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AL D
PLANO NACION TÁVEL DOS POVOS E
SUSTEN
ID A D E S T R A D ICIONAIS
COMUN
E M AT R IZ A F R ICANA
D 2013 - 2015
em defesa da e
ancestralidad
africana
por um Brasil
sem racismo
pg.1
Eni maa je eyin ori àpàta, ki nwo enu àké
“Quem deseja comer o ovo da ave rara, cujo ninho está no topo da
montanha, não pode medir esforços para alcançá-lo” (Provérbio Yoruba)
EQUIPE TÉCNICA
Cristiana do Santos Luiz
Edna Santana de Moura
CONSULTORES
Marcelo Vilarino
Mariana Santarelli
Waldemir Rosa
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS GRUPO DE TRABALHO
INTERMINISTERIAL
ADA – Ação de Distribuição de Alimentos a MinC – Ministério da Cultura
Grupos Populacionais Específicos SECRETARIA DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA
MiniCom – Ministério das Comunicações
IGUALDADE RACIAL (coordenação)
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento MJ – Ministério da Justiça
de Pessoal de Nível Superior Ministra de Estado Luiza Bairros
MMA – Ministério do Meio Ambiente Representante no GTI - Silvany Euclênio
CGMAF – Comitê Gestor Estadual da Ação
de Distribuição de Alimentos para os Povos MPOG – Ministério do Planejamento,
Tradicionais de Matriz Africana Orçamento e Gestão MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO SOCIAL E
MS – Ministério da Saúde COMBATE À FOME
CNC – Conferência Nacional de Cultura
Ministra de Estado Tereza Campello
CNPC – Conselho Nacional de Política OIT – Organização Internacional do Trabalho
Representante no GTI - Katia Favilla
Cultural PNAD – Pesquisa Nacional por Amostra de
CNPIR – Conselho Nacional de Promoção da Domicílios
MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
Igualdade Racial PNDH3 – III Programa Nacional de Direitos Ministra de Estado Izabella Teixeira
CNS – Conselho Nacional de Saúde Humanos Representante no GTI - Andréa Arean Oncala
CONSEA - Conselho Nacional de Segurança PNPIR – Política Nacional de Promoção da
Alimentar e Nutricional Igualdade Racial MINISTÉRIO DA CULTURA
CONAB – Companhia Nacional de PNSIPN – Política Nacional de Saúde Ministra de Estado – Marta Suplicy
Abastecimento Integral da População Negra Representante no GTI - Pedro Domingues Monteiro
CONDEPHAAT – Conselho de Defesa do PPA – Plano Plurianual Júnior
Patrimônio Histórico, Arqueológico, PUC – Pontifícia Universidade Católica
Artístico e Turístico MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SDH – Secretaria de Direitos Humanos da
DPU – Defensoria Pública da União
Ministro de Estado Aloizio Mercadante Oliva
Presidência da República
Representante no GTI – Ilma Fátima de Jesus
Embrapa – Empresa Brasileira de Pesquisa SECOMT –Secretaria de Políticas para as
Agropecuária Comunidades Tradicionais
MINISTÉRIO DA SAÚDE
FCP – Fundação Cultural Palmares SEPPIR – Secretaria de Políticas de Ministro de Estado Alexandre Padilha
FFLCH/USP-SP – Faculdade de Filosofia, Promoção da Igualdade Racial Representante no GTI – Reginaldo Alves Chagas
Letras e Ciências Humanas da Universidade SES – Secretaria de Educação
de São Paulo SETEC – Secretaria de Educação Profissional MINISTÉRIO DO PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO E
FIPIR – Fórum Intergovernamental de e Tecnológica GESTÃO
Promoção da Igualdade Racial SG - Secretaria Geral da Presidência da Ministra de Estado Miriam Belchior
FUNJOPE – Fundação Cultural de João República Representante no GTI – Anita Dias dos Santos
Pessoa SPU – Secretaria do Patrimônio da União
GTI – Grupo de Trabalho Interministerial SECRETARIA DE DIREITOS HUMANOS
SuperiorRENAFOR – Rede Nacional de
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Formação Continuada Ministra de Estado Maria do Rosário
Estatística Representante no GTI – Marga Janete Ströher
SUS – Sistema Único de Saúde
Incra – Instituto Nacional de Colonização e UNESCO – Organização das Nações Unidas
Reforma Agrária FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES
para a Educação, a Ciência e a Cultura Presidente Elói Ferreira
IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e
Representante no GTI - Alexandro da Anunciação Reis
Artístico Nacional
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação INSTITUTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO
MCTI – Ministério de Ciência e Tecnologia e NACIONAL
Inovação Presidenta Jurema de Souza Machado
MDS – Ministério do Desenvolvimento Representante no GTI - Desirée Ramos Tozi
Social e Combate à Fome
MEC – Ministério da Educação EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA E AGROPECUÁRIA
Presidente Maurício Antonio Lopes
Representante no GTI – Edson Guiducci Filho
Sumário
Apresentação
pg.12
1. Contextualização
a) Breve Histórico da Política de Promoção
da Igualdade Racial pg.16
b) Caracterização Socioeconômica dos Povos
e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana pg.18
c) Panorama Geral de Políticas Públicas para Povos e
Comunidades Tradicionais de Matriz Africana pg.19
Considerações Finais
pg.49
Anexos:
I. Lista detalhada dos Programas,
O Conceito do Projeto Gráfico Objetivos e Iniciativas PPA 2012-2015 pg.52
Baseamos nossa identidade visual em Esú. II. Portaria Ministerial que Institui o Grupo
Universal, representado pelo espiral, sem fim, de Trabalho Interministerial pg.55
sem começo. Seus pontos riscados também estão III. Marcos Legais pg.57
presentes sutilmente. Esú é o princípio de tudo, o IV. Listagem das Casas Tradicionais
senhor da comunicação e a força criadora. Aquele de Matriz Africana Tombadas pg.58
que gera o infinito, infinitas vezes.
