão.

f) DESTITUIÇÃO DE CARGO EM COMISSÃO


A destituição de cargo em comissão exercido por não ocupante de cargo efetivo será aplicada
nos casos de infração sujeita às penalidades de suspensão e de demissão (art. 135)

PRAZO PRESCRICIONAL
É o prazo que possui a Administração Pública para punir os seus servidores pela prática de
determinados atos. A prescrição da ação disciplinar ocorre, a partir da data em que o fato se
tornou conhecido.

PRAZO PENALIDADE
180 DIAS Advertência
2 ANOS Suspensão
Demissão, Cassação de Aposentadoria ou Disponibilidade e Destituição de Cargo
5 ANOS
em Comissão

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Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às infrações disciplinares capituladas


também como crime
A abertura de sindicância ou a instauração de PAD interrompe a prescrição, até a decisão final
proferida pela autoridade competente. Interrompido o curso de prescrição, o prazo começará a
correr a partir do dia em que cessar a interrupção.

APLICAÇÃO DAS PENALIDADES

Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:


I – pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e dos
Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão
e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo
Poder, órgão, ou entidade;
II – pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas
mencionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta)
dias;
III – pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos
ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
IV – pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de
cargo em comissão.

SINDICÂNCIA E PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (PAD)

São os meios disponibilizados pela Lei nº 8.112/90 para apuração de irregularidades cometidas
pelos servidores públicos no exercício de suas atribuições. Assim, a autoridade que tiver ciência
de irregularidade no serviço público é obrigada a promover a sua apuração imediata, mediante
sindicância ou processo administrativo disciplinar, assegurada ao acusado ampla defesa.
As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que contenham a
identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a
autenticidade (art. 144)
É importante ressaltar que a Comissão de Sindicância/PAD não tem competência para aplicar
penalidade a um servidor. Tal comissão, apenas sugere a penalidade a ser aplicada pela
autoridade julgadora (aquela competente para aplicar a pena sugerida – Lei nº 8.112/90, art
141)

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a) SINDICÂNCIA
A apuração de irregularidades poderá ser realizada por meio sumário, através de sindicância,
da qual poderá resultar aplicação de penalidade de:
a) advertência
b) suspensão até 30 dias
Daí, concluímos que a penalidade máxima que pode ser aplicada mediante uma sindicância é a
suspensão de 30 dias.
O art. 145 da Lei nº 8.112/90 estabelece que da sindicância poderá resultar:
I – arquivamento do processo
II – aplicação direta das penalidades de advertência ou de suspensão por até 30 dias
III – a instauração do PAD, se for verificado tratar-se de caso que enseje aplicação de penalidade
mais grave. Nesse caso, os autos da sindicância integrarão o processo disciplinar, como peça
informativa da instrução (art. 154).
O prazo para conclusão da sindicância não excederá 30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado
por igual período, a critério da autoridade superior.
Somente enquanto a sindicância constitui um procedimento meramente investigatório, sem a
formalização de acusação a qualquer servidor, podemos falar em ausência de contraditório e
ampla defesa, pois não há acusado e nem imputação que deva ser contraditada.
Quando a infração for capitulada como ilícito penal, uma cópia dos autos da sindicância ou o
processo disciplinar será encaminhado ao Ministério público.
O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pedido, ou
aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da penalidade
aplicada.
Deve-se observar, por último, que a sindicância não é etapa do PAD, nem deve, necessariamente,
precede-lo, vale dizer. Pode-se iniciar a apuração de determinada infração diretamente pela
instauração de um PAD.

b) PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR (PAD)


A instauração do PAD é necessária para aplicação das penalidades de demissão, cassação de
aposentadoria ou disponibilidade, destituição de cargo em comissão, destituição de função
comissionada e no caso de suspensão superior a 30 dias.
O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar responsabilidade de servidor por
infração praticada no exercício de suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do
cargo em que se encontre investido. (art. 148)

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O PAD desenvolve-se nas seguintes fases:

1. INSTAURAÇÃO
2. INQUÉRITO ADMINISTRATIVO (INSTRUÇÃO, DEFESA E RELATÓRIO)
3. JULGAMENTO

1. INSTAURAÇÃO
Dá-se a instauração do PAD com a publicação da portaria de designação da comissão
encarregada de proceder aos trabalhos de investigação. O PAD será conduzido por comissão
composta de três servidores estáveis, designados pela autoridade competente, dentre eles
será escolhido o presidente, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mesmo
nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado. (Art. 149)
Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companheiro ou
parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
O prazo para conclusão do PAD: não excederá a 60 dias, contados da data de publicação do ato
que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual prazo, a critério da autoridade
instauradora, quando as circunstâncias o exigirem (art. 152)

AFASTAMENTO PREVENTIVO TEMPORÁRIO


Caso seja necessária à apuração dos fatos, o servidor poderá ser afastado temporariamente do
seu cargo. O afastamento, se for decretado, o será pela autoridade instauradora do processo e
será determinado juntamente com a instauração.
Não é uma penalidade, e sim uma medida cautelar. O servidor continuará recebendo
normalmente sua remuneração.
O prazo máximo: até 60 dias, prorrogável por igual período, findo o qual cessarão os seus
efeitos, ainda que não concluído o processo.

2. INQUÉRITO ADMINISTRATIVO

2.1 INSTRUÇÃO
Caso tenha havido uma sindicância prévia à instauração do PAD, seus autos o integrarão
como forma informativa. Na hipótese de o relatório da sindicância concluir que a infração
está capitulada como ilícito penal, a autoridade competente encaminhará cópia dos autos ao
Ministério Público, independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.
Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de depoimentos, acareações, investigações
e diligências cabíveis, objetivando a coleta de prova, recorrendo, quando necessário, a técnicos
e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos fatos. Será indeferido o pedido de
prova pericial, quando a comprovação do fato independer de conhecimento especial de perito.

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O servidor pode acompanhar todo o processo pessoalmente ou por meio de procurador, arrolar
e reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular quesitos, quando se tratar
de prova pericial.
O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do contraditório, assegurada ao acusado
ampla defesa, com a utilização dos meios e recursos admitidos em direito.
Concluídos todos os procedimentos, a Comissão, de posse de elementos comprobatórios,
decidirá, com base nesses elementos, se o servidor deverá ou não ser indiciado. Caso a Comissão
entenda que não deve, o processo será arquivado, do contrário, formulará a indiciação do
servidor.
A partir da indiciação, o servidor deverá ser citado para que apresente sua defesa escrita. A
instrução é encerrada com a citação.

Prazos para apresentação de defesa escrita:


a) havendo apenas um indiciado, possui ele dez dias para apresentação da defesa escrita,
contados da data de aposição de sua ciência na cópia da citação a ele entregue, ou, caso ele
se recuse a assinar, conta-se o prazo da data declarada, em termo próprio, pelo membro da
comissão que fez a citação, com a assinatura de duas testemunhas;
b) havendo mais de um indiciado, o prazo será comum para todos, de 20 dias, contados da
data de ciência do último citado;
c) o prazo para apresentação da defesa pode ser prorrogado pelo dobro, pelo presidente
da comissão, caso sejam indispensáveis diligências para a preparação da defesa. Assim,
havendo somente um indiciado, o prazo poderá ser de 30 dias (10 + 20). Se mais de um os
indiciados, o prazo poderá ser de 60 dias (20 + 40);
d) o prazo para defesa, quando a citação for feita por edital, será de 15 dias, contados da
data da última publicação do edital. A citação por edital ocorre quando o indiciado se
encontra em local desconhecido e deve ser feita no DOU e em jornal de grande circulação
na localidade do último domicílio conhecido do servidor.

2.2 DEFESA
Devido ao princípio da verdade material, aplicado no PAD, caso o indiciado não apresente sua
defesa escrita, no prazo estipulado, não surge nenhuma presunção legal contra o servidor e,
para defender o revel, a autoridade instauradora do processo designará um servidor como
defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou e mesmo nível, ou ter
nível escolaridade igual ou superior ao do indiciado. Assim, sempre haverá defesa escrita, seja
pelo próprio indiciado, pelo seu procurador e a revelia não possui efeito de confissão.

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2.3 RELATÓRIO

Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá
as peças principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a
sua convicção.
§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do
servidor.
§ 2º Reconhecida a responsabilidade do servidor, a comissão indicará o dispositivo legal
ou regulamentar transgredido, bem como as circunstâncias agravantes ou atenuantes.
Art. 166. O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será remetido à autoridade
que determinou a sua instauração, para julgamento.

3. JULGAMENTO
Se houver penalidade a ser aplicada, o julgamento do processo deverá ser feito pela autoridade
competente para aplicar essa penalidade (art. 141)
Prazo para proferir a decisão: 20 dias contados do recebimento do processo (caso não seja
cumprido, na acarretará a nulidade do processo)
A autoridade julgadora não está totalmente vinculada à conclusão do relatório da comissão,
visto que a lei estabelece que o relatório deve ser acatado, salvo se sua conclusão for contrária
à prova dos autos. Nesse caso, a autoridade julgadora, motivadamente, poderá agravar ou
abrandar a penalidade proposta ou, até mesmo, isentar o servidor de penalidade.

NULIDADE DO PROCESSO

Art. 169. Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade que determinou a


instauração do processo ou outra de hierarquia superior declarará a sua nulidade,
total ou parcial, e ordenará, no mesmo ato, a constituição de outra comissão para
instauração de novo processo

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c) PROCESSO ADMINISTRATIVO DE RITO SUMÁRIO
Casos:
a) acumulação ilícita de cargos públicos
b) abandono de cargo (ausência intencional do servidor ao serviço por mais de trinta dias
consecutivos)
c) inassiduidade habitual (falta ao serviço, sem causa justificada, por 60 dias,
interpoladamente, durante o período de 12 meses)
A Lei nº 9527/97, que alterou o texto original da Lei nº 8.112/90, estabeleceu para esses casos
um rito especial de investigação e julgamento, denominado de rito sumário.
Prazo para conclusão: será de 30 dias, contados da data de publicação do ato que constituir a
comissão, admitida a sua prorrogação por até 15 dias, quando as circunstâncias o exigirem.
Dispositivos aplicados: Lei nº 8.112/90, arts. 133 e 140 e, subsidiariamente, as disposições
pertinentes ao PAD ordinário.
Relativamente à acumulação de cargos, constatada a qualquer tempo, o servidor deverá ser
notificado para apresentar a opção no prazo improrrogável de dez dias contados da data
da ciência da notificação. Caso o servidor não apresente a opção no prazo, será instaurado
processo administrativo, sob procedimento sumário, visando à apuração e regularização da sua
situação.
Nessa hipótese, o PAD sumário terá as seguintes fases:
I – instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão, a ser composta por dois
servidores estáveis, e simultaneamente indicar a autoria e a materialidade da transgressão
objeto da apuração;
II – instrução sumária, que compreende indiciação, defesa e relatório;
III – julgamento.
A Comissão lavrará, até três dias após a publicação do ato que a constitui, termo de indiciação
e promoverá a citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua chefia
imediata, para, no prazo de cinco dias apresentar defesa escrita, assegurando-se-lhe vista do
processo na repartição.
A opção do servidor até o último dia de prazo para defesa configurará sua boa-fé, hipótese
em que se converterá automaticamente em pedido de exoneração do outro cargo.
Prazo para autoridade julgadora proferir sua decisão: cinco dias, contados do recebimento do
processo.
Caracterizada a acumulação de cargos e provada a má-fé, aplicar-se-á a pena de demissão ou
cassação de aposentadoria ou disponibilidade em relação aos cargos, empregos ou funções
públicas em regime de acumulação ilegal, hipótese em que os órgãos ou as entidades de
vinculação serão comunicados.

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d) REVISÃO DO PROCESSO
O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofício, quando
se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido
ou a inadequação da penalidade aplicada. Não pode ser alegada injustiça na aplicação da
penalidade aplicada anteriormente.
Essa revisão do processo não pode ser encarada como uma segunda instância administrativa,
visto que só caberá se houver fatos novos.
Poderá ocorrer de ofício ou a pedido do servidor ou de pessoa da família, caso ele tenha
falecido ou se encontre ausente ou desaparecido.
No processo revisional o ônus da prova cabe ao requerente (art. 175), ao contrário do PAD.
Sendo assim, na revisão, inverte-se o ônus da prova.
Caso seja deferida a revisão do processo (o juízo de admissibilidade compete ao Ministro
de Estado ou equivalente), será constituída uma comissão revisora, a qual terá 60 dias,
improrrogáveis, para conclusão dos seus trabalhos.
O prazo para julgamento, pela mesma autoridade que aplicou a penalidade é de 20 dias.
Da revisão não poderá resultar o agravamento da penalidade (não se admite o "reformatio in
pejus")
Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a penalidade aplicada, restabelecendo-
se todos os direitos do servidor, exceto em relação à destituição do cargo em comissão, que
será convertida em exoneração.

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Questões

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES sicamente o particular. Nos termos da Lei nº


– PARTE 3 8.112/1990, Alice
a) está sujeita à pena de repreensão
b) não sofrerá punição, haja vista ter agido
1. (FCC – TRE-RR – Tecnico Administrativo – sem legítima defesa
2014) Um servidor da União utilizou recur- c) cometeu ato de improbidade e pode
sos materiais da repartição em atividade sofrer a suspensão dos seus direitos po-
particular. Nos termos da Lei nº 8.112/90, líticos por 8 (oito) anos
esse ato é passível da aplicação da penalida- d) está sujeita à pena de demissão
de de: e) não sofrerá punição, mas terá o episó-
dio registrado em seu prontuário, para
a) advertência. fins de antecedentes funcionais.
b) suspensão de 15 dias.
c) suspensão de 30 dias. 4. (FCC – CNMP – Analista Jurídico – 2015)
d) suspensão de 90 dias. Considere as seguintes situações:
e) demissão.
I. Rovanilda, servidora pública federal, man-
2. (FCC – CNMP – Administração – 2015) Ma- tinha sob sua chefia imediata, em função de
riazilda, servidora pública federal, recusou confiança, seu irmão, Rivaildo.
fé a documento público e, após regular pro- II. Renata, servidora pública federal, aceitou
cesso administrativo, foi condenada a pena comissão de estado estrangeiro.
de advertência. Dois meses após o trânsito
em julgado dessa condenação, Mariazilda Neste casos, de acordo com a Lei nº
promoveu manifestação de desapreço no 8.112/90, considerando as condutas prati-
recinto da repartição. Neste caso, de acordo cadas, bem como que ambas são servidoras
com a Lei nº 8.112/90, Mariazilda está sujei- primárias, sem processo administrativo dis-
ta à pena de ciplinar anterior, Rovanilda e Renata estão
sujeitas às penas de:
a) demissão.
b) suspensão de até 90 dias. a) suspensão de até sessenta dias.
c) suspensão de até 120 dias. b) advertência e suspensão, respectiva-
d) repreensão verbal. mente.
e) suspensão de até 180 dias. c) suspensão de até trinta dias.
d) advertência e demissão, respectiva-
3. (FCC – TRT-19 – Técnico Judiciário – 2014) mente.
Alice, servidora pública do Tribunal Regional e) demissão.
do Trabalho da 19ª Região, encontrava-se
em seu local de trabalho, exercendo nor- 5. (FCC – CNMP – Analista de Informação –
malmente suas atribuições, quando foi sur- 2015) De acordo com a Lei nº 8.112/90, a
preendida por um particular que lhe dirigiu demissão ou a destituição de cargo em co-
graves xingamentos, ofensivos à sua moral. missão, incompatibiliza o ex-servidor para
Alice, abalada emocionalmente, ofendeu fi- nova investidura em cargo público federal,

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pelo prazo de 5 anos, em razão da prática b) demissão e multa na base de cinqüenta
da conduta de por cento por dia de vencimento.
c) suspensão com possibilidade de con-
a) incontinência pública e conduta escan- versão em multa e advertência por es-
dalosa, na repartição. crito.
b) valer-se do cargo para lograr proveito d) repreensão e suspensão com conversão
pessoal ou de outrem, em detrimento em multa.
da dignidade da função pública. e) suspensão até noventa dias e destitui-
c) insubordinação grave em serviço. ção do cargo.
d) ofensa física, em serviço, a servidor ou
a particular, salvo em legítima defesa 8. (FCC – TRT-SP – Analista Judiciário – 2008)
própria ou de outrem. Tício, funcionário público da União, opôs
e) aplicar irregularmente dinheiros públi- resistência injustificada ao andamento de
cos processo que deveria movimentar. Conside-
rando que foi a primeira vez que praticou tal
6. (FCC – TRT-SP – Oficial de Justiça – 2008) conduta, ele está sujeito à penalidade pre-
Nos termos da Lei nº 8.112/90, a pena de vista na Lei que dispõe sobre o regime jurí-
advertência será aplicada por escrito, den- dico dos servidores públicos civis da União,
tre outras hipóteses, quando o agente: que consiste em
a) praticar usura sob qualquer de suas for- a) demissão.
mas. b) advertência verbal.
b) valer-se do cargo para lograr proveito c) suspensão.
pessoal ou de outrem, em detrimento d) advertência, por escrito.
da dignidade da função pública. e) desconto de um dia dos seus vencimen-
c) receber presente ou vantagem de qual- tos.
quer espécie, em razão de suas atribui-
ções. 9. (FCC – TRE-AP – Analista de Sistema – 2011)
d) coagir ou aliciar subordinados no senti- Crisela, servidora pública civil federal efeti-
do de filiaremse a associação profissio- va, valeu-se de seu cargo para lograr provei-
nal ou sindical, ou a partido político. to pessoal em detrimento da dignidade da
e) utilizar pessoal ou recursos materiais função pública. Neste caso, a demissão
da repartição em serviços ou atividades
particulares. a) incompatibiliza-a para nova investidura
em cargo público federal, pelo prazo de
7. (FCC – TRT-AL – Oficial de Justiça – 2008) Em 8 anos.
matéria de penalidades, analise o compor- b) gera a penalidade para Crisela de proi-
tamento das servidoras públicas federais bição de retornar ao serviço público fe-
efetivas abaixo. deral.
c) incompatibiliza-a para nova investidura
I. Mariana vem exercendo atividade incom- em cargo público federal, pelo prazo de
patível com o horário de trabalho. 6 anos.
II. Gabriela vem promovendo manifestação d) incompatibiliza-a para nova investidura
de desapreço no recinto da repartição. em cargo público federal, pelo prazo de
5 anos.
Nesses casos, Mariana e Gabriela estarão e) incompatibiliza-a para nova investidura
sujeitas, respectivamente, às penas de: em cargo público federal, pelo prazo de
a) advertência verbal e suspensão até 10 anos.
quinze dias.

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TRT-RN – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

10. (FCC – TRT-19a – Arquivologia – 2011) No 12. (FCC – TRT-AL – Técnico Judiciário – 2008)
que concerne à prescrição para a ação disci- Aretuza, aposentou-se de seu cargo público
plinar, é correto afirmar: federal. Posteriormente, foi condenada em
processo administrativo por ter recebido
a) A abertura de sindicância ou a instaura- propina, em razão de suas atribuições quan-
ção de processo disciplinar interrompe do estava em atividade. Nesse caso, Aretu-
a prescrição, até a primeira decisão pro- za:
ferida no processo.
b) A ação disciplinar prescreverá em cento a) responderá apenas criminalmente por
e vinte dias quanto às infrações puníveis ser fato delituoso.
com advertência. b) continua aposentada por não ter mais
c) A ação disciplinar prescreverá em dois vínculo funcional.
anos quanto às infrações puníveis com c) será notificada para repor o valor da
destituição de cargo em comissão. propina sem outras conseqüências.
d) O prazo de prescrição começa a correr d) terá cassada sua aposentadoria.
da data em que o fato foi praticado, não e) responderá apenas civilmente para o
importando a data em que se tornou ressarcimento de terceiros.
conhecido.
e) Os prazos de prescrição previstos na lei 13. (FCC – TRT-SP – Técnico Judiciário – 2008) A
penal aplicam- se às infrações discipli- respeito das responsabilidades do servidor
nares capituladas também como crime. público civil da União, em conformidade
com a Lei nº 8.112/90, é correto afirmar:
11. (FCC – TRF-4a – Oficial de Justiça – 2007) O
processo administrativo, em matéria disci- a) A responsabilidade penal do servidor
plinar, admite revisão que deverá atender, abrange tão-só os crimes contra a Admi-
dentre outros requisitos, ao que se afirma nistração Pública.
em: b) A obrigação de reparar o dano não se
estende aos sucessores.
a) Deverá ser requerida até 1 (um) ano c) A responsabilidade civil do servidor de-
após a condenação e quando se aduzi- corre de ato omissivo ou comissivo, do-
rem fatos novos que justifiquem a reno- loso ou culposo, que resulte em prejuízo
vação do processo. ao erário ou a terceiros.
b) Poderá ser pedida a qualquer tempo e d) Sendo independentes as instâncias, a
quando se aduzirem circunstâncias sus- responsabilidade administrativa do ser-
cetíveis de justificar a inocência do pu- vidor não será afastada, mesmo no caso
nido. de absolvição criminal que negue a exis-
c) Quando da ocorrência de inadequa- tência do fato.
ção da pena aplicada, e requerida até 2 e) Tratando-se de dano causado a tercei-
(dois) anos após a imposição da pena. ros, a responsabilidade será da União,
d) Quando da demonstração simples da respondendo o servidor apenas no âm-
injustiça da penalidade, podendo ser re- bito administrativo.
querida a qualquer tempo, desde que a
pedido do servidor.
e) Quando do pedido de reavaliação de
elementos já apreciados no processo
originário e simples alegação de injusti-
ça em geral.

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14. (FCC – TRT-GO – Técnico Judiciário – 2008) recusar-se a ser submetido a inspeção
Com referência à responsabilidade do servi- médica determinada pela autoridade
dor, de acordo com a Lei que dispõe sobre o competente, cessando os efeitos da pe-
Regime Jurídico dos Servidores Públicos Ci- nalidade uma vez cumprida a determi-
vis da União, é correto afirmar: nação.
e) A destituição de cargo em comissão
a) Mesmo que o servidor seja absolvido exercido por não ocupante de cargo efe-
em processo criminal por decisão que tivo será aplicada nos casos de infrações
negue a existência do fato, o servidor sujeitas apenas à penalidade de demis-
responderá administrativamente. são.
b) O servidor demitido em processo admi-
nistrativo pela prática de ato irregular 16. (FCC – TRF-1a – Analista Judiciário – 2007)
no exercício do cargo, não responderá Túlio, servidor público federal sofreu pena
civilmente pelo mesmo ato. disciplinar em julho de 2003, sendo que seis
c) A responsabilidade penal abrange ape- meses depois teve declarada sua ausência
nas os crimes imputados ao servidor, na esfera cível. Nesse caso, tendo em vista
nessa qualidade. a Lei nº 8.112 de 11/12/1990, esse processo
d) A obrigação de reparar o dano causado administrativo:
ao erário ou a terceiros estende-se aos
sucessores e contra eles será executada, a) não é mais passível de revisão tendo em
até o limite do valor da herança recebi- vista a ocorrência da prescrição e deca-
da. dência.
e) Se o terceiro prejudicado for ressarcido b) poderá ser revisto a qualquer tempo, e
pelo Poder Público em regular ação ju- por requerimento de qualquer pessoa
dicial, o servidor não responderá pelo da família.
dano a ele causado. c) estará sujeito a revisão desde que o ser-
vidor seja encontrado ou justifique seu
15. (FCC – TRE-RN – Analista Administrativo – desaparecimento.
2011) No que concerne às penas disciplina- d) não poderá ser revisto porque esse di-
res, é correto afirmar: reito é personalíssimo, salvo se houver
comprovação de seu falecimento.
a) As penalidades de advertência e de sus- e) não pode ser revisto de ofício, porque
pensão terão seus registros cancelados depende de pedido formal e exclusivo
após o decurso de três e cinco anos de dos sucessores ou terceiros interessa-
efetivo exercício, respectivamente, se dos.
o servidor não houver, nesse período,
praticado nova infração disciplinar. 17. (FCC – TRT-14a – Execução de Mandados
b) Será aplicada a sanção de advertência – 2011) Nos termos da Lei nº 8.112/90, o
ao servidor que utilizar pessoal ou re- ex-servidor público fica incompatível para
cursos materiais da repartição em servi- nova investidura em cargo público federal,
ços ou atividades particulares. pelo prazo de cinco anos, quando tiver sido
c) A suspensão será aplicada em caso de demitido por
reincidência das faltas punidas com
advertência e de violação das demais a) aplicar irregularmente o dinheiro públi-
proibições que não tipifiquem infração co.
sujeita à penalidade de demissão, não b) crime contra a Administração Pública.
podendo exceder sessenta dias. c) improbidade administrativa.
d) Será punido com suspensão de até vinte
dias o servidor que, injustificadamente,

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d) valer-se do cargo para lograr proveito 20. (FCC – TRT 19 – Analista Administrativo –
pessoal ou de outrem, em detrimento 2014) André, servidor público do Tribunal
da dignidade da função pública. Regional do Trabalho da 19a Região, acu-
e) lesar os cofres públicos e dilapidar o pa- mulou ilegalmente seu cargo com outro no
trimônio nacional. âmbito do Tribunal de Justiça do Estado de
Alagoas. O TRT tomou conhecimento da in-
18. (FCC – TRF-1a – Execução de Mandados fração, no entanto, não tomou providência,
– 2011) José, servidor público federal, res- já tendo transcorrido o prazo de dois anos
ponde a processo administrativo por ter fal- da ciência. Na hipótese narrada e nos ter-
tado ao serviço, sem causa justificada, por mos da Lei nº 8.112/90, a ação disciplinar
sessenta dias, interpoladamente, durante o
período de doze meses. Conforme preceitua a) pende de condição suspensiva, pois é
a Lei nº 8.112/1990, estará sujeito à pena de necessário aguardar a ciência do TJ (Tri-
bunal de Justiça de Alagoas) para adotar
a) demissão. eventual medida administrativa.
b) suspensão pelo prazo máximo de no- b) está prescrita, pois, no caso narrado, o
venta dias. prazo prescricional é de dois anos.
c) advertência. c) está prescrita, pois, no caso narrado, o
d) disponibilidade. prazo prescricional é de cento e oitenta
e) multa. dias.
d) não está prescrita.
19. (FCC – TRE-RN – Técnico Judiciário – 2011) A e) está prescrita, pois, no caso narrado, o
responsabilidade do servidor público civil: prazo prescricional é de um ano.
a) resulta de ato apenas comissivo, prati-
cado no desempenho de cargo ou fun-
ção.
b) somente será afastada no caso de absol-
vição criminal que negue a existência do
fato.
c) de reparar o dano não se estende aos
sucessores do servidor público.
d) decorre de ato omissivo ou comissivo,
doloso ou culposo, que resulte em pre-
juízo ao erário ou a terceiros.
e) implicará na aplicação de sanção admi-
nistrativa, que não poderá cumular-se
com demais sanções de natureza penal
ou civil, sob pena de caracterizar bis in
idem.

Gabarito: 1. E 2. B 3. D 4. D 5. B 6. D 7. C 8. D 9. D 10. E 11. B 12. D 13. C 14. D 15. B 16. B 
17. D 18. A 19. D 20. D

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Questões

QUESTÕES CESPE d) A nomeação do servidor ocorrerá com a


assinatura do respectivo termo, no qual
deverão constar as atribuições, os deve-
res, as responsabilidades e os direitos
inerentes ao cargo ocupado.
1. (CESPE – SUFRAM – Agente Administrativo e) A nomeação, assim como a readapta-
– 2014) Um veículo da SUFRAMA, conduzi- ção, a reintegração e a recondução são
do por um servidor do órgão, derrapou, in- formas de provimento em cargo públi-
vadiu a pista contrária e colidiu com o veícu- co.
lo de um particular. O acidente resultou em
danos a ambos os veículos e lesões graves 3. (CESPE – MIN – Administrador – 2013) Con-
no motorista do veículo particular. soante decisão do Supremo Tribunal Fede-
Com referência a essa situação hipotética, ral, os servidores da administração pública
julgue o item que se segue. direta, das autarquias e das fundações pú-
blicas devem sujeitar-se a regime jurídico
O motorista da SUFRAMA poderá ser res- único.
ponsabilizado administrativamente pelo
acidente, ainda que tenha sido absolvido ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
por falta de provas em eventual ação penal
instaurada para apurar a responsabilidade 4. (CESPE – MJ – Analista Administrativo –
pelas lesões causadas ao motorista particu- 2013) Segundo entendimento do STJ, o
lar. servidor público federal tem direito de ser
removido a pedido, independentemente do
( ) Verdadeiro   ( ) Falso interesse da administração, para acompa-
nhar o seu cônjuge empregado de empre-
2. (CESPE – TRT-8 – Analista Judiciário – 2013) sa pública federal que tenha sido deslocado
Acerca da nomeação para cargo público, as- para outra localidade no interesse da admi-
sinale a opção correta. nistração.
a) De acordo com a Lei n.º 8.112/1990, ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
durante o prazo de validade do con-
curso público, a administração poderá 5. (CESPE – TRT-8 – Analista Judiciário – 2013)
abrir novo concurso para provimento A respeito da Lei n.º 8.112/1990, assinale a
das mesmas vagas, desde que seja prio- opção correta.
rizada a ordem de nomeação do primei-
ro concurso. a) Servidores em estágio probatório não
b) A nomeação para provimento de cargo poderão ocupar cargos comissionados.
efetivo ou em comissão deverá ser pre- b) O servidor público não estável que for
cedida de concurso público de provas reprovado no estágio probatório será
ou de provas e títulos. exonerado do cargo público que ocupa.
c) Aquele que, após a nomeação, não to- c) Cada concurso público terá validade de
mar posse no prazo previsto em lei será até dois anos, podendo ser prorroga-
exonerado do cargo. do por duas vezes, até o limite de dois
anos.

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d) A posse do candidato aprovado somen- b) O servidor nomeado para cargo efetivo
te ocorrerá mediante comparecimento terá o prazo de trinta dias para entrar
pessoal. em exercício.
e) Em razão da estabilidade no serviço pú- c) De acordo com a jurisprudência majori-
blico, o servidor estável somente per- tária, a aprovação em concurso público,
derá o cargo em virtude de processo dentro do número de vagas oferecidas
administrativo disciplinar, assegurada a pelo edital, gera direito subjetivo à no-
ampla defesa. meação.
d) A promoção não é considerada forma
6. (CESPE – TRT-8 – Analista Judiciário – 2013) de provimento de cargo público, visto
Com relação a direitos e vantagens previs- que, nesse caso, o servidor já foi investi-
tos na Lei n.º 8.112/1990, assinale a opção do no cargo por meio da nomeação.
correta. e) A reintegração é forma de provimento
originário de cargo público.
a) O servidor que faltar ao serviço injusti-
ficadamente poderá, mediante autori- 8. (CESPE – TRE-MS – Analista Judiciário –
zação expressa, compensar a falta com 2013) João foi demitido do serviço público
suas férias. por ter praticado falta grave. Dois anos de-
b) Embora exista um teto remuneratório pois, conseguiu anular, por meio de ação
no funcionalismo público, não se pre- judicial, a decisão administrativa que o de-
viu um mínimo salarial, de forma que é mitiu. Além de anular o ato administrati-
possível um servidor receber um valor vo, a decisão judicial determinou que João
inferior ao salário mínimo como remu- voltasse ao cargo público que ocupava an-
neração. teriormente. De acordo com essa situação
c) As indenizações a que um servidor faz hipotética, assinale a opção que apresenta
jus não se incorporam ao vencimento a forma de investidura utilizada para que
ou provento para qualquer efeito. João volte a ocupar o cargo público.
d) A ajuda de custo, em caso de mudança
de domicílio, é devida aos servidores a) recondução
públicos de cargo efetivo, porém não b) aproveitamento
é devida aos servidores ocupantes de c) reversão
cargo em comissão por não possuírem d) readaptação
estes vínculo com o serviço público. e) reintegração
e) O direito ao adicional de insalubridade
é de caráter permanente e torna-se di- 9. (CESPE – TRE-MS – Técnico Judiciário –
reito adquirido do servidor, não poden- 2013) Acerca dos requisitos para a investi-
do ser retirado, mesmo com a elimina- dura em cargo público, assinale a opção cor-
ção do risco. reta.

7. (CESPE – TRE-MS – Analista Judiciário – a) Vinte por cento das vagas de todos os
2013) Assinale a opção correta quanto ao concursos públicos devem ser reserva-
provimento de cargos públicos. das aos portadores de deficiência, ve-
dada qualquer alegação de incompati-
a) Entre as formas de provimento de cargo bilidade entre a deficiência e o cargo.
público, inclui-se a ascensão que ocorre b) Para ser investido em cargo público, o
quando o servidor muda de classe ou candidato deve ter, ao menos, o ensino
categoria, dentro da mesma carreira, fundamental completo.
em razão de merecimento ou antigui- c) As universidades podem prover seus
dade. cargos com professores estrangeiros.

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d) A idade mínima para a investidura em dias contados da publicação do ato de provi-


cargo público é dezesseis anos. mento, sendo, ainda, conferidos ao servidor
e) A investidura em o cargo público é con- mais trinta dias para entrar em exercício no
cretizada com a publicação da nomea- cargo.
ção no Diário Oficial.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
10. (CESPE – TRE-MS – Técnico Judiciário –
2013) Ao funcionário público federal estável 14 (CESPE – PC-BA – Delegado – 2013) Conside-
aprovado em novo concurso público, para re que um servidor público federal estável,
outro órgão, mas não habilitado no estágio submetido a estágio probatório para ocu-
probatório desse novo cargo aplica-se, para par outro cargo público após aprovação em
que retorne ao cargo por ele anteriormente concurso público, desista de exercer a nova
ocupado, o instituto da função. Nessa situação, o referido servidor
terá o direito de ser reconduzido ao cargo
a) recondução. ocupado anteriormente no serviço público.
b) readaptação.
c) reversão. ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
d) reintegração.
e) redistribuição. 15 (CESPE – MIN – Administrador – 2013) O re-
torno à atividade de servidor aposentado é
11. (CESPE – CNJ – Analista Administrativo – exemplo de reintegração, forma de provi-
2013) Suponha que um empregado público mento de cargo público que se caracteriza
de uma empresa pública federal seja no- pelo reingresso do servidor no cargo por ele
meado, após aprovação em concurso, para anteriormente ocupado.
o cargo de analista do CNJ. Nessa situação ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
hipotética, o provimento no novo cargo será
derivado, devido ao vínculo anterior que o 16. (CESPE – IBAMA – Auxiliar Administrativo –
empregado mantinha com a administração 2013) A investidura no cargo público ocorre
pública. com a nomeação, sendo de trinta dias o pra-
( ) Verdadeiro   ( ) Falso zo para o nomeado tomar posse.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
12 (CESPE – MPTC-DF – Procurador de Contas
– 2013) A anulação do ato de demissão de 17. (CESPE – BACEN – Técnico Administrativo –
servidor, por decisão judicial, com a respec- 2013) Se uma pessoa que foi nomeada para
tiva reintegração, tem como consequência determinado cargo tomar posse desse car-
lógica a recomposição integral dos direitos go, mas não entrar em exercício dentro do
do servidor demitido, em respeito ao prin- prazo legal, ela deverá ser exonerada de ofí-
cípio da restitutio in integrum, salvo no que cio.
se refere ao ressarcimento dos vencimentos
que seriam pagos no período em que foi in- ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
devidamente desligado do serviço público.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso

13 (CESPE – MPU – Técnico Administrativo –


2013) A posse do servidor público nomeado,
que pode ocorrer mediante procuração es-
pecífica, deve acontecer no prazo de trinta

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18. (CESPE – DEPEN – Agente Penitenciário – base na situação hipotética acima, assinale
2013) Um agente penitenciário federal pode a opção correta.
ser promovido na carreira por ascensão
funcional, pois a promoção de servidor por a) Caso Paulo não quite o débito em ses-
ascensão funcional constitui forma de provi- senta dias, seu nome será inscrito em
mento derivado compatível com a Constitui- dívida ativa.
ção Federal. b) A autoridade máxima do órgão poderá
determinar que se proceda ao arresto
( ) Verdadeiro   ( ) Falso dos vencimentos de Paulo, até o limite
do valor da dívida.
19. (CESPE – SUFRAM – Agente Administrativo – c) Paulo tem o prazo de noventa dias, a
2014) Se um candidato lograr êxito em con- contar da notificação, para quitar o dé-
curso público, mas, dias antes da posse, for bito, sob pena de responder a processo
acometido por dengue que o impossibilite administrativo disciplinar.
de comparecer pessoalmente para o referi- d) Paulo não é obrigado a devolver o valor,
do ato, a posse poderá dar-se mediante pro- dado seu caráter de verba alimentar.
curação específica firmada pelo candidato. e) Paulo não poderá ser exonerado en-
quanto não quitar a dívida.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
23. (CESPE – CNJ – Técnico Judiciário – 2013)
20. (CESPE – SUFRAMA – Agente Administrati- Além do vencimento, o servidor público
vo – 2014) Ao servidor removido deverá ser pode receber vantagens, como indeniza-
concedido o prazo de, no mínimo, dez e, no ções, gratificações e adicionais, sendo que
máximo, trinta dias para entrar em exercício as duas primeiras vantagens citadas incor-
na outra localidade para onde foi removido. poram-se ao vencimento ou provento.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
21. (CESPE – ICMBio – Agente Administrativo 24. (CESPE – MIN – Administrador – 2013) Os
– 2014) O servidor em exercício nomeado vencimentos dos servidores públicos podem
para cargo de provimento efetivo está sujei- ser objeto de arresto, sequestro e penhora
to a estágio probatório pelo período de três para pagamento de dívidas comerciais.
anos, durante o qual serão avaliadas sua ap-
tidão e sua capacidade para o desempenho ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
do cargo, observando, entre outros fatores,
a assiduidade e a responsabilidade a fim de 25. (CESPE – TRT-5 – Juiz – 2013) Assinale a op-
adquirir estabilidade. ção correta em relação à ajuda de custo no
âmbito da Lei n.º 8.112/1990.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
a) É vedada a concessão de ajuda de cus-
22. (CESPE – TRE-MS – Técnico Judiciário – 2013) to àquele que, não sendo servidor da
Paulo, servidor público federal, requereu União, for nomeado para cargo em co-
exoneração de seu cargo efetivo. O depar- missão, com mudança de domicílio.
tamento de recursos humanos do órgão, ao b) O servidor ficará obrigado a restituir a
analisar a situação funcional do servidor a ajuda de custo quando, injustificada-
fim de preparar o ato exoneratório, consta- mente, não se apresentar na nova sede
tou que Paulo havia recebido, meses antes, no prazo de quinze dias.
uma gratificação em duplicidade. Constata- c) A ajuda de custo destina-se a compen-
do o equívoco, Paulo foi notificado a devol- sar as despesas de instalação do servi-
ver a verba recebida indevidamente. Com dor que, no interesse do serviço, passar

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a ter exercício em nova sede, com mu- lho, no período noturno, ela terá direito
dança de domicílio em caráter eventual. ao acréscimo do adicional noturno que
d) É vedado o duplo pagamento de in- incidirá sobre a remuneração do adicio-
denização a título de ajuda de custo, a nal por serviço extraordinário.
qualquer tempo, no caso de o servidor b) Luísa poderá tirar férias após doze me-
passar a ter exercício na mesma sede de ses de exercício e converter um terço
seu cônjuge ou companheiro, também das férias em abono pecuniário.
servidor, anteriormente agraciado com c) Após cinco anos de efetivo exercício,
o benefício. Luísa fará jus ao adicional por tempo de
e) Cabe ajuda de custo ao servidor que se serviço.
afastar do cargo, ou reassumi-lo, em vir- d) Caso Luísa não possua imóvel no local
tude de mandato eletivo. de lotação, ela terá direito a auxílio-mo-
radia.
26. (CESPE – MJ – Analista Administrativo – e) Se por necessidade do serviço Luísa tra-
2013) Se um servidor público federal tiver balhar além da jornada de quarenta ho-
realizado despesas com a utilização de meio ras semanais, ela deve ser remunerada
próprio de locomoção para a execução de com acréscimo de cem por cento em re-
serviços externos por força das atribuições lação à hora normal de trabalho.
próprias do cargo, ele terá direito ao recebi-
mento de indenização de transporte, que se 30. (CESPE – MJ – Analista Administrativo –
incorporará ao seu vencimento. 2013) Conforme decisão recente do STJ,
o adicional noturno previsto na Lei nº
( ) Verdadeiro   ( ) Falso 8.112/1990 será devido ao servidor público
federal que preste serviço em horário com-
27. (CESPE – MJ – Administrador – 2013) Não é preendido entre 22 horas de um dia e 5 ho-
devido o pagamento de auxílio-transporte ras do dia seguinte. Entretanto, esse adicio-
ao servidor público que utiliza veículo pró- nal não será devido se o serviço for prestado
prio no deslocamento para o trabalho. em regime de plantão.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
28. (CESPE – SUFRAMA – Agente Administrativo 31. (CESPE – TRE-MS – Contador – 2013) Con-
– 2014) Cabem à administração as despesas sidere que Lucas tenha tomado posse no
de transporte do servidor e de sua família seu primeiro cargo efetivo no serviço públi-
para a nova localidade de exercício, inclu- co federal e que esteja em exercício há seis
ídos os gastos com passagem, bagagem e meses. Com relação à situação funcional de
bens pessoais. Lucas, assinale a opção correta à luz da Lei
( ) Verdadeiro   ( ) Falso nº 8.112/1990.
a) Enquanto estiver no período de estágio
29. (CESPE – TRE-MS – Analista Judiciário – probatório, Lucas não poderá ocupar
2013) Considere que Luísa tenha sido apro- cargos em comissão.
vada em concurso público para o cargo de b) Lucas poderá tirar licença para desem-
auditora da Receita Federal, tendo sido no- penho de mandato classista.
meada para assumir o cargo em outro esta- c) Lucas poderá tirar licença para tratar de
do da federação. Com base nessa situação assuntos particulares pelo prazo de três
hipotética, assinale a opção correta. anos consecutivos, sem direito à remu-
a) Na hipótese de Luísa trabalhar horas ex- neração.
tras, além da jornada regular de traba-

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d) Lucas irá adquirir estabilidade após dois em que se tenha constatado o preenchi-
anos de efetivo exercício no cargo. mento dos requisitos legais para tanto, ain-
e) Caso Lucas esteja cursando faculdade e da que o cônjuge a ser acompanhado não
tenha de mudar de localidade no inte- seja servidor público e que o deslocamento
resse da administração, ele terá direito não tenha sido atual.
a matrícula em instituição de ensino
congênere, em qualquer época, inde- ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
pendentemente de vaga.
35. (CESPE – TRT-8 – Analista Judiciário – 2013)
32. (CESPE – TRE-MS – Contador – 2013) Com Com base no regime disciplinar do servidor
base na Lei nº 8.112/1990, assinale a opção público, assinale a opção correta.
correta. a) A penalidade de demissão não poderá
a) O servidor pode ausentar-se do serviço ser aplicada ao servidor caso não haja
por dois dias para votar em outro esta- registro, em sua vida funcional, de im-
do da Federação. posição prévia de qualquer outra san-
b) Ao servidor estudante será concedido ção disciplinar.
horário especial, quando comprovada b) Constitui penalidade administrativa a
a incompatibilidade entre o horário es- decisão que conclui pela inabilitação do
colar e o da repartição, independente- servidor em razão do não preenchimen-
mente de compensação de horário. to dos requisitos do estágio probatório.
c) O afastamento do servidor por motivo c) A conduta do servidor que se vale do
de doença profissional é considerado cargo para lograr proveito pessoal em
como efetivo exercício. detrimento da função pública não ense-
d) A licença-prêmio por assiduidade será ja a aplicação da penalidade de demis-
concedida apenas aos servidores apro- são.
vados no estágio probatório. d) Em decorrência do princípio da legalida-
e) O servidor público convocado para o de, é vedada a conversão da penalidade
serviço militar obrigatório deverá, para de suspensão em multa.
que não fique configurado o abandono e) Na hipótese de acumulação ilegal de
de cargo, requerer licença para tratar de cargos, a infração será apurada median-
assuntos particulares, devendo retornar te processo administrativo disciplinar
ao serviço no prazo máximo de trinta sumário conduzido por comissão disci-
dias após o término do período do ser- plinar composta por apenas dois servi-
viço obrigatório. dores estáveis.

