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Trabalho realizado por: Beatriz de Oliveira Café e Alves, Ana Claudia Bauermeister Stork, Rebeca
Luchinni Lima e Isabela Gomes Ribeiro.
1. Pagamento direto
- Requisitos:
Quitação
É livre a forma, ou seja, não é necessária a observância do artigo 320 do Código Civil. Neste caso, deve-
se observar seu parágrafo único.
- Local do pagamento:
A resposta decorre do que estiver estipulada no contrato quando não for no domicílio do devedor. Se
forem designados dois ou mais lugares para o pagamento, o credor pode escolher em qual deles a
prestação será realizada.
Exceções:
a) Convenção
b) Do que resultar a lei (Exemplo.: dívidas fiscais, pois devem ser pagas na repartição própria)
Art. 330. O pagamento reiteradamente feito em outro local faz presumir renúncia do credor
relativamente ao previsto no contrato.
Tempo do pagamento
O momento em que se pode reclamar a dívida é o vencimento. É a partir dele que surge a exigibilidade
da obrigação.
A data do pagamento pode ser fixada livremente pelas partes no contrato. Caso esta seja
convencionada, o devedor não pode pagar após a data pactuada, sob pena de constituir mora, bem
como não pode forçar o credor a receber antes do vencimento. Quanto ao credor, este não pode cobrar
a dívida antes da data do vencimento.
a) Puras: quando as partes não estipularem prazo, devendo assim, o credor notificar o devedor.
2. Pagamentos indiretos
Consignação em pagamento:
Meio indireto de liberação do devedor mediante depósito judicial ou extrajudicial da prestação. Ou seja,
depósito, feito pelo devedor, com o objetivo de liberar-se da obrigação líquida e certa.
I - se o credor não puder, ou, sem justa causa, recusar receber o pagamento, ou dar quitação na devida
forma;
II - se o credor não for, nem mandar receber a coisa no lugar, tempo e condição devidos;
III - se o credor for incapaz de receber, for desconhecido, declarado ausente, ou residir em lugar incerto
ou de acesso perigoso ou difícil;
Art. 336. Para que a consignação tenha força de pagamento, será mister concorram, em relação às
pessoas, ao objeto, modo e tempo, todos os requisitos sem os quais não é válido o pagamento.
Art. 345. Se a dívida se vencer, pendendo litígio entre credores que se pretendem mutuamente excluir,
poderá qualquer deles requerer a consignação.
a) Judicial: "mora accipiendi" (do credor) referente a qualquer coisa (bem jurídico) objeto da prestação.
Mediante ação judicial.
b) Extrajudicial: quando o bem jurídico devido for dinheiro ou valor. Mediante depósito bancário.
Após o depósito, o credor receberá uma "carta com aviso de recebimento"comprovando que o depósito
foi feito para ele. Após isso, o credor terá 30 dias para dizer se concorda ou não com o depósito.
Se o credor não aceitar, deverá responder a carta e a partir dai o devedor terá 30 dias para promover
uma ação judicial.
c) O credor incapaz, desconhecido, declarado ausente ou que estiver em lugar incerto ou de acesso
perigoso ou difícil;
d) Se houver dúvida a respeito do credor;
Características: A dívida deve ser líquida (quantificada) e vencida, se a prestação for em dinheiro
Requisitos de validade
Deve ser feito pelo devedor ao verdadeiro credor, sob pena de não valer.
Exige-se a integralidade do depósito, porque o credor não é obrigado a receber coisa diversa.
O tempo deve ser o estipulado no contrato, não podendo efetuar-se o pagamento antes de vencida a
dívida, se assim não foi convencionado.
Substituição da pessoa que pagou (ao credor) em relação ao devedor primeiro ou primitivo.
É a substituição de uma pessoa por outra pessoa (subrrogação pessoal) ou de uma coisa por outra coisa
(subrrogação real), em uma relação jurídica.
