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BIBLIOTHE CA
MAÇONNICA.

ToMo II.
PARIS, — NA OFFICINA TYPOGRAPHICA DE BEAULÉ,
Rue François Mirom, 8,
T;(((--~.
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§ 793, Q',\
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… …………%
BIBLIOTHECA
MAçorwNICA,
OU

INSTRUCÇÃo CoMPLETA
Do FRANC-MAÇON.
COMPREHENDENDO

1º A Historia da Maçonnaria desde a mais alta antigui


dade até hoje;
2- O Ritual de todos os gráos da Maçonnaria;
3º A Guia do Architecto;
4º A Maçonnaria d'Adopção;
5° Huma Collecção de Discursos para todos osgráos e fes
tas das ordens;
6- Os Estatutos geraes e particulares dos principaes Orien
tes da Europa; -

7° Modelos de Correspondencia oficial e ceremonias;


8° Hum Vocabulario Maçonnico.
OBRA

DEDICADA AOS ORIENTES LUSITANO E BRA

POR UM CAV.". ROSA-CRUZ,


- Y

romo secundo. ,---- >>>


--<>-999+- \, ><> - -

PARIS,
EM CASA DE J. P. AILLAUD,
quAI volTAIRE, Nº 11.
#
{

O REGULADOR
DO MAÇON.

PRIMEIRO GRÁO
OU

6 RÁ o D'A PRENDIZ.
-se-999•=>…--

ARCHITECTO

A L. “. d'Aprendiz deve ser forrada d'azul,


e allumiada com tres grandes luzes, uma no
Oriente do lado do sul, e duas no Occidente
dos lados de Norte e Sul.
No Occidente deve haver duas columnas
de bronze, de ordem corinthia, sobre cujos
capiteis devem estar tres romãas meias aber
tas. No corpo da columna, que fica á direita,
entrando-se na L.'., deve haver a letra B, e
na que fica á esquerda a letra J.
A roda da L. “.. deve haver uma guarni
ção dentada.
Deve haver sobre o pavimento quasi no
meio da L.·., mas do lado do Oriente, o
II, 1
- 2 —

quadro da L.'. desenhado, ou o painel


(Vêde a Estampa nº 1).
No Oriente deve pôr-se um docel ver
melho com franja de ouro, debaixo do qual
está um throno, em que se coloca o presi
dente; e diante do throno deve estar um
altar, sobre que esteja uma esquadria, um
compasso, os estatutos geraes da Ordem,
uma espada, e um malho; e tanto o throno
como o altar devem estar mais elevados do
que o pavimento sobre um tablado, para o
qual se sobe por tres degráos.
A” direita do throno, mas abaixo do ta
blado, deve estar a mesa do secretario, e a
do I. , Thesoureiro, aquella no Oriente, e
CSta na cabeça da columna do Norte. Em
face d’estas duas mesas estão, á esquerda do
throno, a mesa do Orador, e a do I.".
Guarda dos sellos, aquella no Oriente, e
esta fóra.
No occidente, e diante da columna B, se
colloca uma cadeira com uma mesa defronte
para o primeiro Vig.….; e diante da columna
J, se colloca outra cadeira e mesa para o
segundo Vig..., e cada Vig... deve ter um
malho. Para mais detalhe, no que toca ao
Arch.", vid. os preliminares do gr... d'Ap.".
— 3 — •

cRÁo D'APRENDIz.
-->Q-+----

VENTIERAVE se
•••••••

SECÇÃO PRIMEIRA.
Preliminares.

Nenhum Profano pode ser admittido an


tes da idade de vinte e um annos (1); e deve
ser de condição livre e não servil, e senhor
da sua pessoa.
Um creado, qualquer, não será admittido
senão a titulo de Irmão servente.
Nenhum homem, que professe um estado
vil e abjecto, deve ser admittido; e raras
vezes se receberá um artista, seja elle senhor
de tenda, principalmente nos lugares, aonde
os que professão esses misteres não tem cor
porações autorisadas por lei. *.

Nunca serão admittidos os obreiros cha


mados oficiaes companheiros nas artes e mis
ter8S. *

A admissão d'um Profano não poderá ser


concluida senão na terceira sessão, contando
se a em que ele tiver sido proposto.

(1) Estatutos geraes da Maçonnaria em Franca.


— 4 —
O intervallo entre a proposta e a iniçia
ção deverá ser dc tres mezes; mas este inter
vallo poderà ser reduzido a quarenta e cinco
dias, com tanto que n'este tempo tenhão
havido tres reuniões geraes.
Todo o Profano admissivel será annun
ciado em particular ao Veneravel em exer
cicio por um dos membros da L.".
O mesmo se fará por um Maçon, que qui
zer associar-se por filiação.
O Veneravel proporá o Profano á Loja
reunida, e durante os trabalhos, sem nomear
nem designar de maneira alguma o Irmão
que o apresenta : e esta proposta será feita
da maneira seguinte:
«Meus II..., o Profano N. . (o nome,
pronome), de tal idade, tal estado, natural
de....., residente em..... é proposto, e pede
ser iniciado a nossos mysterios, a titulo de
membro d'esta Loja; II.". primeiro e se
gundo Vigilantes, annunciai-o nas vossas
columnas; convidai os II.". a tomar, d'aqui
á primeira reunião, informações ácerca do
Profano proposto, para vermos e deliberar
mos, se se devem ou não nomear Commis
sarios, que syndiquem d'elle. »
o primeiro Vigilanto diz :
1º VIG.". — « I.'. 2º Vig..., II... que
ornais a columna do Meiodia, o Ven... pro
— 5 —

põe o Profano N... » (repete o nome, pro


nome, idade, qualidade, moradia, etc.)
« para ser iniciado aos nossos mysterios, a
titulo de Membro d'esta Loja, e nos convida
a tomar, d'aqui á primeira reunião, infor
mações ácerca do Profano para vermos e de
liberarmos, se se devem ou não nomear
Commissarios que syndiquem d'elle. »
O 2º Vig... diz:
2° Vig...". — «II..., que ornais a columna
do Norte, o Ven... e o I... 1º Vig... nos pro
põe, etc.....» Repete a proposta nos mes
II1OS terImOS.

Na reunião seguinte se tratará da proposta


do Profano, e o Ven.°. dirá :
VEN.". — « II... 1° e 2° Vig... convidai
os Il.'. a nos darem parte das informações
que poderão tomar ácerca do Profano N.....
proposto na ultima sessão. »
Os Vig..., cada um na sua columna, re
petem este annuncio.
Se alguns II... tiverem observações a fazer
pedem successivamente a palavra, levan
tando-se e estendendo a mão.

O Vig..., em cuja columna elles estão,


dá uma pancada com o malhete, a que cor
responde o outro Vig... e o Ven... com ou
tro pancanda, e o dito Vig... diz :
1"
— 6 —

VIG.". — « Ven.'., um I.", na minha


columna pede a palavra. »
O Ven.'. responde :
VEN.". — « Meu I.”., dai-lhe a palavra. »
Os II.". colocados no Oriente, tendo al
gumas observações a fazer, pedirão a palavra
aO Ven. ".

Nota. Esta formula de fazer circular por


tres todos os annuncios, que se fazem em L.'. é
de rigor em todas as circunstancias, e determi
na o caracter essencial dos trabalhos regulares.
No caso, em que muitos II. º. péção a pa
lavra concorrentemente, pertence ao Vig...
ver quem a pedio primeiro, e annunciá-lo
ao Ven. ".

Se ninguem se levanta, o 1.'. 2º Vig... diz


em voz baixa ao 1º Vig... : -- « Não ha ob
servações na minha columna, e o 1° Vig...".
a seu turno e em voz alta diz.
1º VIG.". — « Ven.'., não ha observação
alguma nas duas columnas. »
O Ven.'. diz :
VEN.". — « I.". Orador, tirai vossas con
clusões. »
O 1. ". Orad... levanta-se, e faz as observa
ções que julga a proposito, depois do que
espera para ver se suas observações produ
zirão outras, e nesse caso deve-se ouvi-las e
debatê-las.
Se não ha novas observações, ou se (ha
— 7 —

vendo-as) ellas estão sufficientemente debati


das, o Orad.". conclue para que se momêem
commissarios que tomem informações sobre o
Profano proposto. Se porém a naturera e im
portancia das observações determinarem o
Orad... a pensar que se não devem nomear
Commissarios, elle deve concluir n’esse sen
tido; mas tanto em um como em outro cazo
o Ven.", ordenará o escrutinio na forma se
guinte.
VEN.". — «I.". 1º Vig..., fazei saber pelo
I.". Mest.". de Cer... o numero dos votantes,
e mandai destribuir o escrutinio. »
O 2º Vig..., tendo recebido esta ordem do
1º Vig..., a passa ao I.". Mest.". de Cer...,
que destribue a cada I.…. uma bola branca
e outra preta, e dá ao 1º Vig... conta do
numero dos votantes. O 1° Vig... repete-o
a O Ven.".

Nota. Os Visitadores teem direito de votar,


visto que se trata de dar um I.". & Ordem
inteira.
Então diz o Ven.'. * * * *

VEN.…. — «II.'. 1° e 2° Vig..., anhunciai


nas vossas columnas que se vai correr o es
crutinio sobre as conclusões do 1... Orad.".
as quaes tendem a que se nomêem (ou não
nomêem) Commissarios (segundo as conclu
sões que se tirárão) para tomar especialmente
— 8 — -

informações sobre o Profanão proposto; as


bolas brancas approvão as conclusões do
Orad.'., e a pretas reprovão. »
O I.'. 1º Vig... dá uma pancada de ma
lhete, e diz : +

1º VIG... — I.'. 2º Vig..., II... que or


mais a columna do Meiodia, vai correr o es
crutinio, etc..... »
. O I.'. 2º Vig... dá uma pancada tambem,
e repete o mesmo annuncio.
Um Exp. "., ou em sua ausencia, um Ir.'.
nomeado para isso, levanta o escrutinio pela
ordem seguinte: apresenta a urna ao Ven.".
aos Vig..., ao Orad..., depois aos II.". que
estão no Oriente, d’ahi aos que estão na co
lumna do Meiodia, depois aos da columna
do Norte, e, tendo deitado a sua bola, leva
a urna ao Ven. "., que, antes de a abrir,
chama um 2° Exp.…. para com o 1º estar
presente ao escrutinio: abre a urna, com
para o numero das bolas com o dos votantes,
o qual deve ter sido annunciado, e um e
outro devem ser iguaes. Se se acha mais ou
menos bolas do que os votantes que ha, o
escrutinio é nullo, e deve-se correr de novo:
se escrutinio é igual e exacto, o Ven.'. dá uma
pancada, que os Vig... repetem, e annuncia
o resultado : se os v t são unanimes, o
Ven.", diz :
— 9 —

VEN.…. — « II.'. 1º e 2° Vig..., annunciam


nas vossas columnas que as conclusões do
.…. Orad... fôrão adoptadas á unanimidade,
e que se vão nomear commissarios encarre
gados de tirar informações mais particulares
á- cerca do Profano proposto. Convidai ao
mesmo tempo os II. ". a se unirem a mim
para applaudir.
Se o escrutinio mostrar que se uão de
vem nomear Commissarios, o Ven.", fará o
annuncio, e não o fará applaudir.
O I.". 1º Vig... diz :
1º VIG.". -- « 2° Vig..., II.…. da columna
do Meiodia, o escrutinio adoptou á unanimi
dade as conclusões do I.". Orad...; em con
sequencia vai-se nomear Commissarios, etc.
O Ven.°. vos convida a nos unirmos a elle
para applaudir. »
O 2º Vig... faz o mesmo annuncio; e então
o Ven.'. diz:
VEN. ". — « A mim, meus II.". »
Todos os II. ". ao mesmo tempo applau
dem pela bateria de duas pancadas precipi
tadas e uma mais demorada o, o, o, repetidas
tres vezes; e terminadas por um triplicado
viva.
O Ven, ". momêa secretamente tres Com
missarios entre os II. "., tanto presentes
COmO àUSenteS,
— 10 —

Na reunião seguinte, o I.". Mest.". de


Cer. "., por ordem do Ven.'., fará correr no
Oriente e nas duas columnas um sacco, que
se chama sacco das proposições, apresen -
tando-o a todos os II.". successivamente;
e todos são obrigados a metter n’elle a
mão, como se n’elle se quizesse lan
çar alguma couza sem ser appercebido:
d’esta fórma, os II.", nomeados commissa
rios na sessão antecedente terão a facilidade
de deitar seu relatorio por escripto, sem que
ninguem o perceba. Este relatorio pode ser
escripto em um pedaço de papel dobrado
de modo que se o não veja na mão; e assim
os Commissarios ficão ignorados. Não é pre
ciso que estes relatorios sejão assignados, e
basta que n'elles se indique o Profano pro
posto pela letra inicial do seu nome.
O I.". Secretario não fará, na acta dos
trabalhos do dia , em que a proposta tiver
sido feita, e os Commissarios nomeados,
senão uma menção geral d'um Profano pro
posto, sem indicação do nome, sobre nome,
qualidade, idade, naturalidade e residencia
do Profano, mas assentará em uma folha sepa
rada, timbrada, sellada, e revestida de tres
assignaturas ao menos o nome, sobre nome,
etc... do Profano, e n’ella escreverá tudo o
que lhe disser respeito, como nomeação de
— 11 –
Commissarios, seus relatorios, escruti
nio, etc., até ao momento da sua admissão,
se tiver lugar; e neste caso transcreverá
para o livro d'architectura tudo o que tiver
sido escripto nas folhas avulsas.
As informações, que cada membro da L.".
é convidado a tomar, e mais particularmente
os Commissarios, devem ter por objecto não
sómente a vida e costumes do proposto, mas
tambem o conhecer a indole do seu caracter,
a natureza de suas inclinações habituaes, de
seus defeitos, e sobre tudo se elle tem al
guns vicios, que possão ser uma razão suf
ficiente para o não admittir.
Se o relatorio dos tres commissarios é fa
voravel, ou se dos tres dous o são, o Ven.".
diz :
VEN.". «Meus II."., na reunião de..... o
Profano N..... foi proposto para ser iniciado
aos nossos mysterios; eu nomêei, em con
sequencia do escrutinio, tres Commissarios
para as informações necessarias. Estes tres
II.…. fizérão seu relatorio, e d’elle resulta
que a L... fará um boa acquisição admittindo
o Profano; o qual persiste no desejo de ser
recebido. II. . 1° e 2° Vig..., proponde o
Profano N..... aos II.'. de vossas columnas,
e perguntai-lhes se elles teem observações a
fazer.»
— 12 —

Os 11.". 1° e 2° Vig.…. fazem o annuncio;


se ha observações, escutar-se hão; e por fim
o Orad.". conclue.
O I. ". Mest.". de Cer... distribue o escru
tinio, seguindo a mesma ordem que da pri
meira vez.
> Um I.". Exp... levanta-se, e leva ao Ven.'.,
que conta os votos em presença d'um se
gundo Exp...; se o escrutinio é unanime,
dá conta d’isso á L.'. e applaude-se; e então
o I.". Secret.". escreve na prancha do dia
tudo o que tinha traçado em folhas avulsas.
Se o escrutinio apresenta tres bolas pretas
ou mais, o Profano é rejeitado sem remedio,
e queimão-se as folhas avulsas; mas se elle
offerece só uma ou duas bolas pretas, assim
se o mencionará nas ditas folhas, e a pro
posta será addiada para a seguinte reunião
ordinaria.
Se n'esta quinta reunião o escrutinio não
offerece mais do que uma bola preta, o Ven.'.
convidará e fará convidar pelos Vig..., em
voz alta, o I. . que deitou a bola preta a dar
lhe parte, fóra da L... e debaixo do sello do
segredo maçonnico, dos motivos da sua op
posição. • •

Nesta conferencia secreta, o Ven.'. jul


gará da importancia dos motivos da opposi
cão, e se os acha de pouco peso trabalhará
— 13 —

por obter que o I.'. que se oppõe desista


d'elles, sem com tudo constrangê-lo a isso
debaixo de nenhum pretexto.
Em fim se em uma ultima sessão o escru
tinio oferece ainda uma bola preta, o
Profano será recusado.
Se os motivos da opposição não tiverem
outra causa que alguns estatutos ou regula
mentos geraes particulares á L.'., o que se
oppõe, poder-se-ha levantar, pedir a pala
vra, e deduzi-los, a fim de que a L.'. deli
"bere sobre elles: e o que se decidir depois
das conclusões do 1... Orad... á pluralidade
de votos, por escrutinio na forma ordina
ria, será executado.
Se o I."., que se oppõe á admissão, não
quizer deduzir suas razões ao Ven.'., ou
porque tema crear um inimigo, ou porque
tivesse repugnancia em se ligar com o Pro
fano proposto, poderá abster-se de se fazer
conhecer ao Ven.'., e esperará o ultimo es
crutinio, em que se determina que uma
bola preta exclue o Profano.
A L.'. n’este cazo deve preferir conservar
um membro, cujo caracter, talento e quali
dades lhe são conhecidas, a adquirir um
estranho que lhe é desconhecido.

II» 2
- 14 —

SEGUNDA SECÇÃO.
REcErção.

- Primeiro preliminar.
Todos os membros da L.'. devem ter sido
convocados para o dia da reunião indicada
pelo Ven...; nas cartas de convocação (que
se chamão tambem pranchas) deve indicar
se a recepção ao primeiro gráo.
Nenhum I... deve faltar á reunião sem
um motivo legitimo, tal como negocios ci
vis, dever do estado, etc. Se algum falta
deve desculpar-se perante a L.", por uma
prancha enviada ao I.". Secret.'., sem o que
elle será obrigado a pagar uma multa em
beneficio dos pobres.
Segundo preliminar.
O Profano aspirante deve ser conduzido
á porta do local, ao menos uma meia hora
antes da abertura dos trabalhos, pelo I."
que o tiver proposto. Esta porta será, se
possivel fôr, differente da entrada ordina
ria; e ali o I.…. se despedirá do Aspirante,
como se se retirasse inteiramente.
O I.”. Preparador tomará conta do Pro
— 15 —
fano, não tendo ainda chegado a hora d'abrir
os trabalhos, e conduzi-lo-ha a um lugar
secreto, aonde ele não possa conversar com
ninguem, nem ver nem reconhecer pessoa
alguma.
O Preparador mostrará um exterior se
vero sem rudeza, evitará toda a conversação
possivel, e responderá brevemente, e mys
teriosamente ás perguntas que se lhe fize
rem, de maneira a tirar-lhe o desejo de fa
ZCIT OUltraS,

Uma meia hora, pouco mais ou menos,


antes da abertura dos trabalhos, o I.". Pre
parado conduzirá o Profano á sala das re
flexões. Esta sala deve ser fechada aos raios
do dia, e allumiada por uma só alampada:
as paredes devem ser forradas de preto e
pintadas de emblemas funebres, a fim de
inspirar o recolhimento, a tristeza e o medo:
sentenças d’uma moral pura, e maximas
d’uma philosophia austera serão traçadas
d’uma maneira bem legivel nas paredes ou
em caxilhos, e suspensas em diversos luga
res do quarto; uma caveira, e mesmo um
esqueleto, sendo possivel ter um, farão tra
zer á memoria o nada das couzas humanas.
Não deve haver n’esta sala mais do que
uma cadeira, uma mesa, um pão, um vaso,
ou copo cheio d’agoa de beber, sal e enxofre
— 16 —

em dois pequenos vasos, papel, pennas e


tinta.
Em cima da mesa devem estar represen
tados um gallo e um relogio d'arêa e de
baixo d'estes emblemas estas palavras es
criptas: Vigilancia e Perseverança.

Inscripções.

Se a curiosidade te conduzio aqui, vai-te


embora.

Se temes ser esclarecido sobre teus defeitos


viverás mal entre nós.
Se és capaz de dissimulação, treme, ler
se-ha em teu peito.
Se estimas as distincções humanas, sáhe;
nós não as conhecemos aqui.
Se tua alma se amedrontou, não vás mais
longe.
Se perseveras, tu serás purificado pelos
elementos, sahirás do abismo das trevas, e tu
verás a luz.
Deve-se deixar o Profano algum tempo só
na sala das reflexões; depois do que, o I.".
Preparador lhe dará por escripto as ques
tões seguintes, ou outras semelhantes, a
resolver por escripto.
Qual é o dever do homem de bem para
comsigo mesmo?
— 17 —
Qual é o seu dever para com seus seme
lhantes?
Que deve elle á sua patria?
No papel em que estas questões se apre
sentarem deve se deixar d’uma á outra um
espaço suficiente para conter as respostas
que o Profano lhes podér dar.
Estando os II.". reunidos no local, e re
vestidos (1) e condecorados, o Ven.'. dá uma
pancada com o malhete para chamar aos
trabalhos, cada um se colloca e fica em pé,
e o Ven. ". diz:

Abertura dos Trabalhos.

P. — º I.'. 1º Vig..., sois-vós Maçon ? »


R. — « Todos os meus II.". me reconhe
cem por tal. 1
P. — «Qual é o primeiro dever dos Vig...
em L. . ? » •

R. — « O de se assegurar se a L.". está


exterior e interiormente coberta. »
Nota. Isto é, que é preciso que a porta
do Templo esteja fechada, e que não haja
Profano algum na sala dos passos-perdidos,
que possa escutar na porta.
VEN. ". — « Mandai ver, meu 1.'., se a L.".
está exterior e interiormente coberta. »
O 1º Vig... diz ao 2º:
(1) Esta palavra quer dizer com seus aventaes.
2*
— 18 —
1º Vic.". — «I.'. 2" Vig..., mandai ver se
a L.". está coberta. »
O I.'. 2º Vig... diz:
2º VIG.….— « I... Exp.'., ou I.”. Cobri
dor, fazei vosso dever. »
Então o I.". Exp... com a espada na mão,
abre a porta do Templo, tira a chave da
porta, e põe-na sobre a mesa que está diante
do 2º Vig..., ordena ao I.". Terrivel que
véle na guarda do Templo de que elle deve
ser responsavel: fecha a porta e se coloca
na entrada interior do portico, com a es
pada na mão; depois disto feito, o I.”.
Exp, '. diz em voz baixa ao 2º Vig... que os
trabalhos estão cobertos. O 2º Vig.". re
peie-o ao 1º, que diz em voz alta:
1º VIG.". -- « Ven.'., os trabalhos estão
exterior e interiormente cobertos. »
O Ven.'. diz:
VEN.". — « A ordem, meus II..., º e ac
CreSCenta .

P. — «I.'. 1º Vig..., qual é o segundo


dever d'um Vig... em L.*.?»
R. — « Assegurar se todos os II... estão
á ordem. »
P. -- «Estão-elles com efeito á ordem?»
O 2º Vig... diz ao 1º:
2º VIG.". — « 1.'. 1º Vig..., na columna
do Norte todos os II... estão á ordem. »
— 19 —
1º VIG.'. diz em voz alta: «Todos os II.".
estão á ordem em uma o outra columna. »
P. — «A que horas abrem os MM... os
seus trabalhos? »
R. — « Ao Meiodia. »
P. — « Que horas são, I.'. 2º Vig.….? »
R. — « Meiodia.
O Ven.'. continua:

» Poisque é a hora, em que nós devemos


abrir nossos trabalhos, II... 1° e 2" Vig...,
convidai os II. . d’uma e outra columna a
se unirem a mim para abrir os trabalhos
da R.". L. '. de...., Oriente de.... no gráo
d’Aprendiz. »
O 1º Vig... diz:
1º Vig...". — « I.'. 2º Vig..., II, …. da co
lumna do Meiodia, o Ven.'. nos convida a
nos unirmos a elle, para abrirmos os tra
balhos da R.'.L.'. de.….., Oriente de...", no
gráo d’Aprendiz. »
O 2° Vig...", faz o mesmo annuncio; e o
Ven.'. dá sobre o altar as tres pancadas
mysteriosas..., que os II... Vig... repetem,
depois do que o Ven.'. diz:
VEN.". — « A mim, meus II.…. » Todos
os 11... tendo os olhos fixos no Ven.'., fa
zem o sinal d’Aprendiz, e applaudem pela
bateria ordinaria: em fim o Ven.'. diz:
— 20 —
VEN... — « Meus II..., os trabalhos estão
abertos, tomai os vossos lugares. »
Os Vig... repetem o que o Ven.'. acaba de
dizer, e todos se assentão.
O Ven.'. diz depois:
VEN.". — « I.". Secret.º., fazei-nos a lei
tura da prancha traçada em nossos ultimos
trabalhos.
« II... 1º e 2° Vig..., convidai os II.". a
prestarem a devida attenção a esta leitura. »
Os Vig . repetem o convite, e o Secret. ".
faz a leitura da prancha.
Nota. A prancha deve necessariamente
conter todas as deliberações, que tivérão
lugar, e as propostas que se fizérão durante
o curso dos trabalhos.
Por muito exercido que seja o I.". Se
cret.", por muita attenção que elle preste,
é dificil que esta prancha seja redigida
de maneira a sustentar uma leitura reflec
tida; além disso, é possivel que se tenha
passado um facto, que tenha sido mencio
nado, e sobre o qual a L ". assente depois
que não deve ser mencionado na prancha;
estas, como outras cousas occasiónão neces
sariamente borraduras, citações, etc. Para
evitar isto seria conveniente que o I.". Se
cret... não traçasse, durante os trabalhos,
mais que um esbôço que ele pode corrigir
— 21 —

e riscar, segundo as eircunstancias, com


tanto que elle ponha depois em limpo toda
a prancha, depois de emmendada, no regis
tro, que deve haver destinado para este uso:
O Secret... servir-se-ha pois para o esbôço
de folhas de papel timbradas com o sello
da L.'. No fim dos trabalhos o I.". Sec.".
fará a leitura d’este esbôço, para que cada
um possa indicar as correcções que ele jul
gar deverem-se fazer; e estas correcções
terão por fim sómente expôr com maior
exactidão e clareza o que se tiver passado
durante os trabalhos; e comprovar legal
mente o que se tiver assentado sobre aquelle
esbôço, que o 1.". Secret... fará assignar pelo
Ven... e I.". Orad...; e em quanto que o
I.". Secret... faz a leitura da redacção so
bre o registro, o I.". Orad... confrontará o
que elle fôr lendo com o esbôço, que deve
ter debaixo dos olhos, afim de se assegurar
de que na redacção o I...Sec. .. não mudou
nem omittio nenhuma das deliberações da
reunião antecedente.
Acabada a leitura o I.". Orad.'. deve, em
alta voz, dar parte das alterações ou omis
sões, que notou, se não notou alguma diz:
ORAD.". — « Ven..., a prancha está com
forme com o esbôço. »
Como é possivel que outros II... notem
— 22 —

alguma couza essencial que se deva corrigir,


o Ven.'. diz:
VEN... — « II... 1° e 2° Vig..., convidai
os II.…. d’uma e outra columna, a fazer suas
observações a respeito da redacção da pran
cha traçada na ultima reunião, cuja leitura
acabárão de ouvir. »
Os Vig... fazem o annuncio.
Nota. As observações não podem recahir
senão sobre a maneira, com que a prancha
está redigida: porque não se pode fazer mu
dar cousa alguma do que foi irrevogavel
mente approvado na sessão antecedente.
Se algum I.…. tem observações a fazer,
levanta-se, pede a palavra, e depois de a
ter obtido, deduz suas observações, que se
discutem para se lhes dar a consideração
que merecerem.
Se não ha observações, os Vig... o an
nuncião, e o Ven.'. diz:
VEN.° — «II.'. 1° e 2° Vig..., convidai
os II.'. d’uma e outra columna a se unirem
a mim para dar a sancção á prancha dos
nossos ultimos trabalhos. »
Os Vig... fazem o annuncio; e o Vem.".
diz :
VEN. ". — «A mim, meus II.". »
Todos applaudem da maneira acostu
mada.
— 23 —
Quando se apresentão II.". Visitadores,
não devem ser introduzidos, senão depois
da leitura da prancha a fim de que, se a
prancha contém algumas correcções fra
ternaes contra os II.….. nenhum Visitador
tenha d’ellas conhecimento, nem tão pouco
d'alguma contestação, que tivesse havido
nos ultimos trabalhos, ou de discussão so.
bre materia que deva só ficar concentrada
entre os II.". da L.".
Havendo Visitadores na sala dos passos
perdidos, o I.". Mest... de Cer.'. deve par
ticipa-lo ao I.'. 2º Vig... que dá uma pan
cada para pedir attenção, e o participa
igualmente em voz baixa ao I.'. 1º Vig...,
que dando uma pancada a que o Ven.'. deve
corresponder, diz-lhe:
1º Vic.". — « Ven.'., na sala dos Passos
Perdidos, ha II..., que pedem ser admitti
dos nossos trabalhos. »
O Ven. ". diz:
VEN.". — « I.'. 2º Vig..., convidai o I.".
1° Experto a se informar sobre quem são es
ses II.'., pedindo-lhes seus nomes, os de
suas LL.'., seus certificados, e reconhe
cendo-os para ver se são aptos a tomar parte
nos trabalhos do gráo. »
O I.'. 2° Vig... encarrega o I.". Exp.".
d’esta commissão. Este sábe, interrogato
— 24 —
dos os II... um depois do outro, e em par
ticular, toma por escripto seus nomes, o de
suas LL.'., e recebe seus certificados.
Bate á porta pela bateria do gráo, o I.”.
Cobridor responde da mesma fórma, e o I.”.
Exp... replica da mesma maneira : então o
I.”. Cobridor adverte o I.'. 1º Vig..., que o
diz em voz alta ao Ven.'. depois de ter
dado uma pancada com o malhete: e o
Ven.'. diz:
VEN.". — «Meu I.'., fazei ver quem bate;
se fôr um Membro da L.'., dê-se-lhe a en
trada, dépois d'elle ter dado as palavras de
passe e da ordem. »
O 1º Vig... repete esta ordem ao I.”. Co
bridor, o qual abre a porta; introduz o I.”.
Exp.'., se é elle que tinha batido, e fecha
a porta; se é um Membro da L.'., o I.”. Co
bridor o participa ao I. . 2° Vig. "., que diz
em voz alta: º E o I.". N...., Ven.". »
Aquelle que entra deve dar os tres passos
d’Aprendiz, pôe-se á ordem entre os dous
Vig..., e espera que o Ven... o mande sen
tar-SC.

