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HISTÓRIA REGIONAL

Prof. Me. Célio Leandro


Conquista, Povoamento e Colonização

Durante o primeiro século de colonização, a região amazônica permaneceu praticamente


inexplorada, isso devido à fixação dos colonizadores no litoral açucareiro. Além disso, havia nos
limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas, onde a maior parte do Vale Amazônico pertencia
à Espanha.
Há informações que vários navegadores a serviço de Portugal teriam chegado ao Brasil antes
de Cabral, entre eles Duarte Pacheco, experiente navegador português.
Em fins de 1499, Vicente Yanez Pinzon, sai da Europa em direção a América do Sul,
chegando ao Brasil em fevereiro de 1500, no atual Estado de Pernambuco, rumou para o Norte e
atingiu a foz do Amazonas, a que deu o nome de “Mar Dulce”.
Em 1524, Aleixo Garcia, percorreu o Vale do Guaporé com destino ao Peru.
Em 1541, Gonzalo Pizarro e Francisco Orellana comandaram uma expedição que, saindo de
Quito, no Vice Reinado do Peru, desceu o Rio Amazonas até a sua foz, buscando o famoso “El
Dourado” e as possíveis riquezas que se estendiam do Peru à Amazônia Portuguesa. Enfrentando
perigos, ataques indígenas, a expedição terminou em tragédia. Nessa expedição o cronista padre
Gaspar de Carvajal narra a existência das Amazonas (mulheres guerreiras), em referência as
lendárias Amazonas gregas (a palavra amazonas significa “sem seio”).
Em 1560, outra expedição também em busca do famoso “Eldorado”, comandado por Pedro
de Úrsua e Lopes de Aguirre, saindo de Quito, navegaram pelo Amazonas, que também terminou
em fracasso.

A União Ibérica (1580-1640) e as Invasões Estrangeiras


Durante sessenta anos, Portugal e suas colônias ficaram sob a autoridade de reis espanhóis,
foi a chamada União Ibérica, que durou de 1580 a 1640.
Na prática, desaparecia o limite fixado pelo Meridiano do Tratado de Tordesilhas. Nessa
época, foi feita a divisão da colônia em dois Estados: o Estado do Maranhão, que se estendia do
Ceará ao Amazonas, e o Estado do Brasil que incluía os demais territórios.
O objetivo dessa divisão era melhorar o contato da Coroa Portuguesa com a região norte da
colônia, devido às constantes investidas de inimigos franceses, ingleses e holandeses na região.
A assinatura do Tratado de Tordesilhas, em 1494, que dividia o Novo Mundo “descoberto”
entre Portugal e Espanha, formando grandes impérios coloniais, por parte das Nações Ibéricas,
marginalizando as outras nações européias, fez com que estas reagissem a esse tratado.
Com a descoberta de ouro na América Espanhola (Peru e México) e a famosa lenda do reino
encantado (Eldorado), entre os rios Oiapoque e Amazonas, desenvolveu ainda mais a cobiça
daquelas nações, e daí, as constantes invasões no Continente Americano.
Os militares luso-espanhóis começaram a expulsar os estrangeiros do Brasil, sendo os
franceses expulsos em 1615.
No processo da luta, os militares luso-espanhóis fundaram várias fortalezas litorâneas que
mais tarde tornaram-se importantes cidades do litoral norte, como por exemplo, João Pessoa (1584),
Natal (1589), Fortaleza (1613) e Belém (1616).
Com a expulsão dos franceses do Maranhão restava a ocupação do Pará e do Amazonas.
Francisco Caldeira Castelo Branco foi responsável pela construção do Forte do Presépio, em
1616, mais tarde batizado como Belém, que possibilitou a penetração luso-espanhola pelo rio
Amazonas. Conquistava-se a planície amazônica, que passou a ser ocupada e explorada por
apresadores de índios e droguistas do sertão.