Espécies:
II - do adquirente do imóvel hipotecado, que paga a credor hipotecário, bem como do terceiro que
efetiva o pagamento para não ser privado de direito sobre imóvel;
III - do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte.
b) Convencional: é uma espécie de cessão de crédito (transmite o crédito para a terceira pessoa, na
maioria das vezes é a título oneroso bilateral); convenção entre as partes; vale para terceiro interessado
e não interessado; deve ser expresso.
I - quando o credor recebe o pagamento de terceiro e expressamente lhe transfere todos os seus
direitos;
II - quando terceira pessoa empresta ao devedor a quantia precisa para solver a dívida, sob a condição
expressa de ficar o mutuante sub-rogado nos direitos do credor satisfeito.
Efeito da sub-rogação:
Art. 349. A sub-rogação transfere ao novo credor todos os direitos, ações, privilégios e garantias do
primitivo, em relação à dívida, contra o devedor principal e os fiadores.
Efeito de transferir (translativo).
Trata-se de um instituto autônomo, constituindo uma exceção à regra de que o pagamento extingue a
obrigação, pois o pagamento na subrrogação promove apenas uma alteração subjetiva da obrigação,
mudando o credor.
A extinção obrigacional ocorre somente em relação ao credor satisfeito, para o devedor nada se altera,
pois o terceiro que paga a obrigação, toma o lugar do credor primitivo e passa a ter o direito de cobrar a
dívida, se subrrogando no lugar do credor primitivo.
Efeitos da Subrrogação
a) Liberatório: por exonerar o devedor ante o credor originário que sai da transação;
b) Translativo: por transmitir ao terceiro, que satisfez o credor originário, os mesmos direitos de crédito
com todos os seus acessórios, ônus e encargos do credor satisfeito.
· Imputação do pagamento:
A imputação do pagamento é a indicação da dívida a ser quitada; ocorre quando o devedor de várias
dívidas de uma mesma natureza, a um mesmo credor, efetua o pagamento insuficiente para quitar a
todas.
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito
de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.
Regra: haver dívidas líquidas e vencidas da mesma natureza (ex.: dinheiro e dinheiro) envolvendo
devedor e credor comuns (devedor e credor são os mesmos).
É uma operação pela qual o devedor de mais de um débito da mesma natureza a um credor, caso não
possa pagar, ele poderá imputar (escolher).
Quando o devedor de dois ou mais débitos da mesma natureza a um credor e se essa pessoa não puder
pagar todos os débitos, ela pode escolher um deles.
- Espécies:
a) pelo devedor;
Art. 352. A pessoa obrigada por dois ou mais débitos da mesma natureza, a um só credor, tem o direito
de indicar a qual deles oferece pagamento, se todos forem líquidos e vencidos.
b) pelo credor;
Art. 353. Não tendo o devedor declarado em qual das dívidas líquidas e vencidas quer imputar o
pagamento, se aceitar a quitação de uma delas, não terá direito a reclamar contra a imputação feita
pelo credor, salvo provando haver ele cometido violência ou dolo.
c) Legal.
Art. 355. Se o devedor não fizer a indicação do art. 352, e a quitação for omissa quanto à imputação,
esta se fará nas dívidas líquidas e vencidas em primeiro lugar. Se as dívidas forem todas líquidas e
vencidas ao mesmo tempo, a imputação far-se-á na mais onerosa. (na mais valiosa)
Art. 354. Havendo capital e juros, o pagamento imputar-se-á primeiro nos juros vencidos, e depois no
capital, salvo estipulação em contrário, ou se o credor passar a quitação por conta do capital.
É um acordo de vontades entre credor e devedor, por meio do qual o primeiro concorda em receber do
segundo, para exonerá-lo da dívida, prestação diversa da que lhe é devida
Art. 356. O credor pode consentir em receber prestação diversa da que lhe é devida.
Acordo de vontades entre credor e devedor por meio do qual o primeiro (credor) concorda em receber
do segundo (devedor) prestação diferente da devida em decorrência de um contrato.
