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Amaranthaceae

Renata Giassi Udulutsch


Antonio Furlan*
Pedro Dias
AMARANTHACEAE

Renata Giassi Udulutsch


Antonio Furlan*
Pedro Dias

Ervas prostradas a eretas, arbustos, às vezes lianas; caules geral-


mente cilíndricos, frequentemente estriados, flexíveis, espessados
nos nós; raízes lenhosas, tuberificadas ou carnosas. Folhas alternas,
opostas ou rosuladas, simples, inteiras, raro sublobadas, sem estípulas,
sésseis a pecioladas. Inflorescências variadas de flores simples ou
comumente pequenas inflorescências dicasiais, bráctea 1, bractéolas
2, em geral escariosas, e nestas as flores laterais estéreis, modificadas
em ganchos, espinhos, tufos de tricomas ou ausentes. Flores bissexuadas,
raro unissexuadas, actinomorfas, ligeiramente compressas, apétalas; tépalas
3-5, raro menos ou ausentes, membranáceas a paleáceas, às vezes coloridas,
livres ou unidas na base, na dispersão suberificadas, reflexas, enroladas,
ou inalteradas; estames em número igual e opostos às tépalas, filetes
filamentosos ou achatados e alargados, raro livres, unidos na base ou até a
região mediana, com ou sem pseudoestaminódios intercalados, ou unidos
formando tubo hialino, laciniado, anteras (1-)2 loculadas, rimosas, pólen
globoso, pantoporado; ovário súpero (1-)2(-3) carpelos, unilocular, estilete
alongado, curto ou ausente, estigma capitado, bífido, bilobado a penicilado,
óvulos 1-raro muitos, placentação basal, raro central livre. Frutos em
geral pequenas cápsulas (1-muitas sementes), dispersos com tépalas secas,
persistentes; sementes lenticulares a reniformes, raro ariladas, perisperma
farináceo a gelatinoso, embrião periférico, em arco ou anular.
Amaranthaceae é estreitamente relacionada a Chenopodiaceae, di-
ferindo desta por apresentar brácteas escariosas e caules menos suculentos.
Estudos moleculares sugerem que essas famílias devem ser unidas, formando
um único grupo monofilético (Nee 2004).

Amaranthaceae 15
Amaranthaceae ocorre tanto em regiões tropicais quanto tem-
peradas e apresenta ca. 1.000 espécies distribuídas em 70 gêneros (Nee
2004). Os gêneros mais representativos na região neotropical são
Alternanthera (100 spp.), Gomphrena (60 spp.), Iresine (40 spp.),
Pfaffia (30 spp.) e Amaranthus (25 spp.). Ocupa ambientes áridos, salinos,
de restinga ou áreas antropizadas, e poucas espécies são referidas para áreas
florestais ou montanhas (Townsend 1993). No Brasil, ocorrem 20 gêneros e
ca. 100 espécies (Marchioretto et al. 2009), sendo sete gêneros nativos e 20
espécies para o Distrito Federal. Celosia, representado por uma espécie no
Distrito Federal (C. argentea L.), foi encontrado apenas como cultivado.

Martius, C.F.P. 1826. Nova genera et species plantarum. Monachii, Typis C. Wolf., v. 2,
p.1-64, f. 101-157.
Moquin-Tandon, C.H.B.A. 1849. Amaranthaceae. In A. De Candolle (ed.) Prodr. Parisiis,
Victoris Masson, v. 13, pars 2, p. 231-424, 462-463.
Nee, M. 2004. Amaranthaceae (Amaranth Family). In N. Smith, S.A. Mori, A. Henderson,
D.W. Stevenson & S.V. Heald (eds.) Flowering plants of the neotropics. New Jersey,
Princeton University Press, p.13-14.
Pedersen, T.M. 1967. Studies in South American “Amaranthaceae”. Darwiniana 14: 430-462.
Pedersen, T.M. 1976. Estudios sobre Amaranthaceae Sudamericanas. Darwiniana 20:
269-303.
Pedersen, T.M. 1990. Studies in South American Amaranthaceae III. Bull. Mus. Natl.
Hist. Nat., B, Adansonia ser. 4, 12(1): 95.
Schinz, H. 1934. Amaranthaceae. In A. Engler & K. Prantl (ed.) Die natürlichen
Pflanzenfamilien. Leipzig, Wilhem Engelmann, v. 16C, p. 7-85.
Seubert, M. 1875. Amaranthaceae. In C.F.P. Martius & A.G. Eichler (eds.) Flora
brasiliensis. Lipsiae, Frid. Fleischer, v. 5, pars 1, p. 161-252, f. 1-75.
Smith, L.B. & R.J. Downs. 1972. Amaranthaceae In R. Reitz (ed.). Flora Ilustrada
Catarinense, parte I, fasc. Amara. Herbário “Barbosa Rodrigues”. Itajaí.

CHAVE PARA OS GÊNEROS

1. Folhas alternas; anteras biloculares ............................... 2. Amaranthus


1. Folhas opostas ou em rosetas basais; anteras uniloculares.
2. Flores 4-meras ............................................................ 6. Quaternella
2. Flores 5-meras.

16 Flora do Distrito Federal, Brasil. v.9, 2011


 7XER HVWDPLQDO FRP ¿OHWHV XQLGRV DWp D UHJLmR PHGLDQD RX SRXFR
abaixo.
4. Tubo estaminal com pseudoestaminódios ...... 1. Alternanthera
4. Tubo estaminal sem pseudoestaminódios.
3ODQWDVOLDQHVFHQWHV¿OHWHVQmR¿PEULDGRV ...... 4. Hebanthe
3ODQWDVQmROLDQHVFHQWHV¿OHWHV¿PEULDGRV............. 5. 3IDI¿D
7XERHVWDPLQDOFRP¿OHWHVXQLGRVDWpTXDVHRiSLFH
6. Caules cilíndricos, tépalas totalmente livres ...... 3. Gomphrena
6. Caules quadrangulares, tépalas unidas até a região mediana ......
............................................................................. 7. Xerosiphon

1. Alternanthera Forsk.

Ervas perenes ou anuais, decumbentes, prostradas ou eretas.


Folhas opostas, inteiras, em geral decurrentes. Espigas congestas, axilares
ou terminais, simples ou compostas, pedunculadas ou sésseis, geralmente
brancas; brácteas e bractéolas presentes, pouco diferenciadas, côncavas,
margem serrilhada ou não. Flores bissexuadas, ligeiramente compressas,
pediceladas ou sésseis; tépalas 5, livres, em geral ligeiramente desiguais,
membranáceas a frequentemente paleáceas, ápice muitas vezes pungente;
estames 3-5, filetes unidos na base, intercalados com 3-5 pseudoestaminódios,
denteados ou inteiros, curtos ou longos; anteras uniloculares, alongadas ou
globosas; ovário bicarpelar, uniovulado, globoso, estilete presente, curto ou
longo, estigma capitado, raro ligeiramente bilobado. Cápsulas envolvidas
pelas tépalas na dispersão; sementes lenticulares.
Gênero com cerca de 100 espécies (Nee 2004), amplamente
distribuído nas regiões tropical e subtropical da América, com poucas
espécies na Ásia, África e Austrália (Bojian et al. 2003). No Distrito
Federal é representado por três espécies. Alternanthera bettzichiana
(Regel) Voss é cultivada no Distrito Federal para fins medicinais.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES

,QÀRUHVFrQFLDVFRPSHG~QFXORHPJHUDOWHUPLQDLVÀRUHVSHGLFHODGDV ...
....................................................................................... 1. A. brasiliana
,QÀRUHVFrQFLDVVpVVHLVJHUDOPHQWHD[LODUHVÀRUHVVpVVHLV

Amaranthaceae 17
2. Flores com tépalas iguais, ca. 1mm compr. .... 2. A. paronychioides
2. Flores com tépalas desiguais (3 externas maiores e 2 internas menores),
sempre maiores de 3mm compr. ..................................... 3. A. tenella

1.1. Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze, Revis. gen. pl. 2: 537. 1891.
Figura 1 A-B; 2

Ervas perenes, prostradas, eretas ou decumbentes, às vezes


cespitosas, até 1,5m alt., hírtula a glabrescente; caule verde a avermelhado,
nós ligeiramente espessados, internós 4,5-18cm compr. Folhas pecioladas,
verdes a vináceas; pecíolos até 1cm compr.; lâminas 3,5-11x1-2,8cm,
elípticas a elíptico-lanceoladas, ápice agudo, base aguda a obtusa,
mais pilosas na face inferior. Espigas pedunculadas, espigas globosas
a cilíndricas, até 1,5x1,2cm, raro espigas axilares sésseis, pedúnculo até
3,6mm compr.; bráctea ca. 3mm, bractéolas ca. 4mm, cristadas no ápice.
Flores pediceladas, pedicelo ca. 1mm compr., comumente espessado e
piloso; tépalas 5, até 4mm compr., subiguais, lanceoladas, 3-nervadas, mais
pilosas na base; estames 5, filetes unidos até a região mediana do tubo,
ultrapassando o ovário, pseudoestaminódios fimbriados no ápice, anteras
alongadas; ovário globoso, estigma capitado. Cápsulas 1,8-2,3mm compr.;
sementes ca. 1,5mm diâm., marrom, brilhantes.
América tropical, distribuição ampla (Smith & Downs 1972,
Siqueira 2002). Flores e frutos de abril a junho, setembro e dezembro.
Material selecionado: Chapada da Contagem, IV.1992, Melo & França 686
(CEN). Estação Ecológica do Jardim Botânico de Brasília, 15°52’S, 47°51’W, XII.1996,
Nobrega et al. 656 (HEPH).
Material adicional examinado: MINAS GERAIS, Gouveia, VII.1980, Furlan et
al. CFCR 159 (SPF).
Dependendo das condições ambientais, o pedicelo característico
de Alternanthera brasiliana pode tornar-se intumescido formando cinco
lobos intercalados com cinco concavidades.

