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CULTURA DE ORQUÍDEAS
SUMÁRIO
3 - Lenda da Orquídea
4 - Introdução
5 - Histórico
6 - Distribuição Mundial das Espécies
7 - Nomenclatura
8 - A Fisiologia das Orquídeas
9 - Classificação das Orquídeas
10 - Crescimento Monopodial
11 - Crescimento Simpodial
12 - Ambiente de Cultivo das Orquídeas
13 - Cultivo das Orquídeas
14 - Multiplicação das Orquídeas
15 - Como Plantar uma Orquídea
16 - O Plantio Passo a Passo
17 - Tratos Culturais
18 - Tratamento Fitossanitário
19 - Os Agrotóxicos ou Defensivos
20 - Algumas Pragas Importantes
21 - Algumas Doenças Importantes
23 - Operacionalização do Orquidário
24 - Comercialização
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Como não podia deixar de existir, a orquídea também tem sua lenda de origem,
tendo como palco uma princesa na dinastia chinesa.
Uma jovem chamada Hoan-Lan, que vivia na cidade de Anam, apesar de bela era
sádica no amor, divertia-se muito fazendo sofrer os seus apaixonados, deixando-os
caírem em desgraça com seu descaso.
Entre muitos, foi assim que aconteceu com exímio artesão joalheiro, Kien-Fu,
que lhe oferecera as mais belas jóias, atirou-se ao Rio Vermelho; Nguyen-Ba, um
pintor que retratou sua amada com cores até então desconhecidas, embrenhou-se e
desapareceu nas selvas; Cung-le endoideceu após presentear a jovem princesa com
rara jóia, a mais maravilhosa das pulseiras, pois Hoan-Lan ignorava o amor de
todos os que a pretendiam.
A princesa divertia-se com a desgraça das muitas paixões, maldosa,
propositadamente não correspondia...
Eis que um dia, Hoan-Lan apaixonou-se perdidamente pelo jovem Mun-Cay,
belo, altivo, forte e esbelto, mas não teve sua paixão correspondida...chegava-lhe o
castigo.
Procurando Mun-Cay, ouviu todo tipo de desprezo: “Não me interessas rapariga,
és como todas as outras, tu mísera Hoan-Lan, com toda tua vaidade, não serves nem
para atar as sandálias de minha amada”.
Perdidamente apaixonada e inconformada, Hoan-Lan, recorreu aos Deuses, em
vão, pois lhe fora negada qualquer ajuda.
Em sua desesperada busca por ajuda, na saída do templo de um dos Deuses,
encontrou-se com uma bruxa, com a qual fez um pacto, já que Mun-Cay não seria
seu, que não fosse mais de ninguém...a bruxa transformou-o numa árvore de ébano.
Ainda inconformada com a paixão não correspondida, Hoan-Lan, ficou junto à
árvore, e suas súplicas desesperadas acabaram sendo ouvidas pelos Deuses do Amor,
da Paixão e da Compaixão, que resolveram transforma-la em uma flor, para viver
eternamente presa a árvore na qual seu amado fora transformado.
A túnica rósea que a princesa vestia foi empalidecendo-se e tornando-se de uma
delicada, e jamais vista, cor lilás, muito suave e sublime; seus olhos e sua carne
tornaram-se de uma cor nácar incomparável, sua cútis exalou um perfume doce,
suave, nunca sentido, e seus braços envolveram a árvore num profundo, delicado e
eterno abraço.
Assim nasceu a primeira orquídea!
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1. INTRODUÇÃO
Devido ao constante desejo do homem de aproximar-se da natureza, as
orquídeas fazem-se presentes cada vez mais no seu dia a dia, em vasos, compondo
arranjos, no jardim, ou sobrepondo-se às árvores ou pedras, quer na decoração de
ambientes ou na forma de flores de corte, quer como presente fino ou na composição
de coleções, quer na satisfação íntima de cada um como hobby ou mesmo na
oportunidade comercial, quer como fator educativo ou de lazer e ocupação
terapêutica.
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2. HISTÓRICO
O cultivo e a admiração por orquídeas não são recentes, data de remota
antiguidade, existindo manuscritos de mais de 3.000 anos com referência às espécies.
No ano 570 a.C., o sábio e filósofo chinês Confúcio descreve a beleza das
orquídeas e exalta seus perfumes como sendo próprio para reis.
