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AULA 1 – 29/08/17
INTERNACIONALIZAÇÃO DA VIDA PRIVADA
AULA 2 – 05/09/17
Consumidor compra câmera nos EUA na Panasonic, volta ao Brasil e a câmera estraga,
então o consumidor vai na Panasonic do Brasil, a fábrica informa a ele que ela não fabrica
esse tipo de filmadora e que não tem tecnologia para consertar a filmadora. O art. 3º do CDC
diz que fornecedor é quele que produz (…), não tem nessa lista a pessoa que põe a marca, isso
não seria ser fornecedor. O consumidor entra com ação contra a Panasonic do Brasil.
O DIP que trata dessas relações ou situações atípicas, que conectam abstratamente duas
ou mais ordens jurídicas. Conecta os EUA e Brasil. No Caso específico, tem o direito da
Flórida. Aqui é o direito da Flórida. Essas duas ordens jurídicas estão em conflitos de leis no
espaço. Saber se é o direito do consumidor da Flórida ou Brasil. Tem tratrado internacional
que não é para consumidores, sobre compra e venda que é a Convenção de Viena, é um
tratado internacional que é para empresários, porém, não é para consumidores. Foi o
consumidor que atravessou a fronteira. Ao atravessar a fronteira, ele une as duas leis, ele torna
essa relação atípica. Havia a tecnologia dos elementos de estraneidade.
No caso Panasonic, o domicílio da pessoa no Brasil, a sede dessa pessoa jurídica na
Flórida. Ele era um consumidor turista, ele compra esse bem e pede para que a Panasonic do
Brasil conserte. Estava fazendo uma relação atípica, era um consumidor turista.
Nesse contrato feito em Miami foi dado a ele uma garantia dada pela Panasonic. A
marca Panasonic tem um documento em inglês que se chama Global Word, que é uma
garantia global, que faz com que a Panasonic se interesse por todos os produtos pelo mundo,
os quais ela produz. Então, a marca Panasonic tem um documento de garantia, tinha esse
direito real de garantia global, que despertava a confiança no consumidor. É uma garantia
contratual legal e contratual. Então, tem um direito real de garantia, que teria despertado a
confiança do consumidor. Tem a garantia legal, que é a lei da Flórida e o CDC no Brasil e tem
a garantia contratual. São elementos de estraneidade, portanto, de direito internacional
privado. Esse contrato entre consumidor, ele faz um contrato que conecta essas duas ordens
jurídicas.
Tem este fato, que será chamado de elemento, que é a conexão, isto é, esta vida da
pessoa jurídica, este contrato entre consumidor em Miami, ele faz contrato e conecta as duas
ordens jurídicas. Essa conexão, chamada de conflito, é alguns desses elementos do mundo dos
fatos, quando o direito internacional privado, que é direito interno, quando vai escolher a lei
que se aplica, ele vai escolher entre esses elementos nacionais ou internacionais para conectar
lei ao caso. Quando o direito internacional privado tiver que escolher a lei que se aplica, ele
escolhe um desses elementos nacionais ou interacionais, por exemplo, o domicílio, para
conectar a lei aplicável ao caso. Esse conflito de lei não existe, ele está na cabeça do juiz.
Aplicará ou a lei brasileira, ou a lei estrangeira. O consumidor tem privilégio de foro. O autor
consumidor consegue entrar com ação no Brasil contra a Panasonic do Brasil, a qual deveria
chamar a Panasonic do país estrangeiro. A brasileira representa toda a cadeia de fornecimento
com essa marca, naquele momento. Esses elementos de estraneidade, seja domicílio, seja
local de celebração do contrato, nos EUA, sob a égide do território da Flórida, mas poderia ser
o local da execução do contrato. NO Brasil a conexão mais utilizada é o local da celebração
do contrato.
Se fosse comércio eletrônico ficaria mais difícil.
CONFLITOS DE LEIS
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO I
Professora: Cláudia Lima Marques – 2017
Bruna Saratt
Os conflitos de leis é uma figura de linguagem, não significa que as leis daqui e a do
estrangeiro estejam brigando. Esse conflito é privado, então, ele se distingue do direito
internacional público. Esse direito internacional privado tem como figura de linguagem
básica, a ideia que as duas leis conectadas no caso, estariam em conflito para se aplicar ao
caso concreto. Tem dúvida na cabeça do magistrado/do intérprete de qual a lei que se aplica.
Tem os conflitos de lei no tempo. As leis vão entrando em vigor, por exemplo, em 96
entra em vigor a lei dos planos de saúde. E, 2002 entre em vigor o CCB, ele unifica as
obrigações civis e empresariais. Esse é o conflito de lei no tempo.