1.2. Alternanthera paronychioides A.St.-Hil., Voy. distr. diam. 2: 439. 1833.


Ilustrações: Seubert (1875).
Figura 2

18 Flora do Distrito Federal, Brasil. v.9, 2011


Ervas muito ramificadas, pouco tomentosas; internós 2-7,5cm.
Folhas sésseis, lâminas 1,2-2,3x0,2-0,5cm, lanceoladas, ápice e base
agudos, mais pilosas na face inferior. Glomérulos 3-12 espigas, predo-
minantemente axilares, espigas em geral cilíndricas, ca. 12x4mm; brácteas
e bractéolas subiguais, pouco pilosas. Flores sésseis, glabras; tépalas 4,
até 1,4mm compr., oblongas, ápice obtuso, apiculado, paleáceas, estames
4, filetes unidos, não ultrapassando o ovário, pseudoestaminódios
deltóides, não fimbriados; ovário ca. 0,5mm, estilete curto, estigma capi-
tado. Cápsulas ca. 1mm diâm.; sementes ca. 0,5mm diâm., marrom-
avermelhadas, brilhantes.
América tropical, em várias regiões do Brasil (Smith & Downs
1972, Siqueira 2002). Flores e frutos em setembro.
Material examinado: Planaltina, Córrego Mestre d’armas, IX.1992, Melo et al.
786 (HRCB, UB).

1.3. Alternanthera tenella Colla, Mem. Reale Accad. Sci. Torino 33: 131.
1829.
Figura 1 C-D; 2

Ervas anuais ou perenes, geralmente prostradas a ligeiramente


decumbentes até 20cm alt., hírtulas a tomentosas, glabrescentes; internós
1,5-9,2cm compr. Folhas pecioladas; pecíolos até 1cm, lâminas 1,5-7,2x0,6-
2,5cm, elípticas, elíptico-lanceoladas, obovais ou espatuladas, ápice agudo
a arredondado, base aguda, hírtulas nas duas faces. Espigas hemisféricas
simples, 4-6mm diâm. ou em espigas aglomeradas, até 12mm diâm.,
axilares, mais frequentes nos ramos novos; brácteas e bractéolas glabras.
Flores sésseis; tépalas 5, desiguais, 3 externas maiores, ca. 4mm compr.,
lanceoladas, 3-nervadas, pilosas especialmente na região mediana, 2 internas
menores, ca. 3mm compr., 1-nervadas, glabras, côncavas; estames 5, filetes
unidos até a altura do ovário, pseudoestaminódios ligulados, lacerados no
ápice, anteras oblongas; ovário ca. 0,5mm compr., globoso, estilete curto,
estigma capitado. Cápsulas ca. 1,5mm compr.; sementes ca. 1mm diâm.,
marrons, brilhantes.
América tropical, em todo o Brasil. Bordas de mata, cerrados e
terrenos baldios, ambientes com maior intensidade luminosa (Siqueira
2002). Flores e frutos de março a junho e setembro.

Amaranthaceae 19
Material selecionado: Brejo do Guará, IV.1971, Sastre & Goodland 1169 (UB).
Reserva Ecológica do IBGE, 15°56’41’’S, 47°53’07’’W, VI.1999, Ramos et al. 1357
(HEPH).
Material adicional examinado: MINAS GERAIS, Santana do Riacho, Serra do
Cipó, km 105, V.1980, Furlan CFSC 6154-B (SPF).

2. Amaranthus L.

Ervas geralmente anuais, eretas a decumbentes, glabras a


pouco pubérulas; caules em geral inermes. Folhas alternas, geralmente
pecioladas, margem inteira a ondulada, nervuras frequentemente salientes
na face abaxial. Panículas espiciformes de cimeiras aglomeradas,
terminais e axilares; brácteas e bractéolas iguais na base de cada flor.
Flores unissexuadas, verdes a avermelhadas tornando-se pouco paleáceas;
tépalas 3-5, às vezes desiguais; estames 3-5, livres, anteras biloculares;
ovário globoso, pouco compresso, uniovulado, estilete ausente, estigmas
em geral 3, filiformes. Cápsulas lisas a rugosas; sementes em geral
lenticulares, testa lisa e brilhante.
Gênero com cerca de 60 espécies, distribuídas tanto nas regiões
tropicais quanto temperadas (Siqueira 2002). No Brasil, ocorrem
aproximadamente 10 espécies, das quais três ocorrem no Distrito Federal e
são consideradas plantas invasoras ou ruderais.

Brenan, J.P.M. 1961. Amaranthus in Britain. Watsonia 4: 261-280.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES

1. Planta com espinhos ........................................................ 2. A. spinosus


1. Planta sem espinhos.
2. Flores com 5 tépalas ................................................... 1. A. hybridus
2. Flores com 3 tépalas ....................................................... 3. A. viridis

2.1. Amaranthus hybridus L., Sp. pl. 2: 990. 1753.


Figura 2

Ervas anuais, eretas, até 1,5m alt., glabras; caule estriado a anguloso.

20 Flora do Distrito Federal, Brasil. v.9, 2011


Folhas pecioladas; pecíolos 1,2-11cm compr., lâminas 2,3-17,5x1,2-8,5cm,
rômbeo-elípticas, ápice obtuso a agudo, às vezes ligeiramente serreadas
próximo do ápice, base aguda. Panículas cilíndricas, 3-10,5cm compr.,
terminais; brácteas e bractéolas até 5mm compr., ovais, ápice agudo, em
geral excedendo as tépalas. Flores verdes; tépalas 5, até 2mm compr.,
oblongo-lanceoladas; estames 5, sub-sésseis; ovário até 2mm compr.,
globoso; estigmas 3, curtos, sésseis. Cápsulas globosas irregulares, às vezes
pouco rugosas; sementes lenticulares ca. 1mm diâm., pretas, brilhantes.
Regiões tropicais e temperadas, distribuição ampla (Siqueira
2002). Flores e frutos em abril, maio, outubro e dezembro.
Material selecionado: Brasília, XII.1965, Irwin et al. 11239 (UB). Planaltina,
X.1979, Silva 188 (CEN). Taguatinga, V.1990, Cupertino s.n. (UB 5568-9).

2.2. Amaranthus spinosus L., Sp. pl. 2: 991. 1753.


Figura 1 E; 2
Nomes populares: caruru, caruru-manso.

Ervas eretas até 1,5m alt.; caule suculento, estriado quando seco;
espinhos axilares 2, até 9mm compr., retos ou curvos. Folhas pecioladas;
pecíolos 1,2-8,5cm compr., lâminas 2,1-11x1,2-6,4cm, em geral oval-
elípticas, ápice obtuso, base obtusa e decurrente, nervuras claras e salientes na
face inferior. Panículas espiciformes, 2,5-16cm compr.; brácteas e bractéolas
ovais, membranáceas. Flores verdes; tépalas 5, ca. 1mm compr., lanceoladas
a rômbicas, ápice pouco serreado ou inteiro; estames 5, subsésseis; ovário
globoso a oblongo; estigmas 3, filiformes, até 1mm compr., sésseis, pubérulos,
com tricomas glandulosos. Cápsulas até 2mm compr., lisas; sementes ca.
1mm diâm., pretas, brilhantes.
Regiões tropicais e temperadas da América, Europa e Ásia. No
Brasil, em terrenos baldios, hortas, monoculturas, jardins e fendas de
calçadas (Siqueira 2002). Flores e frutos em janeiro e março.
Material selecionado: Brasília, I.1983, Pereira 24 (UB).

2.3. Amaranthus viridis L., Sp. pl., ed. 2, 2: 1405. 1763.


Figura 2
Nomes populares: caruru, cariru, cariru-bravo, capim.

Amaranthaceae 21
Ervas eretas até 1,5m alt.; caule inerme, estriado quando seco.
Folhas pecioladas; pecíolos 1,7-5,5cm compr.; lâminas 2,5-5,5x1,6-3,5cm,
ovais, elípticas ou rômbeo-elípticas, ápice em geral obtuso, margem inteira,
base aguda a obtusa, nervuras muito salientes na face inferior. Panículas
espiciformes, às vezes também em pequenos glomérulos axilares, 2,3-8,5cm
compr.; brácteas e bractéolas iguais, ca. 1mm compr., ovais. Flores verdes;
tépalas 3-4, até 1,8mm compr., espatuladas, nervura mediana espessada na
parte superior; estames 3, sub-sésseis; ovário ca. 1x0,5mm, globoso; estilete
ca. 0,5mm, cônico; estigmas 3, menores que o estilete. Cápsulas ca. 1,5mm
diâm., rugosas; sementes lenticulares, 1-1,5mm diâm., pretas a marrons,
brilhantes.
Pantropical, invasora de hortaliças, pomares, jardins e terrenos
baldios (Siqueira 2002). Flores e frutos em janeiro, março e maio.
Material selecionado: Brasília, I.1983, Pereira 23 (UB). Taguatinga, V.1990,
Cupertino s.n. (UB 5570-1).