Ajuste ou acordo de vontades entre credor e devedor pelo qual este, com a concordância do credor,
entrega como pagamento coisa ou bem jurídico diferente do apontado em contrato.
Exemplo: O devedor possui uma dívida de 200.000 reais com o credor. Vencida a prestação e querendo
ele pagar mas não tem a prestação que estava no contrato porém ele possui um terreno com esse
mesmo valor. Poderá o devedor chegar um acordo com o credor para entregar pagamento diferente do
estipulado anteriormente. O credor não é obrigado a concordar.
Requisitos:
Novação
Negócio jurídico por meio do qual se cria uma nova obrigação com o objetivo principal de extinguir-se a
anterior. Também pode ser um negócio jurídico por meio do qual um novo devedor sucede ao
antecedente.
Art. 360. Dá-se a novação:
I - quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;
II - quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
III - quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é substituído ao antigo, ficando o devedor
quite com este.
Espécies de novação:
1. Objetiva: quando o devedor contrai com o credor nova dívida para extinguir e substituir a anterior;
2. Subjetiva: quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite com o credor;
3. Mista: quando decorre da fusão da objetiva (uma nova obrigação) e da subjetiva (intervenção de
outra pessoa). Ex.: pai que assume a dívida do filho, querendo pagar os 5000 mil devidos ao banco por
meio de uma prestação de serviço. Ocorre, portanto, a mudança de obrigação e de sujeito.
- Efeitos da novação:
Extinção dos acessórios e garantias da dívida, caso não haja previsão em contrário.
Ex. O devedor não está em condições de saldar a dívida em dinheiro, propõe ao credor, que aceite a
substituição da obrigação em dinheiro por prestação de serviço, extinguindo a primeira obrigação.
b) Novação Subjetiva = alteração dos sujeitos da relação jurídica (art. 360- II e III)
Pode ocorrer por substituição do devedor (quando novo devedor sucede ao antigo, ficando este quite
com o credor) ou por substituição do credor (quando, em virtude de obrigação nova, outro credor é
substituído ao antigo, ficando o devedor desobrigado com o credor primitivo).
A novação subjetiva por substituição do devedor (novação passiva) poderá ocorrer sem o
consentimento deste.
Ex: Pai pode substituir o filho na dívida contraída, com ou sem o seu consentimento.
A novação subjetiva por substituição do credor (novação ativa) ocorre por um acordo de vontades, onde
o credor primitivo deixa a relação e um terceiro toma o seu lugar, ficando o devedor desobrigado
quanto ao credor primitivo, estabelecendo novo vínculo com o segundo credor.
Ex: A deve para B, que deve igual importância para C, por acordo entre os três, A pagará diretamente a
C, sendo que B se retirará da relação, ficando extinto o crédito de B em relação a A, constituindo nova
relação entre A e C.
A novação mista não está descrita juridicamente, decorre da fusão da novação objetiva e da novação
subjetiva, se configurando quando ocorre ao mesmo tempo, mudança do objeto da prestação e de um
dos sujeitos da relação jurídica.
Ex. Pai assume dívida em dinheiro do filho (novação subjetiva), mas com a condição de pagá-la mediante
prestação de serviço (novação objetiva).
Obs: Na novação a insolvência do novo devedor corre por conta e risco do credor, que o aceitou, não
cabendo Ação de Regresso contra o devedor primitivo, pois o principal efeito da novação é extinguir a
dívida anterior (art. 363).
· Compensação
Ajuste que se dá entre o devedor e o credor, porque eles são reciprocamente credores e devedores um
do outro para se extinguir as obrigações na dimensão de cada um desses créditos e débitos.
Ex.: A deve a B por força de um contrato. B deve a A por força de outro contrato.
Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, as duas obrigações
extinguem-se, até onde se compensarem.
