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Equipe Técnica
Marcus Magalhães
Quando iniciou suas atividades no início dos anos 90, com a missão de enfrentar
Sandra Santos
a violência contra crianças e adolescentes, o CEDECA/BA encontrou a sociedade
ainda imbuída dos princípios menoristas, enxergando na criança um cidadão
Cooperação Técnica
de segunda classe, sem voz, sem direitos. Tínhamos uma legislação inovadora,
Fundo das Nações Unidas para Infância – UNICEF
o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA, que viria a se tornar modelo para
outros países, mas continuávamos a segregar ou a deixar segregarem crianças e
Arte Final
adolescentes pobres, a maioria negra e fora da escola. Nesse momento, a polícia
Luciano Pimentel
representava o braço repressor e, em algumas situações, o autor de violências.
Mas ao invés de distanciar-se, entendeu o CEDECA/BA que era necessário as
Revisão
duas instituições aproximarem-se imbuídas do desafio em estabelecer um
José Egídio dos Santos Oliveira
corajoso e pioneiro diálogo para disseminar o paradigma da criança Sujeito
de Direitos que nascia com o Estatuto da Criança e do Adolescente. Assim,
Agradecimentos
em pouco tempo, estabelecia-se uma parceria, um aprendizado mútuo
Ao Comando Geral da Polícia Militar
concretizado na capacitação de mais de três mil homens ao longo desses anos.
Dra. Isabel Maria Sampaio Oliveira Lima
Nestes momentos, o CEDECA/BA propunha novos valores e procedimentos que
Dra. Hélia Barbosa
possibilitassem tornar os homens e mulheres da corporação promotores(as) e,
Casimira Benge
acima de tudo, defensores(as) de crianças e adolescentes.
Helena Oliveira
Hoje, quase 25 anos depois, aprendemos que a política de segurança pública
7
PREFÁCIO
deve contar com a participação de toda sociedade, no seu planejamento,
fiscalização e controle e que só poderá ser efetivada se integrada aos princípios
da proteção e promoção dos direitos humanos, princípios basilares de uma
democracia. Neste sentido, a educação em Direitos Humanos constitui-se em Abordar na Paz
uma das estratégias para contribuir com uma polícia coerente com os princípios
democráticos e de direitos humanos manifestados nas atitudes e práticas diárias
e, acima de tudo, na consolidação de uma cultura institucional. Leio o Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente.
Temos ainda muitos desafios a superar. Não devemos jamais perder a noção de Em seu propósito pedagógico este Manual desenha algumas alianças com a
processo, o que significa a necessidade de um diálogo permanente e sistemático vida.
com a corporação para reafirmar os direitos humanos e evitar retrocessos. A primeira é a aliança com a Democracia, pois em um estado de direito o
Ao colaborar na elaboração deste guia com o autor, exemplo de cidadania exercício da participação cívica é bem vindo e fortalece o país. A voz cidadã
para sua tropa e para toda a Corporação, o CEDECA/BA reafirma a parceria e da Corporação da Polícia Militar, então expressa pelo Coronel Gilson Santiago,
espera contar com uma polícia atenta às mudanças do seu tempo, sensível e constitui um convite à paz. Esta voz avança na vocação pacificadora da Polícia
participativa. É com ela que o CEDECA/BA e toda a sociedade esperam contar contemporânea. Um chamado que, fiel ao determinado na própria ordem,
para garantia dos direitos humanos da população infanto-juvenil. alcança a moldura humana de cada pessoa em si e de toda a sociedade.
Articulada com um tempo no qual a dialogicidade é instrumental, a Polícia
Waldemar Oliveira e Cida de Roussan Militar tem se mantido atenta à formação e à reciclagem dos seus membros.
A segunda aliança é com a sociedade civil. Este Manual representa o empenho
Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan – CEDECA/BA
do trabalho de parceria entre a Polícia Militar e o Centro de Defesa da Criança
e do Adolescente Yves de Roussan (CEDECA/BA). Aliar-se com a sociedade
civil significa buscar a chancela do coletivo, a própria legitimação social. As
atividades do CEDECA/BA na Bahia foram capazes, ao longo de duas décadas,
de agregar diversos atores sociais em torno da implementação da Convenção
das Nações Unidas sobre Direitos da Criança. Ao longo desta busca do CEDECA/
BA para fazer valer o documento internacional, um ecossistema de parcerias foi
criado. Entre os parceiros, ali estava a Polícia Militar desde o momento em que
o artigo 227 da Constituição Federal foi regulamentado pela Lei n° 8069/90.
Inúmeras vezes sentaram-se juntos os policiais, os professores, os estudantes, os
representantes das novas institucionalidades democráticas, os pais, os jovens,
os juízes, os promotores, os defensores, as mulheres e os homens da Bahia. Que
continuem conjugando esforços na sala de aula de cada rua e na rua de cada
escola desta nossa terra.
