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CADASTRO TÉCNICO

MULTIFINALITÁRIO

Alcides Wesley Nunes de Oliveira


Tecnólogo em Agrimensura
Especialista em Pericia, Auditoria e Gestão
Ambiental
Goiânia 2017
Cadastro e Registro
Cadastro e Registro
“irmãos siameses da regularização fundiária”

Discurso Padrão:
o Brasil não conhece
suas terras;

inexiste um cadastro
existe um cadastro
completo; no
Registro de Imóveis?
os existentes são
falhos e conflitantes;

e o cadastro do
Registro de Imóveis...
Cadastro e Registro
Cadastro:
 inventário, rol de informações
 objetivo político-administrativo
econômico, social, segurança nacional, etc.
 sem informação, iremos à falência!!!
estamos na Era da Informação

Atividade Cadastral
competência do Governo (poder político)
gerenciamento territorial
Cadastro e Registro
Cadastro:
Registro:
 inventário público de bens
 orientar as políticas públicas (poder político)
 não tem por objetivo inventariar os imóveis
 ligado naturalmente ao Poder Executivo
 cuida tão-somente de garantir o direito
fundamental da propriedade privada
propriedade privada é o pressuposto do
Registro Imobiliário:
Estado Democrático de Direito
 constituição de direitos
Registro
 garantia Público
da propriedade privada (poder jurídico)
competência do Registrador (poder jurídico)
 ligado naturalmente
guardião aopropriedade
do direito de Poder Judiciário
ELEMENTOS QUE COMPÕEM O
CADASTRO?

– Gráficos (base cartográfica);

– Descritivos (informações sobre o imóvel e


seus ocupantes)・BIC (Boletim de Informações
Cadastrais);
BASE CARTOGRÁFICA DE UM BAIRRO
CARTA TOPOGRÁFICA CONVENCIONAL
ORTOFOTOCARTA
CARTA IMAGEM DE SATÉLITE
DECLIVIDADE MÉDIA POR LOTE (%)
X
EVIDÊNCIAS HISTÓRICAS
Evidências de documentação de terras para
taxação e outras contribuições para o estado, já
no Egito antigo de 3000 A.C., em uma menção
dos registros de terras do rei, estes registros
eram baseados em medições, e figuras de
agrimensores em tumbas antigas.

O cadastro como adotado hoje tem origens no


cadastro de Napoleão;
EVIDÊNCIAS HISTÓRICAS
Cadastro de Napoleão:
Instituído por volta de 1811, tinha como unidade

de terra a parcela;
Informações geométricas => medidas em
campo;
9000 municípios em 6 anos = 37.000.000

parcelas;
Fins fiscais e diminuição de litígios ligados à

delimitação de bens imobiliários;


42 anos para completar o mapeamento de todas

as propriedades em território francês =>


necessidade de atualização.
EVIDÊNCIAS HISTÓRICAS
No Brasil:
EVIDÊNCIAS HISTÓRICAS
No Brasil:
1534 –1536: Capitanias hereditárias => distribuição de
terras em faixas do litoral à linha do Tratado de
Tordesilhas (Portugal x Espanha => exploração) =>
terras “doadas” aos donatários para colonização;

Sesmarias: subdivisão das capitanias => sesmareiro:


– Condição: cultivar;

1822: fim das sesmarias => nenhuma política de


ocupação de terras:
– Ocupação => único modo de aquisição de
propriedade (posseiro) => SEM TERRAS;
EVIDÊNCIAS HISTÓRICAS
No Brasil:
 1850: Lei nº 601 => 1ª lei de terras no Brasil:

– Registro do vigário: registro declaratório de posse


sobre o imóvel em paróquias;
–Terras sem posse => terras devolutas;

 1964: Lei nº 4.504 (Estatuto da Terra):


– Cadastro atualizado a cada 5 anos com métodos de
apuração de dados pelo uso de fotografias aéreas;
– Arrecadação de impostos pela união;
– IBRA - Instituto Brasileiro de Reforma Agrária:
levantamentos e elaboração do cadastro de imóveis
no Brasil => (INCRA – 1970). (...)
CADASTRO TERRITORIAL