Os Primeiros Exploradores e as Delimitações do Espaço Geográfico


Entre os exploradores das drogas do sertão, destacavam-se os jesuítas que monopolizavam a
exploração desses produtos através da mão-de-obra indígena.
Embrenhados na mata, os índios caçavam, pescavam e coletavam as drogas do sertão,
contribuindo para o crescimento das riquezas da Companhia de Jesus.
O monopólio da Companhia de Jesus sobre os índios e as drogas do sertão, prejudicava os
interesses dos colonos que se fixavam nestas áreas, gerando constantes conflitos com os jesuítas. O
problema entre jesuítas e os colonos, era que os jesuítas tinham o domínio ideológico sobre os
índios, e os colonos tinham uma posição mais radical, pois pretendiam escravizá-los.
Em 1637, devido a presença de espanhóis no alto Rio Amazonas, foi determinada uma
Bandeira fluvial composta por 600 soldados, 1200 índios, remadores, mulheres e escravos,
totalizando 2000 mil pessoas que foram distribuídas em 47 canoas, sob o comando de Pedro
Teixeira, que chegou à foz do Rio Amazonas.
O objetivo dessa bandeira era estabelecer limites territoriais da Coroa Portuguesa na
Amazônia, e ao mesmo tempo, efetuar a escolha de lugares estratégicos para construir fortificações.
A expedição saiu do Grão-Pará atingindo Quito, no Equador e determinou marcos entre as
possessões da América Portuguesa e Espanhola.

Expansão Territorial: “Entradas e Bandeiras”

As entradas e bandeiras foram expedições que penetravam o interior com objetivo de apresar
índios e procurar minerais.
São Vicente, o primeiro núcleo de povoamento fundado no Brasil, foi superado pelo
Nordeste. O fracasso da empresa açucareira deu-se devido à pobreza do solo vicentino, à estreiteza
do litoral e a distância em relação aos mercados consumidores europeus.
Sem apoio da metrópole, isolados em relação à Europa, marginalizada economicamente e
praticando uma agricultura de subsistência, os vicentinos começaram a procurar outras formas de
sobrevivência organizando bandeiras, que se tornavam verdadeiras empresas em busca de captura
de índios e riquezas nos sertões.
Além do apresamento de índios e da busca de ouro, as bandeiras tinham ainda outra função
importante para a Metrópole: serviam de ponta de lança da conquista e povoamento do interior,
numa época em que Espanha e Portugal estavam longe de ter definido a fronteira de seus domínios
no coração da América do Sul. Em algumas expedições, essa função política e militar se destacou.
Foi o caso da bandeira chefiada por Antônio Raposo Tavares, que deixou São Paulo em 1648 para
desbravar milhares de quilômetros do sertão até o Amazonas.
Preparado para enfrentar qualquer bloqueio, Raposo Tavares dividiu a bandeira em duas
colunas. A primeira, chefiada por ele próprio, reunia 120 paulistas e 1 200 índios. A segunda, um
pouco menor, era comandada por Antônio Pereira de Azevedo. Viajando separadamente, os dois
grupos desceram o Tietê até o rio Paraná, de onde atingiram o Aquidauana. Em dezembro de 1648,
reuniram-se às margens do rio Paraguai, ocupando a redução de Santa Bárbara.
Depois de unificada, a bandeira prosseguiu viagem em abril de 1649, alcançando o rio
Guapaí (ou Grande), de onde avançou em direção à cordilheira dos Andes. Estava em plena
América espanhola, entre as cidades de Potosí e Santa Cruz de la Sierra (hoje território da Bolívia).
Aí permaneceu até meados de 1650, explorando o mais possível a região. De julho de 1650 a
fevereiro de 1651, já reduzida a algumas dezenas de homens, empreendeu a etapa final: seguiu pelo
Guapaí até o rio Madeira e atingiu o rio Amazonas, chegando ao forte de Gurupá, nas proximidades
de Belém. Diz a lenda que os remanescentes da grande expedição chegaram exaustos e doentes ao
forte e que, voltando a São Paulo, Raposo Tavares estava tão desfigurado que nem seus parentes o
reconheceram. Como resultado da aventura, vastas regiões desconhecidas entre o trópico de
Capricórnio e o equador passavam a figurar nos mapas portugueses. Essa bandeira de demarcação
de limites, preação de índios e coletas de drogas do sertão (cacau, pau-cravo, canela e ervas
medicinal) é um marco da presença portuguesa em nossa região (foi chamada de “A Grande
Bandeira de Limites”)
As atividades dos jesuítas no Rio Madeira começaram em 1669, com a fundação da missão
Tupinambarana na foz do Rio Madeira, que deu origem a Parintins. Novas missões iam sendo
instaladas no percurso do Rio Madeira, na medida em que se ampliavam as atividades das drogas do
sertão, e também, a pedido do governo do Pará, temendo novas invasões, principalmente,
castelhanas.
A força de trabalho indígena passa a ser constante na colônia. Intensifica-se a captura do
índio através das tropas de resgates, descimentos ou “guerras justas”.
Em 1722, Francisco Mello Palheta, em conseqüência do avanço da ação missionária
castelhana no Guaporé, próximo às minas de ouro do Mato Grosso, organizou uma expedição
composta por 128 pessoas que percorreu todo o Rio Madeira. Ele registrou a presença de indígenas
das missões espanholas de Mojos e Chiquitos, chegou até as missões jesuítas espanholas de Santa
Cruz de Cajubava e de São Miguel, mostrando aos jesuítas que o Rio Guaporé era o limite natural
que dividia as possessões de Portugal e Espanha.
O governo português temendo a proximidade da presença espanhola e a possibilidade de
contrabando com as minas de ouro do Mato Grosso, proibiu a navegação pelo Rio Madeira através
do alvará de 27 de outubro de 1733.