V. Lista dos Mapeamentos, Inventários, e Cadastro das
Casas Tradicionais de Matriz Africana Identificadas pg.59
apresentação
O I Plano Nacional de Desenvolvimento
Sustentável dos Povos e Comunidades
Tradicionais de Matriz Africana resulta de
diversas matrizes, das cinco regiões do
país. As diretrizes, metas e ações previstas
foram construídas e dialogadas no Grupo
Federal que fazem parte do GTI pactuaram um conjunto de
iniciativas que estão organizadas em três eixos, detalhados
em objetivos, iniciativas, metas físicas e financeiras. O
um esforço para integrar e ampliar as ações de Trabalho Interministerial, instituído primeiro eixo, Garantia de Direitos, reúne as ações voltadas
voltadas para os povos e comunidades pela Portaria 138/2012 da SEPPIR. O GTI, para a valorização da ancestralidade africana no Brasil, e
tradicionais de matriz africana, no âmbito coordenado pela Secretaria de Políticas para o enfrentamento ao racismo e à discriminação racial
do Governo Federal. de Promoção da Igualdade Racial, contou dos quais os povos e comunidades tradicionais de matriz
com a participação do Ministério do africana são vítimas. O segundo eixo, Territorialidade e
Povos e comunidades tradicionais de matriz
Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Cultura, agrega as ações sobre salvaguarda, valorização
africana são definidos como grupos que se
Ministério do Meio Ambiente, Ministério da e divulgação do patrimônio cultural dos povos e
organizam a partir dos valores civilizatórios
Cultura, Ministério da Educação, Ministério comunidades tradicionais de matriz africana, bem como
e da cosmovisão trazidos para o país por
da Saúde, Ministério do Planejamento, aquelas voltadas para o mapeamento das casas tradicionais
africanos para cá transladados durante
Orçamento e Gestão, Secretaria de Diretos e as relativas à regularização fundiária. O terceiro eixo,
o sistema escravista, o que possibilitou
Humanos, Fundação Cultural Palmares, Inclusão Social e Desenvolvimento Sustentável, reúne as
um contínuo civilizatório africano no
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico iniciativas e metas relativas à promoção da segurança
Brasil, constituindo territórios próprios
Nacional e da Empresa Brasileira de alimentar e nutricional, ao reconhecimento e à valorização
caracterizados pela vivência comunitária,
Pesquisa e Agropecuária. das formas tradicionais de saúde preservadas e à ampliação
pelo acolhimento e pela prestação de
do acesso dos povos e comunidades tradicionais de matriz
serviços à comunidade. O Plano é composto por três capítulos.
africana às políticas sociais do Governo Federal.
No primeiro, encontra-se uma
O I Plano Nacional de Desenvolvimento
contextualização das transformações
Sustentável dos Povos e Comunidades
políticas que possibilitaram a formulação
Tradicionais de Matriz Africana tem como
deste instrumento, além de uma breve
objetivo primordial a salvaguarda da
caracterização socioeconômica dos povos
tradição africana preservada no Brasil,
e comunidades tradicionais de matriz
sendo composto por um conjunto de
africana.
políticas públicas que visa principalmente
a garantia de direitos, a proteção do O segundo capítulo aborda o processo
patrimônio cultural e o enfrentamento à de construção do Plano, suas referências
extrema pobreza, com a implementação de e diretrizes fundamentais. No terceiro
ações estruturantes. capítulo, está descrito o Quadro de
Iniciativas e Metas, que é o núcleo principal
O processo de construção do I Plano
do Plano, bem como os ministérios e órgãos
Nacional de Desenvolvimento Sustentável
responsáveis por cada uma das ações.
dos Povos e Comunidades Tradicionais
de Matriz Africana envolveu diálogo com Os onze ministérios e órgãos do Governo
representantes da sociedade civil das
“Lançado o 1º Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos
Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana”, janeiro de
2013, Brasília/DF.
pg.12 pg.13
CAPÍTULO 1
ção
contextualiza
O I Plano Nacional de Desenvolvimento
Sustentável dos Povos e Comunidades
Tradicionais de Matriz Africana nasce do
cultural e no reconhecimento dos direitos
territoriais das comunidades quilombolas.
Também em 1988, foi criada a Fundação
da Igualdade Racial – SEPPIR, vinculada à Presidência
da Republica, sendo este mais um marco histórico do
reconhecimento do Estado às lutas do Movimento Negro
reconhecimento por parte do Governo Cultural Palmares (FCP) - organismo federal brasileiro e da necessidade de combater o racismo. O
Federal, por meio da Secretaria de Políticas voltado à promoção e à preservação da Ministério tem em sua missão a tarefa de “assessorar direta
de Promoção da Igualdade Racial e dos influência negra na sociedade brasileira. e imediatamente o Presidente da República na formulação,
órgãos federais que compõem o Grupo de Ligada ao Ministério da Cultura (MinC), a FCP coordenação e articulação de políticas e diretrizes para
Trabalho Interministerial para garantir foi a primeira instituição responsável por a promoção da igualdade racial, nas políticas públicas
direitos, efetivar a cidadania, combater promover a igualdade racial e a valorização afirmativas de promoção da igualdade e nas voltadas
o racismo e a discriminação sofrida pelos da cultura negra no país. à proteção dos direitos de indivíduos e grupos raciais e
povos e comunidades tradicionais de étnicos, com ênfase na população negra”. Junto ao ato de
Em 9 de janeiro de 2003, o Presidente Luiz
matriz africana. criação da SEPPIR também foi criado o Conselho Nacional
Inácio Lula da Silva sancionou a Lei 10.639,
de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), órgão colegiado
a) Breve histórico da política de promoção que altera a Lei de Diretrizes e Bases da
de caráter consultivo, composto por 22 órgãos do Poder
da igualdade racial Educação (LDB) do ano de 1996, instituindo
Público Federal e 19 entidades da sociedade civil, escolhidas
a obrigatoriedade do ensino de história
A Constituição Federal de 1988 representa por meio de edital público, além de três notáveis indicados
e cultura afrobrasileira e africana nas
um marco para as políticas de promoção pela SEPPIR. Em 20 de novembro do mesmo ano, novo
escolas do ensino fundamental e médio
da igualdade racial, especialmente por Decreto Presidencial estabeleceu a Política Nacional
do sistema público e privado, atendendo
apresentar diversos princípios e diretrizes de Promoção da Igualdade Racial (PNPIR), e o Fórum
a uma demanda antiga do Movimento
sobre o tema. Cabe, destacar, contudo, Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial
Negro. Este dispositivo constitui um avanço
outros instrumentos também importantes (FIPIR), instância vinculada à Secretaria Executiva da SEPPIR.