Art. 369. A compensação efetua-se entre dívidas líquidas (determinado o valor devido), vencidas, de
coisas fungíveis (móveis) e exigíveis.
- Espécies:
a) convencional: as partes (devedores e credores) acordam entre elas extinguir a obrigação dado entre
elas haver débitos e créditos recíprocos.
c) Judicial: o juiz declara um determinado caso concreto que se devam extinguir obrigações recíprocas
entre credores e devedores
Extinção:
Ex. A deve para B 50. B deve para A 35. Continuará existindo uma dívida de 15.
Ex.: Pedro deve 300 sacas de café para José e você versão. Porém se constar no contrato que os cafés
são de tipos diferentes.
Art. 371. O devedor somente pode compensar com o credor o que este lhe dever; mas o fiador pode
compensar sua dívida com a de seu credor ao afiançado.
Art. 373. A diferença de causa nas dívidas não impede a compensação, exceto:
É preciso que haja um credor e um devedor, e que em um determinado momento se tornem credor e
devedor reciprocamente.
As dívidas líquidas são aquelas cujo valor seja certo e determinado, devendo as mesmas estar vencidas
(exigível).
Obs: Nas obrigações condicionais ou a termo, a compensação só será permitida após o implemento da
condição ou depois do vencimento do termo.
É necessário que as prestações sejam fungíveis, da mesma natureza, devendo ainda ser homogêneas
entre si.
Ex: Dívida em dinheiro, só se compensa com dívida em dinheiro ou dívidas de sacas de café, só se
compensarão com dívidas de sacas de café.
Obs: O artigo 370 restringe a compensação também quanto a qualidade da prestação, não se
compensarão as dívidas da mesma natureza, se estas forem diferentes na qualidade, quando
especificado no contrato.
Ex: Se uma das dívidas for de café tipo A (qualidade especificada), só se compensará com outra dívida
também de café tipo A.
O devedor que desejar reconhecer a compensação legal, poderá ajuizar Ação Declaratória, onde o juiz,
reconhece e declara a compensação, dependendo sempre de provocação do interessado, pois jamais
poderá ser declarada de ofício.
2º) As dívidas se originarem de comodato ou depósito, pois baseiam-se na confiança mútua, somente se
admitindo o pagamento mediante a restituição da coisa emprestada ou depositada, pois ninguém pode
apropriar-se de coisa alegando compensação, uma vez que a obrigação de restituir não desaparece.
3º) As dívida for proveniente de Alimentos, sendo estes de natureza incompensável, porque sua
satisfação é indispensável para a subsistência do alimentando.
4º) Uma das dívidas for impenhorável, pois a compensação pressupõe dívida judicialmente exigível (ex.
Salário)
· Remissão
Perdão da dívida pelo credor referente a obrigação, mas que exige concordância, extingue a obrigação,
mas sempre a juízo de terceiro.
Art. 385. A remissão da dívida, aceita pelo devedor, extingue a obrigação, mas sem prejuízo de terceiro.
Art. 386. A devolução voluntária do título da obrigação, quando por escrito particular, prova
desoneração do devedor e seus co-obrigados, se o credor for capaz de alienar, e o devedor capaz de
adquirir.
Ex.: Se eu devo para você por meio de um título de crédito de 50.000 reais. Se vc me devolver, a
presunção é de que você está perdoando a minha dívida, porque era a prova que você tinha contra mim.
Art. 387. A restituição voluntária do objeto empenhado prova a renúncia do credor à garantia real, não a
extinção da dívida.
Objeto empenhado é o penhor é uma garantia real sobre uma coisa alheia
- Espécies:
a) Total ou parcial
Expressa = quando há declaração do credor através de instrumento público ou particular, por ato inter
vivos ou causa mortis, perdoando a dívida.
· Confusão
Ex.: A deve 200.000 reais para o pai dele. O pai falece depois de cinco meses. Por força da morte do pai,
há uma transição hereditária. A passa a ser herdeiro. Portanto, A não terá que pagar mais.