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Qualidades de Orixás PDF
Qualidades de Orixás PDF
http://www.altair.togun.nom.br/arquivo/cultura01.htm
Altair T’Ogun
Olá amigos!
Não desejo afrontar ninguém, quero tão somente colocar aqui o meu
pensamento particular a respeito das tão faladas “Qualidades de òrìsà”, que
eu friso com (...!?), para ressaltar minhas dúvidas sobre isso. E, como já
dizia o nosso saudoso Abelardo Chacrinha: “Eu não vim para explicar, eu
vim para confundir...” (no bom sentido, para dar motivos para que outras
pessoas pensem a respeito).
Èsù Elégbára:
Èsù L’ònòn:
Èsù Elébo:
Èsù Òdára:
A função exercida quando ele nos traz tudo de bom, bem como as
respostas dos òrìsà aos nossos rogos, sempre é mensageiro de coisas e
notícias boas.
Èsù Òjíse:
Èsù Elérù:
Òòsààlà, seu pai neste ìtàn, ao vê-lo comer a própria mãe, enfurecido
puxa de sua espada e persegue-o para matá-lo. Ao alcançá-lo, Òòsààlà
desfere um golpe e parte Èsù ao meio. Ao invés de morrer, ele se
transforma de dois. Então, Òòsààlà desfere outro golpe cortando os dois;
que se transformam em quatro, e assim sucessivamente, até serem tantos
que ocuparam quase todo o espaço do ayé. Então, para que aquilo
terminasse, Èsù fez acordo em que prometeu a Òòsààlà, que restituiria
tudo o que fora comido. Tudo aquilo que ele recebera como oferenda, seria
restituído em forma de retribuição a estas oferendas por ele recebidas.
Nesse ìtàn ele comeu todas as criaturas vivas, todas as frutas, todas as
sementes, todos os vegetais e bebeu toda a água, otí, emu; daí lhe ser
atribuido o termo: " boca que tudo come", e é por isso também, que ele
recebe qualquer coisa como oferenda.
Ògún Sórókè:
Uma das lendas de Ògún, conta que Ele estava no alto da montanha,
para onde ia quando saía à caça, pois, Ele é também um
Òrìsà Ode (Caçador). Essa lenda inicia-se por contar que:
“Ojó ntí Ògún sórókè bo...” (No dia em que Ògún estava no alto da
montanha e desceu...). Esse era o dia que Ele havia marcado para seu
retorno à cidade. Mas, diz essa mesma lenda, que Ògún é um Òrìsà que não
suporta que o ignorem. Ele é Òrìsà Pàtàkì (importante), e não tolera que
não lhe dêem a devida importância e atenção. Nessa cidade morava, na
mesma época, um desafeto de Ògún, que era conhecido como um grande
feiticeiro (Osó), que se chamava Àparò Degbeaha. E sabedor desse fraco
de Ògún, Àparò organizou uma cerimônia ritual na cidade, em que as
pessoas teriam que ficar sem falar, comer e beber por um dia inteiro. E
esse dia coincidiria com o dia da chegada de Ògún, somente para irritá-lo.
No dia seguinte foram à sua casa para lhe pedirem que Ele não
continuasse zangado com o povo da cidade, e lhe explicaram o que tinha
acontecido e do festival organizado por Àparò. Quando tomou
conhecimento de tudo, Ògún ficou enfurecido, mas, desta vez, contra
Àparò. Pois, ao saber que matara tantas pessoas inocentes por causa dele
Àparò, Ògún sentiu grande arrependimento, mas, o mal já estava feito.
A história conta que foi a partir daí que Ògún sempre que ia
matar um desafeto, amarrava suas mãos, pés e prendia sua boca, para que
ele não lhe rogasse praga, como Àparò. Daí também, os sacerdotes que
executavam sacrifícios, passaram a imobilizar suas vítimas porque também
temiam a praga de Àparò Degbeaha. É o que fazemos até hoje quando
vamos sacrificar qualquer animal no ritual, prendemos suas bocas ou bicos,
patas e asas, para que não se debatam. Esse debater é interpretado como
uma praga na hora da morte, e não se quer dar chance a nenhuma das
vítimas dos sacrifício de amaldiçoarem seus executores.
Ògún Aláàgbède:
Ògún gbénòn-gbénòn:
Ògún Elémònòn:
Ògún, Senhor que conhece o caminho, é padroeiro dos
motoristas.
Ògún ìkolà:
Ògún OníÌré:
Ògún AláArá:
Ògún Méje:
Se para falar de tristeza meu tempo não dá, meu tempo não
dá...(Zeca Pagodinho); o meu também não, se for para falar de “qualidades
de òrìsà”. Como me estendi um pouco falando sobre Ògún, continuaremos
na próxima semana, sobre mais alguns òrìsà.
OUTROS ORIXAS
Para Lògún Ode, já não ouço falar tanto de qualidades, a não ser,
dizerem que Lògún pertence a esta ou àquela “nação”, que ele é “métà-
métà”, isto é, dizem, seis meses macho, seis meses fêmea. Particularmente
não concordo com essas coisas, primeiro: porque métà é o algarismo três,
então está errado afirmá-lo como dois. Segundo: Porque Lògún, segundo a
mitologia Yorùbá, é um òrìsà Ode, filho de Òsún sua mãe e de Òsóòsì,
seu pai. E segundo o pouco que sei, não existe essa androgenia entre os
òris à como algumas pessoas alegam por aí. Lògún é
òrìsà ako (òrìsà masculino). Por ser filho de Òsún, a Senhora das águas
frias e profundas, ele é herdeiro do reino de Òsún, isto é, o reino das águas
do rio. Por isso, ele é considerado um òrìsà odò (òrìsà do rio). E sendo
também filho de Òsóòsì, o Senhor das matas, das florestas, ele é
considerado herdeiro também do reino de seu pai, o das matas, como
òrìsà igbó (òrìsà das florestas).
