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Mariana Pithon
Nathalia Campos
Poemas russos
Belo Horizonte
FALE/UFMG
2011
Diretor da Faculdade de Letras
Luiz Francisco Dias
Vice-Diretora
Sandra Maria Gualberto Braga Bianchet
correndo,
Diagramação
Mariana Pithon que, apenas amanheça o dia,
Nathalia Campos a morte estará vendida,
Sóis
17 Canção Báquica
Alexander Púchkin
Tradução de José Casado
18 Manhã de inverno
Alexander Púchkin
Tradução de José Casado
19 Nacos de nuvem
Vladímir Maiakóvski
Tradução de Augusto da Campos
Eu, Rússia
29 A Tchaadáev
Alexander Púchkin
Tradução de José Casado
30 Fábrica O Poeta
Alexander Blok
47 Presságios
Tradução de Boris Schnaiderman e
Alexander Púchkin
Haroldo de Campos
Tradução de José Casado
31 De transfiguração
Sierguéi Iessiênin 48 A um poeta
Tradução de Augusto de Campos Alexander Púchkin
Tradução de José Casado
32 De O presente: Vozes e cantos da rua
Vielimir Khlébnikov 49 O eco
Tradução de Augusto de Campos e Alexander Púchkin
Boris Schnaiderman Tradução de José Casado
34 “Não estás mais entre os vivos” 50 Um momento ergui a mim, obra extra-humana
Anna Akhmátova Alexander Púchkin
Tradução de Lauro Machado Coelho Tradução de José Casado
Separação
105 “Até logo, companheiro”
Sierguéi Iessiênin
Tradução de Augusto de Campos
Alexander Púchkin
Tradução de José Casado
1825
Canção Báquica 17
Manhã de inverno Nacos de nuvem
1829
1
Rosta – A Agência Telegráfica Russa, para a qual Maiakóvski executou cartazes satíricos de notícias –
as “janelas” Rosta –, de 1919 a 1922. (N.T.)
Alexander Púchkin
Tradução de José Casado
1818
1
Trata-se de P. Ia. Tchaadáev (1794-1856), pensador russo, crítico da autocracia czarista, um dos amigos
mais velhos de Púchkin, que lhe dedicou ainda outras obras. ( N. T.)
A Tchaadáev 29
Fábrica De transfiguração
1917
O povo,
Ferreiro,
Malha,
Malhador.
A rou,
A roupa
Rapa
Dos patrões,
Para o ô, para o ô, os tzares
Rapa
E põe
O povo.
Malha,
Malhador,
Os tza
Os tzares
Para o oco
E que se dani
Fiquem
Na Sibé,
Na Sibéria lá nos mon,
Nos montí,
Tículos brancos de neve.Patrões, patrões põe
Põe, põe,
1922
Minha era, minha fera, quem ousa, Vivemos sem sentir a Rússia embaixo,
Olhando nos teus olhos, com sangue, não se ouvem nossas vozes a dez passos.
Colar a coluna de tuas vértebras?
Com cimento de sangue – dois séculos – Mas onde houver meia conversa – sempre
Que jorra da garganta das coisas? se há de lembrar o montanhês do Kremlin.
Treme o parasita, espinha langue,
Filipenso ao umbral de horas novas. Seus grossos dedos são vermes obesos;
e as palavras – precisas como pesos.
Todo ser enquanto a vida avança
Deve suportar esta cadeia Sorri – largos bigodes de barata;
Ocultoa de vértebras. Em torno e as longas botas brilham engraxadas.
Jubila uma onda. E a vida como
Frágil cartilagem de criança Rodeiam-no cascudos mandachuvas;
Parte seu ápex: morte da ovelha, seu jogo: os meio-homens que subjuga.
A idade da terra em sua infância.
Um assobia, um rosna, um outro mia,
Junta as partes nodosas dos dias: só ele é quem açoita, quem atiça
Soa a flauta, e o mundo está liberto,
Soa a flauta, e a vida se recria. E prega-lhes decretos-ferraduras
Angústia! A onda do tempo oscila na testa ou no olho, na virilha ou nuca.
Batida pelo vento do século.
E a víbora na relva respiração Degusta execuções como quem prova
O ouro da idade, áurea medida. uma framboesa, o osseta de amplo tórax.
1923
Estamos vivos.
1942
O primeiro projétil de longo alcance atinge Leningrado Não ao levamos no peito qual secreto escapulário
nem cantamos em chorosos versos.
E o multicolorido ruído da multidão
Nossos amargos sonhos ela não chega a perturbar
calou-se de repente.
nem nos parece ser o paraíso prometido.
Mas não era um som típico da cidade,
Não a convertemos, bem no fundo da alma,
e tampouco do campo,
em algo que se possa comprar ou vender.
esse longíquo estrondo que mais parecia
Nem mesmo quando enferma, no desastre ou emudecida,
ser o irmão gêmeo do trovão.
chegamos a nos lembrar dela.
Se bem que, no trovão, há a umidade
Sim, para nós ela não passa de lama nas galochas,
das nuvens, altas e frescas,
sim, para nós ela não passa de poeira nos dentes.
e o desejo das campinas
E a amassamos, moemos, trituramos,
de que venha um alegre aguaceiro.
como se não nos misturássemos a seu pó.
