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INTRODUÇÃO
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MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
CAPÍTULO 1
AGROPECUÁRIA
Reserva Legal
A Reserva Legal, de acordo com o Código Florestal Brasileiro, deve ser
entendida como a área de, no mínimo, 20% de cada propriedade, onde não é
permitido o corte raso, devendo ser averbada à margem da inscrição de matrícula
do imóvel, no registro de imóveis competente, sendo vedada a alteração de sua
destinação nos casos de transmissão a qualquer título, ou de desmembramento
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da área. Para algumas regiões este mínimo eleva-se para 50% e até para 80%,
quando a cobertura vegetal se constitui de unidades fitofisionômicas importantes,
como é o caso da Região da Amazônia Legal, que inclui parte do Estado do
Maranhão a oeste do meridiano 44° W, de acordo com o determinado na Medida
Provisória n.º 1.511-2 de 19/09/96.
A inexistência da Reserva Legal, além do comprometimento ambiental
da propriedade, poderá acarretar problemas jurídicos ao proprietário e ao
agente financeiro credor, quando for o caso, uma vez que este é co-responsável
pelo cumprimento da legislação ambiental vigente (autorização de
desmatamento, licenciamento ambiental, aprovação de Plano de Manejo Florestal
Sustentado etc.), cabendo àquele a obrigatoriedade da recomposição do
percentual mínimo exigido, de acordo com o estabelecido pelo Código Florestal
Brasileiro, Lei Federal 4.771 de 15/09/65, alterado pela Lei Federal 7.803 de
18/07/89 e pela Lei Federal 8.171 de 17/01/91, da Política Agrícola.
Deve-se destacar que a Lei Federal 7.803, de 18/07/89, abre uma alternativa
para pequenas propriedades com áreas de 20 a 50 hectares, onde podem ser
computados para fins de reserva legal todos os maciços florestais existentes,
inclusive os exóticos e os formados por espécies frutíferas.
A Lei n.º 8.171, de 17/01/91, que dispõe sobre a política agrícola,
considerando as dificuldades encontradas pelos agricultores para cumprir a
exigência de manutenção da reserva florestal legal da propriedade, estabelece,
no seu artigo 99, a possibilidade de uma recomposição gradual da cobertura
vegetal original, mediante o plantio, em cada ano, a partir do ano seguinte ao de
promulgação desta Lei, de pelo menos um trinta avos da área total necessária
para complementar a referida Reserva.
Além dos aspectos legais, quando se trata de garantir a recuperação da
Reserva Legal, outras questões são importantes, entre elas:
• a definição de critérios ambientais mínimos para execução de projetos de
recuperação da Reserva Legal como, por exemplo, o plantio de espécies
nativas da região e a localização adequada no ecossistema da propriedade;
• o incentivo à pesquisa científica, na busca das espécies nativas e nas formas
de manejo adequadas para o plantio;
• a disponibilidade de assistência técnica, mudas e/ou sementes para o
agricultor que deseja recuperar sua Reserva Legal;
• o acompanhamento e a fiscalização do processo de recuperação da Reserva
Legal, por parte dos órgãos ambientais e
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Conservação de Solos
O objetivo da Conservação de Solos é combater a erosão e evitar o seu
empobrecimento através utilização de técnicas racionais, tais como manejo
adequado, rotação de culturas, adubação de reposição, manutenção dos níveis
desejáveis de matéria orgânica etc., mantendo e melhorando a sua fertilidade.
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São práticas que visam melhorar a estrutura do solo. Dentre elas pode-se
citar a adubação verde, o plantio direto, entre outras.
O plantio direto, por deixar de gradear, arar, escarificar, ou seja, revolver a
terra, como é feito no preparo convencional, revolucionou conceitos milenares e
criou uma nova forma de manejo dos solos agrícolas, que reduz significativamente
as perdas de solo e água, incrementa a quantidade de matéria orgânica, entre
outros efeitos, que melhoram as propriedades físicas, químicas e biológicas dos
solos.
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Agrotóxicos
A questão dos agrotóxicos merece neste Manual um destaque à parte do
contexto da Produção Vegetal, uma vez que afeta diretamente todo o
agroecossistema, incluindo neste contexto o homem.
A Lei Federal n.° 7.802 de 11 de julho de 1989, em seu artigo 2°, define
agrotóxico como:
“os produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados
ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de produtos
agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou implantadas, e de
outros ecossistemas e também ambientes urbanos, hídricos e industriais, cuja
finalidade seja alterar a composição da flora ou da fauna, a fim de preservá-las da
ação danosa de seres vivos considerados nocivos.”
assim um alimento mais saudável, com menor risco para o meio ambiente e para
o homem.
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conclusão
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
• Lei 4.771 – 15/09/65 – Código Florestal Brasileiro e MP 1.511 – 2 de 19/09/96.
• Lei 7.803 – 18/07/85 – Inclui pontos importantes ao Código Florestal, em especial quanto às Reservas
Florestais Legais.
• Lei 8.171 – 17/01/91 – Lei de Política Agrícola – Estabelece a Proteção Ambiental dos Recursos
Naturais da Propriedade Agrícola.
• Lei 6.938 – 31/08/81 – Estabelece a Política Ambiental: determina as Áreas de Preservação
Permanente como Reservas Ecológicas.
• Resolução CONAMA 004/85 – Estabelece as áreas consideradas como Reserva Ecológicas.
• Lei 6.225 – 14/07/75 – Dispõe sobre a discriminação por parte do Ministério da Agricultura de regiões
de execução obrigatória de Planos de Proteção do Solo e de combate à erosão.
• Decreto 77.775 – 08/06/76 – Regulamenta a Lei 6.225/75.
• Decreto 94.076 de 05/03/87 – Institui o Programa Nacional de Microbacias Hidrográficas.
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• Usar ração de alta qualidade que não contenha mais nitrogênio e fósforo
que o realmente demandado pelo peixe ou camarão.
• Evitar rações com alta porção de finos (pó) e não super-arraçoar.
• Tentar manter boa qualidade da água e do solo por meio da aeração
apropriada, calagem de viveiros acidificados, e tratamento de fundo de
viveiros para melhorar a decomposição de matéria orgânica. Evitar o uso
de tratamentos nos viveiros que não sejam comprovadamente benéficos.
• Quando os viveiros forem drenados, bombear a água para viveiros adjacentes
para que possa ser reutilizada.
• Se a água deve ser descarregada, permita que passe por uma caixa de
sedimentação ou por uma várzea construída antes que entre em um corpo
de água natural.
BOYD (1997) destaca que obviamente todas as sugestões não são aplicáveis
a determinados tipos de aqüicultura em viveiros ou locais, mas a maioria tem
aplicação geral.
Por fim, os fatores externos que atuam sobre a aqüicultura estão ligados
aos impactos negativos de atividades que afetam a qualidade e quantidade da
água, sendo importante salientar que a qualidade dos pescados depende, além
das boas práticas de manejo, do estado físico-químico e biológico das águas onde
se pratica a aqüicultura.
conclusão
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
• Decreto Lei n.° 24.643 de 10 de julho de 1934 – (Código das Águas) – Estabelece os possíveis e
diferentes usos das águas em geral, bem como sua propriedade.
• Lei 4.771 – 15/09/65 – (Código Florestal) – Define medidas de proteção de certas formas de
vegetação, especialmente daquelas intimamente associadas aos recursos hídricos (matas ciliares,
reservatórios, mangues).
• Lei n.o 221 de 28/02/1967 – (2° Código de Pesca) – Estabelece e regulamenta as condições para a
prática da pesca; proíbe a importação ou exportação de quaisquer espécies aquáticas, em qualquer
estágio de evolução, bem como a introdução de espécies nativas ou exóticas nas águas interiores, sem
autorização prévia do órgão público competente; obriga a tomada de medidas de proteção à ictiofauna
pelos proprietários/concessionários de represas em cursos d’água; trata da exploração dos campos ou
bancos naturais de invertebrados aquáticos, estabelecendo que qualquer atividade extrativista nesses
locais só pode ser executada dentro das condições estabelecidas pelo órgão competente (os bancos
naturais de moluscos têm servido tanto para coleta de reprodutores, como de sementes destinadas à
engorda em cultivos); define que o Poder Público deve incentivar “a criação de estações de biologia e
aqüicultura federais, estaduais e municipais, bem como dar assistência técnica às particulares” e,
estabelece que “será mantido o registro de aqüicultores em todo o País”, do qual se derivou a Portaria
IBAMA n.º 95-N de 03/08/93.
• Lei 6.225 – 14/07/75 – Dispõe sobre a discriminação, por parte do Ministério da Agricultura, de
regiões de execução obrigatória de Planos de Proteção do Solo e de Combate a Erosão.
• Decreto 77.775 – 08/06/76 – Regulamenta a Lei 6.225/75.
• Portaria SUDEPE 001 de 04/01/1977 – Prevê a construção de estações de piscicultura ou escadas de
peixes como medidas de preservação da ictiofauna em ambientes aquáticos alterados pela construção
de barragens.
• Lei n.º 6.938 de 31/08/1981 – Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, cria o CONAMA,
prevê o zoneamento ambiental e a avaliação de impactos ambientais.
• Portaria SUDEPE n.º 019 de 30/05/1984 – Define as condições para obter-se autorização para
explorar bancos naturais de invertebrados aquáticos.
• Lei 7.803 – 18/07/85 – Inclui pontos importantes ao Código Florestal, em especial quanto às Reservas
Florestais Legais e as matas ciliares.
• Resolução CONAMA n.º 004 de 18/09/1985 – Estabelece como áreas de preservação permanente os
manguezais e outras de interesse para a aqüicultura.
• Resolução CONAMA n.º 001 de 23/01/1986 – Estabelece e regulamenta a Avaliação de Impactos
Ambientais para o licenciamento de atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente.
• Resolução CONAMA n.º 020 de 18/06/1986 – Classifica as águas segundo seus usos e estabelece a
classe destinada ao uso pela aqüicultura.
• Decreto 94.076 de 05/03/87 – Institui o Programa Nacional de Microbacias Hidrográficas.
• Lei n.º 7.661 de 16/05/1988 (Lei do Gerenciamento Costeiro) – Disciplina o uso racional dos recursos
naturais renováveis e não-renováveis ao longo da costa brasileira.
• Lei 8.171 – 17/01/91 – Lei de Política Agrícola – Estabelece a Proteção Ambiental dos Recursos
Naturais da Propriedade Agrícola.
• Portaria IBAMA n.º 091 de 03/07/1993 – Cria a Comissão de Licenciamento Ambiental para os projetos
de Salmonicultura da Área de Proteção Ambiental da Serra da Mantiqueira.
• Portaria IBAMA n.º 095 de 03/08/1993 – Estabelece normas para o registro do aqüicultor junto ao
IBAMA.
• Portaria IBAMA n.º 142 de 22/12/1994 – Proíbe a introdução, cultivo e a comercialização de formas
vivas dos bagres exóticos (Clarias gariepinus e Ictalurus punctatus) nas bacias dos rios Amazonas e
Paraguai.
• Decreto n.º 1.695 de 13/11/1995 – Regulamenta a aqüicultura em águas públicas de domínio da
União, delegando ao IBAMA e ao SPU a competência de baixar seus atos complementares, os quais
encontram-se em elaboração.
• Decreto n.° 2.869 de 09/12/1998 – Regulamenta a cessão de águas públicas para a exploração da
aqüicultura, e dá outras providências.
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CAPÍTULO 2
AGROINDÚSTRIA
transformadas têm uma importância fundamental, uma vez que grande parte destes
materiais são facilmente degradáveis e necessitam de cuidados sanitários especiais.
Em relação à atividade agroindustrial, os principais impactos estão
relacionados ao elevado consumo de água (como insumo, processamento, limpeza,
resfriamento, segurança, geração de vapor etc.), contaminação das águas devido à
geração de efluentes, geração de poluentes atmosféricos e de resíduos sólidos,
além das alterações em relação ao uso do solo. Também existem os efluentes de
origem sanitária, denominadas águas servidas (pias, chuveiro, sanitários etc.) que
devem ter destino adequado, preferencialmente em rede pública de coleta de esgoto.
A geração de resíduos depende fundamentalmente das matérias-primas e
dos processos de produção. Os resíduos podem ter origem nas diversas unidades,
desde a limpeza das edificações e de equipamentos, do processamento em si, das
instalações sanitárias, entre outras. Esta geração e sua reciclagem ou tratamento
merecem um estudo detalhado, que também pode influenciar na localização da
unidade de produção.
Em relação à contaminação das águas, podem ser verificados efeitos
ambientais que variam de acordo com a vazão dos efluentes, gerados principalmente
nas operações de: lavagem, enxágüe, transporte interno das matérias-primas e
limpeza do ambiente de trabalho e dos respectivos equipamentos.
Esses efluentes possuem alto nível de demanda bioquímica e química de
oxigênio (DBO e DQO), sólidos suspensos e dissolvidos, óleos e graxas e, conforme
a matéria-prima e processo utilizado, a presença de colibacilos. Podem haver outros
contaminantes que dependem dos insumos utilizados, a exemplo de resíduos de
agrotóxicos, óleos complexos, compostos alcalinos e outras substâncias orgânicas.
No âmbito das emissões atmosféricas podem ser gerados nos diversos
processos: poeiras e materiais particulados, materiais pulverizados, dióxido de enxofre,
óxidos nitrosos, hidrocarbonetos e outros compostos orgânicos.
O armazenamento incorreto das matérias-primas e a eliminação e/ou
disposição dos resíduos sólidos podem contaminar o solo, as águas superficiais e
subterrâneas e degradar a vegetação.
Os principais impactos ambientais que podem ser gerados pelas
agroindústrias são os seguintes:
• Contaminação das águas superficiais e subterrâneas em função do
lançamento de efluentes sem tratamento ou com tratamento parcial.
• Contaminação do solo devido à disposição incorreta de resíduos sólidos.
• Incômodos à vizinhança pela geração de odores desagradáveis, devido à
deterioração de resíduos e dos efluentes.
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Processamento de cereais
Existem vários métodos de processamento de cereais, que variam de
acordo com a sofisticação tecnológica aplicada ao empreendimento. O
processamento de cereais é uma atividade essencial para a produção de alimentos
para consumo humano e de animais, especialmente na moagem do milho, trigo,
e no descascamento e moagem do sorgo e descascamento do arroz.
Os processos tradicionais consistem da moagem a seco ou úmida realizada
em pequenos moinhos de pedras ou de pratos movidos manualmente. Com o
avanço tecnológico e melhoria das condições sócioeconômicas são também
utilizados moinhos de pedra, de prato, de discos rotatórios ou de martelo acionados
mecanicamente, podendo o processo ser uma combinação de vários
equipamentos.
Nas grande centrais de processamento e considerando a moagem a seco,
os efeitos ambientais observados são a emissão de pó e a geração de ruídos, que
provocam incômodos no local de trabalho e no entorno da unidade. A geração de
resíduos, tanto pelo acúmulo de pó como pela retirada da casca de cereais, pode
provocar a contaminação do solo e das águas superficiais, se não forem dispostos
adequadamente.
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• Resíduos sanitários.
As águas residuárias geradas nas unidades processadoras de leite, para
obtenção de diversos produtos, possuem diferentes origens dependendo do tipo
de unidade e tecnologia utilizada, como as relacionadas a seguir:
• Recepção de leite, lavagem dos recipientes e limpeza.
• Resfriamento de leite cru, armazenamento, lavagem de tubos e tanques.
• Lavagem de veículo tanque e/ou bujões de transporte de leite.
• Desnatamento, armazenamento do leite desnatado e do creme.
• Desnatamento, armazenamento do leite desnatado e pasteurização do creme.
• Fabricação e lavagem da manteiga.
• Evaporação do leite desnatado para obtenção de sólidos totais reduzidos.
• Evaporação do leite desnatado para obtenção da elevação de sólidos e
desidratação em pulverizador.
• Desidratação em rolos.
• Pasteurização do leite e armazenamento.
• Envasamento do leite pasteurizado.
• Lavagem de embalagens (caixas de transporte).
• Pasteurização do leite e armazenamento, envasamento do leite e lavagem
de embalagens (caixas).
• Coalhagem do creme.
• Pasteurização e envasamento do creme.
• Fabricação de queijo (prensado).
• Fabricação de requeijão.
• Condensação do soro.
• Lavagem da unidade (áreas das edificações).
• Condensação do leite condensado açucarado.
• Fabricação e embalagem de sorvetes.
As unidades processadoras de leite geralmente utilizam em suas caldeiras lenha
como combustível. Neste caso deve ser avaliada a origem do material lenhoso quanto
à sua legalidade (autorização) ou Plano de Manejo de Rendimento Sustentado,
bem como a emissão de poluentes na atmosfera, gerada pela queima da lenha.
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Processamento de cana-de-açúcar
O processamento da cana-de-açúcar pode destinar-se à obtenção de vários
produtos, entre os quais destacam-se o açúcar, o álcool, a aguardente e a rapadura.
Todos os processos demandam grande quantidade de água e, conseqüentemente,
ocorre a geração de águas residuárias de lavagem e de processos (condensadores).
As operações de lavagem de equipamentos podem ser realizadas a frio ou a quente,
ocorrendo a geração de águas residuárias e demanda de energia para a produção
de vapor, com o uso geralmente de biomassa vegetal (lenha).
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Processamento de mandioca
No processo de produção de fécula e de farinha são geradas águas residuárias
e resíduos sólidos. As águas residuárias contaminadas biologicamente podem
provocar a superfertilização e a redução de oxigênio das águas, comprometendo a
qualidade, alterando a microflora e microfauna e perturbando a fauna aquática.
Os resíduos sólidos constituídos principalmente pelas cascas geram odores
desagradáveis. Estes produtos podem ser reutilizados na fabricação de ração para
animais. A geração de energia para secagem/torrefação da farinha geralmente
utiliza como combustível biomassa vegetal (lenha).
