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TRE/PE 

Aula 08 
Prof. Roberto Troncoso 

Aula 08
Direito Constitucional

Analista do TRE/PE

7.2.4 Processo legislativo.


Professor: Roberto Troncoso

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7.2.4 Processo legislativo. 

I.  PROCESSO LEGISLATIVO ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 4 


II.  O PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 13 
III.  LEI ORDINÁRIA (LO) E LEI COMPLEMENTAR (LC) ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 51 
IV.  EMENDA CONSTITUCIONAL (EC) ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 75 
V.  LEI DELEGADA (LDel) ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 103 
VI.  DECRETO LEGISLATIVO (DecLeg) ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 107 
VII.  RESOLUÇÕES (Res) ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 108 
VIII. DECRETO AUTÔNOMO (Dec Aut) ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 109 
IX.  TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 110 
X.  MEDIDA PROVISÓRIA (MP) ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 118 
XI.  CONTROLE JUDICIAL DO PROCESSO LEGISLATIVO ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 139 
XII.  QUESTÕES DA AULA ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 156 
XIII. GABARITO ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 174 
XIV.  BIBLIOGRAFIA CONSULTADA ‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐‐ 176 
 

Olá futuros Analistas do TRE/PE!

Prontos para o SEU salário de R$ 9.962,39? (Isso segundo o edital, mas


sabemos que é mais do que está lá )

Na aula de hoje, estudaremos a seguinte parte do seu edital: 7.2.4 Processo


legislativo.

Juntamente com o controle de constitucionalidade, essa talvez seja uma das


maiores matérias dentro do direito constitucional. Justamente por isso, nossa
aula de hoje ficou bastante extensa (dê uma olhada no número de páginas).
Mas fique tranquilo porque a leitura do material flui com bastante
tranquilidade. Além disso, fiz questão de colocar, como sempre, uma
linguagem bem simples e também vários esquemas e desenhos, o que faz com
que o número de páginas aumente, mas também faz com que a velocidade da
leitura seja bem maior do que a de um texto corrido no padrão culto. Na aula
de hoje, teremos 70 páginas de conteúdo (teoria).

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Como sempre, faremos muitos exercícios da sua banca para que você treine
muito e tenha uma visão de todos os ângulos da matéria: serão 141
questões comentadas!

Começaremos com a parte teórica e os exercícios virão na medida em que a


matéria for explicada. Ao responder as questões, leia todos os comentários,
pois foram feitas várias observações além da mera resolução da questão.

Você notará que alguns esquemas e respostas foram exaustivamente


repetidos nos comentários das questões. Isso não é por acaso! Sugiro
que você os revise várias vezes, para internalizar o conhecimento.

Caso tenham alguma dúvida, mandem-na para o fórum.

Vamos então à nossa aula!

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I. PROCESSO LEGISLATIVO

1. CONSIDERAÇÕES GERAIS

Meu caro amigo e futuro Analista do TRE/PE, o processo legislativo é a


sequência de atos que devem ser cumpridos para a devida formação das
normas jurídicas, ou seja, é o passo a passo para a “fabricação” de uma lei. O
processo legislativo nos diz qual é a “receita de bolo” para que possamos
fazer/fabricar uma norma jurídica.

“Mas quais normas jurídicas?” As normas jurídicas primárias, ou seja, aquelas


normas que derivam diretamente da Constituição (as normas previstas
pela própria CF). As normas jurídicas primárias compreendidas pelo Processo
Legislativo são as seguintes:

 Emenda Constitucional (EC)


 Lei Ordinária (LO)
 Lei Complementar (LC)
 Lei Delegada (LDel)
 Medida Provisória (MP)
 Decreto Legislativo (Dec Leg)
 Resoluções (Res)

As normas primárias inovam o direito e possuem igual hierarquia, salvo a


Emenda Constitucional, que está acima de todas as demais, pois tem status
de Constituição. Traduzindo: “uma medida provisória tem o mesmo valor de
um decreto legislativo, que tem o mesmo valor de uma lei ordinária, que tem o
mesmo valor de uma Lei Complementar e assim por diante, SALVO A
EMENDA CONSTITUCIONAL, QUE É SUPERIOR A TODAS AS DEMAIS”.

“Roberto, se elas possuem o mesmo valor, como eu sei quando e qual espécie
normativa deve ser usada?” Cada uma dessas espécies possui seu campo
específico de atuação (princípio da especialidade), ou seja, a própria CF88
delimitou matérias específicas que devem ser tratadas por Lei Complementar,
ouras que devem ser tratadas por Decreto Legislativo, outras por Resoluções,
e etc.

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Existem ainda dois outros tipos de normas primárias, ou seja, espécies
normativas que derivam diretamente da Constituição, mas que não são
objeto do processo legislativo: os Decretos Autônomos (DecAut) e as
Resoluções dos Tribunais do Judiciário.

A pirâmide normativa no Brasil

A pirâmide normativa é um conceito introduzido por Hans Kelsen que nos


mostra quais são as espécies normativas no ordenamento jurídico de um país
e sua ordem de importância e hierarquia. O ordenamento jurídico brasileiro
funciona da seguinte forma:

 No topo, está a Constituição Federal, juntamente com as Emendas à


Constituição e os Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos
aprovados pelo procedimento especial.

 No segundo degrau, estão os Tratados Internacionais sobre Direitos


Humanos aprovados pelo procedimento comum, que possuem status
supralegal.

 No terceiro degrau, estão as Leis Ordinárias, Leis Complementares,


Leis Delegadas, Decretos Legislativos, Resoluções, Medidas Provisórias,
Decretos Autônomos, as Resoluções editadas pelos Tribunais e os
Tratados Internacionais que não versam sobre Direitos Humanos e que
foram aprovados pelo procedimento comum.

 No quarto degrau, estão as normas infralegais, ou seja, que estão


abaixo (infra) da lei (legais). Entre essas normas, podemos citar os
decretos regulamentares, portarias, instruções normativas, dentre
outras.

Observe a pirâmide normativa brasileira, sem se preocupar, por enquanto,


com o que é e como funciona cada uma dessas normas, pois é exatamente
isso que estudaremos daqui em diante.

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Hierarquia entre as normas

Observe que HÁ hierarquia entre CONSTITUIÇÃO Federal, Constituição


Estadual e Lei Orgânica Municipal. Dessa forma, as constituições estaduais,
quando forem elaboradas, devem sempre obedecer à constituição federal. Do
mesmo modo, as leis orgânicas municipais, quando forem elaboradas, devem
sempre obedecer à CF88 e às constituições estaduais. Veja:

CF
CE
LO Mun
Por outro lado, em regra, NÃO há hierarquia entre leis Federais,
Estaduais e Municipais, assim, os conflitos entre essas normas são
solucionados através do chamado conflito de competência. Dessa forma, a
Constituição dividiu as competências, de modo que um ente não pode entrar
nas atribuições dos outros. Portanto, em regra, a União não pode legislar sobre
as competências dos municípios ou dos estados. Igualmente, os estados não
podem legislar sobre assuntos de competência da União e dos municípios e
assim por diante.

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Excepcionalmente, existe uma previsão constitucional onde uma lei federal
pode suspender leis estaduais ou municipais. O art. 24 da CF prevê, ao
estabelecer a competência CONCORRENTE, que “art. 24, § 4º - A
superveniência de lei federal sobre normas gerais suspende a eficácia da lei
estadual, no que lhe for contrário.”

Lei Fed Lei Est Lei Mun

Demais observações

É importante saber que as espécies normativas não são cláusulas


pétreas, dessa forma, elas podem ser alteradas por meio de uma Emenda
Constitucional. Assim, se o Poder Constituinte Derivado quiser criar uma nova
espécie normativa ou alterar alguma já existente, isso pode ser feito, por meio
de emenda à constituição. Por exemplo, a Emenda Constitucional número
32/2001 alterou várias regras da Medida Provisória.

Outra observação importante, é que as regras do processo legislativo


constitucional são normas de reprodução obrigatória, no que couber.
Portanto, os Estados, quando forem elaborar suas constituições estaduais e
demais leis estaduais, e os municípios, quando forem elaborar suas leis
orgânicas e demais leis municipais, devem obedecer às regras do processo
legislativo e também reproduzi-las, sempre que possível (ADI 1.254/RJ-MC).

Lei em sentido amplo e Lei em sentido estrito

Em Direito, a palavra “lei” pode possuir sentidos diferentes. O primeiro deles é


o sentido estrito, que diz que a lei é a “norma legal devidamente produzida
pelo processo legislativo”, ou seja, as leis complementares e ordinárias.

Já o sentido amplo da palavra lei se refere a qualquer norma jurídica,


compreendidas as normas primárias e também as normas infralegais, por
exemplo, um decreto regulamentar.

E como eu sei qual dos dois conceitos a questão está usando? Vá pelo
contexto. Geralmente, quando se fala em lei, utiliza-se o sentido estrito.
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Princípio da reserva legal

O princípio da reserva legal ocorre quando a Constituição Federal deixa a


regulamentação de algum tema para a lei. Ela pode ser compreendida em dois
subconceitos:

 Reserva legal Absoluta: quando a disciplina de determinada matéria é


reservada, pela Constituição, à LEI EM SENTIDO ESTRITO. Assim, exclui-
se qualquer outra fonte infralegal (infra=abaixo; legal=da lei);

 Reserva legal Relativa: quando Constituição também exige a edição de


uma lei para sua regulamentação, mas permite que ela apenas fixe os
parâmetros de atuação a serem complementados por ato infralegal.
Dessa forma, a disciplina de determinada matéria é, em parte,
admissível a outra fonte diversa da lei (ex: decreto regulamentar,
portarias, instruções normativas, etc.).

Esquematizando:

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ESPÉCIES NORMATIVAS

- Emenda Constitucional (EC)


- Lei Ordinária (LO)
- Lei Complementar (LC)
Espécies Normativas - Lei Delegada (LDel)
- Medida Provisória (MP)
- Decreto Legislativo (Dec Leg)
- Resoluções (Res)
São  normas  primárias, 
- DECRETO AUTÔNOMO (Dec Aut)*** mas  não  são  tratadas 
- RESOLUÇÕES DOS TRIBUNAIS*** no processo legislativo.

 Não há hierarquia entre as espécies normativas EXCETO Emenda Constitucional


 Há hierarquia entre CONSTITUIÇÃO Federal, Constituição Estadual e Lei Orgânica
Municipal
 Não há hierarquia entre leis Federais, Estaduais e Municipais – existe conflito de
competência

PROCESSO LEGISLATIVO

Observações Gerais

 Conceito: É a sequência de atos que devem ser cumpridos para a devida formação de normas
jurídicas.

 Normas primárias - Derivam diretamente da CF


- Inovam o direito
- Possuem igual hierarquia, salvo EC
- Cada uma tem um campo de atuação específico (princípio da
especialidade)
 As espécies legislativas NÃO são cláusulas pétreas
a) Podem ser modificados por EC
b) Ex: EC n.º 32/01 - alterou regras das MPs.
 Todos os procedimentos do processo legislativo são normas de reprodução obrigatória nos
Estados e Municípios, no que couber
o (ADI 1.254/RJ-MC)

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2. CLASSIFICAÇÕES E CONCEITOS DO PROCESSO LEGISLATIVO

O processo legislativo, ou seja, o passo a passo para a fabricação de uma lei,


pode ter várias classificações. Vamos às principais:

2.1. Quanto à participação popular:

a. Autocrático: é aquele realizado pelo monarca ou ditador, sem a


participação de um órgão composto de representantes do povo.

b. Direto: é aquele em que a lei é feita diretamente pelo povo, em


assembleias públicas.

c. Indireto/Representativo: a lei é produzida por um órgão composto de


representantes do povo, sendo o adotado pelo Brasil.

d. Semidireto: quando a lei é elaborada por um órgão formado de


representantes do povo, mas que somente se aperfeiçoa depois de uma
aprovação popular posterior, por meio de referendo.

ATENÇÃO: Não confundir as classificações do processo legislativo


com a classificação da democracia, que é muito parecida. Vamos
revisar:

 Democracia Direta: onde o povo participa diretamente, ou


seja, o próprio povo elabora as políticas públicas. Esse tipo de
democracia é típica da Grécia antiga e é inviável nos dias de hoje
(imagine só 180 milhões de brasileiros mandando emails para se
discutir como será a atuação do governo na saúde).

 Democracia Indireta: onde o povo elege os representantes e


estes elaboram as políticas públicas.

 Democracia Semidireta ou participativa: é um misto da


democracia direta e da indireta. Nela, o povo elege os
representantes e estes elaboram as políticas públicas.
Complementarmente, existem mecanismos para que o povo
também participe dessa elaboração. Assim, a regra é
participação indireta, combinada com alguns meios de exercício
direto do povo. Esse é o modelo adotado pelo Brasil. Confira
o art. 1º parágrafo único da CF: “Todo o poder emana do povo,

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que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente,
nos termos desta Constituição”.

Portanto, lembre-se:

 Democracia no Brasil: semidireta ou participativa

 Processo Legislativo no Brasil: indireto ou representativo.

2.2. Quanto à compreensão do conceito

a. Conceito Jurídico: o processo legislativo é o conjunto coordenado de


disposições que disciplinam o procedimento a ser obedecido pelos órgãos
competentes na produção das leis e atos normativos primários
(Alexandre de Moraes).

b. Conceito Sociológico: o processo legislativo reflete os fatores reais de


poder. Assim, as leis de um determinado país serão reflexo dos jogos
internos de poder do mesmo.

2.3. Quanto aos ritos e prazos

a. Ordinário ou comum: em regra, não existem prazos rígidos para que o


Poder Legislativo produza uma norma. Assim, pode ocorrer de um
determinado Projeto de Lei ficar anos tramitando pelo Congresso
Nacional sem que isso traga consequência nenhuma. Como exemplo,
temos as leis ordinárias, que, em regra, não possuem prazo para serem
elaboradas.

b. Sumário ou abreviado: segue o mesmo procedimento do processo


legislativo comum, mas existem prazos rígidos para sua conclusão. Como
exemplo, temos os projetos de lei sob regime de urgência constitucional,
estudados adiante.

c. Especial: segue um rito diferente do ordinário. Como exemplo, temos a


elaboração de Emenda Constitucional (EC), Medida Provisória (MP), Lei
Delegada (LDel), Lei de Orçamento Anual (LOA), Decreto Legislativo
(Dec Leg), Resolução (Res) e códigos.

Esquematizando:

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- Autocrático – o soberano elabora as leis.
Quanto à  - Direto – o povo elabora as leis
participação  - Indireto/Representativo – o povo elege os representantes e estes (os
popular  representantes) elaboram as leis (Brasil)
- Semidireto – os representantes elaboram as leis e o povo as aprova por
meio do referendo
Classificações do Processo legislativo 

OBS: Não confundir com 
Democracia  ‐ Direta/Clássica 
‐ Indireta/Representativa 
‐ Semidireta/Participativa (BR) 

- Jurídico – conjunto coordenado de disposições que disciplinam o


Quanto à procedimento a ser obedecido pelos órgãos competentes na produção
compreensão das leis e atos normativos primários (Alexandre de Moraes)
do conceito 
- Sociológico – o processo legislativo reflete os fatores reais de poder

- Ordinário ou comum – inexistência de prazos rígidos


- Ex: LO
Quanto aos - Sumário ou abreviado – segue o mesmo procedimento do comum, mas
ritos e prazos  existem prazos rígidos
- Ex: urgência constitucional (45+45+10)
- Especial – segue um rito diferente do ordinário
- Ex: elaboração de EC, MP, LDel, LOA, Dec Leg, Res e códigos

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II. O PROCESSO LEGISLATIVO ORDINÁRIO

Meu caro Analista do TRE/PE, a primeira das espécies a ser estudada será a Lei
Ordinária (LO). Em direito, “ordinário” significa comum. Assim, a LO é a “lei
comum”, aquela mais corriqueira.

O procedimento de formação de uma Lei Ordinária possui três estágios. O


primeiro é a fase de iniciativa, o segundo é a fase constitutiva e o terceiro é
a fase complementar. Observe atentamente o esquema a seguir. Ele
demonstra o que iremos estudar daqui em diante.

- Parlamentar ou Extraparlamentar
- Geral
- Restrita
- Concorrente
1 – Iniciativa - Conjunta
- Popular
- Vinculada / Obrigatória
- Da maioria absoluta dos membros da Casa (p/ repetir)
Fases do 
- Privativa / Reservada / Exclusiva
Processo 
- Deliberação Parlamentar - Discussão
Legislativo 
2 – Constitutiva - Votação
Ordinário 
- Deliberação Executiva - Sanção
- Veto

3 – Complementar - Promulgação
- Publicação

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1. FASE DE INICIATIVA

A fase de iniciativa inicia/deflagra/começa o processo de fabricação de uma lei,


ou seja, um legitimado apresenta um projeto de lei (PL) ao Congresso Nacional
para que este delibere sobre o assunto.

O artigo 61 da Constituição estabelece que a iniciativa das leis


complementares e ordinárias cabe a:

 Qualquer membro ou Comissão da Câmara dos Deputados, do Senado


Federal ou do Congresso Nacional,
 Presidente da República,
 Supremo Tribunal Federal,
 Tribunais Superiores,
 Procurador-Geral da República
 Cidadãos
 Tribunal de Contas da União (art. 73 + 96, II)

A depender de quem o inicia, o processo legislativo pode ter diferentes tipos de


iniciativa. E atenção: as diferentes iniciativas NÃO são autoexcludentes.
Vamos estudá-las:

1.1. Iniciativa Parlamentar e Extraparlamentar

A iniciativa parlamentar é aquela onde quem inicia o processo legislativo são


os parlamentares (bem fácil, não acha?), ou seja, os deputados e senadores.

Já a iniciativa extraparlamentar é aquela onde quem inicia o processo


legislativo são agentes diferentes dos deputados e senadores. Por exemplo:
Presidente da República, STF, PGR, iniciativa popular etc.

1.2. Iniciativa geral

É a regra geral de iniciativa de leis, segundo a qual o Presidente da República,


Deputados, Senadores, membros ou Comissão de qualquer das Casas
Legislativas, bem como a iniciativa popular podem propor leis sobre diversas
matérias, salvo matérias de iniciativa privativa.

Observe que, no Brasil, não existe a chamada iniciativa geral plena, ou


seja, ninguém pode propor lei sobre “qualquer matéria” sem limitações. Assim,

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não existe uma figura que está legitimada a propor um projeto de lei sobre
qualquer matéria irrestritamente, devendo-se, sempre, observar as iniciativas
privativas, estudadas mais a frente.

1.3. Iniciativa restrita

A iniciativa restrita ocorre quando o titular somente pode propor leis para
matérias específicas. Cuidado para não confundir iniciativa restrita com
iniciativa privativa, ok?

Exemplo: os Tribunais do Poder Judiciário somente podem propor Projetos de


Lei sobre as suas remunerações, estatuto da magistratura e sobre as matérias
do artigo 96, II. Outro exemplo é a iniciativa do PGR, restrita às matérias dos
artigos 127 § 2º e 128, § 5º.

1.4. Iniciativa concorrente

A iniciativa concorrente ocorre quando mais de uma pessoa pode propor lei
sobre uma mesma matéria. Por exemplo: existem quatro legitimados a
propor uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC): 1/3 da Câmara dos
Deputados, 1/3 do Senado Federal, Presidente da República e mais da metade
das assembleias legislativas estaduais, manifestando-se cada uma delas pela
maioria relativa de seus membros.

Outro exemplo é a propositura de lei sobre normas gerais de organização do


MPU, que é concorrente entre o Presidente da República e o Procurador-Geral
da República.

1.5. Iniciativa conjunta

A iniciativa será conjunta quando precisar de duas ou mais pessoas para


iniciar o procedimento legislativo de uma lei. Assim, os legitimados (dois
ou mais) devem iniciar juntos o processo legislativo.

A iniciativa conjunta não existe mais no Brasil. O seu último exemplo de


ocorrência no ordenamento pátrio foi a iniciativa de lei para fixar o subsídio
dos Ministros do STF, que ERA conjunta entre os Presidentes da República, da
Câmara dos Deputados, do Senado Federal e do STF.

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1.6. Iniciativa popular

Por expressa disposição do art. 14, III, a iniciativa popular é um instrumento


de exercício da SOBERANIA popular, ou seja, é uma das formas através das
quais o povo exerce o seu poder.

A iniciativa popular de lei ocorre quando um projeto de lei é iniciado


diretamente pelo próprio povo, e não por intermédio de seus representantes,
como é a regra. Ela apenas inicia o procedimento legislativo, devendo, o
projeto de lei, após iniciado, seguir o trâmite normal das demais proposições
legislativas.

Somente podem ser propostas, pela iniciativa popular, as Leis ORDINÁRIAS


e as COMPLEMENTARES. Assim, não cabe iniciativa popular em medida
provisória, Decretos Legislativos etc. Além disso, não cabe iniciativa popular
em matérias de iniciativa reservada.

Importante saber também que não cabe iniciativa popular em Proposta de


Emenda à Constituição FEDERAL (somente LO e LC). No entanto,
curiosamente, pode haver iniciativa popular em PEC ESTADUAL.

Outro ponto importante a ser ressaltado é que somente o cidadão pode


propor uma lei por iniciativa popular. E guarde essa informação: cidadão é
quem tem a capacidade eleitoral ativa, ou seja, a capacidade de votar.

Um projeto de lei (PL) iniciado pela iniciativa popular deve ter sua tramitação
iniciada na Câmara dos Deputados, uma vez que essa Casa representa o
povo. Como dito, a iniciativa popular apenas inicia o procedimento legislativo,
devendo, o projeto de lei, seguir o trâmite normal das demais proposições
legislativas. Assim, o legislativo pode emendar e até mesmo rejeitar o PL
iniciado pela iniciativa popular.

ATENÇÃO: a iniciativa popular apenas INICIA a tramitação de


um projeto de lei.

Um PL de iniciativa popular pode versar somente sobre um único assunto


e, apesar de passar pelos trâmites normais, tem uma pequena “ajuda” da CF:
ele não pode ser rejeitado por vício de forma, devendo a Câmara dos
Deputados corrigir eventuais erros formais. Ora, isso ocorre porque o povo não
necessariamente tem os conhecimentos sobre a técnica legislativa, sendo
desarrazoada sua rejeição logo de pronto por vício formal.

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A Constituição prevê diferentes requisitos da iniciativa popular para a União,
estados e municípios. Vamos ver quais são eles:

a) UNIÃO: Art. 61, § 2º - A iniciativa popular pode ser exercida pela


apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por,
no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo
menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por
cento dos eleitores de cada um deles.

b) ESTADOS e DF: Art. 27, § 4º - A lei disporá sobre a iniciativa popular


no processo legislativo estadual.

c) MUNICÍPIOS: Art. 29, XIII - iniciativa popular de projetos de lei de


interesse específico do Município, da cidade ou de bairros, através de
manifestação de, pelo menos, cinco por cento do eleitorado;

1.7. Iniciativa vinculada / obrigatória

A iniciativa vinculada é aquela obrigatória, onde o seu detentor é obrigado a


apresentar o projeto de lei nas datas estabelecidas. Exemplos deste tipo de
iniciativa são o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO)
e a Lei de Orçamento Anual (LOA), nas quais o Presidente da República é
obrigado a iniciar seu procedimento legislativo nos prazos previstos pela
Constituição.

1.8. Iniciativa por proposta da maioria absoluta (MA) dos membros de


qualquer das Casas do Congresso Nacional

Antes de adentrarmos no estudo desse tipo de iniciativa, devemos entender o


conceito de sessão legislativa. O art. 57 da CF estabelece que “O Congresso
Nacional reunir-se-á, anualmente, na Capital Federal, de 2 de fevereiro a 17
de julho e de 1º de agosto a 22 de dezembro”. Assim, temos três
conceitos:

 Sessão Legislativa Ordinária (SLO): período onde o Congresso


Nacional exerce ordinariamente seus trabalhos, que vai de 2 de
fevereiro a 22 de dezembro

 1º período da SLO: período que vai de 2 de fevereiro a 17 de julho

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 2º período da SLO: período que vai de 1º de agosto a 22 de
dezembro

Uma vez entendidos esses conceitos, vamos agora à iniciativa por proposta da
maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional:
Em regra, se um projeto de lei for rejeitado na fase de discussão e votação,
sua matéria não poderá ser objeto de novo PL na mesma SLO (2 de fevereiro a
22 de dezembro).

Excepcionalmente, caso haja a aprovação da maioria absoluta dos


membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional, pode haver um novo
PL, na mesma sessão legislativa, com a matéria do PL rejeitado.

Observe o art. 67 da CF: “A matéria constante de projeto de lei rejeitado


somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão
legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer
das Casas do Congresso Nacional.”

No caso dos Projetos de Lei de iniciativa de outros órgãos, os detentores da


iniciativa podem até reapresentar os PLs na mesma SLO, no entanto, para que
os mesmos tramitem, deve haver a aprovação da maioria absoluta dos
membros da Casa (art. 110 do Regimento Interno da Câmara dos Deputados).

ATENÇÃO: a possibilidade de se repetir um PL rejeitado na mesma


sessão legislativa NÃO EXISTE PARA PEC OU MP, por expressa
determinação constitucional (arts. 60, §5º e 62, §10º).

1.9. Iniciativa privativa, reservada ou exclusiva

Meus caros Analistas do TRE/PE, ao estudarmos sobre a organização do Estado


brasileiro, nos artigos 21 e 22 da CF, aprendemos que existem competências
EXCLUSIVAS da União (que não podem ser delegadas) e PRIVATIVAS da
União (que podem ser delegadas). Atenção: esses conceitos não valem
para processo legislativo. Assim, em processo legislativo, competência
“privativa”, “exclusiva” e “reservada” são SINÔNIMOS, ok?

A iniciativa privativa (ou reservada ou exclusiva) ocorre quando um PL pode


ser proposto apenas por uma pessoa e sua iniciativa não pode ser delegada
a mais ninguém. Além disso, nem o poder Legislativo e nem o Judiciário
podem obrigar ou fixar prazo para que o detentor da iniciativa reservada
exerça sua prerrogativa. Isso feriria a separação dos poderes. Dessa forma,

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caso algum detentor de iniciativa exclusiva não encaminhe o PL ao Legislativo,
ninguém pode obrigá-lo a fazer isso, salvo a própria Constituição.

Um exemplo para ficar mais claro: as leis sobre criação de cargos públicos no
poder executivo federal são de iniciativa privativa do Presidente da República.
Dessa forma, caso o PR não inicie a lei, ninguém poderá obrigá-lo ou fixar
prazo para que o Projeto de Lei seja enviado ao Legislativo.

Ainda sobre esse tema, o poder judiciário pode declarar a mora


(impontualidade no cumprimento de uma obrigação) do legitimado em enviar o
projeto de lei ao Legislativo, mas não pode obrigá-lo a fazer isso.

Um ponto importante é que nem mesmo as constituições estaduais


podem fixar o prazo para que um detentor de iniciativa privativa a exerça.
Assim, deve-se obedecer rigorosamente o texto da Constituição Federal e, se
esta não fixou o prazo, as Constituições estaduais não podem fazê-lo.
Naturalmente, uma Emenda à Constituição FEDERAL pode fixar prazo ou
criar obrigação a um legitimado em iniciar uma Lei.

Outra observação bastante recorrente em provas é que a Proposta de


Emenda à Constituição não possui iniciativa privativa. Dessa feita,
qualquer um dos legitimados pode propor PEC sobre qualquer tema.

As normas de iniciativa privativa são normas de reprodução obrigatória.


Assim, se uma determinada matéria é reservada ao chefe do executivo federal,
a mesma matéria, no que for cabível, também deverá ser destinada ao chefe
do executivo estadual e municipal. Por exemplo: são de iniciativa privativa do
Presidente da República as leis orçamentárias federais. Assim, as leis
orçamentárias estaduais e municipais também são de iniciativa exclusiva dos
chefes do executivo estadual e municipal, respectivamente.

Emendas a projetos de lei de iniciativa privativa

O Supremo entende ser possível emendas parlamentares a projetos de lei de


iniciativa privativa de outros poderes. Assim, uma vez que os Projetos de Lei
de iniciativa exclusiva do Executivo e do Judiciário foram iniciados, o
Legislativo pode emendar/alterá-los porque a exclusividade se refere
unicamente à iniciativa da lei e não à sua tramitação. No entanto, as referidas
emendas parlamentares devem ter pertinência temática com a proposição
legislativa original e não podem aumentar despesa:

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 nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República, salvo
orçamento, onde pode haver aumento de despesa, desde que
obedecidos os demais requisitos constitucionais;

 nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da Câmara dos


Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do Ministério
Público

Sanção e vício de iniciativa

Suponhamos que um parlamentar ou qualquer outra figura tenha iniciado uma


lei de iniciativa privativa do Presidente da República. Essa lei sofreria de
inconstitucionalidade formal, ou seja, não obedeceria aos procedimentos
estabelecidos pela Constituição Federal para sua devida formação, uma vez
que foi iniciada por pessoa diferente do que a Constituição prevê.

Mas suponha também que ninguém percebeu o vício e o projeto de lei tramitou
pelo Congresso Nacional e foi aprovado. Após sua aprovação, o PL foi para
sanção ou veto do Presidente da República (e até aqui ninguém havia
percebido o vício).

Chegando ao Presidente da República para sanção ou veto, o chefe do


executivo gosta muito da lei e está plenamente de acordo com seu conteúdo, e
ainda pensa consigo mesmo: “nem mesmo eu teria feito um PL tão bom”.
Assim, o Presidente da República sanciona a lei.

Pergunta: essa lei é válida? NÃO! Pois a sanção não


supre/convalida/conserta o vício de iniciativa. Dessa forma, se a lei tinha
um vício desde seu nascimento, a sanção do Presidente da República não
“conserta” esse vício (mesmo que fosse o próprio Presidente quem devesse ter
iniciado a lei). Da mesma forma, caso haja algum vício de emenda
parlamentar, a sanção do Presidente da República também não o convalidará.

Exemplos de iniciativa privativa

 Iniciativa privativa do STF

a) Estatuto da Magistratura, que deve ser feito por meio de Lei


Complementar.

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b) Fixação do subsídio dos Ministros do STF (lei ordinária com sanção
presidencial).

 Iniciativa privativa do STF, Tribunais Superiores e Tribunais de


Justiça Estaduais (art. 96, II)

a) Matérias de seu interesse exclusivo;

b) Criação e extinção de cargos e remuneração;

c) Lei sobre alteração de número de membros dos tribunais


inferiores;

d) Fixação dos subsídios de seus membros e juízes.

 Iniciativa privativa da Câmara dos Deputados e Senado Federal

a) Lei para a remuneração de seus cargos.

b) OBS: via de regra, na administração pública, a criação de


cargos e sua remuneração é feita por uma LEI. No entanto,
para a Câmara dos Deputados e Senado Federal a regra é um
pouco diferente: a criação de cargos é feita por RESOLUÇÃO
enquanto o aumento da remuneração é feita por LEI. Assim,
esses órgãos podem criar seus cargos por resolução, e detêm a
INICIATIVA privativa de lei para aumento da sua remuneração.

 Iniciativa privativa do Presidente da República (art. 61, § 1º +


art. 84, XXIII)

São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que fixem


ou modifiquem os efetivos das Forças Armadas ou que disponham sobre:

a) criação de cargos, funções ou empregos públicos na administração


direta e autárquica ou aumento de sua remuneração;

Observe que os poderes Judiciário e Legislativo não estão incluídos.


Assim, caso se queira aumentar a remuneração ou criar cargos no
poder Judiciário, isso deve ser feito por meio de lei de iniciativa do
Judiciário, ocorrendo o mesmo para o Legislativo (com a ressalva
da criação de cargos na Câmara e no Senado, que podem se dar
por meio de Resolução).
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b) enviar ao Congresso Nacional o plano plurianual (PPA), o projeto
de lei de diretrizes orçamentárias (LDO) e as propostas de
orçamento (LOA) previstos na Constituição (art. 84, XXIII);

c) organização administrativa e judiciária, matéria tributária e


orçamentária, serviços públicos e pessoal da administração dos
Territórios;

Obs. sobre a matéria tributária: Somente a matéria tributária


DOS TERRITÓRIOS é de iniciativa exclusiva do Presidente da
República. Se a lei for sobre matéria tributária da União,
estados e municípios, a iniciativa será concorrente entre o
executivo, o legislativo e a iniciativa popular.

d) servidores públicos da União e Territórios, seu regime jurídico,


provimento de cargos, estabilidade e aposentadoria;

e) criação e extinção de Ministérios e órgãos da administração


pública, observado o decreto autônomo;

f) militares das Forças Armadas, seu regime jurídico, provimento de


cargos, promoções, estabilidade, remuneração, reforma e
transferência para a reserva.

g) Organização da Defensoria Pública da União e normas gerais


para a Defensoria Pública dos estados, DF e Territórios.

h) Organização do Ministério Público da União e normas gerais


para o Ministério Público dos estados, DF e Territórios.

 Apesar de a Constituição Federal estabelecer no art. 61 que a


iniciativa de lei sobre a organização do Ministério Público da
União é privativa do Presidente da República, a doutrina
entende que a iniciativa de lei de normas gerais para a
organização do MPU é CONCORRENTE ENTRE O
PRESIDENTE DA REPÚBLICA E O PGR.

 Já a iniciativa de lei sobre normas específicas para o MP


da União, é de iniciativa privativa do PGR.

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 Para o MP estadual, funciona assim: iniciativa de lei sobre
normas gerais é de iniciativa privativa do Presidente da
República (art. 61) enquanto a iniciativa de leis sobre
normas específicas é concorrente entre o governador e
o Procurador-Geral de Justiça (PGJ – o chefe do MP
estadual).

 O Ministério Público do DF (MPDFT) é um braço do MPU e a


competência para sua organização é concorrente do
Presidente da República com o PGR (assim como todo o
MPU).

 O Ministério Público que atua junto aos Tribunais de


Contas é parte integrante desses Tribunais, assim, sua
organização fica a cargo das próprias Cortes de Contas.

Por ser de extrema importância, colocarei os três artigos correspondentes da


Constituição. Atenção para o seu texto!

Art. 61, § 1º - São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis


que: II - disponham sobre: d) organização do Ministério Público e da Defensoria
Pública da União, bem como normas gerais para a organização do Ministério
Público e da Defensoria Pública dos Estados, do Distrito Federal e dos
Territórios;

Art. 127, § 2º Ao Ministério Público é assegurada autonomia funcional e


administrativa, podendo, observado o disposto no art. 169, propor ao Poder
Legislativo a criação e extinção de seus cargos e serviços auxiliares, provendo-
os por concurso público de provas ou de provas e títulos, a política
remuneratória e os planos de carreira; a lei disporá sobre sua organização e
funcionamento.

Art. 128, § 5º - Leis complementares da União e dos Estados, cuja iniciativa é


facultada aos respectivos Procuradores-Gerais, estabelecerão a organização, as
atribuições e o estatuto de cada Ministério Público, observadas, relativamente a
seus membros: (...)

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Colocarei agora as mesmas informações, porém organizadas de uma forma
diferente, ok?

 MPU • Normas gerais: é organizado por Lei Complementar de


iniciativa concorrente entre o Presidente da República e
o PGR (art. 61, § 1º, II, “d” + art. 128, § 5º).

• Normas específicas: Lei de criação e extinção de cargos e


serviços auxiliares do Ministério Público, a política
remuneratória e os planos de carreira: iniciativa é privativa
do PGR (CF, art. 127, § 2º).

 MPE • Normas gerais: Lei federal de normas gerais para a


organização do MP dos Estados: iniciativa é privativa do
Presidente da República (CF, art. 61, § 1º, II, “d”).