significativo das políticas afirmativas
anteriores à Carta Magna.
de cunho valorativo no Brasil, sendo um Em 7 de fevereiro de 2007, foi instituída a Política
No período de 1964 até 1984, o país instrumento de promoção da igualdade Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e
se tornou signatário de tratados racial e de enfrentamento às iniquidades Comunidades Tradicionais pelo Decreto 6.040. O Decreto
internacionais de criminalização raciais, principalmente para a construção define os princípios, objetivo geral, objetivos específicos e
do racismo e de enfrentamento às de uma educação mais coerente com a os instrumentos de implementação da Política. No inciso
desigualdades. Durante esse período foi história do país, incluindo a presença e a I, do artigo 3°, é dada a definição de povos e comunidades
ratificada a Convenção 111 da Organização contribuição dos povos africanos e dos tradicionais: “grupos culturalmente diferenciados e que
Internacional do Trabalho (OIT) Concernente seus valores civilizatórios na construção se reconhecem como tais, que possuem formas próprias
à Discriminação em Matéria de Emprego do Brasil. A educação para as relações de organização social, que ocupam e usam territórios e
e Profissão e a Convenção Relativa à étnico-raciais é tema prioritário entre as recursos naturais como condição para sua reprodução
Luta contra a Discriminação no Campo ações contidas no I Plano Nacional de cultural, social, religiosa, ancestral e econômica,
do Ensino, ambas de 1968. A Convenção Desenvolvimento Sustentável dos Povos utilizando conhecimentos, inovações e práticas gerados
Internacional sobre a Eliminação de Todas e Comunidades Tradicionais de Matriz e transmitidos pela tradição”. Esse Decreto é o primeiro
as Formas de Discriminação, de 1969, Africana, pois sua implementação depende marco legal que garante direitos e reconhece a diversidade
também foi ratificada pelo governo militar também da participação dos guardiões e dos povos e comunidades tradicionais para além dos povos
e o país participou nas duas conferências das guardiãs da cultura negra no país, as indígenas e das comunidades quilombolas.
mundiais contra o racismo em 1978 e 1983. lideranças tradicionais de matriz africana.
Ainda em 2007, a ratificação da Convenção sobre a Proteção
A partir da Constituição Federal de Em 21 de março de 2003, foi criada e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais,
1988, a temática racial se faz presente, a Secretaria Especial de Políticas de através do Decreto Presidencial 6.177, de 1º de agosto,
principalmente, na criminalização do Promoção da Igualdade Racial, hoje reafirmou o compromisso do Estado brasileiro com o
racismo, na valorização da diversidade Secretaria de Políticas de Promoção respeito à diversidade cultural e à liberdade de expressão
pg.16 pg.17
das práticas tradicionais, estabelecendo Socioeconômica e Cultural das Comunidades Tradicionais c) Panorama geral das Políticas Públicas
também definições conceituais que de Terreiro (2010/2011), que entrevistou 4.045 lideranças e das ações voltadas aos povos e
orientam a construção de políticas públicas tradicionais. Sua realização, além de ter garantido o comunidades tradicionais de matriz
destinadas a esses grupos. protagonismo desse segmento populacional na elaboração e africana
execução dos trabalhos, constituiu-se como um levantamento
Em 10 de julho de 2010, foi promulgado, por É possível verificar um conjunto de ações
pioneiro de informações socioeconômicas e culturais,
meio da Lei 12.288, o Estatuto da Igualdade realizadas e/ou em andamento, no âmbito
essencial para a elaboração de políticas públicas. Segundo
Racial, documento que compreende do Governo Federal, que impactam direta ou
a pesquisa, 72% das lideranças tradicionais de matriz
proposições de políticas públicas nos indiretamente esse segmento populacional.
africana se autodeclararam negras e 55,6% são mulheres.
campos do direito à saúde, educação para A própria Política Nacional de Promoção
Esse dado afirma o protagonismo das mulheres negras nas
a diversidade e a valorização da cultura da Igualdade Racial (PNPIR), criada com
comunidades tradicionais de matriz africana no Brasil. Ao
e da tradição africana no Brasil. Também o objetivo de combater o racismo e de
mesmo tempo, na história brasileira, do século XVI até os dias
prevê a garantia de liberdade e das reduzir as desigualdades raciais no Brasil,
de hoje, as mulheres negras vivenciam o mais alto grau de
condições necessárias para o exercício das com ênfase na população negra, dialoga
vulnerabilidade social.
práticas tradicionais de matriz africana, e diretamente com as suas demandas e
a valorização pelos meios de comunicação Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios necessidades, na medida em que o efetivo
dessa herança cultural. (PNAD) do IBGE indicam que o rendimento médio de uma combate ao racismo exige a promoção e
mulher negra é o menor do Brasil, com ganho de R$ 655,70, ao valorização dos conhecimentos tradicionais
O Plano Nacional de Desenvolvimento
passo que o rendimento de um homem branco é, em média, africanos e a garantia dos direitos culturais
Sustentável dos Povos e Comunidades
de R$ 1.675,10. Os dados referentes à situação de pobreza da população negra.
Tradicionais de Matriz Africana dialoga
indicam que 7,4% das mulheres negras estão na situação de
diretamente com a trajetória histórica e Outro instrumento referencial é o III
extrema pobreza e 13,4% em situação de pobreza, enquanto
com os marcos legais que balizam a Política Programa Nacional de Direitos Humanos
essa proporção para homens brancos é de 2,9% e 5,6%
Nacional de Promoção da Igualdade Racial. (PNDH 3). Dentre os aspectos do Plano,
respectivamente. A pesquisa Mapeando o Axé indica que
destaca-se a capacitação dos operadores
71,6% das lideranças tradicionais de matriz africana possuem
de direitos para a proteção dos direitos
renda mensal média de até dois salários mínimos. Além disso,
dos povos afrodescendentes e dos povos
b) Caracterização socioeconômica dos 46% dessas lideranças recebem aposentadoria e 35,7% são
e comunidades tradicionais, a promoção
povos e comunidades tradicionais de beneficiárias do Bolsa Família.