33. (CESPE – MPU – Analista Administrativo – (CESPE – ANCINE – Técnico Administrativo –


2013) O período em que o servidor estiver 2012) Julgue os itens abaixo, relativos à Lei nº
de licença para desempenhar mandato clas- 8.112/1990, que dispõe sobre o regime jurídico
sista conta como tempo de serviço, sendo dos servidores públicos civis da União, das au-
considerado de efetivo exercício, salvo para tarquias e das fundações públicas federais.
efeito de promoção por merecimento.
36. Nos termos dessa lei, nenhum servidor po-
( ) Verdadeiro   ( ) Falso derá ser responsabilizado civil, penal ou
administrativamente por dar ciência à au-
34. (CESPE – DP-DF – Defensor Público – 2013) toridade superior de informação relativa à
Segundo entendimento do STJ, é cabível a prática de crimes ou atos de improbidade
concessão de licença a servidor público para de que tenha conhecimento.
acompanhamento de cônjuge na hipótese

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37. A remoção, a suspensão e a demissão são vertência não terá seu registro cancelado, já
exemplos de penalidades disciplinares pre- que o prazo exigido por lei, em caso de ad-
vistas na lei em apreço. vertência, é de cinco anos de efetivo exercí-
cio do servidor sem praticar nova infração.
38. (CESPE – TCU – AFCE – 2011) A revisão do
processo administrativo disciplinar é cabí- ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
vel quando se apresentarem novos fatos
ou circunstâncias suscetíveis de justificar a 44. (CESPE – SAEB – 2012) Se, em processo ad-
inocência do punido ou a inadequação das ministrativo disciplinar, for comprovada
penalidades aplicadas, podendo ocorrer de a ocorrência de acumulação proibida de
ofício ou a pedido, a qualquer tempo. cargos por parte do servidor público, este
poderá optar por um dos cargos, se restar
comprovada a sua boa-fé.
(CESPE – TRT-10 – Analista Judiciário – 2012) De
acordo com a Lei nº 8.112/1990, suas alterações ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
e sua interpretação doutrinária, julgue os itens
seguintes. 45. (CESPE – MP-TO – 2012) Como medida cau-
telar, em processo administrativo discipli-
39. Ao servidor público é proibido delegar a ou- nar, a autoridade competente, instauradora
tro servidor atribuições estranhas ao cargo do processo, poderá, no âmbito de suas atri-
que ocupa, mesmo em situações de emer- buições, afastar de suas funções o servidor
gência e transitórias. público implicado, pelo prazo de sessenta
dias, sem prejuízo da remuneração, para
40. Exoneração e Demissão são formas de saí- evitar, dessa maneira, que ele possa influen-
da do servidor de cargo público que se di- ciar na apuração das irregularidades.
ferenciam em relação ao aspecto punitivo. ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
Enquanto a exoneração consiste em saída
não punitiva, a demissão consiste em saída 46. (CESPE – MP-RR – 2012) O termo inicial do
punitiva, em decorrência de decisão admi- prazo prescricional da ação disciplinar é a
nistrativa ou judicial. data em que o fato foi praticado.
41. Emprega-se o processo administrativo dis- ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
ciplinar para apurar atos ilícitos cujas pena-
lidades devem ser mais severas que a sus- 47. (CESPE – MCTI – Gestão Administrativo –
pensão por noventa dias. 2012) Caso seja absolvido por falta de pro-
vas na esfera criminal, o servidor não pode-
rá ser punido na esfera disciplinar.
42. (CESPE – TJRR – Administrador – 2012) A au-
sência de defesa técnica oferecida por advo- ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
gado no processo administrativo disciplinar
ofende a Constituição Federal, o que deter- 48. (CESPE – IBAMA – Técnico – 2012) Mesmo
mina a nulidade de todo o processo. estando no exercício do poder disciplinar, a
autoridade competente não pode impor pe-
( ) Verdadeiro   ( ) Falso nalidade administrativa ao agente público
sem o devido processo administrativo.
43. (CESPE – SAEB – 2012) Caso determinado
servidor público receba penalidade de ad- ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
vertência em 22/8/2009 e, mantendo-se em
efetivo exercício, pratique nova infração dis-
ciplinar em 3/11/2012, a penalidade de ad-

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(CESPE – CAPES – 2012) A respeito de penalida-
des e do processo administrativo disciplinar, jul-
gue os itens a seguir com base nas disposições
da Lei n.º 8.112/1990 e alterações.

49. O registro da penalidade de advertência


aplicada a servidor público será cancelado
após o decurso de três anos, desde que ele
não pratique nova infração disciplinar nesse
período.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso

50. No transcurso de processo administrativo


disciplinar, é vedado à administração afastar
o servidor do exercício do seu cargo.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso

Gabarito: 1. V 2. E 3. V 4. V 5. B 6. C 7. C 8. E 9. C 10. A 11. F 12. F 13. F 14. V 15. F 16. F 
17. V 18. F 19. V 20. V 21. V 22. A 23. F 24. F 25. D 26. F 27. F 28. V 29. A 30. F 31. E 32. C 33. V 34. V 
35. E 36. V 37. F 38. V 39. F 40. V 41. V 42. F 43. F 44. V 45. V 46. F 47. F 48. V 49. V 50. F

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ESTRUTURA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

CONCEITOS INTRODUTÓRIOS

1. Estado, Governo e Administração Pública

1.1 Conceito de Estado


Estado é uma instituição organizada politica, social e juridicamente, ocupando um território
definido, normalmente tendo como lei máxima uma Constituição escrita, e dirigida por um
Governo que possui soberania reconhecida tanto interna quanto externamente. O Estado
é responsável pela organização e pelo controle social, pois detém, segundo Max Weber, o
monopólio legítimo do uso da força (coerção, especialmente a legal).
De acordo com o atual Código Civil, o Estado possui personalidade jurídica de direito público,
com prerrogativas especiais, para que possa ser atingida a finalidade de interesse público.
O fim do Estado é assegurar a vida humana em sociedade. O Estado deve garantir a ordem
interna, assegurar a soberania na ordem internacional elaborar as regras de conduta e distribuir
a justiça. Nesse contexto, insere-se o Direito Administrativo, como ramo autônomo do Direito
Público, tendo como finalidade disciplinar as relações entre as diversas pessoas e órgãos do
Estado, bem como entre este e os administrados.
São objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, que é um Estado Democrático
de Direito: a) construir uma sociedade livre, justa e solidária; b) garantir o desenvolvimento
nacional; c) erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
d) promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
outras formas de discriminação (art. 3º CF)

1.1.1 Elementos do Estado


Sucintamente, temos que Estado é uma pessoa jurídica territorial, composta dos elementos
povo, território e governo soberano. Um Estado soberano é sintetizado pela máxima "Um
governo, um povo, um território".
Sendo assim, são elementos do Estado, portanto: povo, território e governo soberano.
O povo é o elemento humano, formado pelo conjunto de pessoas submetidas à ordem jurídica
estatal. O território é o elemento material, espacial ou físico do Estado, é a sua base geográfica,
compreendendo a superfície do solo que o Estado ocupa, seu mar territorial e o espaço aéreo.

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Governo é a organização necessária ao exercício do poder político, sendo a soberania o poder
de organizar-se juridicamente e de fazer valer dentro de seu território a universalidade de suas
decisões nos limites dos fins éticos de convivência.

1.1.2 Organização do Estado


O Estado pode ser organizado de várias formas, levando-se em consideração a sua extensão
territorial, a estruturação de seus Poderes e a subdivisão em unidades menores. Estados de
tamanhos variados podem ter vários níveis de governo: local, regional e nacional. Assim, o
Estado pode ser:
a) Unitário ou simples – quando só existe uma fonte de Direito, que é no âmbito nacional,
estendendo-se uniformemente sobre todo o seu território. (França, Bélgica, Itália e Portugal
são unitários)
b) Composto – como o Estado Federado, no qual há a reunião de vários Estados Membros
que formam a Federação. Existem várias fontes de direito: Federal, Estadual e a Municipal.
(Brasil e EUA são federados).
No Brasil, a Constituição Federal dispõe, em seu art. 1º, que "A República Federativa do Brasil
é formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se
em Estado Democrático do Direito..."
Assim, para o Direito Administrativo, a expressão "Estado", em sentido amplo, abrange a União,
os Estados, o Distrito Federal e os Municípios.
Destacamos que o Estado, em suas relações internacionais (externas), possui soberania;
enquanto a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, nas suas relações internas,
possuem, apenas, autonomia.

1.1.3 Poderes do Estado


De acordo com o artigo 2º do Texto Constitucional são Poderes da União, independentes e
harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo, e o Judiciário.
Cada um desses Poderes do Estado exerce predominantemente uma função estatal específica,
porém, não há uma separação absoluta de funções, assegurando o sistema de freios e
contrapesos. Assim, os Poderes irão desempenhar funções típicas (principais) e funções atípicas
(não principais)
Poder Legislativo é aquele que tem como principal função legislar (fazer leis!), ou seja, inovar
o ordenamento jurídico, estabelecendo regras gerais e abstratas, criando comandos a todos os
cidadãos, visto que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em
virtude de lei.
Poder Judiciário é aquele que tem como principal função julgar, solucionar conflitos de
interesses entre as partes, aplicando as leis aos casos concretos.
Poder Executivo é aquele que tem como principal função executar, administrar a coisa publica,
dentro dos limites impostos por lei, com a finalidade de atender ao interesse público.

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Pelo exposto, percebemos que a função administrativa (objeto do Direito Administrativo) é


exercida tipicamente (principal) pelo Poder Executivo, porém, os demais Poderes também irão
desempenhá-la, só que de forma atípica (não-principal).

RESUMINDO...

}
PODER LEGISLATIVO – função legislativa
PODER JUDICIÁRIO – função jurisdicional FUNÇÕES TÍPICAS (PRINCIPAIS)
PODER EXECUTIVO – função administrativa

1.2 Conceito de Governo


Governar é o poder de regrar uma sociedade política e o aparato pelo qual o corpo governante
funciona e exerce autoridade. Governo não implica necessariamente a existência de Estado.
O Governo é usualmente utilizado para designar a instância máxima de administração executiva,
geralmente reconhecida como a liderança de um Estado ou de uma nação. Representa o
conjunto de órgãos e Poderes responsáveis pela função política do Estado, abrangendo as
funções de comando e de estabelecimento de objetivos e diretrizes do Estado, de acordo com
as suas atribuições constitucionais.
A função política e o Governo são mais objeto do estudo do Direito Constitucional, enquanto
que a Administração Pública é objeto do estudo do Direito Administrativo.

1.3 Conceito de Administração Pública


A expressão "Administração Pública" abarca diversas concepções. Inicialmente, temos
que Administração Pública em sentido amplo (lato sensu), como o conjunto de órgãos
governamentais (com função política de planejar, comandar e traçar metas) e de órgãos
administrativos (com função administrativa, executando os planos governamentais).
Num sentido estrito (stricto sensu), podemos definir Administração Pública como o conjunto
de órgãos, entidades e agentes públicos que desempenham a função administrativa do Estado.
Ou seja, num sentido estrito, a Administração Pública é representada, apenas, pelos órgãos
administrativos.

RESUMINDO...
Administração Pública (sentido amplo) – órgãos governamentais (políticos) + órgãos
administrativos
Administração Pública (sentido estrito) – exclusivamente, órgãos administrativos

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Para fins de prova, é mais comum que as bancas examinadoras exijam do candidato o conceito
de Administração Pública num sentido objetivo e num sentido subjetivo. Assim, teremos:
a) Sentido objetivo ou material ou funcional de Administração Pública
Nesse sentido, a Administração Pública confunde-se com a própria função (atividade)
administrativa desempenhada pelo Estado. O conceito de Administração Pública está
relacionado com o objeto da Administração. Não se preocupa aqui com quem exerce a
Administração, mas sim com o que faz a Administração Pública.
Ressaltamos que a função administrativa é exercida predominantemente pelo Poder Executivo,
porém, os demais Poderes também a exercem de forma atípica. A doutrina majoritária
entende que as atividades administrativas englobam: a prestação de serviço público, a polícia
administrativa, o fomento e a intervenção administrativa.
b) Sentido subjetivo ou formal ou orgânico de Administração Pública:
A expressão Administração Pública confunde-se com os sujeitos que integram a estrutura
administrativa do Estado, ou seja, com quem desempenha a função administrativa. Assim, num
sentido subjetivo, Administração Pública representa o conjunto de órgãos, agentes e entidades
que desempenham a função administrativa. O conceito subjetivo representa os meios de
atuação da Administração Pública.
Os meios de atuação da Administração Pública serão analisados posteriormente de forma
detalhada, mas de forma sucinta, teremos:
•• Entes ou Entidades ou Pessoas: são as pessoas jurídicas integrantes da estrutura da
Administração Direta e Indireta. Dividem-se em:
•• Entes políticos – União, Estados, Distrito Federal e Municípios (todas com personalidade
jurídica de Direito Público)
•• Entes Administrativos – autarquias, fundações públicas, empresas públicas e
sociedades de economia mista (todas com personalidade jurídica de Direito Público e/
ou Privado).
•• Órgãos Públicos: são centros de competência, despersonalizados, integrantes da estrutura
de uma pessoa jurídica, incumbidos das atividades da entidade a que pertencem. A
Lei nº 9.784/99 os conceitua como unidades de atuação integrantes da estrutura da
Administração Direta ou Indireta
•• Agentes Públicos: segundo o art. 2º, da Lei nº 8.429/92, são todos aqueles que exercem,
ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato, emprego ou função
pública. Ou seja, são pessoas físicas incumbidas, definitiva ou transitoriamente, do exercício
de alguma função estatal.

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RESUMINDO...
Sentido objetivo ou material ou funcional = atividade administrativa (O quê faz a
Administração Pública?)
Sentido subjetivo ou formal ou orgânico = órgãos + agentes + entidades (Quem faz a
Administração Pública?)

A natureza da Administração Pública é a de um múnus público para quem a exerce, como


ensina Hely Lopes Meirelles: "a de um encargo de defesa, conservação e aprimoramento dos
bens, serviços e interesses da coletividade. Como tal, impõe-se ao administrador público a
obrigação de cumprir fielmente os preceitos do Direito e da moral administrativa que regem
a sua atuação. Ao ser investido em função ou cargo público, todo agente assume para com
a coletividade o compromisso de bem servi-la, porque outro não é o desejo do povo, como
legítimo destinatário dos bens, serviços e interesses administrados pelo Estado."
Os fins da Administração Pública são sempre o interesse público ou o bem da coletividade,
sendo que toda e qualquer atividade administrativa deve almejar este objetivo. Por isso, toda
a atividade do administrador público deve ser orientada para este objetivo. Todo ato por ele
praticado que se afastar deste fim será considerado ilícito e imoral.

Organização administrativa da União: Administração Direta e Indireta;


Agentes Públicos: classificação e espécies

2. Organização administrativa da União.


A organização administrativa da União foi inicialmente estabelecida no Decreto-lei nº 200/67.
O qual estabelece que a Administração Pública Federal compreende:
•• Administração Direta: que se constitui dos serviços integrados na estrutura administrativa
da Presidência da República e dos Ministérios;
•• Administração Indireta: formada pelo conjunto de autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista.
Ou seja, nesse tópico iremos trabalhar o conceito subjetivo de Administração Pública, ou
seja, iremos analisar o conjunto de órgãos, agentes e entidades integrantes da estrutura
administrativa brasileira, porém, antes disso, é essencial conhecermos os conceitos de
centralização, descentralização e desconcentração.

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2.1 Centralização x Descentralização x Desconcentração
O Estado exerce suas funções administrativas através de um conjunto integrado de órgãos,
agentes e entidades, que integra o conceito subjetivo de Administração Pública.
Para exercer tais funções, o Estado organiza-se de duas formas básicas: administração
centralizada e administração descentralizada. Daí, surgem, respectivamente, os conceitos de
centralização e descentralização.
Centralização ou administração centralizada dá-se quando o Estado exerce suas atividades por
meio de seus órgãos e agentes integrantes da estrutura da Administração Direta. Assim, na
centralização, o Estado exerce suas funções através de seus órgãos e agentes integrantes das
entidades políticas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).
Descentralização ou administração descentralizada ocorre quando as entidades políticas
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios) exercem suas funções por meio de outras
pessoas físicas ou jurídicas.
Nesse caso, faz-se necessária a presença de duas pessoas jurídicas: o Estado e a entidade que
executará o serviço.
A descentralização pode-se dar de duas formas: por outorga (ou por serviços) ou por delegação
(ou por colaboração).
Há descentralização por outorga (ou por serviços) quando o Estado cria ou autoriza a criação
de uma entidade, por lei, e a ela transfere, por prazo indeterminado, determinado serviço. Ou
seja, a descentralização por outorga, na verdade, reflete a Administração Indireta.
É o que percebemos com a leitura da Constituição Federal, em seu art. 37, XIX, na qual o
Estado cria, por lei específica, as autarquias e autoriza, também por lei específica, a criação das
fundações públicas, empresas públicas e sociedades de economia mista.
Já na descentralização por delegação (ou por colaboração), o Estado transfere a execução
de determinado serviço a pessoa física ou jurídica, normalmente, por prazo determinado,
mediante ato ou contrato.
Em tal situação, as delegatárias de serviço público prestarão os serviços em nome próprio, por
sua conta e risco, mas sob fiscalização do Poder Público.
É o que ocorre, por exemplo, no caso das concessionárias, permissionárias e autorizatárias de
serviços públicos.
Pelo exposto, podemos apontar duas formas de prestação de serviço público: a centralização
(ou prestação centralizada) e a descentralização (ou prestação descentralizada). Mas, então, o
que é desconcentração?
A desconcentração é uma mera técnica administrativa de distribuição interna de competências,
visando à eficiência na prestação do serviço. Assim, percebemos que a desconcentração ocorre
em âmbito interno, dentro de uma mesma pessoa jurídica.
Essa é a principal distinção entre a desconcentração e a descentralização. Na primeira,
pressupõe-se a existência de uma única pessoa jurídica, já na segunda, há duas pessoas (o
Estado e a pessoa física ou jurídica que prestará o serviço, por outorga ou delegação).

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CUIDADO!
Quando conceituamos descentralização administrativa, percebemos que a mesma
ocorre quando o Estado transfere a outra pessoa física ou jurídica a titularidade do
serviço. Ora, se as autarquias, fundações públicas, empresas públicas e sociedades de
economia mista são pessoas jurídicas, de onde surge a possibilidade de transferência a
pessoas físicas? Das Delegatárias de serviço público. Assim, teremos:
Concessionárias de serviço público – são pessoas jurídicas ou consórcios de empresas
Permissionárias de serviço público – são pessoas físicas ou jurídicas
Autorizatárias de serviço público – são pessoas físicas ou jurídicas

A desconcentração poderá ocorrer tanto na Administração Direta (União criando seus


Ministérios, cada Ministério criando as suas Secretarias, por exemplo) quanto na Administração
Indireta (uma universidade pública criando o Departamento de Contabilidade, de Psicologia, e
assim sucessivamente).
Por fim, destacamos que poderá ocorrer Administração Pública Centralizada, desconcentrada
ou não, e Administração Pública Descentralizada, desconcentrada ou não.

2.1 Administração Direta


A Administração Direta é representada pelo conjunto de órgãos que compõem as entidades
federativas (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). Representa o conceito de
Administração Centralizada.
A Administração Direta é integrada pelas pessoas jurídicas de direito público que possuem
competência legislativa, ou seja, pelas pessoas políticas. Assim, os conceitos de Administração
Pública Direta, de Administração Centralizada e de Entidades Políticas confundem-se.
Em âmbito federal, a União acompanhada dos diversos órgãos que a compõem (Presidência da
República, Ministérios, Secretarias, etc) formam a estrutura da Administração Pública Federal
Direta ou Centralizada.

2.1.2 Órgãos Públicos


Segundo Hely Lopes Meirelles, os órgãos públicos são centros de competência instituídos para
o desempenho de funções estatais, por intermédio de seus agentes, cuja atuação é imputada
à pessoa jurídica a que pertencem. Já a Lei nº 9.784/99 os define como "unidades de atuação
integrantes da estrutura da Administração Direta ou Indireta".
Cabe ressaltar que esses órgãos públicos são estruturados de forma hierarquizada (há relação
hierárquica entre os órgãos e unidades integrantes de suas estruturas internas. Assim, a relação
existente entre um Ministério e uma Secretaria sua, por exemplo, resulta da relação hierárquica
presente em suas estruturas).

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Abaixo, transcreveremos as características dos órgãos públicos, componentes da estrutura
administrativa brasileira:
•• integram a estrutura de uma pessoa jurídica, logo, nenhum órgão público possui
personalidade jurídica própria e nem patrimônio próprio;
•• resultam da desconcentração administrativa, como visto anteriormente;
•• podem ser encontrados na estrutura da Administração Direta ou Indireta, como visto
anteriormente;
•• alguns possuem autonomia gerencial, orçamentária e financeira;
•• não representam em juízo a pessoa jurídica da qual fazem parte;
•• podem firmar contratos de gestão com outros órgãos ou pessoas jurídicas, através de seus
administradores (CF, art. 37, § 8º);
•• alguns órgãos públicos possuem capacidade processual (ou judiciária) para defesa em juízo
de suas prerrogativas funcionais.

CUIDADO! CAPACIDADE PROCESSUAL DE ALGUNS ÓRGÃOS PÚBLICOS


O órgão, por ser um ente despersonalizado, via de regra não possui capacidade
processual para estar em juízo, ou seja, não pode figurar em um dos pólos da relação
jurídica.
Entretanto o Código de Processo Civil, em seu artigo 7º, atribui capacidade processual
para os órgãos independentes e autônomos, não alcançando os demais órgãos
públicos. A jurisprudência e a doutrina atribuem capacidade processual do órgão
público para impetração de mandado de segurança, na defesa de sua competência,
quando violada por outro órgão.
Cabe ressaltar que nenhum órgão possui personalidade jurídica, porém, os órgãos
independentes e autônomos possuem capacidade processual ou judiciária, ou seja,
excepcionalmente, alguns órgãos podem figurar num dos pólos de uma ação (mandado
de segurança).

2.1.2.1 Teoria do Órgão


Diversas teorias tentam explicar a relação jurídica existente entre o Estado e seus agentes
públicos, pessoas que agem em nome do Estado, por vontade própria. Entre essas teorias, a
doutrina majoritária preferiu a denominada teoria do órgão ou da imputação.
Segundo Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino: "Por essa teoria, amplamente adotada por
nossa doutrina e jurisprudência, presume-se que a pessoa jurídica manifesta sua vontade por
meio dos órgãos, que são partes integrantes da própria estrutura da pessoa jurídica, de tal
modo que, quando os agentes atuam nestes órgãos manifestam sua vontade, considera-se
que esta foi manifestada pelo próprio Estado. Fala-se em imputação (e não representação) da
atuação do agente, pessoa natural, à pessoa jurídica."

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Maria Helena Diniz explica que essa teoria é utilizada para justificar a validade dos atos
praticados por funcionário de fato, pois considera que o ato do funcionário é ato do órgão,
imputável, portanto, à Administração. Deve-se, entretanto, notar que não é qualquer ato que
será imputado ao Estado. É necessário que o ato se revista, ao menos, de aparência de ato
jurídico legítimo e seja praticado por alguém que se deva presumir ser um agente público
(teoria da aparência). Fora desses casos, o ato não será imputado ao Estado.

2.1.2.2 Classificação dos Órgãos


Adotaremos a classificação consagrada por Hely Lopes Meirelles, por entendermos ser ela
a mais utilizada, não só em concursos públicos como também por outras autores pátrios.
Segundo ele, os órgãos podem sofrer diferentes classificações, de acordo com sua posição
estatal, quanto à sua estrutura (composição) e quanto à sua atuação funcional.
Quanto à posição estatal:
a) Órgãos Independentes: são os diretamente previstos no texto constitucional, representan-
do os três Poderes (Câmara dos Deputados, Senado Federal, STF, STJ e demais tribunais,
Presidência da República e seus simétricos nas demais esferas da Federação). São órgãos
sem qualquer subordinação hierárquica ou funcional. As atribuições destes órgãos são
exercidas por agentes políticos.
b) Órgãos Autônomos: situam-se na cúpula da Administração, hierarquicamente logo abaixo
dos órgãos independentes. Possuem ampla autonomia administrativa, financeira e técnica,
caracterizando-se como órgãos diretivos. São exemplos: os Ministérios, as Secretarias de
Estado, a AGU, etc.
c) Órgãos Superiores: são órgãos que possuem atribuições de direção, controle e decisão
mas que sempre estão sujeitos ao controle hierárquico de uma chefia mais alta. Não
têm autonomia administrativa nem financeira. Incluem-se nessa categoria órgãos com
denominações muito heterogêneas, como Procuradorias, Coordenadorias, Gabinetes, etc.
d) Órgãos Subalternos: são todos os órgãos que exercem atribuições de mera execução,
sempre subordinados a vários níveis hierárquicos superiores. Têm reduzido poder decisório.
São exemplos as seções de expediente, de pessoal, de material, de portaria etc.

Quanto à estrutura:
a) Órgãos Simples: os órgãos simples ou unitários são constituídos por um só centro de
competência. Esses órgãos não são subdivididos em sua estrutura interna, integrando-
se em órgãos maiores. Não interessa o número de cargos que tenha o órgão, mas sim a
inexistência de subdivisões com atribuições específicas em sua estrutura, resultado de
desconcentração administrativa.
b) Órgãos Compostos: os órgãos compostos reúnem em sua estrutura diversos órgãos, como
resultado da desconcentração administrativa. É o que ocorre com os Ministérios e as
Secretarias. Citando um exemplo concreto: o Ministério da Fazenda é integrado por vários
órgãos, entre eles a Secretaria da Receita Federal. Esta é composta por diversos órgãos,
dentre os quais as suas Superintendências Regionais. Estas são integradas por Delegacias,
que são integradas por Seções até chegarmos a um órgão que não seja mais subdividido
(este será o órgão unitário; todos os demais são compostos).

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Quanto à atuação funcional:
a) Órgãos Singulares: também denominados unipessoais, são os órgãos em que a atuação
ou as decisões são atribuição de um único agente, seu chefe e representante. É exemplo a
Presidência da República.
b) Órgãos Colegiados: também denominados pluripessoais, são caracterizados por atuar
e decidir através da manifestação conjunta de seus membros. Os atos e as decisões são
tomadas após deliberação e aprovação pelos membros integrantes do órgão, conforme as
regras regimentais pertinentes a quorum de instalação, de deliberação, de aprovação, etc.
São exemplos o Congresso Nacional e os Tribunais.

CUIDADO!
Os órgãos públicos podem ser divididos em: deliberativos e consultivos. Os órgãos
deliberativos são aqueles que tomam decisões enquanto que os órgãos consultivos são
aqueles que emitem pareceres, opiniões, conselhos que por sua vez são transmitidos
aos órgãos deliberativos para auxiliarem os órgãos deliberativos na sua tomada de
decisão.
Como exemplo de órgãos consultivos podemos citar a Assessoria Jurídica ou o Controle
Interno de um entidade que elaboram pareceres opinativos que servem de balizamento
às decisões das autoridades.
Sobre os órgãos consultivos, as bancas examinadoras têm destacado que, apesar de
se encontrarem inseridos na estrutura hierárquica para fins disciplinares, os mesmos
detêm autonomia quanto à elaboração de seus pareceres, fugindo à relação hierárquica
no que diz respeito ao exercício de suas funções, preservando, assim, a autonomia de
suas opiniões.

2.2 Administração Indireta


A Administração Indireta é representada pelo conjunto de pessoas jurídicas de direito público
e/ou privado que possuem capacidade de autoadministração. Representa o conceito de
Administração Descentralizada.
A Administração Indireta é integrada pelo conjunto de autarquias, fundações públicas,
empresas públicas e sociedades de economia mista, ou seja, pelas pessoas administrativas.
Assim, os conceitos de Administração Pública Indireta, de Administração Descentralizada e de
Entidades Administrativas confundem-se.
A seguir, iremos transcrever as características comuns de todas as pessoas jurídicas integrantes
da estrutura da Administração Indireta, para, posteriormente, comentarmos uma a uma tais
entidades.

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2.2.1 Características Comuns das Entidades da Administração Indireta:


•• Resultam da descentralização por outorga (ou por serviço)
•• Possuem personalidade jurídica própria
•• Patrimônio próprio
•• São criadas por lei específica ou possuem a criação autorizada por lei específica (CF, art. 37,
XIX)
•• Como regra, sujeitam-se às regras de licitação e contratos (Lei nº 8.666/93) e a concurso
público
•• De acordo com o novo Código Civil, não se sujeitam à falência (regime falimentar)
•• Relação de vinculação (e não subordinação!) à Administração Direta

CUIDADO!
A relação existente entre as entidades administrativas (Administração Indireta) e
as entidades políticas (Administração Direta) não é de subordinação, mas sim de
vinculação (ou tutela ou supervisão ministerial ou controle finalístico)
Cabe ressaltar que, na desconcentração administrativa, existe uma relação hierárquica
entre os diversos órgãos integrantes da estrutura administrativa, porém na descentrali-
zação administrativa, não há tal relação.
Por fim, destacamos que as entidades integrantes da Administração Indireta não sendo
subordinadas hierarquicamente à entidade estatal-matriz, não estão submetidas ao
controle hierárquico, sendo sujeitas apenas ao controle finalístico de sua administração
e da conduta de seus dirigentes.
Controle hierárquico é aquele decorrente do escalonamento vertical dos órgãos do
Executivo, em que os inferiores estão subordinados aos superiores, daí decorrendo que
os órgãos de cúpula têm sempre o controle pleno dos subalternos, independentemente
de norma que o estabeleça.
Já por controle finalístico entenda-se aquele no qual não há fundamento hierárquico,
porque não há subordinação entre a entidade controlada e a autoridade ou órgão
controlador. É um controle de verificação do enquadramento da instituição no
programa geral do Governo, para o atingimento das finalidades da entidade controlada.

a) Autarquias
São pessoas jurídicas de Direito Público, de natureza meramente administrativa, criadas por lei
específica, para a realização de atividades, obras ou serviços descentralizados do ente estatal
que as criou. Funcionam e operam na forma estabelecida na lei instituidora e nos termos de
seu regulamento.

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Segundo Hely Lopes Meirelles: "A autarquia, sendo um prolongamento do Poder Público, uma
longa manus do Estado, deve executar serviços próprios do Estado, em condições idênticas
às do Estado, com os mesmos privilégios da Administração-matriz e passíveis dos mesmos
controles dos atos administrativos."
De forma resumida, temos as seguintes características nas autarquias:
•• Integram a estrutura da Administração Pública Indireta.
•• Resultam da descentralização por outorga.
•• Personalidade jurídica de direito público, ou seja, sujeita-se a regime jurídico de direito
público.
•• Possuem patrimônio próprio, composto por bens públicos.
•• Os atos lesivos ao seu patrimônio estão sujeitos à ação popular.
•• São tidas como um serviço público personificado.
•• Estão vinculadas (e não subordinadas!) à pessoa política que as criou. Tal relação de
vinculação também é denominada de controle finalístico (e não hierárquico!) ou tutela ou
supervisão ministerial, exercido nos termos e limites definidos em lei.
•• Criadas ou extintas por lei específica (CF, art. 37, XIX).
•• Exercem atividade típica do Estado.
•• Sujeitam-se à realização de concurso público e ao procedimento licitatório, como regra.
•• Regime de Pessoal: regime jurídico único estatutário, reestabelecido através de medida
cautelar deferida pela Corte Suprema, no julgamento da ADI 2.135/DF, de 02 de agosto de
2007.
•• Juízo Competente: as autarquias federais, nos litígios comuns, terão suas causas
processadas e julgadas na Justiça Federal; já as autarquias estaduais e municipais terão
suas causas processadas e julgadas na Justiça Estadual.
•• As autarquias respondem de forma objetiva em relação ao dano causado pelos seus
agentes, nessa qualidade, a terceiros (CF, art. 37, § 6º.).
•• Sujeitam-se à fiscalização do Tribunal de Contas (CF, art. 70).
Como exemplo de tais entidades temos o Banco Central do Brasil (BACEN), o Instituto Nacional
de Seguridade Social (INSS), a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente (IBAMA), entre outros.

b) Fundações Públicas
Entende-se como Fundação a entidade formada pela atribuição de personalidade jurídica a um
patrimônio ou complexo de bens, para servir a um determinado fim de utilidade pública ou em
benefício da coletividade. Possui personalidade jurídica própria e natureza não lucrativa.

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No Direito Brasileiro, a expressão "fundação" requer certo cuidado, pois poderemos ter as
fundações privadas, que são fiscalizadas pelo Ministério Público, guardando relação com o
estudo do Direito Civil (Fundação da Xuxa, Fundação Roberto Marinho, etc). Já as fundações
públicas é que são objeto de estudo do Direito Administrativo, devendo ter suas atividades
supervisionadas pela pessoa política responsável.
As fundações públicas podem possuir personalidade jurídica de direito público (quando criada
diretamente por lei) ou de direito privado (quando a lei meramente autorizar sua criação),
mas, sempre que instituída pelo Poder Público, será fundação pública. No caso das fundações
públicas de direito público (as denominadas fundações autárquicas ou autarquias fundacionais),
são válidas as mesmas considerações acerca das autarquias.
Quanto ao juízo competente, embora haja divergência doutrinária, a corrente majoritária é
que as fundações públicas federais de direito público ou privado possuem o foro da Justiça
Federal.
Destacamos que a professora Maria Sylvia di Pietro utiliza a expressão "patrimônio público
personificado" para designar as fundações públicas.
Como exemplo de fundações públicas, podemos citar a Fundação Rio Zôo (do Município do Rio
de Janeiro), a Fundação IBGE, entre outras.

MACETE!
ÓRGÃO – Centros de Competência, sem personalidade jurídica
AUTARQUIA – Serviço Público Personificado
FUNDAÇÃO PÚBLICA – Patrimônio Público Personificado

c) Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista


Empresa pública é a entidade com personalidade jurídica de Direito Privado, integrante
da Administração Indireta, instituída pelo Poder Público, mediante autorização legislativa
específica, revestindo-se de qualquer das formas admitidas em Direito e com capital
exclusivamente público, para exploração de atividades econômicas ou execução de serviços
públicos.
Sociedade de Economia Mista é a entidade com personalidade jurídica de Direito Privado,
integrante da Administração Indireta, instituída pelo Poder Público, mediante autorização
legislativa específica, revestindo-se sob a forma de sociedade anônima e com controle
acionário do Poder Público, para exploração de atividades econômicas ou execução de
serviços públicos.
As empresas públicas e as sociedades de economia mista possuem as seguintes características
em comum:
•• Personalidade jurídica de Direito Privado (sem as prerrogativas de Direito Público);
•• Criação por autorização legislativa específica;

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•• Objeto: atividade econômica ou prestação de serviço público;
•• Regime de pessoal: celetista (trabalhista), mas o ingresso depende previamente de
concurso público;
•• Estão sujeitas às regras gerais de licitação (Lei nº 8.666/93), porém poderão ter seu próprio
estatuto, quando seu objeto for atividade econômica (CF, art. 173, § 1º, III);
•• Estão sujeitas a um regime híbrido, ou seja, seguem regras do direito público (concurso
público e licitação, por exemplo) e regras do direito privado (obrigações trabalhistas, por
exemplo).
Já como distinções entre elas, podemos apontar as seguintes:

Sociedade de
Distinções Empresa Pública
Economia Mista
Somente S/A
Forma Societária Qualquer forma (inclusive S/A)
(Sociedade Anônima)
Composição do Capital Majoritariamente Público Exclusivamente Público
Justiça Federal (União) ou
Foro Processual* Justiça Estadual (U/E/DF/M)
Justiça Estadual (E/DF/M)
Banco do Brasil, Petrobras,
Correios, Caixa Econômica
Exemplos Instituto de Resseguros do
Federal (CEF), dentre outras
Brasil (IRB), dentre outros
* No caso de causas trabalhistas, o foro é o mesmo – Justiça do Trabalho

IMUNIDADE TRIBUTÁRIA
A Constituição Federal, em seu art. 150, VI, "a", veda a cobrança de impostos sobre
patrimônio, renda ou serviços entre os entes da federação (União, Estados, Distrito
Federal e Muinicípios). Essa vedação é chamada de imunidade recíproca.
Assim, não pode o Município cobrar IPTU de um prédio público estadual e nem o Estado
cobrar IPVA dos veículos da Prefeitura. O fundamento de tal imunidade é preservar os
entes políticos de qualquer pressão indireta que um ente possa exercer sobre o outro.
Nos termos do § 2º do art. 150 da CF/88, as autarquias e fundações mantidas pelo
Poder Público também gozam da imunidade tributária recíproca, no que se refere ao
patrimônio, à renda e aos serviços, vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas
decorrentes.
Muito embora não haja previsão expressa da imunidade recíproca para empresas
públicas e sociedades de economia mista, a jurisprudência tem estendido tal benefício
também às empresas públicas e às sociedades de economia mista, desde que
prestadoras de serviço público.