Matadouros
O processo operacional nos matadouros de pequeno porte compõe-se das
seguintes etapas: espera nos currais, abate, eliminação do sangue, separação de
pele (gado), eliminação de pêlo (ovinos), destripamento e preparação para o
comércio. Nos matadouros o processo está concentrado na produção de carne
fresca e respectivos cortes, sendo que os demais subprodutos (sangue, pele, pêlo e
tripas) necessitam de processos adicionais.
Nos grandes matadouros ocorre uma maior concentração dos animais em
currais de espera, acarretando a geração de resíduos (fezes) em grande quantidade.
A limpeza dos animais também gera uma grande quantidade de águas residuárias
(lavagem) contendo concentração de resíduos sólidos e líquidos que necessitam
de tratamento e disposição final.
Após a limpeza dos animais, ocorre o sangramento, podendo o sangue ser
reaproveitado, desde que seja realizada a coleta em separado das águas residuárias.
Seqüencialmente, o animal é colocado em água quente para eliminação do pêlo,
gerando águas residuárias com pêlo e quantidade acentuada de graxas. Nas demais
etapas, ocorre a retirada das vísceras, estômago e tripas, processadas em unidades
específicas, que gera águas residuárias com concentração de sangue e fezes,
necessitando de tratamento.
O consumo de água nos matadouros é relativamente acentuado, podendo
transformar-se em águas residuárias, sendo assim estimado:
• Para bovinos – de 600 a 800 litros por animal.
• Para suínos – de 300 a 500 litros por animal.
• Para ovinos – de 200 a 300 litros por animal.
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Processamento de Carne
As unidades processadoras de carnes trabalham com as peças provenientes
de matadouros, para a produção de carnes cozidas, curadas (secas), defumadas e
enlatadas, embutidos, carne fatiada congelada ou fresca, tripas para lingüiça, entre
outros.
As linhas de processamento de carne mais comuns são: i) corte da carne
para atendimento de setores de consumo direto (restaurantes, hotéis etc.). ii)
produção de presunto, defumados ou enlatados; iii) produção de embutidos
(salsichas, mortadelas, fiambre, etc.); iv) produção de lingüiça e de charque.
Os principais impactos ambientais negativos que podem ser gerados nas plantas
de processamento de carne são decorrentes da produção de: i) águas residuárias; ii)
gases de escape/saída de ar; iii) ruído; iv) desperdícios; v) calor residual; vi) resíduos
sólidos.
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LIMPEZA REFINO
CLASSE DE ARMAZENA- TRITURAÇÃO PRENSAGEM
CONTAMI- MENTO ACONDICIO- COCÇÃO EXTRAÇÃO TRATA- EMBALAGEM
NANTE NAMENTO MENTO
Pó X X X
Ruído X X X
Odores / X X X X X X
contaminantes
Água
residuária X X X X X
Fuligem X
Resíduos /
resíduos X X X X
especiais
Fonte: Guía de Protección Ambiental / 1996
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Processamento de pescados
O processamento de peixe e de moluscos compreende a recepção, limpeza,
pré-cozimento, conservação e empacotamento. A operação pode utilizar diferentes
técnicas, entre as quais a secagem, conservação, enlatamento, congelamento e
extração de produtos e subprodutos.
O processamento pode envolver diferentes tipos de peixes, compreendendo
entre outros:
• Peixe de carne branca, cujo conteúdo de graxas é de aproximadamente
1% e a carne contém 80% de água. A maior parte da gordura encontra-se
no fígado, que em muitos processos é aproveitado para produzir óleo de
fígado.
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Matadouros
O projeto deverá estabelecer os estudos necessários em relação à localização
do empreendimento, que em muitos casos são instalados próximos a fundos de vale
e cursos de água, em função da disponibilidade de água e do lançamento de efluentes.
Nestes casos deve ser protegida a vegetação ciliar na faixa de preservação permanente.
É importante reduzir a geração de águas residuárias, o que pode ser efetuado
com a recirculação ou reutilização de águas de refrigeração. A redução da carga
contaminante pode ser feita mediante retenção das substâncias residuais com
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Processamento de carne
De igual forma aos matadouros é possível reduzir a geração de águas
residuáriais e da carga de contaminantes pela recirculação de água, especialmente
da água de limpeza. Devem ser procurados processos adequados para a separação
e recuperação de graxas, uma vez que este procedimento consome um volume
considerável de água.
O tratamento dos efluentes deve ser efetuado antes do seu lançamento no
corpo receptor, procurando-se reduzir ao máximo a produção de odor, devido às
características favoráveis à deterioração das águas residuárias.
A emissão de material particulado deve ser controlada, especialmente quando
é usado combustível de biomassa vegetal (lenha) em caldeira.
Para evitar a contaminação do ar, deve-se tratar os gases de escape por
meio de pós-combustão, condensação, absorção/adsorção, separadores
eletrostáticos ou têxteis.
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SUBPRODUTO OU INDÚSTRIA
RESÍDUOS COMPLEMENTAR PRODUTO APLICAÇÃO
Sangue. Preparação de sangue. Plasma. Indústria alimentícia.
Sangue. Aproveitamento de gado Farinha de sangue. Alimento para animais.
abatido.
Pêlo/Crina. Preparação de pêlo. Pincéis. Gerais.
Esterco / Resíduos de - Composto / biogás. Fertilizantes , energia.
estômago/intestino.
Couro / pele. Curtumes / indústria de Couro. Artigos de couro.
couro.
Osso. Fusão de graxa. Graxa, farinha de osso. Indústria de sabão,
alimento para animais.
Osso. Fusão de graxa. Gelatina de graxa. Indústria alimentícia.
Sebo. Fusão de graxa. Graxa alimentícia. Indústria alimentícia.
Fonte: Guía de Protección Ambiental / 1996
Processamento de cereais
Instalação de dispositivos de aspiração de pó e isolamento sonoro dos
equipamentos para a redução das emissões e ruídos, bem como o uso de Equipamentos
de Proteção Individual (EPIs). Em relação aos resíduos sólidos, é importante possuir
um aterro sanitário controlado para disposição final daqueles resíduos que não têm
aproveitamento em outra atividade.
Processamento de mandioca
As medidas de controle e atenuação podem ser efetivadas mediante a
instalação de decantadores mecânicos e tanques de aeração, com a finalidade
de reduzir a DBO5, o que não descarta a implantação de medidas de otimização
dos processos, com a finalidade de reduzir a contaminação das águas residuárias.
Por outro lado, é possível agregar a produção de biogás para aproveitamento
daquelas águas altamente contaminadas. No caso da produção de farinha de
mandioca, ocorre o consumo de lenha para a produção de calor, o que deve ser
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Processamento de cana-de-açúcar
Deve-se ter cuidados especiais no planejamento em relação às águas
residuárias, à emissão de material particulado e à produção de odores no processo
de tratamento dos efluentes.
As águas residuárias geradas na produção de açúcar, de acordo com a
tecnologia utilizada, podem variar de 20 a 30% do volume total de água de
abastecimento da usina e começam a decompor-se muito rapidamente. É importante
que sejam adotadas algumas medidas visando ao seu tratamento:
• Separação das águas residuárias segundo o tipo de processamento ou do
sistema de circulação.
• Reutilização da água, com a finalidade de reduzir ao máximo o volume de
águas residuárias.
• Instalação de lagoas para aliviar a carga sobre o corpo receptor.
• Utilização do efluente para irrigação / fertirrigação.
Os efluentes são amplamente utilizados na irrigação da própria cultura da
cana (pré-tratado em lagoas até o limite aconselhável de DBO5 - mínimo 180 mg
DBO5) para a fertirrigação. É importante observar entre outros aspectos: a utilização
de áreas planas; solos profundos; nível profundo do lençol freático (superior a 1,30
metros). Nestas áreas podem ocorrer os seguintes processos, os quais devem ser
monitorados:
• Filtragem mecânica na superfície.
• Absorção das substâncias dissolvidas pelas bactérias do solo.
• Oxidação biológica do material filtrado e absorvido pelas bactérias do solo
durante as pausas entre as distintas aplicações das águas residuárias.
Para a produção do açúcar, o Banco Mundial recomenda que seja avaliada a
contaminação das águas residuárias com a utilização de substâncias biodegradáveis,
considerando principalmente, as seguintes análises:
• DBO para determinar o material orgânico consumidor de oxigênio.
• Sólidos totais suspensos em mg/l para determinar a quantidade total de
substâncias em suspensão.
• pH (uma mudança brusca de pH prejudica a fauna aquática).
Cuidados especiais devem ser tomados em relação à localização do
empreendimento, geralmente distante de áreas habitadas em função da geração
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Processamento de peixe
A produção de águas residuárias em uma unidade de processamento de
peixes possui grande variação, em função da época da produção e/ou captura de
peixes e processos utilizados. Referidas águas contêm grande quantidade de
graxas. O tratamento preliminar é considerado simples, consistindo na separação/
eliminação de graxas através do separador de graxas. O tratamento completo
das águas residuárias apresenta-se mais complexo devido à presença de
compostos protéicos e de elevada concentração de sal, no caso de produção de
conservas.
Para o tratamento destas águas, pode ser realizado em um primeiro
momento a neutralização através da adição de cal ou outros agentes alcalinos e,
se necessário, agregação de cloro.
A geração de odores desagradáveis nesta unidade pode ser evitada pelo
processo de manutenção da unidade, não deixando acumular material, e pelo
tratamento correto dos efluentes. De todas as maneiras, deve ser evitada a
proximidade de áreas habitadas.
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2. 5 - Quadro-resumo - agroindústria
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES
• Alteração com perda de perfil do • Localizar a unidade distante de áreas pantanosas, úmidas
solo e da flora, com modificação e outros habitats frágeis e ecologicamente importantes,
dos recursos naturais, culturais e com a finalidade de reduzir e/ou concentrar os efeitos
sítios arqueológicos. ambientais potenciais sobre o meio ambiente.
• A vazão dos cursos d’água e/ou do manancial subterrâneo
Alteração da drenagem superficial deve ser suficiente para abastecer a unidade e diluir os
• efluentes tratados (manancial superficial), sem
durante a implantação e operação comprometer os demais usos do manancial, ou em
do projeto. condições geológicas de menor possibilidade de
contaminação (ex. existência de falhas geológicas que
possibilitem a infiltração de efluentes).
• Contaminação das águas pela • Controlar a qualidade dos efluentes, especialmente da
descarga de efluentes, e pela temperatura, pH, níveis de óleos e graxas, sólidos totais
disposição inadequada dos dissolvidos e suspensos, DBO e DQO.
resíduos sólidos. Lançamento dos efluentes deve obedecer aos critérios
•
legais estabelecidos em regulamentos (CONAMA – 020/86)
e diretrizes do organismo ambiental.
• No caso de tratamento por meio da reciclagem/
fertirrigação, verificar as condições de absorção/
capacidade do solo.
• Para o tratamento dos resíduos sólidos deve-se
considerar: a capacidade do local em suportar o destino
final, a existência de depósito nas proximidades (privados)
ou de aterros sanitários públicos.
• Procurar formas alternativas de reciclagem ou reutilização
dos resíduos sólidos, nos processos ou por outras
unidades (agrícolas, industriais) na região.
• Contaminação do ar por partículas • Deve-se procurar locais altos em comparação à topografia
suspensas e a geração de dominante, de menor possibilidade de ocorrência de
incômodos pelos gases e odores inversão térmica e que não se posicionem em direção
indesejáveis. favorável aos ventos predominantes às áreas habitadas.
• Procurar técnicas de filtragem e coletores ou
precipitadores eletrostáticos e verificar a manutenção dos
equipamentos de controle ambiental das emissões.
• Reduzir as emissões com a adequação do processo às
características das matérias-primas utilizadas e instalação
Vazamentos eventuais de solventes de equipamentos de controle de emissões atmosféricas.
•
e materiais ácidos e alcalinos • Manutenção de condições adequadas de armazenamento e
potencialmente perigosos. eliminação de dejetos, com a previsão de equipamentos de
prevenção quanto a acidentes (vazamentos).
• Geração de ruídos, provocando • Procurar o isolamento/enclausuramento de máquinas e
incômodos ao redor do equipamentos, saídas de ar de câmaras frias.
empreendimento. Prever projeto específico de tratamento acústico.
•
• Aumento da circulação de veículos, • Planejamento integrado com os organismos responsáveis
com a geração de ruídos, pó e pelo tráfego de veículos e instalação de medidas
riscos de acidentes. (sinalização, cobertura de carrocerias).
• Saúde e segurança dos • Provisão de programa de segurança e saúde ocupacional,
trabalhadores, sujeitos a ruídos, com detalhamento de todas as fases dos processos e suas
poeira, manejo de materiais, relações com a ocorrência de acidentes e prejuízos à
efluentes e resíduos sólidos. saúde dos trabalhadores. Instalação de equipamentos
individuais e coletivos de prevenção e proteção a
acidentes.
continua
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conclusão
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
• Código Florestal Brasileiro – Lei 4.771/65 – áreas de preservação permanente.
• Resolução CONAMA 001/86 – Dispõe sobre a Avaliação de Impactos Ambientais. Resolução 20/86
CONAMA - Estabelece a classificação das águas doces, salobras e salinas, segundo seu uso
preponderante e estabelece padrões de emissão para efluentes hídricos.
• Resolução CONAMA 001/90 – Dispõe sobre a emissão de ruídos em decorrência de quaisquer
atividades industriais e outras.
• Resolução 03/90 CONAMA - Estabelece padrões de qualidade do ar e amplia o número de poluentes
atmosféricos passíveis de monitoramento e controle.
• Resolução CONAMA 008/90 – Estabelece limites máximos de emissão de poluentes do ar em nível
nacional.
• Lei 9.433 – Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos (outorga pelo direito de uso da água).
• Resolução CONAMA 237/97 – Dispõe sobre o licenciamento ambiental.
• Normas ABNT - NBR 10151 - Avaliação de ruídos em áreas habitadas.
• Normas ABNT - NBR 10152 - Níveis de ruído para conforto acústico.
• Leis Estaduais que instituem a Política Estadual de Recursos Hídricos e outras providências:
• Lei 11.996/92 do Estado do Ceará.
• Lei 11.504/95 do Estado de Minas Gerais.
• Lei 6.855/95 do Estado da Bahia.
• Lei 6.308/96 do Estado da Paraíba.
• Lei 6.908/96 do Estado do Rio Grande do Norte.
• Lei 11.426/97 do Estado de Pernambuco.
• Lei 3.870/97 do Estado de Sergipe.
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CAPÍTULO 3
INDÚSTRIA
Fibras de algodão
Desgranamento
A quantidade de fibras fiáveis obtidas no desgranamento do algodão depende
da variedade do algodão, do tipo de fio e/ou tecido desejado e do maquinário
utilizado. Geralmente esta quantidade representa um terço do peso da cápsula de
algodão. Depende também desses fatores a obtenção de fibras curtas como produto
derivado, que são utilizadas, entre outras finalidades, para a fabricação de seda
artificial e viscose.
No desgranamento do algodão obtém-se também como produto derivado a
semente, da qual se pode obter óleo e farinha. Outro produto derivado são as fibras
curtas, que se utilizam, entre outras finalidades, para a fabricação de seda artificial
e viscose. As cascas e resíduos representam aproximadamente 15% do peso da
cápsula e podem ser devolvidos ao solo.
O desgranamento do algodão é um processo mecânico e seco, do qual se
originam muito ruído e a poeira.
Branqueamento do algodão
O algodão é uma fibra vegetal muito econômica que contém principalmente
celulose. Antes de usar a fibra, é necessário eliminar os constituintes não celulósicos.
No processo de branqueamento, as fibras de algodão são fervidas primeiro em
soluções fortemente alcalinas, compostas de soda ( hidróxido de sódio). Isto elimina
as pectinas contidas no algodão. Após, é realizado o branqueamento com soluções
diluídas de cloreto de cálcio ou outras soluções à base de cloro, para depois passar
ao tratamento com ácidos diluídos. Após cada processo, os materiais tratados
passam por banhos de enxágüe com água abundante.
Estima-se que a quantidade de águas residuárias nas plantas de
branqueamento de algodão varie de 50 a 100m³ de água por tonelada de produto,
sendo o total de contaminantes (impurezas) contidos nos resíduos do
branqueamento do algodão aproximadamente 196 kg por tonelada de material.
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Fibras de lã
Na preparação da lã são problemáticos os efluentes ou águas residuárias
geradas na lavagem da lã virgem.
Para eliminar os contaminantes aderidos à lã: suor, graxas de lã, contaminantes
vegetais, biocidas, pó e excremento, geralmente se limpa superficialmente o animal antes
da tosquia e posteriormente lava-se a lã em máquinas desenvolvidas para este fim.
O processo de lavagem gera águas de enxágüe altamente concentradas,
contendo substâncias que chegam a representar entre 25 a 60% do peso da lã antes
do processamento (variando de acordo com a origem da lã crua e o grau de limpeza
da ovelha antes da tosquia).
Além destas substâncias (graxas, suor, sólidos orgânicos e inorgânicos), são
agregados também detergentes, como soda e sabão, e também óleos utilizados
para amaciar a lã, os quais são eliminados com um novo enxágüe no final do
processo de lavagem.
Podem ser produzidos até 100 m³ de águas residuárias por uma tonelada de
lã e a sua composição pode variar consideravelmente segundo a quantidade de água
que foi utilizada.
Geralmente as águas residuárias da lavagem de lã apresentam entre 350 a
400 kg de contaminantes totais por tonelada de produto (destes, até 200 kg são
substâncias orgânicas).
As graxas ou gorduras de lã têm aplicação na indústria cosmética e, atualmente,
são recuperadas das águas residuárias.
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Preparação da seda
A seda natural é obtida dos fios com que o bicho da seda fabrica seus casulos.