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SUMÁRIO
A terceira aliança é com o futuro. Aliar-se com o futuro significa projetar-se para
além do tempo de agora, consciente do esforço despendido no passado, seguro
de que o tempo também exige mudanças e compromissos, crítica e autocrítica
e lições de caligrafia. O futuro não tem cercas. Abordar o futuro demanda
alianças, tanto com aquilo e aquele que somos quanto com aquilo e aquele
que queremos ser. Quem disse que é fácil mudar? Este Manual representa
uma atitude diante do futuro que está desenhado em cada criança e em cada
adolescente. Aproximar-se de alguém para falar demanda a compreensão
Criança - breve histórico 13
do nosso papel adulto diante daquele que, em determinado tempo e lugar,
A doutrina da situação irregular 16
é, também, o espelho meu, seu e da nossa sociedade. O Manual trata desta
A doutrina da proteção integral 18
abordagem, zelando para enquadrá-la nos princípios da lei.
Aspectos gerais do comportamento infanto-juvenil 20
A abordagem da criança e do adolescente só pode ser saudável e correta se for
A ação policial
feita levando em consideração estas alianças.
Princípios fundamentais do eca 22
A aliança com a Democracia faz bem à criança e ao adolescente.
Conceitos básicos 22
A aliança com a sociedade civil faz bem à criança e ao adolescente e só pode vir a
Principais violações de direitos de crianças e adolescentes 24
ser aliança de verdade dentro da participação representativa que a Democracia
Abordagem legal - o olhar da proteção 28
assegura.
E o futuro? A aliança com o futuro é um prudente recurso para superar o senso Abordagem do adolescente a quem se atribui a autoria de ato infracional 29
comum, para afirmar aquilo que é justo, moral e digno. Afinal, o futuro, porquanto Regras básicas 30
não seja precificado, visível, tangível, guarda uma paisagem evanescente. Não Procedimentos operacionais 32
o tocamos, mas, porque o forjamos com o nosso agir, o nosso pensar e o nosso Medidas socioeducativas previstas no eca 33
ser de hoje, bem sabemos que abordamos o futuro no cais do nosso cotidiano. Ao sair para sua missão não esqueça 34
Entre estas alianças, o Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente Modelo de termo de entrega de adolescente 38
convida a pensar que cada um de nós quer ser abordado pela vida com a vida. Conclusão 39
Por causa destas alianças o Manual é, também, um breve aceno sobre como Órgãos e entidades responsáveis por promoção, garantia
Abordar a Paz. e defesa dos direitos de crianças e adolescentes em salvador 41
Que o conteúdo deste Manual, expressão do Pacto pela Vida, possa vir a ser A rede de referência - com quem o policial pode contar 44
expresso nas ruas e no corpo da nossa cidade e de cada canto desta querida Referências 47
Bahia.
(*)ISABEL MARIA SAMPAIO OLIVEIRA LIMA é Professora, Juíza de Direito (1990-2004), Doutora em Saúde
Pública (ISC-UFBA) com Pós-Doutorado em Direitos Humanos pela University of Notre Dame, Estados
Unidos.
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CRIANÇA
Breve Histórico
1
Infanticídio – Art. 123 do Código Penal Brasileiro. Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
12 Pena – detenção de 2 (dois) anos. 13
Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente
ou as filhas para a prostituição. criança inicia-se com a Convenção de Genebra de 1923, cujos cinco pontos
Na América Colonial do Século XVII, foram promulgadas leis que permitiam continham os princípios básicos de proteção à infância. Em 1959, a Assembleia
a execução de crianças mal comportadas. O Século XIX era comum encontrar Geral da Organização das Nações Unidas - ONU aprova a Declaração Universal
crianças trabalhando nas minas inglesas, acorrentadas e sujeitas a constantes dos Direitos da Criança, texto contendo dez princípios aplicáveis na proteção
açoites, sendo seus minguados salários pagos a seus pais, os quais, em caso de à população infantojuvenil. Entretanto, apenas em 1978 a Polônia apresentou
morte, deixavam de receber o mencionado pagamento. uma proposta de Convenção Internacional relativa aos Direitos da Criança, a
Em New York, no ano de 1869, é criada a primeira casa para acolhimento de qual somente entrou em vigor no dia 2 de setembro de 1990, posteriormente
crianças abandonadas, que antes eram jogadas nos riachos, valas e latas de lixo. ratificada por 192 países. Finalmente, não se pode esquecer que a própria
A situação era tão gritante que havia na entrada dos hospitais e maternidades história do cristianismo registra o abandono de Moisés no interior de um cesto
berços - previamente instalados - para receberem os pequeninos indesejados. de vime no Rio Jordão e o massacre de crianças por Herodes, com o intuito de
No Brasil, em Portugal e em outros países, instituiu-se a Roda dos Expostos ou impedir a chegada de Jesus Cristo.
