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A AGROPECUARIA NO MUNDO

As nações industrializadas apresentam alto grau de urbanização e agropecuária ocupa


uma pequena parcela de mão-de-obra.

A maior parte dos países subdesenvolvidos não-industrializados possui baixos índices


de urbanização. Outra parte conta com intensa urbanização em virtude do elevado
êxodo rural, que se deve, entre outros fatores, ao baixo padrão de vida no campo.

Nos casos da África e da Ásia, grande parte da população economicamente ativa


continua empregada no setor primário, embora esses continentes sejam os que mais
apresentam problemas de fome e de subnutrição. Neles, a população rural ultrapassa
a média de 62%, chegando a representar mais de 80% da população total em muitos
países, como Burkina Faso, Burundi, Etiópia, Ruanda, Malavi, e Uganda, na África, e
Butão, Nepal, Camboja e Laos, na Ásia.

AGROPECUÁRIA: MAIORES PRODUTORES MUNDIAIS

Produto Maiores produtores % do


total Cana-de-açúcar: Brasil - 15,9 / Índia
Arroz: China - 30,5 / Índia - 21,3 - 13,5

Milho: EUA - 37,9 / China - 20,6 / Soja: Estados Unidos - 40,6 / Brasil
Brasil 5,8 - 23,2

Batata: China - 21,6 / Rússia - 10,3 Trigo: China - 15,5 / Índia - 12,4

Cacau: Costa do Marfim - 35,5 / Bovino: Índia - 16,0 / Brasil - 12,8


Gana - 13,5
Suíno: China - 49,3 / Estados
Café: Brasil - 32,4 / Vietnã - 9,3 Unidos - 6,2/ Brasil - 3,1

A agricultura nos países subdesenvolvidos


Os sistemas agrícolas nativos asiático, africano e latino-americano, fundamentados na
apropriação e na produção coletivas, foram desorganizados, d o século XVI, com a
inserção destas regiões no modo de produção capitalista

Como conseqüência, em grande parte desses países predomina uma agricultura de


subsistência complementar à plantation, esta última desenvolvida nas melhores terras.
O aumento da produção se faz, na maioria das vezes pela extensão da área cultivada,
pois não contam com capital e tecnologia modernizadora para promover aumento de
produtividade. Esses países ainda constituem sociedades rurais de baixo poder
aquisitivo, com mercado interno muito fraco e submissão ao mercado mundial de
commodities.

Embora os produtos primários representem mais de 50% do PNB de muitos países


(como Afeganistão, Burundi, República Centro-Africana, República Democrática do
Congo, Etiópia, Guiné-Bissau, Laos, Libéria, Mianma, Serra Leoa e Somália), nem
sempre eles são os maiores produtores ou exportadores

A agricultura nos países Desenvolvidos


A tecnologia empregada pelos países industrializados na agricultura permite grande
produtividade e coloca muitos deles entre os maiores produtores e exportadores
mundiais, como é o caso dos EUA.

Agropecuária dos Estados Unidos

O país é o principal representante da agricultura contemporânea, com produção


excedente, especializada, e essencialmente especulativa e de mercado.

A partir da segunda metade do século XIX, a agricultura dos Estados Unidos alcançou
grande desenvolvimento. A preocupação européia com a produção industrial acarretou
uma crise generalizada em sua produção agrícola.

Devido ao menor custo de produção em relação à Europa, países como EUA,


Austrália, Argentina e Canadá passaram a conquistar o mercado europeu de produtos
agropecuários.

O desenvolvimento da agricultura estadunidense resultou, portanto, de seu caráter


competitivo no plano externo combinado a diversos outros fatores internos, como a
abolição da escravatura, a agilidade governamental no processo de acesso à terra, o
elevado contingente de imigrantes (sobretudo europeus), a conquista e a expansão
territorial (disponibilidade de terras), as grandes extensões de solos férteis
(principalmente pradarias) e a rápida modernização e mecanização da agricultura.

Com exceção das regiões Nordeste (de povoamento mais antigo e agricultura
semelhante à européia) e da região Sul (lavouras subtropicais de plantation), a
agricultura estadunidense estruturou-se com base na produção especializada e na
média e grande propriedade familiar, os farmers.

A produção especializada deu origem aos cinturões agrícolas (belts), tensas áreas do
território destinadas ao cultivo de um produto principal (monocultura), nas quais se
desenvolve uma moderna agricultura comercial, por exemplo, wheat belt (trigo), cotton
belt (algodão), corn belt (milho) ranching belt (pecuária extensiva). A associação de
produtores permite a integração entre agricultura, comércio e indústria, garantindo
contratos de exportação, fornecimento de matérias-primas, utilização de tecnologia,
máquinas etc. Os green belts ou cinturões verdes são pequenas propriedades,
geralmente em torno das cidades, nas quais se pratica agricultura intensiva para
abastecer os centros urbanos.

Apesar de contar com Limitações naturais (montanhas, temperaturas baixas), os


Estados Unidos possuem disponibilidade de áreas agrícolas, coma as planícies e os
baixos planaltos, regiões de solos férteis. A pecuária extensiva é desenvolvida nas
regiões áridas e semi-áridas do Oeste, do país.
Apesar de a agropecuária participar em 2002 com apenas 2% do PBN dos Estados
Unidos e absorver apenas 2% de sua população econômica ativa, o país é a principal
potência agrícola atual, o maior produtor e mundial de alimentos. Sua agropecuária é
muito produtiva, ocupando posição de vanguarda no desenvolvimento de técnicas
modernas, como a biotecnologia.

A influência estadunidense no comércio agrícola internacional (preços e transações) é


tão grande que qualquer mudança na sua política agrícola tem conseqüências
mundiais.