Se é o I.". Exp... coloca-se entre os dous


Vig... pede a palavra, e depois de a ter ob
tido, dá conta da sua missão, e entrega os
certificados ao I.". Mest.". de Cer."., que os
leva ao Ven.".
— 25 — •

E boa cautella fazer que os II.". Visita


dores assignem os seus nomes em um papel
á parte, a fim de que se possa confrontar
estas assignaturas com as que devem estar
feitas nos seus certificados.
Se não ha difficuldade, o Ven... ordena
que se lhes dê entrada. No instante em que
elles entrão no Templo, o I.”. Exp... lhes
pede a palavra annual, ou do semetre, que
elles dão em voz baixa, para os receber,
todos os II... se põe em pé e á ordem.
Quando estão introduzidos, o Ven.'. lhes
dirige a palavra, testemunhando-lhes o
prazer que causão aos II... da L.". indo-os
elles visitar; convida-os depois a tomarem
assento nas columnas, aonde o I.". Mest.".
de Cer... os coduz.
Se entre os Visitadores ha Veneraveis de
L.'., uma deputação de L.'., um dos tres
grandes oficiaes da Ordem, ou algum ofi
cial em exercicio
duzidos da maneirano seguinte.
G.". O.'., serão intro •

Para um Ven.'., uma deputação de L.'.,


ou um oficial do G., O.'. deputar-se-ha
para os receber á porta do Templo, tres
II.". precedidos do I.”. Mest... de Cer.'., e
receber-se-os-ha com a espada na mão ...
Para o G.". Vem... do Gr. O.º., a deputação
será de nove, precèdidos do Mest.". de Cer.".
lI• 3
— 26 —
Para um Grão-Mestre d'um Or.". estran
geiro, sete II.".
Quando estes II.…. tiverem chegado entre
os Vig... (e no instante da sua introducção,
o Ven... e os Vig... darão tres vezes nove
pancadas com o malhete, depois das quaes
o Ven.'. dará uma maior para obter silen
cio), o Ven.'. lhes dirigirá um cumprimento
de felicitão em nome da L.'., pelo favor que
ella d'elles recebe, e os convidará a toma
rem lugar no Oriente, aonde o Mest.". de
Cer... os deve conduzir. Os II... que os ac
companhão fôrmão a abobada de aço, e os
outros II... estão em pé, á ordem e com a
espada na mão.
O Ven... só oferece o seu malhete aos
tres grandes Oficiaes da Ordem. Quando os
II.". Visitadores tiverem tomado lugar, o
Ven.'. dirá aos Il.'. Vig... que convidem
os II.". da L.". e outros a se reunir a elle
para applaudirem a presença d’estes II.".
Os Vig... fazem o annuncio, e depois ap
plaude-se pela bateria do uso.
Se elles agradecem, deve se cobrir seu
applauso, segundo a ordem que der o Ven.'.
Os II.". distinctos por suas qualidades
maçonnicas, ou por suas dignidades na Or
dem são os ultimos introduzidos, de ma
— 27 —

neira que o mais qualificado é o que se in


troduz por ultimo.
Quando todo o ceremonial está acabado,
o Ven.'. diz:
VEN.". — « Assentemo-nos, meus II.". »
Os Vig... o repetem, e o Ven.'. accre
SC8Ilta :

VEN.". — «Meus II.…., por dous escru


tinios unanimes vós admittistes o Profano
N..... a se apresentar para ser iniciado a
nossos mysterios; se não ha nova opposi
ção, eu vos peço que testemunheis de novo
vosso consentimento da maneira acostu
mada. »
Os Vig... repetem o annuncio; e todos os
II.'., em sinal de seu consentimento le
vantão a mão, e a deixão cahir sobre seu
avental; (em algumas LL... a deixão cahir
sobre a coxa).
Se ha alguma nova opposição, dever-se
ha discutir; e não havendo, o Ven.'. diz:
VEN.". — « I.". Mest.". de Cer..., adverti,
pelo I.". Ter..., o I.”. Preparador que a
L.", espera a conta que elle está encarre
gado de lhe dar. »
O I.”. Preparador, sendo advertido, bate
á porta da maneira acima detalhada, e que
se observa em todas as circunstancias. Dá
conta das disposições do Candidato, e en
— 28 —

trega ao I.". Mest... de Cer..., que o leva ao


Ven.'., o papel em que estão as tres ques
tões que se lhe propoz, com as respostas
que elle deu; e o Ven.'. diz:
VEN.". — « I.". Preparador, ide pôr o
Candidato no estado que se requer: fazei
que se me traga sua espada (se elle tem) e
SCUS metaeS. »

Durante a preparação, o Ven.'. lê em voz


alta as respostas, que o Candidato deu ás
questões que se lhe propoz. Tartando muito
a chegada do Candidato, o Ven.. pode man
dar fazer a leitura dos regulamentos da L.'.,
e esta leitura será interrompida á primeira
pancada de malhete.
O I.". Preparador, de volta ao pé do Can
didato, lhe fará observações sobre a impor
tancia do seu passo; quando estiver certo
da sua resolução, cessará de lhe falar, si
mulando mesmo um silencio mysterioso, e
não respondendo mais a nenhuma das suas
perguntas.
Faz-se sahir o Candidato da sala das re
flexões, e põe-se o no estado em que elle
deve entrar em L.'., isto é, sem chapeo, os
olhos vendados com o maior cuidado, em
camisa (1); o braço e o peito esquerdo des
(1) Se a estação for rigorosa, pode-se cobrir
candidato com um capote. ! !
— 29 —

cobertos, sem ligas, o joelho direito nu, o


sapato esquerdo de chinela: é préciso que
o Candidato não leve comsigo nem ouro,
nem prata, nem relogio, nem fivelas, nem
outra qualquer prenda nem metaes.
O I.". Preparador deve levar á L.'. os me
taes, prendas, espada, etc. do Candidato;
bate á porta da L.'., entrega-os ao I.".
Mest.". de Cer."., que os leva ao Ven.'.,
volta ao pé do Candidato, condu-lo á porta
da L.'., na qual deve bater por tres grandes
pancadas irregulares.
O 2° Vig... dá uma pancada e diz ao 1º
Vig...". •

2º Vie.". — «I.'. 1º Vig... batem á porta


do Templo, como Profano. »
O I.". 1º Vig... dá tambem uma pancada,
e faz o annuncio ao Ven.'., que dando a seu
turno uma pancada diz:
VEN.". — « Vêde quem bate d'uma ma
neira tão estranha. »
O 1º Vig... di-lo ao 2º, e este ao 1.. Co.
bridor, que abrindo um pouco a porta, per
gunta em um tom enfadado quem bate d’uma
maneira tão estranha?
O I.". Preparador ou Exp.'., sem deixar
o Candidato, diz: « É um Profano que pede
ser recebido Maçon. »
O. I.”. Cobridor fecha a porta um pouco

— 30 —

rudemente, faz o annuncio ao 2º Vig..., que


o repete ao 1º, o qual o diz ao Ven.'.
Nota. E' de absoluta necessidade obser
var todas estas formalidades, para augmen
tar o embaraço do Candidato,
O Ven. ". diz:
VEN... — « Perguntai ao Profano, que
ousa perturbar-nos nos nossos augustos mys
terios, seu nome, sobre-nome, idade, natu
ralidade, sua qualidade, e residencia? Per
guntai-lhe o que exige de nós, e qual é sua
vontade?»
O I.". Cobridor abre um pouco a porta, e
faz todas estas perguntas, a que o I.”. Pre
parador responde, e o I.”. Cobridor que é o
I.. Exp.….) as refere ao I.'. 2º Vig..., este
ao 1º; que as repete ao Ven.", e em alta voz.
O Ven. ". diz:
VEN.". — « Fazei-o entrar. »
Então abrem-se as portas com grande es
trondo, de modo a fazer crer que se correm
pesados ferrolhos.
O I.”. Preparador leva o Candidato pelas
mãos ambas, leva-o até entre os dous Vig.'.,
as portas fechão-se com estrondo, correm
se os ferrolhos, e n'este instante o 1... Pre
parador diz: « Eu vo-lo entrego, não res
pondo mais por elle.
Os II.", Vig.'., sem largarem seus malhe

— 31 —
-tes deixão seus lugares, aproximão-se do
Profano, pegão, cada um, em sua mão, e
depois d'alguns instantes de silencio, o 1°
Vig... diz :
1° Vig... — « Ven.'., eis o Profano. »
O Ven.'. diz:
VEN... — « Senhor N.... as primeiras qua
lidades, que exigimos, para ser admittido
entre nós, e sem as quaes não se pode ser
iniciado a nossos mysterios, são: a maior
sinceridade, uma docilidade absoluta, e uma
• constancia a toda a prova. Vossas respostas
ás perguntas que vou fazer-vos, farão conhe
cer o que devemos pensar de vós. »
P. — «Qual é vosso designio apresentan.
do-vos aqui?
» Que vos inspirou este desejo?
» A curiosidade não foi o que principal
mente excitou esse desejo? »
O Ven.'. deve esperar as repostas do Can
didato, e faz-lhe objecções analogas ao ge
nero do seu talento e caracter.
P. — « Que idêa fazeis vós da Maçonna
ria ?
«Respondei com franqueza, e sede sobre
tudo verdadeiro. »
(Esperão-se suas respostas.)
P. — « Estais prompto a sofrer as pro
vas, por que deveis passar?»
— 32 —
(Esperão-se suas respostas.)
P. —º Sabeis que obrigações se contra
hem entre nós?
» Quem vos apresentou aqui?
» Conheceis vós essa pessoa por um Fran
Maçon?
» Não vos prevenio elle de nada do que fa
zem os Fran-Mações?
» Como podeis vós desejar conhecer o de
que vós dizeis não ter idêa alguma?
» Que reflexões occasionárão em vós os
objectos, que se offerecêrão a vossos
olhos no quarto, em que vos encerrárão á
vossa chegada? »
P. — « Que pensáis-vós do estado, em
que vós estais actualmente? que idêa for
mais d'uma sociedade, em que se exige que
o Candidato seja apresentado d’uma maneira
que deve parecer-vos bem singular? Outra
vez vos digo, sede verdadeiro em vossas res
postas, nós lemos em vosso coração. »
P. — e Vossa confiança e o passo que
acabais de dar não vos denotão alguma li
geireza? »
P.—— « Não temeis vós que nós abusemos
do estado de fraqueza e cegueira a que vos
deixastes reduzir? Sem armas, sem defeza, e
quasi nu, vos entregais a pessoas que não co
mheceis. »
— 33 —

A cada pergunta, o Ven.". espera a res


posta, para insistir e augmentar o embaraço,
segundo o que o Profano responde.
Depois d'estas perguntas o Ven.'. diz:
« Nós vamos fazer-vos passar por expe
riencias indispensaveis, eu vos previno que
se no curso d'estas experiencias a coragem
e a força, que vos serão necessarias para as
supportar, vierem a faltar-vos, vós sereis
sempre livre de vos retirar : estas provas
são todas mysteriosas, emblematicas; pres
tai-lhes toda a attenção de que vós sois
capaz. »
Depois d'alguns instantes do mais pro
fundo silencio, o Ven.'. diz :
VEN.". — I.". Exp.e., conduzi este senhor
a fazer a primeira viagem. »
Os Vig... voltão a seus lugares.
O I.". Exp... pega nas duas mãos do Can
didato, fa-lo viajar partindo do Occidente,
aonde elle está, passando pela columna do
Norte, do Norte ao Oriente, do Oriente ao
Meiodia, e de lá ao Occidente, entre os dois
Vig ..., aonde as viagens se termínão.
O I.”. Exp..., durante esta viagem, mar
cha para traz.
A primeira viagem deve ser a mais diffi
cil, deve fazer-se a pequenos passos, muito
lentamente, e d’uma marcha muito irregular
— 34 —
Deve-se tirar todo o partido possivel da
disposição do local para tornar esta viagem
penosa, por meio de obstaculos e difficul
dades preparadas com arte, sem com tudo
empregar meio algum que possa molestar ou
incommodar o Candidato; deve-se fazer que
umas vezes elle marche a passos lentos, ou
tras um pouco mais depressa: deve-se faze
lo abaixar de tempos em tempos, como para
passar em um subterraneo; e dar passadas
largas como para saltar um fosso; em fim
deve se fazer que ele marche em zig-zag, de
sorte que elle não possa julgar da natureza
do terreno que corre.
Durante esta viagem deve-se imitar a
queda da saraiva e a trovoada, afim de im
primir na alma do Candidato algum senti
mento de temor. Quando o Candidato está
de volta ao Occidente, o 2º Vig... dá uma
pancada e diz:
2º VIG.". — « Ven, “.., a primeira viagem
está feita. »
O Ven.'. diz :
VEN, . — « Senhor N... que nostastes vós
n'esta primeira viagem que acabastes de fa:
zer? »
Depois da resposta o Ven.", diz :
VEN.". — « Esta primeira viagem é o em
blema da vida humana : o tumulto das
paixões, o choque dos diversos interesses,
a difficuldade das emprezas, os obstaculos
que multiplicão sobre vossos passos concor
rontes empenhados em vos desgostar, tudo
isto é figurado pelo ruido e fragor que ferí
rão vossos ouvidos, pela desigualdade da es
trada que passastes? »
O Ven... accressenta, dirigindo-se ao I.”.
Exp.".
VeN.…. --— « I.". Exp.º., conduzi este se
nhor a fazer sua segunda viagem. »
A segunda viagem deve ser feita a pas
sos menos lentos, e um pouco maiores;
não deve ser notavel senão por repetidos es
trepitos e tinnidos de espadas que devem
ferir os ouvidos do Candidato. De volta ao
Occidente, o 1, . Preparador mergulhará o
braço nu do Candidato em um vaso cheio
d'agua, que se terá o cuidado de colocar
naquelle lugar; depois elle dirá: « Ven.'.,
a segunda viagem está feita. » -

O Ven.", diz :
VFN.". — « Que reflexões esta viagem fez
nascer em vosso espirito? »
Depois d’uma reposta qualquer, o Ven."
diz :
VEN.". — « Vos devestes notar n’esta via
gem menos difficuldades e embaraço que na
primeira; nós quizémos tornar sensivel a
vosso espirito o efeito da constancia em se
guir o caminho da virtude; quanto mais
n'elle se avança, mais agradavel elle se torna.
« Estes tinnidos d'armas, que vós ouvistes
no curso d'esta viagem, figurão os combates
que o homem virtuoso deve estar de conti
nuo obrigado a sustentar para triunfar dos
ataques do vicio.
» Vós fostes purificado pela agoa : resta
vos ainda a passar por outras experiencias,
armai-vos de corragem para as supportar até
o fim.
» 1.". Exp. , conduzi o Candidato a fazer
a terceira viagem.»
Esta terceira viagem deve ser feita a
grandes passos, com liberdade, mas sem
precipitação, pouco mais ou menos como a
marcha em um passeio. Seguir-se-ha o Can
didato, sacudindo a alguma distancia d’ella
uma tocha, que produza uma grande
chamma, tendo-se com tudo o cuidado
que esta chamma não possa fazer-lhe mal
algum.
Estando o Candidato de volta ao Occi
dente, o 2° Vig... dá uma pancada e diz :
2º Vig... — « Ven..., a terceira viagem
está feita. »
O Ven.'. diz :
VEN... — « Senhor N...., vós deveis ter
– 37 —
notado que esta viagem foi ainda menos pe
nosa que a precedente; as chammas, por que
vós passastes, são o complemento da vossa
purifição: possa o fogo material de que vós
fostes rodeado, accender para sempre em
vosso coração o amor de vossos semelhantes!
Que a caridade presida a vossas palavras e a
vossas acções, e não esqueçais jamais este
preceito d’uma moral sublime, d’uma mo
ral commum a todas as nações: Não fa
ças a outrem o que não quererias que se te
fizesse.
« A constancia, que vós acabais de mos
trar em vossas tres viagens, nos faz esperar
que vós supportareis da mesma fórma as
experiencias, por que vós tendes ainda a
passar. Persistis-vós, ou não? »
Depois da sua resposta o Ven.'. diz:
VEN.". — « Senhor N...., uma das vir
tudes, cuja pratica nos é mais cara, a que
nos aproxima mais do Autor do nosso ser,
é a beneficencia: os metaes, de que se des
pojou são o emblema dos vicios; podeis
vós, sem vos constranger, sacrificar, em
proveito dos pobres, a que nós damos dia
riamente alguma couza, o dinheiro e o pro
ducto das prendas, que vos pertencem, e
que me fôrão entregues?
« Fazei attenção, vós pensais bem que
II. 4
- 38 -

uma sociedade um pouco numerosa tem


neste momento os olhos fixos sobre vossas
acções, e que ella está attenta á resposta,
que me ides dar: eu solicito um acto de
caridade, não queirais praticar um acto de
ostentação.»
Nota. Se o Candidato não mostrar uma
determinação franca e bem pronunciada, o
Ven.", pode tentar induzi-lo a isso por al
gum meio equivalente ao que se indica
n'esta nota.
« Esta caridade, que eu vos recommendo,
cessa de ser uma virtude, quando ella se
faz em prejuizo de deveres mais sagrados e
mais urgentes. Obrigações civis a preen
cher, uma familia a sustentar, filhos a edu
car, parentes pouco favorecidos da fortuna
a soccorrer, eis os primeiros deveres, que a
natureza nos impõe; eis os credores de todo
o homem que regula sua conducta sobre
os principios da equidade. Que pensarieis
vós d'aquelle que quizesse apparecer cari
tativo antes de os ter satisfeito? Eu quiz
esclarecer-vos sobre as obrigações com
muns a todos os homens: eu volto agora á
primeira proposição que vos fiz; podeis
vós sem ofender nenhum destes deveres,
sacrificar, em proveito dos pobres a quem
damos nossa assistencia diaria, tºdo ou
— 38 —
parte do producto das prendas que vos per
tencem e que me fôrão entregues?
« Respondei. »
Se o candidato nada quizer dar, pertence
á L.'. examinar se por outras considerações
elle merece ser admittido.
O Ven.'. continua.
VEN, . — « Senhor N....., nós exigimos
que vós presteis um juramento que nos
assegure da vossa discrição; mas este ju
ramento deve ser escripto por vós e assi
gnado com o vosso sangue
« I.”. Cirurgião, fazei o vosso dever. »
Prepara se tudo para uma sangria, e
quando a liga está posta e o I.”. Cirurgião
se prepara para picar a vea, o I.”. Conductor
grita « graça: º e então o Ven.'. diz:
VEN.…. — «Senhor N..., vossa resignação
nos basta por agora: sabei por esta prova,
que em todos os tempos, e em todas as cir
cunstancias, vós deveis soccorrer vossos
II.", e derramar por elles vosso sangue, se
preciso fôr. »
Depois d'esta prova o Ven.'. diz:
VEN.". — «I.". Mest.". de Cer..., apre
sentai ao Profano o caliz d'amargura. »
Depois, dirigindo a palavra ao Profano,
elle lhe dirá:
« Bebei essa bebida até o fim, º
— 40 —
Quando o Profano o tiver feito, o Mest.".
de Cer... o dirá ao Ven.'., e este diz:
VEN.". — « Senhor N...., esta bebida, pela
sua amargura, é o emblema dos desgostos
inseparaveis da vida humana: só os pode
adoçar a resignação aos decretos da Provi
dencia. »
Depois dirigindo-se ao I.". Exp.", o Ven.".
lhe dirá:
VEN.". — « I.". Exp.º., fazei o Neophyto
chegar-se ao pé do altar, para n’elle prestar
o seu juramento; e vós todos, meus II.'.,
em pé, á ordem, e espada na mão. »
O I.". Mest... de Cer.". conduz o Candi
dato ao altar, faz-lhe pôr o joelho direito
sobre um coxim, sobre o qual deve estar
traçada uma esquadria, ficando com o joelho
esquerdo levantado ; faz-se lhe pegar com
a mão esquerda em um compasso aberto, e
apoiar uma das pontas (que para evitar al
gum accidente deve estar romba) sobre o
peito esquerdo, que está descoberto, como
se disse: pôe se a mão direita sobre a es
pada, que está de prancha e através sobre
o altar; e o Ven.'., pondo a mão esquerda
aberta sobre a do Candidato, diz-lhe:
VEN.". — « Senhor N...., o juramento,
que vós ides prestar nada contém que possa
offender o respeito, que todos nós devemos
— 41 —
ás leis e aos bons costumes, nem á nossa
afeição e nossa fidelidade ao governo.
« Eu vos previno que elle é terrivel, mas
é indispensavel que vós o presteis de vossa
plena e livre vontade: consentis vósn’isso?»
O Candidato deve dizer: Sim, com fran
queza; se elle recusar, deve-se trabalhar por
o resolver a dál-o por meio da persuasão; mas
se elle perseverar obstinadamente, será pre
ciso deixá-lo sahir. Consentindo porém, o
Ven.'. diz-lhe :
VEN.". — « Repeti commigo, º
JURAMENTO.

Juro e prometto, sobre os estatutos geraes


da ordem, e sobre esta espada, symbolo da
honra, perante o Gr... Arch... do Univ.'.,
guardar inviolavelmente todos os segredos,
que me forem confiados por esta R.'.L.'.,
bem como tudo o que eu n’ella vir e ouvir;
nunca escreve-los, traça-los, grava-los ou
deixar d'elles vestigios de qualquer maneira
que seja, sem que se me tenha dado uma li
cença expressa de o fazer, e n'esse caso fa-lo
hei do modo que me fôr indicado. Prometto
amar meus.". II. "., e soccorre-los segundo
minhas faculdades; prometto além d’isso con
formar-me com os estatutos e regulamentos
d’esta R.'.L.'. Consinto, se eu vier a perju
4*
— 42 —
rar, que o pescoço me seja cortado, o coração
e as entranhas arrancadas, o meu corpo quei
mado, reduzido a cinzas, e minhas cinzas
lançadas ao vento, e que minha memoria fi
que em execração entre todos os MM... O
Gr... Arch... do Univ... me ajude!
Depois de pronunciado este juramento,
conduz-se o Candidato entre os dous Vig...,
e o Ven.'. diz-lhe:
VEN... — «Senhor N..., o juramento, que
acabastes de proferir não vos causa inquie
tação alguma? Vos sentis vós com a cora
gem de o observar? Consentis-vós em rei
tera-lo quando tiverdes recebido a Luz?»
Depois do Candidato ter respondido que
sim, o Ven.'. pergunta-lhe:
P. « Que pedis? »
(O I.'. 2º Vig... dicta-lhe em voz baixa
o que elle deve responder.)
R. — « A Luz. »
VEN. ". — «A Luz vos vai ser concedida.
Vós todos, meus II."., fazei vosso dever.»
(Isto equivale a adverti-los que se pônhão
em pé e com a espada na mão.)
Nota. E' preciso para esta ceremonia
prover-se de tochas guarnecidas de mechas
de espirito de vinho, no corpo das quaes
deve haver um pó inflamavel, que os chi
micos chámão licopodium, ou mesmo uma
— 45 —
pouca de resina que chámão colophonia;
mas esta ultima produz um fumo espesso e
acre. Estas tochas devem ser feitas de ma
neira que sendo sacudidas, o pó possa fa
cilmente cahir e inflammar-se no espirito
de vinho que arde, a fim de produzir uma
grande chamma; mas é préciso pôr se a
distancia conveniente do Candidato para
que se lhe não possa causar o menor mal.
A primeira pancada de malhete todos os
II.…. se vóltão para o Candidato; á segunda
dirigem as pontas das suas espadas para
elle; á terceira faz-se cahir a venda que lhe
tapava os olhos, e que um I.…. lhe desata
por detraz; é neste instante que se saco
dem as tochas duas ou três vezes ao mais.
Depois d'um momento de silencio, para
dar ao Candidato o tempo de considerar os
objectos que o rodeião, o Ven.'. diz:
VEN... — «As espadas que estão voltadas
para vós vos annuncião que todos os Ma
ções voarão em vosso soccorro, em todas as
circunstancias, se respeitardes a união mas
çonnica, e se escrupulosamente observardes
nossas leis; mas elas vos annuncião igüat
mente que vós não achareis entre nós senão
vingadores da Maçonharia, e da virtude, e
que nós estaremos sempre promptos a pu
— 44 —
nir o perjurio, se d’elle vos tornardes cul
pado. »
O Ven. " - aCCTGSCenta :

VEN... — «I.". Exp.e., fazei que o Neo


phyto se aproxime. »
O Neophyto, tendo o I.". Exp... á sua
direita, e o I. ". Mest.". de Cer... á sua es
querda, é por elles conduzido ao pé do al
tar; ali pôe o joelho como da primeira vez,
e repete seu juramento, durante o qual elle
tem uma das pontas do compasso aberto
sobre o peito esquerdo nu.
Depois d’este juramento, o Ven.'. dá tres
pequenas pancadas de malhete sobre a ca
beça do compasso, dizendo: « Aprendei
pela justeza do compasso a dirigir para o
bem todos os movimentos do vosso co
ração. »
O Ven.'. retira a espada de debaixo da
mão do Candidato, pôe-lhe a lamina sobre
a cabeça, e profere a formula da recepção
m’estes termos:
A gloria do Gr.". Arch.'. do Univ..., em
nome do Gr.". O.". de.... com a ajuda de
todos os meus II... ausentes e presentes, em
virtude dos poderes que me fôrão confiados
por esta R.". L. “., eu vos recebo e constituo
Apprendiz-Maçon.
No mesmo instante elle dá sobre a la
— 45 —
mina da espada tres pancadinhas de ma
lhete por tres vezes, segundo a bateria or
dinaria.
O Neophyto se levanta, e o Ven.'. lhe diz:
VEN.". — «Meu I.”. (porque é assim que
nós vos trataremos d’aqui em diante), re
cebei de mim o primeiro beijo fraternal,
pelo numero mysterioso de tres. »
Fazendo extremamente frio, seria conve
niente convidar o Neophyto a ir vestir-se
ao pé d'um bom fogo, e durante este tempo
o Ven... faria algumas perguntas do Cate
chismo; se a estação é supportavel, ou de
pois que o Neophyto está vestido, colloca
se o entre os dous II... é o Vig... diz:
VEN.". — « I.". Mest.". de Cer.'., fazei o
Neophyto aproximar se do Oriente pelos
tres passos de Aprendiz. »
Conduz-se-o ao Altar, á direita do Ven.'.,
por tres passos de Aprendiz, de que o 1º
Vig... lhe mostrará a marcha, fazendo-lhe
subir os tres degráos do templo. Os passos
d’Aprendiz se executão... (ensina-se como.)
E o Ven. ". diz-lhe, dando-lhe o avental e
as luvas:
VEN.". — « Meu I.º., este avental, com que
vós estareis sempre revestido em L.'., vos
fará pensar igualmente que o homem está
condemnado ao trabalho, e que um M.'.
— 46 —
deve ter uma vida activa e laboriosa.
« As luvas, pela sua alvura, vos adver
tem da candura que deve reinar sempre na
alma d'um homem de bem, e da pureza das
nossas acções. »
O Ven.'. dando-lhe as luvas de mulher diz:
VEN.". — «Nós não admittimos mulheres
aos nossos mysterios, mas rendendo home .
nagem a suas virtudes, apraz-nos lembrar
monos d’ellas nos nossos trabalhos; eis,
meu caro I..., luvas, que vós dareis á
mulher que mais estimais. »
O Ven.", continúa :
VEN... — « Para ser admittido nas nossas
reuniões, e tomar parte no laço, que nos
une sobre toda a terra, é preciso que vós
possais fazer-vos conhecer. Eu vou dar-vos
os sinaes, palavras e toque por via dos quaes
nós nos reconhecemos, e por meio dos quaes
vós sereis acolhido por todos os MM... em
qualquer parte do mundo que vós vos
acheis. »
Dá lhe a palavra do gráo.
« Temos tambem uma palavra de passe,
que serve entre nós para nos assegurarmos
mais particularmente ainda de que aquelle
que se apresenta é Maç.".
« Temos mais uma palavra de ordem ou
annuat, que o Gr., O... renova todos os
— 47 —
annos. O uso que vós adquirireis com nos
co, vos tornará familiares todas estas cou
sas: elle vos mostrará que fazemos tudo em
esquadria, e que o numero tres entre nós é
mysterioso. »
O Ven.'. dá o sinal e o toque:
« A palavra sagrada é....: vós vêdes a
sua primeira letra sobre aquella columna
que é a do Norte; quando vo-la pedirem,
vós respondereis : Eu só posso soletra-la,
dizei-me a primeira letra, eu vos direi a
segunda.
« Esta palavra significa: minha força está
em Deus.
* A palavra de passe é....: é o nome do
primeiro homem que conheceu a arte de
trabalbar em metaes.
» A palavra de ordem ou annual é..... »
Nota. Os II.". Serventes nunca devem sa
ber a palavra de ordem.
O Ven.'. dá depois ao Neophyto o beijo
fraternal por tres, e depois diz ao I. “. Mest.".
de Cer.".
VeN... — « Conduzi o 1... ao Occidente,
para que ele aprenda a trabalhar na pedra
bruta, e se faça reconhecer pelos II.". 1º e
2º Vig..., dando-lhes as palavras, sinal e
toque; depois o I.'. 2º Vig.…. fa-lo dar tres
pancadas com o malhete sobre a pedra bruta.
— 48 —
Os II.". Vig... annuncião que o Neophyto
deu as palavras, sinal e toque; depois do
que este se coloca entre os dous Vig... em
pé e á ordem; e o Ven.'. diz:
VEN.…. — «II.'. 1º e 2° Vig..., convidai
os II."., que órnão vossas columnas, a re
conhecer para o futuro o I.". N. ". por A
prendiz Maç. .. desta R.'.L.'., e a se uni
rem a mim para applaudir a sua iniciação.»
Os Vig... fazem o annuncio, e o Ven.'.
diz:
VEN.". — «Applaudamos, meus II.". »
Faz-se o applauso do uso.
O I.". Mest.". de Cer... pede a palavra
em nome do Candidato; ensina-lhe a agra
decer, e agradecem ambos. O Ven... faz co
brir os applausos; e assim se termínão os
trabalhos da iniciação, e os II... mettem
suas espadas na bainha e assentão-se.
O I.". Orad..., depois de ter pedido a
palavra ao Ven.'., dirige ao I.". novamente
iniciado alguma peça d'Architectura, cujo
objecto deve ser algum ponto de moral so -
bre a união fraternal, sobre a igualdade,
sobre os deveres do homem, sobre o es
quecimento das injurias, ou outro qualquer
objecto que elle prefira.
Quando a leitura está terminada, o Ven.'.
faz a instrucção, durante a qual o I.'. 2º
— 49 —
Vig... accompanha o I.…. novamente iniciado
ao pé do painel, que deve estar collocado
no chão, e com a ponta da espada lhe in
dica as figuras cujos emblemas o Ven.'. lhe
vai explicar.
Acabada a Instrucção, o I.". Mest.". de
Cer.". conduz o I.". novamente iniciado á
ponta da columna do Norte aonde elle toma
lugar por esta vez sómente.
Os 1I.". devem collocar-se em L.'. sem
outra distincção que a de seus gráos: final
mente se não ha outros trabalhos, o Ven.'.
fecha a L.'., segundo a formula abaixo in
dicada para o encerramento dos trabalhos.
Instrucção.
P.—« I.'. 1º Vig..., sois vós Maçon ? »
R. — «Meus II.". me reconhecem por tal.»
P.—» Qual é o primeiro dever dos Vig...
em L.'. ? »
R.—« Assegurar-se se a L... está bem
coberta. »
P. — « Que é um Maç.….?»
R.-<Um homem livre igualmente amigo
do pobre e do rico, se elles são virtuosos. »
P.—º Que vimos nós fazer em L... ? »
R. — « Vencer nossas paixões, submetter
nossas vontades, e fazer novos progressos na
Maç... »
II» 5
— 50 —
P.—«Aonde fostes recebido Maç.…. »
R. - «Em uma L.'.justa e perfeita. »
I'. - « Que é preciso para que uma L.".
seja justa e perfeita? »
R. - «Tres a govérnão, cinco a compõe,
e sete a tórnão justa e perfeita, »
P. - «Desde quando sois Maç.…. ? »
R. — « Desde que recebi a luz.»
P. —º Como reconhecerei eu que vós
sois Maç. . ? »
R. - «Por meus sinaes, palavras e to
que. »
P. - «Como se fazem os sinaes de
Maç. . ? »
R. — «Pela esquadria, nivel e perpen
dicular. »
P. — « Dai-me o sinal d’Aprendiz. »
R. — (Da-se-o.)
P. — « Que significa esta sinal? »
R. — «Que eu preferiria ter pescôço cor
tado a revelar os segredos dos Maç.…. »
P. — «I.'. 2° Vig..., dai o toque ao I.".
1º Vig...
R. — O I.”. Aº Vig... diz : « Elle é justo,
Ven. ". »
P. — « Dai-me a palavra. »
R. — «Não devo lê-la, nem escrevê-la;
só posso soletra-la, dizeime a primeira letra,
eu vos direi a segunda. »
— 51. —
P. — « Que significa esta palavra? *
R. — « Minha força está em Deus; era o
nome d'uma columna de bronze colocada
ao septentrião do Templo de Salomão, ao
pé da qual os Aprendizes recebião o seu sa
lario. » |

P. — « Dai-me a palavra de passe d'A


prendiz. »
R. — (Dá-se.)
P. — « Que significa ella?»
R. — «E o nome do dos filhos de La
mech que inventou a arte de trabalhar em
ImetaeS. »

P. — º Porque vos fizestes admittir


Maç.…. ? »
R. — « Porque eu estava nas trévas, e
desejei ver a luz. »
P. — « Quem vos apresentou em L.'.?»
R. — Um amigo virtuoso, que eu depois
reconheci por Irmão. »
P. — «Em que estado estaveis quando
vos aprentárão em L. “..? »
R. — «Nem nu, nem vestido; e despro
vido de todos os metaes. »
P. — « Para que vos apresentárão n'esse
estado ? »
R. — «Nem nu, nem vestido, para nos
representar o estado de innocencia, e nos
fazer ver que a virtude não tem precisão de
ornamentos; desprovido de todos os me
taes, porque elles são o emblema, e muitas
vezes a causa dos vicios, que o Maçon deve
evitar. »
P. — « Como fostes-vós introduzido em
L.'. ' »

R, — « Por tres grandes pancadas. »


P. — « Que significão elles?
R. — « Pedi, vós recebereis; procurai ,
vós achareis; batei, dar-se-vos-ha en
trada. »
P. — «Quevos produzirão essas taes pan
cadas? »
R. — «Um Exp."., que me perguntou
meu nome, meu sobrenome, minha idade,
meu paiz, e se era minha vontade entrar
Maç.". »
P. — «Que fez o Exp... de vós? »
R. — «Introduzio-me em L... entre os
dous Vig..., e me fez viajar, como um
Aprendiz Maç.…. o deve fazer, a fim de fazer
me conhecer as difficuldades, que só encon
trão para se chegar a ser Maçº.»
P. — « Que vos aconteceu depois? »
R. — « O Mestre da L."... com o concen
timento unanime me admittio Maç.". »
P. — « Como vos recebeu elle ? »
R. — « Com todas as formalidades reque
ridas. »
• — 53 —

P. — « Quaes são essas formalidades? »


R. — « Eu tinha o joelho direito nu so
bre a esquadria, a mão direita sobre a es
pada, e com a esquerda eu sustentava um
compasso aberto em esquadria, com uma
ponta apoiada sobre o peito esquerdo, que
CStaVa InU. º

P. — «Que fizestes-vós n'essa postura?»


R. — « Prestei o juramento de guardar
os segredos da Ordem. »
P. — « Que vistes, quando entrastes em
L.". ? »
R. — « Nada, Ven.". »
P. — « Que vistes, quando se vos deu a
Luz ? »
R. — « Vi o Sol, a Lua, e o Mestre da
L.". º

P. — « Que relação pode haver entre es


tes astros e o Mestre da L. “..? »
R. — « Da mesma fórma que o Sol pre
side ao dia, e a Lua á noite, o Mestre preside
á L. “.. para a esclarecer. »
P. — « Aonde se colloca o Mestre da
L.". ? » •

R. — No Oriente. »
P. — «Porque? »
R. — « Da mesma fórma que o Sol nasce
no Oriente para abrir a carreira do dia,
assim o Mestre se coloca ao Oriente para
5*
— 54 —
abrir a L.'., esclarecer os trabalhos, e levar
os trabalhadores á obra. »
P. — «Aonde se collócão os Vig.….?»
R. — « No Occidente. »
P. — « Para que ? »
R. — « Para adjudarem o Ven.". em seus
trabalhos, pagar aos obreiros, e despeidi-los
COnte à teS. »

P. — «Aonde se collócão os Aprendi


zes? »
R. — « No Septentrião, porque elles não
podem supportar senão uma fraca luz. »
P. — « Como se chama a vossa L.'.?»
R. — A L.'. de S. João. »

Encerramento.

P. — « Que idade tendes ? »


R. — «Tres annos, V.". »
P. — «A que horas costumão os MM.….
fechar seus trabalhos? »
R. — «A meia noite »
P. — « Que horas são? »
R. — «Meia noite, Ven.'. »
O Ven.", continúa : 9
VEN. — « Pois que é meia noite, e é esta
a hora em que os MM.'. Aprendizes cos
túmão fechar seus trabalhos, II... 1° e 2°
Vig..., convidai os II... d’uma e outra co
lumna a unir-se a mim para fechar os tra
balhos d’Aprendiz, na R.'.L.'. de.... Or.".
de..... D

Os Vig... fazem o annuncio, depois do


qual o Ven.'. dá tres pancades com o ma
lhete, segundo a bateria acostumada; am
bos os Vig... fazem outro tanto, e n'este
momento todos os 11. .. se levantão e se
põem á ordem, e o Ven.'. diz :
VEN. — * A mim, meus II.". »
Totos fazem o sinal d’Aprendiz, e termi
não se os trabalhos pela triplice bateria e
triplice viva.
– 56 —

TRABALHos Do BANQUETE.