O Mercantilismo e a Mineração no Vale do Guaporé.

O ouro desempenhou um importante papel na economia da Idade Moderna, pois o


mercantilismo era fundamentalmente metalista, isto é, considerava o ouro e a prata como a base da
riqueza de um país.
O grande centro minerador foi Minas Gerais. Em 1718, Pascoal Moreira Cabral descobriu
ouro no Rio Coxipó-Mirim, afluente do Rio Cuiabá onde surgem os primeiros povoamentos
próximos das minas descobertas.
A notícia alcançou a Vila de São Paulo e atraiu centenas de aventureiros para a região. O
caminho entre São Paulo e Cuiabá era longo e perigoso, os ataques indígenas, fome, doenças,
vitimaram grande número de pessoas.
Em 1722, foi descoberta as Lavras do Sutil, aumentando ainda mais a migração para Cuiabá.
Em 1727, o arraial de mineradores foi elevado à condição de vila com o nome de Vila Real do
Nosso Senhor do Bom Jesus de Cuiabá.
Em 1736, os irmãos Fernando e Arthur Paes de Barros, descobrem ouro no Mato Grosso, às
margens do Mamoré, surgindo as primeiras povoações, de Santa Ana e São Francisco Xavier.
Portugal, entre 1733 a 1737, através de Cartas Régias, proíbe a navegação pelos rios
Guaporé e Madeira, para evitar contrabando.
Em 1742, Manoel Félix de Lima, fugindo de dívidas juntamente com outros mineradores,
contrariando e infringindo as ordens da Metrópole, navega pelo Rio Guaporé, desvia pelo Mamoré,
entra em contato com as missões espanholas de São Miguel, Santa Maria Madalena e Exaltação da
Cruz, na tentativa de fazer comércio; retorna ao rio Madeira e ao Amazonas, chegando a Belém,
onde foi preso por ter desobedecido as Ordens Régias, mas abriu uma nova rota alternativa de
comunicação fluvial entre o Mato Grosso e o Pará.
As missões espanholas de Mojos e Chiquitos começaram a se expandir na margem esquerda
do Guaporé, fundando a missão de Santa Rosa, que preocupava as autoridades portuguesas, devido
à proximidade da região mineradora de Mato Grosso.
Em nove de maio de 1748, é fundada a capitania de Mato Grosso, sendo nomeado como
primeiro governador, o Capitão General Dom Antônio Rolim de Moura Tavares.
O capitão General Dom Antônio Rolim de Moura, que imediatamente tomou posse, chegou ao
Brasil com instruções de fundar a capital da recém-criada capitania. Também deveria criar uma
Ouvidoria, uma Vara de Juiz de Fora, Casa de Fundição e promover o povoamento da região.
Criaria também um aparato militar diante das pretensões espanholas, desenvolvendo a
colonização da região, estimulando os colonos a produzir alimentos, criar gado para abastecer o
comércio local e atender as necessidades da população.
A capital, Vila Bela da Santíssima Trindade, foi criada estrategicamente para ter acesso à
Bacia Amazônica, através do Guaporé (ligando as Minas do Mato Grosso ao Grão-Pará), e através
da Bacia Platina (com São Paulo), ficando assim fixadas as bases portuguesas na região.
O governador português procurou coibir o contrabando, tornando mais eficiente o comércio.
Em 1755, foi liberada uma rota comercial que através da Companhia de Comércio do Grão-
Pará e Maranhão, estabelecia o monopólio de abastecimento dos vales: Guaporé, Madeira e
Mamoré.
Durante o século XVIII, os vales do Guaporé, Madeira e Amazonas foram palco de intensa
atividade dos colonizadores portugueses e espanhóis, em função da mineração e das tensões
fronteiriças, levando os governadores a desenvolver uma política militar através de construções de
fortificações, missões religiosas e desenvolvimento da colonização. O suporte dessa política
colonizadora foi o trabalho escravo: tanto indígena como africano.
Nesse período, foram fundados vários arraiais em pontos estratégicos para dar apoio aos
navegadores e servirem de entrepostos comerciais ao longo do Madeira.
Desde 1728, o padre jesuíta João Sampaio fundou a missão de Santo Antônio das
Cachoeiras, sendo a primeira povoação na margem direita do Rio Madeira, dentro da área do atual
Estado de Rondônia, que não resistiu aos ataques indígenas, mosquitos, malária, e acabou
deslocando-se para outras regiões.
Em 1757, Rolim de Moura ordenou a fundação do povoado de Nossa Senhora da Boa
Viagem de Salto Grande do Rio Madeira, fundada pelo juiz de Fora Teotônio de Gusmão no século
XVIII, que também não sobreviveu aos ataques indígenas e epidemias.
Desmistifica-se a teoria do Vale do Guaporé como vazio demográfico, levando-se em
consideração a política colonizadora desenvolvida pelos governadores dessa época.

