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III EMEPRO – Belo Horizonte, MG, Brasil, 07 a 09 de junho de 2007

Estudo de Viabilidade de Implantação de Embalagens na


Comercialização de Abacaxi na CeasaMinas

Regina Célia Nazar Fialho ( PUC/MG) reginafialho@pucminas.br


Ana Flávia Rezende Ferreira ( PUC/MG) afrezende@oi.com.br
Gustavo Costa de Almeida (CeasaMinas) gustavo@ceasaminas.br
Joaquim Oscar Alvarenga (CeasaMinas ) joaquimalvarenga@ceasaminas.br

Resumo
A embalagem exerce impacto no custo e na produtividade de sistemas produtivos. Com o uso
de embalagens, pode-se ganhar na qualidade do produto a ser oferecido ao cliente final. No
segmento alimentício, conforme Instrução Normativa conjunta SARC/ANVISA/INMETRO de
12 de novembro de 2002, as frutas devem utilizar embalagens apropriadas na transferência
de produtos para o cliente final. Contudo, na CeasaMinas, foram poucas as frutas que
obtiveram modificações no uso de embalagens após a oficialização desta norma. Com intuito
de adequação a esta norma, este estudo mapeou todo o processo de comercialização do fruto
abacaxi na CeasaMinas, bem como identificou a viabilidade de implantação de embalagem
na comercialização da infrutescência considerando embalagens de madeira, plástico e
papelão. Com base nos resultados encontrados, a embalagem de papelão foi considerada
como sendo a mais indicada, devido a: padronização, volume, e qualidade.
Palavras chave: Embalagem, Abacaxí, Manuseio.

1. Introdução
Segundo Arnold (1999, p. 399) em uma organização industrial a função básica da
embalagem é transportar os produtos de forma segura até os clientes. Além desta função
básica, o autor ainda menciona outras funções tais como: forma de identificar os produtos;
conter e proteger o produto; melhorar a eficiência da distribuição física.
Ballou (2001, p. 66) ao citar os objetivos da embalagem acrescenta:

Facilitar a estocagem e o manuseio, promover melhor utilização de equipamentos de


transportes, fornecer proteção a produtos, promover a venda de produtos, alterar a densidade de
produtos, facilitar o uso de produtos, fornecer valor de reutilização a clientes.

Segundo Bowersox (2001) a utilidade e eficiência do manuseio de materiais podem


ser afetadas pelas embalagens. Para o autor, o uso de embalagens pode acarretar em aumentos
de produtividade como redução de tempo na separação de pedidos, manuseio e carregamento,
melhor utilização de espaço cúbico no transporte.
A eficiência e produtividade no manuseio de materiais é influenciada pelo projeto de
embalagem; unitização de carga; característica de comunicação e investimentos em tecnologia
e equipamentos de manuseio. A padronização das embalagens, o embarque de produtos
desmontados ou dependendo do caso a redução do tamanho das embalagens influencia a
eficiência do manuseio devido à melhoria da utilização cúbica do transporte.
Segundo Chitarra (2005) no segmento alimentício, as embalagens assumem funções
tais como proteção, contenção, conservação, facilidade de distribuição, informação e venda. A
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embalagem ideal varia de produto para produto e a escolha deve ser baseada de acordo com o
tipo de produto, o dano que poderá ocorrer com o mesmo, qualidade, peso, custo da
embalagem e distância do mercado consumidor.
As frutas e hortaliças são produtos delicados, por isto, necessitam de embalagens que
sejam capazes de protegê-los contra danos mecânicos e fatores ambientais. Deve permitir o
resfriamento rápido do seu conteúdo, reduzir a perda de umidade do produto, preservar a
forma e resistência do produto, ser resistente para suportar empilhamentos, proteger contra
amassamento e abrasão, cortes por objetos pontiagudos. Além disso, uma embalagem
adequada pode facilitar os processos da cadeia de comercialização, ou seja, tornar o processo
de manuseio mais eficiente, facilitando o deslocamento do produto, carregamento e
descarregamento, transporte, além de servir de unidade de venda no varejo.
Visto a busca dos consumidores por produtos de mais qualidade, o papel da
embalagem na comercialização de produtos agrícolas ganha importância nos dias de hoje. A
embalagem proporciona aos produtos que a continuidade de seu ciclo de vida ocorra
naturalmente, assegurando assim através de boas embalagens a qualidade do produto e
conseqüentemente melhor taxa de comercialização e aceitação do produto por parte do
consumidor.
Nas palavras de Chitarra (2005):