3. Gomphrena L.

Ervas, subarbustos ou arbustos, perenes, eretas a prostradas, raro


escandentes, acaules ou caule curto e cilíndrico; raízes espessadas, em
geral lenhosas, produzindo várias rosetas foliares. Folhas rosuladas ou não,
opostas, raro alternas no escapo, inteiras, em geral sésseis, frequentemente
denso pilosas. Espigas, alongadas ou condensadas, raro capítulos, apoiadas
por 2-20 folhas involucrais, inflorescência elementar dicasial sem as
flores laterais simulando flores simples, terminais e axilares, sésseis ou
pedunculadas; bráctea, paleácea, orbicular, côncava, geralmente glabra,
uninervada, persistente; bractéolas, paleáceas, côncavas alongadas e
comprimidas, uninervadas, glabras, decíduas. Flores bissexuadas, sésseis;
tépalas 5, paleáceas, iguais ou pouco diferentes entre si, livres, 1-3-nervadas,
decíduas com o fruto, frequentemente enroladas ou patentes na dispersão,
sub-glabras a denso-pilosas; estames 5, filetes alargados, oblongos, unidos
até quase o ápice, formando tubo estaminal hialino cilíndrico, reto ou
recurvado no ápice, 5-nervado, em geral igual ou maior que as tépalas, ápice
dos filetes subquadrangular ou 2 lacínios lineares, falciformes, deltóides,
lanceolados ou ausentes, anteras 5, uniloculares, oblongas, ápice reflexo

22 Flora do Distrito Federal, Brasil. v.9, 2011


na antese; ovário 2(-3) carpelos, uniovulado, globoso a pouco compresso,
hialino; estilete cilíndrico, estigma geralmente bífido, raro trífido, ramos
subulados. Cápsulas, hialinas; sementes lenticulares.
Gênero ca. 120 espécies, distribuído pelas regiões tropical e sub-
tropical da América e na Austrália (Furlan et al. 2007). No Brasil,
principalmente nos cerrados, campos rupestres e caatinga, sendo representado
por 46 espécies (Siqueira 2002). No Distrito Federal, é representado por oito
espécies nativas. Além dessas, Gomphrena globosa L. é cultivada como
ornamental. Segundo Schinz (1934), Gomphrena estava subdividida em
quatro seções: 1) Cristularia Seub., caracterizada pelas bractéolas cristadas;
2) Gomphrenula Seub., caracterizada pelas bractéolas não cristadas; 3)
Stachyanthus Seub., a única que apresenta tubo estaminal recurvado, e 4)
Xerosiphon Turcz., cujas espécies apresentam tépalas unidas entre si até a
região mediana. Em 1955, Holzhammer, altera o nome da seção Cristularia
para Gomphrena. E, finalmente, Pedersen (1990) revalida o gênero
Xerosiphon Turcz, tornando a circunscrição de Gomphrena melhor
delimitada.

Holzhammer, E. 1955. Die amerikanische Arten der Gattung Gomphrena L. Teil 1.


Mitt. bot. Stsamml. 13: 85-114.
Holzhammer, E. 1956. Die amerikanische Arten der Gattung Gomphrena L. Teil 2.
Mitt. bot. Stsamml. 14/15: 178-257.
Siqueira, J.C. 1984. O gênero Gomphrena L. (Amaranthaceae) nos cerrados do Brasil.
Acta Biologica Leopoldensia 6(2): 183-194.
Siqueira, J.C. 1992. O gênero Gomphrena L. (Amaranthaceae) no Brasil. Pesquisas,
Bot. 43: 5-197.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES

1. Folhas alternas no escapo ................................................ 5. G. lanigera


1. Folhas opostas no escapo.
2. Bractéolas não cristadas no ápice.
3. Planta tomentosa; folhas com nervação acródroma basal; tépalas
desiguais, sendo 3 externas e 2 internas ...................... 6. G. pohlii
3. Planta sub-lanosa; folhas com nervação eucamptódroma; tépalas
iguais entre si ................................................................ 7. G. rudis

Amaranthaceae 23
2. Bractéolas cristadas no ápice.
)ROKDVLQYROXFUDLVLQÀRUHVFrQFLDVVROLWiULDVFPODUJ
........................................................................... 2. G. arborescens
)ROKDVLQYROXFUDLVLQÀRUHVFrQFLDVQXQFDVROLWiULDVFPODUJ
/DFtQLRVGRV¿OHWHVIDOFLIRUPHVGHOWyLGHVRXDXVHQWHV
6. Folhas tomentosas; folhas involucrais orbiculares, ápice agudo
e não pungente .................................................. 1. G. agrestis
6. Folhas lanosas quando jovens e as adultas glabras e ásperas;
folhas involucrais lanceoladas a ovais, ápice agudo e pungente
............................................................................... 8. G. virgata
/DFtQLRVGRV¿OHWHVOLQHDUHV
7. Bractéolas com crista brevemente serrilhada no ápice;
LQÀRUHVFrQFLDVOLODVHV .................................. 3. G. celosioides
%UDFWpRODV IRUWHPHQWH FULVWDGRVHUULOKDGDV QR iSLFH LQÀRUHV
cências brancas ................................................ 4. G. desertorum

3.1. Gomphrena agrestis Mart., Nov. Gen. sp. pl. 2: 13. 1826.
Figura 1 F-H; 2

Subarbustos perenes, 0,12-1,3m alt., caule avermelhado quando


velho, eretos, tomentosos a setosos, internós 6-13cm. Folhas basais
presentes, sésseis, lâminas 1,2-9x0,5-1,5cm, oblongas a elípticas, ápice
agudo, base atenuada, tomentosas, folhas do escapo opostas, 0,7-12,3x0,4-
1cm, ovais a oblongas, ápice agudo, nervação eucamptódroma; folhas
involucrais 3-8, opostas, 0,7-2x0,3-0,7cm, orbiculares, ápice agudo, não
pungente, nervação acródroma basal-imperfeita, geralmente maiores que
os glomérulos. Glomérulos hemisféricos, 3-8 espigas, 0,6-1,5x1-2cm,
terminais e axilares, pouco odoríferos, rosadas a creme; brácteas ca.
5x2mm, oval-deltóide; bractéolas ca. 6x1,5mm, carenadas, cristadas no
ápice, crista serrilhada. Flores 6-10x2mm, oblíquas ao ráquis, paleáceas,
ápice mais claro; tépalas 8x1mm, linear-lanceoladas, subiguais, ápice
obtuso, serrilhado, pilosas no dorso, uninervadas; tubo estaminal até
8mm compr., 1mm diâm., ereto, pouco constrito no ápice; lacínios dos
filetes falciformes a deltóides; ovário até 1mm diâm., globoso, estilete
0,5mm, estigma até 2mm compr., bífido, lobos subulados. Cápsulas até
5mm compr., ápice pouco reforçado; sementes 1-2mm diâm. testa lisa,
marrons-alaranjadas.

24 Flora do Distrito Federal, Brasil. v.9, 2011


Brasil, regiões Norte, Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste (Siqueira
1984, 2002). Cerrados, campos rupestres e campos limpos. Flores e frutos
em maio, junho, agosto e setembro.
Material examinado: APA de São Bartolomeu, IX.1985, Mendonça et al. 530
(IBGE). BR-251, próximo ao trevo DF-11, V.1981, Heringer et al. 6978 (IBGE). Parque
Ecológico do Gama, 16°2’S, 48°3’W, V.2000, Gomes et al. 29 (UB). Reserva Ecológica do
IBGE, VI.1994, Fonseca & Oliveira 70 (IBGE). Sobradinho, VIII.1964, Heringer 9737 (UB).
Material adicional examinado: MINAS GERAIS, Santana do Riacho, Serra do
Cipó, Pico do Breu, II.1982, Hensold et al. CFSC 8524 (SPF).
Gomphrena agrestis é muito semelhante a G. rudis Moq.,
diferenciando-se desta basicamente pelo caráter diferencial da seção:
G. agrestis possui bractéolas com crista (seção Gomphrena) e em G. rudis
as bractéolas não possuem crista (seção Gomphrenula).

3.2. Gomphrena arborescens L.f., Suppl. pl.: 173. 1782.


Figura 2

Subarbustos perenes, 0,15-1m alt., hirsutos, tricomas ferru-


gíneos em toda parte vegetativa; caule ereto, internós 2,5-10cm. Folhas
do escapo opostas, sésseis, lâminas 4,7-10,3x2,1-4,5cm, elípticas
a obovais, ápice agudo, obtuso ou arredondado, mucronado, base
cuneada, nervação broquidódroma; folhas involucrais 11-16, opostas,
2,6-5,3x0,7-1,9cm, lanceoladas a ovais, ápice agudo, mucronado,
base arredondada, nervação acródroma basal imperfeita. Capítulos
hemisféricos, solitários, terminais, 3,5-4,7x6-7,9cm, alaranjados a vermelhos;
bráctea 1-1,5x0,2-0,4cm, estreito-triangular, ápice alongado e pungente,
quilha não alada; bractéolas 2,9-3,6x0,4-0,7cm, carenadas, cristadas no
ápice, crista ligeiramente serrilhada. Flores 2,9-3,6x1,2-1,8cm, oblíquas ao
ráquis; tépalas 2,3-3,3x1-2mm, lineares, ápice alongado, acuminado, liso,
uninervadas, pilosas no dorso, densamente pilosas na base; tubo estaminal
3,2-3,8x1,5-2mm, ereto, pouco constrito no ápice; lacínios dos filetes
lineares; ovário 2,5-3,9x1,5-2mm, globoso, estilete 0,5-1mm; estigma
2,5-3mm compr., bífido, lobos subulados. Cápsulas não observadas.
Brasil, regiões Sudeste e Centro-Oeste, e Paraguai (Siqueira 2002).
Cerrados e campos rupestres. Flores de janeiro a setembro e novembro a
dezembro.

Amaranthaceae 25
Material selecionado: Bacia do rio São Bartolomeu, I.1981, Heringer et al.
6062 (IBGE). Brazlândia, 5 km ao norte de Brasília, V.1982, Pires 252 (CEN). Campus
da Universidade de Brasília, II.1999, Taxonomy class of Universidade de Brasília 1345
(UB). Chapada da Contagem, 20 km a nordeste de Brasília, I.1968, Irwin et al. 19408
(UB). Córrego Cariru, II.1981, Kirkbride Jr. 3752 (UB). Cruzeiro Novo, II.1983, Ferreira
37 (UB). Estrada para Anápolis, a 31 km de Brasília, II.1965, Clayton 4814 (UB).
Fazenda Água Limpa, 15°57’S, 47°56’W, I.1980, Cesar 93 (UB). Fazenda Palmeirinha,
lote 49, IV.1984, Alvim 7 (UB). Jardim Botânico de Brasília, 15°52’S, 47°51’W, II.1997,
Nobrega & Oliveira 702 (HEPH). Parque Nacional de Brasília, Alto do Milho Cozido,
XII.1990, Ramos 405 (UB). Parque Rural, pátio do CENARGEN, II.1977, Allem 802
(CEN). Península Norte, XII.1976, Ratter 4001 (UB). Planaltina, Rodovia BR-020, 20
km da entrada de Planaltina, II.1990, Arbo et al. 3430 (CTES). Próximo à entrada da
Record, II.1979, Heringer et al. 1016 (IBGE). Próximo ao Palácio da Alvorada, IV.1975,
Heringer 14518 (UB). Reserva Ecológica do Guará, XII.1993, G.P. Silva 2160 (CEN).
Reserva Ecológica do IBGE, córrego Taquara, I.1978, Heringer et al. 323 (IBGE). Riacho
Fundo, ponte da estrada do aeroporto, 15°51’S, 47°56’W, VIII.1980, Barros & Alves 70
(UB). Rodovia 15, I.1975, Heringer 14442 (UB). Samambaia, Parque Boca da Mata,
15°52’S, 48°03’W, IV.1997, Rezende 426 (CEN). Setor de Mansões, Park Way, IX.1981,
Barros 151 (UB). Sobradinho, 3 km ao norte de Sobradinho, XI.1965, Irwin et al. 10114
(UB). Vargem Bonita, II.1962, Heringer 8865 (UB).

