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28 de julho de 2016.
Teoria Geral dos Recursos
Definição: fazer “re‐correr” o processo, ou melhor, “continuar” a tramitação.
Natureza jurídica
o Endoprocessual: é a continuação da mesma relação processual, mesmo que por
partes diferentes.
o Direito público subjetivo das partes.
o Outros mecanismos processuais: mecanismos de impugnação autônoma. Rescisória,
anulatória, mandado de segurança, etc.
Disposição da matéria no CPC: previsto taxativamente.
o Pedido de reconsideração não é recurso, não interrompe prazos.
o Art. 994 e seguintes
Objetivos dos recursos:
o Reforma: a parte pede a substituição do comando normativo, do conteúdo da
decisão.
o Invalidação: em casos de extinção prematura, em que não há sentença com
conteúdo normativo, ou seja, mérito.
o Integração: exclusivo aos embargos de declaração, cabível em casos de:
Omissão
Contradição
Obscuridade
Erro material
Justificativas: Ada Pellegrini. Inconformismo com o provimento jurisdicional.
Classificação
o Total ou parcial: conforme recorre‐se da decisão inteira, ou parte dela, a critério do
recorrente.
Reexame necessário: embora não seja recurso, somente se admite o
reexame necessário de decisões inteiras.
o Fundamentação vinculada ou livre:
Vinculado: a lei especifica a matéria. Ex.: recurso extraordinário, especial, etc.
Livre: recurso que traz, por base, o simples inconformismo com a decisão.
Ex.: apelação.
o Ordinários e extraordinários:
Ordinário: é, em regra, o primeiro recurso contra uma decisão.
Extraordinário: os demais recursos após o primeiro.
o Principal e adesivo (Art. 997, §1º): recurso adesivo é uma criação para evitar o
“efeito surpresa”, de que a parte contrária recorra. Garante‐se ao recorrido interpor
recurso adesivo.
A adesividade é uma forma de interposição, e não um “recurso”.
Sucumbência reciproca
Justificativa
“Reformatio in pejus”: exceto se a outra parte recorrer também.
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Petição
Relação de dependência: o recurso adesivo terá o mesmo destino que o
principal, em termos de admissibilidade.
Contrarrazões e preclusão: preclusão consumativa pelo protocolo das
contrarrazões sem o recurso adesivo.
Princípios
o Classificação em:
Constitucionais e Infraconstitucionais
Explícitos e Implícitos
o Duplo grau de jurisdição ou duplo reexame: constitucional
Recurso ordinário em JECs: recurso inominado, apreciado no mesmo grau de
jurisdição.
Colegialidade: do órgão julgador, de três, cinco ou todos os membros do
Tribunal.
Manifestação horizontal
Controle monocrático: em caráter de exceção, para hipóteses de
flagrante erro ou acerto, com julgamento pelo relator.
Agravo interno: visa garantir o principio da colegialidade.
Reserva de plenário (Art. 97, CF): só o plenário pode conhecer algumas
matérias, por previsão constitucional.
o Taxatividade: implícito. Só é recurso aquilo que a lei define como recurso, seja na lei
geral ou especial.
Recursos não podem ser “criados” pelas partes. Somente se recorre através
de mecanismos consignados em Lei.
Também não se pode misturar elementos de vários recursos em um único.
01 de setembro de 2016.
Recursos (continuação)
Recapitulação: a matéria de recursos é responsável pela sobrecarga de trabalho do Poder
Judiciário. Entretanto, a sua oportunização é em grande parte benéfica: contempla‐se uma
perspectiva humana, a correção de erros judiciários, etc.
Princípios (continuação)
o Taxatividade: os recursos são previstos numerus clausulus no CPC, em sua grande
maioria no art. 994. Não podem ser inventados.
o Tipicidade: recurso é apenas aquilo que está na Lei.
Somente são recorríveis decisões. Despachos, não tendo conteúdo decisório,
não são recorríveis.
Despacho não é ato privativo de Juiz (somente interlocutórias e sentenças).
Os escrivães e funcionários juramentados podem dar andamento processual.
Crítica: despachos mandando pagar custas, tendo conteúdo
decisório, podem ser recorridos, mas somente se o Juiz tiver se
manifestado.