• Normas específicas: Lei Complementar estadual de


organização do MP do Estado: iniciativa concorrente entre o
Governador e o PGJ (art. 61, § 1º, II, “d” + 128, § 5º).
• Lei sobre a organização do MPDFT: concorrente
entre o Presidente da República e o PGR. (O
MPDFT integra o MPU e é organizado e mantido pela
União).
 MPjTC: Lei de organização do MP especial que atua junto à Corte de
Contas: iniciativa privativa do Tribunal de Contas.

Esquematizando:

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1. FASE DE INICIATIVA
 Deflagra / inicia o procedimento legislativo
- Deputados / Senadores (dep/sen)
- Câmara dos Deputados (CD)
- Comissão da - Senado Federal (SF)
- Congresso Nacional (CN)
Podem propor LO e LC  - Presidente da República (PR)
(Art. 61)  - STF
- Tribunais Superiores (TS)
- PGR
- Cidadãos
- TCU (73+96,II)
 As diferentes iniciativas NÃO são autoexcludentes
1.1) Iniciativa Parlamentar e Extraparlamentar
o Parlamentar: Dep e Sen
o Extraparlamentar: PR, TS, STF, PGR, iniciativa popular (...)

1.2) Iniciativa Geral - Dep/Sen


- Câmara dos Deputados (CD)
- Comissão da - Senado Federal (SF)
- Congresso Nacional (CN)
- Presidente da República (PR)
- Iniciativa popular

o Podem propor leis sobre qualquer coisa, salvo iniciativa privativa


o OBS: no BR não existe iniciativa geral plena – Ninguém pode propor qualquer lei sobre
qualquer assunto sem exceções.

1.3) Iniciativa Restrita


o Não confundir com iniciativa privativa
o O titular só pode propor lei para matérias específicas
Ex. de Iniciativa Restrita 

- Judiciário - STF, TS e STJ podem propor leis específicas (96, II)


- $ dos Min STF - iniciativa do STF (48,XV)
- Estatuto da Magistratura (93)

- PGR: Criação, extinção de cargos, plano de carreira e $ (127, §20 e 128, §50)

- TCU (73, 75 e 96, II)

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1.4) Iniciativa Concorrente
o Mais de uma pessoa pode propor lei sobre a mesma matéria
Ex: - PEC
- Organização do MPU – PR + PGR

1.5) Iniciativa Conjunta


o Quando precisa de 2 ou + pessoas, JUNTAS, para iniciar lei.
o Não existe mais no BR
 Último exemplo no BR: $ dos MinSTF – ERA conjunta entre PR + PCD + PSF +
PSTF

- Sufrágio Universal
1.6) Iniciativa Popular - Voto direto, secreto e igualitário
- Plebiscito
o É instrumento da soberania popular
- Referendo
o Somente para o CIDADÃO - Iniciativa Popular de lei

o Forma direta – o povo propõe a lei sem o intermédio dos representantes


o Apenas inicia o procedimento legislativo
 No resto, segue o mesmo procedimento das LO
o O Parlamento pode rejeitar ou emendar o PL proposto por iniciativa popular
o Apresenta à CD
o PL deve ter somente 1 assunto
o Não pode ser rejeitado por vício de forma, devendo a CD corrigi-lo
o Somente cabe iniciativa popular em LO e LC (o resto não)
o Não cabe iniciativa popular em -PEC (federal) OBS: cabe iniciativa
popular em PEC
-Matéria reservada estadual, mas não
cabe em PEC federal 

● União: Mín 1% do - Mín 5 Estados


Requisitos da
eleitorado nacional - Mín 0,3% eleitores de cada Estado
Iniciativa popular 
(61, §20 + 27, §40 ● Mun – 5% do ELEITORADO do Mun
+ 29, XIII) 
● Est e DF – lei disporá

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1.7) Iniciativa por proposta da Maioria Asoluta (MA) dos membros de qualquer das
Casas do CN
o Se o PL for rejeitado na fase de discussão e votação:
 Regra: não pode novo projeto sobre o mesmo tema na mesma sessão legislativa
ordinária – SLO (2/fev a 22/dez)
 Exceção: pode novo projeto sobre o mesmo tema na mesma SLO pela aprovação
da MA dos membros de qualquer das Casas
 PL de iniciativa de outros órgãos: pode reapresentar (ex: PR, Trib, MP, etc)
 Mas a tramitação do novo PL também depende da aprovação da MA de
qualquer das Casas do CN
 Art. 110 RICD
 MP e PEC não pode repetir de jeito nenhum

1.8) Iniciativa Vinculada


o Obrigatória
o Ex: leis orçamentárias: PPA, LDO e LOA
 O PR é obrigado a apresentar os projetos de leis orçamentárias

1.9) Iniciativa Privativa / Reservada /Exclusiva


o Não confundir com COMPETÊNCIA privativa/exclusiva da União (arts. 21 e 22)
 No Processo Legislativo, iniciativa privativa = reservada = exclusiva
 Nas competências: privativa ≠ de exclusiva
o Ocorre quando o PL pode ser proposto somente por uma pessoa
o Não pode ser delegada
o Legislativo e Judiciário não podem fixar prazo (obrigar) para que o titular exerça a
iniciativa reservada
 Separação dos poderes
 Ninguém pode obrigar o dono da iniciativa privativa a iniciar a lei – Salvo a CF
 O Judiciário pode declarar a mora (mandado de injunção ou ADO)
 Nem a Constituição Estadual (CE) pode fixar o prazo (se a CF não o fixar
também)
 OBS: EC (da CF) pode alterar ou criar prazo

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Pode aumentar despesa, desde que 
cumpridos os demais requisitos 
Pode haver emendas
em PL de iniciativa - Pertinência temática
privativa de outros - Não pode despesa - Iniciativa exclusiva do PR salvo orçamento
Poderes (art. 63)  nos Projetos de - Organização da - CD
- SF
- Tribunais Federais
- MP

o OBS: a sanção NÃO convalida (supre) - Vício formal de iniciativa


- Vício de emenda parlamentar

o PEC não possui iniciativa privativa – somente PL


o São normas de reprodução obrigatória

o Ex: Iniciativa Privativa do STF - Estatuto da Magistratura (LC)


- Fixação da $ dos Min STF (lei com sanção do PR)

o Ex: Iniciativa Privativa do STF, TS, TJEst (96,II) – matérias de seu interesse exclusivo
 Ex - Criação e extinção de cargos e remuneração
- Fixação dos subsídios de seus membros e juízes
- Iniciativa de lei sobre alteração de n0 de membros dos tribunais inferiores

o Ex: Iniciativa Privativa da CD e SF: leis para $ de seus cargos


o Organização, criação de cargos, funções etc – RESOLUÇÃO
 OBS: para - Aumento de $ - INICIATIVA de LEI
- Criação de cargos – Resolução

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- Criação de cargos públicos e $ da administração - Direta


 Não inclui Legislativo e Judiciário - Autárquica
- PPA/LDO/LOA
- Administrativa
- Judiciária
- Organização - Orçamentária dos TERRITÓRIOS
- Tributária
Ex: Iniciativa Privativa do PR

- Serviços públicos
- Pessoal
(art. 61 §10+ 165) 

 PL sobre matéria TRIBUTÁRIA: Se for da U, E e Mun – será


concorrente entre Executivo + Legislativo + povo
o PL sobre matéria TRIBUTÁRIA – NÃO é de
iniciativa privativa do PR
- Servidores Públicos da U e Territ e seu Regime Jurídico
 Criação de cargos e $ no Judiciário e Legislativo NÃO é do
PR
- Criação e extinção de ministérios e órgãos
 Observado o Decreto Autônomo
- Militares das Forças Armadas
- Organização da DPU + normas Gerais para DP E, DF e Territ
- Organização do MPU + normas Gerais para MP E, DF e Territ

Organização do MP

MP Normas Gerais Normas Específicas


PR + PGR
União PGR (127, § 2º)
(61, § 1º, II, d + 128 § 5º)
PR + PGR
DFT PGR (127, § 2º)
(61, § 1º, II, d + 128 § 5º)
Gov + PGJ
Estados PR (61, § 1º, II, d)
(61, § 1º, II, d + 128 § 5º + ADI 852)
MPjTC TC TC

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2. FASE CONSTITUTIVA

Após a fase de iniciativa, ou seja, após iniciado um Projeto de Lei, entramos na


segunda fase do processo legislativo ordinário: a fase constitutiva, onde
ocorre a deliberação do poder legislativo (deliberação parlamentar), que é a
discussão e votação do PL no Congresso Nacional, e a deliberação do poder
executivo (deliberação executiva), que é a sanção ou veto do Presidente da
República.

- Deliberação Parlamentar - Discussão


2 – Fase Constitutiva - Votação

- Deliberação Executiva - Sanção


- Veto

2.1. DELIBERAÇÃO PARLAMENTAR – DISCUSSÃO E VOTAÇÃO

Na fase de deliberação parlamentar ocorre a apreciação do projeto de lei pelas


duas Casas do Congresso Nacional: a Casa Iniciadora, ou seja, a Casa onde
o PL se inicia e a Casa Revisora, ou seja, a segunda Casa por onde o PL
tramita.

O Senado Federal será a Casa Iniciadora em apenas três casos:

a) PL de iniciativa de senador;
b) PL de iniciativa das Comissões do Senado Federal;
c) PL proposto por Comissão Mista alternadamente entre Câmara dos
Deputados e Senado Federal.

Em todos os demais casos a Câmara dos Deputados é a Casa Iniciadora:

d) PL de iniciativa do Presidente da República, STF e Tribunais Superiores;


e) PL de iniciativa de deputados e comissões da Câmara dos Deputados;
f) PL de iniciativa do PGR;
g) PL de iniciativa popular;
h) PL de iniciativa de Comissão mista alternadamente entre Câmara dos
Deputados e Senado Federal.

Esquematizando:

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2. Fase Constitutiva
o Deliberação do - Legislativo (Deliberação Parlamentar) – discussão e votação no CN
- Executivo (Deliberação Executiva) – sanção ou veto

2.1) Deliberação Parlamentar – Discussão e votação

o Apreciação das duas Casas - Iniciadora


- Revisora

o O Senado Federal é casa - PL de iniciativa de senador


iniciadora em 3 casos - PL de iniciativa das Comissões do SF
- PL proposto por Comissão Mista

Alternadamente
entre CD e SF

o Em todos os demais casos a Câmara - Presidente da República


dos Deputados é a Casa Iniciadora - STF
- Tribunais Superiores
- Deputados
- Comissões da Câmara dos Deputados
- PGR
- Iniciativa popular
- Comissão mista

Alternadamente
entre CD e SF

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2.1.1. Da Casa Iniciadora

Meus queridos Analistas do TRE/PE, para facilitar o seu estudo, colocarei


sempre um desenho do procedimento que será estudado. À medida que você
for lendo, volte ao desenho do procedimento e visualize exatamente
onde você está. Isso facilitará bastante o seu estudo além de fornecer uma
visão melhor do todo. Vamos à primeira parte:

CASA INICIADORA
Aprova – vai para 
a Casa Revisora 
Comissão 1  Comissão 2  Comissão X  Plenário 
Iniciativa  emite  emite  emite  (Discussão 
parecer  parecer  parecer  e Votação) 
Rejeita – arquiva+ 
Irrepetibilidade 
Votação nas Comissões

Tramitação nas comissões

Iniciado o processo legislativo, o PL tramita nas comissões da Casa Iniciadora


(ele tramitará nas comissões da Casa Revisora também, em um momento
posterior).

Essas comissões, que podem fazer emendas ao PL, podem ser temáticas (ex.
Comissão de Educação, Comissão de Assuntos Sociais, etc.) ou Comissões de
Constituição e Justiça (CCJ). A CCJ, realiza um exame formal do PL e emite
um parecer de observância obrigatória (terminativo). Já as comissões
temáticas realizam um exame material do PL e emitem um parecer não
obrigatório (opinativo).

O número de comissões temáticas e por quais comissões o PL passará não é


estudado na parte constitucional do processo legislativo e sim no Regimento
Interno de cada Casa legislativa. Assim, não se preocupe com isso,
combinado?

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Emendas ao Projeto de Lei

As emendas (alterações ao PL) podem ser feitas tanto nas Comissões quanto
no Plenário e também podem ser feitas nos projetos de lei de iniciativa
privativa. Lembre-se que a iniciativa privativa é somente para dar início ao
andamento do PL, que pode ser alterado pelo Poder Legislativo.

Além disso, as emendas podem ser propostas tanto pelos congressistas


(deputados e senadores) quanto pelas Comissões Parlamentares.

Existe um dispositivo na Constituição que merece maior explicação:

Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar mensagem ao


Congresso Nacional para propor modificação nos projetos a que se
refere este artigo (leis orçamentárias – PPA, LDO e LOA) enquanto não
iniciada a votação, na Comissão mista, da parte cuja alteração é
proposta.

Observe que quem elabora os projetos do PPA, da LDO e da LOA é o próprio


Presidente da República, aliás, essas leis são de iniciativa exclusiva dele.
Depois de elaborados os projetos, o Presidente os encaminha ao Congresso
Nacional, dando início à fase constitutiva do processo legislativo.

Ocorre que, por força do art. 166, § 5º, APÓS enviado o projeto de lei para
o Congresso Nacional, o Presidente da República pode propor emendas,
desde que não tenha sido iniciada a votação da parte a ser alterada na
primeira comissão onde esse projeto de lei tramita (a Comissão Mista
Parlamentar de Orçamento e Finanças - CMPOF).

Por fim, a Constituição prevê que não será admitido aumento da despesa
prevista:

I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República,


ressalvadas as leis orçamentárias, onde poderá haver esse aumento,
cumpridos os demais requisitos constitucionais.

II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da


Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e do
Ministério Público

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Do Plenário

Após a discussão e votação dentro da última comissão (lembrando que o PL


pode passar por várias delas), o Projeto de Lei é enviado a Plenário para
discussão e votação. O referido Plenário pode:

1. Aprovar o PL, com ou sem emendas, caso em que o mesmo vai


para a Casa Revisora;

2. Rejeitar o PL, caso em que o mesmo será arquivado e sua matéria


não pode ser objeto de novo PL na mesma sessão legislativa, salvo
requerimento da maioria absoluta de qualquer das Casas
(irrepetibilidade).

Da delegação interna corporis: votação do PL no âmbito das comissões

Como dito acima, em regra, após tramitarem pelas comissões, os Projetos de


Lei (PLs) devem ser votados no Plenário de cada Casa. No entanto, a
Constituição permite que o Regimento Interno de cada Casa delegue algumas
atribuições do Plenário para se discutir e votar definitivamente os PLs no
âmbito das comissões. Assim, um Projeto de Lei pode ser aprovado na Câmara
dos Deputados e no Senado Federal sem jamais ter passado pelo Plenário de
nenhuma dessas Casas (caso tenha havido a delegação de ambos os
regimentos internos). Essa delegação se chama delegação interna corporis
(art. 58, §2º, I).

No entanto, a CF também regra que, caso haja recurso de 1/10 dos


membros da Casa, o PL (que seria votado somente nas comissões) deve ser
levado a Plenário. Essa disposição também protege o direito das minorias
parlamentares.

Volte agora e revise o desenho do procedimento estudado até aqui.

Esquematizando:

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o Procedimento
I- Casa Iniciadora

a) Iniciado o Processo Legislativo: PL tramita nas comissões

Comissões - de Constituição e Justiça (CCJ) - Exame formal


- Parecer Terminativo (obrigatório)
Em ambas - Temáticas – emitem - Parecer - não obrigatório (opinativo)
as Casas - Exame material
(Podem emendar)

b) Emendas:
 Pode haver emendas - Nas comissões
- No Plenário
- Nos PL de iniciativa privativa
 Podem ser propostas pelos - Congressistas
- Comissões Parlamentares

 Quem tem iniciativa privativa PODE apresentar emendas APÓS proposto o


PL e enquanto não iniciada a votação na primeira Comissão (divergência
doutrinária sobre outros, que não o PR)
Ex: PR nas leis Orçamentárias, enquanto não iniciada a votação na CMPOF
da parte cuja alteração é proposta. (art. 166, §50)

Pode aumentar despesa, desde que 
cumpridos os demais requisitos 

 Emendas a PL não podem - Iniciativa exclusiva do PR, salvo orçamento


aumentar despesa nos PL de - Organização da - CD
- SF
- Tribunais Federais
- MP

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c) Após discussão e votação dentro das Comissões, o PL é enviado ao Plenário para
discussão e votação
 OBS: Votação do PL no âmbito das comissões
 As comissões podem aprovar (VOTAR) o PL sem passar pelo Plenário
o (art. 58, §20, I)
o Para agilizar a atividade legislativa
o Por delegação interna corporis
o Em casos específicos previstos nos Regimentos Internos
o Isso pode ocorrer nas duas Casas, ou seja: um PL pode ser aprovado
(virar lei) sem jamais ter passado pelo PLENÁRIO da CD ou do SF
o Cabe recurso de 1/10 dos membros da Casa – caso em que vai a
Plenário

d) Aprovado pela Casa Iniciadora (com ou sem emendas) – Segue para a Casa Revisora
e) Rejeitado pela - Arquiva
Casa Iniciadora +
- Irrepetibilidade (art. 67): a matéria do PL rejeitado não pode mais
ser objeto de PL na mesma Sessão Legislativa, salvo MA de
qualquer das Casas

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2.1.2. Da Casa Revisora

Colocarei agora a segunda parte do desenho do processo legislativo ordinário.


Lembre-se de sempre voltar até ele à medida que for lendo a explicação:

CASA INICIADORA
Aprova – vai para 
Comissão  Comissão  Comissão X 
a Casa Revisora 
Plenário 
Iniciativa  1 emite  2 emite  emite  (Discussão 
parecer  parecer  parecer  e Votação) 

Rejeita – arquiva+ 
Irrepetibilidade 
Votação nas Comissões

CASA REVISORA Aprova – vai para autógrafo 


+ Sanção ou veto do PR 

Comissão 1, 2, 3,  Plenário 
4, X …  (Discussão 
Emitem Parecer  e Votação)  Emenda – volta para a Casa 
Iniciadora  para  apreciação 
das emendas. 

Votação nas Comissões Rejeita – arquiva+ 


Irrepetibilidade 

Uma vez aprovado pela Casa Iniciadora, o Projeto de Lei vai para a Casa
Revisora. Tudo o que foi estudado até aqui para a Casa Iniciadora, também
vale para a Casa Revisora. Ex: o PL também passa pelas comissões (CCJ e
temáticas), pode haver emendas, delegação interna corporis, etc. Assim, após
o trâmite nas comissões, o PL vai ao Plenário da Casa Revisora, que pode:

1. Aprovar o PL sem emendas de mérito, caso em que ele segue


para autógrafo, que é a reprodução do conteúdo final que o PL terá.
De lá, o PL segue para a Deliberação executiva (sanção ou veto do
Presidente da República).

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2. Rejeitar o PL, caso em que o mesmo será arquivado e ocorrerá a
irrepetibilidade, ou seja, a matéria do PL rejeitado não pode mais
ser objeto de projeto de lei na mesma sessão Legislativa, salvo
proposta da maioria absoluta de qualquer das Casas (art. 67).

3. Emendar o PL, caso em que ele volta para a Casa Iniciadora para
apreciação das emendas da Casa Revisora. Observe que, nesse
estágio, a Casa Iniciadora somente pode apreciar a parte emendada
pela Casa Revisora, sendo vedada a subemenda (emenda da
emenda).

Ao apreciar as emendas da Casa Revisora, a Casa Iniciadora pode


aprová-las ou rejeitá-las. Caso aprove, o PL segue para autógrafo,
seguido da sanção ou veto do Presidente da República. Caso rejeite, o
PL segue para a sanção ou veto do Presidente do mesmo jeito, e sem
as emendas! Portanto, a vontade da Casa iniciadora prevalece
sobre a da Revisora.

Importantíssimo ressaltar que, apesar de haver predominância da


Casa Iniciadora sobre a Casa Revisora, não há hierarquia entre
elas.

Assim, como a Câmara dos Deputados é, geralmente, a Casa


Iniciadora, ela tem papel preponderante sobre o Senado Federal na
elaboração das leis (lembre-se de que não há hierarquia entre as
Casas!).

Volte agora e revise o desenho do procedimento estudado até aqui.

Esquematizando:

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II- Casa Revisora


Aprovado pela Casa Iniciadora, vai

a) Aprovar - Sem emendas de mérito – Segue para sanção do PR


para a Casa Revisora, que pode 

- Com emendas de mérito – o mesmo que emendar

b) Rejeitar – arquiva + irrepetibilidade (a matéria do PL rejeitado não pode mais ser objeto
de PL na mesma sessão Legislativa, salvo MA de qualquer das Casas

c) Emendar - PL volta para a Casa Iniciadora, que somente apreciará o que foi
modificado
- Vedado subemenda (emenda da emenda)
- A Casa • Aprovar as emendas – segue para a sanção do PR
Iniciadora pode • Rejeitar as emendas – segue para a sanção do PR do
mesmo jeito (e sem as emendas)

NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE CASA INICIADORA e  A vontade da Casa


REVISORA,  mas  há  PREDOMINÂNCIA  da  CASA  Iniciadora prevalece
INICIADORA sobre a REVISORA  (E SEM AS EMENDAS)

 Como a CD é geralmente a Casa Iniciadora, ela tem papel preponderante na


elaboração normativa
 Lembrando: a CD não é hierarquicamente superior ao SF

OBS:
o Na Casa Revisora, o PL também passa pelas comissões
 Após as Comissões, vai a Plenário (igual na Casa Iniciadora)
 A Casa Revisora também pode aprovar um PL somente no âmbito das Comissões
(delegação interna corporis) – igual na Casa iniciadora.

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2.2. DELIBERAÇÃO EXECUTIVA – SANÇÃO OU VETO

Após aprovado na fase de discussão e votação no Congresso Nacional, o


projeto de lei é encaminhado ao Presidente da República, que tem 15 dias
úteis para realizar a sanção ou o veto.

Da sanção

A sanção completa a fase constitutiva e é a aprovação da lei. Significa que


o Presidente da República está de acordo com seu conteúdo e faz com que o
“projeto de lei” se transforme em “LEI”.

A sanção pode ser expressa ou tácita. A sanção expressa ocorre quando o


Presidente da República “assina o papel”, ou seja, ele assina um ato se
manifestando em favor daquela lei. Repare que a sanção expressa requer uma
ação presidencial.

Mas o que ocorre se o Presidente deixar passar os 15 dias úteis e não


sancionar e nem vetar o PL? Ocorre a sanção tácita. Daí vem aquele ditado
“quem cala, consente”. Dessa forma, caso o Presidente da República
permaneça em silêncio, deixando escoar o prazo de sanção ou veto, ele está,
tacitamente (implicitamente), aprovando a lei.

Após a sanção, a LEI (lembre-se que a sanção transforma o PL em lei) será


promulgada e publicada. O prazo para promulgação é de 48 horas e não
existe prazo constitucional definido para a sua publicação.

Apenas as leis ordinárias, as leis complementares e as MPs modificadas pelo


Congresso Nacional (leis de conversão) se submetem à sanção. Assim, não se
submetem à sanção as Emendas Constitucionais, Leis Delegadas,
Decretos Legislativos, Resoluções, e Medidas Provisórias não
modificadas.

Vale observar que, ainda que o Presidente da República sancione uma


lei, ele pode propor uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin)
contra ela, ou seja, não é pelo fato de o Presidente haver sancionado uma lei,
que ele perderá o direito de contestá-la perante o judiciário.

Além disso, a sanção não supre o vício de iniciativa ou de emenda


parlamentar. Portanto, caso o Projeto de Lei contenha algum vício de

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iniciativa ou vício de emenda, a sanção presidencial não fará com que ele se
torne válido.

Somente para lembrar uma informação importantíssima e muito cobrada em


provas: Não há sanção ou veto presidencial na emenda à Constituição,
em decretos legislativos, em resoluções, nas leis delegadas e na lei
resultante da conversão, sem alterações, de medida provisória.

Esquematizando:

2.2) Deliberação Executiva – Sanção ou Veto


o Após a fase de discussão e votação, - Sanção - Expressa
o PL vai para o PR para - Tácita
- Veto

o Sanção - Aprovação da lei.


- Completa a fase constitutiva
- Se o PR deixar passar o prazo sem se manifestar = sanção tácita
15 d úteis - Após a sanção, a LEI vai para a fase de promulgação e publicação.

• A sanção faz o PL virar LEI 48h Não tem prazo definido


- Mesmo que o PR tenha sancionado, ele pode entrar com Adin contra a Lei
- A sanção não supre o vício de iniciativa ou de emenda parlamentar
- Não há sanção em - Emenda Constitucional
- Lei Delegada
- Decreto Legislativo
- Resoluções,
- MP não modificada
Se for PL de conversão (MP modificada)
precisa de sanção

o Não há sanção ou veto do PR em - EC


- DecLeg
- Res
- LDel
- MP aprovada pelo CN sem alterações

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Do veto

O veto é a rejeição do PL pelo Presidente da República e possui prazo comum


de 15 dias úteis (é o mesmo prazo, onde o Presidente decide se sanciona ou
veta uma lei).

Imagine que o Presidente da República apresente um projeto de lei ao


Congresso Nacional e este o aprove integralmente, sem nenhuma modificação.
O Presidente, ainda assim, pode vetar esse projeto de lei. O Presidente da
República pode vetar um texto que ele mesmo apresentou.

Vamos às características do veto:

 Expresso: o veto só ocorre se houver manifestação expressa do


Presidente, ou seja, uma ação do chefe do executivo de rejeitar o PL no
todo ou em parte. Dessa forma, caso o chefe do executivo deixe escoar o
prazo de 15 dias úteis, haverá a sanção tácita (não existe veto tácito). 

 Irretratável: uma vez vetado, o Presidente não pode desistir do veto.

 Supressivo: o Presidente da República somente pode retirar texto do PL


e nunca alterá-lo ou acrescentar nada a ele.

A depender das informações vetadas, o veto pode ser classificado como


total ou parcial. Ele será total quando ocorrer na íntegra, ou seja,
quando o presidente vetar TODO o projeto de lei. Por outro lado, será
parcial quando o Presidente vetar apenas PARTE do projeto de lei.

Uma observação importantíssima é que o Presidente da República, ao


realizar o veto parcial, somente pode vetar o texto integral de artigo,
parágrafo, inciso ou alínea e não pode deixar a lei ilógica ou modificar o
seu “sentido”. Dessa feita, o Presidente da República não poderá vetar
palavras isoladas no texto da lei.

 Motivado: Outra característica do veto é que ele deve ser SEMPRE


MOTIVADO. Assim, o Presidente da República deve sempre dizer por
qual motivo vetou um PL, sendo que, a ausência de motivação implica na
inexistência do veto. Isso ocorre porque o veto é um ato composto e
somente se aperfeiçoa com a comunicação dos motivos ao Presidente do
Senado Federal em 48 horas, caso contrário, tem-se pela inexistência
do veto.

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 Jurídico ou político: Quanto à motivação, o veto pode ainda ser
jurídico ou político. Ele será jurídico quando o Presidente vetar um PL
alegando a inconstitucionalidade do mesmo. Nesse caso, o chefe do
executivo estará exercendo o controle preventivo de
constitucionalidade. O veto será ainda político quando o Presidente
alegar, ao motivá-lo, que o PL é contrário ao interesse público.

 Ato político: atos políticos são aqueles expedidos pelos agentes


políticos no exercício de sua função estatal, com larga margem de
independência e liberdade. Não são atos administrativos (ADPF 1/RJ-
QO).

O veto é um ato político, não cabendo, via de regra, controle


judicial de suas razões. É cabível, no entanto, o controle judicial da
tempestividade ou quando houver abuso por parte do chefe do
executivo.

 Superável ou relativo: o Congresso Nacional pode derrubar/superar o


veto presidencial.

Da derrubada do veto pelo Congresso Nacional

Como visto, ao vetar um Projeto de Lei, o Presidente da República deve


comunicar ao Presidente do Senado Federal (PSF) os motivos do veto no
prazo de 48 horas. Após isso, a parte vetada será apreciada em sessão
conjunta do Congresso Nacional no prazo de 30 dias.

Caso o Congresso Nacional permaneça inerte e não delibere sobre o veto


presidencial no prazo de 30 dias, haverá o trancamento da pauta da sessão
conjunta do Congresso Nacional. Observe que não haverá o trancamento
da pauta da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, mas sim da sessão
conjunta do CN. Por maioria absoluta (não é mais voto secreto! Vide EC
76/2013), o veto pode ser afastado, produzindo os mesmos efeitos da
sanção.

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Trancar a pauta significa que o Congresso Nacional (na sessão conjunta) não
poderá deliberar sobre nenhum outro assunto enquanto não deliberar sobre o
motivo do trancamento, no caso, a apreciação do veto presidencial.

Caso o Congresso Nacional decida pela manutenção do veto, o PL será


arquivado e sua matéria não poderá ser objeto de novo PL na mesma sessão
legislativa, salvo requerimento da maioria absoluta dos membros de qualquer
das Casas (irrepetibilidade).

Observe que, assim como o veto do Presidente da República pode ser total ou
parcial, a derrubada do veto também pode ser total ou parcial. Dessa
forma, o Congresso Nacional pode derrubar apenas parte do veto do
Presidente (Rp 1385 / SP). Por exemplo, se o Presidente da República veta os
artigos 1, 2 e 3 de um projeto de lei, o Congresso Nacional pode derrubar
apenas o veto do artigo 1 e deixar vetados os artigos 2 e 3.

Uma vez derrubado o veto, a lei segue para que o Presidente da República a
promulgue. Observe que o Presidente deve promulgar a lei, mesmo a tendo
vetado anteriormente. Se o Presidente da República não a promulgar no prazo
de 48 horas, o Presidente do Senado Federal (PSF) o faz em igual prazo.
Caso o Presidente do Senado Federal também não a promulgue, o Vice-
Presidente do Senado Federal (VPSF) deve fazê-lo. Nesse último caso, o
VPSF é OBRIGADO a promulgar a lei, sendo que a Constituição não prevê um
prazo específico para tal.

Esquematizando:

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- Rejeição do PL pelo Presidente da República
- Prazo para vetar: 15 d úteis (o mesmo prazo da sanção)
- PR pode vetar texto que ele mesmo apresentou
- Expresso: Silêncio: sanção tácita (NÃO EXISTE VETO TÁCITO)
- Irretratável: Não pode desistir do veto
- Supressivo - Só pode retirar texto. Nunca acrescentar
- Veto - Total – Na íntegra
- Parcial - Só pode vetar texto integral de artigo, parágrafo,
inciso ou alínea
Veto  - Não pode deixar ilógico ou modificar o “sentido” da lei
- Motivado • Prazo para comunicar o PSF com os motivos do veto: 48h
Sempre • Comunicação dos motivos aperfeiçoa o veto (ato composto)
• Se não motivar: inexistência do veto
- Veto - Jurídico: Inconstitucionalidade (controle preventivo de constitucionalidade)
- Político: Contrário ao interesse público
- Ato político - Não cabe controle judicial das RAZÕES do veto
- Excepcionalmente cabe (abuso)
- ADPF 1/RJ-QO
- Superável ou relativo: o Congresso Nacional pode derrubar o veto do Presidente

- Presidente da República comunica ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto (48h)


- A parte vetada é apreciada em sessão conjunta do CN
- Prazo: 30d
- Se o CN ficar inerte: tranca a pauta da SESSÃO CONJUNTA DO CN
 Não tranca a pauta da CD ou SF:
 Só tranca a pauta da sessão conjunta do CN
- Por MA, o veto é afastado, produzindo os mesmos efeitos da sanção
 Não é mais voto secreto! (EC76/2013)
 CN derrubar o veto
 Derrubada do veto: produz os mesmos efeitos da sanção presidencial
- Mantido o veto: arquiva + irrepetibilidade
- CN pode derrubar apenas parte do veto do Presidente da República (Rp 1385 / SP)
- Derrubado o veto: segue para o PR promulgar (48h)
 O PR deve promulgar a Lei mesmo sem concordar com ela
o Se o PR não promulgar - PSF o faz
- Prazo: 48h

 Se o PSF não promulgar- VPSF o faz


- Não tem prazo constitucional definido
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- É OBRIGATÓRIO
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FASE COMPLEMENTAR

A fase complementar compreende as fases de promulgação e publicação da lei.

2.3. PROMULGAÇÃO

A promulgação é a declaração de existência da lei e sua inserção no


ordenamento jurídico. Observe que se promulga a “LEI” e não um “projeto
de lei”, uma vez que o PL é transformado em lei na sanção do Presidente ou na
derrubada do veto pelo Congresso Nacional (fases anteriores à promulgação).

Se o Presidente da República não promulgar a lei no prazo de 48 horas, o


Presidente do Senado Federal (PSF) o faz em igual prazo. Caso o
Presidente do Senado Federal também não a promulgue, o Vice-Presidente
do Senado Federal (VPSF) deve fazê-lo. Nesse último caso, Vice-Presidente
do Senado Federal é OBRIGADO a promulgar a lei e a Constituição não prevê
um prazo específico.

Existem algumas promulgações originárias do poder legislativo, como as


Emendas Constitucionais, que são promulgadas pelas Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, os Decretos Legislativos, que são
promulgados pelo Presidente do Senado Federal (que é o Presidente do
Congresso Nacional) e as Resoluções, que são promulgadas pelos Presidentes
das Casas que as editarem.

2.4. PUBLICAÇÃO

A publicação é um pressuposto de eficácia da lei. Assim, a lei só pode ser


exigida depois de publicada, ou seja, depois que todos tomarem conhecimento
de sua existência.

Em regra, a cláusula de vigência da lei vem prevista em seu último artigo


(clique no link e olhe art. 125 da Lei 8.666). Dessa forma, a própria lei diz
quando ela entrará em vigor. No entanto, se ela não falar nada quanto ao seu
prazo de vigência, entrará em vigor no território nacional no prazo de 45 dias
após sua publicação e em território estrangeiro após 3 meses de sua
publicação.

A Constituição Federal não estipula expressamente o prazo para a publicação


das leis.

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Esquematizando:

3. Fase Complementar - Promulgação


- Publicação

3.1) Promulgação

o Declaração de existência da lei e sua inserção no ordenamento jurídico


o Promulga LEI e NÃO Projeto de Lei
 Já é Lei
 O PL vira lei com a - Sanção
- Derrubada do veto
o Prazo: 48h
o Promulgada pelo Presidente da República
 Caso haja rejeição do veto e o PR não promulgue - PSF o faz
- Prazo: 48h
 Se o PSF não promulgar - VPSF o faz
- Não tem prazo constitucional definido
- É OBRIGATÓRIO

o Promulgação originária - Emenda Constitucional – promulgada pela mesa CD + mesa SF


do LEGISLATIVO - Decreto Legislativo – promulgado pelo PSF (PCN)
- Resolução – promulgada pelo Presidente da Casa que a editar

3.2) Publicação

o Não há prazo definido para a publicação


o Pressuposto de eficácia da lei
o A lei pode ser exigida (só tem eficácia) depois de publicada
o Marca o momento em que a legislação passa a ser exigida
o Regra: cláusula de vigência no último artigo da lei
 Se não falar nada - Território nacional: 45 dias da publicação
- Estrangeiro: 3meses da publicação

Observe agora o procedimento legislativo completo das leis ordinárias e


complementares:

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Fase Complementar 
Fase de Iniciativa  Fase Constitutiva 

  Arquiva  Arquiva  Sanção  Promulga  


+ irrepet  + irrepet Publica 
15 d úteis  48h

Iniciativa  Casa  Casa  Arquiva 


Art. 63 a 67,  Autógrafo       PR  Manutenção 
Iniciadora  Revisora 
69 e 61  do veto + irrepet 

PSF  CN 
alterações alterações  Veto 
Razões  30d 
15 d úteis 
48h  Sess 
conj 
Rejeição do 
Casa 
Veto: MA e 
Iniciadora 
voto aberto 

Aprova  Rejeita  PR 


emendas  emendas  Promulga 48h 
Publica 

PSF  
48h

VPSF  
Ø
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3. PROCESSO LEGISLATIVO SUMÁRIO OU REGIME DE URGÊNCIA


CONSTITUCIONAL

O Processo legislativo Sumário ou Regime de Urgência constitucional segue o


mesmo trâmite do processo ordinário, passando pelas comissões, plenário,
Casa Iniciadoa e Revisora, enfim, possui todas as características do processo
legislativo estudadas até aqui. No entanto, o regime de urgência constitucional
possui prazos.