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Logo, se a empresa pública ou sociedade de economia mista explorar atividade


econômica, não irá gozar do benefício porque a ela deve ser aplicado o mesmo regime
jurídico da iniciativa privada (art. 173, § 1º, II, da CF/88).
O exemplo mais comum de empresa pública que goza de imunidade recíproca é
a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT. Isso porque os Correios são
entendidos como uma empresa prestadora de serviço público obrigatório e exclusivo
do Estado e não como exploradora de atividade econômica, embora também ofereçam
serviços dessa natureza.

2.3 Conceitos Relevantes

2.3.1 AGÊNCIAS EXECUTIVAS:


Agência Executiva é uma qualificação concedida pelo Poder Executivo à autarquia ou fundação
pública que assinar contrato de gestão com o respectivo Ministério supervisor. Por meio de
tal contrato, serão estabelecidas determinadas metas e objetivos a serem cumpridos. Sendo
assim, percebemos que as agências executivas não representam uma nova forma na estrutura
da Administração Pública Brasileira.
A qualificação de Agência Executiva pode ser concedida (ato discricionário) pelo Poder Público,
desde que os requisitos estabelecidos no art. 51, da Lei nº 9.649/98 sejam preenchidos. Tal
contrato de gestão possui base no próprio Texto Constitucional, art 37, § 8º, visando uma maior
autonomia gerencial, orçamentária e financeira da entidade assim qualificada.
O principal é sabermos que as Agências Executivas são entidades integrantes da estrutura
da Administração Pública Indireta, visto que apenas representam autarquias ou fundações
públicas com privilégios maiores.

2.3.2 AGÊNCIAS REGULADORAS:


No início da década de 1990, iniciou-se um processo denominado "Reforma do Estado", que
tinha como objetivo principal a redução da máquina administrativa (formação de um "Estado
Mínimo"), pois entendia-se que o Estado desempenhava várias funções que não precisavam
ser por ele desempenhadas.
A intenção de tal movimento era aumentar a eficiência nas áreas em que se considerava
imprescindível a atuação do Estado. Tanto que tal reforma culminou com a Emenda
Constitucional 19, de 1998, conhecida como "Primeira Reforma Administrativa", que inseriu a
eficiência no rol dos princípios básicos que integram toda atividade administrativa.
Entre essas atividades que só poderiam ser desenvolvidas pelo Estado, destaca-se a regulação
das atividades consideradas típicas do Estado. Assim, surgiram as agências reguladoras, que
vieram suprir tal necessidade.

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No Direito Administrativo brasileiro, as agências reguladoras não representaram uma nova
figura jurídica na estrutura da Administração Pública, pois as leis que vêm instituindo essas
entidades têm-lhes conferido a forma de autarquias em regime especial.
As agências reguladoras são integrantes da Administração Indireta, visto que são autarquias
com grande grau de especialização e autonomia.
A expressão "agência reguladora" não encontra base constitucional. No Texto Constitucional,
só encontraremos as expressões "órgão regulador". Assim teremos:

CF, art. 21, XI – explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou


permissão, os serviços de telecomunicações, nos termos da lei, que disporá sobre
a organização dos serviços, a criação de um órgão regulador e outros aspectos
institucionais
CF, art. 177, § 2º – A lei a que se refere o § 1º disporá sobre:
I – a garantia do fornecimento dos derivados de petróleo em todo o território
nacional;
II – as condições de contratação;
III – a estrutura e atribuições do órgão regulador do monopólio da União;

Consequentemente, as leis que criaram tais "órgãos" reguladores previstos no texto constitu-
cional foram: a Lei nº 9.472/97 (Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL) e a Lei nº
9.478/97 (Agência Nacional de Petróleo – ANP).

Ambas as agências foram criadas, pelas respectivas leis, sob a forma jurídica de "autarquia de
regime especial", sendo a ANATEL vinculada ao Ministério das Comunicações e a ANP vinculada
ao Ministério de Minas e Energia.
Quanto à natureza jurídica das agências reguladoras, cabe ressaltar que não há obrigatoriedade
delas serem instituídas na forma de autarquia. Elas poderiam ser, simplesmente, órgãos (logo,
despersonalizados) especializados, integrantes da Administração Direta.
Na verdade, o legislador procurou dar um maior grau de independência perante o Poder
Executivo, atribuindo às agências reguladoras a forma de autarquias.
Também é importante ressaltar que, pelo fato de as agências reguladoras exercerem atividades
típicas do Estado, para o Supremo Tribunal Federal, elas só poderiam ser pessoas jurídicas de
direito público, caso contrário, a lei instituidora estaria fadada à inconstitucionalidade.

2.3.3 TERCEIRO SETOR: ENTIDADES PARAESTATAIS

PARAESTATAL OU PARESTATAL – "PARALELO AO ESTADO; AO LADO DO ESTADO"

Tradicionalmente, Hely Lopes Meireles incluía as empresas públicas e as sociedades de


economia mista em tal conceito, o qual, modernamente, não é mais aceito, visto que as

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referidas entidades integram a Administração Indireta. Sendo assim, não estão "ao lado do
Estado", e sim integrando o próprio Estado.
Entidades paraestatais são entes de cooperação com o Poder Público. São as pessoas privadas
que, agindo ao lado do Estado, colaboram com este, no desempenho de atividade de interesse
público, não lucrativa, recebendo, por isso, especial proteção estatal, tais como incentivos
fiscais e outros benefícios.
Assim, são características comuns ao conceito de entidades paraestatais:
•• NÃO INTEGRAM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA;
•• Pessoas Jurídicas de Direito Privado;
•• Atividade de interesse público, sem fins lucrativos.
São quatro as entidades que integram tal conceito:
a) Serviços sociais autônomos;
b) Organizações sociais;
c) Organizações da sociedade civil de interesse público (OSCIP);
d) Entidades de Apoio.

3. Agentes Públicos
É todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer forma de investidura ou vínculo, mandato,
cargo, emprego ou função pública. Tal definição tem origem na Lei nº 8.429/92 (Lei de
Improbidade Administrativa), em seu art. 2º.
De forma sucinta, percebemos que agente público é toda pessoa física que presta serviços ao
Estado.
Percebemos que a expressão agente público agrega vários segmentos do serviço público, sendo
bem mais ampla que a definição de servidor público, normalmente, adotada pelos Estatutos,
que o define como a pessoa legalmente investida em cargo público.
A grande diferença entre as duas nomenclaturas utilizadas no Direito Administrativo Brasileiro
é que servidor público é aquele que ocupa cargo público, já a definição de agente público
engloba aquele que ocupa cargo, emprego, função ou mandato.
Na verdade, o servidor público, como veremos adiante, integra uma das categorias dos agentes
públicos.

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3.1 Espécies e Classificação
Existem várias formas de classificação dos agentes públicos, porém, a mais utilizada para fins
de prova é a adotada por Hely Lopes Meirelles, que utilizaremos a seguir:
a) Agentes Políticos;
b) Agentes Administrativos;
c) Agentes Honoríficos;
d) Agentes Delegados;
e) Agentes Credenciados.

CUIDADO!
A Professora Maria Sylvia Di Pietro utiliza a seguinte classificação:
a) Agentes Políticos;
b) Servidores Públicos;
c) Militares (A Emenda Constitucional 18/98 aboliu a nomenclatura servidor público
militar);
d) Particulares em colaboração com o Poder Público.

a) Agentes Políticos
São aqueles componentes do alto escalão do Governo, que possuem competência emanada
diretamente pela Constituição Federal, exercendo funções governamentais, judiciais e quase-
judiciais, elaborando normas legais, conduzindo os negócios públicos, decidindo e atuando
com independência nos assuntos de sua competência
Não se submetem aos regimes jurídicos próprios dos servidores públicos em geral, pois
possuem regras próprias, devido à importância de suas funções. Normalmente, seus cargos são
providos mediante eleição, nomeação ou designação.
Segundo Hely Lopes Meirelles, são agentes políticos:
•• Membros do Poder Executivo – o Chefe do Poder Executivo (Presidente da República,
Governador e Prefeito) e seus auxiliares imediatos (Ministros de Estado e Secretários
Estaduais e Municipais);
•• Membros do Poder Legislativo – Senadores, Deputados (Federais, Estaduais e Distritais) e
Vereadores;
•• Membros do Poder Judiciário – Magistrados, em geral;
•• Membros do Ministério Público (Procuradores e Promotores) e Membros dos Tribunais de
Contas (Ministros e Conselheiros);
•• Representantes diplomáticos (diplomatas);

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•• Demais autoridades que atuem com independência funcional no desempenho das


atribuições governamentais, judiciais ou quase judiciais, atuando ao quadro do
funcionalismo estatutário.
Já Celso Antônio Bandeira de Mello, seguido por Maria Sylvia Di Pietro, entende que "são os
titulares dos cargos estruturais à organização política do País, isto é, são os ocupantes dos cargos
que compõem o arcabouço constitucional do Estado e, portanto, o esquema fundamental do
poder. Sua função é a de formadores da vontade superior do Estado.
Para eles, os agentes políticos seriam, apenas, os Chefes do Poder Executivo, nas diversas
esferas, seus auxiliares imediatos, os Senadores e os Deputados.
Segundo Maria Sylvia Di Pietro, "É necessário reconhecer, contudo, que atualmente há uma
grande tendência a considerar os membros da Magistratura e do Ministério Público como
agentes políticos.
Nesse sentido, o STF referiu-se aos magistrados como "agentes políticos, investidos para
o exercício de atribuições constitucionais, sendo dotados de plena liberdade funcional no
desempenho de suas funções, com prerrogativas próprias e legislação específica".
Por fim, é importante ressaltar que por ser o Tribunal de Contas um órgão auxiliar do Poder
Legislativo. O STF entendeu que os Conselheiros das Cortes de Contas não são agentes políticos,
mas sim agentes administrativos.

b) Agentes Administrativos
São aqueles que possuem uma relação funcional com a Administração Pública. Regra geral,
sujeitam-se à hierarquia administrativa e à regime jurídico próprio.
São os servidores públicos, os empregados públicos, os contratados temporariamente, os
ocupantes de cargo em comissão, etc.
Como regime jurídico devemos entender o conjunto de regras que estabelecem a relação
existente entre a Administração Pública e seus agentes públicos. De modo sucinto, podemos
concluir que tal expressão abrange o conjunto de direitos e deveres existente em tal vínculo
funcional.
Assim, os servidores públicos federais possuem como regime jurídico próprio a Lei nº 8.112/90,
que representa o Estatuto do Servidor Público Federal, que contém seus direitos e deveres.
c) Agentes Honoríficos
Não possuem qualquer vínculo funcional com o Estado. Possuem, geralmente uma função
gratuita e temporária, mas respondem penalmente pelo exercício arbitrário delas. Segundo a
doutrina, decorrem do dever cívico, da honrabilidade de exercer essas atribuições.
Assim temos: mesários do TRE, jurados do Tribunal de Júri, etc.

d) Agentes Delegados
São os particulares contratados pela Administração, que agem em nome próprio, executando
as atribuições para as quais foram contratados. Dividem-se, basicamente, em: concessionários,
permissionários e autorizatários de serviços públicos.

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e) Agentes Credenciados
Segundo Hely Lopes Meirelles: "são os que recebem a incumbência da Administração
para representa-la em determinado ato ou praticar certa atividade específica, mediante
remuneração do Poder Público credenciante".
Como exemplo de agentes credenciados, podemos citar as clínicas especializadas credenciadas
pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e as clínicas especializadas credenciadas pelo DETRAN.

SERVIDOR PÚBLICO
Em sentido amplo, Maria Sylvia Di Pietro afirma serem servidores públicos as pessoas
físicas que prestam serviço ao Estado e às entidades da Administração Indireta, com
vínculo empregatício (seja estatutário, celetista ou especial) e mediante remuneração
paga pelos cofres públicos.
Os Estatutos definem servidor público em sentido estrito, como sendo a pessoa
legalmente investida em cargo público. Essa definição seria a de servidor público, em
sentido estrito, englobando as pessoas físicas ocupantes de cargo público, efetivo ou
em comissão, sujeitas a um regime jurídico estatutário ou legal.
Assim, em sentido amplo, até os empregados públicos celetistas e os contratados
temporariamente, para atender necessidade excepcional de interesse público, podem
ser chamados de servidores públicos.
Também cabe ressaltar que a Emenda Constitucional 18/98 aboliu a nomenclatura
servidor público militar. Hoje, fala-se em militares que abrangem as pessoas físicas
que prestam serviços às Forças Armadas, às Polícias Militares e Corpos de Bombeiros
Militares dos Estados e Distrito Federal.
De qualquer forma, as definições de servidor público (em sentido amplo ou em sentido
estrito) são menos abrangentes que a definição de agente público trazida pela Lei nº
8.429/92 (Lei de Improbidade Administrativa), em seu artigo 2º.
A grande diferença entre as duas nomenclaturas utilizadas no Direito Administrativo
Brasileiro é que servidor público é aquele que ocupa cargo público, já a definição de
agente público engloba aquele que ocupa cargo, emprego, função ou mandato. Assim,
como visto anteriormente, os servidores públicos são espécies de agentes públicos,
classificados como agentes administrativos.
Já a expressão empregado público é utilizada para representar aqueles que possuem
um vínculo funcional com a Administração, estabelecido por meio de um regime jurídico
celetista, enquanto que funcionário público é um termo que atualmente só é utilizado
no Direito Penal, não tendo mais relevância ao estudo do Direito Administrativo.
Funcionário público, para o Direito Penal, é todo aquele que, embora transitoriamente
ou sem remuneração, pratica crime contra a Administração Pública, no exercício de
cargo, emprego ou função. Os conceitos de agente público e funcionário público são
bem amplos e equivalentes.

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Questões

QUESTÕES FCC e) incorreta, pois trata-se de órgão autô-


nomo e sujeito à subordinação hierár-
quica e funcional.
1. (FCC – TRT-16 – Técnico Judiciário – 2014)
3. (FCC – TRT-RR – Analista Judiciário – 2015)
Luísa, candidata a uma vaga de concurso
Os órgãos públicos consultivos
público, em seu exame oral, foi questionada
pelos examinadores acerca da classificação a) são exemplos típicos de órgãos onde se
dos órgãos públicos, especificamente quan- exclui totalmente a interferência de ór-
to à posição estatal, devendo exemplificar gãos superiores.
os órgãos públicos superiores. Luísa forne- b) estão excluídos da hierarquia adminis-
ceu cinco exemplos de órgãos públicos su- trativa para fins disciplinares.
periores, equivocando-se acerca de um de- c) admitem a avocação de atribuições, po-
les, qual seja, rém não a delegação de atribuições.
d) admitem a delegação de atribuições,
a) Divisões.
porém não a avocação de atribuições.
b) Departamentos.
e) fogem à relação hierárquica no que diz
c) Ministérios.
respeito ao exercício de suas funções.
d) Coordenadorias.
e) Gabinetes.
4. (FCC – Procurador de Goiás – 2014) Obser-
ve as seguintes características, no tocante a
2. (FCC – TRT-16 – Analista Administrativo –
determinadas entidades da Administração
2014) Considere a seguinte assertiva:
Indireta:
A Câmara dos Deputados classifica-se,
I. sua criação deve ser autorizada por lei es-
quanto à posição estatal, como órgão in-
pecífica.
dependente. Isto porque, dentre outras
características, não possui qualquer subor- II. a contratação de seus servidores deve
dinação hierárquica ou funcional, estando ser feita por concurso público, porém, eles
sujeita apenas a controle constitucional. não titularizam cargo público e tampouco
fazem jus à estabilidade prevista no art. 41
A assertiva em questão está:
da Constituição Federal de 1988.
a) correta, pois trata-se de órgão indepen-
III. seus servidores estão sujeitos à proibi-
dente e autônomo, expressões sinôni-
ção de acumulação de cargos, empregos e
mas quanto à classificação dos órgãos
funções públicas, com as exceções admiti-
públicos.
das pela Constituição; porém, nem sempre
b) incorreta, pois não se trata de órgão in-
é aplicável a essas entidades a regra do teto
dependente e sim autônomo.
remuneratório.
c) correta, pois trata-se de órgão indepen-
dente, estando a fundamentação tam- Estamos nos referindo às
bém correta.
d) incorreta, pois embora seja órgão inde- a) empresas públicas e às sociedades de
pendente, ele está sujeito à subordina- economia mista.
ção hierárquica e funcional.

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b) autarquias e às sociedades de econo- b) tem a criação autorizada por lei especí-
mia mista. fica, o respectivo ato constitutivo arqui-
c) fundações governamentais e às empre- vado no registro próprio e personalida-
sas públicas. de de direito privado.
d) sociedades de economia mista e aos c) detém personalidade de direito priva-
consórcios públicos. do, cuja criação é por lei autorizada, sob
e) agências e às empresas públicas. forma de sociedade limita da, para ex-
ploração de atividade econômica.
5. (FCC – TCE-PI – Assessor Jurídico – 2014) d) detém personalidade de direito público,
A Administração indireta é composta por cuja criação é por lei autorizada quando
diversos entes, com personalidade jurídi- exploradora de atividade econômica.
ca própria e características próprias. Sobre e) é dotada de personalidade jurídica de
eles, é correto afirmar que direito privado, criada por lei, sob a for-
ma de sociedade anônima.
a) as autarquias tanto desempenham fun-
ções sob regime jurídico de direito pú- 7. (FCC – TRT-16 – Analista Judiciário – 2014)
blico, quanto de direito privado, confor- Facundo, Auditor Fiscal da Receita Federal,
me o que dispuser a lei que instituiu o pretende multar a Fundação “Vida e Paz”,
ente. fundação instituída e mantida pelo Poder
b) o desempenho de funções próprias do Público, haja vista que a mesma jamais pa-
Estado, que não se amoldam à realiza- gou imposto sobre seu patrimônio, renda e
ção sob regime de direito privado, é tí- serviços. Nesse caso,
pico das autarquias.
c) o desempenho de funções próprias do a) Facundo apenas pode cobrar tributo
Estado, que não se amoldam à realiza- pelos serviços exercidos pela fundação,
ção sob regime de direito privado, é tí- mas não sobre a renda e o patrimônio,
pico das fundações. os quais detém imunidade tributária.
d) as empresas estatais são dotadas de au- b) correta a postura de Facundo, vez que a
tonomia ou autoadministração, quali- citada fundação não detém imunidade
dades que não podem ser atribuídas às tributária.
autarquias em razão do regime jurídico c) correta a postura de Facundo, pois ape-
de direito público a que estão submeti- nas as autarquias possuem imunidade
das. tributária.
e) as empresas estatais, quando criadas d) incorreta a postura de Facundo, vez que
por lei, podem exercer funções típicas a fundação possui imunidade tributária
de Estado, por delegação, submetendo- relativa aos impostos sobre seu patri-
-se a regime jurídico de direito público. mônio, renda e serviços, vinculados a
suas finalidades essenciais ou as delas
6. (FCC – TCE-PI – Auditor – 2014) Com objeti- decorrentes.
vo de implementar políticas públicas e de- e) Facundo apenas pode cobrar tributo so-
senvolver ações governamentais, os entes bre a renda da fundação, mas não sobre
federados podem optar por criar entidades seus serviços e patrimônio, os quais de-
com personalidades jurídicas próprias e de- tém imunidade tributária.
les distintas. É exemplo das referidas enti-
dades a sociedade de economia mista que
a) detém personalidade de direito privado
e é criada por lei sob a forma de socie-
dade anônima.

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8. (FCC – TCE-RS – Arquiteto – 2014) A Admi- 10. (FCC – SEFAZ-PI – Auditor – 2015) As au-
nistração indireta pode ser estruturada por tarquias foram instituídas no contexto de
meio da descentralização das atividades estatais,
possuindo fundamental relevância no de-
a) instituição de pessoas jurídicas de diver- sempenho das competências constitu-
sas naturezas, que não guardam vínculo cionais atribuídas às pessoas políticas. O
hierárquico com a Administraçao direta. desempenho das atividades atribuídas às
b) instituição de pessoas jurídicas com per- autarquias
sonalidade jurídica própria, vinculadas
hierarquicamente à Administração cen- a) não pode contemplar a delegação da
tralizada. titularidade de serviços públicos, so-
c) instituição de pessoas jurídicas com per- mente sua execução, eis que essas ati-
sonalidade jurídica própria, todas cria- vidades são privativas e exclusivas das
das por meio de lei. pessoas políticas indicadas nas normas
d) criação de órgãos integrantes de sua es- constitucionais.
trutura, vinculadas hierarquicamente à b) pode contemplar a execução de servi-
Administração centralizada. ços públicos e ser prestada por empre-
e) criação de órgãos distintos da Adminis- gados submetidos ao regime jurídico
tração direta, vinculados hierarquica- trabalhista, não obstante sofram infle-
mente à Administração central. xões do regime público, como no caso
da investidura.
9. (FCC – SEFAZ-PI – Auditor – 2015) Considere c) pode ser feito por servidores denomina-
as seguintes afirmações sobre Administra- dos empregados públicos quando aque-
ção Direta e Indireta: las atividades forem típicas da presta-
ção por empresas estatais, tendo em
I. Autarquias são pessoas jurídicas de direito vista que nesse caso o ente passa a se
público, que desempenham serviço público submeter ao regime jurídico privado.
descentralizado, com capacidade de auto- d) permite a contratação de servidores
-administração. estatutários, empregados públicos e de
II. Sociedades de economia mista subme- comissionados, aos quais não se aplica a
tem-se ao regime jurídico de direito público vedação ao nepotismo, restrito à Admi-
e têm por objeto, exclusivamente, o exercí- nistração direta.
cio de atividade econômica em regime de e) exige que o regime a que se sujeitam
competição no mercado. seus servidores seja o mesmo previsto
para a Administração direta, não sendo
III. Empresas públicas são pessoas jurídicas possível a submissão a regime jurídico
de direito privado que podem desempenhar trabalhista, em razão de se consubstan-
apenas serviços públicos ou atividade eco- ciarem em longa manus do Poder Públi-
nômica em regime de monopólio. co.
Está correto o que se afirma APENAS em
11. (FCC – TJGO – Juiz – 2015) A denominada
a) I e III Administração pública indireta compreen-
b) II e III de, entre outras entidades,
c) III
d) II a) empresas públicas, sendo a elas equipa-
e) I radas as fundações instituídas ou manti-
das pelo poder público.
b) sociedades de economia mista, que po-
dem ser prestadoras de serviço público

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ou exploradoras de atividade econômi- os entes das diversas pessoas políticas
ca. criadas.
c) organizações sociais que celebrem con- c) descentralização política, na qual se ins-
tratos de gestão com a Administração taura vínculo hierárquico entre os diver-
direta. sos entes e pessoas jurídicas envolvidas,
d) autarquias, sujeitas ao regime jurídico subordinados ao Chefe do Poder Execu-
de direito privado, salvo em matéria de tivo.
pessoal. d) desconcentração política, na qual se ins-
e) concessionárias de serviços públicos, taura vínculo hierárquico entre as diver-
que exercem a descentralização de ser- sas pessoas políticas e jurídicas envolvi-
viços por colaboração. das, não obstante esses entes guardem
algum grau de autonomia.
12. (FCC – TCE-CE – Auditor – 2015) O governa- e) descentralização, por meio da qual há
dor do Estado Y entendeu pela necessidade distribuição de competências entre as
de instituição de uma pessoa jurídica de di- pessoas jurídicas envolvidas, que detêm
reito privado, com capital exclusivamente capacidade de autoadministração e não
público, que realizasse a prestação de ser- se subordinam por vínculo hierárquico
viços, nos moldes da iniciativa privada, de com o Chefe do Executivo.
interesse da coletividade local, cuja autori-
zação para sua criação se realizasse por lei 14. (FCC – TRT-18ª Região – Analista Judiciário –
específica. Tais características são próprias 2013) As autarquias integram a Administra-
das ção indireta. São pessoas
a) empresas públicas. a) políticas, com personalidade jurídica
b) sociedades de economia mista. própria e têm poder de criar suas pró-
c) autarquias. prias normas.
d) organizações sociais. b) jurídicas de direito público, cuja criação
e) fundações públicas. e indicação dos fins e atividades é auto-
rizada por lei, autônomas e não sujeitas
13. (FCC – TRT-2 – Técnico Judiciário – 2014) A à tutela da Administração direta.
Administração pública de determinada es- c) jurídicas de direito semipúblico, porque
fera promoveu planejamento e reestrutu- sujeitas ao regime jurídico de direito pú-
ração de sua organização, cujo resultado re- blico, excepcionada a aplicação da lei de
comendou a criação de uma autarquia para licitações.
desempenho de serviço público, uma em- d) políticas, com personalidade jurídica
presa estatal para desempenho de atividade própria, criadas por lei, com autonomia
econômica e uma fundação para atrelar re- e capacidade de autoadministração,
cursos e patrimônios fundiários necessários não sujeitas, portanto, ao poder de tu-
para ditar a política agrária. O movimento tela da Administração.
levado a efeito pelo ente federado demons- e) jurídicas de direito público, criadas por
tra que a organização administrativa seguiu lei, com capacidade de autoadministra-
o modelo de ção, mas sujeitas ao poder de tutela do
ente que as criou.
a) desconcentração, utilizando pessoas
jurídicas distintas para distribuição de
competências.
b) descentralização administrativa verti-
cal, na qual se instaura hierarquia entre

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15. (FCC – MPE-AM – Agente Técnico Jurídico – d) Não se confunde com a pessoa física, o
2013) Considere as seguintes afirmações a agente público, porque congrega fun-
respeito da organização administrativa: ções que este vai exercer.
e) Confunde-se com a pessoa jurídica, sen-
I. Autarquias são pessoas jurídicas de direi- do uma de suas partes integrantes.
to público, criadas por lei específica, sujeitas
ao controle finalístico do ente instituidor. 18. (FCC – Fiscal ICMS-SP – 2013) O Estado pre-
II. Entidades paraestatais são pessoas jurídi- tende descentralizar a execução de ativida-
cas de direito privado que, por lei, são au- de atualmente desempenhada no âmbito da
torizadas a prestar serviços ou realizar ativi- Administração direta, consistente nos servi-
dades de interesse coletivo ou público não ços de ampliação e manutenção de hidrovia
exclusivos do Estado. estadual, em face da especialidade de tais
serviços. Estudos realizados indicaram que
III. Empresas públicas são pessoas jurídicas será possível a cobrança de outorga pela
de direito privado, criadas por lei, exclusiva- concessão, a particulares, do uso de portos
mente para a prestação de serviço público fluviais que serão instalados na referida hi-
de natureza econômica. drovia, recursos esses que serão destinados
Está correto o que se afirma APENAS em a garantir a autossuficiência financeira da
entidade a ser criada. Considerando os ob-
a) I e II. jetivos almejados, poderá ser instituída:
b) I.
c) I e III. a) autarquia, caracterizada como pessoa
d) III. jurídica de direito privado dotada do
e) II e III. poder de autoadministração, nos limites
previstos na lei instituidora.
16. (FCC – PGE-CE – Técnico Ministerial – 2013) b) agência reguladora, sob a forma de au-
NÃO constitui característica da empresa pú- tarquia de regime especial, cuja criação
blica: deve ser autorizada por lei, dotada de
autonomia orçamentária e financeira.
a) extinção autorizada por lei. c) agência executiva, sob a forma de em-
b) vinculação aos fins definidos na lei insti- presa ou de autarquia que celebre con-
tuidora. trato de gestão com a Administração di-
c) sujeição ao controle estatal. reta para ampliação de sua autonomia.
d) personalidade jurídica de direito públi- d) sociedade de economia mista, caracte-
co. rizada como pessoa jurídica de direito
e) criação autorizada por lei. privado, submetida aos princípios apli-
cáveis à Administração pública, e cuja
17. (FCC – PGE-CE – Técnico Ministerial – 2013) criação é autorizada por lei.
No que diz respeito ao órgão público, está e) empresa pública, caracterizada como
correto o que se afirma em: pessoa jurídica de direito privado, cria-
da por lei específica e com patrimônio
a) É unidade de atuação integrante da es- afetado à finalidade para a qual foi insti-
trutura da Administração direta, ape- tuída.
nas.
b) Tem personalidade jurídica própria. 19. (FCC – ALEPB – Consultor Legislativo – 2013)
c) É unidade de atuação integrante da es- Os órgãos públicos, quanto à posição esta-
trutura da Administração indireta, ape- tal, classificam-se em independentes, au-
nas. tônomos, superiores e subalternos. Desta
feita, as Secretarias de Estado e as Casas Le-

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gislativas são classificadas, respectivamen- 22. (FCC – TST – Analista Judiciário – 2012) Uma
te, em órgãos públicos: pessoa jurídica que se enquadre no conceito
de autarquia
a) superiores e superiores.
b) independentes e autônomos. a) subordina-se hierarquicamente a algum
c) independentes e superiores. Ministério, ou órgão equivalente no pla-
d) superiores e autônomos. no dos demais entes federativos.
e) autônomos e independentes. b) não integra a Administração Indireta.
c) é essencialmente considerada um servi-
20. (FCC – TRT-18ª Região – Oficial de Justiça ço autônomo.
Avaliador – 2013) Com relação à composi- d) deve necessariamente possuir um regi-
ção do capital das empresas estatais, que in- me jurídico especial.
tegram a administração indireta, considere: e) terá garantia de estabilidade de seus di-
rigentes.
I. A sociedade de economia mista é compos-
ta por capital público, enquanto a empresa 23. (FCC – TST – Técnico Judiciário – 2012) Com-
pública admite capital privado, desde que põe a Administração pública direta da União
não implique controle acionário.
II. A sociedade de economia mista é com- a) a Empresa Brasileira de Correios e Telé-
posta por capital público e privado, deven- grafos.
do o poder público participar da gestão da b) o Departamento de Polícia Federal.
mesma, observando-se a condição de acio- c) o Banco Central do Brasil.
nista majoritário. d) a Agência Nacional de Aviação Civil.
e) a Caixa Econômica Federal.
III. Na empresa pública o capital votante é
público, admitindo-se no capital a partici- 24. (FCC – TRT-4ª – Juiz do Trabalho Substituto
pação de outras pessoas de direito público – 2012) De acordo com a Constituição Fede-
interno. ral, a criação de empresa pública ou socie-
Está correto o que se afirma em dade de economia mista

a) I e III , apenas. a) é feita por decreto governamental, sal-


b) I e II , apenas. vo no caso de ser cometida à empresa
c) II e III , apenas. o exercício de atividade em regime de
d) I , II e III . monopólio, hipótese em que a criação
e) II , apenas. depende de lei específica.
b) depende de autorização legislativa para
21. (FCC – TRT-3 – Técnico Judiciário – 2014) aquelas que atuem no domínio econô-
O Estado de Minas Gerais, assim como os mico e de decreto governamental para
demais Estados- Membros e também os as prestadoras de serviço público.
Municípios, detêm competência legislativa c) depende de autorização legislativa, as-
própria que não decorre da União Federal, sim como a criação de suas subsidiárias
nem a ela se subordina, mas encontra seu ou a participação em empresa privada.
fundamento na própria Constituição Fede- d) prescinde de autorização legislativa, a
ral. Trata-se da denominada qual é exigida na hipótese de alienação
do controle acionário ou participação
a) descentralização funcional. em empresa privada.
b) descentralização administrativa. e) é feita por decreto governamental, no
c) desconcentração. caso de empresas prestadoras de servi-
d) descentralização política. ço público de titularidade do ente insti-
e) descentralização por colaboração.

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tuidor, dependendo de lei autorizativa feita para ente integrante da Adminis-


nas demais hipóteses. tração Indireta.
d) irregular, na medida em que a gestão de
25. (FCC – ARCE – Advogado – 2012) As agências recursos previdenciários dos servidores
reguladoras, enquanto entidades integran- não poderia ser delegada a outro ente,
tes da Administração indireta, são constituí- ainda que integrante da Administração
das na forma de Indireta.
e) irregular, na medida em que a autarquia
a) fundação de direito privado. somente poderia ter sido criada por lei.
b) autarquia de regime especial.
c) autarquia fundacional de direito priva- 28. (FCC – Fiscal ISS-SP – 2012) A criação, pelo
do. Município, de uma autarquia para desem-
d) ente paraestatal. penhar atividade especializada, consistente
e) sociedade de economia mista. na gestão do regime previdenciário do servi-
dor público, constitui exemplo de
26. (FCC – TRT-11ª Região – Analista Judiciário
– 2012) Existem vários critérios de classifi- a) descentralização administrativa, tam-
cação dos órgãos públicos, tais como, os cri- bém denominada por serviços, funcio-
térios de “esfera de ação”, “posição estatal”, nal ou técnica, sujeitando-se a autarquia
“estrutura”, dentre outros. No que concerne à tutela do ente instituidor nos limites
ao critério “posição estatal”, as Casas Legis- da lei.
lativas, a Chefia do Executivo e os Tribunais b) descentralização por colaboração, eis
são órgãos públicos que envolve a transferência da titulari-
dade de serviço ou atividade adminis-
a) autônomos. trativa a outro ente, dotado de persona-
b) superiores. lidade jurídica própria.
c) singulares. c) desconcentração, também denominada
d) centrais. delegação, correspondendo à transfe-
e) independentes. rência da execução da atividade ou ser-
viço público, mantendo-se, contudo, a
27. (FCC – Analista – TJ-RJ – Execução De Man- titularidade do ente instituidor.
dados – 2012) Determinado Estado da Fede- d) descentralização política, caso alcance
ração editou decreto alterando a gestão da servidores de outros poderes além do
previdência complementar dos servidores Executivo.
públicos do Estado e transferindo-a para au- e) desconcentração, eis que se trata da
tarquia especial criada no mesmo ato. A me- criação de ente autônomo ao qual é
dida é atribuída a execução de atividade de ti-
a) regular, na medida em que é obrigatório tularidade do ente central.
ao Estado disciplinar a previdência com-
plementar dos servidores públicos não 29. (FCC – ADGJ – Metrô-SP – 2012) É a Entida-
submetidos ao sistema único. de pública, com patrimônio total ou parcial-
b) regular, desde que a nova autarquia mente público, instituída pelo Estado e cuja
passe a gerir os recursos previdenciários função é a realização de determinados fins
dos servidores públicos admitidos após e sua criação deve ser autorizada por lei es-
sua criação. pecífica para a prestação de serviço público,
c) irregular, tendo em vista que a delega- sendo ente autônomo, dotado de persona-
ção operada somente poderia ter sido lidade jurídica que tanto pode ser pública
quanto privada:

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a) Fundação.
b) Autarquia.
c) Empresa pública.
d) Sociedade de economia mista.
e) Ministério.

30. (FCC – ADGJ – Metrô-SP – 2012) Autarquia


criada em regime especial que regula deter-
minados setores, fiscalizando e organizando
a atividade econômica, impondo limitações
administrativas, exercendo todas funções
do Poder Público na concessão, permissão
ou autorização de serviço público ou con-
cessão de bem público ao particular. Trata-
-se de
a) Entidade paraestatal.
b) Agência reguladora.
c) Agência executiva.
d) Organização social.
e) OSCIP – Organização da Sociedade Civil
de Interesse Público.

Gabarito: 1. C 2. C 3. E 4. A 5. B 6. B 7. D 8. A 9. E 10. E 11. B 12. A 13. E 14. E 15. A 16. D 
17. D 18. D 19. E 20. C 21. D 22. C 23. B 24. C 25. B 26. E 27. E 28. A 29. A 30. B

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Questões

QUESTÕES CESPE 6. (CESPE – TRE-GO – Técnico Judiciário –


2015) Na desconcentração, há divisão de
competências dentro da estrutura da enti-
dade pública com atribuição para desempe-
1. (CESPE – MPU – Técnico Administrativo – nhar determinada função.
2015) Autarquia é entidade dotada de per-
sonalidade jurídica própria, com autonomia ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
administrativa e financeira, não sendo pos-
sível que a lei institua mecanismos de con- 7. (CESPE – TRE-GO – Técnico Judiciário –
trole da entidade pelo ente federativo que a 2015) A descentralização é caracterizada
criou. pela distribuição de competência de forma
externa, ou seja, de uma pessoa jurídica
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
para outra criada para esse fim específico, o
que resulta em uma relação hierárquica en-
2. (CESPE – MPU – Técnico Administrativo – tre elas.
2015) O instrumento adequado para a cria-
ção de autarquia é o decreto, pois o ato é de ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
natureza administrativa e de iniciativa priva-
tiva do chefe do Poder Executivo. 8. (CESPE – MPU – Analista Administrativo –
2015) A criação de autarquia é uma forma
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
de descentralização por meio da qual se
transfere determinado serviço público para
3. (CESPE – TRE-GO – Técnico Judiciário – outra pessoa jurídica integrante do apare-
2015) As empresas públicas são pessoas ju- lho estatal.
rídicas de direito público.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
9. (CESPE/TRE-GO/Analista Judiciário/2015)
4. (CESPE – TRE-GO – Técnico Judiciário – Entidades paraestatais são pessoas jurídicas
2015) Com exceção das sociedades de eco- de direito público ou privado que atuam ao
nomia mista, que — devido à participação lado do Estado, executando atividades de
da iniciativa privada em seu capital — se- interesse público, porém não privativos do
guem regras próprias, os órgãos da admi- ente estatal.
nistração indireta estão sujeitos à regra de
licitar. ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
( ) Verdadeiro   ( ) Falso

5. (CESPE – Defensoria Pública-PE – 2015)


Considera-se desconcentração a transferên-
cia, pela administração, da atividade admi-
nistrativa para outra pessoa, física ou jurídi-
ca, integrante do aparelho estatal.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso

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(CESPE – TJDFT – Técnico Judiciário – 2013) A (CESPE – TJ-DFT – Analista Judiciário – 2013) No
respeito da administração direta e indireta e que se refere ao conceito de administração pú-
dos conceitos de centralização e descentraliza- blica e à classificação dos órgãos públicos, jul-
ção, julgue os próximos itens. gue os itens seguintes.

10. Entidades paraestatais, pessoas jurídicas de 15. Os órgãos públicos classificam-se, quanto à
direito privado que integram a administra- estrutura, em órgãos singulares, formados
ção indireta, não podem exercer atividade por um único agente, e coletivos, integra-
de natureza lucrativa. dos por mais de um agente ou órgão.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso ( ) Verdadeiro   ( ) Falso

11. Quando o Estado cria uma entidade e a ela 16. Administração pública em sentido orgânico
transfere, por lei, determinado serviço pú- designa os entes que exercem as funções
blico, ocorre a descentralização por meio de administrativas, compreendendo as pesso-
outorga. as jurídicas, os órgãos e os agentes incumbi-
dos dessas funções.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
12. A criação, por uma universidade federal, de
um departamento específico para cursos de (CESPE – TJDFT – Analista Judiciário – 2013)
pós-graduação é exemplo de descentraliza- Acerca das autarquias, empresas públicas e so-
ção. ciedades de economia mista, julgue os itens a
( ) Verdadeiro   ( ) Falso seguir.

