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4.

COMPRESSÃO

4.1. INTRODUÇÃO

Devido a anisotropia do material, a madeira tem comportamento distinto quando submetida a


compressão em diferentes direções, em relação às suas fibras, assim deve-se estudar o fenômeno,
em cada direção, separadamente. Na figura 22 são apresentadas peças de madeira submetidas a
compressão em diferentes direções.

a) Compressão paralela: b) Compressão normal: c) Compressão inclinada:


encurtamento das células esmagamento das age tanto paralela como
da madeira ao longo de células da madeira perpendicularmente às
seu eixo longitudinal. perpendicularmente fibras.
ao eixo longitudinal.

FIG.22 – Compressão em peças de madeira. Fonte: RITTER (1990) apud CALIL JÚNIOR &
BARALDI (1998)

4.2. COMPRESSÃO PARALELA

A maioria dos estudos sobre a compressão paralela foi feito utilizando madeira verde. Para a
madeira verde o diagrama “tensões x deformações” apresenta um trecho inelástico bastante
expressivo, como se apresenta na figura 23. Nestas condições as peças de madeira submetidas à
compressão paralela às fibras podem apresentar três estados limites últimos distintos: ruptura da
seção por tensões de compressão paralela; sofrer flambagem (ver figura 24) com um nível de
tensões correspondentes ao trecho elástico de comportamento do material, ou sofrer flambagem
com um nível de tensões correspondentes ao trecho inelástico.

A ABNT (1997) toma por base a condição-padrão de referência, na qual a umidade da madeira é
12%, e faz as devidas correções na resistência de cálculo através do coeficiente de modificação
kmod. Como para madeira seca o trecho inelástico é bem menor, a norma brasileira adota um
diagrama “tensões-deformações” linear até a ruptura (NBR 7190/1997, anexo F, item F.8).
Nestas condições as peças de madeira submetidas à compressão paralela às fibras podem
apresentar dois estados limites últimos distintos: ruptura da seção por compressão paralela ou
sofrer flambagem elástica.

Por outro lado, defeitos de montagem da estrutura, de modelagem das peças e outros, impedem,
na prática, a centralização perfeita do esforço no elemento estrutural de madeira. Por este motivo
a ABNT (1997) abandonou a idéia da flambagem e adotou a idéia da existência de

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excentricidades, do esforço, nas peças comprimidas esbeltas, que acarretam um problema de
flexo-compressão. A ABNT (1997), ainda subdivide o problema das peças esbeltas tendo em
vista que para as peças de menor esbeltez a excentricidade causada pela fluência (ao longo do
tempo) é desprezível.

FIG. 23 – Diagrama “tensões x deformações”, FIG. 24 – Peça de madeira em processo de


típico da madeira verde submetida à flambagem ou perda de estabilidade
compressão. lateral. Fonte: RITTER (1990) apud
CALIL JÚNIOR & BARALDI
(1998)

Assim o dimensionamento de peças submetidas a esforços de compressão paralela às fibras,


considerando os níveis do índice de esbeltez (λ) fixados pela ABNT (1997), se subdivide em:

• Peças curtas ( λ ≤ 40 )Æ Apresenta o estado limite último de ruptura da seção por


tensões normais de compressão;

• Peças medianamente esbeltas ( 40 < λ < 80 )Æ Apresenta o estado limite último de


perda de estabilidade por flexo-compressão, entretanto, podem ser negligenciadas as
excentricidades causadas por fluência (ao longo do tempo). A verificação da ruptura
da seção por tensões oriundas da flexo-compressão, apesar de prevista na norma
brasileira, é desnecessária visto que a perda de estabilidade ocorre bem antes deste
nível de tensões.

• Peças esbeltas ( 80 ≤ λ ≤ 140 )ÆApresenta o estado limite último de perda de


estabilidade por flexo-compressão. A verificação da ruptura da seção por tensões
oriundas da flexo-compressão, apesar de prevista na norma brasileira, é desnecessária
visto que a perda de estabilidade ocorre bem antes deste nível de tensões.

A utilização de peças com índice de esbeltez (λ) superiores a 140 não é permitida (NBR
7190/1997 – item 7.5.5).

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Apoiando-se nas disposições da ABNT (1997), BARALDI & LOGSDON (1998) apresentaram
um roteiro prático para o dimensionamento de peças submetidas à compressão paralela, que é
apresentado a seguir.