de educação igualitária, democrática e não
matriz africana Ainda segunda a pesquisa Mapeando o Axé, os territórios discriminatória, que promova o respeito à
A invisibilidade dos povos e comunidades tradicionais de matriz africana mantêm intensa relação diversidade cultural, de gênero, religiosa,
tradicionais de matriz africana se reflete na com a comunidade do seu entorno, como é possível verificar identidade étnico-racial e cultural, além de
ausência de levantamentos e dados oficiais pelos seguintes resultados da pesquisa: 81,6% das casas recomendar o mapeamento e o tombamento
sobre essa parcela da população brasileira. desenvolvem atividades comunitárias, sendo que, desse dos sítios e documentos de reminiscências
Atualmente são conhecidos sete levantamentos total, 60,5% desenvolvem reuniões comunitárias freqüentes históricas, bem como a proteção de suas
realizados por instituições públicas, privadas e 10,7% oferecem cursos profissionalizantes. Ações no manifestações culturais.
e universidades que buscaram cadastrar, domínio da saúde e da assistência social são desenvolvidas,
A Política Nacional de Saúde Integral da
inventariar ou mapear territórios tradicionais de respectivamente, em 17,3% e 18,7% das casas de matriz
População Negra (PNSIPN), instituída pela
matriz africana. Os dados desses levantamentos, africana. Destas, 95% distribuem alimentos e 47% fazem-
Portaria nº 992, de 13 de maio de 2009, do
ainda parciais em relação ao universo Brasil, são no diariamente. Esses dados confirmam o potencial desses
Ministério da Saúde, marco para o combate
relativos a um total de 7.582 casas de tradição de espaços para promoção da saúde, da educação, da cultura e
às iniquidades raciais no âmbito da saúde,
matriz africana. da segurança alimentar. Nesse contexto, o I Plano Nacional
resultou em um processo crescente de
de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades
Entre os estudos realizados, destaca-se reconhecimento das práticas tradicionais
Tradicionais de Matriz Africana converge com a diretriz do
o trabalho Mapeando o Axé – Pesquisa de acolhimento e cuidados com a saúde
Governo Federal, de erradicação da extrema pobreza.
Acervo SEPPIR.
pg.18 pg.19
preservados pelos povos e comunidades tradicionais de matriz africana, e
no desenvolvimento de ações potencializadoras dos saberes preservados
nos territórios tradicionais.
A Fundação Cultural Palmares (FCP) também desenvolve outras ações famílias que, em razão de sua maior vulnerabilidade,
que contemplam diretamente os povos e comunidades tradicionais de precisam ser contempladas. Esse processo de formação
matriz africana. Cabe destacar dois marcos dessas ações. Em dezembro de dos Comitês Gestores garantiu maior transparência e
2001, foi realizado, em parceria com a UNESCO, o Seminário Internacional: eficiência à alocação de recursos. O I Plano Nacional de
A Religiosidade de Matriz Africana. Esse evento ocorreu no âmbito das Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades
atividades do programa Rota dos Escravos, o qual contou com a participação Tradicionais de Matriz Africana busca assegurar a esses
de estudiosos e lideranças de matriz africana. Tratou-se de esforço para grupos ações mais estruturantes, o que futuramente
o aprofundamento do conhecimento sobre as influências africanas nas tornará a distribuição de alimentos necessária apenas para
Américas e sobre como os valores civilizatórios africanos promovem o situações pontuais.
diálogo entre os povos, nações e países. Em 2009, a FCP realizou a Pré-
Conferência Nacional de Cultura Afrobrasileira, que tinha como objetivo Com base nos resultados das pesquisas que denunciam a
apresentar propostas para a 2ª Conferência Nacional de Cultura (CNC), com a extrema vulnerabilidade dessa população, o MDS inseriu
participação de representações do Movimento Negro, dos povos tradicionais na versão 7 do Cadastro Único para Programas Sociais
de matriz africana e de outros protagonistas da cultura afro-brasileira. (CADUNICO), instrumento de acesso e planejamento das
políticas sociais do governo federal, a possibilidade de
O IPHAN, com o objetivo de preservar saberes e práticas tradicionais, famílias tradicionais de Matriz Africana se identificarem
desenvolve iniciativas para identificar e inventariar os territórios enquanto tais. O Plano prevê estratégias de busca ativa para
tradicionais de matriz africana, a fim de implementar ações de salvaguarda que essa informação chegue efetivamente às famílias.
e manutenção desses sítios históricos. Seis casas tradicionais foram
tombadas pelo IPHAN e uma está em processo de tombamento. O processo A presença desse segmento em instâncias de participação
de tombamento é voltado àquelas casas matrizes a partir das quais surgiram social, como as Conferências e Conselhos, tem crescido
diversas outras ou àquelas que tenham importância história, artística e significativamente nos últimos anos, para além dos fóruns
cultural singular. de debates específicos da promoção da igualdade racial. Os
marcos legais atuais de promoção da igualdade racial, bem
A centralidade que a alimentação ocupa no contexto das práticas como os referentes aos povos e comunidades tradicionais,
tradicionais de matriz africana tem contribuído para a participação de trazem como um dos princípios a transversalidade das ações
lideranças no diálogo e na implementação da política de segurança e o estímulo à participação e ao controle social.
alimentar e nutricional empreendida pelo Governo Federal, por meio do
Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA). Desde 2005, os povos Com o objetivo de estimular o protagonismo e participação
e comunidades tradicionais de matriz africana são também beneficiários desses grupos, a SEPPIR desenvolve ações voltadas
da Ação de Distribuição de Alimentos a Grupos Populacionais Específicos ao fortalecimento institucional de lideranças e
(ADA), por meio de parceria entre a SEPPIR, o Ministério do Desenvolvimento organizações tradicionais de matriz africana. Em 2012,
Social e Combate à Fome (MDS), a Companhia Nacional de Abastecimento - lançou a Chamada Pública nº 01 de apoio a projetos
CONAB e a sociedade civil organizada. Em 2012, a SEPPIR realizou iniciativas voltados para a promoção, valorização e divulgação da
para a qualificação dessa ação, resultando na formação de comitês cultura africana preservada no Brasil, e das suas
gestores nos Estados, instância responsável pela busca e indicação das influências lingüísticas, filosóficas e culturais.