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o Unirrecorribilidade ou singularidade: cada ato decisório comporta somente um
recurso – aquele que melhor se amoldar ao caso, ainda que haja dúvida. Não podem
dois recursos correr ao mesmo tempo.
Exceção: quando houver ao mesmo tempo ofensa a Lei Federal e
Constituição Federal, os Recursos Especial e Extraordinário podem ser
protocolados simultaneamente. Contudo, primeiro será julgado o Recurso
especial, e após isso, o Extraordinário. Isso porque, muitas vezes, o Recurso
especial tem uma questão de prejudicialidade em relação ao extraordinário.
o Correlação: cada decisão comporta apenas um recurso adequado à ela.
Ex.: contra sentença cabe apelação. Contra sentença obscura cabe embargos
de declaração. Contra interlocutória em casos urgentes cabe agravo de
instrumento.
o Fungibilidade: autoriza que um recurso não correlato, se preenchidos os requisitos
necessários, possa ser apreciado como se fosse o recurso correto.
A fungibilidade não abre espaço para erros grosseiros.
Instrumentabilidade recursal: se é possível receber um recurso como se
fosse outro, também deve ser possível possibilitar a emenda do recurso,
havendo erros sanáveis.
Origem na instrumentalidade das formas do processo de
conhecimento.
Permite inclusive transformar um REsp em RE.
o Voluntariedade: todo recurso é voluntário. O recurso é um ônus perfeito. É
permitido recorrer ou não, e ainda desistir do recurso a qualquer momento até a
sessão de julgamento, independente de contrarrazões da parte recorrida.
Reexame necessário: em casos onde a Fazenda Pública sucumbe e seu
procurador não recorre, a Lei determina que os autos sejam encaminhados
para o Tribunal para uma conferencia. Não se trata de recurso, pois este
somente é voluntário.
o Dialeticidade: não se pode copiar e colar peças anteriores para elaborar um recurso.
Deve‐se atacar a decisão.
É defender os mesmos fundamentos sob perspectivas diferentes.
o Proibição da “reformatio in pejus”: o Tribunal não pode reformar a decisão para
piorar a situação da sentença recorrida. No máximo, a situação desfavorável será
mantida.
Exceções:
Nulidade absoluta (art. 485, §3º) pode ser apontada em qualquer
momento. Nessa hipótese, reabre‐se o processo, sendo possível
piorar a situação.
Litigância de má fé.
02 de setembro de 2016.
Recursos (continuação)
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Princípios (continuação)
o Irrecorribilidade em separado das interlocutórias: somente nos Juizados Especiais, as
interlocutórias não podem ser recorridas. Só cabe um recurso ao final do processo,
contra a sentença, o recurso inominado.
Art. 1015, CPC. Só pode agravar de situações urgentes (exceções) fica o
agravo limitado aos casos elencados pelo CPC, e alguma outra hipótese não
contemplada, mas reconhecida como urgente.
As interlocutórias, hoje, são recorríveis por apelação, após a sentença, ou
por agravo, se for questão urgente. Se não for urgente, não cabe agravo. Não
cabe nem mandado de segurança, pela falta de direito liquido e certo.
No processo de execução, presume‐se que todas as interlocutórias são
urgentes.
Diante disso, as interlocutórias no processo de conhecimento não precluem
– até o momento da sentença.
Na apelação, as interlocutórias serão atacáveis por preliminares –
contrariando, em certo sentido, sua natureza de respostas/evitar o mérito.
Isso possibilitou a extinção de agravo retido, um recurso contra
interlocutórias, a ser apreciado no momento da apelação (caso houvesse),
tendo a principal finalidade de evitar a preclusão.
o Consumação: o protocolo do recurso gera preclusão consumativa. Ou seja,
protocolar, por engano, no PROJUDI, o rascunho do recurso impede que a versão
definitiva seja apresentada em momento posterior.
O TJ‐PR flexibiliza, excepcionalmente, este principio se a peça for
visivelmente um rascunho, sem os documentos necessários, e o protocolo
dos recursos ocorrer no mesmo dia.
o Complementariedade: há direito a complementar o recurso nas seguintes hipóteses:
Alteração de oficio, pelo Juiz, da decisão recorrida. Ex.: corrigir erro material.
