Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Aula 4
Causas interventivas:
Art. 34: A união não intervirá nos Estados nem no DF, exceto para:
Dos 7 incisos, esse já foi abordado. Quando vimos autonomia política, colocamos que havia
uma relação entre o artigo primeiro e esse artigo, onde o artigo primeiro seria a causa e, esse,
o efeito.
O artigo primeiro afirma que o vinculo federativo é indissolúvel. Logo, em qualquer ocasião
que ocorra um movimento com tendência separatista, diz o artigo 34, que a união irá intervir
para manter a sua integridade nacional.
Ele fala de 2 invasões. Uma invasão externa (que ele chama de estrangeira) e uma invasão
interna (que ele chama de uma unidade da federação em outra).
Invasão estrangeira: a primeira medida é decretar intervenção federal na área atingida (para
reforçar a defesa no local) e, a segunda medida, é declarar guerra ao estado que invadiu. Há
duas ações, portanto, que são distintas uma da outra derivadas de uma mesma ação.
Remissão: art 84 XIX - “declarar guerra no caso de agressão estrangeira, autorizado pelo
Congresso Nacional ou referendado por ele, quando ocorrida no intervalo das sessões
legislativas e, nas mesmas condições, decretar, total ou parcialmente, a mobilização nacional”.
Invasão interna: A invasão interna ocorre quando as forças armadas de um estado invade
outro (polícia militar ou corpo de bombeiro). Nesse caso, autoriza-se a intervenção federal.
Remissão: art. 290 CPP- esse artigo é uma permissão legal para as forças armadas entrarem
em outro estado sem que se configure invasão.
“Se o réu sendo perseguido, passar ao território de outro município ou comarca, o executor
poderá efetuar lhe a prisão no lugar onde o alcançar, apresentando-o imediatamente à
autoridade local, que, depois de lavrado, se for o caso, o autor de flagrante, providenciará para
a remoção do preso.”
Assim, o réu precisa já estar sendo perseguido pela autoridade policial e ser pego em flagrante.
Se isso não acontecer, pode se configurar um caso de invasão.
A única exigência que se faz é que as forças armadas devem apresentar o réu ao delegado local
onde ele foi pego. Se isso não aconteceu, a prisão é nula, cabendo ate relaxamento.
Precisa haver um grave comprometimento da ordem pública. Essa ordem publica pode estar
comprometida por 2 causas: uma causa natural e uma causa humana.
Causa natural: o nome que se dá é calamidade pública. Ela deve comprometer gravemente a
ordem publica para autorizar a intervenção. Ex: tsunami. Ela pode devastar o estado e ele não
ter como reagir aquilo.
Causa humana: o nome que se dá é comoção social. Ex: ato terrorista. Se alguém vem e pratica
um ato terrorista, pode gerar uma comoção social e ocorrer intervenção federal.
IV. Garantir o livre exercício de qualquer dos poderes nas unidades da federação.
Assim, os poderes devem ser exercidos de modo livre. Ela se configura em qualquer situação
de coação, onde um poder coage o outro.
Remissão: art 2°: os poderes devem ser livres e harmônicos entre si.
Ex: Quando o tribunal de justiça do estado vai julgar uma causa que tem interesse do governo,
o mesmo condiciona o repasse de verba a decisão daquela causa, ou seja, o governo só
passará a verba se o judiciário decidir ao seu favor. Isso é coação entre os poderes que vai
limitar a atuação de um deles, não sendo livre.
a. Suspender o pagamento da dívida fundada por mais de dois anos consecutivos, salvo
por motivo de força maior.
Remissão: LC 1001/2000- art 29. Nesse artigo a lei enumera tudo que é considerado dívida
fundada.
para instituir, cobrar e arrecadar o montande de ex: o estado do rio tem competen-
cípios.