As Questões Fronteiriças no Período Colonial


Mesmo antes da chegada dos portugueses a América, o Tratado de Tordesilhas determinava
as fronteiras que separavam os domínios americanos da Espanha e de Portugal.
O meridiano imaginário situado 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, passava pelas
regiões onde, nos dias atuais, se encontra a cidade de Belém, no Pará e Laguna, em Santa Catarina.
Entretanto, as fronteiras entre as colônias espanholas e o Brasil nunca chegaram a serem
claramente demarcadas, devido a falta de conhecimentos dos domínios americanos e durante a
União Ibérica, as terras americanas pertenciam ao mesmo Rei.
Nesse período, (1580-1640), os luso-brasileiros e espanhóis puderam transitar livremente
dos dois lados (português e espanhol), mas quem mais se aproveitou foram os portugueses, pois a
Espanha concentrava seus esforços na mineração (vice-reinado do Peru), por isso, deu pouca
atenção a movimentação portuguesa na região amazônica e platina.
Durante o século XVIII, o território brasileiro sofreu uma grande expansão para o interior,
graças aos bandeirantes à procura de índios para escravizar e minérios, conquistando para Portugal
grandes extensões de terras, que estavam sob jurisdição espanhola, ultrapassando os limites de
Tordesilhas.
Quando Portugal fundou a Colônia de Sacramento (1680), ás margens do Rio da Prata,
chocou-se com os interesses espanhóis, pois a região pertencia à Espanha e ficava próxima de
Buenos Aires, rica em pecuária e servindo de contrabando com a área mineradora.
Os conflitos entre portugueses e espanhóis levaram as duas nações ibéricas a assinar os
Tratados de Limites para solucionar os problemas, principalmente, por Portugal ocupar imensa área
sob o domínio espanhol. (sobre tratados, ver capítulo específico).
Real Forte do Príncipe da Beira (1776-1783)
Os constantes conflitos entre portugueses e espanhóis, que remontam ao Tratado de
Tordesilhas, e, constantemente desrespeitados pelos portugueses devido a falta de interesse
espanhol em explorar a região, agrava-se ainda mais após o fim da União Ibérica (1640), e a
descoberta de ouro no Vale do Guaporé.
Os portugueses cada vez mais se firmavam no Vale do Ouro, assegurando suas conquistas na
região, que foi garantida pelo Tratado de Madri (1750), entre Portugal e Espanha, que reconhecia
legalmente as pretensões portuguesas sobre a Bacia Amazônica.
Nesse contexto, a ordem da Cora portuguesa era construir fortes para proteger seus limites,
coibir o tráfico ao longo dos rios Guaporé e Madeira e auxiliar os navegantes em busca de ouro,
índios e drogas do sertão.
Em virtude destes atritos e para garantir a soberania portuguesa na região, foi construído em
1760 o Fortim de Nossa Senhora da Conceição, cuja fragilidade levou os espanhóis a tentar sua
conquista.
No governo de João Pedro da Câmara foi remodelado, mudando posteriormente o nome no
governo de D. Luis Pinto de Souza Coutinho (1768-1771) para Forte Bragança.
O Forte Príncipe da Beira, construído entre 1776-1783 no sistema Valban, tendo como
engenheiros, Domingos Sambucette, que morreu de malária e foi substituído pelo Sargento-mor
Ricardo Franco de Almeida Serra.
Com uma área de 970 metros e muralhas com 10 metros de altura, contendo quatro baluartes
com 14 canhões cada, totalizando 56 canhoneiras, representava a imponência portuguesa na região.
Os baluartes denominavam-se Nossa Senhora da Conceição (voltado para o Oeste), Santa
Bárbara (voltado para o sul) – adjacente ao rio Guaporé, Santo Antônio de Pádua (voltado para o
Norte) e Santo André Avelino (voltado para o Leste).
As pedras para a construção foram obtidas no próprio local, a Cal em Belém do Pará, Albuquerque
e Corumbá (MT), a artilharia veio de Lisboa via Belém do Pará, uns chegaram pela rota fluvial
Amazonas-Madeira-Guaporé e outros pelas Amazonas-Tapajós-Guaporé.
O primeiro comandante do Forte Príncipe da Beira foi o Capitão de Dragões, José Melo da
Silva Vilhena.
Com a decadência do Império Espanhol e a crise da mineração, o Forte Príncipe da Beira
caiu no abandono. Foi redescoberto pelo Marechal Rondon e teve seu tombamento histórico em 30
de novembro de 1937.

