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Aluna do 9º Semestre do curso de Direito da Universidade do Estado da Bahia – UnEB, Campus IV
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MACIEL, Eliane Cruxên Barros de Almeida. FidelidadePartidária: Um panorama institucional.
Disponível em: http://www.buscalegis.ccj.ufsc.br/revistas/index.php
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MENDES, Gilmar Ferreira. MENDES, Gilmar Ferreira. Direitos Políticos na Constituição. In.:
Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2010. p. 826.
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MACIEL, Eliane Cruxên Barros de Almeida. FidelidadePartidária: Um panorama institucional.
Disponível em: http://www.buscalegis.ccj.ufsc.br/revistas/index.php
eleito. Só em 1985, com a emenda constitucional nº 25, a qual deu nova redação ao art. 152 o
instituto foi extinto. Mas, em 1988, o instituto da fidelidade partidária ressurgiu em nosso
ordenamento, mas dessa vez sem a previsão de perda automática do mandato e determinou
que os estatutos dos partidos dispusessem sobre o citado instituto. Em seu art. 17, §1º, a
Constituição determina que os estatutos dos partidos devem dispor sobre disciplina e
fidelidade partidária.
Apesar da previsão constitucional, por muito tempo prevaleceu a tese de que a
infidelidade partidária não deveria ter repercussão sobre o mandato dos parlamentares. Essa
tese, aliás, era sustentada pelo Supremo Tribunal Federal que, desde onze de setembro de mil
novecentos e oitenta e nove, com o julgamento do mandato de segurança nº 20.927/DF,
decidiu que a maior sanção que um partido político poderia impor ao correligionário infiel era
a exclusão de seus quadros5.
Essa história, porém, começou a mudar em vinte sete de março de dois mil e sete,
quando o Tribunal Superior Eleitoral respondendo a uma consulta n. 1.398, fixou o
entendimento de que no sistema proporcional, tendo em vista as regras para obtenção do
quociente eleitoral e partidário, o mandato pertenceria ao partido e não ao eleito. Em
decorrência disso, o abandono da agremiação pela qual o parlamentar foi eleito, após a sua
diplomação acarretaria a extinção do mandato6.
Tal entendimento do TSE foi reafirmado em agosto de dois mil e sete na consulta n.
1423. No mesmo ano, o STF, no julgamento do MS n. 20.927, alterou o seu entendimento
com relação às consequências do transfuguismo e decidiu que o abandono da agremiação
partidária pelo parlamentar que por ela foi eleito, causaria a extinção do mandato. Ainda no
mesmo julgamento o Pretório Excelso fixou entendimento segundo o qual a desfiliação só não
acarretaria o fim do mandato em caso de ruptura de compromissos programáticos por parte
das agremiações ou perseguição política.
Segundo a tese defendida no julgamento, o partido deteria o monopólio das
candidaturas, primeiramente porque, segundo a Constituição, em seu art. 14, § 3º, V, o
candidato só pode concorrer às eleições se estiver filiado a um partido. Da mesma forma, o
Código Eleitoral e a lei 9.096/95 estabelecem a filiação como uma condição de elegibilidade,
de tal modo que a permanência do parlamentar na legenda pelo qual foi eleito é condição
necessária para a manutenção do seu mandato.
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MENDES, Gilmar Ferreira. MENDES, Gilmar Ferreira. Direitos Políticos na Constituição. In.:
Curso de Direito Constitucional. São Paulo: Saraiva, 2010. p.828
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Id. Ibidem. p. 824
Em segundo lugar, a exigência da fidelidade partidária seria consequência do próprio
sistema proporcional pelo qual as cadeiras do parlamento são distribuídas aos partidos em
decorrência da votação por ele recebida (quociente partidário). O voto dado ao parlamentar
não é determinante para a obtenção de uma cadeira no Congresso, mesmo porque, se
dependessem do voto pessoal a maioria dos candidatos não conseguiriam atingir o quociente
eleitoral, sendo fundamental, para que sejam eleitos, o voto da legenda. Por isso, permitir a
perpetuação do tranfuguismo seria o mesmo que promover um afastamento entre o voto do
eleitor dado nas urnas e a distribuição de poder no parlamento. Criando, assim, uma crise de
representatividade.
Vale ressaltar, porém, que a supracitado entendimento não é unânime na doutrina. A
principal tese contrária defende que os políticos são representantes do povo e não dos
partidos, tratando-se a filiação de mera condição de elegibilidade. Além disso, na opinião dos
defensores adotam esse entendimento, no sistema eleitoral brasileiro não há o chamado
mandato imperativo pelo qual a vontade da legenda seria capaz de fazer sucumbir à vontade
do eleito e do eleitor.
Apesar das opiniões contrárias, o fato é que a tese de extinção do mandato em
decorrência da infidelidade partidária está consolidada na jurisprudência brasileira. Optou-se,
portanto, pelo combate ao transfuguismo como tentativa de melhorar a imagem dos
parlamentares em relação aos cidadãos.
REFERÊNCIAS