O PL em regime de urgência tem que ser aprovado pela Casa Iniciadora no


prazo de 45 dias. Saindo da Casa Iniciadora e indo para a Casa Revisora, esta
também possui 45 dias para aprová-lo. Em caso de emenda da Casa Revisora,
o PL voltará para a Casa Iniciadora, que terá agora 10 dias para deliberar
sobre as emendas.

Caso os prazos acima citados não sejam cumpridos, haverá o trancamento /


sobrestamento da pauta da Casa descumpridora de sua obrigação,
salvo para as deliberações legislativas com prazo constitucional certo,
como as Medidas Provisórias, que possuem prazo de deliberação de 60 dias
prorrogáveis por mais 60 dias. Vale ressaltar que somente é trancada a
pauta da Casa que estourar o prazo.

 Ex.1: Caso a Câmara (Casa Iniciadora) estoure o prazo de 45 dias, a


pauta da Câmara será trancada, salvo para as deliberações com prazo
constitucional certo. A pauta do Senado, por outro lado, não será
trancada.

 Ex.2: Caso a Câmara aprove o PL sob regime de urgência em 20 dias,


ele seguirá para o Senado este terá 45 dias para aprová-lo.

 Ex.3: Caso o Senado estoure o prazo de 45 dias, a sua pauta restará


trancada. Mas ele ainda poderá apreciar uma Medida Provisória, pois
esta é uma deliberação legislativa com prazo constitucional certo.

Somando-se os prazos (45+45+10), constata-se que o procedimento


legislativo sumário pode ter, no máximo, 100 dias de duração sem haver
trancamento de pauta.

Cabe ressaltar que os prazos não correm durante o recesso e não se


aplicam aos projetos de CÓDIGO (art. 64, § 4.º). Além disso, não há

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aprovação por decurso de prazo, assim, se o prazo “estourar”, haverá
trancamento de pauta e não a aprovação tácita por parte do Congresso
Nacional.

São duas as hipóteses onde pode ocorrer o regime de urgência constitucional:

1. Se o Presidente da República solicitar urgência nos projetos de SUA


INICIATIVA. ATENÇÃO: Não é iniciativa privativa do Presidente
e sim QUALQUER projeto de lei que ele tenha iniciado.

2. Outorga e renovação de concessão, permissão e autorização para o


serviço de radiodifusão sonora e de sons e imagens (art. 223,§ 1º +
49, XII).

Equematizando:

Processo Legislativo Sumário ou Regime de Urgência

- É o mesmo do ordinário, mas com prazos:


• Casa - Iniciadora: CD - 45d
- Revisora: SF - 45d
- Caso de emenda: 10d (volta para a CD)

• Portanto, o procedimento sumário pode ter no máximo 100d (sem trancar a pauta)

- Se qualquer das casas não apreciar em 45d: tranca a pauta da Casa que estourar o prazo
 Somente tranca a pauta da Casa que estourar o prazo. (No rito ordinário, os
prazos correm normalmente (não tranca a pauta)
 Só não tranca para as deliberações legislativas com prazo constitucional
certo (ex: MPs (60+60)
 Lembrando que NÃO EXISTE aprovação por “decurso de prazo”!!!

- Os prazos - Não correm durante o recesso


- Não se aplicam aos projetos de CÓDIGO (art. 64, § 4.º)

- Hipóteses do regime 1. Se o PR solicitar urgência nos projetos de SUA INICIATIVA


de urgência - Não é iniciativa privativa do PR – é QUALQUER projeto
constitucional que o PR tenha iniciado (art. 64,§ 10)

2. Apreciação dos atos de delegação ou renovação de serviços de


Radiodifusão sonora e de sons e imagens
- art. 223,§ 10 + 49, XII

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III.LEI ORDINÁRIA (LO)
E LEI COMPLEMENTAR (LC)

As leis ordinárias e complementares são atos normativos primários, assim,


não há hierarquia entre elas, devendo ser observado o princípio da
especialidade. Dessa forma, a Constituição Federal reservou algumas matérias
que somente podem ser disciplinadas por Lei Complementar, sendo as demais
matérias regradas por Lei Ordinária (residual).

As leis ordinárias e complementares possuem uma série de semelhanças,


dentre elas, o procedimento legislativo em três fases: iniciativa, constitutiva e
complementar. Essas duas normas funcionam quase da mesma maneira.

Mas Roberto, qual é a diferença entre elas?

A primeira diferença, já explicada, é em relação à matéria que as leis podem


tratar, ou seja, em relação ao seu objeto. Enquanto as hipóteses de Lei
Complementar estão taxativamente expressas na CF, as hipóteses de Lei
Ordinária são residuais, ou seja, o que não for das demais espécies
normativas será tratado pela Lei Ordinária.

A segunda diferença é quanto ao aspecto formal, ou seja, em relação ao


procedimento de formação das leis: o quórum de votação da Lei Ordinária é
a maioria simples, enquanto o quórum de votação da Lei Complementar é
a maioria absoluta.

Observação

Em regra, como dito, essas duas espécies normativas não invadem as


competências umas das outras. Assim, uma Lei Ordinária é alterada por outra
LO, enquanto uma Lei Complementar é alterada por outra LC. No entanto,
existem dois casos onde uma Lei Complementar pode ser alterada ou
revogada por uma Lei Ordinária:

1. Quando a Lei Complementar tratar (indevidamente) de matéria de Lei


Ordinária.

2. Quando a matéria, no passado, era reservada à Lei Complementar,


mas deixou de ser, em virtude do surgimento de uma nova CF ou de
Emenda Constitucional.

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Em ambos os casos acima, apesar de a lei continuar sendo chamada de Lei
Complementar, ela funcionará como Lei Ordinária, pois será materialmente
uma LO, apesar de ser formalmente uma LC. Explicando: ela terá passado
pelo procedimento de formação das leis complementares, mas terá conteúdo,
matéria e validade de uma Lei Ordinária.

Esses dois são os únicos casos em que uma espécie normativa


infraconstitucional pode entrar na competência de outra.

Por fim a Constituição estabelece que Lei Complementar disporá sobre a


elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.

Esquematizando:

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Lei Ordinária e Lei Complementar
 São atos normativos primários

 Não há hierarquia entre elas (princípio da especialidade)

 Igualdades: procedimento legislativo - Iniciativa


em 3 fases - Constitutiva (deliberação) - Legislativa
- Executiva
- Complementar

 Diferenças - Material (objeto) - LC – Hipóteses previstas taxativamente na CF


- LO – Residual (o que não for de EC, LC, Dec Leg, Res
e Ldel)

- Formal (Quórum de - LO: Maioria Simples


APROVAÇÃO) - LC: Maioria Absoluta

 Quórum de VOTAÇÃO (Instalação da Sessão de votação): LO e LC: MA, ou seja, pra


iniciar a votação, tem que estar presentes o primeiro número inteiro superior à metade do
número de membros.

OBSERVAÇÃO: Casos onde uma LC pode ser alterada/revogada por uma LO


I- Quando a Lei Complementar tratar de matéria de Lei Ordinária
II- Quando a matéria, no passado, era reservada à LC, mas deixou de ser, em virtude do
surgimento de uma nova CF ou de EC
o Nesses dois casos, apesar de continuar sendo chamada de Lei Complementar, ela
funcionará como Lei Ordinária, pois será - Formalmente: LC
- Materialmente: LO
o A LC poderá ser alterada/revogada por LO porque ela será, em sua essência, uma LO
o Únicos casos em que uma espécie normativa infraconstitucional pode entrar na
competência de outra

 LC disporá sobre a elaboração, redação, alteração e consolidação das leis. (art. 59 par.
Único)

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EXERCÍCIOS

1. (CESPE - 2014 - PM-CE - Oficial da Polícia Militar) A iniciativa das leis que
disponham sobre regime jurídico e provimento de cargos de militares das
forças armadas cabe ao presidente da República, a membro da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal e ao Supremo Tribunal Federal

Esse é um tema de iniciativa privativa do Presidente da República.


Vamos conferir as demais matérias de iniciativa privativa do chefe do
Poder Executivo:

- Criação de cargos públicos e $ da administração - Direta


 Não inclui Legislativo e Judiciário - Autárquica
- PPA/LDO/LOA
- Administrativa
- Judiciária
- Organização - Orçamentária dos TERRITÓRIOS
Ex: Iniciativa Privativa do PR

- Tributária
- Serviços públicos
(art. 61 §10+ 165) 

- Pessoal
 PL sobre matéria TRIBUTÁRIA: Se for da U, E e Mun – será
concorrente entre Executivo + Legislativo + povo
o PL sobre matéria TRIBUTÁRIA – NÃO é de
iniciativa privativa do PR
- Servidores Públicos da U e Territ e seu Regime Jurídico
 Criação de cargos e $ no Judiciário e Legislativo NÃO é do
PR
- Criação e extinção de ministérios e órgãos
 Observado o Decreto Autônomo
- Militares das Forças Armadas
- Organização da DPU + normas Gerais para DP E, DF e Territ
- Organização do MPU + normas Gerais para MP E, DF e Territ

Gabarito: Errado.

2. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor de Orçamento e


Fiscalização Financeira) Caso um deputado federal apresente projeto de lei
versando sobre matéria tributária, ela será incompatível com a CF, pois a

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referida iniciativa, independentemente de seu conteúdo, é privativa do chefe
do Poder Executivo.

Somente é privativa do Presidente da República a iniciativa de lei


sobre matéria tributária dos territórios. As demais leis tributárias são
de competência concorrente entre executivo e legislativo, podendo
também ser feita por iniciativa popular.

Gabarito: Errado.

3. (CESPE - 2014 - MDIC - Analista Técnico) Se um projeto de lei ordinária de


iniciativa parlamentar invadir a iniciativa privativa do presidente da República,
a sanção desse projeto pelo chefe do Poder Executivo federal sanará o vício
deflagrado no processo legislativo.

Se uma norma for inconstitucional por vício de iniciativa, a sanção não


suprirá (consertará) tal vício. Questãozinha bem batida e muito
importante para a sua prova!

Gabarito: Errado.

4. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor


Legislativo - ADAPTADA) O projeto de lei elaborado por comissão mista deverá
ser encaminhado, alternadamente, ao Senado Federal e à Câmara dos
Deputados. (...)

Isso mesmo. PL proposto por Comissão Mista é iniciado


alternadamente entre Câmara dos Deputados e Senado Federal. A
comissão mista é aquela comissão do Congresso Nacional formada por
deputados federais e por senadores.

Gabarito: Certo.

5. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor de Orçamento e


Fiscalização Financeira) Se o Congresso Nacional editar uma lei complementar
(LC) instituidora de certa obrigação tributária, posteriormente, uma lei
ordinária poderá revogar dispositivos dessa LC, desde que tais dispositivos
sejam materialmente ordinários.

Essa questão foi muito boa! Mas é isso mesmo... se uma Lei
Complementar tratar (indevidamente) de matéria de Lei Ordinária,
apesar de a lei continuar sendo chamada de Lei Complementar, ela
funcionará como Lei Ordinária, pois será materialmente uma LO,
apesar de ser formalmente uma LC. Explicando: ela terá passado pelo
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procedimento de formação das leis complementares, mas terá
conteúdo, matéria e validade de uma Lei Ordinária.

Ponto chave da questão: a matéria tributária deve ser tratada por Lei
Ordinária. Assim, a questão está correta.

Gabarito: Certo.

6. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor de Orçamento e


Fiscalização Financeira) A CF admite que se modifiquem, por meio de emendas
parlamentares, projetos de lei elaborados pelo chefe do Poder Executivo no
exercício de sua iniciativa reservada, mas veda, por inteiro, as emendas que
ensejem aumento de despesa pública.

Vamos conferir um esquema que nos esclarece essa informação:

Pode aumentar despesa, desde que 
cumpridos os demais requisitos 

 Emendas a PL não podem - Iniciativa exclusiva do PR, salvo orçamento


aumentar despesa nos PL de - Organização da - CD
- SF
- Tribunais Federais
- MP
Gabarito: Errado.

7. (CESPE - 2014 - TC-DF - Analista de Administração Pública - Sistemas de TI) O


veto do presidente da República a projeto de lei será apreciado em sessão
unicameral, somente podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
congressistas.

Unicameral, não! O art. 66, § 4º estabelece que o veto será apreciado


em sessão conjunta, dentro de trinta dias a contar de seu recebimento,
só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados
e Senadores. Lembre-se de que essa votação é aberta!

Gabarito: Errado.

8. (CESPE - 2014 - ANTAQ - Conhecimentos Básicos - Cargos 1 a 4) A


Constituição autoriza o presidente da República, o STF, os tribunais superiores
e o Procurador-Geral da República a solicitar, ao Congresso Nacional, regime
de urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.

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Somente quem pode apresentar solicitação de urgência é o Presidente
da República. Os demais não possuem esse poder. Confira o art. 64,
§ 1º da CF.

Gabarito: Errado.

9. (CESPE - 2014 - MPE-AC) Não se admite a apresentação de emendas


parlamentares durante o processo legislativo referente a projeto de lei que, em
tramitação na Assembleia Legislativa, disponha sobre a organização dos
serviços administrativos do MPE, dado o caráter reservado de sua iniciativa.

Negativo! Sabemos que os parlamentares podem sim apresentar


emendas em proposições de iniciativa privativa de outros poderes. No
entanto, existem algumas regras. Vamos recordá-las:

Emendas:
 Pode haver emendas - Nas comissões
- No Plenário
- Nos PL de iniciativa privativa
 Podem ser propostas pelos - Congressistas
- Comissões Parlamentares

 Quem tem iniciativa privativa PODE apresentar emendas APÓS proposto o


PL e enquanto não iniciada a votação na primeira Comissão (divergência
doutrinária sobre outros, que não o PR)
Ex: PR nas leis Orçamentárias, enquanto não iniciada a votação na CMPOF
da parte cuja alteração é proposta. (art. 166, §50)

Pode aumentar despesa, desde que 
cumpridos os demais requisitos 

 Emendas a PL não podem - Iniciativa exclusiva do PR, salvo orçamento


aumentar despesa nos PL de - Organização da - CD
- SF
- Tribunais Federais
- MP
Gabarito: Errado.

10. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo) Compete


privativamente ao presidente da República vetar projetos de lei, total ou
parcialmente, devendo o veto ser apreciado em sessão conjunta e só podendo

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ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos deputados e senadores, em
votação aberta.

Está certinho! Vamos revisar algumas informações sobre o veto:

- Presidente da República comunica ao Presidente do Senado Federal os motivos do veto (48h)


- A parte vetada é apreciada em sessão conjunta do CN
- Prazo: 30d
- Se o CN ficar inerte: tranca a pauta da SESSÃO CONJUNTA DO CN
 Não tranca a pauta da CD ou SF:
 Só tranca a pauta da sessão conjunta do CN
- Por MA, o veto é afastado, produzindo os mesmos efeitos da sanção
 Não é mais voto secreto! (EC76/2013)
 CN derrubar o veto
 Derrubada do veto: produz os mesmos efeitos da sanção presidencial

Gabarito: Certo.

11. (CESPE - 2014 - TJ-DF - Titular de Serviços de Notas e de Registros) A


iniciativa de leis sobre matéria tributária é privativa do chefe do Poder
Executivo de cada ente federativo, conforme reiterado entendimento do STF.

Essa questão é muito batida e você deve estar muito atento! Somente
é privativa do Presidente da República a iniciativa de lei sobre matéria
tributária dos territórios. As demais leis tributárias são de
competência concorrente entre executivo e legislativo, podendo
também ser feita por iniciativa popular.

Gabarito: Errado.

12. (CESPE - 2014 - TJ-DF - Titular de Serviços de Notas e de Registros) O veto


presidencial a projeto de lei somente pode ser rejeitado pela manifestação da
maioria absoluta dos deputados e senadores, em deliberação realizada de
forma secreta.

A partir da emenda à Constituição 76/2013, a apreciação do veto pelo


Congresso Nacional passou a ser aberta.

Gabarito: Errado.

13. (CESPE - 2014 - TJ-DF - Titular de Serviços de Notas e de Registros) Em


nenhuma hipótese, a matéria constante de projeto de lei rejeitado poderá
constituir objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa.

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Trata-se da irrepetibilidade. O art. 67 da Constituição Federal diz
assim: “A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente
poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa,
mediante proposta da maioria absoluta dos membros de qualquer das
Casas do Congresso Nacional.”

Gabarito: Errado.

14. (CESPE - 2014 - TCE-PB - Procurador) Considerando que lei estadual, de


iniciativa parlamentar, viesse a revogar dispositivos da Lei Orgânica do TCE/PB
(LO-TCE/PB) que versem acerca da organização desse tribunal, a referida lei
seria inconstitucional, pois cabe ao próprio TCE/PB a iniciativa privativa para
instaurar processo legislativo que pretenda alterar sua organização e seu
funcionamento.

Isso mesmo. Cabe ao próprio Tribunal de Contas (tanto federal quanto


estadual) a iniciativa de lei sobre sua organização e funcionamento.
Dessa forma, essa lei não pode vir de iniciativa parlamentar.

Gabarito: Certo.

15. (CESPE - 2014 - TCE-PB - Procurador) Considerando que lei estadual, de


iniciativa parlamentar, viesse a revogar dispositivos da Lei Orgânica do TCE/PB
(LO-TCE/PB) que versem acerca da organização desse tribunal, apesar de a
iniciativa legislativa caber ao TCE/PB, tal vício poderia ser sanado com a
sanção do projeto de lei pelo governador do estado.

Parte da questão está correta, pois, de fato, a iniciativa de lei que trate
sobre organização e funcionamento de um Tribunal de Contas é
privativa do próprio Tribunal. No entanto, nem mesmo a sanção
presidencial é capaz de sanar (consertar) o vício de iniciativa.

Gabarito: Errado.

16. (CESPE - 2014 - TJ-DF - Juiz) No projeto de lei orçamentária anual — de


iniciativa exclusiva do presidente da República —, não são admitidas emendas
parlamentares que acarretem aumento de despesas.

Essa questão é muito cobrada nas provas e você deve estar atento! De
fato, não é permitido o aumento de despesas nos projetos de lei de
iniciativa do Presidente da República, SALVO as leis orçamentárias,
onde poderá haver esse aumento, cumpridos os demais requisitos

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constitucionais. De fato, as leis orçamentárias são de iniciativa
privativa do Presidente da República.

Gabarito: Errado.

17. (CESPE - 2014 - Instituto Rio Branco - Diplomata) Pertence privativamente ao


presidente da República a iniciativa das leis que disponham sobre a criação de
cargos, funções ou empregos públicos, bem como sobre o aumento de
remuneração, na administração direta e nas autarquias.

Isso mesmo. A lei que cria cargos no Poder Executivo é de iniciativa do


Presidente da República (tudo bem que a CF não foi clara ao dizer que
estava se referindo ao Executivo...). Vamos relembrar as demais
matérias de iniciativa privativa do Presidente da República:

- Criação de cargos públicos e $ da administração - Direta


 Não inclui Legislativo e Judiciário - Autárquica
- PPA/LDO/LOA
- Administrativa
- Judiciária
- Organização - Orçamentária dos TERRITÓRIOS
- Tributária
Ex: Iniciativa Privativa do PR

- Serviços públicos
- Pessoal
(art. 61 §10+ 165) 

 PL sobre matéria TRIBUTÁRIA: Se for da U, E e Mun – será


concorrente entre Executivo + Legislativo + povo
o PL sobre matéria TRIBUTÁRIA – NÃO é de
iniciativa privativa do PR
- Servidores Públicos da U e Territ e seu Regime Jurídico
 Criação de cargos e $ no Judiciário e Legislativo NÃO é do
PR
- Criação e extinção de ministérios e órgãos
 Observado o Decreto Autônomo
- Militares das Forças Armadas
- Organização da DPU + normas Gerais para DP E, DF e Territ
- Organização do MPU + normas Gerais para MP E, DF e Territ

Gabarito: Certo.

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18. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo) Um deputado
federal apresentou projeto que aborda matéria tributária de interesse da
União, posteriormente convertido em lei, e, após alguns meses de vigência, foi
ajuizada ação direta de inconstitucionalidade (ADI) por vício formal e material
perante o Supremo Tribunal Federal (STF), por um partido político com
representação no Congresso Nacional. Tendo havido sanção expressa, é
desnecessário o debate acerca de eventual defeito de iniciativa, já que este,
mesmo existente, restaria convalidado pela anuência presidencial.

O que você precisaria saber:

- o deputado pode apresentar projeto de lei sobre matéria tributária,


pois essa matéria não é de iniciativa privativa.

- o partido político com representação no Congresso Nacional pode


ajuizar a ADI. (isso é matéria de controle de constitucionalidade e não
de processo legislativo)

- sabemos que a sanção não supre (conserta) o vício de iniciativa, ou


qualquer outro vício formal ou material.

Gabarito: Errado.

19. (CESPE - 2014 - TCE-PB – Procurador) (...) A CF veda a apresentação de


emendas parlamentares nos projetos de lei de iniciativa privativa.

As bancas adoram cobrar essa informação! Os parlamentares podem,


sim, emendar os projetos de lei de iniciativa de outros poderes. No
entanto, em regra, eles não podem aumentar despesa em um
orçamento que não é do Poder Legislativo. Vamos revisar o art. 63:
Não será admitido aumento da despesa prevista:

I - nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República,


ressalvado o disposto no art. 166, § 3º e § 4º (leis orçamentárias);

II - nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da


Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais Federais e
do Ministério Público.

Gabarito: Errado.

20. (CESPE - 2012 - TJ-PI - Juiz) As deliberações das comissões permanentes de


ambas as casas do Congresso Nacional devem ser tomadas por maioria

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simples, salvo no que diz respeito à discussão e votação, em caráter
conclusivo, de projetos de lei, caso em que se requer maioria absoluta.

Não existe tal exigência. Mesmo nas decisões de caráter conclusivo em


projetos de lei (neste caso, ordinária), o quórum exigido para
aprovação é maioria simples. Veja o que a CF diz no art. 47: “Salvo
disposição constitucional em contrário, as deliberações de cada Casa e
de suas Comissões serão tomadas por maioria dos votos, presente a
maioria absoluta de seus membros.”

Gabarito: Errado.

21. (CESPE - 2012 - AGU – Advogado) A competência para votar os projetos de lei
é, em regra, dos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,
mas as mesas diretoras das respectivas casas podem, mediante decreto
legislativo, outorgar às comissões permanentes, em razão da matéria de sua
competência, a prerrogativa de discutir, votar e decidir as proposições
legislativas.

Questão interessante! Tudo nela é verdadeiro, exceto a formalização


desta outorga às comissões permanentes para decidir definitivamente
as proposições. Não se trata de um decreto legislativo. Isso está
definido no Regimento Interno das Casas. Confira no art. 58, §2º, I.

Gabarito: Errado.

22. (CESPE - 2012 - TJ-PI - Juiz) A promulgação e a publicação da lei são sempre
atos conjuntos e devem ocorrer de forma simultânea.

Lembre-se de que o prazo de promulgação é de 48 horas, enquanto


não há prazo de publicação definido na Constituição. Ora, como podem
ser atos conjuntos se um deles tem prazo e o outro não? Assim,
embora, na maioria das vezes, a promulgação e publicação sejam atos
simultâneos, nada impede que não o sejam.

Gabarito: Errado.

23. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista) São de iniciativa privativa
do presidente da República as leis que disponham sobre normas gerais para a
organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos estados, do
Distrito Federal e dos territórios.

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Se a Lei federal é de normas gerais para a organização do MP e DP dos
Estados e DFT, a iniciativa é privativa do Presidente da República
(CF, art. 61, § 1º, II, “d”). Vamos revisar:

Gabarito: Certo.

24. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista) A apreciação de veto


presidencial a projetos de lei deve ocorrer, obrigatoriamente, em sessão
conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Isso mesmo. O veto será apreciado em sessão conjunta, dentro de


trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo
voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores. Atenção! A EC
76/2013 aboliu o voto secreto na apreciação do veto!

Gabarito: Certo.

25. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Técnico Judiciário) Entre as atribuições do presidente


da República inclui-se a de iniciar o processo legislativo, nos casos previstos na
CF.

Exatamente. O Presidente da República pode iniciar o processo


legislativo em matérias da sua competência privativa (art. 61) ou de
iniciativa geral. Além disso, ele pode também editar medidas
provisórias, leis delegadas e propor emendas à Constituição.

Gabarito: Certo.

26. (CESPE - 2012 - PC-CE - Inspetor de Polícia - Civil) Em função do sistema de


distribuição de competências legislativas criado pela CF, há nítida
superioridade hierárquica das leis federais sobre as estaduais.

Nunca podemos cair numa questão dessas! Não existe superioridade


hierárquica entre leis federais, estaduais ou municipais, sejam elas
ordinárias ou complementares. Cada uma vai cuidar do seu assunto,
separação que a Constituição Federal deixa bem clara no Título III –
“Da Organização do Estado”.

Gabarito: Errado.

27. (CESPE - 2011 - STM – Analista) Compete exclusivamente ao governador do


Distrito Federal apresentar projeto de lei para a concessão de reajuste dos
servidores militares do Distrito Federal.

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Pessoal, os servidores militares, no caso, são os policiais militares e os
bombeiros do DF. Essas corporações, nos estados, se subordinam
hierárquica e administrativamente ao Governador e a afirmação
estaria certa. No DF, no entanto, esta subordinação é apenas
hierárquica. Administrativamente, os servidores militares do Distrito
Federal são vinculados à União (art. 21, XIV). Desta forma, a
concessão de reajuste a estas categorias está diretamente ligada ao
Congresso Nacional, via projeto de lei iniciado pelo Presidente da
República.

Gabarito: Errado.

28. (CESPE - 2011 - TRE-ES – Analista) A CF veda, em caráter absoluto, que


matéria constante de projeto de lei rejeitado seja objeto de novo projeto na
mesma sessão legislativa.

Em caso de leis, existe a possibilidade da matéria voltar a ser discutida


na mesma sessão legislativa, mas não é nada fácil: deve haver o
requerimento da maioria absoluta dos membros de uma das Casas do
Congresso Nacional. Não existe essa possibilidade no caso de emendas
constitucionais e medidas provisórias, ok?

Gabarito: Errado.

29. (CESPE - 2011 - PC-ES) A aprovação de projetos de lei ordinária condiciona-se


à maioria simples dos membros de cada Casa do Congresso Nacional, ou seja,
somente haverá aprovação pela maioria dos votos, presente a maioria absoluta
de seus membros.

A questão trouxe corretamente o conceito de “maioria simples”,


necessária para a aprovação de projetos de leis ordinárias. Confira o
art. 47.

Gabarito: Certo.

30. (CESPE - 2010 - TCE-BA – Procurador) Se um projeto de lei for rejeitado em


uma das casas do Congresso Nacional, a matéria dele constante somente
poderá ser objeto de novo projeto, no mesmo ano legislativo, mediante
proposta de dois terços dos membros de qualquer das casas legislativas.

O erro aqui está no quórum. Para a reapresentação, na mesma sessão


legislativa, de matéria de projeto de lei que já foi rejeitado, é

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necessário o requerimento da maioria absoluta dos membros de uma
das Casas. Esse é o texto do art. 67 (que só se aplica a projetos de lei).

Gabarito: Errado.

31. (CESPE - 2010 - TCE-BA – Procurador) O presidente da República só pode


solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa, seja privativa,
seja concorrente.

A urgência trazida pela Constituição Federal na tramitação de projetos


de lei ocorre por solicitação do Presidente da República, em projetos
iniciados por ele, mesmo quando não for o detentor da iniciativa
privativa.

Gabarito: Certo.

32. (CESPE - 2010 - ABIN - Oficial Técnico de Inteligência) Para aprovação de lei
que preveja indenização compensatória como meio de proteção contra a
despedida arbitrária ou sem justa causa, exige-se quórum de votação de
maioria simples, conforme determina a CF.

Olha o decoreba! A previsão é de que a lei que institua a indenização a


que se refere o art. 7º, I (indenização para quem é despedido sem
justa causa) seja uma lei complementar. Acabou o decoreba. Agora já
estamos “carecas” de saber que as leis complementares são aprovadas
pela maioria absoluta das Casas do Congresso Nacional.

Gabarito: Errado.

33. (CESPE/TCE-AC/2009) A CF prevê a hipótese de iniciativa popular, que pode


ser exercida pela apresentação, à Câmara dos Deputados, de projeto de lei
subscrito por, no mínimo, 10% dos eleitores de qualquer estado da Federação.

Conforme o artigo 61, § 2º ”A iniciativa popular pode ser exercida pela


apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por,
no mínimo, um por cento do eleitorado nacional, distribuído pelo
menos por cinco Estados, com não menos de três décimos por cento
dos eleitores de cada um deles.”

Gabarito: Errado.

34. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Considere que um projeto de


lei de iniciativa parlamentar tenha por objeto autorizar o parcelamento de

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débitos tributários federais em 60 meses, especificando o seu alcance e
requisitos. Nessa situação hipotética, a sanção presidencial elimina a
inconstitucionalidade formal do referido projeto de lei, visto que a matéria é de
competência privativa do presidente da República.

A questão contém dois erros. O primeiro é que a matéria tributária não


é iniciativa privativa do Presidente da República e sim concorrente
entre o Executivo, Legislativo e a iniciativa popular. Apenas a matéria
tributária DOS TERRITÓRIOS é reservada ao chefe do executivo.

O segundo erro é que a sanção do presidente não supre o vício de


iniciativa. Assim, caso um parlamentar proponha um projeto de lei de
iniciativa exclusiva do Presidente e este o aprove, ainda assim, a lei
será formalmente inconstitucional.

Gabarito: Errado.

35. (CESPE/SECONT-ES/2009) No processo legislativo referente às leis


orçamentárias, é admissível a utilização de emendas pelos membros do Poder
Legislativo, ainda que se trate de proposições constitucionalmente sujeitas à
cláusula de reserva de iniciativa e independentemente de relação de
pertinência com a proposição original.

Primeiramente, deve-se ressaltar que cabem emendas parlamentares


a projetos de lei de iniciativa privativa. Assim, mesmo que uma lei seja
de iniciativa privativa do Presidente ou do STF (etc), serão possíveis as
emendas parlamentares.

No entanto, essas emendas parlamentares devem ter pertinência


temática com a proposição original e não podem aumentar despesa

 nos projetos de iniciativa exclusiva do Presidente da República,


salvo orçamento, desde que cumpridos os demais requisitos;

 nos projetos sobre organização dos serviços administrativos da


Câmara dos Deputados, do Senado Federal, dos Tribunais
Federais e do Ministério Público.

Assim, o erro da questão foi dizer: “independentemente de relação de


pertinência com a proposição original”.

Gabarito: Errado.

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36. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) De acordo com a CF, pelo
procedimento legislativo abreviado, as comissões, em razão da matéria de sua
competência, podem discutir e votar projeto de lei que dispense, na forma
regimental, a competência do plenário.

Segundo o art. 58, § 2º, I: “às comissões, em razão da matéria de sua


competência, cabe discutir e votar projeto de lei que dispensar, na
forma do regimento, a competência do Plenário, salvo se houver
recurso de um décimo dos membros da Casa”.

Assim, caso tenha havido a delegação interna corporis nas duas Casas,
uma lei pode ser aprovada sem sequer ter passado pelo Plenário de
qualquer das Casas do Congresso Nacional. Vale observar que, caso
haja recurso de 1/10 dos membros da Casa, o PL deve,
necessariamente, ir a Plenário.

Gabarito: Certo.

37. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Quando o veto presidencial


abarcar todo o projeto de lei, o Congresso Nacional não poderá promover a
rejeição parcial desse veto.

Uma vez vetado, o projeto de lei será encaminhado ao Presidente do


Senado Federal com as razões do veto em 48 horas. Após isso, a parte
vetada é apreciada pelo Congresso Nacional em 30 dias, não
importando se o veto foi total ou parcial.

Assim como existe o veto total e o parcial, a derrubada do veto


também pode ser total ou parcial. Dessa forma, caso o Presidente da
República tenha vetado um Projeto de Lei, o Congresso Nacional pode
derrubá-lo no todo ou em parte.

Gabarito: Errado.

38. (CESPE/AJAA - TRT 5ª/2009) O presidente da República tem iniciativa privativa


para apresentação de projeto de lei que vise à concessão de isenção tributária
de taxa judicial.

Essa matéria é reservada ao poder judiciário por ser de seu interesse


exclusivo. Lembrando que as competências privativas do Presidente
estão previstas no art. 61 da CF.

Gabarito: Errado.
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39. (CESPE/TJAA - TRT 5ª/2009) É constitucional lei de iniciativa de deputado
estadual criadora de gratificação na secretaria de saúde do estado.

São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que


disponham sobre criação de cargos, funções ou empregos públicos na
administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração
(art. 61, §1º, II, a). Dessa forma, por ser uma norma de observância
obrigatória nas constituições estaduais, a lei em questão é
formalmente inconstitucional, pois não poderia ter sido iniciada por
um parlamentar estadual, sendo de iniciativa privativa do governador.

Observe que a secretaria de saúde é um órgão do poder executivo


estadual. Caso se queira criar cargos, aumentar salários etc. do Poder
Executivo, a iniciativa deve ser do Governador. Por outro lado, caso se
queira fazer isso para os poderes Legislativo ou Judiciário, a iniciativa
de lei caberá a cada um desses poderes.

Gabarito: Errado.

40. (CESPE/AGU/2009) Segundo a doutrina, a aplicação do princípio da reserva


legal absoluta é constatada quando a CF remete à lei formal apenas a fixação
dos parâmetros de atuação para o órgão administrativo, permitindo que este
promova a correspondente complementação por ato infralegal.

O princípio da reserva legal ocorre quando a Constituição Federal deixa


a regulamentação de algum tema para a lei. Ela pode ser
compreendida em dois subconceitos:

 Reserva legal Absoluta: quando a disciplina de determinada matéria é


reservada, pela Constituição, à LEI EM SENTIDO ESTRITO. Assim, exclui-
se qualquer outra fonte infralegal (infra=abaixo; legal=da lei);

 Reserva legal Relativa: quando Constituição também exige a edição de


uma lei para sua regulamentação, mas permite que ela apenas fixe os
parâmetros de atuação a serem complementados por ato infralegal.
Dessa forma, a disciplina de determinada matéria é, em parte,
admissível a outra fonte diversa da lei (ex: decreto regulamentar,
portarias, instruções normativas, etc.).

Assim, esta seria a reserva legal relativa e não a absoluta.

Gabarito: Errado.

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41. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) No caso do DF, a iniciativa de projeto de
lei em matéria tributária é exclusiva do governador, enquanto nos territórios a
competência privativa é do presidente da República.

Não há iniciativa privativa em matéria tributária. Ela é concorrente


entre os poderes executivo, legislativo e iniciativa popular. Por outro
lado, de fato, a iniciativa de lei em matéria tributária DOS
TERRITÓRIOS é privativa do Presidente da República.

Gabarito: Errado.

