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2.

2 Contexto da década de 1850

Entre os anos de 1851 e 1852 o Império do Brasil, após ver sua situação dentro
de seu território pacificado após as revoltas liberais do período, – ressaltamos aqui
principalmente a Guerra Civil Farroupilha, que perdurou por dez anos na Província de
São Pedro do Rio Grande do Sul – se vê envolvido em mais um confronto bélico de
nível internacional, desta vez interligada diretamente a supremacia do Estado Imperial
frente às potências vizinhas e a segurança do domínio econômico da região do Rio da
Prata. A Guerra contra Oribe e Rosas, ou Guerra do Prata como também é chamada, é
caracterizada pelo apoio do Império do Brasil aos chamados membros do partido
colorado no Uruguai e as forças de Urquiza, governador das províncias argentinas de
Corrientes e Estrerrios (KUHN, 2011, pag. 86).

Rosas tinha como por objetivo, reconstituir sobre sua liderança o Vice- Reinado
do Prata, se tornando uma potência militar e econômica na região, ameaçando
diretamente os negócios e a superioridade que o Império Brasileiro tinha na região. Este
plano de Rosas se compreendia na tomada de territórios dos países do Uruguai,
Paraguai e Bolívia, e com isso tomaria o controle total da navegação e comércio do Rio
da Prata, prejudicando os interesses do Império Brasileiro. A questão da supremacia do
território nacional do Império Brasileiro estava em jogo. Visto que o Partido
Conservador que governava o Império no fim da década de 1840, elaborou um
programa de defesa de integridade territorial do Paraguai e do Uruguai (DORIATIOTO,
2002, pag. 28), como modo de defender o próprio território brasileiro contra os ataques
de Rosas, que era o governador da província argentina de Buenos Aires, e
consequentemente governador das demais províncias da então Federação Argentina.

Neste contexto temos lutas internas de poder dentro da Argentina e Uruguai, o


que facilitou a intervenção do Império brasileiro na região. Apoiando a facção liberal
uruguaia dos colorados – que estavam em disputa contra a facção política dos Blancos,
apoiados por Rosas – que tinham por objetivo político a abertura ao comércio exterior
e, portanto a livre navegação comercial no rio da Prata que estava de acordo com os
interesses brasileiros. O Império também conseguiu apoiar na argentina o governador
Urquiza, que estava descontente com a situação e a supremacia de Buenos Aires frente
às demais províncias da federação argentina, imposta por Rosas.

Visto que o Partido Conservador que governava o Império no fim da década de


1840, elaborou um programa de defesa de integridade territorial do Paraguai e do
Uruguai (DORIATIOTO, 2002, pag. 28), como modo de defender o próprio território
brasileiro contra os ataques de Rosas, que era o governador da província argentina de
Buenos Aires, e consequentemente governador das demais províncias da então
Federação Argentina.

Neste cenário temos na Província do Rio Grande do Sul uma enorme


mobilização de tropas Imperiais somente após seis anos do fim da Guerra Civil
Farroupilha, com uma grande concentração de forças militares principalmente na região
da fronteira entre Argentina e Uruguai, onde a Expedição Militar liderada por Caxias, é
composta por três quartos de gaúchos, a maioria deles ex-farroupilhas, agora marchando
pela bandeira do Império Brasileiro, sob as ordens do ex comandante
inimigo(MAESTRI, 2010, p. 191).

A presença das tropas brasileiras acaba por se solidificar na supremacia bélica


do Império na região e logo Oribe, comandante dos blancos no Uruguai é derrotado e
em seguida no ano de 1852, Rosas é derrubado do poder em Buenos Aires e foge para
Europa. Com a vitória do chamado exercito Libertador, temos a manutenção da
supremacia do Império do Brasil na região do Prata, principalmente com cinco acordos
firmados pelo Império com o Uruguai, que interferiam diretamente na soberania do
Estado Nacional Uruguaio, que ia deste a interferência na política, questões
alfandegárias que dava privilégio aos brasileiros, e questões de fronteiras, onde os
interesses dos fazendeiros do Rio Grande do Sul, e acordos em questão de fronteira,
onde facilitaria a navegação e o acesso do Rio Grande do Sul a navegação na região do
Prata, que com a vitória da coalizão militar no conflito, garantiu aos brasileiros acesso a
navegação e comércio na região do Prata, principalmente na região do Mato Grosso,
onde ele demonstrava a sua superioridade comercial, frente ao vizinho Paraguai, que
mais tarde seria um dos motivos da invasão do Brasil pelas tropas de Solano Lopez e o
começo da Guerra do Paraguai.
A Guerra contra Oribe e Rosas, ou Guerra do Prata (1851 – 1852) como também
é chamada, é caracterizada pelo apoio do Império do Brasil aos chamados membros do
partido colorado no Uruguai e as forças de Urquiza, governador das províncias
argentinas de Corrientes e Estrerrios (KUHN, 2011, pag. 86). Neste contexto temos
lutas internas de poder dentro da Argentina e Uruguai, o que facilitou a intervenção do
Império brasileiro na região. Apoiando a facção liberal uruguaia dos colorados – que
estavam em disputa contra a facção política dos Blancos, apoiados por Rosas – que
tinham por objetivo político a abertura ao comércio exterior e, portanto a livre
navegação comercial no rio da Prata que estava de acordo com os interesses brasileiros.

Visto que o Partido Conservador que governava o Império no fim da década de


1840, elaborou um programa de defesa de integridade territorial do Paraguai e do
Uruguai (DORIATIOTO, 2002, pag. 28), como modo de defender o próprio território
brasileiro contra os ataques de Rosas, que era o governador da província argentina de
Buenos Aires, e consequentemente governador das demais províncias da então
Federação Argentina.