Alteração por força de embargos de declaração.
Juízo de admissibilidade: condições para que o recurso seja apreciado/conhecido.
o Conhecimento e provimento
o Juízo positivo e negativo: a deliberação da admissibilidade tem efeito ex tunc, ou seja,
retroativo.
o Pressupostos ou requisitos recursais:
Intrínsecos: dizem respeito a existência do direito de recorrer.
Extrínsecos: dizem respeito ao modo pelo qual se recorre (tempo, etc.).
o Cabimento
Taxatividade e correlação
Art. 1001
o Legitimidade
Art. 996. Partes, terceiro, MP.
Litisconsórcio: art. 1005.
Se a matéria do recurso for pertinente, necessariamente, a ambas as
partes, o recurso de um aproveita ao outro. O ideal, contudo, é que
todos os prejudicados recorram.
Advogado: tem direito de recorrer de suas verbas sucumbenciais.
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Terceiro (art. 996):
CPC1973: proporcionava a mesma possibilidade, porém, definia
terceiro como “aquele com relação de interdependência com a
causa”, ou seja, sofre prejuízo direto. Poderia, desde o inicio, ter sido
incluído como parte no processo.
CPC2015: poderia, desde o inicio, ter sido incluído como parte ou
assistente no processo.
O terceiro, não tendo participado do processo, não apresentou seu
pedido e causa de pedir, não podendo alterar a pré‐existente no
processo, elaborada pelas partes. Assim, no recurso, assumirá uma
das seguintes posturas:
o Oposição: o terceiro comparece ao processo, recorrendo
(pedido de invalidação), invocando que o direito discutido ali
lhe pertence.
o Assistência: apoia a tese de uma das partes.
o Art. 996, p. único.
Possibilidade de ação
Art. 997, §1º.
Amicus curiae (art. 138, §§1º e 2º): geralmente, uma associação, que
tem interesse naquela matéria e deseja contribuir, normalmente em
matérias especializadas e técnicas.
o Embora tenha uma participação importantíssima no
processo, não pode interpor recurso, exceto embargos de
declaração e demandas repetitivas.
Juiz (art. 146, §5º): em casos nos quais o Juiz é reconhecido suspeito
ou impedido, há como consequência pagar as custas do processo.
Desta decisão, proferida pelo Tribunal, o Juiz pode recorrer.
MP: pode atuar como:
o Parte
o Custus leges (fiscal da lei)
o Essas formas de atuação são mutáveis entre si, a qualquer
momento, inclusive no momento de recorrer.
o Interesse: não basta ter legitimidade, mas também interesse.
Utilidade e possibilidade: análise retro e prospectiva, quais os prejuízos da
decisão e quais os potenciais benefícios do recurso.
Sucumbência: é o prejuízo sofrido.
Em casos de sucumbência recíproca, autor e réu terão interesse em
recorrer.
Não se aplica aos embargos de declaração.
Pedido
o Alternativo: não tem interesse recursal o autor. O réu pode
recorrer.
o Sucessivo
Diversidade de fundamentação: não gera interesse recursal.
Inexistência de fato impeditivo ou extintivo:
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Existência de sumula vinculante do STF.
Prática de ato incompatível.
Recurso repetitivo.
09 de setembro de 2016.
Recursos (continuação)
o Tempestividade: simplificação de prazos. Todos os recursos têm 15 dias úteis de
prazo, com exceção dos embargos de declaração (5 dias úteis).
Art. 1003, §5º.
Art. 1023.
Natureza peremptória: não se admite realização de acordo ou transação
sobre prazos recursais, ainda que calendário processual, prazos processuais,
realização de perícia, etc.
Justa causa (art. 223): possibilidade de protocolar o recurso no primeiro dia
útil seguinte após expirado o prazo, desde que comprovada justa causa. Ex.:
morte do advogado, morte da parte, sistema fora do ar (comprovado por
certidão da OAB).
Carga por estagiário: antigamente, a carga de autos físicos realizada por
estagiário não abria o prazo para recurso. Atualmente, é pacífico que
qualquer acesso do advogado aos autos abre o prazo para recurso.
Processo eletrônico: o fechamento do fórum impede apenas o protocolo em
processo físico.