A pergunta é qual é o campo de aplicação de cada uma dessas leis e como se fará a
solução do conflito de leis, ou o diálogo das fontes (várias lógicas se aplicando ao mesmo
tempo ao caso concreto).
Eric Jayme afirma que não há coincidência de campo de aplicação material e campo
de aplicação subjetivo.
O idoso tem uma lei como idoso, uma lei como consumidor e uma lei como igual
(CCB) e uma lei como contratante do plano de saúde. Então, há coincidência total no campo
de aplicação material, mas há descoincidência de campo de aplicação subjetivo impede a
revogação/derrogação do CDC. Não dá, porque não há essa coincidência do campo de
aplicação. Isso é no tempo.
AULA 3 – 12/09/17
Introdução
I – Teoria
A) Amplas: francesa e common law
Há duas teorias amplas, a maior é a francesa.
1: Francês
A maior e que considera os 5 elementos como tema do direito internacional privado é a
francesa.
O primeiro elemento de estraneidade (elemento estrangeiro/internacional), no caso do
libanês, é a nacionalidade de ambos os cônjuges. Essa nacionalidade é espécie de elemento
que nos lembra que é caso de direito internacional privado, porque a nacionalidade pode ser
tema que o legislador escolheu, e que o magistrado terá que aplicar.
O elemento de conexão é aquele elemento de estraneidade (elemento internacional)
escolhido pelo legislador para ser colocado dentro da norma.
A lei francesa diz que aos franceses se aplica a lei francesa. Então, um francês traz sua
nacionalidade e a ele se aplica sua lei, segundo o DIP francês.
Já em países como o Brasil, que são países de imigração, o elemento principal não é a
nacionalidade. No Brasil, a nacionalidade é tema constitucional, porque faz parte do povo
brasileiro. A nacionalidade é vista como política no Brasil. Nós consideramos o domicílio
como elemento de conexão, o elemento que está na norma.
Caso do libanês, era casado e vieram para o Brasil, ou seja, trocaram de domicílio. Para
esse caso aplicamos o direito brasileiro, em razão de eles estarem aqui, porque o domicílio do
“de cujos” (a sucessão) era aqui, daquele que é o declarante, vale dizer, que fez o testamento,
que é ato jurídico. Aplica o domicílio para o libanês. O elemento de conexão, nesse caso, é o
domicílio, é o elemento que conecta esse caso a uma lei.
As regras de nacionalidade estão a partir do art. 12 da CFB, que fala em formação do
povo. O povo, território e governo são o Estado.
O terceiro tema dos franceses está no caso do libanês católico. Primeiro tema é a
nacionalidade. O segundo tema é o que o estrangeiro pode fazer no Brasil. Há
certa igualdade entre estrangeiro e nacionais, exemplo, no art. 5º, da CF, fala que os direitos
fundamentais são assegurados também a estrangeiros residentes no Brasil, pois usamos o “ius
solis”. Estatuto do migrante. Mudaram o nome do estrangeiro para o migrante. Conjunto de
deveres do estrangeiro.
Na teoria ampla francesa acontece que eles acompanham a pessoa. A nacionalidade
(estrangeiro/nacional), o conflito de leis no espaço, e dúvida do juiz de qual lei ele aplica e
também a dúvida de qual é o juiz competente. A dúvida de qual o juiz competente, se fosse
contrato, poderia ter cláusula de arbitragem e a dúvida ser de qual é o árbitro/a jurisdição
competente. Até aqui, na dívida de qual o árbitro competente, vê-se conflito. Como se o CPC
brigasse para saber qual o juiz competente. No CPC tem capítulo que versa sobre os limites da
jurisdição brasileira no Estado, a competência/jurisdição do juiz. Sempre usamos o CPC.
O último tema que os franceses que consideram faz parte da disciplina de DIP, quando
atravessa a fronteira, quem tem direito adquirido em relação aos bens que o estrangeiro trouxe
consigo. Essa pergunta é do direito adquirido da coisa, mas ela pode ser mais ampla
Direito adquirido – teria o estrangeiro adquirido no Brasil? Será que a lei vai junto com
o estrangeiro quando ele atravessa a fronteira? Não, porque ninguém tem direito a uma lei.
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO I
Professora: Cláudia Lima Marques – 2017
Bruna Saratt
Um documento que ele traz consigo pode ser discutido. O direito adquirido quanto à
propriedade tem discussões.
Haroldo Valadão, Jacob – segue a teoria francesa. Essa teoria acompanha a pessoa se
movimentando no cenário nacional.