Neste havia só um calor seco, escorchante;
Mas é nela que nos deitaremos, nela nos converteremos,
mas não quisemos acreditar
e é por isso que tão livremente a chamamos “nossa”.
nesse rumor que ouvíamos – porque
ele crescia e aumentava e se expandia,
e por causa da indiferença 1961, Leningrado,
setembro de 1941
V
Há dezessete meses de choro,
chamando-te de volta para casa.
Já me atirei aos pés de teu carrasco.
És meu filho e meu terror.
As coisas se confundem para sempre
e não consigo mais distinguir, agora,
quem a fera, quem o homem,
e quanto terei de esperar até a tua execução
Só o que me resta são flores empoeiradas
e o tilintar do turíbulo e pegadas
que levam de lugar nenhum a parte alguma.
E bem nos olhos me olha,
com a ameaça de uma morte próxima,
uma estrela enorme.
1939
Alexander Púchkin
Tradução de José Casado
Eu ia vê-la, e profusão
De alegres sonhos me nascia;
À mão direita a lua então,
Ardente, a marcha me seguia.
Eu já voltava, a profusão
Era diversa: eu suspirava...
À mão esquerda a lua então,
Tristonha, a marcha me observava.
1829
Presságios 47
A um poeta O eco
1830
48 O Poeta O eco 49
Alexander Púchkin Marina Tsvetáieva
Tradução de José Casado Tradução de Aurora Fornoni Bernardini
1
“Do que alexandrino pilar, ou mais precisamente”, “do que a coluna alexandrina”. Referência à coluna
de granito vermelho escuro que o czar Nicolai I fez inaugurar, no dia 30 de agosto de 1834, em honra de
seu pai, o czar Alexandr I, que governava a Rússia em 1812 quando Napoleão Bonaparte a invadiu e foi
dela expulso graças a resistência combinada do povo e do exército russo. O monumento, em cujo topo
acha-se um anjo segurando numa das mãos uma cruz, escultura que se deve a Bóris Orlóvski, tem
47,5m de altura e se localiza no Largo do Paço, em São Petesburgo. O projeto foi do arquiteto Auguste
Montferrand, as composições em relevo, de bronze, do pedestal foram executadas por Svintsov, Leppe
e Balin tomando por base desenhos de Montferrand e de Giovanni Batista Scotti. Púchkin presenciara
os trabalhos de instalação do monumento, mas não assistiu à inauguração, que se deu em meio a
desfile de tropas ao som de música militar. (N. T.)
polícias
1913
Que vou fazer com o osso e o ofício Abafas como Iamskaia1: és maio,
De cantora? Qual despedida! queimadura! Sibéria! Chevardin2, o reduto noturno,
Entre meus delírios – como por uma ponte! Onde nuvens exalam seus guais
Imponderáveis, e se vão, cada qual por seu turno.
Num mundo de pesos.
Que vou fazer, cantor e primogênito, E em dobro, pela trama dos trilhos, ––
Num mundo, onde o mais preto – é cinza! Arrabaldes não são estribilhos, –
Onde guardam a inspiração numa garrafa térmica! se rojam das estações à casa,
Imensurável, Não cantando, formas hebetadas.
Num mundo de medidas?!
Renovos que a chuva põe nos cachos
1923 Até de manhã, num fio contínuo,
Pingam seus acrósticos do alto
Enquanto lançam bolhas de rimas.
1922
1
Em muitas cidades russas, havia um bairro chamado Iamskaia Sloboda (arrebelde dos cocheiros),
geralmente pobre e abafado. (N. T.)
2
Chevardinó é o nome da aldeia onde, em 24 de agosto de 1812, teve início a batalha de Borodinó,
decisiva para o desfecho da campanha de Napoleão contra a Rússia. (N. T.)
54 O Poeta Poesia 55
De “V Internacional”
1922
1932
58 O Poeta
Eu e a Rússia
Vielimir Khlébnikov
Tradução de Marco Lucchesi
Eu e a Rússia 61
Eu visitei o poeta
janeiro de 1914
15 de abril de 1916
Boris Pasternak
Tradução de Haroldo de Campos
1930
A morte do poeta 73
A Vladímir Maiakóvski
Marina Tsvetáieva
Tradução de Haroldo de Campos
1921
74 Versos a Maiakóvski
Alexander Púchkin
Tradução de José Casado
26 de maio de 1828 –
1830
78 Vida À vida 79
Insônia
Universal e intemporal, a insônia é, para o poeta, mais que
Alexander Púchkin
Tradução de José Casado
1830
Bebes o mar
Bebes a aurora
Com qual amante a orgia vai ser?
Com o meu
– Criança –
Vamos ver?
86 Insônia
O tu e o vós
Alexander Púchkin
Tradução de José Casado
1828
O tu e o vós 89
Alexander Púchkin Alexander Púchkin
Tradução de José Casado Tradução de José Casado
Eu vos amei. Ainda talvez vivo, Quando esse esbelto corpo teu
O amor não se apagou no peito meu; Entre meus braços aprisiono,
Mas não vos seja de aflição motivo: E às expressões deste amor meu,
Entristecer-vos não desejo eu. Arrebatado, me abandono,
Eu vos amei, mudo, sem cor de espera, Das mãos prementes, sem um som,
Ora acanhado, ora de ciúme a arder. O talhe airoso, sem detença,
Eu vos amei com ternura sincera, Livras e me respondes com
Deus queira amada assim venhais a ser. Sorriso de funda descrença.
Lembrando com aplicação
1829 Das mutações minha a história,
Pões-te a escutar-me, merencória,
Sem simpatia ou atenção.