Federação Internacional de
Geômetras (FIG):

Cadastro é um inventário
público de dados
metodicamente
organizados, baseado no
levantamento dos limites
das parcelas existentes em
um determinado território.
CADASTRO TERRITORIAL

Pilares de um cadastro bem estruturado:


 situação jurídica do imóvel
(legal)
 situação física do imóvel
(descrição geométrica e localização)
 valor do imóvel
(fiscal)
 utilização efetiva e potencial do imóvel
(socioeconômico)
OBJETIVO DO CADASTRO

Obter informações precisas sobre


a titularidade e o uso da terra
de uma determinada região
para viabilizar a gestão pública do
ordenamento do território.

Ajuda a definir as políticas públicas e a


gerenciar o uso da verba orçamentária
Vantagens de uma boa base cadastral
a) problemas existentes numa determinada região:
falta de saneamento básico, número insuficiente de
escolas e postos de saúde diante do índice
populacional;
b) polos industriais: necessidade de novas rodovias e
ferrovias para ligar os produtores aos portos e
aeroportos (incentivo à exportação), necessidade de
cursos técnicos voltados para a criação de mão-de-
obra especializada para a região;
c) produção rural: incentivos fiscais às regiões
produtoras, apoio tecnológico ao produtor rural.
Portanto, um cadastro territorial não deve ter
ser feito para atender apenas a necessidade
de uma única instituição ou interesse.
ENTRETANTO...
Por ser um instrumento essencial para o
gerenciamento territorial, deve servir de base
essa não é a
para todos as formas de gerenciamento
nossa realidade atual
político-administrativo (econômico, social,
educação, infraestrutura, segurança pública,
segurança territorial, reforma agrária, etc.).
REDE DE REFERÊNCIA CADASTRAL

Definição: “rede de apoio básico de âmbito


municipal para todos os serviços que se destinem
a projetos, cadastros ou implantação e
gerenciamento de obras, sendo constituída por
pontos com coordenadas planialtimétricas,
materializados no terreno, referenciados a uma
única origem (SGB) e um mesmo sistema de
representação cartográfica”. (SIRGAS 2000
/Imbituba);

Sistema Local;

Importância para o cadastro => elaboração da


base cartográfica e planta cadastral municipal;
REDE DE REFERÊNCIA CADASTRAL

Sistema Geodésico único, projeção única (UTM) e


escalas grandes;

Rede de pontos fundamentais => planta cadastral,


redes de água, esgoto e elétrica, novos
loteamentos, telefonia etc.

Sistema cartográfico único => mesmo referencial,


projeções e escalas grandes.
REDE DE REFERÊNCIA CADASTRAL

Normas e Resoluções relacionadas:

–NBR 13.133/94: Execução de Levantamentos


Topográficos;
–Resolução PR nº 22/83 IBGE: Especificações
e Normas Gerais para Levantamentos
Geodésicos ;
–PR 1993: Especificações e Normas Gerais
para Levantamentos GPS: 1992;

Recomendações para Levantamentos Relativos


Estáticos – GPS.
REDE DE REFERÊNCIA CADASTRAL

Definições:
–Marco geodésico: ponto geodésico
planialtimétrico da RRC (Taxa de variação da
correção) implantado e materializado;
• MG de Precisão: transportado de
outros marcos do SGB;
• MG de Apoio Imediato: densificação
do apoio geodésico básico
(de precisão) Marcos iguais aos outros
mas com menos precisão.
REDE DE REFERÊNCIA CADASTRAL

Definições:
–Referência de nível: ponto com altitude
ortométrica conhecida, referenciada ao datum
altimétrico do país, implantado e
materializado.
•RN de Precisão: pertencente ao SGB;
•RN de Apoio Imediato: obtida a partir
de RNs de precisão.
REDE DE REFERÊNCIA CADASTRAL
REDE DE REFERÊNCIA CADASTRAL
REDE DE REFERÊNCIA CADASTRAL
REDE DE REFERÊNCIA CADASTRAL
REDE DE REFERÊNCIA CADASTRAL

