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Libras e surdez – Módulo I

Profª Marisa Mourão


marisamourao@faced.ufu.br
Dados do IBGE 2010

2010 – 9,8 milhões de brasileiros têm algum tipo


de deficiência auditiva
Como devemos chamar?

PORTADOR DE DEFICIÊNCIA AUDITIVA?

DEFICIENTE
AUDITIVO?

SURDO-MUDO?
SURDO?
O que é Libras?
Alfabeto Manual? Gestos? Mímicas?
Linguagem de Sinais?
Língua Brasileira de Sinais?
O que é a Língua Brasileira de
Sinais?

É a língua materna dos


surdos brasileiros. Esta se
manifesta por meio do
canal gestual-visual, por
meio de gestos e
expressões faciais e
corporais e assegura ao
sujeito surdo o pleno
desenvolvimento afetivo,
cognitivo, social e
cultural.
Informações importantes
 A Libras é visual gestual e a Língua Portuguesa é oral
auditiva
 Não são mímicas ou gestos isolados.
 Possui status de língua, com estrutura gramatical própria.
As línguas de sinais não são universais: cada país tem sua
própria língua de sinais.
 Elas não se baseiam na língua oral de cada país, é
independente da mesma.
Também possui expressões que variam de região para
região dentro do mesmo país, os chamados regionalismos.
Avanços da Língua Brasileira de Sinais

2002
A Língua Brasileira de Sinais foi oficializada no Brasil em 24 de abril de 2002
pela Lei Federal 10436

2005
O Decreto Federal n° 5626/2005 regulamenta a Lei Federal 10436 de 2002 /
Assegura o direito a uma educação bilíngue as pessoas surdas.

2005
Inserção da Libras como disciplina curricular obrigatória nos cursos de
formação de professores em nível médio e superior e de Fonoaudiologia (...)

2005
Formação do Tradutor e Intérprete da Libras /As pessoas surdas têm direito a
um intérprete na escola, nos hospitais, nos órgãos públicos, etc.
Filosofias educacionais para Surdos
Oralismo: Filosofia educacional para surdos, que propõe o ensino somente
de técnicas oralistas, como leitura labial, vocalização e aproveitamento dos
resíduos auditivos, visando o desenvolvimento da linguagem oral.

Comunicação Total: Filosofia educacional para surdos baseada na Língua


Portuguesa (oral e escrita) simultaneamente à sinais. Incorpora o
desenvolvimento de quaisquer restos de audição para a melhoria da fala ou
da leitura labial, por meio do uso constante de aparelhos auditivos.

Bilinguismo: Filosofia educacional para surdos que propõe o ensino


primeiramente da Língua de Sinais em que vive o surdo e, em seguida, da
leitura e da escrita alfabéticas da língua oficial do país onde vive.

CAPOVILLA e RAPHAEL (2001)


Inclusão do Surdo na Escola

 Por anos e anos, a língua de sinais


brasileira não era considerada
língua, mas sim gestos, menos
válidos, menos língua, diante do
Português.
 Cerca de 95% das crianças surdas

têm pais ouvintes, e chegam à


escola sem dominar uma
linguagem, por não terem acesso à
língua dos País.
 E como fazer para tornar real a

inclusão?
O que o professor precisa observar?

a) ambiente apropriado
b) a presença da Libras
c) o contato com pares
Surdos
d) as experiências visuais
e) a presença do intérprete
f) o processo e a avaliação
g) Acesso a informação
curricular e cultural.
Para refletirmos...

 A Libras é essencial para o desenvolvimento cognitivo da


pessoa surda.
 Não há limitações cognitivas ou afetivas inerentes à

surdez, tudo depende das possibilidades oferecidas pela


família para o seu desenvolvimento e comunicação (GÓES,
2002).
Gramática da Libras – Módulo II

Profª Marisa Mourão


marisamourao@faced.ufu.br
Dicas para a parte prática
 Introdução a conversação em Libras: Identidade e Família;
Estudos, Trabalho e Diversão; A Cidade, a Escola e as Férias.
 Os diálogos exploram situações do dia a dia e foram
organizados com uma estrutura frasal mais simples para o aluno
iniciante no aprendizado de Libras.
 Na parte prática da disciplina apresentamos 12 diálogos em
Libras, cada Módulo com 4 diálogos
 A proposta avaliativa no AVA: além das questões envolvendo a
parte teórica da disciplina, cada diálogo terá 1 questionário com
4 questões em Libras e opções de múltipla escola em Português.
 Frases separadas
 Dicionário Libras
 A proposta avaliativa – presencial
Introdução a Gramática da Libras

 A Libras não pode ser estudada tendo como base a Língua


Portuguesa, porque ela tem gramática diferenciada, independente
da língua oral
 A Libras não é o resumo do Português e não obedece as
mesmas regras gramaticais
 Os sinais na Libras se estruturam a partir de unidades mínimas

 Essas unidades são distintivas (se substituídas uma por outra,


geram uma nova forma linguística com um significado distinto):
 Em Português: cata, pata, bata, lata

 Em Libras: evitar, desculpar e idade

 Esses mecanismos possibilitam a produção de um número

infinito de construções por meio de um número finito de regras.