ATIVIDADES
01. A respeito do povoamento e colonização da região Amazônica é correto afirmar, exceto:
a) a primeira fase ocorreu entre os séculos XVII e XVIII com a exploração das drogas do Sertão e
do ouro no Guaporé.
b) a segunda fase é marcada pelo trabalho extrativo; exploração da Borracha.
c) a Segunda Guerra Mundial, provoca um novo surto de progresso na área do Alto Madeira,
atraindo milhares de nordestinos (os Soldados da Borracha).
d) a descoberta de ouro no Madeira, na área de Porto Velho, trouxe um novo fluxo migratório,
predominantemente sulista.

02. Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas do processo colonizador. O europeu com visão
de mundo calcada em preconceitos menosprezou o indígena e sua cultura. Ao acreditar nos
viajantes e missionários, a partir de meados do século XVI, há um decréscimo da população
indígena, que se agrava nos séculos seguintes. Os fatores que mais contribuíram para o citado
decréscimo foram:
a) A captura e a venda do índio para o trabalho nas minas de prata do Potosí.
b) As guerras permanentes entre as tribos indígenas e entre índios e brancos.
c) O canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais, o espírito sanguinário, cruel e vingativo
dos naturais.
d) As missões jesuíticas do vale amazônico e a exploração do trabalho indígena na extração da
borracha.
e) As epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a escravidão dos índios.

03. Assinale a única alternativa que não foi fator preponderante para o domínio português na região
amazônica:
a) Coleta de drogas do sertão
b) Ação missionária
c) Busca de escravo indígena
d) Expansão da fronteira pecuária
e) Implantação de fortificações.

04. “A mineração se estabeleceu sob o signo da pobreza e da conturbação social, marcando-a,


sobretudo, o enorme afluxo de gente que acudiu ao apelo do ouro [...].” (Lauro de Mello e Souza,
Os desclassificados do ouro.)
Com relação à sociedade mineradora no Brasil, assinale a alternativa incorreta:
a) Foi marcada pela diversidade, percebida não só pela presença de cativos, como também pela
vasta população livre, envolvida em atividades comerciais, artesanais e de prestação de serviços.
b) No seu auge, caracterizou-se por amplas possibilidades de mobilidade social, observada pela
presença de grande população negra liberta e sua ascensão a cargos políticos e burocráticos da
Coroa portuguesa.
c) A rápida concentração de pessoas na região mineradora gerou problemas de abastecimento
que, aos poucos, foram solucionados através da formação de uma dinâmica economia mercantil de
alimentos.
d) Foi marcada por intensas rebeldias, não só de escravos, mas também da população livre, em
oposição aos rigores da fiscalização e da alta tributação imposta pela metrópole.

05. A partir de 1750 com os tratados de limites, fixou-se a área territorial brasileira, com pequenas
diferenças em relação à configuração atual. A expansão geográfica havia rompido os limites
impostos pelo Tratado de Tordesilhas. No período colonial, os fatores que mais contribuíram para a
referida expansão foram:
a) criação de gado no vale do São Francisco e desenvolvimento de uma sólida rede urbana.
b) apresamento do indígena e constante procura de riquezas minerais.
c) cultivo de cana-de-açúcar e expansão da pecuária no Nordeste.
d) ação dos donatários das capitanias hereditárias e Guerra dos Emboabas.
e) incremento da cultura do algodão e penetração dos Jesuítas no Maranhão.

