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1. Não.

Todo direito fundamental é um direito subjetivo, mas nem todo direito subjetivo
é um direito fundamental.
2. Para que um direito subjetivo possa ser caracterizado como fundamental, é preciso
que hajam certas propriedades, como a validade jurídica, caráter abstrato e
generalidade. Entretanto, o que distingue de forma específica os direitos
fundamentais de outros tipos de direitos subjetivos, é o seu caráter fundamental. Esse
“caráter fundamental” possui um alto nível de complexidade, e dentre as propriedades
que podem ser consideradas como fundamentais é preciso diferenciar entre
propriedades formais e materiais.
3. Segundo Pulido, as propriedades formais que caracterizam um direito subjetivo como
fundamental são: “(1) que a disposição que estabelece o direito fundamental pertença
ao capítulo dos direitos fundamentais da Constituição, (2) que tal disposição seja parte
do texto constitucional; (3) que tal disposição seja parte do texto constitucional ou de
outra fonte do Direito (sobretudo dos pactos, convênios ou tratados sobre direitos
humanos) sempre e quando a Constituição faça uma remissão a tal fonte; (4) que a
jurisdição constitucional reconheça a validade – não de uma disposição mas – de uma
norma ou de uma posição de direito fundamental”.
4. Pulido entende por bloco de constitucionalidade a soma de direitos subjetivos do texto
da Constituição e direitos estabelecidos em outros documentos, como tratados
internacionais sobre direitos humanos. Essas normas, independentemente de estarem
contidas na Constituição, normalmente servem de parâmetro para o controle de
constitucionalidade das leis.
5. Quando Pulido diz que o “reconhecimento pela jurisdição constitucional” pode
conferir fundamentalidade a direitos subjetivos, ele quer dizer que, por meio de uma
interpretação jurisprudencial, somada a um atributo material da norma, um direito
subjetivo pode ser reconhecido como direito fundamental, mesmo que tal direito não
esteja disposto na Constituição.
6. Para Pulido, para que um direito subjetivo seja considerado fundamental, ele precisa
de pelo menos um dos seguintes atributos: “ser estabelecido por uma disposição que
(1) pertença ao capítulo de diretos fundamentais da Constituição ou (2) pertença, em
geral, ao texto constitucional ou (3) ao bloco de constitucionalidade; ou (4) quando a
norma ou posição jurídica relativa ao direito foi reconhecida como uma norma ou
posição de direito fundamental por parte da jurisprudência”.
7. Os três grandes eixos de atributos ‘materiais’ dos direitos fundamentais, para Pulido,
tem a ver com os direitos à liberdade, à autonomia e à igualdade, e são a dimensão
liberal, a dimensão democrática e a dimensão de pessoa atinente ao Estado Social.
8. Quando Pulido afirma que os direitos referentes a ‘necessidades básicas da pessoa no
Estado social’ implicam o reconhecimento da insuficiência das gerações/dimensões
anteriores de direitos, ele quer dizer que, pouco basta a existência de direitos como a
liberdade e autonomia quando eles não podem ser exercidos por pessoas que não tem
suas necessidades básicas satisfeitas.
9. Para Pulido, um direito subjetivo precisa apresentar pelo menos um atributo material
para que seja considerado fundamental.
10. “O caráter fundamental dos direitos fundamentais consiste em um conjunto de
propriedades formais e materiais. Para ser um direito fundamental, um direito
subjetivo deve pelo menos possuir uma propriedade formal e uma propriedade
material. Essa é uma condição necessária.”

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