dos enjeitados, com a mesma finalidade, a partir do Sec. XVII. Ainda no Brasil, Tem-se, portanto, uma aligeirada dimensão histórica das violações dos direitos
as crianças eram recebidas por freiras das Santas Casas de Misericórdia de São das crianças e dos adolescentes, que continuam visíveis, inclusive no Brasil, o
Paulo, Salvador e Rio de Janeiro. que mancha, com tintas tristes, a imagem do nosso país no exterior.
Em 1874, também em New York, foi criada uma sociedade de prevenção à
crueldade contra crianças, depois que uma menina barbaramente maltratada
pela mãe foi defendida por uma sociedade protetora de animais, já que não
havia nenhum órgão nem lei que protegesse as crianças - consideradas na
época apenas uma boca a mais para alimentar, um peso para carregar.
O Código de Menores, que vigorou no Brasil até a promulgação do ECA, em
julho de 1990, estabelecia o pátrio poder, que dava aos pais o direito de decidir
o destino dos filhos, criá-los e tratá-los como desejassem. Apenas eram vedados
e punidos nas leis penais o homicídio, as agressões graves e os castigos cruéis,
se assim entendesse o juiz. As crianças poderiam ser exploradas, forçadas a
trabalhos penosos, expostas, vendidas e prostituídas, sem que isso acarretasse
qualquer penalidade para os pais. O quadro só começa, efetivamente, a se
alterar a partir da década de 60, quando, nos Estados Unidos, diversos Estados
elaboram leis e passam a cobrar denúncias de abusos contra crianças em todos
os níveis. No Brasil, somente a partir da década de 70 foi iniciada a construção
de centros para cuidar de casos de abusos e negligências contra a criança.
No plano do Direito Internacional, a evolução de proteção aos direitos da
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Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente
A DOUTRINA
do assunto, todas elas (FEBEMs3 , FUNABEMs4 etc) estavam vinculadas à
atividade jurisdicional, com suas vistas voltadas, exclusivamente, para resolver
o problema da ameaça à sociedade e não à questão da proteção ao “menor”,
da Situação Irregular isto é, sem questionar as causas determinantes do abandono da criança ou do
cometimento do ilícito, e as circunstâncias que o cercaram.
2
“dizer o direito” – atividade jurisdicional, decisão do juiz ou magistrado.
3
FEBEM – Fundação Estadual do bemoestar do Menor.
4
FUNABEM – Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor.
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Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente
A DOUTRINA
Ao lado disso, notadamente a partir da Constituição Federal de 1988, a
competência do juiz passa a ser fundamentada em parâmetros claros e precisos
da nova legislação, onde as atribuições do Ministério Público se destacam, e
da Proteção Integral que a presença do advogado passa a ser exigência inderrogável.
Enfim, separa-se o joio do trigo, estabelecendo-se os procedimentos adequados
às crianças em situação de risco pessoal e aos adolescentes autores do ato
infracional, além de enfatizar o papel da família e, bem assim, a criminalização
de ações outrora permitidas e que vitimaram tantos jovens.
Tendo como pano de fundo a Convenção das Nações Unidas dos Direitos da Surge ainda como “braço executivo” do Estatuto da Criança e do Adolescente o
Criança, que a reconheceu como um ser humano em peculiar processo de Sistema de Garantia dos Direitos, uma rede de proteção, segundo os princípios
desenvolvimento, numa clara alusão aos conceitos piagetianos, inicia-se da nova lei, onde os Conselhos Tutelares5 atuam como verdadeiro desaguadouro
uma nova etapa com o princípio de que a criança é sujeito de direitos como natural das questões ligadas à população infantojuvenil e que envolvem,
os adultos, e não mais mero objeto da tutela dos pais e do Estado, podendo definitivamente, sociedade e governo na missão de proteger integralmente
estabelecer relações sociais e jurídicas, com as devidas limitações relativas ao essa população.
seu processo evolutivo.
Neste ponto, a noção de que crianças estão sujeitas às medidas protetivas,
e aos adolescentes são aplicáveis as medidas socioeducativas indica-nos,
claramente, a certeza de que a realidade é lida conforme ela se impõe e não à
luz do discricionarismo próprio da visão anterior. Mais uma vez socorremo-nos
a Mendez (1994, p. 67) que taxativamente dispõe:
5
Art. 131 do Estatuto da Criança e do Adolescente – Conselho Tutelar é o órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado
pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, definidos nesta lei.