pg.20 pg.21
CAPÍTU
LO 2
A Const
r
I Plano ução do
de Dese Nacional
Sustent nvolvimento
e Comu ável dos Povos
de Matr nidades Tradic
iz Africa ionais
na
pg.22 pg.23
“Lançado o 1º Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos
Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana”, janeiro de
2013, Brasília/DF.
pg.24 pg.25
Paralelamente, foi realizado estudo dos documentos “Oficina de Trabalho: Plano Nacional de
institucionais de planejamento do Governo Federal, de Desenvolvimento Sustentável dos Povos
forma que as metas do Plano possam ser efetivadas e e Comunidades Tradicionais de Matriz
monitoradas. O Estado brasileiro já conta com um conjunto Africana”, de 29 a 31 de agosto de 2012,
significativo de ações que direta e indiretamente chegam Brasília/DF, com presença de 37 lideranças
aos povos e comunidades tradicionais. No primeiro de 21 estados.
momento, a prioridade foi mapear e coordenar as ações já
Reunião Ordinária da “Comissão Nacional
em curso.
dos Povos e Comunidades Tradicionais”,
1. Plano Plurianual (PPA) (2012-2015); realizada no dia 19 de setembro de 2012, em
Brasília/DF, com presença de representação
2. I Plano Nacional de Segurança Alimentar e
de diversos segmentos dos povos e
Nutricional (2012-2015);
comunidades tradicionais, entre os quais os
3. Plano Nacional de Cultura (2012) povos tradicionais de matriz africana.
4. III Programa Nacional de Direitos Humanos (2010); “I Plenária Nacional do Fórum Nacional de
Segurança Alimentar dos Povos Tradicionais
5. Política Nacional de Saúde Integral da População
de Matriz Africana”, 25 de outubro de 2012,
Negra (2009);
Natal/RN, com presença de 40 lideranças, de
6. Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial (2009); 23 estados.
“Oficina de Trabalho: Plano Nacional de Desenvolvimento
7. Diretrizes Curriculares para Educação das relações “Apresentação do I Plano Nacional de Sustentável dos Povos Tradicionais de Matriz Africana”,
agosto de 2012, Brasília/DF.
étnico-raciais e para o ensino de história e cultura Desenvolvimento Sustentável dos Povos
afro-brasileira e africana (2004); e Comunidades Tradicionais de Matriz
Africana”, 28 de novembro de 2012, Brasília/
8. Programa Nacional de Patrimônio Imaterial (2000).
DF, com presença de 20 lideranças de 18
estados.
Para além dos documentos citados, a elaboração do
Plano foi por todo tempo respaldada pelos princípios
e dispositivos do Estatuto da Igualdade Racial, Lei
12.288 de 20 de julho de 2010, e da Política Nacional de
Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Comunidades
Tradicionais, Decreto 6.040 de 07 de fevereiro de 2007.
pg.26
CAPÍTULO 3
Quadro de Iniciativas e
Metas do I Plano Nacional
de Desenvolvimento
Sustentável dos Povos is
e Comunidades Tradiciona
de Matriz Africana
pg.28 pg.29
a) EIXO 1 - GARANTIA DE DIREITOS Objetivo 1 – Promover a valorização da ancestralidade
africana e divulgar informações sobre os povos e
Os povos e comunidades tradicionais de comunidades tradicionais de matriz africana
matriz africana são vítimas de violações
de seus direitos sociais, políticos,
econômicos e culturais. A garantia
de seus direitos não se efetiva sem o Órgãos e Órgãos e Plano Plurianual
Meta física e financeira
reconhecimento de sua contribuição na Iniciativas entidades entidades (PPA)
2012-2015
construção do Brasil e a valorização da Responsáveis Parceiros 2012- 2015
ancestralidade que estabelece vínculos
identitários entre o continente africano
1. SEPPIR: Produção de
e o Brasil. Neste sentido, a adoção de Realizar Campanha
material audiovisual
medidas de valorização da cultura, da Nacional de
e gráfico para difusão
história e da tradição africana no Brasil, informação e Programa 2034
SDH, MEC, MinC em rede nacional, na rede
a garantia de mecanismos eficazes valorização da SEPPIR Objetivo 0777
mundial de computadores
de participação e monitoramento das ancestralidade
e nas escolas públicas
políticas públicas e a implementação africana no Brasil.
e privadas. R$ 1 milhão
de instrumentos de enfrentamento ao
racismo institucional são fundamentais
para o combate às iniqüidades raciais
1. MiniCom: Construção
existentes em diversos níveis sociais.
de conteúdos digitais
sobre e para os povos
tradicionais de matriz
Inserir nas africana para uso em
produções de equipamentos públicos
conteúdo digital a de acesso à Internet.
Programa 2025
temática dos povos MiniCom SEPPIR, MinC
Objetivo 0751
e comunidades
tradicionais de 2. MiniCom: Construção de
matriz africana. conteúdos digitais para
educação à distância
sobre os povos e
comunidades tradicionais
“Lançado o 1º Plano Nacional de Desenvolvimento de matriz africana.
Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais
de Matriz Africana”, janeiro de 2013, Brasília/DF.
pg.30 pg.31
Objetivo 2 – Reforçar as condições de exigibilidade de
direitos por parte dos povos e comunidades tradicionais
de matriz africana
Órgãos e entidades Órgãos e entidades Meta física e financeira Plano Plurianual (PPA)
Iniciativas
Responsáveis Parceiros 2012-2015 2012- 2015
1. SG: Realizar reuniões informativas sobre o direito de consulta prévia previsto Programa 2038
Regulamentar o direito de consulta prévia previsto na Convenção n° 169 da OIT para os Povos e Comunidades Tradicionais. Objetivo 0609
SEPPIR, FCP, MDS, MMA,
na Convenção n° 169 da Organização Internacional SG
INCRA, MinC
do Trabalho - OIT. 2. SG: Elaborar proposta de regulamentação do direito de consulta prévia previsto
na Convenção n° 169.
pg.32 pg.33
Objetivo 3 – Combater o racismo institucional
Órgãos e entidades Órgãos e entidades Meta física e financeira Plano Plurianual (PPA)
Iniciativas
Responsáveis Parceiros 2012-2015 2012- 2015
Programa 2034
1. SEPPIR: Inserir pauta dos povos tradicionais de matriz africana no conteúdo do
Capacitar agentes públicos do executivo, defensores públicos da Objetivo 0774
Programa de Combate ao Racismo Institucional.