Maldigo as proezas astuciosas
De minha juventude atroz
E as entrevistas amorosas
Nos jardins, nas noites sem voz.
Maldigo do oaristo os cicios,
Dos versos os encantos magos,
Das virgens simples os afagos,
O pranto e os queixumes tardios.
1830
1
Alusão ao poema “Um jogo no Inferno”, de A. Krutchônikh e V. Khlébnikov.
Deixa-me ao menos
arrelvar numa última carícia
teu passo que se apressa
26 de maio de 1916, Petrogrado2
2
É um costume russo datar as cartas ao fim.
Tu. 2
Passa da uma
3 de julho de 1924 você deve estar na cama
Você talvez
sinta o mesmo no seu quarto
Não tenho pressa
Para que acordar-te
com o
relâmpago
de mais um telegrama
3
O mar se vai
o mar de sono se esvai
Como se diz: o caso está enterrado
a canoa do amor se quebrou no quotidiano
Estamos quites
Inútil o apanhado
da mútua dor mútua quota de dano
96 Dois Fragmentos 97
4 De “ As roseiras silvestres florescem”
Passa de uma você deve estar na cama
Anna Akhmátova
À noite a Via Láctea é um Oka3 de prata Tradução de Lauro Machado Coelho
Não tenho pressa para que acordar-te
com relâmpago de mais um telegrama
como se diz o caso está enterrado
a canoa do amor se quebrou no quotidiano 4
Estamos quites inútil o apanhado
da mútua do mútua quota de dano Primeira Canção
Vê como tudo agora emudeceu
O mistério de um não-encontro
Que tributo de estrelas a noite impôs ao céu
tem desolados triunfos:
em horas como esta eu me ergo e converso
frases não-ditas,
com os séculos a história do universo
palavras silenciadas,
olhares que não se cruzaram
nem souberam onde repousar –
5 só as lágrimas se alegram
Sei o pulso das palavras a sirene das palavras por poderem livremente correr.
Não as que se aplaudem do alto dos teatros Um roseiral perto de Moscou
Mas as que arrancam caixões da treva – ai meu Deus! – teve tanto a ver com tudo isso...
e os põem a caminhar quadrúpedes de cedro E a tudo isso chamaremos
Às vezes as relegam inauditas inéditas de amor imortal.
Mas a palavra galopa com a cilha tensa
ressoa os séculos e os trens rastejam 1956
1928-1930
3
Rio da Sibéria.
Alexander Púchkin
Tradução de José Casado
Prólogo
Adeus, carta de amor, adeus; assim quis ela... Vladímir Maiakóvski
Muito procrastinei, muito à chama da vela Tradução de Boris Schnaiderman e Haroldo de Campos
Meu regozijo eu não me decidi a opor!
Basta, o instante chegou: arde, carta de amor. A todas vocês,
Minha alma (pronto estou) outro ato não concebe. que eu amei e que eu amo,
As páginas,voraz, o calor já recebe... ícones guardados num coração-caverna,
Inflamaram-se após instante... e a fumaçar, como quem num banquete ergue a taça e
sobem, perdem-se com minhas súplicas no ar. [celebra,
A esvair-se a impressão fiel do anel - sinete repleto de versos levanto meu crânio.
- Ó Providência - , o lacre, em brasa já derrete...
Cada folha se enrola, então cor de carvão. Penso, mais de uma vez:
Era fatal! Na cinza a oculta alma e expressão seria melhor talvez
Branqueja...O peito meu contrai-se. Cinza amada, pôr-me o ponto final de um balaço.
Refrigério infeliz de sorte desgraçada, Em todo caso
Serás sempre sobre este aflito coração. eu
hoje vou dar meu concerto de adeus.
1825
Memória!
Convoca aos salões do cérebro
um renque inumerável de amadas.
Verte o riso de pupila em pupila,
veste a noite de núpcias passadas.
De corpo a corpo verta a alegria.
esta noite ficará na História.
Hoje executarei meus versos
na flauta de minhas próprias vértebras
1915
1925
Alieksiéi Krutchônikh
Tradução Haroldo de Campos e Boris Schnaiderman
F – Fábrica
pêndulo
ângulo de aço
metro e céu – de gás
regira o giroscópio
estralo... marcha... síncope
sob o zeiss – fustigam lâminas de rádio,
sintársis...alfa – beta – gama-raio...
o cristal desliza pelas costelas da armação
...........................................................
zarcão...zr...zk....tchm...do zinco
zoeira... zigzag... zás-
zurzir – j – j – z – z – z !
– a usina toda que zune!
AGUDAS...
Mariana Pithon
4
HOUAISS e VILLAR. Minidicionário da língua portuguesa, p. 734.