42. (CESPE/ TCE-AC/2009) Segundo a CF, emenda constitucional disporá sobre a


elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.

A CF reservou essa matéria para a Lei Complementar, conforme art.


59, Parágrafo único. “Lei complementar disporá sobre a elaboração,
redação, alteração e consolidação das leis.”

Gabarito: Errado.

43. (CESPE/TCE-AC/2009) O procurador-geral da República tem competência para


propor projeto de lei ordinária ou complementar.

Lembre-se da regra geral para proposição de leis ordinárias e


complementares:

Podem propor leis - Deputados/Senadores


(Art.61) - Membro ou - Câmara dos Deputados
Comissão da - Senado Federal
- Congresso Nacional
- Presidente da República
- STF
- Tribunais Superiores
- Procurador-Geral da República (PGR)
- Cidadãos
- TCU (73+96, II)

Gabarito: Certo.

44. (CESPE/AGU/2009) Não há veto ou sanção presidencial na emenda à


Constituição, em decretos legislativos e em resoluções, nas leis delegadas, na
lei resultante da conversão, sem alterações, de medida provisória.

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De fato, nenhuma dessas espécies normativas, nos casos citados, se
submete à sanção ou veto do Presidente da República.

Gabarito: Certo.

45. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) São de iniciativa privativa do presidente


da República as leis que disponham sobre normas gerais para a organização do
Ministério Público e do Poder Judiciário dos estados, do Distrito Federal e dos
territórios.

A parte referente ao Ministério Público está correta. No entanto, não


cabe ao Presidente da República a iniciativa de leis de organização do
poder judiciário (art. 96, II).

Gabarito: Errado.

46. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) São de iniciativa privativa do presidente


da República as leis que disponham sobre a fixação do subsídio dos ministros
do Supremo Tribunal Federal (STF).

As leis que disponham sobre a fixação do subsídio dos ministros do


Supremo Tribunal Federal são de iniciativa privativa do STF. Lembre-se
que poderá haver sanção ou veto nessa lei.

Gabarito: Errado.

47. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) São de iniciativa privativa do presidente


da República as leis que disponham sobre criação de cargos, funções ou
empregos públicos na administração direta.

Conforme o artigo 61, § 1º, II, “a”, “são de iniciativa privativa do


Presidente da República as leis que disponham sobre criação de
cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e
autárquica ou aumento de sua remuneração.”

Gabarito: Certo.

48. (CESPE/Analista-SERPRO/2008) O deputado federal X propôs projeto de lei


ordinária cujo objeto prevê a possibilidade de parcelamento de débitos
tributários com a fazenda federal. Esse projeto foi aprovado e, depois de
vetado pelo presidente da República por ilegalidade, foi devidamente
promulgado. O projeto de lei em questão é formalmente inconstitucional, por
vício de iniciativa cuja competência privativa é do presidente da República.

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Matéria tributária não é de competência privativa do Presidente da
República e sim de competência concorrente do executivo, legislativo
ou iniciativa popular. Assim, a justificativa apresentada pela assertiva
foi incorreta. No entanto, deve-se ressaltar que o projeto de lei
realmente padece de inconstitucionalidade formal, uma vez que foi
vetado e, por isso, não deveria ter sido promulgado, a não ser que o
veto fosse derrubado pelo Congresso Nacional.

Gabarito: Errado.

49. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) A iniciativa de projetos de lei que


disponham sobre vantagem pessoal concedida a servidores públicos cabe tanto
ao chefe do Poder Executivo, quanto à Câmara dos Deputados ou ao Senado
Federal.

São de iniciativa privativa do Presidente da República as leis que


disponham sobre criação de cargos, funções ou empregos públicos na
administração direta e autárquica ou aumento de sua remuneração
(art. 61, §1º, II, a). Assim, a matéria é de iniciativa privativa do chefe
do executivo.

Gabarito: Errado.

50. (CESPE.OAB.2007.1) No Senado Federal, para que um projeto de lei ordinária


seja aprovado, é necessário que haja a maioria simples, presente a maioria
absoluta de seus membros. Dessa forma, como o Senado Federal tem 81
senadores, referido projeto demandará, no mínimo, 41 votos para que seja
aprovado.

A primeira parte da questão está correta: para que um projeto de lei


ordinária seja aprovado, é necessário que haja a maioria simples dos
votos (quórum de votação), presente a maioria absoluta de seus
membros (quórum de instalação da sessão). No entanto, os cálculos
estão errados:

O quórum de instalação da sessão no Senado Federal é de 41


senadores: primeiro número inteiro acima da metade do número total
de membros (81÷2=40,5 41).

No entanto, o quórum de aprovação para a Lei Ordinária é a maioria


relativa, ou seja, o primeiro número inteiro acima do número dos
presentes (41÷2 = 20,5 21).

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Gabarito: Errado.

51. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) É de competência exclusiva do Poder


Legislativo iniciar o processo legislativo das matérias pertinentes ao plano
plurianual, às diretrizes orçamentárias e aos orçamentos anuais.

O PPA, a LDO e a LOA são leis de iniciativa exclusiva do Presidente da


República, conforme art. 84, XXIII.

Gabarito: Errado.

52. (CESPE/Técnico - TRT 9ª/2007) Um projeto de lei federal decorrente de


iniciativa popular deve ser apresentado perante a Câmara dos Deputados,
desde que preenchidos os requisitos constitucionais.

Os projetos de lei decorrentes de iniciativa popular são apresentados à


Câmara dos Deputados desde que preencham os seguintes requisitos:

● União: Mín 1% do - Mín 5 Estados


Requisitos da
eleitorado nacional - Mín 0,3% eleitores de cada Estado
Iniciativa popular 
(61, §20 + 27, §40 ● Mun – 5% do ELEITORADO do Mun
+ 29, XIII) 
● Est e DF – lei disporá

Gabarito: Certo.

53. (CESPE/UNB-OAB.2006-II) Em virtude do princípio da simetria, a iniciativa de


leis que concedam aumento a servidores públicos da administração indireta
estadual deve ser privativa do governador do estado.

Conforme o artigo 61, § 1º, II, “a”, são de iniciativa privativa do


Presidente da República as leis que disponham sobre criação de
cargos, funções ou empregos públicos na administração direta e
autárquica ou aumento de sua remuneração. Pelo princípio da
simetria, aplica-se o mesmo em âmbito estadual e municipal, no que
couber.

Gabarito: Certo.

54. (CESPE/UNB-Proc.Federal.2004) No processo legislativo do projeto de lei do


orçamento anual, somente após o início da votação do projeto no plenário do
Congresso Nacional é que não poderá mais o presidente da República
encaminhar mensagem propondo modificações no conteúdo dessa proposição.

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Conforme o Art. 166, § 5º - O Presidente da República poderá enviar
mensagem ao Congresso Nacional para propor modificação nos
projetos a que se refere este artigo (leis orçamentárias – PPA, LDO e
LOA) enquanto não iniciada a votação, na Comissão mista (e não no
plenário, como afirma a questão), da parte cuja alteração é proposta.

Gabarito: Errado.

55. (CESPE/UNB-PGE.RR.2004) Nos termos da Constituição da República, os


projetos de lei deverão ser aprovados, necessariamente, pelo plenário da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Em regra, após tramitarem pelas comissões, os Projetos de Lei (PLs)


devem ser votados no Plenário de cada Casa. No entanto, a
Constituição permite que o Regimento Interno de cada Casa delegue
algumas atribuições do Plenário para se discutir e votar
definitivamente os PLs no âmbito das comissões. Assim, um Projeto de
Lei pode ser aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado Federal
sem jamais ter passado pelo Plenário de nenhuma dessas Casas (caso
tenha havido a delegação de ambos os regimentos internos). Essa
delegação se chama delegação interna corporis (art. 58, §2º,I).

Gabarito: Errado.

56. (CESPE/UNB-PGE.ES.2004) A assembleia legislativa de um estado, por lei


ordinária de iniciativa de um de seus membros, fixou vantagem pecuniária
para os servidores públicos daquele estado. Somente o poder constituinte
derivado, por emenda à constituição estadual, poderá fixar a iniciativa de leis
que versem sobre remuneração dos servidores públicos do estado aos
membros da assembleia legislativa.

A Constituição Estadual não pode tratar de matérias de iniciativa


privativa do chefe do executivo a partir de proposta de emenda
apresentada por parlamentar (61§1º + ADI 858), uma vez que tais
matérias só podem ser disciplinadas a partir de iniciativa do chefe do
executivo, mediante Projeto de Lei ou Emenda Constitucional Estadual
de iniciativa do Governador.

Gabarito: Errado.

57. (CESPE/UNB-PGE.ES.2004) A assembleia legislativa de um estado, por lei


ordinária de iniciativa de um de seus membros, fixou vantagem pecuniária

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para os servidores públicos daquele estado. Verifica-se, nesse caso,
inconstitucionalidade formal.

Essa atribuição é exclusiva do Governador pela aplicação do princípio


da simetria e do art. 61, § 1º, II, “a”. Assim, como houve um vício no
procedimento de formação da lei, ela estará formalmente viciada.
Gabarito: Certo.
58. (CESPE/UNB-TRF-5ª Região/2004) A iniciativa popular pode ser exercida pela
apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no
mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, cinco estados,
com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles; no processo
legislativo estadual, pela apresentação à Assembleia Legislativa de projeto de
lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado estadual, distribuído por, pelo
menos, cinco municípios, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um
deles; e no processo legislativo municipal, assim como no do DF, pela
apresentação à Câmara Municipal ou à Câmara Legislativa, conforme o caso,
de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado municipal, ou do
DF, conforme o caso, distribuído por, pelo menos, cinco seções eleitorais, com
não menos de 0,3% dos eleitores de cada uma delas.
Os requisitos para a iniciativa popular são diferentes nos âmbitos
federal, estadual e municipal. Vamos conferi-los:
● União: Mín 1% do - Mín 5 Estados
Requisitos da
eleitorado nacional - Mín 0,3% eleitores de cada Estado
Iniciativa popular 
(61, §20 + 27, §40 ● Mun – 5% do ELEITORADO do Mun
+ 29, XIII) 
● Est e DF – lei disporá

Gabarito: Errado.

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IV. EMENDA CONSTITUCIONAL (EC)

1. OBSERVAÇÕES GERAIS

Hierarquia das Emendas constitucionais

Meus futuros Analistas do TRE/PE, a Emenda Constitucional é uma espécie


normativa fruto do poder constituinte derivado reformador e que possui a
mesma hierarquia das normas constitucionais originárias. Assim, as
emendas constitucionais possuem o mesmo “valor” / status das normas
constitucionais originárias (aquelas que foram promulgadas no dia 05 de
outubro de 1988).

Apesar de possuírem status constitucional, as emendas constitucionais


podem sofrer controle de constitucionalidade, podendo, assim, ser
declaradas inconstitucionais. Explicando: o poder constituinte originário
(aquele que cria a Constituição) é ilimitado, não conhecendo limites ou regras
para criar a CF. Assim, as normas constitucionais originárias não podem
sofrer controle de constitucionalidade.

Por outro lado, o poder constituinte derivado (aquele que altera a CF) possui
uma série de limitações e de procedimentos impostos pela própria CF. Dessa
forma, caso algum desses limites tenha sido desrespeitado, a Emenda
Constitucional deverá ser retirada do ordenamento jurídico. Em breve
falaremos mais sobre esses limites.

Rigidez constitucional

O procedimento para se realizar uma Emenda Constitucional é mais difícil do


que o procedimento legislativo das demais normas infraconstitucionais (que
estão abaixo da CF), por isso, a CF88 é uma Constituição do tipo rígida. Essa
rigidez constitucional dá origem ao princípio da Supremacia da
Constituição, segundo o qual a CF está no topo do ordenamento jurídico e
nenhuma outra norma pode ir contra ela.

Mas Roberto, qual a vantagem da Constituição rígida? A rigidez constitucional


serve para dar mais estabilidade à CF, mas sem engessá-la. Dessa forma, por
ter um procedimento difícil de alteração, evitam-se alterações casuísticas no
texto constitucional. Por outro lado, são permitidas alterações da Constituição
para que o texto da mesma acompanhe o desenvolvimento da sociedade.

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Reforma e mutação constitucional

A Constituição pode ser alterada de duas formas. A primeira delas é a


modificação do texto da Carta Magna, ou seja, há um procedimento formal que
atinge o texto da CF por meio de uma Emenda Constitucional ou pela
Emenda de Revisão. Esse tipo de modificação é chamado de reforma
constitucional.

A segunda forma de se modificar a Constituição é através da mudança do


sentido do seu texto, sem atingir a letra da Lei Maior. Assim, ocorrem
atualizações não formais da CF derivadas da evolução dos costumes e valores
da sociedade, não atingindo o seu texto. Esse tipo de modificação da
Constituição é chamado de mutação constitucional.

 Exemplo de reforma constitucional: o texto original do artigo 16 da CF


era o seguinte: “A lei que alterar o processo eleitoral só entrará em vigor
um ano após sua promulgação.”

Após a Emenda Constitucional nº 4, de 1993, o texto passou a ser o


seguinte: “Art. 16. A lei que alterar o processo eleitoral entrará em vigor na
data de sua publicação, não se aplicando à eleição que ocorra até um ano
da data de sua vigência.”

Estão vendo? Há uma alteração no próprio texto da CF. Ela é reescrita.

 Já um exemplo de mutação constitucional foi a nova interpretação dada


ao art. 226, § 3º da CF88. Observe o texto daquele dispositivo:

Art. 226, § 3º - Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união


estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei
facilitar sua conversão em casamento.

Antigamente, para fins deste artigo, somente se considerava a união


estável entre um homem e uma mulher. No entanto, o Supremo Tribunal
Federal deu novo entendimento a esse dispositivo para incluir os casais
homossexuais (ADI 4277/DF e ADPF 132/RJ).

Perceberam? O texto da Constituição não foi modificado, mas o seu sentido


mudou completamente. Ocorreu uma mutação constitucional.

Esquematizando:

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Emenda Constitucional (EC)

 Fruto do poder Constituinte Derivado Reformador

 EC tem a mesma hierarquia das normas constitucionais originárias


o Mas cabe controle de constitucionalidade das ECs
o Enquanto NÃO cabe controle de constitucionalidade das normas originárias
o EC é hierarquicamente superior às demais normas infraconstitucionais
Observações Gerais

 Rigidez constitucional: O procedimento de EC é mais difícil do que o das demais normas


(infraconstituionais)
o A rigidez da CF dá origem ao Princípio da Supremacia da Constituição
o A rigidez constitucional serve para dar mais estabilidade à CF e não para engessá-la

 Reforma constitucional - Modificação do texto da CF por - Emenda Constitucional


- Emenda de Revisão
- Procedimento formal
- Atinge o TEXTO da Constituição

 Mutação constitucional - Modificação do sentido de um termo sem mudar o texto da CF


- Atualizações não formais da CF
- Derivam da evolução dos costumes e valores da sociedade
- Não Atinge o texto da Constituição
o Ex: Art. 226§ 30 (ADI 4277/DF e ADPF 132/RJ)
o Significado de “mulher honesta” (art. 407 código penal
militar)

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2. LIMITES AO PODER DE REFORMA

Como dito anteriormente, as emendas constitucionais devem obedecer a


alguns limites impostos pelo Poder Constituinte Originário. Esses limites podem
estar expressos, ou seja, escritos na própria Constituição, ou ainda
implícitos, ou seja, não estão escritos na CF, mas decorrem de sua leitura e
interpretação.

2.1. OS LIMITES EXPRESSOS

Os limites ao poder de reforma que estão expressos no texto constitucional


podem ser de quatro tipos: circunstanciais, temporais, formais ou materiais.

I. Limites circunstanciais: são determinados contextos onde a


Constituição não pode ser alterada. A CF prevê que não poderá
haver alterações em seu texto na vigência de intervenção
federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

Essa limitação se justifica porque esses são contextos de grave


comoção nacional, onde se pode, facilmente, fazer modificações
oportunistas na CF (que estão em desacordo com os direitos
fundamentais, por exemplo).

II. Limites temporais: os limites temporais se relacionam a períodos


de tempo nos quais a Constituição não pode ser emendada. Exemplo:
“durante xyz anos, a Constituição não poderá ser emendada.”
Observe que NÃO EXISTEM limitações temporais na CF88.

Muito cuidado para não confundir a limitação temporal com o prazo


de cinco anos para a revisão constitucional (que não é uma
limitação temporal). Explicando: o artigo 3º do ADCT trouxe a
possibilidade de se fazer, após 5 anos da promulgação da CF88,
uma modificação “simplificada” da CF. Ao invés do procedimento
normal, ou seja, 2 turnos de votação e aprovação de 3/5 dos votos
em cada Casa do Congresso Nacional, as emendas de revisão
poderiam ser aprovadas por maioria absoluta e sessão
unicameral.

Mas Roberto, se eu devo esperar 5 anos para fazer a revisão


constitucional, isso não seria uma limitação temporal? NÃO! Isso
porque, durante os cinco primeiros anos, a Constituição poderia ser

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emendada normalmente, desde que fosse seguido o procedimento da
emendas constitucionais comuns: 2 turnos de votação e aprovação
de 3/5 dos votos em cada Casa do CN.

III. Limites materiais: os limites materiais são conteúdos que possuem


regras especiais. Observe o artigo 60, § 4º:

Art. 60, § 4º - Não será objeto de deliberação a proposta de emenda


tendente a abolir:
I - a forma federativa de Estado;
IV - os direitos e garantias individuais.
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;

Essas são as famosas CLÁUSULAS PÉTREAS: a forma federativa de


Estado, o voto direto, secreto, universal e periódico, a separação dos
Poderes e os direitos e garantias INDIVIDUAIS (os direitos sociais,
políticos e dos partidos políticos não são cláusulas pétreas).

Um mnemônico bastante útil para saber quais são as cláusulas


pétreas é o FO-DI-VO-SE.

A expressão “não será objeto de deliberação” significa que não


poderá sequer tramitar em qualquer das Casas do CN uma PEC
(Proposta de Emenda à Constituição) que desrespeite esse
dispositivo.

Já a expressão “tendente a abolir” significa que não pode haver PEC


que tenda a suprimir, restringir indevidamente ou que viole a
essência dessas matérias. Observe que uma cláusula pétrea pode
sim ser modificada, desde que seja protegido o seu núcleo
essencial.

Pode-se, por exemplo, aumentar o número de direitos individuais, ou


fortalecer a forma federativa de Estado. Pode-se até enfraquecer
uma cláusula pétrea, DESDE QUE DEVIDAMENTE. Exemplo: se
for adicionado um direito individual que entre em confronto com
outro direito individual (ex: direito à intimidade e à liberdade de
expressão), deve-se interpretar a Constituição de forma que os dois

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direitos se equilibrem, podendo, desde que devidamente e
obedecendo o princípio da razoabilidade, diminuir o alcance de um
deles em prol do outro.

PEC tendente a abolir cláusula pétrea

Caso haja uma PEC tendente a abolir alguma cláusula pétrea, caberá
o Mandado de Segurança (MS) impetrado por parlamentar da Casa
onde a PEC tramita para sustar/trancá-la. Observe que o MS estará
protegendo o direito líquido e certo do parlamentar ao devido
processo legislativo. Assim, somente o parlamentar da Casa
onde a PEC tramita pode impetrar esse remédio
constitucional, sendo a competência originária do Supremo
Tribunal Federal (MS 23.565/DF + MS 27.931).

Observe que, nesse caso, estará sendo realizado o controle


preventivo de constitucionalidade, pois se estará aferindo a
constitucionalidade de uma norma (PEC) que ainda não entrou no
ordenamento jurídico.

Importante ressaltar que o Mandado de Segurança não alcança atos


interna corporis, aqui entendidos como os Regimentos Internos das
Casas Legislativas. Dessa forma, caso o Regimento Interno tenha
sido desrespeitado, o STF não poderá julgar o MS. Por outro lado,
caso a Constituição tenha sido desrespeitada, o STF será competente
para julgar o Mandado de Segurança.

Por fim, se a PEC for aprovada antes do julgamento do Mandado de


Segurança, ocorrerá a perda superveniente da legitimidade ativa
da ação e a mesma será extinta.

Em palavras mais simples: 
 Superveniente = que veio depois 
 Legitimidade ativa = capacidade de entrar com a ação 
 Extinção do processo por perda superveniente de legitimidade ativa = o processo é 
extinto porque o autor perde a capacidade de entrar com a ação depois que ele já 
entrou com ela. 

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IV. Limites formais: Os limites formais se referem ao procedimento
pelo qual as emendas constitucionais devem passar para que tenham
formação regular. Eles podem ser em relação aos legitimados para
propor uma EC, ao quórum de votação, à promulgação e à
irrepetibilidade. Vamos estudar cada uma delas:

a) Legitimados para propor PEC: são apenas quatro os


legitimados para propor uma Emenda Constitucional:
o Presidente da República;
o 1/3 da Câmara dos Deputados
o 1/3 do Senado Federal;
o Mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria
relativa de seus membros.

Observe que a iniciativa em PEC é sempre concorrente, ou


seja, não existe iniciativa exclusiva (restrita ou privativa) na
Proposta de Emenda à Constituição. Dessa forma, todos os
legitimados podem propor PEC sobre qualquer assunto.

Por fim, lembre-se de que não há iniciativa popular em


Proposta de Emenda à Constituição FEDERAL, mas pode
haver PEC estadual derivada de iniciativa popular.

b) Quórum de votação: para ser válida, a PEC deve ser votada em


2 turnos de votação e aprovada por 3/5 dos membros em cada
uma das Casas do Congresso Nacional.

Observe ainda que o quórum de 3/5 é de repetição obrigatória


nos estados, mas não o é no DF e nos municípios. Isso ocorre
porque estes não possuem Constituição e sim uma Lei Orgânica,
que deve ser votada em dois turnos, com o interstício mínimo de
dez dias, e aprovada por 2/3 dos membros da Câmara Municipal
ou da Câmara Legislativa do DF.

c) Promulgação: as emendas constitucionais serão promulgadas


pelas Mesas da Câmara e do Senado. Lembre-se de que
NÃO HÁ SANÇÃO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA EM PEC
(essa informação é muito cobrada em provas!).

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d) Irrepetibilidade em PEC: a CF estabelece que a PEC rejeitada
ou prejudicada não pode ser objeto de nova PEC na mesma
sessão legislativa. Essa proibição não pode ser contornada nem
mesmo pela aprovação da maioria absoluta de qualquer das
Casas, como é para os projetos de lei. Atenção!

o Irrepetibilidade em PEC: A matéria constante de


proposta de emenda rejeitada ou havida por
prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na
mesma sessão legislativa.

o Irrepetibilidade em PL: A matéria constante de projeto


de lei rejeitado (prejudicado não) somente poderá
constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão
legislativa, mediante proposta da maioria absoluta
dos membros de qualquer das Casas do Congresso
Nacional.

Por fim, se o texto rejeitado for o SUBSTITUTIVO e não o


projeto original, a PEC original pode ser votada na mesma
sessão legislativa. Explicando: o substitutivo é a proposição
acessória que altera "substancialmente" a proposição inicial. O
substitutivo, apresentado em forma de projeto, uma vez
aprovado, prejudica a proposição principal.

Em palavras mais simples, o substitutivo é feito quando, por


exemplo, uma PEC tem tantas emendas que seu texto original fica
completamente desfigurado. Assim, se faz o substitutivo para
“trocar o texto cheio de emendas por um texto único”.

Ao se fazer um substitutivo, a PEC original fica prejudicada e é


aqui o ponto chave: se o substitutivo for rejeitado, a PEC
original pode ser votada, uma vez que é completamente
diferente daquele.

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2.2. OS LIMITES IMPLÍCITOS

Os limites implícitos são aqueles que, embora não estejam escritos na


Constituição, podem ser depreendidos de sua leitura, tais como:

 A titularidade do poder constituinte originário e derivado, que será


sempre do povo.

 O processo de modificação da Constituição não pode ser alterado.


Dessa forma, não pode haver uma Emenda Constitucional mudando o
procedimento de alteração da CF para 3 turnos (ao invés de 2) ou
aprovação por maioria absoluta (ao invés dos 3/5).

 Não pode ser criada uma nova Revisão Constitucional. Assim, a


única hipótese deste tipo de revisão já foi exaurida e não se pode criar
outra por Emenda Constitucional.

 Vedação à dupla revisão: como vimos, não pode haver uma PEC
tendente a abolir as cláusulas pétreas. Uma parte da doutrina defendia
que esse dispositivo poderia ser “contornado” se fosse feita uma Emenda
Constitucional revogando o artigo que fala das cláusulas pétreas e depois
fosse feita outra Emenda Constitucional abolindo aquelas matérias.

Essa seria a dupla revisão: primeiro se faz uma EC revogando o artigo


60, § 4º; segundo, se faz uma outra EC restringindo aquelas matérias
que eram protegidas e não são mais (pois o artigo estaria revogado).
Atenção porque a dupla revisão não pode ser feita no Brasil!

Esquematizando:

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- Presidente da República
- a) Legitimados para propor PEC - 1/3 da CD OU 1/3 do SF
- + da ½ das Assembléias Legislativas e cada uma delas pela MS dos seus membros
 Iniciativa em PEC é sempre concorrente - Não existe iniciativa exclusiva ou privativa em PEC
- TODOS os legitimados podem propor PEC sobre QUALQUER tema
 Iniciativa popular em PEC - Federal - Não há
- Estadual - Pode
b) Quórum de votação - 2 turnos - só pode haver emendas materiais no 1º turno
- Formais - 3/5 dos votos
 Quórum de 3/5 é de repetição obrigatória? - Estados - SIM
- Municípios e DF – NÃO Eles têm Lei Orgânica - 2 turnos
- Interstício mín de 10 dias
c) Promulgação - Pelas Mesas da Câmara e do Senado - 2/3 dos votos
- Não há sanção ou veto do Presidente - (Art. 29 c/c 32)
d) PEC rejeitada / prejudicada - NÃO pode ser proposta de novo na mesma Sessão Legislativa (SL)
(Irrepetibilidade) - É diferente da rejeição de Projeto de Lei: PL pode repetir na mesma SLO por requerimento da MA de qualquer das Casas
- PEC e Medida Provisória NÃO PODEM ser repetidos na mesma SLO!
Expressos - Se o texto rejeitado for o SUBSTITUTIVO e não o original, a PEC original pode ser votada na mesma SL
Substitutivo: É a proposição acessória que altera "substancialmente" a proposição inicial. O substitutivo,
LIMITES AO PODER DE REFORMA 

apresentado em forma de projeto, uma vez aprovado, prejudica a proposição principal.


- Circunstanciais (CONTEXTO): A CF não pode ser emendada em - Intervenção Federal Intervenção Estadual pode emendar
(Art. 60 §1º) - Estado de Sítio
- Estado de Defesa
- Temporais (PERÍODO) - NÃO EXISTEM LIMITAÇÕES TEMPORAIS NA CF
- Durante um período, a CF não pode ser modificada Ex: a CF não pode ser modificada por 2 anos após sua promulgação
- Não confundir com prazo (de 5 anos) para revisão constitucional - isso NÃO é limitação temporal
• A CF já podia ser modificada por EC desde sua promulgação
- Cabe Mandado de Segurança
- Materiais - Cláusulas pétreas - Forma Federativa de Estado - Para sustar / trancar a PEC
- Voto direto, secreto, universal e periódico - Para proteger o direito líquido e certo ao processo legislativo hígido
- Separação de poderes - Impetrado por parlamentar da Casa em que a PEC tramita
- Direitos e Garantias INDIVIDUAIS - Competência originária: STF
- “não será objeto de deliberação” - não deve sequer tramitar - (MS 23.565/DF + MS 27.931)
- “tendente a abolir” - Pode modificar (aumentar) - Controle preventivo de constitucionalidade
(ADI 2024) - Pode enfraquecer, desde que devidamente - O MS NÃO alcança atos interna corporis
- Não pode suprimir / restringir indevidamente / violar a essência - Lembrando: Se a PEC desrespeitar, ao mesmo tempo, o
- Tem que proteger o núcleo essencial Regimento Interno e a Constituição, caberá MS
- Caso haja PEC tendente a abolir cláusulas pétreas - Se a PEC for aprovada antes do julgamento do Mandado de
- Titularidade do poder constituinte - Originário Segurança: perda superveniente da legitimidade ativa do Mandado de
- Derivado Segurança (extingue o MS)
Implícitos - Processo de modificação da CF não pode ser alterado - Não pode colocar 3 turnos ou MA para Emenda Constitucional
- Não pode criar nova revisão constitucional
- Vedação à Dupla Revisão: Não pode revogar o artigo que fala das cláusulas pétreas
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3. OUTRAS OBSERVAÇÕES

I. Os Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos que forem


aprovados pelo mesmo procedimento das emendas
constitucionais, ou seja, em 2 turnos e 3/5 dos votos em cada Casa,
equivalem àquelas (art. 5º, § 3º).

II. A CF não define qual deve ser a Casa onde a PEC irá começar sua
tramitação. No entanto, para fins de prova, considere o seguinte:

PEC iniciada por - 1/3 do Senado Federal Inicia no SF 

- Presidente da República
Inicia na CD 
- 1/3 da Câmara dos Deputados
- Mais da metade das Assembleias Legislativas
das unidades da federação, manifestando-se,
cada uma delas, pela maioria relativa de seus
membros

III. Doutrinariamente, no processo legislativo de Emenda Constitucional não


há a nomenclatura “Casa Iniciadora” e “Casa Revisora”. No entanto, ela
tem sido usada pelas bancas de concurso. Observe a seguinte questão:

(CESPE/UNB-PGE.RR.2004) No processo de reforma da Constituição por


proposta do presidente da República, o Senado deve atuar como Casa
revisora.

Gabarito: certo.

IV. Caso a segunda Casa emende substancialmente a PEC, esta voltará


inteiramente para que a primeira Casa a aprecie.

V. Na PEC a vontade da primeira Casa não prevalece sobre a vontade


da segunda, como é no Projeto de Lei. Assim, para ser aprovada, a PEC
deve ser aprovada por 2 turnos de votação e 3/5 dos votos nas duas
Casas do Congresso Nacional.

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VI. Retroatividade da Constituição: existem três tipos de retroatividade
que as constituições podem ter:

 Retroatividade máxima: Alcança fatos já consumados no passado

 Retroatividade Média: Alcança prestações pendentes (vencidas e


não pagas) de fatos passados.

 Retroatividade Mínima: Alcança prestações futuras de fatos


passados. Essa é a REGRA NA CF 88, sendo que as outras duas são
utilizadas apenas quando expressas pela própria CF.

VII. Apesar de haver doutrina contrária, as emendas constitucionais não


podem desrespeitar direito o adquirido, o ato jurídico perfeito e a
coisa julgada. Muita atenção a esse ponto porque, segundo a melhor
doutrina, uma NOVA CONSTITUIÇÃO pode sim desrespeitar esses
três itens, no entanto, a EMENDA não poderá.

VIII. Todos os procedimentos do processo legislativo são normas de


reprodução obrigatória nos estados e municípios, no que couber
(ADI 1.254/RJ-MC).

IX. Lei Orgânica ou Constituição?

• República Federativa do Brasil - Constituição Federal


- Votação: 2 turnos em cada Casa do CN
- Aprovação 3/5 dos membros

• Estados - Constituição Estadual


- Votação: 2 turnos na Assembleia Legislativa (unicameral)
- Aprovação: 3/5 dos membros

• Distrito Federal - Lei Orgânica do DF


- Votação: 2 turnos na Câmara Legislativa do DF (unicameral)
- Interstício mínimo: 10 dias
- Aprovação: 2/3 dos membros

• Municípios - Lei Orgânica do município


- Votação: 2 turnos na Câmara Municipal (unicameral)
- Interstício mínimo: 10 dias
- Aprovação: 2/3 dos membros

Esquematizando:
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a) Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos aprovados em 2 turnos e 3/5 dos votos:
equivalem às EC (art. 50, § 3º)

b) Processo legislativo de Emenda Constitucional


- Não há nomenclatura Casa Iniciadora / Revisora (mas ela pode ser usada pelas bancas)
- Não existe Casa iniciadora definida pela CF***
- A CF não diz em qual Casa deve ser iniciada uma PEC de iniciativa do PR e das
Assembléias Legislativas estaduais. Mas o RICD diz que é na Câmara dos Deputados
(art. 210 RICD).
- A 1ª Casa NÃO prevalece sobre a 2ª (como é no PL)
- Só volta da 2ª para a 1ª Casa se houver alteração substancial (ADI 2.666/DF)
- Nesse caso, volta a PEC inteira, como uma “nova PEC” e não apenas a parte
modificada.

c) Retroatividade da Constituição

• Retroatividade Máxima Alcança fatos já consumados no passado

• Retroatividade Média Alcança prestações pendentes (vencidas e não pagas) de fatos


passados

• Retroatividade Mínima - Alcança prestações futuras de fatos passados.


- REGRA NA CF 88
- As outras duas são utilizadas apenas quando expressas pela
própria CF

d) EC e direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada


o Emenda Constitucional NÃO PODE desrespeitar direito adquirido, ato jurídico perfeito e
coisa julgada (existe doutrina contrária)

o NOVA CF PODE desrespeitar direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada
 O poder constituinte originário não precisa respeitar o direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada (o derivado precisa)

e) Regras das EC nos Estados e Municípios


o Todos os procedimentos do processo legislativo são normas de reprodução obrigatória nos
Estados e MUN, no que couber (ADI 1.254/RJ-MC)

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Procedimento de Emenda Constitucional

Só pára quando atingir 
2 turnos nas 2 Casas e 
por 3/5 dos votos 
Iniciativa 

Para reapreciação 
1ª Casa  2ª Casa 
em 2 turnos 

1ª Turno  1ª Turno 

Aprovação  Aprovação 
3/5  3/5

2ª Turno  2ª Turno 

Aprovação  Modificação  Aprovação  Promulgação 


3/5  Substancial  3/5 Mesas CD e SF 

Fonte: Direito Constitucional Descomplicado (Vicente Paulo e Marcelo Alexandrino)

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4. VEDAÇÕES AO PODER CONSTITUINTE DERIVADO DECORRENTE

O poder constituinte derivado decorrente é o poder que os estados membros


possuem de se auto-organizar, ou seja, é o poder que eles possuem de
elaborar as suas próprias constituições estaduais. No entanto, esse poder não
é pleno, existindo uma série de limites. Vamos estudar alguns deles. Assim, as
constituições estaduais (CE) NÃO PODEM:

I. CE não pode: Estabelecer a monarquia como forma de governo, o


parlamentarismo como sistema de governo ou outros sistemas eleitorais.

II. CE não pode: Modificar o quórum de 3/5 e os 2 turnos para aprovação de


emendas constitucionais estaduais, uma vez que as normas do processo
legislativo são de repetição obrigatória.

III. CE não pode: Estabelecer prazo para que os detentores de iniciativa


privativa apresentem PL ao Legislativo, pois isso fere a separação dos
poderes.

IV. CE não pode: Dar competência para que a Assembleia Legislativa julgue
suas próprias contas e as dos administradores do Executivo e do
Judiciário. As contas do Governador devem ser julgadas pela Assembleia
Legislativa do estado, após parecer prévio do Tribunal de Contas Estadual.
Por outro lado, as contas dos demais administradores dos três poderes
devem ser julgadas pelo Tribunal de Contas Estadual.

V. CE não pode: Tratar de matérias de iniciativa privativa do chefe do


executivo a partir de proposta de emenda apresentada por parlamentar
(61§1º + ADI 858), uma vez que tais matérias só podem ser disciplinadas
a partir de iniciativa do chefe do executivo, mediante Projeto de Lei ou
Emenda Constitucional Estadual de iniciativa do Governador.