B) Restritas
As restritas tinham que ter critérios para delimitar esses temas. É diferente da francesa,
que acompanha as pessoas, questão da nacionalidade. Essas teorias amplas acompanham as
pessoas atravessando as fronteiras, conectando os países e fazem também a parte instrumental
nas amplas, qual é a lei e o juiz, seriam os conflitos de jurisdição.
Inicialmente, as teorias italianas e depois as teorias germânicas, com Savigny, eles
tinham que delimitar. As teorias atuais, assim como a teoria atual francesa, já não analisam
mais o direito adquirido. A teoria atual alemã também se flexibilizou.
Eles quiseram dizer que a norma de direito internacional privado, Roberto Ago é um
autor importante no início do século XX, ele reproduz, em um curso em Haia, essa teoria
principal dele. A norma de direito internacional privado é norma diferente. Art. 7º da Lei de
introdução – aplica-se a lei do lugar do domicílio dessa pessoa. Na francesa, a lei que diz que
aos franceses aplica-se a lei francesa.
A maneira de regulamentar esses conflitos de leis foi por meio de regras indiretas e
instrumentais. Essa regra indireta ela é chamada de indireta, porque ela não regula o caso
concreto. Então todo o DIP brasileiro não soluciona o caso concreto, ele apenas indica uma lei
e essa lei nacional indicada é que vai solucionar. Ele indica o caminho, é instrumento para
resolver o caso, mas ele não resolve o caso. Esse método conflitual não soluciona o caso
concreto.
II – Delimitação
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO I
Professora: Cláudia Lima Marques – 2017
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A) Temas.
1. Conflitos de leis no espaço
O conflito de leis no espaço é indireto
É uma figura de linguagem, não existe, em verdade, tal conflito.
A regra indireta não regula o caso concreto. Todo o DIP brasileiro não soluciona o caso
concreto, ele indica uma lei para solucionar o caso concreto. Ele é um instrumento para
solucionar o caso. O método conflitual não soluciona o caso concreto.
O conflito de lei no espaço é indireto.
2. Nacionalidade
A nacionalidade não podia ser indireta, porque o art. 12 da CF brasileira tinha que dizer
quem é nacional e quem é estrangeiro, se ão disser não serve para nada.então, ele resolve o
caso concreto, diz quem é o nacional.
A lei de imigração, dizem o que os estrangeiros podem fazer no Brasil. A condição
jurídica do estrangeiro também é direta.
3. Conflito de jurisdição
O conflito de jurisdição é indireto, porque ele não soluciona o caso, ele só indica como
vamos solucionar o caso. É instrumental, o processo é instrumento da solução do caso
concreto.
4. Direito Adquirido
Esse é direto, pois ou se adquire o direito ou não se adquire, tem lei dizendo se adquiriu
ou não o direito. Não é indireto.
B) Critérios de subdivisão
1. Norma lógica
2. Pragmática – sistemático
O italiano Roberto Ago resolveu ser sistemático/pragmático, inventou outro critério
chamado sistemático, se este tema já foi estudado por outras disciplinas, ele não precisa estar
no DIP, ele precisa apenas ser considerado um dos elementos do caso concreto. Então, na
enciclopédia das disciplinas jurídicas, se o tema já foi dado, não será dado novamente em DIP.
Esse critério é um critério pragmático. Só uma disciplina fica como nova, como tema
suficiente para o semestre, como semente, que são os conflitos de lei no espaço.
No Brasil, temos a lei de introdução LINDB, que seria direito internacional privado e
algumas regras de processo civil ali misturadas, e temos do CPC, que fala dos limites da
jurisdição brasileira etc.
AULA 4 – 19/09/17
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO I
Professora: Cláudia Lima Marques – 2017
Bruna Saratt
Introdução
Eles nascem juntos, em Roma, no ius gentium – o direito das gentes. Roma era um
império, o direito era um privilégio, ou seja, diferente do direito atual que vê as pessoas como
iguais. Em Roma havia escravos, tinha espécie de hierarquia interna.
O ius civili era aplicado apenas pelo cidadão romano, o qual era o pater família. Os
filhos, mulheres e escravos e estrangeiros tinham alguns direitos, mas não todos. Em Roma o
Direito era um privilégio. Mas como Roma era um império, eles tinham que comerciar com
estrangeiros. Então, eles inventaram um juiz especial para os estrangeiros, o chamado juiz
pretor pelegrini. Eles tinham 3 tipos de estrangeiros latini (italianos), pelegrini (comerciantes,
pessoas que andavam, que vinham de muitos lugares, inclusive, judeus), bárbaros (selvagens,
belicosos). Eles inventaram uma mistura de direito nacional e estrangeiro, quem fazia isso era
o juiz no caso concreto, então ele misturava o direito, ele não podia aplicar o ius civili, porque
essas pessoas não eram cidadãos romanos/patriarca.