4.2.1. ROTEIRO – COMPRESSÃO PARALELA

1 – Determinar as seguintes características geométricas da seção: área da seção transversal (A);


momento de inércia, em relação ao plano de flexão em que se está verificando a condição
de segurança, (I); raio de giração mínimo da seção (imin); e a distância da linha neutra à borda
comprimida (yc).

2 – Determinar o índice de esbeltez do elemento estrutural (λ), a partir de suas


características geométricas, definindo o tipo de peça.

• Se λ ≤ 40 ⇒ PEÇA CURTA
L0 • Se 40 < λ < 80 ⇒ PEÇA MEDIANAMENTE ESBELTA
λ=
imin • Se 80 ≤ λ ≤ 140 ⇒ PEÇA ESBELTA
• Se λ > 140 ⇒ PEÇA ESBELTA, mas de uso proibido
Onde:

L0 = comprimento teórico de referência (ver figura 25), e


imin = raio de giração mínimo da seção transversal da peça.

FIG. 25 – Comprimento teórico de referência.

3 – Determinar o módulo de elasticidade efetivo ( E c 0 ,ef ) e a resistência de cálculo ( f c 0 ,d ).

f c 0 ,k
E c 0 ,ef = k mod ⋅ E c 0 ,m e f c 0 ,d = k mod ⋅
γ wc
Onde:

kmod = coeficiente de modificação;


Ec0,m = módulo de elasticidade médio, extraído do ensaio de compressão paralela às fibras;

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f c 0 ,k = resistência característica a compressão paralela às fibras;
γ wc = coeficiente de ponderação das resistências.

4 – Determinar os valores das excentricidades (desnecessário para as peças curtas)


L0 h
• Excentricidade acidental ( e a ) ⇒ ea = ≥
300 30
Onde:

L0 = comprimento teórico de referência, e


h = altura da seção transversal referente ao plano de verificação.

M 1d M 1gd + M 1qd
• Excentricidade inicial ( ei ) ⇒ ei = =
Nd Nd
Onde:

M1gd e M1qd = valores de cálculo, na situação de projeto, dos momentos devidos às cargas
permanentes e às cargas variáveis, respectivamente
Nd = valor de cálculo do esforço normal.

OBS.: Nos problemas de compressão paralela ei =0, pois não existe momento aplicado.

• Excentricidade de 1a ordem ( e1 ) ⇒ e1 = ei + ea
 φ [N gk + (ψ 1 +ψ 2 ) N qk ] 
 
 FE − [N gk + (ψ 1 +ψ 2 ) N qk ]
ec = (eig + ea )exp
  

• Excentricidade devida à fluência ( ec ) ⇒ − 1
 
Onde:
M 1g ,d
eig = e ψ1 +ψ 2 ≤1
N gd

OBS.: Os coeficientes ψ 1 e ψ 2 foram fornecidos na tabela 10, do capítulo 2, e o coeficiente de


fluência φ é apresentado, a seguir, na tabela 24.

• Excentricidade efetiva de 1a ordem ( e1,ef ) ⇒ e1,ef = e1 + ec = ei + ea + ec

 FE 
Medianamente esbelta ⇒ ed = e1  
 FE − N d 
• Excentricidade de cálculo (ed)
 FE 
Esbelta ⇒ ed = e1, ef  
 FE − N d 

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Onde:

π 2 Ec 0,ef I
FE = carga crítica, dada por: FE = ;
L20
I = momento de inércia da seção transversal da peça relativo ao plano de flexão em que se
está verificando a condição de segurança;
E c 0,ef = módulo de elasticidade efetivo à compressão paralela.

OBS.: O operador [FE /( FE − N d )] , contido nas expressões da excentricidade de cálculo, tem


origem no fator [1 / (1 − N d FE )] , que TIMOSHENKO (1948) mostra considerar o efeito
do esforço normal sobre a flexão (efeito de segunda ordem).

TAB. 24 – COEFICIENTE DE FLUÊNCIA φ


CLASSES DE UMIDADE
CLASSES DE CARREGAMENTO
(1) e (2) (3) e (4)
Permanente ou de longa duração 0,80 2,00
Média duração 0,30 1,00
Curta duração 0,10 0,50
OBS.: Fonte: NBR 7190/1997.