Monografia dos Marcos:


– Essencial para identificar inequivocamente
um marco da Rede.
– Elementos:
•Identificação do ponto;
•Coordenadas;
•Sistema de referência;
•Localização e descrição do vértice;
•Croqui e/ou imagem identificando o
ponto.
REDE DE REFERÊNCIA CADASTRAL
REDE DE REFERÊNCIA CADASTRAL

Requisitos Gerais:
– Apoio imediato:
• apoiar-se à marcos do IBGE próximos
ou apoio básico;
• Intervisíveis dois a dois com pontos
topográficos, materializados e
monografados (NBR 13.133).
–Projeção:
• Sistema Transverso de Mercator (UTM,
RTM LTM) ou sistema topográfico local
(X, Y).
–A implantação e manutenção da RRC são de
atribuição e responsabilidade da administração
municipal.
SISTEMA CARTOGRÁFICO E MAPEAMENTO

O sistema cartográfico é um conjunto de documentos


cartográficos estruturado a partir da implantação da
Rede de Referência Cadastral, básico para o
levantamento de informações territoriais no âmbito
municipal, elaborados de forma sistemática e
apoiados na Rede de Referência Cadastral.
SISTEMA CARTOGRÁFICO E MAPEAMENTO
SISTEMA CARTOGRÁFICO E MAPEAMENTO

Carta topográfica do município:

-Representação da área urbana e rural do


município: relevo, hidrografia, vias etc.

-Articulada com as cartas do Sistema


Cartográfico Nacional (1:1.000.000 –1:500.000 –
1:250:000 –1:100.000 –1:50.000 –1:25.000).
SISTEMA CARTOGRÁFICO E MAPEAMENTO

Planta de Referência Cadastral:

-Planta planimétrica elaborada a partir da planta


geral do município;

-Escala 1:5.000 ou 1:10.000;

-Conteúdo: hidrografia, sistema viário,


codificação das zonas (setores) e das quadras.
SISTEMA CARTOGRÁFICO E MAPEAMENTO

Planta Indicativa de equipamentos urbanos:

-Planta obtida a partir da planta de referência


cadastral onde estão registradas as
informações referentes aos sistemas de infra-
estrutura urbana => água, esgoto, eletricidade,
iluminação pública, drenagem, telefone etc).

-Implantação de obras em vias públicas.


SISTEMA CARTOGRÁFICO E MAPEAMENTO

Planta Genérica de Valores:

-Planta obtida a partir da planta de referência


cadastral onde estão registradas os valores de
terreno diferenciados pela sua posição nas
quadras e nos segmentos de logradouros e
pelos equipamentos urbanos à sua disposição.

-Escala: 1:5.000 ou 1:10.000.


SISTEMA CARTOGRÁFICO E MAPEAMENTO
Planta de Quadras:

-Planta em escala 1:2.000 ou maior servindo de


base aos cadastros de infra-estrutura urbana
para a construção de plantas de quadras.

-Aspecto mais importante é a apresentação do


lote;

-Conteúdo: pontos cotados em todos os


cruzamentos de ruas abrangendo apenas as
áreas urbanizadas e em processo de
urbanização ou de expansão urbana do
município, além de hidrografia, sistema viário,
parcelamento do solo etc.
SISTEMA CARTOGRÁFICO E MAPEAMENTO

Planta Cadastral:

-Constitui-se da apresentação
individualizada das quadras
com seus respectivos lotes e
edificações medidas das
testadas, identificação dos
logradouros e sua codificação
e em alguns casos, a
apresentação de serviços e
equipamentos públicos.

-Escala: 1:1.000 ou 1:500.