A Sala, em que se faz o banquete, deve


ser situada de modo que de fóra nada pos
sa ser ouvido ou visto A meza será em
fórma de ferradura, tanto quanto puder
ser : o lugar do Ven.'. é na parte superior,
e o dos Vig... nas duas extremidades.
O I.". Orad... coloca-se em frente da co
lumna do Meiodia, e o I.". Secret.". em
frente da do Norte. O Oriente é occupado
pelos II.". Visitadores, ou pelos Officiaes da
L. "., não havendo Visitadores.
Excepto os cinco Officiaes, que ficão desi
gnados, ninguem tem lugar marcado, salvo
havendo Visitadores condecorados de gráos
superiores, que occupem o Oriente, porque
então os outros Visitadores se colocarão na
cabeça das columnas.
O pão chama-se Pedra bruta.
O vinho, Polvora forte (branca ou
tinta).
As garrafas pretas, Barricas.
As garrafas brancas, O mesmo.
A agoa, Polvora fraca.
Os pratos, em que se
COII]C, Telhas.
Os pratos em que vão as
iguarias, Bandejas.
As velas accesas, Estrellas.
As colhéres, Trolhas.
Os garfos, Tridentes ou enxadas.

\-
— 57 —
Os guardanapos, Bandeiras,
As facas, Alfanges.
Os copos, Canhões.
Os licores, Polvora fulminante.
Quando todos teem tomado assento é livre
ao Ven.". faver a primeira saúde antes de
comer, ou esperar que se tenha tomado a
sopa, ou quando o julgar a proposito: mas
estando resolvido a fazer a primeira saúde
dá uma pancada com o malhete; immedia
tamente os Vig... sahem do interior da fer
radura, retirão-se ao Occidente (o mesmo
devem repetir em todas as saúdes); e todos
os II.". párão acomida; o I. ". Mest.". de Cer.--
commumente está só dentro da ferradura e
em face do Ven.'., para estar mais ao al
cance de receber as ordens, e faze-las execu
tar; algumas vezes elle está posto em uma
pequena mesa entre os dous Vig...". O I.".
Mest.". de Cer... levanta-se e o Ven.'. diz :
« II.". 1° e 2° Vig..., fazei ver se nossos
trabalhos estão bem cobertos. »
Ambos os Vig... se assegúrão da qualidade
maçonnica de todos os individuos, que estão
em suas respectivas columnas, lançando os
olhos sobre elles, e reconhecendo-os por
MM.".
O 2º Vig... diz ao I.'. 1º Vig... « Eu res
pondo pela minha columna. »
O 1º Vig... diz : « Ven.'., o I. . 2º Vig...".
— 58 —
e eu, estamos certos dos II... que órnão as
duas columnas. »
O Ven.", diz :
« Eu respondo pelos que estão no Oriente.
« I.". Terrivel, fazei vosso dever. »
Durante este tempo os II.…. se revestem
de seus cordões; não é preciso ter avental.
O I.". Terrivel vai tirar as chaves da
porta, que fecha, e desde então ninguem
mais entra nem Sahe.
O 2º Vig... adverte o 1º de que os traba
lhos estão cobertos; este o diz em voz
alta ao Ven.'., que dá uma pancada com o
malhete e diz:
«Meus II.…., os trabalhos que tinhão sido
suspensos tornão a tomar vigor. »
Nota. Se antes de passar ao banquete
elles tivessem sido fechados, seria preciso
abrilos de novo.
Os II.'. 1° e 2° Vig... repetem o annuncio,
depois do qual o Ven.'. diz:
« A ordem, meus II...»
Primeira saúde.

VEN.…. — «II... 1º e 2° Vig... convidai


os II. . d’uma e outra columna, a se dispo
rem para carregar e alinhar, para a primeira
saúde d'obrigação, º
OsVig... fazem o annuncio, e o Ven,", diz:
— 59 —
« carreguemos e alinhemos, meus II...»
Nota. E' só desde este instante que se
deve tocar nas barricas, sem o que entraria
a confusão nos trabalhos. Cada um deita
no copo o vinho que quer; se algum, por
regimen ou por gosto, bebe só agoa, nada
o deve constranger a mudar seu uso. A me
dida que cada I. . deita vinho no seu ca
nhão (copo) coloca-o um pouco á direita da
telha (prato em se que come), á distancia
da borda da mesa do dia metro da telha
pouco mais ou menos: d'esta fórma os ca
nhões ficão alinhados em um instante. Ali
nhão-se tambem as barricas, e as Estrellas
sobre uma secunda linha.
Quando tudo está alinhado na columna do
Norte o 2° Vig... participa-o ao 1º, que diz
ao Ven.'. : « Tudo está alinhado nas duas
columnas. »
O Ven.". diz :
« O Oriente o está igualmente: em pê, e
á ordem, e alfange na mão. »
Levantão-se todos com o guardanapo no
ante braço : os II... condecorados d'altos
gráos põem-no no hombro; põe se a espada
(tendo-a) ou uma faca, na mão esquerda,
e põe-se á ordem com a mão direita. (Se a
mesa fór em forma de ferradura, os II.….
que estão no interior ficão assentados).
— 60 —
O Ven.°. diz :
« II.…. primeiro e segundo Vig..., annun
ciai nas vossas columnas que a primeira
saúde d'obrigação é a de S.". M... e sua au
gusta familia; nós ajuntaremos a esta saúde
votos pela sua prosperidade. E' a uma saúde
tão preciosa para nós, que eu vos convido a
fazer o melhor fogo possivel. »
Os II.'. 1° et 2° Vig... repetem o annun
cio, depois do qual o Ven.'. diz :
« Attenção, meus II.". : armas na mão :
em face: Fogo. « Bebe-se, e repete-se, com
o canhão em frente: «Bom fogo. » Bebe-se.
« O mais vivo de todos os fogos. » Bebe-se,
e põe-se o canhão pouco mais ou menos
pela altura da barba, e defronte do hombro.
« Armas em frente : Um, Dois, Tres. » Para
estes tres tempos leva-se o canhão ao peito
esquerdo, depois ao direito, depois em
frente. « Um, Dois, Tres.» Repetem-se os
mesmos movimentos. «Um , Dois, Tres. »
Torna-se a repetir, No ultimo tempo, Em
frente, fica-se n’elle esperando a ordem do
Ven.'. que manda pôr os canhões, por tres
tempos, dizendo: «Um, Dois e Tres » N’este
ultimo tempo, todos os canhões devem
dar uma só pancada sobre a mesa. Depois
applaude se por triplice bateria e triplice
{)? UCL,
-- 61 —

Depois do que o Ven.'. diz:


« Tornemos a tomar nossos lugares, º o
que os Vig... repetem. Em quanto os traba
lhos ficão em vigor, é permittido continuar
a comer, mas deve-se faze-lo em silencio.
Segunda saúde.
Algumas vezes, (e é mesmo o mais conve
niente para a commodidade das pessoas, e
para não interromper o serviço) o Ven.".
commanda a segunda saúde, logo que a pri
meira está feita. Se ele não julga a propo
sito fazer levanta-la immediatamente, é com
modo suspender os trabalhos.
Se o Ven. ". suspendeu os trabalhos antes
de propôr a segunda saúde, deve tornar a
pô-los em vigor; se os não suspendeu, com
manda immediatamente, e diz:
« II.'. 1º e 2° Vig..., convidai os II.".
d’uma e outra columna a disporem-se a car
regar e alinhar para a segunda saúde d'obri
gação. »
Os II... Vig... repetem o annuncio, e o
Ven. ". diz:
« Carreguemos e alinhemos, meus 11.". »
Os Vig... annuncião quando tudo está
carregado e alinhado, como acima, e depois
o Ven.'. diz: •

« II... 1° e 2° Vig..., a segunda saúde


II, 6
d'obrigação, que eu tenho o gosto de pro
pôr, é a do Gr.". Or.'. de... , de todos os
Oficiaes que o compõe; nós lhe juntaremos
a de todos os VV. ". Mest... das LL.'. regu
lares, e de seus deputados ao Gr.". Or.".
de...., a das LL.'. da correspondencia, a
dos Orientes estrangeiros; nós lhe ajuntare
mos em fim nossos votos pela prosperidade
da ordem em geral; convidai, eu vos peço,
os II.'. d’uma e outra columna, a se reu
nirem a mim para fazer o fogo o mais ma
çonnico e o mais fraternal. »
Os Vig... repetem; faz-se a saúde, e ap
plaude-se como na primeira.
Havendo algum I... comprehendido n’a
quella saúde, como Oficial do Gr.". Or...,
Ven.'. de L.'. regular, ou Deputado de L. ".,
esse I.", ou II... não fazem a saúde, e ficão
em pé ou assentados, e quando o applauso
está acabado, pedem todos a agradecer, e
um d'elles toma a palavra: durante o agra
decimento, os II.". ficão em pé.
Quando depois da saúde feita, os II.….
teem applaudido,
commandados peloa Ven.'.
L.", cobre os applaus

Estando tudo acabado, o Ven.'. dá uma


pancada com o malhete, e diz:
* Meus II..., tomemos nossos lugares. »
Então é livre ao Ven... suspender os tra
balhos, ou deixia-los em vigor.
Terceira sáude.

No momento, em que os Vig... julgarem


a proposito, e sobre tudo quando não hou
ver serviço a fazer, o 1º Vig... dará uma
pancada com o malhete, que será repetida
pelo 2° Vig. "., e depois pelo Ven.'., o qual
dirá:
«Que quereis, meu I...?»
O 1° Vig..., se os trabalhos estão suspen
sos, pede ao Ven.'. que os torne a pôr em
vigor, o que elle faz n’estes termos:
« Meus II..., a pedido do I.”. 4º Vig..."os
trabalhos, que estávão suspensos, tórnão a
tomar vigor. »
Os Vig... repetem o annuncio.
Depois d'isto, o 1º Vig... dá uma pancada
com o malhete, repetida pelo 2°, depois
pela Ven.'., e diz: « I.”. Ven.'., tende a
bondade de mandar carregar e alinhar para
uma saúde que o I.'. 2º Vig... o I.". Orad...
e eu temos o gosto de propôr.»
O Ven. . manda carregar e alinhar, como .
nas saúdes precedentes; quando é informado
qué tudo está em regra, diz:
«I.'. 1º Vig..., annunciai a saúde que
vós quereis propôr. »
O I.”. Aº Vig... diz: «E a vossa, J. .
Ven.'. Em pé, e á ordem, espadas na mão,
— 64 —
meus II...» O 1º Vig... diz: « Meus II.'.,
a saúde que o 2° Vig..., o I.". Orad.". e eu,
temos o gosto de vos propôr, é a do nosso
Ven.'., que dirige os trabalhos desta R.'.
L.'., e a de tudo o que lhe pode pertencer;
nós vos pedimos de vos reunir a nós para
fazer o melhor fogo possivel. »
O 2° Vig... repete, e diz: « A saúde, que
o I.". 1º Vig..., o I.". Orad.". e eu, etc. »
O Orad.". repete o mesmo.
O I.'. 1º Vig... diz: «A mim, meus I.…. »
E commanda o exercicio, ou defere o com
mando ao 2° Vig..., como julgar mais a pro
posito; manda dar o applauso e o viva.
Durante esta saúde, o Ven... fica assen
tado: todos os II.". ficão em pé e á ordem.
Depois do Ven.'. ter agradecido, o I.".
1º Vig... diz: «A mim, meus II... » e faz
cobrir os applausos. Todos tórnão a assen
tar-Se.

O Ven... suspende os trabalhos, julgando


o a proposito, ou os deixa em vigor.
Quarta saúde.
Algum tempo depois, o Ven... põe os tra
balhos em vigor, se o não estão; manda
alinhar e carregar para uma saúde.
Quando tuto está alinhado e carregado,
propôe a saúde dos II.'. 1° e 2° Vig...". O
– 65 —
I.". Orad... e o I.". Secret.". repetem o an
nuncio.
O Ven.'. commanda esta saúde. Todos os
II. . ficão assentados; os Vig.…. sós se le
vantão; os II.". Vig... agradecem em pé, to
mando o I.'. 1º Vig... a palavra. O Ven.".
manda cobrir applauso.
Quinta saúde.
O Ven.'. commanda depois, no intervallo
que lhe parece mais conveniente, a saúde
dos II.". Visitadores; durante esta saúde,
os Visitadores ficão em pé; agradecem to
mando um d'elles a palavra. O Ven.'.
manda cobrir o applauso.
Juntar-se-ha a esta quinta saúde a das
LL... filiadas ou correspondentes; mas se
nem ha Visitadores, nem LL... correspon
dentes, o Orad... pedirá a palavra para
agradecer.
Nota. Depois da saúde dos Visitadores, se
algum I... tem canticos a entoar, ou al
gumapeça d'architectura a ler, pode faze-lo
pedindo a palavra.
Será mesmo a proposito cantar alguns
d'esses canticos moraes, que se teem feito
sobre o fim da Maçonnaria, e que, cantados
em coro, causão uma dôce impressão na
alma, celebrando as graças e vantagens da
união maçonnica.
6*
—— 66 —

Sexta saúde.
Aº saúde dos II.". Officiaes e Membros da
L.'.; ajunta-se-lhe a dos II.", novamente
iniciados, se os ha.
Esta saúde é só feita pelo Ven.'., os Vig...".
e os II. . Visitadores, se os ha. Os Officiaes e
Membros da L.'. ficão em pé, e agradecem; o
I.". Orad... tomando a palavra pelos Offi
ciaes, o membro mais antigo pelos Membros,
e um dos Iniciados, se os ha, pelos outros.
Cobrem-se seus applausos
Septima et ultima saúde.
Em fim o ven.'. pede ao I. Mest... de
Cer... que introduza os II.…. serventes, que
devem levar comsigo suas bandeiras, e seus
canhões.
Tendo eles entrado, e estando colocados
no Occidente entre os dous Vigº, o Ven...
dá uma pancada com seu malhete, convida
a carregar e
d'obrigação. alinhar para a ultima saúde

os II.….V... dão ambos uma pancada com


seus malhetes, e fazem o mesmo annuncio.
o Ven.'. diz: •

º Carreguemos e alinhemos, meus II...»


Todos carrégão e alinhão; e quando o
Ven... é advertido de que tudo está carre
gado e alinhado, diz:
— 67 --
* Em pé e á ordem, espadas na mão.»
Todos se levántão, dão uma ponta de seu
guardanapo a seus visinhos da direita e da
esquerda, o que não impede de ter a espada
na mão: os II.". Serventes fazem com os
Vigº, a mesma cadea, estando o I.". Mest.".
de Cer... no meio delles.
Então o Ven.'. diz :
, º II... 1° e 2° Vig..., a ultima saúde
d'obrigação é a de todos os MM... espalhados
sobre a terra, tanto na prosperidade como
na adversidade. Dirijamos nossos votos ao
Gr... Arch... do Univ... para que lhe apraza
soccorrer os desgraçados, e conduzir os via
jantes a bom porto. Convidai, eu vos peço,
os II... d’uma e outra columna a se unirem
a nós para fazer esta saúde com o melhor
de todos os fogos. »
Os Vig... repetem. |

Então o Ven... entôa a Cantico de encer


ramento, de que ordinariamente só se dizem
as duas ultimas estancias.
Depois do que o Ven.'. diz:
« Attenção, meus II.". Mão ás armas:
Alto armas: Em face: Fogo: Bom fogo:
Triplice fogo: Armas em frente: º Repe
tem-se tres vezes os dois ultimos versos.
Um, Dois, Tres; Um, Dois, Tres; Em frente
Um, Dois, Tres. »
— 68 —

Applaude se, e canta-se tres vezes o ulti


mo estribilho.
O Ven.'. dá uma pancada de malhete,
que os Vig...". repetem, e depois diz;
P.—º I.'. 1º Vig..., que idade tendes! »
R. — «Tres annos, Ven. ". »
P.—º A que horas costumamos-nós fe
char nossos trabalhos? »
R. — «A meia noita. »
P. — « Que horas são, I. . 2º Vig...". ? »
R. —º Meia noite. »
« Pois que é meia noite, etc. » Como no
encerramento dos trabalhos d’Aprendiz. E'
um uso louvavel dar-se o beijo fraternal
antes de se deixarem: o Ven.. o dá ao seu
visínho da direita, e lhe volta pela esquerda.
O Ven... manda fazer a leitura da pran
cha dos trabalhos do banquete; pede ob
servações, e applaude-se; depois pergunta
se ha proposições que interessem a Ordem
em geral, e a L.". em particular.
Havendo-as, ouvem-se, e delibera-se,
sendo curtas; aliás ficão addiadas para a
a primeira reunião.
O Ven.'. dá tres pancadas com o malhete
e diz: «Meus II.'., os trabalhos estão fe
chados; retiremos-nos em paz. »
Os Vig...". repetem; e cada um tira suas
insignias, e todos se retirão.
— 69 —

GRÁo D'APRENDIz.

IPIRITMEIERO VIGILAINTE

SECÇÃO PRIMEIRA.
Preliminares.

O Ven.", proporá o profano N...., etc., e


dirá :
«II.'. 1° e 2° Vig..., annunciai em vossas
columnas, etc., e convidai todos os II.". a
tomar d'aqui á primeira reunião, etc.»
O 1º Vig... diz : « I.'. 2º Vig..., II.…. que
ornais a columna do Meiodia, o Ven. ". propõe
o Profano N..... (repete o nome, pronome,
idade, qualidade, residencia, etc.) para ser
iniciado aos nossos mysterios, a titulo de
membro d'esta R.'.L.'.; e nos convida a ta
mar informações, d'aqui á proxima reunião,
para efeito de se deliberar então se se deve
ou não nomear commissarios. »
O Ven, “.. diz:
« II.'. 1° e 2° Vig..., convidai os II... a
nos dar parte das informações, etc. »
O 1º Vig...
— 76 —
º I....2" Vig..., II... que ornais a co
lumna do Meiodia, o Ven... nos convida a
dar parte das informações, que temos obtido
á cerca do Profano proposto na ultima reu
nião. »
Se alguns II... teem abservações a fazer,
pedem succivamente a palavra, levantando
se e estendendo a mão.
O Vig..., em cuja columna estão estes
lI.'., dá uma pancada com o malhete, á
qual corresponde o outro Vig..., depois o
Ven... por uma igual pancada.
O Vig... diz: «Ven.'., um I... na minha
columna pede a palavra. » - -

No caso em que muitos II... tênhão pé


dido a palavra, pertence ao Vig... ver qual
a pedio primeiro.
Se ninguem se levanta, o I... 2º Vig...
dirá em voz baixa ao 1º Vig... : « Não ha
observações na minha columna. »
O 1º Vig... diz a seu turno em voz alta :
*Ven.'., não ha observação alguma nas
duas columnás 2
Então o Ven... ordena logo o escrutinio,
e depois accrescenta. *

«I.'. 1° Vigº, fazei-vos assegurar pelo


I... Mest... de Cer... do numero dos votantes,
e fazei distribuir o escrutinio. »
O 2° Vig... da esta ordem ao I. , Mest, ,
— 71 —
de Cer...; e este distribue a cada I... uma
bola branca e outra preta, e dá conta dos
VOtantes.

O 1º Vig... dá de tudo conta ao Ven.'.


Então o Ven... diz : « II... 1º et 2º Vig.,
annunciai nas vossas columnas, etc. As bolas
hrancas adóptão as conclusões do I.”.
Orad.….; e as bolas pretas repróvão. »
O 1º Vig... dá uma pancada com o ma
lhete, e diz:
«I.'. 2º Vig..., II... que ornais a co
lumna do Meiodia, vai correr o escrutinio
sobre as conclusões, do Orad... tendentes a
que se nomêem (ou não) Commissarios,
que tomem informações especiaes á cerca
do Profano proposto; as bolas brancas adóp
tão as conclusões do I.". Orador, e as pretas
repróvão. »
O Ven.'. dá uma pancada com o malhete,
que os Vig... repetem, e annuncia o resul
tado do escrutinio.
Se os vostos são unanimes, o Ven.'. diz:
« II... 1° e 2° Vig, .., annunciai, etc., e
convidai os II... a se unirem a mim para
applaudir. »
O I.'. 1º Vig... dá uma pancada, e diz:
« I.'. 2" Vig..., II... da columna do
Meiodia, o escrutinio adoptou á unanimi
dade as conclusões do I.". Orad...; em con
sequencia vão-se nomear Commissarios en
carregados de tomar mais particularmente
informações á cerca do Profano proposto,
o Ven.'. vos convida a nos unirmos a elle
para applaudir. »
Se o relatorio dos tres Commissarios é fa
voravel, ou se dos tres, dous são favoraveis,
o Ven.'. diz : Meus II. "., na reunião
de, etc.
« II.'. 1° e 2° Vig. "., proponde o Profano
N.... aos II.'. de vossas columnas, e pedi
lhes suas observações. »
O 1º Vig... dá uma pancada, e diz:
« I.'. 2º Vig..., II.". da columna do
Meiodia, o Ven.. propõe para ser iniciado
aos nossos mysterios o Profano N....., e elle
nos pede nossas observações. »
Abertura dos trabalhos.
O Ven.'. diz:
P. — º I.'. 1º Vig..., sois-vós Maç. . ? »
R. — « Todos os meus II. ". me reconhe
cem por tal. »
P.—«Qual é o primeiro dever dos Vig.….
em L.'. ? »
R.—« O de se assegurar se a L.". está
exterior e interiormente coberta.»
O Ven.'. diz: « Mandai ver, meu I.'., se
a L.", está exterior e interiormente coberta. »
— 73 —

O 1º Vig... diz : ao 2º Vig... : « I.'. 2"


Vig..., mandai ver se a L.", está interior e
exteriormente coberta. »
O I.". Exp.º., ou I.". Cobridor diz em
voz baixa ao I.'. 2º Vig... que os trabalhos
estão cobertos; este o diz da mesma maneira
ao 1º Vig. "., que diz em voz alta :
« Ven.'., os trabalhos estão cobertos. »
P. — « Qual é o segundo dever d'um
Vig... em L.'.?»
R. — «Assegurar-se se todos os II.", es
tão á ordem. »
P. — « Estão elles com effeito á ordem?»
O 2° Vig... diz : « Todos os II... na co
lumna do Norte estão á ordem.»
O 1º Vig... diz em voz alta :
« Ven. "., todos os II... estão á ordem em
uma e outra columna. »
P. — «A que horas abrem os MM... os
seus trabalhos? »
R. — Ao Meiodia. »
P. — Que horas são ? »
R. — «Meiodia. »
O Ven.'. diz: Pois que é meiodia, etc.
no gráo d’Aprendiz. »
O 1º Vig... diz: •

«I.'. 2° Vig..., II.…. da columna do


Meiodia, o Ven.'. nos convida a nos unirmos
II» 7
a elle para abrir os trabalhos da R.'.L.'.
de... no gráo d’Aprendiz.»
O 2º Vig... repete o annuncio.
O Ven. ". dá sobre o altar as tres panca
das mysteriosas oo, o, que os Vig...". repetem.
O Ven.'. diz : « I.". Secret.". , fazei a
leitura, etc.
« II.". 4º e 2° Vig..., convidai os II. ". a
prestarem attenção a esta leitura. »
O I.'. 1º Vig... diz:
« I.'. 2º Vig...". II.…. da columna do Meio
dia, o Ven.'. nos convida a prestar attenção
á leitura da prancha de nossos ultimos tra
balhos. »
Depois da leitura, o Ven.'. diz: º 1" e
2° Vig..., convidai, eu vos peço, etc. cuja
leitura acabárão de ouvir.»
O 1º Vig... diz:
«I.". 2º Vig..., II.", da columna do Meio
dia, o Ven.", nos convida a fazer nossas ob
servações sobre a prancha traçada nos nos
sos ultimos trabalhos, e cuja leitura acabá
mos de ouvir. »
Não havendo observações os Vig... o par
ticipão em voz alta ao Ven.'., ou quando
(havendo-as) ellas estiverem terminadas; e
o Ven.'. diz : « I.'. 1º e 2° Vig..., con
vidai os II.". de vossas columnas a applau
direm, etc. »
— 75 —
Havendo Visitadores na Sala dos Passos
Perdidos, o I Mest.". de Cer.". o participa
em voz baixa ao I. . 2º Vig..."., que dá uma
pancada, a que o Ven.'. corresponde, e
depois o 1º Vig..., que diz:
« Ven.'., ha na sala dos Passos-Perdidos
II.". Visitadores que pedem ser admittidor
aos nossos trabalhos. »
O Ven.'. diz: « I.”. Exp.e., informai-vos
de quem são esses II.º., etc. »
O I.”. Exp.'., depois de ter executado as
ordens que lhe fôrão dadas, bate á porta pela
bateria do gráo.
O I.". Exp."., que então cobre o templo,
adverte em vos baixa o I.”. 2º Vig... de que
se bate á porta, como Maçon; este o diz ao
I.'. 1º Vig..., que depois de ter dado uma
pancada com o malhete, diz em voz alta:
« Ven. "., batem á porta do Templo, como
Maçon. »
O Ven.'. diz : « Meu I.'., fazei ver quem
bate; se fôr um Membro da L.'., etc.; se
um Visitador, concedei-lhe a entrada, dando
elle primeiro as palavras de passe, e d'or
dem. »
O 1º Vig... diz ao 2º Vig... :
«I.'. 2° Vig..., fazei ver quem bate. »
O I.'. 2º Vig... diz ao I.”. Cobridor :
« Vêde quem bate,
— 76 —

O I.”. Cobridor introduz o I.". Exp.e.,


sendo ele quem bate, e fecha a porta: se é
um Membro de L.'., o I.”. Cobridor o par
ticipa ao 2º Vig. "., que diz em vos alta ao
Ven.°.: « E o I.". N...»
Quando são Visitadores, e elles teem to
mado assento, o Ven.'. diz:
« II.'. 1° e 2° Vig..., convidai os II.…. de
vossas columnas a se unirem a mim, etc. »
O 1º Vig... diz:
«I. . 2° Vig..., II.'. que ornais a co
lumna do Meiodia, o Ven.'. nos convida a
nos unirmos a elle para applaudir a presença
dos II.". Visitadores. »
O 2° Vig... repete o annoncio.
O Ven.'. diz então : « Meus II.'., por
dois escrutinios, etc. Eu vos peço que teste
munheis de novo vosso consentimento da
maneira acostumada. »
O 1º Vig... diz:
«I.'. 2° Vig..., II... que ornais a co
lumna do Meiodia, o Ven.'. nos convida a
testemunhar de novo nosso consentimento
da maneira acostumada. »
Batem tres grandes pancadas irregulares
na porta da L.".
O 2° Vig...". dá uma pancada, e diz
ao 1° Vig.….: «Bate-se á porta como Profano.»
O 1° Vig...", dá uma pancada e diz alto :
– 77 —

«Vem."., bate-se á porta do Templo como


Profano. » -

O Ven.'. diz : « Vêde quem bate d'uma


maneira tão estranha. »
«I.…. 2º Vig... mandai ver quem bate
d’uma maneira tão estranha.»
o 1º Vig... diz ao I.'. 2º Vig.….
o I... 2º Vig..., segundo o relatorio do
I... Exp.e., diz ao 1º Vig... : « E um Pro
fano, que pede ser recebido Maçon. »
o 1º Vig... diz ao Ven...:
« Ven.'., é um Profano, que pede ser
recebido Maç.". »
Nota. Os Vig... observão as mesmas for
malidades no que toca ás perguntas, que o
Ven... manda fazer ao Candidato.
Introduzido o Candidato, os Vig.'., sem
largarem seus malhetes, a proximão se do
Profano, pegão, cada um, em sua mão, e
depois d'alguns instantes de silencio, o 1°
Vig... diz:
« VEN.…., eis o Profano. »
A ordem da primeira viagem, os Vig...".
vóltão a seus lugares; á ordem, que o Ven.'.
dá de fazer aproximar o Neophyto por tres
passos d’Aprendiz, o 1º Vig... lhe mostra a
marcha, fazendo-o subir os tres primeiros
degráos do Templo,
7"
- 78 -

O Neophyto dá aos Vig...", as palavras, si


nal e toque.
O Ven.'. diz: «II.'. 1º e 2° Vig..., con
vidai, etc.
O 1º Vig... diz :
« I. . 2° Vig..., II.", que ornais a colum
na do Meiodia, o Ven.", nos convida a re
conhecer d'aqui em diante o I.". N.... como
Aprendiz Maçon, e Membro d'esta R.'.L.'.,
e a nos unirmos a elle para applaudir a sua
iniciação. »
Instrucção.
P. — «I.'. 1º Vig..., sois-vós Maçon? »
R.— «Meus II... me reconhecem por tal.»
P. — «Qual é o primeiro dever dos Vig...".
em L, ... ? »
R. — « Assegurar-se se a L.". está bem
coberta. »
P. — «Que é um Maç. . ? »
R — « Um homem livre, igualmente
amigo do porbe e do rico, se elles são vir
tuOSOS, º

P. — « Que vimos nós fazer em L. "..? »


R. — «Vencer nossas paixões, submetter
nossas vontades, e fazer novos progressos na
* Maçonnaria.
P. — «Aonde fostes recebido Maç.….?»
R, — Em uma L.", justa e perfeita. »
— 79 —
P, — «Que é preciso para que uma L.".
seja justa e perfeita? »
R. — «Tres a govérnão, cinco a compõe
e sete a tórnão justa e perfeita, histo é, tres
MM.". formão uma L. . simples, cinco uma
..". justa, e sete uma L. '. perfeita. »
P. — « Desde quando sois Maç.….? »
R. — « Desde que recibi a luz. »
P. — « Como reconhecerei eu que vós
sois Maç. . ?
R. — « Por meus sinaes, palavras e to
que. »
P. — « Como se fazem os sinaes de
Maç. ", ?»
R. — «Pela esquadria, nivel e perpendi
cular.» •

P. — «Dai me o sinal d’Aprendiz.»


R. — (Dá-se.)
P. — «Que significa este sinal?»
R. — «Que eu prefiriria ter o pescôço
cortado a revelar os segredos dos Mações.»
P. « I.". segundo Vig..., dai o toque ao
I.'. 1º Vig...»
R. — «O I.'. 1º Vig, '. diz : « Elle é justo
Ven.". »
P. — º Dai-me a palavra. »
R. — «Não devo lê-la, nem escrevê-la;
só a posso soletrar, dizei-me a primeira le
tra, eu vos direi a segunda. »
— 80 –

P. — « Que significa esta palavra ? »


R. — «Minha força está em Deus; era o
nome d'uma columna de bronze collocada
ao Septentrião do Templo de Salomão, ao
pé da qual os Aprendizes recebião o seu
salario. »
P. — « Dai-me a palavra de passe d'A
prendiz? »
R. — (Dá-se.)
P. — «Que significa ella? »
R. — « E o nome do dos filhos de La
meth, que inventou a arte de trabalhar em
ImetaeS, º

P. — « Porque vos fizestes admittir


Maç.….?
R. ver
zejei — Porque
a luz. » eu estava vas trévas, e de

P. — « Quem vos apresentou em L. *.? »


R. — Um amigo virtuoso, que eu depois
reconheci por Irmão. »
P. — « Em que estado estaveis, quando
vos apresentárão em L. . ? »
R. — «Nem nu, nem vestido; e despro
vido de todos os metaes. »
P. — « Para que vos apresentárão n'esse
estado? »
R. — «Nem nu, nem vestido, para nos
representar o estado de innocencia, e nos fa
zer ver que a virtude não tem precisão de
— 81 -
ornamentos; desprovido de todos os me
taes, porque elles são o emblema, e muitas
vezes a causa dos vicios, que o Maç.". deve
evitar. »
P. — « Como fostes-vós introduzido em
L.". ?»
R. — « Por tres grandes pancadas. »
P. — « Que significão ellas? »
R. — Pedi, vós recebereis; procurai, vos
achareis; batei, dar-se-vos-ha entrada.»
P. — «Que vos produzirão essas tres
pancadas? »
R. — «Um Exp."., que me perguntou
meu nome, meu sobrenome, minha idade,
meu paiz, e se era minha vontade entrar
Maçon. »
P. — « Que fez o Exp.'. de vós? »
R. — Introduzio-me em L. “.. entre os
dois Vig..., e me fez viajar, como um
Aprendiz Maç.…. o deve fazer, a fim de me
fazer conhecer as difficuldades, que se en
cóntrão para chegar a ser Maç.". »
P. — « Que vos aconteceu depois? »
R. — O Mestre da L.'., com o consenti
mento unanime, me admittio Maç. . »
P. — « Como vos recebeu elle? »
R. — « Com todas as formalidades reque
ridas. »
P. — «Quaes são essas formalidades? »
— 82 —

R. — « Eu tinha o joelho direito nu so


bre a esquadria, a mão direita sobre a es
pada, e com a esquerda eu sustentava um
compasso aberto em esquadria com uma
ponta apoiada sobre o peito esquardo, que
eStaVa nu. »

P. — « Que fizestes vós n'essa postura?»


R. — «Prestei o juramento de guardar
os segredos da ordem. »
P. — «Que vistes, quando entrastes em
L. . ? »

R. — « Nada, Ven.". »
P. — «Que vistes quando se vos deu a
luz ? »

R. — « Vi o Sol, a Lua, e o Mestre da


L.". »

P. — Que relação pode haver entre estes


astros e o Mestre da L.". ? »

R. — º Da mesma fórma que o Sol pre


side ao dia, e a Lua á noite, o Mestre pre
side a L.", para a esclarecer. »
P. — «Aonde se colloca o Mestre da
L.". ? »
R. — « No Oriente. »
P. — « Porque ? »
R. — «Da mesma fórma que o Sol nasce
no Oriente para abrir a carreira do dia, as
sim o Mestre se coloca no Oriente para abrir
a L.'., esclarecer os trabalhos, e levar os
trabalhadores á obra. -

P. — « Aonde se collócão os Vig.….? »


R. — « No Occidente. »
P. — « Para que?»
R. — « Para ajudarem o V. “. em seus
trabalhos, pagar aos obreiros, e dispedi-los
COntenteS. » •

P. — « Aonde se collócão os Aprendi


zes ? » -

R. — « No Septentrião, porque não po


dem supportar senão uma fraca luz. »
P. — « Como se chama a vossa L.". ? »
R, — « A L.'. de S. João. »

Encerramento.

P. — « Que idade tendes? »


R. — Tres annos, Ven.'. »
P. — «A que horas costúmão os MM.'.
fechar seus trabalhos?»
R. — «A meia noite. »
P. — « Que horas são? »
R. — «Meia noite, Ven. ".
« Pois que é meia noite, e é esta a
hora em que os Maç.'., etc., II.'. 1° e 2'
Vig..., convidai os II.…. que órnão vossas
columnas, etc. » -

O 1º Vig... diz:
«I.'. 2º Vig..., II.", que ornais a colum:
— 84 —
na do Meiodia, o Ven.'. nos convida a fe
char os trabalhos no gráo d'Aprendiz, na
R.'.L.'. de..., Or.'. de...»
Depois do annuncio, o Ven.'. dá tres pan
cadas com o malhete, segundo a bateria do
costume; os Vig... fazem outro tanto, e
n'esse momento todos os II... se levántão,
e se põem á ordem, e o Ven.'. diz:
« A mim, meus II.". »
Todos fazem o sinal d’Aprendiz, e ter
mínão-se os trabalhos pela triplice bateria,
e o triplice viva.