5 – Momento de cálculo (Md)

M d = N d ⋅ ed

6 – Verificações

a) Peças curtas (λ≤40)

Nd
σ cd = ≤ f cd
A

Onde:

σ cd = tensão de compressão atuante (valor de cálculo);


f cd = f c 0,d = resistência de cálculo à compressão paralela.

b) Peças medianamente esbeltas (40<λ≤80) e peças esbeltas (80<λ≤140)

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Verificar a instabilidade (por flexo-compressão), no ponto mais comprimido da seção:

σ Nd σ Md Nd Md
+ ≤ 1,0 , com σ Nd = e σ Md = .yc
f c 0,d f c 0,d A I

Onde:

σ Nd = valor de cálculo da tensão de compressão devida à força normal de compressão;


σ Md = valor de cálculo da tensão de compressão devida ao momento fletor.

OBS.: Segundo HELLMEISTER (1977), não são descontados da seção transversal, de uma peça
submetida a compressão, os furos de parafusos ou entalhes das ligações. Só se
consideram reduções na área da seção transversal de peças solicitadas a compressão,
quando o espaço correspondente não for satisfatoriamente preenchido, ou quando o
material de preenchimento for mais compressível que a madeira.

c) Verificação da resistência à flexo-compressão para elementos estruturais com λ>40.

Na verificação da resistência à compressão paralela às fibras a norma brasileira considera, para


peças que apresentam λ>40, a ocorrência de flexo-compressão. A condição de segurança é
expressa pela mais rigorosa das duas expressões abaixo, com os esforços sendo considerados
aplicados ao ponto mais solicitado da borda mais comprimida:

2 2
 σ Nc , d  σ σ  σ Nc , d  σ σ
  + Mx , d + k M My , d ≤ 1,0 e   + k M Mx , d + My , d ≤ 1,0
 f  f c 0,d f c 0,d  f  f c 0,d f c 0,d
 c 0,d   c 0,d 

Onde:

σNc,d = valor de cálculo da parcela de tensão normal atuante em virtude apenas da força
normal de compressão;
fc0,d = resistência de cálculo à compressão paralela às fibras;
σMx,d e σMy,d = tensões máximas devidas às componentes de flexão atuantes segundo as direções
principais, e
kM = coeficiente de correção, sendo:
• seção retangular Æ kM = 0,5;
• outras seções transversais Æ kM = 1,0.

OBS.: 1 – Para esta verificação a relação da tensão normal atuante com a resistência à
compressão é considerada como uma função quadrática devido a plastificação da
seção solicitada pela compressão, e o mesmo vale com relação ao coeficiente kM.
2 – Para um problema típico de compressão paralela, em peça esbelta, a verificação
deste estado limite é desnecessária, pois a peça perde estabilidade lateral muito
antes de iniciar a plastificação da seção.

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7 – Conclusões

Atendidas as verificações do passo 6 (Sd ≤ Rd ou S d Rd ≤ 1,0 ), o elemento estrutural suporta os


esforços. Entretanto se estas verificações forem satisfeitas com folga (Sd << Rd ou
S d Rd << 1,0 ), a seção pode ser diminuída. A solução ideal ocorre quando as verificações se
aproximam da igualdade (Sd ≅Rd ou S d Rd ≅ 1,0 , mantendo ainda Sd ≤ Rd ou S d Rd ≤ 1,0 ).

Quando não forem atendidas as verificações do passo 6 (Sd > Rd ou S d Rd > 1,0 ), o elemento
estrutural não suportará os esforços e a seção deve ser aumentada.

4.3. COMPRESSÃO NORMAL

O estudo da madeira submetida à compressão normal se iniciou com a necessidade de utilizar


dormentes em estradas de ferro. Os dormentes têm a função de amortecedores do trem, e
portanto, devem funcionar como molas. Isto implica em que a madeira deve trabalhar no regime
elástico.

A resistência da madeira a compressão normal é muito baixa, assim os travesseiros de apoio de


estruturas podem ser de madeira, trabalhando a compressão normal, a fim de possibilitar
pequenos esmagamentos, e em conseqüência pequenos giros no apoio.

Em acordo com estas duas situações, segundo a ABNT (1997) os esforços resistentes
correspondentes à compressão normal às fibras são determinados com a hipótese de
comportamento elastoplástico da madeira, devendo ser considerada a extensão do carregamento,
medida paralelamente à direção das fibras (“a”, na figura 26).

Além disso, a ABNT (1997), se preocupou em garantir, que a configuração de equilíbrio não
fosse alterada durante o carregamento. Para isso, estabeleceu uma distância mínima, de 7,5 cm,
da placa de distribuição às extremidades da peça (“c”, na figura 26).