5
HOUAISS e VILLAR. Minidicionário da língua portuguesa, p. 73
traduzir pode tornar-se, para alguns, um trabalho frustrante, pois o ori- particular de seu original para ecoar no mundo? Em contrapartida a essa
ginal nunca se manifestará tal e qual em outra língua. Já para outros, impossibilidade, outra vertente considera a tradução não só uma opera-
pode ser um trabalho de constante recriação, da expressão individual e ção possível, mas um ato de criação.
da impregnação da língua de chegada pela língua de partida, por meio da Assim como o escritor é aquele que consegue exprimir em pala-
apropriação dos elementos que fazem da última instrumento de expres- vras aquilo que, até então, não se encontrava meios de designar, que não
são de uma teoria ou de uma obra de arte. se contenta em brincar com as palavras, mas, como escreve Todorov,
A tradução poética é o ponto chave dessa discussão. Maiakóvski, objetiva por meio da escrita uma maneira de se “chegar à verdade das
endossando aqueles que acreditam ser a poesia um gênero intraduzível, coisas”, cabe ao tradutor promover o ressoar dessa verdade, sendo essa
defendia que: harmonia somente alcançada através de um intenso trabalho com a lín-
Traduzir poemas é tarefa difícil, especialmente os meus. gua de chegada, de modo fazer com que ela absorva as particularidades
Uma outra razão da dificuldade da tradução de meus versos vem da língua de origem, esse todo que a faz sonora, ritmada e signifcativa.
de que introduzo nos versos a linguagem cotidiana, falada... Adepta dessa visão, Marina Tsteváieva, poeta e escritora russa, em
Tais versos só são compreensíveis e só têm graça se sente o sistema carta para Paul Valéry, escreve:
geral da língua, e são quase intraduzíveis, como jogos de palavras.6 Dizem que Puchkín é intraduzível. Por que será? Cada poema é
a tradução do espiritual em material, de sentimentos e pensa-
mentos em palavras. Se foi possível fazê-lo uma vez, traduzindo
Nessa mesma linha, Elsa Triolet justifica seu trabalho com as tra-
o mundo interior em signos exteriores (o que beira o milagre!),
duções de Maiakóvski: por que não seria possível transformar um sistema de signos em
Quanto à rima, abandonei toda a esperança de transpô-la para um outro? É muito mais simples: na tradução de um língua para
o francês, salvo algumas exceções: é por assim dizer impossível outra, o material é dado pelo imaterial, a palavra pela palavra, o
“traduzir” a vertiginosa virtuosidade das rimas de Maiakóvski. Peço que é sempre possível.8
poi ao leitor que, nesse sentido, ele mesmo me “retifique” e que
jamais esqueça que o orignal é inteiramente ritmado e rimado7. Marina Tsvetáieva reflete acerca de uma prática que, contrariando
qualquer conjectura a favor de seu fracasso, faz-se presente tanto como
Em outra antologia, essa organizada por Lila Guerrero, a dificul- forma de sobrevivência dos tradutores, como dos próprios poetas. A
dade em expressar a grandiosidade da poesia de Maiakóvski para o espa- tradução, no caso de muitos poetas russos, assim como no de outros
nhol se manifesta da seguinte forma: artistas que, vítimas de sistemas totalitários, não se dispunham a fazer
Alguns dirão que em russo talvez seja um grande poeta. Sem dúvida concessões a seus ideais, garantiu o sustento financeiro, ainda que pre-
que o é. Mas os que nada encontrarem de admirável nesta versão, cário; o fôlego e a sobrevivência da poesia cuja publicação foi restringida,
tampouco o encontrarão em russo.8
quando não vetada.
No entanto, será possível considerar as línguas sistemas tão fecha- A própria Tsvetáieva, com alguma dificuldade, foi capaz de con-
dos a ponto de não conseguirem expressar a força de um verso maiako- quistar um pequeno espaço com sua poesia, mesmo residindo fora da
vskiano ou a ousadia de seu trabalho com a liguagem? A poesia, então, Rússia. De forma mais alardeada, Boris Pasternak conseguiu passar incó-
por mais universal que seja em sua essência deverá se contentar com o lume à censura, dando nova vida às obras de Shakespeare e Goethe. No
seu caso, o que sua poesia tinha de abominável na opinião do governo
6
MAIAKÓVSKI. Antologia poética, p. 95.
stalinista – possivelmente, a percepção do homem como sendo maior do
7
TRIOLET citada por GUERRA, Antologia poética, p. 95
8
GUERRERO citada por GUERRA, Antologia de Maiakóvski, p. 183. que um ser influenciado pelas ações políticas das máquinas burocráticas
Referências:
MAIAKÓVSKI, Vladímir. Antologia poética. Tradução de Emilio Guerra. São Paulo: Max Limonad, 1987
Mas não me propus uma tarefa absurda. Ezra Pound traduziu poemas
chineses (Cathay) ‘nôs’ japoneses, numa época em que não se tinha
ainda iniciado no estudo do ideograma, ou em que estaria numa
fase rudimentaríssima desse estudo, servindo-se do texto (versão)
intermediário do orientalista Ernest Fenollosa e iluminado por uma
prodigiosa intuição poética. E os resultados, como poesia, excedem
sem comparação ao do competente sinólogo e niposnitsa Arthur Waley,
9
PAZ. O arco e a lira, p. 6. 10
CAMPOS. A operação do texto, p. 43-88.
126 Apêndice
e acabaram, inclusive, por instigar o teatro criativo de Yeats (At the
Hawk’s Well, 1916), além dos nutrimentos que o próprio Pound tirou Conforme Haroldo conta no trabalho que citei há pouco, ele ficava
da experiência. Sem que se tenha a imodéstia de pretender repetir, intrigado com a obra de Maiakóvski: os seus escritos de poética, que ele
no campo da tradução da poesia, as façanhas poundianas, não há
pudera ler em tradução, mostravam um criador bem cônscio de que a
dúvida de que deste caso-paradigma decorre toda uma didática.11
poesia lida com linguagem concentrada ao máximo, de que o poeta deve
ser um construtor de linguagem. Mas quando ele passava a traduções
Depois, em várias passagens, ele se refere à leitura que fiz quando de seus poemas em línguas ocidentais, aparecia em quase todas um
o poema estava ainda em rascunho. O que o poeta não diz, porém, é que poeta de comício, um emissor de slogans fáceis e muitas vezes banais.
embora ele tivesse estudado até então pouco mais de três meses num Tentando resolver o enigma e animado por umas pouquíssimas traduções
curso de iniciação à língua russa, pude dar apenas pouquíssimas suges- ocidentais (no referido estudo, ele se refere particularmente ao tradutor
tões, tal era a qualidade de seu trabalho. alemão Karl Dedecius), Haroldo se dispôs a estudar o russo, tendo como
Daí nasceu uma colaboração e convívio que se estenderam a seu irmão, objetivo principal a aproximação com a obra de Maiakóvski.