13. (CESPE – TJDFT – Oficial de Justiça – 2013) 17. As sociedades de economia mista podem
Os termos concentração e centralização revestir-se de qualquer das formas em di-
estão relacionados à ideia geral de distri- reito admitidas, a critério do poder público,
buição de atribuições do centro para a peri- que procede à sua criação.
feria, ao passo que desconcentração e des- ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
centralização associam-se à transferência
de tarefas da periferia para o centro. 18. Nos litígios comuns, as causas que digam
( ) Verdadeiro   ( ) Falso respeito às autarquias federais, sejam estas
autoras, rés, assistentes ou oponentes, são
14. (CESPE – TJDFT – Oficial de Justiça – 2013) processadas e julgadas na justiça federal.
Pertence à justiça federal a competência ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
para julgar as causas de interesse das em-
presas públicas, dado o fato de elas presta- 19. Pessoas jurídicas de direito privado inte-
rem serviço público, ainda que detenham grantes da administração indireta, as em-
personalidade jurídica de direito privado. presas públicas são criadas por autorização
( ) Verdadeiro   ( ) Falso legal para que o governo exerça atividades
de caráter econômico ou preste serviços
públicos.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso

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20. (CESPE – Telebras – Assistente Administra- 25. (CESPE – INPI – Direito – 2013) A autarquia,
tivo – 2013) Para a instituição de fundação mesmo sendo integrante da administração
pública, deve ser editada lei complementar pública indireta, tem personalidade jurídica
que autorize o presidente da República a ex- de direito privado e sua criação depende de
pedir decreto para a criação da fundação. lei específica.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso ( ) Verdadeiro   ( ) Falso

(CESPE – PCBA – Delegado – 2013) A respeito de 26. (CESPE – ICMBio – Auxiliar Administrativo –
administração pública, julgue os itens seguintes. 2014) A administração pública direta é com-
posta por entidades autônomas, com natu-
21. Entidades paraestatais são pessoas jurídicas reza de direito público ou privado, como as
privadas que colaboram com o Estado no fundações públicas e também as empresas
desempenho de atividades não lucrativas, públicas.
mas não integram a estrutura da adminis- ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
tração pública.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso 27. (CESPE – ICMBio – Técnico Administrativo –
2014) Existem órgãos da administração dire-
22. A criação de nova secretaria por governador ta atuando na administração federal, esta-
de estado caracteriza exemplo de descen- dual e municipal.
tralização. ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
28. (CESPE- ANTAQ – Técnico Administrativo –
23. (CESPE – INPI – Direito – 2013) As empresas 2014) Os órgãos administrativos são pesso-
públicas são pessoas jurídicas de direito pri- as jurídicas de direito público que compõem
vado, com totalidade de capital público, cuja tanto a administração pública direta quanto
criação depende de autorização legislativa, a indireta.
e sua estruturação jurídica pode se dar em ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
qualquer forma admitida em direito.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso 29. (CESPE – SUFRAMA – Agente Administrati-
vo – 2014) Empresa pública e sociedade de
24. (CESPE – INPI – Direito – 2013) O instituto economia mista são entidades da adminis-
da desconcentração permite que as atri- tração indireta com personalidade jurídica
buições sejam distribuídas entre órgãos de direito privado.
públicos pertencentes a uma única pessoa ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
jurídica com vistas a alcançar uma melhora
na estrutura organizacional. Assim, concen- 30. (CESPE – MDIC – Analista Administrativo –
tração refere-se à administração direta; já 2014) Embora nos municípios haja apenas
desconcentração, à indireta. administração direta, nos estados, em razão
( ) Verdadeiro   ( ) Falso da autonomia dada pela Constituição Fede-
ral de 1988 (CF), pode haver administração
indireta
( ) Verdadeiro   ( ) Falso

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31. (CESPE – ICMBio – Auxiliar Administrativo – 37. (CESPE – TC-CE – Técnico Judiciário – 2014)
2014) O ICMBio, como entidade da adminis- As empresas públicas e as sociedades de
tração pública indireta, é uma autarquia em economia mista são integrantes da admi-
regime especial, vinculado ao Ministério do nistração indireta, independentemente de
Meio Ambiente, sem autonomia administra- prestarem serviço público ou de exercerem
tiva e com dever de subordinação hierárqui- atividade econômica de natureza empresa-
ca aos órgãos da administração pública dire- rial.
ta.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
38. (CESPE – TC-CE – Técnico Judiciário – 2014)
32. (CESPE – CADE – Analista Administrativo – Toda pessoa integrante da administração in-
2014) Para a criação de uma autarquia, é direta está vinculada a determinado órgão
necessária lei que autorize a sua instituição, da administração direta, fato que decorre
seguida do registro do ato constitutivo no do princípio da especificidade.
órgão competente.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
39. (CESPE – TC-CE – Técnico Judiciário – 2014)
33. (CESPE – CADE – Analista Administrativo – Em virtude do princípio da separação dos
2014) As entidades da administração públi- poderes, a administração pública direta é
ca indireta têm capacidade de autoadminis- exercida exclusivamente pelo Poder Execu-
tração, ou seja, podem definir regras para se tivo, o qual é incumbido da atividade admi-
organizarem. nistrativa em geral.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso ( ) Verdadeiro   ( ) Falso

34. (CESPE – PF – Administrativo – 2014) São 40. (CESPE – TC-CE – Técnico Judiciário – 2014)
características das sociedades de economia A criação de empresa pública e de socieda-
mista: criação autorizada por lei; personali- de de economia mista depende de autoriza-
dade jurídica de direito privado; sujeição ao ção legislativa, porém, o mesmo não ocorre
controle estatal; estruturação sob a forma às suas subsidiárias.
de sociedade anônima.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
(CESPE – TJRR – Tecnico Judiciario – 2012) No
35. (CESPE – TC-DF – Técnico – 2014) Em virtude que se refere à classificação e às espécies de
do princípio da reserva legal, a criação dos agentes públicos, julgue os itens seguintes.
entes integrantes da administração indireta
depende de lei específica. 41. Os servidores contratados para atender a
( ) Verdadeiro   ( ) Falso necessidade temporária de excepcional in-
teresse público estão sujeitos ao mesmo re-
36. (CESPE – TC-CE – Técnico Judiciário – 2014) gime jurídico aplicável aos servidores esta-
Trata-se de administração indireta quando tutários.
o Estado, a fim de obter maior celeridade e ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
eficiência, exerce algumas de suas ativida-
des de forma desconcentrada.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso

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TRT-RN – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

42. Os empregados públicos, embora sujeitos à 47. (CESPE – TJ-RO – Oficial de Justica – 2012) De
legislação trabalhista, submetem-se às nor- acordo com a jurisprudência do STF e com a
mas constitucionais referentes a concurso interpretação doutrinária as fundações pú-
público e à acumulação remunerada de car- blicas podem ser criadas com personalidade
gos públicos. jurídica de direito público diretamente por
lei específica.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
(CESPE – TJRR – Analista Processual – 2012) Jul-
gue os itens subsequentes, relativos à adminis- 48. (CESPE – TJ-RO – Oficial de Justica – 2012)
tração pública direta e indireta e às entidades As entidades administrativas possuem auto-
paraestatais. nomia política e administrativa, bem como
capacidade de autoadministração.
43. As denominadas entidades de apoio não ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
têm fins lucrativos e são instituídas por ini-
ciativa do poder público para a prestação, 49. (CESPE – TJ-RO – Oficial de Justica – 2012) A
em caráter privado, de serviços sociais não criação de uma organização social consiste
exclusivos do Estado. em exemplo de desconcentração adminis-
( ) Verdadeiro   ( ) Falso trativa.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
44. Formada mediante a conjugação de capitais
público e privado, a sociedade de economia
mista é organizada sob a forma de socieda- (CESPE – MCTI – Apoio Administrativo – 2012)
de anônima e prescinde da participação do Com relação aos fundamentos de direito admi-
poder público na sua gestão. nistrativo, julgue os itens seguintes.

( ) Verdadeiro   ( ) Falso 50. O Instituto Nacional de Seguridade Social,


órgão da administração descentralizada
45. (CESPE – TJRR – Administrador – 2012) Os indireta, embora possua autonomia admi-
agentes administrativos vinculam-se profis- nistrativa, não tem autonomia política para
sionalmente ao Estado ou às suas entidades criar todas as suas normas.
autárquicas e fundacionais e se sujeitam
à hierarquia funcional e ao regime jurídico ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
único da entidade estatal a que servem.
51. A Fundação Nacional do Índio é órgão da
( ) Verdadeiro   ( ) Falso administração direta que exerce função típi-
ca de Estado.
46 (CESPE – TRE-MT – Analista Administrativo
– 2015) As atividades de polícia administra- ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
tiva, de prestação de serviço público e de
fomento são próprias da administração pú- 52. (CESPE – IBAMA – Analista – 2012) A criação
blica em sentido objetivo. do IBAMA, autarquia a que a União transfe-
riu por lei a competência de atuar na pro-
( ) Verdadeiro   ( ) Falso teção do meio ambiente, é exemplo de des-
centralização por serviço.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso

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(CESPE – DPRF – Agente Administrativo – 2012) 58. O ente federado, ao optar por descentrali-
No que se refere à administração direta e indire- zar determinada atividade administrativa
ta, julgue os itens subsecutivos. mediante a criação de uma nova entidade
pública que integre a administração públi-
53. São exemplos de prerrogativas estatais es- ca indireta, deve conferir a esta autonomia
tendidas às autarquias a imunidade tributá- administrativa, gerencial, orçamentária e fi-
ria recíproca e os privilégios processuais da nanceira, mas não autonomia política.
Fazenda Pública.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
59. Para criar uma empresa pública com o obje-
54. Denominam-se fundações públicas as enti- tivo de descentralizar a execução de um ser-
dades integrantes da administração indireta viço público, o ente federado deve fazê-lo
que não são criadas para a exploração de por meio de delegação mediante contrato
atividade econômica em sentido estrito. administrativo, cabendo à empresa pública
a prestação do serviço por sua conta e risco,
( ) Verdadeiro   ( ) Falso mas sujeitando-se à fiscalização da pessoa
jurídica que o delegou.
55. As autarquias não podem ampliar sua auto-
nomia gerencial, orçamentária e financeira, ( ) Verdadeiro   ( ) Falso
pois isso acarretaria prejuízo do controle fi-
nalístico realizado pela administração públi- 60. As organizações sociais não estão compre-
ca. endidas no rol das entidades que consti-
tuem a administração pública indireta.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
( ) Verdadeiro   ( ) Falso
56. Embora tanto as empresas públicas quanto
as sociedades de economia mista sejam pes-
soas jurídicas de direito privado integrantes
da administração pública indireta, ambos os
tipos de entidades sujeitam-se a controles
administrativos diversos.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso

(CESPE – DPRF – Técnico Superior – 2012) Acer-


ca da estrutura da administração pública, que
abrange as administrações direta e indireta, esta
composta por entidades dotadas de personali-
dade jurídica, julgue os itens subsequentes.

57. Não é considerada integrante da adminis-


tração pública a entidade qualificada com
natureza de pessoa jurídica de direito priva-
do que, embora se constitua como socieda-
de de economia mista, exerça atividade tipi-
camente econômica.
( ) Verdadeiro   ( ) Falso

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TRT-RN – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

Gabarito: 1. F 2. F 3. F 4. F 5. F 6. V 7. F 8. V 9. F 10. F 11. V 12. F 13. F 14. F 15. F 16. V 17. F 
18. V 19. V 20. F 21. V 22. F 23. V 24. F 25. F 26. V 27. V 28. F 29. V 30. F 31. F 32. F 33. V 34. V 
35. F 36. F 37. V 38. F 39. F 40. F 41. F 42. V 43. F 44. F 45. V 46. V 47. V 48. F 49. F 50. V 51. F 
52. V 53. V 54. V 55. F 56. F 57. F 58. V 59. F 60. V

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Direito Administrativo

LICITAÇÃO

1. CONCEITO:

Conforme a lição do professor Hely Lopes Meirelles, licitação é o procedimento administrativo


vinculado por meio do qual os entes da Administração Pública e aqueles por ela controlados se-
lecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelos vários interessados, com um dos seguin-
tes objetivos: ou a celebração do contrato, ou a obtenção do melhor trabalho técnico, artístico
ou científico.
Já nas palavras da professora Maria Sylvia Di Pietro, licitação é o procedimento administrativo
pelo qual um ente público, no exercício da função administrativa, abre, a todos os interessados
que se sujeitem às condições fixadas no instrumento convocatório, a possibilidade de formula-
rem propostas, entre as quais será selecionada e aceita a mais conveniente para a celebração
do contrato.
De forma sucinta, percebemos que licitação é o procedimento administrativo vinculado (todo
previsto em lei) que possui duas finalidades: selecionar a proposta mais vantajosa para a Admi-
nistração Pública e assegurar a observância do princípio da isonomia (ou igualdade).
O estudo das normas básicas sobre licitações e contratos administrativos está concentrado em
duas leis:
•• Lei nº 8.666/93, conhecida como Lei Geral de Licitações e Contratos Administrativos;
•• Lei nº 10520/02, que institui uma nova modalidade licitatória denominada Pregão.

A Lei nº 8.666/93 estabelece um conjunto de normas gerais aplicáveis à União, aos Estados,
ao Distrito Federal e aos Municípios, alcançando não só a Administração Direta, mas também
a Administração Indireta, bem como às demais entidades controladas direta ou indiretamente
pelo Poder Público.
Sendo assim, a referida lei é tida como uma lei federal (competência da União) de caráter na-
cional (aplicável a todos os entes da federação).

2. DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS:

No texto constitucional, o procedimento licitatório está previsto nas seguintes passagens:

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CF, art 22, XXVII. Compete privativamente à União legislar sobre normas gerais de lici-
tação e contratação em todas as modalidades para as administrações públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do Distrito Federal e Municípios,
obedecido o disposto no art 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades de eco-
nomia mista, nos termos do art 173, § 1º, III.

Comentário: A competência privativa da União é relativa às normas gerais de licitação e con-


tratação, aplicáveis à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, não excluindo a
competência suplementar dos Estados e Municípios para adequarem a referida legislação às
suas necessidades.

CF, art 37, XXI. Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública
que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que
estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta,
nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e
econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.

Comentário: A Administração Pública, como regra, está sujeita a procedimento licitatório, antes
da contratação de obras, serviços, compras e alienações. O princípio fundamental da licitação é
a igualdade (ou isonomia), devendo-se assegurá-la não só entre os licitantes, mas também em
relação a todos que tenham interesse de contratar com a Administração Pública.
Cabe ressaltar que tal regra não é absoluta, visto que, nos casos especificados na legislação,
poderá haver contratação direta, pela Administração Pública, não sendo necessária, assim, a
realização de procedimento licitatório prévio (casos de dispensa e inexigibilidade de licitação).

CF, art 173. Ressalvados os casos previstos na Constituição, a exploração direta de


atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos
da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de
economia mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de
produção ou comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre:
III – licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados
os princípios da administração pública;

Comentário: Como visto anteriormente, não só os órgãos e as entidades da Administração Pú-


blica Direta, mas também os da Administração Indireta estão sujeitos a procedimento licitatório.

128 www.acasadoconcurseiro.com.br
TRT-RN – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

Porém, as sociedades de economia mista e as empresas públicas que explorem atividade


econômica poderão ter um estatuto diferenciado, com regras mais flexíveis de licitação e
contratação, visto a celeridade exigida em um mercado de ampla concorrência.
Como tal estatuto ainda não existe, a regra é que todas as empresas públicas e sociedades de
economia mista, independentemente da atividade que exerçam (prestação de serviço público
ou exploração de atividade econômica), estarão sujeitas aos dispositivos da Lei nº 8.666/93.
Por fim, vale ressaltar que há jurisprudência no sentido de que tais estatais não se sujeitam às
regras de licitação para celebração de contratos que tenham objeto relacionado às atividades-
fim de tais entidades.

POLÊMICA! A Lei nº 9478/97 (que institui a ANP), em seu art. 67, dispõe que
“Os contratos celebrados pela PETROBRÁS, para aquisição de bens e serviços, serão
precedidos de procedimento licitatório simplificado, a ser definido em decreto pelo Pre-
sidente da República”,
TCU – entende que tal dispositivo é inconstitucional
STF – concedeu liminar suspendendo tal decisão do TCU

CF, art 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de serviço público

Comentário: O Estado pode prestar serviço público diretamente ou indiretamente, mediante


as delegatárias de serviço público. A Lei nº 8.987/95 regulamenta tal artigo, estabelecendo nor-
mas gerais sobre concessão e permissão de serviço público, aplicáveis à União, aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios.
Existem três formas de delegação de serviço público: concessão, permissão e autorização. Ape-
nas a concessão e a permissão de serviço público necessitam de licitação prévia. A autorização
é a única forma de delegação que prescinde de procedimento licitatório prévio à contratação.
Diferentemente do art. 37, XXI, não consta neste dispositivo nenhuma exceção ao dever de
licitar.

3. PRINCÍPIOS DA LICITAÇÃO:

Nos termos da Lei nº 8.666/93, nos termos do seu art. 3º, a licitação destina-se a garantir a
observância do princípio constitucional da isonomia, a selecionar a proposta mais vantajosa e
a promover o desenvolvimento nacional sustentável (FINALIDADES DA LICITAÇÃO).

www.acasadoconcurseiro.com.br 129
O mesmo artigo estabelece uma lista exemplificativa de princípios aplicáveis ao procedimento
licitatório, que será processado e julgado em estrita conformidade com os seguintes princípios
básicos, além dos que lhes são correlatos:
a) Legalidade;
b) Impessoalidade;
c) Moralidade;
d) Igualdade;
e) Publicidade;
f) Probidade administrativa;
g) Vinculação ao instrumento convocatório;
h) Julgamento objetivo.
A grande maioria desses princípios é aplicável a toda atividade administrativa desempenhada
pelo Estado. Apenas os princípios da vinculação ao instrumento convocatório e do julgamento
objetivo são específicos das licitações.
A seguir, iremos analisar não só os princípios expressos na Lei nº 8.666/93 (art. 3º), mas também
os princípios estabelecidos pela doutrina majoritária.
a) Legalidade
O princípio da legalidade é tido como o princípio basilar do Estado de Direito. A aplicação de
tal princípio à licitação traduz-se no sentido de que o administrador público só poderá expedir
os atos, integrantes do procedimento licitatório, quando fundados na lei ou no instrumento
convocatório da licitação (edital ou carta-convite, conforme o caso), reduzindo, assim, a
margem de discricionariedade do administrador público.
b) Impessoalidade
Também é um princípio básico do Direito Administrativo (CF, art. 37). O administrador público
deve sempre atingir a finalidade de interesse público do procedimento licitatório, não podendo
ajudar ou prejudicar qualquer licitante em prol de seu interesse particular. Está intimamente
ligado ao princípio do julgamento objetivo das propostas, visto que possui a ideia central
de inibir o subjetivismo do administrador na seleção da proposta mais vantajosa para a
Administração Pública.
c) Moralidade
Tal princípio representa mais do que a moralidade vinculada a bons costumes. A conduta do
administrador deve ser inteiramente pautada em bons costumes, em uma conduta justa e éti-
ca. O princípio da moralidade tem proporções jurídicas, ou seja, não basta que a conduta do
administrador seja legal, pois também deverá ser honesta, acima de tudo, tornando-a um dos
pressupostos de validade dos atos da Administração Pública.
O servidor deve decidir não somente entre o legal e o ilegal, mas também deve se preocupar
em ter uma conduta honesta e ética perante os administrados, quando for decidir o melhor
caminho a ser seguido para atingir do fim público.

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TRT-RN – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

d) Igualdade ou isonomia
É o princípio basilar do procedimento licitatório. Deve-se não apenas tratar os licitantes de
maneira igual, mas também dar oportunidade de participar da licitação a quaisquer interessados
que tenham condições de assegurar o futuro cumprimento do contrato a ser celebrado.
Consequentemente, a Lei nº 8.666/93 estabelece que é vedado aos agentes públicos:
I – admitir, prever, incluir ou tolerar, nos atos de convocação, cláusulas ou condições que
comprometam, restrinjam ou frustrem o seu caráter competitivo, inclusive nos casos de
sociedades cooperativas, e estabeleçam preferências ou distinções em razão da naturalidade,
da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra circunstância impertinente ou
irrelevante para o específico objeto do contrato, ressalvado o disposto nos §§ 5º a 12 deste
artigo e no art. 3º da Lei nº 8.248, de 23 de outubro de 1991;
II – estabelecer tratamento diferenciado de natureza comercial, legal, trabalhista, previdenciária
ou qualquer outra, entre empresas brasileiras e estrangeiras, inclusive no que se refere a
moeda, modalidade e local de pagamentos, mesmo quando envolvidos financiamentos de
agências internacionais, ressalvado o disposto no parágrafo seguinte e no art. 3º da Lei nº
8.248, de 23 de outubro de 1991.
Assim, o administrador não poderá diferenciar, favorecer ou discriminar os interessados e os
licitantes em razão de aspectos secundários, irrelevantes à seleção da proposta mais vantajosa
para Administração. Não configura violação ao princípio da igualdade o estabelecimento de
requisitos mínimos que tenham por fim exclusivamente garantir a adequada execução do
contrato.
Nessa linha, sabemos que nem todos são iguais entre si, admitindo-se, portanto, algumas
normas de distinção entre os licitantes. A fase de habilitação, por exemplo, não deixa de ser
mais uma forma de diferenciação entre os licitantes. Na fase de habilitação dos licitantes,
conforme explicita o art. 27 da Lei nº 8.666/93, verifica-se:
a) habilitação jurídica;
b) regularidade fiscal;
c) qualificação técnica;
d) qualificação econômico-financeira;
e) cumprimento do art. 7º., XXXIII, da CF/88 (não empregar menores de 18 anos em atividades
insalubres e perigosas).
Com a introdução da “promoção do desenvolvimento nacional sustentável” como uma das
finalidades do procedimento licitatório (Lei nº 12.349/10), a aplicação de tal princípio sofreu
sensível mitigação, havendo diversas regras de preferência introduzidas em favor de empresas
ligadas aos setores de pesquisa e inovação tecnológicas nacionais, bem como de empresas
produtoras de bens e serviços nacionais. Outrossim, a ideia de sustentabilidade introduziu
outros fatores a serem aferidos pela Administração no momento de julgamento das propostas,
que não sejam somente de ordem econômico-financeira.
Como decorrência da aplicação do princípio da igualdade entre os licitantes, a Lei nº 8.666/93
estabelece alguns parâmetros para resolução de casos de empate entre os licitantes por meio
dos seguintes critérios sequênciais (Art. 3º.):

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I – produzidos no País;
II – produzidos ou prestados por empresas brasileiras;
III – produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de
tecnologia no País; e
IV – produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de reserva de cargos
prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previdência Social e que
atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.

Margem de Preferência:
A margem de preferência prevista na Lei nº 8.666/93 para o julgamento das propostas do
procedimento licitatório representa uma das maiores mitigações ao princípio da isonomia.
O Decreto nº 7.546/11 estabelece que margem de preferência normal é o diferencial de
preços entre os produtos manufaturados nacionais e de serviços nacionais e os produtos
manufaturados estrangeiros e serviços estrangeiros, que permite assegurar preferência pela
contratação de produtos manufaturados nacionais e serviços nacionais.
Essa margem de preferência poderá ser estendida, total ou parcialmente, aos bens e aos
serviços originários dos países participantes do Mercosul. Para os produtos manufaturados e os
serviços nacionais resultantes de desenvolvimento e inovação tecnológica realizados no país,
poderá ser estabelecida uma margem de preferência adicional.
A Lei nº 13.146/2015 acrescentou, no art. 3º da Lei nº 8.666/93, que, nos processos de licitação,
poderá ser estabelecida margem de preferência para:
a) produtos manufaturados e para serviços nacionais que atendam a normas técnicas brasilei-
ras; e
b) bens e serviços produzidos ou prestados por empresas que comprovem cumprimento de
reserva de cargos prevista em lei para pessoa com deficiência ou para reabilitado da Previ-
dência Social e que atendam às regras de acessibilidade previstas na legislação.
O art. 3º, §8º, estabelece que a soma das margens de preferência por produto, serviço, grupo
de produtos ou serviços, não pode ultrapassar o montante de 25% sobre o preço dos produtos
manufaturados estrangeiros ou serviços estrangeiros.
Com isso, em uma licitação cujo critério de julgamento seja o “menor preço”, não necessaria-
mente será sagrada vencedora a proposta de menor preço. Se for fixada a margem de prefe-
rência máxima de 25% na realização de uma licitação e houver uma proposta de fornecimento
de bem de origem estrangeira de R$ 1.000 e outra com bens nacionais de R$ 1.250, a proposta
vencedora seria a do bem com valor de R$ 1.250.

Microempresa e Empresa de Pequeno Porte (Lei Complementar nº 123/06)


O art. 47 do Estatuto Nacional das MEs e EPPs estabelece que, nas contratações públicas da
Administração direta e indireta, autárquica e fundacional, federal, estadual e municipal, deverá
ser concedido tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e as empresas
de pequeno porte, objetivando a promoção do desenvolvimento econômico e social no âmbito
municipal e regional, a ampliação da eficiência das políticas públicas e o incentivo à inovação
tecnológica.

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Assim, o art. 48 da LC nº 123/06 estabelece que a Administração Pública:


I – deverá realizar processo licitatório destinado exclusivamente à participação de microempre-
sas e empresas de pequeno porte nos itens de contratação cujo valor seja de até R$ 80.000,00;
II – poderá, em relação aos processos licitatórios destinados à aquisição de obras e serviços,
exigir dos licitantes a subcontratação de microempresa ou empresa de pequeno porte; (Reda-
ção dada pela Lei Complementar nº 147, de 7 de agosto de 2014)
III – deverá estabelecer, em certames para aquisição de bens de natureza divisível, cota de até
25% do objeto para a contratação de microempresas e empresas de pequeno porte.
Tais benefícios poderão, justificadamente, estabelecer a prioridade de contratação para as mi-
croempresas e empresas de pequeno porte sediadas local ou regionalmente, até o limite de
10% do melhor preço válido.
O art. 44 desse Estatuto ainda estabelece como critério de desempate a preferência de contra-
tação das microempresas e empresas de pequeno porte, porém entende como empate aque-
las situações em que as propostas apresentadas pelas microempresas e empresas de pequeno
porte sejam iguais ou até 10% superiores à proposta mais bem classificada. No caso da modali-
dade pregão, o percentual é 5% superior ao melhor preço.
Assim, no caso de empate (real ou legal), a lei estabelece os seguintes procedimentos:
I – a microempresa ou empresa de pequeno porte mais bem classificada poderá apresentar
proposta de preço inferior àquela considerada vencedora do certame, situação em que será
adjudicado em seu favor o objeto licitado;
II – não ocorrendo a contratação da microempresa ou empresa de pequeno porte, na forma
do inciso I do caput deste artigo, serão convocadas as remanescentes que porventura se
enquadrem no limite de até 10% (ou 5% no caso de pregão), na ordem classificatória, para o
exercício do mesmo direito;
III – no caso de equivalência dos valores apresentados pelas microempresas e empresas de pe-
queno porte que se encontrem nos intervalos estabelecidos nos §§ 1º e 2º do art. 44 desta Lei
Complementar, será realizado sorteio entre elas para que se identifique aquela que primeiro
poderá apresentar melhor oferta.
O art. 49, por sua vez, estabelece que as disposições do art.47 e 48 não serão aplicáveis:
a) os critérios de tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas
de pequeno porte não forem expressamente previstos no instrumento convocatório;
b) não houver um mínimo de 3 (três) fornecedores competitivos enquadrados como micro-
empresas ou empresas de pequeno porte sediados local ou regionalmente e capazes de
cumprir as exigências estabelecidas no instrumento convocatório;
c) o tratamento diferenciado e simplificado para as microempresas e empresas de pequeno
porte não for vantajoso para a administração pública ou representar prejuízo ao conjunto
ou complexo do objeto a ser contratado;
d) a licitação for dispensável ou inexigível, nos termos dos arts. 24 e 25 da Lei nº 8.666, de
21 de junho de 1993, excetuando-se as dispensas por pequeno valor, nas quais a compra
deverá ser feita preferencialmente de microempresas e empresas de pequeno porte.

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e) Publicidade
Os atos do procedimento licitatório são públicos e acessíveis a todos, ressalvado, obviamente,
o sigilo das propostas até a sua abertura. Permite o controle dos atos da Administração Pública
não só pelos seus órgãos, mas também pela sociedade em geral, impondo que os motivos
determinantes das decisões proferidas em qualquer etapa do procedimento sejam declarados.
A própria Lei nº 8.666/93, em seu artigo 41, § 1º dispõe que qualquer cidadão é parte legítima
para impugnar edital de licitação por irregularidade. Além disso, a Lei nº 8.666/93, em seu art.
3º, § 3º, estabelece que a licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os
atos de seu procedimento.
Ressaltamos que a ideia de publicidade é mais ampla do que a de publicação. Pode-se dar
publicidade a um ato administrativo, sem que haja a sua publicação. No caso da modalidade
convite, por exemplo, não há necessidade de publicação da carta-convite em Diário Oficial,
bastando que seja afixada em mural da repartição.
f) Probidade Administrativa
A conduta do administrador público deve ser honesta, pautada na boa conduta e na boa-fé.
Ganhou status constitucional com a atual Constituição de 1988.
De forma sucinta, temos que a improbidade administrativa é o desrespeito ao princípio da
probidade administrativa, que deve reger a conduta do administrador, de modo que ele aja
dentro de uma conduta ética, com honestidade e decência, zelando pelo interesse público.
A palavra improbidade tem sua origem na expressão latina improbitate, e, segundo José Náufel,
“ato de improbidade é todo aquele contrário às normas da moral, à lei e aos bons costumes;
aquele que denota falta de honradez e de retidão no modo de proceder”.
Segundo Marino Pazzaglini Filho, “a improbidade administrativa, sinônimo jurídico de corrupção
e malversação administrativas, exprime o exercício da função pública com desconsideração aos
princípios constitucionais expressos e implícitos que regem a Administração Pública”.
Em outra passagem, conceitua: “Diante do exposto, é possível conceituar improbidade administra-
tiva do agente público: toda conduta ilegal (corrupta, nociva ou inepta) do agente público, dolosa
ou culposa, no exercício (ainda que transitório ou sem remuneração) de função, cargo, mandato ou
empregado público, com ou sem participação (auxílio, favorecimento ou indução) de terceiro, que
ofende os princípios constitucionais (expressos e implícitos) que regem a Administração Pública”.
g) Vinculação ao Instrumento Convocatório:
O instrumento convocatório da licitação, como regra, é o edital. Porém, na modalidade de
licitação convite, utiliza-se a carta-convite. O edital é tido como a lei interna das licitações,
vinculando aos seus termos não só os licitantes, como também a própria Administração Pública
que o expediu. A Administração não pode descumprir as normas e as condições do edital, ao
qual se acha estritamente vinculada.
h) Julgamento Objetivo:
O conceito de julgamento objetivo está relacionado com o critério de julgamento das propostas
da licitação, ou seja, aos tipos de licitação previstos na Lei nº 8.666/93. No julgamento das
propostas, a comissão levará em consideração os critérios objetivos definidos no edital ou
convite, os quais não devem contrariar as normas e os princípios estabelecidos por essa lei.

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O julgamento das propostas será objetivo, devendo a Comissão de Licitação ou o responsável


pelo convite realizá-lo em conformidade com os tipos de licitação, os critérios previamente
estabelecidos no ato convocatório e de acordo com os fatores exclusivamente nele referidos,
de maneira a possibilitar sua aferição pelos licitantes e pelos órgãos de controle. São quatro os
tipos de licitação previstos na Lei nº 8.666/93:
•• Menor preço – quando o critério de seleção da proposta mais vantajosa para a Administra-
ção determinar que será vencedor o licitante que apresentar a proposta de acordo com as
especificações do edital ou convite e ofertar o menor preço;
•• Melhor técnica;
•• Técnica e preço;
•• Maior lance ou oferta – nos casos de alienação de bens ou concessão de direito real de
uso.

A lei proíbe a utilização de outros tipos de licitação, diversos dos nela previstos. No caso de con-
cessões e permissões de serviços públicos, a Lei nº 8.987/95 estabelece critérios próprios de
julgamento das propostas, devido à natureza desses contratos diferenciados.
i) Competitividade:

Por ser a licitação um procedimento de disputa isonômica para selecionar a proposta mais van-
tajosa à Administração Pública, a competitividade decorre da própria lógica de sua estrutura.
Só haverá licitação se houver competição. Caso não haja viabilidade jurídica de competição,
teremos um caso de contratação direta pela Administração (inexigibilidade de licitação).
Nesse sentido, a lei veda a realização de licitação cujo objeto inclua bens e serviços sem simila-
ridade ou de marcas, características e especificações exclusivas, salvo nos casos em que for tec-
nicamente justificável. Por fim, há que se destacar que a inobservância de tal princípio tipifica
crime, de acordo com a Lei nº 8.666/93:

Art. 90. Frustar ou fraudar, mediante ajuste, combinação ou qualquer outro expedien-
te, o caráter competitivo do procedimento licitatório, com o intuito de obter, para si
ou para outrem, vantagem decorrente da adjudicação do objeto da licitação:
Pena – detenção, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos e multa.

j) Formalismo ou Procedimento Formal:

De acordo com o art. 4º, da Lei nº 8.666/93, o procedimento licitatório caracteriza ato
administrativo formal, seja ele praticado por qualquer esfera da Administração Pública. Todo
o procedimento de licitação é detalhado em lei, devendo ser observados os requisitos formais
nela estabelecidos. Como exemplos, podemos citar o dispositivo legal que estabelece que
nenhuma compra será feita sem a indicação dos respectivos recursos orçamentários, o prazo
mínimo entre a publicação do edital e a apresentação das propostas, entre outras formalidades
legais.

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k) Sigilo das propostas:
A licitação não será sigilosa, sendo públicos e acessíveis ao público os atos de seu procedimento
(princípio da publicidade), salvo quanto ao conteúdo das propostas, até a respectiva abertura.
A quebra do sigilo das propostas deixa em condição mais favorável o licitante que dispunha de
informação relativa ao seu conteúdo. Cabe observarmos que o sigilo das propostas é relativo,
tendo em vista que, após a abertura de seus envelopes, não haverá mais o sigilo.
A inobservância de tal princípio tipifica crime, de acordo com a Lei nº 8.666/93:

Art. 94. Devassar o sigilo de proposta apresentada em procedimento licitatório, ou


proporcionar a terceiro o ensejo de devassá-lo:
Pena – detenção, de 2 (dois) a 3 (três) anos e multa.

l) Adjudicação Compulsória:
Adjudicação compulsória pode ser definida como a entrega simbólica do objeto contratual ao
vencedor da licitação. Diz-se ser uma entrega simbólica, pois o vencedor do procedimento lici-
tatório não tem direito adquirido à contratação, mas mera expectativa de direito ao contrato.
A celebração do contrato é ato discricionário, ou seja, a Administração pode resolver não
efetuar a contratação, porém, caso resolva contratar, terá que ser com o vencedor da licitação.
A Administração não poderá atribuir o objeto da licitação a outro que não o vencedor ou a
terceiros estranhos ao procedimento licitatório, sob pena de nulidade.
Tal princípio também veda a abertura de nova licitação enquanto valida a adjudicação anterior.
A Administração deverá convocar o interessado para assinar o termo do contrato respeitando
o prazo e as condições estabelecidas. Esse prazo poderá ser prorrogado uma vez, por igual
período, quando solicitado pela parte e desde que ocorra motivo aceito pela Administração.
Caso o adjudicatório não compareça, seu direito decairá e ficará caracterizado descumprimento
à obrigação assumida, sujeitando-o às penalidades cabíveis.
Quando o convocado não assinar o termo do contrato no prazo e nas condições estabelecidas,
a Administração poderá revogar a licitação ou convocar os licitantes remanescentes, na ordem
de classificação, para fazê-lo em igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro
classificado, inclusive quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório.
Por outro lado, os licitantes não podem ficar vinculados eternamente a suas propostas, por
isso a Lei nº 8.666/93 estabelece uma espécie de “prazo de validade” para as propostas, pois a
não convocação para a contratação, por parte da Administração, decorridos 60 dias da data da
entrega das propostas, libera os licitantes dos compromissos assumidos.

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Lei nº 8.666/93
Art. 64. A Administração convocará regularmente o interessado para assinar o termo
de contrato, aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do prazo e condições
estabelecidos, sob pena de decair o direito à contratação, sem prejuízo das sanções
previstas no art. 81 desta lei.
§ 1º O prazo de convocação poderá ser prorrogado uma vez, por igual período,
quando solicitado pela parte durante o seu transcurso e desde que ocorra motivo
justificado aceito pela Administração.
§ 2º É facultado à Administração, quando o convocado não assinar o termo de contra-
to ou não aceitar ou retirar o instrumento equivalente no prazo e condições estabele-
cidos, convocar os licitantes remanescentes, na ordem de classificação, para fazê-lo em
igual prazo e nas mesmas condições propostas pelo primeiro classificado, inclusive
quanto aos preços atualizados de conformidade com o ato convocatório, ou revogar
a licitação independentemente da cominação prevista no art. 81 desta lei.
§ 3º Decorridos 60 (sessenta) dias da data da entrega das propostas, sem convoca-
ção para a contratação, ficam os licitantes liberados dos compromissos assumidos.

4. FASES DO PROCEDIMENTO LICITATÓRIO:


O procedimento licitatório desenvolve-se em duas fases: uma interna e outra externa. A pri-
meira relaciona-se à abertura do processo administrativo, devidamente autuado, protocolado
e numerado, contendo a autorização respecitiva, a indicação sucinta de seu objeto e do recurso
próprio para a sua despesa.
Já a fase externa é descrita no art. 43, da Lei nº 8.666/93, valendo destacar que nem todas as
modalidades licitatórias apresentam todas as etapas. A concorrência é a modalidade licitatória
mais complexa e, consequentemente, mais completa. A fase externa compreende:
“I – abertura dos envelopes contendo a documentação relativa à habilitação dos concor-
rentes, e sua apreciação;
II – devolução dos envelopes fechados aos concorrentes inabilitados, contendo as respecti-
vas propostas, desde que não tenha havido recurso ou após sua denegação;
III – abertura dos envelopes contendo as propostas dos concorrentes habilitados, desde
que transcorrido o prazo sem interposição de recurso, ou tenha havido desistência expres-
sa, ou após o julgamento dos recursos interpostos;
IV – verificação da conformidade de cada proposta com os requisitos do edital e, conforme o
caso, com os preços correntes no mercado ou fixados por órgão oficial competente, ou ainda
com os constantes do sistema de registro de preços, os quais deverão ser devidamente regis-
trados na ata de julgamento, promovendo-se a desclassificação das propostas desconformes
ou incompatíveis;

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V – julgamento e classificação das propostas de acordo com os critérios de avaliação
constantes do edital;
VI – deliberação da autoridade competente quanto à homologação e adjudicação do objeto
da licitação”.
Em alguns casos, para ampliar a competitividade, a Lei nº 8.666/93 ainda exige a realização de
audiência pública prévia à publicação do edital das licitações com altos valores. A audiência
pública deverá ser realizada com antecedência mínima de 15 dias úteis da data prevista para
a publicação do edital e divulgada com antecedência mínima de 10 dias úteis da data de sua
realização, para uma licitação ou um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas com
valor superior a R$ 150.000.000.
Consideram-se licitações simultâneas aquelas com objetos similares e com realização prevista
para intervalos não superiores a 30 dias e licitações sucessivas àquelas em que, também com
objetos similares, o edital subsequente tenha uma data anterior a 120 dias após o término do
contrato resultante da licitação antecedente.

IMPORTANTE: HOMOLOGAÇÃO E ADJUDICAÇÃO


Nos termos do art. 43, VI, a Lei nº 8.666/93 estabelece que, após o julgamento, a Comissão de
Licitação deverá remeter o processo à autoridade competente para que haja a homologação
do procedimento e a adjudicação do objeto ao vencedor da licitação. Assim, os trabalhos da
Comissão encerram-se com o julgamento.
A homologação refere-se ao controle de legalidade do procedimento pela autoridade
competente, podendo resultar na anulação do procedimento (em parte ou no todo). Já a
adjudicação é o ato que atribui o objeto licitado ao vencedor da licitação.