FIG. 26 – Compressão normal em uma peça de madeira.

A condição de segurança, a esforços de compressão normal, correspondente ao estado limite


último de deformação plástica excessiva da madeira na região de contato, segundo a ABNT
(1997), é dada por:

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Fd
σ c 90,d ≤ α n . f c 90,d ⇒ σ c 90,d = ≤ α n . f c 90,d
Adist

Onde:

σc90,d = tensão atuante, de cálculo, devido a compressão normal;


αn = coeficiente de correção da resistência, função da extensão do carregamento
paralelamente às fibras, apresentado na tabela 25;
Fd = força aplicada, de cálculo, normalmente às fibras;
Adist = área de distribuição, área de contato madeira com a placa de distribuição, e
fc90,d = resistência de cálculo à compressão normal às fibras.

OBS.: No texto da ABNT (1997) foi redefinido o valor da resistência de cálculo à compressão
normal, como: f c 90,d = 0,25. f c 0,d .α n . Neste trabalho se preferiu manter a definição inicial,
apresentada no capítulo 2, e acrescentar o coeficiente αn diretamente na expressão de
verificação.

TAB. 25 – VALORES DE αn
Extensão da carga normal às fibras, Extensão da carga normal às fibras,
medida paralelamente a estas. αn medida paralelamente a estas. αn
a (cm) a (cm)
1 2,00 7,5 1,15
2 1,70 10 1,10
3 1,55 15 1,00
4 1,40
5 1,30 Em toda a extensão da peça 1,00
OBS.: 1 – Para valores intermediários, a favor da segurança, pode-se utilizar o valor de αn
correspondente a extensão imediatamente inferior.
2 – Esta tabela aplica-se também no caso de arruelas, tomando-se como extensão da
carga seu diâmetro ou lado.
3 – Fonte: NBR 7190/1997.

4.3.1. ROTEIRO - COMPRESSÃO NORMAL

1 – Determinar os valores de "a", "b" e "c" (ver figura 26).

2 – Calcular a área de distribuição (Adist).

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3 – Determinar a tensão atuante, de cálculo, à compressão normal (σc90,d).

Fd
σ c 90,d =
Adist

4 – Verificação

Fd
σ c 90,d = ≤ α n . f c 90,d
Adist

Onde:

σc90,d = tensão atuante, de cálculo, devido a compressão normal;


αn = coeficiente de correção da resistência, função da extensão do carregamento
paralelamente às fibras, apresentado na tabela 25;
Fd = força aplicada, de cálculo, normalmente às fibras;
Adist = área de distribuição, área de contato madeira com a placa de distribuição, e
fc90,d = resistência de cálculo à compressão normal às fibras.

5 – Conclusão

• Se σ c 90,d << α n f c 90,d ⇒ a madeira resiste com folga ao esforço, pode-se diminuir a área
de distribuição.
• Se σ c 90,d > α n f c 90,d ⇒ a madeira não resiste ao esforço, é necessário aumentar a área
de distribuição.

• Se ⇒ a madeira resiste, praticamente no limite, ao esforço, é a área de


distribuição ideal.

4.4. COMPRESSÃO INCLINADA

Sempre que o ângulo entre a direção do esforço de compressão e a das fibras for superior a
α = 6 0 ( arctgα = 0 ,10 ) , segundo a ABNT (1997), o problema deve ser tratado como de
compressão inclinada

Os estudos de compressão sob carregamento inclinado em relação às fibras da madeira, segundo


HELLMEISTER (1977), se devem a Hankinson.

A partir de uma prancha de madeira, Hankinson retirou vários corpos-de-prova para o ensaio de
compressão. Os corpos-de-prova tinham as mesmas dimensões do corpo-de-prova para o ensaio
de compressão paralela, entretanto, Hankinson fez variar a inclinação das fibras em relação à
carga, como representa a figura 27.

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a) Retirada dos
corpos-de-prova
de uma prancha.

b) Ensaios de
Hankinson

FIG. 27 - Esquema dos ensaios realizados por Hankinson.