BANQUETE.
••••••••

Primeira saúde.

O Ven.", diz: « II.". 1º e 2° Vig..., fazei


ver se nossos trabalhos estão bem cobertos.»
Ambos os Vig... se assegúrão da quali
dade maçonnica de todos os individuos, que
estão nas suas respectivas columnas , lan
çando os olhos sobre elles, e reconhecendo
os por MM, ".
— 85 —

O 2º Vig... diz ao I.'. 1º Vig... « E res


pondo, etc. »
O 1º Vig... diz :
« Ven.'., o I.'. 2º Vig... e eu estamos
certos dos II."., que órnão as duas colum
Il3S, ))

O Ven.'. diz: « Eu respondo pelos que es


tão no Or.". »
Nota. Para toda a ordem das saúdes, de
ve-se recorrer ao caderno do Ven. ". d’este
gráo.
GRÁo D'APRENDIz.

SEGUNDO VIGILANTE=

SECÇÃO PRIMEIRA,
Preliminares.

O Ven... proporá o Profano N.... etc., e


dirá:
« II.'. 1° e 2° Vig..., annunciai em vos
sas columnas, etc., e convidai todos os II.".
a tomar d'aqui á primeira reunião, etc. »
Depois do 1º Vig... ter annunciado, o 2º
Vig... diz: « II."., que ornais a columna
do Norte, o Ven. ". propõe o Profano N....
(repete os nomes, sobrenomes, idade, qua
lidade, residencia, etc.) para ser iniciado a
— 87 —

nossos mysterios, a titulo de Membro d'esta


R.'.L.'., e nos convida a tomar informa
ções, d'aqui á proxima reunião, para efeito
de se deliberar então, se se devem ou não
nomear Commissarios. » -
O Ven.'. diz: •

« II.'. 1° e 2° Vig..., convidai os II.", a


dar parte das informações, etc.» ….……--• • •

O Vig... diz :
« II.…. que ornais a columna do Norte, o
Ven.'. nos convida a dar parte das informa
ções, que temos obtido acerca do Profano
proposto na ultima reunião. »
Se alguns II.…. teem observações a fazer,
pedem successivamente a palavra, levan
tando-se e estendendo a mão.
O Vig..., em cuja columna estão estes
dá uma pancada com o malhete, á qual
corresponde o outro Vig..., depois o Ven.".
por uma igual pancada.
O Vig.…. diz: « Ven.'., um I.", na minha
columna pede a palavra. »
No caso em que muitos II.", tênhão pe
dido a palavra, pertence ao Vig, '. ver qual
a pedio primeiro.
Se ninguem se levanta, o II.". 2º Vig...".
dirá em voz baixa ao 1º Vig...", : « Não ha
observações na minha columna. »
— 88 —

O 1º Vig... diz a seu turno em voz alta:


« Ven.'., não ha observação alguma nas
duas columnas. »
Então o Ven.'. ordena logo o escrutínio,
e a CCTêSCenta :

« I.'. 1º vig.….; fazei-vos assegurar pelo


Mest... de Cer... dos votantes, e fazei dis
tribuir o escrutinio. »

O 2° Vig... dá esta ordem ao I.". Mest.".


de Cer."., e este distribue a cada Ir.'. uma
bola branca e outra preta, e dá conta dos
VOtanteS.

O 1º Vig... dá de tudo conta ao Ven.'.


Então o Ven... diz: « II.'. 1° e 2° Vig...,
annunciai nas vossas columnas, etc. As bo
las brancas adóptão as conclusões do I.".
Orad.º. e as bolas pretas repróvão. »
O 1º Vig... dá uma pancada, e faz o an
nuncio.
O 2° Vig... dá outra pancada, e diz:
« II.". da columna do Norte, vai correr
o escrutinio sobre as conclusões do I.".
Orad.'., tendentes a que se nomeem (ou
não) Commissarios, que tomem informa
ções especiaes ácerca do Profano proposto;
as bolas brancas adóptão as conclusões do
I.". Orad. "., as pretas repróvão. »
O Ven.", dá uma pancada com o ma
– 89 —

lhete, que os Vig... repetem, e annuncia o


resultado do escrutinio.
Se os votos são unanimes, o Ten.°. diz:
« II... 1° e 2° Vig..., annunciai, etc., e
convidai os II.…. a se unirem a mim para
applaudir. »
O 1º Vig... faz o annuncio.
O 2º Vig... dá uma pancada, e diz: «II.".
da columna do Norte, o escrutinio adoptou
á unanimidade as conclusões do I.". Orad.'.,
em consequencia vão-se nomear Commis
sarios encarregados de tomar mais particu
larmente informações ácerca do Profano
proposto; e Ven.'. nos convida a nos unir
mos a elle para applaudir. »
Sendo favoravel o relatorio dos tres Com
missarios, ou sómente de dois, o Ven.", diz:
« Meus II. "., na reunião de.... etc.
« II... 1° e 2° Vig..., proponde o Pro
fano N... aos II.". de vossas columnas, e
pedi-lhes suas observações. »
O I.'. 1º Vig... faz o annuncio,
O 2° Vig... dá uma pancada, e diz :
II.…. da columna do Norte, o Ven... pro
põe, para ser iniciado aos nossos mysterios,
o Profano N..., e elle nos pede nossas ob
servações. »


– 90 -

Abertura dos Trabalhos.

O Ven.", diz: -

P.—«I.'. 1º Vig.'., sois-vós Maçon? »


R. — «Todos os meus II.". me reconhe
cem por tal. »
P.— « Qual é o primeiro dever dos Vig, '.
em L. ". ? »

R. —º O de se assegurar se a L.", está


exterior e interiormente coberta. »
O Ven.'. diz : « Mandai ver, meu I.º., se
a L.". está exterior e interiormente co
berta. »
O 1º Vig... diz ao 2º Vig...: «I.'. 2º Vig...,
man dai ver se, etc. »
O 2º Vig... diz ao I.". Exp, '., ou I.".
Cobridor: « I.". Exp, “., vede se a L.". está
bem coberta. »
O I.”. Exp.", diz em voz baixa ao I.'. 2º
Vig... que os trabalhos estão cobertos exte
rior e interiormente; e este diz ao I, ".
1º Vig...
« I.'. 1º Vig..., os trabalhos estão exte
rior e interiormente cobertos, º
O 1° Vig... di-lo em voz alta ao Ven.'.,
o qual continua.
P.—«Qual é o segundo dever d'um Vig.….
em L.", ? »
— 94 –

R. — «Assegurar-se se todos os II... estão


á ordem. »
P.—« Estão elles com efeito á ordem? »
O 2º Vig...", diz « Todos os II.". estão á
ordem na columna do Norte. »
O 1º Vig... diz alto :
« Ven.'., todos os II.", estão á ordem em
uma e outra columna. »
P.—« A que horas abrem os MM.", os
seus trabalhos? »
R.—« Ao meiodia. »
P. — « Que horas são? »
R.— « Meiodia. »
O Ven.'. diz: « Pois que é meiodia, etc.
no gráo d’Aprendiz. »
O 2° Vig... diz:
« II.", da columna do Norte, o Vea.".
nos convida a nos unirmos a elle para
abrir os trabalhos da R.'.L.'. de... no gráo
d’Aprendiz. »
O Ven.'. dá sobre o altar as tres panca
das mysteriosas o o, o, que os Vig.…. repetem.
O Ven.'. diz : « I.". Secret.º., fazei a
leitura, etc.
« II.'. 1° e 2° Vig..., convidai os II.…. a
prestarem attenção a esta leitura. »
O 1º Vig... faz o annuncio, depois do que
o 2° Vig.…. diz:
« II.", da columna do Norte, o Ven.'. vos
— 92 —
convida a prestar attenção á leitura da
prancha dos nossos ultimos trabalhos. » -
Depois da leitura, o Ven.'. diz: « II.".
1° e 2° Vig..., convidai, eu vos peço, etc...
cuja leitura acabárão de ouvir. »
O 2° Vig... diz: « II.…. da columna do
Norte, o Ven... nos convida a fazer nossas
observações sobre a prancha traçada nos
nossos ultimos trabalhos, e cuja leitura
acabámos de ouvir. »
Não havendo observações os Vig... o par
ticipão em voz alta ao Ven.'., ou quando
(havendo as) ellas estiverem terminadas;
e o Ven.'. diz : « II.". 1° e 2° Vig..., con
vidai os II.'. de vossas columnas a applau
dir, etc.
Havendo Visitadores na sala dos Passos -
Perdidos, o I.". Mest... de Cer... o participa
em voz baixa ao I.'. 2º Vig... que dá uma
pancada, a que o Ven.'. corresponde, e de
pois o 1º Vig. "., que diz:
« Ven.'., ha na sala dos Passos-Perdidos
II.". Visitadores, que pedem, etc. »
O Ven.'. diz: « I.". Exp."., informai-vos
de quem são esses II..., etc.» -

O I.". Exp.'., depois de ter executado


as ordens, que lhe fôrão dadas, bate á porta
pela bateria do gráo.
O I.”. Cobridor adverte em voz baixa o
— 93 –

I.'. 2º Vig.…. de que se bate á porta como


Maçon; este o diz ao 1º Vig..., que, depois
de ter dado uma pancada com o malhete,
diz em voz alta:
« Ven.'., batem á porta, etc. »
O Ven.'. diz: «Meu I.º., fazei ver quem
bate; se fôr Visitador concedei-lhe a en
trada, dando elle primeiro as palavras de
passe e de ordem. »
O 1º Vig... o diz ao 2º, que diz ao I."
Cobridor: º Vede quem bate. »
O I.”. Cobridor introduz o I.". Exp.".
sendo elle quem bate, e fecha a porta; se
é um Membro da L. “., o I.”. Cobridor o
participa ao 2º Vig..., que diz em voz alta
ao Ven.'. « E o I.". N.... »
Quando são Visitadores, e elles teem to
mado assento, o Ven.'. diz:
« II.'. 2° e 2° Vig..., convidai os II.…. de
vossas columnas a se unirem a mim, etc. »
O o1°1ºVig...
qual Vig...faz
diz:o annuncio, depois de

« II.",, que ornais a columna do Norte,


o Ven.'. nos convida a nos unirmos a elle
para applaudir a presença dos II.". Visita
dores. »
O Ven.'. diz então: «Meus II.º., por dois
escrutinios, etc., eu vos peço que de novo
– 94 -*
testemunheis o vosso consentimento da ma
neira acostumada. »
O 1° Vig...". repete o annuncio.
O 2º Vig... diz: º II... da columna do
Norte, o Ven.“. nos convida a testemunhar
de novo nosso consentimento da maneira
acostumada. »
Batem tres grandes pancadas irregulares
na porta da L.".
O 2° Vig... dá uma pancada, e diz ao
1º Vig.….: « Bate-se á porta como Profano. »
O 1º Vig... dá outra pancada e diz em
voz alta: « Ven. "., bate-se á porta, etc. »
O Ven.'. diz: «Vêde quem bate d'uma
maneira tão estranha. »
O 1º Vig... o diz ao 2º.
O 2° Vig... diz ao I.. Exp.e.: « Vêde
quem bate d’uma maneira tão estranha. »
Segundo a resposta do I.”. Exp.…. o 2°
Ven.'. diz ao 1º: « E um Profano, que
pede ser recebido Maçon. »
Nota. Os Vig... obsérvão as mesmas for
malidades no que toca ás perguntas, que o
Vem.". manda fazer ao Candidato.
Introduzido o Candidato os Vig.'., sem
largarem seus malhetes, aproximão-se do
Profano, pegão cada um em sua mão, e,
depois d'alguns instantes de silencio, o 1º
Vig...", diz: «Vem.…., eis o Profano. »
- 95 –

A ordem da primeira viagem os Vig..


vóltão a seus lugares. |

No fim de cada viagem o 2° Vig... dá


uma pancada, e diz:
« A primeira (a segunda ou terceira) via
gem está feita. »
Depois do juramento, quando o Ven.".
diz ao Candidato: « Que pedis vós ? » o
2º Vig... dicta em voz baixa ao Candidato
a resposta, que elle deve dar : (A Luz).
A ordem que o Ven.'. dá de fazer apro
ximar o Neophyto, por tres passos d’Apren
diz, o 1° Vig.…. lhe mostra a marcha, fazen
do-o subir os tres primeiros degráos do
Templo.
O Neophyto dá aos Vig... as palavras,
sinal e toque.
O Ven.'. diz: « II.". 1° e 2° Vig... con
vidai, etc. »
O 1º Vig... faz o annuncio, e depois o 2°
diz:
« II.…. que ornais a columna do Norte, o
Vem... nos convida a reconhecer d'aqui em
diante o I.". N.... como Aprendiz Maç.'.,
e Membro d'esta R.'.L.'., e a nos unirmos
a elle para applaudir á sua iniciação. »
O Ven.…. passa depois á instrucção, du
rante a qual o segundo Vig... conduz o Neo
phyto ao pé do painel, e com a ponta de
sua espada, indica-lhe as figuras, cujos ém
blemas o Ven.'. explica.

Instrucção.

P. —º I.'. 1º Vig..., sois-vós Maçon?


R.—«Meus II... me reconhecem por tal.»
P.—«Qual é o primeiro dever dos Vig.….
em L... ? » •

R. — «Assegurar-se se a L.". está bem


coberta. »
P. — «Que é um Maç.…. »
R.—«Um homem livre, igualmente ami
go do pobre e do rico, se elles são vir
LUOSOS, º

P. — « Que vimos nós fazer em L.*.? »


R.—« Vencer nossas paixões, submetter
nossas vontades, e fazer novos progressos na
Maçonnaria. »
P.—«Aonde fostes recebido Maç.….?»
R.—º Em uma L.". justa e perfeita. »
P.—«Que é preciso para que uma L.--
seja justa e perfeita?»
R.—«Tres a govérnão, cinco a compõe,
e sete a tórnão justa e perfeita, isto é, tres
MM... fórmão uma L.". simples, cinco uma
L.". justa, e sete uma L.'. perfeita. »
P.—«Desde quando sois Maç.….? »
R.—«Desde que recebi a luz. »
P.—«Como reconhecerei eu que vós sois
Maç.". ? »
R.—« Por meus sinaes, palavras e to
que. »
P.—«Como se fazem os sinaes de Ma
çon? »
R.—«Pela esquadria, nivel e perpendi
cular. »
P.—« Dai-me o sinal d'Aprendiz. »
R.—(Dá-se.)
P. — «Que significa este sinal? »
R. — «Que eu prefiriria ter o pescôço
cortado a revelar os segredos dos MM.". »
P. — «I.". segundo Vig..., dai o toque
ao I.'. 1º Vig... »
R. – O I.'. 1º Vig... diz: « Elle é justo
Ven.". »
P. — « Dai-me a palavra. »
R. — « Não devo lê-la, mem escrevê-la:
só a posso soletrar, dizei-me a primeira le
tra, eu vos direi a segunda. »
P. — « Que significa esta palavra? »
R. — « Minha força está em Deus; era o
nome d'uma columna de bronze, collocada
ao septentrião do Templo de Salomão, ao
pé da qual os Aprendizes recebião o seu sa
lario. »
P. — « Dai-me a palavra de passe d'A
prendiz. »
II•
– 98 -
R. — (Dá-se.)
P. — «Que significa ella? »
R.—«E o nome do dos filhos de Lameth
o que inventou a arte de trabalhar em me
taeS. º

P. — « Porque vos fizestes admittir


Maç.….? »
R. — «Porque eu estava nas trévas, e
desejei ver a luz. »
P. — « Quem vos apresentou em L. ". »
R. — «Um amigo virtuoso, que eu de
pois reconheci por I.". »
P. — « Em que estado estaveis, quando
vos apresentárão em L.'.? »
R. — «Nem nu, nem vestido; e despro
vido de todos os metaes. »
P. — « Para que vos apresentárão n'esse
estado? »
R. — «Nem nu, nem vestido, para nos
representar o estado de innocencia, e nos
fazer ver que a virtude não tem precisão de
ornamentos; desprovido de todos o metaes,
porque elles são o emblema, e muitas vezes
a causa dos vicios, que o Maç.'. deve evitar. »
P. — « Como fostes-vos introduzido em
L.", ? »
R. — º Por tres grandes pancadas. »
P. — « Que significão ellas? »
R. — « Pedi, vós recebereis; procurai,
- 99 —
vós achareis; batei, dar-se-vos-ha entrada.»
P. — « Que vos produzirão estas tres
pancadas? »
R. — «Um Exp.e., que me perguntou meu
nome, meu sobrenome, minha idade, meu
paiz, e se era minha vontade entrar Maçon. »
P. — « Que fez o Exp.…. de vós? »
R. — «Introduzio-me em L. “., entre os
dois Vig..., e me fez viajar, como um Apren
diz Maçº. o deve fazer, a fim de me fazer
conhecer as difficuldades, que se encontrão
pará chegar a ser Maç.". »
P. — «Que vos aconteceu depois? »
R. — « O Mestre da L.·., com o consen
timento unanime, me admittio Maçº. »
P. — «Como vos admittio elle ? »
JR. — « Com todas as formalidades re
queridas. »
P. -- « Quaes são essas formalidades? »
R. — « Eu tinha o juelho direito nu so
bre a esquadria, a mão direita sobre a es
pada, e com a esquerda eu sustentava um
compasso aberto em esquadria, com uma
ponta apoiada sobre o peito esquerdo, que
CStaVa Ilu. D

P. — « Que fizestes-vos n'essa postura? »


R. — « Prestei o juramento de guardar
os segredos da ordem, º
– 160 –

— « Que vistes quando entrastes em


L... ? »
R. — «Nada, Ven.'. »
P. —º Que vistes quando se vos deu a luz?»
R. - «Vi o Sol, a Lua, e o Mestre da L... »
P. - «Que relação pode haver entre es
tes astros, e o Mestre da L... ? »
R. — º Da mesma forma que o Sol pre
side ao dia, e a Lua á noite, o Mestre pre
side á L.. para esclarecer. »
P. - «Aonde se coloca o Mestre da L...?»
R. — « No Oriente. »
P. — « Porque?
R. - « Da mesma fórma que o Sol nas
ce no Oriente para abrir a carreira do dia,
assim o Mestre se coloca no Oriente, para
abrir a L.'., esclarecer os trabalhos, e levar
Os trabalhadores á obra. »
P. — «Aonde se colócão os Vig...? »
R. — « No Occidente. »
P. — « Para que? »
R. - º Para ajudarem o Ven... em seus
trabalhos, pagar aos obreiros, e despedi-los
COntenteS. »

P. - «Aonde se collócão os Aprendizes?»


R. — «No Septentrião, porque não po
dem supportar senão uma fraca luz. »
P. - «Como se chama a vossa L...? º
It, — «A L, , de S. João. »
- 104 —

Encerramento.

P. — «Que idade tendes? »


R. — « Tres annos. »
P. — «A que horas costúmão os Maç.".
fechar seus trabalhos? »
R. — «A” meia noite. »
P. — « Que horas são? »
P. — «Meia noite, Ven.". »
« Pois que é meia noite, e esta a hora
ém que os MM.'., etc.
« II.". 1º e 2° Vig..., convidai os II.".
que órnão vossas columnas, etc. »
O 1º Vig... faz o annuncio.
O 2º Vig... diz : « II..., que ornais a co
lumna do Norte, o Ven.'. nos convida a
ajuda-lo a fechar os trabalhos d’Aprendiz,
na R.'.L.'. de..., Oriente de.... na ma
neira do costume. »
Depois do annuncio, o V.'. dá tres pan
cadas de malhete, segundo a bateria costu
mada; os Vig... fazem outro tanto, e nesse
momento todos os II.". se levántão, e se
põem á ordem, e o Ven.'. diz:
« A mim, meus II." »
Todos fazem o sinal d'Aprendiz, e termi
não-se os trabalhos pela triplice bateria, e
o triplice viva.
9*
- 402 —

BANQUETE.
•••••••••••••••

Primeira saúde.

O Ven.'. diz: « II.'. 1° e 2° Vig..., fa


rei ver se nossos trabalhos estão bem co
bertos? » -

Ambos os Vig... se assegúrão da quali


dade maçonnica de todos os individuos,
que estão nas suas respectivas columnas,
lançando os olhos sobre elles, e reconhe
cendo-os por MM.'.
O 2º Vig... diz ao I.'. 1º Vig...: « Eu
respondo pelos que estão na minha co
lumna. »
O 1º Vig... o diz ao Ven.'., que diz: « Eu
respondo pelos que estão no Oriente. »
Nota. Para toda a ordem das saúdes, de
Ve-se recorrer ao caderno do Ven.'. d’este
gráo.
§3 głºſuuſ,
§3 Olſſºlſ||
§§§§
¿??¿ $¢e, £y \, ©º
! !!
----*

O REGULADOR
DO MAÇON.

SEGUNDO GRÁO
OU

o RÁ O D E co M P ANHEIRO.
*-*>GO9 *-*

A RCEITTEC" "Os

A decoração da L.'. de Comp.", é a mes


ma que a d’Aprendiz, com a diferença que
n'esta em lugar de tres luzes devem haver
cinco, e o quadro que se deve colocar no
pavimento deve ser o da estampa nº 5.
— 104 —

GRÁO
DE COMPANHEIRO,

VENTIERAVEL =

PRIMEIRA SECÇÃo.

Preliminares.

Nenhum Aprendiz poderá ser admittido


ao gráo de Companheiro sem ter dado o seu
tempo, que será de cinco LL.'. de instruc
ção na L.'., aonde recebeu a luz; e sem
que tenha a idade determinada pelos regu
lamentos, que é a de 25 annos completos.
Todo o Aprendiz, que se julgar capaz de
ser promovido ao gráo de Companheiro, ex
porá em particular a sua pertenção ao I.".
segundo Vigilante, em cuja columna, e de
baixo de cuja inspecção elle deve ter tra
balhado desde a sua recepção.
Quando os trabalhos o permittão, o se
— 105 —
gundo Vigilante dirá: « M.". Ven.'., o I...
N..., Aprendiz d'esta R.'.L.'., rogou-me de
pedir por elle o favor de ser admittido ao
gráo de Companheiro. »
O Ven.'. fará colocar o Aprendiz entre
os dous Vigilantes, aonde este passará um
exame sobre a instrucção do primeiro gráo,
depois do que o Ven.". lhe ordenará de co
brir o Templo.
Tendo sahido o Aspirante, o Ven.'. dirá:
« II.", primeiro o segundo Vigilantes, con
vidai, eu vos rogo, os II.'. de uma, e outra
columna a communicar-nos suas observa
ções sobre a pertenção do I.". N. ". »
Nota. Acabadas as observações (todos os
II.…. sem exceptuar os Aprendizes, são con
vidados a apresenta-las), o Ven.'. ordenará
aos Aprendizes de cobrir o Templo, feito o
que, o Ven... abrirá os trabalhos da ma
neira que abaixo será dito circunstanciada
ImCIite.

Abertos os trabalhos, o Ven.'. dirá: « II.--


primeiro, a segundo Vigilantes, annunciai
ás vossas columnas que o I.". N.'., Apren
diz, está proposto para ser admittido ao
gráo de Companheiro; convidai os II... a
fazer as suas observações. »
O primeiro Vigilante diz: « I.". Segundo
— 106 —

Vigilante, II.'. que ornais a columna do


Meiodia, etc. »
O segundo Vigilante repetê, etc.
A L.'. que então se acha composta só de
Mestres, e de Companheiros, appreciará as
observações, feitas pelos Aprendizes, ou ou
virá outras que de novo se apresentem, sen
do livre de adiar a proposição, se a escacez
do tempo, a natureza, e a urgencia dos tra
balhos ulteriores não permittem de a dis
cutir a fundo, ou se faltão ainda alguns
esclarecimentos que dêvão ser tomados sub
sequentemente.
Sendo-se de aviso de começar a deliberar
immediatamente, segundo as observações
que tiverem sido feitas, assim o I.". Ora
dor concluirá pela admissão, ou pela dilação.
O I.". Mestre de Ceremonias destribuira o
escrutinio, um I. .. experto o levantará e
levará ao Ven.'., que em presença de um
outro Experto contara as bólas, e fará o
annuncio, da maneira costumada, repetida
pelos Vigilantes.
A admissão só pode ter lugar pelos dous
terços dos votos ao menos. Se o escrutinio
é favorevel, o Ven.", convidará os II.". Vi
gilantes a empenhar os II.", das duas co
lumnas a applaudirem,
– 107 - •

Os Vigilantes repetem o annuncio; depois


do que o Ven.'. diz:
« A mim, meus II.". »
Applaudir-se-ha da maneira que será ex
plicado.
O Ven.'. fecha depois os trabalhos de
Companheiro, como se dirá, o que feito,
clle faz entrar de novo os Aprendizes.
O Ven.'. annuncia que o I.”. N.... foi
aprovado para ser admittido ao gráo de Com
panheiro, ou que a L.'. diferio a proposi
ção para se occupar d’ella um outro dia,
ou que o I.”. a renove em uma outra oc
casião.

sEGUNDA SECÇÃ o.
Primeiro antecedente.

Todos os membros da L.'. devem estar


convocados da maneira do costume para o
dia da assemblêa fixado pelo Ven...; as pran
chas de convocação devem annunciar uma re
cepção no segundo gráo, a fim de que aquelles
que, por motivos quaesquer, não tínhão as
sistido á assemblêa antecedente, vénhão a
esta e dêem seu voto. A prancha que o Se
cretario dirigir aos Aprendizes não deve fa.
zer menção dos trabalhos a que elles não
podem assistir.
— 108 —

Segundo antecedente.

No dia fixado para a recepção . todos


os Irmãos serão admittidos na Loja. O
Ven.'. fará a abertura dos trabalhos d'A
prendiz, e depois da leitura da prancha da
assemblêa antecedente, e da aprovação do
costume, ordenará a todos os Aprendizes
que se retirem.
Se não houver n’este dia outros traba
lhos além dos de Companheiro, ou se não
ha banquete, os aprendizes não serão con
vocados, e o Candidato será o unico que
tenha entrada na Sala dos Passos perdidos.
O I. ". Preparador, por ordem que recebe
do Ven. "., conduz o Aspirante á Sala das
reflexões, onde elle fica até que o vão bus
car para a sua recepção.
Durante este tempo, pinta-se a Estrella
rutilante, com um G.'. no meio, e allumia
se a columna do Meiodia, onde se deve ver
um B.º. em transparente, assim como a
Estrella rutilante, que deve estar no tecto,
no meio d'um Céo semeado destrellas, se
isso é praticavel, e senão por cima do Ven.'.
ou por baixo do docel.
Dispostas as cousas d’esta maneira, o
— 109 —

Vem.…. faz a abertura dos trabalhos do


modo seguinte:
*.*>

Abertura dos trabalhos.


• - * •

O Ven.'. dá uma pancada com o malhete.


que os Vig...". repetem, e diz:
VEN.". — «Meus II.'., em pé, e espada na
mão. » * *

O que todos fazem; e o Ven.", continua:


VEN.". — «II... primeiro e segundo Vig.….,
vede se os II... que órnão uma e outra co
lumna, são Companheiros. »
Ainda que seja facil aos Vig... certifica
rem-se só pela vista, se todos os II... são
Companheiros, visto que elles devem saber
os gráos que cada um tem, principalmente
se não ha visitadores desconhecidos, é sem
pre util que cada Vig... peça a cada um dos
II... de sua columna as palavras, sinal e
toque do gráo, formalidade que recorda a
todos o que se esquece algumas vezes por
falta de pratica.
Executado isto, vóltão os Vig... para seus
lugares,e dãocontado resultado da commissão
que lhes foi encarregada, ao Ven.'. que diz:
VEN... — « A ordem, meus II.". " (Este si
nal será descripto em pouco)
O Ven... faz aos dois Vig... alternada
mente as cinco perguntas seguites:
II, 1 (}
– 110 —
P. — «I.…. primeiro Vig.'., sois Compa
nheiro ?»
R. — « Sou sim, Ven.". »
P. — « Para que vos fizestes receber
. Companheiro? » -

R. — « Para conhecer a letra G.". »


P. — « Que idade tendes? »
R. — « Cinco annos. »
P. — «A que horas coméção os Compa
nheiros seus trabalhos? »
R. – « Ao meiodia. »
P. — º Que boras são? »
R. — « E meiodia. »
* O Ven. -- diz : >

VEN, . — «Como é meiodia, e que é esta


a hora em que os Mações costúmão abrir
seus trabalhos de Companheiro, II,", pri
meiro e segundo Vig..., convidai os II.'. de
vossas Columnas, a se reunirem a mim
para abrir os trabalhos de Companheiro. »
Os II.…. Vig... repetem o annuncio, e
depois o Ven.'. dá sobre o altar cinco pan
cadas com o malhete, as tres primeiras pre
cipitadas, e as duas ultimas lentas, o que se
póde figurar da maneira seguinte: o oo, o o.
Estas cinco são repetidas na mesma or
dem pelos Vig..., e depois o Ven.'. diz:
VEN.". — «A mim, meus II.". »
Todos fazem o sinal, e dão o applauso
*


— 414 –
por cinco, repetido tres vezes, depois do
que o Ven.'. continua:
VEN.". — « Os trabalhos de Companheiro
estão abertos. »
O que os Vig.". repetem, e todos os II.".
tómão lugares.
Postos assim os trabalhos de Companheiro
em vigor, o Ven.'. dá novamente parte do
objecto da assemblêa, e depois de ter pro
posto o I.…. para ser admittido ao gráo de
Companheiro, convida os II.". V... a pedir
as observações da L.'.; e se as não ha, péde
o sinal d'aprovação por um levantar de
mãos.
Se os votos são favoraveis ao Aspirate,
o Ven.'. diz ao Mest.". de Cer.'. que avise o
I.". Preparador para que vá buscar o Aspi
rante, e o introduza, Este deve estar vestido
como Aprendiz, sem armas, e n'este estado
bate á porta do T... como Aprendiz.
O I.". Exp... annuncia-o em voz baixa
ao segundo Vigº, e este da mesma maneira
ao primeiro, o qual transmitte o annuncio
ao Ven. ". em voz alta.
O Ven.'. diz:
VEN.". — «Mandai ver quem bate d’esta
maneira. »
Dada esta ordem ao I.". Exp, '. pelo se
gundo Vig.…., que a recebe do primeiro, o
— 412 —

I.". Exp.". abre a porta e pergunta quem


bate. O I.". Preparador responde:
PReP.". — « E um Aprendiz que deseja
ser admittido ao gráo de Companheiro. » º
O I.". Exp.…. fecha a porta e transmitte
esta resposta ao Ven.'. pelos mesmos meios
que o primeiro annuncio.
O Ven.'. diz:
VEN.". — « Perguntai-lhe se elle acabou
seu tempo, se julga que seu Mestre está
contente com seu trabalho, e se é essa sua
ultima vontade. »
Ouvide a resposta do Candidato, por via
do I.". Exp... e dos Vig..., o Ven.'. diz:
VEN.". — «Introduzi o Aprendiz. »
No momento em que este é introduzido,
todos os II.". se levántão, pégão na espada
com a mão direita, e ficão n’esta atitude,
até nova ordem do Ven. ".
O Aspirante chega até entre os Vig... pe
los tres passos de Aprendiz, e fica alli em
pé, fazendo o sinal do seu gráo, e com os
pés em esquadria.
O Ven.'. deve fazer-lhe diversas pergun
tas sobre o seu gráo; e depois de lhe ter
annunciado as cinco viagens, lhe dirá:
VEN.". — « Meu I.'., os conhecimentos
que tendes adquirido, desde que fostes ad
mittido ao nossos mysterios, devem ter tor
– 113 —

nado sensiveis a vosso espirito os emblemas


que accompánhão a recepção d’Aprendiz;
nós vos démos o primeiro, isto é, vos abri
mos o caminho dos conhecimentos, que o
geral dos homens não pode possuir. Quanto
mais vos adiantardes n'esta estrada, maior
numero de descobertas irão satisfazendo
vosso espirito. Reflecti attentamente em to
dos os emblemas que vão accompanhar
vossa recepção »
Nota. E' necessario ter a certeza de que
o Candidato tem alguns conhecimentos do
gráo d'Aprendiz; pois d'outra maneira, a
pergunta que se lhe faz, (se seu Mestre está
contente com o seu trabalho) é illusoria.
« I.".
meira Exp.…., »accompanhai o I.”. na pri
viagem. • • •

O I.”. Exp... dá ao Candidato um malho,


e um escopro, que este levará na mão es
querda, e conduzindo-o pela mão direita,
fazem a primeira viagem, começando pedo
Meiodia. -

Voltando o Candidato ao Occidente, o


Ven.". lhe diz: |

VEN.….— «Meu I.'., esta primeira viagem


vos representa o anno que todo o Campa
nheiro deve consagrar á instrucção que deve
adquirir da qualidade e do emprego dos
materiaes, e a aperfeiçoar-se no corte
• 10*
das
- 444 -
pedras que aprendeu a desbastar por meio
do malho, e do escopo, em quanto Aprendiz.
« O sentido deste emblema é que um
Aprendiz, quesquer que séjão os conheci
mentos que tenha adquirido, está ainda
longe do fim do seu trabalho; que a porção
bruta, e superflua dos materiaes destina
dos á construcção do T.", que ella levanta
ao G.'.A.'.D.'.U.'.; e para o qual elle
serve de materia, e d'obreiro, ainda não
tem de todo desapparecido; que ele não
póde deixar de se dar ao trabalho duro e
penoso do malho, e á direcção attenta e
acertada do escopro; e que não deve afastar
sejamais da linha de conducta que um habil
Mestre lhe delineou. .* *

« I.. Exp. , acompanhei-o na segunda


viagem. » … … .…… ... º
Durante esta viagem o Candidato leva na
mão esquerda um compasso e uma regºa;
tendo voltado ao Occidente, o Ven.'. diz lhe;
VEN... — º Meu I..., esta viagem vos en
sina que durante o segundo anno, o Com
panheiro deve adquirir os elementos da ma
çonnaria pratica, que consistem em traçar
linhas sobre os materiaes desbastados, e
promptos. E' por isso que vos dérão um
compasso e uma regoa. Este emblema re
presenta a vosso espirito uma verdade bem
– 115 —
sensível no decurso da vida humana, assim
como entre nós, isto é, que ignorancia é a
partilha de nossa primeira idade. Os ho
mens instruidos tómão cuidado da nossa
educação durante a infancia, e nos ensínão
os primeiros elementos das sciencias. As
primeiras obras de nossas mãos resentem
se do estado de fraqueza em que nascemos;
mas á medida que a educação nos abre o
caminho das sciencias, devemos particular
mente consagrar a nossa mocidade a ad
quiri-las, até que á força de trabalho e de
reflexão consigamos a descoberta da ver
dade.
« I.". Exp.e., fazei-o executar a terceira
viagem. »
O Candidato restitue então o compasso,
guarda a regoa na mão esquerda; com a
qual ele sustenta sobre o hombro esquerdo
uma pinça ou alavanca (1).

