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STAR WARM

SONGBOOK
VOA, VOA (Quinta do Bill)

Introdução : Sol Lá# Dó Sol

Solo : Sol Dó Ré# Ré


Sol Ré# Ré (2x)

Sol Sim
Sou mal amado, mas sei amar
Ré# Ré Sol
O que tu tens para me dar.
Sim
Trago na boca o coração,
Ré# Ré Dó
Preso nos versos desta canção.

Refrão :
Sol Sim
Sinto-me tão leve que não posso acreditar,
Mim Dó
Voa, voa, voa. (Bis)

Solo : Sol Dó Ré# Ré Sol

Sol Sim
Ainda agora aqui cheguei,
Ré# Ré Sol
E mil mulheres eu já amei.
Sim
Mas o destino não é ficar,
Ré# Ré Dó
E parto em busca de outro lugar.

Sol Sim
Sinto-me tão leve que não posso acreditar,
Mim Dó
Voa, voa, voa. (Bis)

105
Cancioneiro
A FISGA (Rio Grande)................................................................................. 1
Falou-me então daquele dia triste,
O velho Luís; A NOITE (Sitiados, versão Resistência) .................................................... 2
Em que deixara tudo quanto existe,
P'ra fazer feliz; A NOSSA VEZ (Delfins)....................................................................... 3
A noiva, a mãe, a casa, o pai
E o cão também. AMANHÃ É SEMPRE LONGE DEMAIS (Rádio Macau)..................... 4

Pensando agora naquela cena APRENDER A SER FELIZ (Pólo Norte)......................................... 5


Que tão estranha vi;
AQUELE INVERNO (Resistência) .................................................. 6
Recordo a mágoa, recordo a pena,
Que com ele vivi; ASAS (ELÉCTRICAS) (G.N.R.)........................................................... 8
Bom português
Regressa breve e vem de vez ! BRINCANDO COM O FOGO (Rita Guerra e Beto)................... 9

Caçador de Sóis [Ala dos Namorados]...................................................... 10

Cada Lugar Teu [Mafalda Veiga] ............................................................. 12

CAIS (G.N.R.)............................................................................................ 13

CANTO MOÇO (Zeca Afonso).......................................................... 14

Carta [Toranja] ........................................................................................... 15

CHICO FININHO (Rui Veloso)........................................................ 18

Chuva [Mariza] ........................................................................................... 19

CHUVA DISSOLVENTE (Xutos & Pontapés)....................................... 20

CINDERELA (Carlos Paião) ..................................................................... 22

CIRCO DE FERAS (Xutos & Pontapés) ................................................. 24

DEIXA-ME OLHAR (Além-Mar) ..................................................... 25

DIZ-LHE QUE NÃO (Lúcia Moniz)................................................. 26

DUNAS (G.N.R.) ........................................................................................ 27

104 EFECTIVAMENTE (G.N.R.)................................................................... 28


EU GOSTO É DO VERÃO (Fúria do Açúcar) ............................. 29

FADO (Heróis do Mar, versão Resistência) ............................................ 31 VERDE VINHO (Paulo Alexandre)

Fado do Encontro ........................................................................................ 32

FEITICEIRA (Luís Represas) .................................................................. 34


Lám
FILHOS DA NAÇÃO (Quinta do Bill) .................................................... 35 Ninguém na rua na noite fria,
Sol7 Dó
Foi Feitiço [André Sardet].......................................................................... 36 Só eu e o luar;
Voltava a casa quando vi que havia
GRITO (Pólo Norte) .................................................................................. 38 Fá Sol
Luz num velho bar.
HOMEM DO LEME (Xutos & Pontapés)................................................ 40 Lám
Não hesitei,
LONGE DE TI (Império dos sentidos) .................................................... 42 Sol Lám
Fazia frio e nele entrei.
Lume [Mafalda Veiga]................................................................................ 43
Estando tão longe da minha terra
MENINO (Quinta do Bill) ......................................................................... 45 Tive a sensação,
De ter entrado numa taberna
MOMENTO FINAL (Santos & Pecadores) ............................................ 46 De Braga ou Monção;
E um homem velho se acercou
NÃO HÁ ESTRELAS NO CÉU (Rui Veloso) .......................................... 48 E assim falou :

NÃO SEI SE MEREÇO (Alcoolémia).............................................. 50 Refrão :



NÃO SOU O ÚNICO (Xutos & Pontapés, versão Resistência) ............. 51 Vamos brindar com vinho verde

NÃO VOLTAREI A SER FIEL (Santos & Pecadores) ............ 54
Que é do meu Portugal
NÃO VOU FICAR (Delfins)................................................................ 55 Sol
E o vinho verde me fará recordar
NASCE SELVAGEM (Resistência) ................................................ 58 Dó Dó7
A aldeia branca que deixei atrás do mar.
O Menino do Piano [Mafalda Veiga] ........................................................ 59 Fá
Vamos brindar com verde vinho
Oiça lá ó senhor vinho (Amália Rodrigues)....................................... 60 Dó
P'ra que possa cantar, canções do Minho
OLHOS CASTANHOS (Francisco José)...................................... 61 Sol
Que me fazem sonhar,
OS VAMPIROS (Zeca Afonso) ........................................................ 62 Lám Sol Lám
Com o momento de voltar ao lar.
PAIXÃO (Rui Veloso)................................................................................ 63

PEDRA FILOSOFAL (Manuel Freire) ................................................... 66 103


POR QUEM NÃO ESQUECI (Sétima Legião)............................. 69

PORTO CÔVO (Rui Veloso) .................................................................... 71

PORTO SENTIDO (Rui Veloso)....................................................... 74

POSTAL DOS CORREIOS (Rio Grande) ....................................... 77

QUANDO SE PERDE ALGUÉM (Santos & Pecadores) ......... 78

A QUEDA DE UM ANJO (Delfins) ................................................... 79

QUEDA DO IMPÉRIO (Vitorino) ..................................................... 83

Restolho [Mafalda Veiga] ........................................................................... 84

SANGUE OCULTO (G.N.R.) .............................................................. 86

SE TE AMO (Quinta do Bill)..................................................................... 88

SEI DE UMA CAMPONESA (Rui Veloso) ..................................... 89

SETE MARES (Sétima Legião) ................................................................ 90

SOU COMO UM RIO (Delfins).......................................................... 91

TERNURA DOS 40 (Paco Bandeira) ....................................................... 92

TIMOR (Resistência) ................................................................................. 95

TIMOR (Trovante) .................................................................................... 97

TIRANA (G.N.R.) ...................................................................................... 99

TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÉM (Zeca Afonso) .................... 100

VERDE VINHO (Paulo Alexandre)....................................................... 103

VOA, VOA (Quinta do Bill) .................................................................... 105

102
Aqueles,
Aqueles que ficaram,
(Em toda a parte todo o mundo
tem).
Em sonhos me visitaram,
Traz outro amigo também.
Em sonhos me visitaram,
Traz outro amigo também.

Lá Ré Lá

101
A FISGA (Rio Grande)

TRAZ OUTRO AMIGO TAMBÉM (Zeca Afonso) Dó


Trago a fisga no bolso de trás,
Sol7
Introdução : Lá Ré Lá E na pasta o caderno dos deveres;
Mestre-escola, eu sei lá se sou capaz
Lá Dó
Amigo, De escolher o melhor dos dois saberes.
Ré Dó
Maior que o pensamento, O meu pai diz que o Sol é que nos faz,
Dó Lá Fá
Por essa estrada amigo vem, Minha mãe manda-me ler a lição;
Sol Lá Lá7 Rém Sol7
Por essa estrada amigo vem. Mestre-escola, eu sei lá se sou capaz,
Ré Lá Dó
Não percas tempo que o vento Faz-me falta ouvir outra opinião.
Dó Mi Lá Lá7 Mi Lám
É meu amigo também. Eu até nem sequer sou mau rapaz,
Ré Lá
Mi Lá7
Não percas tempo que o vento
Com maneiras até sou bem mandado;
Dó Mi Lá
Rém Sol7
É meu amigo também.
Lá Ré Lá
Mestre-escola diga lá se for capaz,

Em terras,
Em todas as fronteiras, P’ra que lado é que me viro, p’ra que lado?
Seja benvindo quem vier por bem. Dó
Se alguém houver que não queira, Trago a fisga no bolso de trás
Trá-lo contigo também. Sol7
Se alguém houver que não queira, E na pasta o caderno dos deveres
Trá-lo contigo também. Mestre-escola, eu sei lá se sou capaz

Lá Ré Dó Lá Sol Lá De escolher o melhor dos dois saberes.
Ré Lá Dó Mi Lá Dó
O meu pai diz que o Sol é que nos faz

Minha mãe manda-me ler a lição
Rém Sol7
Mestre-escola, eu sei lá se sou capaz

Faz-me falta ouvir outra opinião.

100

1
A NOITE (Sitiados, versão Resistência)

Introdução : Ré Mim Sol Ré (2x) TIRANA (G.N.R.)