Então, eles fizeram, no caso concreto, um direito misturado, que eles chamaram direito
das gentes – ius gentium. Esse método também é do direito internacional privado, era um
direito especial para os estrangeiros. Temos a Convenção de Viena sobre compra e venda de
mercadorias, que é especial para compra e venda internacional – CIH. Essa Convenção é só
para compra e venda internacional. Em Roma eles faziam uma lei para o caso concreto para
estrangeiros, a qual começa a se avolumar, com a expansão do Império, faz parte da chamada
ius gentium. Não tinham a ideia de codificação de sistema.
No ius gentium, além desse direito do pretor pelegrini, eles tinham também o que
chamamos hoje de tratados. Essa parte do ius gentium é que será o direito internacional
público.
Roma conheceu 5 leis que tinham o método conflito das leis, indicava a aplicável a uma
lei. Então, dentro do ius gentium romano, nós temos esses 3 métodos: um que é direito
internacional público, outro que é direito internacional privado puro (mas de um império, que
nunca mais será repetido), eles tinham um terceiro método que eram as regras
obrigatórias/imperativas/mandatory, as quais seriam chamadas, hoje, de ordem pública. Essas
regras eram sobre direito econômico, o direito de vizinhança. Eram regras obrigatórias para
nacionais e estrangeiros. As estradas omanas tinham regras de mercado, de direito adquirido
para carregar as mercadorias. Tinha um direito ambiental, em razão do momento civilizatório.
Estamos atrás de um fundamento do DIP. O DIP existe, porque:
1) Tinha em Roma a ideia que esse estrangeiro/bárbaro, tinha que ser civilizado pelo
direito. O método deles era misturar os direitos deles com o estrangeiro, civilizar pelo Direito.
Misturar os direitos de modo suficiente a fim de civilizar o estrangeiro. O Direito civiliza, ele
é cultura. Faziam tratado e aplicavam o direito adaptado ao estrangeiro, mistura de culturas,
pelo direito, para civilizar. Ele já não é mais puro, porque minha cultura entrou na cultura dele
e civilizou ele. Nunca mais houve essa possibilidade.
2) Após houve apenas uma divisão territorial. Cada soberano aplicava a sua lei em seu
território. Ao atravessar a fronteira, perde o seu direito, não leva junto. Além da fronteira valia
outra lei. Isso não fortalece o comércio. Essa aplicação puramente territorial, impediu a
circulação dos estrangeiros, até fomentou guerras. Não havia segurança nessa movimentação.
Havia tratados apenas entre soberanos. Na Idade Média impede circulação de estrangeiros,
porque não havia segurança.
3) A partir do século XII, esse renascimento é tanto do comércio (nas cidades italianas),
quanto da Universidade – redescoberta dos livos romanos. Ao reler esses livros começam a
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Professora: Cláudia Lima Marques – 2017
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fazer glosas, a mais famosa é a glosa de Bártolo. Assim, dentro do mercado estabelecem um
árbitro. Resolviam seus problemas por um árbitro, iam ao Roland, que era o local onde o
ancião ficava para resolver os problemas. Todo o mercado tinha um centro, onde ficavam os
anciãos para serem árbitros.
Tem a questão de como resolver o problema. Se todo mundo é do mesmo país, eles
resolvem pelo direito do soberano. Mas se são pessoas de locais diferentes eles resolvem pelo
método romano, que é o conflito de leis, porque eles não podiam usar outro. Eles pegam o das
5 leis. O primeiro método é o chamado estatutário.
b) Teorias modernas
As teorias modernas são frutos também de uma teoria estatutária, na França. A ideia é ir
se afastando dos estatutos para criar um direito internacional privado com valores próprios. O
momento auto das teorias modernas, tem o autor Stori, que é o criador do DIP.
O grande momento da passagem do estatutário para o DIP mais científico é a obra de
Savigny. O moderno é aproximado da ideia de Estado-nação da Revolução Francesa,
contrário ao sistema feudal da Idade Média. Essas Revoluções, essa formação forte dos
impérios, como o alemão. Essas nações aparecem e elas precisam de ramo do direito interno
dedicado a regular a sua posição no cenário internacional, que Savigny chamará de
comunidade jurídica das nações.