5. MODALIDADES:

As modalidades de licitação são a forma do procedimento licitatório adotado em cada contra-


tação. Cabe destacar que as modalidades de licitação não se confundem com os tipos de licita-
ção. Esses são os critérios de julgamento das propostas.
A Lei nº 8.666/93 prevê cinco modalidades licitatórias em seu artigo 22: concorrência, tomada
de preços, convite, concurso e leilão.
O parágrafo 8º do mesmo artigo estabelece que é vedada a criação de outras modalidades de
licitação ou a combinação das já existentes.
Além dessas modalidades previstas na Lei nº 8.666/93, existe mais uma prevista na Lei n
10.520/02, denominada pregão. Como isso é possível, se a Lei nº 8.666/93 veda a criação de
uma nova modalidade licitatória?
Na verdade, o impedimento existente na Lei Geral de Licitações e Contratos veda a criação de
uma nova modalidade de licitação por meio de um simples ato administrativo ou de uma lei
federal, estadual, distrital ou municipal.

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A Lei nº 10.520/02, que instituiu o pregão como uma nova modalidade licitatória, é uma Lei
Federal de caráter nacional, assim como a Lei nº 8.666/93. Sendo assim, não há qualquer impe-
dimento de que uma lei de caráter nacional crie uma nova modalidade de licitação.
Por fim, a Lei nº 9.472/97 (que criou a Anatel) previu uma nova modalidade de licitação, não
prevista na Lei nº 8.666/93, a CONSULTA, hoje aplicável às agências reguladoras federais, pois
foi posteriormente estendida às demais agências pela Lei nº 9.986/00.
Portanto, atualmente, para fins de prova, temos sete modalidades de licitação:
a) Concorrência;
b) Tomada de preços;
c) Convite;
d) Concurso;
e) Leilão;
f) Pregão;
g) Consulta.

Com relação às três primeiras modalidades, a doutrina entende haver uma hierarquia implícita
entre elas, de acordo com o vulto dos contratos (valor contratual) a serem celebrados e com
base na complexidade de seus procedimentos. Assim, há:
I – para obras e serviços de engenharia:

a) convite – até R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais);


b) tomada de preços – até R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reais);
c) concorrência – acima de R$ 1.500.000,00 (um milhão e quinhentos mil reias);

II – para compras e serviços não referidos no inciso anterior:

a) convite – até R$ 80.000,00 (oitenta mil reais);


b) tomada de preços – até R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais);
c) concorrência – acima de R$ 650.000,00 (seiscentos e cinqüenta mil reais).
O parágrafo 4º do artigo 23, da Lei n 8.666/93 ratifica a hierarquia implícita existente entre tais
modalidades, afirmando que, nos casos em que couber convite, a Administração poderá utilizar
a tomada de preços e, em qualquer caso, a concorrência.

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Assim, na prática, há os seguintes exemplos:

1. Caso a Administração pretenda contratar uma obra no valor de R$ 120.000, deverá realizar
licitação por meio de convite, tomada de preços ou concorrência.

2. Caso a Administração pretenda adquirir mobiliário (mesas e cadeiras) no valor de R$


500.000, deverá realizar licitação por meio da tomada de preços ou da concorrência.

3. Caso a Administração pretenda contratar uma obra no valor de R$ 2.000.000, deverá


realizar licitação, obrigatoriamente, por meio da modalidade concorrência.
Com base nos exemplos citados e com a leitura do artigo 23, §4º, percebe-se que a concor-
rência é uma modalidade licitatória que poderá ser utilizada para qualquer valor de contrato.
Porém, tal escolha depende da conveniência e da oportunidade para a Administração e a recí-
proca não é verdadeira, ou seja, quando for caso de concorrência, o administrador não poderá
optar pelo convite ou pela tomada de preços.
Por fim, cabe ressaltar que a Lei nº 11.107/05 (lei dos consórcios públicos – pessoas jurídicas integra-
das por vários entes federativos com o objetivo de prestar serviço público de forma compatilhada)
incluiu o § 8º ao art. 23, no sentido de que esses valores serão o dobro para os consórcios formados
por até três entes da Federação, e o triplo, quando formado por maior número.
a) Concorrência
É a modalidade de licitação mais complexa, utilizada para qualquer valor de contratação, entre
quaisquer interessados que, na fase inicial de habilitação preliminar, comprovem possuir os re-
quisitos mínimos de qualificação exigidos no edital para execução de seu objeto.
De acordo com o professor Hely Lopes Meirelles, a concorrência obedece aos seguintes requisi-
tos: universalidade, ampla publicidade, habilitação preliminar e julgamento por comissão.
•• Universalidade – quaisquer interessados poderão participar, independentemente de
registro cadastral no órgão ou entidade realizadora da licitação;
•• Ampla Publicidade – utilizam-se todos os meios de divulgação, disponíveis e necessários, à
publicidade ampla da abertura do procedimento licitatório;
•• Habilitação Preliminar – a habilitação dos licitantes é a etapa inicial da modalidade
concorrência. Na fase de habilitação dos licitantes, conforme explicita o art. 27 da Lei nº
8.666/93, verifica-se a habilitação jurídica, a regularidade fiscal, a qualificação técnica, a
qualificação econômica-financeira e o cumprimento do art. 7º, XXXIII, da Carta Magna (não
empregar menores de 18 anos em atividades insalubres e perigosas).
•• Julgamento por comissão – as comissões de licitação serão compostas, em regra, por, no
mínimo, três membros, sendo pelo menos dois deles servidores qualificados do próprio
órgão responsável pela licitação. Podem ser permanentes ou provisórias.
A investidura dos membros da Comissão não ultrapassará o prazo de um ano, vedada a recon-
dução da totalidade de seus membros para uma mesma Comissão no período subseqüente.
Os membros das Comissões de Licitações responderão solidariamente por todos os atos prati-
cados pela comissão, salvo se posição individual divergente estiver devidamente fundamenta-
da e registrada em sua ata lavrada na reunião em que tiver sido tomada a decisão.

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Como visto anteriormente, a concorrência é uma modalidade licitatória utilizada para qualquer
valor de contrato, porém, cabe ressaltar que, obrigatoriamente, deverá ser utilizada nas seguin-
tes situações:
•• Contratação de obras e serviços de engenharia com valor superior a R$ 1.500.000 (Lei nº
8.666/93, art. 23, I, c)
•• Compras e serviços, que não sejam de engenharia, com valor superior a R$ 650.000 (Lei nº
8.666/93, art. 23, II, c)
•• Alienação de bens móveis avaliados, isolada ou globalmente, em quantia superior a R$
650.000 (Lei nº 8.666/93, art. 17, §6º.)
•• Como regra, utilizada na compra ou alienação de bens imóveis, independentemente do
valor (Lei nº 8.666/93)
•• Nas concessões de direito real de uso, independentemente do valor (Lei nº 8.666/93, art.
23, §3º)
•• Nas concessões e subconcessões de serviços públicos, independentemente do valor (Lei nº
8.987/95)
•• Como regra, é a modalidade utilizada nas licitações internacionais

b) Tomada de Preços
É a modalidade de licitação entre interessados devidamente cadastrados ou que atenderem a
todas as condições exigidas para cadastramento até o terceiro dia anterior à data do recebi-
mento das propostas, observada a necessária qualificação.
De forma esquematizada, a modalidade tomada de preços apresenta as seguintes peculiaridades:
•• Presta-se para contratação de menor vulto que a concorrência. O procedimento adminis-
trativo é o mesmo que o da concorrência.
•• A característica fundamental dessa modalidade de licitação é a habilitação prévia à abertura
do procedimento, ou seja, o interessado deve estar cadastrado pela Administração Pública.

CUIDADO!
Habilitação Prévia – Tomada De Preços
Habilitação Preliminar – Concorrência

•• Aqueles que não estiverem previamente cadastrados poderão cadastrar-se até o terceiro dia
anterior à data do recebimento das propostas, desde que sejam satisfeitas as condições exigidas.
•• A Lei nº 8.666/93 admite a tomada de preços nas licitações internacionais, quando o órgão
ou a entidade dispuser de cadastro internacional de fornecedores e desde que respeitados
os limites de valor estabelecidos na lei.

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•• Segundo a Lei nº 8.666/93, quando couber tomada de preços, a Administração poderá
optar pela utilização da concorrência.

REGISTROS CADASTRAIS:
Os órgãos e as entidades da Administração Pública que realizem frequentemente licita-
ções manterão registros cadastrais para efeito de habilitação, na forma regulamentar,
válidos por, no máximo, um ano. No âmbito do Poder Executivo Federal, há o Sistema de
Cadastro Unificado de Fornecedores (Sicaf). Poderão as unidades administrativas utiliza-
rem-se de registros cadastrais de outros órgãos ou entidades da Administração Pública.
Assim, o objetivo do registro cadastral é dar maior celeridade à realização de futuros
certames, tendo em vista que o licitante manterá sua habilitação enquanto válido o
seu registro junto ao cadastro. Para isso, ao requerer inscrição no cadastro, ou atua-
lização deste, a qualquer tempo, o interessado fornecerá os elementos necessários à
satisfação das exigências para habilitação das licitações (art. 27, da Lei nº 8.666/93).
O registro cadastral deverá ser amplamente divulgado e deverá estar permanentemente
aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no mí-
nimo anualmente, através da imprensa oficial e de jornal diário, a chamamento público
para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de novos interessados.
Nos termos do art. 98, da Lei nº 8.666/93, é crime obstar, impedir ou dificultar, injusta-
mente, a inscrição de qualquer interessado nos registros cadastrais ou promover inde-
vidamente a alteração, suspensão ou cancelamento de registro do inscrito, cuja pena é
a detenção, de seis meses a dois anos, e multa.

c) Convite
É a modalidade de licitação entre interessados do ramo pertinente ao seu objeto, cadastrados
ou não, escolhidos e convidados em número mínimo de três pela unidade administrativa, a
qual afixará, em local apropriado, cópia do instrumento convocatório e o estenderá aos demais
cadastrados na correspondente especialidade que manifestarem seu interesse com antecedên-
cia de até 24 horas da apresentação das propostas.

De forma esquematizada, a modalidade convite apresenta as seguintes peculiaridades:

•• O instrumento convocatório do convite é a carta-convite e não o edital.


•• Não precisa haver publicação no Diário Oficial, visto que a lei exige apenas que a carta-
convite seja afixada em local apropriado.
•• Inicialmente, a carta-convite poderá ser enviada a interessados do ramo, cadastrados ou
não, porém só poderão “se convidar” os demais cadastrados que se manifestarem com
antecedência de até 24 horas da apresentação das propostas.
•• Regra geral: deverá ser convidado um número mínimo de três empresas.
•• Existindo na praça mais de três possíveis interessados, a cada novo convite, realizado para
objeto idêntico ou assemelhado, é obrigatório o convite a, no mínimo, mais um interessado,
enquanto existirem cadastrados não convidados nas últimas licitações.

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•• Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impos-
sível a obtenção do número mínimo de licitantes exigidos, essas circunstâncias deverão ser
devidamente justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.
•• No caso de convite, a Comissão de Licitação, excepcionalmente nas pequenas unidades
administrativas e em face da exiguidade de pessoal disponível, poderá ser substituída por
servidor formalmente designado pela autoridade competente.
•• Também é modalidade de licitação que poderá ser utilizada em licitações internacionais,
quando não houver fornecedor do bem ou serviço no Brasil.
•• Segundo a Lei nº 8.666/93, quando couber convite, a Administração poderá optar pela uti-
lização da tomada de preços ou da concorrência.

d) Concurso
Concurso é a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para escolha de trabalho
técnico, científico ou artístico, mediante a instituição de prêmios ou remuneração aos vence-
dores, conforme critérios constantes de edital publicado na imprensa oficial com antecedência
mínima de 45 dias.
À modalidade de licitação concurso não serão aplicados os tipos de licitação previstos no art.
45, da Lei de Licitações, pois será pago um prêmio ou remuneração ao vencedor.
Justamente por ser a modalidade utilizada para escolha de trabalho técnico, artístico ou científico,
uma das características do concurso é que a comissão de licitação será integrada por pessoas de
reputação ilibada e reconhecido conhecimento da matéria em exame, servidores públicos ou não.
O concurso deverá ser precedido de regulamento próprio, a ser obtido pelos interessados no
local indicado no edital, que deverá mencionar:
I – a qualificação exigida dos participantes;
II – as diretrizes e a forma de apresentação do trabalho;
III – as condições de realização do concurso e os prêmios a serem concedidos.

Por fim, não podemos esquecer que, ressalvadas as hipóteses de inexigibilidade de licitação,
os contratos para a prestação de serviços técnicos profissionais especializados deverão, pre-
ferencialmente, ser celebrados mediante a realização de concurso, com estipulação prévia de
prêmio ou remuneração.
e) Leilão
É a modalidade de licitação entre quaisquer interessados para a venda de bens móveis inservíveis
para a administração ou de produtos legalmente apreendidos ou penhorados, ou para a alienação
de bens imóveis prevista no art. 19, a quem oferecer o maior lance, igual ou superior ao valor da
avaliação. O leilão será conduzido por um servidor designado ou por leiloeiro oficial.
De forma resumida, o leilão será utilizado na venda de:
•• Bens móveis inservíveis para a Administração;
•• Produtos legalmente apreendidos ou penhorados;
•• Bens imóveis da Administração Pública, cuja aquisição seja derivada de procedimentos
judiciais ou dação em pagamento. Nesse caso, também será admitida a concorrência.

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No caso de alienação de bens móveis, a adoção da modalidade leilão está limitada ao valor de
até R$ 650.000, para os bens avaliados isolada ou globalmente. Para os valores acima, deverá
ser utilizada a modalidade concorrência.

CUIDADO!
Na alienação de bens imóveis, a modalidade utilizada como regra é a concorrência, po-
rém, caso o imóvel seja adquirido por dação em pagamento ou procedimento judicial,
a Administração poderá valer-se da concorrência ou do leilão para aliená-lo.

f) Pregão
A Lei nº 9.472/97 (Lei Geral de Telecomunicações) foi o primeiro diploma legal a introduzir o
pregão como modalidade licitatória em nosso ordenamento jurídico. Tal legislação estabeleceu
um regime de contratação específico para Anatel, criando o pregão como modalidade de
licitação aplicável à aquisição de bens e serviços comuns, em que a disputa pelo fornecimento
seria feita por meio de lances em sessão pública.
Posteriormente, tal modalidade foi estendida para toda a Administração Pública Federal,
mediante a Medida Provisória nº 2.026/00.
Tal medida provisória foi muito criticada pela doutrina, visto que não poderia ser criada uma
nova modalidade licitatória que fosse aplicada somente em âmbito federal. Assim, a referida
medida provisória foi convertida na Lei nº 10.520/02, estendendo a aplicação do pregão a
todos os entes federativos (União, Estados, Distrito Federal e Municípios).

CUIDADO!
O pregão é uma modalidade licitatória não prevista na Lei nº 8.666/93. O pregão, ini-
cialmente, foi instituído apenas em âmbito federal. Hoje, após a conversão da Medida
Provisória nº 2.026/00, na Lei nº 10.520/02, o pregão é uma modalidade licitatória
aplicável à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios.

O pregão é uma nova modalidade licitatória utilizada na aquisição de bens e serviços comuns,
definidos, pela Lei nº 10.520/02, como aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade
possam ser objetivamente definidos pelo edital, por meio de especificações usuais no mercado.
Independentemente do valor da contratação, sua utilização está centrada no objeto contratual:
bens e serviços comuns. O pregão poderá ser utilizado na aquisição de bens e serviços comuns,
qualquer que seja o valor da futura contratação.
Pelo fato de ser uma lei resumida, a Lei do Pregão estabelece que os dispositivos da Lei nº
8.666/93 serão aplicados supletivamente (subsidiariamente) à referida modalidade. Havendo
ausência de dispositivo legal na Lei nº 10.520/02, deve-se aplicar a Lei Geral de Licitações.

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A seguir, constam de forma resumida, as características gerais do pregão:


•• Não é conduzido por uma “Comissão de Licitação”, mas sim por um único representante
da Administração, escolhido entre os servidores do órgão ou da entidade, com atribuições
especiais, denominado pregoeiro. O pregoeiro é auxiliado por uma equipe de apoio.
•• No âmbito do Ministério da Defesa, a Lei nº 10.520/02 autoriza que militares sejam prego-
eiros ou integrantes da equipe de apoio.
•• O tipo de licitação utilizado é sempre o menor preço.
•• É uma modalidade licitatória não prevista na Lei nº 8.666/93, utilizada para qualquer valor
de contrato e seu objeto, é a aquisição de bens e serviços comuns.
•• O pregoeiro abre, em sessão pública, as propostas escritas apresentadas pelos licitantes.
Após essa fase, poderão ser realizados lances verbais e sucessivos para reduzir o valor ofe-
recido pelo licitante.
•• O autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% superiores a ela
poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor, sempre
pelo menor preço. Não havendo pelo menos três ofertas com diferença de até 10% em
relação à mais baixa, poderão os autores das melhores propostas, até o máximo de três,
oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam os preços oferecidos. Exa-
minada a proposta classificada em primeiro lugar, quanto ao objeto e valor, caberá ao pre-
goeiro decidir motivadamente a respeito da sua aceitabilidade.
•• Após essa fase de lances verbais, o pregoeiro abrirá o envelope contendo os documentos
do licitante que apresentou a melhor proposta, para a verificação do atendimento das con-
dições fixadas no edital. Sendo assim, é importante ressaltar que a maior diferença entre
essa e as outras modalidades de licitação está na inversão que ocorre nas fases de habili-
tação e julgamento das propostas.
•• Para dar maior competitividade ao pregão, a Lei nº 10.520/02 veda:

a) garantia de proposta;
b) aquisição do edital pelos licitantes, como condição para participação do certame;
c) pagamento de taxas e emolumentos, salvo os referentes a fornecimento do edital, que não
serão superiores ao custo de sua reprodução gráfica, e aos custos de utilização de recursos
de tecnologia da informação, quando for o caso.
•• Se a proposta vencedora estiver acima do valor estimado inicialmente pela Administração
Pública, o pregoeiro poderá negociar diretamente com o proponente para que seja obtido
o melhor preço.

•• Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá manifestar imediata e motivadamente a


intenção de recorrer, quando lhe será concedido o prazo de três dias para apresentação
das razões do recurso, ficando os demais licitantes desde logo intimados para apresentar
contrarrazões em igual número de dias, que começarão a correr do término do prazo do
recorrente, sendo-lhes assegurada vista imediata dos autos;

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•• Quando não houver manifestação de nenhum licitante quanto à sua intenção de recorrer,
caberá ao pregoeiro a adjudicação do objeto da licitação. Quando não houver tal mani-
festação, a adjudicação será realizada pela autoridade competente para julgar o recurso.
Porém, a homologação da licitação sempre caberá a essa autoridade. Com isso, ao contrá-
rio das demais modalidades da Lei nº 8.666/93, no pregão a homologação é posterior à
adjudicação.
•• O prazo de validade das propostas é de 60 dias, salvo outro prazo estabelecido no edital.
•• No pregão, a homologação ocorre após a adjudicação

5.2 Prazo Mínimo entre a Publicação do Edital e a Apresentação das


Propostas

É o início da fase externa do procedimento, quando os interessados tomam ciência do instru-


mento convocatório e das condições de participação. É obrigatória a publicação de um aviso
contendo o resumo do edital, no mínimo uma vez, no DOU (licitação na Administração Federal
ou licitação de obras com recursos federais) ou no DOE (licitação estadual ou municipal) e em
jornal de grande circulação.
Lembrando que, no caso da modalidade convite, a publicação não é obrigatória, bastando que
a carta-convite seja afixada em local apropriado do órgão ou entidade.
Qualquer modificação no edital exige divulgação da mesma forma que se deu o texto original,
reabrindo-se o prazo inicialmente estabelecido para apresentação das propostas, exceto quan-
do, inquestionavelmente, a alteração não afetar a formulação das propostas.
Os prazos estipulados pela lei são os seguintes – porém, cabe ressaltar que a lei estabelece o
prazo mínimo.
•• 45 dias para as modalidades de:

a) Concurso;
b) concorrência, quando o contrato a ser celebrado contemplar o regime de empreitada inte-
gral ou quando a licitação for do tipo melhor técnica ou técnica e preço.

•• 30 dias para as modalidades de:

a) concorrência, nos casos não especificados na letra “b” supracitada;


b) tomada de preços, quando a licitação for do tipo melhor técnica ou técnica e preço.

•• 15 dias para as modalidades de:


a) tomada de preços, nos casos não especificados na letra “b” supracitada;
b) leilão.

•• 5 dias úteis para modalidade de convite.


•• 8 dias úteis para a modalidade de pregão, contados a partir da publicação do aviso.

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CUIDADO!
Apenas as modalidades pregão e convite utilizam a contagem em dias úteis.

6. CONTRATAÇÃO DIRETA:

Como já visto anteriormente, a Constituição Federal estabelece que, como regra, a Adminis-
tração Pública Direta e Indireta está sujeita à licitação prévia à realização de um contrato ad-
ministrativo. Porém, em seu art. 37, XXI, nota-se que tal imposição não é absoluta, visto que
comporta ressalvas previstas na legislação.
Assim, a Lei nº 8.666/93 estabelece situações excepcionais em que a Administração poderá
contratar diretamente, sem a necessidade de desencadear todo o processo licitatório. Generi-
camente, os casos de contratação direta dividem-se em: dispensa e inexigibilidade de licitação.
Assim, a Lei nº 8.666/93 veio estabelecer esses casos, da seguinte forma:

1. DISPENSA DE LICITAÇÃO:
a) LICITAÇÃO DISPENSADA – art. 17, I e II
b) LICITAÇÃO DISPENSÁVEL – art. 24

2. INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO – art. 25

O mais importante, para fins de prova, é saber a diferença básica entre essas hipóteses.

a) INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO:

Um dos princípios doutrinários básicos da licitação é a competitividade. É óbvio que, se não


houver competição, não há como realizar uma licitação. A inexigibilidade de licitação caracteri-
za-se, justamente, por tal fato: inviabilidade jurídica de competição.
A Lei nº 8.666/93, em seu artigo 25, estabelece uma lista exemplificativa de situações em que a
licitação será inexigível. São elas:

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a) fornecedor exclusivo, vedada a preferência de marca;
b) contratação de serviço técnico profissional especializado, de natureza singular (notória es-
pecialização), vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade;
c) contratação de artistas consagrados pela crítica ou pela opinião pública.

Quanto à contratação de serviço técnico profissional especializado, a Lei nº 8.666/93 estabe-


lece, em seu artigo 13, quais seriam os serviços assim classificados. Porém, tal contratação só
será feita por inexigibilidade de licitação se os serviços forem visualmente diferenciados, de
natureza singular (notória especialização), pois a regra é que haja licitação, na modalidade con-
curso (Lei nº 8.666/93, art. 13, § 1°).
É importante observar que a lei só exemplificou algumas hipóteses de inexigibilidade de licita-
ção, pois, em qualquer hipótese em que esteja caracterizada a impossibilidade de competição,
ensejará a inexigibilidade do procedimento licitatório.

Art. 25. É inexigível a licitação quando houver inviabilidade de competição, em especial:


I – para aquisição de materiais, equipamentos, ou gêneros que só possam ser for-
necidos por produtor, empresa ou representante comercial exclusivo, vedada a
preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através
de atestado fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se reali-
zaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo Sindicato, Federação ou Confederação
Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes;
II – para a contratação de serviços técnicos enumerados no art. 13 desta Lei,
de natureza singular, com profissionais ou empresas de notória especialização,
vedada a inexigibilidade para serviços de publicidade e divulgação;
III – para contratação de profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou
através de empresário exclusivo, desde que consagrado pela crítica especializada
ou pela opinião pública.
§ 1º Considera-se de notória especialização o profissional ou empresa cujo conceito
no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho anterior, estudos, experi-
ências, publicações, organização, aparelhamento, equipe técnica, ou de outros requi-
sitos relacionados com suas atividades, permita inferir que o seu trabalho é essencial e
indiscutivelmente o mais adequado à plena satisfação do objeto do contrato.
§ 2º Na hipótese deste artigo e em qualquer dos casos de dispensa, se compro-
vado superfaturamento, respondem solidariamente pelo dano causado à Fazenda
Pública o fornecedor ou o prestador de serviços e o agente público responsável,
sem prejuízo de outras sanções legais cabíveis.

b) DISPENSA DE LICITAÇÃO:

Na dispensa de licitação, há duas hipóteses distintas: licitação dispensada e licitação dispensável.

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A diferença crucial entre as hipóteses de dispensa de licitação e as de inexigibilidade é que,


naquelas, há viabilidade jurídica de competição, porém a Lei autoriza alguns casos em que a
Administração está isenta da realização de procedimento licitatório (licitação dispensável)
e, em outros, determina que não será feita licitação (licitação dispensada). Já, nos casos de
inexigibilidade, como visto, não haverá licitação, por falta de competitividade no mercado.

Inexibilidade de Licitação → Não há viabilidade de competição


Dispensa de Licitação → Há viabilidade de competição

Os casos de licitação dispensável estão previstos no artigo 24, da Lei nº 8.666/93, de forma
taxativa (exaustiva). São situações em que a Administração poderá fazer licitação, mas a lei au-
torizou (ato discricionário) a não realização de tal procedimento.
Já os casos de licitação dispensada estão previstos no artigo 17, I e II, da Lei nº 8.666/93, de
forma taxativa (exaustiva). São situações em que a Administração não irá fazer licitação, porque
a Lei determinou (ato vinculado) a não realização de tal procedimento. São situações que en-
volvem alienação de bens móveis e imóveis, em casos especiais.
Analisando os casos de licitação dispensável e dispensada previstos na Lei nº 8.666/93, pode-se
estabelecer mais uma diferença crucial entre as duas situações. O artigo 24 (licitação dispensá-
vel) refere-se a casos de contratação ou aquisição de algum material ou serviço pela Adminis-
tração Pública; já os casos previstos no artigo 17 (licitação dispensada) envolvem hipóteses de
alienação de bens móveis e imóveis pela Administração Pública.

Dispensável → aquisição/contratação
Dispensada → alienação

Por fim, cabe ressaltar que constitui crime dispensar ou inexigir licitação, fora dos casos
previstos em lei, sujeito à pena de três a cinco anos de detenção e multa.

IMPORTANTE: LICITAÇÃO DESERTA X LICITAÇÃO FRACASSADA


DESERTA: Art. 24, V – quando não acudirem interessados à licitação anterior e esta, justi-
ficadamente, não puder ser repetida sem prejuízo para a Administração, mantidas, neste
caso, todas as condições preestabelecidas.
Não importa o valor do contrato, basta que não apareçam interessados. Nesta hipótese,
se a Administração demonstrar (motivadamente) existir prejuízo na realização de uma
nova licitação e desde que sejam mantidas as mesmas condições do instrumento convo-
catório, poderá haver contratação direta do fornecedor (licitação dispensável).

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FRACASSADA: Art. 48, §3º – quando todos os licitantes forem inabilitados e todas as
propostas desclassificadas, a administração poderá fixar aos licitantes o prazo de oito
dias úteis para apresentação de nova documentação ou de outras propostas escoima-
das das causas referidas neste artigo, facultada, no caso de convite, a redução deste
prazo para três dias úteis.
Nos termos do art. 24, VII, a licitação fracassada poderá configurar um caso de licitação
dispensável quando todos os licitantes forem desclassificados com propostas com preços
manifestamente superiores aos praticados no mercado nacional ou incompatíveis com os
fixados pelos órgãos oficiais competentes. Nessa situação, após o prazo de reapresenta-
ção das propostas, fixado no art. 48, § 3º, se as novas propostas incorrerem no mesmo
problema, poderá haver contratação direta do fornecedor (licitação dispensável).

7. SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS:

O art. 15 da Lei nº 8.666/93 coloca que as compra da administração pública devem, sempre
que possível, ser processadas pelo sistema de registro de preços, ferramenta que vem sendo
amplamente utilizada pelas aquisições de materiais e serviços por parte da Administração.
O Sistema de Registro de Preço (SRP) deve ser utilizado para eventuais aquisições a serem re-
alizadas pela Administração ao longo de 12 meses (prazo máximo de validade da Ata), quando
não for possível estimar de modo preciso o quantitativo a ser utilizado. Assim, o Decreto Fede-
ral nº 3.931/2001, alterado pelo Decreto nº 4.342/2002, estabelece que o SRP deve ser prefe-
rencialmente adotado nas seguintes hipóteses:

a) quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contratações fre-


quentes;
b) quando for mais conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas ou
contratação de serviços necessários à Administração para o desempenho de suas atribuições;
c) quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para atendimen-
to a mais de um órgão ou entidade, ou a programas de governo; e
d) quando pela natureza do objeto não for possível definir previamente o quantitativo a ser
demandado pela Administração.
A Lei nº 8.666/93 estabelece que o SRP deve ser formalizado mediante procedimento licitatório
prévio pela modalidade concorrência, porém a Lei nº 10.520/02 possibilita a utilização do pre-
gão para a aquisição de bens e serviços comuns mediante registro de preços.
A existência de preços registrados não obriga a Administração a firmar as contratações que deles
poderão advir, ficando-lhe facultada a utilização de outros meios, respeitada a legislação relativa às
licitações, sendo assegurado ao beneficiário do registro preferência em igualdade de condições.

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Por fim, como forma de controle popular, a lei proporciona a qualquer cidadão o direito de
impugnar preço constante do quadro geral em razão de incompatibilidade desse com o preço
vigente no mercado.

8. ALIENAÇÃO DE BENS:

BENS IMÓVEIS
DA ADM. DIRETA, AUTÁRQUICA DE EMPRESA PÚBLICA OU DE
OU FUNDACIONAL SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA
Interesse público justificado Interesse público justificado
Avaliação prévia Avaliação prévia
Licitação na modalidade concorrência Licitação na modalidade concorrência
Autorização legislativa Não precisa de autorização legislativa

Bens imóveis de qualquer órgão ou entidade adquiridos por dação em pagamento ou procedi-
mento judicial:
•• Avaliação prévia;
•• Comprovação da necessidade/utilidade da alienação;
•• Licitação na modalidade concorrência ou leilão;
•• Não precisa de autorização legislativa.
Obs: Na concorrência para venda de bens imóveis, a fase de habilitação limitar-se-á à compro-
vação do recolhimento de quantia correspondente a 5% da avaliação.
Bens móveis de qualquer órgão ou entidade:
•• Interesse público justificado;
•• Avaliação prévia;
•• Licitação;
•• Não precisa de autorização legislativa.

9. ANULAÇÃO X REVOGAÇÃO:

O desfazimento do procedimento licitatório poderá ocorrer por meio da anulação ou da revo-


gação, sendo assegurado o contraditório e a ampla defesa. Esse poder se relaciona ao princípio
da autotutela.
A anulação do procedimento licitatório decorre de alguma ilegalidade que tenha ocorrido em
alguma de suas etapas invalidando todo o procedimento nas etapas subsequentes. Inclusive, a
lei dispõe que a nulidade do procedimento licitatório induz à do contrato administrativo.

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Nos termos do art. 49, da Lei nº 8.666/93, a autoridade competente para a aprovação do pro-
cedimento deve anulá-la por ilegalidade, de ofício ou por provocação de terceiros, mediante
parecer escrito e devidamente fundamentado.
A anulação do procedimento licitatório por motivo de ilegalidade não gera obrigação de inde-
nizar, não exonerando a Administração do dever de indenizar o contratado pelo que este hou-
ver executado até a data em que ela for declarada e por outros prejuízos regularmente compro-
vados, contanto que não lhe seja imputável, promovendo-se a responsabilidade de quem lhe
deu causa.
Já a revogação poderá ocorrer em duas situações:
a) por razões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente comprova-
do, pertinente e suficiente para justificar tal conduta, mediante parecer escrito e devida-
mente fundamentado.
b) a critério da administração quando o adjucatário convocado para assinar o contrato não
comparecer ou recusar-se a fazê-lo. Nessa situação, opcionalmente, a Administração pode-
rá convocar os licitantes remanescentes.
Por fim, vale destacar que a anulação do procedimento licitatório poderá ser total ou parcial, já
a revogação deve ser total. Outrossim, a anulação poderá ocorrer mesmo depois da assinatura
do contrato, já a revogação não poderá mais ocorrer posteriormente à assinatura do instru-
mento contratual.

10. RECURSOS ADMINISTRATIVOS:

O art. 109 da Lei nº 8.666/93 apresenta três formas de recursos administrativos aos atos prati-
cados durante o procedimento licitatório: o pedido de reconsideração, o recurso e a represen-
tação.
a) Recurso:
No prazo de cinco dias úteis, a contar da intimação do ato ou da lavratura da ata, nos casos de:
•• habilitação ou inabilitação do licitante;
•• julgamento das propostas;
•• anulação ou revogação da licitação;
•• indeferimento do pedido de inscrição em registro cadastral, sua alteração ou cancelamento;
•• rescisão unilateral do contrato administrativo;
•• aplicação das penas de advertência, suspensão temporária ou de multa;
Obs.: Caso a licitação ocorra pela modalidade convite, o prazo para interposição do recurso
será de apenas dois dias úteis.
Quanto aos efeitos do recurso, apenas será suspensivo em relação aos dois primeiros casos
(habilitação ou inabilitação do licitante/julgamento das propostas). Nos demais casos, a regra é
o efeito meramente devolutivo, podendo a autoridade competente, motivadamente e presen-

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tes razões de interesse público, atribuir ao recurso interposto eficácia suspensiva aos demais
recursos.
O recurso será dirigido à autoridade superior, por intermédio da que praticou o ato recorrido,
a qual poderá reconsiderar sua decisão, no prazo de cinco dias úteis, ou, nesse mesmo prazo,
fazê-lo subir, devidamente informado, devendo, neste caso, a decisão ser proferida dentro do
prazo de cinco dias úteis, contado do recebimento do recurso, sob pena de responsabilidade.
Cabe pedido de reconsideração, a ser apresentado no prazo de dez dias úteis, contados da
intimação de decisão de Ministro de Estado, ou Secretário Estadual ou Municipal que declare
empresa inidônea para licitar ou contratar junto à Administração Pública.
Já a representação será utilizada para recorrer de decisões relacionadas com o objeto da licita-
ção ou do contrato, contra as quais não caiba recurso hierárquico. O prazo para apresentação
da representação será de cinco dias úteis, contados da intimação da decisão, sendo esse prazo
reduzido para dois dias úteis, no caso de convite.

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Questões

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES 5. (Cespe – CADE – 2014)


Na administração pública, as contratações
com terceiros serão necessariamente pre-
1. (Cespe – Anatel – Administraçao – 2014) cedidas de licitação, ressalvadas as hipóte-
ses previstas na Lei nº 8.666/1993.
Licitação é um procedimento administrativo
discricionário por meio do qual os entes da ( ) Certo   ( ) Errado
administração pública selecionam a melhor
proposta entre as oferecidas, visando à ce-
lebração de contrato e à obtenção do me- 6. (Cespe – SUFRAMA-Ag. – Administrativo –
lhor trabalho técnico, artístico ou científico. 2014)

( ) Certo   ( ) Errado Sendo uma autarquia, a Suframa não é obri-


gada a realizar prévio procedimento de lici-
tação para contratar o serviço.
2. (Cespe – MPOG – Administração – 2015)
( ) Certo   ( ) Errado
Para a instrução apropriada do processo li-
citatório, faz-se necessária a caracterização
adequada do objeto a ser comprado, assim 7. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014)
como a indicação dos recursos orçamentá- Não há previsão legal para o estabelecimen-
rios necessários ao seu pagamento. to, nos processos licitatórios, de margem de
( ) Certo   ( ) Errado preferência para bens e serviços com tecno-
logia desenvolvida no Brasil.

3. (Cespe – MPOG – Engenheiro – 2015) ( ) Certo   ( ) Errado

É permitida a licitação de uma obra pública


com a utilização do projeto básico, poden- 8. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014)
do, no interesse da administração, o projeto Dadas as alterações feitas, nos últimos
executivo ser desenvolvido concomitante- anos, no marco regulatório das licitações
mente à execução do empreendimento. públicas, aos requisitos do melhor preço e
( ) Certo   ( ) Errado da maior vantagem para a administração
pública somaram-se, também, critérios de
sustentabilidade ambiental.
4. (Cespe – MDIC-Ag. – Administrativo – 2015)
( ) Certo   ( ) Errado
As normas que disciplinam as licitações pú-
blicas devem ser interpretadas em favor da
disputa entre os interessados, desde que 9. (Cespe – TER-GO – Técnico Judiciário – 2015)
não comprometam o princípio da isonomia. Critérios de sustentabilidade ambiental de-
( ) Certo   ( ) Errado vem ser observados no processo licitatório.
( ) Certo   ( ) Errado

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10. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014) que a marca escolhida apresenta o menor
Cabe privativamente à União legislar acerca consumo de energia do mercado.
de normas gerais de licitação e contratação, ( ) Certo   ( ) Errado
em todas as modalidades, para as adminis-
trações públicas diretas, autárquicas e fun-
dacionais da União, dos estados, do DF e 15. (Cespe – CGE-PI – Auditor – 2015)
dos municípios.
Em uma licitação, é vedada a participação
( ) Certo   ( ) Errado direta ou indireta de servidor da entidade
licitante.
11. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014) ( ) Certo   ( ) Errado
O projeto básico — conjunto de elementos
necessários e suficientes para caracterizar a
16 (Cespe – TCU – Controle Externo – 2015)
obra ou serviço objeto da licitação — deve
ser elaborado com base nos estudos técnicos São consideradas de grande vulto obras,
preliminares, que assegurem a viabilidade serviços ou compras cujo valor estimado
técnica, o adequado tratamento do impacto seja superior a quinze milhões de reais.
ambiental do empreendimento, as condi-
ções de avaliação do custo e a definição dos ( ) Certo   ( ) Errado
métodos e do prazo de execução, devendo
sempre conter orçamento detalhado e global 17. (Cespe – FUB – Administração – 2015)
da obra, sob pena de nulidade.
A licitação poderá ser realizada sem a
( ) Certo   ( ) Errado
previsão de recurso financeiro disponível
para a respectiva liquidação.
12. (Cespe – ICMBio – Analista – 2014)
( ) Certo   ( ) Errado
Nos termos da Lei de Licitações e Contratos,
o projeto básico deve definir, obrigatoria-
mente, os elementos indispensáveis para a 18. (Cespe – SUFRAMA-Ag. – Administrativo –
execução correta da obra objeto da licitação. 2014)
( ) Certo   ( ) Errado Encerrada a sessão de julgamento e habili-
tação das empresas licitantes, a administra-
13. (Cespe – FUB – Engenheiro – 2015) ção estará obrigada a realizar a contratação,
sob pena de indenização à empresa classifi-
Dentro do contexto da Lei de Licitações, o cada em primeiro lugar.
projeto básico é entendido como o conjunto
de elementos necessários suficientes e ( ) Certo   ( ) Errado
precisos, de forma a possibilitar a avaliação
do custo da obra e a definição dos métodos
19. (Cespe – MDIC-Ag. – Administrativo – 2014)
e do prazo de execução.
( ) Certo   ( ) Errado Na aquisição pública de materiais mediante
processo licitatório, o princípio da vincula-
ção ao instrumento convocatório poderá,
14. (Cespe – Camara Legislativa – Assessor – excepcionalmente, ser descumprido para se
2014) obter maior celeridade no recebimento dos
É vedada a indicação da marca dos produtos materiais.
a serem adquiridos, ainda que se comprove ( ) Certo   ( ) Errado

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20. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014) 25. (Cespe – CEF – Engenheiro – 2014)
Em razão do princípio da eficiência, é pos- Dado que, conforme previsto na Lei nº
sível, mediante licitação, a contratação de 8.666/1993, a promoção do desenvolvi-
empresa que não tenha apresentado toda mento nacional sustentável é um dos objeti-
a documentação de habilitação exigida, vos da licitação pública no Brasil, é possível
desde que a proposta seja a mais vantajosa incentivar a preservação do meio ambiente
para a administração. no procedimento licitatório.
( ) Certo   ( ) Errado ( ) Certo   ( ) Errado

21. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014) 26 (Cespe – Antaq – Agente Administrativo –


A utilização da licitação pública para a 2014)
aquisição de produtos e serviços atende ao A principal finalidade da licitação é criar um
princípio da isonomia para a contratação, ambiente isonômico, com base em padrões
assegurando igualdade de condições aos previamente definidos, de modo que haja
interessados em fornecer ao Estado. as mesmas condições entre os participantes
( ) Certo   ( ) Errado que desejarem estabelecer contrato com o
setor público.
22. (Cespe – Anatel – Administração – 2014) ( ) Certo   ( ) Errado

A adjudicação ao vencedor é obrigatória,


salvo se ele desistir expressamente do con- 27. (Cespe – Antaq – Técnico Administrativo –
trato ou não o firmar no prazo prefixado, a 2014)
menos que comprove justo motivo. Em atendimento ao princípio da vinculação ao
( ) Certo   ( ) Errado instrumento convocatório, o edital, caracte-
rizado como a lei interna da licitação, vincula
23. (Cespe – Anatel – Administração – 2014) tanto a administração quanto os licitantes.