Feriado local (art. 1003, §6º): permite o protocolo no dia útil seguinte, desde
que especificado na peça o fato de ser feriado local, bem como comprovação
do feriado.
Comprovação posterior: embora não haja previsão expressa, tendo
em vista que o recurso pode ser emendado no CPC atual, admite‐se
majoritariamente que seria possível comprovar posteriormente o
feriado local.
Protocolo via correio (art. 1003, §4º): mantido no CPC atual tendo em vista a
falta de protocolo integrado em algumas comarcas.
Fax (Lei 9800/99): a responsabilidade pelo fax é do transmitente. Estando o
fax ilegível de qualquer forma, o recurso não será conhecido.
Interposição prematura (art. 218, §4º): atualmente é permitido interpor o
recurso prematuramente, ou seja, antes de aberto o prazo.
Recurso interposto antes do julgamento dos embargos de declaração
Se os embargos não são conhecidos, a decisão permanece inalterada.
Se os embargos são conhecidos e:
o Providos: alteram a decisão. Nesse caso, tanto na sistemática
do CPC anterior como no atual, permite‐se que a peça de
recurso seja modificada para adequá‐la a decisão que foi
alterada.
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o Improvido: não alteram a decisão. Nesse caso, o CPC1973
intimava o recorrente para confirmar o recurso para o
Tribunal. O CPC2015, contudo, dispensa tal intimação, pois a
decisão não foi modificada.
MP (art. 180) e Estado (art. 183): possuem prazo em dobro para recorrer.
Litisconsórcio (art. 229, §2º): o CPC1973 previa, dentro da ideia de processo
físico, prazo em dobro para recorrer, havendo litisconsórcio. Atualmente, o
CPC2015 expressa a inaplicabilidade do prazo em dobro em caso de processo
eletrônico.
o Regularidade de forma:
Peças: são duas peças, uma de interposição e a peça de razões (para reforma
da decisão de 1º grau). As peças devem ter completude, no sentido de
possuírem inicio, meio e fim. Devem ser elaboradas para, além de preencher
os requisitos, obter o devido provimento jurisdicional.
Leis de organização judiciária
o Preparo
Abrangência
“Deserção”: quando o recurso não teve o preparo das custas.
Comprovação
Ato de interposição (art. 1007, caput): momento em que se
comprova o preparo das custas.
Comprovação posterior (§§4º e 5º): admite‐se o preparo tardio, em
dobro.
Complementação: admite‐se a complementação das custas em
momento posterior.
Dispensa e isenções: a Justiça Gratuita não retira do recorrente o
ônus da sucumbência e multas.
Justo impedimento: havendo justo impedimento (Ex.: banco fechou
mais cedo, greve dos bancos), permite‐se o preparo em momento
posterior, no mesmo valor.
Preenchimento da guia: o STJ atualmente entende que, mesmo
havendo erro no preenchimento da guia de recolhimento, em
especial quanto ao Código de Recolhimento, não pode haver
deserção do recurso.
29 de setembro de 2016.
Apelação
Art. 1009 a 1014
Histórico: é o recurso contra sentenças e interlocutórias não urgentes. Todos os
ordenamentos têm alguma espécie de apelação.
Juízo de admissibilidade
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o Bipartido: sistema do CPC1973. A ideia era filtrar em primeira instancia as apelações
para enxugar o trabalho dos Tribunais. Contudo, da decisão que nega apelação cabe
agravo de instrumento – apreciado pelo Tribunal.
o Único: sistemática estabelecida no CPC2015. O Juízo de primeiro grau tem a única
função de, interposta apelação, intimar a parte contrária para apresentar
contrarrazões e remeter tudo ao Tribunal.
Cabimento
o Interlocutórias: nas preliminares de apelação.
o Sentenças
o Conteúdo e função:
Peça de interposição: dirigida ao Juízo recorrido, manifestando o
inconformismo com a decisão, e pedindo a remessa do caderno processual,
juntamente com as razões, para a instancia superior.
Razões de apelação: expressa‐se a motivação do recurso.
o Art. 1009, §§1º e 2º. Preliminares.