(1) Chama-se Pinça em architectura, uma ala


vança de ferro de 2, 3 a 4 pes de comprido, cujas
extremidades são em forma de faca, mas uma d’ellas
curva; é com este instrumento que se collócão as
perdras em seus competentes lugares, e que se le
vantão grandes pesos, fazendo d'elle uma alavanca
do primeiro ou segundo genero segundo os casos.
Pode-se mandar fazer esta pinça para o caso pre
sente de páo de carvalho pintado de preto,
— 116 —

Tendo chegado ao Occidente, diz-lhe o


Vem.".
VEN.". — « Meu I.º., esta viagem vos re
presenta a qualidade de trabalhos d'um
Companheiro durante o primeiro anno.
Confiava-lhe o emprego dos materiaes e das
pedras cortadas; o que suppunha n’elle
conhecimentos suficientes para poder ajui
zar do lugar para que são destinados estes
materiaes, e é por isso que vos é necessaria
uma regoa. Para os transportar ao lugar de
seu destino, é necessario intelligencia e
força; os conhecimentos que o Companheiro
tem adquirido, fazem presumir que elle
tem a primeira, e a pinça suppre ás forças
naturaes, quando estas não bástão. Assim
como elle é ajudado n’este trabalho por A
prendizes, da mesma maneira nós confia
mos aos Companheiros o cuidado de dirigir
e de vigiar sobre os Aprendizes, mas de
baixo da inspecção do Mest.", que servem.
* 1.". Exp, '., fazei-o executar a quarta
viagem. »
O Aprendiz leva na mão esquerda uma
esquadria e uma regoa, e dá a direita a seu
conductor.
Voltando ao Occidente, o Ven.'. diz-lhe:
VEN.". —º Meu I..., nós quizémos repre
sentar-vos com esta viagem o quarto anno
– 147. —

d'um Companheiro, durante o qual elle se


occupa na construcção e na elevação dos
edificios, e em verificar o bem assentado das
pedras, e a exactidão do emprego dos ma
teriaes.
« Isto é o emblema da superioridade que
os homens alcánção sobre seus semelhantes
por meio do zêlo, da assiduidade, e da emi
nencia de seus conhecimentos, mesmo quan
do não a procúrão. Illustrai vossos II.".
com lições uteis, dirigi seus passos no ca
minho da virtude, e dai-lhes continuamente
bons exemplos.
« I.". Exp.e., fazei o Candidato executar
a quinta viagem. »
N’esta viagem o Candidato não leva in
strumento algum, e é conduzido pela mão
direita; tendo chegado ao Occidente, o Ven...
diz-lhe:
VEN... — «I.…., esta viagem vos repre
senta o quinto anno do tempo de Compa
panheiro. Suficientemente instruido na pra
tica da arte, o Companheiro deve dar este
anno ao estudo da theoria; é por isso que
vossas mãos estão desembaraçadas, para
d'ora em diante dar-vos exclusivamente ao
trabalho do espirito. Aprendei por meio
d’este emblema, que não basta que uma
boa educação nos ponha no caminho da
- 118 -

virtude, porque uma vez entregues a nós


mesmos, bem depressa nos afastamos d'elle,
excepto se por continuos esforços, e um
estudo constante nos puzermos ao abrigo da
seducção do vicio, e da força das paixões.
O unico fim a que nos propomos é o conhe.
cimento da verdade, e é para o mesmo fim
que devem tender todos os vossos passos.
Prosegui pois o caminho que vos está tra
çado, e tornai-vos digno de serdes com o
decurso do tempo admittido a novos conhe
cimentos.
« I.". Exp.…. fazei o Candidato subir pelos
cinco degráos mysteriosos do T..., a fim de
que elle d’alli possa ver a Estrella rutilante,
e a lettra G.'. que orna seu centro. »
Quando o Aprendiz tiver chegado ao quin
to degráo, o Ven... lhe dirá:
VEN.". — º Meu I.º., considerai esta Es
trella mysteriosa; não a percais jamais de
vista; pois ella é o emblema do Genio que
nos leva a fazer grandes cousas; e com mais
razão ainda ella é o symbolo d'aquelle fogo
sagrado, d'aquella porção de luz divina,
com que o G.'.A.'.D.'.U.'. formou nossas
almas, e cujos raios fazem que possamos dis
tinguir, conhecer, e praticar a verdade e a
justiça.
« A letra G.'. que vedes no seu centro,
– 119 –

representa-vos duas idêas grandes e subli


mes; uma d’ellas é o monogramma d'um
dos nomes do Altissimo, origem de toda a
luz, e de toda a sciencia. A segunda idêa
que esta letra nos representa, resulta do
que se explica geralmente pela palavra Geo
metria; sciencia que tem por base essencial
a applicação da propriedade dos numeros
ás dimensões dos corpos, e principalmente
ao triangulo ao qual se referem quasi todas
as suas figuras, e que apresenta tão subli
mes emblemas.
« I.". Exp.e., fazei o Candidato chegar ao
Oriente pelos passos de Companheiro, pre
cedidos pelos d'Aprendiz.
O aspirante dá os tres passos d’Aprendiz,
que o devem conduzir ao pé dos degráos do
T.'., isto é, á margem inferior do quadro,
faz-se-lhe subir cinco dos sete degráos do
T. “., depois de que manda-se-lhe dar os
tres passos de Companheiro, o primeiro
para o Meiodia, o segundo para o Norte, e
o terceiro para o Oriente.
No primeiro passo, dirige-se o pé direito
em diagonal, e põe-se o pé esquerdo por
detrás, formando duas esquadrias: no se
gundo dirige-se o pé esquerdo diagonal
mente, e põe-se o direito por detrás, for
mando tambem duas esquadrias; e no
— 120 —

terceiro que é o de descanço, dirige se o


pé direito em diagonal, e com o esquerdo
forma-se a esquadria simples.
Esta marcha irregular é o emblema do
direito que tem um Companheiro de passar
do serviço d'um Mest... para o serviço d’ou
tro, e de mudar de trabalho, conforme o
exigirem os casos.
O Companheiro é depois d'isto conduzido
ao Oriente, onde pronuncia o juramento
seguinte, tendo o joelho direito sobre uma
almofada, e o esquerdo em esquadria:
JURA MENTO.

« Juro e prometto ao G.'.A.'.D.'.U.'.,


em vossas mãos, M.'. V. “., e a todos os
meus II. "., debaixo da fé do meu primeiro
juramento, de guardar e conservar fielmente
os segredos que me vão ser confiados, de
não os communicar, de qualquer maneira
que seja, aos Aprendizes; e sujeito-me ás
penas do meu primeiro juramento, no caso
de infracção. »
Durante o juramento o Exp, '. deve estar
á direita do Candidato, o Mest... de Cer... á
esquerda, e todos os II... em pé e á ordem,
Com a espada na mão. Depois do Juramen
to, o Ven.'. pôe a folha da espada sobre a
cabeça do Candidato, e dá sobre ela cinco
— 121 —

ligeiras pancadas com o malhete, conforme


a bateria indicada, dizendo: }

VEN... — «A’G.'.D.'. G.'.A.'.D.'.U.'.,


em nome do G.'. 0.'. de..., e em virtude
dos poderes a mim confiados por esta R.".
L.'., eu vos recebo e constituo Compa
nheiro Maçon. »
O Candidato levanta-se, e o Ven.'. diz-lhe:
VEN.". — «..Meu I.'., nós temos n’este
gráo, assim como no precedente, uma pa
lavra sagrada, uma palavra de passe, um si
mal, um toque, e uma maneira de nos
pôrmos á ordem. Ensinão-se todas estas
COUZaS. •

« A palavra sagrada é..... que significa


perseverança no bem. , ,
« A palavra de passe é..... que significa
numerosos como as espigas do trigo.
«Meu I..., ide fazer-vos reconhecer pe
los II.". primeiro e segundo Vig...". »
Os Vig... dão conta da exactidão das pa -,
lavras, sinal e toque que lhes deu o Compa
nheiro. -

Depois d'isto o Ven.'. diz :


VEN.…. — « II... primeiro e segundo
Vig..., convidai os II... d’uma e outra co- }

lumna a reconhecer d'ora em diante o I.".


N..... por Companheiro desta R.'.L.'., e
a applaudir á sua recepção. » , , ,
II. |- | ||
— 122 —
Os Vig... repetem o annuncio, depois do
qual o Ven.'. diz:
VEN... — «A mim, meus I.". »
Todos applaudem pela bateria do gráo.
O novo Comp.º., que durante esté tempo
deve estará ordem entre os Vig..., pede a
palavra ao 2º Vig..., e depois de a ter ob
tido, agradece.
O Ven.…. faz cobrir os applausos, e
diz :
VEN... — « Assentai-vos, meus II...»
Todos mettem a espada na bainha, e se
asséntão.
O novo Comp.". assenta-se em face da
painel em quanto dura a instrucção, que se
passa a detalhar, e o I.'. 2º Vig... lhe
aponta com a espada as diversas figuras de
o Ven.'. lhe dá a explicação.
Depois da Instrucção, o I.”. Mest.". de
Cer... conduz o Comp.…. á cabeça da colum
na do Meiodia por esta vez sómente; podem
do-se elle colocar nas outras reuniões
indistinctamente em uma ou outra co
lumna.
Em fim o Ven.'. fecha os trabalhos,
como se disse por occasião da abertura.
Havendo alguns objectos a tratar, os traba
lhos d’Aprendiz ficarão em vigor, e fazem
se entrar os Aprendiz, se alguns houver na
— 123 —
-sala dos Passos-Perdidos. Finalmente os
trabalhos d’Aprendiz se fechalão da maneira
acostumada.

Instrucção,

P. — « Sois Companheiro? »
R. — Sou sim, Ven.*. *
P. — « Para que vos fizestes receber
Comp..? »
R. — « Para conhecer a lettra G. »
P. —- « Que significa esta lettra »
R. — « Geometria. »
P. — « Não significa ella nada mais? »
R. — « E' a inicial d'um dos nomes do
G.". A.". do U.". »
P. — « Como fostes recebido? »
R. — «Passando da columna I.…. á co
dumna B.º., e subindo os cinco degráos do
Templo. »
P. — «Por que porta os subistes? »
R. — « Pela porta do occidente. »
P. — « Que ieis fazer ao Templo? »
R. — « Fundar calabouços para o vicio,
e levantar templos á virtude. »
P. — « Quem se oppoz á entrada ?»
R. — «O I.”. Cobridor.»
P. — « Que exigio elle de vós? »
R. — «Um sinal, um toque e uma pa
lavra. » -
— 124 —
P. – « Que vistes, ao subir os degráos
do Templo?» •

R. — « Duas grandes columnas. »


— « De que materia érão ellas? »
— « Do bronze. »
— «Qual era a sua altura? »

# — « Dezoito côvados. »
— «A sua circumferencia? »
— « Doze côvados. »
— «A grossura do bronze? »
— « Quatro dedos. »
— « Então érão ôccas? » ,
— « Érão, sim, Ven.'. »
1} . — « Para que? »
R. — « Para encerrar a ferramenta dos
Comp. -. e Aprendizes, como tambem o the
souro destinado a pagar o seu salario. »
P. — « Como é que os obreiros recebem
o seu salario ? »
R, — « Por um sinal, um toque e uma
palavra; os Aprendizes pelos d’Apr.'., e os
Comp.…. pelos do seu gráo. »
P. — « Qual era a decoração das colum
nas? »
R. — « Folhas d'Acantho ornávão seus
capiteis, que estávão sobrecarregados de ro
mãas Sem numerO. »
P. — « Aonde fostes recebido Comp.….?»
R. — « Em uma Leº. justa e perfeita. »
· 125 –
P. — « Que fórma tinha ella? »
R. — «Um quadrado longo. »
P. — « De que comprimento era ella ? »
R. — « Do oriente ao occidente.»
P. — « De que largura? »
R. — « Do Meiodia ao Septentrião. »
P. — « Qual era a sua altura? »
R. — « Pés, toezas e côvados sem nu
II]GI’O. »

P. — « De que estava ella coberta? »


R. — « D'um docel d'azul, marchetado
de estrellas. »
P. — « Que o sustentava? »
R. — «Tres grandes pilares de forma
triangular. »
P. — « Como os nomeais? »
R. — « Sabedoria, Força e Belleza. »
P. — « Porque os nomeais assim? »
R. — « Sabedoria para inventar, Força
para executar, e Belleza para ornar. »
P. — « Qual era sua profundidade? »
R. — « Da superficie da terra ao centro.»
P. — «Porque repondeis assim? »
R. — « Para dar a entender que todos os
MM... espalhados sobre a terra, não fazem
senão um só povo de II.", regidos pelas
mesmas leis e mesmos usos. »
P. — «Tendes ornatos na vossa L...?»
R. — «Sim, M, ". Ven.'. »
11*
— 126 –
P. — « Em que numero? »
R. — «No numero de tres. »
P, — « Quaes são elles ? »
R. — « O pavimento Mosaico, a Estrella
Rutilante e a Orla dentada. »
P. — • Qual era o seu uso? »
R. — « O pavimento mosaico ornava o
lumiar do grande portico; a Estrella Ruti
lante estava no meio, e illumiava o centro
d'onde parte a verdadeira luz, que allumia
as quatro partes do Mundo, e a Orla dentada
guarnecia e ornava as extremidades. »
P. — « Dai-me a explicação moral d’es
têS tTOS OFInalmentOS. o •

R. — « O pavimento mosaico é o emble


ma da união intima que reina entre os
MM.….; a Estrella Rutilante é o emblema do
G.'.A.'. do U.'., o qual brilla d’uma luz
propria a ele só; a Orla dentada significa
o laço que une todos os MM..., e faz que
elles séjão uma mesma familia sobre toda
a terra, º •

P. — « Tendes joias na vossa L.'. ? »


R. — «Sim, M.'. Ven. ". » •

P. — « Em que numero ? »
R. — « No numero de seis, a saber, tres
moveis, e tres immoveis. »
P. -- « Quaes são as joias moveis? »
R. — «A Esquadria que traz o M".
— 427 -

Vem.", o Nivel que traz o primeiro Vig.'.,


a Perpendicular, ou Linha de prumo, que
traz o segundo Vig, '. »
º P. — « Quaes são as joias immoveis? »
" R. — « A Prancha de desenho, a Pedra
cubica aguda, e a Pedra bruta. »
P. — «Qual é o uso das joias moveis?»
R. — «A Esquadria serve a esquadrar
os materiaes, e ajustar, umas entre outras,
suas superficies em angulos rectos; o Nivel
serve a pôr ao lado umas das outras as re
dras horizontalmente; e a Perpendicular a
levantar os edificios perfeitamente a prumo
sobre os alicerces.»
P. — «Dai-me a explicação moral de
tudo isto.» * **

R. — «A Esquadria nos mostra que to.


das as nossas acções devem ser reguladas
pela rectidão e justiça; o Nivel, que deve
reinar uma perfeita igualdade entre todos
os MM.". ; a Perpendicular, que todos os
bens nos veem la de cima. » .
P. — «Qual é o uso das joias immoveis?»
R. — «A Prancha serve aos Mest... para
traçar os seus desenhos e os seus planos; a
Pedra cubicá aguda aos Comp.", para aguçar
a sua ferramenta; e a Pedra bruta aos A
prendizes para aprenderem a trabalhar. »
– 4:28 –

P. — « Que significa tudo isto moral


mente ? »
R. — «A Prancha de desenho é o emble
ma do bom exemplo, que devemos a nossos
II... e a todos os homens; a Pedra cubica é
o symbolo dos esforços que o homem vir
tuoso emprega para apagar os vestigios, que
o vicio tem deixado sobre elle, e corrigir as
paixões, ás ques estamos todos expostos;
em fim, a Pedra bruta é a imagem do ho
mem grosseiro e selvagem, que não pode
polir e tornar perfeito senão o estudo pro
fundo de si mesmo. »
P. — « Quantas especies ha de Mações? »
R. — Ha duas, uns de theoria e outros
de pratica. »
P. — « Que aprendem os Mações de theo
ria? » *

R. — « Uma boa moral, que serve a pu


rificar nossos costumes a tornar-nos agra
daveis a todos os homens. »
P. — « Que entendeis por um Maçon de
pratica? »
R. — « O Obreiro de edificios. »
P. — « Que me fará conhecer que vós
sois Maçon? »
R. — « Os meus sinaes, palavras e to
que. »
P. — «Quantos sinaes ha na Maç.". ? »
– 129 –
R. — « M.'. Ven.'., elles são sem nu
mero, mas reduzem-se a cinco principaes. »
P. — «. Quaes são ?»
R. — «O Vocal, o Guttural, o Peitoral,
o Manual, e o Pedestre. »
P. — « De que servem elles? »
R. — «O Vocal a dar a palavra, o Gut
tural a dar o sinal d’Aprendiz, o Peitoral a
dar o sinal de Companheiro, o Manual a
dar o toque de um e outro, e o Pedestre a
executar a marcha de ambos. »
P. — «Quantas janellas ha n’uma L.*.?»
R. — « Tres. »
P. — « Aonde estão ellas colocadas?»
R. — « Ao Oriente, ao Occidente e ao
Meiodia. »
P. — «Porque não ha nenhuma ao Sep
tentrião? »
R. — « Porque o Sol allumia apenas
essa parte. »
P. — « De que servem ellas? »
R. — «A dar luz aos obreiros quando
chêgão ao trabalho, em quanto trabálhão, e
quando saem.»
P. — « Vistes hoje vosso Mest...? »
R. — « Sim, M.". Ven.". »
P. — «Como estava elle vestido ? »
R. — « D'ouro e azul. »
P. — « Que significão estas duas cores?
— 130 —
R. — « O ouro significa a riqueza, o azul
a sabedoria, dous dons que o G.'.Ar... do
U.…. outorgou a Salomão.» * -

P. — «Aonde se colócão os Compa


nheiros? » •

R. — «Ao Meiodia. X)

P. — «Porque?
R. —º Como mais instruidos que o A
prendizes e para servir os Mest.". »
P. — « Como servis a vosso Mest.", ?»
R. — « Com fervor, prazer, e liber
dade.»
P. — «Quanto tempo o servis?» .
R. — « Desde segunda feira de manhãa
até sabado de tarde.»
P. — « Recebeis ordenado ? •

R. - 4 M.'. Ven.". ; estou contente.»


P. — « Aonde o tendes recebido? »
R. — «Na columna B...» ,
P. — « Que indica esta letra? »
R. — «E a inicial de uma palavra que
serve a reconhecer-nos. »
P. — «Dizei-a,
R. — «Dizei-me a primeira letra, e eu
vos direi a segunda.»
P. —º Que significa esta palavra?»
R. — º Ella significa perseverança no
bem. » *

P. — º Dizei-me a palavra de passe.»


– 131 —

R. —(Dá-se).
P. — « Que significa ella?»
R. — «Numerosos como as espigas do
trigo. »
Encerramento dos trabalhos.
P. — «Que idade tendes?»
R. — « Cinco annos. »
P. — «A que horas se fechão os traba
lhos? »
R. — «A meia noite.»
P. — «Que horas são? »
R. — « Meia noite.»
VEN... — «Como é meia noite, e que é
esta a hora em que os Maçº. costúmão fe
char seus trabalhos de Comp., II... pri
meiro e segundo Vig..., convidai os II... de
vossas columnas, a se reunirem a mim para
fechar os trabalhos de Comp., da R.'.L.'.
de N..., ne or... de...»
os vig... repetem o annuncio: depois do
qual o vem... dá cinco pancadas com o ma
hete, que repetem os Vig…, e ºven.'. diz:
"veN... — «A mim, meus... º
Todos fazem o sinal e o applauso.
o ven... diz depois de ter dado uma pan
cada: •

veN...—º os rabalhos de Comp., estão


fechados.» - * * - -

Os Vig...". repetem.
— 132 —

GRÁO
DE COMPANHEIRO•

PRIMEIRO VIGILANTE=

SERÇÃO PRIMEIRA.
Preliminares. . . —

O Ven.", diz: « Primeiro e segundo Vigi


lantes, convidai, eu vos rogo, etc.»
O primeiro Vigilante diz : « I.", segundo
Vigilante, II... da columna do meiodia, o
Ven.'. nos convida a fazer nossas observa
ções sobre a pertenção do I.". N. "..» .
Abertos os trabalhos, o Ven.'. diz: «II.".
primeiro e segundo Vigilantes, annun
ciai, etc.»
O primeiro Vigilante diz: «I.", segundo
Vigilante, II... que ornais a columna do
meiodia, o Ven.'. nos propõe o I.". N.".
para ser admittido ao gráo de Companheiro,
e nos convida a fazer nossas observações. »
O Ven... annunciará o escrutinio da ma
neira costumada.
— 133 —

Os Vigilantes repetirão o annuncio. Se o


escrutinio é favoravel, o Ven.'. convidara os
II.". Vigilantes
columnas a empenharos II.…. das duas
a applaudirem. •

Os Vigilantes executarão a ordem.


Abertura.

O Ven.'. dá uma pancada com o malho,


repetida pelos Vigilantes, e diz: «Meus
II.º., em pé » e continua: «II... primeiro e
segundo Vigilantes, assegurai-vos se nas
vossas columnas todos os II.". são Compa
nheiros. »

Ainda que os Vigilantes se póssão assegu


rar com muita facilidade por um simples lan
çar d'olhos se todos os II.…. são Companhei
ros, (porque elles devem conhecer os gráos
de cada um dos II.'., sobre tudo se não ha
visitadores desconhecidos) é com tudo con
veniente que cada Vigilante examine a sua
columna, e peça a cada um dos II.". as pa
lavras, o sinal, e toque do gráo. Esta forma
lidade faz lembrar a cada um, o que é
assaz frequente de esquecer-se por falta de
pratica. "
Os Vigilantes de volta do seu gyro retór
não a seus lugares, e dão, cada um, conta
ao Ven.'., da missão que este lhes deu.
II, 12
o Ven... fará aos Vigilantes, alternativa
mente, as cinco questões seguintes:
P. —º I... primeiro Vigilante, sois Com
panheiro? »
R. — « Sou, sim, Ven.…. º
P. — « Para que vos fizestes receber Com
panheiro? »
R. — « Para conhecer a letra G.". »
P. — « Que idade tendes? »
R. — «Cinco annos. »
P. — «A que horas coméção os Compa
nheiros seus trabalhos? »
R. — «Ao meiodia. »
P. — « Que horas são?
R. — «Meiodia. »
O Ven.'. diz: «Como é meiodia, etc.,
II... primeiro e segundo Vigilantes, convi
dai, etc.»
O primeiro Vigilante diz:
«I. - segundo Vigilante, II... da columna
do meiodia, o Ven.'. nos convida a reunir
nos a elle para abrir os trabalhos de Compa
nheiro. »
Depois do annuncio, o Ven.'. dá sobre o
altar cinco pancadas com o malho, oo o, o o,
repetidas da mesma forma pelos Vigilantes;
depois do que o Ven.'. diz: «A mim, meu
II.". »

Fazem todos ao mesmo tempo o sinal, se


— 135 —
guindo-se os … por cinco, repetidos
tres vezes. O Ven.'. diz depois: «Os traba
lhos de Companheiro estão abertos. »
o primeiro Vigilante diz: « os trabalhos
de Companheiro estão abertos.»
- Abertos assim os trabalhos de Compa
nheiros, o Ven.'. communica novamente o
objecto da assemblea; e depois de ter pro
posto o I.…. para ser admittido ao gráo de
Companheiro, ele convida os Vigilantes a
pedir as observações. Se ninguem as faz,
elle pede o signal de approvação por um le
vantar de mãos.
O Aspirante bate, no gráo de Aprendiz, á
porta do Templo; o I.”. Cobridor o annun
cia em voz baixa ao segundo Vigilante.
o segundo Vigilante o diz baixo ao pri
meiro vigilante, que diz alto ao ven.'. :
«Ven..., bate-se, no gráo de Aprendiz, a
porta do Templo, º
o Ven... diz: «Fazei ver quem bate.»
o primeiro Vigilante diz ao segundo Vi
gilante, e este ao I.”. Cobridor: « Fazei ver
quem bate.»
O I., Cobridor diz em voz baixa ao se
gundo Vigilante, este ao primeiro, que diz
em fim ao Ven... em voz alta: «É um A
prendiz que pede ser admittido ao gráo de
. Companheiro. »
— 133 —
O Ven.'. diz: «Perguntai-lhe, etc.»
O primeiro Vigilante diz ao segundo:
«Perguntai-lhe se elle deu o seu tempo, se
elle julga que seu Mestre esteja contente
d'elle, e se é bem sua derradeira vontade. «
Dada a resposta do Aspirante ao Ven.'.,
sempre pela mesma via, elle diz: «Fazei
introduzir o Aprendiz.»
Este é conduzido no meio dos dous Vigi
lantes. Depois das viagens, e quando o As
pirante tiver recebido do Ven.'. os sinaes:
palavra, e toque do gráo, o Ven.'. lhe diz,
«Ide, meu I.'., fazer-vos reconhecer aos
II... primeiro e segundo Vigilantes.»
Os Vigilantes represéntão a justeza das
palavras, sinal, e toque que lhe deu o Com
panheiro.
Depois disto, o Ven.'. diz: « II.…. pri
meiro e segundo Vigilantes, convidai os I.".
uma e outra columna a reconhecerem, etc.»
O primeiro Vigilante diz: «I.…. segundo
Vigilante, II.'. que ornais a columna do
meiodia, o Ven.'. nos convida a reconhecer
d'ora em diante o I.". N. ". por Companheiro
d’esta R.'.L.'., e a applaudir á sua recep
ção. »
Instrucção.

P.—º Sois Companheiro? »


— 137 —

R.—º Sou, sim, Ven.". »


P.—º Para que vos fizestes receber Com
panheiro? »
R.—« Para conhecer a letra G.". »
P.—« Que significa esta letra? »
R.—« Geometria. »
P.—«Não significa ella nada mais? »
* *
R.—« É a inicial d'um dos nomes do
G.". A.". do U.". »
P.—« Como fostes recebido? »
R.—º passando da columna J. ". á columna
B.º. e subindo os cinco degráos do Templo.»
P.—«Por que porta os subistes? »
R.—« Pela porta do Occidente. »
P.—º Que ieis fazer ao Templo?»
R.—« Fundar calabouços para os vicios,
e levantar templos á virtude. »
P.—º Quem se oppoz á vossa entrada ? »
R.—« O I. º. Cobridor. » -

P.—« Que exigio elle de vos? »


R.—«Um sinal, um toque, e uma pa
lavra. » •

P.—º Que vistes ao subir os degráos do


Templo?» •

R.—« Duas grandes columnas. »


. P.—« De que materia érão ellas? »
R.—« De bronze. »
P.—« Qual era a sua altura?»
R.— Dezoito côvados, º
12*
— 138 –
P.—«A sua circunferencia?»
R.—«Doze côvados.»
P.—«A grossura do bronze!»
R.— «Quatro dedos. »
P.—«Então érão ôccas ?»
R.—«Érão, sim, Ven...»
P.—«Para que «
R.—«Para encerrarem a ferramenta dos
Companheiros, e Aprendizes, como tambem
o thesouro destinado a pagar o seu salario.»
P.—º Como é que os obreiros recebem o
seu salario. »
R.—«Por um sinal, um toque, e uma
palavra; os Aprendizes pelos d’Aprendiz, e
os Companheiros pelos do seu gráo.»
P.—«Qual era a decoração das colum
nas ?»

R.—«Folhas decantho ornávão seus ca


piteis que estávão sobrecarregados de ro
mãas sem numero.» •

ro P—«Aonde
? » fostes recebido Companhei

R.—«N'uma L.'.justa, e perfeita.»


P.—((Que forma tinha ella?»
R.—«Um quadrado longo.»
P.—«De que comprimento era ella?»
R.—«Do Oriente ao occidente.»
P.—«De que largura?»
R.—« Do meiodia ao Septentrião.»
— 139 —

P.—º Qual era a sua altura?»


R.—«Pes, toezas, e côvados sem nu
mero.»
P—«De que estava ela coberta?»
R.—«D'um docel de azul, marchetado
de estrellas.»
P.—«Que o sustentava?» •

R.—«Tres grandes pilares defôrmatrian


gular.}) • - -

P.—«Como os nomeais ?»
R.—& Sabedoria, Força, e Belleza.»
P— Porque os nomeais assim?»
R.—«Sabedoria para inventar, Força
para executar, Belleza para ornar.»
P.—«Qual era a sua profundidade?»
R.—«Da superficie da terra ao centro.»
P.—«Porque respondeis assim ?»
P.—« Para dar a entender que todos os
Mações espalhados sobre a terra não fazem
senão um só povo de lrmãos, regidos pelas
mesmas leis, e mesmos usos. »
P.—( Tendes ornamentos na vossa L...?»
R.—«Sim, M... V...»
P.—«Em que numero ?»
R.—«No numero de tres.»
P—«Quaes são elles?» •

P.—" O pavimento Mosaico, a Estrella


Rutilante, e a orla dentada.»
P.—( Qual era o seu uso ?»
— 140 —
R.—«O pavimento Mosaico ornava o lu
miar do grande Portico do Templo, a Es
trella Rutilante, que estava no meio, allu
miava o centro d’onde parte a verdadeira
luz que allumia as quatro partes do Mundo,
e a Orla dentada guarnecia e ornava as ex
tremidades. »

P.—(Dai-me a explicação moral destes


tres ornamentos ?»

R.—« O pavimento Mosaico é o emble


ma da união intima que reina entre os Ma
ções; a Estrella Rutilante é o emblema do
G.'.A.'. do U... o qual brilha de uma Iuz
propria a elle só; a Orla dentada significa
o laço que une todos os Mações, e faz que
elles séjão uma mesma familia sobre toda a
terra. )) •

P.—º Tendes joias na vossa L.". ?»


R.—«Sim, M.". Ven. ". »
P.—«Em que numero? »
R.—«No numero de seis, a saber, tres
moveis e tres immoveis. » :

P.—( Quaes são as joias moveis ? »


R.—«A esquadria que traz o M.….V...,
o Nivel que traz o primeiro Vigilante, a Per
pendicular, ou Linha de prumo, que traz o
segundo Vigilante. »
P.—( Quaes são as joias immoveis? »
— 141 —
R.—(( A Prancha de desenho, a Pedra
cubica aguda, e a Pedra bruta. »
P.—( Qual é o uso das joias moveis? »
R.—«A Esquadria serve a esquadrar os
materiaes, e a ajustar, umas entre outras,
suas superficies em angulos rectos; o Nivel
serve a pôr ao lado umas das outras as pe
dras horisontalmente, e a Perpendicular a
levantar os edificios perfeitamente a prumo
sobre os alicerces. »
P.—«Dai-me a explicação moral de tudo
isto. »
R.—((A Esquadria nos mostra que todas
as nossas acções devem ser reguladas pela
rectidão, e justiça; o Nivel, que deve reinar
uma perfeita igualdade entre todos os Ma
ções; a Perpendicular, que todos os bens
nos veem lá de cima. »
P.—(Qual é o uso das joias immoveis ?»
R.—« A Prancha serve aos Mest... para
traçar os seus desenhos, e os seus planos; a
Pedra cubica aguda serve aos Companhei
º ros para aguçar a sua ferramenta, e a Pedra
bruta serve aos Apprendizes para aprende
rem a trabalhar.»
P.—(Que significatudo isto moralmente?»
R.—« A Prancha de desenho é o emble
ma do bom exemplo que devemos o nossos
II... e a todos os homens; a Pedra cubica
— 142 —
é o symbolo dos esforços que o homem vir
tuoso emprega para apagar os vestigios que
o vicio tem deixado sobre elle, e corrigir as
paixões, ás quaes estamos todos expostos;
em fim a Pedra é a imagem do homem gros
seiro e selvagem que não pode polir, e tor
nar perfeito senão o estudo profundo de si
mesmo. » .
P.—«Quantas especies ha de Mações? »
R.—» Ha duas, uns de theoria, e outros
de pratica.» •

P.—"Queaprendem os Maçõesde theoria?»


R.—«Uma boa moral, que serve a pu
rificar nossos costumes, e a tornar-nosagra
daveis a todos os homens.»
P.—«Que entendeis por Maçon de pra
tica?» - |

R.—«o obreiro de edificios.» -

P.—«Que me fará conhecer que vós sois


Maçon? » •

R.—«Os meus sinaes, palavras, e toque?»


P.—«Quantos sinaes ha na Maçonaria?»
R.—«M.". Ven.'., elles são sem nume
ro, mas reduzem-se a cinco principaes.»
P.—«Quaes são?» •

R.—«O Vocal, o Gutural, o Peitoral, o


Manual, e o Pedestre.» -

P.—«De que servem elles? » • • •

R.—«O Vocal a dar a palavra, o Gutura


– 143 —
a dar o sinal de Aprendiz, o Peitoral a dar
o sinal de Companheiro, o Manual a dar o
toque de um e outro, e o Pedestre a exe
cutar a marcha de ambos. »
P.—«Quantas janellas ha n'uma L...?»
R.—((Tres. »

P.—«Aonde estão elas colocadas?»


R.—«Ao Oriente, ao Occidente e ao Meio
dia. »
P.—«Porque
tentrião?» não ha nenhuma no Sep
• - - -

R.—«Porque
parte. » o sol allumia apenas essa
• •• • - -

P.—«De que servem ellas? »


R.—«A dar luz aos obreiros quando chê
gão ao trabalho, em quanto trabálhão, e
quando sahem.» • -- - -

P.—(Vistes hoje o vosso M.….?»