União e demais operadores do direito oferecendo-lhes subsídios Objetivo 0776
SEPPIR DPU, SDH
com vistas à efetivação e à defesa dos direitos dos povos e
comunidades tradicionais de matriz africana. 2. SEPPIR: Capacitar 200 defensores públicos e operadores do direito em todo Programa 2034
território nacional. R$ 500 mil Objetivo 0986
Órgãos e entidades Órgãos e entidades Meta física e financeira Plano Plurianual (PPA)
Iniciativas
Responsáveis Parceiros 2012-2015 2012- 2015
pg.34 pg.35
6. MEC: Realizar campanhas e fomentar a produção de materiais que valorizem
e promovam a ancestralidade africana no Brasil, contribuindo para o combate ao
racismo.
7. MEC: Fortalecer a participação de lideranças das comunidades tradicionais
de matriz africana em cursos da RENAFOR, por meio das vagas ofertadas para a
comunidade. Programa 2030
8. MEC: Fortalecer a inserção de lideranças tradicionais de matriz africana, por meio
das cotas, em parceria com a SETEC, nos cursos técnicos dos institutos federais.
9. MEC: Fortalecer a inclusão de lideranças tradicionais de matriz africana, por meio
das cotas no ensino superior, em parceria com a SESu, bem como nos cursos de
especialização, presencial e a distância, junto à CAPES.
Órgãos e entidades Órgãos e entidades Meta física e financeira Plano Plurianual (PPA)
Iniciativas
Responsáveis Parceiros 2012-2015 2012- 2015
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Objetivo 2 - Promover a regularização fundiária e
a institucionalização dos espaços necessários à
manutenção das tradições de matriz africana
Órgãos e entidades Órgãos e entidades Meta física e financeira Plano Plurianual (PPA)
Iniciativas
Responsáveis Parceiros 2012-2015 2012- 2015
Órgãos e entidades Órgãos e entidades Meta física e financeira Plano Plurianual (PPA)
Iniciativas
Responsáveis Parceiros 2012-2015 2012- 2015
5. IPHAN: Participar dos espaços de debate com a sociedade civil para explicar as
regras de tombamento.
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Órgãos e entidades Órgãos e entidades Meta física e financeira Plano Plurianual (PPA)
Iniciativas
Responsáveis Parceiros 2012-2015 2012- 2015
11. MinC: Propor a criação de marco legal e instrumentos jurídicos para a proteção
dos conhecimentos tradicionais.
Órgãos e entidades Órgãos e entidades Meta física e financeira Plano Plurianual (PPA)
Iniciativas
Responsáveis Parceiros 2012-2015 2012- 2015
1. CONAB e MDS: Atender de forma regular 14.000 famílias com pelo menos 08 Programa 2069
cestas ao ano. 19 milhões Objetivo 0380
Atender, emergencialmente, por meio da distribuição de 2. CONAB e SEPPIR: Viabilizar embalagem e transporte da cesta de alimentos para
MDS
alimentos, famílias de povos e comunidades tradicionais de matriz CONAB atendimento a 14.000 famílias ao ano. R$ 1,5 milhão
SEPPIR Programa 2034
africana vulneráveis à fome.
Objetivo 0986
3. SEPPIR: Firmar parceria com os Comitês Gestores Estaduais da Ação de
Distribuição de Alimentos para maior eficiência e transparência na execução
da Ação.
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Órgãos e entidades Órgãos e entidades Meta física e financeira Plano Plurianual (PPA)
Iniciativas
Responsáveis Parceiros 2012-2015 2012- 2015
Promover pesquisas e projetos pautados na 1. EMBRAPA: Elaborar 02 projetos, em conjunto com a sociedade civil, a serem Programa 2042
EMBRAPA MDS, SEPPIR
agroecologia objetivando troca de saberes. submetidos aos editais de Pesquisa & Desenvolvimento. Objetivo 842
1. MDS: Disponibilizar 300 kits de equipamento para as cozinhas das casas Programa 2069
tradicionais de matriz africana. R$ 1,8 milhão Objetivo 0378
Promover ações estruturantes de promoção 2. SEPPIR e MDS: Formalizar Termo de Cooperação entre MDS e SEPPIR para
Programa 2069
da segurança alimentar e nutricional dos povos MDS, SEPPIR EMBRAPA valorização da cultura alimentar tradicional, vinculado à ação de disponibilização
Objetivo 0379
tradicionais de matriz africana. de Kits de equipamentos para cozinhas das casas tradicionais de matriz africana.
3. MDS: Firmar 10 convênios de 100 mil reais cada de apoio a projetos de agricultura Programa 2069
urbana para os povos e comunidades tradicionais de matriz africana. R$ 1 milhão Objetivo 0378
Órgãos e entidades Órgãos e entidades Meta física e financeira Plano Plurianual (PPA)
Iniciativas
Responsáveis Parceiros 2012-2015 2012- 2015
1. MS: Elaborar e/ou apoiar a criação de materiais de informação, comunicação e Programa 2015
educação sobre o tema Saúde da População Negra com respeito aos valores e Objetivo 0724
saberes das tradições de matriz africana. R$ 300 mil Iniciativa 02S6
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Objetivo 3 - Ampliar e promover o acesso dos povos e
comunidades tradicionais de matriz africana às políticas
de proteção e promoção social, com atenção à suas
especificidades histórico-culturais
Órgãos e entidades Órgãos e entidades Meta física e financeira Plano Plurianual (PPA)
Iniciativas
Responsáveis Parceiros 2012-2015 2012- 2015
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CONSIDE
RAÇÕES
FINAIS
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“Lançado o 1º Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos
Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana”, janeiro de
2013, Brasília/DF.
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I – Lista detalhada dos Programas,
Objetivos e Iniciativas PPA 2012-2015
PPA - Plano Plurianual 2012-20151 população e buscando as melhores MEC- Ministério da Educação
Programas, Objetivos e Iniciativas condições de preço, cobertura e qualidade.