Mim
Ela sorriu, Introdução : Dó Mim Lám Sol
Sol Ré Lám Dó Fá Sol
E ele foi atrás;
Mim
Ela despiu-o, Dó Mim Lám
Sol Ré Tirana é um lugar, quem sabe
E ela o satisfaz. Sol
Difícil de encontrar.
Passa a noite, Fá Dó
Passa o tempo devagar; É tirar à sorte e dar,
Já é dia, Fá Sol
Já é hora de voltar. Avançar retirar.
Refrão : Tirana é uma menina, foi
Muito sedutora.

Atirar à sorte p’ró ar,
Aqui ao luar,
Sem o intuito de acertar .
Mim
Ao pé de ti,
Refrão :
Ao pé do mar;
Dó Fá
Sol
2 3 6, multiplicar, somar,
Só o sonho fica, Lám Sol
Ré Carne p´ra canhão, despir, investir.
Só ele pode ficar. (Bis) 3 2 1, é só subtrair,
Ela sorriu, Aprender a dividir para poder reinar.
E ele foi atrás;
Ela despiu-o, Tirana é sofrimento, foi!
E ela o satisfaz. É ferida e unguento.
Tirana é sincera,
Passa a noite, Mas só por um momento.
Passa o tempo devagar;
Já é dia, Tirana é bom nome, foi
Já é hora de voltar. Para quem não sentiu fome.
Se ela ainda te enganar,
Refrão (2x) Não vais partir e podes cá ficar.

Refrão (2x)

99

2
A NOSSA VEZ (Delfins)

Que não tiveste, Ré


Ceifando os filhos A nossa vez, há-de chegar,
Que não são teus. Mim
Nobre Soldado A nossa voz, há-de cantar,
Nunca sonhaste Sol Ré
Ver uma espada Por tanto que há por dizer.
Na mão de Deus.
As nossas mãos hão-de se unir,
Da cruz se faz Não há idade p’ra conseguir;
Uma lança em chamas, Que o tempo fale por nós.
Que sangra o céu
No Sol do meio-dia. Dó Sol
Do meio dos corpos Vem, que o mundo inteiro,
A mesma lama, Ré Si7
Leito final
Vai saber, vai ouvir.
Onde o amor nascia.
Dó Sol
Vem, o que é preciso
Ré Si7
É vencer, p’ra cantar.

Não tenhas medo do que há-de vir,


Que a vida escolhe quem quer seguir;
Que o vento chama por nós.

Vem, que o mundo inteiro,


Vai saber, vai ouvir.
Vem, o que é preciso
É vencer, p’ra cantar.
Dó Sol Ré Si7
Lá, lá . . . e o vento soprará por nós...
Dó Sol Ré Si7
Lá, lá . . . e o vento cantará...
Dó Sol Ré Si7
Lá, lá, lá . . .

98

3
AMANHÃ É SEMPRE LONGE DEMAIS (Rádio Macau)

Dó Sol TIMOR (Trovante)


Pela janela mal fechada
Fá Ré
Entra já a luz do dia Mi
Dó Sol Lavam-se os olhos
Morre a sombra desejada Lá Mi
Fá Ré Nega-se o beijo
Numa esperança fugidia Lá Mi
Do labirinto
Dó Sol Fá# Si
Foi uma noite sem sono Escorre-se um mar.
Fá Ré Lá
Entre saliva e suor No cais deserto
Dó Sol Mi
Com um travo de abandono Fica o desejo
Lá Fá#
Fá Ré
Da terra quente
E gosto a outro sabor
Lá Mi
Refrão:
Dó Sol
Por conquistar.
Dizes-me até amanhã
Nobre Soldado

Que vens senhor
Que tem de ser que te vais Por sobre as asas
Ré Do teu dragão.
Porque amanhã sabes bem Beijas os corpos
Dó Num chão queimado
É sempre longe demais Nunca serás
Acendo mais um cigarro O nosso perdão.
Invento mil ideais
Só que amanhã, sei-o bem Refrão :
É sempre longe demais Mi Lá Mi
Ai Timor, calam-se as vozes
Pela janela mal fechada Lá Mi Dó#dim/Mi
Chega a hora do cansaço Dos teus avós
Vai-se o tempo desfiando Do#m Sol#7 Lá Dó#m
Em anéis de fumo baço. Ai Timor, Se outros calam,
Si Lá
Cantemos nós.

Salgas os ventres
97

4
APRENDER A SER FELIZ (Pólo Norte)

Andam lá sem descansar, Introdução : Lá Dó#m Sim Mi (2x)


Nas montanhas a lutar Lá Dó#m
Iluminam todo o mar de Timor. Andar, nesta estrada,
Sim
Repetir "Refrão 1" e "Refrão 2" Por caminhos incertos,

Tão longe e tão perto,
Mi
Do que eu quero ser.
Cantar uma balada,
De sonhos despertos,
E braços abertos,
Para te receber.
Fá Sol Dó Lám
Mas na verdade, estou aqui para te sentir
Fá Mi
Para te ver a sorrir.

Lá Mi Ré
Estou a aprender a ser feliz,
Lá Mi Ré
Aquilo que eu vou ser ninguém me diz.
Lá Mi Ré
A guitarra que só toca por amor,
Lá Mi Ré
Não acalma o desejo nem a dor.
Bem vês, companheira,
Eu parto sozinho,
Percorro o destino
Às vezes sem querer.

Talvez, também queira,


Cantar-te baixinho,
Dar-te o meu carinho,
E tudo esquecer.

96

5
AQUELE INVERNO (Resistência)

Introdução : Sol Dó TIMOR (Resistência)


Sol
Há sempre um piano,
Lám Introdução : Lá Sim Ré Lá
Um piano selvagem;
Sol Lá
Que nos gela o coração, Andam lá sem descansar,
Lám Nas montanhas a lutar,
E nos traz a imagem. Sim Ré Lá
Dó Iluminam todo o mar de Timor.
Daquele Inverno, Lá
Nas montanhas sem dormir, uma luz a resistir
Lám
Sim Ré Lá
Aquele inferno.
Arde sem se apagar em Timor.
Há sempre a lembrança,
Refrão 1 :
De um olhar a sangrar;
Ré Sim Lá
De um soldado perdido,
Andorinha de asa negra,
Em terras do ultramar. Sim Ré Lá
Por obrigação, Se o teu voo lá passar,
Naquela missão. Ré Sim Lá
Refrão : Faz chegar um grande abraço,
Sol Sim Dó Lám Sim Ré Lá
Combater na selva, sem saber porquê. Dá saudades a Timor.
Sol Sim Dó Lám Eles não podem escrever,
E sentir o inferno de matar alguém. Porque vão a combater,
Dó Ré Dó Ré Vão de manhã defender, a Timor.
E quem regressou, guarda a sensação, As crianças a chorar, não as posso consolar
Dó Ré Que eu nunca cheguei a ver, a Timor.
Que lutou numa guerra,
Sol Refrão 2 :
Sem razão, sem razão. Andorinha de asa negra
Vem ouvir o meu cantar.
Há sempre a palavra, Faz chegar um grande abraço,
Sem noticias de Timor.
Nunca mais hei-de voltar ,
Já não posso lá voltar,
A palavra nação; À idade de lembrar a Timor.
Que os chefes trazem e usam,
Para esconder a razão.
Da sua vontade, 95

6
Daquela verdade.

E para eles aquele inverno,


Será sempre o mesmo inferno;
Que ninguém poderá esquecer,
Ter de matar ou morrer.
Ao sabor do vento,
Naquele tormento.
Perguntei ao céu : “Será sempre assim?”
Poderá o inferno, nunca ter um fim.
Não sei responder, só talvez lembrar,
O que alguém que voltou, vem contar,
Recordar...recordar...

94

7
ASAS (ELÉCTRICAS) (G.N.R.)

Introdução : Dó Fá Sol Fá Os discos que não toquei,


Ré Mim Os poemas que não li,
Dó Fá Quando penso o que passei, Os filmes que nunca vi,
As asas servem p’ra voar, Lá7 Ré As canções que não cantei.
Sol Dó Fronteiras de solidão,
P’ra sonhar ou p’ra planar, Sim Sol Meus amigos,
Lám Tinha para dar e não dei, Importante é o sorriso,
Visitar, espreitar, Para seguir viagem,
Fá Sol Lá7 Com a coragem, que é preciso.
Espiar mil casas do ar. Olhei para mim e pensei,
Ré Não adianta,
Dó Fá Não tenho nada na mão. Deitar contas à vida,
As asas não se vão cortar, A ternura dos quarenta
Tive o tempo e não senti, Não tem conta nem medida.
Sol Dó
Tive amores e não amei,
Asas são para combater,
Os amigos que perdi,
Lám
E as loucuras que vivi,
Num lugar infinito,
São tantas que já não sei.
Fá Sol
Num arco para expirar o ar.

Asas São P’ra Proteger, Quem eu era?
Te pintar, não te esquecer, Ré
Visitar-te, olhar, Quem sou e quem pareço?
Espreitar-te bem alto do ar. Sol
Se alguém hoje me espera,
Refrão: Lá7 Ré
Fá Dó Com certeza que mereço.
E só quando quiseres pousar, Mereço ainda,
Lám Ré Amor a tua presença,
A paixão que te roer, Para enfrentar a vida
Fá Dó Com a ternura dos Quarenta.
É um amor que vês nascer,
Lám Ré Foram tantas as idades
Sem prazo e idade de acabar. Da vida que atrás deixei,
Fá Dó Não quero sentir saudades,
Não há mais para te prender, Vou em outras amizades,
Lám Ré Amar o que não amei.
Aconteça o que acontecer
Os copos que não bebi,

93

8
BRINCANDO COM O FOGO (Rita Guerra e Beto)

TERNURA DOS 40 (Paco Bandeira) Dó


Vem no fim da noite sem avisar,
Dança no silêncio do teu olhar,
Sol Lám
A chamar por mim, a chamar por mim.