Neste cenário temos na Província do Rio Grande do Sul uma enorme


mobilização de tropas Imperiais somente após seis anos do fim da Guerra Civil
Farroupilha, com uma grande concentração de forças militares principalmente na região
da fronteira entre Argentina e Uruguai, onde a Expedição Militar liderada por Caxias, é
composta por três quartos de gaúchos, a maioria deles ex-farroupilhas, agora marchando
pela bandeira do Império Brasileiro, sob as ordens do ex comandante
inimigo(MAESTRI, 2010, p. 191). A presença das tropas brasileiras acaba por se
solidificar na supremacia bélica do Império na região e logo Oribe, comandante dos
blancos no Uruguai é derrotado e em seguida no ano de 1852, Rosas é derrubado do
poder em Buenos Aires e foge para Europa.
2.4 Contexto da Guerra do Paraguai

Mas a maior demanda bélica exigida da Província de São Pedro do Rio Grande
do Sul veio com a Guerra do Paraguai, que tornou a província campo de batalha e de
locomoção de corpos de tropas em direção ao combate. O motivo do embate se dá ainda
em discussão ao acesso e controle da navegação da bacia do Prata que após a Guerra
contra Oribe e Rosas, o Brasil com acordos feitos com Uruguai e Argentina detinha o
direito de navegação, além destes dois países. Fato este que incomodou o Paraguai de
Solano Lopez, que com uma política desenvolvimentista via o não acesso do Paraguai
ao mar, um obstáculo ao progresso paraguaio.

Inicia-se assim no ano de 1864 o combate com a invasão direta das tropas
paraguaias ao território do Brasil, em dezembro de 1864 o território do Mato Grosso e
em 1865 em cidades gaúchas de São Borja, Uruguaiana e Itaqui. Essa demonstração de
força do poder Paraguaio, e o despreparo das forças militares fronteiriças, tanto
militares como as da Guarda Nacional, que como já ressaltamos, faziam o papel de
policiamento e patrulhamento da fronteira, segundo Kuhn (ano), trouxe um impacto
muito grande para o Império Brasileiro, em sentido real e simbólico, pois a ameaça e a
invasão as cidades da província que estrategicamente era de grande importância para o
plano Nacional e a manutenção da hegemonia do Império Brasileiro na região.

A confiança depositada nas milícias e na Guarda Nacional da fronteira do Rio


Grande do Sul era enorme, e com o abalo de um choque bélico contra um exército
muito mais estruturado como o do Paraguai, levou o Império Brasileiro a tomar medidas
urgentes, para impor um contra-ataque a invasão paraguaia em seu território. Desta
forma começa um esforço em todo o Império para a formação de tropas para Guerra. O
Império Brasileiro se une as forças militares do Uruguai e Argentina, formando assim a
Tríplice Aliança, que ao fim da guerra com a política interna de Argentina e Uruguai
fragilizada, o Brasil acaba por encabeçar a maioria das operações de guerra. Fato este do
Império necessitar de uma maior demanda de corpos militares, e necessariamente de
mais voluntário. O apelo patriótico é feito pelo próprio D. Pedro II, e cria-se o corpo de
Voluntários da Pátria para reforçar as forças efetivas do Exército Imperial Brasileiro. As
Guardas Nacionais das demais províncias, como do nordeste e da Corte passam marchar
para o campo de batalha, marchavam junto tanto voluntários como aqueles soldados que
forçadamente tiveram que assentar praça.
A Guerra do Paraguai chega ao fim em 1870, com a já invasão das tropas
brasileiras em território Paraguai, a caça e morte de Solano Lopez em campo de batalha
decreta o fim definitivo do conflito, que arrasou o país derrotado em termos econômicos
e sociais. Mas dentro do Império Brasileiro temos o começo de uma reação contrária ao
conflito, como nos diz Doratioto:

A Guerra do Paraguai repercutiu na consolidação dos


Estados nacionais argentino e uruguaio; foi o momento do
apogeu da forca militar e da capacidade diplomática do Império
do Brasil, mas, de forma paradoxal, contribuiu para o
acirramento de contradições do Estado monárquico brasileiro,
enfraquecendo-o.1

O Império Brasileiro vê após o término da Guerra, cada vez mais estas


contradições ameaçando a sua estabilidade, tanto no sentido econômico, que no fim da
Guerra a questão escravagista e abolicionista começa a tomar grandes dimensões entre a
sociedade, enfraquecendo o Império que por fim, decreta o fim da escravidão em 1888.
E a questão o Exército brasileiro, que começa a se organizar e ter maior força dentro da
sociedade brasileira com o fim da Guerra do Paraguai, não sendo reconhecida pelos
interesses do Império. O que vai levar a derrubada do Império por parte da instituição,
que no projeto imperial das décadas de 1840 e 1850, seria uma das bases para a
manutenção da hegemonia imperial.

Mas é dentro destes contextos que analisamos, percebemos que durante os


conflitos que se deram dentro e ao redor da Província de São Pedro do Rio Grande do
Sul, que exigiram maior necessidade de suporte bélico por parte do Exército, exercendo
assim o Arsenal de Guerra de Porto Alegre um grande papel dentro destes conflitos e
conjunturas do período.

1
Doratioto, Francisco. Maldita Guerra: nova história da Guerra do Paraguai. São Paulo: Companhia das
Letras, 2002. p. 18

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