3.3. Gomphrena celosioides Mart., Nova Acta Phys.-Med. Acad. Caes.


Leop.-Carol. Nat. Cur. 13(1): 301.1826.
Ilustrações: Seubert (1875).
Figura 2

Subarbustos perenes, 0,2-1,4m alt., caule avermelhado, pros-


trado, pubérulo, tomentuloso no ápice, tricomas alvos, internós 0,6-
7,5cm. Folhas do escapo opostas, sésseis, lâminas 1,1-3,5x0,4-1cm,
oblongas a elípticas, ápice agudo, mucronulado, base cuneada, indumento
setoso, glabrescente, nervação eucamptódroma; folhas involucrais 2-4,
opostas, 0,2-1,2x0,2-0,5cm, lanceoladas a ovais, ápice acuminado,
mucronulado, base aguda, indumento setoso, glabrescente, nervação
acródroma basal imperfeita. Espigas inicialmente globosas tornando-se
alongadas, terminais, 0,5-2,5x0,6-1,5cm, lilases; bráctea 3x1,5mm, oval,
ápice agudo a acuminado, glabra, quilha não alada; bractéolas 5-6x3-4mm,

26 Flora do Distrito Federal, Brasil. v.9, 2011


carenadas, cristadas no ápice, crista serrilhada breve, glabras. Flores
4-6x2,5-3mm, oblíquas ao ráquis; tépalas 5-6x2,5-3mm, lanceoladas,
unidas na base, uninervadas, ápice acuminado, liso, pilosas no dorso,
densamente pilosas na base; tubo estaminal 4,5-5x1,5-2mm, ereto, pouco
constrito no ápice; lacínios dos filetes lineares; ovário 2-2,3x1,5mm,
globoso, estilete 0,5mm compr; estigma 1-1,2mm, bífido, lobos subulados.
Cápsulas não observadas.
América do Sul, ampla distribuição (Siqueira 2002). Diversas
formações vegetacionais. Flores em maio, junho, agosto e novembro.
Material selecionado: Bacia do rio São Bartolomeu, V.1980, Heringer et al. 4766
(IBGE). Campus da Universidade de Brasília, lado direito da pista L-2 Norte, próximo ao
Hospital Presidente Médici, VI.1981, Pesontes 25 (HRCB). Fazenda Água Limpa, perto
de Vargem Bonita, VI.1976, Ratter & Fonseca 2970 (UB). Reserva Ecológica do IBGE,
15°56’41’’S, 47°53’07’’W, VIII.1991, Silva 1208 (IBGE). Sobradinho, XI.1986, Porto
s.n. (UB 94/1-30).

3.4. Gomphrena desertorum Mart., Nov. Gen. sp. pl. 2: 3. 1826.


Figura 2

Subarbustos perenes, muito ramificados, 0,5-1m alt., caule


avermelhado, decumbente, tomentoso, internós 6-55cm. Folhas do escapo
opostas, subsséseis, pecíolos 1-1,3mm, lâminas 2-5,7x0,6-1,7cm, ovais a
elípticas, ápice agudo, mucronulado, base cuneada, tomentosas, tricomas
amarelos a ferrugíneos, nervação eucamptódroma; folhas involucrais
2, opostas, 5x4mm, ovais, ápice acuminado, mucronulado, base aguda.
Espigas hemisféricas a cilíndricas, terminais, 0,6-3x0,8-2cm, brancas;
bráctea 2x1,5mm, oval, ápice agudo, quilha não alada; bractéolas 9x3,5mm,
lanceoladas, carenadas, fortemente cristado-serrilhadas no ápice, glabras.
Flores 5-7mm compr.; tépalas 5-7x2-3mm, lineares, escariosas, ápice
acuminado, liso, pilosas no dorso, densamente pilosas na base, uninervadas;
tubo estaminal 5-7x1,5-2mm, lacínios dos filetes inteiros e lineares; ovário
ca. 2x1mm, subcilíndrico, estilete ca. 0,5mm, estigma 1-1,2mm compr.,
linear, agudo. Cápsulas não observadas.
Brasil, frequente nas regiões Nordeste e Centro-Oeste. Cerrados e
formações áridas. Flores em março, maio, junho, outubro e dezembro.
Material selecionado: Catetinho, III.1965, Smith A-11 (UB). Chapada da

Amaranthaceae 27
Contagem, s.a., Irwin et al. 12171 (UB). Fercal, VI.1965, Sucre 619 (UB). Granja do
Torto, V.1965, Sucre 354 (UB). Planaltina, X.1965, Irwin et al. 8892 (UB).
Esta espécie é semelhante a Gomphrena celosioides, podendo ser
diferenciada pelas brácteas laterais fortemente cristado-serrilhadas.

3.5. Gomphrena lanigera Pohl ex Moq., Prodr. 13(2): 406. 1849.


Figura 1 I-K; 2

Ervas perenes, 4-15cm alt., acaules; sistema subterrâneo até 20cm


compr., 2cm diâm., lenhoso, rizomatoso; escapo simples, ereto, híspido,
tricomas até 8mm compr. Folhas basais 2,2-8x0,4-2cm, alternas, obovais,
espatuladas a oblongas, ápice arredondado, híspido-tomentosas a lanosas,
tricomas ligeiramente ferrugíneos, nervação eucamptódroma, cartáceas;
folhas do escapo alternas, 1-2,5x0,2cm, lineares, ápice obtuso, nervação
inconspícua; folhas involucrais 2 a 4, 1,1-1,5x0,2-0,3cm, lineares a elípticas,
ápice agudo, nervação inconspícua. Espigas esféricas a globoso-alongadas,
terminais, 1,5-5,8x2,5-4cm, amareladas, extremidades violáceas; bráctea
9-13x2-3mm, deltóide-alongada, margem serrilhada, glabra; bractéolas
11-14x2-3mm, lanceoladas, glabras, crista dorsal serrilhada, ápice às vezes
violáceo. Flores 1,4-2x1,5-2cm; tépalas 14-16x1-1,5mm, lineares, ápice
serrilhado, densamente pilosas até a metade basal, uninervadas, enroladas
a recurvadas na dispersão; tubo 16-20x1,5-2mm, ereto, ápice dos filetes
subquadrados e não laciniados; ovário ca. 1,5mm, estilete até 0,5mm,
estigma até 2mm compr., bífido, papiloso. Cápsulas não observadas.
Brasil, no Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais
(Furlan et al. 2007). Flores de junho a setembro e novembro.
Material selecionado: APA de Cafuringa, IX.1993, Pereira & Alvarenga 2575
(IBGE). Área da Aeronáutica, VI.1990, Azevedo & Alvarenga 731 (IBGE). Cristo
Redentor, próximo ao rio Tapera, VIII.1980, Sales 186 (IBGE). Fazenda Água Limpa,
perto de Vargem Bonita, XI.1978, Ratter et al. 4241 (UB).
Material adicional examinado: MINAS GERAIS, Santana do Riacho, Serra do
Cipó, Estrada da Usina, VIII.1972, Joly & Semir CFSC 3030 (SP).
Gomphrena lanigera diferencia-se facilmente das demais espécies
do gênero por suas folhas alternas no escapo, um caráter compartilhado
apenas com G. moquini Seub. e G. marginata Seub. Diferencia-se de ambas
por apresentar folhas involucrais lineares e pela coloração amarelada da

28 Flora do Distrito Federal, Brasil. v.9, 2011


inflorescência; em G. moquini e em G. marginata as folhas involucrais são
elípticas a suborbiculares e as inflorescências são esbranquiçadas a creme-
claro. A ocorrência de frutos e sementes nesta espécie é muito rara, sendo
frequente a reprodução vegetativa. Em geral floresce logo após queimadas.

3.6. Gomphrena pohlii Moq. in A. DC., Prodr. 13(2): 403.1849.


Figura 2

Ervas a subarbustos, perenes, eretas a pendentes, 0,8-2,5m alt.,


tomentosas; caule folhoso na porção inferior e não ramificado, internós
7-10,5cm; sistema subterrâneo não observado. Folhas do escapo opostas,
3,5-11x1,5-6cm, elípticas a orbiculares, ápice agudo a arredondado,
apiculado, margem plana, base cuneada, amplexicaule, lanosas, nervação
acródroma basal; folhas involucrais 2 por nó, opostas, 1,3-2,1cmx4-6mm,
ovais a lineares, ápice agudo, pungente, apenas a nervura central evidente.
Espigas simples, globosas ou alongadas, isoladas ou aglomeradas,
terminais ou axilares, 1,2-2,3x0,8-1,5cm, coloração alva a amarelo-
paleáceo; bráctea 2-3,5x1-2mm, oval, margem ciliada, superfície externa
pubescente; bractéolas 5-6x1-1,5mm, lanceoladas, côncavas, naviculadas,
compressas, dorso liso, glabras. Flores 6-12x3-4mm, sésseis, paleáceas,
creme; tépalas 5-6x0,5-1mm, desiguais, nervuras não evidentes; 3 externas,
oblongas a obovais, retas; 2 internas, lineares; tubo estaminal 7-9x1mm,
lacínios dos filetes curtos recurvados, anteras amarelas; ovário 1mm diâm.,
globoso, irregular, ligeiramente comprimido; estilete ca. 0,4mm; estigma
2-3mm compr., bífido, lobos linear-subulados, papilosos. Cápsulas 2-3mm
compr., papiráceas, com estilete e estigma persistentes; semente ca. 1-2mm
diâm., lenticular a subquadrangular, marrom.
Brasil, nas regiões Sudeste e Centro-Oeste (Siqueira 2002). Cerrado
e campos rupestres. Flores em março e frutos em junho.
Material selecionado: Bacia do rio São Bartolomeu, IV.1981, Heringer et al.
6828 (IBGE). Centro Olímpico da Universidade de Brasília, 15°45.93’S, 47°51.18’W,
VI.2002, Carvalho & Carvalho s.n. (UB). Chácara São Bento, a 30 Km noroeste de
Brasília, III.1985, Silva 53 (IBGE). Córrego Gama, próximo à estrada para Anápolis,
IX.1965, Irwin et al. 8696 (UB). DF-6, a 2 Km do lago Paranoá, II.1970, Irwin et al. 26667
(UB). Região Buracão, perto da BR-020, 15°34’S, 47°28’W, 12.III.1981, Kirkbride Jr.
3987À +5&% Rodovia 15, 1975, Heringer 14448 (IBGE).