VI. CE não pode: Condicionar a eficácia de convênio celebrado pelo


executivo à prévia aprovação do Legislativo, pois fere o art. 84, II.

VII. CE não pode: Subordinar nomeação do PGJ à prévia aprovação da


Assembleia Legislativa (128 §§ 1º e 3º). Observe que o procedimento de
escolha do Procurador-Geral da República - PGR (chefe do Ministério
Público da União) é realmente diferente do Procurador-Geral de Justiça –
PGJ (chefe do Ministério Público estadual).

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Enquanto o PGR é escolhido pelo Presidente da República e aprovado pelo
Senado Federal, o PGJ é escolhido pelo Governador em lista tríplice, sem a
participação da Assembleia Legislativa. Assim, as constituições estaduais
não podem subordinar a nomeação do PGJ à prévia aprovação da
Assembleia Legislativa Estadual (128 §§ 1º e 3º).

VIII. CE não pode: Estabelecer casos em que os recursos dos estados sejam
depositados em instituições não oficiais.

IX. CE não pode: Definir os crimes de responsabilidade do governador,


tampouco cominar as respectivas penas.

X. CE não pode: Condicionar a nomeação, exoneração e destituição dos


secretários de estado à prévia aprovação da Assembleia Legislativa
(CF 84, I).

Os secretários de estado são os equivalentes estaduais aos Ministros de


Estado (federais). Assim, caso a CE diga que o Legislativo tem que
aprovar todos os secretários de estado escolhidos pelo executivo, isso fere
a separação dos poderes.

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EXERCÍCIOS

59. (CESPE - 2014 - TJ-DF - Titular de Serviços de Notas e de Registros) Proposta


de emenda à constituição que vise acabar com o poder de veto do presidente
da República no processo legislativo não pode ser objeto de controle pelo STF,
porque, no direito brasileiro, o Poder Judiciário não realiza controle preventivo
de constitucionalidade.

O direito de veto do Presidente da República é uma peça fundamental


na separação dos poderes e no mecanismo de freios e contrapesos.
Assim, é uma cláusula pétrea (separação dos poderes).

Caso haja uma PEC tendente a abolir alguma cláusula pétrea, caberá o
Mandado de Segurança (MS) impetrado por parlamentar da Casa onde
a PEC tramita para sustar/trancá-la. Observe que o MS estará
protegendo o direito líquido e certo do parlamentar ao devido processo
legislativo. Assim, somente o parlamentar da Casa onde a PEC tramita
pode impetrar esse remédio constitucional, sendo a competência
originária do Supremo Tribunal Federal (MS 23.565/DF + MS 27.931).

Observe que, nesse caso, estará sendo realizado o controle preventivo


de constitucionalidade, pois se estará aferindo a constitucionalidade
de uma norma (PEC) que ainda não entrou no ordenamento jurídico.

Gabarito: Errado.

60. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor de Orçamento) A matéria


constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por
prejudicada somente poderá ser reapresentada, na mesma sessão legislativa,
mediante requerimento da maioria absoluta dos membros de qualquer das
Casas do Congresso Nacional.

No caso da Emenda à Constituição, aplica-se a irrepetibilidade


absoluta. Vamos revisar:
d) PEC rejeitada / prejudicada - NÃO pode ser proposta de novo na mesma Sessão Legislativa (SL)
(Irrepetibilidade) - É diferente da rejeição de Projeto de Lei: PL pode repetir na mesma SLO por requerimento
da MA de qualquer das Casas
- PEC e Medida Provisória NÃO PODEM ser repetidos na mesma SLO!
- Se o texto rejeitado for o SUBSTITUTIVO e não o original, a PEC original pode ser votada
na mesma SL
Substitutivo: É a proposição acessória que altera "substancialmente" a
proposição inicial. O substitutivo, apresentado em forma de projeto, uma vez
aprovado, prejudica a proposição principal.

Gabarito: Errado.

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61. (CESPE - 2014 - PGE-BA - Procurador do Estado) O procedimento de emenda
constitucional previsto no texto da Constituição baiana obedece ao princípio da
simetria.

Com certeza! Todas as normas do processo legislativo são de


reprodução obrigatória nos estados e nos municípios, no que for
cabível. Assim, o procedimento de alteração das constituições
estaduais deve ser também 2 turnos e 3/5 dos votos da Assembleia
Legislativa.

Gabarito: Certo.

62. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo) Não poderá
ser objeto de deliberação a proposta de emenda constitucional tendente a
abolir a forma federativa de governo, por se tratar de cláusula pétrea.

Meus alunos, a questão copia a letra da CF, utilizando-se, com o intuito


de te confundir, a expressão “forma federativa de governo”, ao invés
da maneira correta: “forma federativa de Estado”.

Gabarito: Errado.

63. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo) Segundo a


doutrina, os procedimentos de reforma constitucional classificam-se em
emenda e revisão, não tendo este último sido aceito pela Constituição Federal
de 1988(CF).

Diferentemente da afirmativa, existem dois procedimentos aplicáveis


às modificações do texto constitucional. O primeiro deles é a emenda
constitucional, que se caracteriza pela modificação do texto da CF
através de dois turnos de votação no CN, com aprovação de 3/5 do
votos em cada Casa (a Emenda Constitucional “normal”, que usamos
até hoje).

Já a segunda possibilidade é a revisão constitucional, que só pode ser


feita uma única vez, em até 5 anos após a promulgação da CF e foi
prevista no art. 3º do ADCT: “A revisão constitucional será realizada
após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto
da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão
unicameral.”

Gabarito: Errado.

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64. (CESPE - 2014 - TCE-PB - Procurador) A vedação à emenda da CF durante os
estados de defesa e de sítio constitui uma limitação temporal ao poder
constituinte derivado reformador.

Esse é um peguinha clássico! Não existem limitações temporais na


CF88! Essa é uma limitação circunstancial!

Gabarito: Errado.

65. (CESPE - 2014 - PGE-PI - Procurador do Estado Substituto) A matéria


constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por
prejudicada somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma
sessão legislativa, mediante proposição da maioria absoluta dos membros de
qualquer das Casas do Congresso Nacional.

De acordo com o § 5º do artigo 60 da CF, a matéria constante de


proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser
objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa. A
irrepetibilidade é absoluta.

Gabarito: Errado.

66. (CESPE - 2014 - TJ-SE - Titular de Serviços de Notas e de Registros) A CF


possui cláusulas pétreas implícitas, existindo limitações ao poder de reforma
constitucional que não estão expressamente indicadas em seu texto.

Isso mesmo. Os limites implícitos são aqueles que, embora não


estejam escritos na Constituição, podem ser depreendidos de sua
leitura, tais como a inalterabilidade da titularidade do poder
constituinte, o processo de modificação da Constituição, a proibição de
ser criada uma nova Revisão Constitucional e a vedação à dupla
revisão.

Gabarito: Certo.

67. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados – Consultor Legislativo) Sempre que
uma proposta de emenda à Constituição for apresentada, sua tramitação
deverá iniciar-se, necessariamente, na Câmara dos Deputados.

Uma proposta de emenda constitucional não será, necessariamente,


iniciada na Câmara dos Deputados. Conforme elucida o artigo 60, § 2º,
que diz: “a proposta será discutida e votada em cada Casa do
Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se
obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros”.
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Consequentemente, não há a indicação da obrigatoriedade do início em
quaisquer das Casas do Congresso Nacional.

Dessa forma, caso a PEC seja proposta por senadores, a primeira Casa
é o Senado Federal. Caso a PEC seja proposta por deputados,
Presidente da República ou Assembleias Legislativas, a primeira Casa
será a Câmara dos Deputados (pelo Regimento Interno das Casas e
não pela Constituição Federal).

Gabarito: Errado.

68. (CESPE - 2014 - TJ-SE - Titular de Serviços de Notas e de Registros) No Brasil,


somente será possível alterar a forma federativa do Estado se houver
aprovação de três quintos dos votos dos membros de cada casa do Congresso
Nacional.

A forma federativa de Estado é uma cláusula pétrea e não pode ser


modificada, nem por Emenda à Constituição. Vamos revisar as demais
cláusulas pétreas:

I - a forma federativa de Estado;


IV - os direitos e garantias individuais.
II - o voto direto, secreto, universal e periódico;
III - a separação dos Poderes;
Gabarito: Errado.

69. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo) O fato de um


projeto de lei ser aprovado e, após seu encaminhamento para sanção do
presidente da República, sofrer veto presidencial com fundamento na
inconstitucionalidade do ato objeto de deliberação comprova a existência, no
ordenamento legislativo brasileiro, de controle preventivo de
constitucionalidade, ao lado do consagrado sistema jurisdicional, normalmente
de caráter repressivo.

Isso mesmo. Quanto à motivação, o veto pode ser jurídico ou político.


Ele será jurídico quando o Presidente vetar um PL alegando a
inconstitucionalidade do mesmo. Nesse caso, o chefe do executivo
estará exercendo o controle preventivo de constitucionalidade. O veto
será ainda político quando o Presidente alegar, ao motivá-lo, que o PL
é contrário ao interesse público.

Gabarito: Certo.

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70. (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária) A constituição de
um estado pode estabelecer norma que condicione a reforma de seu texto à
aprovação do projeto de reforma por quatro quintos da totalidade dos
membros integrantes da assembleia legislativa.

No que concerne ao processo para alteração da Constituição, o


princípio da simetria é de observância obrigatória, não podendo os
estados estabelecerem quórum ou mecanismo diverso do previsto no
modelo federal (2 turnos e 3/5 dos votos para emendas à CE).

Gabarito: Errado.

71. (CESPE - 2012 - MPE-RR - Promotor de Justiça) Determinada PEC apresentada


por um terço dos senadores foi aprovada por três quintos dos membros do
Senado Federal, em dois turnos de discussão e votação, tendo sido, então,
enviada à Câmara dos Deputados para apreciação, ocasião em que foi
modificado todo o seu conteúdo. Na situação acima apresentada, a PEC

a) deverá ser enviada à sanção presidencial para promulgação e publicação


após a aprovação na Câmara dos Deputados.

b) é inválida, visto que deveria ter sido apresentada não apenas por
senadores, mas também por membros da Câmara dos Deputados.

c) deveria ter sido votada em sessão conjunta de deputados e senadores, e


não separadamente, em cada Casa do Congresso Nacional.

d) deverá retornar ao Senado Federal, para ser novamente votada, em razão


de ter sido modificada na Câmara dos Deputados.

e) deveria ter sido arquivada no Senado Federal por não ter alcançado o
quórum de dois terços (66%) necessário à sua aprovação.

Item A – ERRADO. O procedimento de sanção/veto presidencial só vale


para leis! A emenda constitucional será promulgada diretamente pelas
Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Item B – ERRADO. A iniciativa de PEC é reservada tanto aos senadores


quanto aos deputados (sempre um terço dos membros),
separadamente. Vamos relembrar os legitimados para propor a PEC?

Presidente da República
1/3 dos membros da Câmara dos Deputados
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1/3 dos membros do Senado Federal
+ da metade das Assembleias Legislativas (voto da maioria simples)

Item C – ERRADO. A PEC é votada em uma Casa de cada vez, devendo


ser aprovada pelo voto de 3/5 de cada uma delas e em dois turnos.

Item D – CERTO. É por isso que dá tanto trabalho emendar a


Constituição! Se a segunda Casa modifica o texto enviado pela
primeira, a PEC deve retornar à primeira Casa, que terá que proceder
com a votação novamente em dois turnos. A emenda só é promulgada
quando as duas casas aprovarem o mesmo texto, em dois turnos e por
3/5 dos votos.

Item E – ERRADO. Como já sabemos, o quórum de aprovação em cada


turno é de 3/5 dos membros em cada Casa.

Gabarito: D.

72. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) De acordo com o Supremo


Tribunal Federal (STF), é possível questionar, através de mandado de
segurança, proposta de emenda constitucional tendente a abolir a separação
de poderes. Todavia, a legitimidade para o ajuizamento é exclusiva de
parlamentar.

Isso mesmo! Caso haja uma PEC tendente a abolir alguma cláusula
pétrea, o parlamentar da Casa onde a PEC tramita pode ajuizar um
Mandado de Segurança para trancá-la por ferir o direito líquido e certo
ao devido processo legislativo.

Gabarito: Certo.

73. (CESPE - 2011 – EBC) Matéria constante de proposta de emenda constitucional


rejeitada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

É isso mesmo. Neste caso, não temos exceções! Nem se todos os


parlamentares quiserem rediscutir a matéria isso será possível.

Gabarito: Certo.

74. (CESPE - 2011 - CBM-DF) Cabe à casa legislativa na qual tenha sido concluída
a votação de emenda à Constituição Federal enviar a referida emenda ao
presidente da República para promulgação e consequente publicação.

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Olha a pegadinha! Isso é verdade no caso das leis. No processo de
emenda à Constituição Federal, não há sanção ou veto presidencial, o
texto é promulgado diretamente pelas mesas do Senado Federal e da
Câmara dos Deputados.

Gabarito: Errado.

75. (CESPE - 2011 - STM - Técnico Judiciário) Proposta de emenda constitucional


deve ser discutida e votada nas duas Casas do Congresso Nacional, em turno
único, considerando-se aprovada se obtiver três quintos dos votos dos seus
respectivos membros. Na fase constitutiva do seu processo legislativo, conta-
se com a participação do presidente da República, e a promulgação deve
realizar-se, conjuntamente, pelas Mesas do Senado Federal e da Câmara dos
Deputados.

Turno único? Todos nós sabemos que aprovar uma PEC é difícil, pois
ela deve contar com o voto de 3/5 dos membros de cada Casa, com
votação em dois turnos em cada uma delas! Além disso, o PR não
participa da fase constitutiva da PEC, podendo somente iniciá-la.

Gabarito: Errado.

76. (CESPE/AJAA - TRT 5ª/2009) Prescinde de sanção do presidente da República


emenda constitucional que tenha sido regularmente aprovada no Congresso
Nacional.

Prescindir é o mesmo que dispensar. A emenda constitucional não


sofre sanção ou veto do Presidente da República e é promulgada pelas
mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Gabarito: Certo.

77. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Uma proposta de emenda


constitucional que tenha sido rejeitada ou prejudicada somente pode ser
reapresentada na mesma sessão legislativa mediante a propositura da maioria
absoluta dos membros de cada casa do Congresso Nacional.

A regra é que matéria constante de PROJETO DE LEI rejeitado não


poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão legislativa,
SALVO mediante proposta da maioria absoluta dos membros de
qualquer das Casas do Congresso Nacional.

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No entanto, essa exceção não existe para Medida Provisória rejeitada
ou Proposta de Emenda à Constituição rejeitada ou prejudicada. Para
essas duas espécies, a irrepetibilidade é absoluta (arts. 60, §5º e
62, §10). Assim, a questão tentou confundir o candidato colocando a
exceção dos PROJETOS DE LEI, que não é válida para as Propostas de
Emenda à Constituição e nem MPs.

Gabarito: Errado.

78. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A CF pode ser emendada por proposta de


assembleia legislativa de uma ou mais unidades da Federação, manifestando-
se cada uma delas pela maioria relativa de seus membros.

A CF pode ser emendada por proposta do:

 Presidente da República
 1/3 da Câmara dos Deputados
 1/3 do Senado Federal
 Mais da metade das assembleias legislativas estaduais,
manifestando-se cada uma delas pela maioria relativa de seus
membros.

Gabarito: Errado.

79. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A proposta de emenda constitucional deve


ser discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional em dois turnos,
considerando-se aprovada, se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros. A casa na qual tenha sido concluída a votação deve
enviar o projeto de emenda ao presidente da República, para que este,
aquiescendo, o sancione.

A parte final da questão está errada, pois não existe sanção ou veto do
Presidente no processo legislativo da Emenda Constitucional. Ela é
promulgada diretamente pelas mesas da Câmara dos Deputados e do
Senado Federal. No restante, a questão está correta.

Gabarito: Errado.

80. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Um deputado federal, diante da pressão dos seus


eleitores, pretende modificar a sistemática do recesso e da convocação
extraordinária no âmbito do Congresso Nacional. Assim, no caso narrado, para

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que modificação pretendida seja votada pelo Congresso Nacional, a proposta
de emenda constitucional deverá ser apresentada por, no mínimo, um terço
dos membros da Câmara dos Deputados.

É o que dispõe o art. 60 da CF, que pode ser emendada por proposta
do:

 Presidente da República
 1/3 da Câmara dos Deputados
 1/3 do Senado Federal
 Mais da metade das assembleias legislativas estaduais, manifestando-se
cada uma delas pela maioria relativa de seus membros.

Lembre-se também que a iniciativa em PEC é sempre concorrente.


Assim, todos os legitimados podem propor PEC sobre qualquer
assunto.

Gabarito: Certo.

81. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) A CF admite emenda


constitucional por meio de iniciativa popular.

A iniciativa popular em âmbito federal somente pode ser exercida para


se propor leis ordinárias ou complementares, não sendo possível, seu
uso para propor as demais espécies normativas. Lembre-se também
que não há iniciativa popular em Proposta de Emenda à Constituição
FEDERAL, mas pode haver PEC estadual derivada de iniciativa popular.

Gabarito: Errado.

82. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) O fenômeno de reforma da Constituição por


meio da alteração formal do seu texto é denominado mutação constitucional.

O procedimento de alteração descrito pela questão é a reforma


constitucional. A Constituição pode ser alterada de duas formas. A
primeira delas é a modificação do texto da Carta Magna, ou seja, há
um procedimento formal que atinge o texto da CF por meio de uma
Emenda Constitucional ou pela Emenda de Revisão. Esse tipo de
modificação é chamado de reforma constitucional.

A segunda forma de se modificar a Constituição é através da mudança


do sentido do seu texto, sem atingir a letra da Lei Maior. Assim,
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ocorrem atualizações não formais da CF derivadas da evolução dos
costumes e valores da sociedade, não atingindo o seu texto. Esse tipo
de modificação da Constituição é chamado de mutação constitucional.

Gabarito: Errado.

83. (CESPE/AJAJ-STF/2008) A CF, conforme seu próprio texto, pode ser emendada
por meio de iniciativa popular, desde que o projeto seja subscrito, por, no
mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, cinco estados,
com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.

Não existe iniciativa popular em PEC e nem em matéria de iniciativa


exclusiva. Lembre-se de que cabe iniciativa popular em PEC
ESTADUAL, mas não cabe da federal.

Gabarito: Errado.

84. (CESPE/TJAA-STF/2008) O início da tramitação de proposta de emenda


constitucional cabe tanto ao Senado Federal quanto à Câmara dos Deputados,
pois a CF confere a ambas as casas o poder de iniciativa legislativa.

Tanto o Senado Federal quanto a Câmara dos Deputados podem iniciar


a PEC, desde que seja iniciada por 1/3 de qualquer das Casas. Desse
modo, a PEC proposta por pelo menos 1/3 dos senadores se inicia no
Senado Federal e a PEC proposta por pelo menos 1/3 dos deputados se
inicia na Câmara dos Deputados. A doutrina se divide sobre onde deve
ser iniciada a tramitação da PEC proposta pelo Presidente da República
e por mais da metade das assembleias legislativas, sendo majoritário o
entendimento de que ambas devem ser iniciadas na Câmara dos
Deputados.

Gabarito: Certo.

85. (CESPE.TCU.ACE.2007) No Brasil, o poder de emendar a Constituição só se


concretiza quando a proposta de emenda reúne, entre outros requisitos, o voto
favorável de três quintos dos membros de cada casa do Congresso Nacional e
em dois turnos de votação em cada uma delas.

Conforme o artigo 60, § 2º “A proposta será discutida e votada em


cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se
aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos
membros.”

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Gabarito: Certo.

86. (CESPE.Gestor.Público.AM.2006) As cláusulas pétreas estão implícitas na


Constituição Federal.

As cláusulas pétreas estão explícitas, ou seja, escritas expressamente


no artigo 60, § 4º da Constituição Federal.

Gabarito: Errado.

87. (CESPE/ANATEL/2006) Denomina-se mutação constitucional o processo


informal de revisão, atualização ou transição da Constituição sem que haja
mudança do texto constitucional.

A mutação constitucional é a mudança do sentido de um termo da


constituição sem alteração de seu texto. Um exemplo recente de
mutação constitucional foi a ampliação do entendimento do art.
226, § 3º: “Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união
estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a
lei facilitar sua conversão em casamento.” Recentemente, o STF
ampliou o sentido da expressão “homem e a mulher” para reconhecer
as uniões estáveis homoafetivas.

Gabarito: Certo.

88. (CESPE/UNB-Delegado.PF.Regional.2004) Uma proposta de emenda à


Constituição, apresentada com o apoiamento de 250 deputados, tem por
conteúdo alteração das competências da Polícia Federal, retirando-lhe a função
de polícia de fronteira – art. 144, § 1.º, III, parte final – e transferindo essa
competência para o Exército brasileiro. Admitindo que essa proposta de
emenda à Constituição, observadas as regras constitucionais relativas ao
processo legislativo desse tipo de proposição, venha a ser aprovada e
promulgada, julgue o item a seguir: A emenda constitucional hipotética
ofenderia o princípio de separação de poderes, uma das cláusulas pétreas
previstas no texto constitucional brasileiro, porque a iniciativa de propostas de
emenda à Constituição que versem sobre atribuições das Forças Armadas e da
Polícia Federal é privativa do presidente da República.

Não existe iniciativa privativa em Proposta de Emenda à Constituição,


somente para os Projetos de LEI. Dessa forma, a iniciativa em PEC
federal é sempre concorrente.

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Por outro lado, pode haver a iniciativa popular em PEC ESTADUAL.

Gabarito: Errado.

89. (CESPE/UNB-AGU.2003) A Constituição da República não poderá ser emendada


na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

Trata-se de uma limitação circunstancial expressa pela Constituição no


artigo 60, § 1º.

Gabarito: Certo.

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V. LEI DELEGADA (LDel)

Meus caros Analistas do TRE/PE, em regra, as normas jurídicas são elaboradas


pelo Poder Legislativo, exercendo sua função típica legiferante (de fazer leis).
Excepcionalmente, existem situações onde uma lei é elaborada por um órgão
estranho àquele poder.

A Lei Delegada é uma dessas situações: o Poder Executivo solicita ao


Legislativo uma autorização para elaborar uma lei. Por sua vez, o Legislativo,
realizando uma delegação externa corporis, autoriza que o Poder Executivo
a elabore.

Observe que essa é uma exceção ao princípio da indelegabilidade de


atribuições, segundo o qual, em regra, as funções de um poder não podem
ser delegadas aos outros poderes.

Primeiro, o Presidente da República solicita ao Congresso Nacional a


autorização para a elaboração da Lei Delegada (iniciativa solicitadora).

Segundo, o Congresso Nacional edita uma Resolução autorizando o


Presidente da República a elaborar a Lei Delegada. Esta Resolução transfere
temporariamente a competência do Legislativo para elaborar lei, mas não
transfere a titularidade, que permanece com o Poder Legislativo. Assim, o
Legislativo pode legislar sobre a mesma matéria, mesmo tendo delegado.
Ele pode, ainda, revogar a delegação a qualquer tempo. Observe que o
Presidente da República não é obrigado a elaborar a Lei Delegada.

A Resolução que delega ao Presidente da República funciona como uma


procuração e deve ser limitada e específica, ou seja, não pode dar poderes
genéricos ao Presidente. A referida Resolução deve ainda dizer se a delegação
é típica ou atípica.

Da delegação típica

O Presidente da República, após receber a autorização do Congresso Nacional,


elabora, promulga e publica a Lei Delegada. Assim, a lei não é apreciada
pelo CN após sua elaboração pelo Presidente e não precisará de sanção
presidencial, pois foi elaborada por ele próprio.

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Da delegação atípica

Na delegação atípica, o Congresso Nacional, ao delegar, estabelece que a Lei


Delegada será apreciada pelo Congresso Nacional após sua elaboração
(e antes de ser promulgada).

O Congresso Nacional aprecia a Lei Delegada em votação única e vedado


emendas. Caso a lei seja aprovada, o Presidente da República a promulga e
publica. Caso a lei seja rejeitada pelo CN, será arquivada e não poderá ser
objeto de novo Projeto de Lei na mesma sessão legislativa, salvo requerimento
da maioria absoluta de qualquer das Casas.

Do veto legislativo

Caso o Poder Executivo se exceda e elabore a Lei Delegada fora dos limites da
delegação, o Congresso Nacional, por Decreto Legislativo, poderá sustá-la.

Observe que o Congresso Nacional delega por Resolução e susta a Lei


Delegada por Decreto Legislativo.

Vedações à Lei Delegada

A Constituição Federal, em seu art. 68, § 1º, estabelece que “Não serão objeto
de delegação os atos de competência exclusiva do Congresso Nacional, os de
competência privativa da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal, a
matéria reservada à lei complementar, nem a legislação sobre:

I - organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a


garantia de seus membros;

II - nacionalidade, cidadania, direitos individuais, políticos e eleitorais;

III - planos plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.”

Por fim, uma questão bastante comum em provas é que tanto a Lei
Delegada quanto a Medida Provisória podem instituir ou majorar
tributos.

Esquematizando:

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Lei Delegada

 Delegação externa corporis


 Exceção ao princípio da indelegabilidade de atribuições
 O Legislativo delega ao Executivo a elaboração de lei
o Elaborada pelo Presidente da República
o Após prévia SOLICITAÇÃO do Presidente ao CN (iniciativa solicitadora)
o O CN delega por RESOLUÇÃO
 A Resolução transfere temporariamente a COMPETÊNCIA do Legislativo
 A titularidade é do Poder Legislativo
 O Legialativo pode - Mesmo tendo delegado, legislar sobre a mesma
matéria
- Revogar a delegação a qualquer tempo
 O PR não é obrigado a elaborar a LDEL, mesmo com a delegação
 Funciona como uma procuração
 A resolução que delega deve ser Limitada e Específica e deve dizer se a
delegação é típica ou atípica.

 Delegação Típica - PR promulga e publica direto


- A LDel não é apreciada pelo CN após sua elaboração
- Não precisa sanção do PR, pois a LDel foi editada por ele

 Delegação - O CN, ao delegar, estabelece que a LDel será apreciada pelo CN


Atípica - Apreciação - Votação única - Aprova – PR promulga e publica
- Não Aprova – arquiva e não pode ser
objeto na mesma sessão Leg, salvo MA

- Vedado emendas (pode alterar o texto, mas não pode alterar o


conteúdo)

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 Veto Legislativo: Se o executivo exceder: CN susta o ato normativo por Decreto
Legislativo (49,V)
o O CN - Delega por Resolução
- Susta por Decreto Legislativo: Efeitos Ex Nunc

 Não pode delegar - Competência - Privativa da CD e SF


( Art 68, § 1.º) - Exclusiva do CN
- Direitos Individuais (obs: cabe MP sobre direitos individuais)
- Nacionalidade
- Cidadania
- Direitos Eleitorais
- Organização do - Judiciário
- Ministério Público
- Direitos Políticos
- PPA, LDO, LOA
- Matéria de Lei Complementar

 Tanto Lei Delegada quanto Medida Provisória podem instituir ou majorar Tributo

 Procedimento da LDel:

Típica PR Promulga  PR Publica


Iniciativa  CN delega  PR Edita 
Solicitadora (PR)  (Resolução)  a Lei 

Atípica CN  Aprova


‐ Votação Única  
‐ vedado emenda 

Não aprova

Arquiva e não pode ser


objeto de novo PL na
mesma SLO, salvo MA

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VI. DECRETO LEGISLATIVO (DecLeg)

O Decreto Legislativo é o instrumento através do qual são materializadas as


Competências exclusivas do Congresso Nacional estabelecidas no artigo 49 da
Constituição. Além dessas, é também pelo Decreto Legislativo que o CN regula
os efeitos das medidas provisórias não convertidas em lei (art. 62, § 3º).

A Constituição não regulou de forma ampla essa espécie normativa, sendo que
o Regimento Interno do CN a regulamentará, não nos interessando para o
Direito Constitucional. Para a sua prova, você deve apenas saber que:

a) deflagrado o processo do Decreto Legislativo, haverá discussão no


Congresso Nacional de forma bicameral;
b) não cabe intervenção do Presidente da República (nem sanção, nem veto
e nem promulgação);
c) o Decreto Legislativo será promulgado pelo Presidente do Senado Federal
(atuando como Presidente do Congresso Nacional)

Por fim, muita atenção aos nomes das normas, que são muito parecidos, mas
são coisas completamente diferentes:

o Decreto Legislativo (49): é morma primária (vem da CF)


o Decreto Autônomo (84, VI): é morma primária (vem da CF)
o Decreto Regulamentar (84, IV): é norma secundária e regulamenta a Lei

Esquematizando:

Decreto Legislativo
 Instrumento através - Competências exclusivas do Congresso Nacional (art. 49)
do qual são - Regular efeitos de MP não convertida em lei (62, § 3.º)
materializadas as - Sustar o ato normativo que exceder os limites da delegação (49, V)
(...) outros
 Deflagrado o processo:
o Discussão no Congresso Nacional - forma bicameral
o O Regimento Interno regulamentará o processo do Decreto Legislativo
o Não cabe intervenção do PR (nem sanção, nem veto e nem promulgação)
o Promulgado pelo PSF (PCN)
 Decreto Legislativo (art. 49) ≠ Decreto Autônomo (84,VI) ≠ Decreto regulamentar
(executivo) (84, IV)

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VII. RESOLUÇÕES (Res)

As resoluções são espécies normativas elaboradas pela Câmara dos


Deputados, pelo Senado Federal e pelo Congresso Nacional (lembre-se que os
decretos legislativos são elaborados somente pelo Congresso Nacional). Elas
são promulgadas pelos presidentes da Casa que a elaborar, não cabendo
intervenção do Presidente (nem sanção, nem veto e nem promulgação)

Assim como o Decreto Legislativo, a CF não regulou o procedimento das


resoluções, ficando a cargo dos Regimentos Internos das Casas Legislativas o
fazer.

Para a sua prova, você deve saber que são materializadas por meio de
resolução os seguintes atos (dentre outros):

a) Competências privativas da Câmara dos Deputados (art. 51) e do


Senado Federal (52);
b) Delegação do Congresso Nacional para elaboração de Lei Delegada (art.
58, § 2º). Lembre-se que a suspensão da mesma é feita por Decreto
Legislativo (art. 49, V);
c) Senado Federal suspende lei declarada inconstitucional pelo STF em
controle difuso de constitucionalidade (art. 52,X).

Esquematizando:

Resolução - CD (51) Enquanto os Decretos Legislativos são 


- SF (52) exclusivos do Congresso Nacional  
- CN
 Promulgada pelo Presidente da respectiva Casa
 O Regimento Interno regulamentará o processo da Resolução
 Não cabe intervenção do PR (nem sanção, nem veto e nem promulgação)
qual são materializadas as 

- Competencias privativas - CD (51)


Instrumento através do

- SF (52)

- Delegação do CN para elaboração de LeiDel (58, §20)


• Lembrando: suspende por Dec Leg (49,V)
- Suspender lei declarada inconstitucional pelo STF em controle difuso (SF) (52,X)

- Outros (...)

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VIII. DECRETO AUTÔNOMO (Dec Aut)

O Decreto Autônomo está previsto no art. 84, VI da Constituição Federal e é o


instrumento através do qual o Presidente da República pode dispor sobre:

a) organização e funcionamento da administração federal, quando


não implicar aumento de despesa nem criação ou extinção de órgãos
públicos;

b) extinção de funções ou cargos públicos, quando vagos. Lembre-


se que a criação de cargos públicos é feita, em regra, por meio de lei.

O Decreto Autônomo pode ser delegado aos Ministros de Estado, ao


Procurador-Geral da República e ao Advogado-Geral da União e pode ser
reproduzido pelos estados e pelos municípios.

Observe também que o Decreto Autônomo é diferente do Decreto


Regulamentar, que, por sua vez, é diferente do Decreto Legislativo:

o Decreto Legislativo (49): é morma primária (vem da CF)


o Decreto Autônomo (84, VI): é morma primária (vem da CF)
o Decreto Regulamentar (84, IV): é norma secundária e regulamenta a Lei

Esquematizando:

Decreto Autônomo (84, VI)


 O PR pode dispor,: - Organização e funcionamento da Administração Federal.
por meio de decreto - Salvo quando - Aumento de despesa
(Autônomo) implicar em - Criação ou extinção de órgãos
- Extinção de funções e cargos públicos quando vagos

Criação NÃO (criação de cargos é por LEI)


 O Decreto Autônomo (84, VI) é DIFERENTE de decreto regulamentar (84,IV)
o Decreto Legislativo (49): é morma primária (vem da CF)
o Decreto Autônomo (84, VI): é morma primária (vem da CF)
o Decreto Regulamentar (84, IV): é norma secundária e regulamenta a Lei
 Pode ser delegado aos - MinE
- PGR
- AGU
 Podem ser reproduzidos pelos Estados e Municípios

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IX. TRATADOS E CONVENÇÕES INTERNACIONAIS

O artigo 49, I da Constituição versa que “É da competência exclusiva do


Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre tratados, acordos ou
atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional”.

Fique atento, pois cabe ao Congresso Nacional resolver sobre a grande maioria
dos tratados internacionais e não apenas os que acarretem compromissos
gravosos ao patrimônio nacional.

Procedimento de entrada dos Tratados Internacionais no direito


brasileiro

O procedimento de entrada dos Tratados Internacionais no direito brasileiro é


bastante simples e obedece a quatro passos:

1. Celebração do Tratado pelo Executivo: o Poder Executivo celebra o


tratado em âmbito internacional. Nesse momento, a República
Federativa do Brasil ainda não está obrigada a obedecê-lo em âmbito
interno.

Além disso, somente a República Federativa do Brasil pode celebrar


tratados internacionais, sendo representada pela União. Os demais
entes internos (estados, Distrito Federal e municípios) não podem
celebrar Tratados Internacionais. Por fim, essa competência é
EXCLUSIVA da UNIÃO (não pode ser delegada).

2. Aprovação (referendo ou ratificação) pelo Legislativo: após a


celebração do Tratado Internacional pelo Poder Executivo, o Congresso
Nacional deve aprová-lo por meio de um Decreto Legislativo. Nesse
momento, o Tratado Internacional ainda não tem validade interna nem
externa.

3. Troca ou depósito dos instrumentos de ratificação/adesão pelo


Executivo em âmbito Internacional: nesse momento, o Poder
Executivo volta ao âmbito internacional para “comunicar à outra parte
que o seu Poder Legislativo aprovou o Tratado Internacional”. A partir
desse momento, o Tratado Internacional já possui validade no âmbito
externo, mas ainda não possui validade interna.

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4. Promulgação, por Decreto Presidencial, seguida da publicação
do Tratado Internacional: após a troca dos instrumentos de
ratificação, o Presidente da República expede um decreto presidencial
que possui os efeitos de promulgação, publicação e executoriedade. A
partir daqui o Tratado Internacional terá validade no âmbito
interno.

Como visto, o procedimento de entrada dos Tratados Internacionais no


ordenamento jurídico brasileiro é um ato complexo, necessitando da
manifestação de vontade dos poderes Executivo e Legislativo.

Observe também que, uma vez incorporados ao direito interno, podem sofrer
controle de constitucionalidade concentrado e difuso.

Força dos tratados internacionais no direito brasileiro

Em relação ao passo 2, descrito anteriormente, o Congresso Nacional pode


referendar os Tratados Internacionais de três formas diferentes e, a depender
dessa forma de aprovação e de sua matéria, o Tratado Internacional terá
diferentes validades no direito interno:

1. Emenda Constitucional: por força do art. 5º, §3º, os Tratados


Internacionais sobre Direitos Humanos (TIDH) aprovados por 3/5
dos votos em 2 turnos de votação em cada Casa do Congresso
Nacional (o mesmo procedimento das ECs) terão validade de emendas
à Constituição. Observe que esses tratados não podem alterar ou
integrar o texto da CF.