Assim, a alínea b nada tem haver com competência. Pelo contrário, se presume que o estado
instituiu, arrecadou e cobrou. A alínea tem haver com receita, quando o estado deixa de dividir
as parcelas do montante com os municípios. É isso que gera a intervenção federal.
Então, nesse caso, existe uma lei e uma decisão judicial que não foi cumprida. Isso pode gerar
intervenção federal.
A questão que foi levada ao STF é se o fato do estado não pagar precatório com a alegação de
que não possui verba para tal é um motivo para intervenção federal?
Assim, a constituição diz que não cumprir ordem judicial pode ocasionar intervenção. Logo,
não pagar o precatório, que é uma ordem judicial, com o argumento de falta de recurso
financeiro gera intervenção?
O STF diz que em tese deveria gerar. Mas, não pagar o precatório com a mera alegação de que
há falta de recurso financeiro, não gera. Nota-se aqui que o estado não precisa provar que não
possui recurso, apenas alegar.
Assim, se o estado tem várias dívidas ele deve pagar se quiser (conveniência) e quando quiser
(oportunidade).
A posição é absurda, mas não deve ser questionada em prova. Ela o é por 3 motivos:
- o STF diz que é força maior o rombo financeiro. Mas o orçamento é fechado 1 ano antes e,
portanto, se não sanou as dividas, é por má gestão dos recursos financeiros. Não há força
maior pois, pra isso, seria necessário que o evento fosse imprevisível e inevitável. Mas retirar
orçamento de um local e por em outro é previsível de que vai gerar problemas e evitável.
- Mesmo que fosse força maior existe um princípio que diz que, se a constituição é taxativa em
um artigo, ele não pode ser interpretado de forma exaustiva. Ou seja, se a constituição
enumerou todas as hipóteses de intervenção federal de forma expressa e com o cuidado de
defini-las uma por uma, não se pode abrir aquela interpretação. Assim, o argumento de força
maior só se configura como exceção no inciso V, a. No inciso VI, nada tem escrito sobre excluir
aquela hipótese por força maior, logo não poderia ser usado.
- Há a violação no princípio da igualdade uma vez que essa decisão nunca seria aplicada a um
particular, sendo uma situação privilegiada para o estado.
Princípios constitucionais sensíveis são esses princípios que, se forem ameaçados ou lesados,
geram intervenção federal.
Intervenção federal 114 – um caso que chegou ao supremo que tinha haver com a alínea b. Os
assaltantes foram capturados, espancados e matados em praça publica. Chega ao supremo um
pedido dizendo que o Mato Grosso não tinha condições de assegurar os direitos humanos,
depois desse ocorrido. Isso já era motivo suficiente para assegurar a intervenção federal.
No caso do mato grosso, o STF disse que o estado tinha condições de fazer a percepção
criminal, pois tinha condições de investigar, de agir, de julgar e de executar a pena.
Desde a criação da constituição de 1888, o Brasil não viu mais nenhum caso de intervenção
federal. Isso gera o fenômeno da inefetividade da intervenção federal, sendo hoje uma letra
morta, estando na constituição, mas não tendo aplicação, tendo como causa jurídica
Art. 60 parágrafo primeiro: a constituição não poderá ser emendada quando ocorrer estado de
defesa, estado de sítio e intervenção federal.
Ou seja, se o governo decretar intervenção federal ele não poderá emendar a constituição.
Porem, todos os governos tem interesse em emendar a constituição e como a intervenção
federal é por tempo não definido, não sendo ilimitada, mas durando ate que a situação se
regule, nenhum governo quer arriscar perder o poder de emendar a carta magna. Assim,
sempre que ocorre um dos requisitos necessários para a intervenção federal (só o rio de
janeiro já cumpriu 6 dos 7 requisitos) é instaurada uma intervenção federal branca (segundo o
autor francisco bilaque pinto). Não instauram uma intervenção de fato, mas arrumam meios
alternativos para tentar solucionar o problema, normalmente é por empréstimos e
negociações.