Amaranthaceae 29
3.7. Gomphrena rudis Moq., in A. DC., Prodr. 13(2): 402. 1849.
Figura 3

Subarbustos eretos, 60-90cm, sub-lanosos; caule folhoso na porção


inferior, internós 10-12cm. Folhas do escapo opostas, as basais pecioladas,
pecíolo 1-1,2cm, as caulinares amplexicaule, lâminas 9,2-16x2-2,8cm,
elípticas a oblongas, ápice agudo a obtuso, margem plana, base cuneada, face
adaxial hirsuta e verde, abaxial vilosa e canescente, nervação eucamptódroma,
coriáceas; folhas involucrais 2 por nó, opostas, muito curtas, ovais, ápice
agudo, pungente, apenas a nervura central evidente. Espigas aglomeradas,
globosas, axilares, 1,5-1,6x1,7-2cm, tricomas alvos a amarelados; bráctea
ca. 2x1-2mm, oval, glabras, escariosas, ápice nigrescente; bractéolas 2x mais
longas que o cálice, lanceoladas, côncavas, naviculadas, glabras, escariosas,
ápice nigrescente. Flores 6-8x3-3,5mm, sésseis, paleáceas, creme; tépalas
6-8x1mm, lineares, ápice glabro, base vilosa, unicostadas; tubo estaminal
ca. 4x1mm, lacínios dos filetes mais altos que as anteras, ápice dos filetes
subquadrangular, anteras amarelas; ovário ca. 1mm diâm., globoso,
irregular, ligeiramente comprimido; estilete ca. 0,4mm; estigma ca.
2mm compr., bífido, lobos linear-subulados, papilosos. Cápsulas não
observadas.
Brasil, frequente na região Centro-Oeste. Cerrados. Flores em junho.
Material examinado: DF-170, a 32 km do CENARGEN, VI.1992, Dias & Vieira
175 (CEN).
Espécie frequentemente confundida com Gomphrena incana
Mart. devido à semelhança de suas inflorescências que são aglomeradas,
globosas. Entretanto, diferentemente de G. rudis, G. incana possui
indumento tomentoso e cinéreo e tépalas com tricomas curtos e esparsos,
com o dobro do comprimento das bractéolas.

3.8. Gomphrena virgata Mart., Nov. Gen. sp. pl. 2: 16, f. 118. 1826.
Figura 1 L-N; 3

Ervas a subarbustos, perenes, eretas, 0,6-2m alt.; caule folhoso


na porção inferior, não ramificado, tomentoso, internós ca. 10cm; sistema
subterrâneo espessado, 5-7cm compr., 2-4cm diâm., lenhoso, tuberoso, às
vezes ramificado próximo da superfície do solo. Folhas do escapo opostas

30 Flora do Distrito Federal, Brasil. v.9, 2011


decussadas, 4,5-9,7x0,3-0,7cm, lineares a lanceoladas, ápice agudo, apiculado,
margem involuta, base atenuada amplexicaule, lanosas quando jovens,
as adultas glabras, ásperas, verruculosas ou esparsamente pilosas na face
inferior ao lado da nervura central, avermelhadas quando velhas, nervação
acródroma basal perfeita; folhas involucrais 2 por nó, opostas, 0,3-1,4x2-4mm,
lanceoladas a ovais, amplexicaules, ápice agudo, pungente, apenas a nervura
central evidente. Espigas simples, alongadas e cilíndricas, raro globosas,
base aguda, isoladas ou muitas vezes aglomeradas, quando axilares, várias
folhas involucrais imbricadas, terminais a axilares, 0,9-3,3x0,9-1,7cm,
coloração amarelo-paleáceo ou rosa-claro; bráctea 5-7x1,5-2mm, oval ou
elíptica; bractéolas 6-7x1-2mm, lanceoladas a ovais, côncavas, naviculadas,
compressas, dorso cristado, crista serrilhada no ápice. Flores 7-10x3-5mm,
sésseis, paleáceas, vermelhas; tépalas 6-8x0,5-1mm, desiguais, nervuras não
evidentes, 3 externas, oblongas a obovais, retas, 2 internas, lineares; tubo
estaminal 6-8x1,5-2mm, lacínios dos filetes curtos, falciformes ou ausentes;
ovário 1,5-2mm diâm., globoso, irregular, ligeiramente comprimido e
depresso, estilete ca. 0,3mm, estigma ca. 2mm compr., bífido, lobos linear-
subulados, papilosos. Cápsulas 3-5mm compr., papiráceas, estilete e
estigma persistentes, marrom-claro; semente ca. 2mm diâm., lenticular a
subquadrangular, comprimida, marrom-clara.
Brasil, em Goiás, Minas Gerais, São Paulo e Mato Grosso do Sul
(Furlan et al. 2007). Flores de julho a setembro, frutos de julho a setembro
e novembro.
Material selecionado: Cristo Redentor, 15°54’54’’S, 47°53’00’’W, IX.1988,
Pereira-Neto 88 (IBGE). Fazenda Água Limpa, IX.1976, Heringer 15935 (IBGE). Fercal,
VII.1988, Filgueiras & Pereira Neto 1465 (IBGE). Jardim Botânico de Brasília, IX.1988,
Mendonça 1082 (IBGE). Reserva Ecológica do IBGE, 15°56’41’’S, 47°53’07’’W,
VIII.1995, Silva 2689 (IBGE). Sobradinho, IX.1964, Heringer 9838 (UB). Universidade
de Brasília, IX.1990, Azevedo et al. 895 (IBGE).
Material adicional examinado: MINAS GERAIS, Santana do Riacho, Serra do
Cipó, km 121, X.1981, Furlan et al. CFSC 7494 (HRCB, SPF).
Assim como Gomphrena agrestis, G. virgata apresenta folhas
opostas no escapo, mas é facilmente diferenciada desta espécie por
apresentar indumento da folha lanoso, enquanto na primeira o indumento
é tomentoso.

Amaranthaceae 31
4. Hebanthe Mart.

Lianas herbáceas a lenhosas, perenes, frequentemente muito altas,


ramos comumente patentes, pilosas a glabrescentes, tricomas simples ou
ramificados. Folhas opostas, em geral indumento denso. Panículas de
espigas laxas racemosas, não raro estéreis; brácteas e bractéolas presentes.
Flores bissexuadas, 5-meras; tépalas 3-nervadas, desiguais, 3 externas mais
largas, quase glabras e 2 internas mais estreitas com intensa pilosidade;
tubo estaminal curto, filetes quadrangulares ou triangulares, com ou sem
filamentos laterais no ápice, filamentos de ápice agudo a arredondado; ovário
séssil, globoso a oboval, estilete ausente ou muito curto, estigma bilobado.
Cápsulas monospérmicas; sementes ovóides, testa brilhante.
Hebanthe foi considerado, por diversos autores, como uma seção
do gênero Pfafia Mart. [seção Hebanthe, Kuntze (1891), Fries (1920),
Sussenguth (1934), Stützer (1935)], entretanto, Borsch & Pedersen (1997)
restauraram a categoria genérica do grupo, tornando a circunscrição de Pfafia
melhor delimitada. Gênero com sete espécies (Borsch & Pedersen 1997),
de ocorrência registrada para o Brasil. As espécies são predominantemente
florestais, ocorrendo principalmente em matas ciliares, florestas estacionais
e floresta pluvial-atlântica (Marchioretto et al. 2009). No Distrito Federal
ocorre apenas uma espécie.

Borsch, T. & Pedersen, T.M. 1997. Restoring the generic rank of Hebanthe Martius
(Amaranthaceae). Sendtnera 4: 13-31.
Marchioretto, M.S., S.T.S. Miotto & J.C. Siqueira. 2009. O gênero Hebanthe
(Amaranthaceae) no Brasil. Rodriguésia 60(4): 783-798.

4.1. Hebanthe eriantha (Poir.) Pedersen, Bonplandia 19(1-4): 101. 2000.


Figura 1 O; 3

Lianas, ramos tomentosos. Folhas pecioladas; pecíolos até 8mm;


lâminas 6,5-10,8x2,0-4,4cm, ovais a lanceoladas, ápice e base agudos,
nervuras pouco salientes, face superior glabrescente, face inferior pubescente,
membranáceas. Espigas laxas, até 2,5cm compr., ou panículas amplas, ca.
25x8cm; brácteas e bractéolas largo-orbiculares, ligeiramente excêntricas,
glabras ou com tricomas próximos à nervura central única. Flores ca.

32 Flora do Distrito Federal, Brasil. v.9, 2011


2mm diâm., distanciadas entre si até 4mm, sub-globosas; tépalas externas
orbiculares a largo-elípticas, pouco ou nada pilosas, tépalas internas elípticas,
muito lanosas, tricomas brancos, inteiramente ondulados; tubo estaminal ca.
0,3mm altura, filetes quadrados, apêndices laterais agudos iguais ou menores
que a inserção das anteras globosas; ovário ca. 0,5mm compr., oblongo a
oboval, estigma séssil. Cápsulas até 1mm alt.; sementes ca. 0,5mm diâm.
América do Sul, em todas as regiões do Brasil (Marchioretto et al.
2009). Flores e frutos em agosto.
Material examinado: Bacia do rio São Bartolomeu, VIII.1980, Heringer et al.
5308 (IBGE).