Chega com a brisa que vem do mar,


Brinca no meu corpo a desinquietar,
Como arlequim, como arlequim.

Refrão :
Lám
Chega quando quer e não quer saber,
Nem do mal que fez ou que vai fazer,
Sol Fá Sol
É um bem que faz, querer ou não querer.
Fá Sol Lám Fá Sol
Chega assim...Cavaleiro andante,
Mim Fá Mi
Louco e triunfante como salteador.
Fá Mim Lám Sol
P´ra no fim nos deixar a contas,

Com as palavras tontas,
Mi Lám
Que dissemos por amor.

E eu que jurei nunca mais cair,


Nesses teus "ardis" nunca mais seguir,
Esse teu olhar, esse teu olhar.
De nada nos vale tentar fingir,
Para quê negar ou se quer fugir,
Desse mal de amar, desse mal de amar.

Refrão

92

9
Caçador de Sóis [Ala dos Namorados]

CGCG SOU COMO UM RIO (Delfins)


E Ré Sol
GD Eu sempre gostei de ti,
C G Ré Sol
Pelo céu ás cavalitas Eu sempre te conheci,
C G Lám Mim Ré
Escondi nos teus caracóis Nunca pensei que me deixasses só.
E Rém Sol
- Eu sempre te procurei,
G Rém Sol
A estrela mais bonita Eu nunca te abandonei,
D Lám Ré Sol
Que eu já vi Nunca pensei que te sentisses só.
C G Refrão :
Eu cresci com o encanto Dó Ré
C A7 Sou como um rio
De ser caçador de sois Sol Mim
Que vive só para ti.
C G
Dó Ré Mim
Eu já corri tanto tanto
Correndo só para te ver.
D
Dó Ré
Para ti
Sou como um rio
Sol Mim
C G Que acaba ao pé de ti.
Fui um príncipe encantado Dó
C G Foi sempre assim
Montado nos teus joelhos Ré Sol
E Gostar de ti.
- Ré Sol Ré Sol Lám Mim Ré
G Rém Sol
Um eterno enamorado Porquê que tudo acabou
D Rém Sol
A valer O que é que para ti mudou
C G Lám Ré Sol
Lancelote de algibeira E agora tenho de viver sem ti.
C A7
Mas segui os teus concelhos Refrão
C G
Pra voltar a tua beira
D G
E ser o que eu quiser 91

10
D7 C
SETE MARES (Sétima Legião) Os teus olhos foram esperança
G
Os meus olhos girassóis
Dó Ré Sol Dó D7 C
Tem mil anos uma história Fomos onde a vista alcança
Ré Mim Sol Dó E-
De viver a navegar; Da nossa janela
Ré Sol Dó C G
Há mil anos de memórias a contar, Já deixei de ser criança
Sol Dó C A7
Ai cidade à beira mar, E tu dormes a lareira

C G
Ao Sul.
Ainda sinto a minha estrela
D G
Se os mares são só sete,
Nos teus caracóis
Há mais terra do que mar;
Voltarei amor com a força da maré,
CGCG
Ai cidade à beira mar,
Ao Sul. E
Refrão : GD
Sol Dó C G C A7 C G D G
Hoje, no vento do Norte,
Sol Refrão 2x
Fogo de outra sorte,

Sigo para o sul, sete mares. (Bis)

Dó Ré Sol Dó
Foram tantas as tormentas,
Ré Mim Sol Dó
Que tivemos de enfrentar;
Ré Sol Dó
Chegarei amor com a volta da maré,
Sol Dó Ré
Ai troquei-te por um mar, ao Sul.

Refrão (3x)

90

11
Cada Lugar Teu [Mafalda Veiga]

C/E F C/E F SEI DE UMA CAMPONESA (Rui Veloso)


Sei de cor cada lugar teu Ré
C/E F C/E Am Sei de uma camponesa,
atado em mim, a cada lugar meu Mim Lá
G G#º Bº F/C Sem campo, sem quintal,
tento entender o rumo que a vida nos faz tomar Ré Mim Lá
A7/C# Dm Que canta debruçada ao Sol da seara,
tento esquecer a mágoa Sim Fá#m Sim Fá#m Mim Lá
F G Trigo da cara, de suor tão debulhada . . .
guardar só o que é bom de guardar
Pensa em mim protege o que eu te dou Ré
Eu penso em ti e dou-te o que de melhor eu sou Sei de uma camponesa,
sem ter defesas que me façam falhar Mim Lá
nesse lugar mais dentro Dança à noite na eira,
onde só chega quem não tem medo de naufragar Ré
Perfumada de avenca e feno,
Fica em mim que hoje o tempo dói Mim Lá
como se arrancassem tudo o que já foi Enfeitada de tomilho,
e até o que virá e até o que eu sonhei Sim Fá#m
Canta com a expressão
diz-me que vais guardar e abraçar
Sim Fá#m
tudo o que eu te dei
De quem vai ter um filho,
Mim Lá
Dm C/E G
Mesmo pelo coração . . .
Mesmo que a vida mude os nossos sentidos
C/E F Am

e o mundo nos leve pra longe de nós Sei de uma camponesa,
Dm C/E G Mim Lá
e que um dia o tempo pareça perdido Nunca enche esta cidade,
Am G Ré
e tudo se desfaça num gesto só Nunca se senta à minha mesa,
Mim Lá
Eu vou guardar cada lugar teu Nunca me leva à sua herdade
ancorado em cada lugar meu Sim Fá#m Sim Fá#m
e hoje apenas isso me faz acreditar Pr'ouvir um trocadilho, p’ra tornar realidade
que eu vou chegar contigo Mim Lá
onde só chega quem não tem medo de naufragar Um sonho que perfilho.

89

12
CAIS (G.N.R.)

SE TE AMO (Quinta do Bill)


Sol Ré Mim
Introdução : Dó Fá (6x) Quando um barco tem pés para andar,
Dó Fá Dó Dó Mim Ré Sol
Nada em terra e céu, nos pode ensinar as ondas só vêm chatear.

O que vai na alma Refrão 1 :
Dó Fá Mim Ré Sol Dó
De alguém que recusa deitar sobre o chão. Lá no fundo do mar imundo imenso sais,
Dó Fá Mim Ré Sol Dó
Eu não. Oh(!) Neptuno e as tuas sereias sensuais,
Refrão : Ré
Dó Lám Mim E vendes o cais.
Ooooooooh, se te amo,
Fá Quando um barco se está para afundar,
Se não tenho.
E só esses ratos não o quiserem abandonar.
Dó Lám Mim
Quando a maré negra chegar,
Ooooooooh, a vergonha
E não houver ninguém para o crude limpar.

De o dizer.
Refrão 1
Dó Fá (2x)
Refrão 2 :
Dó Fá Dó
Nunca esse acaso ou lei eu entendi, Sol Ré
Fá Se o pescado morre ao lado,
O homem que em vão se agita, Mim
Dó Fá Se ainda se ama o mar salgado,
Tão perto do mundo, tão longe de Deus, Dó Ré Sol
Dó Fá
Eu não. Então é ver no cinema se ainda há
Lodo no cais.
Dó Lám Mim
Se o mercado impera e somos todos iguais,
Oooooooooh, se te amo, Muito cuidado quando escorregas
Fá Sempre cais.
Se não tenho. Refrão 1 e 2
Dó Lám Mim Se o mercado impera,
Ooooooooh, a vergonha E vais sempre longe demais,
Fá Muito cuidado quando escorregas
Sempre cais.
De o escrever.
Se o mercado impera e somos todos iguais,
Atenção cuidado voltas ao cais.

88

13
CANTO MOÇO (Zeca Afonso)

À barragem de fogo,
Uma fronteira.
Lá Mi Ao deixar la própria vida
Somos filhos da madrugada, Sem volver la pista atrás,
Lá Guardaré la sangre
Pelas praias do mar nos vamos, Que tengo para dar.
Mi
À procura de quem nos traga,

Verde oliva de flor no ramo.
Ré Lá
Navegamos de vaga em vaga,
Ré Lá
Não soubemos de dor nem mágoa;
Mi
Pelas praias do mar nos vamos,

À procura de manhã clara.
Lá do cimo de uma montanha,
Acendemos uma fogueira;
Para não se apagar a chama,
Que dá vida na noite inteira.
Mensageira, pomba chamada,
Mensageira da madrugada;
Quando a noite vier que venha,
Lá do cimo de uma montanha.

Onde o vento cortou amarras,


Largaremos p'la noite fora;
Onde há sempre uma boa estrela,
Noite e dia ao romper da aurora,
Vira a proa minha galera,
Que a vitória já não espera;
Fresca, brisa, moira encantada,
Vira a proa da minha barca.