Requisitos (art. 1010):
o Nome e qualificação das partes: a qualificação das partes é questionável na apelação,
tendo em vista que o caderno processual acompanha o recurso para o Tribunal.
o Exposição dos fatos e motivos: não são os mesmos expostos na inicial ou
contestação. O fato do qual se recorre em apelação é a sentença. A fundamentação
é a mesma da discussão da ação de primeiro grau, mas sob o ponto de vista da
sentença, no sentido de combate‐la. Pode‐se alegar fato novo no processo. Fato
novo aquele que quem alega não teve acesso, e que ocorreu depois. É novidade no
novo código a alegação de preliminares ao mérito da apelação, referente a decisões
interlocutórias em que o apelante. Tais decisões interlocutórias são as que não estão
previstas no art.1015.
Não é necessário que se alegue em apelação nulidades formais, ou que podem ser
sanadas com mera petição nos autos.
O recurso de invalidação(um tipo de apelação) pode ser objeto de questionamento
em apelação ‐ e também pode ser invalidado.
o O pedido de nova decisão: que o recurso seja conhecido e provido.
o Documentos
Preparo das custas
Portes de remessa e retorno: somente se processo físico
Atos do Tribunal
Documento novo: aquele que não existia, ou por motivo de força maior não
houve possibilidade de acesso ao mesmo.
Admissibilidade: art.485, §3º(possibilidade de se reconhecer nulidades absolutas) hoje a
apelação possui a admissibilidade única, que quem vai dizer se é admissível ou não é a
segunda instância, tornando assim o processo mais rápido. Na prática, qualquer recurso tá
chegando ao tribunal de 2ª instância.
Procedimento:
o Art. 932, CPC: incumbe ao relator, monocraticamente:
Negar conhecimento na falta de requisito recursal.
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Negar provimento se o recurso contrariar sumula de Tribunal Superior ou
julgador.
Dar provimento se o recurso estiver consoante sumula ou julgamento
repetitivo de Tribunal Superior.
o Instrumentalidade dos recursos (art. 932, § único, CPC)
o Não sendo caso de decisão monocrática, o relator elaborará o relatório e seu voto.
o Também incumbe ao relator determinar os efeitos atribuídos ao recurso: efeito
suspensivo ou devolutivo (este último excepciona‐se os embargos de declaração).
Art. 1.012, caput, CPC. A apelação possui, em regra, efeito suspensivo.
§1º. Excepcionalmente, sem efeito suspensivo. É o caso de situações de
urgência incompatíveis com o efeito suspensivo.
§4º. Em exceção à exceção, admite‐se atribuição de efeito suspensivo
mesmo em casos incompatíveis com o efeito suspensivo. Diante de um
flagrante prejuízo, demonstrando indícios de fraude, caberia esta hipótese
extrema.
§1º. Requerimento de efeito suspensivo: antes mesmo da apelação chegar
ao Tribunal, é possível, em casos urgentes, por petição protocolada
diretamente no Tribunal, pedir o efeito suspensivo ao recurso. Isto torna a
câmara de julgamento preventa.
§3º. Efeito suspensivo a posteriori: também é possível, uma vez distribuído o
recurso no Tribunal e iniciado seu trâmite, se a urgência surgir em momento
posterior à interposição do recurso.
30 de setembro de 2016.
Apelação (continuação)
Efeitos: suspensivo ou devolutivo.
o Ações conexas: é a extensão dos benefícios. Havendo várias apelações em ações
conexas, se numa delas for determinado o efeito suspensivo, seja pela regra da
apelação ou pela exceção da exceção, este aproveita a todas as ações conexas.
o Limites da devolução: o efeito devolutivo, isto é, devolver a matéria para julgamento,
é limitado pelo beneficio que se espera do recurso (reforma ou invalidação).
Fundamentos da decisão: fundamentos não apreciados pelo Juízo de
primeiro grau podem ser invocados no recurso, desde que constante na
argumentação promovida perante o Juízo monocrático. Isso se justifica
porque os fundamentos não são sujeitos à coisa julgada.
“Causa madura” (art. 1013, §3º): é uma exceção ao principio da supressão de instancia. Em
regra, a matéria deve ser apreciada pelo Juízo a quo, e somente depois apreciada pelo Juízo
ad quem. Aplica‐se quando a matéria é limitada a questão de direito ou que não dependa de
dilação probatória.