Tal peculiaridade fez com que esta planta sobrepusesse-se às demais, passando
a ser considerada uma planta dos reis e imperadores, existindo em todos os
templos, palácios e residências imperiais da época.
Tem-se pois que as orquídeas são originárias do extremo oriente, sendo que
a primeira descrição botânica foi dada pelo ministro chinês Kihan, revelando as
espécies Cymbidium ensifolium e o Dendrobium moniliforme.
Na Grécia antiga as orquídeas foram tidas como fonte de recursos medicinais,
inclusive para preparações afrodisíacas, havendo também registros do controle de
um surto de cólera com infusões de orquídeas.
Teófraso, discípulo de Aristóteles, também falou das orquídeas em seus
trabalhos, sendo ele que batizou o gênero Orchis, que em grego significa “testículos”,
dado a semelhança dos pseudobulbos daquelas plantas com a genitália masculina.
Na era moderna, foi a partir do século XVIII que as orquídeas passaram a ter
a atenção dos estudiosos e cultivadores, catalogando-se, progressivamente, mais de
50.000 espécies dispersas pelo mundo, 20 mil encontradas diretamente na natureza
e outras 30 mil criadas em laboratório.
No Brasil tem-se que a orquideocultura iniciou-se na década dos anos 40
com a vinda dos primeiros imigrantes japoneses e alemães.
Atualmente as orquídeas são cultivadas em todos os estados brasileiros, com
destaque para os produtores de origem da descendência nipo-germânica radicados
principalmente em Minas Gerais, São Paulo, Paraná e Santa Catarina.
As orquídeas são presentes em todos os continentes, destacando-se no
Continente Americano, e no Brasil, entre outros, os seguintes gêneros: Cattleya,
Laelia, Sophroniti, Oncidium, Miltônia, Brassavola, Epidendrum, Catasetum e
Masdevalia.
Originárias do Brasil, que pode ser considerado o “país das orquídeas”, existem
aproximadamente 3.500 espécies catalogadas, destacando-se as Cattleya sp e Laelia
sp, podendo chegar a mais com novas descobertas, principalmente na região
amazônica.
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CRESCIMENTO
MONOPODIAL
Crescimento apical ilimitado, contínuo,
desenvolvendo sempre novas gemas no ápice do broto
do ano anterior, crescendo segundo um eixo vertical numa
única direção ascendente.
Flores
Broto Novo
Folha Terminal
Folha
Raízes Aéreas
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CRESCIMENTO
SIMPODIAL
São aquelas que tem crescimento apical limitado,
descontínuo, desenvolvendo sempre novas gemas na base
dos rizomas, crescendo horizontalmente de forma contínua
e exigindo divisão periódica.
Folha
Broto Floral
Espátula
Pseudobulbo
Bráctea
Meristema
(Gema de Crescimento)
Rizoma
Raízes
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6. AMBIENTE DE CULTIVO
O ambiente ideal para o cultivo de orquídeas deve contemplar suas exigências, ou seja, oferecer a
planta todas às condições de “conforto”, que são: índice de luz, de temperatura e de umidade
ideais.
Sem dúvida, tais condições são racionalmente conseguidas num ambiente de sombra dado
por um ripado, que é na opinião de muitos especialistas, o ideal principalmente a nível doméstico
e para o orquidiocultor iniciante, ou ainda sob a copa de uma árvore frondosa.
O ripado deve oferecer todas as condições ideais de desenvolvimento da planta, abrigá-la
dos ventos, principalmente ventos frios, devendo guardar em sua construção toda uma orientação
norte e sul, procurando-se contemplar sempre a face norte.
A construção de um ripado é relativamente fácil: o pé direito deve guardar a altura de 2,40m,
as ripas devem ser dispostas no sentido norte-sul, podem ser ripas de madeira ou bambu, com
intervalos simétricos de 3cm, devendo as laterais serem igualmente fechadas, principalmente a
voltada para o sul ou de incidência de ventos frios e constantes. O piso deve ter condições que
permita um equilíbrio interno de temperatura e umidade ideais, o que se consegue com cascalho,
britas ou tijolos adequadamente colocados. A disposição interna das prateleiras ripadas de aporte dos
vasos deve se iniciar a partir de 80cm do solo, devendo ser racionalmente construídas para facilitar
os trabalhos culturais.