R.—«Sim, M.'. Ven...»
P.—«Como estava elle vestido?»
R.—«D'ouro, e Azul.»
P.—«Que significão estas duas cores?»
R.—« O Ouro significa a riqueza, o Azul
a sabedoria, dous dons que o G.'.A.'. do
U.…. outorgou a Salomão.»
P. — «Aonde se collócão os Companhei
ros? »
R. — «Ao Meiodia. »
P.—«Porque? »
— 144 —
R.—«Como mais instruidos do que os
Aprendizes, e para servir os Mest...»
P. — «Como servis a vosso Mest...?»
R.—«Com prazer, fervor, e liberdade.»
P.—«Quanto tempo o servis? »
R.—«Desde segunda feira de manhãa até
Sabado de tarde. »
P. — «Recebeis ordenado ?»
R. — «M.". Ven.'., estou contente.»
P.—«Aonde o tendes recebido?»
R.— «Na columna B...»
P.—«Que indica esta lettra? «
R.—- É a inicial de uma palavra que ser
ve a reconhecer-nos. »
P. — «Dizei-a. »

direi a segunda.»a primeira letra, e eu vos


R.—«Dizei-me •

P.—«Que significa esta palavra?»


R.--((Ella significa perseverança no bem.»
P.—º Dizei-me a palavra de passe.»
R.— (Dá-se.)
P.—(Que significa ella?»
R.-- Numerosos como as espigas do trigo.»
— 145 –

Encerramento dos trabalhos.

P. — «Que idade tendes?»


R.—«Cinco annos. »
P. - «A que horas se fêchão os traba
lhos? »
R. — «A meia noite.»
P.—«Que horas são? »
R.—«Meia noite. »
«Como é meia noite, etc.»
O primeiro Vigilante diz : «I... segundo
Vigilante, II.'. que ornais a columna do
Meiodia, o Ven.'. nos convida a nos reunir
a elle para fechar os trabalhos de Compa
nheiro na R.'.L.'. de..... ao O.'. de..... }}

O segundo Vigilante repete o annuncio.


Depois do que o Ven.'. dá cinco panca
das com o malho, repetidas pelos Vigilantes,
e diz: «A mim, meus II.", «
Fazem todos o sinal, e applaudem.
O Ven.'. diz, depois de ter dado uma
pancada : « Os trabalhos de Companheiro
estão fechados. »
O primeiro Vigilante dá uma pancada, e
diz: «Meus II..., os trabalhos de Compa
nheiro estão fechados.»

II. 13
= 446 •

GRÁo

DE COMPANHEIRO,
………<=#9<=>---

SEGUNDO VIGIE ANTE

PRIMEIRA SECÇÃO.
Preliminares.

Todo o Aprendiz, que se julgar capaz de


ser promovido ao gráo de Companheiro, ex
porá em particular a sua pertenção ao se
gundo Vigilante, em cuja columna, e
debaixo de cuja inspeccão elle deve ter
trabalhdao desde a sua recepção.
Quando os trabalhos o permittirem, o se
gundo Vigilante dirá: «M.". V..., o I.". N.".,
Aprendiz d'esta R.·.L.·., rogou-me de pedir
por elle o favor de ser admittido ao gráo de
Companheiro. »
"O Ven.'. diz: «II... primeiro e segundo
Vigilantes, convidai, eu vos rogo, etc.»
O primeiro Vigilante diz : « I.…. segundo
Vigilante, Irmãos da columna do meiodia,
etC, ))
— 147 -
O segundo Vigilante diz: « lI... da co
lumna do Norte, o Ven.'. nos convida a
fazer nossas observações sobre a pertensão
do L.". N.". »
Abertos os trabalhos, o Ven.'. diz: «II.",
primeiro e segundo Vigilantes, annuciai,
etC. )) · ·· ·

O primeiro Vigilante diz: «II.…. segun"


do Vigilante, II, ‘. que ornais a columna,
etC. )) i …, , . *, *, *

O segundo Vigilante diz : «II.…. que ornais


a columna do Norte, o Ven... nos propõe o
I.". N.…. para ser admittido ao gráo de Com
panheiro, e nos convida a fazer nossas obº.
servações.» …", ………… * # .….…… / os
O Ven.“.. annunciará o escrutínioma fór
ma costumada, repetindo os Vigilantes.……
a Se o escrutinio fôr favoravel, o Vén.".
convidará os II.". Vigilantes a empenhar os
II... das duas columnas a applaudir.--";
Os Vigilantes o annunciarão. * …--";
* *i * #
… Abertura..., …; ...….a
O Ven.'. dá uma pancada com o malho,
repetida pelos Vigilantes, e diz : «Meus
I1.", em pé, » e continua: «II.", primeiro
e segundo Vigilantes, assegurai-vos se hás
vossas columnas todos os Irmãos são Còm
panheiros, » : - - - - *
— 148 —
Ainda que os Vigilantes se póssão asse
gurar com muita facilidade por um simples
lançar d'olhos se todos os II.…. são Com
panheiros; porque elles devem conhecer os
gráos de cada um dos II.'., sobre tudo se
não ha Visitadores desconhecidos: é com
tudo conveniente que cada Vigilante exa
mine a sua columna, e peça a cada um dos
II. ". as palavras, o sinal, e toque do gráo.
Esta formalidade faz lembrar a cada um, o
que é assaz frequente de esquecer por falta
de pratica.
Os vigilantes de volta do seu gyro reto
mão seus lugares, e dão, cada um, conta
ao Ven.'. da missão que este lhes deu.
O Ven.'. fará aos Vigilantes, alternativa
mente, as cinco questões seguintes:
P.—« I... primeiro Vigilante, sois Com
panheiro? »
R.—«Sou, sim, Ven. ". « •

P.—«Paraque vos fizestes receber Com


panheiro?»
R.—« Para conhecer a letra G.". »
T.—«Que idade tendes? »
R.—(( Cincos annos. »
P.—«A que horas começão os Compa
nheiros seus trabalhos? »
R. — «Ao Meiodia. »
P.— « Que horas são ? »
— 149 —
R. — «Meiodia. »
O Ven.'. diz: «Como é meiodia, II.". pri
meiro e segundo Vigilantes, convidai, etc.»
O primeiro vigilante diz:
«I... segundo Vigilante, II... da columna
do meiodia, o Ven... nos convida a reunir
nos a elle para abrir os trabalhos de Com
panheiro. •

Depois do annuncio, o Ven.'. dá sobre o


Altar cinco pancadas com o malho, ooo, oo,
repetidas da mesma forma pelos Vigilantes,
depois do que o Ven.'. diz : « A mim,
meus II.". »
Fazem todos ao mesmo tempo o sinal,
seguindo-se os applausos por cinco, repeti
dos tres vezes. O Ven... diz depois: » Os
trabalhos de Companheiro estão abertos.»
O primeiro Vigilante diz: «Os trabalhos
de Companheiro, etc.»
O segundo Vigilante diz: «Os trabalhos
de Companheiro estão abertos. »
Abertos assim os trabalhos de Compa
nheiro, o Ven. ". communica novamente o
objecto da assemblêa; e depois de ter pro
posto o I... para ser admittido ao gráo de
Compaheiro, elle convida os Vigilantes a
pedir as observações : se ninguem as faz,
elle pede o sinal de approvação por um le
vantar de mãos.
13"
— 450 —

O Aspirante bate, no gráo de Aprendiz, á


porta do Templo; o I.”. Cobridor o annuncia
º em voz baixa ao segundo Vigilante,
O segundo Vigilante diz baixo ao primeiro
Vigilante: « I.", primeiro Vigilante, bate-se,
no gráo de Aprendiz, á porta do Templo. »
O primeiro Vigilante o diz alto ao Ven...;
este diz ao primeiro Vigilante que o diz ao
segundo Vigilante, e este ao I.”. Cobridor.:
«Fazei ver quem bate. »
O I.”. Cobridor diz em voz baixa ao se
gundo Vigilante, e este ao primeiro :
«É um Aprendiz que pede ser admittido
ao gráo de Companheiro. »
O Ven.'. diz : « Perguntai-lhe, etc.»
O primeiro Vigilante diz ao segundo Vigi
lante, e este ao Cobridor.
. «Perguntai-lhe se elle deu o seu tempo,
se elle julga que seu Mestre esteja contente
d'elle, e se é bem a sua derradeira vontade.»
Dada a resposta do aspirante ao Ven.“.,
sempre pela mesma via, elle diz: Faze in
troduzir o Aprendiz.»
Este é conduzido ao meio dos dois Vigi
lantes.
1.'." Viagem : um malho, e um sinzel.
2.'." Viagem : um Compasso, e uma re
g0a. •

5.'." Viagem : regoa.


— 151 =

Depois das viagens, e quando o Aspirante


tiver recebido do Ven... o que deve ter, o
Ven.'. lhe diz : « Ide, meu I.V., fazer vos
reconhecer aos II." , Primeiro e segundo
Vigilantes.» • * #.*. * . --,

Os Vigilantes representão a justeza das


palavras, sinal, e toque que lhes deu o
Companheiro • -1 =

Depois d'isto, o Ven.", diz: « II... pri


meiro, e segundo Vigilantes, convidai os
II…. de uma, e outra columna a reconhece
rem, etc.» * #" + ..."

O primeiro Vigilante diz : « II", que or


mais a columna do Meiodia, etc. » - …
# 4","Viagem : esquadria; e regoa."
5. *.*: Nada. a .<>… triº,"

O segundo Vigilante diz: «II.", que or


nais a columna do Norte, o Ven.'. vos con
vida a reconhecer d'ora em diante o I. º.
.…. por Companheiro d'esta R.'.L.'. e a
applaudir á sua recepção. » - ** *

O novo Companheiro se assenta defronte


do quadro durante a instrucção, e o "I.".
segundo Vigilante lhe indica com a ponta
da sua espada as diversas figuras que o
Ven, '. lhe explica. ----

O Ven... fecha os trabalhos segundo a


formula seguinte: * * *.

|- ºi
— 152 —

Instrucção.

P.—º Sois Companheiro ? »


R.—«Sou sim, Vem.". »
P.—( Para que vos fizestes receber Com
panheiro. » •

R.—(( Para conhecer a letra G.". »


P.—«Que significa esta letra? »
R.—« Geometria. »
P.—( Não significa ella nada mais? »
R.—«É a inicial d'um dos nomes do G.'.
A.". do U.". »
P.—(( Como fostes recebido? »
R.-(( Passando da columna J... à co
lumna B.º. e subindo os cinco degráos do
Templo. » •

P.-( Por que porta os subsistes? »


R.-(( Pela porta do Occidente.»
P.— «Que ieis fazer ao Templo?»
R. - «Fundar calabouços para os vicios,
levantar Templos á Virtude. »
… P. - «Quem se oppoz á vossa entrada?»
R.-(( O I.”. Cobridor. »
P.—«Que exigio elle de vós?»
R.-“Um sinal, um toque, e uma palavra.»
P.-( Que vistes ao subir os degráos do
Templo?»
R.—« Duas grandes columnas. »
P.—« De que materia erão ellas? »
— 153 —
R.—«De bronze. »
P.— «Qual era a sua altura?»
R.—( Dezoito côvados. »
P.—« A sua circunferencia?»
R.— « Doze côvados. »
P.—«A grossura do bronze?»
R.—«Quatro dedos.»
P.—( Então érão óccas?»
R.—«Érão, sim, Ven..."»
P. — « Para que?»
R.—« Para encerrarem a ferramenta dos
Companheiros e Aprendizes, como tambem
o thesouro destinado a pagar o seu salario.»
P.—«Como é que os obreiros recebem o
seu salario ? »
S.—« Por um sinal, um teque, e uma
palavra; os Aprendizes pelos d’Aprendiz, e
os Companheiros pelos do seu gráo.»
R.—«Qual era a decoração das columnas?»
R. —º Folhas d'acantho ornávão seus ca
piteis, que estavão sobrecargados de romãas
Sem InUImGTO. »
P.—« Aonde fostes recebido Comp.*.?»
R.—« Em uma L.". justa e perfeita. »
P.—«Que forma tinha ella? »
R.—« Um quadrado longo. »
P.—« De que comprimento era ella? «
R. — « Do Oriente ao Occidente. »
P.—« De que largura?»
— 154 –
R.—« Do Meiodia ao Septentrião.»
P. — «Qual era a sua altura? »
R. -- «Pés, toezas, e côvados sem numero.
P. - «De que estava ella coberta? »
R. - D'um docel d'azul, marchetada
d’estrellas. »
P. — «Que o sustentava? »
R.-( Tres grandes pilares de fórma
triangular. »
P.-(( Como os nomeais? »
R-* Sabedoria, Força e Belleza.
P. -"Porque os nomeais assim? »
R.-- Sabedoria para inventar, Força pa
ra-executar, e Belleza para ornar.»
P.-* Qual era a sua profondidade?»
R.-( Da superficie da terra ao centro. »
P. - «Porque respondeis assim? »
R.-& Para dar a entender que todos os
MM.". espalhados sobre a terra, não fazem
senão um só povo de II..., regisdos pelas
mesmas leis, e mesmos usos.»
P.-& Tendes ornatos na vossa L.", º
º R.-(( Sim, M.". Ven. ". »
P.-«Em que numero? »
R.—(( No numero de tres. »
P.—( Quaes são elles?»
R.-(( O pavimento mosaico, a estrella
Rutilante, e a orla dentada. »
P.-(( Qual era oseu uso?)
- 155 —
e R.—O pavimento mosaico ornava o lu
miar do grande portico, a Estrella Ruti
liante estava no meio, e allumiava o centro
donde parte a verdadeira luz, que allumia
as quatro partes do mundo, e a Orla den
tada guarnecia e ornava as extremidades.»
P.—«Dai-me a explicação moral d’estes
tres ornamentos. »
* R.—« O pavimento mosaico é o emble
ma da união intima que reina entre os
MM.".; a estrella Rutillante é o emblema
do G.'.A.'.D.'.U.'. o qual brilha d'huma
luz propria a elle só; a Orla dantada signi
fica o laço, que une todos os MM..., e faz
que elles séjão uma mesma familia sobre
toda a terra. »
P.—º Tendes joias na vossa L.". ? »
R.—( Sim, M.". Vem.". »
P.—«Em que numero? »
R.—«No numero de seis, a saber, tres
moveis e tres immoveis. »
P.-(( Quaes são as joias moveis? »
R.—(( A esquadria, que traz o M.'.
Ven.'., o nivel que traz o primeiro Vig...,
a perpendicular, ou linha do prumo, que
traz o segundo Vig...»
P.—«Quaes são as joias immoveis?»
R.-« A prancha de desenho, a pedra
cubida aguda, e a pedra bruta. »
— 156 —
P.—«Qual é o uso das joias moveis? »
R.—«A esquadria serve a esquadrar os
materiaes, e ajustar, umas entre as outras,
suas superficies em angulos rectos; o nivel
serve a pôr ao lado umas das outras as pe
dras horisontalmente; e a perpendicular a
levantar os edificios perfeitamente a prumo
sobre os alicerces. »
P.—( Dai-me a explicação moral de tudo
isto. »
R.—«A esquadria nos mostra que todas
as nossas acções devem ser reguladas pela
rectidão e justiça; o nivel, que deve reinar
uma perfeita igualdade entre todos os MM...;
a perpendicular, que todos os bens nos vem
lá de cima. »
P.—(Qual é o uso das joias immoveis?»
R.—«A prancha serve aos Mest... para
traçar o seus desenhos, e os seus planos; a
pedra cubica aguda aos Comp... para aguçar
a sua ferramenta; e a pedra bruta aos
Aprendizes para aprenderem a trabalhar.»
P.—«Que
te?» significa tudo isto moralmen

R.—«A prancha de desenho é o emble


ma do bom exemplo, que devemos a nossos
II.…. e o todos os homens; a pedra cubica
é o symbolo dos esforços que o homem vir
tuoso emprega para apagar os vestigios, que
— 157 —
o vicio tem deixado sobre elle, e corrigir as
paixões ás quaes estamos todos expostos;
em fim a pedra bruta é a imagem do homem
grosseiro e selvagem, que não póde polir
e tornar perfeito senão o estudo profundo
de si mesmo. »
P.—«Quantas especies ha de MM...?»
R.—((Ha duas, uns de theoria, e outros
de pratica.»
P.—«Que aprendem os MM.'. de theo
ria? »
R.—«Uma boa moral, que serve a puri
ficar nossos costumes, e a tornar-nos agra
daveis a todos os homens. »
P.—( Que entendeis por um M.'. de pra
tica! »
R.—«O obreiro de edificios. »
P.—«Que me fará conhecer que vós sois
M.". ? »
R.—«Os meus sinaes, palavras, e to
ques. »
P.—(Quantos sinaes ha na Maç.….? »
R.—«M.'.Vem..., elles são sem numero,
mas reduzem-se a cinco principaes. »
P.—«Quaes são?»
R.—«O Vocal, o Gutural, o Peitoral, o
Manual, e o Pedestre.»
P.—((De que servem elles? »
R.—«O Vocal a dar a palavra, o Guttu
II• 14
— 158 —–

ral a dar o sinal d’Apr..., o Peitoral a dar


o sinal de Comp.º., o Manual a dar o toque
de um e outro, e o Pedestre a executar a
marcha de ambos.»
P.-"Quantas janellas ha n’uma L...?
R. — «Tres. »
P.-&Aonde estão ellas collocadas? »
R.-( Ao Oriente, ao Occidente, e ao
Meiodia. »

P.—"Porque não ha nenhuma ao sep


tentrião? »
R - Porque o Sol allumia apenas essa
parte. »
P.—( De que servem ellas?»
R.-( A dar luz aos obreiros quando
chêgão ao trabalho, em quanto trabálhão,
e quando sahem.» •

P.—«Vistes hoje vosso Mest...?»


R.—«Sim, Mest.". Ven... » • •

P.—(Como estava elle vestido?» -


R.—«D'ouro e azul. »
P.-( Que signifícão estas duas côres? »
R.-( O ouro significa a riqueza, o azul a
sabedoria, dous dons que o G.'.A.'.D.'.
U.'. outorgou a Salomão.»
P.—«Onde se colócão os Comp..? »
R.—((Ao Meiodia.»
P.-( Porque?»
•* #
– 159 —

R.—«Como mais instruidos que os Apr.".


e para servir os Mest.". »
P.—( Como servis o vosso Mest.". ?»
R.—«Com fervor, prazer, e liberdade.»
P.—«Quanto tempo servis? »
R.—º Da segunda feira pela manhãa até
e sabado de tarde.» **

P.—«Recebeis ordenado?»
R.-(( M.'. Ven.'., estou contente.»
- P -- Aonde o tendes recebido? »
R.—«Na columna B.". » ; " }

P.—«Que indica esta letra?» …!


R.—« E' a inicial d'uma palavra que ser
ve a reconhecer-nos. »
P.—(Dizei-a »
R.—«Dizei-me a primeira letra, e eu
vos direi a segunda. » *

P—«Que significa esta palavra?» -


R.—« Ella significa, perseverança no bem.»
P.—«Dizei-me a palavra de passe.»
R.— (Da-se.)
P.—«Que significa ella?»
R.—« Numerosos como as espigas do trigo.»
Encerramento dos trabalhos.

P.—«Que idade tendes? »


R.—«Cinco annos, »
P.—«A que horas se fechão os traba
lhos? »
— 160 –
R.—«A” meia noite. »
P.—( Que horas são? »
R.—((Meia noite. »
«Como é meia noite, etc. »
O primeiro Vigilante diz:
«I.", segundo Vigilante, II.'. que ornais
a columna do Meiodia, o Ven.'. vos convi
da, etc.»
O segundo Vigilante repete o annuncio.
Depois do que o Ven... bate cinco pan
cadas com o malho, repetidas pelos Vigi
lantes, e diz: «A mim, meus II.". »
Fazem todos o sinal, e applaudem.
O Ven.'. diz depois de ter dado uma pan
cada : «Os trabalhos de Companheiro estão
fechados. »
O primeiro Vigilante dá uma pancada, e
diz: «Meus II..., os trabalhos de Compa
nheiro estão fechados. »
O REGULADOR
Do MAÇON.

TERCEIRO GRÁO

OU

GRÁ o D E MEs T R E.

ARCEI ITECTO,

A L.'. de Mest.". deve ser forrada de


preto, e o forro semeado de lagrimas bran
cas, cabeças de mortos e ossos postos em
cruzes, e em grupos de tres, cinco e sete.
Nove luzes a devem allumiar, em grupos
de tres luzes cada um, e estes tres grupos
14"
, , , ; ; — 162 — , . .
devem ser postos um no Oriente, outro no
Sul e o terceiro no Occidente.
No pavimento deve haver º quadro da
L.'., que se vê na Estampa nº 4.

* * * * * * * * …
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GRÃO DE MESTRE. --•@*>…

RESPEI" "AVEI, º

SECÇÃO PRIMEIRA.
* # : ; Preliminares.

"… Um Companheiro não póde receber o ter


ceiro gráo, sem ter feito o seu tempo, isto
é, depois de terem decorrido pelo menos
tres mezes e meio desde a sua admissão ao
gráo de Companheiro.
Isto quer dizer que o Companheiro deve
ter assistido a sete assembléas que se sup
põe terem lugar de quinze em quinze dias,
e com tanto que ele tenha a idade exigida
pelos regulamentos, que é de vinte e cinco
annos completos.
… Todo o Companheiro que, tendo preen
chido as condições precedentes, quizer ser
admittido ao gráo de Mestre, dirigirá o seu
— 164 —
pedido em particular ao I.", primeiro Vi
gilante.
Quando este julgar que os trabalhos per
mittem que a L.'. se occupe do dito pedido,
dirá: « M, '. Ven.. o I.". N.'., Companhei
ro d'esta R.". L.",, pede o favor de ser ad
mittido ao gráo de Mestre.»
O Ven.'. diz:
« Irmãos primeiro e segundo Vigilantes,
annunciai nas vossas columnas que o I.".
N... é proposto para ser admittido ao gráo
de Mestre. Pedi aos Irmãos que fáção suas
observações. »
Os Vigilantes fazem o annuncio na ma
neira do costume, e n'este instante, se o
I.". proposto está presente, pede licença
para cobrir o Templo.
Depois de feitas as observações, quaes
quer que ellas séjão, ou se as não ha, os
Aprendizes e os Companheiros recebem or
dem para cobrir o Templo.
Tendo estes sahido, o Ven... abre os tra
balhos no gráo de Mestre, da maneira in
dicada mais abaixo, e depois pede nova
mente as observações; se as ha, discutem-se,
e a Loja, que está então só composta de
Mestres, delibera sobre ellas, ouvidas as
conclusões do Irmão Orador, e pela via do
scrutinio, se alguem o pede. Se este é fa
– 165 -
voravel, o Ven... manda applaudir pela ba
teria do gráo, como em pouco se verá, e
fixar-se-ha o dia da recepção; de tudo isto
fará o Irmão Secretario menção na pran
cha dos trabalhos.
Depois de decidida ou diferida a recep
ção, fêchão-se os trabalhos de Mestre, e fa
zem-se entrar os Companheiros se os tra
balhos d’este gráo ficão em vigor; senão,
fêchão-se para continuar os d’Aprendiz, e
mándão-se entrar todos os Irmãos.

SECÇÃO SEGUNDA.
RECEPção.
->O•

Primeiro antecedente.

Todos os Mestres serão convidados da


maneira do costume, para o dia que tiver
sido marcado na ultima assemblêa. As pran
chas de convocação devem conter o annun
cio d’uma recepção no terceiro gráo, e con
vidar os Irmãos a se vestirem de preto,
Mandar-se-ha uma d’estas pranchas ao Com
panheiro proposto.
Segundo antecedente.
No dia indicando para a recepção, todos
os Mestres terão entrada. O Ven... abre os
—–166 —
trabalhos d'Aprendiz, e manda fazer a lei
tura da prancha dos trabalhos da assemblêa
precedente; depois abre os de Companheiro.
Feito isto, convida os II... primeiro o se
gundo Vig... a correr uma e outra columna,
a fim de se certificarem se todos os II.".
são Mest.º., pedindo-lhes, a cada um sepa
radamente, e em silencio as palavras, e si
mal e o toque, formalidade sempre util tanto
para evitar os abusos, como para conservar
a todos os II.". o conhecimento das palavras
que algum poderia esquecer.
Voltando os Vig... a seus lugares, dão
conta dos II... que achárão pouco instrui
dos. Se são II... da L.'., o Ven.'., convi
da-os a s'instruirem, e lhes manda dar as
palavras que esquecêrão. Se são Visita
dores, é de absoluta necessidade, que cú
brão o Templo. • • •

Depois de se saber que todos os II.", são


Mest.º., o Ven.", abrirá os trabalhos da ma
neira que vai ser exposta, Desde este mo
mento, todos os II... teem o titulo de Ve
neraveis; e o Ven.", tem o de Respeel,
Abertura dos Trabalhos.

Estando tudo disposto, como se acaba de


dizer, o M.'. Resp... dá uma pancada com
o malhete, e diz:
– 167——

M.'. R.". -- «A ordem, meus II.º., e es


pada na mão.»
Elle tira a espada, em que pega com a
mão esquerda; todos os Mest... fazem o
.mesmo; pégão na espada com a mão es
querda, tendo a ponta em terra, e põem-se
á ordem.
. Esta ordem é a do descanço,
O M.'. R.'. faz as sete perguntas seguin -
tes: . •

P.—(Ven.'. I... primeiro Vig... qual


é o primeiro dever, dos Vig... em L,", de
Mest.". ? » -

R.—«M.'. R.'., é ver se todos os II.".


São Mest.". » •

P.—« Estais certos d’isso? »


R, —(( Estamos, M.'. R.". »
P—«Ven.'. I.e. primeiro Vig..., sois
Mest... ? ))
R.—«Esperimentai-me, a acacia me é
conhecida. » •

P.—(Dai-me o sinal de Mest.". »


R.— (Dá-se.) |

P.—«Ven.'.
idade tendes? » I.e. segundo Vig..., que

R.—«Sete annos e mais.» |

P.—(( A que horas se abrem os traba


lhos? » * * # # +

R.—«Ao meiodia, M., R.". »


– 168 —

P.—«Ven.'. I.”. primeiro Vig.º., que


horas são?»
R.—« Meiodia. »
O M.'. R.'. diz:

M.'. R.". — «Visto que é meiodia, VV.".


II.…. primeiro e segundo Vig..., convidai os
II... de vossas columnas respectivas, a se
reunirem a mim para abrir os trabalhos no
gráo de Mest.". »
Os II... Vig... repetem o annuncio.
Depois de feito o annuncio, o M.'. R.'. dá
nove pancadas com o malhete, consistindo
na bateria d'Aprendiz repetida tres vezes;
os Vig... fazem outro tanto, e depois o M.'.
R.'. diz:
M.'. R.". — «A mim, meus II.". »
Todos os II, ... ólhão para o M.'. R.'., fa
zem o sinal de Mest.º., e applaudem por
nove, o que é a bateria d'Aprendiz repetida
tTGS VezeS.
Em fim o M.'. R.'. diz:
M.'. R.'.—«Os trabalhos de Mest.". estão
abertos. »

Os Vig...". o annuncião nas suas columnas.


O M.'. R.·. põe a sua espada desembai
nhada sobre o Altar, e encarrega aos Vig.….
que convidem os II.", a se sentarem; o que
elles execútão.
– 169 —
Estando abertos os trabalhos da maneira
exposta, o M.'. R.'. diz: |

M.'. R.'.— «Meus II..., vós destes vosso


consentimento a que o I.". N.". fosse ad
mittido ao gráo de Mest...; se algum d'en
tre vós tem hoje causas legitimas para se
oppôr a isso, é este o momento de as dar a
conhecer; senão vosso silencio será uma
prova que persistis no vosso consenti
mentO. »

Se ha opposição, é necessario ouvi-la,


discuti-la, e julga-la, depois de ouvidas as
conclusões do I.". Or...; se ella fôr julgada
válida, deve-se fechar a assemblêa, e sepa
rarem-se os II..., diferindo a recepção.
- Se ao contrario o silencio reina nas colum
nas, o M.'. R.'. diz:
M.'. R.'.— «I.". Mest.". de Cer..., man
dai avisar ao I.". Pieparador que conduza
o Candidato. »
O Candidato deve ter sido antes d'isto
conduzido, e fechado na Camara das re
flexões, nas paredes da qual se devem lêr
maximas analogas á recepção; alli o I.”.
Preparador deve ter disposto o espirito e a
imaginação do Candidato com discursos
sensatos, serios, e moraes, relativos á im
portancia do gráo.
Se algum motivo retardar a chegada do
II, 15
— 170 --

Candidato, o M.'. R... fará algumas per


guntas d'instrucção.
O I.”. Preparador terá cuidado de mandar
entregar ao M.'. R.". o chapéo e a espada
do Candidato.
Um I.'. de cada columna tomará um dos
rolos para se servirem d'elles como em pou
co se dirá.

Recepção propriamente dita.


No momento em que se annuncia o Com
panheiro, apagão se as velas. Uma lampada
de metal, ou d'outra materia não transpa
rente, de forma antiga, e suspensa no meio
da L."., bastará para allumiar os trabalhos
até o momento da recepção. A luz da lam
pada deve estar mais baixa que as bordas
d’esta, a fim de que os objectos interiores
não póssão ser vistos.
Haverá igualmente sobre o altar uma
lampada cuja luz fraca não reflecte senão
sobre o M.'. R.'., á imitação das lanternas
de furta fogo. Todos os II.…. estão vestidos
de preto, com o chapéo na cabeça carre
gado sobre os olhos, a espada na mão, aven
tal de fundo branco, e debruado d'azul. Elles
collócão-se em duas filas, no meio da Loja,
em bancos postos ao comprido do quadro,
mas em distancia suficiente para que a pas
+
— 171 —–

sagem entre ellés e o quadro esteja desem


baraçada, e de maneira que as viagens se
fáção por detrás d'elles.
O Candidato deve estar vestido, isto é, ter
o seu avental de maneira que lh'o póssão
tirar sem resistencia, Chegado á porta do
Templo, bate como Companheiro.
O I.”. Exp.". annuncia ao segundo Vig...".
que batem como Companheiro; este an
nuncia-o ao primeiro Vig... que o repete
em voz alta ao M.'. R.".
O M.'. R.'. diz:
M.'. R.". — «Qual é o Companheiro que
tem a ousadia de vir perturbar-nos em
nossos trabalhos?
«I... primeiro Vig..., mandai ver quem
bate. » •

O primeiro Vig... dá esta ordem ao se


gundo, que diz ao I.". Exp.".
2º VIG.". — «Meu I.'., vede quem bate. «
O I.". Exp.". abre um pouco a porta,
pergunta quem bate.
O I.”. Preparador responde :
I... PREP.….— « É um Companheiro que
acabou o seu tempo, e que deseja ser rece
bido Mest.". »
Depois de ter esta resposta chegado ao
M.", R, ,, o que se faz sempre por via dos
Vigº, o M.'. R.', diz :
– 172 –
M.'. R.". —» Perguntai-lhe seu nome,
sobrenome, sua idade, e seu estado civil.»
Esta pergunta chega aos ouvidos do Can
didato como a primeira, e o I.”. Preparador
responde. O I.". Exp.". fecha a porta, que
elle nunca abre senão quando é necessario
para poder fallar ao Candidato, e depois de
ter o M.'. R.". ouvido a resposta, diz:
M.'. R.". — « Perguntai-lhe sua idade
maçonnica, onde tem trabalhado, e sobre
que.» Chegada a pergunta aos ouvidos do
I.". Preparador, este responde :
I.". PREP.". — «O Candidato tem mais
de cinco annos, tem trabalhado no exterior
do Templo na pedra polida, e em preparar
os instrumentos. »
Tendo o M.'. R.'. ouvido a resposta, diz:
M.'. R.". — « Mandai-lhe perguntar se
elle está sinceramente disposto a preencher
os deveres d'um Mest.". Maç...; e se a sua
consciencia o não accusa de ter faltado aos
juramentos que elle prestou precedente
mente. ))

Ouvida esta pergunta pelo Candidato, elle


dá a sua resposta, que é transmittida ao M.'.
R.". COmO aS OutraS.

O M.'. R.'. dá uma pancada com o ma


lhete e diz: •

M.'. R.'.— «Introduzi o Companheiro. »


— 173 —
As portas abrem-se. O I.”. Preparador in
troduz o Candidato, fazendo-o entrar com as
costas para dentro até entre os dois Vig...,
onde o faz parar com as costas sempre vol
tadas para o Oriente.
As portas féchão-se com estrondo.
O M.'. R.'. diz com um tom severo:
M.'. R.". — «Apoderai-vos do Compa
nheiro; tende cuidado que elle não possa ver
cousa alguma do que aqui se passa, antes
de estarmos certos que elle é digno de ser
admittido nos nossos mysterios. »
Os Vig-'. se apodérão delle; o primeiro
Vig... lhe põe a ponta da espada sobre o
peito.
O M.'. R.'. diz :
M.'. R.". — «Companheiro, jurai e pro
mettei, sob as mesmas penas a que vos
sujeitastes no vosso primeiro juramento, de
não revelar cousa alguma do que aqui des
cobrirdes, nem as communicar a algum Com
panheiro ou Aprendiz, dado mesmo o caso
que não sejais admittido ao gráo que pare
ceis desejar. »
O Candidato responde:
CAND.". — « Eu o juro. » •

M.'. R.". — º Promettei que responde


reis com candura e franqueza ás questões
que vos vão ser feitas.»
— 174 —
o candidato deve responder:
CANO... — «Prometto.»" . " |

, Depois desta resposta, o M.'. R.'. diz:


M.'. R...—º Companheiro, que quereis
vós? » - - - -

o Candidato responde.
M.'. R... — «E verdadeiramente o de
sejo de vos instruir que vos anima?»
Ele responde. -

M... R... -- «Tendes algum conheci


mento do gráo que pedis?"
Elle responde.
"M.'. R... — «I.". Exp.e., conduzi-o a
fazer a primeira das nove viagens myste
teriosas. » - •

Os Vigº, tórnão a tomar seus lugares.