87

14
Carta [Toranja]

SANGUE OCULTO (G.N.R.) C


Não falei contigo
F
Fá Sol Fá Sol com medo que os montes e vales que me achas
Há luz na artéria principal, C F
Fá Sol Fá Sol caíssem a teus pés...
Ardem as chamas de dois sois. C
Fá Sol Fá Sol Acredito e entendo
Há luta na arena artificial, que a estabilidade lógica
Fá Sol Fá Sol F
Corre o sangue, bato-me primeiro e a ti depois. de quem não quer explodir
C F
Fá Sol faça bem ao escudo que és...
Ao lujir duna investida, C
Lám Rém Saudade é o ar
Es como saltar un hoguera, F
Fá Sol que vou sugando e aceitando
La barrera de fuego, como fruto de Verão
Lám Ré C
Una frontera. nos jardins do teu beijo...
C
Ao fugir da própria vida Mas sinto que sabes que sentes também
Sem correr e sem saltar,
F
Oculto sangue que tenho para dar.
que num dia maior serás trapézio sem rede
C
Solo (por cima dos acordes Fá Sol Fá Sol)
a pairar sobre o mundo
Lo es como lo sangre,
F
Correran entre mis veras,
Ardem como el desejo,
em tudo o que vejo...
Tu vision en mi caberas, G
Ao fugir da própria vida É que hoje acordei e lembrei-me
Sem correr e sem saltar, F
Oculto sangue que tenho para dar. que sou mago feiticeiro
Am Em
Ao lugir . . . Solo por cima dos acordes Que a minha bola de cristal é folha de papel
Fá Sol Lám Fá Sol Lám (2x) Ré F G
Nela te pinto nua, nua...
Ao fugir duma investida, C F C
É como saltar a fogueira, numa chama minha e tua.

86 Desconfio que ainda não reparaste


que o teu destino foi inventado
15
por gira-discos estragados
aos quais te vais moldando...
E todo o teu planeamento estratégico
de sincronização do coração
são leis como paredes e tetos Geme o restolho, a transpirar de chuva
cujos vidros vais pisando... nos campos que a ceifeira mutilou
Anseio o dia em que acordares dormindo em velhos sonhos que sonhou
por cima de todos os teus números na alma a mágoa enorme, intensa, aguda
raízes quadradas de somas subtraídas
sempre com a mesma solução... Mas é preciso morrer e nascer de novo
Podias deixar de fazer da vida semear no pó e voltar a colher
um ciclo vicioso há que ser trigo, depois ser restolho
harmonioso ao teu gesto mimado há que penar para aprender a viver
e à palma da tua mão... e a vida não é existir sem mais nada
É que hoje acordei e lembrei-me a vida não é dia sim, dia não
que sou mago feiticeiro é feita em cada entrega alucinada
que a minha bola de cristal é folha de papel prá receber daquilo que aumenta o coração
Nela te pinto nua, nua
Numa chama minha e tua
Numa chama minha e tua.

Desculpa se te fiz fogo e noite


sem pedir autorização por escrito
ao sindicato dos Deuses...
mas não fui eu que te escolhi.
Desculpa se te usei
como refúgio dos meus sentidos
pedaço de silêncios perdidos
que voltei a encontrar em ti...
G
É que hoje acordei e lembrei-me
F
Que sou mago feiticeiro...

Am Em
F G
...nela te pinto nua, nua...
C F C
Numa chama minha e tua. Numa chama minha e tua

Ainda magoas alguém


O tiro passou-me ao lado 85

16
Ainda magoas alguém.
Se não te deste a ninguém,
Restolho [Mafalda Veiga] magoaste alguém
A mim... passou-me ao lado
D G A mim... passou-me ao lado.
Geme o restolho, triste e solitário
Em G D
a embalar a noite escura e fria
B7 Em G
e a perder-se no olhar da ventania
Em A# D
que canta ao tom do velho campanário

Geme o restolho, preso de saudade


esquecido, enlouquecido, dominado
escondido entre as sombras do montado
sem forças e sem cor e sem vontade

Geme o restolho, a transpirar de chuva


nos campos que a ceifeira mutilou
dormindo em velhos sonhos que sonhou
na alma a mágoa enorme, intensa, aguda
D Em G
Mas é preciso morrer e nascer de novo
D D/C Bm
semear no pó e voltar a colher
G Em
há que ser trigo, depois ser restolho
G A# D
há que penar para aprender a viver
Em G
e a vida não é existir sem mais nada
D D/C Bm
a vida não é dia sim, dia não
G Em
é feita em cada entrega alucinada
G A# D
prá receber daquilo que aumenta o coração

84

17
CHICO FININHO (Rui Veloso)

QUEDA DO IMPÉRIO (Vitorino)


Sol Dó7
Gingando pela rua ao som do Low Reed, Dó Lám
Sol Dó7 Perguntei ao vento
Sempre na sua, sempre cheio de Speed. Fá Sol
Sol Dó7 Onde foi encontrar
Segue o seu caminho com a merda na algibeira, Mi Lám
Sol Dó7 Mago sopro encanto,
O Chico Fininho o freak da cantareira. Ré Sol
Nau de vela em cruz.
Sol Dó7 Fá Dó
Chico Fininho Uuuuh (4x) e depois Ré Foi nas ondas do mar
Lám
Aos "ss" pela rua acima, Do mundo inteiro,
Depois de mais um chuto nas retretes. Fá Sol
Curtindo uma trip de heroína, Terras de perdição,
Sapato bem bicudo e joanetes. Mi Lám
Parco império mil almas,
A noite vêm já e mal atina, Fá Dó Sol Dó
Por pau de canela e mazagão.
Ele é o maior da cantareira.
Patchuli, borbulhas e brilhantina,
Mi Lám
Cólicas escorbuto e caganeira.
Pátria de negreiro,
Ré Sol
Chico Fininho Uuuuh (4x)
Vive e foge à morte,
Fá Dó
Sempre a domar a cena, Que a sorte é de quem
Fareja a judite em cada esquina. Lám
A vida só tem um problema, A terra amou,
Ácido com muita estriquinina. Fá Sol
E no peito guardou
Da cantareira à baixa, Mi Lám
Da baixa à cantareira, Cheiro a mata eterna,
Conhece os felipados todos de ginjeira. Fá Dó
Laranja, Luanda,
Chico Fininho Uuuuh (4x) Sol Dó
Sempre em flor.

83

18
Chuva [Mariza]
E9
As coisas vulgares que há na vida
A9
Não deixam saudades
B B/A
Só as lembranças que doem
E
Ou fazem sorrir

Há gente que fica na história


Da história da gente
E outras de quem nem o nome
Lembramos ouvir

São emoções que dão vida


À saudade que trago
Aquelas que tive contigo
E acabei por perder

Há dias que marcam a alma


E a vida da gente
E aquele em que tu me deixaste
Não posso esquecer

A B
A chuva molhava-me o rosto
E9
Gelado e cansado
A B
As ruas que a cidade tinha
E9
Já eu percorrera
A B
Ai... meu choro de moça perdida
E9
Gritava à cidade
F#m F#m7
Que o fogo do amor sob a chuva
B B/A
Há instantes morrera

A chuva ouviu e calou


meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade

82

19
CHUVA DISSOLVENTE (Xutos & Pontapés)

De todos os sexos,
Lám Dó Fá Rém
Entre a chuva dissolvente, Agarrem as asas
Sol Ré Sol
No meu caminho de casa; ao cair do chão.
Lám Dó
Dou comigo na corrente,
Sol Ré
Desta gente que se arrasta.

Lám Dó
Metro túnel, confusão,
Sol Ré
Quente suor vespertino;
Lám Dó
Mergulho na multidão,
Sol Ré
No dia a dia sem destino.

Putos que crescem sem se ver,


Basta pô-los em frente à televisão;
Hão-de um dia se esquecer,
Rasgar retratos, largar-me a mão.

Hão-de um dia se esquecer


Como eu quando cresci;
Será que ainda te lembras
Do que fizeram por ti?
Refrão :
Lám Sol
E o que foi feito de ti,
Lám Ré
E o que foi feito de mim,
Lám Sol Ré
E o que foi feito de ti,
Lám Dó Sol Ré (2x)
Já me lembrei já me esqueci...

Quando te livrares do peso,


Desse amor que não entendes; 81

20
Vais sentir uma outra força,
Como que uma falta imensa.

Rém Dó E quando deres por ti,


Testemunhos da verdade Entre a chuva dissolvente;
Rém Dó És o pai de uma criança,
Tanto vão de mão em mão, No seu caminho de casa.
Solm Lám
Que se perdem com a idade, Refrão
Solm Lám
Porque ninguém nasce ensinado,
Solm Lám
O que aprendi já está errado,
Lá# Fá Sol
Não acredito no meu passado.

Refrão :
Fá Rém
É a queda de um anjo,
Sol
Em cima de um homem,
Fá Rém
Que ao ganhar idade,
Sol
Perde a razão.

Ontem liam evangelhos,


Hoje é lei a constituição.
Mas que ninguém me dê conselhos,
Nunca gostei que a maioria,
Organizasse o meu dia a dia,
Não acredito em democracia.

É a queda de um anjo
Em cima de um homem,
Que ao ganhar idade,
Perde a razão.