Existem ripados muito bem construídos, inclusive com efeito ornamental, devendo-se, no
entanto, atentar para a racionalidade de sua construção.
Em se tratando de áreas maiores e para produção comercial, o uso de estufas é o mais
recomendado, pois nele é onde conseguimos o melhor controle das condições ideais de
desenvolvimento da orquídea.
A experiência mostra que é interessante a idéia de se ter um espelho d’água internamente ao
ripado ou estufa, que manterá uma evaporação constante, elevando a umidade relativa do ambiente.
para a racionalidade de sua construção.
CONSTRUÇÃO DO RIPADO
ORIENTAÇÃO DO RIPADO
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7. CULTIVO
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PASSO 1 - A planta deve ter pelo menos 6 bulbos para retirada da muda;
PASSO 10 - Encher 1/3 do vaso com caco de cerãmica para facilitar a drenagem;
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Podridão mole - é causada pela bactéria Erwinia sp, que incide sobre as raízes
e pseudobulbos, causando uma podridão mole de odor desagradável e característico.
Controla-se por medidas culturais, redução da umidade e aplicação de agrimicida
a 250g/100 lt d’água
Viroses - A bibliografia relata que tem-se observado, secundariamente, algumas
viroses nas orquídeas, caracterizando-se pela formação de clorose e marchetamento
ou mosaico típico. Controla-se pelo isolamento da planta doente das demias e
combate aos insetos vatores.
Observação:
A título de conhecimento e ilustração foram apresentadas as principais pragas e
doenças das orquídeas, cujos controles requerem conhecimento e donínio efetivos.
Vale lembrar que conceito de “conforto” da planta é importante, entendendo-se
assim a observação de um conjunto fatores próprios ao desenvolviemnto sabio da
mesma, contemplando-se a luz, calor a umidade e o substrato como tais, e todos
eles perfeitamente adequados, o que por si irá conferir uma resistência natural a ela.
Ocontrole das doenças das orquídeas é feito principalemnte através de medidas
preventivas, como a umltiplicação de plantas sadias, a assepsia da palnta e do
ambiente, a esterização das ferramentas de trabalho e substrato, e com práticas
culturais adequadas, como umidade controlada e adubação aqulíbrada.
Toda pulverização com defensivos preventivas ou curativas, devem ser feitas
com conhecimento e critério exigidos.
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O orquidário não deixa de ser também uma área de trabalho, precisa ter uma
organização imposta pelo orquidiocultor ou orquidófilo, no sentido da disposição
racional das plantas e na contemplação adequada da área de trabalho, para facilidade
das operações necessárias.
É preciso uma bancada de trabalho, adequadamente localizada, para a composição
dos vasos.
Ferramentas, acessórios e insumos devem ser guardados em espaços próprios e
próximos.
A disponibilidade de água ou a instalação de um sistema racional de irrigação,
torna-se fundamental, internamente ao orquidário pode-se ter um espelho d’água
ou mesmo um depósito para a manutenção adequada da umidade relativa do ar.
A instalação de um termômeto e de um higrômetro, de fáceis leituras, permitirão
o acompanhamento das condições de clima.
Regras e hábitos adequados ao trabalho devem ser impostos, como vestimentas e
higiene, inclusive para salvaguardar a própria saúde, o orquidário deve ser organizado
e limpo, “uma vitrine natural”, com respeito às plantas.
As plantas necessitam da respectiva identificação, com nomes populares e
científicos, além de breve histórico, como por exemplo data e procedência ou outras
particularidades de interesse. É muito importante que todas as plantas sejam
devidamente nominadas.
A ordenação ou distribuição dos vasos deve ser feita observando-se a família da
planta e seu estágio de desenvolvimento; plantas floridas devem ter espaço especial
e reservado.
O orquidário deve dispor de uma área exclusiva para plantas em estado de
recuperação, devendo também mostrar-se devidamente organizado.
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16. COMERCIALIZAÇÃO
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LEMBRE-SE
Recuse o xaxim, está proibido, o mesmo encontra-se em extinção;
Procure sempre comprar plantas identificadas;
As orquídeas não são parasitas;
As orquídeas necessitam de atenção e do cumprimento de alguns tratos culturais,
sempre procurando assegurar à planta todas as condições de “conforto”;
Esterelize sempre as ferramentas a serem utilizadas;
Anote a data que sua orquídea floriu, se ela não repetir existe algum problema.
Bom Cultivo
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