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TESTE DE AVALIAÇÃO SUMATIVA DE LÍNGUA PORTUGUESA

9º ANO

Ano Lectivo 2009 /10

Texto

«De repente, tomado de uma ansiedade, teve pressa de carregar os alforges.


Já entre os troncos a sombra se adensava. Puxou uma das éguas para junto do cofre,
ergueu a tampa, tomou um punhado de ouro…mas oscilou, largando os dobrões,
que retinlintaram no chão, e levou as duas mãos aflitas ao peito. Que é, D.Rui? Raios
de Deus! Era um lume, um lume vivo, que se lhe acendera dentro, lhe subia até às
goelas. Já rasgara o gibão, atirava os passos incertos, e, a arquejar, com a língua
pendente, limpava as grossas bagas de um suor horrendo que o regelava como
neve. Oh Virgem Mãe! Outra vez o lume, mais forte, que alastrava, o roía! Gritou:
-Socorro! Alguém! Guanes! Rostabal!
Os seus braços torcidos batiam o ar desesperadamente. E a chama dentro
galgava -sentia os ossos a estalarem como as traves de uma casa em fogo.
Cambaleou até à fonte para apagar aquela labareda, tropeçou sobre Rostabal
e foi com o joelho fincado no morto, arranhando a rocha, que ele, entre uivos,
procurava o fio de água, que recebia sobre os olhos, pelos cabelos. Mas a água mais
o queimava, como se fosse um metal derretido. Recuou, caiu para cima da relva,
que arrancava aos punhados e que mordia, mordendo os dedos, para lhe sugar a
frescura. Ainda se ergueu, com uma baba densa a escorrer-lhe nas barbas; e, de
repente, esbugalhando pavorosamente os olhos, berrou como se compreendesse
enfim a traição, todo o horror:
-É veneno!
Oh! D.Rui, o avisado, era veneno! Porque Guanes, apenas chegara a
Retortilho, mesmo antes de comprar os alforges, correra cantando a uma viela, por
detrás da catedral, a comprar ao velho droguista judeu o veneno que, misturado ao
vinho, o tornaria a ele, a ele somente, dono de todo o tesouro.
Anoiteceu. Dois corvos, de entre o bando que grasnava além nos silvados, já
tinham pousado sobre o corpo de Guanes. A fonte, cantando, lavava o outro morto.
Meio enterrada na erva negra, toda a face de Rui se tornara negra. Uma estrelinha
tremeluzia no céu.»

I
Após uma leitura atenta do excerto, responde, de uma forma clara e completa, às
questões:

1.Como se intitula este conto e quem é o seu autor.

2.Localiza o excerto na obra, justificando a tua resposta.

2.Identifica as referências temporais presentes.

3.Descreve o estado do Rui.

3.1.Indica um provérbio que sintetize a situação de Rui.

4.Explica o valor das seguintes frases:

4.1. «…de repente, tomado de uma ansiedade, teve pressa de carregar os alforges.»

4.2.«-Socorro! Alguém! Rostabal!»

5.Justifica o tom irónico da frase «Oh! D.Rui, o avisado, era veneno!»

5.1.Indica o recurso linguístico-estilístico e o seu valor expressivo presente nesta


frase.

6.Classifica o narrador quanto ao(s) tipo(s) de focalização presente(s) no excerto.


Justifica a tua resposta.

7.Indica um segmento descritivo presente no texto, referindo nas suas


características.

8.Tendo em conta a delimitação da acção do excerto transcrito, classifica-a,


justificando devidamente a tua resposta.

9.Apresenta a simbologia deste conto.

10.Selecciona alguns provérbios que melhor resumam a moralidade deste conto.

11.«Mas oscilou, largando os dobrões, que retilintaram no chão e levou as duas


mãos aflitas ao peito.»

11.1.Analisa sintacticamente a expressão sublinhada e indica a subclasse do verbo.

11.2.Classifica morfologicamente as seguintes palavras: «largando»; «duas»;


«aflitas» e «ao».

11.3.Reescreve a última oração na voz passiva.

11.4.Coloca o adjectivo da frase no grau superlativo absoluto sintético.

11.5.Substitui o complemento «duas mãos» por um pronome pessoal equivalente.

12.Classifica as conjunções que introduzem as seguintes orações:

12.1.«(…)e foi com o joelho fincado no morto (…)»

«Mas a água mais o queimava (…)»

« (…) como se fosse um metal derretido.»


«(…)que arrancava aos punhados(…)»

II

Partindo do princípio de que leste o conto na íntegra, completa o crucigrama,


seguindo as indicações:

3.Numeral cardinal importante no


1.Ave com a qual é comparado o conto.
pescoço de Guanes. 4.Nome de um dos irmãos de
2.Sentimento expresso por Guanes Medranhos.
quando trauteava a cantiga.
5.Característica física da 13.Local onde estavam as moedas.
personagem Rui. 14.Mata onde encontraram o
6. Nome de um dos irmãos de tesouro.
Medranhos. 15.O tesouro tinha três.
7.Grau de parentesco entre as 16.Astro que tremeluzia no céu.
personagens. 17.Condição em que viviam os
8.Nome do irmão mais velho. irmãos.
9.Substância que matou Rui. 18.Estação do ano importante no
conto.
10.Líder de grupo. 19.Sinónimo de solitário.
11.Nome do paço, onde viviam os 20.Pessoas com as quais Guanes
três irmãos. dissipava o dinheiro.
12.Sinónimo de moedas.

III

Escolhe apenas um dos temas seguintes:

Tema A – Resumo do excerto.

Tema B - Elabora um final diferente para a história.

Tema C – O tesouro na «mata de Roquelanes» espera outra história.Imagina-a.

Bom trabalho e boa sorte!

A Professora

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