Avaliando o resultado dos ensaios, Hankinson obteve uma relação entre a tensão de ruptura à
compressão inclinada, com a tensão de ruptura à compressão paralela, à compressão normal e
com o ângulo formado pela direção da carga e a das fibras. A ABNT (1997) adota a equação
obtida por Hankinson, para obter a resistência de cálculo a compressão inclinada às fibras (NBR
7190/1997 - item 7.3.2). Assim, a resistência de cálculo a compressão inclinada às fibras é obtida
por:

f c 0, d . f c 90, d
f cα , Adm =
f c 0, d . sen 2 α + f c 90, d . cos 2 α

Onde:

fcα,d = resistência de cálculo a compressão inclinada de um ângulo α, em relação às fibras;


fc0,d = resistência de cálculo a compressão paralela às fibras;
fc90,d = resistência de cálculo a compressão normal às fibras;
α = ângulo entre a direção da carga aplicada e a das fibras.

A condição de segurança, para peças de madeira submetidas a compressão inclinada,


correspondente ao estado limite último de deformação plástica excessiva da madeira na região de
contato, segundo a ABNT (1997), pode ser verificada por:

Fd
σ cα ,d = ≤ f cα ,d
Acontato

Onde:

σcα,d = tensão atuante, de cálculo, a compressão inclinada de um ângulo α, em relação às fibras,


na área de contato;
Fd = esforço aplicado, de cálculo;
Acontato = área de contato;
fcα,d = resistência de cálculo a compressão inclinada de um ângulo α, em relação às fibras;
α = ângulo entre a direção da carga aplicada e a das fibras.

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A aplicação destes conceito é muito importante no cálculo de ligações por meio de dentes e
entalhes, que será estudado oportunamente.

Para o caso mais freqüente no cálculo de estruturas de madeira (carregamento de longa duração;
classe de umidade (1) ou (2); madeira usual de segunda categoria, que possam ser enquadradas
nas classes de resistência e caracterizadas de maneira simplificada em acordo com a NBR
7190/1997), podem ser construídas tabelas, como as apresentadas nas tabelas 26 a 32, com os
valores de cálculo da resistência à compressão inclinada.

TAB. 26 – VALORES DE CÁLCULO PARA A RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO


INCLINADA (CONÍFERAS, CLASSE C-20).
CONÍFERAS – CLASSE C-20
fcα,d (MPa)
α (o) 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0 7,99 7,97 7,93 7,88 7,82 7,75 7,66 7,56 7,45
10 7,21 7,08 6,95 6,81 6,66 6,52 6,37 6,22 6,07
20 5,77 5,63 5,49 5,35 5,21 5,07 4,94 4,82 4,69
30 4,45 4,34 4,23 4,13 4,03 3,93 3,83 3,74 3,66
40 3,49 3,41 3,34 3,27 3,20 3,13 3,07 3,01 2,95
50 2,85 2,79 2,75 2,70 2,66 2,61 2,57 2,53 2,50
60 2,43 2,40 2,37 2,34 2,31 2,28 2,26 2,24 2,21
70 2,17 2,15 2,14 2,12 2,11 2,09 2,08 2,07 2,06
80 2,04 2,03 2,02 2,02 2,01 2,01 2,00 2,00 2,00
Os valores de cálculo acima consideram: carregamento de longa duração; classe de umidade (1) ou (2);
madeira usual de segunda categoria, que possam ser enquadradas nas classes de resistência e
caracterizadas de maneira simplificada em acordo com a NBR 7190/1997.

TAB. 27 – VALORES DE CÁLCULO PARA A RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO


INCLINADA (CONÍFERAS, CLASSE C-25).
CONÍFERAS – CLASSE C-25
fcα,d (MPa)
α (o) 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0 9,99 9,96 9,92 9,86 9,78 9,68 9,57 9,45 9,32
10 9,02 8,85 8,68 8,51 8,33 8,14 7,96 7,77 7,59
20 7,22 7,04 6,86 6,68 6,51 6,34 6,18 6,02 5,86
30 5,57 5,43 5,29 5,16 5,03 4,91 4,79 4,68 4,57
40 4,36 4,27 4,17 4,09 4,00 3,92 3,84 3,76 3,69
50 3,56 3,49 3,43 3,37 3,32 3,27 3,22 3,17 3,12
60 3,04 3,00 2,96 2,92 2,89 2,85 2,82 2,79 2,77
70 2,72 2,69 2,67 2,65 2,63 2,61 2,60 2,58 2,57
80 2,55 2,54 2,53 2,52 2,51 2,51 2,51 2,50 2,50
Os valores de cálculo acima consideram: carregamento de longa duração; classe de umidade (1) ou (2);
madeira usual de segunda categoria, que possam ser enquadradas nas classes de resistência e

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caracterizadas de maneira simplificada em acordo com a NBR 7190/1997.