5. Pfaffia Mart.

Ervas a subarbustos perenes, eretos, em geral ramificados na base;


caule cilíndrico, ramificação di-tricotômica, às vezes só no ápice, raro
fistuloso; sistema subterrâneo normalmente espessado. Folhas opostas a
verticiladas, simples, inteiras, sésseis a curto pecioladas, os pares às vezes
desiguais. Espigas hemisféricas a cilíndricas, às vezes dispostas em cimeiras
corimbosas; bráctea deltóide a oval, uninervada, paleácea; bractéolas
ovais a oval-lanceoladas, ápice agudo com ou sem acúmen, uninervadas,
nervura ligeiramente espessada, decíduas, paleáceas. Flores actinomorfas a
ligeiramente compressas, sésseis, frequentemente pilosas, paleáceas; tépalas
5, imbricadas, lineares a linear-lanceoladas, em geral iguais, eretas, 3-(5-)
nervadas, reflexas e decíduas com o fruto na dispersão; estames 5, filetes
alargados, oblongos, hialinos, unidos até quase a região mediana formando
tubo curto, depois lateralmente ciliados ou fimbriados, fímbrias dos filetes
adjacentes normalmente emaranhados entre si, ápice quadrangular ou com
2 lacínios fimbriados ou não, anteras em geral com uma protuberância
emarginada no ápice; ovário uniovulado, globoso a oboval, membranáceo,
pouco hialino, igual ou raro maior que a união dos filetes, estilete em geral
ausente, estigma 1, capitado, capitado-emarginado ou capitado-bilobado,
óvulo pêndulo em funículo longo e recurvado de placentação basal. Cápsulas
papiráceas; sementes lenticulares a globosas, pouco comprimidas lateral e
apicalmente, testa ligeiramente tuberculada.
Com a segregação do gênero Hebanthe por Borsch & Pedersen
(1997), a delimitação do gênero Pfaffia tornou-se mais precisa. Gênero com

Amaranthaceae 33
30 espécies (Nee 2004) distribuído pela região Neotropical, estendendo-se
do Sul do México até a Argentina (Marchioretto et al. 2010). No Distrito
Federal foram encontradas três espécies nativas: Pfaffia denudata, P.
jubata e P. sericantha. Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen ocorre no
Distrito Federal como cultivada para fins medicinais.

Marchioretto, M.S., S.T.S. Miotto & J.C. Siqueira. 2010. O gênero Pfaffia Mart.
(Amaranthaceae) no Brasil. Hoehnea 37(3): 461-511.
Stützer, O. 1935. Die Gattung Pfaffia. In F. Fedde (ed.) Repert. Spec. Nov. Reg. Veg. v.
88, p. 1-49.

CHAVE PARA AS ESPÉCIES

1. Plantas em geral grandes, acima de 0,8m, pouco pilosas a glabrescentes


......................................................................................... 1. P. denudata
1. Plantas em geral pequenas, raro até 0,5m altura, densamente pilosas.
2. Espigas cilíndricas e alongadas; tépalas de ápice glabro .... 2. P. jubata
2. Espigas em geral hemisféricas; tépalas de ápice lanoso .. 3. P. sericantha

5.1. Pfaffia denudata (Moq.) Kuntze, Revis. gen. pl. 2: 543, 1891.
Figura 1 P-R; 3

Subarbustos, até 1,7m alt., muito ramificados, hírtulos a glabrescentes;


caule até 5mm diâm. na base, internós 3,5-16,5cm. Folhas em geral ausentes ou
raro poucas, opostas, 3,5-4,7cmx2-7mm, lineares a linear-lanceoladas, hírtulas.
Espigas hemisféricas, dispostas em cimeiras tricotômicas bem desenvolvidas,
8-15mm diâm., ráquis pilosas, pedúnculos tomentosos 1,5-8,5cm.; brácteas
e bractéolas ca. 1,2mm, deltóides, ápice piloso dorsalmente, às vezes muito
assimétricas, nervura central espessada na base. Flores 3-5mm; tépalas oval-
lanceoladas, ápice glabro a pouco tomentoso curto, base com tricomas longos
e ondulados na porção basal, 3-nervadas, paleácea; filetes com longos lacínios
apicais fimbriados, anteras até 2mm, oblongas; ovário 1-1,5mm, oboval a
claviforme, estigma séssil, capitado-bilobado. Cápsulas até 2mm, elípticas;
sementes ca. 1,5mm diâm., marrons, brilhantes.
Brasil, na Bahia, Distrito Federal, Goiás, Minas Gerais e Paraná
(Marchioretto et al. 2010). Flores de abril a novembro e frutos em abril,

34 Flora do Distrito Federal, Brasil. v.9, 2011


junho a setembro e novembro.
Material selecionado: ARIE de Capetinga, VI.1988, Silva 702 (IBGE). Bacia do
rio São Bartolomeu, VII.1981, Heringer et al. 7208 (IBGE). Brasília, 15°32’S, 47°51’W,
VII.2000, Mendes & Nobrega 22 (HEPH). Brazlândia, Mumunhas, VII.1990, Melo & França
351 (CEN). Cabeceira do Capetinga, VI.1988, Pereira-Neto 40 (IBGE). Chapada da
Contagem, X.1965, Irwin et al. 9228 (UB). Córrego Tororó, VI.1985, Francides Jr. 2 (UB).
Estação Ecológica do Jardim Botânico de Brasília, 15°52’S, 47°51’W, VII.1995, Nobrega
330 (HEPH). Estação Florestal Cabeça de Veado, IV.1985, Ramos 386 (HEPH). Fazenda
Água Limpa, XI. s.a., Faraco s.n. (UB 94/1-31). Jardim Botânico de Brasília, IX.1999,
Nobrega 1006 (HEPH). Lago e rio Paranoá, V.1968, Philcox & Onishi 4820 (UB). Núcleo
Rural Taquara, Planaltina, IX.1992, Melo et al. 806 (HRCB, UB). Reserva Ecológica do
IBGE, 15°56’41’’S, 47°53’07’’W, IV.1995, Silva et al. 2554 (IBGE).
Material adicional examinado: MINAS GERAIS, Santana do Riacho, Serra do
Cipó, km 120, III.1980, Furlan & Sajo CFSC 6033 (SPF)
Pfaffia denudata é caracterizada por apresentar ápice dos filetes
com lacínios alongados e ciliados (característica da seção Eupfaffia
Fries), além de ser uma planta muito ramificada, com folhas lineares,
subcarnosas, subglabras, normalmente decíduas e apresentar tépalas com
tricomas curtos.

5.2. Pfaffia jubata Mart., Nov. Gen. sp. pl. 2: 24, 1826.
Figura 1 S-U; 3

Ervas cespitosas, 5-10cm, raro atingindo 35cm alt., sedosas,


densamente pilosas; internós 2,5-11cm; sistema subterrâneo desenvolvido,
carnoso a lenhoso. Folhas pecioladas; pecíolos até 3mm; lâminas adultas
desenvolvidas após o florescimento, opostas, lâminas 10-16x3-6mm,
lanceoladas a elípticas, ápice e base agudos, às vezes pouco discolores.
Espigas normalmente cilíndricas e alongadas, solitárias, 3-5x1,1-1,6cm,
creme a amarelo-acinzentadas; brácteas até 4mm, elípticas, acuminadas;
bractéolas até 4mm, elípticas, ápice curvo, acuminado, piloso. Flores ca.
8mm, distanciadas entre si até 12mm na base da espiga; tépalas ca. 6mm,
lanceoladas a estreito-elípticas, ápice glabro, base com tricomas longos e
retos, pouco ou nada ondulados; filetes com 2 lacínios fimbriados; ovário
ca. 1mm compr., oboval a oblongo, estigma séssil, capitado-bilobado.
Cápsulas ca. 2mm, elipsóides; semente ca. 1,5mm diâm.

Amaranthaceae 35
Brasil, na Bahia, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso,
Minas Gerais, Paraná, Rondônia, São Paulo e Tocantins (Marchioretto et
al. 2010). Flores e frutos de julho a novembro.
Material selecionado: Chapada da Contagem, 15°37’S, 47°58’W, VIII.1980,
Fiedler & Grandi 12 (UB). Córrego Cabeça de Veado, VIII.1976, Ratter et al. 3350 (UB).
Córrego Tapera, próximo ao Cristo Redentor, VII.1990, Silva & Azevedo 992 (IBGE).
Fazenda Água Limpa, 15°57’S, 47°56’W, VIII.1979, Cesar 729 (UB). Planaltina, X.1988,
Silva 637 (IBGE). Reserva Ecológica do IBGE, X.2000, Silva 4495 (IBGE). Samambaia,
IX.1995, Rezende 109 (CEN, HRCB).
Material adicional examinado: MINAS GERAIS, Santana do Riacho, Serra do
Cipó, km 128, VIII.1980, Furlan et al. CFSC 6453 (HRCB, SPF).
Pfaffia jubata em geral floresce logo após as queimadas, antes da
formação de folhas adultas. Desta forma, é possível encontrar plantas áfilas
ou quase áfilas florescendo de maneira exuberante, quase rente ao solo.

