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Serviço Voluntário:
D – Serviços Prestados por Voluntários - DESPESA
C – Receita de Trabalho Voluntário – RECEITA
O serviço voluntário deve ser contabilizado pelo valor real da prestação
do serviço, caso o mesmo fosse pago. É necessário identificar o custo do
serviço prestado pelo voluntário, com base no valor praticado no mercado, para
o devido registro na despesa, em contrapartida do registro como receita.
● O Balanço Patrimonial.
● A Demonstração do Resultado do Período.
● A Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido.
● A Demonstração dos Fluxos de Caixa.
● As Notas Explicativas.
IMUNIDADE
De acordo com Oliveira e Romão (2008), imunidade é uma garantia
constitucional, ou seja, é a proibição garantida constitucionalmente que impede
os poderes tributadores de instituir tributo em relação a certas pessoas, entes
ou em determinadas situações.
Assim, a imunidade é uma vedação imposta aos entes políticos (União,
Estados, Distrito Federal e Municípios), prevista na Constituição Federal, de
tributar pessoas, atos e fatos que se encontrem em condições especiais. Em
vista disso, com a imunidade tributária suprime-se a competência, o poder de
tributar. Nesse caso, as pessoas, atos e fatos imunes à tributação estão fora do
campo de incidência, ou seja, não podem ser tributadas, desde que
preenchidos determinados requisitos estabelecidos na Constituição Federal e
na legislação complementar.
Essa proibição de tributar, imposta ao Poder Público, é respaldada pelo
fato de as atividades desenvolvidas por determinadas entidades serem
consideradas relevantes à sociedade. Daí o legislador excluiu tais entidades do
alcance da competência conferida à União, aos Estados, Distrito Federal e
Municípios para instituir impostos.
Esta lei considera entidade sem fins lucrativos a que não apresente
superávit em suas contas ou, caso o apresente em determinado exercício,
destine referido resultado integralmente ao incremento de patrimônio (§ 3º).
Em relação à remuneração de dirigentes, é importante observar que não
há impedimento para a remuneração aos diretores não estatutários que tenham
vínculo empregatício (§ 4º, I).
A remuneração aos dirigentes estatutários não pode ser superior, em
seu valor bruto, a 70% (setenta por cento) do limite estabelecido para a
remuneração de servidores do Poder Executivo federal (§ 4º, II).
A remuneração dos dirigentes estatutários deve obedecer, ainda às
seguintes condições:
● Nenhum dirigente remunerado poderá ser cônjuge ou parente até
3o (terceiro) grau, inclusive afim, de instituidores, sócios, diretores,
conselheiros, benfeitores ou equivalentes da instituição (§ 5º, I).
ISENÇÕES
Romão e Oliveira (2008) definem isenção como um favor legal que a
qualquer momento pode ser retirado, visto que nela há o fato gerador,
ocorrendo mera dispensa do tributo devido.
A isenção é a desobrigação do pagamento de determinado tributo,
observados os requisitos legais. O tema é regulado por legislação
infraconstitucional do ente político que tenha a competência para instituir
determinado tributo. A isenção se caracteriza como renúncia ou favor legal do
Estado, por isso, é definida como uma exclusão do crédito tributário, em que o
Poder Público deixa de fazê-lo por razões específicas, já que existe a
obrigação de pagar (fato gerador), mas a autoridade, por algum motivo, isenta
a instituição desse pagamento.
Na isenção, o Estado pode, ou não, cobrar o tributo em um determinado
período, ou não fazê-lo em outro, diferentemente da imunidade, que é
permanente e só pode ser revogada ou modificada por meio do processo de
emenda à Constituição.
São diversas as formas e razões para a concessão da isenção em que
as condições estarão determinadas na lei que outorgar o benefício, e
dependerá das finalidades que o Poder Público concedente pretende atingir
com a liberação desse benefício.
Logo, enquanto a isenção tributária decorre de lei específica do ente
político que possui a competência legislativa, a imunidade tributária decorre da
própria Constituição Federal.
Portanto, as organizações do Terceiro Setor que não se enquadraram
nos requisitos necessários para a obtenção da imunidade sobre impostos e
contribuições previstas pela Constituição Federal, ainda podem ser
beneficiadas pelas isenções concedidas por leis infraconstitucionais.
Atualmente, todas as associações civis e fundações privadas sem fins
lucrativos, independentes de atuarem com educação ou assistência social, são
isentas do recolhimento do Imposto de Renda, e da CSLL, desde que cumpram
alguns requisitos estabelecidos em lei.