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Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente
ASPECTOS GERAIS
disso tudo é a morte prematura dos sonhos das crianças que ingressam num
processo de apatia social e tendem, inconscientemente, a reproduzir a violência
que sofreram para sobreviver na guerra do dia-a-dia.
Do Comportamento Infanto-Juvenil. A criança, seja ela qual for, quer apenas o direito de ser criança, que significa
basicamente brincar, estudar e sonhar. Sonhar em ser cantor, ator ou jogador de
futebol. É assim que se desenvolve, que absorve as normas sociais, aprende a se
relacionar e a reconhecer o direito do outro.
Vê-se, portanto, que a questão da infância nem sempre suscita a sensibilização
A análise do comportamento do jovem, ainda que superficial devido ao objetivo social, o que ocorre apenas em alguns momentos com alguns, ou algumas
deste trabalho, não pode deixar de destacar, como pressuposto da Doutrina de instituições, e termina com a infeliz constatação de que a sociedade quer mais
Proteção Integral, o importantíssimo papel da família para a construção do perfil “ver-se livre do problema” do que congregar esforços na busca de solução.
do adulto que se deseja e enfim para construção e consolidação da cidadania,
no mais pleno sentido do indivíduo capaz de desempenhar o seu papel de
ator social comprometido, de modo amplo, com os direitos inalienáveis, mas,
também, com a responsabilidade no cumprimento do dever.
No que toca ao nosso objetivo, é preciso chamar a atenção para a influência que
a família desempenha na sua formação física, moral, social e espiritual.
A professora Tânia Zagury, no seu monumental livro “O Adolescente por Ele
Mesmo”, traça um claro perfil do indivíduo nessa fase da vida, referindo-se a
situações de absoluta normalidade, concluindo-se do seu estudo que é este um
período de transição e turbulência, que carece de uma base sólida de educação
e carinho na fase infantil, e de compreensão e presença dos pais e da escola
para a reafirmação de conceitos e valores morais. A propósito, Antônio Carlos
Gomes da Costa (1997), na construção da sua Pedagogia da Presença, refere que
o menino em situação de rua é, antes de tudo, um menino sem escola.
O grande dilema reside exatamente no fato de que a família desestruturada por
motivos que vão da miséria, de dificuldades financeiras (principalmente) até a
violência doméstica, com os ingredientes e acessórios do analfabetismo e do
alcoolismo, não consegue produzir condições mínimas de sobrevivência digna
aos seus filhos e tende, algumas vezes, a abandoná-los à própria sorte ou exigir-
lhes trabalho precoce, uma vez que a necessidade fala mais alto. O resultado
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A AÇÃO POLICIAL • Criança: pessoa até 12 anos de idade incompletos.
Princípios fundamentais do ECA • Adolescente: pessoa de 12 até 18 anos de idade incompletos. Aos 18
anos é considerado adulto.
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Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente
PRINCIPAIS VIOLAÇÕES
Violência física - É qualquer ato ou ação que atinge o corpo da criança com
intenção de causar dor, sofrimento ou dano físico, em qualquer intensidade.
Pode causar lesões leves, como hematomas, e até levar à morte. Corresponde
De Direitos De Crianças E Adolescentes aos castigos físicos ou corporais.
Violência psicológica - É o ato de humilhar, depreciar, ameaçar, discriminar
e isolar a criança. Corresponde aos castigos chamados humilhantes ou
Quando direitos fundamentais como saúde, educação, moradia digna e lazer
degradantes.
são negados pelo Estado e pela própria sociedade a uma parcela da população,
Abuso Sexual - É a utilização do corpo de uma criança ou adolescente para fins
geralmente a mais numerosa, denominamos violência estrutural. A negação
sexuais. As crianças e adolescentes não escolhem fazer sexo com adultos7. Elas
desses direitos resulta atentatória à liberdade, à dignidade e ao respeito devidos
são seduzidas, enganadas ou ameaçadas. Trata-se de uma grave violência que
a todos os cidadãos. Milhões de crianças crescem no Brasil sem o gozo desses
marca, para sempre, a vida da criança, que não entende o que ocorre com seu
direitos, outras não sobrevivem por falta deles.
corpo e com o corpo do outro e, embora dotada de libido, não está preparada
Esta realidade favorece a ocorrência de outras violências, conforme ilustrado no
em nenhum sentido para a atividade sexual. É considerado abuso sexual desde
quadro abaixo (*):
a visão ou exposição do corpo do adulto para a criança, ou do corpo da criança
para o adulto, até o estupro.
VIOLÊNCIAS CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES Incesto - É o abuso sexual praticado por parente consanguíneo da vítima,
como os pais, avós e irmãos.