5.3. Pfafia sericantha (Mart.) Pedersen, Bull. Mus. Natl. Hist. Nat., B,
Adansonia, Sér. 4, 12(1): 90. 1990.
Ilustrações: Marchioretto et al. (2010)
Figura 3

Subarbustos em geral pequenos até 30cm alt., folhosos, bem


ramificados, lanosos; internós 2,5-5,5cm; sistema subterrâneo lenhoso
e espessado até 7mm diâm. Folhas opostas e verticiladas, sésseis,
lâminas 1,4-3,2x0,8-1,8cm, orbiculares, elípticas a oval-elípticas,
ápice obtuso, base obtusa a arredondada, face superior tomentosa, face
inferior lanosa, membranáceas, discolores. Espigas hemisféricas 0,8-
1,5cm diâm., pedúnculos 2-12cm, brancas a creme; brácteas ca. 2mm,
elíptico-orbiculares, glabras; bractéolas 2-3mm, largo-orbiculares,
ápice glabro a pouco piloso. Flores 5-7mm; tépalas até 7mm, estreito-
elípticas, cartáceas, as externas lanosas, as internas com tricomas longos,
ápice ondulado; tubo estaminal fortemente aderido na base das tépalas,
filete sub-quadrangular, lacínios arredondados pouco ciliados; ovário ca.
1mm, oblongo, estigma séssil, capitado-bilobado. Cápsulas até 2mm,
elipsóides; sementes não observadas.
Brasil, na Bahia, Distrito Federal, Goiás e Minas Gerais
(Marchioretto et al. 2010). Flores e frutos de julho a novembro.

36 Flora do Distrito Federal, Brasil. v.9, 2011


Material selecionado: Brasília, 15°52’S, 47°51’W, X.1994, Ramos 927 (HEPH).
Cabeceiras dos córregos Monjolo e Ribeirão, 15°33’S, 48°02’W, IX.1993, Pereira &
Alvarenga 2576 (IBGE). Cachoeira do Tororó, X.1996, Marquete et al. 2601 (IBGE).
Chapada da Contagem, a 10 Km de Brasília, VIII.1980, Maury & Bianchetti 63, p.p.
(UB). Córrego Cabeça de Veado, VIII.1976, Ratter et al. 3507 (UB). Cristo Redentor,
próximo ao rio Tapera, VIII.1980, Heringer Salles 184 (IBGE). Região da Palma, 15°33’S,
48°02’W, X.1982, Medeiros 13 (HRCB, UB). Sobradinho, ca. 20 km de Brasília, IX.1964,
Irwin & Soderstrom 6224 (UB).
Pfaffia sericantha, tal como P. jubata, floresce em cerrado logo
após queimadas. Provavelmente por este motivo tem sido confundida
frequentemente com esta última, como pode ser visto nos materiais
misturados de Oldenburger 1910, Barros & Alves 64 e Maury & Bianchetti
63. No entanto, são espécies relativamente fáceis de serem diferenciadas:
Pfaffia jubata apresenta pilosidade sedosa e inflorescências em
espigas cilíndricas, enquanto que P. sericantha tem pilosidade lanosa
e inflorescências em espigas hemisféricas. Apesar das flores de P.
sericantha se desenvolverem gradualmente nas espigas, não foram
encontradas sementes nos seus frutos.

6. Quaternella Pedersen

Ervas de porte arbustivo, bem ramificadas. Folhas opostas. Espigas


capituliformes; brácteas e bractéolas escariosas. Flores tetrâmeras; tépalas
livres, trinervadas, paleáceas; estames 4, filetes unidos em tubo até a
região mediana, partes livres do filete fimbriadas, ápice trilobado também
fimbriado; ovário séssil, estilete curto presente, estigma bífido, assovelado,
papiloso, óvulo 1, basifixo, funículo longo. Cápsulas translúcidas; sementes
reniformes.
O gênero Quaternella foi criado por Pedersen (1990) para acomodar
uma única espécie (Q. confusa Pedersen) que seria discrepante dentro dos
gêneros Gomphrena ou Pfaffia, com os quais se assemelha. Em 1997, o
mesmo autor apresentou outras duas espécies, Q. ephedroides Pedersen e
Q. glabratoides Pedersen (Pedersen 1997). Quaternella, além das típicas
flores tetrâmeras, possui tubo estaminal com filetes fimbriados como em
Pfaffia, porém estigma bífido assovelado como em Gomphrena. Devido
ao seu hábito ser semelhante ao de algumas espécies de Gomphrena ou

Amaranthaceae 37
Pfaffia, frequentemente tem sido identificado incorretamente em algum
destes gêneros. No Distrito Federal é encontrada uma única espécie,
provavelmente endêmica deste local.

Pedersen, T.M. 1997. Studies in South American Amaranthaceae IV. Adansonia 19(2):
217-251.

6.1. Quaternella confusa Pedersen, Bull. Mus. Natl. Hist. Nat., B,


Adansonia, Sér. 4, 12(1): 94. 1990.
Figura 1 V-W; 3

Arbustos a subarbustos herbáceos, 1-2,5m alt.; caule até 9mm


diâm., mais espessado nos nós, não fistuloso, finamente estriado,
vináceo de um lado; internós 4,5-16cm compr. Folhas pecioladas;
pecíolos 1,2-5,2cm; lâminas 6,5-17,5x2,5-8,5cm, elípticas, lanceoladas
ou ovais, ápice obtuso, raro agudo, base obtusa a aguda, às vezes
inequilátera, tomentosas, superfície verrucosa aparentemente glandular,
membranáceas. Espigas hemisféricas a cilíndricas, 9-15x6-7mm, dispos-
tas em cimeiras tricotômicas ou multi-ramificadas, corimbosas, até 17cm
diâm.; brácteas e bractéolas orbiculares, ligeiramente excêntricas, pouco
pilosas no dorso. Flores 2-3mm, alvas; tépalas oval-elípticas, ápice com
tricomas curtos, base com tricomas longos e ondulados até o meio; tubo
1,5-2mm alt., filetes unidos ca. 1mm; ovário até 1,3mm compr., globoso.
Cápsulas até 1,5mm alt., pouco concrescidas; sementes ca. 1mm diâm.,
lenticulares.
Brasil, no Distrito Federal. Flores e frutos em fevereiro, março e
dezembro.
Material selecionado: APA de Cafuringa, Fazenda Palestina, XII.1993, Pereira &
Alvarenga 2366 (IBGE). Catetinho, III.1965, Smith A-16 (UB). Córrego Landim, III.1966,
Irwin et al. 13962 (UB). Rio das Salinas, 15°31’S, 47°57’W, II.1981, Kirkbride Jr. 3943
(UB). Rio Maranhão, II.1979, Heringer et al. 1035 (IBGE).
Provavelmente trata-se de uma espécie endêmica do Distrito
Federal. O material-tipo (Pabst et al. 8861, holótipo em R) descrito por
Pedersen (1990), é proveniente da Chapada de Contagem. Todos os
materiais examinados também são provenientes do Distrito Federal. Até o
momento ainda não há citação desta espécie para outras localidades.

38 Flora do Distrito Federal, Brasil. v.9, 2011


7. Xerosiphon Turcz.

Ervas, perenes, eretas, subglabras; caules quadrangulares, estriados,


estrias pubérulas, articulados, verdes a vináceos na base. Folhas ausentes
ou pequenas, opostas, sésseis e lineares. Cimeiras tricotômicas de espigas;
espigas obcônicas a oblongas, laxas a congestas, esverdeadas a vináceas
escuras; bráctea suborbicular, uninervada, escariosa; bractéolas ovais a
oval-lanceoladas, hialinas, glabras, dorso liso. Flores actinomorfas,
curto pediceladas; tépalas unidas entre si até a metade do comprimento,
lineares, 1-3-nervadas, vináceas, subcarnosas até perto do ápice, nervuras
aladas na frutificação; estames 5, filetes hialinos, unidos até quase o ápice
formando tubo estaminal ereto, parcialmente adnato às tépalas, tubo
menor que as tépalas, ápice com 2 lacínios lanceolados; ovário elipsóide,
membranáceo, hialino, estilete curto cilíndrico, estigmas bilobados a curto
bífidos. Cápsulas ovais; sementes globosas a ovais, pouco compressas, testa
lisa, embrião recurvado em U, carnoso.
A elevação da seção Xerosiphon como gênero, feita recentemente
por Pedersen (1990), parece ter sido a melhor solução para tornar os gêneros
Gomphrena e Pfaffia mais homogêneos. O gênero tem duas espécies, X.
aphyllus e X. angustiflorus Mart., das quais apenas a primeira ocorre no
Distrito Federal.

7.1. Xerosiphon aphyllus (Pohl ex Moq.) Pedersen, Bull. Mus. Natl. Hist.
Nat., B, Adansonia, Sér. 4, 12(1): 95. 1990.
Figura 1 X-Z; 3

Ervas, perenes, 20-55cm alt., subglabras; caule 1-3mm diâm.


em geral ramificado, articulações pubescentes e espessadas nos nós;
sistema subterrâneo tuberificado, emitindo rizomas subsuperficiais
com escamas opostas pubescentes nas axilas. Folhas ausentes ou lineares,
até 2cmx2mm, ápice arredondado a obtuso, margem revoluta, glabras,
1-nervadas. Cimeiras tricotômicas de espigas, pedúnculo até 8,5cm
compr.; espigas 5-15x8-15mm, cônicas a oblongas, ráquis denso piloso;
bráctea 1-1,5mm compr., suborbicular, margem íntegra; bracteolas 1-2mm
compr., ovais, côncavas, margem serrilhada. Flores 5-7x1-2mm, vináceas;
pedicelo ausente até 0,5mm compr., piloso; tépalas 5-6,5x0,5mm, ápice

Amaranthaceae 39
membranáceo, obtuso, incurvado, glabras, 3-nervadas, pouco carnosas até
a região mediana, na frutificação 3 alas cartáceas, ca. 0,5mm compr., sobre
as nervuras; tubo estaminal até 6mm compr. adnato na região basal das
tépalas; disco intraestaminal 5-denteado, creme, dentes até 0,5mm compr.;
ovário ca. 1,5x1mm. Cápsulas até 4x2mm, ovais; sementes ca. 3mm,
ovais, presas ao funículo pouco abaixo do ápice, testa marrom clara.
Brasil, em Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso (Siqueira 1992).
Cerrado, em geral locais abertos, assolados por ventos fortes, em solos
arenosos, úmidos e bastante escuros, com pouca vegetação ao redor. Flores
e frutos em setembro.
Material examinado: Brasília, IX.1999, Fonseca & Alvarenga 2075 (IBGE, UB).
Material adicional examinado: MINAS GERAIS, Santana do Riacho, Serra do
Cipó, km 138, XI.1981, Menezes et al. CFSC 7692 (HRCB, SPF).
Xerosiphon aphyllus diferencia-se da outra espécie do gênero
pela presença de folhas menores, com cerca de 2cm de comprimento, e
pelas tépalas trinervadas. Em X. angustiflorus, as folhas possuem cerca
de 6cm de comprimento e as tépalas são uninervadas.