As substâncias que constituem a fibra (fibroína) e a goma da seda (sericina), eliminam-
se mediante fervura (limpeza e desengomagem). Além das proteínas, a fibra bruta
contém substâncias solúveis em éter e etanol, e outros sais.
O processamento dos casulos consiste na eliminação do pó, lavagem na água,
tratamento com vapor direto e finalmente o enovelamento dos fios.
A seda crua, assim obtida, passa a ser fervida em uma solução de sabão, para
liberá-la da goma da seda e de seus corantes naturais. Após o banho de sabão,
aplicam-se banhos de enxágüe, primeiro com água de soda fraca e finalmente com
água fria. Cada 7 a 9 kg de casulos cozidos, ou seja, tratados com vapor, produzem
1kg de seda crua.
As águas residuárias totais de uma planta de cozimento de seda apresentam
coloração marrom escura, altamente concentrada e putrescível. Os principais
contaminantes são: sabões, detergentes, goma de seda (sericina) proveniente dos
casulos, bichos de seda mortos, casulos danificados e corantes naturais dos fios de
seda.
de zinco, são drenados como resíduos pelas águas de lavagem, enquanto os produtos
orgânicos valiosos (acetona, ácido acético, álcool) são recuperados em sua maioria.
A quantidade de águas residuárias é menor que em outros processos utilizados
para a fabricação de seda artificial; chega a uns 10 a 15 m³ de águas residuárias
por tonelada de triacetato. Os resíduos são ácidos com poucos sólidos suspensos
(menos de 100 mg/l), porém com muitos constituintes dissolvidos.
3.1.2.2 - impactos ambientais negativos que possam ser gerados nos processos de
fiação e tecelagem
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Neste caso, sob o aspecto econômico, seria vantajoso para a empresa efetuar
o lançamento na rede pública, isto considerando que normalmente o cálculo da
tarifa para despejos industriais na rede pública é baseado no volume, DBO (Demanda
Bioquímica de Oxigênio) e MS (Materiais sedimentáveis). Como nos despejos destas
indústrias, a DBO e os MS são inferiores aos do esgoto doméstico, a tarifa seria
aplicada somente sobre o volume de lançamento.
Cabe, porém, salientar que, para lançamento destes efluentes na rede pública,
devem ser consideradas as características de sua composição, com relação à
eficiência do tratamento ao qual serão submetidos no sistema público. Por exemplo,
a presença de metais pesados e substâncias tóxicas.
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conclusão
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
• Resolução CONAMA 020/86 - Padrões de emissão para efluentes hídricos.
• Resolução CONAMA 003/90 - Padrões de qualidade do ar.
• Resolução CONAMA 008/90 - Padrões de emissão de poluentes atmosféricos.
• Resolução CONAMA 001/90 - Limites de emissão de ruídos.
• Norma ABNT - NBR - 10151- Avaliação de ruídos em áreas habitadas.
• Norma ABNT - NBR - 10152 - Níveis de ruído para conforto acústico.
• Resolução CONAMA 006/88 - Licenciamento ambiental de atividades industriais geradoras de resíduos
perigosos.
Etapa de Curtimento
Na etapa de curtimento ocorrem as seguintes operações:
Descalcinação e Purga: Realiza-se com o objetivo de remover o excesso
de cal e sulfeto das peles e prepará-las para o curtimento, tornando-as mais macias,
porosas, flexíveis e menos enrugadas. A descalcinação é realizada em fulões
(tambores rotativos), nos quais as peles são imersas em banho contendo soluções
de sais de amônia e ácidos. A purga é realizada nos mesmos fulões, e as peles são
lavadas com enzimas proteolíticas ou fungos e sais de amônia, que têm a função de
digerir e soltar a matéria epidérmica, junto com o resto das raízes dos pêlos.
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Etapa de Acabamento
Nesta etapa são realizadas operações que conferem ao couro propriedades
específicas de umidade, flexibilidade e aparência. As principais operações são:
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de áreas habitacionais, tanto pelo incômodo gerado pelos odores emitidos quanto
pela necessidade de áreas relativamente grandes para o tratamento das cargas
residuárias.
São gerados nos curtumes, gases e vapores dos banhos, que saem dos
fulões, especialmente quando estes são abertos para a retirada da carga após o
curtimento. Esses gases e vapores geralmente ficam restritos à área interna da
planta, representando riscos à saúde dos trabalhadores, os quais devem utilizar
equipamentos de proteção individual (EPIs) apropriados.
Geralmente, os curtumes necessitam geração de vapor ou energia térmica
adicional para o aquecimento dos banhos de curtimento e utilizam caldeiras com
esta finalidade. A utilização de caldeira a lenha, carvão ou óleo, pode gerar
poluentes atmosféricos como material particulado e óxidos de enxofre, resultantes
da combustão.
O problema mais grave de poluição atmosférica produzida nas plantas
de cur timento refere-se à geração de odores, que ocorre especialmente na
decomposição da matéria orgânica presente nos resíduos e efluentes.
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Ácido Nítrico
As fontes de resíduos na fabricação de ácido nítrico estão restritas às
operações de lavagem de áreas, purgas nas águas de resfriamento e amostras
colhidas para controle de qualidade. Estas águas residuais são recolhidas e
retornam como água de processo para a fabricação.
Ácido Sulfúrico
É fabricado normalmente pela reação entre oxigênio e enxofre em processo
relativamente livre de poluição. As águas de processo normalmente não são
descarregadas. As possibilidades de poluição estão relacionadas aos reagentes
utilizados nas águas de resfriamento (quando ocorre descarte das águas de
resfriamento), vazamentos e operações de lavagem. Normalmente as águas de
lavagem são recolhidas e reutilizadas. Nas fábricas mais antigas as águas de
lavagem são neutralizadas com cal antes do descarte.
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Ácido Fluorídrico
É obtido na reação do ácido sulfúrico com espato-flúor (CaF2). O gesso é
subproduto desta reação. Os efluentes das fábricas de ácido fluorídrico contêm sulfato
de cálcio, ácido sulfúrico, óxidos metálicos, sílica e ácido fluorídrico. O método padrão
de tratamento consiste na adição de cal para neutralizar o ácido sulfúrico, reduzir
o teor em fluoreto seguindo-se uma operação de sedimentação para a separação
do sulfato de cálcio e fluoreto de cálcio formados.
Fabricação de Fertilizantes
As plantas de produção de fertilizantes requerem a fabricação de compostos
que proporcionam os nutrientes para as plantas: nitrogênio, fósforo e potássio,
seja individualmente (fertilizantes simples) ou em combinação (fertilizantes
mistos).
Os fer tilizantes nitrogenados mais comuns são: nitrato de amônio
(produzido com amoníaco e ácido nítrico), uréia (produzida com amoníaco e
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conclusão
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES
• Alterações no trânsito local, decorrentes • Devem ser avaliadas as condições de acesso e sistema viário
da circulação de caminhões de durante o estudo de viabilidade do empreendimento, selecionando-
transporte de carga (inclusive cargas se as melhores rotas, de forma a reduzir os impactos e riscos de
perigosas). acidentes.
• Devem ser desenvolvidos Planos de Rmergência e regulamentos
que devem ser atendidos pelos motoristas, para reduzir os riscos
de acidentes, especialmente quando se tratar de cargas perigosas.
• Poluição sonora causada pelo uso de • Tratamento acústico por meio do enclausuramento de
equipamentos e operações que geram equipamentos ou de proteção acústica nas edificações onde estão
ruídos elevados. instalados os equipamentos ruidosos e/ou nas unidades cujas
operações gerem níveis de ruído significativos.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
• Lei Federal 6803 de 02/07/80 – Dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial em
áreas críticas de poluição e dá outras providências.
• Decreto-lei 1413 de 14/08/75 – Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente provocada por
atividades industriais.
• Decreto Federal 76389 de 03/10/75 – Dispõe sobre as medidas de controle ambiental de que trata o
Decreto-lei 1413/75.
• Portaria MINTER 092 de 19/06/80 – Estabelece critérios e diretrizes para a emissão de ruídos e sons
em decorrência de quaisquer atividades industriais e outras.
• Resolução CONAMA 001 de 23/01/86 – Dispõe sobre a Avaliação de Impactos Ambientais.
• Resolução CONAMA 020 de 18/06/86 – Estabelece a classificação das águas doces, salobras e
salinas, segundo seu uso preponderante e estabelece padrões de emissão para efluentes hídricos.
• Resolução CONAMA 006 de 15/06/88 – Dispõe sobre o licenciamento ambiental de atividades
industriais geradoras de resíduos perigosos.
• Resolução CONAMA 005 de 15/06/89 – Institui o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar –
PRONAR e dá outras providências.
• Resolução CONAMA 001 de 08/03/90 – Dispõe sobre a emissão de ruídos em decorrência de
quaisquer atividades industriais e outras.
• Resolução CONAMA 002 de 08/03/90 - Institui o Programa Silêncio.
• .Resolução CONAMA 003 de 28/06/90 – Estabelece padrões de qualidade do ar e amplia o número de
poluentes atmosféricos passíveis de monitoramento e controle.
• Resolução CONAMA 006 de 17/10/90 – Dispõe sobre a obrigatoriedade de registro e de prévia
avaliação pelo IBAMA, dos dispersantes químicos empregados nas ações de combate aos derrames de
petróleo.
• Resolução CONAMA 008 de 06/12/90 – Estabelece limites máximos de emissão de poluentes do ar
em nível nacional.
• Resolução CONAMA 009 de 31/08/93 – Dispõe sobre óleos lubrificantes e dá outras providências.
• Resolução CONAMA 237/97 – Dispõe sobre o licenciamento ambiental.
• Normas ABNT - NBR 10151 - Avaliação de ruídos em áreas habitadas.
• Normas ABNT - NBR 10152 - Níveis de ruído para conforto acústico.
• Normas ABNT - NBR 10004 - Classificação de resíduos.
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Plantas de sinterização
O processo de sinterização é o procedimento clássico para a recuperação
dos resíduos das plantas siderúrgicas. Consiste em uma operação pirometalúrgica,
por meio da qual o material finamente dividido é aglomerado em um bloco poroso,
por ação do calor. Ocorre apenas uma fusão incipiente.
Os materiais finos que entram no processo de sinterização são:
• partículas de minério de ferro (abaixo de 10 mm);
• poeira dos altos-fornos, coletadas pelos depuradores de ar de saída;
• partículas finas de calcário (abaixo de 3 mm) adicionadas para tornar o
material auto-fundente e dar-lhe maior porosidade;
• partículas de coque (abaixo de 3 mm), adicionadas com a finalidade de
fornecer calor ao processo.
Ao final do processo o sínter é descarregado ainda quente, quebrado e
peneirado. Os pedaços maiores são conduzidos ao alto-forno e os finos retornam à
sinterização.
Os gases residuais e poeira, gerados nas plantas de sinterização,
apresentam os seguintes componentes: dióxidos de enxofre – (SO2 ), óxidos de
nitrogênio – (NOx), dióxido de carbono – (CO2 ), compostos de flúor e cloro – (HF
e HCl), metais pesados como: arsênio – (As), chumbo – (Pb), cádmio – (Cd),
cobre – (Cu), mercúrio – (Hg), tálio – (Tl) e zinco – (Zn).
Entre os componentes do material particulado gerado, deve ser dada
especial atenção aos metais pesados como: chumbo, cádmio, mercúrio, arsênio
e tálio, em face dos efeitos nocivos que apresentam sobre o meio ambiente.
As indústrias de ferro e aço estão entre as indústrias em cujo entorno se
encontram as maiores concentrações de metais pesados no ar e no solo.
Quanto à geração de ruídos, nesta fase do processo, uma das principais
fontes geradoras são os grandes ventiladores utilizados nas instalações de
sinterização, com o objetivo de refrigerar o aglomerado de sinterização e segurar a
poeira. Os índices de ruído em uma planta de sinterização, sem amortizadores
sonoros nos canais de ventilação, podem chegar até 133 dB(A), que é considerado
extremamente elevado.
dos óxidos de ferro à baixa temperatura – máximo de 1100 0C). O ferro é separado
da ganga e briquetado. É empregado na metalurgia fria e na indústria química.
Os processos mais comuns de produção de ferro gusa são os de alto-
forno a coque (o mais utilizado), alto-forno a carvão e forno elétrico de redução.
Alto-Forno a Coque
Os altos-fornos são reatores de fluxo invertido, que recebem por cima a carga
e coque, e retiram-se por baixo o ferro fundido e a escória. Na parte inferior do forno
injeta-se ar quente em fluxo invertido.
A forma geométrica do alto-forno é tal que pode-se dividi-lo em três partes:
dois troncos de cone estão unidos pela base maior e apoiados sobre uma parte
cilíndrica. O tronco de cone inferior é chamado cuba e o superior é chamado corpo. O
cilindro é denominado cadinho. Pela parte superior do alto-forno (chamada tragante,
boca ou goela), introduz-se a mistura de minério, coque e calcário (usado como
fundente).
Na parte inferior da cuba, através de dispositivos chamados ventaneiras ou
tubeiras, introduz-se ar quente sob pressão, o qual queima o coque, libertando calor.
A carga (minério, material fundente e coque) passa pelas diversas zonas de
aquecimento do forno obtendo-se na zona de fusão, onde a temperatura alcança
1800 0C, o ferro gusa líquido que cairá no cadinho.
No cadinho há duas bocas que são vedadas com argila refratária e que são
abertas a cada 3 ou 4 horas, a fim de permitir o escoamento do ferro gusa líquido
(pela boca inferior) e das escórias (pela boca superior) que são mais leves que o ferro
gusa.
O ferro gusa líquido, destinado à fundição corre dentro de moldes prismáticos,
formando lingotes. O gusa destinado à produção de aço é despejado diretamente nas
caçambas que os transportam para os misturadores e conversores.
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Acabamento do Aço
No acabamento do aço, quanto à produção de despejos, ressaltam-se as
operações de decapagem e fabricação de derivados.
• Decapagem: esta fase é necessária para remover as impurezas
metálicas indesejáveis, carepas e outras crostas que possam dificultar o
trabalho de recobrimento. O tipo de processo de decapagem depende
da capa a ser removida e da base metálica.
A maior parte dos processos usados na decapagem é de natureza ácida
e, geralmente, consiste de solução de ácido sulfúrico, nítrico, sulfídrico e
mais raramente, o fluorídrico.
Além dos banhos ácidos, também são usados banhos alcalinos, com
soluções de sulfito de sódio, cianeto de sódio, hidróxido de sódio e enxofre.
A operação de decapagem é realizada com temperatura entre 60 e 80
ºC. O metal retirado do banho é submetido a várias lavagens e, depois de
seco, fica pronto para uso posterior.
• Fabricação de derivados: do ferro gusa são feitos, posteriormente,
aços especiais, placas zincadas, folhas de flandes e outros produtos.
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• Águas residuárias procedentes dos • Devem ser submetidas a tratamento, que geralmente é
sistemas de depuração de gases. feito por sedimentação e/ou floculação e refrigeração.
conclusão
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES
• Poluição do solo e das águas • Tratamento por meio de hidrociclones.
superficiais e subterrâneas, por meio • Desidratação em filtro de tambor a vácuo.
do lodo resultante dos sistemas de • A água de filtração deve ser submetida a tratamento
depuração de gases e tratamento das químico antes da reutilização ou descarte.
águas residuárias. • Reaproveitamento do lodo em fábricas de metais não
ferrosos.
• Retorno do lodo à sinterização, dependendo do teor de
zinco que ele apresenta.
• Poluição do solo ou das águas • Impermeabilização de áreas de depósito, de forma a evitar
superficiais e subterrâneas, em função a contaminação do solo por lixiviação.
da deposição de escórias e resíduos • Utilização das escórias e areia de escórias para a
sólidos. pavimentação de vias e acessos, após inertização.
• Aproveitamento na produção de cimento Portland e de alto
forno.
• Retorno das "carepas" geradas na laminação do aço à
sinterização.
• Destinação dos resíduos sólidos que não podem ser
reaproveitados, a aterros apropriados.
• Poluição sonora em função das • Blindagem de equipamentos e separação das fontes de
emissões de ruídos que ocorrem em ruídos.
todas as fases do processo. • Uso de amortecedores sonoros.
• Proteção de cargueiros.
• Redução de aberturas em volta dos fornos.
• Amortecedores de ruídos nas bocas de entrada e saída de ar.
• Uso de ventiladores de refrigeração lentos.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
• Lei Federal 6803 de 02/07/80 – Dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial em
áreas críticas de poluição e dá outras providências.
• Decreto-lei 1413 de 14/08/75 – Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente provocada por
atividades industriais.
• Decreto Federal 76389 de 03/10/75 – Dispõe sobre as medidas de controle ambiental de que trata o
Decreto-lei 1413/75.
• Portaria MINTER 092 de 19/06/80 – Estabelece critérios e diretrizes para a emissão de ruídos e sons em
decorrência de quaisquer atividades industriais e outras.
• Resolução CONAMA 001 de 23/01/86 – Dispõe sobre a Avaliação de Impactos Ambientais.
• Resolução CONAMA 020 de 18/06/86 – Estabelece a classificação das águas doces, salobras e salinas,
segundo seu uso preponderante e estabelece padrões de emissão para efluentes hídricos.
• Resolução CONAMA 006 de 15/06/88 – Dispõe sobre o licenciamento ambiental de atividades industriais
geradoras de resíduos perigosos.
• Resolução CONAMA 005 de 15/06/89 – Institui o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar –
PRONAR e dá outras providências.
• Resolução CONAMA 001 de 08/03/90 – Dispõe sobre a emissão de ruídos em decorrência de quaisquer
atividades industriais e outras.
• Resolução CONAMA 002 de 08/03/90 - Institui o Programa Silêncio.
• .Resolução CONAMA 003 de 28/06/90 – Estabelece padrões de qualidade do ar e amplia o número de
poluentes atmosféricos passíveis de monitoramento e controle.