SISTEMA CARTOGRÁFICO E MAPEAMENTO
O CADASTRO NO BRASIL
Lei nº 5.868/72, Artigo 1º, §2º:
(redação dada pela Lei nº 10.267/2001)

§2º - Fica criado o Cadastro Nacional de


Imóveis Rurais - CNIR, que terá base comum
de informações, gerenciada conjuntamente
pelo INCRA e pela Secretaria da Receita
Federal, produzida e compartilhada pelas
diversas instituições públicas federais e
estaduais produtoras e usuárias de
informações sobre o meio rural brasileiro.
O CADASTRO NO BRASIL
Considerando a “Legislação do Geo”:
 não é unificado
(rural: Incra / urbano: municípios)
 urbano: disperso em 5.565 municípios
(sem normas a respeito)
 rural: centralizado e padronizado
(norma técnica do Incra)
CADASTRO URBANO
Instrumento básico da política de desenvolvimento e
planejamento da expansão urbana do município, assim como
é parte importante de um Plano Diretor.

PLANO DIRETOR:
- A Constituição Federal em seu art. 182, § 1º determina que
o Plano Diretor deva ser objeto de lei, sendo obrigatório para
cidades com mais de vinte mil habitantes.

- Além do disposto na Constituição, a Lei 10.257/2001, que


regulamenta o “Estatuto da Cidade”, em seu art.39 diz que a
propriedade urbana cumpre sua função social quando atende
às exigências fundamentais de ordenação da cidade
expressas no Plano Diretor. Esta Lei obriga os municípios
nas Leis Orgânicas Municipais a criar o Plano Diretor. O
Estatuto da Cidade traça normas gerais de Direito
Urbanístico.
OBJETIVOS DO CADASTRO
TÉCNICO URBANO
Coletar as informações descritivas, ou seja, todos
os elementos que caracterizam a área urbana;

Atualizar o sistema descritivo e o conjunto de


informações que caracterizam cada propriedade
imobiliária;

Obter um sistema cartográfico georreferenciado e


atualizado sistematicamente;

Interligar as informações cartográficas e


descritivas de maneira que se possa obter
cruzamento de informações.
REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA DE ELEMENTOS
DA CARTOGRAFIA CADASTRAL URBANA
REPRESENTAÇÃO CARTOGRÁFICA DE ELEMENTOS
DA CARTOGRAFIA CADASTRAL URBANA
REDES INFRA-ESTRUTURA - REDE DE ÁGUA

REDES: Critério de
Atendimento: Faixa 30,00m à
partir da Rua.
MAPA DE EXCLUSÃO/INCLUSÃO SOCIAL SJC

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TERRACRIME
INTEGRAÇÃO DO CADASTRO MULTIFINALITÁRIO
CTM 3D
PRINCIPAIS PROBLEMAS DO
CADASTRO URBANO
Base cartográfica desatualizada;
Base cartográfica sem Georreferenciamento;
Falta de pessoal habilitado nas prefeituras para
gerenciar as informações (Cartógrafo, Geógrafo,
Arquiteto ou profissional especializado no assunto);
Falta de pessoal nas equipes de Cartografia,
Cadastro e Geoprocessamento;
Imprecisão na posição dos imóveis;
Falta de integração entre o registro e o cadastro;
Falta de investimento para o levantamento cadastral
e atualização cadastral.
PROBLEMAS COMUM
CODIFICAÇÃO DE IMÓVEIS URBANOS

–Distrito, setor, quadra, logradouro e lote: DD-SS-


QQQ-LLL-LL. Exemplo: 01-02-010-015-12 (Distrito 01;
setor 02; quadra 010; logradouro 015; lote 12).

–Distrito, setor, quadra, lote e unidade cadastral: DD-


SS-QQQ-LL-UU. Exemplo: 01-02-010-12-03 (Distrito
01; setor 02; quadra 010; lote 12; unidade cadastral
03). => codificação mais utilizada.

