Você está na página 1de 4

Teoria Geral das Provas (art.

155 até 157 do CPP)

1. Prova: todo e qualquer elemento, analisado sob o contraditório e ampla defesa em


processo penal, que se leva ao conhecimento do Juiz para tentar convencê-lo. As provas
colhidas no inquérito policial, como não passou pelo crivo de contraditório e ampla
defesa, não há que se falar em provas mas sim em elementos de informação. Por isso
que os elementos colhidos em fase de IP não podem ser embasar a condenação, exceto
as provas cautelares, não repetíveis e antecipadas(nas provas antecipadas já há
contraditório e ampla defesa), desde que passem pela contraditório e ampla defesa e
pelo análise de legalidade do juiz.
a. Princípio da Busca da verdade real: utilização dos meios necessários para que
revelem a verdade dos fatos ocorridos.
b. Princípio da liberdade da produção das provas: não se está restrito a área do
direito, tendo uma liberdade ampla para a produção de provas, porém não
ilimitada
2. Destinatário
a. Imediato: Juiz(autoridade judiciária)
b. Mediato: partes
3. Meios de prova: as provas podem ser coletadas/produzidas de diversas formas, se
classificando em provas nominadas e provas inominadas.
a. Objeto de prova: aquilo que precisa ser provado ou seja o que é preciso provar
b. Objeto da prova: fato criminoso
4. Dispensa probatória
a. Direito Federal: o direito federal não precisa de prova. O direito
estadual/municipal o juiz não está dispensado, tenho que ser provado pela
parte que alega.
b. Fatos Notórios: fato que uma população razoavelmente informada tem
conhecimento. Ex: feriado de natal.
c. Fatos axiomáticos: são os fatos autoexplicativos. Ex: caminhão que passa por
cima da cabeça do ciclista. Não há necessidade de que se prove o nexo causal
da morte.
d. Presunções: fato novamente que poderá ser legitimado pelo conhecimento do
povo ou da lei. Presunção legis (presunção absoluta): imputabilidade de menor
de 18 anos. Presunção relativa(presunção hominus) esta admite prova em
contrário.
e. Fatos inúteis: fatos que não são relevantes para o constatação do
crime/convencimento do magistrado.
5. Direito Consuetudinário: os costumes. Não está dispensado de se provar os costumes.
6. Direito Alienígena: direito que extrapola os limites do Brasil. Necessita ser provado!
7. Fatos incontroversos: fatos que não há mais discussão acerca do acontecimento. Fato
que não houve controvérsia de terceiro. MESMO ASSIM NECESSITA SER PROVADO,
DIFERENTEMENTE DO QUE OCORRE NO DIREITO PROCESSUAL CIVIL.
8. Estado Civil: só é admitida prova através de certidão!
9. Ônus da prova: quem tem o ônus de provar, em regra é quem alega.
a. Juiz em regra é regido pelo princípio da inércia, mas por características
relevantes e urgentes sempre que houver necessidade, adequação e
proporcionalidade pode atuar ativamente, tanto no IP quanto no Processo
Penal, ex officio ou quando provocado pode solicitar produção de provas.
10. Sistemas de Apreciação das Provas: Existem 3 grandes sistemas de apreciação da prova
a. Persuasão Racional: sistema da livre convicção motivada. É preciso sempre
fundamentar sua convicção.
b. Íntima Convicção: regimento o júri popular. Basta que o órgão julgador tenha
íntima convicção, não necessitando de fundamentar sua decisão.
c. Verdade de Legislação
11. Classificação das Provas: se quebra de várias formas
a. Quanto ao objeto:
i. Prova direta: prova que possui relação direta com o próprio fato.
ii. Prova indireta: fato alheio, não relacionado diretamente com o crime.
b. Quanto forma:
i. Testemunhal: a pessoa que teve contato de alguma forma sensorial
com o fato criminoso, direta ou indiretamente.
ii. Documental: proveniente de documentos. Documento de caráter
público ou particular.
iii. Material: aquela prova de objeto, proveniente do crime
c. Quanto ao valor:
i. Plena: prova que gera uma certeza, confirma que houve o fato
criminoso. Ex: faca com sangue da vítima
ii. Não plena: prova que traz vestígios, uma hipótese relacionada não
diretamente a ocorrência de um crime.
d. Quanto ao Sujeito:
i. Prova Real: prova proveniente de um objeto
ii. Prova pessoal: prova proveniente de uma pessoa.
e. Previsão legal: tendo em vista que o código processual penal não abarcou todos
os meios de provas existentes, tem-se a classificação das provas em:
i. Nominadas: provas que estão tipificadas em lei. O código de processo
penal prevê as provas e os nomes de tais meios de prova.
ii. Inominadas: não foi prevista no ordenamento jurídica. È legítima
mesmo não tendo previsão em lei quando não contrariar a moral e os
bons costumes.