Fá Rém
A todos os anjos,
Sol

80

21
CINDERELA (Carlos Paião)

Lám A QUEDA DE UM ANJO (Delfins)


Eles são duas crianças a viver esperanças,
Mi
A saber sorrir. Ela tem cabelos louros,
Lám
´Ele tem tesouros para repartir.

Numa outra brincadeira,
Passam mesmo à beira
Rém
Sempre sem falar.
Sol Lám
Uns olhares envergonhados
Mi Lám Mi
E são namorados sem ninguém pensar.

Foram juntos outro dia, como por magia,


No autocarro, em pé.
Ele lá lhe disse, a medo :
"O meu nome é Pedro e o teu qual é?"
Ela corou um pouquinho
E respondeu baixinho : "Sou a Cinderela".
Quando a noite o envolveu,
Ele adormeceu e sonhou com ela.
Refrão :
Rém Sol Lám Fá
Então, bate, bate coração louco, louco
Sol Mi Lám
De ilusão, a idade assim não tem valor.
Crescer,
Vai dar tempo p'ra aprender,
Vai dar jeito p'ra viver,
O teu primeiro amor.

Cinderela das histórias,


A avivar memórias, a deixar mistério.
Já o fez andar na lua,
No meio da rua e a chover a sério.
Ela, quando lá o viu, encharcado e frio,
Quase o abraçou. 79

22
Com a cara assim molhada
Ninguém deu por nada,
QUANDO SE PERDE ALGUÉM (Santos & Pecadores) Ele até chorou.

E agora, nos recreios, dão os seus passeios, Fazem muitos planos.


Dó Fá E dividem a merenda,
Tentei, tentei esquecer, Tal como uma prenda que se dá nos anos.
Dó Fá E, num desses momentos,
É bom, é bom rever, Houve sentimentos a falar por si.
Dó Fá Ele pegou na mão dela :
Que o tempo, fez-me ver, "Sabes Cinderela, eu gosto de ti!".
Dó Fá
Que tudo voltaria a acontecer
Refrão :
Sol Fá
Mas diz-me, que me queres,
Sol Fá
Faz quando quiseres.
Dó Fá Dó Fá
Vem p’ra mim, vem,
Lám Sol Fá
Porque quem ama não quer saber,
Lám Sol Fá
Se o amor dói ou faz sofrer,
Lám Sol Fá
Quando se perde alguém.

Saberei conquistar
A tua luz devagar?
Mas tudo bem para mim,
Porque o amor só podia ser assim.

Dó Fá
[Queria pensar, queria pensar,] (Bis)
Queria pensar.

Refrão

78

23
CIRCO DE FERAS (Xutos & Pontapés)

A vida vai torta, POSTAL DOS CORREIOS (Rio Grande)
Lám Ré Fá#m
Jamais se endireita; Querida mãe, querido pai. Então que tal ?
Dó Sol Mim
O azar persegue, Nós andamos do jeito que Deus quer,
Lám Sol Ré
Esconde-se à espreita. Entre os dias que passam menos mal,
Lá Ré
Nunca dei um passo, Lá vem um que nos dá mais que fazer.
Que fosse o correcto; Mas falemos de coisas bem melhores,
Eu nunca fiz nada, A Laurinda faz vestidos por medida,
Que batesse certo. O rapaz estuda nos computadores,
Refrão : Dizem que é um emprego com saída.
Lám Cá chegou direitinha a encomenda,
Enquanto esperava, Pelo "expresso" que parou na Piedade;
No fundo da rua, Pão de trigo e linguiça p’ra merenda,
Dó Sempre dá para enganar a saudade.
Pensava em ti, Sol Sim
E em que sorte era tua; Espero que não demorem a mandar
Sol Dó Lám
Novidades na volta do correio,
Quero-te tanto,
Dó Sol

A ribeira corre bem ou vai secar?
Quero-te tanto. Ré Sol
Como estão as oliveiras de "candeio"?
De modo que a vida, Sol Sim
É um circo de feras, Já não tenho mais assunto p’ra escrever,
E os entretantos, Dó Lám
São as minhas esperas. Cumprimentos ao nosso pessoal;
Dó Sol
Nunca dei um passo, Um abraço deste que tanto vos quer,
Que fosse o correcto; Ré Sol
Eu nunca fiz nada, Sou capaz de ir aí pelo Natal,
Que batesse certo. Dó Sol
Um abraço deste que tanto vos quer,
Refrão (2x) Ré Dó Ré Sol Ré
Sou capaz de ir aí pelo Natal.

77

24
DEIXA-ME OLHAR (Além-Mar)


Noites sem ti,

Onde me perco.

Procuro por mim,

Na paixão do incerto.
Lám
E saber que me amas,

Mas mesmo assim,
Mi
Basta p'ra mim,
Lám
Dizeres que sim,
Rém
Mesmo quando eu vou,

Gostares de mim,
Sol
Pelo o que sou.
Refrão :
Fá Dó
Deixa-me olhar,
Fá Dó
Deixa-me perguntar,
Lám Fá
Se gostas de mim nas noites,
Sol Dó
Que eu passo sem ti.


E sempre que eu te vejo,

Perco-me na luz da noite;

E sempre que eu te beijo,

Fico sem medo do som,

(Repete-se do início)

76

25
DIZ-LHE QUE NÃO (Lúcia Moniz)

Sol Dó Ré Ré Fá#m Sol Rever-te nessa altivez


Diz-lhe que não, diz-lhe que tudo acabou, Quem vem e atravessa o rio De milhafre ferido na
Dó Ré Dó Ré Lá Ré asa.
Que é sempre mais feliz aquele que mais amou
Junto à serra do Pilar,
Sol
Chega de juras de amor, Ré Sol
Dó Ré Vê um velho casario
Promessas de amor eterno, Lá Ré
Dó Ré Que se estende ate ao mar.
Para algum tempo depois,
Quem te vê ao vir da ponte,
Dó Ré
És cascata são-joanina,
Voltarmos ao mesmo inferno.
Erigida sobre um monte,
Dó Ré
No meio da neblina.
Por vezes é mesmo assim,
Dó Ré
Ré Sol
Não há outra solução,
Por ruelas e calçadas,
Dó Ré Lá
Dói muito dizer que sim, Da Ribeira até à Foz,
Dó Ré Fá#m Sim
Dói menos dizer que não.
Por pedras sujas e gastas,
Diz-lhe que não, diz-lhe que tudo acabou,
Que é sempre mais feliz Sol Lá Ré
Aquele que mais amou. E lampiões tristes e sós
Diz-lhe que chega de ouvir E esse teu ar grave e sério
As frases habituais, Dum rosto e cantaria,
Chamam-me a maior paixão da vida, Que nos oculta o mistério
Coisas banais; Dessa luz bela e sombria.
Maior ou não, pouco importa,
Ser a única isso sim.
Diz-lhe que não me enganou, Refrão :
Enganou-se ele por mim. Ré Sol
Ver-te assim abandonada
Refrão Lá Ré
Sol Dó Ré Nesse timbre pardacento,
Diz-lhe que não, está na hora de acabar, Ré Sol
Dó Ré Dó Nesse teu jeito fechado
Mas por favor não lhe digas que ainda me Lá Ré
De quem mói um sentimento.

viste chorar.
E é sempre a primeira vez
Refrão
Em cada regresso a casa,

75

26
DUNAS (G.N.R.)

PORTO SENTIDO (Rui Veloso)


Sol Mim
Dunas...são como divãs,

Biombos indiscretos de alcatrão sujos,

Rasgados por cactos e hortelãs.
Sol Mim
Deitados nas dunas... alheios a tudo,
Dó Ré
Olhos penetrantes, pensamentos lavados.

Sol Mim
Bebemos dos lábios, refrescos gelados,
Dó Ré
Selamos segredos, saltamos rochedos.
Sol Mim
Em câmara lenta como na TV,
Dó Ré
Palavras a mais, na idade dos porquês
Dunas... como que são divãs,
Quem nos visse deitados, cabelos molhados,
Bastante enrolados, sacos-cama salgados.

Nas dunas...roendo maçãs,


A ver garrafas de óleo,
Boiando vazias nas ondas da manhã.

Bebemos dos lábios,


Refrescos gelados, - nas dunas.
Em câmara lenta como na TV,
...nas dunas......nas dunas...
...nas dunas...
...refrescos gelados......como na TV...
...nas dunas...

74

27
EFECTIVAMENTE (G.N.R.)
Dó Sol Lám
Adoro o campo, as árvores e as flores,
Dó Sol Lám
Jarros e perpétuos amores;
Rém Dó Sol
Que fiquem perto da esplanada de um bar,
Rém Dó Sol
Pássaros estúpidos a esvoaçar.
Adoro as pulgas dos cães,
E todos os bichos do mato;
O riso das crianças dos outros,
Cágados de pernas para o ar.
Refrão :
Fá Sol Mi Lám Fá Sol Mi Lám
Efectivamente escuto as conversas,
Fá Sol Mi Lám
Importantes ou ambíguas,
Fá Sol Mi Lám
Aparentemente sem moralizar.
Adoro as pegas e os pederastas que passam,
Finjo nem reparar;
Numa atitude tão clara e tão obvia,
De quem anda a engatar.
Adoro esses ratos do esgoto,
Que disfarçam ao dialar;
Como se fossem mafiosos convictos,
Habituados a controlar.
Fá Sol Mi Lám Fá Sol Mi Lám
Efectivamente gosto de aparências,
Fá Sol Mi Lám
Imponentes ou equivocas,
Fá Sol Mi Lám
Aparentemente sem moralizar.