• Resolução CONAMA 006 de 17/10/90 – Dispõe sobre a obrigatoriedade de registro e de prévia avaliação
pelo IBAMA, dos dispersantes químicos empregados nas ações de combate aos derrames de petróleo.
• Resolução CONAMA 008 de 06/12/90 – Estabelece limites máximos de emissão de poluentes do ar em
nível nacional.
• Resolução CONAMA 009 de 31/08/93 – Dispõe sobre óleos lubrificantes e dá outras providências.
• Resolução CONAMA 237/97 – Dispõe sobre o licenciamento ambiental.
• Normas ABNT - NBR 10151 - Avaliação de ruídos em áreas habitadas.
• Normas ABNT - NBR 10152 - Níveis de ruído para conforto acústico.
• Normas ABNT - NBR 10004 - Classificação de resíduos.
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dos gases.
Escórias finais com conteúdos metálicos residuais e sulfatos (as provenientes
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eletrólise de obtenção; nos fornos com ânodo de cobre bruto, são gerados
vapores que contêm metais e no processo de enriquecimento são geradas
emissões de solventes orgânicos.
Lodo de ânodos: no lodo aparecem metais e compostos metálicos.
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O gás de escape dos fornos de fusão pode conter óxidos metálicos, vapores
metálicos voláteis e compostos halogenados, que deverão ser retidos em filtros
ou lavadores de gases.
As áreas de refrigeração de peças metálicas e escórias que desprendam
gases, devem possuir coletores que conduzam os gases emitidos ao sistema de
tratamento de gases de escape.
Para o desengraxe, limpeza e decapagem de superfícies metálicas devem
ser utilizadas soluções alcalinas ou ácidos. Deve ser evitado o uso de solventes
orgânicos halogenados.
As águas de lavagem devem ser tratadas em instalações de neutralização.
Os resíduos de lodo devem ser processados pirometalurgicamente ou
depositados em aterro apropriado, sempre que não contenham contaminantes.
Os vapores procedentes dos banhos de decapagem e de limpeza a quente devem
ser aspirados, condensados em lavador de gases e depois neutralizados.
Os resíduos contaminados e os restos de produção inaproveitáveis podem ser
depositados em aterro que possua captação e tratamento de águas de infiltração.
As fábricas de semiprodutos de metais não ferrosos são potencialmente
geradoras de ruídos e, considerando que muitas vezes são implantadas próximas a
áreas habitacionais, devem ser adotadas medidas de proteção contra o ruído.
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continuação
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES
Emissões geradas na fundição de metais
pesados - Processo hidrometalúrgico:
• Poeira gerada nas fundições • Captação das emissões e separação a seco. Tratamento
secundárias de cobre. das névoas oleosas por meio de recombustão térmica.
• Gases de escape das fundições • Utilização de sistemas de filtração e absorção com uso
secundárias de chumbo. de carvão ativo (em experimentação).
continua
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continuação
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES
Emissões geradas na fabricação de
subprodutos:
• Névoa oleosa e névoa ácida que • Antecedendo à fusão, execução de limpeza prévia das
contém cloro e flúor, geradas carepas oleosas e recobertas com plásticos, em fornos de
durante a fusão de carepas. evaporação com pós-queimador para os gases gerados e
tratamento dos gases de escape em eletrofiltros e/ou
lavadores de gases.
• Óxidos metálicos, vapores metálicos • Tratamento dos gases de escape dos fornos de fusão com
voláteis e compostos halogenados, o uso de ciclones, filtros têxteis e/ou lavadores de gases.
presentes nos gases de escape dos
fornos de fusão.
• Gases desprendidos das áreas de • Coleta e tratamento dos gases desprendidos das peças e
refrigeração de peças metálicas e escórias nas áreas de resfriamento.
escórias.
• Vapores procedentes dos banhos • Devem ser aspirados, condensados em lavador de gases e
de decapagem e de limpeza a depois neutralizados.
quente.
• Emissão de ruídos das fábricas de • Adoção de medidas de proteção acústica, tanto nos
semiprodutos de metais não equipamentos quanto na edificação.
ferrosos.
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
• Lei Federal 6803 de 02/07/80 – Dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial em
áreas críticas de poluição e dá outras providências.
• Decreto-lei 1413 de 14/08/75 – Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente provocada por
atividades industriais.
• Decreto Federal 76389 de 03/10/75 – Dispõe sobre as medidas de controle ambiental de que trata o
Decreto-lei 1413/75.
• Portaria MINTER 092 de 19/06/80 – Estabelece critérios e diretrizes para a emissão de ruídos e sons
em decorrência de quaisquer atividades industriais e outras.
• Resolução CONAMA 001 de 23/01/86 – Dispõe sobre a Avaliação de Impactos Ambientais.
• Resolução CONAMA 020 de 18/06/86 – Estabelece a classificação das águas doces, salobras e
salinas, segundo seu uso preponderante e estabelece padrões de emissão para efluentes hídricos.
• Resolução CONAMA 006 de 15/06/88 – Dispõe sobre o licenciamento ambiental de atividades
industriais geradoras de resíduos perigosos.
• Resolução CONAMA 005 de 15/06/89 – Institui o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar –
PRONAR e dá outras providências.
• Resolução CONAMA 001 de 08/03/90 – Dispõe sobre a emissão de ruídos em decorrência de
quaisquer atividades industriais e outras.
• Resolução CONAMA 002 de 08/03/90 - Institui o Programa Silêncio.
• Resolução CONAMA 003 de 28/06/90 – Estabelece padrões de qualidade do ar e amplia o número de
poluentes atmosféricos passíveis de monitoramento e controle.
• Resolução CONAMA 006 de 17/10/90 – Dispõe sobre a obrigatoriedade de registro e de prévia
avaliação pelo IBAMA, dos dispersantes químicos empregados nas ações de combate aos derrames de
petróleo.
• Resolução CONAMA 008 de 06/12/90 – Estabelece limites máximos de emissão de poluentes do ar
em nível nacional.
• Resolução CONAMA 009 de 31/08/93 – Dispõe sobre óleos lubrificantes e dá outras providências.
• Resolução CONAMA 237/97 – Dispõe sobre o licenciamento ambiental.
• Normas ABNT - NBR 10151 - Avaliação de ruídos em áreas habitadas.
• Normas ABNT - NBR 10152 - Níveis de ruído para conforto acústico.
• Normas ABNT - NBR 10004 - Classificação de resíduos.
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sedimentação ou de clarificação.
A geração de resíduos sólidos não é significativa, uma vez que os resíduos
gerados podem ser reabsorvidos no processo.
Quanto à poluição sonora, as medidas de controle que podem ser adotadas
referem-se ao tratamento acústico de áreas de trabalho ou de equipamentos.
Em algumas áreas de produção, por razões técnicas, não é possível ainda tratar
adequadamente com proteção acústica as máquinas modeladoras de vidro,
especialmente vidros para recipientes, de tal forma que os trabalhadores destas
áreas têm que usar equipamentos de proteção individual (protetores auriculares).
Como critério para controle da emissão de ruídos, deve-se considerar dois
aspectos: os níveis de pressão sonora no ambiente interno de trabalho, que pode
afetar a saúde dos trabalhadores, e os níveis de pressão sonora no ambiente
externo, que pode provocar desde incômodos até danos à saúde da população
residente no entorno do empreendimento.
Segundo a Portaria n.º 3214/1978 do Ministério do Trabalho, considera-se
como critério para exposição ao ruído, no ambiente de trabalho (recinto fechado),
os seguintes limites, de acordo com o tempo de exposição (TABELA 1):
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para aterros sanitários, aumentando a vida útil destas áreas. Cabe considerar, no
entanto, que o processamento de vidros que tenham sido fundidos com fluorita,
pode aumentar a concentração de compostos de flúor nos gases de escape, o
que precisa ser controlado.
Também como alternativa para eliminação de resíduos, a indústria de
cimento ganha cada vez maior importância.
A prática de destruição de resíduos em fornos de cimento, iniciou-se nos
Estados Unidos em 1979 e é chamada co-processamento.
A alta temperatura da chama e a natureza do produto fazem com que os fornos
de cimento sejam atrativos para destruir uma variedade de materiais orgânicos perigosos.
Manejados corretamente, os fornos constituem uma alternativa de menor
custo que os incineradores de resíduos e podem apresentar maior eficiência.
Muitos compostos metálicos tóxicos podem ser queimados em fornos de
cimento, porém requerem cuidado especial no manuseio. Alguns deles só podem
ser introduzidos em quantidades que sejam suficientemente pequenas para não
afetar negativamente a qualidade do produto, nem a segurança, isto porque estes
materiais se vinculam à escória e chegam a fazer parte do produto.
Outro aspecto que requer atenção especial no co-processamento de
resíduos que contenham metais pesados tóxicos, é a emissão destes materiais
para a atmosfera, por exemplo, com relação ao chumbo, até a metade da
quantidade introduzida no forno sai com os gases de escape e se precipita em
forma de poeira. O Tálio não se vincula aos sólidos e é emitido junto com os
gases de escape. Sobre o comportamento do mercúrio, não há ainda conclusões
suficientes.
A utilização dos fornos de cimento para o co-processamento requer
instalações secundárias para armazenamento e manuseio dos resíduos, que
garantam a segurança tanto para os trabalhadores como para o meio ambiente,
tal qual uma planta de processamento de resíduos perigosos.
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
Galvanização
Existem diversos tipos de tratamento para a obtenção de determinadas
características superficiais, aplicados com a finalidade de proteger contra a corrosão,
aumentar a dureza e a espessura de certas peças e para embelezamento.
A galvanotécnica é o método de revestimento, por processos químicos e
eletrolíticos, de superfícies metálicas, com outras superfícies metálicas. Quase todos
os serviços galvanotécnicos se processam por meio de banhos em tanques. Os banhos
se constituem de um sal do metal que irá depositar-se na superfície da peça.
Os banhos podem ser ácidos, alcalinos ou neutros. Existem dois tipos de banhos:
os banhos de imersão simples, nos quais as peças são simplesmente imersas durante
algum tempo, e os banhos eletrolíticos, nos quais a deposição metálica ou a limpeza
das peças se processa por intermédio de corrente elétrica.
Para se proceder a eletrodeposição de um metal sobre uma peça, esta deverá
entrar no banho rigorosamente limpa. A limpeza das peças pode ser feita por meio
dos banhos de limpeza e desengraxe, citados no item Limpeza e Desengraxe de
Peças, ou por banhos de decapagem.
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Processo de Pintura
Os tipos de pintura mais comuns são: pintura por imersão, pintura a
pistola, e pintura eletrostática a pó. Os mesmos processos podem ser
empregados para envernizamento.
Na pintura por imersão, as peças passam por um banho de tinta e seguem
para uma estufa onde o solvente evapora, gerando emissão atmosférica.
Na pintura a pistola, a tinta é aplicada sob pressão normalmente em
câmaras fechadas, chamadas cabines de pintura, que podem apresentar sistemas
de “cor tina d’água” localizadas ao fundo da câmara, as quais absorvem o
excedente da tinta. A tinta excedente coagula e precipita, a água, após filtragem
é recirculada. O resíduo, chamado borra de tinta, é classificado como resíduo
perigoso e deve ter tratamento especial (inertização, solidificação, disposição em
aterro especial classe 1 ou incineração). Pode ser co-processado em fornos de
produção de cimento, dado ao seu alto poder calorífico, e pode também ser
reutilizado na fabricação de tinta de segunda linha.
Na pintura eletrostática a pó, a peça é magnetizada e o pó adere à sua
superfície. A peça passa então por uma estufa, onde são liberados os solventes.
Ocorrem também sobras de tinta/verniz em pó, que devem ser captados por
sistema de exaustão e filtro (pode ser filtro de mangas). O pó é geralmente
reciclado, devido ao seu alto valor comercial.
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MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
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conclusão
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES
• Contaminação do solo e/ou de águas • Os resíduos sólidos que não possam ser recuperados e
superficiais ou subterrâneas pela reaproveitados devem ser tratados adequadamente
disposição inadequada de antes da disposição final.
embalagens de produtos químicos • Para escolha do tratamento adequado deve ser
e/ou materiais contaminados com observada a classificação do resíduo, de acordo com a
óleos emulsionados (aparas norma da ABNT - NBR 10004.
resultantes da usinagem de peças), • De acordo com a natureza do resíduo, as possibilidades
bem como materiais com borra de de tratamento incluem: incineração, disposição em aterro
tinta ou lodo residual dos banhos. industrial controlado (Classe1), inertização e solidificação
química, encapsulamento, queima em fornos de
produção de cimento etc.
• Não havendo possibilidade de tratamento na área da
indústria, o resíduo pode ser tratado em outra planta
que disponha de instalações adequadas para
tratamento, neste caso, deve-se ter cuidado especial
com o transporte.
• No caso do resíduo não ser tratado imediatamente após
sua geração, deve-se prever, na área da indústria, locais
adequados para seu armazenamento.
• Poluição sonora causada pelo uso de • Tratamento acústico por meio do enclausuramento de
equipamentos e operações que geram equipamentos ou de proteção acústica nas edificações
ruídos elevados. onde estão instalados os equipamentos ruidosos e/ou
nas unidades cujas operações gerem níveis de ruído
significativos.
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
emissões de sulfetos de hidrogênio que são produzidas, não deve ser utilizado o
método de evaporação direta com gases de escape.
As emissões gasosas do processo Kraft e Soda consistem em compostos de
enxofre, compostos orgânicos, dióxidos de enxofre e óxidos de nitrogênio.
Especialmente os compostos de enxofre podem causar graves problemas de emissão
de odores. Os gases devem ser coletados e lavados de forma muito cuidadosa. A
caldeira de recuperação ou o forno, onde se queima o licor após evaporação, pode
ser uma fonte considerável de emissão de partículas.
Polpa de Sulfito
A contaminação atmosférica produzida no processo Sulfito é diferente da
que se produz no sistema Kraft. O contaminante principal é o dióxido de enxofre. A
fim de evitar a contaminação atmosférica deve ser projetado criteriosamente o
sistema de preparação do ácido e o sistema de eliminação de gases de digestão.
Fabricação de Papel
A fabricação de papel requer grandes quantidades de água, a maior parte
da qual pode ser reciclada depois de tratada. As características dos efluentes variam
muito de uma fábrica para outra, dependendo do grau de reciclagem da água, do
tipo de papel que se produz, do tamanho da fábrica e da matéria-prima que se
emprega. Os principais contaminantes que podem estar presentes são: sólidos
suspensos e sólidos dissolvidos, provenientes das fibras da madeira e os aditivos
empregados na produção de papel.
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como também por resíduos minerais como lodos calcários, areia e demais implementos
auxiliares, e também as cinzas de caldeiras.
Normalmente, os resíduos sólidos são queimados em caldeiras nas próprias
plantas, sendo submetidos anteriormente à secagem. Na destinação dos resíduos,
deve-se dar atenção especial àqueles que podem apresentar-se como substâncias
críticas, especialmente no lodo dos digestores e dos sistemas de tratamento (metais
pesados das tintas , compostos tóxicos etc.), estes necessitam tratamento especial.
Na fabricação de celulose e papel é grande a geração de ruído, cujas principais
fontes de emissão são: o processamento da matéria-prima (corte da madeira), as
máquinas transpor tadoras e trituradoras, as bombas de vácuo, as máquinas
processadoras, a saída de vapor das caldeiras e o funcionamento dos motores.
Para reduzir os efeitos da poluição sonora podem ser adotadas medidas, tais
como: realizar o corte de madeira e o tráfego pesado somente durante o dia, já que
estas atividades podem ser desenvolvidas de forma intermitente; instalar os
equipamentos ruidosos em recintos apropriados, utilizando materiais de absorção
acústica e eliminar o vapor das caldeiras somente com o uso de dispositivos
silenciadores.
3.7.3.1 - QUADRO-resumo: Indústria de Papel e Celulose
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES
• Poluição do solo e contaminação • Adotar sistemas de circuito fechado interno para
hídrica provocada pelo descarte de reutilização das águas passíveis de reaproveitamento, de
águas residuárias. forma a reduzir o volume de efluentes para tratamento.
• Não deve ser lançada nenhuma água residuária, sem o
tratamento necessário para sua depuração, nos rios ou
em locais onde possa ocorrer infiltração.
• Os efluentes hídricos podem ser tratados por meio de
sistema de tratamento primário (decantação,
sedimentação) e secundário (lagoas de oxidação, lagoas
aeradas, lodos ativados etc.).
• Equilibrar a carga de lançamento sobre as instalações de
tratamento, de forma a garantir sua eficiência.
• Monitorar os efluentes após tratamento e antes da
descarga em corpo hídrico receptor, de forma a
comprovar a eficiência do tratamento.
• Para lançamento de efluentes líquidos nos corpos
hídricos receptores, devem ser observados os padrões
para emissão de efluentes constantes da resolução do
CONAMA 020/86.
• Poluição atmosférica provocada pela • Controlar as emissões mediante operação adequada da
emissão de poluentes como dióxidos caldeira e/ou forno de recuperação do “licor”.
de enxofre, compostos reduzidos de • Remover os compostos reduzidos de enxofre por meio
enxofre, óxidos de nitrogênio, material do uso de lavador de gases com solução alcalina e
particulado, compostos orgânicos posterior recombustão dos gases de escape.
tóxicos (p. ex. cloro e sulfetos de • Adotar sistemas de filtros como ciclones, lavadores de
hidrogênio). gases, precipitadores eletrostáticos ou outros, para a
remoção das partículas.
continua
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LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
• Lei Federal 6803 de 02/07/80 – Dispõe sobre as diretrizes básicas para o zoneamento industrial em
áreas críticas de poluição e dá outras providências.
• Decreto-lei 1413 de 14/08/75 – Dispõe sobre o controle da poluição do meio ambiente provocada por
atividades industriais.
• Decreto Federal 76389 de 03/10/75 – Dispõe sobre as medidas de controle ambiental de que trata o
Decreto-lei 1413/75.