Para tanto, é imprescindível que estas instituições atendam às
exigências estabelecidas por leis que tratam sobre o tema, para que tenham
direito aos benefícios ou não venham a perdê-los em virtude de
descumprimento das regras e procedimentos estabelecidos nos dispositivos
legais.
No âmbito Federal, a isenção está disciplinada pela Lei nº 9.532/97 (Art.
15), que concede o benefício às instituições de caráter:
● Filantrópico.
● Recreativo.
● Cultural e científico.
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO
De modo geral, o planejamento tributário é o procedimento utilizado
pelas organizações e tem três objetivos: o primeiro é evitar a ocorrência do fato
gerador do tributo, ou seja, fazer com que o fato que dará causa à cobrança de
tributos não aconteça.
O segundo propósito é reduzir o valor do tributo, sua alíquota ou a sua
base de cálculo. Isso significa utilizar meios lícitos para que haja redução direto
do tributo, ou diminuição percentual aplicado ao seu cálculo, ou ainda redução
do valor sobre o qual será calculado o tributo.
Por sua vez, o terceiro objetivo é postergar o pagamento do tributo, sem
a ocorrência da multa, ganhando mais tempo para arrecadar valores ou
rendimentos de aplicações financeiras para efetuar o pagamento.
Para colocar o planejamento tributário em prática as organizações do
terceiro setor devem se utilizar da elisão fiscal, que é a forma lícita de
conseguir a redução de tributos, apoiando-se na legislação e nas suas lacunas
a fim de conseguir se enquadrar nas situações de imunidades, isenções, não
incidências, redução de alíquotas ou de base de cálculo. Para tanto, todos
esses procedimentos devem anteceder à ocorrência do fato gerador. Ou seja,
deve haver um verdadeiro planejamento buscando a melhor forma, legal, de
não pagar, ou de pagar menos tributos antes que os fatos que lhe deem origem
venham a acontecer.
Tal procedimento difere da evasão fiscal, que nada mais é do que a
realização de fraudes e/ou omissões de informações e registros contábeis, com
o intuito intencional de “esconder” ou reduzir o tributo devido ao fisco. Tal
procedimento é considerado crime fiscal em virtude da utilização de atos ilícitos
para a obtenção dos seus resultados.
Como observamos, o planejamento tributário visa à redução no valor do
pagamento dos tributos. Dessa forma, uma pergunta paira no ar: As instituições
sem fins lucrativos que sejam imunes ou isentas de tributos devem abrir mão
de realizar o referido planejamento?
Certamente, com base no que já vimos até agora, responderemos que
não. Pois, se o objetivo é a redução de despesas e aumento do lucro (ou
superávit em nosso caso) o planejamento tributário no terceiro setor torna-se
ferramenta imprescindível, uma vez que, mesmo não sendo contribuintes
(devedores de impostos) as entidades sem fins lucrativos são responsáveis
pelo recolhimento de diversos tributos retidos na fonte por força de exigências
legais (substitutos tributários).
Assim, o planejamento para o terceiro setor diz respeito aos planos,
controles e cumprimentos de normas que evitem a cobrança de multas e juros,
o que, consequentemente, reduz o patrimônio.
Imaginemos a situação em que uma entidade não realize as devidas
retenções na fonte de tributos pelos quais é responsável, ou os retenha e não
efetue o devido recolhimento. Ou ainda, realize corretamente as retenções mas
faça os recolhimentos fora do prazo. Poderia ocorrer também, o fato de esta
entidade deixar de apresentar, ou apresentar intempestivamente as
declarações que são obrigações acessórias como a DIRF, DCTF, EFD-
Contribuições, ECD e ECF. O valor das sanções aplicadas em forma de multas
e juros podem comprometer até a continuidade dessa instituição.
Portanto, entendemos que o planejamento tributário não deve ser
observado apenas pelo aspecto da redução de tributos. Planejar significa
prever. E prever a ocorrência de situações, mesmo que indiretas, e causadas
por obrigações acessórias, faz parte do que se objetiva alcançar com a
redução de despesas.
Percebemos, então, que o planejamento tributário se apresenta como
instrumento de grande importância também para as organizações do terceiro
setor, que ao aplicá-lo, evita a seguintes despesas:
● Pagamento de impostos - a partir da identificação e atendimento dos pré-
requisitos para alcançar a imunidade ou isenção, é possível evitar o pagamento
de diversos tributos.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, O. C. Contabilidade para Organizações do Terceiro Setor. São Paulo:
Atlas. 2005.