2. Supralegal: os Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos


aprovados pelo procedimento comum valem mais do que as leis e
menos do que a Constituição. Assim, eles estão acima (supra) da lei
(legal).

3. Lei Ordinária (regra): os Tratados Internacionais que não versem


sobre direitos humanos e que forem aprovados pelo procedimento
comum possuem validade de Lei Ordinária.

Importante ressaltar que os Tratados Internacionais não podem tratar de


matéria de Lei Complementar.

Esquematizando:

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Tratados e Convenções Internacionais
o Art. 49, I: “É da competência exclusiva do Congresso Nacional: I - resolver definitivamente sobre
tratados, acordos ou atos internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional”
 Não só os que acarretem compromissos gravosos, mas a maioria dos tratados
internacionais
 Procedimento de entrada dos tratados internacionais
1 – Celebração do Tratado pelo Executivo – competencia EXCLUSIVA da UNIÃO (não pode
delegar)
2 – Aprovação (referendo ou ratificação) pelo Legislativo através de Decreto Legislativo
3 – Troca ou depósito dos instrumentos de ratificação/adesão pelo Executivo em âmbito
Internacional
4 – Promulgação, por Decreto Presidencial, seguida da publicação
- A partir daqui o tratado vale no âmbito interno
- O DECRETO PRESIDENCIAL tem 3 efeitos - Promulgação
- Publicação
- Executoriedade
o Ato complexo: manifestação do - Executivo
- Legislativo

o Uma vez incorporados ao direito interno, podem sofrer controle de constitucionalidade


concentrado e difuso
- Emenda Constitucional: Tratado Internacional sobre DH aprovado por 3/5 dos
Validade dos Tratados

votos em 2 turnos (procedimento de EC)


Internacionais

o Não podem alterar ou integrar o texto da CF


o art. 50, §30 (introduzido pela EC 45/2004)
- Supralegal: Tratado Internacional sobre DH aprovado por procedimento comum:
valem mais do que as leis e menos que a CF (HC 87.585/TO).
- Lei Ordinária (regra): Tratado Internacional SEM ser sobre DH e aprovado pelo
procedimento comum
OBS: Tratado Internacional não pode tratar de matéria de LC

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EXERCÍCIOS

90. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor de Orçamento e


Fiscalização Financeira) Nem todos os assuntos podem ser objeto de lei
delegada, como, por exemplo, a matéria relativa à legislação sobre planos
plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

Isso mesmo! Vamos conferir as matérias vedadas para a edição de lei


delegada:

 Não pode delegar - Competência - Privativa da CD e SF


( Art 68, § 1.º) - Exclusiva do CN
- Direitos Individuais (obs: cabe MP sobre direitos individuais)
- Nacionalidade
- Cidadania
- Direitos Eleitorais
- Organização do - Judiciário
- Ministério Público
- Direitos Políticos
- PPA, LDO, LOA
- Matéria de Lei Complementar

 Tanto Lei Delegada quanto Medida Provisória podem instituir ou majorar Tributo

Gabarito: Certo.

91. (CESPE - 2014 - Instituto Rio Branco - Diplomata) São disciplinados por
decreto legislativo os assuntos de competência exclusiva do Congresso
Nacional, como, por exemplo, a aprovação de tratados, acordos ou atos
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional.

É isso mesmo. O decreto legislativo é o instrumento através do qual


são materializadas as competências privativas do Congresso Nacional.
Como exemplo, a aprovação de tratados, acordos ou atos
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional (art. 49, I).

Gabarito: Certo.

92. (CESPE - 2014 - CADE - Nível Superior) O decreto legislativo é espécie


legislativa criada sem a exigência de sanção do presidente da República. Por

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outro lado, a lei ordinária exige, no processo de sua elaboração, a
manifestação do presidente da República por meio da sanção ou do veto.

Perfeito! A sanção e o veto são aplicáveis às leis ordinárias e


complementares. Já os decretos legislativos, que externam as
competências privativas do Congresso Nacional, não passam por
sanção ou veto do chefe do Poder Executivo.

Gabarito: Certo.

93. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Técnico Judiciário) Caso o Congresso Nacional aprove,
em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, tratado
internacional sobre direitos humanos, este terá força de normativa equivalente
às emendas constitucionais.

Esse assunto é campeão de frequência nas provas! Não podemos errar


de jeito nenhum! Um dos peguinhas mais manjados é a banca omitir
propositalmente o termo “direitos humanos”. O tratado, para ser
equivalente a uma emenda constitucional, além do mesmo
procedimento de aprovação da PEC, ela deve ser sobre direitos
humanos!

Gabarito: Certo.

94. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados – Analista) O processo legislativo


compreende a elaboração de emendas à Constituição, leis complementares,
leis ordinárias, leis delegadas e medidas provisórias. Os decretos legislativos e
as resoluções — que tratam de matérias de competência privativa do Senado
Federal e da Câmara dos Deputados — são considerados atos internos do
Poder Legislativo, que não necessitam de sanção presidencial e, portanto, não
compõem o processo legislativo.

Item para esquecer! Só a primeira frase é certa. O decreto legislativo


trata de matérias de competência do Congresso Nacional, somente (as
casas não editam DLEG, mas sim, resoluções). Além disso, tanto o
decreto legislativo quanto as resoluções compõem o processo
legislativo, independentemente de não passarem por sanção
presidencial (art. 59).

Gabarito: Errado.

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95. (CESPE - 2012 - TJ-PI - Juiz) As leis delegadas, elaboradas pelo presidente da
República em virtude de autorização do Poder Legislativo, devem ser
aprovadas por maioria absoluta.

Caso a delegação seja típica, não se precisa de aprovação. Dessa


forma, a Lei Delegada já começa a valer a partir do momento de sua
edição. Se houver delegação atípica, o texto será apreciado pelo
Congresso Nacional (vedado emendas) e aprovado pela maioria
simples.

Gabarito: Errado.

96. (CESPE - 2012 - TJ-RR – Administrador) As leis delegadas, editadas pelo


presidente da República após prévia autorização do Congresso Nacional, por
meio de decreto legislativo, são discutidas e votadas em cada casa legislativa,
sendo vedada a apresentação de emendas a essas leis.

Questão repleta de incorreções. A delegação do Congresso Nacional se


materializa por resolução, conforme o art. 68, §2º. Lembre-se de que o
decreto legislativo materializa a sustação desta delegação (art. 49, V)
por abuso do Presidente. Além disso, a apreciação da lei elaborada
pelo Presidente da República é realizada em votação única, quando
solicitada pelo Congresso Nacional.

Gabarito: Errado.

97. (CESPE - 2011 - STM - Analista) A delegação, ao presidente da República, para


a elaboração de lei delegada tomará a forma de decreto legislativo a ser
editado pelo Congresso Nacional, que especificará o conteúdo da delegação e
os termos de seu exercício.

Eita, decorebinha chata que o CESPE tem gostado de cobrar! Vamos


memorizar de uma vez por todas? Na lei delegada, a delegação é
materializada como resolução do Congresso Nacional, enquanto a
sustação desta lei, caso haja abuso do Presidente da República, é
realizada via Decreto Legislativo.

Delegação: Resolução
Sustação: Decreto legislativo

Gabarito: Errado.

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98. (CESPE - 2010 - TRT - 21ª Região (RN) – Analista) As matérias de
competência exclusiva do Congresso Nacional são reguladas por decretos
legislativos.

Isso mesmo, o Congresso Nacional edita decretos legislativos para


concretizar matérias da sua competência exclusiva (art. 49).

Gabarito: Certo.

99. (CESPE - 2010 - TRT - 21ª Região (RN) – Analista) Matéria referente a
nacionalidade e a cidadania pode ser objeto de lei delegada.

Existem diversos assuntos que não podem ser tratados por lei
delegada, pois devem necessariamente ser discutidos no âmbito do
Legislativo. Vamos revisar?

- Direitos Individuais (obs: cabe MP sobre direitos individuais)


- Nacionalidade
- Cidadania
- Direitos Eleitorais
- Organização do - Judiciário
- Ministério Público
- Direitos Políticos
- PPA, LDO, LOA
- Matéria de Lei Complementar

Gabarito: Errado.

100. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) As matérias de competência privativa do


Senado Federal não dependem de sanção presidencial e se materializam por
meio de decreto legislativo.

As matérias de competência privativa do Senado Federal realmente


não dependem de sanção presidencial, no entanto, elas se
materializam por meio de RESOLUÇÃO. O Decreto Legislativo é meio
através do qual se materializam as competências exclusivas do
Congresso Nacional.

Gabarito: Errado.

101. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A iniciativa das leis delegadas cabe a


qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal, na forma e nos casos previstos na CF.

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A lei delegada é elaborada pelo Presidente da República, após
delegação do Congresso Nacional. Assim, antes da elaboração da Lei
Delegada é necessária a iniciativa solicitadora por parte do Presidente
e delegação por parte do Congresso Nacional, por meio de resolução.

Gabarito: Errado.

102. (CESPE.Gestor.Público.AM.2006) As leis delegadas serão elaboradas pelo


presidente da República, independentemente de solicitação de delegação ao
Congresso Nacional.

A norma com força de lei editada pelo Presidente da República e que


não precisa da solicitação ao Poder Legislativo é a Medida Provisória.
Já a Lei Delegada precisa da iniciativa solicitadora do Presidente da
República e da autorização do Poder Legislativo através de uma
Resolução.

Gabarito: Errado.

103. (CESPE/UNB-TJ.SE.2004) Se o tratado internacional relacionar-se a tributo,


deve ser firmado pelo ente de direito público interno (União, estados, Distrito
Federal ou municípios) a quem se atribua a respectiva competência tributária,
devendo, ainda, ser aprovado por seu respectivo Poder Legislativo.

Somente a República Federativa do Brasil pode celebrar tratados


internacionais, sendo representada pela União. Os demais entes
internos (estados, Distrito Federal e municípios) não podem celebrar
Tratados Internacionais.

Gabarito: Errado.

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X. MEDIDA PROVISÓRIA (MP)

Meus amigos e futuros Analistas do TRE/PE, a Medida Provisória é um ato


normativo editado pelo Presidente da República, em caso de relevância e
urgência, com posterior manifestação do Poder Legislativo, e que tem força
de Lei Ordinária.

A MP, após sua edição pelo Presidente da República, deve ser submetida
imediatamente ao Poder Legislativo, que pode aprová-la ou rejeitá-la. Observe
que, caso a MP seja rejeitada, o Presidente da República não poderá ser
responsabilizado politicamente.

Além das MPs federais, editadas pelo Presidente da República, podem também
existir MPs estaduais e municipais, editadas, respectivamente pelo Governador
e pelo Prefeito, desde que haja previsão na Constituição Estadual ou na Lei
Orgânica Municipal (ADI 812/TO-MC). Observe que o único legitimado para
editar a Medida Provisória é o chefe do executivo, que não pode delegar sua
elaboração.

1. EFEITOS DA MEDIDA PROVISÓRIA

A Medida Provisória possui força de Lei Ordinária desde a sua edição e as


demais normas com ela incompatíveis serão SUSPENSAS até a manifestação
do Poder Legislativo.

Cuidado para não confundir!


MP não revoga lei, mas sim suspende a sua eficácia! 

Caso a Medida Provisória seja rejeitada pelo Poder Legislativo, as normas


anteriores voltam a valer. Por outro lado, caso a MP seja aprovada, as normas
incompatíveis com ela serão revogadas (porque agora é uma lei e não mais
uma Medida Provisória). Observe o esquema:

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MP aprovada:

3 ‐ O CN aprova a MP: 
2‐ PR edita MP:  A lei A será definitivamente revogada 
1‐ Lei A vigente  A Lei A é suspensa  e a MP é convertida em Lei.

Lei A 

MP 

MP rejeitada:
3 ‐ O CN rejeita a MP: 
2‐ PR edita MP:   A  lei  “A”  volta  a  valer  ex  nunc  e  as 
1‐ Lei “A” vigente  A Lei A é suspensa  relações  jurídicas  decorrentes  da  MP 
rejeitada serão disciplinadas pelo CN 

Lei A 

MP 

Importante destacar que, pelo fato de a MP já possuir efeitos desde a sua


edição pelo chefe do Executivo (portanto, desde antes da manifestação do
Poder Legislativo), cabe tanto o controle de constitucionalidade
concentrado como o difuso, antes ou depois da sua conversão em lei.

Esquematizando:

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Medida Provisória
 Força de Lei Ordinária
 Editada pelo PR – participação posterior do Legislativo, que a aprova ou rejeita
o Não responsabiliza politicamente o PR no caso de não aprovação da MP
 Substituiu o antigo Decreto-Lei
 Cabe MP Federal, Estadual e Municipal desde que haja previsão na CE ou LOM
o (ADI 812/TO-MC)
 Processo de criação da MP
o PR edita MP
o Em caso de relevância E urgência (DISCRICIONÁRIO DO PR)
o Submetida ao CN de imediato
 Legitimado:
o Competência exclusiva do PR
o Não pode delegar

 Efeitos da MP
o MP tem força de LO desde a sua edição
o Demais normas incompatíveis com MP serão suspensas
 MP não revoga lei – SUSPENDE a eficácia
o MP - Rejeitada – volta a valer as normas anteriores
- Aprovada – Revoga o que foi incompatível (porque agora é lei)
o Cabe controle de constitucionalidade de MP (concentrado e difuso)

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2. PRAZO DE DURAÇÃO DA MP

As medidas provisórias possuem prazo de duração de 60 dias, prorrogáveis


por mais 60 dias. A referida prorrogação é automática por ato do Presidente
da Mesa do Congresso Nacional, assim, o Presidente da República não precisa
tomar nenhuma atitude para que a prorrogação ocorra.

Cuidado para não confundir!


Prorrogação de MP: ocorre quando o prazo de duração da MP é
renovado.
Reedição de MP: ocorre quando o Presidente da República edita
uma outra MP com o mesmo conteúdo de MP anterior. 

O prazo de 60+60 dias é para que o Congresso Nacional delibere sobre a


Medida Provisória, assim, ele não corre durante o recesso parlamentar.

Antigamente, caso o Congresso Nacional estivesse em recesso quando da


edição de uma MP, ele deveria ser convocado extraordinariamente. Hoje em
dia, isso não é mais necessário. No entanto, caso haja uma convocação
extraordinária, as MPs serão automaticamente incluídas na pauta, contando o
prazo normalmente enquanto o Congresso Nacional estiver trabalhando
durante a convocação extraordinária.

O prazo de 60+60 dias é para que o Congresso Nacional delibere sobre


a Medida Provisória e não para que ela seja promulgada e publicada.
Assim, uma MP pode valer mais de 120 dias! Por exemplo:

1. Quando o prazo de 60+60 dias é suspenso devido ao recesso


parlamentar.

2. Aprovado o PL de Conversão (MP modificada pelo CN) alterando o


texto original da MP, esta manter-se-á integralmente em vigor até
que o projeto seja sancionado ou vetado (prazo: 15 dias úteis). Ou
seja, se o Legislativo aprova o PL de Conversão só no 119º dia, ele
segue para que o Presidente da República o sancione ou vete no
prazo de 15 dias úteis. Mesmo passado o prazo de 120 dias, a MP
vale até a sanção ou veto do Presidente (porque o prazo é para que o
CN delibere sobre a MP e não para que ela seja promulgada e
publicada).

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3. REGIME DE URGÊNCIA DA MEDIDA PROVISÓRIA

Se a Medida Provisória não for apreciada em até 45 dias de sua edição, ela
entrará em regime de urgência, trancando a pauta da Casa onde estiver e
das próximas (se houver).

Observe que o prazo não é de 45 dias para cada Casa (como no regime de
urgência constitucional), mas sim de 45 dias no total.

Veja ainda que a Casa Iniciadora de uma MP é sempre a Câmara dos


Deputados. Assim, se a MP estiver na Câmara dos Deputados trancando pauta,
após votada, já chegará no Senado Federal trancando pauta também.

Cuidado para não confundir!


 Regime de Urgência de MP (45 dias)
 Regime de Urgência Constitucional (45+45+10) 

Esquematizando:

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 Prazo de duração: 60 + 60
o Prorrogação é automática por ato do PMesaCN.
 Não depende do ato – é só para dar publicidade
 Prorrogação de MP ≠ Reedição de MP

o Recesso Parlamentar: O prazo é suspenso durante o Recesso Parlamentar


o Convocação Extraordinária:
 Não precisa de convocação extraordinária caso haja edição de MP durante o
recesso (antes precisava)
 Havendo convocação extraordinária: as MPs são automaticamente incluídas
na pauta, contando o prazo normalmente durante a convocação extraordinária

o O prazo (60+60) é para que o CN delibere sobre a MP e não para que ela seja
promulgada e publicada
- CUIDADO: MP PODE VALER MAIS DE 120 dias!!
1. Aprovado o PL de Conversão alterando o texto original da MP, esta
manter-se-á integralmente em vigor até que o projeto seja sancionado
ou vetado (15 dias úteis).
o Ou seja, se o Legislativo aprova o PL de Conversão só no
119º dia, ele segue para o PR. Mesmo passado o prazo de 120
dias, a MP vale até a sanção ou veto do PR.
2. Outro exemplo de MP valendo mais de 120 dias: quando o prazo de
60+60 dias da MP é suspenso devido ao Recesso Parlamentar

 Regime de Urgência da MP:


o Se não for apreciada em até 45d, entra em regime de urgência, trancando a pauta da
Casa onde está e das próximas (se houver)
 É 45d no total e não para cada Casa
 Se estiver na CD trancando pauta, após votada, já chegará no SF trancando
pauta também
 Não confundir Regime de Urgência de MP (45 dias) com regime de
urgência Presidencial (45+45+10)

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4. APROVAÇÃO E REJEIÇÃO DA MP PELO CONGRESSO NACIONAL

O procedimento legislativo das MPs visto até aqui foi o seguinte:

Aprova 
PR edita   CN 
MP  60+60 d 
Rejeita

Continuando então o raciocínio, o Congresso Nacional pode aprovar a MP de


duas formas diferentes: com ou sem alterações. Igualmente, ele pode rejeitar
a MP de duas formas: expressa ou tacitamente. Assim, temos o seguinte:

a) Aprovação da MP pelo CN sem alterações: ela será promulgada pelo


Presidente do Senado Federal (atuando na condição de Presidente do
Congresso Nacional – lembre-se de que é a mesma pessoa).

O Presidente da República não sanciona, não veta, nem promulga ou


publica a MP aprovada sem alterações justamente porque o texto
aprovado pelo Congresso Nacional foi o mesmo texto editado pelo PR.

b) Aprovação da Medida Provisória com alterações: o CN pode


também emendar/alterar a Medida Provisória editada pelo Presidente da
República. Se isso ocorrer, a MP alterada terá um nome especial:
Projeto de Lei de Conversão.

Observe que o texto que o Congresso Nacional aprovou foi diferente do


texto editado pelo Presidente da República. Assim, o PL de conversão
deve ser enviado ao Presidente da República para que ele o
sancione ou o vete.

Daqui para frente, o procedimento será o mesmo dos projetos de


lei ordinária, estudados anteriormente.

c) Não apreciação da MP (rejeição tácita): caso se escoe o prazo de


60 + 60 dias e o Congresso Nacional não se manifeste, ocorrerá a
rejeição tácita da Medida Provisória. Assim, NÃO EXISTE aprovação
de MP por decurso de prazo!

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Note que a MP funciona diferente da sanção ou veto dos projetos de lei,
onde, caso o Presidente da República não se manifeste nos 15 dias úteis,
ocorre a sanção tácita do PL.

Lembre-se também que o prazo para que o Congresso Nacional se


manifeste sobre a MP é de 60 + 60 dias e que ela entrará em regime de
urgência com 45 dias.

d) Rejeição expressa da MP pelo Congresso Nacional: o Congresso


Nacional pode também rejeitar expressamente a Medida Provisória.

Observe o procedimento estudado até aqui:

Sem alterações

Aprova 
Com alterações 
(PL de conversão)
PR edita   CN 
MP  60+60 d  Expressamente 
Rejeita
Tacitamente 

5. REJEIÇÃO DA MP PELO CONGRESSO NACIONAL (PERDA DE


EFICÁCIA DA MEDIDA PROVISÓRIA)

Quando ocorrem alterações na MP, a parte que recebeu as emendas de mérito


(e portanto não foi convertida em lei) é considerada rejeitada. Assim, a Medida
Provisória pode ser rejeitada pelo Congresso Nacional de três formas: expressa
ou tacitamente ou pela aprovação com emendas (rejeição parcial). Nas três
hipóteses, a MP rejeitada (ou a parte rejeitada) perderá sua eficácia ex tunc
(retroativamente/desde a sua edição). Caso isso ocorra, ela será arquivada e a
matéria não poderá ser reapresentada na mesma sessão legislativa
(irrepetibilidade).

Meu caro Analista do TRE/PE, perceba agora o seguinte: enquanto a Medida


Provisória está em vigor e ainda não foi apreciada pelo CN, ela já está
produzindo efeitos. Assim, enquanto o Congresso não analisa a MP, já estão
sendo produzidas relações jurídicas com base nessa MP.

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Caso a MP seja aprovada pelo Congresso Nacional, não haverá problemas. No
entanto, caso ela seja rejeitada, o que acontecerá com as relações jurídicas
formadas com base na MP que foi rejeitada? Serão válidas ou inválidas?

RESPOSTA: o Congresso Nacional decidirá. Caso ocorra esta situação, o


CN tem 60 dias para editar um Decreto Legislativo disciplinando as relações
jurídicas consolidadas decorrentes da MP rejeitada.

E se o Congresso Nacional não editar esse Decreto Legislativo? Aí sim, as


relações jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados e aperfeiçoados
durante a vigência da MP rejeitada conservar-se-ão regidas por ela
(art. 62, § 11).

Observe que não é o período que fica regido pela Medida Provisória,
mas somente as relações jurídicas já consolidadas. Assim, não pode
haver o reconhecimento posterior de direitos com base na MP rejeitada.

Esquematizando:

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a) Aprovar sem alteração: promulgada pelo PSF (PCN / PMesaCN) – são a mesma pessoa
o Não há sanção ou veto porque a MP é EXATAMENTE a mesma que o PR editou
b) Não apreciar (rejeição tácita)
o Contrário da sanção tácita no PLO e PLC
o NÃO EXISTE aprovação de MP por “decurso de prazo”!!!
 É diferente da sanção de PL (que pode ser tácita)
Adotada a MP, o CN pode 

o Prazo: 60 + 60 (entra em regime de urgência com 45d)


o Se não apreciar: perde o efeito ex tunc
 O CN tem que disciplinar as relações jurídicas decorrentes das MP por
DecLeg, no prazo de 60d da perda da eficácia
 Se não for editado esse DecLeg: as relações jurídicas decorrentes da MP
conservar-se-ão regidas por ela.
c) Rejeitar expressamente
 Se rejeitar expressamente: perde o efeito ex tunc
 O CN tem que disciplinar as relações jurídicas decorrentes das MP por
DecLeg, no prazo de 60d da perda da eficácia
 Se não for editado esse DecLeg: as relações jurídicas decorrentes da MP
conservar-se-ão regidas por ela.
d) Aprovar com alteração:
o O CN pode emendar a MP:
1 – O projeto de Lei de Conversão (MP alterada) é apreciado pelas duas
Casas
2 – Levado ao PR que pode sancionar ou vetar a Lei de Conversão
 O PR sanciona/veta a Lei de Conversão porque ela é diferente da MP
encaminhada por ele
 A parte da MP que recebeu emendas de mérito (e não foi convertida
em lei) é considerada rejeitada e perde sua eficácia desde sua edição
(ex tunc)
 No tocante à matéria alterada, os efeitos decorrentes devem ser
regulamentados por DecLeg (60d)
 Se não for editado esse DecLeg: as relações jurídicas decorrentes da
MP conservar-se-ão regidas por ela.
3 – No caso de sanção ou derrubada do veto: PR promulga e publica

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 Perda da Eficácia de MP
o Perde a eficácia ex tunc (desde sua edição) se não for convertida em lei no prazo de
60d + 60d
o Arquiva + irrepetibilidade (A matéria veiculada em MP rejeitada pelo Congresso
Nacional não poderá ser reapresentada na mesma sessão legislativa)
o O CN Por Dec Leg, tem que disciplinar as relações jurídicas decorrentes da MP
rejeitada no prazo de 60d da perda da eficácia ou revogação
o Se o CN não editar esse Dec Leg, as relações jurídicas constituídas e decorrentes de
atos praticados e aperfeiçoados durante a vigência da MP rejeitada conservar-se-ão
regidas por ela (art. 62, § 11)

 Não é o período que fica regido pela MP e sim somente as relações jurídicas
já consolidadas
 Não pode haver o reconhecimento posterior de direitos

6. TRAMITAÇÃO DA MEDIDA PROVISÓRIA

Meus queridos Analistas do TRE/PE, tudo o que é complicado pode ser


dividido em várias partes simples. É exatamente isso que estamos fazendo
no procedimento das medidas provisórias: indo bem devagar e dividindo em
várias partes fáceis. Vamos acrescentar alguns elementos ao processo
estudado até aqui:

1. A MP é editada pelo Presidente da República em caso de relevância


e urgência;

2. A MP é submetida de imediato ao Congresso Nacional para


apreciação no prazo de 60 + 60 dias;

3. A Casa Iniciadora é a Câmara dos Deputados, enquanto a Casa


Revisora é o Senado Federal;

Até aqui, nós já sabemos. A novidade ocorre a partir de agora:

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4. Dentro do Congresso Nacional, a Medida Provisória será apreciada
por uma comissão mista de deputados e senadores que
emitirá um parecer opinativo sobre:

o Aspectos constitucionais (relevância e urgência)


o Mérito
o Adequação financeira e orçamentária

Somente para ilustrar, caso haja uma Medida Provisória que abre
crédito extraordinário, ela será analisada pela Comissão Mista
Parlamentar de Orçamento e Finanças (CMPOF), conforme os
artigos. 62, § 9º + 166, § 1º).

5. Apreciação do PLENÁRIO de cada Casa e votação em sessão


separada: após passar pela comissão mista, a MP deve ser
apreciada pelo Plenário. O órgão máximo de cada Casa faz duas
votações. Primeiramente, aprecia os requisitos de relevância e
urgência e adequação financeira e orçamentária. Caso seja
rejeitada nessa primeira votação, a MP será arquivada. Por outro
lado, caso seja aprovada, haverá uma segunda votação para
apreciar o mérito da Medida Provisória.

Ao chegar no Senado, a Medida Provisória passará pelo mesmo


procedimento.

Por fim, observe que NÃO PODE EXISTIR delegação interna


corporis para apreciar a MP somente no âmbito das
Comissões, devendo a mesma ser apreciada, em sessão
separada, pelo PLENÁRIO de cada uma das Casas do Congresso
Nacional.

Observe o esquema abaixo, seguido do procedimento completo das


medidas provisórias:

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 Tramitação
1 – PR edita a MP em caso de relevância e urgência
2 – MP submetida de imediato ao CN (prazo 60+60)
- Casa iniciadora: CD
- Casa Revisora: SF
3 – Comissão Mista de Dep e Sen apreciará - Aspectos constitucionais (relev. e urg.)
- Mérito
Parecer opinativo - Adequação financeira e orçamentária

Ex: MP que abre crédito extraordinário: analisada pela CMPOF (art. 62, § 9º +
166, § 1º)

4 – Apreciação do Plenário de cada Casa (votação em sessão separada)


a) Plenário aprecia NOVAMENTE - Relevância e urgência
- Adequação financeira e orçamentária
- MP é arquivada se não possuir caráter de relevância e urgência

b) Plenário aprecia o mérito da MP


 NÃO PODE EXISTIR delegação interna corporis para apreciar a MP
somente no âmbito das Comissões!! (art. 62, § 9º)

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Congresso Nacional – 60 + 60 d (Urgência a partir de 45 dias)

Plenário CD Rejeita Por ausência  Plenário SF Rejeita Por ausência 


Comissão Mista  
Apreciação   dos pressupostos  dos pressupostos 
Parecer opinativo  constitucionais Apreciação   constitucionais
Preliminar  Preliminar 
PR edita   ‐ Relevância e 
‐ Relevância e  Aprova  ‐ Relevância e  Aprovado 
MP  urgência 
urgência  urgência 
‐ Adequação  Apreciação  Apreciação 
‐ Adequação  Aprova  ‐ Adequação  Aprova
Financeira e  de mérito   de mérito  
Financeira e  Financeira e 
Orçamentária 
Orçamentária  Rejeitado  Orçamentária  Rejeitado 
‐ Mérito 

Expresso 
CN disciplina as  Se o CN não criar o DecLeg 
Rejeitado  Perde Eficácia 
relações jurídicas em  as relações jurídicas 
pelo CN  EX TUNC 
60d por DecLeg continuam regidas pela MP 

Tácito 
(decurso de prazo) 

Parte rejeitada Rejeição do  Promulga 


CN   Veto  PR  48h  Publica 
Com alteração  PSF  sessão  MA 
(PL Conversão)  Veta  motivos  conjunta 
Parte  PR 
48h  30d 
15d 
Aprovada  úteis 
MA  Manutenção 
do veto
Aprovado 
Sanciona Promulga 
pelo CN  Publica 
48hs

PSF 
Sem alteração  Publica
promulga 

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7. REEDIÇÃO DE MEDIDA PROVISÓRIA

Você deve ficar atento para não confundir reedição com prorrogação de MP.
Vamos revisar o quadro:

Cuidado para não confundir!


Prorrogação de MP: ocorre quando o prazo de duração da MP é
renovado.
Reedição de MP: ocorre quando o Presidente da República edita
uma outra MP com o mesmo conteúdo de MP anterior. 

É vedada a reedição de MP na mesma sessão Legislativa em que se deu a


perda da eficácia (não é da edição), podendo ser reeditada em outra
sessão Legislativa, ainda que tenha sido expressamente rejeitada em SLO
anterior.

Além disso, é vedada reedição de Medida Provisória que tenha sido revogada
pelo Presidente da República. É que o Presidente pode editar uma Medida
Provisória revogando outra MP, considerando-se uma autorrejeição
(ADI 3.964/DF).

8. RETIRADA DA MP DA APRECIAÇÃO DO CN

Uma vez editada a Medida Provisória, o Presidente da República não pode


retirar sua apreciação do Congresso Nacional. Assim, as MPs serão
obrigatoriamente analisadas pelo Poder Legislativo (ADI 221/DF-MC).

No entanto, como explicado, o Presidente da República pode editar uma


Medida Provisória revogando outra MP. Contudo, esta segunda Medida
Provisória será apreciada pelo Legislativo e, se não for aprovada, a primeira MP
voltará a valer (pelo tempo que resta de sua vigência) e será apreciada pelo
CN (ADI 1659/DF-MC). Dessa forma, o Presidente da República não retira do
Congresso Nacional a apreciação da Medida Provisória.

Esquematizando:

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 Reedição de MP:
o Não confundir prorrogação com reedição de MP.
o Vedada na mesma sessão Legislativa em que se deu a perda da eficácia
 É da perda da eficácia e não da edição
 Em outra sessão Legislativa: Pode reeditar MP, mesmo que tenha sido
expressamente rejeitada em SLO anterior

o Vedada reedição de MP - Rejeitada - Expressamente


na mesma SLO pelo CN - Por decurso de prazo
Revogação de MP pelo PR =
- Revogada pelo PR autorrejeição (ADI 3.964/DF) 

 Retirada da MP da apreciação do CN
o O PR não pode retirar MP da apreciação do CN (ADI 221/DF-MC)
o REGRA: MPs sempre serão apreciadas pelo Legislativo
o Retirar da apreciação (não pode) ≠ revogar (pode por outra MP)
 PR só pode revogar MP por outra MP
1. Mas esta outra MP será apreciada pelo Legislativo e, se não for
aprovada, a 1ª MP volta a valer (pelo tempo que resta de sua vigência)
e será apreciada pelo CN.
2. (ADI 1659/DF-MC)

A MP será prorrogada automaticamente por mais 60 dias caso o


Prorrogação
Congresso Nacional não a aprecie no prazo de 60 dias (CF, art.62, § 7.º).

Uma MP pode revogar outra que ainda esteja sendo apreciada pelo
Revogação
Congresso Nacional.

É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa (da perda da


Reedição eficácia), de MP rejeitada expressa ou tacitamente ou, ainda,
revogada (“autorrejeição”).

O presidente da República não pode retirar a MP já em tramitação no


Retirada
Congresso Nacional.

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9. VÍCIOS NOS REQUISITOS DE RELEVÂNCIA E URGÊNCIA

Os requisitos constitucionais de relevância e a urgência das medidas


provisórias possuem caráter político e são de apreciação discricionária do
Presidente da República. Dessa forma, por exemplo, o Presidente pode decidir
que os deslizamentos de terra do Rio de Janeiro são relevantes e urgentes,
enquanto as enchentes no Rio Grande do Sul não o são.

Como o Presidente é livre para decidir, em regra, os requisitos de


relevância e urgência não são analisados pelo Poder Judiciário.
Excepcionalmente, caso haja abuso ou excessos por parte do
Presidente da República, tais requisitos podem sim ser apreciados pelo
Judiciário.

Por fim, a ausência da relevância e urgência NÃO É CONVALIDADA com


a conversão da Medida Provisória em Lei. Acompanhe o raciocínio:

1. Imagine que o Presidente da República edite uma MP que não possua os


requisitos de relevância e urgência. A MP é, portanto, inconstitucional.

2. Suponha que, durante a tramitação no Congresso Nacional, ninguém


percebeu isso, e o Poder Legislativo aprovou a MP com alterações.

3. Quando o PL de conversão segue para o Presidente da República, este o


sanciona (lembre-se que há um vício desde o início do processo, pois a
MP não possuía os requisitos de relevância e urgência).

4. Não é pelo fato de o Congresso Nacional ter aprovado a MP e o


Presidente tê-la sancionado que o vício será convalidado. Assim, a lei
continua inconstitucional.

Lembrando que a sanção também não convalida o projeto de lei ordinária ou


complementar com vício de iniciativa e nem de emenda.
Esquematizando:
Vícios nos Requisitos de Relevância e Urgência:
o Relevância e urgência: caráter político e discricionário do PR
o Regra: não são analisados pelo Judiciário
o Exceção: podem ser analisados se houver excesso ou abuso
o A ausência da relev. e urg. NÃO É CONVALIDADA com a conversão em Lei
o Lembrando: no PL, a sanção também não convalida o vício de iniciativa e nem o de
emenda.

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10. MEDIDA PROVISÓRIA VS LEI DELEGADA

Se você prestou atenção, deve ter notado algumas semelhanças entre as


medidas provisórias e as Leis Delegadas. Ambos são atos normativos
primários, editados pelo Presidente da República (órgão estranho ao
Legislativo). No entanto, observe três grandes diferenças entre esses dois tipos
de normas:

1. Enquanto a Lei Delegada possui eficácia permanente, a MP possui


eficácia temporária (60 + 60 dias).

2. O Presidente da República precisa de autorização prévia do Congresso


Nacional para elaborar uma Lei Delegada. Por outro lado, essa
autorização não é necessária para a elaboração da Medida Provisória.

3. Por fim, a Lei Delegada não possui os requisitos de relevância e


urgência, enquanto as MPs os possuem.

11. VEDAÇÕES À MEDIDA PROVISÓRIA

Assim como as leis delegadas, as medidas provisórias possuem algumas


matérias que lhe são vedadas. Observe os referidos dispositivos
constitucionais:

Art. 62, § 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria:

I – relativa a:

a) nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito


eleitoral;

b) direito penal, processual penal e processual civil;

c) organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a


garantia de seus membros;

d) planos plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos


adicionais e suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º;

II – que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou


qualquer outro ativo financeiro;

III – reservada a lei complementar;

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IV – já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e
pendente de sanção ou veto do Presidente da República.