- o I. Exp... colocado á direita do Can
didato, põe-lhe a ponta d’uma espada no
peito, na qual o Candidato pega com a mão
direita na altura d'um terço; o I.”. Exp.".
pega nos copos da espada com a mão di
reita, e com a outra agarra fortemente o
braço esquerdo do Candidato e lhe faz dar
uma volta á roda da Loja, levando-o diante
de si, sem parar no Oriente, e começando
pelo Meiodia. Ele terá cuidado, que du
rante a viagem o Candidato tenda sempre
as costas voltadas para o Oriente.
— 175 —
Depois de ter o M.'. R.'. ordenado a via
gem, accrescenta :
M.'. R.". — «vém... Mest..., membros
do meu conselho, vós conheceis todos o
Companheiro: vinde dar-me conta das in
formações que d’elle tendes tido, a fim de
regularmos a nossa conducta a seu respeito,
pela maneira como elle se tem comportado
desde que foi admittido entre nós.
« Companheiro, guardai-vos de voltar a
cabeça. »
Os Vigilantes ficão nos seus lugares.
Nove Mest.". reunem-se em roda da re
presentação, onde deve estar deitado o
Mést.". mais novo da Loja (1), e fórmão
entre si a cadêa d’união. O M.'. R.". passa
para a sua direita em voz baixa a antiga
palavra de Mest.º., 1... a qual lhe deve vol
tar esquerda. Isto deve fazer-se no maior
silencio, com um apparato de gravidade, de
maneira que inspire ao Candidato algum
cuidado sobre a sua conducta passada, e so
bre as leviandades que poderá ter commet
tido. " * * - -

(1) Como esta recepção é um pouco longa, bom


é ter um colchão mui estreito sobre que deve estar
deitado o Mest... mais novo que houver na Loja,
para evitar que o frio, a dureza ou a humidade do
pavimento o incommodem, -
— 176 –

Nota. Se a Loja é mui pequena para


que o Candidato possa fazer as viagens por
detraz dos II..., estes se colocarão todos no
centro em duas ordens de bancos, como já
se disse, mas esta mudança deve ter lugar
Sem o menor estrondo.
Quando o Candidato chege ao Occidente,
o I... primeiro Vig... dá uma pancada e diz
em voz alta:
1º VIG.". — « M.'. R.'., a viagem está
feita. »
Os nove Mest.". que se tínhão levantado
para fazer conselho com o M.'. R.'., ficão
em pé em roda da representação; o M.'. R.".
só volta ao seu lugar, dá uma pancada com
o malhete e diz:
M.'. R.". — « Companheiro, vós sois ac
cusado d'um crime grave. I.”. Conductor,
arrancai-lhe o seu avental, elle não é digno
de o trazer. »
O I.". Preparador lh'o arranca.
O M.'. R.". continua:
M.'. R.". — « Vossa consciencia não vos
accusa de cousa alguma ? Sede sincero,
lembrai-vos da promessa que nos fizestes
ha um momento; respondei. »
Depois da resposta do Candidato, o M.'.
R.", diz-lhe:
M.'. R.". — « A vida do homem n’este
– 177 —
mundo não é senão uma passagem. » E de
pois accrescenta:
M.'. R.". — « Conduzi-o fazer a segunda
viagem.»
Para o Candidato.
M.'. R.". — « Companheiro, examinai
bem durante esta viagem o fundo de vosso
coração. »
O R.". sahe do seu lugar e vem reunir-se
aos nove Mest.". em roda da representação.
Depois de ter o Candidato voltado ao Oc
cidente, o primeiro Vig... dá uma pancada
com o malhete e diz:
1°VIG.". — «A segunda viagem está feita.»
O M.'. R.'. volta ao seu lugar e diz:
M.'. R.". — « O crime e a innocencia, a
mentira e a verdade tem caracteres taes que
é impossivel confundi-los. Ora pois, Com
panheiro, vossa consciencia não vos accusa
de cousa alguma?»
Elle responde:
CAND.". — «Não. » E é ordinariamente o
que se responde. O M.'. R.'. diz:
M.'. R.". — «I.". Exp.…. (ou Conductor),
fazei que o Companheiro se volte, a fim de
que elle veja a que excessos póde levar-nos
o esquecimento de nossos deveres.
« Considerai qual é a causa do luto e da
tristeza em que nos vêdes. »
— 178, —
O 1.". Exp.". lhe faz dar tres passos para
traz, e o volta para a representação; os nove
Mest.", que tinhão ficado em pê em roda,
dão um passo para trás; lévão a mão di
"reita ao peito, á ordem de Mest.º., e com a
esquerda apóntão para a representação, e
ólhão para o Candidato,
Depois
R.". diz: d'um momento de silencio, o M.',
• * * *

M.'. R.'.— « I.". Exp.", dizei-me se o


Companheiro vos parece commovido; se
descobre o culpado. »
O I.”. Exp... responde:
I.". ExP.". — «Nada, M.'. R.". »
O M.'. R.'. diz com um tom de gravi
dade: • »

M.'. R.". — «Cada instante nos appro


xima do nosso fim, ultimo; o verdadeiro
Maç. .. não o teme nem o deseja. »
Depois accrescenta :
M.'. R.". — «I.". Exp.'., conduzi o afa
zer a terceira viagem. »
Tendo o Candidato voltado ao Occiden
te, o primeiro Vig...", dá uma pancada com
o malhete e diz :
1º VIG, ". — « A terceira viagem está
feita. »
O Mest.". R.'. dá uma pancada com o
malhete, >
— 179 —

Os nove Mest.'. que estavão em pé tómão


seus lugares. -

Se todos os Mest.". fôrão obrigados a ir


para o centro, em razão, da pouca exten
são do local, tómão seus lugares n'este mo
mentO. •

O M.'. R.'. diz:


M.'. R.". — «Companheiro, tudo o que
aqui vedes, vos denota o luto e a tristeza;
"vós sois accusado de ter tomado parte na
perfidia d'outros Companheiros malvados;
tendes conhecimento de seu abominavel
conloio? » -

Elle responde: «Não. »


M.'. R.". — « Que garantia dals d’isso?»
* CoMP.". — «Minha palavra d'honra e mi
nha fé de Maçon.»
"M.'. R.". — «Eu as recebo como taes;
ambas são sagradas entre nós; confirmai-as
com um sinal que nos satisfaça plena
mente. )) + - * - -- -

"Elle leva a mão


Companheiro. » ao coração, á ordem de •

O M. ". R.". continua : \,

M.'. R.". — «Não vos admireis, Compa


nheiro, das precauções que tomamos com
vosco; desde a morte da nosso Respeitave!
Mestre, todos os Companheiros nos são sus
peitos, o que vós deveis ter visto pela ma
— 180 —

neira por que acabamos de vos tratar. A


firmeza, e a candura de vossas respostas
destruirão as suspeitas que de vós tinha
mos, e vos grangeárão nossa confiança.
«Procurai fazer-vos digno do favor que
solicitais. O homem vulgar deixa levar-se
pelas apparencias, mas o verdadeiro Maç.".
sabe pôlas de lado para se elevar á verdade.
« I.”. Companheiro, persistis no desejo
que mostrastes de chegar ao gráo de Mest.".?»
Elle responde:
CoMP... — «Persisto.»
O M.'. R.'. diz:
M.'. R.". — «Meu I. “., todas as expe
riencias por que tendes passado até agora,
o os preceitos que vos temos dado, não teem
outro fim senão fazer-vos chegar ao inte
rior, onde adquirireis conhecimentos parti
culares e que vos hão de satisfazer: não se
póde entrar n’elle senão com uma alma
pura. Nós não podemos sondar o fundo do
vosso coração, por conseguinte sede vós
mesmo vosso juiz, e tomai cuidado que não
venhais a ser perseguido pelos remorsos.
Os Mest.". vos formarão com satisfação; vós
d'aqui em diante ides ser encarregado de
dirigir os Companheiros e os Aprendizes.
Trabalhai para que a virtude seja o motivo
e o objecto de vossos preceitos, e não per
— 181 -

cais jamais de vista que o bom exemplo


produz efeitos mais certos do que as mais
sabias lições.
«Sim, meu I..., tudo o que até agora
tendes visto na Maçonnaria, e tudo o que
o decurso do tempo vos mostrar, está oc
culto pelo véo mysterioso do emblema, véo
que o Maç.". intelligente, zeloso, e laborioso
sabe penetrar. Reflecti bem no que vos
aconteceu, no que vos ha de acontecer, e
não esqueçais jamais as tres viagens myste
riosas que fizestes; o gráo exigia nove, mas
a Loja decidio que se reduzissem a trez.
«I.". Exp..., fazei subir o I.”. os sete
degráos do templo.
« Fazei-o entrar pela porta do Occidente,
e vós m’o apresentareis quando fôr tempo
pelos tres passos mysteriosos. Vós, II.".,
d’uma e d’outra columna, não esqueçais
vossos deveres. »
Este aviso é para os dois II.'. que estão
munidos de dois rolos.
O I.". Exp... faz subir o Candidato os
tres primeiros degráos, commeçando com o
pé direito.
Chegado ao primeiro patamar, ele dá o
sinal d'Aprendiz; sóbe os outros dois de
gráos, e no segundo patamar dá o sinal de
Companheiro; em fim elle sóbe os dois
}Iº 16
— 182 —

ultimos degráos e fica alli sobre o pavi


mento mosaico, sempre ao sinal de Compa
nheiro, com os dous pés em esquadria. As
cousas estão dispostas de maneira que quan
do o Candidato chega a este lugar, tem seus
pés mui perto da cabeça do do I.º., que,
como dissémos, está deitado em terra; mas
este não póde ser visto, porque está in
teiramente coberto com um pano preto.
Este I.'. deve ter a perna esquerda esten
dida, a direita curva em fórma d'esquadria,
o joelho levantado, o braço esquerdo esten
dido, e o direito á ordem de Companheiro.
Chegado o Candidato a este lugar, O M.'.
R.'. diz-lhe:
M.'. R.'.—«Os dois primeiros gráos vos
ensinárão a conhecer o uso dos instrumen
tos, e o emprego dos materiaes. Vós espe
rais sem duvida achar n’este a explicação
dos emblemas que teem até agora occultado
a verdade a vossos olhos; mas tudo no uni
verso está sujeito a revoluções extraordina
rias: tudo acaba!
« O templo, que Salomão elevou ao rei
dos Reis, teve esta sorte fatal. A morte
inesperada do chefe d’esta magnifica em
presa pôde recordar-vos antecipadamente
a ruina d’este templo famoso, que a histo
ria nos representa alternativamente destrui
– 183 –

do e reedificado sobre suas proprias rui,


Il3S,

Salomão, filho de David, celebre por sua


sabedoria e pela extensão de seus conheci
mentos, resolveu elevar ao Eterno um tem
plo que seu pai tinha projectado, mas que
as guerras que teve a sustentar contra seus
vizinhos, o impedirão de construir. Elle
mandou pedir a Hiram, rei de Tyro, que
lhe fornecesse os materiaes necessarios para
esta empreza. Hiram aceitou esta proposta
de bom grádo, e mandou um d'aquelles
homens raros, cujo genio, intelligencia,
gosto, superioridade de talentos em archi
tectura e conhecimento vasto da essencia
dos metaes lhe tinhão grangeado um gráo
de consideração e de respeito tal da parte
do rei de Tyro, que este chamava-o seu
pai, porque elle tambem tinha o nome de
Hiram posto que fosse filho d'um Tyrio, e
d’uma mulher da tribu de Nephtali.
« Salomão deu a Hiram a intendencia e a
direcção dos trabalhos. O recenseamento
que foi feito de todos os obreiros, eleva o
numero d'estes a 185,500. A historia dá-lhes
o nome de proselytos, o que na nossa lingua
significa estranhos admittidos, isto é, inicia
dos, A Saber ; 50,000 homens destinados a
cortar os cedros de Libano, dos quaes não
— 184 —
servia senão um terço de cada vez, erão re
vezados todos os mezes; 70,000 apprendi
zes, 80,000 companheiros, e 5,500 mes
tres. Os habitantes do Monte Gibel polião
os cedros e cortávão as pedras.
« Os obreiros estávão divididos em tres
classes, tinhão palavras, sinaes e toques
para se reconhecerem entre si, e receberem
o salario proporcionado ao genero de tra
balhos que lhes estávão incumbidos.
Os Aprendizes recebião seu salario na co
lumna J. "., os Companheiros na columna
B.º. e os Mestres na Camara do meio. O nome
da columna dos Aprendizes significa prepa
ração, e o da dos Companheiros significa
força. Os monumentos historicos que chegá
rão até nós, nos ensinão que a columna
J... estava ao norte, e a columna B.". ao
Meiodia, perto da porta do Occidente.
«Tres portas dávão entrada ao Templo;
a dos Aprendizes, que mais tarde foi a do
Templo, estava ao Occidente; a dos Com
panheiros, que quando se acabou o templo,
ficou sendo a dos Levitas, estava situada ao
Meiodia, e a dos Mestres, que com o de
curso do tempo foi destinada aos Pontifi
ces, estava ao Oriente. •

« Logo que se puzérão as portas, Salomão


mandou publicar um decreto, no qual in
— 185 –

timava a todos os Aprendizes e Companhei


ros que sahissem do Templo na vespora do
sabbado, e que não tornassem a entrar
senão no dia seguinte do sabbado pela ma
nhã ao abrir das portas, sob pena de serem
punidos de morte no caso de desobediencia.
« A ordem que reinava entre os obreiros,
devia necessariamente assegurar a tranquil
lidade; o ultimo decreto de Salomão tinha
por fim evitar quehouvesse um pretexto pa
ra se não guardar o sabbado. Tudo satis
fazia as vistas de Salomão, graças aos cui
dados e vigilancia d'Hiram; o Templo se
augmentava de dia em dia, quando repen
timamente um crime horroroso veio suspen
der os trabalhos, e causar uma dôr universal
entre os obreiros. Tres Companheiros, não
satisfeitos com seu salario, formárão o pro
jecto de obter o de Mestre, per meio do
sinal, palavra e toque que elles esperávão
alcançar com força descoberta.
« Elles tinhão notado que Hiram visitava
todas as noites os trabalhos, quando já os
obreiros se tinhão retirado; puzêrão-se á
espreita nas tres portas do Templo, arma
dos, um com uma regoa, outro com uma
alavanca e o terceiro com um grande malho.
« Tendo-se Hiram introduzido no Templo
por uma perta secreta, dirigio seus passos
16"
- 486 –
para a porta do Occidente, onde encontrou
um dos Companheiros que lhe pedio as pa
lavras, sinal e toque de Mestre, ameaçan
do-o que o matava, se elle l'hos não désse.
Hiram respondeo-lhe : « Miseravel! que
fazes? Tu sabes bem que eu não posso,
nem devo dar-t'os; não foi assim que eu
os recebi; trabalha por merece-los, e pódes
estar certo que os alcançarás. » No mesmo
instante o traidor vai para lhe descarregar
sobre a cabeça uma pancada violenta com
a regoa que tinha na mão, mas por um mo
vimento que fez Hiram para esquivar o
golpe, este não lhe bateo senão sobre o
hombro. » •

N’este momento, o I. , Exp.", faz dar ao


Candidato um dos tres passos mysteriosos,
que consiste em passar o pé direito por ci
ma da Representação, em diagonal do Occi
dente onde elle está, para o Meiodia tendo
a perna esquerda em esquadria, na altura
da barriga da perna direita, e descançando
alguns instantes sobre esta. O I.". Exp, '',
sustenta o Candidato nesta posição dando
lhe a mão,
No momento em que o Candidato dá o
primeiro passo, o I.", da columna do Meio
dia, que tem um rolo, lhe dá uma pancada
com elle, ligeira, mas sensivel, no hombro
direito.
— 187 —
O M.'. R.'. continua :
M.'. R.'.—« Hiram quiz salvar-se fugin
do pela porta do Meiodia; mas ali estava
outro Companheiro, que lhe pedio a mesma
cousa, fazendo os mesmos ameaços que o
primeiro; no momento em que elle quiz
fugir, o Companheiro o perseguio e lhe des
carregou uma grande pancada com a ala
Vanca, mas não o ferio senão na nuca. »
N'isto faz-se o Candidato dar o segundo
passo mysterioso; para isto elle passa a
perna esquerda por cima da representação,
seguindo uma diagonal do Meiodia para o
Norte, e formando uma esquadria com a
perna direita, junto á barriga da esquerda.
Em quanto ele dá este passo, o I.". da
columna do Norte dá sobre a nuca do Can
didato com o rolo de que está munido uma
ligeira pancada,
Faz-se-lhe dar o terceiro passo, levando
a perna direita á parte inferior da represen
tação, onde elle põe os pés juntos em esqua
dria.
Logo depois, dois II.", pégão cada um
n'um braço do Candidato, põe a outra mão
sobre seu peito, e um pé por detraz dos Gal
canhares, durante isto, o I.", que estava
deitado; levanta-se sem fazer estrondo, de
maneira que, o Candidato nada perceba»
— 188 –
e deixa em terra o pano que o cobria.
O M.'. R.'. sahe do seu lugar, approxi
ma-se do Candidato, e continua :
M.'. R.". — « Este golpe mal dirigido não
fez mais do que atordoar o nosso respeitavel
Mestre, que a pezar disso ainda poude cor
rer para a porta do Oriente, onde encontrou
o terceiro Companheiro, que lhe pedio o
mesmo que os outros, e com os mesmos
ameaços; e como Hiram recusou satisfazê
lo, o Companheiro deu-lhe um grande golpe
com o malho na testa, e o estendeu marto. »
O M.'. R.'. dá na testa do Candidato uma
pancada com um malho que tinha escondi
do, e os dois II.'. que sustentávão o Aspi
rante, empurrão-no, e o deitão por terra
sobre as costas, com precaução.
São os II.". Exp. -. e Mesl... de Cer... que
devem de rigor executar este movimento;
mas melhor é incumbir isto a dois II. º. vi
gorosos que póssão sustentar todo o peso do
seu corpo, a fim de que elle não seja ferido
no momento em que o deitarem em terra.
O Candidato deve ficar deitado como es
tava o I.'. que occupava este lugar; isto é
com a cabeça um pouco levantada sobre
uma almofada; com a perna esquerda estem
dida; com a direita curva em esquadria,
cºm o joelho levantado; com o braço es
– 189 —

querdo estendido, e o direito em esquadria,


com a mão sobre o peito, á ordem de
Companheiro, coberta com o avental, em
fim estender-se-ha por cima d’elle o pano
preto, de maneira que elle fique com o rosto
descoberto.
Todos tómão então seus lugares: accen
dem-se as nove velas, e apágão-se as lam
padas.
Se ha algum outro I... para admittir ao
gráo de Mest.º., não se accendem as velas;
e procede-se á sua recepção; bem enten
dido que antes de tudo deve-se votar sobre
a admissão de ambos, como fica dito para
um só. No dito caso, o I... que acaba de ser
deitado, fica na representação, como estava
antes d’elle o ultimo Mestre, e só se levanta
para tomar lugar n’uma columna, quando
chega o momento de deitar o segundo.
Se não ha mais que uma recepção, ou
quando se chega á ultima, accendem-se as
vélas como fica dito, e o M.'. R.". continua :
M.". R. “.—«Meus II. "., a desordem reina
em nossos trabalhos; os obreiros trazem
pintada a dor em seus rostos; não podemos
duvidar que nosso respeitavel Mestre Hi
ram está morto; procedamos pois á busca
de seu corpo, e procuremos descubri-lo
com nosso zelo e cuidados.
— 190 —
«I.", segundo Vig..., tomai comvosco
dous Mestres, e fazei a busca pelo Norte. »
O I. . segundo Vig... toma comsigo dous
II.”., dão uma volta á roda da Loja, come
çando pelo Norte, e sondando o terreno com
as pontas das espadas.
Voltando ao Occidente, o segundo Vig...".
dá uma pancada: e diz:
2º VIG.". — «M.'. R."... nossas indagações
forão vãs. »
O M.'. R.'. dá uma pancada e diz:
M.'. R.". — «I... primeiro Vig...", tomai
comvosco dous II.",, e fazei a busca pelo
Meiodia. »
O primeiro Vig.". designa dous II. ".,
com os quaes dá uma volta á roda da Loja
começando pelo Meiodia, e sondando o ter
reno com as pontas das espadas. Voltando
ao Occidente, o primeiro Vig...", dá uma pan
cada, e diz:
1º VI.G.". — «..M.'. R.'., nossas indaga
ções forão vãs, º
O M.'. R.", dá uma pancada com o ma
lhete e diz:
M.'. R.". — « II.", primeiro e segundo
Vig, '., convidai os II.", que já vos accom.
panhárão, a se unir de novo a vós; eu vou
tomar em minha companhia dous II, "., e
todos juntos faremos uma busca com mais
- 194 –

attenção; possa um bom successo coroar


nossos esforços! »
Estes II..., que são nove, dão uma volta
á roda da Loja, na ordem seguinte: O se
gundo Vig..., accompanhado por dous
Mest.". da sua columna, parte primeiro pelo
meiodia; o primeiro Vig... parte pelo Norte,
igualmente accompanhado por outros dous
Mest.". da sua columna.
Fazem d’esta maneira a volta, crusando
se; e chegados ao Oriente, o M.'. R.". se
une a elles, com dous Mest.". que escolheu,
e dão todos tres voltas á roda da Loja, pro
curando e sondando o torreno como as pon
tas das espadas.
Na segunda volta, o segundo Vig.…. pára,
e diz: "
2º VI c.". — « M.'. R.'., eu descubro ao
longe um vapor que se eleva d’uma peque
na porção de terra; approximemo-nos. »
Todos dão a terceira volta, depois da qual
o M.'. R.". pára defronte do quadro, no an
gulo onde estão representados um pequeno
monte e um ramo d'acacia.
Nota. Seria muito melhor ter um ramo
d'acacia natural no verão, ou artificial para
o inverno, e da-lo na mão ao Candidato,
por uma fenda que se faz no pano na al
tura da mão direita.
– 192 —

O primeira Vig... diz:


1º VIG.". — « M.'. R.'., a terra parece
me estar cavada de pouco neste lugar; tal
vez achemos aqui o objecto de nossas in
dagações.
O M.'. R.". finge que se encosta ao ramo
d'acacia, e diz:
M.". R.". — « Ven.'. Mest.º., este ramo
não cresceu n’este lugar; isto parece-me
suspeito, e me faz pensar que nossas inda
gações não serão baldadas.
« Póde ser que os assassinos á força de
tormentos arrancassem ao nosso R. ". M.'.
a palavra e o sinal de Mest.". ; não vos pa
rece que o primeiro sinal que um de nós
fizer, e a primeira palavra que pronunciar,
se acharmos o corpo d'Hiram, séjão d'hoje
em diante a palavra e o sinal de reconhe
cimento entre os Mest...? »
Todos dão a sua approvação, e deixão
cahir a mão direita sobre a coxa.
O M.'. R.'. levanta com a ponta da es
pada, que ele tem na mão esquerda, assim
como os outros oito II. "., uma porção do
véo que cobre o Candidato; e a este tempo
fazem todos o sinal d'horror.
O segundo Vig... approxima-se, toma o
index direito do Candidato, deixa-o cahir,
dizendo: «I. . (a palavra Aprendiz), » e dá
— 193 —

um passo para traz fazendo o sinald'horror.


O primeiro Vig... approxima-se depois do
segundo, toma o segundo dedo ou medio do
Candidato, puxa-o um pouco para si, deixa
o escorregar, dizendo : « B. . (a palavra de
Companheiro), » e dá um passo para traz
com o sinal d'horror.
O M.'. R.'. approxima-se do Candidato
e diz, dando um passo para traz, e fazen
do o sinal d'horror:
M.'. R.". - « II. . Vig.“., quem mudou
o corpo do nosso respeitavel Mest... da po
sição em que estava? »
O segundo Vig... diz:
2° Vig...". — « M.'. R.·., eu julguei que
poderia levanta-lo com o toque d'Aprendiz,
mas a carne larga os ossos. »
O primeiro Vig.…. diz : -

1º Vig... — «M.'. R.'., eu julguei que


o poderia levantar com toque de Compa
nheiro, mas a carne larga os ossos. »
O M.'. R. ", diz:
M.". R.". — « Pois não sabeis que não
podeis nada sem mim, e que nós tres pode
mos tudo ? »
Tendo dito isto, approxima-se do Candi
dato, põe o pé direito junto ao deste, e o
seu joelho contra o do Candidato; com os
dedos da mão direita abertos abraça-lhe o
II, 17
— 194 —
punho, de maneira que as palmas das mãos
se achão uma contra a outra, e passa-lhe o
braço esquerdo por cima do hombro direito,
ficando d'este modo os dois peitos unidos;
depois ajudado pelos Vig...levanta-o, e diz
lhe ao ouvido ao mesmo tempo que lhe dá
o abraço por tres, as tres syllabas da pala
Vra M. ". B. ". N. º.

Todos os I... vóltão aos seus lugares, as


sim como o M.'. R.".
O I.”. Mest... de Cer... conduz o Candi
dato ao Altar, onde ele dá o juramento se
guinte, tendo um joelho em terra, e estando
todos os II.". em pé, á ordem, e com a es
pada na mão.
JURA M E N T O.

Juro, e prometto, em presença do G.'.


A.". D.". U.º., debaixo da minha palavra
d'honra e da minha fé de Maç.…., diante
d’esta R.". Assemblêa de não revelar de ma
neira alguma a nenhum Companheiro, A
prendiz ou profano, segredo algum do gráo
de Mest.º., dos que me tem sido ou hão de
ser confiados, debaixo das penas a que me
sujeitei pelos meus precedentes juramentos.
N’este momento repito todos os juramentos
que já contráhi na Ordem O G.'.A.'.D.',
U.'. me ajude,
- 495 -
Depois do juramento o M.'. R.'. diz;
M.'. R.". — «A G.". D.". G.". A.". D.".
U.'., em nome do G.'. O... de..., e em vir
tude dos poderes a mim confiados por esta
R.'.L.'., eu vos recebo Mest.". Maç.". »
Depois põe a espada sobre a cabeça do
Candidato, e bate sobre ella segundo a ba
teria do gráo.
O Candidato levanta-se, e o Mest.". R.".
lhe diz :

M.'. R.". — «Meu I..., nós temos para


nos reconhecermos n’este gráo, assim como
nos precedentes, uma palavra sagrada, uma
palavra de passe, um sinal e um toque, etc.
O Resp... ensina todas estas couzas.
« Não se deve dar a palavra sagrada nem
o toque senão em Loja de Mest... e depois
de estar certo que aquelle que a pede é
Mest.". ))

Depois d'isto o M.'. R... põe ao novo


Mest... o avental do seu gráo e diz-lhe :
M.'. R.'.— «D'hoje em diante vós tra
reis vosso avental com o babadouro para
baixo. A côr azul de que elle é debruado,
deve recordar-vos continuamente que um
Maç.…. deve esperar tudo do Céo, e que em
vão pretendem homens construir, se o G.',
A.", não se digna construir.»
- 196 –

Dito isto, entrega-lhe a sua espada, di


zendo-lhe:
M.'. R.". — «Vós sabeis que uso deveis
fazer d’esta espada. »
Depois entrega-lhe o chapeo, dizendo-lhe:
M.'. R.". — « D'óra em diante estareis
com vosso chapéo na cabeça em Loja de
Mest...; este uso mui antigo denota a liber
dade e a superioridade. Até agora tendes
servido como Aprendiz e Companheiro;
agora ides commandar; mas guardai-vos de
abusar de vossas novas attribuições. »
O M.'. R.'. dá uma pancada, e diz:
M." R.". — «I... primeiro Vig..., eu vos
envio o novo Mest.º., a fim de que lhe en
sineis a trabalhar como Mest.º., e que o re
conheçais como tal.»
O Mest.". de Cer... o conduz até entre os
Vig... O primeiro Vig... manda-lhe que
bata tres pancadas em cada uma das tres
portas representadas no quadro, a do Orien
te, do Occidente, e do Meiodia; depois re
cebe d’elle as palavras, sinaes e toque, e
em fim dá uma pancada depois de ter o se
gundo Vigilante recebido igualmente do
Candidato, as palavras, sinaes e toque,
e diz:
1º VIG.". — «M.'. R.'., o I.". está reco
nhecido; elle tem trabalhado como Mest.".»
— 197 —
O M.'. R.". ordena ao Mest... de Cer.".
que lhe dê lugar na extremidade d'uma das
columnas, e depois continua o discurso so:
bre o gráo, dirigindo-se ao I... novamente
recebido:
M.'. R.". — «Meu I..., apenas os Com
panheiros commettérão este crime que vos
fiz conhecer, sentirão toda a atrocidade d'um
tal attendado. A fim de encubrirem o me
nor vestigio d'elle, se fosse possivel, levá
rão o corpo d'Hiram para um lugar um pouco
distante dos trabalhos, e o enterrárão em
uma cova feita á pressa, decididos a irem
busca-lo na primeira occasião favoravel, e
levá-lo para bem longe; e para que podes
sem facilmente reconhecer o lugar, plan -
tárão n’elle um ramo d'acacia.
» Os Mest... dérão logo pela falta d'Hi
ram, de que dérão parte a Salomão que para
satisfazer a sua impaciencia, ordenou que
o procurassem.
» Tres Mest... partirão pela porta do
Norte, tres pela porta do Meiodia, e tres
pela do Occidente, e conviérão que se não
afastarião uns dos outros mais do que
quanto pudesse alcançar a voz. Ao nascer
do Sol, um delles descobrio a alguma dis
tancia no campo um vapor que se elevava
aos ares. Este phenomeno chamou sua at
17"
— 198 —

tenção; elle deu parte d'isto aos outros


Mest.º., que se approximárão todos do lu
gar d’onde sahia o vapor. A primeira vista,
descobrirão uma pequema elevação ou ou
teiro, e reconhecêrão que a terra tinha sido
movida de pouco, o que confirmou suas
suspeitas: o ramo d'acacia, que cedeo aos
primeiros esforços, não os deixou duvidar
mais tempo de que tinha sido alli posto
para servir d'indicio, a fim de se reconhecer
o lugar; puzérão-se a procurar e achárão
logo o corpo do nosso R.'.M.'. já corrom
pido, e reconhecêrão que tinha sido assas
sinado.
» Como era de temer que os assassinos á
força de tormentos tivessem extorquido a
Hiram, os sinaes, e palavras de Mest.". ,
decidirão que o primeiro sinal e palavra
que fizessem ou proferissem no momento
em que o desenterrassem, serião d’ahi em
diante o sinal e a palavra de reconheci
mento entre os Mest, ".
» Puzérão aventaes e luvas de pelle bran
branca, para mostrar que não tinhão man
chado suas mãos no sangue innocente, e
enviárão um d'elles a Salomão para lhe dar
parte da descoberta do corpo d'Hiram.
» Instruido Salomão do horroroso crime
que o privava d'um amigo e do chefe dos
— 199 —
trabalhos, cuja perfeição era o objecto da
Sua ambição, abandonou-se á mais pun
gente d’ôr: rasgou seus vestidos e jurou
tomar uma vinganca exemplar por um cri
me tão atroz.
» Ordenou a todos os obreiros do Templo
que se vestissem de luto; mandou desen
terrar pomposamente o corpo pelos Mest.º.,
fez lhe magnificas exequias, e o depositou
em um tumulo de tres pés de largo, de cinco
de profundidade, e sete de comprido, man
dou embutir sobre este tumulo um trian
gulo do ouro mais puro, e gravar no meio
do triangulo a antiga palavra de Mest.',
que era um dos nomes hebreus do G.'.A.'.
D.'.U.',; e finalmente ordenou que se mu
dassem a palavra, sinal e toque antigos para
se lhes substituir aquelles que tinhão ajus
tado os nove Mest.".
» Facil vos é agora conceber a analogia
das experiencias por que passastes, com
esta narração historica, de cujas circunstan
cias ellas são o emblema.
» Por pouco que tenhais reflectido nas
diversas circunstancias de vossa recepção,
nos gráos a que tendes sido admittido, tal
vez tenhais notado alguns pontos que parê
ção contradizer-se, ou ao menos não ter
entre si uma perfeita connexão; suspendei
>.
- 200 —

por um pouco vosso juizo a este respeito.


Esta diversidade provém da dos objectos
que os tres primeiros gráos vos apresêntão.
Estes são os pontos fundamentaes de todos
os conhecimentos maçonnicos. Vós vereis
com o decurso do tempo, á força d'estudo
e de meditações, que estas contradicções
apparentes se desvanecem. A reunião de
todos os conhecimentos vos appresentará
um todo, cujas partes bem ligadas, e bem
encadeadas satisfazem o espirito, e condu
zem a objectos mais elevados. Por óra basta
que a Ordem vos tenha indicado o caminho
que deveis trilhar.
» Vós fostes tratado como Companheiro
suspeito: isto allude aos Profanos inimigos
da Ordem, que a calumnião e perseguem
sem a conhecer, e contra os quaes devemos
empregar a força para repellir seus ataques,
a doçura para lhes inspirar sentimentos
mais moderados, e a prudencia escolhendo
os meios que são proprios para conseguir
este fim.
Apenas vos justificastes, vossos II.". se
appressárão a dar-vos novas provas d'ami
zade, admittindo-vos a tomar parte nos seus
mysterios os mais intimos, e desde então
chegastes ao interior.
* As carreiras e as viagens são o emble
*
? –
9 - 201 —

ma das indagações sobre o crime, e desi


gnão o estado errante e vagabundo do cri
minoso que procura em vão escapar aos
remorsos e ao castigo.
» A marcha mysteriosa e o symbolo dos
esforços que fez Hiram para se subtrahir
aos golpes dos assassinos.
» As tres pancadas que recebestes reprê
sentão as que lhes fôrão dadas, e devem
fazer-vos sentir o perigo de tres paixões fu
nestas que muitas vezes cégão o homem;
estas são o orgulho, a inveja, e a avareza.
» Estas mesmas experiencias tambem são
o emblema da grande importancia de nos
sos mysterios; ellas devem convencer-nos
que devemos estar sempre promptos, em
todos os lugares, e em todas as circumstan
cias, antes a sofrer tudo, como o nosso
R.'.M.'. Hiram, do que revelar nossos se
gredos, e faltar ao nosso juramento.
» Em fim ellas são emblemas allegoricos
d’uma infinidade de conhecimentos que só
por meio d'um estudo profundo podeis ad
quirir, e que não posso nem devo commu
nicar-vos n’este momento.
» Vós subistes ao setimo degráo, terceiro
numero e perfeito da maçonnaria; d’esta
maneira obtivestes a idade de vosso gráo;
guardai-vos agora de descer, e descahir do
— 202 —

numero de perfeições de que estais conde


corado. »
Acabado o discurso, o M.'. R.'. diz:
M.'. R.". — «Vem.". II.". primeiro e se
gundo Vig..., convidai os II... que órnão
uma e outra columna a reconhecer para o
futuro o I.". N... como Mest.". Maç.….; seja
o dito I.". reconhecido como tal por todos
os Maç,", espalhados sobre a face da terra.»
Os Vig... repetem o annuncio.
O M.'. R.'. diz:
M.'. R.". — «Applaudamos, meus II.". »
Applaude-se pela bateria triplicada d'A
prendiz,
O Candidato agradece.
O M.'. R.·. manda cobrir o applauso. To
dos os II.". embainhão suas espadas, e sên
tão-se.
O M.'. R.'. faz a instrucção inteira do
gráo. •

Depois da instrucção, o M.'. R.'. diz:


M.'. R.". — « VV.". II... primeiro e se
gundo Vig..., perguntai aos II.", de vossas
columnas se não teem cousa alguma a pro
por. »
Os Vig... fazem o annuncio.
Se ha alguma proposição, discute-se; ou
difere-se para outra assemblêa, se é muito
importante,
– 203 -

Se as não ha, o M.'. R.'. dá uma panca


da, e diz: -

M.'. R.". — «A ordem, meus II.". »


Todos os II... põe-se em pé e á ordem,
desembainhão a espada que consérvão na
mão direita com a ponta para baixo; e o
M.'. R.'. diz:
Encerramento.