Negligência - Deixar de assumir responsabilidade para a proteção e cuidado
Doméstica Extra-Familiar
de criança e de adolescente sob sua guarda, quando há condições de fazê-
lo, negando-lhe direitos básicos e criando situações de abandono, privação e
Exploração
Econômica Negligência Física Sexual Psicológica Institucional exposição a riscos (FALEIROS, 2006).
(Trabalho Infantil)
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Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente
crianças e adolescentes, estabelecida por uma rede (local e/ou globalizada) -Trabalho realizado por adolescentes com idade entre 14 e 16 anos, que não se
de exploradores sexuais (mercadores/traficantes), que pode envolver pais e configure como aprendizagem, cumprindo integralmente os requisitos legais
responsáveis, bem como “consumidores” de serviços sexuais pagos (PESTRAF, dessa modalidade de profissionalização;
2003). -Trabalho realizado por crianças e adolescentes, ou seja, antes dos 18 anos de
A exploração sexual relaciona-se a qualquer situação de jogo, ato ou relação idade, que seja caracterizado como perigoso, insalubre, penoso, prejudicial
sexual, homo ou heterossexual, envolvendo um adulto e uma criança ou um à moralidade, noturno, realizado em locais e horários que prejudiquem a
adolescente, e pode se manifestar como: frequência à escola ou que tenham possibilidade de provocar prejuízos ao
Pornografia - Utiliza crianças e adolescentes para a produção de material desenvolvimento físico e psicológico.
pornográfico. Responde pelo crime quem produz, vende, compra ou utiliza esse Racismo e discriminação - Definidos no Art. 2º, inciso I do Estatuto da
tipo de material; Igualdade Racial como:
Tráfico para fins de exploração sexual - Prática criminosa que promove I – discriminação racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência
a saída ou entrada do território nacional, estadual ou municipal de crianças e baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha
adolescentes para inserí-las no mercado do sexo; por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em
Exploração sexual no turismo - É promovida ou estimulada por redes igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos
que aliciam e exploram crianças e adolescentes visando o turista brasileiro campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da
ou estrangeiro, envolvendo muitas vezes agências de viagem, hotéis, bares, vida pública ou privada (BRASIL, 2010).
restaurantes e taxistas; Homofobia - Rejeição e/ou aversão a qualquer forma de expressão
Tráfico de crianças, sob a forma de sequestros e guarda ou adoções ilegais - da sexualidade diferente dos padrões heteronormativos. A homofobia
Priva a criança ou o adolescente de viver em sua família e cultura de origem, frequentemente é manifestada em inúmeras ações discriminatórias não raro
violando o seu direito à convivência familiar e comunitária. violentas, que apontam para um ódio baseado na orientação sexual do outro
(a).
Outros tipos de violações de direitos
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Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente
ABORDAGEM LEGAL
sempre que os direitos reconhecidos nesta lei forem ameaçados ou violados:
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado;
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável;
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Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente
1. Admitir a idade declarada pela pessoa, caso haja dúvida acerca da idade e seja
impossível verificar documentalmente;
2. Considerar a situação de risco pessoal e social a que estão expostos;
3. Identificar os pais ou responsáveis, quando possível;
4. Não conduzir a criança ou o adolescente em compartimento fechado da
viatura;
5. Evitar o uso de algemas, salvo em hipótese de necessidade, devidamente
justificada (Súmula Vinculante 11 do Supremo Tribunal Federal - STF)6 .
Obs: Nunca encaminhar diretamente uma criança para uma instituição de a. Quando o infrator for adulto conduzi-lo para a DERCA;
acolhimento institucional (abrigamento) sem apreciação do Conselho Tutelar. b. Quando o infrator for adolescente conduzi-lo para a DAI;
c. Quando o infrator for criança conduzi-la para o Conselho Tutelar;
3. Ato infracional praticado por adolescente d. Não existindo Delegacia Especializada na cidade conduzir o autor para a
Delegacia da área;
a) Conduzir o adolescente para a DAI; e. Em qualquer procedimento fazer uso do Termo de Entrega do adolescente.