73

28
EU GOSTO É DO VERÃO (Fúria do Açúcar)

Ao longe a cidadela de um navio


Acende-se no mar como um Introdução : Fá# Si* Si Dó# (2x)
desejo,
Por trás de mim o bafo do estio, Fá#
Devolve-me à lembrança o Na Primavera o amor anda no ar,
Alentejo. Si*
Na Primavera os bichos andam no ar,
Refrão Si
Na Primavera o pólen anda no ar,
Roendo uma laranja na falésia, Dó#
Olhando à minha frente o azul- E eu não consigo parar de espirrar.
escuro,
Podia ser um peixe na maré No Verão os dias ficam maiores,
Nadando sem passado nem No Verão as roupas ficam menores,
futuro. No Verão o calor bate records,
E os corpos libertam seus suores.
Refrão
Refrão :
Fá# Si*
Eu gosto é do Verão,
Si Dó#
De passearmos de prancha na mão,
Fá# Si*
Saltarmos e rirmos na praia,
Si Dó#
De nadar e apanhar um escaldão.

Fá# Si*
E ao fim do dia, bem abraçados,
Si Dó#
A ver o pôr-do-sol,
Fá# Dó# Fá#
Patrocinado por uma bebida qualquer

No Outono a escola ameaça abrir,


No Outono passo a noite a tossir,
No Outono à folhas sempre a cair,
E a chuva faz os prédios ruir.

72 No Inverno o Natal é baril,

29
No Inverno ando engripado e febril,
No inverno é verão no Brasil,
E na Suécia suicidam-se aos mil. PORTO CÔVO (Rui Veloso)

Refrão (2x)
E ao fim do dia, bem abraçados, Mi Sol#m Fá#m
A ver o pôr-do-sol, Roendo uma laranja na falésia,
Patrocinado por uma bebida qualquer, Mi Sol#m Fá#m
Patrocinado por uma bebida qualquer, Olhando um mundo azul à minha frente,
Fá# Mi Sol#m Dó#m
Qualquer . . . Ouvindo um rouxinol na redondeza
Lá Si7 Mi
No calmo improviso do poente.

Em baixo fogos trémulos nas tendas,


Ao largo as águas brilham como pratas,
E a brisa vai contando velhas lendas
De portos e baías de piratas.

Refrão :
Lá Sol#m Fá#m
Havia um pessegueiro na ilha
Lá Sol#m Fá#m
Plantado por um Vizir de Odemira,
Lá Sol#m Dó#m
Que dizem por amor se matou novo,
Lá Si7 Mi
Aqui no lugar de Porto Côvo.
A Lua já desceu sobre esta paz,
E reina sobre todo este luzeiro,
À volta toda a vida se compraz
Enquanto um sargo assa no braseiro.

71

30
FADO (Heróis do Mar, versão Resistência)

Lá Sol Ré
À volta do adro, duas ou três casas,
Lá Sol Ré
Os bancos vermelhos e ao meio uma cruz.
Lá Sol Ré
Ali no café, ao lado da igreja,
Lá Sol Ré
Dois homens parados e uma linda luz.

Refrão :
Lá Sol#
Com a voz que me resta,
Eu não vou poder cantar,
Lá Fá# Sim
Às coisas do mundo, que não sei descrever,
Mi
Estou longe.
Lá Sol#
São portas fechadas, segredos por revelar,
Lá Fá# Sim
São coisas do mundo, que só se podem ver
Mi
Ao longe.

Lá Sol Ré
Sim, estou convencido, que isto é mesmo assim,
Lá Sol Ré
Que nunca se conta bem o que se vê.
Lá Sol Ré
E levo comigo já sei aprender,
Lá Sol Ré
O que os olhos vêem e eu já não sei.

70

31
Fado do Encontro

Intro: E7 / G / A7 / D POR QUEM NÃO ESQUECI (Sétima


D Legião)
Vou andando
E7
Cantando Ré Lá
D Bm Há uma voz de sempre, Por sinais perdidos,
Tenho o sol à minha frente Sim Lá Espero em vão.
G E7 Que chama por mim. Por tempos antigos,
Tão quente, brilhante Para que eu lembre, Por uma canção.
Bm7 E Que a noite tem fim.
Sinto o fogo à flor da pele Ainda procuro,
E7 A Ainda procuro, Por quem não esqueci.
Tão quente, beijando Por quem não esqueci. Por quem já não volta,
A7 D Em nome de um sonho, Por quem eu perdi.
Como se fosses tu Sim Mi Mi7
Em nome de ti. Refrão
D
Refrão :
Ao longe
Lá Ré
E7
Procuro à noite,
Distante
Mi Lá
D Bm
Um sinal de ti.
Fica o mar no horizonte Lá Ré
G E7 Espero à noite,
É nele, por certo Mi Fá#m
Bm7 E Por quem não esqueci.
Onde a tua alma se esconde Mi Ré
E7 A Eu peço à noite,
Carente, esperando Mi Ré
A7 D Um sinal de ti.
Esse mar és tu Mi Lá
Quem eu não esqueci . . .

Bm7 F#m 69

32
Pode a noite ter outra cor
G D
E o vento ser mais frio
Bm7 F#m
Pode a lua subir no céu
G7 A /A7
Eu já vou descendo o rio ...
______________________________
Na foz
Revolta
Fecho os olhos, penso em ti
Tão perto
Que desperto
Há uma alma à minha frente
Tão quente, beijando
Por certo que és tu
_____________________________
Pode a lua subir no céu
E as nuvens a noite toldar
Pode o escuro ser como breu
Acabei por T'encontrar
_____________________________
Vou andando
Cantando
Tive o sol à minha frente
Tão quente, brilhando
Que a saudade me deixou
Para sempre. Por certo
O meu Amor és tu.

68

33
FEITICEIRA (Luís Represas)

De que noite demorada
Lám
Ou de que breve manhã, Mapa do mundo distante,
Sol Rosa dos Ventos Infante,
Vieste tu, feiticeira, Caravela quinhentista,
Lám Que é cabo da Boa-Esperança.
De nuvens deslumbrada.
De que sonho feito mar Ouro, canela, marfim,
Ou de que mar não sonhado, Florete de espadachim
Vieste tu, feiticeira, Bastidor, passo de dança,
Aninhar-te ao meu lado. Columbina e Arlequim.

De que fogo renascido, Passarola voadora,
Mim Pára-raios, locomotiva,
Ou de que lume apagado, Barco de proa festiva,
Lá Alto-forno, geradora.
Vieste tu, feiticeira,
Cisão do átomo, radar,
Lám
Ultra-som, televisão,
Segredar-me ao ouvido.
Desembarque em foguetão,

Na superfície lunar.
De que fontes, de que águas,
Sim
Eles não sabem nem sonham,
De que chão, de que horizontes, Que o sonho comanda a vida,
Lá Sol Que sempre que o homem sonha,
De que neves, de que fráguas, O mundo pula e avança,
Lá Como bola colorida,
De que sedes, de que montes. Entre as mãos duma criança
Ré Lá
De que norte, de que lida,
Sim Fá#m
De que desertos de morte
Sol Lá
Vieste tu, feiticeira,
Ré Dó Sol/Si Sol/Lá# (2x)
Inundar-me de vida.

67

34
FILHOS DA NAÇÃO (Quinta do Bill)
Lám Dó
PEDRA FILOSOFAL (Manuel Freire) Aqui estás tu, jovem atento,
Fá Dó
Acordado neste fim de século,
Sol
Lám
Eles não sabem que o Sonho,
Á espera de um lugar,
Si7

É uma constante da vida,
Difícil de encontrar,

Fá Sol
Tão concreta e definida,
Ré No canudo vive a esperança.
Como outra coisa qualquer. Lám Dó
Atrás das luzes em vertigem,
Como esta pedra cinzenta, Fá Dó
Em que me sento e descanso, Ao medo da noite decente,
Como este ribeiro manso, Lám Dó
Em serenos sobressaltos. Que tens que conquistar,
Fá Sol Dó
Como estes pinheiros altos, Que tens de conquistar.
Que em verde e oiro se agitam, Refrão :
Como estas árvores que gritam, Dó Fá
Em bebedeiras de azul. Ai estes são os filhos da nação,
Dó Sol
Eles não sabem que sonho, Adultos para sempre,
É vinho, é espuma, é fermento, Dó Fá
Bichinho alacre e sedento, Ansiosos por saber
De focinho pontiagudo, Dó Sol Dó
Num perpétuo movimento. Se a cruz é salvação.
Pões as cenas sem nada p’ra temer,
Eles não sabem que o sonho, Velho cúmplice da decisão.
É tela é cor é pincel, Preso a uma ordem
Base, fuste ou capitel, Que não podes quebrar;
Arco em ogiva, vitral Ouves fascinado o ofício da vitória.
Pináculo de Catedral, A fobia de um monólogo,
Contraponto, sinfonia, Que insistes em partilhar,
Mas não entendes porquê,
Máscara negra, magia
Mas não entendes porquê.
Que é retorta de alquimista.
Refrão

Pá, pá, pá, pá, pá . . .