Essa comunidade jurídica das nações traz duas ideias importantes. Primeiro, que todas
as nações são iguais. A lei do Brasil, Uruguai, Paraguai, tudo igual, têm a mesma hierarquia. A
comunidade jurídica das nações ela vai ter um ramo, cada país vai ter ramo de seu direito
interno. Essa comunidade vê o império dessa lei. Diferente dos estatutos. Ideia de repeito
entre os soberanos.
Ainda dentro da ideia de valores internacionais, Savigny vai dizer que o fundamento do
direito internacional privado é essa igualdade entre leis, a diferença de conteúdo delas. Ele vai
procurar uma sede dessa relação da vida privada, que atravessou a fronteira, é a busca da sede,
é a procura da lei que realmente regula aquela relação privada. Dessa forma, ele privatiza o
direito internacional público. Ele separa o direito internacional privado do direito
internacional público. Ele cria essa ideia de igualdade entre as leis e essa ideia de procura da
verdadeira seda da relação privada.
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO I
Professora: Cláudia Lima Marques – 2017
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II – Teoria com base em valores internos
Uma vez que privatizaram, concentrar em uma pessoa, concentrar nas relações privadas
atípicas (que são elementos internacionais de estraneidade).
a) T. Personalistas
Depois, com os próprios alemães, vem a criação das teorias personalistas. Aplica o
direito estrangeiro, eventualmente, por respeito ao elemento estrangeiro. Não é mais porque as
leis têm a mesma hierarquia e nem por grau de civilização do soberano. Agora a justiça está
na diferença que tem no caso internacional e não tem no nacional. Aplica a lei estrangeira por
respeito ao elemento estrangeiro.
Goldsmith é um pensador interessante, porque ele diz que o direito internacional
privado é um direito de tolerância pelos elementos dos outros, pelo diferente.
Já Eric Jame diz que tem DIP pela necessidade integração econômica dos povos e
respeito à identidade cultural dos povos.
b) T. Equitativas
As teorias equitativas buscam a justiça (chamada de equidade) no caso concreto. Essa
aplicação do direito estrangeiro determinada pelo DIP busca a justiça do direito internacional
privado. O autor importante dessas teorias equitativas é Kegel, na Alemanha. Ele tem a
chamada teoria dos interesses. Mostra bem essa passagem do direito internacional privado,
com valores internacionais e valores internos.
A ideia do direito internacional privado ele existe em virtude do fundamento dos
interesses das partes que são diferentes, por fundamento dos interesses do Estado, pois ele tem
que comerciar com outros países e também tem que receber dos comerciantes. O fundamento
maior é a ideia de harmonia – harmonia de sentenças, de decisões etc. Se no mesmo mercado
decide diferente para argentino (estrangeiro) e brasileiro, isso pode dar um problema de
harmonia. Precisa tentar conseguir por meio do direito internacional privado, com valores
internos/nacionais, essa harmonia de decisões nacional, do mercado, e internacional.
AULA 5 – 26/09/17
O Eric James considera que há uma dicotomia no direito atual, que é sobre interação
econômica (UE, Mercosul), tem muitas tendências em direito internacional público de
aproximação das economias, mas tem um reflexo do direito internacional privado, a lei de
circulação de pessoas, abertura das fonteiras por tratados etc, isso aumenta as relações
atípicas. Exemplo, a UE, que cria nova identidade cultural.
Ideia do indivíduo é pós-moderna. Na modernidade não havia discurso da
universalidade. A pessoa era uma só, exemplo, só alemão, ou seja, homem de uma nação.
Porém, quebrou-se os discursos da modernidade, seriam os discursos universais. A teoria da
pós modernidade, a multiplicidade de vontades de integração, de identidade cultural.
A teoria dele se chama Direito Internacional Privado Pós Modernidade. Tem que
entender que houve Idade Média, depois veio a Modernidade.
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO I
Professora: Cláudia Lima Marques – 2017
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Na modernidade tem essa quebra tem a ver com a circulação livre em sociedade de
iguais, livres e fraternos. É economia da abundância, a distribuição é indireta, tem cadeia de
fornecimento, sociedade de massas – essa é a época moderna. A criação da sociedade
moderna, esses mitos, são a fonte do Direito. O povo se dá a lei pelo Estado.
Nos anos 70 vem a expressão pós moderna, tem quebra de legitimação dessas grandes
instituições, por exemplo, poder judiciário, poder legislativo. A própria Revolução francesa do
contrato social, de que as pessoas abrem mão de sua liberdade para vontade geral. Essa
criação da sociedade moderna, do contrato social. Esses mitos são a rocha do nosso direito. O
poder vem do povo, porque ele abre mão de sua liberdade e se dá a própria lei por meio da
sociedade organizada, pelo Estado. Todas essas grades ideias modernas começam a sofrer um
ataque.