06. Sobre a mineração no Vale do Guaporé não podemos afirmar que:


a) foi realizada a partir do uso da mão-de-obra escrava oriunda de Belém do Pará, de Minas
Gerais e das regiões litorâneas.
b) os recursos técnicos utilizados eram rudimentares e pouco evoluíram ao longo do século
XVIII.
c) a produção inconstante provocava constantes movimentos das massas populacionais da
região que vinculavam sua presença a abundância do metal precioso.
d) determinou a fixação de atividades paralelas como a agropecuária de exportação e o
comércio de drogas do sertão que garantiram a sobrevivência da sociedade regional após a crise da
mineração.
e) o esgotamento da mineração provocou um crônico endividamento dos proprietários e
mineradores e foi causa do abandono e decadência do Vaie do Guaporé.

07. Assinale V ou F:
( ) O aumento da demanda externa sobre a borracha promoveu paralelamente uma
intensificação da exploração de mão-de-obra nos seringais.
( ) O Escândalo de Putumayo divulgado na Europa por Walter Hardenburg ressaltou as
condições cruéis e desumanas do trabalho nos seringais da Amazônia.
( ) A dependência do seringueiro em relação ao barracão vinculava-o perpetuamente ao
seringalista pela dívida e através da coerção física.
( ) Já no final do século XlX o abastecimento dos seringais do Madeira era totalmente utilizado
pela produção local de alimentos como milho, arroz, mandioca e banana.

08. Antes da criação da capitania de Mato Grosso, a Coroa portuguesa determinou a fundação de
uma vila no vale do Alto Guaporé, para marcar o domínio português na região. Mas, somente em
1752, D. Antônio Rolim de Moura pôs em prática essa ordem régia, fundando às margens do rio
Guaporé:
a) Vila Real do Senhor Bom Jesus do Cuiabá.
b) Vila de São José do Rio Negro.
c) Vila Bela da Santíssima Trindade.
d) Vila de Santo Antônio do Madeira.

09. No governo de Luís de Albuquerque de Melo Pereira e Cáceres foi construído às margens do rio
Guaporé um forte estratégico para apoio da rota das Monções do Norte, que estabeleciam ligações
comerciais e administrativas entre Belém e Vila Bela da Santíssima Trindade. Atualmente existem
projetos de restauração desse monumento para torná-lo atração turística. Trata-se do Forte:
a) Coimbra.
b) Iguatemi.
c) Príncipe da Beira.
d) Guajará-Mirim.

10. Quanto ao processo de conquista colonial na fronteira amazônica dos rios Guaporé e Madeira,
NÃO é possível afirmar:
a) Entre as sociedades indígenas que mais ofereceram resistência aos missionários e aos
conquistadores portugueses no alto rio Madeira, durante o século XVIII, destaca-se a dos Mura.
b) Vila Bela da Santíssima Trindade foi fundada em 1752, às margens do rio Guaporé, para servir de
sede da Capitania de Mato Grosso, estando articulada ao comércio com o Estado Grão-Pará pela
navegação dos rios Guaporé-Mamoré-Madeira-Amazonas.
c) O contrabando inexistiu nas fronteiras portuguesa e espanhola, pois o controle das Coroas
Ibéricas era severo e os missionários e os índios auxiliaram intensamente na fiscalização do ouro, da
prata e do gado.
d) O Forte Real Príncipe da Beira, apesar de não concluído, atendeu aos objetivos de servir como
um local estratégico de demarcação das posses portuguesas às margens orientais do rio Guaporé.

11.A ocupação e o devassamento da Colônia Portuguesa na América ocorreram de forma


diversificada, atendendo, além dos interesses metropolitanos, fatores naturais e sociais. Assinale os
fatores de ordem econômica que marcaram esse fato especificamente na região norte da Colônia.
a) Preação de índios para serem escravizados e extração de especiarias denominadas “drogas do
sertão”.
b) Exploração de minérios e navegabilidade da bacia amazônica facilitando as relações comerciais.
c) Extração de especiarias denominadas “drogas do sertão” e exploração de minérios.
d) Preação de índios para serem escravizados e proximidade com a América do Norte facilitando a
exportação e importação.

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