66

35
Foi Feitiço [André Sardet]

D D7+ G9 A7(4) A7 (Introdução)

D D7+
Eu gostava de olhar para ti
G9
E dizer-te que és uma luz
A Bm7
Que me acende a noite
F#7 G9
me guia de dia e seduz
A7(4) A7

D D7+
Eu gostava de ser como tu
G9
Não ter asas e poder voar
A Bm7
ter o céu como fundo
F#7 G9
ir ao fim do mundo e voltar
A7(4) A7

D/F# G9 D/F#
Eu não sei o que me aconteceu
G9
Foi feitiço!
Bm7
O que é que me deu
F#7 G9
para gostar tanto assim de alguém
A7(4) A7
como tu

Eu gostava que olhasses para mim


E sentisses que sou o teu mar
Mergulhasses sem medo
Um olhar, um segredo
só para eu te abraçar

Separador instrumental 65
D Bm7 A7 G9
36
Em F# G9 A# A

Refrão C Bm7 Am
O primeiro impulso é sempre justo
Foi nesse dia que percebi, Bm7
Nada mais por nós havia a fazer; É mais verdadeiro
A minha paixão por ti era um lume C Bm7
Que não tinha mais lenha por onde arder. E o primeiro susto
Am
Refrão Dá voltas e voltas
Am/B C D G9
Na volta redonda de um beijo profundo

64

37
GRITO (Pólo Norte)

PAIXÃO (Rui Veloso)


Sol
Há alturas na vida Dó Fá
Mim Tu eras aquela que eu mais queria,
Em que se sente o pior, Lám Mim
Dó Ré Para me dar algum conforto e companhia;
Como que uma saída, Fá Sol Dó Lám
Sol Era só contigo que eu sonhava andar,
Refúgio da dor. Rém Fá Sol
E ao olhar para trás, Para todo o lado e até quem sabe talvez casar.
Mim
Pensar no que aconteceu, Ai o que eu passei, só por te amar,
Dó A saliva que eu gastei para te mudar,
O que se vê não apraz, Mas esse teu mundo
Ré Sol Era mais forte do que eu,
E nem com a força da música
Não gritou mas escondeu.
Ele se moveu.
Refrão :
Refrão :

Fá Sol
E salta a fúria em nós,
Mesmo sabendo que não gostavas,
Dó Sol
Dó Lám Fá
Rebenta o ser mais calado. Empenhei o meu anel de rubi,
Fá Sol Mim
Querer puxar pela voz, P’ra te levar ao concerto,
Dó Sol Fá Sol
Mostrar que está revoltado. Que havia no Rivoli.
Mim
À espera o tempo a passar, Era só a ti que eu mais queria,
Sol Ao meu lado no concerto nesse dia,
A desesperar, Juntos no escuro de mão dada a ouvir
Dó Ré Sol Aquela música maluca sempre a subir.
Ganhar a coragem de gritar e gritar.
Mas tu não ficaste nem meia hora,
Não fizeste um esforço p’ra gostar
E foste embora.
Contigo aprendi uma grande lição,
Não se ama alguém que não ouve a
Mesma canção.

63

38
OS VAMPIROS (Zeca Afonso)
E é nestas alturas,
Sou eu mesmo que o digo,
Lám Repensamos na falta,
No céu cinzento sob o astro mudo, Que nos faz um amigo.
Sol Lám Alguém que nos mostre a luz,
Batendo as asas pela noite calada; E nos estenda uma mão,
Mi7 Lám Diga que a vida não é cruz,
Vêm em bandos com pés veludo, Olhar para trás, pedir perdão.
Mi7 Lám
Chupar o sangue fresco da manada.
Sol Lám
[Eles comem tudo, eles comem tudo,
Mi7 Lám
Eles comem tudo e não deixam nada.] (Bis)

A toda a parte chegam os vampiros,


Poisam nos prédios, poisam nas calçadas
Trazem no ventre despojos antigos,
Mas nada os prende às vidas acabadas.
[Eles comem tudo, eles comem tudo,
Eles comem tudo e não deixam nada.] (Bis)

Se alguém se engana com seu ar sisudo,


E lhes franqueia as portas à chegada.
[Eles comem tudo, eles comem tudo,
Eles comem tudo e não deixam nada.] (Bis)

No chão do medo tombam os vencidos


Ouvem-se os gritos na noite abafada
Jazem nos fossos vítimas dum credo
E não se esgota o sangue da manada.
[Eles comem tudo, eles comem tudo,
Eles comem tudo e não deixam nada.] (Bis)

São os mordomos do Universo todo,


Senhores à força, mandadores sem lei.
Enchem as tulhas, bebem vinho novo.
Dançam a ronda no pinhal do rei.
[Eles comem tudo, eles comem tudo,
Eles comem tudo e não deixam nada.] (Bis)

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39
HOMEM DO LEME (Xutos & Pontapés)

Introdução : Lám Mim Fá Sol (2x) OLHOS CASTANHOS (Francisco José)


Refrão :
Lám Mim Mi
Sozinho na noite, Teus olhos castanhos,
Fá De encantos tamanhos,
Um barco ruma, Fá#m
Sol São pecados meus.
Para onde vai. São estrelas fulgentes,
Lám Mim Si7
Uma luz no escuro, Brilhantes luzentes,
Fá Mi
Brilha a direito, Caídas dos céus.
Sol Mi7
Ofusca as demais. Teus olhos risonhos,
Lám Mim Dó#m
E mais que uma onda, mais que uma maré, São mundos, são sonhos,
Fá Sol Fá#m
Tentaram prendê-lo, impor-lhe uma fé; São a minha cruz.
Mi
Teus olhos castanhos,
Lám
Si7
Mas vogando à vontade,
De encantos tamanhos,
Mim
Mi
Rompendo a saudade,
São raios de luz.

Mim Lám
Vai quem já nada teme,
Olhos azuis são ciúme,
Sol Dó Si7 Mim
Vai o homem do leme. E nada valem para mim;
Refrão Lám
Olhos negros são duas sombras,
Lám Mim Si7 Mim
No fundo horizonte, Com uma tristeza sem fim;
Fá Lám
Sopra um murmúrio Olhos verdes são traição,
Sol Si7 Mim Lám
Para onde vai; São cruéis como punhais;
Lám Mim Olhos bons com coração,
No fundo do tempo, Mim Si7 Mi
Fá Os teus, castanhos leais.
Foge o futuro,
Sol Dó 61

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É tarde de mais.
Lám
Oiça lá ó senhor vinho (Amália Rodrigues) E uma vontade de ir,
Lá Mi
Mim Dó
Oiça lá ó senhor vinho Nasce do fundo do ser;
Lá Lám
Vai responder-nos, mas com franqueza
Mi E uma vontade de ir,
Porque é que tira toda a firmeza Mim

Correr o mundo e partir,
A quem encontra no seu caminho
Lám
Lá por beber um copinho a mais A vida é sempre a perder.
Até pessoas pacatas
Amigo vinho em desalinho
Vossa mercê faz andar de gatas

É mau procedimento
Mi Lá
E há intenção naquilo que faz
Mi
Entra-se em desequilíbrio

Não há equilíbrio que seja capaz

As leis da física falham


E a vertical de qualquer lugar
Oscila sem se deter
E deixa de ser perpendicular

*
Eu já fui, responde o vinho
A folha solta a bailar ao vento
Fui raio de sol no firmamento
Que trouxe à uva doce carinho.

Ainda guardo o calor do sol


E assim eu até dou vida
Aumento o valor seja de quem fôr
Na boa conta, peso e medida

E só faço mal a quem me julga


Ninguém faz pouco de mim
Quem me trata como a água
É ofensa paga, eu cá sou assim
Vossa mercê tem razão
É ingratidão falar mal do vinho
E a provar o que digo
Vamos meu amigo a mais um copinho

60

41
LONGE DE TI (Império dos sentidos)
Introdução : Sol Mim Dó Sol
O Menino do Piano [Mafalda Veiga]
Sol Mim Dó
Trocámos lágrimas e paixão, E A
Sol Dó Ré Vi um menino com um piano
Como foi que te perdi? C#m7 B A
Sol Mim Dó No céu da minha cabeça
Um momento de ilusão, E F#m7
Sol Veio de tão longe só para me pedir
Fiquei longe de ti. A B
Que nunca o esqueça
Refrão : C#m7 Cdim
Lám Sim Vinha a tocar o seu piano
As noites em branco, A F#m7
Dó Como só nos sonhos pode ser
O negro do dia, C#m7 F#
Por entre as nuvens e as estrelas
Lám Sim
A B F#m7
Desejo ardente,
Apareceu quando me viu adormecer
Dó Ré
A cama fria.
Ficou sentado perto de mim
Sol Ré Mim Dó Ré
Onde mora a fantasia
Longe de ti,
Quis-lhe tocar mas não se pode ter
Sol Ré Mim Ré Dó A noite a iluminar o dia
Já não posso viver assim, Soprou devagarinho uma estrela
Sol Ré Mim Ré Dó Que se acendeu na sua mão
O vazio que há em mim, Disse-me: podes sempre vê-la
Lám Dó Ré Se souberes soprá-la no teu coração
Sinto que estou perto
Sol Vi um menino com um piano
Do fim. A despedir-se de mim
A tristeza, no olhar Com uma nuvem fez o mar e partiu
A dor dentro de mim, (nos sonhos pode ser assim)
A vontade de chorar; Disse-me: está a nascer o dia
Ninguém sofre assim, Vou pra onde a noite se esconder
Volto com a primeira estrela
Refrão A B E
Para tu nunca teres medo ao escurecer