Fatos novos (art. 1014): é pouco comum, mas possível, que por ocasião da apelação surjam
fatos novos, pautados em documentos ou informações. Em regra a apelação não traz
matéria fática, limitando‐se aos fatos já discutidos, apreciados e julgados em primeira
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instancia. No entanto, se for um fato novo, que o apelante não teve condições de levar à
primeira instancia, porque superveniente ou o documento que o declarava não estava em
seu poder, o Tribunal invalida a sentença e devolve os autos para que seja apreciado no fato
novo no Juízo de primeiro grau.
o Recursos para os Tribunais Superiores: é vedado analise de fatos.
o Entretanto, em sede de apelação, se o fato é novo, é possível a sua análise.
Agravo de instrumento (art. 1.015 e seguintes)
Histórico
o O Agravo sofreu uma série de modificações até assumir sua forma atual, inclusive no
tipo de decisões que impugnava. De origem portuguesa, sempre teve a função de
impugnar decisões intermediárias.
o No CPC1973, o agravo era considerado um gênero, do qual eram espécies:
De instrumento
Retido
Interno (regimental)
Destrancamento
o No CPC2015, a ideia de gênero e espécies de agravo foi extinta, passando existir
recursos autônomos:
Agravo de instrumento (art. 1.015): fundamentação vinculada, hipóteses
urgentes. É protocolado e endereçado diretamente no/ao Tribunal.
Prescinde‐se da petição de interposição, instruído com peças obrigatórias.
Agravo retido: foi extinto no CPC2015.
Agravo Interno
Agravo de Destrancamento
o O agravo de instrumento é um dos recursos mais formalistas que existe. Daí que a
interposição de agravo de instrumento, diretamente no Tribunal, não exige duas
peças, mas é possível faze‐lo: colocam‐se todas as formalidades exigidas na peça de
interposição, para deixar as razões do agravo melhor expostas.
o Qualificam‐se as partes e os advogados, obrigatoriamente, tendo em vista ser a
primeira vez que se dirige àquele Juízo.
o O agravo de instrumento só é cabível nas hipóteses do art. 1.015. Se não estiver
elencada aqui, a decisão não está sujeita à preclusão, e será combatida na apelação,
após a sentença, se for o caso.
Terminologia
Requisitos (art. 1.016):
o Nome das partes
O CPC não fala em qualificação das partes, embora seja devida a qualificação
porque é a primeira peça dirigida àquele Juízo.
o Fatos e fundamentos: o fato impugnado é a decisão interlocutória.
o Princípio da dialeticidade, um novo ponto de vista dos mesmos fundamentos. Pedir a
invalidação da decisão ou a sua reforma.
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o Nome e endereço completo dos advogados constantes do processo: para que se faça
a intimação pelo Diário da Justiça se o procurador não estiver cadastrado no
PROJUDI.
o Peças obrigatórias (art. 1.017): o agravo de instrumento será instruído,
obrigatoriamente, com as seguintes peças:
I. Obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da
petição que ensejou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da
certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a
tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e
do agravado;
As procurações outorgadas aos advogados das partes.
Certidão da respectiva intimação ou qualquer outro documento que
comprove a tempestividade do recurso: os pressupostos recursais,
dentre eles a tempestividade, são verificadas pelo próprio Tribunal.
Petição inicial e contestação: se não houver contestação nos autos,
no caso de revelia, ou antes da defesa do réu, o CPC permite ao
advogado que declare a inexistência dessa peça nos autos.
Facultativamente: qualquer peça e documento já constante do processo, que
o agravante entenda útil ao recurso. Só podem ser juntados documentos
diferentes se forem referentes a fatos novos.
Pagamento das custas e porte de retorno, quando devidos.
Não há porte de remessa, pois o protocolo do agravo de instrumento
é direto no Tribunal, fundamentalmente diferente do porte de
remessa (serviço da Secretaria do Juízo de Primeiro Grau).
Na falta de qualquer peça ou outro documento obrigatório ao agravo de
instrumento, deve o julgador permitir a emenda do recurso.
O agravo, quando o processo é eletrônico, não forma mais instrumento.
Basta o recurso.