Todas essas ideias modernas são atacadas, essa crise pós moderna vem da rapidez das
comunicações, da sua abundância. Ele diz que essa abundância, essa possibilidade de
comunicação de todas as partes do mundo vai deslegitimar as certezas modernas.
Essa ideia de ciência unitária ela quebra/esfacela-se e forma uma
descodificação/desintegração, um certo caos.
Eric James diz que o que caracteriza a pós modernidade é o pluralismo de agente
(mulheres, deficientes, não só os homens, esses agentes viram sujeitos de direitos). Na pós
modernidade como tem essa descodificação a reorganização do sistema se dá pelas
Constituições, que é direito público e não privado. E esse direito público constitucionalizado
ele é forte. Esse sujeito de direito vai ter a sua fonte (ECA, CDC. Estatuto do Idoso etc). Esse
pluralismo de fontes é que caracteriza o direito pós moderno.
Em direito internacional privado tem o problema clássico das fontes internacionais, que
vêm do direito internacional público, mas o tema do direito internacional privado. É tratado
internacional, mas o tema é de direito internacional privado. Exemplo, Convenção de Viena
para contratos civil.
Então, este autor diz que há um hiper pluralismo de fontes. As fontes se aplicam todas
ao mesmo tempo, elas não se excluem, por isso é diálogo das fontes. Eric James diz que essa
lei tem um campo de aplicação subjetivo, especial e campo de aplicação material coincidente.
Então, as duas leis vão se aplicar ao mesmo tempo, em um diálogo das fontes e não um
monólogo. Aplicam-se muitas leis ao mesmo caos. Tem diálogos entre essas fontes.
Em DIP fica mais estranho essa teoria, porque diz que tem que aplicar só uma lei para o
caso concreto. Mas Eric James defende o diálogo das fontes, porque os direitos humanos
serão mais bem servidos com a aplicação conjunta dessas leis, fazer um diálogo das fontes
para conseguir os valores dos direitos humanos. O Direito internacional privado está
humanizado, vale dizer, contaminado pelos direitos humanos, pelo direito internacional
público. Apesar de ele buscar justiça ao caso concreto, ele também tem que procurar a
realização dos direitos humanos. Exemplo, criança turca que é adotada por alemão, não se
trata de direito, é questão de religião, diálogo intercultural. Aplica direito religioso
muçulmano na Alemanha, pelo direito da criança, da identidade cultural dela. Então, faz o
diálogo das fontes, aplica várias leis para preservar os direitos humanos da criança, da mãe. A
aplicação de várias leis, tratados, faz uma nova estrutura, a aplicação de várias leis ao mesmo
tempo. O direito internacional privado está cada vez mais publicizado, porque tem que
realizar os direitos humanos.
Busca-se a afirmação dos direitos humanos. Assim, seria cabível o diálogo das fontes,
ou seja, a aplicação de mais de uma lei, faz esse diálogo para preservar os direitos humanos.
Essa aplicação de várias leis ao mesmo tempo ou diálogo das fontes.
Além do pluralismo, tem como elemento, ainda, a comunicação (o direito é cada vez
mais cultura, comunicação), outro elemento é a rapidez e abundância das comunicações que
fez essa conexão do mundo, o mundo pós moderno está interdependente. Então, essa rapidez e
abundância de comunicação, ideia de conexão, isso deslegitima o direito, porque este era a
arte de dizer o certo e errado, é direito e não é direito. Mas hoje não tem mais essa certeza.
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Professora: Cláudia Lima Marques – 2017
Bruna Saratt
Existe um pluralismo de teorias. Exemplo, o Direito pode ser visto pelo ponto da proteção dos
vulneráveis, ou pela law economic.
O último elemento é o retorno dos sentimentos. São 4 elementos. O fim da
racionalidade (Direito moderno é racional, por outro lado, o direito pós moderno é líquido,
fluido, sentimental). Então, o direito moderno é racional e o pós moderno é líquido. Esse
retorno de sentimentos é essa ideia de que os juízes nem citam mais a lei, quando o fazem
apenas citam os artigos, mas usam muito os princípios, isso são discursos, regras em branco,
princípios que têm que ser concretizados, porém isso não e feito, muitas vezes, com normas.