Diz sua lenda, que ele passa metade do tempo com sua mãe no reino
das águas, onde ele tem o nome de Olóodò (Senhor do Rio), e metade do
tempo com seu pai, aprendendo a arte da caça no reino das florestas, onde
ele tem o nome de Oní igbó (Senhor das Matas - florestas). Então, ele é
chamado de Oníigbó-Olóodò (Senhor das florestas e Senhor dos rios). Diz-
se também que o barro das profundezas do rio (amòn) pertence a Lògún,
que também atende pelo nome de Alámòn ibú odò (Senhor do barro das
profundezas do rio). É òrìsà que está relacionado com o luxo, a riqueza, a
beleza, aquele que entende tanto a mente feminina quanto a mente
masculina. Isto, por causa de sua convivência com a mãe no reino das
águas, e da sua convivência com o Pai, no reino das matas. Não
significando por isso que ele seja andrógeno ou hermafrodita (macho e
fêmea), uma desculpa muito utilizada por alguns para justificarem suas
personalidades, sem quererem assumir suas responsabilidades, jogando-a
assim sobre o òrìsà.
Airá é um outro òrìsà, que foi também um dos ministros de Sàngó. Como
era cultuado de maneira semelhante à de Sàngó, aqui acabou virando
qualidade deste. Segundo a lenda da visita do Óòní de Ifè ao Oba de
Òyó, quando do regresso de Òòsààlà para o seu reino, quem o carregou
desde o reino de Òyó até Ifè foi Airá, que tentou tirar partido da situação
intrigando Òòsààlà contra Sàngó. Pois, Airá tentou convencer Òòsààlà que
Sàngó fora o único culpado dele Òòsààlà, ter passado os sete anos
sofrendo maus tratos na prisão, porque fora preso pelos Òotá, os oficiais da
guarda real de Òyó. E, seu comandante supremo era Sàngó, então ele tinha
toda culpa. Mas, Òòsààlà não cedeu a seu veneno e perdoou Sàngó, que
sabedor do acontecido cortou relações com Airá porque este o atraiçoara.
Então, é considerado ofensa para Sàngó, chamá-lo de Airá ou chamar
Airá de Sangó.
Ela controla todo tipo de ventos desde o mais suave ao mais bravio como o
do ciclone ou do furacão. Ela também é detentora do título de Olúàféèfé
(Senhora dos ventos - aquela que comanda os ventos) e também, divide
com Sàngó o título de Aláàrá (a Senhora dos raios e trovões, o título de
Sàngó). Das esposas de Sàngó, foi a mais amada e apesar dela ter se
apropriado do poder do raio e do trovão que estavam sob sua guarda.
Lenda diz que Sàngó era detentor do poder do raio e do trovão, e quando
ele falava saia fogo de sua boca, esse fogo representava o raio e o barulho
de sua voz era ensurdecedora quando ele vomitava fogo. Esse era um poder
muito bem guardado e que Sàngo queria somente para sí. Então pediu a
Oyá para guardá-lo. Era uma espécie de magia de era bebida e conferia
aquele poder. Então, Oyá ficou louca de curiosidade e resolveu
experimentar somente um pouquinho. Ela provou, mas, não sentiu nada.
Colocou a magia no lugar e foi reunir-se aos demais para o jantar. Mas,
durante o jantar quando Oyá abriu a boca para falar, saiu-lhe fogo da boca
com um barulho ensurdecedor. Sàngo vendo isso ficou irado porque sentiu-
se traído por Oyá, que agora também tinha um dos poderes de que ele mais
se ufanava de possuir. Então começaram a brigar, e o efeito da briga foi
terrível com os dois vomitando fogo e trovões. Mas, como os poderes
agora se igualavam, os dois resolveram entrar num acordo para pacificar a
convivência. Aí, resolveram dividir os títulos de Aláàrá (Senhor do raio e
do trovão) e Olúàféèfé (Senhor dos ventos). Então, os dois passaram a
controlar esse poder mesmo porque Sàngó tinha um grande amor por Oyá e
ela por ele. Quando Sàngó caiu em desgraça no reio de Òyó e teve que
fugir para não ser assassinado por seus ministros, todos o abandonaram, até
mesmo suas duas outras esposas, Òsún e Obà. Somente Oyá acompanhou-
o no exílio demonstrando sua fidelidade irrestrita.
Oyá Padà: Padà é o verbo voltar, então se quer dizer que Oyá voltou
ou voltará.
Òsún: É òrìsà odò (dos rios), é a Senhora das águas da vida Olóòmi
ayè, mãe das águas frias e profundas (Ìyá Ominíbú); foi também uma das
esposas de Sàngó, juntamente com Obà e Oyá. Ela é mãe cuidadosa
(Yéyé kare); Òrìsà da maternidade, aquela que propicia a gestação de
filhos. É òrìsà que tem grande poder de feitiço, por ser a Olórí Ìyámi
Eléye, isto é, aquela que tem o poder e é a líder das Ìyámi Àjé, sendo
Ìyámi Òsòròngà, aquela que mais ligação tem com Òsún. É sabido que
quando Òsún fica zangada ela pode usar os poderes de Ìyámi Àjé, para
causar problemas a alguém que a tenha ofendido.
Òsún kare: Aquela que pode nos fazer felizes ou cuidar de nós:
Oríkì.
T’Ògún