• Portaria MINTER 092 de 19/06/80 – Estabelece critérios e diretrizes para a emissão de ruídos e sons
em decorrência de quaisquer atividades industriais e outras.
• Resolução CONAMA 001 de 23/01/86 – Dispõe sobre a Avaliação de Impactos Ambientais.
• Resolução CONAMA 020 de 18/06/86 – Estabelece a classificação das águas doces, salobras e
salinas, segundo seu uso preponderante e estabelece padrões de emissão para efluentes hídricos.
• Resolução CONAMA 006 de 15/06/88 – Dispõe sobre o licenciamento ambiental de atividades
industriais geradoras de resíduos perigosos.
• Resolução CONAMA 005 de 15/06/89 – Institui o Programa Nacional de Controle da Qualidade do Ar –
PRONAR e dá outras providências.
• Resolução CONAMA 001 de 08/03/90 – Dispõe sobre a emissão de ruídos em decorrência de
quaisquer atividades industriais e outras.
• Resolução CONAMA 002 de 08/03/90 - Institui o Programa Silêncio.
• .Resolução CONAMA 003 de 28/06/90 – Estabelece padrões de qualidade do ar e amplia o número de
poluentes atmosféricos passíveis de monitoramento e controle.
• Resolução CONAMA 006 de 17/10/90 – Dispõe sobre a obrigatoriedade de registro e de prévia
avaliação pelo IBAMA, dos dispersantes químicos empregados nas ações de combate aos derrames de
petróleo.
• Resolução CONAMA 008 de 06/12/90 – Estabelece limites máximos de emissão de poluentes do ar
em nível nacional.
• Resolução CONAMA 009 de 31/08/93 – Dispõe sobre óleos lubrificantes e dá outras providências.
• Resolução CONAMA 237/97 – Dispõe sobre o licenciamento ambiental.
• Normas ABNT - NBR 10151 – Avaliação de ruídos em áreas habitadas.
• Normas ABNT - NBR 10152 – Níveis de ruído para conforto acústico.
• Normas ABNT - NBR 10004 – Classificação de resíduos.
185
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
BRINK, J. A., SHREVE, R. N. Indústrias de processos químicos. Rio de Janeiro: Guanabara Dois, 1980.
717p.
BÜHRER, N. E. Sinopse de tecnologia química. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 1977. 125p.
CENTRO PANAMERICANO DE INGENIERÍA SANITÁRIA Y CIENCIAS DEL AMBIENTE. Manual de disposición
de aguas residuales. Lima: CEPIS, 1991. Tomo I. 442p.
_____. Manual de disposición de aguas residuales. Lima: CEPIS, 1991. Tomo II. 442p
CORSON, W. H. Manual global de ecologia. São Paulo: Augustus, 1993. 413p.
GIMA Guia de indicadores e métodos ambientais. Curitiba: IAP/GTZ, 1993. 72p.
INSTITUTO AMBIENTAL DO PARANÁ. Manual de controle da poluição hídrica em indústrias de
papel e celulose. Curitiba: IAP/GTZ, 1995. 95p.
MAIA Manual de avaliação de impactos ambientais. Curitiba: IAP/GTZ, 1992.
NEHMI, V. A. Química inorgânica metais e não-metais. São Paulo: Disal, 1980. 260p.
ORGANIZAÇÃO PANAMERICANA DE SAÚDE. Contaminación de aguas subterrâneas. Lima, 1993. 338
p.
PARANÁ. Secretaria de Estado do Desenvolvimento Urbano e do Meio Ambiente. Coletânea de legislação ambiental.
Curitiba: SEDU, 1991. 536p.
_____. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. Coletânea de legislação ambiental.
Curitiba: IAP/GTZ, 1996.
_____. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. Manual de controle da poluição hídrica
em curtumes. Curitiba: IAP/GTZ, 1997. 67p.
_____. Secretaria de Estado de Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos. Manual de controle da poluição hídrica
em indústrias de papel e celulose. Curitiba: IAP/GTZ, 1997. 67p.
SHREVE, R.N., BRINK, J.A.JR. Indústrias de processos químicos. Rio de janeiro: Guanabara Dois, 1977. 717p.
186
MANUAL DE IMPACTOS ABIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
CAPÍTULO 4
TURISMO
187
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
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MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
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MANUAL DE IMPACTOS ABIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
continuação
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES
• Aumento sazonal de população com • Possibilitar a participação da população afetada no
diversas implicações sobre a área processo de planejamento e execução dos
afetada, sua infra-estrutura e sua empreendimentos.
população nativa. • Implantar medidas compensatórias à população, por
• Possível mudança de valores e formas parte dos empreendedores, como geração de emprego,
de comportamento tradicionais da indenizações etc.
população local, ao ver-se • Planejar o turismo respeitando as formas de vida e as
confrontados com o modo de vida dos tradições da população local.
turistas. • Adotar medidas para a capacitação e o aprimoramento
• Comercialização de festas e profissional da população local e
cerimônias tradicionais das • Implementar dispositivos legais que protejam os
populações locais, como atração aos interesses locais.
turistas, com a possibilidade de perda
de identidade por parte dos nativos e
do sentido real de suas festividades.
• Mudanças nas formas de exploração
econômica da região afetada, com
alterações, tais como da agricultura e
da pesca para a prestação de serviços
ao turista.
• Crescimento da população, com a
concentração espacial e urbanização
não planejada, a vinda de
comerciantes, fabricantes e pessoas
em busca de trabalho, que serão
concorrentes da população local e
poderão acentuar desequilíbrios
sociais.
• Modificação do estilo de vida de
grupos nativos, com a introdução da
economia monetária.
• Violação e inobservância às tradições
religiosas.
• Ocorrência do uso indiscriminado do
álcool e das drogas, assim como da
prostituição.
• Limitação de atividades tradicionais
que utilizam recursos naturais de
maneira artesanal, como a pesca, e
da própria produção de outros
produtos artesanais.
• Aumento dos preços dos gêneros de
primeira necessidade, devido ao
aumento da demanda dos turistas.
continua
197
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
conclusão
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES
"Nas Unidades de Conservação":
• Forte perturbação aos animais, devido • Elaboração e implantação de planos de manejo para as
à excessiva aproximação de pessoas, unidades de conservação, com a previsão da
veículos e geração de ruídos. harmonização das características ambientais da Unidade
• Maior risco de acidentes com animais, com o turismo.
devido ao aumento do tráfego de • Estabelecimento de programas de “educação ambiental”
veículos. para orientação do turista, com especial atenção à
• Modificação do comportamento reciclagem do lixo, bem como às formas e posturas
natural instintivo dos animais, devido ambientais que devem ser mantidas nas áreas de
ao recebimento de alimentos dos turismo, especialmente nas “unidades de Conservação”.
turistas. • Informação ao turista sobre as formas de conduta na
• Transmissão de doenças aos animais Unidade, utilizando-se informativos, placas, cartazes etc.,
e aos próprios homens, através do mediante a implantação de um programa de
contato com os turistas e com seus comunicação social.
dejetos. • Estabelecimento de estradas e caminhos ou trilhas
• Maior risco de ocorrência de abertas ao público.
incêndios florestais, dizimando • Adequação da legislação ambiental nas áreas turísticas
espécies da flora e da fauna. para o atendimento à realidade existente, especialmente
• Coleta de espécies da fauna e da flora quanto à proteção dos atributos da natureza e de valor
de forma predatória. histórico-cultural, entre outras.
• Fechamento de zonas de significativo interesse
ambiental.
• Proibição de coletas de material, como espécies da fauna
e da flora, exceto para fins científicos e devidamente
autorizadas.
• Estabelecimento de estradas e caminhos ou trilhas que
são abertas ao público.
• Estabelecimento de limites de quantidade de turistas e
excursões nas Unidades e
• Informação ao turista sobre as formas de conduta na
Unidade.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL APLICADA À ATIVIDADE
• Além das leis previstas para as diversas obras de infra-estrutura, já tratadas nos capítulos específicos
deste manual, deve-se observar leis especiais para Áreas de Interesse Turístico e Proteção do
Patrimônio Histórico, Artístico e Natural, tais como:
• Lei 6.513 de 20 de dezembro de 1977 - Dispõe sobre a criação de Áreas Especiais e Locais de
Interesse Turístico; sobre o inventário com finalidades turísticas dos bens de valor cultural e natural e
dá outras providências.
• Decreto Lei 86.176 de 16 de julho de 1981, que regulamenta a Lei acima mencionada.
• Decreto 25/37 de 30 de novembro de 1937 – Organiza a proteção do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional.
• Lei 3.924/61 de 26 de julho de 1961 – Dispõe sobre Monumentos Arqueológicos e Pré-Históricos.
• Portaria SPHAN – 11/86 de 11 de setembro de 1986 – Dispõe sobre normas para instauração dos
processos de tombamento.
198
MANUAL DE IMPACTOS ABIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
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MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
CAPÍTULO 5
MINERAÇÃO
202
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
Levantamentos geofísicos
Os métodos geofísicos aplicados podem apresentar diferentes intervenções
no meio, dependendo da opção adotada pelo projeto. Métodos sísmicos requerem a
abertura de picadas e clareiras para execução das perfurações para colocação de
explosivos. Métodos geofísicos não sísmicos podem interferir no meio pela presença
de combustíveis utilizados na geração de energia para colocar os equipamentos em
funcionamento, de tal forma que se deve ter cuidado no armazenamento de produtos
combustíveis. Métodos geofísicos aplicados em perfurações propiciam interferências
204
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
relativamente locais, dependendo do tipo de fonte que pode ser: magnética, elétrica,
acústica, mecânica, térmica ou radiométrica.
Estudos hidrogeológicos
Os métodos de reconhecimento e prospecção utilizados nos estudos
hidrogeológicos podem variar de acordo com o projeto e podem incluir desde testes
de bombeamento contínuo a ensaios de injeção ou de rastreamento. Interferências no
meio podem ocorrer, por exemplo, quando são aplicados testes de bombeamento
contínuo, que podem causar o rebaixamento do lençol freático ou alterar o regime das
águas subterrâneas com prejuízos aos poços instalados no entorno da área de testes.
Amostragem
O objetivo desta etapa é garantir a obtenção das amostras dos materiais para
os ensaios. Os impactos podem ocorrer em função dos tipos de amostragem utilizados
no projeto e da profundidade da ocorrência dos minerais a serem amostrados.
A obtenção de amostras pode ocorrer por desnudamento da rocha-mãe com a
execução de escavações que podem interferir nas condições ambientais locais. A
remoção da cobertura vegetal, a declividade do terreno e a forma de execução das
escavações podem gerar focos de erosão no local amostrado.
Na impossibilidade de se amostrar o material por pequenas escavações, utilizam-
se poços e galerias, optando-se por galerias horizontais e poços verticais. As
interferências no meio ambiente estão relacionadas a possíveis contaminações do
lençol freático, o que pode influenciar a qualidade das águas utilizadas para
abastecimento humano, e ao risco que os poços ou galerias abertas representam
para a comunidade, cujo acesso deve ser restringido.
Quando o material a ser amostrado encontra-se a média ou grande
profundidade, opta-se pela execução de sondagens (perfurações), o que geralmente
propicia excesso de ruído, possibilidade de contaminação das águas subterrâneas e
geração de lodo.
Nesse caso, não só a qualidade como também a vazão (quantidade) do aqüífero
pode sofrer alterações. Resíduos e rejeitos resultantes das sondagens devem ter
tratamento e disposição final adequada, especialmente o lodo e os resíduos de
perfuração, para que não contaminem os cursos de água por lixiviação, erosão e
dispersão eólica.
205
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
Estudos de laboratórios
Análises laboratoriais realizadas através de métodos químicos e físicos geram
resíduos sólidos, líquidos e gasosos, que geralmente possuem misturas tóxicas. Nesse
caso, faz-se necessário o tratamento dos efluentes gasosos, líquidos e sólidos, tanto
em nível de manejo interno como de disposição final.
206
TABELA 1: Demonstrativa dos Processos de Lavra a Céu Aberto e Seus Efeitos em Função dos Métodos Adotados
Estabelecimento ou aumento de populações a partir do Conflitos sociais nos períodos de auge da lavra. (destruição de zonas de desova). (destruição de zonas de
local das atividades de mineração. Estabelecimento ou aumento de assentamentos devido desova).
Destruição das zonas de recreação. às atividades minerais.
Edificações Danos causados pela água após o restabelecimento do
nível freático.
Outros Possível modificação do microclima. Modificação do microclima.
Proliferação de agentes patogênicos e vetores de
doenças nas águas paradas.
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MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
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MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
conclusão
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES
Mineração subterrânea:
• Danos ao depósito e às rochas • Extração de jazidas com planejamento e controle, de
adjacentes, por desmoronamento, forma a não provocar danos às jazidas adjacentes, evitar
explosões. a alteração do fluxo e qualidade das águas e prevenir a
ocorrência de desmoronamentos.
• Danos à saúde dos mineradores • Previsão de medidas de segurança dos
devido à alteração das condições trabalhadores/mineradores, tal como a manutenção da
ambientais no interior das galerias e qualidade do ar no interior das galerias e uso de EPIs.
poços. • Planejar e executar medidas de manejo da vegetação,
• Danos à vegetação, às águas com sua reposição após desativação da mina, com a
superficiais, subterrâneas e aos solos previsão de depósito adequado de rejeitos com
na área utilizada na superfície da respectivo tratamento.
mina.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
• Lei 4.771 de 15/09/65 - Institui o Código Florestal.
• Lei 5.197 de 03/01/67 – Dispõe sobre a Proteção da Fauna.
• Lei 6.938 de 31/08/81 - Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente.
• Lei 7.805 de 18/07/89 – Altera o Decreto-Lei n.° 227/67, cria o regime de permissão de lavra
garimpeira, extingue o regime de matrícula, e dá outras providências.
• Decreto-Lei n.o 227 de 28/02/67 – Institui o Código de Mineração.
• Decreto 97.632 de 10/04/89 – Institui a obrigatoriedade de execução de Planos de Recuperação de
Áreas Degradadas – PRAD(s), para atividades de exploração mineral.
• Decreto 97.634 de 10/04/89 - Estabelece a obrigatoriedade de cadastramento junto ao IBAMA dos
importadores, produtores e comerciantes de mercúrio metálico.
• Resolução n.o 009 06/12/90 – CONAMA – Estabelece normas para o licenciamento ambiental visando
pesquisas minerárias que envolvam o emprego de guia de utilização.
• Resolução n.o 010 de 06/12/90 – CONAMA – Estabelece o licenciamento ambiental prévio para
exploração de bens minerais de classe II.
• Resolução CONAMA 001 de 23/01/86 - Trata do uso e implementação da Avaliação de Impactos
Ambientais.
• Resolução CONAMA 004 de 18/09/85 – Trata das Reservas Ecológicas.
• Resolução CONAMA 237 de 19/12/97 – Trata do licenciamento ambiental de empreendimentos.
213
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
CAPÍTULO 6
INFRA-ESTRUTURA
6.1 - Saneamento
Captação
Para análise dos potenciais impactos ambientais da captação d’água, deve-
se diferenciá-los em captação de “fonte superficial” e de “fonte subterrânea”.
Captação superficial
“A exploração das águas superficiais altera o balanço hidrológico e pode
gerar efeitos ambientais negativos, entre os quais o desequilíbrio entre a
disponibilidade e uso das águas superficiais e subterrâneas”.
As diferenças de disponibilidade de água entre regiões estão relacionadas
com as diferenças climáticas, o aumento do escoamento superficial provocado pelas
alterações na cobertura vegetal, a compactação do solo ou a urbanização, ou ainda o
lançamento de águas residuárias sem tratamento nos corpos receptores.
A disponibilidade de água é atualmente dimensionada em função não só da
quantidade, como da qualidade dos recursos hídricos existentes, uma vez que a poluição
e contaminação dos mananciais de superfície provocam a sua indisponibilidade e exigem
o uso de técnicas de tratamento cada vez mais inviáveis, do ponto de vista econômico.
O aumento de captação de águas superficiais tem como causa principal o
crescente consumo de água potável em função: i) da melhoria do padrão de vida da
população ou crescimento demográfico; ii) do incremento da demanda de água de
processos em indústrias, comércio, serviços e uso agrícola; iii) do desperdício de
água; iv) da perda de água na rede de distribuição e v) da sazonalidade climática.
O aumento do consumo acima da capacidade de suporte dos mananciais provoca
a degradação dos recursos paisagísticos e ecológicos, e altera a estabilidade ecológica
da região. As alterações climáticas e mudanças na cobertura vegetal nas áreas de
mananciais podem reduzir o volume das águas superficiais, ocasionando variação
temporal na disponibilidade deste recurso.
A supressão da cobertura vegetal nas áreas de mananciais, incluindo a
vegetação de preservação permanente, é um dos fatores a influenciar o processo de
erosão (hídrica ou eólica) dos solos, provocando conseqüentemente, o carreamento
de sedimentos para os cursos d’água e posterior assoreamento dos mesmos.
Outra questão a ser considerada na captação de águas superficiais é a
possibilidade de estarem sendo introduzidas substâncias tóxicas no sistema de
abastecimento (por exemplo alguns princípios ativos de agrotóxicos), que o sistema
de tratamento não identifica por deficiência, como aquelas que passam pelo sistema
por serem consideradas doses mínimas e que podem ser cancerígenas quando
acumuladas no organismo humano.
217
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
Captação subterrânea
A demanda crescente de água pode estar acompanhada pela redução da
quantidade e qualidade das águas superficiais, o que gera a necessidade de utilização
de reservas subterrâneas. Porém, deve-se considerar, antes da captação de águas
subterrâneas para consumo, que estas também estão sujeitas à deterioração de sua
qualidade, embora em proporções bem menores que as águas superficiais, em função
principalmente de:
• acumulação e infiltração de minerais nas águas subterrâneas, em função da
irrigação e da alta taxa de evaporação, que ocorre com maior freqüência
nas zonas áridas e semi-áridas;
• lixiviação e difusão de substâncias contaminantes que se encontram fixas no solo;
• infiltração de águas residuais sem tratamento de esgotamento sanitário ou
de fossas sépticas ou sumidouros, e pela infiltração de substâncias tóxicas
de efluentes industriais.