A embalagem “apropriada” corresponde ao sistema capaz de proteger o produto perecível


contra danos físicos causados pelo manuseio ou pestes, condições atmosféricas extremas de
umidade e temperatura ou de atmosferas que contenham elementos (gases ou outros) que
possam degradar o produto durante o transporte, armazenamento e comercialização. (p. 292)

Ainda segundo Chitarra (2005) existem diversos tipos de embalagens que devem ser
utilizadas de acordo com as características do produto a ser embalado. Variam na forma,
tamanho, qualidade e materiais utilizados na sua confecção. A madeira e a fibra celulósica são
dos materiais naturais os mais utilizados e dos materiais sintéticos o polietileno e o
polipropileno. A embalagem de madeira pode se tornar forte e rígida dependendo da
qualidade do material utilizado na confecção e a espessura. Em contra partida, a baixa
qualidade provoca danos aos produtos como a abrasão. Das fibras celulósicas pode-se
produzir embalagens de papel, papelão ondulado, cartão, sacarias. Na embalagem de papelão
ondulado, são utilizados vários tipos de papel. Esta é uma embalagem muito utilizada para
frutas in natura devido à resistência contra esmagamento, choque, compressão, revestimentos
impermeabilizantes para impedir absorção de água.
Os polímeros são produtos químicos orgânicos utilizados na fabricação de vários
tipos de embalagens plásticas como filmes plásticos, tubos e conexões de água, garrafas para
refrigerantes, baldes, engradados de cerveja, sacos industriais, sacos para lixo, resinas
plásticas, dentre outros. Os plásticos que são utilizados pela indústria alimentícia possuem
uma propriedade que é capaz de tornar macio quando aquecidos a certa temperatura e rígido
quando resfriado. Alguns oferecem alto controle de permeabilidade ao vapor d'água e aos
gases sendo o polietileno, polipropileno e o polibutileno os materiais em que são mais
utilizados na fabricação de embalagens para produtos hortícolas.
2. Metodologia da condução da pesquisa
A pesquisa foi conduzida a partir do modelo de estudo de caso simples, apresentado
por Yin (1984). Por analogia ao modelo de Yin, desenvolveu-se o esquema a seguir,
orientando, assim, o trabalho:
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A embalagem mais
Estudo da Levantamento de dados
adequada é: Acompanhamento
viabilidade da através de pesquisas
- Madeira, plástico, do processo de
implantação de aplicadas dentro do
papelão? comercialização de Resultado
embalagem para CeasaMinas e acompanha-
comercialização abacaxi nos da pesquisa.
mento de colheita/carrega-
de abacaxi na atacadistas da mento de abacaxi em
Levantamento CeasaMinas.
CeasaMinas. bibliográfico. Tocantins e Monte
Alegre/MG

Fonte: Pesquisa do autor/2006


Figura 1: Estratégia de condução da pesquisa

Os recursos metodológicos empregados na pesquisa compuseram-se da delimitação


do caso, via levantamento documental e posteriormente coleta de dados. Para a delimitação
do estudo de caso, utilizaram-se tanto entrevistas não estruturadas, como documentos e
fluxograma. Para a coleta de dados fez-se uso do questionário estruturado, de entrevistas não
estruturadas e observação in loco.

3. Contextualização da Pesquisa
A Centrais de Abastecimento de Minas Gerais S/A (CeasaMinas) é composta
juridicamente como empresa de economia mista, estando subordinada ao Ministério de
Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Sua função é oferecer instalações e serviços á
terceiros para comercialização de hortigranjeiros, outros alimentos e produtos diversos através
da concessão da permissão de utilização de determinada área. A CeasaMinas possui e
administra atualmente 6 unidades. As unidades estão instaladas em Contagem, Barbacena,
Uberlândia, Caratinga, Governador Valadares e Juiz de Fora.
A unidade de Contagem se destaca das outras, em âmbito nacional e da América do
Sul, por se tratar da central de abastecimento mais diversificada. Nela são comercializados
alimentos industrializados e “in natura”, rações, produtos agrícolas, embalagens, produtos de
higiene e limpeza. Possui uma área construída de 251.537 m², 535 empresas instaladas e
11.989 produtores rurais cadastrados.
O abacaxi é um fruto que não amadurece após a colheita, portanto, a situação ideal
para a colheita seria mediante total desenvolvimento fisiológico do fruto. Mas, em muitas
culturas o ponto de colheita deve ser diferente levando em consideração a distância do
mercado consumidor, o transporte e a finalidade do fruto. A distância do mercado consumidor
e a forma como o abacaxi é transportado força muitas vezes que o fruto seja colhido antes do
ponto total de maturação. O ideal seria que o fruto fosse transportado embalado melhorando
assim a qualidade e reduzindo a perda, mas, o que é mais utilizado no país, é o transporte à
granel. A finalidade do fruto também influencia no ponto de colheita do fruto, pois, para o
mercado in natura o fruto é colhido ainda verde e para a indústria é mais maduro.
De acordo com Resende (1998) entre os anos de 1995 a 1997, o Brasil aumentou a
sua produção de abacaxi em 32%. Segundo dados do Agrianual (2006), houve um
crescimento considerável da produção brasileira de abacaxi, sendo em 1998 a produção de
abacaxi em torno de 2.316.114 toneladas saltando para 2.848.828 toneladas no ano de 2005.
Analisando a produção brasileira no ano de 1998 e 2005 têm-se o seguinte resultado:
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1200000
1080239 1056075
1036415
1000000