Consoante o princípio da indisponibilidade ( ) Certo   ( ) Errado


do interesse público, as empresas estatais,
embora regidas pelo direito privado, devem 28 (Cespe – Câmara Federal – Consultor –
submeter-se ao processo licitatório, uma 2014)
vez que administram recursos total ou
parcialmente públicos. A Diretoria Administrativa da Câmara dos
Deputados, com o intuito de fomentar a
( ) Certo   ( ) Errado utilização de bens ecologicamente susten-
táveis, inseriu, em edital de licitação de
24. (Cespe – Anatel – Administração – 2014) compra de aparelhos elétricos diversos, a
exigência de que somente seriam aceitos
Constitui atentado ao princípio da igualda- produtos com consumo de energia limitado
de entre os licitantes o estabelecimento, no a determinado nível.
edital ou no convite, de requisitos mínimos
para participação no processo de licitação. Considerando a situação hipotética acima,
julgue o item subsequente, com base na Lei
( ) Certo   ( ) Errado nº 8.666/1993.

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O edital de licitação é passível de anulação, 33. (Cespe – STJ – Técnico Administrativo – 2015)
visto que a exigência feita restringe a isono-
mia e a competitividade do certame. Cabe à administração pública federal, visan-
do promover o desenvolvimento nacional
( ) Certo   ( ) Errado sustentável, observar, nas contratações re-
alizadas, o menor impacto sobre recursos
naturais e utilizar inovações que reduzam a
29. (Cespe – TCU – Técnico – 2015) pressão sobre esses recursos.
Dado o princípio da adjudicação compul- ( ) Certo   ( ) Errado
sória, a administração não pode, concluída
a licitação, atribuir o objeto desse procedi-
mento a outrem que não o vencedor. 34 (Cespe – STJ – Técnico Administrativo – 2015)
( ) Certo   ( ) Errado A impessoalidade é princípio que norteia a
administração e está intimamente afeta às
licitações públicas.
30 (Cespe – TCU – Auditor – 2015)
( ) Certo   ( ) Errado
Dado o princípio da isonomia, é vedado
atribuir preferências para bens e serviços
produzidos e prestados no Brasil, ou por 35 (Cespe – STJ – Técnico Administrativo – 2015)
empresas brasileiras, mesmo que se trate
de critério de desempate em procedimen- Embora vise garantir a observância do prin-
tos licitatórios, situação que deverá ser re- cípio constitucional da isonomia, o proces-
solvida por sorteio. so licitatório poderá, excepcionalmente,
priorizar a proposta que promova em maior
( ) Certo   ( ) Errado grau o desenvolvimento sustentável, em de-
trimento da proposta mais vantajosa.
31 (Cespe – FUB – Administrador – 2015) ( ) Certo   ( ) Errado
Se, em determinado processo licitatório,
houver empate e igualdade de condições 36 (Cespe – ICMBio-Ag. Administrativo – 2014)
entre concorrentes, deverá ser dada prefe-
rência à concorrente que produzir bens e Segundo o disposto na Lei de Licitações e
serviços no Brasil em detrimento da empre- Contratos, a modalidade de licitação, no
sa que o fizer em país estrangeiro. caso de obras e serviços de engenharia com
custos entre R$ 15.000,00 e R$ 150.000,00,
( ) Certo   ( ) Errado será o convite.
( ) Certo   ( ) Errado
32 (Cespe – FUB – Administrador – 2015)
No âmbito das licitações públicas, é permi- 37 (Cespe – CADE – Analista – 2014)
tido os editais estabelecerem normas que
restrinjam a participação de concorrentes, De acordo com a legislação vigente, as mo-
de modo que se consiga a contratação de dalidades de licitação são a concorrência, a
empresa específica. tomada de preços, o concurso, o convite, o
leilão e o pregão. Em uma licitação, é per-
( ) Certo   ( ) Errado mitido combinar duas ou mais formas de
licitação.
( ) Certo   ( ) Errado

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38. (Cespe – Anatel – Administração – 2014) público, são contados em dias corridos, e
variam apenas com relação ao número mí-
É recomendável que o administrador públi- nimo de dias, conforme o tipo de licitação
co fracione ou desmembre obra, compra ou adotado.
serviço, para o devido enquadramento do
valor dentro dos limites de dispensa previs- ( ) Certo   ( ) Errado
tos nessa lei.
( ) Certo   ( ) Errado 43 (Cespe – MPOG – 2015)
Situação hipotética: Determinado órgão
39. (Cespe – Anatel – Administração – 2014) público está em processo de mudança para
novas instalações, o que justificou o início
Ao Poder Legislativo estadual é permitida a de processo licitatório para contratação de
criação de novas modalidades de licitação, empresa especializada em mudança. O ser-
conforme as peculiaridades locais existen- vidor responsável pelo processo julgou ser a
tes. forma de licitar mais adequada, nesse caso,
( ) Certo   ( ) Errado a combinação entre as modalidades con-
corrência e tomada de preços. Por isso, foi
decidido realizar um pregão com a combi-
40. (Cespe – Câmara Legislativa – Consultor – nação de ambas as modalidades. Assertiva:
2014) Nessa situação, é correto afirmar que o pro-
cesso licitatório adotado foi adequado para
A Lei de Licitações instituiu como modali-
o caso.
dades de licitação a concorrência, a tomada
de preços, o convite, o concurso e o leilão, ( ) Certo   ( ) Errado
tendo vedado a criação de outras modalida-
des ou a combinação das existentes, embo-
ra o pregão tenha sido legalmente instituí- 44. (Cespe – MDIC – Analista – 2014)
do, mais tarde, como nova modalidade de Caso a administração pública convoque, por
licitação. meio de convite, dez empresas do mesmo
( ) Certo   ( ) Errado ramo do objeto a ser licitado para contrata-
ção de determinado serviço, e, por desin-
teresse de alguns convidados, apenas uma
41. (Cespe – TER-GO – Técnico Judiciário – empresa apresente proposta, a administra-
2015) ção poderá prosseguir com o certame, des-
de que justifique devidamente o fato e as
O valor estimado da contratação é determi-
circunstâncias especiais.
nante na escolha da modalidade licitatória a
ser adotada: concorrência pública, tomada ( ) Certo   ( ) Errado
de preços, convite ou pregão.
( ) Certo   ( ) Errado 45. (Cespe – ICMBio – Técnico – 2014)
Concorrência é a modalidade de licitação
42. (Cespe – DEPEN – 2015) recomendada para compras que importem
valores elevados.
Os prazos de antecedência para divulgação
do instrumento convocatório, previstos na ( ) Certo   ( ) Errado
Lei de Licitações e Contratos, qualquer que
seja a modalidade escolhida pelo gestor

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46. (Cespe – Anatel – Administração – 014) 52. (Cespe – ICMBio – Técnico – 2014)
Para licitações de obras e serviços de enge- Na modalidade concurso, só é possível con-
nharia, a tomada de preços poderá ser utili- tratar trabalhos artísticos que serão pagos
zada até o limite de R$ 1,5 milhão. por meio de prêmios, pois, nessa modali-
( ) Certo   ( ) Errado dade, não se permite a remuneração direta
aos vencedores.
47. (Cespe – Câmara Legislativa – Consultor – ( ) Certo   ( ) Errado
2014)
Nos casos em que couber licitação na mo- 53. (Cespe – CADE-Ag. – Administrativo – 2014)
dalidade convite, será facultado à adminis-
tração utilizar a tomada de preços e, em Considere que, em operação da polícia fe-
qualquer caso, a concorrência. deral, tenha sido apreendida grande quan-
tidade de veículos introduzidos ilegalmente
( ) Certo   ( ) Errado no território brasileiro. Nesse caso, a admi-
nistração poderá realizar leilão para a venda
48. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário – 2015) desses veículos.
Na modalidade convite, empresas que não ( ) Certo   ( ) Errado
tenham sido convidadas pela administração
não poderão participar da licitação.
54. (Cespe – TRE-GO – Técnico Judiciário –
( ) Certo   ( ) Errado 2015)

49. (Cespe – FUB – Administração – 2015) Leilão é a modalidade de licitação entre in-
teressados devidamente cadastrados ou
Cinco dias úteis são estabelecidos legalmen- que atenderem a todas as condições exigi-
te como o prazo mínimo para o recebimen- das para cadastramento até o terceiro dia
to de propostas para a licitação na modali- anterior à data do recebimento das propos-
dade convite. tas, observada a necessária qualificação.
( ) Certo   ( ) Errado ( ) Certo   ( ) Errado

50 (Cespe – FUB – Administração – 2015)


55. (Cespe – MPU – Técnico – 2015)
A concorrência pública é a modalidade de
licitação que deve ser utilizada para a venda Se a administração pública pretender ven-
de bens móveis inservíveis para a adminis- der bens móveis inservíveis, ela deverá
tração ou de produtos legalmente apreen- fazê-lo mediante leilão a quem oferecer o
didos ou penhorados, ou para a alienação maior lance, igual ou superior ao valor da
de bens imóveis. avaliação dos bens em questão.
( ) Certo   ( ) Errado ( ) Certo   ( ) Errado

51. (Cespe – FUB – Administração – 2015)


56. (Cespe – Suframa – Administrador – 2014)
Para participar de uma tomada de preços,
a empresa deverá estar cadastrada junto ao Caso, em razão de fortes chuvas em deter-
órgão ou atender às condições exigidas para minado município, uma represa se rompa e
o cadastramento. ocasione alagamento em alguns bairros, e,
em razão desse fato, o governo local decre-
( ) Certo   ( ) Errado

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te estado de calamidade pública, poderá o 61. (Cespe – ICMBio – Técnico – 2014)


município valer-se da inexigibilidade de li-
citação para realizar obras de reparo da re- Ausência de mercado concorrencial e im-
presa e evitar novos alagamentos. possibilidade de julgamento objetivo carac-
terizam inviabilidade de competição, casos
( ) Certo   ( ) Errado em que ocorre a inexigibilidade de licitação.
( ) Certo   ( ) Errado
57. (Cespe – Suframa – Administrador – 2014)
Se determinado município, para realizar fes- 62. (Cespe – ICMBio – Técnico – 2014)
tividade em razão do aniversário da cidade,
decidir pela contratação de bandas com- A contratação de assessorias técnicas não
postas por renomados artistas nacionais, a admite inexigibilidade de licitação.
contratação desses artistas poderá dar-se ( ) Certo   ( ) Errado
mediante inexigibilidade de licitação.
( ) Certo   ( ) Errado
63. (Cespe – CADE – 2014)
A dispensa da licitação ocorre quando há in-
58. (Cespe – MDIC – 2014) viabilidade de competição, isto é, inexigibili-
Caso pretenda comprar um medicamento dade de licitar.
produzido por apenas uma indústria farma- ( ) Certo   ( ) Errado
cêutica, utilizado para tratar doença tropical
típica em algumas regiões brasileiras, o res-
ponsável pelo setor de compras de um hos- 64. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014)
pital público deverá considerar inexigível a
licitação. Considere que determinado órgão da ad-
ministração pública pretenda adquirir equi-
( ) Certo   ( ) Errado pamentos de informática no valor de R$
5.000,00. Nesse caso, o referido órgão tem
a opção discricionária de realizar licitação
59. (Cespe – MTE – Contador – 2014) ou proceder à aquisição direta mediante
Caso o MTE pretenda celebrar contrato de dispensa de licitação, em razão do baixo va-
prestação de serviços com organização so- lor dos equipamentos.
cial devidamente qualificada para atividade ( ) Certo   ( ) Errado
contemplada no contrato de gestão, a licita-
ção será dispensável.
65. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014)
( ) Certo   ( ) Errado
Considere que determinada pessoa jurídica
de direito privado que administra um porto
60. (Cespe – MTE-Ag. – Administrativo – 2014) brasileiro pretenda contratar o único escri-
Se a administração necessita adquirir equi- tório de advocacia especializado em direito
pamentos que só podem ser fornecidos por portuário no Brasil para promover ações
produtor, empresa ou representante co- judiciais acerca dessa matéria. Nessa situa-
mercial exclusivo, a licitação é dispensada, ção, é dispensável a licitação.
pois cabe ao poder público ajuizar a conve- ( ) Certo   ( ) Errado
niência e oportunidade da dispensa.
( ) Certo   ( ) Errado

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66. (Cespe – PF-Ag. – Administrativo – 2014) 72. (Cespe – FUB – Administrador – 2015)
A dispensa de licitação é prevista em caso Em casos de situação de emergência ou de ca-
de inviabilidade de competição, situação lamidade pública, poderá haver contratação
que permite à administração adjudicar dire- direta, com dispensa de licitação, tendo o con-
tamente o objeto do contrato. trato decorrente prazo máximo de duração de
cento e oitenta dias, vedada a sua prorrogação.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado

67. (Cespe – Anatel – Analista – 2014)


73. (Cespe – STJ – Analista – 2015)
É inexigível a licitação para a contratação As hipóteses de dispensa de licitação estão
de profissional de qualquer setor artístico, previstas em rol exemplificativo, cabendo
diretamente ou por intermédio de empre- ao agente público justificar a necessidade
sário exclusivo, desde que o referido profis- de contratação direta.
sional seja consagrado pela crítica especiali-
zada ou pela opinião pública. ( ) Certo   ( ) Errado

( ) Certo   ( ) Errado
74. (Cespe – Câmara Legislativa – Consultor –
2014)
68. (Cespe – MPU – Técnico – 2015)
A relação das hipóteses de inexigibilidade
A contratação de serviços técnicos, de na- elencada na Lei de Licitações não é exaus-
tureza singular, com profissionais ou em- tiva. Assim, poderá haver outras hipóteses
presas de notória especialização, insere-se de inviabilidade de competição, que não es-
entre as hipóteses de licitação dispensável. tejam arroladas nos dispositivos da referida
lei e possam configurar a inexigibilidade.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado

69. (Cespe – FUB – Engenheiro – 2015)


75. (Cespe – CBM-CE – 2014)
As situações de emergência ou de calami-
dade pública justificam a inexigibilidade da Caso a administração pública pretenda con-
licitação. tratar serviços de publicidade e divulgação
que se caracterizem como de natureza sin-
( ) Certo   ( ) Errado gular e cuja execução requeira profissionais
ou empresas de notória especialização, ela
poderá fazê-lo diretamente, configurando
70. (Cespe – TCU – Técnico – 2015) uma situação de licitação inexigível.
Será dispensável a licitação caso haja invia- ( ) Certo   ( ) Errado
bilidade de competição.
( ) Certo   ( ) Errado 76. (Cespe – ENAP – Técnico – 2015)
Se um órgão público tiver de adquirir ma-
71. (Cespe – TCU – Técnico – 2015) terial que só possa ser fornecido por re-
presentante comercial exclusivo, a licitação
É inexigível a licitação em caso de guerra ou será inexigível e a administração ficará dis-
de grave perturbação da ordem. pensada de justificar os preços praticados.
( ) Certo   ( ) Errado ( ) Certo   ( ) Errado

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77. (Cespe – CADE – 2014) 82. (Cespe – Anatel – Analista Administrativo –


2014)
Será dispensada da apresentação da docu-
mentação exigida no ato convocatório de Após a homologação ou a adjudicação da
licitação a empresa participante já inscrita licitação, a administração pública não mais
no Sistema de Cadastramento Unificado de poderá, no âmbito de seu poder discricio-
Fornecedores (SICAF). nário, anular ou revogar o procedimento
licitatório, nem mesmo por razões de inte-
( ) Certo   ( ) Errado resse público superveniente.

78. (Cespe – Anatel – Técnico – 2014) 83. (Cesp – Anatel – Analista Administrativo –
Não ofende o princípio da igualdade ou da 2014)
ampla competitividade a cláusula editalícia A existência de SRP vincula a Administração
que exija, em licitação destinada à contra- caso esta pretenda contratar o objeto do re-
tação de serviço, para fins de qualificação gistro de preços.
técnica, comprovada experiência.
( ) Certo   ( ) Errado
( ) Certo   ( ) Errado

84. (Cespe – Anatel – Analista Administrativo –


79. (Cespe – MPOG – 2015) 2014)
A realização de audiência pública concedi- Uma das hipóteses para a adoção do SRP
da pela autoridade responsável é exigência na prestação de serviços a uma entidade
obrigatória nos casos em que a modalidade da Administração é a impossibilidade de se
de licitação adotada for a concorrência. determinar, previamente, com que frequên-
( ) Certo   ( ) Errado cia ou abrangência esses serviços serão de-
mandados.

80. (Cespe – Anatel – Administração – 2014) ( ) Certo   ( ) Errado

Dada a sua excepcionalidade, a licitação


do tipo técnica e preço somente é admiti- 85. (Cespe – Antaq – 2015)
da para serviços de natureza predominan- É legalmente admissível a realização de
temente intelectual, serviços de grande licitação na modalidade pregão para o
complexidade ou inovação tecnológica, ou registro de preços.
serviços que possam ser executados com
diferentes metodologias, tecnologias, alo- ( ) Certo   ( ) Errado
cação de recursos humanos e materiais.
( ) Certo   ( ) Errado 86. (Cespe – ICMBio – Analista – 2014)
A licitação, de acordo com a referida lei,
81. (Cespe – FUB – Administração – 2015) não será utilizada em casos de alienação de
bens da administração pública.
São considerados tipos de licitação: a de
menor preço, a de melhor técnica, a de téc- ( ) Certo   ( ) Errado
nica e preço e a de maior lance ou oferta.
( ) Certo   ( ) Errado

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87. (FCC -TCE-PI – Auditor – 2014) e) admite tão somente a concorrência e o
convite, sendo este último admissível
As contratações da Administração pública de- quando não houver fornecedor do bem
vem ser, como regra, precedidas de processo ou serviço no País.
de licitação pública. Com base nesse preceito,
a) o regime licitatório deve ser rigorosa- 89. (FCC – MPE-PB – Técnico – 2015)
mente idêntico para a Administração Considere as seguintes situações hipotéti-
pública direta e indireta, isso em razão cas de acordo com a Lei de Licitações (Lei nº
do princípio da isonomia. 8.666/1993):
b) a Administração pública indireta pode
optar entre realizar licitação ou contra- I – Um determinado município do Estado da
tação direta por inexigibilidade de licita- Paraíba pretende realizar uma pequena obra
ção, objetivando sempre o menor pre- pública de engenharia na cidade, estimada
ço, em razão do princípio da eficiência e em R$ 300.000,00. A Administração utilizou
da gestão administrativa ótima. a modalidade convite para a li citação.
c) o processo de licitação pública aplica-se II – O Poder Executivo de um determinado
às pessoas jurídicas dotadas de persona- Estado da Federação, incluiu no objeto
lidade jurídica de direto público, por essa de uma licitação para construção de
razão as autarquias não estão submeti- casas populares, materiais e serviços sem
das à regra constitucional de contrata- previsão de quantidades.
ção precedida de processo licitatório.
d) a natureza privada da entidade admi- III – Carlos é servidor de um Município do
nistrativa não afasta, em regra, a obri- Estado da Paraíba que está realizando uma
gatoriedade de promover licitação para licitação para aquisição de alimentação para
suas contratações. crianças de escolas e creches municipais.
e) a Administração pública é livre para Carlos é sócio, juntamente com seu genitor
estabelecer requisitos de habilitação Alfredo, de um restaurante na cidade e
no regime da Lei nº 10.520/2002, en- participou normalmente do procedimento
contrando amarras, para tanto, apenas licitatório, saindo-se vencedor com a
quando o procedimento for disciplina- melhor proposta.
do pela Lei nº 8.666/1993.
IV – A empresa X, após a fase de habilitação,
88. (FCC – TRT-16 – Técnico Judiciário – 2015) desiste da proposta, apresentando um motivo
decorrente de fato superveniente e justo. O
No que concerne às licitações internacionais, pedido é aceito pela Comissão Licitante.
a Lei nº 8.666/1993
Nos termos da legislação brasileira em vi-
a) impõe obrigatoriamente licitação na gor, há ilegalidade e o Ministério Público
modalidade concorrência, em qualquer deverá tomar as medidas necessárias para
hipótese. punição dos responsáveis nos casos indica-
b) admite a concorrência, a tomada de dos APENAS em
preços e o convite, desde que preenchi-
dos os requisitos legais. a) I, II e IV.
c) admite tão somente a concorrência e a b) II, III e IV.
tomada de preços, desde que preenchi- c) I, II e III.
dos os requisitos legais. d) I e IV.
d) impõe obrigatoriamente licitação na e) II e III.
modalidade tomada de preços, em
qualquer hipótese.

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90. (FCC – TRF-1 – Analista Judiciário – 2014) 92. (Cespe – TRF-3 – Analista Judiciário – 2014)
Em licitações regidas pela Lei nº 8.666/1993 O artigo 30 da Lei nº 8.666/93 disciplina a
e alterações, é permitida a contratação de habilitação técnica, dispondo, em seu pará-
serviços técnicos profissionais especializa- grafo quinto que: “É vedada a exigência de
dos. Entre o rol de serviços previstos, NÃO comprovação de atividade ou de aptidão
são considerados trabalhos relativos a: com limitações de tempo ou de época ou
a) pareceres, perícias e avaliações em geral. ainda em locais específicos, ou quaisquer
b) treinamento e aperfeiçoamento de pes- outras não previstas nesta Lei, que inibam
soal. a participação na licitação.” Depreende-se
c) assessorias e consultorias técnicas. ênfase ao princípio da
d) auditorias financeiras ou tributárias. a) publicidade, na medida em que a fase
e) publicidade e divulgação. de habilitação exige a disponibilização
91. (Cespe – TCE-CE – Técnico – 2015) de toda a documentação para ciência
de quaisquer licitantes, administrados
Numa licitação realizada por um Tribunal em geral ou dos órgãos de controle.
de Contas, ocorreu empate de preços e b) isonomia, que visa a assegurar a igual-
condições para fornecimento de serviços dade de competição entre os interes-
de desenvolvimento de um software sob sados, vedando o estabelecimento de
medida. Como critério de desempate, devem condições que acabem por ensejar pre-
ser aplicados sucessivamente para assegurar ferência ou restrição de potenciais com-
preferência aos serviços, nessa ordem: petidores.
a) Produção no País; Produção ou Presta- c) vinculação ao instrumento convocató-
ção de serviços por Empresas Brasileiras; rio, posto que os documentos exigidos
Produção ou Prestação de serviços por na fase de habilitação devem estar ex-
empresas que invistam em pesquisa e pressamente previstos no edital, ainda
desenvolvimento de tecnologia no País. que de modo implícito.
b) Produção ou Prestação de serviços por d) legalidade, na medida em que todo o
Empresas Brasileiras; Produção ou Pres- procedimento de licitação deve trans-
tação de serviços por empresas que in- correr em estrita obediência ao que
vistam em pesquisa e desenvolvimento está previsto na Lei nº 8.666/93, sob
de tecnologia no País; Produção no País. pena de nulidade.
c) Produção ou Prestação de serviços por e) impessoalidade, na medida em que os
Empresas Brasileiras; Produção no País; participantes não podem ser compeli-
Produção ou Prestação de serviços por dos a apresentar documentação perti-
empresas que invistam em pesquisa e nente a fases anteriores, na medida em
desenvolvimento de tecnologia no País. que a avaliação das condições técnicas
d) Produção ou Prestação de serviços por somente pode ser feita levando-se em
empresas que invistam em pesquisa e conta realizações levadas a efeito na
desenvolvimento de tecnologia no País; atualidade da licitação em curso.
Produção no País; Produção ou Presta-
ção de serviços por Empresas Brasileiras. 93. (Cespe – TRT-19 – Técnico Judiciário – 2014)
e) Produção no País; Produção ou Presta- O Governo Federal, ao instituir a Política
ção de serviços por empresas que invis- Nacional de Resíduos Sólidos, incluiu, entre
tam em pesquisa e desenvolvimento de seus objetivos, a prioridade nas aquisições
tecnologia no País; Produção ou Presta- e contratações governamentais, para: (a)
ção de serviços por Empresas Brasilei- produtos reciclados e recicláveis; (b) bens,
ras.

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serviços e obras que considerem critérios para a mesma comissão no período subse-
compatíveis com padrões de consumo social quente.
e ambientalmente sustentáveis. O tema
em questão está associado ao seguinte IV – No caso de concurso, o julgamento será
princípio relativo às licitações públicas: feito por uma comissão especial integrada
por pessoas de reputação ilibada e reconhe-
a) adjudicação compulsória. cido conhecimento da matéria em exame,
b) licitação sustentável. obrigatoriamente servidores públicos.
c) julgamento objetivo.
d) ampla defesa. Está correto o que consta APENAS em
e) vinculação ao instrumento convocatório. a) III e IV.
b) I e IV.
94. (Cespe – TRE-RR – Técnico Judiciário – c) II.
2015) d) I, III e IV.
Um determinado Município do Estado de e) I, II e III.
Roraima, ao concluir procedimento licitató-
rio, deixou, injustificadamente, de atribuir o 96. (Cespe – TRT-19 – Analista Judiciário –
objeto da licitação ao vencedor do certame. 2014)
Nesse caso, houve violação ao princípio Um órgão do Poder Judiciário pretende ad-
a) do julgamento objetivo. quirir 100 unidades de um equipamento,
b) da ampla defesa. com valor estimado de R$ 400.000,00, para
c) da adjudicação compulsória. a realização de audiências por videoconfe-
d) da vinculação ao instrumento convoca- rência. Neste caso, a modalidade de licita-
tório. ção que poderá ser utilizada é
e) da publicidade. a) convite ou concurso.
b) tomada de preço ou leilão.
95. (Cespe – TRT-19 – Analista Judiciário – c) convite ou concorrência.
2014) d) tomada de preço ou concorrência.
Considere as seguintes assertivas, à luz da e) convite ou tomada de preços.
Lei nº 8.666/93:
97. (Cespe – TCE-PI – Assessor Jurídico – 2014)
I – Na licitação modalidade convite, a Comis-
são de licitação, excepcionalmente, nas pe- Determinada Autarquia estadual preten-
quenas unidades administrativas e em face de contratar serviços de vigilância para seu
da exiguidade de pessoal disponível, poderá edifício sede. O valor estimado da contrata-
ser substituída por servidor formalmente de- ção é de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta
signado pela autoridade competente. mil reais). A modalidade licitatória aplicável
para a referida contratação é
II – Os membros das Comissões de licitação
responderão solidariamente por todos os a) tomada de preços, podendo também
atos praticados pela Comissão, salvo se posi- ser adotada concorrência.
ção individual divergente estiver devidamen- b) convite, obrigatoriamente.
te fundamentada e registrada em ata lavrada c) concorrência, obrigatoriamente.
na reunião que tiver sido tomada a decisão. d) concorrência ou convite, a critério da
Autarquia.
III – A investidura dos membros das Comis- e) tomada de preços, podendo também
sões não excederá a 1 (um) ano, vedada a ser adotado convite.
recondução da totalidade de seus membros

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98. (Cespe -TCE-PI – 2014) obra pública. Ressalte-se que o valor da


contratação será de R$ 700.000,00 (sete-
Marta, interessada em participar de uma centos mil reais). Na hipótese narrada, a
licitação na modalidade convite, manifestou modalidade de licitação apropriada é
seu interesse em participar do certame 48
horas antes do prazo para a apresentação a) concorrência.
das propostas. Nos termos da Lei no b) convite.
8.666/93, Marta c) tomada de preços.
d) pregão.
a) não pode participar do certame, em ra- e) registro de preços.
zão de ter transcorrido o prazo previsto
em lei para manifestar seu interesse. 101. (Cespe – TRF-3 – Analista Judiciário –
b) pode participar do certame, indepen- 2014)
dentemente de ser cadastrada ou não.
c) pode participar do certame, desde que Determinado órgão da Administração públi-
seja cadastrada na correspondente es- ca federal pretende contratar, para evento
pecialidade. cultural comemorativo aberto ao público,
d) não pode participar do certame, pois um profissional do setor artístico. De acor-
apenas os licitantes convidados estão do com as disposições da Lei no 8.666/93,
aptos à licitação na modalidade convite. referida contratação
e) pode participar do certame, pois pode
manifestar seu interesse até doze ho- a) deve, necessariamente, ser precedida
ras da apresentação das propostas, não de procedimento licitatório.
sendo necessário o preenchimento de b) prescinde de prévio procedimento lici-
qualquer outro requisito. tatório, se o valor da contratação for de
até R$80.000,00 (oitenta mil reais).
99. (Cespe – TRE-RR – Analista Judiciário – 2015) c) pode ser feita com dispensa de licitação
desde que se trate de profissional de
Nos termos da Lei nº 8.666/1993, existin- notória especialização.
do na praça mais de três possíveis interes- d) deve ser precedida de procedimento li-
sados, a cada nova licitação na modalidade citatório, mediante carta convite a, pelo
convite, realizada para objeto idêntico ou menos, cinco profissionais consagrados
assemelhado, é obrigatório o convite a, no pela crítica especializada.
mínimo, mais um determinado número de e) prescinde de licitação, que se afigura
interessado(s), enquanto existirem cadas- inexigível desde que o artista seja con-
trados não convidados nas últimas licita- sagrado pela crítica especializada ou
ções. O número mínimo de interessados a opinião pública.
que se refere o enunciado é de
a) seis. 102. (Cespe – TRF-3 – Técnico Judiciário –
b) um. 2014)
c) cinco. Em 2011, o Governador do Rio de Janeiro
d) dois. decretou situação de calamidade pública
e) três. em sete municípios do Estado, em razão das
fortes chuvas ocorridas na região serrana. O
100. (Cespe – TRE-RR – Técnico Judiciário – ato mencionado agilizou a contratação ime-
2015) diata de obras e serviços, de modo a reabili-
O Estado de Roraima pretende realizar pro- tar as cidades destruídas. A situação narra-
cedimento licitatório para a construção de da trata de típica hipótese de

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a) dispensa de licitação. 105. (Cespe – TRE-RR – Técnico Judiciário –
b) inexigibilidade de licitação. 2015)
c) licitação, na modalidade convite.
d) licitação, na modalidade leilão. O Estado de Roraima pretende contratar
e) licitação, na modalidade concurso. serviços de informática, a serem prestados
por órgão que integra a Administração Pú-
103. (Cespe – TRT-19 – Técnico Judiciário – blica, criado para esse fim específico. Nesse
2014) caso e nos termos da Lei nº 8.666/1993, a
licitação é
Em procedimento licitatório promovido
pelo Estado de Alagoas, não acudiram in- a) obrigatória na modalidade pregão.
teressados no certame. Se o mencionado b) inexigível.
procedimento licitatório, justificadamente, c) obrigatória na modalidade convite.
não puder ser repetido sem prejuízo para o d) dispensável.
Estado, e desde que mantidas, neste caso, e) obrigatória na modalidade concorrên-
todas as condições preestabelecidas, cia.

a) deve, obrigatoriamente, ser realizado 106. (Cespe – TRE-RR – Analista Judiciário –


outro certame licitatório com modali- 2015)
dade idêntica à do anterior.
b) deve, obrigatoriamente, ser realizado O Estado de Pernambuco, atingido por grave
outro certame licitatório com modali- seca durante o verão, pretende contratar
dade diversa do anterior. entidade privada sem fins lucrativos para
c) é dispensável a licitação. a implementação de tecnologia social de
d) deve, necessariamente, ser prorrogado acesso à água para consumo da população,
o certame. bem como para a produção de alimentos, de
e) é inexigível a licitação. modo a beneficiar as famílias rurais de baixa
renda atingidas pela mencionada seca. Na
104. (Cespe – TRT-16 – Técnico Judiciário – hipótese narrada, consoante preceitua os
2014) ditames da Lei nº 8.666/1993, a licitação é

O Governo do Maranhão pretende contra- a) obrigatória na modalidade pregão.


tar associação de portadores de deficiência b) inexigível.
física, sem fins lucrativos e de comprovada c) obrigatória na modalidade convite.
idoneidade para a prestação de serviços ou d) dispensável.
fornecimento de mão de obra, desde que e) obrigatória na modalidade concorrência.
o preço contratado seja compatível com o
praticado no mercado. Nesse caso, é 107. (Cespe – TRE-RR – Técnico Judiciário –
2015)
a) inexigível a licitação.
b) obrigatória licitação na modalidade João, Prefeito Municipal, dispensou pro-
convite. cedimento licitatório e contratou direta-
c) dispensável a licitação. mente a empresa MM para a prestação de
d) obrigatória licitação na modalidade pre- serviço público de fornecimento de me-
gão. renda escolar, sendo devidamente justifi-
e) obrigatória licitação na modalidade to- cada a situação emergencial da contrata-
mada de preços. ção. Comprovou-se, posteriormente, que
houve superfaturamento no mencionado
contrato administrativo. Nos termos da
Lei nº 8.666/93, nos casos de dispensa, se

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comprovado superfaturamento, respon- 110. (Cespe – TRE-RR – Analista Judiciário –


dem pelo dano causado à Fazenda Pública 2015)
o prestador de serviço e o agente público
responsável, sem prejuízo de outras san- A empresa XYZ constatou irregularidade em
ções legais cabíveis. A responsabilidade da edital de concorrência, na qual pretende par-
empresa MM e de João é ticipar, razão pela qual impugnou os termos
do edital, dentro do prazo previsto para tan-
a) objetiva negativa. to, conforme os ditames da Lei nº 8.666/93.
b) subsidiária. O prazo a que se refere o enunciado é de até
c) disjuntiva.
d) solidária. a) três dias úteis, posteriores à abertura
e) excludente. dos envelopes de habilitação.
b) um dia útil, antecedente à abertura dos
108. (Cespe – TRE-RR – Técnico Judiciário – envelopes de habilitação.
2015) c) dois dias úteis, antecedentes à abertura
dos envelopes de habilitação.
Um determinado órgão público pretende d) cinco dias úteis, posteriores à abertura
contratar associação de portadores de defi- dos envelopes de habilitação.
ciência física, sem fins lucrativos e de com- e) vinte horas antes da abertura dos enve-
provada idoneidade, para a prestação de lopes de habilitação.
serviços, desde que o preço contratado seja
compatível com o praticado no mercado. 111. (Cespe – CNMP – Técnico – 2015)
Nesse caso e nos termos da Lei no 8.666/93,
a licitação é Nas compras do setor público, a licitação de
bens e serviços para possíveis contratações
a) inexigível. futuras, durante um período máximo de
b) dispensável. um ano (podendo este ser prorrogado sob
c) obrigatória na modalidade convite. determinadas condições e/ou reajustes), é
d) obrigatória na modalidade pregão. uma característica exclusiva
e) obrigatória na modalidade concorrên-
cia. a) do Pregão.
b) do Sistema de Registro de Preços.
109. (Cespe – TRE-RR – Técnico Judiciário – c) da Tomada de preços.
2015) d) do Convite.
e) da Concorrência.
A União Federal pretende contratar forne-
cimento de energia elétrica e gás natural 112. (Cespe – TRT-19 – Analista Judiciário –
com empresa concessionária de serviços 2014)
públicos, segundo as normas da legislação
específica. Nesse caso e nos termos da Lei A Administração pública, em determinado
no 8.666/93, a licitação é pregão, fez as seguintes exigências:

a) obrigatória na modalidade concorrên- I – Garantia de proposta.


cia. II – Aquisição do edital pelos licitantes,
b) obrigatória na modalidade convite. como condição para participação no certa-
c) inexigível. me.
d) obrigatória na modalidade pregão.
e) dispensável. III – Cobrança de taxa referente ao forneci-
mento do edital, não superior ao custo de
sua reprodução gráfica.

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Nos termos da Lei nº 10.520/02, é vedada a 115. (Cespe – TRT-3 – Analista Judiciário –
exigência do que consta em 2015)
a) III, apenas. Concernente ao pregão, considere:
b) I, II e III.
c) I e II, apenas. I – É vedada a exigência de aquisição do edi-
d) I e III, apenas. tal pelos licitantes, como condição para par-
e) II, apenas. ticipação no certame.
II – A fase externa do pregão será iniciada
113. (Cespe – TRT-16 – Analista Judiciário – com a abertura do invólucro contendo os
2014) documentos de habilitação do licitante que
No curso de determinado pregão, aberta a apresentou a melhor proposta, para verifi-
sessão pública e feitos os lances, constatou- cação do atendimento das condições fixa-
-se que a empresa “J” é a autora da oferta de das no edital.
valor mais baixo, cujo valor é de um milhão III – O prazo de validade das propostas será
de reais. As empresas “X”, “Y” e “Z” apre- de 60 dias, não podendo o edital fixar outro
sentaram, respectivamente, ofertas nos va- lapso temporal, haja vista expressa proibi-
lores de R$ 1.050.000,00; R$ 1.100.000,00 ção legal.
e R$ 1.200.000,00. Nos termos da Lei nº
10.520/02, até a proclamação do vencedor, Nos termos da Lei nº 10.520/2002, que tra-
poderão fazer novos lances verbais e suces- ta do Pregão, está correto o que consta APE-
sivos as empresas NAS em

a) J, X, Y e Z. a) I.
b) J, X e Y, apenas. b) II e III.
c) J e X, apenas. c) II.
d) X, Y e Z, apenas. d) III.
e) Y e Z, apenas. e) I e II.

114. (Cespe – TRT-13 - Técnico Judiciário – 116. (Cespe – TCE-GO – Contador – 2014)
2014) Determinado Município Goiano, ao realizar
De acordo com as disposições da Lei nº procedimento licitatório na modalidade
10.520/2002, na modalidade licitatória pre- Concurso, publicou o respectivo edital trinta
gão, é VEDADO: dias antes da realização do certame. Além
disso esclareceu que os vencedores seriam
a) negociação do pregoeiro diretamente remunerados, exclusivamente, por meio
com o proponente. da instituição de prêmios. A propósito das
b) pagamento de taxas ou emolumentos condutas realizadas pelo Município e nos
referentes a aquisição do edital. termos da Lei nº 8.666/1993,
c) participação de empresas estrangeiras.
d) exigência de garantia de proposta. a) a segunda conduta estará correta se os
e) exigência de qualificação econômico- prêmios forem em pecúnia com valor
-financeria. superior a cinquenta mil reais.
b) ambas as condutas estão incorretas.
c) apenas a segunda conduta está incorreta.
d) ambas as condutas estão corretas.
e) apenas a primeira conduta está incorreta.