Portanto, nem sempre é possível a utilização de água subterrânea sem submetê-
la a tratamento prévio. Cabe considerar, no entanto, que quanto mais profundo o
lençol subterrâneo, menor será sua suscetibilidade à poluição.
O aproveitamento de aqüíferos para fins de abastecimento público pode ter
variados efeitos sobre o balanço hídrico, provocando alterações sobre seus
componentes de carga e descarga, descritos a seguir:
• componentes de carga: precipitações e águas superficiais que contribuem
para regeneração do aqüífero, alimentação subterrânea de aqüíferos
contíguos e recarga artificial por infiltração;
• componentes de descarga: confluência do aqüífero com águas superficiais,
drenagens e extração de água.
Os principais efeitos ambientais da alteração do balanço hídrico compreendem,
entre outros:
• alteração a longo prazo da qualidade das águas subterrâneas;
• aumento da velocidade de fluxo;
• alteração do fluxo das águas subterrâneas, mediante o desvio de cargas e
infiltrações de águas superficiais;
• entrada de águas salinas em aqüíferos costeiros;
• geração de infiltrações no aqüífero, procedentes de aqüíferos de qualidade
inferior;
218
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
Rede de distribuição
Sob o aspecto ambiental, o principal problema da rede de distribuição é o
desperdício de água, provocado pelas perdas que ocorrem geralmente em função de
deficiências do sistema.
A rede de distribuição pode apresentar elevados riscos de contaminação,
caso não tenha permanente manutenção, entre os quais se destacam: i) vazamento
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MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
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MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
6.1.2 - Esgoto
6.1.2.1 - Descrição da atividade sob o enfoque ambiental
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
SISTEMAS DE COLETA
Tratamento local, incluindo fossa séptica, filtros anaeróbio.
Rede de gravidade, pressão ou vazio de pequeno diâmetro.
Rede de pouca profundidade.
Rede plana.
Sistema simplificado de rede.
Sistema regional de coleta.
Sistema comunitário ou sub-regionais.
OBRAS DE TRATAMENTO
Sistemas locais comunitários, incluindo fossas coletivas e filtros anaeróbios.
Franjas de oxidação.
Tanques de estabilização.
Lagoas aeradas.
Tratamento no solo.
Tratamento biológico convencional.
Tratamento físico-químico.
ELIMINAÇÃO/LANÇAMENTO
Reutilização na agricultura, silvicultura, aqüicultura ou melhoramento da paisagem.
Reutilização em aplicações industriais.
Lançamento no mar.
Descarga em águas superficiais.
MANEJO DO LODO
Produção de adubo/composto.
Produção de composto combinado com lixo orgânico.
Reutilização na agricultura ou silvicultura.
Incineração.
Aterro sanitário.
Eliminação no mar.
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MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
O termo resíduo sólido, comumente conhecido por lixo, define tudo aquilo que
deixa de ter utilidade e é jogado fora, e que se apresenta no estado sólido ou semi-
sólido. É produzido praticamente em todas as atividades humanas e composto por
uma grande diversidade de substâncias.
Na atualidade, o volume de lixo com que a humanidade convive é resultado dos
padrões culturais impostos pela sociedade industrial. A produção de bens e serviços
e a forte indução para a elevação no padrão de consumo intensificam a geração de
resíduos, ao mesmo tempo que as mudanças no estilo de vida são orientadas pela
criação de novas necessidades, que por sua vez estimulam ainda mais o consumo.
Assim, cada vez são produzidas maiores quantidades de resíduos e cresce também a
complexidade da sua composição, com o conseqüente aumento dos impactos da sua
destinação final.
A sociedade moderna vive, portanto, um paradoxo; ao mesmo tempo em que
aumenta a preocupação com o esgotamento dos recursos naturais, que é pouco
disseminada, permanece o encorajamento dos hábitos de consumo indiscriminados,
veiculados especialmente pelos meios de comunicação de massa, com elevado potencial
de impacto em nível global e intergeracional.
A concentração da geração de resíduos ocorre principalmente nas áreas
urbanas, agravando-se e alcançando até mesmo dimensões dramáticas nas grandes
metrópoles, onde é alto o grau de concentração populacional e de consumo.
Proporcionalmente ao aumento das aglomerações urbanas e ao crescimento
da população, ocorre uma diminuição de áreas disponíveis para a destinação dos
resíduos gerados.
Não obstante a gravidade dos problemas vinculados à gestão dos resíduos
sólidos no país, há um baixo nível de compreensão dos seus impactos negativos
e, conseqüentemente, as soluções possíveis são retardadas. O setor público, via
de regra, tem fortes limitações para funcionar como gestor e apresenta baixa
capacidade financeira de investimentos. O setor empresarial, principal gerador,
direto e indireto, dos resíduos, tem baixo nível de envolvimento com o problema.
A população em geral entende que o problema é do governo e também não
compreende a dimensão dos custos e benefícios de um bom sistema de gestão
230
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
de resíduos sólidos.
O equacionamento destes problemas, bem como o melhor aproveitamento
das áreas destinadas à disposição e ao tratamento do lixo, a busca de novas
tecnologias para a minimização, a reutilização e o reaproveitamento dos resíduos
tornaram-se, diante da nova realidade urbana-industrial, em nível global, um
fator vital para o desenvolvimento sustentável em qualquer aglomerado humano.
Portanto, a gestão dos resíduos sólidos, que compreende todas as medidas
adotadas para a prevenção e redução da geração dos resíduos, sua reutilização,
manuseio, tratamento, disposição final adequadas e recuperação de áreas de aterros,
deve estar orientada à: proteção da saúde humana, manutenção da qualidade de vida
e melhoria das condições ambientais e conservação dos recursos naturais.
A adoção dessas medidas depende da compreensão clara dos impactos
negativos dos resíduos sólidos, de modelos eficazes de gerenciamento integrado, do
conhecimento técnico específico quanto à natureza dos resíduos, das normas legais e
administrativas expedidas pelas autoridades federais, estaduais e municipais, aplicáveis
no âmbito dos municípios, bem como da capacidade de fiscalização dessas autoridades.
No Brasil, os resíduos sólidos são classificados pela NBR 10004 da Associação
Brasileira de Normas Técnicas – ABNT, em:
“Resíduos Classe I” – Perigosos: inclui os resíduos sólidos ou mistura de resíduos
que, em função de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade,
toxicidade e patogenicidade, podem apresentar riscos à saúde pública, provocando
ou contribuindo para um aumento de mortalidade ou incidência de doenças e/ou
apresentar efeitos adversos ao meio ambiente, quando manuseados ou dispostos de
forma inadequada.
“Resíduos Classe II” – Não Inertes: São classificados como Classe II ou resíduos
não inertes os resíduos sólidos ou mistura de resíduos sólidos que não se enquadram
na Classe I – perigosos ou na Classe III – inertes. Estes resíduos podem ter propriedades
tais como: combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade em água.
“Resíduos Classe III” – Inertes: contempla os resíduos sólidos ou mistura de
resíduos sólidos que, submetidos ao teste de solubilização (Norma NBR 10006 –
Solubilização de Resíduos – Procedimento) não tenham nenhum de seus constituintes
solubilizados, em concentrações superiores aos padrões definidos na Listagem 8 –
Padrões para os testes de solubilização. Como exemplo destes materiais, pode-se
citar: rochas, tijolos, vidros e certos tipos de borrachas e plásticos que não são
231
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facilmente decompostos.
De acordo com a origem, os resíduos sólidos podem ser classificados em:
“Resíduos Urbanos”, que compreendem os:
233
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Aterro Sanitário
O aterro sanitário é um processo utilizado para disposição de resíduos no
solo, que permite um confinamento seguro em termos de controle de poluição,
desde que projetado, implantado e operado dentro de padrões técnicos adequados.
235
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
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Compostagem
A compostagem fundamenta-se na estabilização da matéria orgânica, por
meio de processo biológico. O produto obtido é um material livre de agentes
patogênicos, chamado composto orgânico, e pode ser utilizado na agricultura
como fertilizante.
O método de compostagem mais comum é “a céu aberto”, que pode ser
considerado aeróbio.
No processo de compostagem o lixo passa por duas etapas: separação física,
para a retirada dos componentes não biodegradáveis, que são considerados rejeitos
e devem ser aterrados ou reciclados, conforme o caso; e trituração, para facilitar a
degradação.
Após o preparo, o lixo é fer mentado ou digerido pela ação de
microrganismos presentes, ou inoculados e adicionados no material.
Vários fatores influenciam o processo de compostagem: qualidade do
material, temperatura, teor de oxigênio, umidade, tipo de microrganismos
presentes, quantidade de material a ser degradado etc.
Os principais impactos ambientais negativos que podem ocorrer nas plantas
de compostagem referem-se à geração de odor e proliferação de vetores.
Outro aspecto a ser considerado refere-se à possibilidade da presença de
contaminantes no composto orgânico, como, por exemplo, metais pesados, que
inviabilizam seu uso para a agricultura.
Incineração
A incineração é um processo de combustão controlada do lixo. Existem vários
tipos de incineradores, que podem operar em processo contínuo ou em bateladas.
São constituídos basicamente de: sistema de alimentação, câmara(s) de combustão,
sistema de recolhimento de cinzas e saída de gases, sendo que alguns possuem
sistema de lavagem de gases.
Devido ao alto custo de implantação, operação e manutenção, a incineração
tem maior aplicação na destruição de resíduos perigosos ou quando as áreas
disponíveis para aterros são extremamente escassas e, portanto, de custos elevados.
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Reciclagem
A reciclagem tem por objetivo reaproveitar materiais já utilizados,
reintroduzindo-os no processo produtivo e economizando, desta forma, recursos
naturais que deixam de ser extraídos para a produção de novos materiais e
áreas de disposição de resíduos, como aterros sanitários, aumentando sua vida
útil.
Nos projetos de gerenciamento de resíduos sólidos, deve ser considerada, na
elaboração de projetos de aterros sanitários, a previsão de áreas específicas para a
implantação das etapas de reciclagem e compostagem.
Quanto aos impactos ambientais negativos, deve-se considerar que nas unidades
de separação e de preparação dos materiais para a reciclagem, as quais são integrantes
do sistema de gerenciamento de resíduos, quando não projetadas ou operadas dentro dos
padrões técnicos adequados, podem ocorrer a geração de odor, proliferação de vetores e
geração de águas residuárias provenientes da lavagem dos materiais (ex.: vidro).
Resíduos Industriais
Os resíduos industriais devem ser tratados em função das suas propriedades.
No caso de resíduos classe II – não inertes e classe III – inertes (NBR 10004 –
ABNT), não sendo passíveis de reaproveitamento, podem ser dispostos em aterros
sanitários comuns, tomando-se os devidos cuidados.
Quanto aos resíduos perigosos, existe uma grande diversidade de processos
que podem ser empregados no tratamento, sendo os mais usuais a incineração,
encapsulamento, biodegradação e aterros especiais. Para cada alternativa de
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conclusão
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
• Lei Federal 5.318 de 26/06/67 – Institui a Política Nacional de Saneamento.
• Lei Federal 6.938 de 31/08/81 – Institui a Política Nacional do Meio Ambiente (regulamentada pelo
Decreto 99.274, de 06/06/90).
• Lei Federal 7.347 de 24/07/85 – Disciplina a ação civil pública por danos causados ao meio ambiente.
• Lei Federal 7.802 de 11/08/89 – Dispõe sobre agrotóxicos (regulamentada pelo Decreto n.º 98.816 de
11/01/90).
• Lei Federal n.º 9.605 de 12/02/98 – Disciplina sobre o crime ecológico.
• Resolução CONAMA 005 de 15/06/88 - Dispõe sobre o licenciamento de obras de saneamento.
• Resolução CONAMA 006 de 15/06/88 – Dispõe sobre o licenciamento ambiental de atividades
industriais geradoras de resíduos perigosos.
• Resolução CONAMA 006 de 19/09/91 – Determina a não obrigatoriedade de quaisquer tratamentos de
queima de resíduos sólidos oriundos de estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos.
• Resolução CONAMA 008 de 19/09/91 – Proíbe a entrada, em território nacional, de materiais residuais
destinados à disposição final e incineração.
• Resolução CONAMA 005 de 05/08/93 – Define os procedimentos mínimos para o gerenciamento dos
resíduos sólidos, provenientes dos serviços de saúde, portos e aeroportos.
• Resolução CONAMA 009 de 31/08/93 – Dispõe sobre a reciclagem e destinação de óleos lubrificantes.
• Resolução CONAMA 007 de 04/05/94 – Dispõe sobre a importação de resíduos à luz da Convenção da
Basiléia.
• Resolução CONAMA 019 de 19/09/94 – Autoriza, em caráter de excepcionalidade, a exportação de
resíduos perigosos contendo bifenilas policloradas (PCBs).
• Resolução CONAMA 037 de 30/12/94 – Proíbe a importação de resíduos perigosos classe 1, em todo o
território nacional, para qualquer fim.
• Instrução Normativa SEMA/SCT/CRS 001 de 10/06/83 – Disciplina o manuseio, armazenamento e
transportes de PCBs.
• Portaria Interministerial 19 de 20/01/82 – Proíbe a produção, uso e a comercialização de PCBs.
• Portaria MINTER 053 de 01/03/79 – Determina que os projetos específicos de tratamento e disposição
de resíduos sólidos, ficam sujeitos à aprovação do órgão estadual competente.
• Portaria IBAMA 1197 de 16/07/90 – Dispõe sobre a prévia autorização do IBAMA para a importação de
materiais que especifica (sucatas, resíduos, desperdícios e cinzas).
• Decreto Legislativo 034 de 16/06/92 – Aprova o texto da Convenção sobre o Controle de Movimentos
Transfronteiriços de Resíduos Perigosos e sua Eliminação, concluída em Basiléia, Suíça, em 22 de
março de 1989.
• ABNT - NBR 10004 – Resíduos Sólidos – Classificação.
• ABNT - NBR 10005 – Lixiviação de Resíduos - Procedimento.
• ABNT - NBR 10006 – Solubilização de Resíduos – Procedimento.
• ABNT - NBR 10007 – Amostragem de Resíduos – Procedimento.
• Regulamentos e/ou Códigos Municipais de Limpeza Pública e
• Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano.
6.2 - IRRIGAÇÃO
técnica e do sistema de drenagem, além do tipo dos solos e qualidade das águas
utilizadas para a irrigação, que ocasionam desequilíbrio de nutrientes, com o excesso
de sais, com a conseqüente desestruturação e impermeabilização do solo.
A saturação e a salinização dos solos são problemas comuns da irrigação.
A saturação é causada, principalmente, pela drenagem inadequada e irrigação
excessiva, que provocam a concentração dos sais adsorvidos no perfil do solo na
zona das raízes das plantas.
A irrigação inadequada aumenta os problemas de salinização, que, geralmente,
são mais intensos nas zonas áridas e semi-áridas, onde a evaporação superficial é
mais intensa.
A conseqüência direta da salinização é o atraso no crescimento das plantas
com a redução da produtividade. Também a deficiência de drenagem natural pode
incorrer em saturação do solo e ocasionar o denominado estresse de excesso, trazendo
conseqüências semelhantes às decorrentes da salinização.
Segundo LIMA & VALARINI (1996), constituem-se impactos ambientais
intrínsecos da agricultura irrigada: o risco à degradação do solo, a alteração
microclimática, que pode favorecer a incidência de pragas e doenças e a alteração
das propriedades químicas e físicas dos corpos da água sujeitos à poluição.
Constituem-se em impactos ambientais extrínsecos da agricultura irrigada: a
poluição e contaminação por agroquímicos, implicando risco de intoxicação humana
e animal, além da alteração da cobertura vegetal provocada pela expansão da
área irrigada, com conseqüentes reduções de biodiversidade, alterando o valor
dos recursos naturais e a qualidade de vida de agricultores e consumidores.
Assim sendo, dentre os potenciais impactos ambientais negativos dos projetos
de irrigação destacam-se:
• a potencial ocorrência de erosão dos solos;
• a saturação e salinização dos solos;
• a lixiviação dos nutrientes dos solos;
• o aparecimento de algas e a proliferação de pragas;
• a deterioração da qualidade da água do rio, a jusante do projeto de irrigação,
e a contaminação da água do lençol freático;
• a redução das vazões dos rios a jusante do projeto de irrigação, afetando os
usuários situados abaixo da área irrigada;
• a alteração ou destruição do habitat da fauna ou obstrução do seu movimento;
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aceitáveis aos níveis altos de salinidade e outras são sensíveis aos níveis
relativamente baixos. Esta diferença deve-se à melhor capacidade de adaptação
osmótica que algumas culturas têm, o que permite absorver, mesmo em condições
de salinidade, maior quantidade de água. Para melhor exemplificar, a tabela 2
mostra alguns exemplos de tolerância à salinidade das culturas selecionadas e
seu rendimento potencial em função da salinidade do solo ou da água.