TAB. 28 – VALORES DE CÁLCULO PARA A RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO


INCLINADA (CONÍFERAS, CLASSE C-30).
CONÍFERAS – CLASSE C-30
fcα,d (MPa)
α (o) 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0 11,99 11,96 11,90 11,83 11,73 11,62 11,49 11,34 11,18
10 10,82 10,62 10,42 10,21 9,99 9,77 9,55 9,33 9,10
20 8,66 8,44 8,23 8,02 7,81 7,61 7,42 7,22 7,04
30 6,68 6,51 6,35 6,19 6,04 5,89 5,75 5,62 5,48
40 5,24 5,12 5,01 4,90 4,80 4,70 4,61 4,52 4,43
50 4,27 4,19 4,12 4,05 3,98 3,92 3,86 3,80 3,75
60 3,64 3,59 3,55 3,51 3,46 3,42 3,39 3,35 3,32
70 3,26 3,23 3,21 3,18 3,16 3,14 3,12 3,10 3,08
80 3,06 3,04 3,03 3,02 3,02 3,01 3,01 3,00 3,00
Os valores de cálculo acima consideram: carregamento de longa duração; classe de umidade (1) ou (2);
madeira usual de segunda categoria, que possam ser enquadradas nas classes de resistência e
caracterizadas de maneira simplificada em acordo com a NBR 7190/1997.

TAB. 29 – VALORES DE CÁLCULO PARA A RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO


INCLINADA (DICOTILEDÔNEAS, CLASSE C-20).
DICOTILEDÔNEAS – CLASSE C-20
fcα,d (MPa)
α (o) 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0 7,99 7,97 7,93 7,88 7,82 7,75 7,66 7,56 7,45
10 7,21 7,08 6,95 6,81 6,66 6,52 6,37 6,22 6,07
20 5,77 5,63 5,49 5,35 5,21 5,07 4,94 4,82 4,69
30 4,45 4,34 4,23 4,13 4,03 3,93 3,83 3,74 3,66
40 3,49 3,41 3,34 3,27 3,20 3,13 3,07 3,01 2,95
50 2,85 2,79 2,75 2,70 2,66 2,61 2,57 2,53 2,50
60 2,43 2,40 2,37 2,34 2,31 2,28 2,26 2,24 2,21
70 2,17 2,15 2,14 2,12 2,11 2,09 2,08 2,07 2,06
80 2,04 2,03 2,02 2,02 2,01 2,01 2,00 2,00 2,00
Os valores de cálculo acima consideram: carregamento de longa duração; classe de umidade (1) ou (2);
madeira usual de segunda categoria, que possam ser enquadradas nas classes de resistência e
caracterizadas de maneira simplificada em acordo com a NBR 7190/1997.

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TAB. 30 – VALORES DE CÁLCULO PARA A RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO
INCLINADA (DICOTILEDÔNEAS, CLASSE C-30).
DICOTILEDÔNEAS – CLASSE C-30
fcα,d (MPa)
α (o) 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0 11,99 11,96 11,90 11,83 11,73 11,62 11,49 11,34 11,18
10 10,82 10,62 10,42 10,21 9,99 9,77 9,55 9,33 9,10
20 8,66 8,44 8,23 8,02 7,81 7,61 7,42 7,22 7,04
30 6,68 6,51 6,35 6,19 6,04 5,89 5,75 5,62 5,48
40 5,24 5,12 5,01 4,90 4,80 4,70 4,61 4,52 4,43
50 4,27 4,19 4,12 4,05 3,98 3,92 3,86 3,80 3,75
60 3,64 3,59 3,55 3,51 3,46 3,42 3,39 3,35 3,32
70 3,26 3,23 3,21 3,18 3,16 3,14 3,12 3,10 3,08
80 3,06 3,04 3,03 3,02 3,02 3,01 3,01 3,00 3,00
Os valores de cálculo acima consideram: carregamento de longa duração; classe de umidade (1) ou (2);
madeira usual de segunda categoria, que possam ser enquadradas nas classes de resistência e
caracterizadas de maneira simplificada em acordo com a NBR 7190/1997.