b) Caso não exista Delegacia Especializada na cidade, conduzir o adolescente
para a Delegacia da área, mediante Termo de Entrega; Medidas Socioeducativas previstas no ECA:
c) No caso da Delegacia não aceitar o adolescente, encaminhá-lo para o Juiz da
Infância e da Juventude ou Juiz local, mediante Termo de Entrega. Art. 112. Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá
Obs.: O adolescente apreendido tem direito a: aplicar ao adolescente as seguintes medidas:
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Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano; Art. 143 (ECA) É vedada a divulgação de atos judiciais, policiais e administrativos
III - prestação de serviços à comunidade; que digam respeito a crianças e adolescentes a que se atribua autoria de ato
IV - liberdade assistida; infracional;
V - inserção em regime de semi-liberdade; Parágrafo único. Qualquer notícia a respeito do fato não poderá identificar a
VI - internação em estabelecimento educacional; criança ou adolescente, vedando-se fotografia, referência a nome, apelido,
VII - qualquer uma das previstas no Art. 101, I a VI. filiação, parentesco, residência e, inclusive, iniciais do nome e sobrenome.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua
capacidade de cumprí-la, as circunstâncias e a gravidade da infração. Art. 171 (ECA) O adolescente apreendido por força de ordem judicial será, desde
§ 2º Em hipótese alguma, e sob pretexto algum, será admitida a logo, encaminhado à autoridade judiciária;
prestação de trabalho forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental Art. 172 (ECA) O adolescente apreendido em flagrante de ato infracional será,
receberão tratamento individual e especializado, em local adequado às suas desde logo, encaminhado à autoridade policial competente;
condições. Parágrafo único. Havendo repartição policial especializada para atendimento
de adolescente e em se tratando de ato infracional praticado em co-autoria
com maior, prevalecerá a atribuição da repartição especializada, que após as
providências necessárias e, conforme o caso, encaminhará o adulto à repartição
AO SAIR PARA SUA MISSÃO NÃO ESQUEÇA: policial própria.
Art. 178 (ECA) O adolescente a quem se atribua a autoria de ato infracional não
Art. 5º (ECA) Nenhuma criança ou adolescente será objeto de qualquer forma de poderá ser conduzido ou transportado em compartimento fechado de veículo
negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão, punido policial em condições atentatórias à sua dignidade, ou que impliquem risco à
na forma da lei qualquer atentado, por ação ou omissão, aos seus direitos sua integridade física ou mental, sob pena de responsabilidade;
fundamentais;
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Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente
Art. 232 (ECA) Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou
vigilância a vexame ou constrangimento:
Pena - detenção de seis meses a dois anos;
Art. 233 (ECA) Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou
vigilância a tortura:
Pena - reclusão de um a cinco anos.
§ 1º Se resultar lesão corporal grave:
Pena - reclusão de dois a oito anos.
§ 2º Se resultar lesão gravíssima:
Pena - reclusão de quatro a doze anos.
§ 3º Se resultar morte:
Pena - reclusão de quinze a trinta anos;
Art. 247 (ECA) Divulgar, total ou parcialmente, sem autorização devida, por
qualquer meio de comunicação, nome, ato ou documento de procedimento
policial, administrativo ou judicial relativo a criança ou adolescente a que se
atribua ato infracional:
Pena - multa de três a vinte salários de referência, aplicando-se o dobro em caso
de reincidência.
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Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente
CONCLUSÃO
MODELO DE TERMO DE ENTREGA DE ADOLESCENTE
№ _______/___
achava presente (autoridade) ......................., faço a entrega do adolescente .......... do tratamento dado pelo policial militar à criança e ao adolescente, muitas
.............................., com ........... anos de idade, filho(a) de ...................... e ...................., vezes discriminatório, quando de sua abordagem, em especial ao adolescente
residente na ................................, apreendido e autuado em flagrante nesta data, autor de ato infracional, que deve ser tratado com dignidade, como expresso
por ter praticado infração prevista no Art. .......................... do Código Penal no ECA.
Brasileiro, para adoção das medidas cabíveis de acordo com o Estatuto da O Estatuto da Criança e do Adolescente reserva aos que não completaram
Criança e do Adolescente. 18 anos procedimento especial, quando ocorre a prática de ato considerado
infração penal. Como pena, lhe será aplicada uma medida socioeducativa
.................................................... determinada pelo juiz, de acordo com a gravidade do feito, podendo chegar à
COMUNICAÇÃO adolescentes. Esse réu permaneceria recluso por três anos em estabelecimento
prisional fechado, pois teria cumprido a sexta parte da pena, como manda a
De acordo com o disposto no Art. 107 da Lei no. 9.069/90, Estatuto da Criança lei.
e do Adolescente, comunico a V.Exa. que o adolescente ....................., com Com efeito, verifica-se uma discrepância grande, pois muitas vezes o ado-
.............anos de idade, residente na ........................., nesta Cidade, foi autuado em lescente primário condenado por roubo qualificado fica “internado” em uma
flagrante por haver (descrever o ato praticado), se encontrando acolhido na ..... unidade para aplicação das medidas socioeducativas por mais de dois anos,
...................................................... enquanto o condenado, na esfera penal comum, pelo mesmo crime, com as
mesmas circunstâncias pessoais, via de regra, não excede a seis anos e, portan-
Local, ------------------- data ---------------------------- to, pode iniciar o cumprimento da pena diretamente em regime semiaberto,
segundo o artigo 33, §2º, alínea “b” do Código Penal (BRASIL, 1940). Na pior
das conjecturas, se condenado em regime fechado, cumprirá apenas um ano
(1/6 da pena - Instituto da Progressão da Pena), contrariamente ao adolescen-
te, que amargará cerca de dois anos em regime totalmente fechado.