Quanto aos demais países e regiões cujo sistema agrícola assemelha-se ao dos EUA
(agricultura mecanizada, comercial e especializada), podemos citar Canadá, Austrália,
África do Sul, Argentina, Região Centro-Sul do Brasil, todos exportadores de cereais
(trigo, milho etc.) e outros produtos agropecuários (soja, carne, lã etc.) de grande
consumo mundial.

A agricultura européia

O primeiro período de grande desenvolvimento da agricultura européia (por volta de


1780 a 1880) coincide coma primeira fase da Revolução Industrial. Este
desenvolvimento deu-se principalmente graças à utilização de técnicas agrícolas como
a rotação de culturas (técnica que alterna em uma mesma área culturas diferentes ou
períodos de cultivo e de repouso, para não esgotar o solo e permitir que os nutrientes
sejam repostos). Também se deveu à maior utilização de máquinas e ferramentas
agrícolas (fornecidas pela indústria) e ao maior consumo de alimentos pela população.
Entretanto, a concorrência cada vez maior dos produtos estrangeiros (mais baratos)
levou a agricultura européia a uma grave crise, que teve início no final do século XIX.

O período posterior a essa crise generalizada (agravada pela Depressão econômica


de 1929) foi marcado por uma reorganização e modernização da agropecuária
européia, cujas principais características foram:

• substituição da tradicional policultura pela agricultura especializada de mercado


(trigo, vinho, batata, entre outras);

• melhoria da infra-estrutura do setor agropecuário (armazéns, silos, estábulos,


escoamento e comercialização da produção) e maior emprego da mecanização, da
adubação química etc.;

• reagrupamento das propriedades (concentração fundiária), maior participação


empresarial no setor, maior submissão do produtor ao capital e maior participação do
Estado no financiamento da produção;

• difusão do cooperativismo agropecuário (em países como Dinamarca, Países Baixos,


Suécia etc.) tanto na compra de insumos agropecuários (adubos, máquina etc.) quanto
na comercialização dos produtos.

Essa grande modernização tornou a agricultura européia mais eficiente e competitiva.


Entretanto, os países europeus ocidentais continuam sendo, em sua maioria,
deficitários na produção de alimentos.

Apesar da modernização pela qual passou, a agricultura européia ainda emprega


alguns métodos agrícolas clássicos, como a rotação de culturas e a associação
agricultura-pecuária.

Mudanças na paisagem rural do mundo em transição: Rússia e China

Rússia

A partir da Revolução de 1917 a propriedade privada foi abolida na Rússia e as terras


foram coletivizadas. Predominava o modelo de exploração agrícola baseado nos
kolkhozes (fazendas coletivas) e nos sovkhozes (fazendas estatais).

A antiga-URSS chegou a se tornar uma das maiores potências agropecuárias do


mundo (devido a fatores como grande extensão territorial, mão-de-obra numerosa,
mecanização etc.), apesar das condições naturais desfavoráveis de grande parte de
seu território (secas e invernos muito rigorosos) e da prioridade dada à produção
industrial e bélica. A participação do capital estatal foi decisiva nesses avanços.

O período que antecedeu as reformas (1981-1985) que deram origem à transição para
a economia de mercado, a União Soviética passou por uma série de insucessos nas
colheitas, gastou suas reservas na importação de cereais e não investiu na
modernização para ampliar a produção.

A partir de 1990, com os novos planos de transição para a economia de mercado, os


kolkhozes foram desativados (alguns abandonados), as lavouras foram arrendadas às
famílias e as terras do Estado foram privatizadas e distribuídas.

Em 1991 ocorreu a dissolução da União Soviética e a criação da CEI (Comunidade


dos Estados Independentes).

Desde a década de 1990 têm sido elaborados planos de organização e modernização


de empresas agrícolas adaptadas às regras de mercado. Apesar de todos os
problemas, a Rússia, principal Estado da CEI, ainda é uma grande produtora agrícola,
destacando-se na produção mundial de cevada, aveia, centeio (primeiro lugar
mundial), batata (segundo lugar) e trigo (terceiro lugar).

CHINA
A Revolução Socialista de 1949, a agricultura passou a ser vista como a base do
desenvolvimento da China. As terras e seu uso foram coletivizados. As tradicionais
práticas de agricultura comunitária deram origem inicialmente às cooperativas
agrícolas e, mais tarde (1957), às comunas populares (comunidades agrícolas
coletivas).

Embora contando com o maior contingente populacional do mundo (mais de 1,3 bilhão
de habitantes) e dispondo de condições naturais muito adversas na maior parte de seu
território, o desempenho da agricultura chinesa no período pós-revolução foi sem
dúvida excelente, contando com grandes projetos de irrigação e recuperação dos
solos.

Em 1984 o governo chinês anunciou oficialmente um conjunto de reformas


econômicas que vinham sendo experimentadas desde o final da década de 1970:
permissão para a exploração individual ou familiar da agricultura, introdução do
conceito de lucro nas atividades econômicas, adoção de tecnologias e capitais
estrangeiros, estímulo à produtividade do trabalhador, flutuação dos preços, criação do
cartão de crédito, criação da Bolsa de Valores, estímulo ao consumo etc.

Quanto à agricultura, e mais especificamente às comunas populares, a principal


mudança foi a permissão dada às famílias de explorarem individualmente a terra e
comercializarem diretamente a produção excedente. A produção passou a ter três
destinos: uma parte é vendida ao Estado, outra é destinada à comunidade local e a
terceira é comercializada livremente pela família produtora. Este sistema tem
propiciado maior produtividade, maior produção e maiores ganhos.

Inovações científicas e tecnológicas foram introduzidas nos diversos setores


econômicos e na agricultura.

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