TAB. 31 – VALORES DE CÁLCULO PARA A RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO


INCLINADA (DICOTILEDÔNEAS, CLASSE C-40).
DICOTILEDÔNEAS – CLASSE C-40
fcα,d (MPa)
α (o) 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0 15,99 15,94 15,87 15,77 15,64 15,49 15,32 15,12 14,91
10 14,42 14,16 13,89 13,61 13,32 13,03 12,73 12,44 12,14
20 11,55 11,26 10,97 10,69 10,42 10,15 9,89 9,63 9,38
30 8,91 8,68 8,47 8,26 8,05 7,86 7,67 7,49 7,31
40 6,98 6,83 6,68 6,54 6,40 6,27 6,14 6,02 5,91
50 5,69 5,59 5,49 5,40 5,31 5,23 5,14 5,07 4,99
60 4,86 4,79 4,73 4,67 4,62 4,57 4,52 4,47 4,43
70 4,35 4,31 4,27 4,24 4,21 4,18 4,16 4,13 4,11
80 4,07 4,06 4,05 4,03 4,02 4,01 4,01 4,00 4,00
Os valores de cálculo acima consideram: carregamento de longa duração; classe de umidade (1) ou (2);
madeira usual de segunda categoria, que possam ser enquadradas nas classes de resistência e
caracterizadas de maneira simplificada em acordo com a NBR 7190/1997.

59
TAB. 32 – VALORES DE CÁLCULO PARA A RESISTÊNCIA A COMPRESSÃO
INCLINADA (DICOTILEDÔNEAS, CLASSE C-60).
DICOTILEDÔNEAS – CLASSE C-60
fcα,d (MPa)
α (o) 1 2 3 4 5 6 7 8 9
0 23,98 23,91 23,80 23,65 23,47 23,24 22,98 22,68 22,36
10 21,64 21,24 20,84 20,42 19,98 19,55 19,10 18,66 18,21
20 17,32 16,89 16,46 16,04 15,63 15,22 14,83 14,45 14,08
30 13,36 13,03 12,70 12,38 12,08 11,79 11,50 11,23 10,97
40 10,47 10,24 10,02 9,81 9,60 9,40 9,21 9,03 8,86
50 8,54 8,38 8,24 8,10 7,97 7,84 7,72 7,60 7,49
60 7,28 7,19 7,10 7,01 6,93 6,85 6,78 6,71 6,64
70 6,52 6,46 6,41 6,36 6,32 6,28 6,24 6,20 6,17
80 6,11 6,09 6,07 6,05 6,03 6,02 6,01 6,01 6,00
Os valores de cálculo acima consideram: carregamento de longa duração; classe de umidade (1) ou (2);
madeira usual de segunda categoria, que possam ser enquadradas nas classes de resistência e
caracterizadas de maneira simplificada em acordo com a NBR 7190/1997.

4.5. EXERCÍCIOS PROPOSTOS

4.5.1. Obter a seção da barra 1-2, da tesoura esquematizada na figura 18, construída com madeira
de uma dicotiledônea da classe de resistência C-40. Os esforços nesta barra, obtidos
através de Planos Cremona, são listados a seguir. Sabe-se que: a largura da barra deve ser
de 6 cm, para conveniência das ligações; o carregamento é de longa duração; as cargas
permanentes são de grande variabilidade; a madeira é usual, de classe de umidade 2; e, em
princípio, não se sabe qual a ação variável principal.

Esforços nas barras (valores negativos indicam compressão, positivos tração), devidos a:

• Peso próprio (telha, madeiramento e elementos de ligação) Æ -17000 N


• Peso de água absorvida pelas telhas Æ -2500 N
• Vento de pressão Æ -15000 N
• Vento de sucção Æ 900 N

FIG. 28 – Esquema da tesoura (exercícios 4.5.1 e 4.5.2)

60
4.5.2. Verificar se a seção da barra 1-2, da tesoura do exercício 4.5.1, construída com madeira de
uma dicotiledônea da classe de resistência C-40, pode ter uma seção 6 cm x 12 cm.

4.5.3. Obter as seções das barras 1-2 e 6-8, da treliça esquematizada na figura 29. A madeira
utilizada é uma dicotiledônea classe C-30. Os esforços nestas barras podem ser obtidos
pelo método de Ritter. Sabe-se que: a largura das barras devem ser de 6 cm, para
conveniência das ligações; o carregamento é de longa duração; a madeira é usual, de
classe de umidade 2; e as cargas permanentes são de grande variabilidade.