Hierarquia das Provas? Não existe hierarquia entre as provas, cabendo o Juiz
entender e fundamentar a escolha dos meios de prova.

f. Quando a legalidade
i. Provas idôneas: provas que muitas vezes colhidas no Inquérito Policial
e passam por todo processo para adequação e legitimação da prova,
não contrariando os modos de produção de prova.
ii. Provas Ilícitas(ilegais e ilegítima) provas que contrariam os modos de
produção. A prova ilegal apresenta um vício de cunho material, vício
relativo a lei ou um princípio(direito material). Já a prova ilegítima trata-
se de prova que viola o direito processual, ou seja, um vício formal.

Pode-se usar provas ilícitas?

Art.157 – a regra é que as provas ilícitas são inadmissíveis no processo penal, devendo
ser desentranhadas e destruídas do processo. A destruição das provas ilícitas é
obrigatória. Porém é facultado as partes presenciar o ato de destruição.
Exceções à Vedação do uso de provas ilícitas:

 Teoria da Proporcionalidade: mais vale um culpado solto do que inocente


preso. Pode-se utilizar a prova ilícita na hipótese que essa prova for a única
possível para inocentar o réu.
 E as provas que derivam da ilícita? Aplica-se a teoria das frutos da árvore
envenenada, sendo que as provas derivadas das ilícitas também serão
inadmissíveis. MAS, PORÉM, TODAVIA, ENTRETANTO, CONTUDO. Existem 2
exceções:
o Descoberta inevitável: quando a descoberta da prova se daria de
qualquer forma independente da tortura para se chegar a prova
pretendida. Deve-se observar que não há nexo causal entre a prova e o
meio ilícito de sua obtenção, pois de qualquer forma se chegaria em tal
prova.
o Prova absolutamente independente: quando há duas provas, sendo
uma delas licita e a outra ilícita, convergindo para a obtenção da prova
deve-se observar que se fosse retirado a prova ilícita, ainda assim
chegaria a prova pelo meio lícito.

Prova Emprestada: pode-se emprestar uma prova colhida no processo penal para
embasar uma ação de indenização material no campo civil? Sim, desde que respeitados
alguns requisitos:

 Prova deve versar sobre os mesmos fatos


 Prova deve versar sobre as mesmas partes
 A prova deve ser lícita
 A prova deve ser exposta ao crivo do contraditório e da ampla defesa

Não se pode emprestar prova produzida no Inquérito Policial, pois a mesma não é prova
sendo somente Elementos de informação.

Provas em Espécie(art. 158 – 250)

1. Juiz não detém todo o conhecimento de todas as áreas. Para auxiliá-lo ele tem ao seu
lado peritos, chamados peritos oficiais. Perito oficial: de acordo com o CPP, será
realizado por Perito oficial portador de diploma de curso superior – basta ter uma
graduação. O CPP ainda dá a hipótese de a perícia ser realizada por perito não oficial(ad
hoc) desde que realizados por 2 peritos não oficiais com diploma preferencialmente
com habilitação técnica.
2. Laudo Pericial: é o instrumento oficial que formaliza e concretiza a realização da perícia.
a. Prazo para realização da perícia: 10 dias, prorrogável a pedido do perito.
b. Partes do Laudo:
i. Preâmbulo
ii. Quesitos – são perguntas realizados ao Perito Oficial. Poderá perguntar:
MP; Assistente da Acusação; Ofendido/Acusado; Querelante. Pode-se
fazer até a realização da diligência.
iii. Histórico: as vezes chamado de esboço fático
iv. Descrição: a descrição e a discussão são chamados de esboço crítico –
2º etapa do laudo.
v. Discussão
vi. Conclusão:
vii. Resposta aos Quesitos: não é a última fase do laudo pericial. A
Assinatura do perito oficial é a ultima fase.
3. Assistente técnico(art. 159)
a. Particular que é indicado pelo MP, assistente de acusação, ofendido/acusado,
querelante.
b. Atuação: admitidos pelo juiz, somente ocorre na fase de processo judicial/ação
penal.
c. Perícia: a perícia realizada por assistente técnico deverá realizar em ambiente
oficial e na presença de perito oficial.

Aqui é diferente. O laudo pericial é produzido apenas por agentes de cunho oficial. O
assistente técnico produz um parecer. Caso haja algum ponto obscuro sobre seu parecer
será dado um prazo de 10 dias para executar um laudo complementar.

Divergência entre os Peritos(art.180): ele poderá nomear 3º perito para nova prática.

Momento de perícia: em qualquer dia ou em qualquer hora em qualquer lugar. Local do


crime não deverá ser alterado, sendo devidamente isolado para manter a idoneidade.

Precatória: carta precatória para outra comarca a fim de que seja realizada lá a perícia.
Juízo deprecante(que manda a carta precatória) e o juízo deprecado(juízo a que se
destina). Quem nomeia o perito será o juízo deprecado. Os quesitos deverão ser
dispostos no corpo da carta precatória.

Juiz não fica vinculado ao laudo pericial. O sistema de apreciação do laudo brasileiro é o
chamado sistema de apreciação liberatório podendo o juiz rejeitar no todo ou em parte.

Aula 04.

Você também pode gostar