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Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente
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Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente
DERCA - Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes contra como a principal porta de entrada do Sistema Único de Assistência Social -
Criança e Adolescente - Recebe denúncias, vítimas e suspeitos; lavra auto SUAS, e é responsável pela organização e oferta de serviços da Proteção Social
de apreensão ou boletim de ocorrência; instaura inquérito para apurar os fatos Básica. Dentre estes, destaca-se o PAIF - Proteção e Atendimento Integral à
e encaminha relatório para a Central de Inquéritos do Ministério Público a fim Família, serviço de caráter continuado que visa fortalecer a função protetiva
de oferecer denúncia de delito praticado contra a criança e o adolescente. das famílias, ao prevenir a ruptura de vínculos, promover o acesso e usufruto de
direitos, e contribuir para a melhoria da qualidade de vida.
DEFENSORIA PÚBLICA - Instituição do governo do Estado competente
para oferecer orientação jurídica e defesa às pessoas que não podem contratar CREAS - Centro de Referência Especializado de Assistência Social
advogados, garantindo a todos os cidadãos o direito de acessar gratuitamente - Configura-se como uma unidade pública que oferta serviços especializados
a Justiça. O Defensor Público tem a função de exercer a defesa da criança e do e continuados a famílias e indivíduos em situação de ameaça ou violação
adolescente. de direitos (ex. violências física, psicológica, sexual, tráfico de pessoas,
cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto etc.).
MINISTÉRIO PÚBLICO - Instituição competente destinada a zelar pelos
interesses da sociedade e defesa da Lei. Composto por diferentes promotorias, PROJETO VIVER - Serviço de Atenção a Pessoas em Situação de
inclusive a Promotoria da Infância e Juventude. Qualquer cidadão pode Violência Sexual - É vinculado à Secretaria da Segurança Pública do Estado
denunciar ou recorrer ao MP. da Bahia e oferece o serviço especializado de assistentes sociais e psicólogos,
além de médicos, enfermeiros e auxiliares de enfermagem durante 24 horas,
JUSTIÇA DA INFÂNCIA E DA JUVENTUDE - Abriga as Varas da Infância inclusive aos sábados, domingos e feriados.
e Juventude que julgam processos cíveis e criminais relacionados a crianças e
adolescentes, inclusive o ato infracional atribuído a adolescente, aplicando-lhe
uma das medidas socioeducativas previstas no Art. 112 do ECA.
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Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente
A REDE DE REFERÊNCIA DAI - Delegacia do Adolescente Infrator - Rua Agripino Dórea s/n Brotas.
Telefone: (71) 3116-2128
Com quem o policial pode contar Defensoria Pública - Avenida Manoel Dias da Silva, nº831, Pituba. Telefone:
(71) 3117-6936
DERCCA - Delegacia Especializada de Repressão a Crimes contra a Criança e
o Adolescente - Rua Pitangueiras, 26 A, Matatu de Brotas. Telefones: (71) 3116-
2152/53/51
1ª Vara da Infância e Juventude - Rua Agnelo de Brito, n° 72, Garibaldi.
DHPP - Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa - Rua Moacir Leão,
Telefone: (71) 3203-9328/32, Plantão: (71) 3203-9300
s/nº, Barris. Telefones: (71) 3117-6115/10
2ª Vara da Infância e Juventude e Centro Integrado de Acolhimento - Av.
Disque 100 – Serviço nacional de denúncia de abuso e exploração contra
Mário Leal Ferreira, s/n, Bonocô. Telefones: (71) 3244-1052/1811/0172
crianças e adolescentes
ARD-FC/FMB/UFBA - Aliança de Redução de Danos Fátima Cavalcanti -
Disque 156 – Serviço municipal de denúncia de crimes de racismo,
Faculdade de Medicina da Bahia – Largo do Terreiro de Jesus, s/n°, Pelourinho.
preconceito e discriminação contra populações negra, indígena, quilombola,
Telefones: (71) 3244-1052 / 1811 / 0172
cigana e ribeirinha
CAOCA - Ministério Público Estadual / Centro de Apoio Operacional da
FUNDAC – Fundação da Criança e do Adolescente - Rua Pitangueiras, 26 A
Criança e do Adolescente - Centro Administrativo da Bahia. Telefones: (71)
Matatu de Brotas. Telefones: (71) 3116-2971/2110.