Estrutura Frasal na Libras

Tópico Comentário / mc
_________ _______________
FUTEBOL EU GOSTAR
Tópico = sobrancelhas erguidas e cabeça levemente inclinada para trás
Mc = movimento afirmativo com a cabeça (para sentenças afirmativas)

Estrutura da Língua Portuguesa

Sujeito Verbo Objeto


__________ __________ ______________
Eu gosto de futebol
Exemplos

Exemplo 1: Libras: CASA EU IR . (verbo direcional)


Português : " Eu vou para casa. “ (para - não se usa em
Libras, porque está incorporado ao verbo)
Exemplo 2: Libras: FLOR EU-DAR
MULHER^BENÇÃO (verbo direcional)
Português: "Eu dei uma flor para a mamãe."
Exemplo 3: Libras: IDADE VOCÊ (expressão facial de
interrogação)
Português: " Quantos anos você tem? “
Parâmetros para realização de um sinal na Libras

Um sinal é formado a
partir da alteração de
combinações de cinco
parâmetros 5
2

1.Configuração de mão;
2. Ponto de articulação;
3. Orientação;
1
4. Movimento;
5. Expressão facial e/ou corporal.
1. Configuração de Mãos

É a forma que a mão assume ao realizar a o sinal. Pode ser


uma letra do alfabeto manual ou outras formas feitas pela mão
dominante (mão direita para os destros, mão esquerda para os
canhotos), ou pelas duas mãos do sinalizador.
Há sinais feitos com as duas mãos configuradas na mesma
forma e há aqueles feitos com as duas mãos em que cada mão
está configurada de forma diferente da outra.

Exemplo: TRABALHAR – As duas mãos configuradas em L;


XÍCARA – Cada mão com uma configuração diferente de
outra. Os sinais APRENDER, LARANJA e SÁBADO têm a
mesma configuração de mão.
2. Ponto de Articulação

É o lugar onde se realiza o sinal, podendo tocar alguma


parte do corpo ou estar em frente ao corpo do emissor, no
chamado espaço de enunciação (do meio do corpo até a
cabeça).

Exemplo: Os sinais TRABALHAR, BRINCAR,


CONSERTAR são feitos no espaço neutro e os sinais
ESQUECER, APRENDER e PENSAR são feitos na testa.
3. Orientação / Direção

É a direção para a qual a palma da mão aponta na produção do


sinal. Estudiosos da Libras enumeram seis tipos de orientação
da palma da mão: para cima, para baixo, para o corpo, para
frente, para a direita ou para a esquerda.
Os sinais podem ter uma direção e a inversão desta pode
significar ideia de oposição.
Exemplo: AJUDAR – para frente, AJUDAR-ME – para o
corpo. LEVANTAR – para cima, ABAIXAR – para baixo.
4. Movimento

Os sinais podem ter um movimento ou não. Os movimentos


podem envolver várias formas e direções.
Para realizar um sinal é importante considerar:
• Trajetória
Exemplo – NOME: reta; DIRIGIR: semicircular
• Direção
Exemplo – NOME: da esquerda para direita; MENINO: de
cima para baixo
• Velocidade
Exemplo – RÁPIDO: movimento rápido da mão;
QUENTE: movimento lento da mão.
5 - Expressão Facial

Os sinais também possuem expressão facial e/ou corporal;


São movimentos de face, dos olhos, da cabeça ou do tronco;
As expressões faciais marcam os tipos de frases: interrogativa,
exclamativa, negativa, afirmativa, etc.

Exemplo: há sinais feitos somente com a bochecha, como


LADRÃO; sinais feitos com a mão e a expressão facial, como
o sinal BALA, e há ainda sinais em que sons e expressões
faciais complementam os traços manuais, como os sinais de
HELICÓPTERO e MOTO.
Para refletirmos...

 Pense nesta disciplina como um primeiro passo!


 Aprender Libras exige anos de estudo, dedicação e convívio
com a comunidade surda para adquirir fluência e constante
atualização.
 A melhor maneira de aprender a Libras é praticando-a
constantemente com usuários dessa língua.
 É nosso desejo que o seu contato inicial com essa Língua tenha
despertado o interesse para o aprendizado da Libras e o
aprofundamento na educação das pessoas surdas.
 Consideramos, então, que o movimento de divulgação e ensino
dessa língua poderá contribuir com a Comunidade Surda na
garantia de uma participação efetiva na sociedade e o acesso a
uma educação de qualidade a todos os seus membros.
Entrevistas – Módulo III e IV

Profª Marisa Mourão


marisamourao@faced.ufu.br
Entrevistas para enriquecimento

 Visita à Associação de Surdos de Uberlândia.


 Conversa com os profissionais da Asul;
 Conversa com os professores Surdos da Prefeitura de
Uberlândia;
 Conversa com Intérprete e Tradutora de Libras.
 Participaram das entrevistas:
 Aparecida Pádua, Keli Souza, Lúcio Cruz, Márcio José da
Silva, Cinthia Godinho, Júlio Márcio Rossi, Priscila Silva
Cruz.

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