•Unidade cadastral: menor divisão no cadastro


municipal.
CODIFICAÇÃO DE IMÓVEIS URBANOS

– Unidade cadastral. Exemplos:

•Lote baldio => será a própria unidade


cadastral;

•Lote com edificações => edificação será a


unidade cadastral;

•Prédios => edificação com várias divisões =>


unidade cadastral será o apartamento. Área
considerada para a tributação é a área total
(inclusive áreas comuns, halls, elevadores, etc)
dividida por cada unidade.
CADASTRO RURAL
O cadastro de imóveis rurais é atribuição do Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária – INCRA, o qual gerencia o
Sistema Nacional de Cadastro Rural – SNCR.
Regulamentado pela Lei nº 10.267/01 e normatizado pela Norma
Técnica.
CADASTRO RURAL
O que deve ser cadastrado?
– O imóvel Rural – Que segundo o Estatuto da Terra Lei nº
4.504/64: “Prédio Rústico de área contínua, qualquer que seja
sua localização, que se destine ou que possa se destinar à
exploração agrícola, pecuária, extrativa vegetal, florestal ou
agro-industrial”.

– Para efeito do ITR , considera-se imóvel rural a área contínua,


formada de uma ou mais parcelas de terra confrontantes, do
mesmo titular, localizada em zona rural do município, ainda
que, em relação a alguma parte da área o declarante detenha
apenas a posse.

– Considera-se área contínua a área total do prédio rústico


mesmo que fisicamente dividida por ruas, estradas, rodovias,
ferrovias ou por canais ou cursos d’água.
CADASTRO RURAL
CADASTRO RURAL
O IMÓVEL SITUADO EM ZONA URBANA
• Se o imóvel esta situado na zona urbana do município,
assim definida em lei municipal, independentemente de
sua forma de utilização, o imposto sobre este é o Imposto
sobre a Propriedade Territorial Urbana (IPTU). Exceção na
dedução fiscal pode ser feita pela prefeitura.

IMÓVEL SITUADO EM ZONA DE EXPANSÃO URBANA


• Depende da destinação (uso):
-Uso rural =>ITR. Ex: granja.
- Uso urbano =>IPTU. Ex: chácaras ou sítios de
recreio.
CADASTRO RURAL
IMPOSTO TERRITORIAL RURAL - ITR
• Lei 9393/96: O Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural –
ITR, de apuração anual, tem como fator gerador a propriedade,
o domínio útil ou a posse do imóvel por natureza, localizado
fora da zona urbana do município.

Repasse aos municípios


• Até 2005: 50% união(gov. federal) e 50% municípios;
– Problema:
•Imposto declaratório e falta de fiscalização. Ex: IPTU de
São Paulo é 8x maior que o ITR de todo o país;
•Conflito municípios x união para cobrança de IPTU e ITR.

Lei 11.250/05: repasse de 100% do ITR aos municípios


conveniados com a Receita, os quais passam a ter a
obrigatoriedade de fiscalização e lançamento do ITR => o
cadastro rural continua responsabilidade da União (INCRA).
CADASTRO RURAL
ÁREA TRIBUTÁVEL
– Área total do imóvel rural, excluídas as áreas:
•De preservação permanente;
•De reserva legal: área reservada ao uso sustentável (exceto
APP). Varia de acordo com o bioma e tamanho da propriedade
(80% Amazônia, 35% cerrado –Amazônia Legal, 20% demais
estados);
•De reserva particular ou patrimônio natural;
•De servidão florestal: área cedida para averbação como
reserva legal;
•De interesse ecológico;
•Comprovada imprestável para atividade rural.
CADASTRO RURAL
ÁREA NÃO TRIBUTÁVEL - Isento
– São imunes ao ITR:
•A pequena gleba rural;

•Os imóveis rurais da União, dos Estados, Distrito Federal e


Municípios;

•Os imóveis rurais de autarquias e fundações instituídas e


mantidas pelo poder público (IBAMA;INCRA) ;

•Os imóveis rurais de instituições de educação e assistência


social, sem fins lucrativos.
CADASTRO RURAL
O QUE É PEQUENA GLEBA RURAL (lei 9393/96)
– Imóvel com área igual ou inferior a:
• 100 ha, se localizado em município compreendido na
Amazônia Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-
matogrossense;

• 50 ha, se localizado em município compreendido pelo


Polígono das Secas ou na Amazônia Oriental;

• 30 ha, se localizado em qualquer outro município.