3103- 6873/0357/0358
Instituto Pedra de Raio (orientação e combate a crimes de racismo) - Rua
CAPS ad - Centro de Atenção Psicossocial Álcool e Outras Drogas Gregório
Lauro Muller, nº 08, Ed. Cidade Baixa, 6ª andar, sala 601, Comércio. Telefones:
de Matos - Faculdade de Medicina da Bahia Largo do Terreiro de Jesus, s/n°,
(71) 3241-3851 / 3243-2375 (fax)
Pelourinho. Telefone: (71) 3283-5547
Ministério Público do Trabalho - Avenida Sete de Setembro, nº 308, Corredor
CECA – Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente da
da Vitória. Telefones: (71) 3324-3467/00
Bahia - Rua Boulevar América, nº 27, Jardim Baiano, Nazaré. Telefones: (71)
NETP - Núcleo de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas - Rua Frei Vicente,
3321-2194/3613
nº10, Pelourinho. Telefone: (71) 3266-0131
CEDECA – Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan -
Observatório da Discriminação Racial, Violência Contra a Mulher e LGBT
Rua Gregório de Matos, nº 51, Pelourinho. Telefones: 0800284-5551, (71) 3321-
(Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) - Rua do Tesouro, s/n,
1543/5196 (fax)
Edf. Nossa Senhora da Ajuda, 6º andar – Centro. Telefones: (71) 4009-2612 /16,
CETAD - Centro de Estudos e Terapia do Abuso de Drogas - Av. Pedro Lessa,
4009-2611 (fax)
nº 123, Canela. Telefones: (71) 3283-7180/81
Polícia Federal - Avenida Oscar Pontes, n° 339, Água de Menino, Telefone: (71)
CMDCA - Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente -
3319-6000
Ladeira dos Aflitos, nº 15, Centro. Telefone: (71) 3329-6516
Polícia Militar - Telefone: 190
Conselho Tutelar - Largo da Barroquinha (estação de ônibus), s/n, Centro.
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Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente
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Manual de Abordagem à Criança e ao Adolescente
Encontro, BH: Ed. O Lutador, 1997. Adolescentes, Polícia Militar de Pernambuco - PE. 1997.
COSTA, Manoel Moreira. Atuação da Polícia no Estatuto da Criança e do Pesquisa Nacional sobre tráfico de mulheres, crianças e adolescentes – PESTRAF:
Adolescente, MP/BA, 1993. Relatório Nacional – Brasil / Maria Lúcia Leal e Maria de Fátima Leal. Editores
Brasília: CECRIA, 2003.
Desenvolvimento Social e Ação Educativa. Apostila - Modus Faciendi
Publicações, BH, 1997. WAISELFISZ, Julio Jacobo. Mapa da Violência 2012: A Cor dos Homicídios no
Brasil – Rio de Janeiro: CEBELA, FLACSO; Brasília: SEPPIR/PR, 2012.
DIMENSTEIN, Gilberto. A Guerra dos Meninos (Assassinato de Menores no Brasil).
Edit. Brasiliense, 9ª Ed. SP, 1994. ZAGURY, Tânia. O Adolescente por Ele Mesmo. Editora Record, 7ª Ed. RJ, 1996.
III Seminário Latino Americano. Org. Cecília, BLECHER. Margaret, MENDEZ, Emilo
Garcia. Do avesso ao direito. Malheiros editores LTDA, SP, 1994.
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O autor deste trabalho, em parceria com o CEDECA/BA, há alguns anos militando na área de Direitos
Humanos na Polícia Militar da Bahia, com especial destaque para a área específica da Criança e do
Corporação, nos setores de ensino e instrução, justiça e disciplina, pôde perceber a enorme carência
quanto ao entendimento da realidade juvenil, especificamente no que diz respeito aos adolescentes
antissocial.
Ao lado de tudo isso, há preconceitos e intolerâncias que agravam o quadro na abordagem ao ser
humano na faixa etária abaixo dos dezoito anos. Habitualmente, adolescentes mais robustos
fisicamente têm sido alvo de ações repressivas e não condizentes com a lei, o que deve induzir
autoridades, de um modo geral, a uma reflexão profunda sobre as causas e consequências dessas
Daí a preocupação do autor em tentar entender e explicar o comportamento dessa faixa etária
compreendendo e aplicando a legislação em vigor na forma mais avançada dos objetivos legal e
social. Percebe-se, com as devidas vênias, que não pretende ser este um trabalho perfeito e acabado,
longe disso. O que se pretende é contribuir para uma melhoria da qualidade do serviço policial e
para a melhor compreensão da dura realidade infanto-juvenil nos nossos dias. Deste modo, críticas
construtivas e sugestões serão entendidas como desejo genuíno de contribuir com a instituição policial
WALDEMAR OLIVEIRA
Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan – CEDECA/BA