Art. 25, § 2º - Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante


concessão, os serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a
edição de medida provisória para a sua regulamentação.

Art. 246. É vedada a adoção de medida provisória na regulamentação de


artigo da Constituição cuja redação tenha sido alterada por meio de emenda
promulgada entre 1º de janeiro de 1995 até a promulgação desta emenda,
inclusive.

ADCT art. 73. Na regulação do Fundo Social de Emergência não poderá ser
utilizado o instrumento previsto no inciso V do art. 59 da Constituição.

Algumas observações sobre essas vedações:

 Cabe a edição de Medida Provisória em direitos individuais, enquanto


não cabe Lei Delegada sobre essa matéria.

 Tanto Lei Delegada quando a Medida Provisória podem ser


utilizadas para instituir ou majorar tributo.

Esquematizando:

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 Vedada edição de MP sobre (art. 62, § 1º + art. 25 § 2º + 246 + 73ADCT)
o Concessão de gás canalizado (estados) (25 § 2º)
o Nacionalidade
o Cidadania
o Direito eleitoral
o Direitos políticos
o Partidos políticos
o Direito - Penal
- Processual penal
- Processual civil
o Organização MP e Judiciário
o PPA, LDO, LOA e créditos adicionais e suplementares
 Créditos extraordinários pode MP
o Detenção e sequestro de bens, poupança ou ativo financeiro
o Matéria reservada à LC
o Já disciplinada em PL e pendente de sanção ou veto do PR
o Para regulamentar art. alterado por EC entre 1/1/95 e EC 32/2001 (CF art. 246)
 As MPs anteriores à EC 32/2001 são válidas (aprovação por decurso de
prazo) até que MP ou LO ulterior as revogue explicitamente ou até
deliberação definitiva do CN (independente de renovação)

o Fundo social de Emergência (73 ADCT)


o Sobre matéria de PL/MP rejeitados na mesma Sessão Legislativa

OBS:
 MP em direitos individuais - CABE
o A que não pode ser usada para regular direito individual é a LDEL
 Medidas provisórias anteriores à EC n.º 32/01
o As MPs editadas antes da EC n.º 32/01 adquiriram vigência por prazo indeterminado
(independentemente de qualquer ato do PR ou do CN)
 (EC 32/2001 art. 20)
 Até que - MP posterior as revogue ou
- Sua deliberação definitiva pelo CN
 Caso o CN delibere sobre elas, deverá utilizar o processo legislativo previsto
para a MP antes da EC n.º 32/01 Votação em Sessão CONJUNTA do
CN e não em separado (como é hoje).

 MP em matéria tributária (ADI 1667/DF-MC),


o Tanto Lei Del quanto MP podem instituir ou majorar Tributo

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12. IRREPETIBILIDADE

A irrepetibilidade pode ocorrer em diferentes espécies normativas. Observe


atentamente cada um dos dispositivos constitucionais sobre ela e as diferenças
e semelhanças.

PEC: Art. 60, § 5º - A matéria constante de proposta de emenda


rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova
proposta na mesma sessão legislativa.

MP: Art. 62, § 10. É vedada a reedição, na mesma sessão


legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que
tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo.

PL: Art. 67. A matéria constante de projeto de lei rejeitado somente


poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma sessão
legislativa, mediante proposta da maioria absoluta dos
membros de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

Observe que na PEC e na MP, não há a possibilidade da repetição do


projeto na mesma sessão legislativa, nem mesmo pela aprovação da
maioria absoluta dos membros de qualquer das Casas do CN. Essa
permissão somente é válida para os projetos de lei ordinária e complementar.

Finalmente, a irrepetibilidade só vale para a mesma sessão legislativa. Assim,


pode-se repetir um PL, PEC ou MP em uma NOVA sessão legislativa.

O STF entende que a convocação extraordinária, ou seja,


aquela feita durante o período de recesso do Congresso Nacional,
inaugura nova sessão legislativa. Assim, em convocação
extraordinária pode-se, por exemplo, editar uma medida provisória
sobre o mesmo tema de PL rejeitado na sessão legislativa
ordinária.

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XI. CONTROLE JUDICIAL
DO PROCESSO LEGISLATIVO

Como já aprendido, o Poder Judiciário pode intervir caso alguma norma


constitucional do processo legislativo esteja sendo descumprida. Esse controle
pode ser diferente, a depender da espécie normativa analisada:

1. PROJETO DE LEI E PROPOSTA DE EMENDA À CONSTITUIÇÃO

Observe que, enquanto estão em tramitação no Congresso Nacional, os


projetos de lei e as PECs não possuem efeitos (são apenas
proposições/propostas legislativas). Justamente por isso, o controle judicial
dessas proposições legislativas é mais ameno do que nas medidas
provisórias, que já possuem efeitos, mesmo antes da aprovação pelo CN.

Dessa forma, nos projetos de lei e nas propostas de emenda à Constituição,


somente caberá o controle incidental de constitucionalidade, realizado por
meio do Mandado de Segurança impetrado por parlamentar da Casa onde
o PL/PEC tramita para preservar o seu direito líquido e certo (do
parlamentar) ao devido processo legislativo.

Caso o PL/PEC seja aprovado antes do julgamento do Mandado de Segurança,


essa ação será extinta sem o julgamento do mérito por perda superveniente da
legitimidade ativa.

 Superveniente = que veio depois 
 Legitimidade ativa = capacidade de entrar com a ação 
 Extinção do processo por perda superveniente de legitimidade ativa = o processo 
foi extinto porque o autor perde a capacidade de entrar com a ação depois que ele 
já entrou com ela. 

Obviamente, após a conversão em Lei ou EC, caberá o controle mais amplo


possível pelo Poder Judiciário, uma vez que agora a norma já está produzindo
seus plenos efeitos. Dessa feita, após a conversão em lei ou em Emenda
Constitucional, caberá o controle concreto e o abstrato de constitucionalidade.

Lembre-se de que não cabe controle concentrado de constitucionalidade


de projeto de lei ou de PEC e que o Mandado de Segurança não alcança
atos interna corporis, aqui entendidos como os Regimentos Internos das
Casas Legislativas. Dessa forma, caso somente o Regimento Interno tenha sido
desrespeitado, o STF não poderá julgar o MS. Por outro lado, caso a
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Constituição tenha sido desrespeitada, o STF será competente para julgar o
Mandado de Segurança.

2. MEDIDA PROVISÓRIA

Como explicado, o controle judicial das medidas provisórias é muito mais


amplo do que o controle dos projetos de lei ou da Proposta de Emenda à
Constituição, justamente porque a MP já produz efeitos desde a sua
edição, ainda que esteja tramitando pelo Congresso Nacional. Portanto,
caberá o controle concentrado e difuso de constitucionalidade antes e depois
da conversão em Lei.

Caso a Medida Provisória seja rejeitada, a Ação Direta de Inconstitucionalidade


perderá o objeto, uma vez que a norma atacada pela ADI não mais estará em
vigor. Por outro lado, caso a MP seja convertida em lei antes do julgamento da
Adin, esta continuará válida, não perdendo o objeto.

Lembre-se de que, como o Presidente é livre para decidir, em regra, os


requisitos de relevância e urgência da MP não são analisados pelo Poder
Judiciário. Excepcionalmente, caso haja abuso ou excessos por parte do
Presidente da República, tais requisitos podem sim ser apreciados por aquele
Poder.

Por fim, a ausência da relevância e urgência NÃO É CONVALIDADA com a


conversão da Medida Provisória em Lei.

Esquematizando:

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CONTROLE JUDICIAL DO PROCESSO LEGISLATIVO

1- PL e PEC
 Só cabe o controle INCIDENTAL
o Por meio do Mandado de Segurança
o Impetrado por parlamentar da Casa onde o PL tramita
o Competência originária: STF
o (MS 23.565/DF + MS 27.931)

 Aprovado o PL ou PEC (Conversão em Lei ou EC): extingue o MS sem julgar o mérito por
perda superveniente de legitimidade ativa
o O MS não pode ser usado como sucedâneo da ADIN
o Convertido em Lei ou EC: cabe controle AMPLO
 por via de ação e exceção
 para corrigir aspectos formais e materiais

 Não cabe Adin contra PL ou PEC

 NÃO CABE CONTROLE DE ATOS INTERNA CORPORIS (regimento interno)


o Postulado da separação dos poderes
o Se a proposição ferir a CF, caberá o controle!

2- MP
o Cabe controle concentrado e difuso antes e depois da conversão em Lei
o Se a MP for - Rejeitada: ADIN perde o objeto
- convertida em Lei antes - Adin continua valendo
do julgamento da ADIN - Basta aditar o pedido
- Não perde mais o objeto

OBS: Vícios nos Requisitos de Relevância e Urgência:


o Relevância e urgência: caráter político e discricionário do PR
o Regra: não são analisados pelo Judiciário
o Exceção: podem ser analisados se houver excesso ou abuso
o A ausência da relevância e urgência NÃO É CONVALIDADA com a conversão
em Lei

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EXERCÍCIOS

104. (CESPE - 2015 - TRE-GO - Analista Judiciário - Área Administrativa) Embora a


CF permita ao ocupante da Presidência da República a adoção de medidas
provisórias com força de lei em casos de relevância e urgência, o texto
constitucional proíbe a edição desse tipo de instrumento com relação ao direito
eleitoral.

Perfeito! Vamos recordar quais são os assuntos vedados para edição


de medida provisória:

 Vedada edição de MP sobre (art. 62, § 1º + art. 25 § 2º + 246 + 73ADCT)


o Concessão de gás canalizado (estados) (25 § 2º)
o Nacionalidade
o Cidadania
o Direito eleitoral
o Direitos políticos
o Partidos políticos
o Direito - Penal
- Processual penal
- Processual civil
o Organização MP e Judiciário
o PPA, LDO, LOA e créditos adicionais e suplementares
 Créditos extraordinários pode MP
o Detenção e sequestro de bens, poupança ou ativo financeiro
o Matéria reservada à LC
o Já disciplinada em PL e pendente de sanção ou veto do PR
o Para regulamentar art. alterado por EC entre 1/1/95 e EC 32/2001 (CF art. 246)
 As MPs anteriores à EC 32/2001 são válidas (aprovação por decurso de
prazo) até que MP ou LO ulterior as revogue explicitamente ou até
deliberação definitiva do CN (independente de renovação)

o Fundo social de Emergência (73 ADCT)


o Sobre matéria de PL/MP rejeitados na mesma Sessão Legislativa
Gabarito: Certo.

105. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo) Se o


presidente da República editar determinada medida provisória, os requisitos
constitucionais de relevância e urgência apenas em caráter excepcional
submeter-se-ão ao crivo do Poder Judiciário, por força do princípio da
separação dos poderes.

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É isso mesmo. Em regra, a relevância e urgência usadas para justificar
a edição de uma MP possuem caráter político e não são analisadas pelo
Poder Judiciário. Entretanto, se houver abuso por parte do Presidente
da República, excepcionalmente, aí sim, esses requisitos podem ser
apreciados.

Gabarito: Certo.

106. (CESPE - 2014 - TJ-DF - Juiz) Após a edição de determinada medida


provisória, o presidente da República poderá retirá-la da apreciação do
Congresso Nacional.

Não pode haver a retirada de MP. O Presidente da República pode


editar uma nova medida provisória para revogar uma MP editada
anteriormente. Isso sim é possível. No entanto, isso não significa que
o Presidente da República retirou a MP da apreciação do Legislativo.

Gabarito: Errado.

107. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo) Comissão


mista de congressistas deverá analisar e dar parecer acerca das medidas
provisórias antes da deliberação do plenário de cada uma das casas do
Congresso Nacional, e é incabível sanção presidencial em caso de aprovação
integral do texto.

Isso mesmo. Vamos devagar.

É incabível sanção presidencial em caso de aprovação integral do texto


porque não tem sentido o Presidente da República ter que sancionar
um texto exatamente igual ao que ele mesmo editou.

Em relação à análise das Comissões mistas, confira o art. 62, § 9º:


Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as
medidas provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem
apreciadas, em sessão separada, pelo plenário de cada uma das Casas
do Congresso Nacional.

Gabarito: Certo.

108. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Analista Judiciário) Caso medida provisória tenha
versado sobre matéria reservada a lei complementar, sua conversão em lei,
pelo Congresso Nacional, convalidará o vício inicial, desde que tal conversão
seja aprovada por maioria absoluta.

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Claro que não! É, inclusive, vedado pela Constituição a edição de
medidas provisórias sobre matéria de Lei Complementar. Confira o
art. 62, § 1º, III.

Gabarito: Errado.

109. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Analista Judiciário) A competência constitucional do


presidente da República para adotar medidas provisórias, em caso de
relevância e urgência, poderá ser delegada, mediante decreto, ao ministro de
Estado da Justiça.

A edição de medidas provisórias é uma competência privativa do


Presidente da República e não é passível de delegação. Dessa forma,
somente o chefe do executivo pode editar tal ato normativo.

Gabarito: Errado.

110. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Analista Judiciário) Caso o texto original de uma
medida provisória seja aprovado e convertido em lei, essa lei terá de ser
sancionada pelo presidente da República, em homenagem ao princípio da
separação de poderes.

É incabível sanção presidencial em caso de aprovação integral do texto


da MP porque não tem sentido o Presidente da República ter que
sancionar um texto exatamente igual ao que ele mesmo editou.

Gabarito: Errado.

111. (CESPE - 2014 - MPE-AC) É constitucional a criação de hipótese de extinção de


punibilidade por meio de medida provisória editada por governador.

A questão tem dois erros. O primeiro é que a competência para legislar


sobre direito penal é privativa da União. Assim, os estados não podem
legislar sobre o assunto. O segundo erro é que é vedada edição de MP
sobre matéria de direito penal (art. 62, §, 1º, I, “b”).

Gabarito: Errado.

112. (CESPE - 2014 - TJ-SE - Titular de Serviços de Notas e de Registros) Cabe


exclusivamente ao presidente da República editar medidas provisórias, de
modo que é manifestamente inconstitucional a previsão, em constituição
estadual, de edição de medida provisória por governador.

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Segundo o STF na ADI 425, podem os Estados-membros editar
medidas provisórias em face do princípio da simetria, obedecidas as
regras básicas do processo legislativo no âmbito da União.

Gabarito: Errado.

113. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Analista Judiciário) Em qualquer caso, poderá o STF
analisar o preenchimento dos requisitos de relevância e urgência estabelecidos
constitucionalmente para as medidas provisórias, em homenagem ao princípio
da inafastabilidade da jurisdição.

Em regra, a relevância e urgência usadas para justificar a edição de


uma MP possuem caráter político e não são analisadas pelo Poder
Judiciário. Entretanto, se houver abuso por parte do Presidente da
República, excepcionalmente, aí sim, esses requisitos podem ser
apreciados.

Gabarito: Errado.

114. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Analista Judiciário) Apesar de o presidente da


República, após a edição da medida provisória, não poder mais retirá-la da
apreciação do Congresso Nacional, ele pode ab-rogá-la por meio da edição de
nova medida provisória.

O Presidente da República pode editar uma nova medida provisória


para revogar uma MP editada anteriormente. Isso é sim possível. No
entanto, isso não significa que o Presidente da República retirou a MP
da apreciação do Legislativo.

Gabarito: Certo.

115. (CESPE - 2012 - TJ-PI - Juiz) As medidas provisórias, cujo prazo de validade é
de sessenta dias, prorrogável por mais sessenta, devem ser votadas em
sessão conjunta do Congresso Nacional.

As medidas provisórias são analisadas separadamente, em cada casa,


inclusive com a ordem de ser apreciada, inicialmente, na Câmara dos
Deputados (art. 62, §8º).

Gabarito: Errado.

116. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador) A despeito de não estar prevista na


Constituição Federal a possibilidade de os governadores e os prefeitos
editarem medidas provisórias, prevalece o entendimento jurisprudencial de

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que os estados-membros, o Distrito Federal e os municípios podem editar tais
medidas, podendo estabelecer livremente, no exercício de sua autonomia
político-legislativa, as regras do processo de tramitação dessas medidas em
seu próprio âmbito.

Os estados e municípios, segundo o entendimento jurisprudencial,


podem estabelecer a medida provisória. No entanto, para que isso
ocorra, a MP deve estar prevista na Constituição Estadual ou na Lei
Orgânica Municipal e deve haver estrita observância dos princípios e
limitações impostas pelo modelo federal.

Gabarito: Errado.

117. (CESPE - 2012 - AGU – Advogado) A CF admite a edição de medida provisória


que institua ou majore impostos, desde que seja respeitado o princípio da
anterioridade tributária.

Muitos candidatos acham que medida provisória não pode instituir ou


majorar impostos. Pois fiquem sabendo que pode, sim (e o executivo o
faz com bastante frequência)! Se for respeitado o princípio da
anterioridade tributária (art. 62, §2º), está tudo certo. Veja que o
referido artigo traz, inclusive, exceções a este princípio!

Gabarito: Certo.

118. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista) Não comporta exceções a
seguinte regra constitucional, considerada autoaplicável: medida provisória
que institua ou majore imposto só produzirá efeitos no exercício financeiro
seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia do exercício em que
foi editada.

As exceções são trazidas no próprio art. 61, §2º que trata sobre a
instituição e majoração de imposto por meio de MP. Ele nos remete ao
art. 153, I, II, IV, V, e 154, II. Vamos ver que exceções são essas?
Agora vocês vão entender porque o tal do IPI fica subindo e descendo!

I - importação de produtos estrangeiros;


II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados;
IV - produtos industrializados;
V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores
mobiliários;

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II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários (...)

Gabarito: Errado.

119. (CESPE - 2010 - TRT - 21ª Região (RN) – Analista) As medidas provisórias
perdem a eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo
de trinta dias, prorrogável uma vez, por igual período.

O prazo, que realmente é prorrogável uma única vez, é de sessenta


dias. Veja no art. 62, §3º.

Gabarito: Errado.

120. (CESPE - 2010 - TRE-BA – Técnico) Para matérias reservadas a lei


complementar, ao presidente da República é vedado editar medida provisória.

Isso é até um pouco lógico, não acham? A Constituição Federal reserva


matérias mais “sensíveis” à lei complementar, pois sua aprovação
requer uma articulação política maior. De repente, vai o Presidente da
República e edita uma medida provisória sobre a mesma matéria? Aí
não pode, né?

Gabarito: Certo.

121. (CESPE/AGU/2009) As medidas provisórias não convertidas em lei no prazo


constitucional perdem a eficácia a partir do ato declaratório de encerramento
do prazo de sua vigência.

As MPs não convertidas em lei perdem sua eficácia desde sua edição
(ex tunc), conforme art. 62, §3º da Constituição Federal. Devemos nos
lembrar que o Congresso Nacional terá 60 dias para disciplinar as
relações jurídicas decorrentes das MPs rejeitadas e, caso o CN não
edite o decreto legislativo, as relações jurídicas consolidadas
decorrentes de MP rejeitada continuarão sendo regidos por ela.

Gabarito: Errado.

122. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Segundo a doutrina e a


jurisprudência, a medida provisória editada pelo presidente da República pode
ser retirada da apreciação do Poder Legislativo, tal como se dá com o projeto
de lei por ele encaminhado ao Congresso Nacional.

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Uma vez editada, a medida provisória não pode ser retirada da
apreciação do Congresso Nacional. O que o Presidente pode fazer é
revogar uma MP com outra MP. No entanto, a MP revogadora será
também apreciada pelo Congresso e, caso seja rejeitada, a MP
revogada volta a valer pelo prazo que lhe restava e também será
apreciada pelo Congresso Nacional.

Gabarito: Errado.

123. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O STF reconhece a


constitucionalidade de medida provisória editada por governador de estado,
desde que seja admitida na constituição estadual e observe os princípios e
limitações impostos na CF.

Os chefes do executivo estaduais e municipais podem editar medidas


provisórias, desde que elas estejam previstas na Constituição estadual
ou na Lei Orgânica municipal. A própria CF permite a edição de MP
estadual em seu art. 25, § 2º.

Gabarito: Certo.

124. (CESPE/AGU/2009) De acordo com o princípio da legalidade, apenas a lei


decorrente da atuação exclusiva do Poder Legislativo pode originar comandos
normativos prevendo comportamentos forçados, não havendo a possibilidade,
para tanto, da participação normativa do Poder Executivo.

Um exemplo de ato normativo com força de lei que é editado pelo


Presidente da República é a Medida Provisória, que pode criar direitos
e obrigações, da mesma forma que as leis editadas pelo Poder
Legislativo.

Gabarito: Errado.

125. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Suponha que determinado


projeto de lei ordinária seja encaminhado para sanção presidencial e que,
nesse mesmo momento, o presidente da República resolva editar uma medida
provisória acerca da mesma matéria tratada no referido projeto. Nessa
situação hipotética, desde que atendidos os demais preceitos constitucionais,
não há impedimento para se editar a referida medida provisória.

É vedada edição de MP sobre matéria de projeto de lei enviado ao


Presidente e pendente de sanção ou veto, conforme art. 62, §1º, IV.

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Gabarito: Errado.

126. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) O orçamento público rege-se


pelo princípio da reserva de lei. Assim, os orçamentos e os créditos adicionais
e extraordinários somente podem ser aprovados ou autorizados por meio de
lei, não sendo admitida a edição de medida provisória.

Cabe medida provisória para abertura de créditos extraordinários,


conforme art. 62, §1º, I, d.

Gabarito: Errado.

127. (CESPE/AJAJ - TRT 5ª/2009) A CF veda expressamente a reedição, na mesma


sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha
perdido sua eficácia por decurso de prazo.

Trata-se de irrepetibilidade absoluta prevista expressamente no art.


62, § 10 ”É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida
provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia
por decurso de prazo.”

Lembre-se que a irrepetibilidade é absoluta também para a PEC


rejeitada ou prejudicada e é relativa para os projetos de lei rejeitados.
Estes últimos podem ser repetidos na mesma SLO caso haja aprovação
da maioria absoluta de qualquer das Casas do Congresso Nacional.

Gabarito: Certo.

128. (CESPE/OAB-SP exame nº 137/2008) O presidente da República pode adotar


medidas provisórias, com força de lei, sobre definição de crime ou majoração
de sanção penal.

Não se pode editar MP sobre matéria penal e nem processual penal.


Muita atenção às vedações à MP, pois esta é uma matéria bastante
cobrada em provas.

Gabarito: Errado.

129. (CESPE/OAB-SP exame nº 137/2008) O presidente da República pode adotar


medidas provisórias, com força de lei, sobre prazos processuais.

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É vedada edição de MP sobre direito processual penal ou processual
civil. Essa questão é importantíssima e é bastante recorrente em
provas. Assim, não custa nada repetir:

 Vedada edição de MP sobre (art. 62, § 1º + art. 25 § 2º + 246 + 73ADCT)


o Concessão de gás canalizado (estados) (25 § 2º)
o Nacionalidade
o Cidadania
o Direito eleitoral
o Direitos políticos
o Partidos políticos
o Direito - Penal
- Processual penal
- Processual civil
o Organização MP e Judiciário
o PPA, LDO, LOA e créditos adicionais e suplementares
 Créditos extraordinários pode MP
o Detenção e sequestro de bens, poupança ou ativo financeiro
o Matéria reservada à LC
o Já disciplinada em PL e pendente de sanção ou veto do PR
o Para regulamentar art. alterado por EC entre 1/1/95 e EC 32/2001 (CF art. 246)
 As MPs anteriores à EC 32/2001 são válidas (aprovação por decurso de
prazo) até que MP ou LO ulterior as revogue explicitamente ou até
deliberação definitiva do CN (independente de renovação)

o Fundo social de Emergência (73 ADCT)


o Sobre matéria de PL/MP rejeitados na mesma Sessão Legislativa

Gabarito: Errado.

130. (CESPE - 2008 - PGE-ES - Procurador de Estado) O fato de o governador haver


sancionado a lei lhe retira a pertinência temática para ajuizamento de ação
direta de inconstitucionalidade.

Ainda que o Presidente da República sancione uma lei, ele pode propor
uma Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) contra ela, ou seja,
não é pelo fato de o Presidente haver sancionado uma lei, que ele
perderá o direito de contestá-la perante o judiciário.

Gabarito: Errado.

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131. (CESPE.TCU.ACE.2007) As MPs produzem, ao serem editadas, pelo menos dois
efeitos: o efeito inovador da ordem jurídica e o efeito provocador do Congresso
Nacional para que este delibere sobre o assunto.

As medidas provisórias são atos normativos com força de lei editadas


pelo Presidente da República. Assim, elas podem inovar a ordem
jurídica. A segunda parte da questão também está correta, uma vez
que após a edição da MP, ela será imediatamente submetida à
apreciação do Congresso Nacional, que pode aprová-la ou rejeitá-la.

Gabarito: Certo.

132. (CESPE.TCU.ACE.2007) Um conceito válido de MP é aquele que a entende


como um ato normativo primário, sob condição resolutiva, de caráter
excepcional no quadro da separação dos poderes.

Vamos por partes:

1 - A MP é um ato normativo primário, uma vez que deriva da


própria Constituição.
2 - A condição resolutiva é aquela que deseja que certo
contrato seja extinto, logo que se verificar um determinado
fato. Em outras palavras, o contrato será válido até que ocorra
a condição resolutiva. Igualmente a Medida Provisória é válida
até que o Congresso Nacional a aprove ou rejeite (expressa ou
tacitamente).
3 - A Medida Provisória somente pode ser editada em caso de
relevância e urgência, possuindo caráter excepcional.

Gabarito: Certo.

133. (CESPE.OAB.2007.1) A matéria veiculada em MP rejeitada pelo Congresso


Nacional não poderá ser reapresentada na mesma sessão legislativa, cabendo
a esse órgão disciplinar, por meio de decreto legislativo, as relações jurídicas
decorrentes da edição da MP rejeitada.

Observe o artigo 62 da Constituição Federal:

§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória


que tenha sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de
prazo.

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Além disso:

§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão


eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo de
sessenta dias, prorrogável, nos termos do § 7º, uma vez por igual período,
devendo o Congresso Nacional disciplinar, por decreto legislativo, as relações
jurídicas delas decorrentes.

§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta


dias após a rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações
jurídicas constituídas e decorrentes de atos praticados durante sua vigência
conservar-se-ão por ela regidas.

Gabarito: Certo.

134. (CESPE.TCU.ACE.2007) O Poder Judiciário não detém competência para


exercer crítica sobre o juízo de existência dos pressupostos da MP, pois eles
são discricionários.

Os requisitos constitucionais de relevância e a urgência das medidas


provisórias possuem caráter político e são de apreciação discricionária
do Presidente da República. Assim, em regra, os requisitos de
relevância e urgência não são analisados pelo Poder Judiciário.
Excepcionalmente, caso haja abuso ou excessos por parte do
Presidente da República, tais requisitos podem sim ser apreciados pelo
Judiciário. A questão cobrou a exceção.

Gabarito: Errado.

135. (CESPE.TCU.ACE.2007) É possível regular por MP matéria que a Constituição


reserva à iniciativa legislativa exclusiva dos Poderes Legislativo ou Judiciário ou
mesmo a outros órgãos como o Ministério Público e o tribunal de contas, pois
não há, quanto a isso, vedação constitucional explícita.

A Constituição estabeleceu expressamente as competências exclusivas


do Poder Legislativo nos artigos 49, 51 e 52, não cabendo edição de
Medida Provisória sobre essas matérias. Igualmente, a CF veda a
edição de MP sobre a organização do Poder Judiciário e do Ministério
Público, a carreira e a garantia de seus membros (art. 62, § 1º, I, “c”).

Gabarito: Errado.

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136. (CESPE.OAB.2007.1) Considere que o Congresso Nacional já tenha aprovado
determinado projeto de lei, agora em fase de sanção ou veto, alterando o
projeto inicial encaminhado pelo presidente da República. Não satisfeito com a
referida alteração, poderá o presidente da República editar nova medida
provisória (MP) sobre a matéria rejeitada.

Isso é proibido pelo art. 62, § 1º: “É vedada a edição de medidas


provisórias sobre matéria: IV - já disciplinada em projeto de lei
aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de sanção ou veto do
Presidente da República.”

Gabarito: Errado.

137. (CESPE.Gestor.Público.AM.2006) É vedada a edição de medidas provisórias a


respeito de matéria relativa a planos plurianuais e diretrizes orçamentárias,
excepcionada a abertura de crédito extraordinário para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra.

Conforme o art. 62, § 1º, I, “d”.

Gabarito: Certo.

138. (CESPE/UNB-Proc.Federal.2006) Admite-se que o estado-membro preveja em


sua Constituição a edição de medidas provisórias, pelo governador do estado,
por simetria ao modelo federal, desde que sejam observadas as regras básicas
do processo legislativo previsto na Constituição Federal.

Além das MPs federais, editadas pelo Presidente da República, podem


também existir MPs estaduais e municipais, editadas, respectivamente
pelo Governador e pelo Prefeito, desde que haja previsão na
Constituição Estadual ou na Lei Orgânica Municipal (ADI 812/TO-MC).
Observe que o único legitimado para editar a Medida Provisória é o
chefe do executivo, que não pode delegar sua elaboração.

Gabarito: Certo.

139. (CESPE/UNB-AGU.2004) Após a aprovação do projeto de lei de conversão pelo


Congresso Nacional e de seu envio à sanção presidencial, permanece em
vigência a medida provisória (MP) correspondente, apenas pelo período que
lhe reste do prazo de 120 dias contados da data de sua publicação; caso
transcorra o período restante de vigência da MP antes da sanção do projeto de
lei de conversão, ela será considerada revogada, cabendo ao Congresso

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Nacional, por decreto legislativo, disciplinar as relações jurídicas dela
decorrentes.

Conforme o artigo 61: “§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão


alterando o texto original da medida provisória, esta manter-se-á
integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto.”
Dessa forma, observe que o prazo de 60+60 dias é para que o
Congresso Nacional aprove ou rejeite a MP, não estando incluso nele o
prazo para sanção ou veto do Presidente da República.

Gabarito: Errado.

140. (CESPE/UNB-TRF-5ª Região.2005) Se a criação de controladorias para


investigar os gastos dos ministérios fosse feita por medida provisória e o
Congresso Nacional aprovasse o seu texto original sem alteração, essa medida
provisória seria convertida em lei, dispensada a sanção presidencial, sendo
atribuição do Congresso Nacional sua promulgação e publicação.

Como a Medida Provisória não foi alterada, o texto aprovado pelo


Congresso Nacional foi exatamente o mesmo texto editado pelo
Presidente da República, não havendo necessidade que este sancione
ou vete a lei. Assim, a MP (que agora será uma lei) deverá ser
promulgada e publicada pelo Presidente do Senado Federal (que é o
Presidente do CN).

Gabarito: Certo.

141. (CESPE/UNB-TJ.SE.2004) Independentemente de previsão na constituição


estadual, o STF reconhece legitimidade a governador para expedir medida
provisória em caso de relevância e urgência, haja vista a aplicação do princípio
da simetria ao modelo federal em matéria de processo legislativo.

Além das MPs federais, editadas pelo Presidente da República, podem


também existir MPs estaduais e municipais, editadas, respectivamente
pelo Governador e pelo Prefeito, desde que haja previsão na
Constituição Estadual ou na Lei Orgânica Municipal (ADI 812/TO-MC).
Observe que o único legitimado para editar a Medida Provisória é o
chefe do executivo, que não pode delegar sua elaboração.

Gabarito: Errado.

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Meus caros Analistas do TRE/PE, chegamos ao final de nossa aula de hoje.


Continuem firmes e estudem de maneira simples, procurando entender o
espírito das normas e não apenas decorando informações. Lembre-se que
A SIMPLICIDADE É O GRAU MÁXIMO DA SOFISTICAÇÃO (Leonardo da
Vinci).

Espero que todos vocês tenham muito SUCESSO nessa jornada, que é
bastante trabalhosa, mas extremamente gratificante!

Abraços a todos e até a próxima aula.

Roberto Troncoso

Se você acha que pode ou se você acha que não


pode, de qualquer maneira, você tem razão.
(Henry Ford)

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XII. QUESTÕES DA AULA

PROCESSO LEGISLATIVO + LEI ORDINÁRIA E LEI COMPLEMENTAR

1. (CESPE - 2014 - PM-CE - Oficial da Polícia Militar) A iniciativa das leis que
disponham sobre regime jurídico e provimento de cargos de militares das
forças armadas cabe ao presidente da República, a membro da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal e ao Supremo Tribunal Federal

2. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor de Orçamento e


Fiscalização Financeira) Caso um deputado federal apresente projeto de lei
versando sobre matéria tributária, ela será incompatível com a CF, pois a
referida iniciativa, independentemente de seu conteúdo, é privativa do chefe
do Poder Executivo.

3. (CESPE - 2014 - MDIC - Analista Técnico) Se um projeto de lei ordinária de


iniciativa parlamentar invadir a iniciativa privativa do presidente da República,
a sanção desse projeto pelo chefe do Poder Executivo federal sanará o vício
deflagrado no processo legislativo.

4. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Analista Legislativo - Consultor


Legislativo - ADAPTADA) O projeto de lei elaborado por comissão mista deverá
ser encaminhado, alternadamente, ao Senado Federal e à Câmara dos
Deputados. (...)

5. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor de Orçamento e


Fiscalização Financeira) Se o Congresso Nacional editar uma lei complementar
(LC) instituidora de certa obrigação tributária, posteriormente, uma lei
ordinária poderá revogar dispositivos dessa LC, desde que tais dispositivos
sejam materialmente ordinários.

6. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor de Orçamento e


Fiscalização Financeira) A CF admite que se modifiquem, por meio de emendas
parlamentares, projetos de lei elaborados pelo chefe do Poder Executivo no
exercício de sua iniciativa reservada, mas veda, por inteiro, as emendas que
ensejem aumento de despesa pública.

7. (CESPE - 2014 - TC-DF - Analista de Administração Pública - Sistemas de TI) O


veto do presidente da República a projeto de lei será apreciado em sessão
unicameral, somente podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos
congressistas.

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8. (CESPE - 2014 - ANTAQ - Conhecimentos Básicos - Cargos 1 a 4) A
Constituição autoriza o presidente da República, o STF, os tribunais superiores
e o Procurador-Geral da República a solicitar, ao Congresso Nacional, regime
de urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa.

9. (CESPE - 2014 - MPE-AC) Não se admite a apresentação de emendas


parlamentares durante o processo legislativo referente a projeto de lei que, em
tramitação na Assembleia Legislativa, disponha sobre a organização dos
serviços administrativos do MPE, dado o caráter reservado de sua iniciativa.

10. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo) Compete


privativamente ao presidente da República vetar projetos de lei, total ou
parcialmente, devendo o veto ser apreciado em sessão conjunta e só podendo
ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos deputados e senadores, em
votação aberta.

11. (CESPE - 2014 - TJ-DF - Titular de Serviços de Notas e de Registros) A


iniciativa de leis sobre matéria tributária é privativa do chefe do Poder
Executivo de cada ente federativo, conforme reiterado entendimento do STF.

12. (CESPE - 2014 - TJ-DF - Titular de Serviços de Notas e de Registros) O veto


presidencial a projeto de lei somente pode ser rejeitado pela manifestação da
maioria absoluta dos deputados e senadores, em deliberação realizada de
forma secreta.

13. (CESPE - 2014 - TJ-DF - Titular de Serviços de Notas e de Registros) Em


nenhuma hipótese, a matéria constante de projeto de lei rejeitado poderá
constituir objeto de novo projeto na mesma sessão legislativa.