P.—« Ven.'. I... primeiro Vig..., a que


horas devemos fechar nossos trabalbos? »
R. — «A meia noite. »
P. — « Que horas são ? »
R.— « Meia noite. »
« Visto que é meia noite, e que esta a
hora em que fechamos nossos trabalhos,
II... primeiro e segundo Vig..., convidai
os II.…. a me ajudarem a fechar os trabalhos
de Mest.º., etc. º
Os Vig... repetem o annuncio.
Fêchão-se depois os de Companheiro, e
em fim os de Aprendiz.
Instrucção.

P. — «..V.". I.". primeiro Vig..., sois


Mest.". ? »
R.—« Experimentai-me, a acacia me é
conhecida. »
— 204 —
P.—«Onde fostes recebido? »
R. — « Na camara do meio. »
P.—« Como chegastes a ella? »
R.—« Por uma escada que subi por tres,
cinco e sete. »
P. —º Que é que vistes? »
R. — « Horror, luto, e tristeza. »
P. —º Nada mais vistes? »
R.—« Uma luz amortecida que allumia
va o tumulo do nosso R.'.M.'. »
P.—« De que tamanho era o tumulo? »
R. — « Tinha tres pés de largo, cinco de
profundidade, e sete de comprido. »
P.—« Que havia sobre elle ? »
R. — « Um ramo d'acacia na parte supe
rior, um triangulo do ouro mais puro,
com o nome do Eterno gravado no centro. »
P. — « Que vos aconteceu ? »
R.— « Eu fui accusado d'um horrivel
crime. »
P.—« Quem vos socegou? »
R.—« Minha innocencia. »
P.—« Como fostes vós recebido? »
R.—º Passando da esquadria ao com
passo. »
P.—« Que procuraveis n'esta estrada? »
R.—« A palavra de Mest.". que estava
perdida. »
P. — «. Como se perdeu ella? »
— 205 –

R.—« Por tres grandes golpes a que suc


cumbi. »
P. — « Quem vos soccorreu? »
R.—« A mão que mos descarregou. »
P. — « Como assim ? »
R.-« Eu jamais o direi senão a um de
meus iguaes, e quando fôr obrigado a isso.»
P.—« Que vos ensinárão ? »
R.-* As circunstancias da morte de nos
So R.'.M.'. Hiram, que foi assassinado no
Templo por tres Companheiros que querião
extorqui lhe a palavra de Mest.º., ou tirar
lhe a vida. »

P. - « Que fizérão os Mest... para se re


conhecerem depois da morte de nosso R.·.
M.". Hiram? »

R. - Decidirão que a primeira palavra


que fosse pronunciada, e o primeiro sinal
que fosse feito quando descobrissem o corpo
d'Hiram, serião substituidos á palavra e si
nal antigos. »
P.-* Quaes fórão os indicios que fizé
rão descobrir o corpo d'Hiram? »
R. - «Um vapor que se elevava da terra
movida de pouco, e um ramo d'acacia.»
P.-º Que foi feito do corpo depois de ser
descoberto? » •

R - Salomão o fez sepultar com grande


pompa. »
II, 18
P. – Quem era o Mest.".
R. — «Era um Tyrio, filho d’uma viuva
da tribu de Nephtali.»
P. — «Qual é o nome d'um Mest.".
Maç.….?»
R. — « Gabaon. »
P. — «Como viájão os Mest?»
R. — «Do Occidente para o Oriente e so
bre toda a face da terra. »
P. — «Para que?»
R.—« Para espalhar a luz e reunir o que
está espalhado.»
P.—º Em que trabálhão os Mest.".?»
R. — «Na prancha dos desenhos.»
P. — «Onde recebem seu salario.?»
R.—« Na Camera do meio. »
P.—« Que significão as nove Estrellas?»
R. — «O numero dos Mest.'. que fôrão
mandados em busca do corpo d'Hiram.»
P. — «Se um Mest... estivesse perdidº.
onde o achareis vós? »
R. — «Entre a esquadria e o compas
SO, ))
P. — «Quaes são os verdadeiros sinaes
d'um Mest.". ?»
R. — «A palavra, e os cinco pontos per
feitos do gráo de Mest.". »
P. — «Se um Mest... se achar em perigo
de perder a vida, que deve fazer ?»
– 207 —
R. — « O sinal de soccoro, dizendo: A.".
M.". F.". D.". V.". »
P. — «Como se faz este sinal? »
R. — (Faz-se.)
P. — «Porque razão se diz os F.". D.".
V.". ? ))
R. — É porque todos os Maç.", dizem que
são filhos d'Hiram. »
P. — «Qual é a idade d'um Mest.". ? »
R. — « Sete annos e mais. »
P. — «Porque dizeis vós sete annos e
mais ? »
R. — «E porque Salomão gastou sete
annos e mais na construcção do Templo.
P. — «Que significa a palavra de passe
de Mest.….?»
R. — « E o nome d'uma montanha
donde Salomão mandou extrahir as pedras
necessarias para a construcção doTemplo.»
– 208 —

GRÁo DE MESTRE.

PRIMEIRO VIGILANTE

Preliminares.

Todo o Companheiro que tendo preenchido


as condições prescriptas, quizer ser admit
tido ao gráo de Mest.º., dirigirá seu pedido
em particular ao I.…. primeiro Vig…., o qual
quando julgar que os trabalhos permittem
que a Loja se occupe d'este objecto, dira:
1º VIG.". — «Mest.". V. “., o I.". N. ".,
Comp.'. d’esta L. “., pede o favor de ser ad
mittido ao gráo de Mest.". »
O M.'. Ven.'. diz :
M.". VEN . — «II.", primeiro e segundo
Vig..., etc..... pedi aos II.". que fáção suas
observações. »
O primeiro Vig...", diz, depois de ter dado
uma pancada, segundo o costume :
1º VIG.". — «I. . segundo Vig..., II.".
que ornaes a columna do Meiodia, o Ven. ".
— 209 —

vos convida a fazer vossas observações. »


O segundo Vig... repete.
Nota. Se o I... proposto está presente, o
primeiro Vig... diz:
1º VIG.". — «O Comp... pede licença para
cobrir o Templo.
Depois de feitas as observações, se as ha,
os Apr.". e os Comp.". recebem ordem para
cobrir o Templo. •

Os Vig... sahem de seus lugares, correm


cada um sua columna, para se certificarem
se todos os II.…. são Mest.º., pedindo-lhes
separadamente e em voz baixa as palavras,
sinal, e toque do gráo. Voltando aos seus lu
gares dão conta ao M.'. R.".

Abertura.

P. — «V.". I.”. primeiro Vig..., qual


é o primeiro dever dos Vig... em L.'. de
Mest.". ? »
R. — « E ver se todos os II.…. são Mest.".
M.". R.". »
P. — « Estais certos d’isso?»
R. — M.'. R.'., estamos. »
P. — «Ven.'. I.”. primeiro Vig.'., sois
Mest.". ?»
R.—(( M.'. R.'., experimentai-me, a aca
cia me é conhecida. » -

|- 18º
— 240 —

P.—«Dai-me o sinal de Mest...»


R.—(Dá-se.)
P.—«Ven, , I... segundo Vig..., que
idade tendes?
R.—«Sate annos e mais.»
P.—«A que horas se abrem os trabalhos?»
R.—«Ao meiodia.»
P.—«Ven.", I.", primeiro Vig. "., que
horas são.
R.—«Meiodia. »
O M. ". R.'. diz :
M.'. R.". — «Visto que é meiodia,
VV.". II.", primeiro e segundo Vig..., con
vidai os II..., etc.... no gráo de Mestre.»
O primeiro Vig... diz:
Aº VIG.". — «Ven.'. I.”. segundo Vig...,
VV.". Mest... que ornaes a columna do
Meiodia, o M.'. R.'. nos convida a nos reu
nirmos a elle para abrir os trabalhos no
gráo de Mest.". »
O segundo Vig... repete.
O M.'. R.'. dá nove pancadas com o ma
lhete.
Os Vig... repetem a bateria.
O M.'. R.'. diz:
M.'. R.'.—( Os trabalhos de Mest.". estão
abertos. »
. O primeiro Vig... diz: -

Aº Vio.". — «Ven.'. 1.", segundo Vig...,


— 214. —

Ven.'. Mestres que ornaes a columna do


Meiodia, os trabalhos de Mestre estão aber
tOS. »

O segundo Vig... repete.

Recepção.

O I.". Exp... annuncia ao segundo Vig...


que batem como Companheiro; este o an
nuncia ao primeiro Vig..., que repete em
voz alta ao M.'. R.". »
1º VIG.". — « M.'. R.'., batem como
Companheiro á porta do Templo. »
O M.'. R.'. diz : •

M.'. R.". — «Qual é o Companheiro que


etc..... Mandai ver quem bate. »
O primeiro Vig... diz ao segundo:
1º VIG.". — « Informai-vos de quem
bate.)
O segundo Vig... transmitte esta ordem
ao I.”. Exp.e., e depois da resposta d’este,
diz ao primeiro Vig...:
2º VIG.". — «E um Companheiro, etc...
recebido Mest.". »
O primeiro Vig... diz ao M.'. R.'. :
1º VIG.". — «..M.'. R.'., é um Companhei
ro que acabou o seu tempo, e que deseja
ser recebido Mest.". »
o M.'. R.'. diz:
— 212 —

M.'. R.". — « Perguntai-lhe seu nome,


etc... civil. »
O primeiro Vig... diz ao segundo:
1º VIG.". — « Perguntai-lhe seu nome,
sobrenome, sua idade, e seu estado civil. »
O I.”. Exq.'. dá ao segundo Vig... a res
posta do Companeiro; o segundo ao primei
ro Vig... que diz em voz alta ao M.'. R.'. :
1º VIG.". — «O Candidato tem mais de
cinco annos; tem trabalhado no exterior do
Templo na pedra polida, e em preparar os
instrumentos. »
O M.'. R.'. diz :
M.'. R.". — « Mandai-lhe perguntar se
elle está sinceramente disposto, etc... pres
tou precedentemente.» •

O primeiro Vig... diz ao segundo :


1º VIG.". — «Mandai perguntar-lhe se
elle está sinceramente disposto a preencher
os deveres d'um Mest.". Maç.…. e se a sua
consciencia o não accusa de ter faltado aos
juramentos que elle prestou precedente
Imente. ))

O segundo Vig... o repete ao I.”. Exp.".


Ouvida a resposta pelo M.'. R.'., este dá
uma pancada com o malhete, e diz:
M.'. R.". — «Introduzi o Companheiro.»
Introduzido o Candidato, os Vig... apo
dérão se d’elle, por ordem do M.'. R.". O
– 213 —

primeiro Vig... põe-lhe a ponta da espada


no peito.
Quando o M.'. R.'. dá ordem para a pri
meira viagem, os Vig... tornão para seus lu
gares, e não sahel... d’elles senão por ordem
expressa do M.'. R.'.
Depois de cada viagem, o primeiro Vig...".
dá uma pancada com o malhete e diz:
1º VIG.". — «M.'. R.'., a primeira (a se
gunda e a terceira) viagem esta feita.»
O segundo Vig..., depois de ter feito suas
indagações segundo a ordem que recebeu,
diz :
2º VIG.". — Nossas indagações, etc... »
O primeiro Vig... toma em sua companhia
dous II... com os quaes dá uma volta á roda
da Loja, começando pelo Meiodia, e son
dando o terreno com a ponta de suas es
padas.
Chegado ao Occidente, o primeiro Vig...
dá uma pancada e diz :
1º Vic.". — « M.'. R.'., nossas indaga
ções forão vãs.»
O M.'. R.". se reune com dous II.", aos
II.". Vig...; dão todos tres voltas á roda da
Loja; na segunda volta, o segundo Vig...".
pára e diz:
2º Vig... — «M.'. R.'., eu descubro ao
longe um vapor, etc...; approximemonos.»
Na terceira volta, depois da qual o M.'.
R.". pára defronte do quadro, etc., o pri
meiro Vig... diz : • -

Aº Vic... — M.'. R.'., a terra parece-me


estar cavada de pouco n’este lugar; talvez
achemos aqui o objecto de nossas indaga
ções. »
O M.'. R.'. levanta com a ponta da es
pada uma porção do véo, etc.....
O segundo Vig... approxima-se, toma o
index, etc.
O primeiro Vig... approxima-se depois,
toma o segundo dedo ou medio do Candidato
puxa-o um pouco para si, e deixa-o escor
regar, dizendo:
1º VIG.". — « B.º., » e dá um passo
para traz com o sinal d'horror.
O M.'. R... approxima-se do Candidato e
diz, etc.
O segundo Vig... diz:
2° Vig... — «M.'. R.. eu julguei que
poderia, etc.»
O primeiro Vig... diz:
1º VIG.". — «M.'. R.. eu julguei que o
poderia levantar com o toque de Compa
nheiro, mas a carne larga os ossos. »
O M.'. R.'. levanta o Candidato, sendo
adjudado pelos Vig...",
Todos os II", vóltão para seus lugares,
— 215 -

* Chegado o Candidato ao pé do primeiro


Vig..., este manda-lhe que dê trespancadas
em cada uma das tres portas representas no
quadro, a do Oriente, do Occidente, e do
Meiodia; recebe d’elle as palavras, sinal e
toque; e depois de estar o Candidato reco
nhecido pelo segundo Vig..., dá uma pan
cada, e diz:
1º VIG... — «O I.…. está reconhecido;
elle tem trabalhado como Mest.". »
Acabado o discurso, o Mest.". R.'. diz:
M.'. R.". — «VV.". I.…. primeiro e se
gundo Vig..., convidai os II.…. a reconhe
cerem o I.". N.'., etc..... sobre a face da
{CTT3. ))

O primeiro Vig... diz: º


1º VIG.". — « Ven.'., I... segundo Vig...,
VV.". Mest... que ornaes a columna do
Meiodia, o M.'. R.'. nos convida a reco
hecer para o futuro o I.”. N.…. como Mest.".
Maç.….; o dito I.…. seja reconhecido como
tal por todos os M... espalhados sobre a face
da terra. »
O segundo Vigº. repete.
Depois da instrucção, o M.'. R.'. diz: |

M.'. R.". — VV.". II.…. primeiro e se


gundo Vig..., perguntai aos Il.'. ; etc.…...
a propôr. »
O primeiro Vig... diz:
— 216 —

1º Vig...". — «Ven.'. I.”. segundo Vig...,


VV.". Mest... que ornaes a columna do
Meiodia, o M.'. R.'. pergunta se não tendes
cousa alguma a propôr.

Encerramento.

P.—«Vem.". I.”. primeiro Vig..., a que


horas devemos fechar nossos trabalhos? »
R.—«A” meia noite. »
P.—«Que horas são? »
R.—«Meia noite. »
«Visto que e meia noite, etc., VV.".
II.". primeiro e segundo Vig..., convidai
os VV.". II.". a me ajudar a fechar os traba
lhos de Mest.".»
O primeira Vig... diz :
1° VIG.'.— «Ven.'. I.”. segundo Vig...,
VV.". Mest... que ornaes a columna do
Meiodia, o M.'. R.'. nos convida a ajuda-lo
a fechar os trabalhos de Mest.". »
Fêchão-se depois os de Companheiro e
em fim os de Aprendiz.
Instrucção.

P—«Ven.'. I.e. primeiro Vig..., sois


Mest.". ?»
P.-(( Experimentai-me, a acacia me e
conhecida. »
– 217 –
P.—«Onde fostes recebido? «
R.—«Na Camara do meio. »
P.—º Como chegastes a ella?»
R.-—«Por
cinco e sete.»uma escada, que subi por tres,
- •

P.—« Que é que vistes?»


R.—(( Horror, luto e tristeza. »
P.—« Nada mais vistes? »
R. — «Uma luz amortecida que allumiava
o tumuio do nosso R.". M.'. »
P.—« De que tamanho era o tumulo?»
R.—( Tinha tres pés de largo, cinco de
profundidade, e sete de comprido. »
P.—( Que havia sobre elle ? »
R — «Uum ramo d acacia na parte supe
rior, um triangulo do ouro mais puro, com
o nome do Eterno gravado no centro. »
P.—(( Que vos aconteceu ? »
R.—« Eu fui accusado d'um horrivel
crime. »
P.—« Quem vos socegou ? »
R. — « Minha inuocencia. »
P. —º Como festes vós recebido? »
R. —º Passando da esquadria ao com
passo. »
P. —º Que procuraveis n'esta estrada?
R. — «A palavra de Mest.. que estava
perdida.
P.—º Como se perdeu ella? »
}I, |0
— 218 —

R.—« Por tres grandes golpes a que suc


cumbi.
P. — « Quem vos soccoreu? »
R.—« A mão que m’os descarregou.»
P. — « Como assim ? »
R.—« Eu jamais o direi senão a um de
meus iguaes, e quando fôr obrigado a isso. »
P.— « Que vos ensinárão? »
R. — « As circunstancias da morte do
nosso R.M.'. Hiram, que foi assassinado
no Templo por tres Companheiros que que
rião extorquir-lhe a palavra de Mest.º., ou
tirar-lhe a vida. »
P.—« Que fizérão os Mest... para se re
conhecerem depois da morte do nosso R.'.
M.". Hiram. »
R.—º Decidirão que a primeira palavra
que fosse prononciada, e o primeiro sinal
que fosse feito, quando decobrissem o corpo
d'Hiram, serião substituidos á palavra e si
nal antigos. »
P. — « Quaes fórão os indicios que fizérão
descobrir o corpo de Hiram ? »
R.—« Um vapor que se elevava da terra
movida de pouco, e um ramo de acacia. »
P.—º Que foi feito do corpo depois de
ser descoberto? »
R.—« Salomão o fez sepultar com grande
pompa. »
— 219 —

R.—« Quem era o Mest.". Hiram ? »


P.—« Era um Tyrio, filho de uma viuva
da tribu de Nephtali. »
R. — « Qual é o nome de um Mest.".
Maç. . ? »
P. — « Gabaon. »
R. — « Como viájão os Mest.".? »
P. — « Do Occidente para o Oriente, e
sobre toda a face da terra. »
R. — « Para que ? »
P.—º Para espalhar a luz, e reunir o que
está espalhado. » º "º

R. — «Em que trabalhão os Mest.". ? »


P.—«Na prancha dos desenhos.»
R.—« Onde recebem seu salario? »
P.— « Na Camara do meio. »
R. — « Que significão as nove Estrellas? »
P. — « O numero dos Mest.. que fôrão
mandados em busca do corpo de Hiram. *
R.—« Se um Mest.". estivesse perdido,
onde o acharieis vós ? »
P.—« Entre a esquadria e o compasso. »
R.—º Quaes são os verdadeiros sinaes
de um Mest.". ? »

P. — «A palavra e os cinco pontos perfei


tos do gráo de Mest.". »
R. — «Se um Mest.". se achar em perigo
de perder a vida, que deve fazer? »
-- 226 —

R. — « O sinal de soccoro, dizendo : A, *.


M.". F. ". D.". V. “.. º
P.—º Como se faz este sinal? »
R. — (Faz-se.)
P. — « Porque razão se diz os F. .. D.".
V.". ? »
R.—« É porque todos os Maç.…. dizem
que são filhos de Hiram. »
P.— « Qual é a idade de um Mest.". ? »
R. — « Sete annos e mais. »
P.—« Porque dizeis vós sete annos e
mais? »
R.—« É porque Salomão gastou sete an
nos e mais na construcção do Templo. »
P.-* Que significa a palavra de passe
de Mest.". ? »
R.—º Éo nome de uma monthana d'onde
Salomão mandou extrahir as pedras neces
sarias para a construcção do Templo. »
— 224 –

GRAo DE MESTRE.

S>:GUINDO VIGILANTE,

Préliminares,

O primeiro Vig... diz:


1º VIG. . — « I.…. segundo Vig..., II.".
que ornais a columna do Meiodia, o Ven.".
nos convida, etc. »
O segundo Vig... dá uma pancada e diz:
2º Vig... — «II.. que ornais a columna
do norte, o Ven. ". nos convida a fazer nos
sas observações.» ".
Os Vig... sahem de seus lugares, correm
cada um sua columna , para se certificarem
se todos os II... são Mest.º., pedindo-lhes
separadamente e em voz baixa as palavras,
sinal e toque do gráo. Voltando a seus lu
gares, dão ao M.'. R.'. conta do resultado.
+ 19*
– 222 —

Abertura.

P. – Ven.'. I.". primeiro Vig. "., qual


é o primeiro dever dos Vig... em L.'. de
Mest...? »
R.—« M.'. R.'., é ver se todos os II.".
são Mest.". »
P.— « Estais certos d’isso? »
R.—« Estamos, M.'. R.". »
P.—º Ven.'. I.e. primeiro Vig.'., sois
Mest.". ? »
R.—«M.'. R.'., experimentai-me, a aca
cia me é conhecida.
P. — «Dai-me o sinal de Mest.". »
R.—(Dá-se.)
P. — « Ven... segundo I.….Vig..., queidade
tendes ?»
R. —º Sete annos e mais.»
P. — «A que horas se abrem os traba
lhos? »
R. — «Ao Meiodia. »
P.—« Ven.'. I.". primeiro Vig. "., que
horas são? »
R. — « Meiodia. »
o primeiro Vig... diz :
1º VIG.". — «Ven.'. I.”. segundo Vig...,
II.…. que ornais a columna do Meiodia, o
— 223 —

M.'. R.'. nos convida, etc..... no gráo de


Mest.". » #

O segundo Vig... diz:


2º VIG.". — « VV.". II.…. que ornais a
columna do Norte, o M.'. R.'. nos convida
a nos unirmos a elle para abrir os trabalhos
no gráo de Mest.". »
O M.'. R.'. dá nove pancadas com o ma
lhete.
Os Vig... repetem a bateria.
O primeiro Vig... diz:
1º VIG.". -- «Os trabalhos estão abertos.»
- O segundo Vig... repete o annuncio di
zendo: -

2º VIG.". — « II.…. que ornais a columna


do Norte, os trabalhos estão abertos. »

Recepção.

O I.”. Exp.". annuncia ao segundo Vig..


que batem á porta como Companheiro.
O segundo Vig... diz ao primeiro:
2º Vig... — « Ven.'. I.”. primeiro Vig...".
batem á porto do Templo como Compa
.nheiro. »
O primeiro Vig... diz ao segundo por or
dem do M.'. R.".
. 4º Vic, . — « Mandai ver quem bate. »
O segundo Vig... diz ao I.". Exp... :
— #â4 —
*"Vie.". — «Vede quem bate. »
Ouvida a reposta do I.". Exp.'., o se
gundo Vig... diz ao primeiro:
2º Vig... — « Ven.'. I.”. primeiro Vig...".
é um Companheiro que acabou seu tempo,
e que deseja ser recebido Mest.". »
O primeiro Vig... diz ao segundo :
1º Vig.….—º Perguntai-lhe seu nome, etc.»
O segundo Vig... diz ao I.". Exp.e.:
2º VIG.". — « Perguntai-lhe seu nome,
sobrenome, sua idade, e estado civil. »
O I.". Exp... transmitte ao segundo Vig.'á
a reposta do Aspirante.
O segundo Vig... diz ao primeiro :
2º Vig... « Ven.'. I. 1. primeiro Vig...".,
o Aspirante tem mais de cinco annos; tem
trabalhado no exterior do Templo na pedra
polida, e em preparar os instrumentos. »
O primeiro Vig... diz ao segundo :
1º VIG... — « Mandai-lhe perguntar se
elle está sinceramente disposto, etc.»
O segundo Vig... diz ao I. . Exp.….:
2° Vig... — « Perguntai-lhe se elle está
sinceramente disposto a preencher os deve
res de um Mest.". Maç.'., e se sua con
sciencia o não accusa de ter fallado
aos juramentos que prestou precedente
lhOI]t6, º
— 225 —

Introduzido o Companheiro, os Vigº, a


podérão se d’elle.
Quando e M . R.'. dá ordem para a pri
mera viagem, os Vig... tornão para seus lu
gares , e não sahem d'elles senão por uma
ordem expressa.
O M.'. R.'. diz :
M.'. R.". — º I.". segundo Vig..., tomai
em vossa companhia dous Mest.º., e fazei a
busca pelo Norte. »
O segundo Vig... toma comsigo dous II.".
e dão uma volta á roda da L.'., começando
pelo Norte, e sondando o terreno com a
ponta de suas espadas.
dá Voltando ao Occidente,
uma pancada e diz: o segundo Vig...". •

2º Vio... — º M.'. R.'., nossas indaga


ções fôrão vãas. » •

O M.'. R... se reune com dous II.…. aos


dous II... Vig..., e dão juntos tres voltas em
roda da L. “.
Na segunda
e diz: volta, o segundo Vig... pára,
• -

2º Vig... — «M.'. R.'., eu vejo ao longe


um vapor que se eleva de uma pequena
porção de terra. Aproximemo-nos. »
O M.". R.". levanta com a ponta da es
pada uma porção do véo, etc.
O segundo Vig.…. aproxima-se, toma o
— 226 —
dedo index direito do Candidato, e deixa-o
cahir, dizendo :
2° Vic ". — «.J.'., w e da um passo para
traz fazendo o sinal d'horror.
O M. ". R. ", diz :
M.'. R.". — «II.". Vig "., quem mudou
o corpo do nosso respeitavel Mest.". da po
sição em que estava? »
O segundo Vig... diz :
2º Vig... — «M.'. R.'. eu julguei que
o poderia levantar com o toque de Aprendiz,
mas a carne larga os ossos.
O M.'. R.", levanta o Candidato, adju
dado pelos Vig...
Todos os II.…. voltão para os seus lo
gares.
Chegado o Candidato ao Occidente, faz-se
reconhecer pelos primeiro e segundo Vig.….
Depois do segundo Vig... o ter reconhecido,
dá parte ao primeiro Vig..., que o diz ao
M.". R.". •

Acabado o discurso, o primeiro Vigº. 3

por ordem do M.'. R.'., diz:


1º Vic.". — « Ven.'. I.”. segundo Vig...,
VV. . II.", que ornais a columna do Meio
dia, o M.'. R.'. nos convida, etc.»
O segundo Vig...", diz:
2° Vic.". — º VV., II.", que ornais a
columna do Norte, o M.'. R... nos convida
– 227 —
a reconhecer para o futuro e I.". N. . como
Mest.". Maç.….; seja o dito I.". reconhecido
por tal por todos os Mações espalhados sobre
a face da terra. »
Depois da instrucção, o primeiro Vig...
diz por ordem do M.'. R.'. :
1° Vig... — « Ven.'. I.”. segundo Vig...,
etc., o M.'. R.'. pergunta, etc.»
O segundo Vig... diz :
2º VIG.". — « VV.". II.". que ornais a
columna do Norte, o M.'. R.·. pergunta se
não tendes cousa alguma a propor. »

Encêrramento.

P.—«V.". I.…. primeiro Vig.…., a que


horas devemos fechar nossos trabalhos ? »
R.—« Aº meia noite. »
P.—«Que horas são ? »
R.—« Meia noite. »
« Visto que é meia noite, etc., VV.". II.".
primeiro e segundo Vig.…., convidai os VV.".
II.…. a me ajudar, etc. »
O primeiro Vig... diz:
1º VIG.". — «Ven.'. I.", segundo Vig...,
- 228 –
VV.". Mest.º., etc..... os trabalhos de
Mest. »
O segundo Vig... diz:
2º Vic.". — « VV.". Mest.". que ornais a
columna do Norte, o M.'. R.'. nos convida
a ajuda-lo a fechar os trabalhos de Mest.". »
Fêchão-se depois os trabalhos de Compa
nheiro, e em fim os de Aprendiz.

Instrucção.

P.—« Sois Mest.". »


R.—º Experimentai-me, a acacia me é
conhecida. »
P.—º Onde fostes recebido? »
R.—«Na camal a do meio. »
P. —º Como chegastes a ella ? »
R. — « Por uma escada que subi por tres,
cinco e sete. »
P. — « Que é o que vistes? »
R.—º IIorror, luto e tristeza. »
P. — « Nada mais vistes? »
R.—« Uma luz sombria, que allumiava
, o tumulo do nosso R ". M.'. »
P.—« De que tamanho era o tumulo ? »
. R. — « Tinha tres pés de largo, cinco de
profundidade, e sete de comprido. »
P.—« Que havia sobre elle ? »
R.—« Um ramo de acacia na parte su
– 2:29 –

perior, um triangulo do ouro mais puro com


o nome do Eterno gravado no centro. »
T. – «Que vos aconteceu? »
R.—« Eu fui accusado d'um horrivel
crime. »

P.—« Quem vos socegou? »


R. — « Minha innocencia. »
R.—« Como fostes vós recebido? »
r
*

R.—« Passando da esquadria ao com


passo. »
P.—« Que procuraveis n'esta estrada?»
R. — «A palavra de Mest.". que estava
perdida. »
P. — « Como se perdeu ella ? »
R.—« Por tres grandes golpes a que suc
cumbi. »
P. — « Quem vos soccorreu ? »
R.—« A mão que m’os descarregou. »
P.— « Como assim ? »
R. — « Eu jamais o direi senão a um dos
meus iguaes, e quando fôr obrigado a isso.
P. — « Que vos ensinárão ? »
R. — « As circunstancias da morte do
nosso R.'.M.'. Hiram, que foi assassinado
no Templo por tres Companheiros, que
querião extorquir lhe a palavra de Mest.", .
ou tirar-lhe a vida. »
P.—º Que fizérão os Mest... para se re
H• 20
conhecerem depois da morte do nosso R.'.
M.". Hiram ? » •

R.—« Decidirão que a primeira palavra


que fosse pronunciada, e o primeiro sinal
que fosse fêito, quando descobrissem o cor
po de Hiram, serião substituidos á palavra
e sinal antigos. »
P.—«Quaes forão os indicios que fizêrão
descobrir o corpo de Hiram ? »
R.—« Um vapor que se elevava da terra
movida de pouco, e um ramo de acacia. »
P.—« Que foi feito do corpo depois de
ser descoberto? »
R.—« Salomão o fez sepultar com gran
de pompa. »
P.—« Quem era o Mest.". Hiram ?
R. — « Era um Tyrio, filho d’uma viuva
da tribu de Nephtali.»
P.— «. Qual é o nome de um Mest.".
Maç.". ? »
R. — « Gabaon. »
P.—«Como viajão os Mest... ? »
R.—« Do Occidente para o Oriente, e
sobre toda a face da terra. »
P.—« Para que? »
R.— « Para espalhar a luz, e reunir o
que está espalhado. »
P.—« Em que trabálhão os Mest...! »
R, — « Na prancha dos desenhos, º
P.—* Onde recebem seu salario?»
R.—« Na Camara do meio. »
P.—º Que significão as nove Estrellas?»
R. — « O numero dos Mest. ", que fôrão
mandados em busca do corpo de Hiram, º
P.—« Se um Mest.". estivesse perdido,
aonde o acharieis-vos? »
R.—« Entre a esquadria e o compasso.»
P.—« Quaes são os verdadeiros sinaes
de um Mest.". ? »
R.—« A palavra e os cinco pontos per
feitos do gráo de Mest.". »
P.—« Se um Mest... se achar em perigo
de perder a vida, que deve fazer? »
R.—« O sinal de soccorro, dizendo: A.".
M.". F.". D.". V.". »
P. —º Como se faz este sinal? »
P.— (Faz se.)
R.-—« Porque razão se diz os F.". D.".
V. *.? »
R.—« É porque todos os Maç.…. dizem
que são filhos de Hiram. »
P. — « Qual é a idade de um Mest.". ?»
R.—« Sete annos e mais. »

P.—« Porque dizeis vós sete annos e


mais? »

R.—« É porque Salomão gastou sete an


nos e mais na construcção do Templo. »
— 252 —
P.—« Que significa a palavra de passe
de Mest.". ? »
R.—« É o nome de uma montanha d'on
de Salomão mandou extrahir as pedras ne
cessarias para a construcção do Templo. »

FIM DO TOMO SEGUNDQ»


TABOA

Dºs MATERIAS DO SEGUNDo tomo.

Pag.
Primeiro gráo ou gráo d'aprendiz,, , ,
Architecto. . . . . . . . . . . . . Ibid.
Gráo teAprendiz. . . . . . .- - - -
Veneravel. . . . . . . . . . . . . Ibid,
Trabalhos do banquete... . . . . . . 56

Gráo de aprendiz. . . . . . . . . . 69

Primeiro Vigilante, , , , , , , , , , Ibid.


Banquete - - - - - - - - - - - - - 84
Gráo de aprendiz. . . . . . . . . . 86
Segundo Vigilante. . . . . . . . . . Ibid.
Banquete. . . . . . . . . . . . . 102

Segundo gráo ou gráo de companheiro, 103


Architecto. . . . . . . . . . . . . Ibid.
Gráo de companheiro (Ven.'.). . . . 104
Gráo de companheiro (1º Vig..). . . 132

Gráo de companheiro (2º Vig, ', ). , , 146


— 234 —
Pag»
Terceiro grão ou Gráo de Mestre. • 161
Architecto. . . . . . . - - - • Ibid.
Terceiro gráo ou gráo de Mestre. • 163
Respeitavel. . . . . . . . A . . Ibid.
Gráo de Mestre (1º Vig..). . . • 208

Gráo de Mestre (2º Vig...".) . . • 221


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