Augusto de Campos, outro grande tradutor de poesia para o português. Depois que ele me trouxe a sua tradução do poema sobre o suicí-
Parece-me às vezes incrível que nosso trabalho de grupo se tenha dio de Iessiênin, percebi que havia nele extremos de virtuosismo, com a
desenvolvido tão harmoniosamente, sem atritos de espécie alguma. Acho recriação de recursos sonoros do original. Este inicia-se assim:
que na história da tradução foram poucos os casos em que isto se tornou pos- Vi uchli,
Kak govorítsia,
sível, pois quase sempre surgem questões pessoais, competição, rivalidades.
v mir inói.
Quanto a nós, houve realmente uma complementariedade ope- Pustotá...
rativa, pudemos completar em grupo aquilo que nos faltava indvidual- Letítie,
v zviózki vriézivaias.
mente. E a amizade pessoal acompanhou de perto este tipo de reali-
zação. Depois, Haroldo teve outros calaboradores, ele tinha certamente Pois bem, na tradução de Haroldo isto aparece assim:
uma predisposição especial para o trabalho em equipe. E foi esse espírito Você partiu,
como se diz,
que o ajudou a realizar, com a colaboração do helenista Trajano Vieira, a
para o outro mundo.
tradução da Ilíada. Vácuo...
Compreende-se a atração que Maiakóvski exercia sobre Haroldo e Você sobe,
entremeado às estrelas.
seus companheiros de geração. Estávamos em 1961, quando o interesse
dos poetas do concretismo paulista pelo construtivismo, pelas manifesta- Os diversos passos do poema foram analisados por Maiakóvski
ções de um espírito geométrico que aparece na arte moderna em formas em sua radiografia desse texto, o ensaio “Como fazer versos?”13. Este
as mais variadas, foi acompanhado de uma identificação com as grandes ensaio permite compreender melhor o trabalho do poeta, mas, ao mesmo
esperanças da esquerda da época. Era o tempo em que Décio Pignatari tempo, dá ao tradutor uma responsabilidade maior, torna-se imperativo
falava no “pulo conteudístico-semântico-participante” da poesia concreta conseguir na língua-alvo aquilo que se realizará na língua de partida e
e acrescentava: “A onça vai dar o pulo”12. Este espírito era evidente em que estava tão claramente exposto pelo artista criador. Foi este o desafio
cada um dos poetas do grupo. que o tradutor brasileiro aceitou. E depois de aceitar e vencer este desa-
fio, expôs o seu trabalho de poeta no estudo que citei há pouco. Sem
11
CAMPOS. A operação do texto, p. 43-44.
12
PIGNATARI. Situação atual da poesia no Brasil. 13
MAIAKÓVSKI citado por SCHNAIDERMAN. A poética de Maiakóvski através da sua prosa, p. 167-220.
Você não quer? Hiberne, então, à parte. de poesia de vanguarda, falou-lhe muito de um poeta russo praticamente
(No rol dos vilipêndios desconhecido na União Soviética. Tratava-se de Guenádi Aigui, tchuvache
marquemos: de nascimento e que passara a escrever em russo (os tchuvaches são
mais um X).
De qualquer modo um povo com cerca de um milhão e meio de habitantes, estabelecido na
um dia vou tomar-te – região do Volga). Mas, próximo de Pasternak por ocasião do escândalo
sozinha do prêmio Nobel, ele não conseguia publicar nada em russo. Os seus
ou com a cidade de Paris.
versos eram muito conhecidos em tradução na Polônia, Tchecoslováquia,
No texto original, não aparece aquele X, mas se Maiakóvski escre- Iugoslávia e Hungria, mas em Moscou, onde estava morando, era um
vesse em português e trabalhasse como elementos gráficos, fônicos e ilustre desconhecido e enfrentava grandes problemas para garantir a
semânticos de nossa língua, certamente haveria de aproveitar aquele X sobrevivência. Por outro lado, o Ocidente quase não tomara ainda conhe-
tão sonoro e graficamente tão bonito na página. cimento dele.
Houve ocasiões em que o verso traduzido soava mais forte que o Indo a Moscou em 1965, não o encontrei, pois estava de férias no
original, mas isto nos parece absolutamente indispensável. Haroldo cos- interior, mas deixei para ele uma carta em que manifestava interesse por
tumava falar em “lei das compensações em poesia”. Quer dizer, se eu sua poesia. Em resposta, enviou-me inúmeros materiais e muitos poe-
não consigo reproduzir todos os processos construtivos de um poeta, em mas seus datilografados. Sua poesia nos impressionou desde o início e
todas as passagens em que eles apareceram, devo acrescentar em outras ele é o poeta vivo que tem maior espaço em nossa antologia.
passagens procedimentos que são inerentes ao trabalho criador no ori- Depois disso, enviamos cópias de seus poemas a vários amigos
ginal. Um dos exemplos mais belos de que me lembro é o verso “A dor na Europa ocidental e, deste modo, certamente contribuímos para a sua
CHARTERS, Ann e Samuel. I love - The story of Vladimir Maiakóvski and Lili Brik. Nova York: Farra
Straus Giroux, 1979.