O juiz não concretiza com normas as decisões, mas com discursos, princípios, cláusulas
abertas. É difícil prever a decisão do juiz, então fica uma irracionalidade. Em DIP, se fizer
dialogo das fontes, é mais difícil prever ainda, se usar direitos humanos tem um resultado, se
não usa é outro resultado. Pondera vários elementos como cultura, além dos elementos
materiais. No DIP pode, ou não, fazer o diálogo das fontes, tornando o resultado imprevisível.
Quanto ao problema das fontes do DIP: elas passam de fontes internacionais, então,
uma lei nacional tem que cumprir com o direito internacional público (ius gentium). O direito
internacional privado é apêndice do direito internacional público. O DIP é uma espécie de
ordem do ordenamento. Dela se sai de uma conexão total (...).
Pontes de Miranda dizia que a lei nacional só pode regular aspectos de sua competência.
E essa competência vai ser dada pelo direito internacional público. É utopia achar que uma
regra da ONU dirá algo, regulará. Não temos nada dizendo se aplica o regramento interno ou
externo.
Nós somos dualistas, tem fontes internas e internacionais (que tem que ser
recepcionada pelo direito interno).
I – Fontes internas
Eric James diz que as fontes internas, hoje, são cada vez mais importantes, mas
menos usadas.
a) Fontes de vigência
No Brasil temos fontes de vigência interna, nós temos as Leis de Introdução às
Normas de Direito brasileiro, trata dos conflitos de lei no tempo e no espaço. LINDB.
São 10 normas de direito internacional privado.
Fontes de vigência hierarquicamente superiores nós temos a CF de 88, a qual
tem algumas normas de direito internacional privado – art. 5º, XXXI (sucessão de
estrangeiros). Isso é norma constitucional sobre um (favor) brasileiro, que é que ele
pode aplicar a lei brasileira, ou essa do domicílio. Então, essa é uma norma
constitucional, uma norma de DIP, colocada na CF.
Tem alguma fonte de DIP na CF, mas são poucas. Não temos muitas regras de
direito internacional. São muito usadas as leis de polícia, como o CDC, que é regra
para brasileiros e estrangeiros. Mas essas leis não são um direito internacional
privado clássico.
II – Fontes internacionais
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Professora: Cláudia Lima Marques – 2017
Bruna Saratt
Nossa CF brasileira não regulou bem isso. Nos tratados nem tudo pode ser direitos
humanos. Podem eles serem inconstitucionais. Esses tratados passam por um caminhar
diferente.
AULA 6 – 03/10/17
CONEXÃO
Bilateraliza norma dizendo que tem um elemento de conexão escondido na norma, que
seria o local da celebração, por exemplo. Criticam essa norma dizendo que se o legislador
quisesse, ele faria norma bilateral e não unilateral. Mas os juízes costumam bilateralizar.
Tipos de normas: são normas indiretas, elas indicam uma lei que vai ser a lex
causae. São normas que o juiz precisa que interprete a hipótese legal. O juiz vai interpretar a
hipótese legal pela lei do foro/lei do juiz (lex fori). Exemplo, o que é personalidade para o
Brasil, o que é capacidade. É a lei brasileira quem diz, por exemplo, se união homossexual é
direito de família. A lei brasileira é que vai entender a lei brasileira.
A segunda parte é o elemento de conexão. Dentro da norma tem um elemento fático,
que foi alçado para dentro da norma para fazer essa união/conexão entre a hipótese legal e a
lei. Além disso, tem as seguintes normas:
AULA 7 – 10/10/17
-Lei de polícia – são leis imperativas, ou leis de aplicação imediata. Desde Savigny,
ele destacava que existem normas de DIP, elas são diferentes das normas indiretas, elas são
normas que se aplicam para estrangeiros e brasileiros e são normas fortes, de ordem pública e
são, às vezes, normas de conduta. Exemplo, CDC, ele define fornecedor, como estrangeiro ou
brasileiro, público ou privado. Se ele está no mercado brasileiro, aplica-se o CDC brasileiro.
Se o fornecedor for estrangeiro, teria que dizer que o lugar das obrigações se aplica ao
acidente de consumo. Se o produto foi importado e houve acidente de consumo, quem
responde é o Zaffari, apenas se não for identificado o fabricante, pois é o fabricante que
responde, não é o importador, pois este só responde subsidiariamente. Ele responde também
na ausência do comerciante. A pessoa pode escolher entre importador e o fabricante, o
comerciante é subsidiário. O importador é um responsável absoluto, assim como fabricante,
porque ele é fornecedor aparente, ele está no Brasil, é mais fácil contatá-lo.
Essa relação internacional se aplica a mesma lei que se aplica aos brasileiros, porque o
CDC é de ordem pública internacional, etão se aplica à relação internacional.