Programa 2030 - Educação Básica
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tradicionais e povos indígenas, por MS - Ministério da Saúde II – Portaria Ministerial que cria o Grupo
intermédio da ampliação da sua de Trabalho Interministerial
Programa 2015 - Aperfeiçoamento do
participação, prioritariamente dos mais
Sistema Único de Saúde (SUS)
pobres, no abastecimento dos mercados
institucionais, da rede socioassistencial e Objetivo 0724 - Implementar novo modelo SECRETARIA DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO III - Ministério do Meio Ambiente
dos equipamentos públicos de alimentação de gestão e instrumentos de relação DA IGUALDADE RACIAL a) Titular: Andréa Arean Oncala
e nutrição. federativa, com centralidade na garantia b) Suplente: Letícia Rolim Abadia
PORTARIA N° 138, de 6 de dezembro de 2012.
do acesso, gestão participativa com foco
Programa – 2019 - Bolsa Família IV - Ministério da Saúde
em resultados, participação social e A MINISTRA DE ESTADO CHEFE DA SECRETARIA DE POLÍTICAS a) Titular: Reginaldo Alves das Chagas
Objetivo 0376 - Localizar e caracterizar as financiamento estável. DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL – SEPPIR, no uso das b) Suplente: Esdras Daniel dos Santos
famílias consideradas como público-alvo atribuições que lhe confere o art.87 da Constituição Federal
Objetivo 0721 - Contribuir para a adequada Pereira
dos programas de transferência de renda e ,e
formação, alocação, qualificação,
dos programas sociais do Governo Federal Considerando o art. 215 da Constituição Federal, que V - Ministério da Educação
valorização e democratização das relações
voltados à população de baixa renda, e garante a todos o pleno exercício dos direitos culturais e a a) Titular: Ilma Fátima de Jesus
do trabalho dos profissionais de saúde.
realizar a gestão e manutenção de suas obrigatoriedade do Estado em proteger as manifestações b) Suplente: John Carth
informações socioeconômicas, por meio Iniciativa 02S6 - Consolidação das Políticas afrobrasileiras; VI - Ministério de Cultura
do desenvolvimento e aperfeiçoamento de Promoção de Equidade em Saúde
Considerando o art. 216 da Constituição Federal, que define a) Titular: Pedro Domingues Monteiro Júnior
de metodologias, instrumentos e sistemas
os bens materiais e imateriais dos grupos formadores da b) Suplente: Ana Maria Ângela Bravo Villalba
de informações, com objetivo de subsidiar
sociedade brasileira como patrimônio cultural nacional; VII - Ministério do Planejamento,
o planejamento e a implementação
de políticas de combate à pobreza e à Considerando a Lei Federal nº 12.288, de 20 de julho de 2010, Orçamento e Gestão
desigualdade social. que institui o Estatuto da Igualdade Racial; e a) Titular: Anita Dias dos Santos
b) Suplente: Heloisa Helena Vasconcelos de
Objetivo 0374 - Reforçar o acesso aos Considerando o Decreto 6.040, de 07 de fevereiro de 2007, Aquino
direitos sociais básicos nas áreas de Saúde, que institui a Política Nacional de Desenvolvimento
Educação e Assistência Social, para ruptura Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais, VIII - Secretaria de Direitos Humanos da
do ciclo intergeracional de pobreza. Presidência da República
RESOLVE a) Titular: Marga Janete Stroher
Art. 1º - Instituir o Grupo de Trabalho Interministerial, b) Suplente: Deise Benedito
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa para elaborar o I Plano Nacional de Desenvolvimento IX - Fundação Cultural Palmares
Agropecuária Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de a) Titular: Alexandro de Anunciação Reis
Matriz Africana. b) Suplente: Valéria Cunha Gonçalves
Programa 2042 - Inovações para a
Agropecuária Art. 2º - O Grupo de Trabalho Interministerial será composto Monteiro
pelos seguintes representantes, indicados pelos órgãos e X - Instituto do Patrimônio Histórico e
Objetivo 842 - Pesquisar, desenvolver e
entidades de origem: Artístico Nacional - IPHAN
transferir tecnologias para aumentar
a competitividade e a produtividade I - Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial a) Titular: Desirée Ramos Tozi
da agropecuária brasileira, contribuir da Presidência da República b) Suplente: Selmo Norte
para a inclusão social dos produtores a) Titular: Silvany Euclênio Silva XI - Empresa Brasileira de Pesquisa
de base familiar e disseminar práticas b) Suplente: Luana Lazzeri Arantes Agropecuária - EMBRAPA
ambientalmente sustentáveis, com foco
II - Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a) Titular: Edson Guiducci Filho
em compromissos como a redução da
à Fome b) Suplente: Nuno Rodrigo Madureira
emissão de carbono, no desenvolvimento
a) Titular: Kátia Cristina Favilla
sustentável e no uso racional dos
b) Suplente: Celiana Nogueira Cabral dos Santos
recursos naturais.
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Parágrafo Único - A coordenação do Grupo de Trabalho III – Marcos Legais
Interministerial será exercida pela Secretaria de Políticas
para Comunidades Tradicionais da Secretaria de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República. Marcos Legais orientadores do I Plano Nacional • Decreto nº 3.551, De 4 de agosto de 2000.
de Desenvolvimento Sustentável dos Povos e Institui o Registro de Bens Culturais
Art. 3º - São atribuições do Grupo de Trabalho Interministerial: de Natureza Imaterial que constituem
Comunidades Tradicionais de Matriz Africana
I – elaborar o I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável patrimônio cultural brasileiro, cria
dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana; • Constituição Federal de 1988 – artigos 3°, 4°, 5°; 215 e 216;
o Programa Nacional do Patrimônio
II – articular junto aos órgãos federais as ações e programas Imaterial e dá outras providências.
• Lei n° 9.459 de 13 de maio de 1997 sobre a injúria racial;
que integrarão o Plano;
III - propor as metas físicas e orçamentárias do Plano; • Lei No 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que inclui no • Decreto-lei nº 25, de 30 de novembro de
IV – elaborar metodologia de monitoramento do Plano. currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da 1937. - Organiza a proteção do patrimônio
V – coordenar o processo de avaliação e revisão do Plano temática “História e Cultura Afro-Brasileira”; histórico e artístico nacional.