CADASTRO RURAL
A NORMA TÉCNICA PARA GEORREFERENCIAMENTO DE
IMÓVEIS RURAIS
– 1ª versão: novembro de 2003.

– 2ª versão: fevereiro de 2010.

– Objetiva padronizar os trabalhos de levantamento de imóveis


rurais em atendimento a Lei 10.267/01, definindo padrões
técnicos e para atender aos padrões de qualidade exigidos e
obter a certificação junto ao INCRA.
CADASTRO RURAL
Pontos importantes:
–Codificação dos vértices: os vértices do imóvel rural serão
identificados por um único código gerado pelo responsável
pelo levantamento.
CADASTRO RURAL
Imóveis contíguos:
–Respeita-se a codificação e as coordenadas dos vértices da
propriedade já certificada pelo INCRA.
CADASTRO RURAL
Precisão: o indicador de precisão para cada par de coordenadas,
relativas a cada vértice definidor do limite do imóvel, não
deverá passar do valor de 0,50 m.

– A precisão posicional PP será a raiz quadrada dos desvios


padrão das componentes E e N.

Identificação dos limites: deverá ser sempre acompanhada pelos


proprietários confinantes (vizinhos) ou seus representantes
legais.

–Ao final dos serviços de identificação deverá ser gerado uma


“Declaração de Respeito de Limites”, assinada pelo proprietário,
confrontantes e profissional credenciado.
CADASTRO RURAL
Materialização dos vértices: todo vértice M sendo de limite ou de
apoio, deve ser materializado antes do processo de medição,
conforme padrão estabelecido pela Norma.

–Tipos de vértice
CADASTRO RURAL
–Vértice tipo M (marco): coordenadas obtidas a partir de
ocupação física (materializados) => identificação do limite.

–Vértice tipo P (ponto): coordenadas obtidas a partir de ocupação


física (não materializados) => identificação das divisas do
imóvel com acidentes físicos e naturais: cursos d’água,
estradas, ferrovias, linhas de transmissão etc.
CADASTRO RURAL
CADASTRO RURAL
- Vértice tipo V (virtual): coordenadas obtidas sem ocupação
física (não materializados). Podem ser obtidos por
determinação analítica ou extraídos de uma base cartográfica.
CADASTRO RURAL
-Vértice tipo O: coordenadas obtidas sem ocupação física (não
materializados) => coordenadas determinadas a partir de
projeções paralelas ao levantamento efetuado sobre os limites
que possuem delineamentos sinuosos: ferrovias, cursos
d’água etc.
CADASTRO RURAL
Levantamento: métodos convencionais (limites das propriedades
e limites naturais) e por GNSS(limites das propriedades, apoio
básico e limites naturais).
•Por métodos convencionais: utilizam medições
angulares e lineares por meio de estações totais.

•Levantamento pelo GNSS: o posicionamento por GNSS


permite a determinação de coordenadas a partir de
vértices do Sistema Geodésico Brasileiro ao vértice de
referência do georreferenciamento, determinação de
coordenadas dos vértices de poligonais de apoio e a
determinação das coordenadas dos vértices que definem o
perímetro do imóvel rural.
CADASTRO RURAL
LEVANTAMENTO CADASTRAL
–GABINETE
•Levantamento dos materiais disponíveis: imagens, cartas,
dados descritivos, base cartográfica, etc;

•Planejamento das etapas: implantação de pontos de apoio


básico, coleta de pontos, planejamento do BIC,
equipamentos e métodos utilizados etc.

•Controle de qualidade: dados cartográficos e descritivos


(BIC);

•Elaboração dos produtos finais: desenho topográfico


final, memorial descritivo => relatório técnico.
CADASTRO RURAL
LEVANTAMENTO CADASTRAL
–CAMPO
•Reconhecimento da área;

•Planejamento estratégico;

•Estabelecimento por pontos de controle/apoio;

•Levantamento dos vértices definidores das divisas das


propriedades rurais (Norma técnica);

•Levantamento dos dados descritivos (BIC);


CADASTRO RURAL
Quem deve cadastrar?
Todos os proprietários, titulares do domínio útil ou possuidores a
qualquer título de imóvel rural.