14. (CESPE - 2014 - TCE-PB - Procurador) Considerando que lei estadual, de


iniciativa parlamentar, viesse a revogar dispositivos da Lei Orgânica do TCE/PB
(LO-TCE/PB) que versem acerca da organização desse tribunal, a referida lei
seria inconstitucional, pois cabe ao próprio TCE/PB a iniciativa privativa para
instaurar processo legislativo que pretenda alterar sua organização e seu
funcionamento.

15. (CESPE - 2014 - TCE-PB - Procurador) Considerando que lei estadual, de


iniciativa parlamentar, viesse a revogar dispositivos da Lei Orgânica do TCE/PB
(LO-TCE/PB) que versem acerca da organização desse tribunal, apesar de a
iniciativa legislativa caber ao TCE/PB, tal vício poderia ser sanado com a
sanção do projeto de lei pelo governador do estado.

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16. (CESPE - 2014 - TJ-DF - Juiz) No projeto de lei orçamentária anual — de
iniciativa exclusiva do presidente da República —, não são admitidas emendas
parlamentares que acarretem aumento de despesas.

17. (CESPE - 2014 - Instituto Rio Branco - Diplomata) Pertence privativamente ao


presidente da República a iniciativa das leis que disponham sobre a criação de
cargos, funções ou empregos públicos, bem como sobre o aumento de
remuneração, na administração direta e nas autarquias.

18. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo) Um deputado


federal apresentou projeto que aborda matéria tributária de interesse da
União, posteriormente convertido em lei, e, após alguns meses de vigência, foi
ajuizada ação direta de inconstitucionalidade (ADI) por vício formal e material
perante o Supremo Tribunal Federal (STF), por um partido político com
representação no Congresso Nacional. Tendo havido sanção expressa, é
desnecessário o debate acerca de eventual defeito de iniciativa, já que este,
mesmo existente, restaria convalidado pela anuência presidencial.

19. (CESPE - 2014 - TCE-PB – Procurador) (...) A CF veda a apresentação de


emendas parlamentares nos projetos de lei de iniciativa privativa.

20. (CESPE - 2012 - TJ-PI - Juiz) As deliberações das comissões permanentes de


ambas as casas do Congresso Nacional devem ser tomadas por maioria
simples, salvo no que diz respeito à discussão e votação, em caráter
conclusivo, de projetos de lei, caso em que se requer maioria absoluta.

21. (CESPE - 2012 - AGU – Advogado) A competência para votar os projetos de lei
é, em regra, dos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado Federal,
mas as mesas diretoras das respectivas casas podem, mediante decreto
legislativo, outorgar às comissões permanentes, em razão da matéria de sua
competência, a prerrogativa de discutir, votar e decidir as proposições
legislativas.

22. (CESPE - 2012 - TJ-PI - Juiz) A promulgação e a publicação da lei são sempre
atos conjuntos e devem ocorrer de forma simultânea.

23. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista) São de iniciativa privativa
do presidente da República as leis que disponham sobre normas gerais para a
organização do Ministério Público e da Defensoria Pública dos estados, do
Distrito Federal e dos territórios.

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24. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista) A apreciação de veto
presidencial a projetos de lei deve ocorrer, obrigatoriamente, em sessão
conjunta da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

25. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Técnico Judiciário) Entre as atribuições do presidente


da República inclui-se a de iniciar o processo legislativo, nos casos previstos na
CF.

26. (CESPE - 2012 - PC-CE - Inspetor de Polícia - Civil) Em função do sistema de


distribuição de competências legislativas criado pela CF, há nítida
superioridade hierárquica das leis federais sobre as estaduais.

27. (CESPE - 2011 - STM – Analista) Compete exclusivamente ao governador do


Distrito Federal apresentar projeto de lei para a concessão de reajuste dos
servidores militares do Distrito Federal.

28. (CESPE - 2011 - TRE-ES – Analista) A CF veda, em caráter absoluto, que


matéria constante de projeto de lei rejeitado seja objeto de novo projeto na
mesma sessão legislativa.

29. (CESPE - 2011 - PC-ES) A aprovação de projetos de lei ordinária condiciona-se


à maioria simples dos membros de cada Casa do Congresso Nacional, ou seja,
somente haverá aprovação pela maioria dos votos, presente a maioria absoluta
de seus membros.

30. (CESPE - 2010 - TCE-BA – Procurador) Se um projeto de lei for rejeitado em


uma das casas do Congresso Nacional, a matéria dele constante somente
poderá ser objeto de novo projeto, no mesmo ano legislativo, mediante
proposta de dois terços dos membros de qualquer das casas legislativas.

31. (CESPE - 2010 - TCE-BA – Procurador) O presidente da República só pode


solicitar urgência para apreciação de projetos de sua iniciativa, seja privativa,
seja concorrente.

32. (CESPE - 2010 - ABIN - Oficial Técnico de Inteligência) Para aprovação de lei
que preveja indenização compensatória como meio de proteção contra a
despedida arbitrária ou sem justa causa, exige-se quórum de votação de
maioria simples, conforme determina a CF.

33. (CESPE/TCE-AC/2009) A CF prevê a hipótese de iniciativa popular, que pode


ser exercida pela apresentação, à Câmara dos Deputados, de projeto de lei
subscrito por, no mínimo, 10% dos eleitores de qualquer estado da Federação.

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34. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Considere que um projeto de
lei de iniciativa parlamentar tenha por objeto autorizar o parcelamento de
débitos tributários federais em 60 meses, especificando o seu alcance e
requisitos. Nessa situação hipotética, a sanção presidencial elimina a
inconstitucionalidade formal do referido projeto de lei, visto que a matéria é de
competência privativa do presidente da República.

35. (CESPE/SECONT-ES/2009) No processo legislativo referente às leis


orçamentárias, é admissível a utilização de emendas pelos membros do Poder
Legislativo, ainda que se trate de proposições constitucionalmente sujeitas à
cláusula de reserva de iniciativa e independentemente de relação de
pertinência com a proposição original.

36. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) De acordo com a CF, pelo
procedimento legislativo abreviado, as comissões, em razão da matéria de sua
competência, podem discutir e votar projeto de lei que dispense, na forma
regimental, a competência do plenário.

37. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Quando o veto presidencial


abarcar todo o projeto de lei, o Congresso Nacional não poderá promover a
rejeição parcial desse veto.

38. (CESPE/AJAA - TRT 5ª/2009) O presidente da República tem iniciativa privativa


para apresentação de projeto de lei que vise à concessão de isenção tributária
de taxa judicial.

39. (CESPE/TJAA - TRT 5ª/2009) É constitucional lei de iniciativa de deputado


estadual criadora de gratificação na secretaria de saúde do estado.

40. (CESPE/AGU/2009) Segundo a doutrina, a aplicação do princípio da reserva


legal absoluta é constatada quando a CF remete à lei formal apenas a fixação
dos parâmetros de atuação para o órgão administrativo, permitindo que este
promova a correspondente complementação por ato infralegal.

41. (CESPE/Advogado - IBRAM-DF/2009) No caso do DF, a iniciativa de projeto de


lei em matéria tributária é exclusiva do governador, enquanto nos territórios a
competência privativa é do presidente da República.

42. (CESPE/ TCE-AC/2009) Segundo a CF, emenda constitucional disporá sobre a


elaboração, redação, alteração e consolidação das leis.

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43. (CESPE/TCE-AC/2009) O procurador-geral da República tem competência para
propor projeto de lei ordinária ou complementar.

44. (CESPE/AGU/2009) Não há veto ou sanção presidencial na emenda à


Constituição, em decretos legislativos e em resoluções, nas leis delegadas, na
lei resultante da conversão, sem alterações, de medida provisória.

45. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) São de iniciativa privativa do presidente


da República as leis que disponham sobre normas gerais para a organização do
Ministério Público e do Poder Judiciário dos estados, do Distrito Federal e dos
territórios.

46. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) São de iniciativa privativa do presidente


da República as leis que disponham sobre a fixação do subsídio dos ministros
do Supremo Tribunal Federal (STF).

47. (CESPE/OAB-SP exame nº 135/2008) São de iniciativa privativa do presidente


da República as leis que disponham sobre criação de cargos, funções ou
empregos públicos na administração direta.

48. (CESPE/Analista-SERPRO/2008) O deputado federal X propôs projeto de lei


ordinária cujo objeto prevê a possibilidade de parcelamento de débitos
tributários com a fazenda federal. Esse projeto foi aprovado e, depois de
vetado pelo presidente da República por ilegalidade, foi devidamente
promulgado. O projeto de lei em questão é formalmente inconstitucional, por
vício de iniciativa cuja competência privativa é do presidente da República.

49. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) A iniciativa de projetos de lei que


disponham sobre vantagem pessoal concedida a servidores públicos cabe tanto
ao chefe do Poder Executivo, quanto à Câmara dos Deputados ou ao Senado
Federal.

50. (CESPE.OAB.2007.1) No Senado Federal, para que um projeto de lei ordinária


seja aprovado, é necessário que haja a maioria simples, presente a maioria
absoluta de seus membros. Dessa forma, como o Senado Federal tem 81
senadores, referido projeto demandará, no mínimo, 41 votos para que seja
aprovado.

51. (CESPE/Advogado - Petrobrás/2007) É de competência exclusiva do Poder


Legislativo iniciar o processo legislativo das matérias pertinentes ao plano
plurianual, às diretrizes orçamentárias e aos orçamentos anuais.

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52. (CESPE/Técnico - TRT 9ª/2007) Um projeto de lei federal decorrente de
iniciativa popular deve ser apresentado perante a Câmara dos Deputados,
desde que preenchidos os requisitos constitucionais.

53. (CESPE/UNB-OAB.2006-II) Em virtude do princípio da simetria, a iniciativa de


leis que concedam aumento a servidores públicos da administração indireta
estadual deve ser privativa do governador do estado.

54. (CESPE/UNB-Proc.Federal.2004) No processo legislativo do projeto de lei do


orçamento anual, somente após o início da votação do projeto no plenário do
Congresso Nacional é que não poderá mais o presidente da República
encaminhar mensagem propondo modificações no conteúdo dessa proposição.

55. (CESPE/UNB-PGE.RR.2004) Nos termos da Constituição da República, os


projetos de lei deverão ser aprovados, necessariamente, pelo plenário da
Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

56. (CESPE/UNB-PGE.ES.2004) A assembleia legislativa de um estado, por lei


ordinária de iniciativa de um de seus membros, fixou vantagem pecuniária
para os servidores públicos daquele estado. Somente o poder constituinte
derivado, por emenda à constituição estadual, poderá fixar a iniciativa de leis
que versem sobre remuneração dos servidores públicos do estado aos
membros da assembleia legislativa.

57. (CESPE/UNB-PGE.ES.2004) A assembleia legislativa de um estado, por lei


ordinária de iniciativa de um de seus membros, fixou vantagem pecuniária
para os servidores públicos daquele estado. Verifica-se, nesse caso,
inconstitucionalidade formal.

58. (CESPE/UNB-TRF-5ª Região/2004) A iniciativa popular pode ser exercida pela


apresentação à Câmara dos Deputados de projeto de lei subscrito por, no
mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, cinco estados,
com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles; no processo
legislativo estadual, pela apresentação à Assembleia Legislativa de projeto de
lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado estadual, distribuído por, pelo
menos, cinco municípios, com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um
deles; e no processo legislativo municipal, assim como no do DF, pela
apresentação à Câmara Municipal ou à Câmara Legislativa, conforme o caso,
de projeto de lei subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado municipal, ou do
DF, conforme o caso, distribuído por, pelo menos, cinco seções eleitorais, com
não menos de 0,3% dos eleitores de cada uma delas.

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EMENDA À CONSTITUIÇÃO (EC)

59. (CESPE - 2014 - TJ-DF - Titular de Serviços de Notas e de Registros) Proposta


de emenda à constituição que vise acabar com o poder de veto do presidente
da República no processo legislativo não pode ser objeto de controle pelo STF,
porque, no direito brasileiro, o Poder Judiciário não realiza controle preventivo
de constitucionalidade.

60. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor de Orçamento) A matéria


constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por
prejudicada somente poderá ser reapresentada, na mesma sessão legislativa,
mediante requerimento da maioria absoluta dos membros de qualquer das
Casas do Congresso Nacional.

61. (CESPE - 2014 - PGE-BA - Procurador do Estado) O procedimento de emenda


constitucional previsto no texto da Constituição baiana obedece ao princípio da
simetria.

62. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo) Não poderá
ser objeto de deliberação a proposta de emenda constitucional tendente a
abolir a forma federativa de governo, por se tratar de cláusula pétrea.

63. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo) Segundo a


doutrina, os procedimentos de reforma constitucional classificam-se em
emenda e revisão, não tendo este último sido aceito pela Constituição Federal
de 1988(CF).

64. (CESPE - 2014 - TCE-PB - Procurador) A vedação à emenda da CF durante os


estados de defesa e de sítio constitui uma limitação temporal ao poder
constituinte derivado reformador.

65. (CESPE - 2014 - PGE-PI - Procurador do Estado Substituto) A matéria


constante de proposta de emenda constitucional rejeitada ou havida por
prejudicada somente poderá constituir objeto de novo projeto, na mesma
sessão legislativa, mediante proposição da maioria absoluta dos membros de
qualquer das Casas do Congresso Nacional.

66. (CESPE - 2014 - TJ-SE - Titular de Serviços de Notas e de Registros) A CF


possui cláusulas pétreas implícitas, existindo limitações ao poder de reforma
constitucional que não estão expressamente indicadas em seu texto.

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67. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados – Consultor Legislativo) Sempre que
uma proposta de emenda à Constituição for apresentada, sua tramitação
deverá iniciar-se, necessariamente, na Câmara dos Deputados.

68. (CESPE - 2014 - TJ-SE - Titular de Serviços de Notas e de Registros) No Brasil,


somente será possível alterar a forma federativa do Estado se houver
aprovação de três quintos dos votos dos membros de cada casa do Congresso
Nacional.

69. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo) O fato de um


projeto de lei ser aprovado e, após seu encaminhamento para sanção do
presidente da República, sofrer veto presidencial com fundamento na
inconstitucionalidade do ato objeto de deliberação comprova a existência, no
ordenamento legislativo brasileiro, de controle preventivo de
constitucionalidade, ao lado do consagrado sistema jurisdicional, normalmente
de caráter repressivo.

70. (CESPE - 2012 - STJ - Analista Judiciário - Área Judiciária) A constituição de


um estado pode estabelecer norma que condicione a reforma de seu texto à
aprovação do projeto de reforma por quatro quintos da totalidade dos
membros integrantes da assembleia legislativa.

71. (CESPE - 2012 - MPE-RR - Promotor de Justiça) Determinada PEC apresentada


por um terço dos senadores foi aprovada por três quintos dos membros do
Senado Federal, em dois turnos de discussão e votação, tendo sido, então,
enviada à Câmara dos Deputados para apreciação, ocasião em que foi
modificado todo o seu conteúdo. Na situação acima apresentada, a PEC

a) deverá ser enviada à sanção presidencial para promulgação e publicação


após a aprovação na Câmara dos Deputados.

b) é inválida, visto que deveria ter sido apresentada não apenas por
senadores, mas também por membros da Câmara dos Deputados.

c) deveria ter sido votada em sessão conjunta de deputados e senadores, e


não separadamente, em cada Casa do Congresso Nacional.

d) deverá retornar ao Senado Federal, para ser novamente votada, em razão


de ter sido modificada na Câmara dos Deputados.

e) deveria ter sido arquivada no Senado Federal por não ter alcançado o
quórum de dois terços (66%) necessário à sua aprovação.

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72. (CESPE - 2012 - PC-AL - Delegado de Polícia) De acordo com o Supremo
Tribunal Federal (STF), é possível questionar, através de mandado de
segurança, proposta de emenda constitucional tendente a abolir a separação
de poderes. Todavia, a legitimidade para o ajuizamento é exclusiva de
parlamentar.

73. (CESPE - 2011 – EBC) Matéria constante de proposta de emenda constitucional


rejeitada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.

74. (CESPE - 2011 - CBM-DF) Cabe à casa legislativa na qual tenha sido concluída
a votação de emenda à Constituição Federal enviar a referida emenda ao
presidente da República para promulgação e consequente publicação.

75. (CESPE - 2011 - STM - Técnico Judiciário) Proposta de emenda constitucional


deve ser discutida e votada nas duas Casas do Congresso Nacional, em turno
único, considerando-se aprovada se obtiver três quintos dos votos dos seus
respectivos membros. Na fase constitutiva do seu processo legislativo, conta-
se com a participação do presidente da República, e a promulgação deve
realizar-se, conjuntamente, pelas Mesas do Senado Federal e da Câmara dos
Deputados.

76. (CESPE/AJAA - TRT 5ª/2009) Prescinde de sanção do presidente da República


emenda constitucional que tenha sido regularmente aprovada no Congresso
Nacional.

77. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Uma proposta de emenda


constitucional que tenha sido rejeitada ou prejudicada somente pode ser
reapresentada na mesma sessão legislativa mediante a propositura da maioria
absoluta dos membros de cada casa do Congresso Nacional.

78. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A CF pode ser emendada por proposta de


assembleia legislativa de uma ou mais unidades da Federação, manifestando-
se cada uma delas pela maioria relativa de seus membros.

79. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A proposta de emenda constitucional deve


ser discutida e votada em cada casa do Congresso Nacional em dois turnos,
considerando-se aprovada, se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos
respectivos membros. A casa na qual tenha sido concluída a votação deve
enviar o projeto de emenda ao presidente da República, para que este,
aquiescendo, o sancione.

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80. (CESPE/Auditor-TCU/2009) Um deputado federal, diante da pressão dos seus
eleitores, pretende modificar a sistemática do recesso e da convocação
extraordinária no âmbito do Congresso Nacional. Assim, no caso narrado, para
que modificação pretendida seja votada pelo Congresso Nacional, a proposta
de emenda constitucional deverá ser apresentada por, no mínimo, um terço
dos membros da Câmara dos Deputados.

81. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) A CF admite emenda


constitucional por meio de iniciativa popular.

82. (CESPE/Analista - TCE-TO/2008) O fenômeno de reforma da Constituição por


meio da alteração formal do seu texto é denominado mutação constitucional.

83. (CESPE/AJAJ-STF/2008) A CF, conforme seu próprio texto, pode ser emendada
por meio de iniciativa popular, desde que o projeto seja subscrito, por, no
mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído por, pelo menos, cinco estados,
com não menos de 0,3% dos eleitores de cada um deles.

84. (CESPE/TJAA-STF/2008) O início da tramitação de proposta de emenda


constitucional cabe tanto ao Senado Federal quanto à Câmara dos Deputados,
pois a CF confere a ambas as casas o poder de iniciativa legislativa.

85. (CESPE.TCU.ACE.2007) No Brasil, o poder de emendar a Constituição só se


concretiza quando a proposta de emenda reúne, entre outros requisitos, o voto
favorável de três quintos dos membros de cada casa do Congresso Nacional e
em dois turnos de votação em cada uma delas.

86. (CESPE.Gestor.Público.AM.2006) As cláusulas pétreas estão implícitas na


Constituição Federal.

87. (CESPE/ANATEL/2006) Denomina-se mutação constitucional o processo


informal de revisão, atualização ou transição da Constituição sem que haja
mudança do texto constitucional.

88. (CESPE/UNB-Delegado.PF.Regional.2004) Uma proposta de emenda à


Constituição, apresentada com o apoiamento de 250 deputados, tem por
conteúdo alteração das competências da Polícia Federal, retirando-lhe a função
de polícia de fronteira – art. 144, § 1.º, III, parte final – e transferindo essa
competência para o Exército brasileiro. Admitindo que essa proposta de
emenda à Constituição, observadas as regras constitucionais relativas ao
processo legislativo desse tipo de proposição, venha a ser aprovada e
promulgada, julgue o item a seguir: A emenda constitucional hipotética

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ofenderia o princípio de separação de poderes, uma das cláusulas pétreas
previstas no texto constitucional brasileiro, porque a iniciativa de propostas de
emenda à Constituição que versem sobre atribuições das Forças Armadas e da
Polícia Federal é privativa do presidente da República.

89. (CESPE/UNB-AGU.2003) A Constituição da República não poderá ser emendada


na vigência de intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.

(LDEL)+ DECLEG+RES+DECAUT+TRATADOS

90. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor de Orçamento e


Fiscalização Financeira) Nem todos os assuntos podem ser objeto de lei
delegada, como, por exemplo, a matéria relativa à legislação sobre planos
plurianuais, diretrizes orçamentárias e orçamentos.

91. (CESPE - 2014 - Instituto Rio Branco - Diplomata) São disciplinados por
decreto legislativo os assuntos de competência exclusiva do Congresso
Nacional, como, por exemplo, a aprovação de tratados, acordos ou atos
internacionais que acarretem encargos ou compromissos gravosos ao
patrimônio nacional.

92. (CESPE - 2014 - CADE - Nível Superior) O decreto legislativo é espécie


legislativa criada sem a exigência de sanção do presidente da República. Por
outro lado, a lei ordinária exige, no processo de sua elaboração, a
manifestação do presidente da República por meio da sanção ou do veto.

93. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Técnico Judiciário) Caso o Congresso Nacional aprove,
em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros, tratado
internacional sobre direitos humanos, este terá força de normativa equivalente
às emendas constitucionais.

94. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados – Analista) O processo legislativo


compreende a elaboração de emendas à Constituição, leis complementares,
leis ordinárias, leis delegadas e medidas provisórias. Os decretos legislativos e
as resoluções — que tratam de matérias de competência privativa do Senado
Federal e da Câmara dos Deputados — são considerados atos internos do
Poder Legislativo, que não necessitam de sanção presidencial e, portanto, não
compõem o processo legislativo.

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95. (CESPE - 2012 - TJ-PI - Juiz) As leis delegadas, elaboradas pelo presidente da
República em virtude de autorização do Poder Legislativo, devem ser
aprovadas por maioria absoluta.

96. (CESPE - 2012 - TJ-RR – Administrador) As leis delegadas, editadas pelo


presidente da República após prévia autorização do Congresso Nacional, por
meio de decreto legislativo, são discutidas e votadas em cada casa legislativa,
sendo vedada a apresentação de emendas a essas leis.

97. (CESPE - 2011 - STM - Analista) A delegação, ao presidente da República, para


a elaboração de lei delegada tomará a forma de decreto legislativo a ser
editado pelo Congresso Nacional, que especificará o conteúdo da delegação e
os termos de seu exercício.

98. (CESPE - 2010 - TRT - 21ª Região (RN) – Analista) As matérias de


competência exclusiva do Congresso Nacional são reguladas por decretos
legislativos.

99. (CESPE - 2010 - TRT - 21ª Região (RN) – Analista) Matéria referente a
nacionalidade e a cidadania pode ser objeto de lei delegada.

100. (CESPE/Procurador-BACEN/2009) As matérias de competência privativa do


Senado Federal não dependem de sanção presidencial e se materializam por
meio de decreto legislativo.

101. (CESPE/Promotor-MPE-RN/2009) A iniciativa das leis delegadas cabe a


qualquer membro ou comissão da Câmara dos Deputados ou do Senado
Federal, na forma e nos casos previstos na CF.

102. (CESPE.Gestor.Público.AM.2006) As leis delegadas serão elaboradas pelo


presidente da República, independentemente de solicitação de delegação ao
Congresso Nacional.

103. (CESPE/UNB-TJ.SE.2004) Se o tratado internacional relacionar-se a tributo,


deve ser firmado pelo ente de direito público interno (União, estados, Distrito
Federal ou municípios) a quem se atribua a respectiva competência tributária,
devendo, ainda, ser aprovado por seu respectivo Poder Legislativo.

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MEDIDA PROVISÓRIA (MP) + CONTROLE JUD

104. (CESPE - 2015 - TRE-GO - Analista Judiciário - Área Administrativa) Embora a


CF permita ao ocupante da Presidência da República a adoção de medidas
provisórias com força de lei em casos de relevância e urgência, o texto
constitucional proíbe a edição desse tipo de instrumento com relação ao direito
eleitoral.

105. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo) Se o


presidente da República editar determinada medida provisória, os requisitos
constitucionais de relevância e urgência apenas em caráter excepcional
submeter-se-ão ao crivo do Poder Judiciário, por força do princípio da
separação dos poderes.

106. (CESPE - 2014 - TJ-DF - Juiz) Após a edição de determinada medida


provisória, o presidente da República poderá retirá-la da apreciação do
Congresso Nacional.

107. (CESPE - 2014 - Câmara dos Deputados - Consultor Legislativo) Comissão


mista de congressistas deverá analisar e dar parecer acerca das medidas
provisórias antes da deliberação do plenário de cada uma das casas do
Congresso Nacional, e é incabível sanção presidencial em caso de aprovação
integral do texto.

108. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Analista Judiciário) Caso medida provisória tenha
versado sobre matéria reservada a lei complementar, sua conversão em lei,
pelo Congresso Nacional, convalidará o vício inicial, desde que tal conversão
seja aprovada por maioria absoluta.

109. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Analista Judiciário) A competência constitucional do


presidente da República para adotar medidas provisórias, em caso de
relevância e urgência, poderá ser delegada, mediante decreto, ao ministro de
Estado da Justiça.

110. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Analista Judiciário) Caso o texto original de uma
medida provisória seja aprovado e convertido em lei, essa lei terá de ser
sancionada pelo presidente da República, em homenagem ao princípio da
separação de poderes.

111. (CESPE - 2014 - MPE-AC) É constitucional a criação de hipótese de extinção de


punibilidade por meio de medida provisória editada por governador.

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112. (CESPE - 2014 - TJ-SE - Titular de Serviços de Notas e de Registros) Cabe
exclusivamente ao presidente da República editar medidas provisórias, de
modo que é manifestamente inconstitucional a previsão, em constituição
estadual, de edição de medida provisória por governador.

113. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Analista Judiciário) Em qualquer caso, poderá o STF
analisar o preenchimento dos requisitos de relevância e urgência estabelecidos
constitucionalmente para as medidas provisórias, em homenagem ao princípio
da inafastabilidade da jurisdição.

114. (CESPE - 2014 - TJ-CE - Analista Judiciário) Apesar de o presidente da


República, após a edição da medida provisória, não poder mais retirá-la da
apreciação do Congresso Nacional, ele pode ab-rogá-la por meio da edição de
nova medida provisória.

115. (CESPE - 2012 - TJ-PI - Juiz) As medidas provisórias, cujo prazo de validade é
de sessenta dias, prorrogável por mais sessenta, devem ser votadas em
sessão conjunta do Congresso Nacional.

116. (CESPE - 2012 - TJ-RR - Administrador) A despeito de não estar prevista na


Constituição Federal a possibilidade de os governadores e os prefeitos
editarem medidas provisórias, prevalece o entendimento jurisprudencial de
que os estados-membros, o Distrito Federal e os municípios podem editar tais
medidas, podendo estabelecer livremente, no exercício de sua autonomia
político-legislativa, as regras do processo de tramitação dessas medidas em
seu próprio âmbito.

117. (CESPE - 2012 - AGU – Advogado) A CF admite a edição de medida provisória


que institua ou majore impostos, desde que seja respeitado o princípio da
anterioridade tributária.

118. (CESPE - 2012 - Câmara dos Deputados - Analista) Não comporta exceções a
seguinte regra constitucional, considerada autoaplicável: medida provisória
que institua ou majore imposto só produzirá efeitos no exercício financeiro
seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia do exercício em que
foi editada.

119. (CESPE - 2010 - TRT - 21ª Região (RN) – Analista) As medidas provisórias
perdem a eficácia, desde a edição, se não forem convertidas em lei no prazo
de trinta dias, prorrogável uma vez, por igual período.

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120. (CESPE - 2010 - TRE-BA – Técnico) Para matérias reservadas a lei
complementar, ao presidente da República é vedado editar medida provisória.

121. (CESPE/AGU/2009) As medidas provisórias não convertidas em lei no prazo


constitucional perdem a eficácia a partir do ato declaratório de encerramento
do prazo de sua vigência.

122. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) Segundo a doutrina e a


jurisprudência, a medida provisória editada pelo presidente da República pode
ser retirada da apreciação do Poder Legislativo, tal como se dá com o projeto
de lei por ele encaminhado ao Congresso Nacional.

123. (CESPE/Juiz Federal Substituto - TRF 1ª/2009) O STF reconhece a


constitucionalidade de medida provisória editada por governador de estado,
desde que seja admitida na constituição estadual e observe os princípios e
limitações impostos na CF.

124. (CESPE/AGU/2009) De acordo com o princípio da legalidade, apenas a lei


decorrente da atuação exclusiva do Poder Legislativo pode originar comandos
normativos prevendo comportamentos forçados, não havendo a possibilidade,
para tanto, da participação normativa do Poder Executivo.

125. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) Suponha que determinado


projeto de lei ordinária seja encaminhado para sanção presidencial e que,
nesse mesmo momento, o presidente da República resolva editar uma medida
provisória acerca da mesma matéria tratada no referido projeto. Nessa
situação hipotética, desde que atendidos os demais preceitos constitucionais,
não há impedimento para se editar a referida medida provisória.

126. (CESPE/Juiz Federal Substituto – TRF 5ª/2009) O orçamento público rege-se


pelo princípio da reserva de lei. Assim, os orçamentos e os créditos adicionais
e extraordinários somente podem ser aprovados ou autorizados por meio de
lei, não sendo admitida a edição de medida provisória.

127. (CESPE/AJAJ - TRT 5ª/2009) A CF veda expressamente a reedição, na mesma


sessão legislativa, de medida provisória que tenha sido rejeitada ou que tenha
perdido sua eficácia por decurso de prazo.

128. (CESPE/OAB-SP exame nº 137/2008) O presidente da República pode adotar


medidas provisórias, com força de lei, sobre definição de crime ou majoração
de sanção penal.

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129. (CESPE/OAB-SP exame nº 137/2008) O presidente da República pode adotar
medidas provisórias, com força de lei, sobre prazos processuais.

130. (CESPE - 2008 - PGE-ES - Procurador de Estado) O fato de o governador haver


sancionado a lei lhe retira a pertinência temática para ajuizamento de ação
direta de inconstitucionalidade.

131. (CESPE.TCU.ACE.2007) As MPs produzem, ao serem editadas, pelo menos dois


efeitos: o efeito inovador da ordem jurídica e o efeito provocador do Congresso
Nacional para que este delibere sobre o assunto.

132. (CESPE.TCU.ACE.2007) Um conceito válido de MP é aquele que a entende


como um ato normativo primário, sob condição resolutiva, de caráter
excepcional no quadro da separação dos poderes.

133. (CESPE.OAB.2007.1) A matéria veiculada em MP rejeitada pelo Congresso


Nacional não poderá ser reapresentada na mesma sessão legislativa, cabendo
a esse órgão disciplinar, por meio de decreto legislativo, as relações jurídicas
decorrentes da edição da MP rejeitada.

134. (CESPE.TCU.ACE.2007) O Poder Judiciário não detém competência para


exercer crítica sobre o juízo de existência dos pressupostos da MP, pois eles
são discricionários.

135. (CESPE.TCU.ACE.2007) É possível regular por MP matéria que a Constituição


reserva à iniciativa legislativa exclusiva dos Poderes Legislativo ou Judiciário ou
mesmo a outros órgãos como o Ministério Público e o tribunal de contas, pois
não há, quanto a isso, vedação constitucional explícita.

136. (CESPE.OAB.2007.1) Considere que o Congresso Nacional já tenha aprovado


determinado projeto de lei, agora em fase de sanção ou veto, alterando o
projeto inicial encaminhado pelo presidente da República. Não satisfeito com a
referida alteração, poderá o presidente da República editar nova medida
provisória (MP) sobre a matéria rejeitada.

137. (CESPE.Gestor.Público.AM.2006) É vedada a edição de medidas provisórias a


respeito de matéria relativa a planos plurianuais e diretrizes orçamentárias,
excepcionada a abertura de crédito extraordinário para atender a despesas
imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra.

138. (CESPE/UNB-Proc.Federal.2006) Admite-se que o estado-membro preveja em


sua Constituição a edição de medidas provisórias, pelo governador do estado,

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por simetria ao modelo federal, desde que sejam observadas as regras básicas
do processo legislativo previsto na Constituição Federal.

139. (CESPE/UNB-AGU.2004) Após a aprovação do projeto de lei de conversão pelo


Congresso Nacional e de seu envio à sanção presidencial, permanece em
vigência a medida provisória (MP) correspondente, apenas pelo período que
lhe reste do prazo de 120 dias contados da data de sua publicação; caso
transcorra o período restante de vigência da MP antes da sanção do projeto de
lei de conversão, ela será considerada revogada, cabendo ao Congresso
Nacional, por decreto legislativo, disciplinar as relações jurídicas dela
decorrentes.

140. (CESPE/UNB-TRF-5ª Região.2005) Se a criação de controladorias para


investigar os gastos dos ministérios fosse feita por medida provisória e o
Congresso Nacional aprovasse o seu texto original sem alteração, essa medida
provisória seria convertida em lei, dispensada a sanção presidencial, sendo
atribuição do Congresso Nacional sua promulgação e publicação.

141. (CESPE/UNB-TJ.SE.2004) Independentemente de previsão na constituição


estadual, o STF reconhece legitimidade a governador para expedir medida
provisória em caso de relevância e urgência, haja vista a aplicação do princípio
da simetria ao modelo federal em matéria de processo legislativo.

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XIII. GABARITO

Processo legislativo ordinário, leis ordinárias e complementares

1. E 2. E 3. E 4. C 5. C 6. E 7. E 8. E 9. E 10.C

11.E 12.E 13.E 14.C 15. 16.E 17.C 18.E 19.E 20.E

21.E 22.E 23.C 24.C 25.C 26.E 27.E 28.E 29.C 30.E

31.C 32.E 33.E 34.E 35.E 36.C 37.E 38.E 39.E 40.E

41.E 42.E 43.C 44.C 45.E 46.E 47.C 48.E 49.E 50.E

   
51.E 52.C 53.C 54.E 55.E 56.E 57.C 58.E

Emenda Constitucional

59.E 60.E 61.C 62.E 63.E 64.E 65.E 66.C 67.E 68.E

69.C 70.E 71.D 72.C 73.C 74.E 75.E 76.C 77.E 78.E

79.E 80.C 81.E 82.E 83.E 84.C 85.C 86.E 87.C 88.E

                 
89.C

Lei Delegada, Decreto Legislativo, Resolução, Decreto Autônomo e Tratados Internacionais

90.C 91.C 92.C 93.C 94.E 95.E 96.E 97.E 98.C 99.E

           
100. E 101. E 102. E 103. E

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Medida Provisória e controle judicial do processo legislativo

104. C 105. C 106. E 107. C 108. E 109. E 110. E 111. E 112. E 113. E

114. C 115. E 116. E 117. C 118. E 119. E 120. C 121. E 122. E 123. C

124. E 125. E 126. E 127. C 128. E 129. E 130. E 131. C 132. C 133. C

   
134. E 135. E 136. E 137. C 138. C 139. E 140. C 141. E

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XIV. BIBLIOGRAFIA CONSULTADA

LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. São Paulo: Saraiva

MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. São Paulo: Ed. Átlas

PAULO, Vicente e ALEXANDRINO, Marcelo. Direito Constitucional


Descomplicado. Ed. Impetus

MENDES, Gilmar Ferreira e BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito


Constitucional. São Paulo: Saraiva

CRUZ, Vítor. 1001 questões Comentadas Direito Constitucional. Questões do


Ponto (ebook)

www.cespe.unb.br

http://www.esaf.fazenda.gov.br/

http://www.fcc.org.br/institucional/

www.consulplan.net

http://www.fujb.ufrj.br 

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