FIG. 29 – Esquema da treliça (exercício 4.5.3)

4.5.4. Um galpão de madeira, para ser utilizado como escritório em uma serraria, tem pilares, de
seção quadrada 15 cm x 15 cm, com 3,00 m de pé direito, que além de suportarem um
telhado com telhas de cimento amianto (cuja reação, sobre cada pilar, devida a carga
permanente é de 8000N e devida a ação de um vento de pressão de 4000 N) servem de
apoio às tábuas da parede (que descarregam, em cada pilar, uma carga axial, permanente,
uniformemente distribuída de 725 N/m). Sabe-se que: o pilar é simplesmente engastado;
construído com uma dicotiledônea de classe C-40; o carregamento é considerado de longa
duração; a madeira é usual, de classe de umidade 2; e as cargas permanentes são de
grande variabilidade. Verificar se a seção do pilar em questão é suficiente para resistir a
este carregamento. Na figura 30 é apresentado o esquema de um pilar e na figura 31, seu
carregamento.

4.5.5. Qual a seção, de madeira falquejada, mais adequada, para se extrair de uma tora com
diâmetro mínimo de 22 cm, para utilizar como um pilar, bi-articulado, comprimido?.
Nesta situação, sendo a madeira uma dicotiledônea de classe C-40, e a altura do pilar de
2,50 m, qual a máxima carga de compressão, de cálculo, que o pilar pode resistir?
Considere que: o carregamento é de longa duração; a madeira é usual, de classe de
umidade 2; e as cargas permanentes são de grande variabilidade.

4.5.6. Qual a máxima carga comprimida de cálculo em uma coluna, de madeira bruta,
simplesmente engastada, construída com uma dicotiledônea de classe C-60, com 5,00 m
de altura e diâmetros no topo de 33,5 cm e na base de 40,5 cm? Considere que: o

61
carregamento é de longa duração; a madeira é usual, de classe de umidade 2; e as cargas
permanentes são de grande variabilidade.

FIG. 30 – Esquema do pilar (exercício 4.5.4)

FIG. 31 – Carregamento do pilar (exercício 4.5.4)

4.5.7. Indicar madeira conveniente para resistir a tensão estática devida a compressão normal sob
a placa de apoio (placa de distribuição) de um trilho, de uma ferrovia de bitola larga. O
dormente tem seção 18 cm x 22 cm; a placa de distribuição tem 17 cm x 37 cm, e seu

62
centro dista 50 cm da extremidade do dormente; e a roda mais pesada, suposta agindo
sobre meio dormente, aplica a carga de 160 kN. Na figura 32 se esquematiza o
problema, considere, também, que: o carregamento é de longa duração; a madeira é usual,
de classe de umidade 2; e as cargas permanentes são desprezíveis.

FIG. 32 – Apoio dos trilhos (exercício 4.5.7)

4.5.8. Verificar se é possível a utilização de um travesseiro de apoio, construído com uma


dicotiledônea da classe C-30, para uma tesoura, cuja reação vertical é de 12000 N, devido
ao peso próprio, e de 4000 N, devido a ação de um vento de pressão. As dimensões do
travesseiro são apresentadas na figura 33. Considere que: o carregamento é de longa
duração; a madeira é usual, de classe de umidade 2; e as cargas permanentes são de
grande variabilidade.

FIG. 33 – Apoio de uma tesoura (exercício 4.5.8)

4.5.9. Estabeleça as dimensões do travesseiro de apoio de uma tesoura, cuja reação vertical é de
15 kN, devido ao carregamento permanente, e de 8 kN, devido ao carregamento variável
correspondente ao vento de pressão. Sabe-se que: a espessura do travesseiro é de 6 cm: a
madeira utilizada é da classe de resistência C-40; o carregamento é considerado de longa
duração; a madeira é usual, de classe de umidade 2; e as cargas permanentes são de
grande variabilidade.

63
4.5.10. Em uma ferrovia, projetada para trens cuja roda mais pesada aplica 85 kN, não foram
colocadas as placas de apoio, ficando os trilhos diretamente apoiados nos dormentes, a 50
cm de sua extremidade. Sabe-se, também, que os dormentes eram de madeira da classe
de resistência C-60, de seção 22 cm x 22 cm; a mesa (ou aba) dos trilhos tinha 7,5 cm de
largura. Considere que: o carregamento é de longa duração; a madeira é usual, de classe
de umidade 2; e as cargas permanentes são desprezíveis. Isto posto, pergunta-se: "A falta
das placas de apoio trouxe prejuízo à ferrovia, devido ao esmagamento dos dormentes?".
Justifique.

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