TABELA 2
Tolerância à Salinidade das Culturas Selecionadas E seu Rendimento Potencial
em Função da Salinidade do Solo ou da Água
RENDIMENTO POTENCIAL1
CULTURAS 100% 90% 75% 50 0%
CEes CEa CEes CEa CEes CEa CEes CEa CEes CEa
Algodoeiro(Gosssypium hirsutum) 7,7 5,1 9,6 6,4 13,0 8,7 18,0 12,0 28,0 19,0
Beterraba (Beta vulgaris) 4,0 2,1 5,1 3,4 6,8 4,5 9,6 6,4 15,0 10,0
Sorgo (Sorghum bicolor) 6,8 4,5 7,4 5,0 8,4 5,6 9,9 6,7 13,0 8,7
Soja (Glycine max) 5,0 3,3 5,5 3,7 6,3 4,2 7,5 5,0 10,0 6,7
Caupi (Vigna unguiculata) 4,9 3,3 5,7 3,8 7,0 4,7 9,1 6,0 13,0 8,8
Arroz (Oryza sativa) 3,3 2,2 3,8 2,6 5,1 3,4 7,2 4,8 11,0 7,4
Amendoim (Arachis hypogaea) 3,2 2,1 3,5 2,4 4,1 2,7 4,9 3,3 6,6 4,4
Cana (Saccharum officinarum) 1,7 1,1 3,4 2,3 5,9 4,0 10,0 6,8 19,0 12,0
Milho (Zea mays) 1,7 1,1 2,5 1,7 3,8 2,5 5,9 3,9 10,0 6,2
Feijão (Phaseolus vulgaris) 1,0 0,7 1,5 1,0 2,3 1,5 3,6 2,4 6,3 4,2
Brócolis (Brassica oleracea botrytis) 2,8 1,9 3,9 2,6 5,5 3,7 8,2 5,5 14,0 9,1
Tomate (Lycopersicum esculentum) 2,5 1,7 3,5 2,3 5,0 3,4 7,6 5,0 13,0 8,4
Pepino (Cucumis sativus) 2,5 1,7 3,3 2,2 4,4 2,9 6,3 4,2 10,0 6,8
Espinafre (Spinacia oleracea) 2,0 1,3 3,3 2,2 5,3 3,5 8,6 5,7 15,0 10,0
Batata (Solanum tuberosum) 1,7 1,1 2,5 1,7 3,8 2,5 5,9 3,9 10,0 6,7
Batata-doce (Ipomoea batatas) 1,5 1,0 2,4 1,6 3,8 2,5 6,0 4,0 11,0 7,1
Pimentão (Capsicum annuum) 1,5 1,0 2,2 1,5 3,3 2,2 5,1 3,4 8,6 5,8
Alface (Lactuca sativa) 1,3 0,9 2,1 1,4 3,2 2,1 5,1 3,4 9,0 6,0
Cebola (Allium cepa) 1,2 0,8 1,8 1,2 2,8 1,8 4,3 2,9 7,4 5,0
Cenoura (Daucus carota) 1,0 0,7 1,7 1,1 2,8 1,9 4,6 3,0 8,1 5,4
Fonte: MAAS & HOFFMAN (1977) In AYERS & WESTCOT (1991) (Modificado).
1 CEes é a salinidade da zona radicular medida em condutividade elétrica no extrato de saturação do solo, expressa em DeciSiemens
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conclusão
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
• Decreto-Lei 24.643 de 10/07/34 – Institui o Código das Águas.
• Decreto-Lei 852 de 11/11/38 - Mantém com modificações o Decreto-Lei 24.643 (Código das Águas);
• Lei 4.771 de 15/09/65 - Institui o Código Florestal.
• Lei 5.197 de 03 de janeiro de 1967 – Dispõe sobre a Proteção da Fauna.
• Lei 6.225 - 14/07/75 - Dispõe sobre a discriminação por parte do Ministério da Agricultura de regiões
de execução obrigatória de Planos de Proteção do Solo e de combate a erosão.
• Decreto 77.775 - 08/06/76 - Regulamenta a Lei 6.225/75.
• Lei 6.662, de 25/06/79 – Dispõe sobre a Política Nacional de Irrigação.
• Lei 6.938 de 31/08/81 - Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente.
• Decreto 89.336, de 31/01/84 – Dispõe sobre as reservas ecológicas e áreas de relevante interesse
ecológico.
• Decreto 94.076 de 05/03/87 - Institui o Programa Nacional de Microbacias Hidrográficas.
• Lei 8.171 - 17/01/91 - Lei de Política Agrícola – Estabelece a Proteção Ambiental dos Recursos
Naturais da Propriedade Agrícola.
• Lei 9.433 de 08/01/97 - Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos.
• Resolução CONAMA 001 de 23/01/86 - Trata do uso e implementação da Avaliação de Impactos
Ambientais.
• Resolução CONAMA 004 de 18/09/85 – Trata das Reservas Ecológicas.
• Resolução CONAMA 237 de 19/12/97 – Trata do licenciamento ambiental de empreendimentos.
a) Transporte Terrestre
Compreende todas as ações que visam à movimentação de bens e pessoas
por intermédio de rodovias ou ferrovias, formando-se assim uma malha viária
hierarquizada de acordo com a movimentação média de veículos. Assim, esta infra-
estrutura corresponde aos grandes corredores de transporte terrestre interligados
por ramais de menor significado. As instalações em transpor tes terrestres
correspondem a:
• Leito ou lastro da via.
• Faixa de Domínio.
• Terminais de cargas e passageiros.
• Obras de arte: pontes, viadutos, elementos de drenagem, elementos de
sinalização horizontal e vertical.
O tipo, o projeto e a instalação da infra-estrutura de uma rodovia ou ferrovia
dependerá da topografia, da natureza do terreno, do tipo de material necessário para
a composição do leito da via e do material utilizado na pavimentação. Existem
pavimentações asfálticas, de concreto e por produtos naturais como cascalhos e piçarras.
b) Transporte Aéreo
Compreende todas as ações que visam efetivar, em condições seguras, o
transporte de passageiros e mercadorias, através do ar, utilizando-se para isso os
mais diversos tipos de aeronaves. As instalações aeroportuárias compreendem
basicamente a estrutura de apoio e a estrutura de tráfego.
Estrutura de apoio:
• Terminal de cargas.
• Terminal de passageiros.
• Terminal de combustíveis.
• Terminal de “catering”.
Estrutura de tráfego:
• Pistas de pouso e decolagem.
• Pistas de taxiamento.
• Pátio de manobras.
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c) Transporte Aquático
Compreende as ações que visam efetivar, em condições seguras, o transbordo,
a armazenagem, o transporte de mercadorias no estado sólido, líquido, gasoso ou
alimentos, no transcurso de seu tranlado, além do transporte de passageiros. As
estruturas em projetos de transporte aquático compreendem instalações terrestres
e aquáticas.
Entre as instalações terrestres encontram-se:
• Estradas e ferrovias.
• Áreas de armazenamento , silos, áreas de manejo de guindastes e
empilhadeiras.
• Pontes, oleodutos.
• Instalações para o abastecimento de água e energia, de disposição de resíduos
sólidos, óleos, graxas e tratamento de esgoto.
• Instalações para contenção de enchentes (diques - caso de portos que estão
expostos ao risco de inundações).
• Edifícios de serviços, dependências administrativas, oficinas de equipamentos
e manutenção.
• Edifícios industriais do setor portuário, estaleiros, entre outros.
Entre as instalações aquáticas encontram-se:
• Eclusas, canais de acesso, portões de segurança, elevatórias etc..
• Atracadouros, rebocadores, pontes de atracagem.
• Instalações de atracagem para estaleiros, entre outros.
O tipo, o projeto e a instalação da infra-estrutura de um porto ou hidrovia
dependerá das condições locais, como a topografia, a natureza do terreno, profundidade
etc.; do tipo e da quantidade de cargas transportadas, por exemplo, cargas a granel,
em containers, ou gases e líquidos; das diferentes articulações de transportes
ferroviário, hidroviário, rodoviário e dutos condutores das cargas e das estruturas
existentes ou em construção na área de instalação do porto, entre outros.
Para melhor exemplificar os impactos ambientais negativos dos projetos de
infra-estrutura de transporte, assim como as medidas atenuantes a serem adotadas,
este manual descreve a seguir os três tipos de empreendimentos mais usuais no
sistema de transporte brasileiro e do Nordeste, ou seja portos, estradas e aeroportos.
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6.3.1 - Portos
6.3.1.1 - Descrição da atividade sob o enfoque ambiental
O transporte hidroviário mobiliza mais de 80% do comércio mundial, os projetos
de portos estão, geralmente, associados a benefícios econômicos de grande alcance.
A integração dos meios de transporte aéreo, terrestre e hídrico aumentam a
complexidade dos portos aumentando também os impactos ambientais desta atividade,
implicando alterações dos ecossistemas locais, com influência sobre os animais, vegetais,
à paisagem e ao ser humano.
O tipo, o desenho e a instalação da estrutura de um porto dependerão das
condições locais em terra e mar, como a topografia e natureza do terreno, do tipo de
cargas que serão transportadas e das possíveis combinações de transporte para o
interior do país, sejam elas vias férreas, estradas, vias navegáveis ou dutos, assim
como, das estruturas existentes no entorno da área. Portanto, deve-se destacar que
uma estrutura portuária apresenta inter-relação com diversas outras atividades e
seus impactos ultrapassam os limites da área do porto.
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Cargas minerais
• Deve-se buscar áreas de terrenos resistentes para a armazenagem e
prover este da devida impermeabilização, evitando alterações no subsolo
e possíveis contaminações.
• No entorno das áreas de armazenagem deve ser providenciada a
instalação de um sistema de drenagem capaz de escoar as águas das
chuvas, dimensionando-o de acordo com a quantidade de precipitações
do local, impedindo infiltrações e fugas de águas contaminadas.
• Deve-se instalar tanques de sedimentação e plantas de tratamento para as
águas que estão em contato com os minerais.
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Cargas a granel
• Realizar medidas preventivas para o controle da poeira em suspensão, com
a pulverização de água, quando couber, e utilizando sistemas de carga e
descarga confinados.
Para planejar um porto, deve-se realizar uma análise detalhada das condições
locais da via hídrica, sendo os pontos programáticos mais importantes deste
planejamento, os seguintes:
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conclusão
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL:
• Lei Federal 5.357 de 17/11/67 - Estabelece penalidades para embarcações e terminais marítimos ou
fluviais que lançarem detritos ou óleo em águas brasileiras e dá outras providências.
• Lei Federal 7.661 de 16/05/88 - Institui o Plano de Gerenciamento Costeiro e dá outras providências.
• Decreto 50.877 de 29/06/61 - Dispõe sobre o lançamento de resíduos tóxicos ou oleosos nas águas
interiores ou litorâneas do país e dá outras providências.
• Resolução do CONAMA 001 de 23/01/86 - Estabelece as definições, as responsabilidades, os critérios
básicos e diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental.
• Resolução CONAMA 006 de 17/10/90 - Institui a obrigatoriedade de registro e de prévia avaliação pelo
IBAMA dos dispersantes químicos empregados nas ações de combate aos derrames de petróleo.
• Resolução CONAMA 006 de 19/09/91 - Determina a não obrigatoriedade de quaisquer tratamentos de
queima de resíduos sólidos oriundos de estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos.
• Resolução CONAMA 005 de 05/08/93 - Define os procedimentos mínimos para o gerenciamento de
resíduos sólidos, provenientes de serviços de saúde, portos e aeroportos.
6.3.2 - Estradas
6.3.2.1 - Descrição da atividade sob o enfoque ambiental
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nas ocasiões de chuvas torrenciais podem sofrer acentuada erosão, com maior
intensidade em áreas onduladas e inclinadas, tornando-se intransitáveis e gerando
danos às terras limítrofes com prejuízo à produção agropecuária. Esta erosão pode
acarretar danos à vegetação e às águas superficiais pelo deslizamento de encostas e
sedimentação dos rios.
As rodovias apresentam impactos ambientais indiretos no que diz respeito ao
acesso a áreas de significativo interesse ambiental, expondo-as aos riscos da
degradação da flora e fauna, especialmente devido ao desmatamento, à pesca e à
caça ilegais. Alguns dos recursos naturais, anteriormente protegidos da exploração,
por se encontrarem inacessíveis, podem imediatamente tornar-se desprotegidos, com
a implantação de uma determinada estrada.
A medida que deve ser adotada com maior poder de atenuação dos impactos
ambientais negativos da implantação de uma rodovia está relacionada ao efetivo
planejamento, que contemple todas as alternativas de traçado, buscando as
melhores condições para evitar e/ou minimizar estes impactos sobre os recursos
naturais, históricos-culturais, sobre a população e sobre o uso da terra.
As medidas para a atenuação devem ser específicas para cada projeto,
nas distintas fases de planejamento, construção, operação e manutenção,
orientadas para o controle de erosão e sedimentação, coleta e tratamento de
resíduos sólidos, prevenção e controle de riscos de acidentes, reabilitação e/ou
recuperação de áreas degradadas, especialmente as de empréstimo (aterro,
cascalho e pedreiras) ou utilizadas para apoio e produção de insumos (depósito
de materiais, usina de asfalto).
Segundo LOPES & QUEIROZ In MAIA(1992), dentre as medidas testadas em
nível internacional, podem ser apontadas:
• Reconfor tar e proteger as superfícies de terrenos expostas pelas
operações de terraplenagem com materiais naturais (terra vegetal,
plantio de grama, hidrossemeadura) ou artificiais (telas, geotêxteis etc.).
• Proceder ao corte de árvores previamente à execução da limpeza da
faixa, retirando e aproveitando a madeira para as necessidades da obra
e proibindo o corte fora da área terraplenada.
• Limitar a limpeza à faixa situada dentro dos off-sets delimitados para a
terraplenagem.
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continuação
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES
• Contaminação do ar e solo devido à • Instalar equipamentos de controle de contaminação do ar;
operação da usina de produção de • Reunir e reciclar os lubrificantes.
asfalto e britagem, com a geração de Prover os acampamentos de coleta e disposição correta
•
fuligem, gases e materiais particulados; de resíduos sólidos e líquidos.
• Produção de pó e ruído pelo Utilizar dispositivos e equipamentos de controle de
•
funcionamento de equipamentos de gases, ruídos e materiais particulados, especialmente
construção e detonações. nas pedreiras, instalações de britagem e usinas de
• Contaminação devido à utilização de asfalto, mantendo sempre os motores e máquinas em
agrotóxicos para limpeza de áreas. boa condição de regulagem e operacionalidade.
• Geração de acúmulo de resíduos sólidos, • Utilizar limpeza manual e/ou mecânica, evitando o uso de
especialmente nos canteiros de obra. herbicidas.
• Interferência na circulação ou • Executar e manter em boas condições: sinalização,
movimentação de gado, animais acostamentos, defensas, terceiras faixas etc.
silvestres e da população local, • Compatibilizar, com segurança e sem prejuízos a ambas
inclusive com a possibilidade de as partes, em nível local, o uso de meios de transporte
interromper rotas migratórias de não motorizado.
espécies da fauna nativa.
• Possibilidade de ocorrência de • Proibir a execução de queimadas para a limpeza da faixa
queimadas acidentais ou para limpeza de domínio.
executada no trecho do projeto. • Manter carros-pipas para umedecimento e controle de
incêndios e equipamentos para manutenção de caminhos
de serviço.
• Transmissão de doenças infecto- • Manter um controle médico da saúde dos operários,
contagiosas dos trabalhadores para a comissões para reduzir acidentes de trabalho e proteção
população local e vice-versa. aos trabalhadores, especialmente contra excessos de
ruídos, poeira, gases etc.
• Evitar a geração de focos de vetores de transmissão de
doenças como charcos, alagados, depósitos de lixo etc.
• Risco de acidentes ambientais com • Desenvolver e manter planos, pessoal e equipamentos
cargas perigosas em movimentação para situações de emergência como acidentes graves,
na rodovia com contaminação da especialmente, com derramamento de substâncias
água, ar e solo. perigosas, designando para o transporte destas, rotas
especiais e fazendo cumprir a legislação específica sobre
esse tipo de transporte.
• Produção de poeira e ruído na área • Umedecer periodicamente os locais de circulação de
do projeto. veículos durante a implantação da obra.
• Manter os silenciadores de veículos e equipamentos em
ordem e fazer isolamento acústico de equipamentos
ruidosos.
• Aumento da caça e pesca ilegal, • Proibir a caça e a pesca ilegal e/ou predatória pelos
especialmente por parte dos operários da construção e usuários da rodovia.
trabalhadores na construção, entre
outros.
• Geração de acúmulo de resíduos • Executar programa de comunicação social e educação
sólidos, especialmente nas margens e ambiental, informando sobre a importância de não jogar
faixas de domínio das rodovias. resíduos dos automóveis.
continua
271
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
conclusão
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES
• Degradação provocada pela urbanização • Desenvolver um planejamento global de uso e
induzida ou sem planejamento, ao longo ou ordenamento do solo ao longo da rodovia e um plano
em pontos específicos da rodovia; funcional, incluindo nesse planejamento os organismos
• Degradação visual devido à colocação de intervenientes em todos os níveis, inclusive os órgãos de
painéis ao longo da rodovia. fiscalização ambiental.
• Facilidade de acesso a terras com
características de significativo interesse
ambiental, como parques, reservas biológicas e
demais áreas com florestas nativas.
• Impactos da construção de outros caminhos
de caráter secundário, no sentido de diminuir
distâncias ou evitar postos de pedágio.
• Indução ao desenvolvimento desordenado de
atividades de produção, serviços e moradia
ao longo das rodovias.
• Alteração local e regional da posse e • Estabelecer diálogo e buscar critérios justos para as
distribuição da terra, devido ao caráter desapropriações e relocações.
especulativo.
• Alteração do uso da terra e exclusão de
determinados usos na área afetada pelo
projeto.
• Migração de mão-de-obra e alteração ou
deslocamento da economia de
subsistência.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
• Lei 4.771 de 15/09/65 – Institui o Código Florestal.
• Lei 5.197 de 03 de janeiro de 1967 – Dispõe sobre a Proteção da Fauna.
• Lei 6.938 de 31/08/81 - Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente.
• Lei 9.433 de 08/01/97 - Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos.
• Decreto-Lei 24.643 de 10/07/34 – Institui o Código das Águas.
• Decreto-Lei 852 de 11/11/38 - Mantém com modificações o Decreto-Lei 24.643 (Código das Águas).