59

42
Lume [Mafalda Veiga]

NASCE SELVAGEM (Resistência)


Dó G D/F#
Mais do que é um país, Vai caminhando desamarrado
Fá7 C/E G
Que é uma família ou geração. Dos nós e laços que o mundo faz
Dó Em C
Mais do que é um passado, Vai abraçando desenleado
Fá7 Am D
Que é uma história ou tradição. De outros abraços que a vida dá

Dó G D/F#
Tu pertences a ti, Vai-te encontrando na água e no lume
Fá C/E G
Não és de ninguém. Na terra quente até perder
Em C
Mais do que é um patrão, O medo, o medo levanta muros
Que é uma rotina ou profissão. D C
Mais do que é um partido,
E ergue bandeiras pra nos deter
Que é uma equipa ou religião.
G Am
Tu pertences a ti,
Não percas tempo,
Não és de ninguém.
G Am
Mim Lám
Vive selvagem,
O tempo corre
Mim Lám C Am Bm
E para ti serás alguém, Só quando dói é devagar
Sol C Bm
Nesta viagem. E dá-te ao vento
Refrão : G
Dó Como um veleiro
Quando alguém nasce, Am C
Sol Solto no mais alto mar
Nasce selvagem,
Fá Sol Fá Dó Liberta o grito que trazes dentro
Não és de ninguém . . . (Bis) E a coragem e o amor
Dó Fá Dó Mesmo que seja só um momento
Lá, lá, lá... Mesmo que traga alguma dor
Só isso faz brilhar o lume
Que hás-de levar até ao fim
E esse lume já ninguém pode
58 Nunca apagar dentro de ti

43
Não percas tempo
O tempo corre
Só quando dói é devagar
E dá-te ao vento
Como um veleiro
Solto no mais alto mar

57

44
MENINO (Quinta do Bill)

Refrão : Introdução : Dó Sol Fá Mi (4x)


Sol Dó Sol Fá Mi
Não vou ficar, Pa-ra-ra-ra-ra . . .

Não quero ficar, Lám(Sol no Bis)
Mim Quando eu era pequenino, (Bis)
Sozinho, Fá ( Mi no bis)
Ré Acabado de nascer. (Bis)
Aqui sem ti. Dó (Sol no bis)
Sol Ainda mal abria os olhos, (Bis)
Não vou ficar, Fá ( Mi no bis)
Já eram para te ver. (Bis)

Dó Sol Fá Mi (2x)
Pa-ra-ra-ra-ra . . .

Não quero ficar, Quando eu já for velhinho, (Bis)
Mim Acabado de morrer. (Bis)
Perdido,
Olha bem para os meus olhos (Bis)

Sem vida hão-de te ver. (Bis)
Aqui sem ti.

Depois de ti virá
Dó Sol Fá Mi (2x)
Alguém que eu possa abraçar.
Pa-ra-ra-ra-ra . . .
Que eu queira a tempo inteiro
Junto p'ra poder amar.
Tchu,tchuru,tchuru,tchuru . . .
Que fique só comigo, comigo. Papara,papara,para . . .
Refrão
Quando eu era pequenino, (Bis)
Acabado de nascer. (Bis)
Ainda mal abria os olhos, (Bis)
Já eram para te ver (Bis)

Dó Sol Fá Mi (2x)
Pa-ra-ra-ra-ra . . .

56

45
MOMENTO FINAL (Santos & Pecadores)

NÃO VOU FICAR (Delfins)


Mim Lá Ré
Sentado, e a ave ali, ao pé de mim;
Mim Lá Ré Introdução : Lám Mim Ré Mim (2x)
O vento, agora, já nem vem aqui;
Mim Lá Ré Lám
Deixei de ter com quem falar; A luz que o Sol me dá,
Mim Lá Ré Mim
Fiquei sozinho com o meu orar. Não chega para me aquecer.
Lám
Mim Lá Ré O amor que o mundo tem,
Oooooh, ooooooh, oooooh, ooooooh, Mi
Não vem dizer : "Está tudo bem".
Mim Lá Ré (3x)
Dó Ré
Do longe se faz bem mais perto, Tu nunca estás comigo.
Sentindo que o tempo corre incerto.
E eu cresço aqui atrás
Ouvindo sons que só eu sei pensar,
De ti sem ver o teu olhar.
Sorrindo, parto para outro lugar.
Ao espelho chamo alguém
Na esperança daqui te encontrar.
Oooooh, ooooooh, oooooh, ooooooh
Oooooh, ooooooh, oooooh
Eu nunca estou contigo, contigo
Ponte:
Sol Sim Lá

55

46
NÃO VOLTAREI A SER FIEL (Santos & Pecadores)
Refrão:
Ré Sol
Dó9 No meu momento final,
Fiz-me na noite, Sim Lá
Mim Sei que tenho um lugar,
Actor principal; Ré Sol
Dó9 Onde um santo e pecador
Entrei numa peça, Sim Lá
Mim Pode enfim descansar. (Bis)
Nem sei bem qual.
Ré Sol
Hoje sou o amante, Tuurutururu,
Que te vê dançar; Sim Lá
Amanhã o errante, Tuuurururu,
Que te vai deixar. Ré Sol
Tuurutururu,
Refrão : Sim Lá
Ré Sol Mim Dó Tuuurururu.
Não, não voltarei a ser fiel, fiel. (Bis)
Dó9
Procuro a loucura,
Mim
Na noite fingida;
Dó9
Esquecer mais um dia,
Mim
De vida vazia.

Nem sequer já me importa,


O que possas dizer;
Represento a verdade,
Que eu bem entender.

Ré Sol Mim Dó
Não, não voltarei a ser fiel, fiel. (Bis)

54 47
NÃO HÁ ESTRELAS NO CÉU (Rui O corpo sempre a mudar;
Veloso) De manhã ouço o conselho
Que o velho tem p’ra me dar.

Não há estrelas no céu
A dourar o meu caminho,
Fá Sol
Por mais amigos que tenha

Sinto-me sempre sozinho.
De que vale ter a chave
De casa para entrar?
Ter uma nota no bolso
P’ra cigarros e bilhar?

Refrão :
Lám

A primavera da vida é bonita de
viver,
Sol Fá
Tão depressa o Sol brilha
Sol

Como a seguir está a chover.
Lám
Para mim hoje é Janeiro,

Está um frio de rachar,
Sol Fá
Parece que o mundo inteiro
Mim Rém Dó
Se uniu p’ra me tramar.
Passo horas no café,
Sem saber para onde ir;
Tudo à volta é tão feio,
Só me apetece fugir.
Vejo-me à noite ao espelho,

48 53
Lám Sol Rém Dó (2x)
Pensas que eu sou um caso
isolado,
Não sou o único a olhar o céu.
A ouvir os conselhos dos outros,
E sempre a cair nos buracos.

A desejar o que não tive,


Agarrado ao que não tenho.
Não, não sou o único,
Não sou o único a olhar o céu.

Refrão

52 49
NÃO SEI SE MEREÇO (Alcoolémia) NÃO SOU O ÚNICO (Xutos & Pontapés, versão Resistência)

Sol Introdução : Lám Sol Rém Dó (2x)


Acabou-se a sorte,
Dó Lám Sol
Começou o meu azar; Pensas que sou um caso isolado,
Ré Rém Dó
Não cumpri a minha parte, Não sou o único a olhar o céu.
Dó Sol A ver os sonhos partirem,
Agora tenho que ir trabalhar Á espera que algo aconteça.
Acabou-se a boa vida, é preciso lutar,
Já não tenho mais oportunidades, A despejar a minha raiva,
Vou recomeçar. A viver as emoções.
Vou começar uma vida nova, A desejar o que não tenho,
Ainda há tempo para mudar; Agarrado às tentações.
Qualquer dia estou com os pés para a cova
E não quero acreditar. Refrão :
Fá Dó
Refrão : E quando as nuvens partirem,
Sol Dó Sol Dó Rém Lá
Não sei se mereço esta vida de cão, O céu azul ficará;
Sol Dó Fá Dó
Tudo o que vejo tem um preço, E quando as trevas se abrirem,
Ré Rém Sol
E eu não tenho um tostão. Vais ver o Sol brilhará,
Será que mereço, nunca fiz mal a ninguém, Vais ver o Sol brilhará.
Estou perdido não tenho nada, Lám Sol Rém
Vou chamar a minha mãe. [Não, não sou o único, não sou o único,
Sei que a vida não dura sempre Dó
Tempo passa devagar, tenho tempo para rir Não sou o único olhar o céu.] (2x)
Tenho tempo para chorar.
Voltas e voltas, e que grande confusão,
Um homem anda aqui à toa,
Nem sinto os pés no chão.

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