800000
627604
570400 1998
600000
487586
2005
400000
146549
132508
200000
17960
9605
0
Norte Nordeste Sudeste Sul Centro Oeste

Fonte: Agrianual/2006
Gráfico 1 – Produção Brasileira de abacaxi

Conforme dados acima, de 1998 a 2005 as principais regiões produtoras de abacaxi


foram Sudeste e Nordeste. No ano de 2001 as regiões brasileiras que mais se destacaram
foram Minas Gerais e Paraíba, sendo responsáveis por 51% da produção nacional. Em 2005 a
produção em Minas Gerais foi de 555.970 toneladas e Paraíba foi responsável por 482.591
toneladas.
Buscando melhorias na comercialização do abacaxi, foi instituído uma norma oficial
do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento para a classificação do fruto. Desta
forma, o Programa Brasileiro para a Modernização da Horticultura através da Instrução
Normativa nº. 1/2002 classifica o produto em lotes homogêneos, definidos através do
tamanho, coloração e qualidade. O abacaxi passa a ser classificado da seguinte forma:

¾ Grupo – Definido em função da coloração da polpa, sendo o de polpa amarela a


variedade Smooth Cayenne e o de polpa branca nas variedades Pérola e Jupi.
¾ Subgrupo – Definido pela coloração da casca dividida em quatro subgrupos:
verde/verdoso, pintado, colorido, amarelo.
¾ Classe – Determinado através de uma tabela que define o peso por classe.
¾ Categoria de qualidade – Definido em função da tolerância de defeitos graves ou
leves.

Para manter a qualidade do fruto e homogeneizar a cultura, devem-se levar em conta


alguns fatores técnicos e econômicos para a exploração comercial do abacaxi. Os solos mais
apropriados para o plantio do abacaxi conforme citado por Cunha et al (1994) são os de
textura média ou leve e com boa drenagem. Além disso, as raízes e folhas do abacaxizeiro se
desenvolvem melhor em temperaturas entre 29º C e 32º C. Como a cultura do abacaxi
necessita de tratos culturais cuidadosos e freqüentes, é necessária a preparação do solo
(remoção da vegetação, aração e gradagem, correção da acidez, adubação), sistema de plantio
(disposição de covas e sulcos, bem como espaçamentos e densidade), controle de pragas e
doenças, irrigação. Já os fatores econômicos dizem respeito quanto a existência de vias de
acessos para escoamento da produção, disponibilidade de mão-de-obra, bem como o seu
custo, dentre outros.

4. Cadeia Produtiva de Abacaxi no Brasil


A comercialização de abacaxi na CeasaMinas ocorre através de cinco elos na cadeia
de distribuição, sendo, produtor, agente de comercialização, atacadista, indústria de suco e
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varejista. O atacadista efetua a compra de abacaxi direto com o produtor ou através de um


agente de comercialização. A venda de abacaxi pelos atacadistas é direcionada ao mercado
varejista, sendo, hipermercados, supermercados e sacolões. Em casos como avaria dos frutos
em função do transporte e manuseio ou aumento excessivo da oferta de abacaxi no mercado,
os frutos são vendidos à indústria de suco tanto pelos atacadistas como diretamente pelo
produtor.
Cadeia de distribuião de abacaxi