PIGNATARI. Décio. Situação atual da poesia no Brasil. Revista Invenção, n.1, 1962.
SCHNAIDERMAN, Boris. A poética da Maiakóvski através de sua prosa. São Paulo: Perspectiva, 1971.
18
Por teu país de tanta história
Pelos lauréis de teu país
Tu te afastavas sem memória
E me deixavas a languir.
19
Trata-se de uma recriação da primeira quadra do poema de Púchkin: “ Pelas margens da pátria longínqua/
Abandonaste a terra estranha/ Na triste hora, na hora inesquecível/ Chorei muito diante de ti”. (N.T.)
136 Apêndice
Estrofe 4: Tu me disais: - Demain, mon ange,20
Là-bas, au bout de l’horizon, Mas de maneira alguma o acorde amoroso (a união amorosa).
Sous l’oranger chargé d’oranges Terceiro: o fruto da oliveira é pequeno e compacto, enquanto a
Nos cœurs et lèvres se joindront.21
laranja é sempre única e dá infinitamente melhor a visão da nostalgia
(russo: toská) amorosa.
Tradução literal: Tu me dizias: “Na hora de nosso reencontro – Sob O senhor me compreende?
um céu eternamente azul – À sombra das oliveiras – os beijos de amor - Mais um detalhe: a laranjeira, tal como o limoeiro, não existe numa
Nós reuniremos, de novo, minha amiga.” Logo, em prosa francesa: palavra só em russo:[diz-se] a árvore laranjeira e a árvore limoeiro.
À sombra dos olivais, uniremos uma vez mais, minha amiga, nos- Portanto, Púchkin não quis mostrar uma árvore do sul, ver o sul
sos beijos. numa árvore; ele não teve escolha, pegou o nome estrangeiro “oliveira” e
Em primeiro lugar, em russo como em francês, unem-se os lábios o transformou na palavra russa “oliva”. Se a laranjeira existisse em russo,
em um beijo, e não o beijo, uma vez que ele é a união dos lábios. ele a teria certamente escolhido.
Portanto, Púchkin, levado pela versificação, toma aqui uma “liber- Logo:
dade poética” que, como tradutora, tenho pleno direito de não seguir e Tu me disais: - Demain, cher ange,
mesmo – não tenho direito nenhum de seguir. Là-bas, au bout de l’horizon,
Sous l’oranger chargé d’oranges
Segundo: Púchkin fala de oliveiras, coisa que, para alguém do
Nos cœur et lévres se joindront.25
norte significa Grécia e Itália. Mas escrveo em francês, para franceses, e
devo levar em conta o fato de que na França oliveira é Provença (veja--se Meu anjo não está no texto, não no texto de Púchkin, mas é a
“Mireille”! ). O que quero? Dar a imagem do longínquo Meridião, de um
22
linguagem de uma época, de todos e todas que se amavam: Meu anjo,
meridião estrangeiro. Logo, direi laranjeira e laranja. inclusive entre mullheres, entre amigos. Meu anjo! Uma palavra sem
I Variante: sexo, uma palavra da alma, pronunciada com certeza pela moça que
Tu me disais: sur une rive23 Púchkin levava consigo para nunca mais revê-la. E mais um pequeno
D´azur, au bout de l´horizon detalhe que talvez faça o Senhor sorrir.
Sous l’olivier chrgé d’olives Púchkin não era um belo homem. Era, antes, feioso. Baixo, tez
Nos cœurs et lèvres se joindront.
escura, olhos claros, traços negroides – vivacidade de macaco – (assim
Mas a oliveira dá a ideia de um outro acorde que não o amoroso: o chamavam os estudantes que o adoravam) – pois bem, André Gide, eu
o acorde de amigos, ou o acorde de Deus com o homem, ...até a SDN. 24
quis que esse querido macaco-negro fosse chamado pela última vez pela
minha boca: meu anjo. Lendo as outras traduções estou completamente
20
Tu me dizias – Vamos, meu anjo.
tranquila quanto à liberdade que tomei.
Unir na linha do horizonte
Na laranjeira cheia de frutos E, agora, um exemplo de minha não liberdade.
Nossos lábios e corações.
“Adeus ao mar”. Estrofe 6:
21
Trata-se de uma recriação da quarta quadra do mesmo poema: “Tu me dizias: ‘No dia do encontro/ sob
um céu eternamente azul/ À sombra dos olivais, os beijos de amor/ De novo, amor, reuniremos.’”(N. T.).
22
Título do poema provençal de Frederic Mistral e da ópera de Gounoud composta a partir dele
23
Tu me dizias: numa beira
Azulada, na linha do horizonte 25
Tu me dizias – Vamos, meu anjo,
Sob as oliveiras carregadas Unir na linha do horizonte,
Uniremos lábios e corações. Sob a laranjeira cheia de frutos
24
Sociedade das Nações, precursora da ONU e existente entre as duas guerras. Nossos lábios e corações.