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117. (Cespe – TCE-GO – Contador – 2014) dos do ramo, registrados ou não, para
que presentem suas propostas, no pra-
Em determinado Tribunal de Contas, todas as zo mínimo de cinco dias úteis.
compras de serviços de engenharia para a ins- d) Pregão é a modalidade de licitação uti-
talação de redes de comunicação e infraestru- lizável para a venda de bens móveis in-
tura para datacenter seguem a modalidade de servíveis para a Administração, produtos
licitação de tomada de preços, seja qual for o legalmente apreendidos ou empenha-
valor envolvido na transação. A utilização da dos e também para os bens imóveis cuja
modalidade de tomada de preços é aquisição haja derivado de procedimen-
a) correta, pois é a única modalidade de to judicial ou de dação em pagamento.
licitação permitida para qualquer situa- e) Concorrência é a cabível qualquer que
ção de compra de serviço. seja o valor de seu objeto, em que se ad-
b) incorreta, pois essa modalidade de li- mite a participação de quaisquer interes-
citação para projetos de engenharia sados, registrados ou não, que satisfaçam
só pode ser aplicada para compras até as condições do edital, convocados com
R$5.000,00. antecedência mínima de 45 ou 30 dias.
c) correta, pois é a única modalidade per-
mitida em projeto de engenharia como 119. (FCC – TRT-3 – Analista Administrativo –
o relatado no caso. 2015)
d) incorreta, pois a escolha dessa modali- Em relação às modalidades de licitação,
dade depende do valor envolvido na li- considere:
citação e das características técnicas do
fornecimento. I – A Tomada de Preços é, durante a fase
e) correta, pois não existe restrição dessa inicial de habilitação preliminar, quando
modalidade para projetos voltados para qualquer interessado comprove possuir os
atender infraestrutura de tecnologia. requisitos mínimos de qualificação exigidos
no edital para a execução de seu objeto.
118. (Cespe – CNMP – Técnico – 2015) II – Na modalidade Convite somente é per-
mitido manifestar seu interesse os cadastra-
Dentre as modalidades de licitação, é dos com antecedência de até 24 horas.
correto afirmar:
III – Leilão é a modalidade entre quaisquer in-
a) Concurso é destinado à escolha de tra- teressados para a venda de bens móveis inser-
balho técnico ou artístico, predominan- víveis para a Administração ou para a alienação
temente de criação intelectual. É usado de bens imóveis a quem oferecer o maior lan-
comumente na seleção de projetos, ce, igual ou superior ao valor da avaliação.
onde se busca a melhor técnica, e não o
menor preço. Aos classificados pode-se IV – A Concorrência permite participação de
atribuir prêmio ou remuneração. interessados devidamente cadastrados ou
b) Convite é a licitação para contratos de que atenderem a todas as condições exigidas
valor estimado imediatamente superior para cadastramento até o terceiro dia ante-
ao estabelecido para a tomada de pre- rior à data do recebimento das propostas.
ço, realizada entre interessados previa- Está correto o que consta APENAS em
mente cadastrados, observada a neces-
sária qua lificação. a) II.
c) Tomada de preço é a modalidade mais b) III.
simples, destinada às contratações de c) I e IV.
pequeno valor, consistente na solicita- d) I e II.
ção escrita a pelo menos três interessa- e) III e IV.

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120. (Cespe – TRT-19 – Analista Judiciário – d) anular o procedimento por razões de
2014) ordem administrativa, ficando a Admi-
nistração obrigada a indenizar os parti-
A União pretende realizar importante licita- cipantes da licitação.
ção, na modalidade tomada de preços, que e) revogar a licitação, por motivo de lega-
será do tipo “melhor técnica.” Por sua vez, lidade, não havendo obrigação legal de
o Estado de Alagoas realizará procedimen- assegurar o contraditório e a ampla de-
to licitatório, na modalidade concorrência, fesa, porque os licitantes não têm direi-
que também será do tipo “melhor técnica”. to subjetivo à contratação.
Nas duas hipóteses, o prazo mínimo da pu-
blicação do edital até o recebimento das 122. (FCC – ManausPrev – Técnico Previden-
propostas será de ciário – 2015)
a) trinta dias e sessenta dias, respectiva- Durante o curso de um procedimento de
mente. licitação, um servidor do órgão responsá-
b) quarenta e cinco dias e trinta dias, res- vel pelo certame identificou que uma das
pectivamente. formalidades legais não estava sendo cum-
c) quarenta e cinco dias, nos dois casos. prida. Formalizou a constatação da irregula-
d) trinta dias, nos dois casos. ridade ao seu superior, que adotou as provi-
e) trinta dias e quarenta e cinco dias, res- dências e comunicações cabíveis para que a
pectivamente. licitação
121. (FCC – TRT2 – Analista Judiciário – 2014) a) seja revogada, demonstrado que have-
ria comprovado prejuízo à Administra-
Durante procedimento licitatório, na fase de ção pública caso houvesse continuidade
homologação, o Poder Público apercebeu- do procedimento.
-se que a execução do serviço objeto da li- b) seja invalidada, autorizando-se a cele-
citação não mais atendia ao interesse públi- bração de contrato com a mesma em-
co que motivou a abertura do certame, em presa com dispensa de licitação, em
razão de situação incontornável, decorrente face do comprovado prejuízo caso a Ad-
de fato superveniente à sua instauração, ministração tenha que aguardar a con-
devidamente comprovado. Nessa condição, clusão de novo certame.
a autoridade competente superior, após re- c) prossiga regularmente, em observância
ceber o processo de licitação, deve ao princípio da eficiência, caso se com-
a) revogar a licitação, por ato devidamen- prove que a interrupção ocasionaria
te motivado, assegurando-se aos inte- prejuízo à Administração.
ressados o contraditório e a ampla de- d) seja suspensa por tempo indetermi-
fesa. nado até que o vício seja sanado, cele-
b) anular o procedimento por razão de in- brando-se contrato emergencial até a
teresse público, não havendo obrigação conclusão do certame.
de indenização, porque os licitantes não e) seja anulada, diante do vício indicado,
têm direito subjetivo à contratação. inclusive em observância ao princípio
c) homologar o ato de resultado final da da legalidade.
Comissão de Licitação, confirmando a
validade do certame e adjudicando o
objeto da licitação ao vencedor do cer-
tame, que tem direito subjetivo à con-
tratação.

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Gabarito: 1. Certo 2. Certo 3. Certo 4. Certo 5. Certo 6. Errado 7. Errado 8. Certo 9. Certo 10. Certo 11. Certo
12. Certo 13. Certo 14. Errado 15. Certo 16. Certo 17. Certo 18. Errado 19. Errado 20. Errado 21. Certo 22. Certo
23. Certo 24. Errado 25. Certo 26. Certo 27. Certo 28. Errado 29. Certo 30. Errado 31. Certo 32. Errado 33. Certo
34. Certo 35. Certo 36. Errado 37. Errado 38. Errado 39. Errado 40. Certo 41. Errado 42. Errado 43. Errado 44. Certo
45. Certo 46. Certo 47. Certo 48. Errado 49. Certo 50. Errado 51. Certo 52. Errado 53. Certo 54. Errado 55. Certo
56. Errado 57. Certo 58. Certo 59. Certo 60. Errado 61. Certo 62. Errado 63. Errado 64. Certo 65. Errado 66. Errado
67. Certo 68. Errado 69. Errado 70. Errado 71. Errado 72. Certo 73. Errado 74. Certo 75. Errado 76. Errado 77. Certo
78. Certo 79. Errado 80. Certo 81. Certo 82. Errado 83. Errado 84. Certo 85. Certo 86. Errado 87. D 88. B 89. C
90. E 91. A 92. B 93. B 94. C 95. E 96. D 97. A 98. C 99. B 100. C 101. E 102. A 103. C 104. C 105. D
106. D 107. D 108. B 109. E 110. C 111. B 112. C 113. B 114. D 115. A 116. B 117. D 118. A 119. B
1 20. E 121. A 122. E

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CONTRATOS ADMINISTRATIVOS

1. DEFINIÇÃO GERAL DE CONTRATO:

Segundo a definição de Maria Helena Diniz, contrato é “o acordo de duas ou mais vontades, na
conformidade da ordem jurídica, destinado a estabelecer uma regulamentação de interesses
entre as partes, com o escopo de adquirir, modificar ou extinguir relações jurídicas de natureza
patrimonial”.
Para os fins da Lei nº 8.666/93, considera-se contrato todo e qualquer ajuste entre órgãos ou
entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para
a formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação
utilizada.

2. CONTRATOS DA ADMINISTRAÇÃO X CONTRATOS ADMINISTRATIVOS PRO-


PRIAMENTE DITOS:

A Lei nº 8.666/93 define contrato administrativo como “todo e qualquer ajuste entre órgãos ou
entidades da Administração Pública e particulares, em que haja um acordo de vontades para
formação de vínculo e a estipulação de obrigações recíprocas, seja qual for a denominação uti-
lizada”.
Apesar de tal definição legal, a doutrina majoritária divide os contratos assinados pela Administra-
ção Pública em: Contratos da Administração e Contratos Administrativos Propriamente Ditos.
Na verdade, tal distinção é baseada na presença ou não da Administração Pública com prerro-
gativas especiais, ou seja, privilégios especiais que não estão presentes em um contrato regido
pelo Direito Civil (Direito Privado).
Segundo a doutrina majoritária, os Contratos da Administração são aqueles regidos predo-
minantemente pelo Direito Privado, em que a Administração Pública atua, em princípio, em
condições de igualdade com o particular (relação de horizontalidade). Nos contratos típicos do
Direito Privado (Direito Civil), existe um equilíbrio na relação jurídica entre as partes.
Já nos contratos administrativos propriamente ditos, há um desequilíbrio na relação jurídica,
visto que o Estado possui prerrogativas especiais denominadas, de forma genérica, de cláusu-
las exorbitantes. Segundo Maria Sylvia Di Pietro, “em tais contratos, a Administração age como
poder público, com todo o seu poder de império sobre o particular, caracterizando-se a relação
jurídica pelo traço da verticalidade”.
O importante é reparar que a distinção entre os termos não é a presença do Estado como
uma das partes no contrato. Tanto nos contratos da administração, como nos contratos
administrativos propriamente ditos, o Estado estará sempre presente.

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Atualmente, tal distinção é de pouca utilidade, pois o art. 62, §3º., da Lei nº 8.666/93, afirma:

“Aplica-se o disposto nos arts. 55 e 58 a 61, desta Lei e demais normas gerais, no que
couber:
I – aos contratos de seguro, de financiamento, de locação em que o Poder Público
seja locatário, e aos demais cujo conteúdo seja regido, predominantemente, por
normas de direito privado;
II – aos contratos em que a Administração for parte como usuária de serviço público”.

Os contratos citados são regidos pelo direito privado, mas seguem um regime híbrido, ou seja,
mesclam regras do Direito Privado com regras do Direito Público, pois os art.s 55 e 58 a 61, cita-
dos acima, referem-se a algumas cláusulas exorbitantes.
Assim, com a redação do art. 62, §3º., da Lei 8.666/93, a distinção doutrinária entre contratos
administrativos propriamente ditos e contratos da Administração fica atenuada, visto que os
dois passaram a ter a possibilidade de possuir cláusulas exorbitantes.
A expressão contratos administrativos fará referência aos contratos administrativos propria-
mente ditos. Dentro da Lei nº 8.666/93, o estudo dos contratos administrativos está concentra-
do entre os arts. 54 e 80.

3. CARACTERÍSTICAS:

Segundo Maria Sylvia Di Pietro, “considerando os contratos administrativos, não no sentido am-
plo empregado na Lei 8.666/93, mas no sentido próprio e restrito, que abrange apenas aqueles
acordos de que a Administração é parte, sob regime jurídico publicístico, derrogatório e exorbi-
tante do direito comum, podem ser apontadas as seguintes características:

1. Presença da Administração Pública como Poder Público

2. Finalidade pública

3. Obediência à forma prescrita em lei

4. Procedimento Legal

5. Natureza de contrato de adesão

6. Natureza intuitu personae

7. Presença de cláusulas exorbitantes

8. Mutabilidade”.

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1. Presença da Administração Pública como Poder Público
Nos contratos administrativos propriamente ditos, a Administração possui uma série de prerrogati-
vas especiais, garantidas pelas cláusulas exorbitantes, que a coloca em uma posição de supremacia
sobre os particulares. É a relação de verticalidade, característica do regime-jurídico administrativo.

2. Finalidade Pública:
Sempre presente em qualquer contrato administrativo. Tal finalidade pode ocorrer de forma
imediata (compra de materiais para a repartição) ou de forma mediata (reforma e manutenção
de carros oficiais).

3. Obediência à forma prescrita em lei:


Os contratos administrativos são sempre formais e, em regra, escritos. São nulo e de nenhum
efeito os contratos verbais com a Administração Pública, salvo o de pequenas compras de
pronto pagamento (até R$ 4.000,00), feitas sob o regime de adiantamento.
Além disso, os contratos administrativos possuem cláusulas essenciais: cláusulas econômico-
financeiras e cláusulas regulamentares ou de serviço.
O instrumento de contrato é obrigatório nos casos de concorrência e de tomada de preços,
bem como nas dispensas e nas inexigibilidades cujos preços estejam compreendidos nos
limites dessas duas modalidades de licitação, e facultativo nos demais em que a Administração
puder substituí-lo por outros instrumentos hábeis, tais como carta-contrato, nota de empenho
de despesa, autorização de compra ou ordem de execução de serviço.

4. Procedimento Legal:
O ordenamento jurídico vigente estabelece uma série de procedimentos obrigatórios para a cele-
bração de contratos e que podem variar de um tipo para outro de contrato. Tais medidas podem ser:
exigência de autorização legislativa, avaliação, motivação, autorização pela autoridade competente,
indicação de recursos orçamentários e licitação prévia, salvo nos casos de dispensa e inexigibilidade.
Regulam-se pelas cláusulas neles constantes e pelos preceitos de Direito Público, aplicando-se
supletivamente princípios de Direito Privado.

5. Natureza de contrato de adesão:


Os contratos administrativos são dessa espécie, ou seja, uma das partes propõe as cláusulas e a
outra não pode propor alteração. A autonomia de vontade das partes limita-se à aceitação ou
não das condições do contrato.

6. Natureza intuitu personae:


Os contratos administrativos possuem tal natureza, dado que são celebrados em razão de con-
dições pessoais do contratado, apuradas no procedimento licitatório prévio. Consequentemen-
te, como regra, é vedada a subcontratação, porém tal regra não é absoluta, pois é prevista a
subcontratação parcial, contanto que seja prevista no edital e autorizada pela Administração
até certo limite. Já a subcontratação total é vedada.

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Como decorrência da natureza pessoal dos contratos, há a rescisão do contrato por morte do
contratado ou pela extinção da pessoa jurídica (extinção de pleno direito).
Por fim, há que se ressaltar que, na contratação de serviços técnicos especializados, existe ve-
dação absoluta à possibilidade de subcontratação.

7. Presença de cláusulas exorbitantes:


São aquelas que extrapolam as cláusulas comuns do Direito Privado (no âmbito do qual seriam
inadmissíveis, por conferirem prerrogativas a uma das partes).
São peculiaridades dos contratos administrativos. Caracterizam os contratos administrativos,
diferenciando-os dos ajustes de Direito Privado. Podem ser implícitas ou explícitas, consignando
sempre uma vantagem (prerrogativa) ou uma restrição à Administração ou ao contratado.
Tais cláusulas serão analisadas posteriormente.

8. Mutabilidade:
Segundo Maria Sylvia Di Pietro: “Um dos traços característicos do contrato administrativo é a sua
mutabilidade, que, segundo muitos doutrinadores, decorre de determinadas cláusulas exorbitantes,
ou seja, das que conferem à Administração o poder de, unilateralmente, alterar as cláusulas
regulamentares ou rescindir o contrato antes do prazo estabelecido, por motivo de interesse público”.

OBSERVAÇÕES NOTÁVEIS:
Os contratos administrativos também são consensuais e, em regra, formais, onerosos,
comutativos e realizados intuitu personae (em regra, não admitem subcontratação).
Também devem possuir partes capazes, objeto lícito e possível e a forma prevista em lei.
a) Consensuais – são aqueles que se ultimam pelo mero consentimento das par-
tes, sem a necessidade de qualquer outro complemento, ou seja, dependem
de consenso entre os contratantes.
b) Formais – os contratos administrativos devem ter a forma prescrita em lei, de-
vendo, em regra, ser formalizados por escrito.
c) Onerosos – são, em regra, onerosos porque uma das partes sofre um sacrifício
patrimonial ao qual corresponde uma vantagem que pleiteia, em relação de
equivalência.
d) Comutativos – a ideia de comutatividade insere-se, em parte, à de equivalência
nas prestações, ou seja, uma das partes pode antecipar o montante da presta-
ção que receberá, em troca da que fornece. O contrário de contrato comutativo
seria o contrato aleatório, no qual não há como ser realizada tal antecipação, em
virtude da compra de um risco, como ocorre nos contratos de seguro.
e) Intuitu Personae – é uma regra não absoluta. Decorre da característica perso-
nalíssima das contratações realizadas pela Administração Pública, acarretando
a impossibilidade, como regra, de haver subcontratação.

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4. PRINCÍPIOS BÁSICOS:

a) Autonomia de vontades (ninguém é obrigado a contratar com a Administração);


b) Lex inter partes (lei entre as partes);
c) Pacta sunt servanda (obrigação de cumprir o avençado).

5. PUBLICAÇÃO:

A publicação na imprensa oficial é condição suspensiva de eficácia do contrato (até o 5º dia útil
do mês seguinte ao da assinatura, para iniciar a produção de efeitos no prazo de 20 dias conta-
dos da publicação)
Lei nº 8.666/93, art. 61
Parágrafo único. A publicação resumida do instrumento de contrato ou de seus aditamentos
na imprensa oficial, que é condição indispensável para sua eficácia, será providenciada pela
Administração até o quinto dia útil do mês seguinte ao de sua assinatura, para ocorrer no prazo
de vinte dias daquela data, qualquer que seja o seu valor, ainda que sem ônus, ressalvado o
disposto no art. 26 desta Lei.

6. CLÁUSULAS EXORBITANTES:

São tidas como cláusulas exorbitantes, segundo a doutrina majoritária:


a) Exigência de garantia;
b) Alteração unilateral dos contratos;
c) Rescisão unilateral dos contratos;
d) Manutenção do equilíbrio financeiro do contrato;
e) Fiscalização, acompanhamento e ocupação temporária;
f) Restrições ao uso da exceptio non adimpleti contractus;
g) Aplicação direta de penalidades;
h) Anulação.

a) Exigência de Garantia:
→ A exigência de garantia é decisão discricionária da autoridade competente.
→ É obrigatória a previsão no edital.
→ É o contratado que escolhe uma das modalidades previstas em lei.

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→ Regra geral, a garantia não pode exceder 5% do valor contratado (poderá ser de até 10% nas
contratações de grande vulto, que envolvam alta complexidade técnicas e riscos financeiros con-
sideráveis).
→ Modalidades: caução em dinheiro, título da dívida pública, seguro-garantia ou fiança bancária.
→ Com o fim do contrato será liberada ou restituída e, quando em dinheiro, será atualizada
monetariamente.
→ Reduzida ou perdida a garantia inicial, é lícito à Administração exigir sua recomposição para
prosseguimento do contrato, sob pena de rescisão.
Obs. 1: Garantia dos licitantes (Lei nº 8.666/93, art. 31, III) – quando o objeto da licitação
for obras, serviços e compras é limitada a 1% do valor estimado do objeto. Integra a fase de
habilitação, estando relacionada à qualificação econômico-financeira do licitante.
Obs. 2: Nos contratos de parcerias público-privadas, deverá ser exigida garantia de até 10% do
valor do contrato, do parceiro privado.

b) Alteração Unilateral do Contrato:


→ Só podem ser alteradas unilateralmente as cláusulas regulamentares ou de serviço (as
cláusulas econômico-financeiras não podem ser alteradas unilateralmente – Lei nº 8.666/93,
art. 58, §1º)
→ Casos:

Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser alterados, com as devidas justifi-
cativas, nos seguintes casos:
I – unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das especificações, para melhor
adequação técnica aos seus objetivos; (qualitativa)
b) quando necessária a modificação do valor contratual em decorrência de acrés-
cimo ou diminuição quantitativa de seu objeto, nos limites permitidos por esta Lei;
(quantitativa)
II – por acordo das partes:
a) quando conveniente a substituição da garantia de execução;
b) quando necessária a modificação do regime de execução da obra ou serviço, bem
como do modo de fornecimento, em face de verificação técnica da inaplicabilidade
dos termos contratuais originários;
c) quando necessária a modificação da forma de pagamento, por imposição de cir-
cunstâncias supervenientes, mantido o valor inicial atualizado, vedada a antecipação
do pagamento, com relação ao cronograma financeiro fixado, sem a correspondente
contraprestação de fornecimento de bens ou execução de obra ou serviço;

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→ Limites para acréscimos e supressões de obras, serviços e compras:

a) 25% do valor inicial atualizado (regra geral)


b) 50% no caso de reforma de edifício ou equipamento (só no caso de acréscimo, pois, no
caso de supressão, é de 25%)
c) qualquer porcentagem, desde que haja acordo entre as partes (mas, nesse caso, não é
unilateral!)

Obs. 1: Os acréscimos e as supressões devem respeitar as mesmas condições previamente


acordadas.

Obs. 2: No caso de supressão de obras, serviços ou compras, se o contratado já houver adquirido


os materiais e posto no local dos trabalhos, estes deverão ser pagos pela Administração pelo
custo de aquisição, regularmente comprovados e corrigidos monetariamente.

c) Rescisão Unilateral dos Contratos (Rescisão Administrativa):


→ Essa possibilidade não existe num contrato de Direito Privado. Já nos contratos administra-
tivos não se observa a igualdade jurídica entre os contratados e a Administração, uma vez que
são regidos basicamente por normas de Direito Público.

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere
à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de inte-
resse público, respeitados os direitos do contratado;
II – rescindi-los, unilateralmente, nos casos especificados no inciso I do art. 79 des-
ta Lei;
Art. 79. A rescisão do contrato poderá ser:
I – determinada por ato unilateral e escrito da Administração, nos casos enume-
rados nos incisos I a XII e XVII do artigo anterior;
II – amigável, por acordo entre as partes, reduzida a termo no processo da licita-
ção, desde que haja conveniência para a Administração;
III – judicial, nos termos da legislação;
Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:
I – o não cumprimento de cláusulas contratuais, especificações, projetos ou prazos;
II – o cumprimento irregular de cláusulas contratuais, especificações, projetos e
prazos;
III – a lentidão do seu cumprimento, levando a Administração a comprovar a im-
possibilidade da conclusão da obra, do serviço ou do fornecimento, nos prazos es-
tipulados;

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VI – a subcontratação total ou parcial do seu objeto, a associação do contratado


com outrem, a cessão ou transferência, total ou parcial, bem como a fusão, cisão
ou incorporação, não admitidas no edital e no contrato;
VII – o desatendimento das determinações regulares da autoridade designada
para acompanhar e fiscalizar a sua execução, assim como as de seus superiores;
VIII – o cometimento reiterado de faltas na sua execução, anotadas na forma do §
1º do art. 67 desta Lei;
IX – a decretação de falência ou a instauração de insolvência civil;
X – a dissolução da sociedade ou o falecimento do contratado;
XI – a alteração social ou a modificação da finalidade ou da estrutura da empresa,
que prejudique a execução do contrato;
XII – razões de interesse público, de alta relevância e amplo conhecimento, justifi-
cadas e determinadas pela máxima autoridade da esfera administrativa a que está
subordinado o contratante e exaradas no processo administrativo a que se refere
o contrato;
XVII – a ocorrência de caso fortuito ou de força maior, regularmente comprovada,
impeditiva da execução do contrato.
Parágrafo único. Os casos de rescisão contratual serão formalmente motivados
nos autos do processo, assegurado o contraditório e a ampla defesa.

OBSERVAÇÕES:
1. A rescisão unilateral será sempre motivada, garantindo-se o contraditório e a ampla defesa.
2. A rescisão unilateral autoriza a ocupação provisória do local, instalações, equipamentos,
material e pessoal empregados na execução do contrato, necessários à sua continuidade.
Os quais serão devolvidos e ressarcidos, posteriormente, mediante avaliação (art. 80, I e II).
3. A rescisão unilateral acarreta, ainda, para o administrado, a execução da garantia para res-
sarcimento da Administração e pagamento automático dos valores, das multas e indeniza-
ções a ela devidos, além da retenção dos créditos decorrentes do contrato até o limite dos
prejuízos causados à Administração (art. 80, III e IV)

d) Manutenção do Equilíbrio Financeiro do Contrato:


→ Apesar de ser classificada como cláusula exorbitante, não se trata de uma prerrogativa da
Administração, mas sim de uma limitação à sua atuação.
→ Como já observado anteriormente, a alteração unilateral dos contratos é restrita às cláusulas
regulamentares ou de serviço. As cláusulas econômico-financeiras não podem ser objeto de
alteração unilateral.

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→ Assim, sempre que houver alteração unilateral de alguma cláusula regulamentar, a Adminis-
tração terá que proceder aos ajustamentos econômicos necessários à manutenção do equilí-
brio financeiro denotativo da relação encargo-remuneração, inicialmente estabelecida para o
particular, como justa e devida.
→ Outra consequência é a previsão legal e contratual para fazer face ao reajustamento periódi-
co de preços e tarifas. A lei esclarece também que a variação do valor contratual para fazer face
ao reajuste de preços previsto nele próprio não caracteriza alteração do contrato.

Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere
à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação às finalidades de inte-
resse público, respeitados os direitos do contratado;
§ 1º As cláusulas econômico-financeiras e monetárias dos contratos administrati-
vos não poderão ser alteradas sem prévia concordância do contratado.
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas econômico-financeiras do
contrato deverão ser revistas para que se mantenha o equilíbrio contratual.
Art. 65
§ 6º Em havendo alteração unilateral do contrato que aumente os encargos do
contratado, a Administração deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio eco-
nômico-financeiro inicial.
§ 8º A variação do valor contratual para fazer face ao reajuste de preços previs-
to no próprio contrato,as atualizações, compensações ou penalizações financeiras
decorrentes das condições de pagamento nele previstas, bem como o empenho
de dotações orçamentárias suplementares até o limite do seu valor corrigido, não
caracterizam alteração do mesmo, podendo ser registrados por simples apostila,
dispensando a celebração de aditamento.

→ Como consequência da manutenção do equilíbrio financeiro do contrato, surgem os termos


revisão e reajuste contratual. O primeiro refere-se ao reequílibro contratual decorrente da
alteração unilateral do contrato ou de algum evento externo ao contrato. Já o segundo decorre
da inflação, sendo decorrência da perda do poder aquisitivo da moeda, ocorrendo de forma
periódica.

e) Fiscalização, Acompanhamento e Ocupação Temporária:

→ Essa prerrogativa dispensa cláusula expressa, pois o poder de controle e acompanhamento


é inerente à atividade administrativa e autoriza, em casos extremos, a Administração a assumir
o objeto do contrato, ocupando provisoriamente as instalações e utilizando os recursos
vinculados à execução do contrato.

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Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos instituído por esta Lei confere
à Administração, em relação a eles, a prerrogativa de:
V – nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis, imó-
veis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato, na hipótese da necessi-
dade de acautelar apuração administrativa de faltas contratuais pelo contratado,
bem como na hipótese de rescisão do contrato administrativo.
Art. 67. A execução do contrato deverá ser acompanhada e fiscalizada por um repre-
sentante da Administração especialmente designado, permitida a contratação de ter-
ceiros para assisti-lo e subsidiá-lo de informações pertinentes a essa atribuição.
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administra-
ção ou a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não ex-
cluindo ou reduzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo
órgão interessado.

f) Restrições ao Uso da Cláusula Exceptio non adimpleti contractus:


→ Exceptio non adimpleti contractus – suspensão da execução do contrato pela parte prejudi-
cada pela inadimplência do outro contratante.
→ É uma cláusula típica nos contratos de Direito Privado, permitindo a qualquer dos contratan-
tes suspender a execução de sua parte no contrato enquanto o outro contratante não adimplir
a sua.
→ Motivo: Princípio da continuidade do serviço público.
→ Por conta de tal princípio, o particular não pode interromper a execução do contrato em
caso de inadimplemento da Administração. Em regra, ele deverá esperar o inadimplemento da
Administração por prazo superior a 90 dias para então poder suspender a execução do contrato
ou, se preferir, rescindi-lo judicial ou amigavelmente, mas nunca unilateralmente.
→ É bom lembrar que já a Administração Pública poderá suspender a execução do contrato
imediatamente, ou até rescindi-lo unilateralmente, em decorrência de inadimplemento do
contratado, sem prejuízo das sanções cabíveis.
→ Por fim, vale lembrar que a exceção do contrato não cumprido não é oponível mesmo diante
de atraso no pagamento superior a 90 dias, em caso de calamidade pública, grave perturbação
da ordem interna ou guerra.

Art. 78, XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Ad-
ministração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já re-
cebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação da
ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela suspensão
do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;

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g) Aplicação Direta de Penalidades:
→ Decorre da auto-executoriedade dos atos administrativos.
→ Ao contratar, a Administração reserva-se, implicitamente, a faculdade de aplicar as penali-
dades contratuais e legais, ainda que não previstas expressamente no contrato, independen-
temente de prévia intervenção do Judiciário, salvo as cobranças resistidas pelo particular con-
tratante. Obviamente, isso não exclui o direito da contratada ao contraditório e à ampla defesa.
→ São elas:

I – Por atraso na execução:

a) multa de mora (cumulativamente com as demais penalidades)


II – Pela inexecução total ou parcial:

a) Advertência;
b) multa (cumulativamente com as demais penalidades);
c) suspensão temporária para participar de licitação ou contratar com a Administração:

•• aplicada a quem culposamente prejudique a execução do contrato, embora por fatos ou


atos de menor gravidade;
•• prazo máximo de dois anos.

d) declaração de inidoneidade para participar de licitação ou contratar com a Administração Pú-


blica (competência exclusiva do Ministro de Estado ou do Secretário Estadual ou Municipal):
•• aplicada no caso de dolo ou falta grave.
Obs. 1: Reabilitação – pode ser requerida após dois anos da aplicação dessa penalidade e será
concedida sempre que o contratado ressarcir a Administração dos danos causados. A lei consi-
dera crime a contratação de empresa declarada inidônea.
Obs. 2: A multa de mora e a multa por inadimplemento contratual podem ser aplicadas cumu-
lativamente com as demais penalidades.
Obs. 3: STJ – entende que a declaração de inidoneidade e a suspensão temporária de participar
de licitação produz efeitos em relação a todos os entes federados.

7. RESPONSABILIDADE PELOS ENCARGOS DA EXECUÇÃO CONTRATUAL:

Responsabilidade Subjetiva
Art. 70. O contratado é responsável pelos danos causados diretamente à Administração ou
a terceiros, decorrentes de sua culpa ou dolo na execução do contrato, não excluindo ou re-
duzindo essa responsabilidade a fiscalização ou o acompanhamento pelo órgão interessado.

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Art. 71. O contratado é responsável pelos encargos trabalhistas, previdenciários, fiscais


e comerciais resultantes da execução do contrato.
§ 1º A inadimplência do contratado, com referência aos encargos trabalhistas, fis-
cais e comerciais não transfere à Administração Pública a responsabilidade por seu
pagamento, nem poderá onerar o objeto do contrato ou restringir a regularização
e o uso das obras e edificações, inclusive perante o Registro de Imóveis.
§ 2º A Administração Pública responde solidariamente com o contratado pelos en-
cargos previdenciários resultantes da execução do contrato, nos termos do art. 31
da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
Encargos da Obra – Resumo:
a) Trabalhista/Fiscal/Comercial – não é transferido para a Administração
b) Previdenciário – resultantes da execução do contrato – Administração é solidá-
ria

Obs. 1: STF – entende que a Administração Pública pode ter responsabilidade subsidiária em
relação aos encargos trabalhistas quando ficar comprovado, em um caso concreto, que a Ad-
ministração agim, no mínimo, de forma culposa ao fiscalizar a execução do contrato.

Obs. 2: Manutenção de Preposto – obrigação do contratado à manutenção, no local da obra ou


serviço, de preposto credenciado para dirigir os trabalhos, informar a fiscalização e atender às
recomendações da Administração na execução do contrato.

8. EXTINÇÃO E PRORROGAÇÃO DO CONTRATO:

Casos:
a) conclusão do objeto;
b) término do prazo;
c) anulação por motivo de ilegalidade;
d) rescisão (amigável, judicial ou unilateral).

9. PRORROGAÇÃO DO CONTRATO:

→ Regra Geral: duração limitada à vigência dos respectivos créditos orçamentários, exceção
feita para os casos do art. 57.

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Art. 57. A duração dos contratos regidos por esta Lei ficará adstrita à vigência dos respectivos
créditos orçamentários, exceto quanto aos relativos:
I – aos projetos cujos produtos estejam contemplados nas metas estabelecidas no Plano Pluria-
nual, os quais poderão ser prorrogados se houver interesse da Administração e desde que isso
tenha sido previsto no ato convocatório;
II – à prestação de serviços a serem executados de forma contínua, que poderão ter a sua du-
ração prorrogada por iguais e sucessivos períodos com vistas à obtenção de preços e condições
mais vantajosas para a administração,limitada a sessenta meses;
III – (VETADO)
IV – ao aluguel de equipamentos e à utilização de programas de informática, podendo a duração
estender- se pelo prazo de até 48 (quarenta e oito) meses após o início da vigência do contrato.
V – contratos celebrados nas hipóteses de licitação dispensável previstas nos incisos IX, XIX,
XXVIII, XXXI do art. 24 da Lei 8.666/93, os quais poderão ter vigência por até cento e vinte
meses, caso haja interesse da administração.
§ 2º Toda prorrogação de prazo deverá ser justificada por escrito e previamente autorizada pela
autoridade competente para celebrar o contrato.
§ 3º É vedado o contrato com prazo de vigência indeterminado.
§ 4º Em caráter excepcional, devidamente justificado e mediante autorização da autoridade superior,
o prazo de que trata o inciso II do caput deste artigo poderá ser prorrogado por até doze meses.

→ Motivos para prorrogação – lista taxativa – art. 57, §1º

§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de entrega admitem


prorrogação, mantidas as demais cláusulas do contrato e assegurada a manutenção
de seu equilíbrio econômico- financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes moti-
vos, devidamente autuados em processo:
I – alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
II – superveniência de fato excepcional ou imprevisível, estranho à vontade das partes,
que altere fundamentalmente as condições de execução do contrato;
III – interrupção da execução do contrato ou diminuição do ritmo de trabalho por or-
dem e no interesse da Administração;
IV – aumento das quantidades inicialmente previstas no contrato, nos limites permiti-
dos por esta Lei;
V – impedimento de execução do contrato por fato ou ato de terceiro reconhecido pela
Administração em documento contemporâneo à sua ocorrência;
VI – omissão ou atraso de providências a cargo da Administração, inclusive quanto aos
pagamentos previstos de que resulte, diretamente, impedimento ou retardamento na
execução do contrato, sem prejuízo das sanções legais aplicáveis aos responsáveis.

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Obs.: Parceria Público-Privada (PPP) – prazo mínimo de 5 anos e máximo de 35 anos.

10. INEXECUÇÃO DO CONTRATO:

A inexecução do contrato administrativo decorre do descumprimento, total ou parcial, das cláu-


sulas contratuais por uma das partes contratantes. Obviamente, essa inexecução pode ocorrer
por culpa das partes ou por fatores alheios à vontade das partes, variando as consequências do
descumprimento contratual.
a) Inexecução culposa do contratado – aplicação de sanções e/ou rescisão unilateral;
b) Inexecução culposa da Administração Pública – rescisão judicial ou amigável;
c) Inexecução sem culpa – pressupõe a existência de uma causa justificadora do inadimple-
mento e libera o inadimplente de responsabilidade, em razão da aplicação da denominada
Teoria da Imprevisão.
A inexecução sem culpa das partes é justificada por fatos imprevisíveis, extraordinários e ex-
tracontratuais ocorridos posteriormente à assinatura do contrato que impeçam ou tornem ex-
cessivamente onerosa a execução do contrato da forma inicialmente acordada, isentando as
partes de responsabilidades.
É bom lembrar que os contratos devem ser cumpridos (pacta sunt servanda), desde que se
mantenham as condições iniciais pactuadas (rebus sic standibus).
c.1) Hipóteses:

a) Caso fortuito e força maior;


b) Fato do príncipe;
c) Fato da administração;
d) Interferências imprevistas.

a) Caso Fortuito e Força Maior:


→ Eventos imprevisíveis e inevitáveis que geram, para o contratado, excessiva onerosidade ou
mesmo impossibilidade da normal execução do contrato. Ensejam sua revisão ou rescisão.

b) Fato do Príncipe:
→ É toda determinação estatal, geral e imprevisível, que impeça ou, o que é mais comum, one-
re substancialmente a execução do contrato, autorizando sua revisão, ou mesmo sua rescisão,
na hipótese de tornar-se impossível o seu cumprimento.
→ “Medidas de ordem geral, não relacionadas diretamente com o contrato, mas que nele
repercutem, provocando o desequilíbrio econômico-financeiro em determinado contrato”
(MSZP)

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c) Fato da Administração:
→ Decorre de uma ação ou omissão do Poder Público, especificamente relacionada com o
contrato, que impede ou retarda a sua execução.

Art. 78. Constituem motivo para rescisão do contrato:


XIV – a suspensão de sua execução, por ordem escrita da Administração, por prazo
superior a 120 (cento e vinte) dias, salvo em caso de calamidade pública, gra-
ve perturbação da ordem interna ou guerra, ou ainda por repetidas suspensões
que totalizem o mesmo prazo, independentemente do pagamento obrigatório de
indenizações pelas sucessivas e contratualmente imprevistas desmobilizações e
mobilizações e outras previstas, assegurado ao contratado, nesses casos, o direito
de optar pela suspensão do cumprimento das obrigações assumidas até que seja
normalizada a situação;
XV – o atraso superior a 90 (noventa) dias dos pagamentos devidos pela Admi-
nistração decorrentes de obras, serviços ou fornecimento, ou parcelas destes, já
recebidos ou executados, salvo em caso de calamidade pública, grave perturbação
da ordem interna ou guerra, assegurado ao contratado o direito de optar pela sus-
pensão do cumprimento de suas obrigações até que seja normalizada a situação;
XVI – a não liberação, por parte da Administração, de área, local ou objeto para
execução de obra, serviço ou fornecimento, nos prazos contratuais, bem como das
fontes de materiais naturais especificadas no projeto;

d) Interferências Imprevistas:

→ São elementos materiais que surgem durante a execução do contrato, que dificultam extre-
mamente sua execução, tornando-a insuportavelmente onerosa.
→ “Correspondem a fatos de ordem material, que podiam já existir no momento da celebração
do contrato, mas que eram desconhecidos pelo contratante”.