Bibliografia adicional

Bojian, B., S. E. Clemants & T. Borsch. 2003. Amaranthaceae. Flora of China 9: 415-429.
Furlan, A., R. G. Udulutsch & P. Dias. 2007. Flora da Serra do Cipó, Minas Gerais:
Amaranthaceae. Bol. Bot. Univ. São Paulo 25(2): 173-189.
Siqueira, J. C. 2002. Amaranthaceae. In Wanderley, M. G. L., G. J. Shepherd & A. M.
Giulietti (eds.) Flora Fanerogâmica do Estado de São Paulo, v. 2. São Paulo, FAPESP,
HUCITEC, p. 11-30.

Lista de exsicatas

Allem, A.: 802 (3.2); Alvarenga, D.: 575 (3.2); Alvim, L.C.: 7 (3.2); Arbo, M.M.: 3430
(3.2); Azevedo, M.L.M.: 655(5.1), 731 (3.5), 863 (5.1), 895 (3.8), 934 (5.2), 942, 944
(3.5); Barros, M.A.G.: 64 p.p. (5.2), 64 p.p. (5.3), 70, 151, 2215 (3.2); Belém, R.P.: 11
(3.4); Boaventura, M.: 83 (3.2); Brochado, A.L.: 4 (3.5), 21 (5.1). Carvalho, S.F.: UB
14199 (3.6); Cavalcanti, T.B.: 529 (5.3); Cesar, H.L.: 93 (3.2), 729 (5.2); Cibreiros,
T.M.: 17 (5.1); Clayton, W.D.: 4814 (3.2); Cobra, L.: 113 (5.3); Cupertino: UB 5568-9
(2.1), UB 5570-1 (2.3); Dias, T.A.B.: 175 (3.7); Equipe do Jardim Botânico de Brasília:
833 (3.2); Faraco, L.: UB 94/1-31 (5.1); Fernando, M.: UB 87-92/00 (5.1); Ferreira,

40 Flora do Distrito Federal, Brasil. v.9, 2011


L.V.: 37 (3.2); Fiedler, L.: 12 (5.2); Filgueiras, T.S.: 1465 (3.8); Fonseca, M.L.: 70
(3.1), 2048 (5.2), 2075 (7.1); Francides Jr.: 2 (5.1); Franco, C.E.M.: 7 (5.1); Furlan,
A.: CFCR 159 (1.1), CFSC 6033 (5.1), CFSC 6154-B (1.3), CFSC 6453 (5.2), CFSC
7494 (3.8); Gebrim, R.: 20 (3.3); Gentry, A.H.: 21375 (3.2); Gomes, B.M.: 29 (3.1);
Gutierres, P.: 20 (3.3); Hensold, N.: CFSC 8524 (3.1); Heringer, E.P.: 323 (3.2), 665
(5.2), 1016 (3.2), 1035 (6.1), 1353 (3.3), 1517 (1.1), 1997 (5.2), 4766 (3.3), 5308 (4.1),
6062 (3.2), 6537 (2.3), 6603 (2.2), 6607 (2.3), 6627 (1.3), 6688 (2.2), 6828 (3.6), 6833
(3.6), 6978 (3.1), 7070 (1.3), 7208 (5.1), 7376 (3.2), 7603 (3.2), 7866 (3.2), 8957 (1.3),
8958/1152 (1.3), 8865 (3.2), 8955 (3.3), 9737 (3.1), 9838 (3.8), 10297 (2.1), 13241
(1.3), 14442 (3.2), 14448 (3.6), 14518 (3.2), 14787 (5.1), 15935 (3.8), 16889 (3.2),
UB 13067 (3.2); Heringer Salles, A.E.: 184 (5.3); Irwin, H.S.: 5149 (5.1), 5749 (5.3),
5985 (5.2), 6224 (5.3), 6225 (5.3), 8019 (5.3), 8081 (3.2), 8168 (5.2), 8270 (5.3), 8302
(5.2), 8696 (3.6), 8892 (3.4), 9228 (5.1), 10114 (3.2), 10265 (3.8), 11097 (3.2), 11239
(2.1), 11273 (6.1), 11611 (3.6), 12000 (3.2), 12171 (3.4), 13962 (6.1), 19408 (3.2),
26667 (3.6); Joly, A.B.: CFSC 3030 (3.5); Kirkbride Jr., J.H.: 3752 (3.2), 3987 (3.6),
3943 (6.1); Marquete, R.: 2601 (5.3); Martins, R.C.: 130, 131 (3.2); Maury, C.: 63 p.p.
(5.2), 63 p.p. (5.3); Medeiros, S.A.F.: 13 (5.3); Melo, E.: 686 (1.1), 786 (1.2), 351,
806 (5.1); Mendes, L.C.: 22 (5.1); Mendonça, R.C.: 530 (3.1), 636 (5.2), 1078, 1082
(3.8); Menezes, N.L.: CFSC 7692 (7.1); Morbeck, E.: 12 (3.2); Munhoz, C.: 514 (5.2);
Nobrega, M.G.: 330 (5.1), 412 (3.2), 656 (1.1), 702 (3.2), 1006 (5.1); Oldenburger,
F.H.F.: 1910 p.p. (5.2), 1910 p.p, 1958 (5.3); Pereira, B.A.S.: 23 (2.3), 24 (2.2), 537
(1.1), 2366 (6.1), 2575 (3.5), 2576 (5.3); Pereira-Neto, M.: 88 (3.8), 40 (5.1); Pesontes,
O.: 25 (3.3); Philcox, D.: 4312 (3.2), 4820 (5.1); Pires, M.J.P.: 252 (3.2); Pires, J.M.:
9111 (3.2); Pires, J.F.: UB 93-87/00 (5.1); Porto, L.F.: UB 94/1-30 (3.3); Ramos, A.E.:
386 (5.1), 405 (3.2), 900 (3.5), 901, 912 (5.2), 927 (5.3), 1357 (1.3), 1415 (3.5); Ratter,
J.A.: 2970 (3.3), 3350 (5.2), 3507 (5.3), 4001, 4045 (3.2), 4241 (3.5); Rezende, J.M.:
109 (5.2), 426 (3.2); Rocha, D.M.S.: 2234 (3.2); Sales, A.E.H.: 186 (3.5); Santos, H.:
UB 872700 (3.2); Sastre: 1169 (1.3); Silva, G.P.: 2160 (3.2); Silva, J.C.S.: 637 (5.2);
Silva, M.A.: 53 (3.6), 188 (2.1), 702 (5.1), 992 (5.2), 1208 (3.3), 1211 (1.1), 2452 (5.2),
2554 (5.1), 2689 (3.8), 2843 (1.3), 4495 (5.2); Skorupa, L.A.: 233 (3.2); Smith, L.B.:
A-11 (3.4), A-16 (6.1); Souza, M.A.B.: UB 872800 (3.2); Stevens, A.D.: 8 (3.2); Sucre,
D.: 354, 619 (3.4); Taxonomy class of Universidade de Brasília: 14, 566, 1332, 1335,
1345, 1346 (3.2); Yamashita, C.: UB 872500 (3.2).

Amaranthaceae 41
Figura 1. A-B. Alternanthera brasiliana: A. flor; B. porção do tubo estaminal. C-D. Alternanthera
tenella: C. hábito; D. flor. E. Amaranthus spinosus: E. hábito F-H. Gomphrena agrestis: F.
bractéola (vista lateral); G. flor; H. porção do tubo estaminal. I-K. Gomphrena lanigera: I. flor;
J. bractéola (lateral); K. porção do tubo estaminal. L-N. Gomphrena virgata: L. bractéola (vista
lateral); M. flor; N. porção do tubo estaminal. O. Hebanthe eriantha: O. detalhe da inflorescência.
P-R. Pfaffia denudata: P. detalhe da inflorescência; Q. flor; R. porçhão do tubo estaminal.
S-U. Pfaffia jubata: S. inflorescência; T. flor; U. hábito. V-W. Quaternella confusa: V. ovário;
W. tubo estaminal. X-Z. Xerosiphon aphyllus: X. hábito; Y. bráctea e bractéolas; Z. ápice do
tubo estaminal (anteras não desenhadas). A-B. Furlan CFCR 159; C-D. Furlan CFSC 6154-B;
E. Pereira 24; F-H. Hensold CFSC 8524; I-K. Joly & Semir CFSC 3030; L-N. Furlan CFSC 7494;
O. Heringer 5308; P-R. Furlan & Sajo CFSC 6033; S-U. Furlan et al. CFSC 6453; V-W. Heringer
1035; X-Z. Menezes CFSC 7692.

42 Flora do Distrito Federal, Brasil. v.9, 2011


Amaranthaceae
Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze Amaranthus hybridus L.
Alternanthera paronychioides A. St.-Hil. Amaranthus spinosus L.
Alternanthera tenella Colla Amaranthus viridis L.

Figura 2. Distribuição de espécies de Amaranthaceae no Distrito Federal, Brasil.


Gomphrena agrestis Mart. Gomphrena desertorum Mart.
Gomphrena arborescens L.f. Gomphrena lanigera Pohl ex Moq. 0 15 30

43
Gomphrena celosioides Mart. Gomphrena pohlii Moq. km
44
Gomphrena rudis Moq. Pfaffia denudata (Moq.) Kuntze
Gomphrena virgata Mart. Pfaffia jubata Mart.
Hebanthe eriantha (Poir.) Pedersen

Figura 3. Distribuição de espécies de Amaranthaceae no Distrito Federal, Brasil.


Pfaffia sericantha (Mart.) Pedersen Xerosiphon aphyllus (Pohl ex Moq.) Pedersen
Quaternella confusa Pedersen 0 15 30

Flora do Distrito Federal, Brasil. v.9, 2011


km

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