138 Apêndice Carta de Marina Tsvetáieva a André Gide sobre a tradução de um poema de Púchkin 139
Que n’ai – je pour tes tempêtes26 Que n’ ai-je pu pour tes tempêtes29
Quitter ce bord qui m’est prison! Quitter ce bord qui m’est prison!
De tout mon cœur te faire fête,
En proclamant de crête en crête
Isso porque: I) atleta cobre tudo, a estrofe inteira – quando a ter-
Ma poétique évasion.
minamos o atleta ainda salta – meu atleta cobre todo o poeta de Púchkin,
meu Púchkin – Púchkin inteiro. Ele, Púchkin – e não tenho o direito.
Tradução literal: Não consegui deixar pra sempre/Esta margem Tenho de, tive de – engolir.
imóvel e entediante,/felicitar-te com meus entusiasmos/E dirigir por tuas Em segundo lugar: esse é um poema romântico, o mais romântico
cordilheiras/minha fuga poética. que conheço, é o próprio Romantismo – Mar, Escravidão, Napoleão, Byron,
Transcrição primeira e tentadora: Adoração, e o Romantismo não comporta nem a visão nem a palavra atleta.
Que je n’ ai pu d’un bond d’athlète27 O Romantismo é principalmente e em todo lugar – Tempestade, tormenta.
Quitter ce bord qui m’est prison... Logo, renunciemos.
(Esta foi uma das renuncias de minha vida de poeta, digo-o em sã
Púchkin era um atleta, de corpo e alma, caminhante, nadador etc., consciência, pois tive de renunciar por um outro).
infatigável. (Os que irão levá-lo ao túmulo: ― Eram músculos de atleta, Caro Gide, minha carta ficou longa, eu não a teria escrito a nenhum
não de poeta.28) outro poeta, a não ser ao Senhor.
Ele adorava o efebo. Isso teria sido um traço bibliográfico. Porque o Senhor ama a Rússia, porque nos conhece um pouco e
Segundo: bond [salto] e bord [margem]. Visão tentadora de um porque meus poemas já estão em suas mãos, sem que tenha sido eu a
semideus, finamente libertado, deixando a margem num salto, num único colocá-los – pois é um puro hazard30 (que prefiro escrever com z).
salto – que o colocava no meio do mar e da liberdade (O Senhor me com- Para orientá-lo um pouco quanto a minha pessoa: há dez anos –
preende, pois pode vê-lo.) fui amiga de Vera,31 a grande e alegre Vera, na época recém-casada e
Um Púchkin detido por toda a estupidez do destino, do Tsar, do perfeitamente infeliz.
Norte, do Frio Sou e permaneço grande amiga do Poeta Boris Pasternak, que me
― libertando-se em um salto. dedicou seu grande poema “1905”.
E, terceiro (e isso só é terceiro para mim): o som, a assonância das Não creio que tenhamos outros amigos em comum.
palavras: bond e bord, essa quase-rima. Não sou nem branca nem vermelha, não pertenço a nenhum grupo
Pois bem, André Gide: resisti à tentação e humildemente quase literário; vivo, ajo e trabalho sozinha e para os seres sozinhos.
banalmente: Sou a última amiga de Rainer Maria Rilke, sua última alegria, sua
última Rússia (sua pátria de eleição)... e seu último, derradeiro poema
ELEGIE
für Marina
26
Não consegui por tua tormenta
Deixar a margem que é prisão!
De coração te fazer mimo
E proclamar de cimo em cimo
Minha poética evasão. 29
Não consegui, por tua tormenta,
27
Não consegui, salto de atleta, Deixar a margem que é prisão!
Deixar a margem que é prisão... 30
Em francês, hasard: “acaso”, “azar”. (N.T)
Conforme versão corrente, o duelo em que o poeta perdeu a vida teria sido planejado pela corte.(N.T.)
28 31
Vera Búnin, na época, amiga de Marina Tsvetáieva.
140 Apêndice Carta de Marina Tsvetáieva a André Gide sobre a tradução de um poema de Púchkin 141
que nunca tornei público, pois odeio as coisas públicas. (O mundo – de Aleksandr Púchkin, morto exatamente há cem anos, não poderia
inúmeras unidades. Sou por cada um e contra todos.) ter escrito como Paul Valéry ou Pasternak.
Se o Senhor lê alemão e se for aquele a quem escrevo em toda Torne a dar uma espiada nos seus poetas de 1830 e dê-me notícias.
confiança, eu lhe enviarei essa Elegia – e aí o Senhor me conhecerá Se eu tivesse feito um Púchkin 1930 o Senhor o teria aceitado, mas
melhor. eu o teria traído.
P.s.: Não sou mais jovem; tendo começado a escrever muito moça,
já faz 25 anos que escrevo, não estou à procura de autógrafos. Aliás, o
Senhor pode inclusive não assinar.
P.s.: Essas traduções, apresentadas pelo crítico Weidlé ao Senhor
Paulhan, redator da NRF, foram por este recusadas por não darem a ideia
de um poeta genial e não passarem, em seu conjunto, de um amontoado
de lugares-comuns.
Se ele tivesse dito isso a mim, eu teria respondido:
Senhor Paulhan, aquilo que o Senhor rotula como lugares-comuns
são as ideias gerais e os sentimentos da época do 1830 mundial: Byron,
Victor Hugo, Heine, Púchkin etc.
32
Vladímir Weidlé, russo que morava e lecionava em Paris, ajudou Marina Tsvetáieva na tentativa de
publicar suas traduções de Púchkin.