Art. 4º - No exercício de suas atribuições, o Grupo de Trabalho • Lei N° 10.678, de 23 de maio de 2003, que cria a SEPPIR;
Interministerial deve estabelecer mecanismo para permitir
• Decreto Nº 4.886 de 20 de novembro de 2003, que institui a
a participação e o protagonismo dos povos e comunidades
Política Nacional de Promoção da Igualdade Racial;
tradicionais de matriz africana no processo de elaboração
e implementação do Plano Nacional de Desenvolvimento • Decreto 5.051, de 19 de abril de 2004, que promulga a
Sustentável dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Convenção n° 169 da Organização Internacional do
Africana. Trabalho;
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IV – Listagem das Casas Tradicionais de Matriz V – Lista dos Mapeamentos, Inventários e
Africana Tombadas Cadastros das Casas Tradicionais de Matriz Africana
Identificadost
A. Casa Tombadas pelo Instituto Patrimônio Histórico • Terreiro Filhos de Oba – Laranjeira / SE
1. “Mapeamento dos Terreiros de Salvador”, 2007. 5. “Mapeamento dos Terreiros de João
e Artístico Nacional - IPHAN Tombado: 1988 pelo Instituto do
Abrangência: Salvador/BA Pessoa”, 2011
Patrimônio Cultural da Secretaria de
• Ilê Axé Iyá Nassô Oká - Casa Branca – Salvador / BA Quantidade de casas mapeadas: 1.408 Abrangência: João Pessoa/PB
Estado de Cultura do Governo do Estado
Nação Keto / Fundação:1735 /Iyalorixá: Altamira Cecília Execução: Universidade Federal da Bahia – Centro de Quantidade de casas mapeadas: 111
do Sergipe.
dos Santos (Mãe Tatá) Estudos Afro- Orientais Execução: Casa de Cultura lle Ase
Tombado: 1986 • Terreiro Ilê Wopo Olojukan – Belo Apoio: Prefeitura Municipal de Salvador e Fundação D’Osoguiã - IAO
Horizonte / MG Cultural Palmares Apoio: Prefeitura Municipal de João
• Ilê Axé Opô Afonjá – Salvador / BA
Tombado: 1995 pelo Conselho Municipal Formato: digital e impresso Pessoa - MC Fundo Municipal de Cultura
Nação Keto / Fundação:1910 / Iyalorixá Maria Stella de
de Patrimônio - Secretaria Municipal de http://www.terreiros.ceao.ufba.br/apresentacao e FUNJOPE – Fundação Cultural de João
Azevedo Santos (Stella de Oxossi)
Cultura de Belo Horizonte. Pessoa
Tombado: 2000 2. Mapeamento das Casas de Religiões de Matriz Africana Formato: digital
• Ilê Axé Iyá Omim Iyamassê – Gantois – Salvador / BA do Rio de Janeiro”, 2008. http://www.mapeamentodosterreirosjp.
Nação Keto / Fundação:1849 / Iyalorixá: Carmem Oliveira Abrangência: Estado do Rio de Janeiro com.br/
da Silva (Carmem de Oxalá) Quantidade de casas mapeadas: 847
Tombado: 2002 Execução: PUC/Rio
Apoio: SEPPIR e Conselho Griot 6. “Cadastro de Terreiros de Umbanda e
• Manso Banduquenqué – Bate Folha – Salvador / BA Formato: digital Candomblé do Estado de São Paulo”, 2011
Nação:Angola / Fundação:1916 / Babalorixá:Cícero http://www.nima.puc-rio.br/mapeamento/ Abrangência: Estado de São Paulo
Rodrigues Franco Lima
3. “Inventário dos Terreiros do Distrito Federal e Entorno – Quantidade de casas cadastradas: 725
Tombamento: 2003
1ª. Fase”, 2009 Execução: FFLCH/USP-SP
• Ilê Manoiálaje Alaketu – Salvador / BA Abrangência: Distrito Federal Formato: digital
Nação:Ketu / Fundação: 1836 /Iyalorixá:Jocelina Barbosa Quantidades de casas inventariadas: 26 http://www.fflch.usp.br/sociologia/
Bispo Execução: Superintendência do Iphan no Distrito Federal prandi/iles.doc
Tombamento: 2004 Apoio: SEPPIR
• Casa das Minas – São Luis / MA Formato: impresso
7. “Mapeamento dos Espaços de Religião
Denil Jardim 4. “Mapeando o Axé – Pesquisa Socioeconômica e Cultural de Matriz Africana no Recôncavo Baiano
Tombado: 2001 das Comunidades Tradicionais de Terreiro”, 2010/2011 e no Baixo Sul”, 2010/2011
• Roça do Ventura – Cachoeira / BA Abrangência: regiões metropolitanas e capitais dos Abrangência: 33 municípios do Recôncavo
Edvaldo de Jesus Conceição (Buda)Tombamento estados de MG, PE, PA e RS e da subregião do Baixo Sul – Bahia.
provisório: 2011 Quantidade de casas mapeadas: Quantidade de casas mapeadas: 420
- Região Metropolitana de Belo Horizonte/MG - 353 Formato: impresso
- Região Metropolitana de Porto Alegre/RS – 1.342 Execução: Secretaria de Promoção da
- Região Metropolitana de Belém/PA – 1.089 Igualdade do Estado da Bahia.
B. Tombadas pelos Órgãos Estaduais - Região Metropolitana de Recife/PE – 1.261
e Municipais Realização: MDS, UNESCO e SEPPIR.
Execução: Associação Filmes de Quintal
• Axé Ilê Oba, São Paulo / SP Formato: digital e impresso “Alimento: Direito Sagrado”,
Tombado: 1990 pelo CONDEPHAAT - Conselho de Defesa do MDS, 2011
Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico - http://www.mds.gov.br/sesan/terreiros/paginas/cd-
Secretaria de Cultura – Estado de São Paulo interativo.html
pg.58 pg.59
pg.60 pg.61
e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana 2013 - 2015
I Plano Nacional de Desenvolvimento Sustentável dos Povos
SECRETARIA DE POLÍTICAS DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL
SECRETARIA DE POLÍTICAS PARA COMUNIDADES TRADICIONAIS
Esplanada dos Ministérios, Bloco A, 9° andar, sala 901
CEP: 70.054-906 – Brasília / DF
Telefone: 61 2025 7093 / 7100 / 7092
Fax: 61 2025 7054
Email: seppir.secomt@seppir.gov.br
http://www.seppir.gov.br
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