Como Cadastrar?
O cadastramento é declaratório, e existem três formulários a serem
preenchidos pelo proprietário; sendo dois destinados à coleta de
dados referentes ao imóvel rural e um destinado à coleta de
informações sobre a(s) pessoa(s) e sua vinculação com o imóvel
rural.
- a) Dados Pessoais e de Relacionamento;
- b) Dados Sobre Estrutura;
- c) Dados Sobre Uso.

Com o cadastramento do imóvel rural, o proprietário obterá o


Certificado de Cadastro de Imóvel Rural – CCIR. Documento
indispensável para desmembrar, arrendar, hipotecar, vender ou
prometer em venda o imóvel rural e para homologação de partilha
amigável ou judicial.
CADASTRO RURAL
Quando Cadastrar?
 Inclusão de um novo imóvel rural;
 Inclusão de imóvel rural originário de desmembramento;
 Alteração por aquisição de área total;
 Alteração por mudança de condomínio;
 Alteração de exploração;
 Alteração por desmembramento/remembramento;
 Alteração por anexação de área não cadastrada;
 Alteração por retificação de área;
 Alteração de dados pessoais;
 Outras alterações.
CODIFICAÇÃO DE IMÓVEIS RURAIS

–Todo imóvel rural deverá adotar como seu


identificador único o código atribuído pelo INCRA,
constante no Certificado de Cadastro de Imóveis
Rurais - CCIR.

–Exemplo: 702.065.001.947-1.
FALHA DO CADASTRO RURAL

Apesar de a lei ter definido o CNIR como um


cadastro multifinalitário, a sua implementação
não está seguindo tal lógica.

A certificação dos imóveis georreferenciados


não levou em consideração a delimitação das
matrículas, que representa a informação de
maior importância, por se referir ao direito
constitucional da propriedade privada.
LEVANTAMENTO GEORREFERENCIADO
Trabalho apresentado pelo agrimensor ao Incra

Imóvel Rural código INCRA 503.045.067.001-2

Mat. 1 Mat. 2
150 ha 120 ha

Mat. 3
110 ha
LEVANTAMENTO GEORREFERENCIADO
Resultado da atuação do Incra

Imóvel
Certificação
Rural código
n° 201009000002-25
INCRA 503.045.067.001-2
(380 ha)

Isso está certo? Mat. 2


Mat. 1
150Código
ha INCRA
120 ha
503.045.067.001-2
380 ha
Mat. 3
110 ha
LEVANTAMENTO GEORREFERENCIADO

Certificação n°CADASTRAL
DIVERGÊNCIA 201009000002-25 (380 ha)
INACEITÁVEL

Mat. 1 Mat. 2
150Código
ha INCRA
120 ha
503.045.067.001-2
380 ha
Mat. 3
110 ha
SITUAÇÃO ATUAL

Até o momento, o CNIR é


apenas um cadastro temático
(próprio do Incra) que não
serve de base para a maioria
dos demais cadastros do país.
Portanto, ainda não é um
cadastro Multifinalitário!
ORIGEM E EVOLUÇÃO DO CADASTRO
As principais tendências do cadastro baseiam-se em seis declarações
que, de forma resumida, afirmam que, no futuro:

1) o cadastro mostrará a situação legal completa do território


(incluindo o direito público e as restrições);

2) acabará a separação entre os registros gráficos (cartografia) e os


alfanuméricos (atributos);

3) a modelagem cartográfica substituirá a cartografia tradicional;

4) todo o sistema de informação será digital;

5) haverá uma grande participação do setor privado no cadastro


(privatização parcial ou inclusive total);

6) dados serão vendidos a usuários com os quais será possível fazer


novos investimentos, procurando-se a melhora do sistema e, ou, a
atualização.
MUDANÇAS URGENTES
1. O “Geo” envolve questões novas e complexas, pois
impôs critérios rígidos de levantamento nunca
exigidos e a integração entre diversas instituições;
2. Houve muitas dificuldades na sua implantação;

3. Após 12 anos da publicação da Lei:


 Muitos obstáculos ainda existem; e
 Necessidade urgente de ajustes.