142 Apêndice Carta de Marina Tsvetáieva a André Gide sobre a tradução de um poema de Púchkin 143
Vida-escrita
Vladímir Maiakóvski
Aleksander Blok MAIAKÓVSKI, Vladímir. Poemas. Tradução e Organização de Augusto de Campos; Haroldo de
Campos; Boris Schnaiderman. 7. ed. São Paulo: Perspectiva, 2006.
Alexander Blok. Disponível em: http://en.wikipedia.org/wiki/Alexander_Blok. Acessado em: 20
de outubro de 2009.
Sugestões de leitura
Aleksander Púchkin
PÚCHKIN, Aleksandr. Poesias escolhidas. Seleção, Tradução, Prefácio de José Casado. Rio de
História da Literatura Russa
Janeiro: Nova Fronteira, 1992.
CORNWELL, Neil (Ed.). The Routledge Companion to Russian Literature. New York: Taylor and
Francis Group, 2001.
Alieksiéi Krutchônikh KELLY, Catriona. Russian Literature: a very short introduction. New York: Oxford University
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JANECEK, Gerald. “The Transrational Poetry of Russian Futurism” Disponível em: http://www.thing.
SCHAIDERMAN, Boris. Os escombros e o mito. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.
net/~grist/l&d/kruch/lkrucht3.html- acessado em 20 de outubro de 2009.
WEIL, Irwin. Classic of Russian Literature. Chantilly: The Theaching Company, 2006. v.1,2,3
Anna Akhmátova
AKHMÁTOVA, Anna Andreievna. Poesia 1912-1964. Porto Alegre: L&PM, 2009.
Antologias de poesia russa traduzida
MUSSORGSKY, Modest Petrovich; ROSTROPOVICH, Mstislav; TCHAIKOVSKY, Peter Ilich; PROKOFIEV, OKUDJAVA, Bulat et al. Poetas russos. Tradução de Manuel de Seabra. Lisboa: Relógio D’água, 1995.
Sergey. Canções e danças da morte. s.l.: Philips; Rio de Janeiro: Companhia Brasileira de Discos
PASTERNAK, Boris et al. Antologia da poesia soviética russa I. Tradução de Manuel de Seabra.
[distribuidor], [19-]. 1 disco sonoro
Lisboa: Livros Horizonte, 1983.
PASTERNAK, Boris et al. Antologia da poesia soviética russa II. Tradução de Manuel de Seabra.
Lisboa: Livros Horizonte, 1995.
Marina Tsvietáieva
PASTERNAK, Boris et al. Poesia soviética. Tradução de Lauro Machado Coelho. São Paulo: Algol, 2007.
TSVETÁIEVA, Marina. Indícios flutuantes: poemas. Tradução de Aurora Fornoni Bernardini. São
Paulo: Martins Fontes, 2006.
TSVETÁIEVA, Marina. Vivendo sob o fogo. São Paulo: Martins Fontes, 2008. Aleksander Blok
BERBEROVA, Nina. Aleksandr Blok. Translated by Robyn Marsac. New York: WW Norton, 1996.
Óssip Mandelstam
FRANCISCO, Gil. Uma palavra sobre Mandelstam. Disponível em: http://www.germinaliteratura.
Aleksander Púchkin
com.br/literaturagf_julho2006.htm - acessado em 20 de outubro de 2009.
PÚCHKIN, Aleksandr Sergueievich. Eugene Onegin: a novel in verse. Londres: Penguin Books, 1964.
Boris Pasternak
PASTERNAK, Boris. Mi hermana la vida. [s. l.]: Alfar, [?].
Marina Tsvietáieva
TSVETÁIEVA, Marina. Marina. Tradução de Décio Pignatari. Curitiba: Travessa dos Editores, [?]
TSVIETÁIEVA, Marina. Tres poemas mayores. Traducción de Elizabeth Burgos; Lola Díaz; Severo
Sarduy. Madrid: Hiperión, 1991.
Vladímir Maiakóvski
MAIAKÓVSKI, Vladímir. Antologia poética. Tradução de Emilio Guerra. São Paulo: Max Limonad, 1987.
MAIAKÓVSKI, Vladímir. Bedbug and selected poetry. Translated by Max Hayward. Bloomington:
Indiana University, 1975.
MAIAKÓVSKI, Vladímir. Pleine Voix. Organização de Claude Frioux. Traduction de David Christian.
Paris: Gallimard, 2005.
JAKOBSON, Roman. A geração que esbanjou seus poetas. São Paulo: Cosac Naify, 2006.
MAIAKÓVSKI, Vladímir. My discovery of America. Translated by Colum Mccann. Londres: Trafalgar Este livro é resultado de pesquisa realizada
Square, 2005. por alunos da disciplina Estudos Temáticos
MAIAKÓVSKI, Vladímir. O poeta da revolução. Tradução de Zoia, Prestes. São Paulo: Record, 2008. de Edição: Edição de Poesia Traduzida,
MAIAKÓVSKI, Vladímir. Night wraps the sky. Translated by Michael ALMEREYDA. Londres: Farrar ministrada pela Profa. Sônia Queiroz no
Straus & Giro, 2008.
segundo semestre de 2009. Composto
RIPELLINO, A. M. Maiakóvski e o teatro de vanguarda. 2. ed. São Paulo: Perspectiva, 1986.
em caracteres Verdana e impresso a
(Debates 42)
laser em papel reciclado 75 g/m2 (miolo).
154 Apêndice
As publicações Viva Voz acolhem textos de alunos e professores da Faculdade