• Decreto-Lei n.o 227 de 28/02/67 – Institui o Código de Mineração.
• Decreto 89.336, de 31/01/84 – Dispõe sobre as reservas ecológicas e áreas de relevante interesse ecológico.
• Decreto 97.632 de 10/04/89 – Institui a obrigatoriedade de execução de Planos de Recuperação de
Áreas Degradadas – PRAD(s), para atividades de exploração mineral.
• Resolução CONAMA 001 de 23/01/86 - Trata do uso e da implementação da Avaliação de Impactos
Ambientais.
• Resolução CONAMA 004 de 18/09/85 – Trata das Reservas Ecológicas.
• Resolução CONAMA 006 de 06/11/87 – Trata do licenciamento de obras de grande porte.
• Resolução CONAMA 010 de 03/12/87 – Estabelece como pré-requisito para o licenciamento de obras de
grande porte a implantação de Estação Ecológica.
• Resolução n.o 010 de 06/12/90 – CONAMA – Estabelece o licenciamento ambiental prévio para
exploração de bens minerais de classe II.
• Resolução CONAMA 237 de 19/12/97 – Trata do licenciamento ambiental de empreendimentos.
272
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
6.3.3 - Aeroportos
6.3.3.1 - Descrição da atividade sob o enfoque ambiental
Sobre a socioeconomia
A influência da construção de um aeroporto sobre a socioeconomia apresenta
impactos de difícil mensuração e delimitação. Entre outras, é possível destacar a
ocorrência de:
• Alteração do uso do solo.
• Alteração nas relações de propriedade.
273
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274
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
Ruído
O aumento dos níveis de pressão sonora nas regiões próximas aos
aeroportos é outro impacto ambiental negativo a ser destacado. Uma das fontes
de ruídos mais desagradáveis é a produzida por aviões, que nas áreas
aeroportuárias, nas rotas de decolagem e aterrissagem, são inevitáveis, sendo
possível tão-somente o seu controle buscando a redução dos níveis. Além dos
ruídos provocados pelas aeronaves, devem ser observados os provocados pelo
intenso tráfego de veículos nas áreas de acesso ao aeroporto.
Microclima e qualidade do ar
As construções que ocupam grandes superfícies de solo freqüentemente
produzem alterações microclimáticas, formando um microclima próprio, com
modificação do balanço térmico. Segundo DIAS(1995), podem ocorrer, em áreas
urbanizadas e impermeabilizadas, diferenças de mais de 2° C de temperatura
em relação à área rural ou não impermeabilizada.
A esta situação de alteração microclimática adiciona-se a redução da
qualidade do ar, devido à concentração elevada de poluentes atmosféricos emitidos
pelas aeronaves que, em aeroportos de intenso movimento, podem apresentar
elevados níveis de hidrocarbonetos, monóxido de carbono e óxidos de nitrogênio,
especialmente em períodos de inversão térmica.
275
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
278
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
conclusão
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES
• Aumento dos níveis de pressão • Implantação das restrições de horários para
sonora nas regiões próximas aos aterrissagem e decolagem.
aeroportos. • Fixação de rotas e uso de rotas alternativas para
aterrissagem e decolagem, evitando áreas densamente
povoadas.
• Proteção acústica de casas e edifícios existentes nas
zonas expostas aos ruídos.
• Implantação de sistema de monitoramento de ruídos,
com a aplicação de sanções para as aeronaves que
apresentem médias acima das de sua especificação.
• Alteração microclimática e redução da • Controlar o excesso de impermeabilização das áreas do
qualidade do ar. aeroporto.
• Estimar a freqüência dos períodos de inversão térmica
na região.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL
• Lei 4.771 de 15/09/65 - Institui o Código Florestal.
• Lei 5.197 de 03 de janeiro de 1967 – Dispõe sobre a Proteção da Fauna.
• Lei 6.938 de 31/08/81 - Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente.
• Lei 9.433 de 08/01/97 - Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos.
• Decreto-Lei 24.643 de 10/07/34 – Institui o Código das Águas.
• Decreto-Lei 852 de 11/11/38 - Mantém com modificações o Decreto-Lei 24.643 (Código das Águas).
• Decreto 89.336, de 31/01/84 – Dispõe sobre as reservas ecológicas e áreas de relevante interesse ecológico.
• Resolução CONAMA 001 de 23/01/86 - Trata do uso e implementação da Avaliação de Impactos Ambientais.
• Resolução CONAMA 004 de 18/09/85 – Trata das Reservas Ecológicas.
• Resolução CONAMA 006 de 06/11/87 – Trata do licenciamento de obras de grande porte.
• Resolução CONAMA 010 de 03/12/87 – Estabelece como pré-requisito para o licenciamento de obras
de grande porte a implantação de Estação Ecológica.
• Resolução CONAMA 006 de 19/09/91 – Determina a não obrigatoriedade de quaisquer tratamentos de
queima de resíduos sólidos oriundos de estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos.
• Resolução CONAMA 005 de 05/08/93 – Define os procedimentos mínimos para o gerenciamento de
resíduos sólidos, provenientes de serviços de saúde, portos e aeroportos.
• Resolução CONAMA 237 de 19/12/97 – Trata do licenciamento ambiental de empreendimentos.
• irrigação;
• navegação;
• abastecimento de águas;
• regularização de vazões;
• piscicultura, entre outras.
O objetivo principal das barragens é garantir um determinado nível regulado
de água para cumprir sua finalidade, seja assegurando uma profundidade mínima
para a navegação, o fluxo necessário para a geração de energia elétrica ou a
quantidade necessária para o abastecimento público, irrigação, seja a simples
contenção do excesso de águas que poderiam provocar enchentes a jusante.
Segundo MULLER (1995), em 1990, do total de 343 aproveitamentos
hidráulicos cadastrados na Comissão Técnica de Barragens e Reservatórios de
Usos Múltiplos, 124 destinavam-se à geração de energia hidrelétrica, 4 à navegação,
72 para o abastecimento de água, 37 para irrigação, 3 para a piscicultura, 76
para regularização, 12 para o controle de cheias e outras 15 destinadas a outros
usos, sendo que os 37,9% das barragens de concessionárias de energia elétrica
acumulavam 95% de todo o volume de água represado no Brasil.
A utilização de uma represa para determinado fim pode prejudicar outros
usos da água, provocando os chamados conflitos de usos. Assim, os usos de uma
represa devem ser disciplinados de forma a garantir o melhor aproveitamento
econômico e social da água acumulada (SUETÔNIO, 1995).
A implantação de barragens, mesmo que projetadas dentro das técnicas
modernas e buscando provocar poucos impactos ambientais negativos, produz conflitos
de objetivos, especialmente relacionados com a proteção e o aproveitamento dos
recursos naturais. Por esta razão, na concepção e dimensionamento, na
implantação e na operação de barragens, o empreendedor deve adotar uma
série de medidas no sentido de evitar e/ou atenuar impactos ambientais negativos
decorrentes desta atividade, os quais são detalhados a seguir.
281
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
seguro funcionamento da barragem, uma vez que galhos e troncos terão acesso
ao ponto de tomada d’água. As emissões de metano procedentes da biomassa
acumulada no reser vatório podem alcançar, em casos extremos, índices
comparáveis às termelétricas, contribuindo para o efeito estufa.
As mudanças nas condições de fluxo das águas, acompanhadas de uma
ampliação de áreas de águas pouco profundas nas margens dos reservatórios,
especialmente em zonas de clima quente, fazem surgir ambientes adequados para a
proliferação de vetores transmissores de doenças ligadas à água, como malária,
esquistossomose, entre outras.
Cuidado especial deve-se ter com as mudanças provocadas no nível do lençol
freático, especialmente em zonas utilizadoras de fossas sépticas e que se encontram
a montante da barragem, já que as mesmas, com a elevação do nível do lençol,
podem transbordar. O mesmo cuidado deve ser observado na implantação de aterros
sanitários e cemitérios nessas áreas.
As superfícies ocupadas por áreas de empréstimo, depósitos de material rochoso
e de “bota-foras” dos canteiros de obras, são espaços alterados, cuja recuperação é
um problema considerável, tanto pela necessidade de remoção de rejeitos quanto
pelo fato de que as operações de construção, com equipamentos pesados, compactam
os solos, reduzindo-se a possibilidade de ocorrer a regeneração natural.
A construção de uma barragem pode interromper rodovias, estradas rurais e
demais vias de comunicação e até mesmo cidades completas, gerando desvantagens
econômicas e sociais para os habitantes ribeirinhos e para a região. O deslocamento
de populações é um problema de difícil amenização, uma vez que altera valores culturais
e históricos intrínsecos ao desenvolvimento das áreas rurais e cidades inundadas.
Segundo SOUZA (1986), “há toda uma dimensão histórica e cultural, que
se vê seriamente ameaçada, quando não destruída, que não se materializa em
terra, habitação, benfeitorias, ou hábitos alimentares”.
Portanto, na implantação de grandes projetos, como barragens, deve-se
levar em consideração as tradições das populações locais e regionais, suas
expectativas e aspirações, impedindo o aumento do grau de miserabilidade de
um número considerável de comunidades e o extermínio de grupos étnicos.
Segundo MOREIRA (1992), as populações rurais e indígenas são as mais
afetadas pelos grandes projetos, pelas próprias características de seu modo de
vida e sua vinculação orgânica com a terra, seu principal meio de produção.
283
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
QUADRO 1:
Identificação dos Impactos Ambientais Negativos sobre o Meio Físico
FATOR AMBIENTAL IMPACTOS PREVISTOS
Condições climáticas. Possibilidade de alteração do clima com conseqüências no meio ambiente.
Geologia e Geomorfologia. Sismicidade induzida.
Instabilidade dos taludes marginais do reservatório.
Inundação das jazidas minerais.
Mudanças na paisagem regional.
Solos e Capacidade de Uso das Desaparecimento de extensas áreas de terras.
Terras. Degradação de solos para a construção da barragem.
Mudanças na capacidade de uso das terras.
Uso atual do solo. Mudanças no uso do solo.
Intensificação dos processos erosivos, com decorrente assoreamento do
reservatório e contaminação da água .
Recursos hídricos. Transformação do meio hídrico.
Contaminação e eutrofização das águas.
Proliferação de macrófitas aquáticas.
Erosão das margens e a jusante da barragem.
Redução do valor fertilizante da água efluente.
Fonte: ELETROBRAS, 1986 (In: JUCHEM, 1992).
284
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
QUADRO 2:
Identificação dos Impactos Ambientais Negativos sobre o Meio Biológico
FATOR AMBIENTAL IMPACTOS PREVISTOS
Vegetação Desaparecimento de áreas florestais e de outras formações vegetais
Decomposição da biomassa submergida
Criação de impedimentos à navegação, à pesca e às atividades de lazer
Fauna terrestre Redução da fauna
Alterações na composição da fauna
Deslocamento de animais durante o enchimento
Fauna aquática Interrupção da migração de peixes
Alterações na composição da ictiofauna
Mortandade de peixes a jusante da barragem
Prejuízos a outros animais aquáticos.
Fonte: ELETROBRAS, 1986 (In: JUCHEM, 1992).
285
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
QUADRO 3:
Identificação dos Impactos Ambientais Negativos sobre o Meio Sócioeconômico
286
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287
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
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288
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
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289
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
QUADRO 5:
Seleção de Medidas Mitigadoras para
Impactos Ambientais de Hidrelétricas sobre o Meio Biológico
MEDIDAS MITIGADORAS - MEIO BIOLÓGICO
Conservação da flora e fauna no entorno do reservatório.
Limpeza da bacia de acumulação como:
Desmatamento com erradicação total ou parcial da vegetação.
Controle do crescimento da vegetação aquática.
Operação e demolição de edificações.
Salvamento e conservação da fauna aquática durante o fechamento da barragem.
Implantação de reservas biológicas (fauna e flora).
Aproveitamento científico da flora e fauna.
Controle e racionalização do uso de agrotóxicos.
Contenção da entrada de nitrogênio e fósforo proveniente da vegetação nas margens dos tributários e do
próprio reservatório.
Medidas sanitárias para evitar a entrada de esgotos nos tributários da represa.
Fonte: JUCHEM, 1992.
290
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Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
QUADRO 6:
Seleção de Medidas Mitigadoras para
Impactos Ambientais de Hidrelétricas sobre o Meio Socioeconômico
291
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
292
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
293
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
continuação
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES
• Desagregação das relações sociais. • Reintegração local e regional do contingente, ou parte dele,
• Desarticulação dos elementos culturais. de operários ocupados na fase de construção do projeto.
Surgimento de situações de apreensão e implantação de programa de comunicação social e
•
insegurança, em face da incerteza das educação ambiental para esclarecimento à população para
futuras condições de vida. a convivência com a natureza do empreendimento e
Surgimento de choques entre a população adequação ao novo meio ambiente.
•
local e o contingente alocado à construção.
• Transferência compulsória de populações • Reassentamento adequado dos grupos indígenas,
indígenas com a desagregação da buscando preservar ao máximo sua cultura.
organização social vigente e a
desarticulação dos elementos culturais.
• Inundação de áreas urbanas. • relocação física de núcleos populacionais urbanos e rurais
• Alterações na rede de polarização regional. com a integração de vilas residenciais e barrageiros aos
Criação de pólos de atração com o núcleos populacionais existentes.
•
conseqüente aumento da demanda de • relocação e adequação da infra-estrutura local:
serviços e equipamentos sociais. - centros comunitários;
Quebra de comunicação, com o - templos;
•
conseqüente isolamento de pólos de - Sistema viário;
abastecimento e comercialização. - Sistema de comunicações;
Interrupção do sistema viário, incluindo - Sistema de atendimento à saúde;
• - Sistema educacional;
rodovias, ferrovias, hidrovias e aeroportos.
- Sistema energético e
• Segmentação do sistema de transmissão e
- Sistema telefônico.
distribuição de energia elétrica.
• Segmentação do sistema de
telecomunicações.
• Aumento da demanda por escolas.
• Maior procura por centros de recreação e
lazer.
• Desorganização das atividades agrícolas e • Reassentamento e adequação de atividades produtivas;
pesqueiras. • desenvolvimento de programa de Apoio à microempresa e
• Perda de áreas agrícolas, com o à pequena produção rural para geração de empregos no
conseqüente decréscimo da produção de meio rural e urbano.
alimentos e outros produtos agropecuários. • aproveitamento múltiplo do reservatório - turismo, pesca,
• Desorganização das atividades industriais. lazer, irrigação e transporte, com geração de emprego e
• Paralisação ou redução na produção de renda.
unidades industriais, em virtude da
inundação ou da falta de matéria-prima (ex:
oleiros).
• Aumento da taxa de desemprego.
• Desorganização das atividades comerciais • fomento à renda familiar via alternativas para ocupação das
e de serviços. pessoas.
• Redução das atividades do setor terciário, • orientação e apoio às administrações municipais para
em conseqüência da queda de produção controle de adensamento populacional nas cidades e
nos setores agrícolas e industrial. povoados.
• Aumento da taxa de desemprego no setor; • adequação da infra-estrutura dos municípios diretamente
• Prejuízos às finanças municipais. afetados, por meio da implantação de planos e programas
de desenvolvimento e de usos múltiplos do reservatório.
continua
294
MANUAL DE IMPACTOS AMBIENTAIS
Orientações Básicas sobre Aspectos Ambientais de Atividades Produtivas
conclusão
IMPACTOS AMBIENTAIS POTENCIAIS MEDIDAS ATENUANTES
• Surgimento de focos de moléstias • Adequação do sistema médico-hospitalar nos municípios
diversas. afetados pela represa com acessibilidade ao serviço de
• Disseminação de moléstias endêmicas saúde.
da região. • orientação à população na área de saúde e preparação
• Importação e disseminação de novas desta para o novo ambiente criado pelo reservatório e as
morbilidades. novas moléstias possíveis de serem ocasionadas.
• Riscos de acidentes com a população • atendimento médico hospitalar e orientação aos
local e com o pessoal alocado às operários da construção.
obras.
• Colapso da rede médico-hospitalar.
• Desaparecimento de prédios e sítios • Salvamento e preservação do patrimônio:
com valor cultural e histórico. - cultural;
• Desaparecimento de sítios com valor - histórico;
arqueológico e paisagístico. - arqueológico e
- paisagístico.
LEGISLAÇÃO AMBIENTAL:
• Lei 3.824 de 23/11/60: Torna obrigatória a destoca e conseqüente limpeza das bacias hidráulicas dos
açudes, represas e lagos artificiais.
• Lei 4.771 de 15/09/65 – Institui o Código Florestal.
• Lei 5.197 de 03 de janeiro de 1967 – Dispõe sobre a Proteção da Fauna.
• Lei 6.938 de 31/08/81 – Dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente.
• Lei 7.990 de 28/12/89 – Institui a compensação financeira aos Estados e Municípios, pelo resultado
da exploração de petróleo ou gás natural, de recursos hídricos para fins de geração de energia
elétrica, entre outros.
• Lei 9.433 de 08/01/97 – Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos.
• Decreto-Lei 24.643 de 10/07/34 – Institui o Código das Águas.
• Decreto-Lei 852 de 11/11/38 - Mantém com modificações o Decreto-Lei 24.643 (Código das Águas).
• Decreto 89.336, de 31/01/84 – Dispõe sobre as reservas ecológicas e áreas de relevante interesse ecológico.
• Resolução CONAMA 001 de 23/01/86 - Trata do uso e implementação da Avaliação de Impactos Ambientais.
• Resolução CONAMA 004 de 18/09/85 – Trata das Reservas Ecológicas.
• Resolução CONAMA 006 de 06/11/87 – Trata do licenciamento de obras de grande porte.
• Resolução CONAMA 010 de 03/12/87 – Estabelece como pré-requisito para o licenciamento de obras de
grande porte a implantação de Estação Ecológica.
• Resolução CONAMA 237 de 19/12/97 – Trata do licenciamento ambiental de empreendimentos.
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