No caso do ECA o Estatuto do Idoso, também devem ser obedecidas. Tem regras de
ordem pública, mas também tem regras de vizinhança, como as de meio ambiente, que estão
no CCB.
Meio ambiente – tem regras de ordem pública, outras de convivência. Essas regras se
aplicam a nacionais e estrangeiros. Existem outros tipos de regras de conflitos de leis que não
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Professora: Cláudia Lima Marques – 2017
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são regras de conflito, porque elas são totalmente materiais, elas não são indiretas. Elas são
muito importantes.
Exemplo, as diretivas europeias, que são leis de polícia/leis de aplicação imediata,
aplicam-se/são obrigatórias para todos. São leis de aplicação imediata, porque não usa o DIP
clássico, já aplica essa norma de conduta. Nas normas de aplicação imediata, nem se chega
nas normas de DIP, porque diz que no caso do consumidor plica-se o CDC. No caso de
criança e adolescente aplica o ECA. Se a norma não for de ordem pública internacional e
houver espaço entra o DIP.
São chamadas de normas imperativas ou de ordem pública internacional.
Tem uma nova norma de DIP que são tratados de sobre temas internacionais:
-Tratados lei com normas de conduta. O maior exemplo é a Convenção de Viena
sobre compra e venda de mercadorias (CISG). Além do CC tem esse código internacional de
compra e venda, que é essa convenção. Essa convenção se aplica em todos os países. Quando
for contrato de compra e venda, se o país tiver aderido a esse tratado, olha direto essa
convenção. Ela é para compra e venda internacional de mercadorias apenas. Se é caso de
direito internacional privado e se referir à compra e venda tem que usar esse tratado. Caso
contrário, se for nacional, usa o CC. Elas são normas de conduta. São normas totalmente
materiais. São normas de conduta, não são normas indiretas, típicas de DIP.
-Parágrafo 4º da Lei de introdução – REGIME DE BENS – tem técnica clássica.
Nubentes, domicílio comum. Se for diverso do domicílio do nubente, a lei do primeiro
domicílio conjugal. É uma regra de DIP, sobre regime de bens, que tem 2 elementos de
conexão. São elementos alternativos, ou têm domicílio comum, ou outro. Os elementos de
conexão são diferentes. Escolha do elemento de conexão dessa forma alternativa, porque são
2.
Na de cascata também são como alternativas, mas é outro estilo, os fatos é que
determinarão os diferentes elementos de conexão.
DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO I
Professora: Cláudia Lima Marques – 2017
Bruna Saratt
**CONTEÚDO DA PROVA**
O Direito Internacional Privado é o ramo do direito interno que se dedica à solução dos
conflitos de lei no espaço. Os conflitos de lei no espaço (não) existem, porque sempre há
dúvidas na cabeça do juiz.
O Direito Internacional Privado é direito público, porque ele interessa ao juiz (ao
aplicador da lei). Ele estabelece o campo de aplicação da norma brasileira (ele é sobre direito,
como diz Pontes de Miranda).
5º) Fontes do Direito Internacional Privado brasileiras (quais são). São fontes
internas, quais sejam, a Lei de Introdução às normas brasileiras, a Constituição, o CDC etc. E
tem as fontes internacionais, que são recebidas dentro do ordenamento jurídico brasileiro,
exemplo, como a Convenção de Viena que é tratado internacional recebido no Brasil, ainda, o
Tratado de São Luís, que é tratado do Mercosul. Essas fontes podem ser fontes de vigência e
também podem ser fontes de inspiração
c) Objeto do DIPr: O DIPr tem por objeto a resolução de todos os conflitos de leis
no espaço (sejam leis privadas ou públicas) quando presente uma conexão internacional, isto
é, uma relação que coloca em confronto duas ou mais normas jurídicas estrangeiras (civis,
penais, fiscais, tributárias, administrativas, trabalhistas, empresariais, processuais etc.)
autônomas e divergentes. Seu objeto cinge-se, assim, a tais conflitos espaciais de leis. Sua
razão de ser está em encontrar soluções justas entre a diversidade de leis existentes quando
presente um elemento de estraneidade. Assim, o DIPr é a disciplina que auxiliará o juiz da
causa a saber qual norma jurídica (a indigenum ou a extraneum) deve ser efetivamente
aplicada no caso sub judice tendente à solução justa e útil, independentemente da natureza
(privada ou pública) da norma em questão. Destaque-se que quando se fala em “conflitos” de
leis no espaço, na realidade o que se pretende dizer é que duas normas distintas (uma nacional
e outra estrangeira) estão a disciplinar diferentemente uma mesma questão jurídica.