Entretanto, os benefícios de sua aplicabilidade para o


desenvolvimento do País são facilmente observados.
MUDANÇAS URGENTES
1. As mudanças que foram feitas recentemente:
 Já foram apresentadas (e-certifica, etc)
 Outras estão em estudos...

2. Qual é a situação ideal para o Brasil?


 Cadastro Territorial Multifinalitário;
 estruturado em Parcelas; e
 gerenciado por um órgão autônomo.
CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO

O Brasil precisa urgentemente de um cadastro


territorial projetado para servir de base para todos
os demais cadastros em que o imóvel seja o
referencial.

A necessidade é da criação de uma base


cadastral única, que tenha utilidade para
estruturar todos os demais sistemas de
informações territoriais.

Somente se estiver dotado desses atributos, o


cadastro será efetivamente multifinalitário.
CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO
Cadastro multifinalitário é um sistema de
informações territoriais projetado para servir
Qual deve
tanto a organizações sercomo
públicas a privadas,
além de unidade territorial
servir aos cidadãos.

de levantamento? Tributação
Planejamento
Infra-estrutura
Segurança
Mercado Imobiliário
Controle ambiental
CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO
Parcela para
CADASTRO TERRITORIAL o CTM:
MULTIFINALITÁRIO
 imóvel rural do Incra; ou
 imóvel-matrícula?

Respondam,
por favor!!!!
CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO

COMO
RESOLVER O
IMPASSE???
Incra n° 1 – matrículas 1 e 3 Parcela Incra não supre Registro;
mas Matrícula supre Incra!
Incra n° 2 – matrícula 2 Ok!

Incra n° 3 – matrícula 4 e 5 + área posse


Parcela Matrícula não supre Incra!
Incra n° 4 – matrícula 6 Ok!
CADASTRO TERRITORIAL MULTIFINALITÁRIO
O objeto de levantamento é a PARCELA, que é
a menor unidade territorial cujo levantamento é
de interesse jurídico.

Portanto, uma parcela pode representar:


 um imóvel matriculado
(conforme o registro imobiliário)
 um conjunto de matrículas
(o imóvel rural do Incra)
 ou apenas uma parte dela
(a reserva legal em um imóvel matriculado)
PARCELA
PARCELA Parcela para o CTM:
 menor unidade territorial
de interesse jurídico
Um cadastro
territorial
multifinalitário, com
a ajuda do
Geoprocessamento,
abre as portas da
informação,
possibilitando um
rápido e eficiente
desenvolvimento
nacional.
PROPOSTA

 uma lei específica tratando do tema

 criação de uma base cadastral centralizada

 base formada por imóveis urbanos e rurais

 gerenciada por um órgão autônomo e imparcial

 padronização de métodos de levantamento

 disponibilização para os cadastros temáticos e


para toda a sociedade
CADASTROS TEMÁTICOS

SNCR CNEF
INCRA IBGE
SIT
FUNAI

interconexão
SIAPA
SPU CTM REGISTRO

 CTM viabiliza os
temáticos
ADA  temáticos geram
IBAMA
CAFIR CNPF feedback ao CTM
RFB ICMendes
 interconexão
permanente “Cad-Reg”
CADASTROS TEMÁTICOS
CONCLUSÃO
O CTM somente será possível com a
integração entre os atores envolvidos:
Registro de Imóveis, INCRA, Prefeituras,
CONTAMOS
Agrimensores COM
e comunidade O
científica.
APOIO DE TODOS!
Para que isso aconteça, é essencial
atuarmos juntos perante as lideranças
políticas deste país, para que esse projeto
seja levado à sério e implementado o
quanto antes.
Obrigado!

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