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Questões

QUESTÕES DE PROVAS ANTERIORES para disponibilização. De acordo com a le-


gislação que rege a matéria, afigura-se pos-
sível a
1. (FCC – TCE-PI – Assessor Jurídico – 2014) a) aquisição precedida de processo licita-
tório, que somente pode ser dispensa-
Acerca dos contratos administrativos, consi- do na hipótese de desapropriação.
dere: b) permuta, desde que com outro imóvel de
I – Admite-se contrato verbal com a Admi- igual valor, exclusivamente entre órgãos
nistração para compras em regime de adian- ou entidades da Administração pública.
tamento, com valor limitado a R$ 4.000,00. c) aquisição, com inexigibilidade de licitação,
se comprovada a urgência no atendimento
II – O instrumento de contrato é obrigatório do interesse público e observada a compa-
nos casos de concorrência e tomada de pre- tibilidade de preço com o mercado.
ços, sendo dispensado nos casos de contra- d) locação, dispensado o procedimento
tação com inexigibilidade de licitação. licitatório, se comprovado que as ne-
III – O instrumento de contato poderá, sem- cessidades de instalação e localização
pre que conveniente para a Administração, condicionam a escolha, observada a com-
ser substituído por carta-contrato ou nota patibilidade de preço com o mercado.
de empenho. e) aquisição ou locação, sempre precedida
de licitação, cabendo a dispensa apenas
Está correto o que se afirma APENAS em na hipótese de permissão de uso incidente
sobre imóvel pertencente a outro órgão ou
a) I e III. entidade da Administração pública.
b) I e II.
c) I. 4. (Cespe – STJ – Técnico Judiciário – 2015)
d) II.
e) III. Contratos públicos são celebrados em
caráter intuitu personae, sendo, em regra,
2. (Cespe – TCDF – Técnico – 2014) vedada a subcontratação.
Aos contratos administrativos aplicam-se, ( ) Certo   ( ) Errado
supletivamente, as disposições de direito
privado.
5. (FCC – TRT-19 – Analista Administrativo –
( ) Certo   ( ) Errado 2014)
Uma das características dos contratos admi-
3. (FCC – TRT-4 – Analista Administrativo – nistrativos decorre justamente das denomi-
2015) nadas cláusulas exorbitantes, que conferem
à Administração pública o poder de, unila-
A Administração necessita de um imóvel teralmente, alterar cláusulas contratuais ou
para instalar um posto de saúde e está es- rescindir o contrato, por motivo de interes-
tudando as alternativas mais adequadas, do se público e é chamada de
ponto de vista de valor, localização e prazo

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a) onerosidade. 10. (Cespe – Antaq – 2014)
b) comutatividade.
c) intuitu personae. É dispensável o termo de contrato, indepen-
d) mutabilidade. dentemente do valor da contratação, se se
e) formalidade. tratar de compra com entrega imediata e
integral.
6. (Cespe – TEM-Ag. – Administrativo – 2014) ( ) Certo   ( ) Errado
Todos os contratos para os quais a lei exige
licitação são firmados intuitu personae, ou 11. (Cespe – DPE-CE – 2015)
seja, em razão de condições pessoais do
contratado, apuradas no procedimento da De acordo com a Lei nº 8.666/1993, o con-
licitação. trato administrativo deve ser escrito, sendo
nulo e de nenhum efeito todo contrato ver-
( ) Certo   ( ) Errado bal celebrado com a administração pública.
( ) Certo   ( ) Errado
7. (Cespe – PF-Ag. Administrativo – 2014)
Como o contrato administrativo é um con- 12. (FCC – TRE-RR – Técnico Judiciário – 2015)
trato de adesão, todo o seu conteúdo será
definido unilateralmente pela própria admi- Uma das características dos contratos ad-
nistração. ministrativos denomina-se comutatividade,
segundo a qual o contrato administrativo
( ) Certo   ( ) Errado
a) deve ser executado pelo próprio contra-
tado.
8. (Cespe – TCDF – Técnico – 2014) b) se expressa por escrito e com requisitos
Em razão do caráter personalíssimo dos especiais.
contratos administrativos, a administração c) é remunerado na forma convencionada.
não poderá admitir a subcontratação do re- d) pressupõe anterior licitação.
ferido serviço. e) se reveste de obrigações recíprocas e
equivalentes para as partes.
( ) Certo   ( ) Errado
13. (FCC – MANAUSPREV – 2014)
9. (Cespe – TCDF – Técnico – 2014) Quando se fala das características dos con-
tratos administrativos normalmente há al-
Em decorrência do princípio do formalismo, guma referência à mutabilidade da avença,
todas as contratações celebradas pela ad- o que consiste, dentre outras hipóteses,
ministração pública devem ser formalizadas
por meio de instrumento de contrato, não a) na faculdade de o Poder Público impor
sendo possível a sua substituição por outros alterações unilaterais quantitativas e
instrumentos, como a nota de empenho de qualitativas, independentemente do
despesa. valor, desde que mantido o equilíbrio
econômico- financeiro da avença e que
( ) Certo   ( ) Errado haja previsão orçamentária para tanto.
b) na possibilidade de alteração do obje-
to, garantia e valor dos contratos admi-
nistrativos, irrestritamente, desde que
haja interesse público para tanto.

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c) na possibilidade de, nos limites da lei, 17. (FCC – TRE-MT – Analista Administrativo –
alteração unilateral pelo Poder Público 2015)
contratante, para adaptação à super- Em um contrato administrativo, contratan-
veniente necessidade de adequação ao te e contratado possuem direitos e obriga-
interesse público, mantido o equilíbrio ções. Acerca desse assunto, assinale a op-
econômico-financeiro. ção correta.
d) em admitir alterações unilaterais pelas
partes, de acordo com os fundamentos a) O contrato administrativo é regido pelo
legais existentes e desde que mantido equilíbrio entre as partes envolvidas.
o equilíbrio econômico-financeiro da b) A administração tem a prerrogativa de
avença. realizar a fiscalização e controlar a exe-
e) na possibilidade de aditamento para cução do contrato, com vistas a evitar
substituição da contratada diante de prejuízos ao interesse público.
inadimplência contumaz por parte da c) É um direito do contratado exercer as
vencedora da licitação. prerrogativas previstas nas cláusulas
exorbitantes.
14. (Cespe – FUB – 2015) d) É um direito do contratante a manuten-
ção do equilíbrio econômico-financeiro.
A disposição das cláusulas de um contra- e) Em um contrato de construção de edifi-
to administrativo é livre à negociação pelo cação é obrigação do contratado a libe-
particular, com a finalidade de se buscar o ração do local da obra.
equilíbrio contratual.
18. (Cespe – FUB – 2015)
( ) Certo   ( ) Errado
O prazo de execução de um contrato admi-
nistrativo é iniciado na data de assinatura
15. (Cespe – FUB – 2015) do contrato.
No âmbito da contratação pública, assim ( ) Certo   ( ) Errado
como ocorre na esfera civil, a contratação
do particular poderá ocorrer verbalmente,
sem a necessidade, em determinadas hipó- 19. (Cespe – Cade – 2014)
teses, de formalizá-la por meio de contrato O contrato terá vigência dentro do exercício
administrativo. financeiro, embora sejam permitidos, em
( ) Certo   ( ) Errado casos especiais, contratos com prazo de vi-
gência indeterminado.

16. (Cespe – STJ – Técnico judiciário – 2015) ( ) Certo   ( ) Errado

Nos contratos administrativos, dada a pre- 20. (FCC – TCE-PI – Assessor Jurídico – 2014)
valência do interesse público sobre o priva-
do, a administração pública ocupa posição A Administração estadual contratou aluguel
privilegiada em relação ao particular, go- de equipamentos e utilização de programas
zando de algumas prerrogativas que lhe são de informática para a implantação de um
atribuídas por lei. amplo programa de inclusão digital voltado
à população carente. A duração estimada
( ) Certo   ( ) Errado do referido programa é de 4 anos, coinci-
dente com o mandato recém iniciado do
Governador. De acordo com as disposições
da Lei nº 8.666/93, o contrato em questão

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a) deverá ter sua duração limitada ao refe- serviço de natureza contínua, condicio-
rido mandato, eis que se trata de servi- nada à anuência do contratado.
ços de natureza contínua. e) viola as disposições legais que atrelam a
b) tem sua duração adstrita à vigência dos contratação à vigência dos créditos or-
respectivos créditos orçamentários, çamentários, sendo possível, contudo, a
não admitindo prorrogação. prorrogação mediante aditamento con-
c) admite prorrogação por até 60 (sessen- tratual, observado o limite máximo de
ta) meses, desde que o projeto esteja 48 (quarenta e oito) meses.
contemplado nas metas estabelecidas
no Plano Plurianual. 22. (Cespe – Anatel – 2014)
d) poderá, em razão do objeto, ter sua du-
ração estendida pelo prazo de até 48 O prazo de vigência de qualquer contrato
(quarenta e oito) meses após o início da administrativo é determinado e adstrito à
sua vigência. existência de créditos orçamentários.
e) poderá ser prorrogado uma única vez, ( ) Certo   ( ) Errado
em caráter excepcional, pelo prazo de
até 12 (doze) meses, mediante autori-
zação da autoridade superior. 23. (Cespe – Antaq – 2014)
A duração do contrato administrativo ficará
21. (FCC – TRT-13 – Analista Administrativo –
adstrita à vigência dos respectivos créditos
2014)
orçamentários, sendo exceção a contrata-
Determinado órgão do Poder Judiciário ção de serviços a serem executados de for-
contratou, mediante prévio procedimento ma contínua.
licitatório, a prestação de serviços de vigi-
( ) Certo   ( ) Errado
lância, pelo prazo de 12 meses. O edital de
licitação e o respectivo contrato previram a
prorrogação do prazo originalmente esta- 24. (Cespe – Antaq – 2014)
belecido para a prestação dos serviços em
questão. Referida previsão, à luz das dispo- Nos casos de prestação de serviços a serem
sições da Lei nº 8.666/93, executados de forma contínua, a duração
dos contratos poderá ser prorrogada ordi-
a) possibilita a prorrogação por períodos nariamente por períodos iguais e sucessi-
iguais e sucessivos, limitada a 60 meses vos, até o prazo máximo de 60 meses.
e, em caráter excepcional, devidamente
justificado e mediante autorização da ( ) Certo   ( ) Errado
autoridade superior, por mais 12 me-
ses. 25. (Cespe – STJ – Analista Judiciário – 2015)
b) obriga o contratado a anuir com a
prorrogação, por igual período, salvo Os contratos administrativos celebrados
comprovada impossibilidade de ma- pelo poder público podem ter tanto prazo
nutenção das condições originalmente determinado quanto indeterminado.
pactuadas.
( ) Certo   ( ) Errado
c) condiciona-se à anuência do contratado
e à comprovação de economicidade da
prorrogação, observado o limite máxi-
mo de 48 (quarenta e oito) meses.
d) possibilita, apenas, uma prorrogação,
por igual período, eis que se trata de

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26. (FCC – Câmara de SP – Procurador – 2014) (Cespe/TCDF/Auditor/2014)


Na contratação de serviços pela Administra- Suponha que a Secretaria de Saúde do DF
ção Pública, de acordo com a Lei de Licita- tenha celebrado contrato de prestação de
ções: serviços de limpeza e conservação do prédio
da sede do órgão. Suponha, ainda, que a
I – A execução do contrato deverá ser acom- empresa contratada não esteja fornecendo
panhada e fiscalizada por um representan- o material necessário à execução dos
te da Administração especialmente desig- serviços e que alguns dos funcionários da
nado, permitida a contratação de terceiros empresa reiteradamente se ausentem do
para assisti-lo e subsidiá-lo de informações trabalho sem justificativa adequada. Com
pertinentes a essa atribuição. base nessa situação hipotética, julgue o
II – O contratado é responsável pelos encar- seguinte item.
gos trabalhistas, previdenciários, fiscais e
comerciais resultantes da execução do con- 28. (Cespe – TCDF – Auditor -2014)
trato.
A empresa de limpeza e conservação con-
III – A inadimplência do contratado, com re- tratada não será isenta da responsabilidade
ferência aos encargos trabalhistas, fiscais e pelas falhas verificadas na execução de suas
comerciais não transfere à Administração obrigações, ainda que se verifique que a ad-
Pública a responsabilidade por seu paga- ministração não tenha fiscalizado o contra-
mento, nem poderá onerar o objeto do con- to adequadamente.
trato.
( ) Certo   ( ) Errado
IV – O contratado responde subsidiariamen-
te pelos encargos trabalhistas, previdenciá-
rios, fiscais e comerciais resultantes da exe- 29. (Cespe – TCDF – Auditor -2014)
cução do contrato.
Caso a administração não possua servidor
Está correto o que se afirma APENAS em: com qualificação necessária para exercer as
atividades de fiscal do contrato, é possível a
a) I e II. contratação de terceiros para auxiliarem o
b) I, II e III. servidor designado para fiscal.
c) I, III e IV.
d) I, II e IV. ( ) Certo   ( ) Errado
e) III e IV.

27. (Cespe – PF-Ag. Administrativo – 2014) 30. (FCC – TCE-GO – Assessor Jurídico – 2014)

O princípio da impessoalidade, no que se Nos termos da Lei no 8.666/1993, o contra-


refere à execução de obras públicas, proíbe tado, na execução do contrato administrati-
a subcontratação de empresas para a exe- vo, sem prejuízo das responsabilidades con-
cução de parte do serviço licitado, porquan- tratuais e legais,
to a escolha pessoal do subcontratado pelo a) poderá subcontratar apenas partes de
contratado viola o interesse público. serviço ou de fornecimento, mas não de
( ) Certo   ( ) Errado obra, desde que respeite o limite estabe-
lecido mediante acordo entre as partes.
b) não poderá subcontratar partes de obra,
serviço ou fornecimento, sob pena de
burla ao procedimento licitatório.

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c) poderá subcontratar apenas partes da 33. (Cespe – PF-Ag. Administrativo – 2014)
obra, mas não de serviço ou de forne-
cimento, desde que respeite o limite A rescisão unilateral do contrato poderá
estabelecido mediante acordo entre as ocorrer tanto por inadimplência do contra-
partes. tado quanto por interesse público, exigin-
d) poderá subcontratar apenas partes da do-se, em ambos os casos, da administra-
obra, mas não de serviço ou de forneci- ção justa motivação para a rescisão.
mento, desde que respeite o limite im- ( ) Certo   ( ) Errado
posto pela Administração.
e) poderá subcontratar partes da obra,
serviço ou fornecimento, até o limite 34. (FCC – TRT16 – Analista Administrativo –
admitido, em cada caso, pela Adminis- 2014)
tração. A empresa “Zinco S.A.” atrasou injustificada-
mente a execução de contrato administrati-
31. (Cespe – Anatel – Analista – 2014) vo celebrado com o Governo do Maranhão
Uma empresa prestadora de serviço de ter- e, por tal razão, foi sancionada com multa
ceirização de mão de obra para a adminis- de mora prevista no citado contrato. Refe-
tração pública fechará as portas por proble- rida multa foi descontada da garantia con-
mas de caixa. A decisão afetará milhares de tratual prestada pela empresa, no entanto,
empregados da prestadora lotados em di- após o esgotamento do valor da garantia,
versos órgãos do governo federal, entre mi- ainda restou multa a ser paga pela empresa.
nistérios, agências reguladoras, autarquias Nesse caso e nos termos da Lei nº
e fundações. Conforme denúncia veiculada 8.666/1993
em jornal de grande circulação, emprega-
dos da empresa lotados em vários órgãos a) dar-se-á por finda a pena de multa.
da administração direta e indireta não rece- b) a multa não poderia ter sido desconta-
beram o salário no mês passado. da da garantia contratual.
c) o restante da multa será descontado de
Com base nas informações acima, julgue o pagamentos eventualmente devidos à
item. empresa.
d) o restante da multa jamais poderá ser
Somente se verificada a omissão da cobrado pela via judicial.
administração pública em fiscalizar o e) a multa de mora não pode ultrapassar
cumprimento das cláusulas contratuais pela garantia contratual, sob pena de enri-
empresa prestadora do serviço, poderá ser quecimento indevido do Poder Público.
a administração pública responsabilizada
subsidiariamente pelo pagamento das
35. (Cespe – TRF-4 – OJA – 2014)
obrigações trabalhistas da referida empresa.
A celebração de um contrato administrati-
( ) Certo   ( ) Errado
vo com base na Lei nº 8.666/1993 confere
ao contratado o direito à intangibilidade do
32. (Cespe – Antaq – Analista – 2014) equilíbrio econômico-financeiro, o que tam-
bém lhe assegura direito
O contratado deve manter um preposto no
local dos serviços para representá-lo na exe- a) à rescisão unilateral do contrato, caso
cução do contrato, contudo a administração reste demonstrado que o negócio fir-
pode aceitar ou rejeitar a pessoa indicada. mado deixou de ser atrativo ao contra-
tado, não assegurando a taxa interna de
( ) Certo   ( ) Errado retorno esperada.

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b) ao ressarcimento dos prejuízos compro- e) legal, se o atraso for superior a 30 (trin-


vados, no caso de rescisão unilateral do ta) dias, admitindo- se, alternativamen-
contrato por parte da Administração, te, a supressão parcial do objeto.
possível por razões de conveniência e
oportunidade, presentes ou não razões 37. (Cespe – Anatel – Analista Administrativo –
de interesse público. 2014)
c) à rescisão do contrato, no caso da com- A falência da empresa prestadora do servi-
provação da ocorrência de força maior ço de terceirização constitui motivo para a
que inviabilize a execução do contrato, rescisão do contrato por ato unilateral e es-
sob pena de ensejar indevido desequilí- crito da administração pública.
brio econômico-financeiro da avença.
d) à rescisão unilateral do contrato no ( ) Certo   ( ) Errado
caso de atrasar ou descumprir o con-
trato, sem motivo justificado, devendo, 38. (Cespe – Antaq – Analista Administrativo –
ainda, ser indenizado pelos prejuízos 2014)
experimentados.
e) à rescisão unilateral do contrato, por ra- Conforme expresso na Lei nº 8.666/1993,
zões de interesse público que ensejem caso haja inadimplência do contratado em
a suspensão dos pagamentos devidos relação a encargo trabalhista, a responsabi-
pelo fornecimento, não dando lugar, lidade pelo pagamento desse encargo não
contudo, ao ressarcimento pelos prejuí- será transferida à administração.
zos sofridos. ( ) Certo   ( ) Errado

36. (FCC – TRT-13 – Técnico Judiciário – 2014)


39. (Cespe – Antaq – Analista Administrativo –
No curso da execução de um contrato de 2014)
obras para a reforma de edifício público, o
contratado suspendeu a execução dos tra- Conforme entendimento recente do Tribunal
balhos, em face do atraso nos pagamentos Superior do Trabalho, a administração públi-
devidos pela Administração. ca poderá ser responsabilizada subsidiaria-
mente pelos encargos trabalhistas apenas
De acordo com as disposições aplicáveis da quando evidenciada sua conduta dolosa na
Lei nº 8.666/93, a conduta do contratado atividade de fiscalização contratual, especial-
afigura-se mente no tocante ao recolhimento dos refe-
a) legal, se o atraso for superior a 60 (ses- ridos encargos pelo contratado.
senta) dias, quando é admitida a resci- ( ) Certo   ( ) Errado
são do contrato pelo particular.
b) ilegal, eis que a legislação não admite
nenhuma hipótese de paralisação unila- 40. (Cespe – Câmara dos Deputados – Assessor
teral pelo contratado. Legislativo – 2014)
c) legal, se o atraso for superior a 90 (no- Em razão do inadimplemento das obriga-
venta) dias, salvo em caso de calamida- ções contratuais pela empresa contratada,
de pública, grave perturbação da ordem a administração pública poderá, unilate-
interna ou guerra. ralmente, rescindir o contrato e aplicar à
d) ilegal, somente sendo admitida a parali- empresa contratada a penalidade de multa
sação mediante autorização judicial em prevista no edital e no contrato.
face do princípio da continuidade do
serviço público. ( ) Certo   ( ) Errado

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41. (FCC – MANAUSPREV – 2014) da de valores a serem recebidos da União
Federal. Nesse caso,
Determinada empresa regularmente con-
tratada para promover a limpeza de bueiros a) a multa pode ser descontada dos paga-
e bocas de lobo foi formalmente comunica- mentos devidos, independentemente
da pela Administração pública contratan- da garantia contratual.
te que deveria suspender a execução dos b) o desconto só é possível se a garantia
trabalhos até o fim do exercício, por razões contratual for insuficiente para o paga-
orçamentário-financeiras. Considerando mento da multa imposta.
que a suspensão foi comunicada no mês de c) a multa jamais pode ser descontada de
março, a contratada valores contratuais devidos ao particu-
a) deve requerer o reequilíbrio econômi- lar pela Administração pública.
co-financeiro do contrato em razão da d) é incabível a sanção de multa para a hi-
alteração do cronograma de execução. pótese narrada.
b) pode requerer o aditamento do con- e) é cabível a sanção de multa, mas so-
trato para formalização da prorrogação mente pode ser cobrada judicialmente,
contratual, com a consequente adequa- consoante preceitua a Lei de Licitações.
ção da remuneração que lhe é devida.
c) deve acatar os acréscimos e suspensões 44. (FCC – TRE-MT – Analista Judiciário – 2015)
promovidos pela contratante, limitada a Durante a execução de contrato administra-
suspensão de suas obrigações a 3 meses. tivo celebrado pelo TRE/MT com uma em-
d) pode rescindir unilateralmente o con- presa privada, para a aquisição, instalação e
trato, tendo em vista que o prazo a que manutenção de aparelhos de ar condiciona-
está obrigada a aceitar para fins de sus- do, o gestor constatou algumas falhas ope-
pensão, é de 6 meses. racionais, que configuraram inexecução do
e) pode, não obstante acate a suspensão contrato, tendo então notificado a empresa
do contrato e do cumprimento de suas para apresentar defesa.
obrigações, pleitear judicialmente a
rescisão contratual. A respeito dessa situação hipotética,
assinale a opção correta.
42. (Cespe – TCU – Auditor – 2015) a) O contratado será obrigado a reparar,
Em caso de inadimplência do contratado em no total ou em parte, o objeto do con-
relação a encargos trabalhistas, fiscais e comer- trato em relação ao qual se verificaram
ciais, a responsabilidade por seu pagamento as falhas, e será, por isso, remunerado
será automaticamente transferido à adminis- mediante termo aditivo.
tração e poderá onerar o objeto do contrato. b) Pela inexecução total ou parcial do con-
trato cabe a aplicação, ao contratado,
( ) Certo   ( ) Errado das penalidades de advertência e multa
concomitantemente.
43. (FCC – TRT3 – Analista Judiciário – 2015) c) Constitui motivo para rescisão do con-
trato a alteração social ou a modifica-
A empresa Zunic, após o devido procedi- ção da finalidade ou da estrutura da
mento licitatório, celebrou contrato ad- empresa, ainda que isso não prejudique
ministrativo com a União Federal, para a a execução do contrato.
construção de importante obra pública. Por d) O particular responderá apenas em
ter descumprido o contrato administrativo, caso de inexecução total do contrato,
recebeu a sanção de multa, aplicada após não cabendo a aplicação de penalidade
regular processo administrativo e desconta- antes de findo seu prazo de execução.

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e) É vedada a contratação de terceiros 47. (Cespe – ICMBio – 2014)


para a realização de acompanhamento
e fiscalização do referido contrato. O contrato administrativo exige licitação em
qualquer situação, cabendo à administra-
45. (Cespe – TJDFT – OJA/2015) ção pública determinar as cláusulas exor-
bitantes, que conferem poderes ao contra-
Situação hipotética: Determinado órgão pú- tado, a fim de eliminar as desvantagens do
blico contratou uma prestadora de serviços contrato.
para executar uma atividade em seu edifício
sede. Durante a execução do contrato, o ór- ( ) Certo   ( ) Errado
gão atrasou por cem dias o pagamento dos
serviços executados. Não houve culpa da con- 48. (FCC – MANAUSPREV – 2015)
tratada.Assertiva: Nessa situação, o atraso po-
derá ensejar a rescisão do contrato, devendo O regime jurídico de direito público confe-
a contratada ser ressarcida dos prejuízos regu- re à Administração pública um conjunto de
larmente comprovados que houver sofrido. prerrogativas que se expressam nas ativida-
des por ela desenvolvidas. No âmbito dos
contratos administrativos, pode-se identifi-
46. (FCC – TRT2 – Técnico Judiciário – 2015) car algumas cláusulas exorbitantes que re-
De acordo com a Lei nº 8.666/93, há prer- presentam essas prerrogativas da Adminis-
rogativas estabelecidas à Administração pú- tração pública, tal como
blica na qualidade de contratante, e direitos a) o poder de decidir quando determina-
atribuídos aos contratados. Dentre esses di- do contrato deve se submeter à prévia
reitos, destaca-se a licitação.
a) possibilidade de rescisão unilateral b) a possibilidade de substituir o contra-
da avença diante da inadimplência da tado para a prestação de determinado
Administração, sob pena de enriqueci- serviço por outro licitante, caso com-
mento ilícito. prove que a medida será mais econômi-
b) prerrogativa de promover o reequilíbrio ca para a Administração.
econômico-financeiro do contrato caso c) a faculdade de promover alterações
a equação inicialmente estabelecida se unilaterais no contrato, independente-
altere, requerendo a complementação mente de anuência da contratada, as-
da remuneração ou reduzindo o objeto segurado o equilíbrio econômico-finan-
da prestação. ceiro do contrato.
c) faculdade de reduzir o objeto da presta- d) a possibilidade de interromper o paga-
ção quando houver defasagem de preço mento pelos serviços executados, por
comprovada por pesquisa de mercado motivos de interesse público, por tem-
ou valores obtidos em outras licitações po indeterminado, sem que à contrata-
para contratação de objeto semelhante. da assista direito à rescisão.
d) prerrogativa de suspender a prestação e) a faculdade de editar decreto para enqua-
do serviço ou a execução da obra diante dramento do contrato em hipótese de
de atraso nos pagamentos superior a 30 dispensa ou inexigibilidade de licitação.
(trinta) dias.
e) indenização no caso de haver rescisão 49. (Cespe – DEPEN – 2014)
por motivo de interesse público por As garantias contratuais prestadas pelos
parte do poder público, quando o con- fornecedores contratados mediante licita-
tratado não tiver dado causa ao fim do ção são uma prerrogativa da administração
ajuste. pública com o objetivo de assegurar a pres-

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tação adequada do serviço ou, em caso de b) ilegal, pois a ilegalidade inicial, decor-
falha na execução que seja passível de apli- rente da decisão de alteração unilate-
cação de multa, assegurar o recebimento ral, não pode ser sanada pelo acordo do
do valor pactuado. particular.
c) legal, como de todo modo também se-
( ) Certo   ( ) Errado ria legal se decorrente de alteração uni-
lateral imposta pela administração.
50. (Cespe – FUB – 2015) d) ilegal, pois a apreciação da ilegalidade
da decisão administrativa caberia ao
Nos contratos administrativos, a adminis- Poder Judiciário e não à própria admi-
tração pública terá situação privilegiada, nistração.
legalmente estabelecida, em relação ao e) ilegal, pois a supressão para além de
particular, dada a prevalência do interesse 25% só é possível no caso de reforma
público sobre o privado. de edifício ou equipamento.
( ) Certo   ( ) Errado 53. (Cespe – TCDF – Técnico – 2015)
A administração pública possui a prerrogativa
51. (Cespe – MPOG – 2015) de alterar unilateralmente o objeto do contra-
to, desde que a alteração seja apenas quanti-
As cláusulas exorbitantes proporcionam à tativa, mantendo-se a qualidade do objeto.
administração prerrogativas de rescindir
unilateralmente o contrato e a de estabe- ( ) Certo   ( ) Errado
lecer o reequilíbrio físico-financeiro que so-
brevierem de fatos imprevisíveis. 54. (Cespe – Anatel – 2014)
( ) Certo   ( ) Errado A previsão de alteração unilateral do contra-
to administrativo, seja quantitativa, seja qua-
litativa, realizada pela administração pública,
52. (FCC – AFRE-RJ – 2014) constitui exemplo de cláusula exorbitante.
No curso da execução de um contrato ad- ( ) Certo   ( ) Errado
ministrativo, de prestação de serviços, su-
bordinado ao regime da Lei no 8.666/93, a
Administração manifesta ao particular con- 55. (Cespe – Anatel – 2014)
tratado sua decisão unilateral de suprimir O contratado é obrigado a aceitar, nas mes-
parte do objeto contratual de modo a pro- mas condições contratuais, os acréscimos
vocar redução de 40% no valor do contrato. que se fizerem necessários na obra nova, até
O particular reage, expressando para a pró- a quarta parte do valor inicial do contrato.
pria administração a ilegalidade da medi-
da. Ouvindo os argumentos do particular, a ( ) Certo   ( ) Errado
administração propõe, então, que a mesma
redução ocorra por acordo das partes, com 56. (Cespe – Antaq – 2014)
o que o particular consente. Nessa situação,
o resultado final é O aumento quantitativo dos serviços no
momento da prorrogação do prazo contra-
a) legal, na medida em que a Lei no tual não está limitado aos 25% do valor atu-
8.666/93 acolhe a possibilidade de al- alizado do contrato, desde que configurada
teração de contrato, com supressão a obtenção de preços e condições mais van-
no patamar indicado, se decorrente de tajosas para a administração.
acordo das partes.
( ) Certo   ( ) Errado

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57. (Cespe – SEFAZ-PE – 2015) 59. (FCC – TCEPI – 2015)


Considere que a Secretaria de Estado da Após regular processo de licitação disci-
Saúde tenha contratado a reforma de diver- plinado pela Lei nº 8.666/1993, foi adju-
sas unidades básicas de atendimento e, em dicado ao vencedor o objeto do certame,
face de superveniente contingenciamento consistente no fornecimento de 150 apa-
de recursos orçamentários, se veja impossi- relhos auditivos destinados ao Hospital do
bilitada de dar seguimento à integralidade Servidor Público. O prazo contratual fixado
do objeto contratual. Diante dessa situação para entrega dos aparelhos foi de 30 dias,
e, com base no regramento estabelecido na contados a partir da assinatura do contrato.
Lei no 8.666/1993, a Administração contra- Transcorridos 45 dias da assinatura do con-
tante trato, apenas 50 aparelhos foram entregues
pelo contratado. Nessa hipótese, abre-se à
a) poderá reduzir unilateralmente o con- Administração a possibilidade de aplicar ao
trato, no limite de 25% do valor inicial contratado as penalidades estipuladas em
atualizado, não estando a contratada lei,
obrigada a aceitar supressões acima
deste limite. a) que incluem tão somente sanções
b) estará obrigada a rescindir o contrato, pecuniárias, por se tratar, na hipótese,
não fazendo a contratante jus a indeni- de inexecução parcial do contrato.
zação, mas apenas ao pagamento das b) em regulamento e no contrato, sendo
parcelas já executadas e custos de mo- vedado, no entanto, a rescisão do
bilização devidamente comprovados. contrato por se tratar de inexecução
c) somente poderá reduzir o objeto con- parcial do objeto.
tratual de forma unilateral mediante c) no regulamento e contrato ou rescindir
comprovação da ocorrência de fato do o contrato, devendo o administrador
príncipe, e observado o limite de 50% optar por uma ou outra forma de agir,
do valor original do contrato. porquanto não é possível cumular a
d) deverá alterar unilateralmente o obje- rescisão do contrato com a aplicação
to do contrato para adequá-lo aos re- de penalidade, o que só é viável nas
cursos orçamentários disponíveis, não hipóteses de inexecução total do ajuste.
havendo limites quantitativos para tal d) no regulamento e contrato e rescindir o
redução. ajuste, devendo, nessa última hipótese
e) poderá alterar o contrato apenas se ser o particular ressarcido dos prejuízos
contar com a concordância da contra- regularmente comprovados.
tada, que não está obrigada a aceitar e) no regulamento e contrato e, a critério
quaisquer alterações quantitativas que da Administração, rescindir o ajuste
importem redução no objeto. executando a garantia contratual.

58. (Cespe – MPOG – 2015) 60. (FCC – TRT19 – Analista Administrativo –


2015)
Os limites para alteração quantitativa do
contrato do valor de supressão poderá ex- O atraso injustificado na execução de de-
ceder 25% do valor inicial caso haja acordo terminado contrato administrativo fez com
entre as partes. que o Estado de Alagoas − ente contratan-
te − aplicasse à empresa contratada multa
( ) Certo   ( ) Errado de mora pelo descumprimento contratual,
o que foi feito unilateralmente e sem pré-

www.acasadoconcurseiro.com.br 199
vio processo administrativo. A propósito do b) a primeira está incorreta e a segunda
tema e de acordo com a Lei nº 8.666/93, correta.
c) ambas estão incorretas.
a) agiu corretamente o Estado de Alagoas, d) a primeira está correta e a segunda in-
desde que tenha aplicado a multa nos correta.
moldes do quanto previsto no contrato e) a primeira só estará correta se a contra-
administrativo. tada concordar expressamente com o
b) agiu corretamente o Estado de Alagoas, prazo indeterminado e a segunda está
desde que tenha aplicado a multa nos incorreta.
moldes do quanto previsto no instru-
mento convocatório. 63. (Cespe – TRT-16 – Analista Administrativo –
c) não agiu corretamente o Estado de Ala- 2014)
goas, haja vista a inobservância do pré-
vio processo administrativo. Considere as afirmações abaixo.
d) não agiu corretamente o Estado de Ala-
goas, pois não é cabível multa por ine- I – Será promovida pela própria autoridade
xecução do contrato, mas sim, outras que aplicou a sanção de inidoneidade, qual
espécies de sanção. seja, o chefe do poder executivo.
e) agiu corretamente o Estado de Alagoas, II – Pode ser requerida após um ano da apli-
sendo a multa obrigatoriamente des- cação da sanção de inidoneidade.
contada dos pagamentos ainda devidos
à empresa contratada. III – Exige, para sua concessão, dentre outro
requisito, que o contratado promova o res-
61. (Cespe – TCU-Auditor – 2015) sarcimento à Administração dos prejuízos
resultantes.
Nas hipóteses de inexecução total ou
parcial do contrato, a administração pode, IV – Trata-se do único modo de afastar a
entre outras formas de sanção, suspender sanção de inidoneidade.
temporariamente a participação do
A empresa “Ferragens S.A.” foi penalizada
contratado em licitação e impedi-lo de
com a declaração de inidoneidade para li-
contratar com a administração, por prazo
citar ou contratar com a Administração pú-
não superior a dois anos.
blica e pretende pleitear sua reabilitação. A
( ) Certo   ( ) Errado propósito da reabilitação e, nos termos da
Lei nº 8.666/93, está correto o que se afir-
ma APENAS em
62. (Cesp – TRT-19 – Analista Administrativo –
2014) a) I e IV.
b) I e II.
A Administração pública, após o término de c) III e IV.
determinado procedimento licitatório, ce- d) I, II e III.
lebrou o respectivo contrato administrativo e) III.
com a empresa vencedora. Nesse contrato,
constam diversas cláusulas contratuais, den- 64. (Cespe – Anatel – 2014)
tre elas, uma que fixa como indeterminado o
prazo contratual e outra que exige da contra- Conforme entendimento do Tribunal de
tada caução em dinheiro como garantia con- Contas da União, a extensão dos efeitos da
tratual. A propósito dessas duas cláusulas, sanção de suspensão temporária do direito
de licitar e contratar aplicada pelo órgão ou
a) ambas estão corretas. entidade à empresa contratada impede a

200 www.acasadoconcurseiro.com.br
TRT-RN – Direito Administrativo – Prof. Luís Gustavo

referida empresa de licitar a contratar ape- 69. (FCC – TRE-MT – Analista Judiciário – 2015)
nas com o órgão ou a entidade que aplicou Com relação à duração dos contratos admi-
a sanção. nistrativos, assinale a opção correta.
a) Um contrato de serviço de copeiragem,
65. (Cespe – Anatel – 2014) firmado inicialmente com prazo de vigên-
Aplicada a sanção de declaração de inido- cia de doze meses, pode ser prorrogado
neidade para licitar ou contratar com a ad- por, no máximo, trinta e seis meses.
ministração pública, os demais contratos b) Um contrato de fornecimento de pro-
vigentes com o sancionado estarão automa- dutos de informática — como, por
ticamente rescindidos, cabendo à adminis- exemplo, computadores e impressoras
tração apenas a declaração formal da resci- — firmado inicialmente pelo período
são. de doze meses pode ser prorrogado por
iguais e sucessivos períodos até o limite
( ) Certo   ( ) Errado de sessenta meses.
c) Um contrato de manutenção de eleva-
dores com vigência inicial de oito meses
66. (Cespe – Anatel – 2014) pode ser prorrogado, a partir da primei-
No caso de inexecução total ou parcial do ra prorrogação, por períodos sucessivos
contrato, a administração poderá aplicar de doze meses, até o limite de sessenta
sanção de suspensão temporária de partici- meses, por ser considerado serviço de
pação do contratado em licitação, por prazo natureza continuada.
indeterminado. d) Um contrato referente a obra de cons-
trução de edificação deve ser prorro-
( ) Certo   ( ) Errado gado automaticamente quantas vezes
forem necessárias até sua conclusão.
e) Os contratos de natureza continuada
67. (Cespe – STJ – Analista Administrativo –
constituem exceções quanto à duração
2015)
dos contratos administrativos, cuja vigên-
É lícito à administração pública reter paga- cia, em geral, deve coincidir com os crédi-
mentos à empresa que, contratada adminis- tos orçamentários correspondentes.
trativamente por meio de licitação, passe,
no curso da execução contratual, a situação 70. (FCC – TCE-GO – 2014)
de irregularidade fiscal. Após procedimento licitatório na modalidade
convite, a Administração pública celebrou con-
( ) Certo   ( ) Errado
trato verbal com empresa de hortifrutigranjei-
ros para a compra de produtos, feita em regi-
68. (Cespe – Anatel – 2014) me de adiantamento, sendo o valor contratual
equivalente a R$ 4.000,00. Nos termos da Lei
A majoração da folha de pagamento da nº 8.666/1993, o contrato em questão é
empresa contratante, por força de acordo
ou convenção coletiva de trabalho, constitui a) nulo, pois é nulo e de nenhum efeito
fato imprevisível que autoriza a revisão do qualquer contrato verbal celebrado
contrato administrativo com base na teoria com a Administração pública.
da imprevisão. b) válido.
c) parcialmente nulo, pois não pode ul-
( ) Certo   ( ) Errado trapassar o montante de dois mil reais,
podendo ser mantido até que atinja tal
montante.

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d) nulo, pois não se aplica para a compra 74. (Cespe – STJ – Técnico Judiciário – 2015)
de produtos, sobretudo perecíveis.
e) parcialmente nulo, pois não pode ul- No âmbito dos contratos públicos, assim
trapassar o montante de três mil reais, como ocorre na esfera civil, a contratação
podendo ser mantido até que atinja tal do particular poderá ser feita verbalmente,
montante. não havendo necessidade de se formalizar
a relação por meio de contrato administra-
71. (Cespe – CEF – Engenheiro – 2014) tivo.
Para garantir a eficácia dos contratos, é ( ) Certo   ( ) Errado
obrigatória a publicação dos extratos dos
termos contratuais bem como de seus adi-
tivos em veículo oficial de divulgação da ad- 75. (Cespe – TRF3 – Analista Judiciário – 2014)
ministração pública.
De acordo com a Lei nº 8.666/93, o contra-
( ) Certo   ( ) Errado tado é responsável, dentre outros, por en-
cargos comerciais resultantes da execução
72. (Cespe – CEF – Engenheiro – 2014) do contrato. A inadimplência do contratado,
com referência a tais encargos,
Em obras de engenharia, dispensa-se a forma-
lização do instrumento contratual nos casos de a) transfere parcialmente à Administração
concorrência e de tomadas de preços. pública a responsabilidade por seu pa-
( ) Certo   ( ) Errado gamento.
b) poderá onerar o objeto do contrato.
c) não transfere à Administração pública a
73. (FCC – MPE-PB – Técnico – 2015) responsabilidade por seu pagamento.
O Ministério Público do Estado da Paraíba, d) poderá restringir a regularização de
após o devido procedimento licitatório, cele- obras e edificações.
brou contrato administrativo com a empresa e) poderá restringir a utilização de obras e
vencedora do certame. A publicação resumi- edificações.
da do instrumento de contrato, que é condi-
ção indispensável para sua eficácia, será pro-
videnciada pela Administração até o
a) décimo quinto dia útil do mês de sua
assinatura.
b) décimo dia útil do mês seguinte ao de
sua assinatura.
c) quinto dia útil do mês seguinte ao de
sua assinatura.
d) sétimo dia útil do mês de sua assinatura.
e) primeiro dia útil do mês seguinte ao de
sua assinatura.

Gabarito: 1. C 2. Certo 3. D 4. Certo 5. D 6. Certo 7. Errado 8. Errado 9. Errado 10. Certo 11. Errado 12. E
13. C 14. Errado 15. Certo 16. Certo 17. B 18. Errado 19. Errado 20. D 21. A 22. Errado 23. Certo 24. Certo
25. Certo 26. B 27. Errado 28. Certo 29. Certo 30. E 31. Certo 32. Certo 33. Certo 34. C 35. C 36. C 37. Certo
38. Certo 39. Errado 40. Certo 41. E 42. Errado 43. B 44. B 45. Certo 46. E 47. Errado 48. C 49. Certo 50. Certo
51. Errado 52. A 53. Errado 54. Certo 55. Certo 56. Certo 57. A 58. Certo 59. E 60. C 61. Certo 62. B 63. Errado
64. Certo 65. Errado 66. Errado 67. Errado 68. Errado 69. E 70. B 71. Certo 72. Errado 73. C 74. Certo 75. C

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