06 de outubro de 2016.
Agravo de instrumento (continuação)
Juntada nos autos: pressuposto do ônus da comprovação.
o Por abrir novos autos no Tribunal, o Juízo de primeiro grau deve ser comunicado da
interposição do agravo de instrumento.
o Art. 1.108. Se o processo for físico, o agravo de instrumento interposto deve ser
comprovado ao Juízo de primeiro grau, que é um requisito de admissibilidade (que
existe após o momento da interposição). O prazo é de três dias contados da
interposição.
Se o processo for eletrônico, é facultativa a comprovação.
o Finalidade: o dever de juntar cópia do agravo em primeira instancia teria a finalidade
de:
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Das contrarrazões: como efeito secundário, dá conhecimento ao agravado
do inteiro teor da petição de agravo de instrumento, tendo em vista que
tramita no Tribunal em autos apartados e a intimação do agravado (feita
pelo Tribunal) não é acompanhada de copia do agravo.
Método da retratação: permite ainda ao juiz a quo o juízo de retratação.
o É ônus do agravado informar ao Tribunal que o agravante não juntou cópia do
agravo de instrumento em primeiro grau, em preliminar de contrarrazões.
Julgamento monocrático
Requisição de informações
Contrarrazões
o Juntada de documentos: desde que sejam documentos novos. É pouco comum, mas
é possível que nas contrarrazões seja possível a juntada de novos documentos.
Preferencia de julgamento (art. 946): se houver agravo de instrumento e apelação para
serem julgados, o agravo de instrumento será julgado antes.
o Prejudicialidade: depende do caso concreto, mas é possível o agravo de instrumento
ser questão prejudicial da apelação.
Ex.: indeferimento de justiça gratuita (decisão interlocutória agravada) e
posterior extinção (sentença apelada). Nesse caso, a apelação se confunde
com a fundamentação do agravo.
o Julgamento da causa
Prazo para julgamento (art. 1º e 2º)
Agravo interno
Art. 1.021.
Terminologia: o agravo é interno porque cabível dentro de um Tribunal, contra as decisões
do relator.
o Na prática forense, ainda é amplamente conhecido pelo nome “Agravo Regimental”,
porque previstos no Regimento Interno de cada Tribunal.
o O Regimento Interno não pode criar normas processuais – competência legislativa
exclusiva da União – mas é permitido regulamenta‐las sem contrariar a Lei Federal.
Tudo que é processo é lei federal. Procedimentos ainda podem ser
regulamentados pelos Estados.
Cabimento: agravo interno impugna qualquer decisão de relator, em qualquer tipo de
recurso.
Finalidade: garantia de aplicação do principio da colegialidade.
o Ex.: o art. 932 permite ao relator julgar monocraticamente.
o É um recurso obrigatório para acessar os Tribunais Superiores.
o Também proporciona juízo de retratação ao relator.
Dever de fundamentação do agravante (§1º): é necessário, assim que o agravante enfrente a
decisão monocrática, impugnando seus fundamentos. Não basta simples pedido de
reconsideração ou repetição dos fundamentos do anterior.
Endereçamento
Prazo
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Método da retratação: só pode acontecer após a oportunidade das contrarrazões. Depois de
apresentadas, ou esgotado seu prazo, o relator poderá se retratar.
Dever de fundamentação do relator (§3º): ao mesmo tempo que o CPC impõe o dever de
fundamentação do agravante, o relator também deve enfrentar a matéria exposta no agravo
interno.
Má‐fé do agravante (§4º)
o Multa: de litigância de má‐fé. Se não houver fundamentação no agravo interno, e
ficar configurada o caráter protelatório, fixa‐se multa de 1 a 5% sob o valor da causa.
o Condicionante dos recursos seguintes: enquanto não paga, não se pode interpor
REsp ou RE.
Exceção: Fazenda Pública e Justiça Gratuita, que pagarão ao final.
Inclusão em pauta (§2º): a inclusão em pauta é dar conhecimento, divulgar a data, intimando
as partes e aplicando o principio da publicidade do processo. É novidade no CPC.
Possibilidade de sustentação oral (art. 937, §3º): no CPC atual, no agravo interno, é possível
sustentação oral nas ações de competência originária.
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