PRODUTOR

AGENTE DE COMERCIALIZAÇÃO

ATACADISTA

INDÚSTRIA
DE SUCO

VAREJO

Fonte: Pesquisa do autor/2006


Figura 2: Cadeia de Distribuição do Abacaxí

5. Resultados da Pesquisa
A De acordo com a pesquisa aplicada aos produtores, todo o processo de
colheita/seleção até o enlonamento do caminhão, em média, é realizado em 7 horas sendo
necessário 8 funcionários. O procedimento varia pouco de região para região, mas no geral
ocorre da seguinte forma: os colhedores colhem o abacaxi sem fazer nenhum tipo de
classificação e levam os frutos em carrinho de mão até os funcionários que realizam a seleção
e o carregamento da carga, estes, lançam os frutos para os funcionários que ficam em cima do
caminhão que acomodarão os frutos na carroceria.. Para dar proteção aos frutos, é colocado
capim, palha ou cepilho no assoalho do caminhão e entre as camadas de frutos, sendo
necessário 2 ou até 5 fardos por carga, variando em cada região. Quanto ao uso de
embalagens, alguns produtores mencionaram já ter utilizado algum tipo, mas, atualmente não
as utilizam apontando como motivo o alto custo das mesmas.

Na pesquisa aplicada junto aos atacadistas, verificou-se que existe perda em função
do transporte em torno de 4,15% por carga, um número bem relevante. Para o
descarregamento, seleção, embalo e entrega são necessários em média 10 funcionários, sendo
a carga descarregada em média em 5 horas. Os atacadistas disseram que para 87% dos
frutos/carga são utilizadas embalagens não novas e sem nenhuma higienização. A embalagem
mais utilizada pelos atacadistas são as de madeira, devido ao custo das mesmas. Além disso, o
tempo do atacadista para o recolhimento e descarte da palha no aterro sanitário, foram em
média de 2 horas e 15 minutos de trabalho de seu funcionário.

Já na observação do processo da carga embalada, verifica-se que é descartada a


utilização da palha visto que a embalagem concede proteção ao fruto. Sendo assim, no
produtor é necessário fazer um remanejamento das funções de cada funcionário, pois o
processo agora inclui a montagem da embalagem e o embalo da fruta.O tempo médio desde a
colheita até o enlonamento do caminhão foi de 9 horas e 30 minutos, com uma ressalva, que
este tempo pode ser melhorado, visto que, foi a primeira vez que os funcionários tiveram
contato com a embalagem. Será necessário portanto, a realização de treinamento da mão-de-
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obra, estrutura do local como bancada para embalo das frutas. Perante o processo de
descarregamento da carga realizado no atacadista, o tempo médio foi de 1 hora, com a
utilização de apenas 5 funcionários
No que diz respeito à perda do fruto, houve uma redução de 85% de frutos que se
perdem em função do transporte. Consideração a perda por ano (R$ 33.146,88) verifica-se
que o impacto é bem relevante para o atacadista.
De acordo com a análise da viabilidade econômica do uso da embalagem na
comercialização, o que se observa a embalagem de papelão teve o melhor resultado. Para
demonstrar o impacto do uso de cada embalagem na comercialização do abacaxi na
CeasaMinas, foi feito um comparativo dos custos envolvidos em todo o processo, para cada
tipo de embalagem. A tabela 1 demonstra esse comparativo. Para tanto foi considerando uma
carga padrão em carroceria de 8,20 m de comprimento por 2,40 m de largura que tem a
capacidade de transporte de 8.000 frutos a granel. Logo, foi feita uma comparação entres
frutos transportados a granel, embalados em madeira, plástico e papelão. Nesses cálculos não
foram considerados os custos administrativos de cada atacadista, uma vez que o impacto do
uso de embalagens nesses custos se torna desprezível.
Os custos demonstrados a seguir, referem-se aos custos envolvidos no processo de
compra do fruto, ou seja, custos envolvidos no processo desde o momento em que o caminhão
já carregado sai do produtor e chega na CeasaMinas. Estes custos são os que possuem
variação em sua composição considerando a troca de sistema de a granel para embalado.
Nesses custos não estão envolvidos os custos de embalagem que alguns atacadistas já utilizam
na comercialização do fruto. Além disso, não estão presentes os custos de transporte da carga,
bem como custos administrativos do atacadista, pois são invariáveis de um formato para o
outro como já mencionado anteriormente. Incluem-se nesses custos: Custos de perda de
frutos, custo da palha, custo de eliminação da palha, custos de manuseio no atacadista e custos
de frutos a menos em função da embalagem. Como receitas, são considerados os valores
advindos de frutos a mais ao se utilizar a embalagem.
No geral, cada atacadista trabalha com 48% do fruto graúdo, 36% para o médio e
16% para o miúdo. Logo esse rateio foi feito para determinar os custos para o número de
frutos a mais e a menos por carga, perda de frutos e o custo da embalagem. Os preços
referentes a cada tipo de produto foram obtidos na CeasaMinas. Foi utilizado o preço médio
praticado no ano de 2005 como referência para os cálculos.
Comparativamente, a quantidade de frutos que se traz a mais, tanto para o abacaxi
embalado na caixa plástica e de papelão, em relação à carga a granel, é de 2.332 unidades. O
abacaxi embalado na madeira traz menos fruto devido a suas dimensões comportarem
menores quantidades.
O custo do frete para a embalagem utilizado foi R$ 2.000,00 para o estado de
Tocantins. Para a embalagem de madeira quanto para a plástica, o frete é de R$ 2.000,00.
Porém, para a embalagem de papelão, uma carga de embalagem equivale a 13 cargas de
retorno de embalagens com frutos.
Avaliando a Tabela 1, pode se observar que a utilização da embalagem de papelão na
comercialização de abacaxi reduz o custo em R$ 231,50 por carga. Importante observar que
não foi adicionado o valor a mais que se pagaria pelo fato de comercializar um produto de
qualidade melhor, ou seja, mais doce e menos ácido.
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Descrição Granel Madeira Plástico Papelão


Graúdo Médio Miúdo Graúdo Médio Miúdo Graúdo Médio Miúdo Graúdo Médio Miúdo
Receita de frutos a mais 0 0 0 0 0 0 279,46 141,88 43,84 279,46 141,88 43,84
Custo de frutos a menos 0 0 0 117,44 59,62 18,42 0 0 0 0 0 0
Perda de frutos 199,2 100,99 31,21 24 12,17 3,76 61,8 31,33 9,68 61,8 31,33 9,68
Custo da embalagem 0 0 0 82,32 56,99 21,95 74,62 47,97 18,66 223,87 143,92 55,97
Custo frete embalagem* 0 0 0 666,67 666,67 666,67 666,67 666,67 666,67 51,28 51,28 51,28
Custo palha 66,67 66,67 66,67 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Custo eliminação da palha 3,61 3,61 3,61 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Custo manuseio 54,2 54,2 54,2 5,42 5,42 5,42 5,42 5,42 5,42 5,42 5,42 5,42
TOTAL 323,68 225,47 155,69 895,85 800,87 716,22 529,05 609,51 656,58 62,91 90,07 78,51
TOTAL GERAL 704,84 2412,94 1795,15 231,5
Fonte: Pesquisa do autor/2006
Tabela 1: Custos na Comercialização de Abacaxí

6. Conclusões

Com base nos dados coletados, observou-se um bom resultado com a utilização
embalagem de papelão, devido a: proteção dos frutos – caindo a perda de 4,15% para 1% dos
frutos/carga; otimização dos processos com a eficiência do manuseio e transporte – no caso
dos atacadistas reduziu tempo de descarregamento de 5 horas para 1 hora; redução do custo
do frete devido a melhor utilização do espaço cúbico do caminhão – capaz de levar 10.000
caixas vazias; aumento do número de frutos trazidos por carga – em média 30% a mais em
relação à carga a granel; eliminação do uso da palha; redução da mão-de-obra necessária no
atacadista – em média a metade; possibilidade de impressão da logomarca com a fidelização
de clientes e rastreabilidade da origem do produto; impacto ambiental menor – devido a
reciclagem da embalagem. Além disto, um fato qua ainda pode ser mensurado em outra
oportunidade é o ganho sobre a venda de um fruto de melhor qualidade para o cliente.

Referências
AGRIANUAL 2006: Anuário da Agricultura Brasileira. São Paulo: FNP, 2006. p. 142-144.

ARNOLD, J. R. Tony. Administração de materiais: uma introdução. São Paulo: Atlas, 1999.

BALLOU, Ronald H. Gerenciamento da Cadeia de suprimentos: Planejamento, Organização e logística


empresarial. São Paulo: Bookman, 2001.

BOWERSOX, Donald J. Logística empresarial: o processo de integração da Cadeia de Suprimento. São


Paulo: Atlas, 2001.

BOWERSOX, Donald J. Gestão Logística de suprimentos. Porto Alegre: Bookman, 2006.


CHITARRA, Maria Isabel Fernandes. Pós-colheita de frutas e hortaliças: fisiologia e manuseio. 2. ed. Lavras:
UFLA, 2005

RESENDE, Leda Morais de Andrade; PAIVA, Bolivar Morroni de. Informe Agropecuário. Abacaxi:
Tecnologia de produção e comercialização. Belo Horizonte, V.19, n.195, p.7-11, 1998.

YIN, Robert K. Case study reseach - design and methods. Beverly Hills: Sage Puclications, 1984.

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