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MANUAL
DE
METODOLOGIA
CIENTÍFICA
PROJETOS DE PESQUISA
E
MONOGRAFIAS
Alagoas
2010
Antonio Castro do Amaral
Bacharel em Filosofia (UFPB), Licenciado em Filosofia (UFPB), Licenciado em Ciência-
Matemática (UFPB), Especialista em Filosofia (UFPB), Especialista em Ensino (CETEB-
UNB), Especialista em Previdência (UFAL), Mestre em Letras e Linguística (UFAL),
Professor das disciplinas Metodologia da Pesquisa Científica e Prática de Trabalho de
Conclusão de Curso no Curso de Graduação em Direito no Centro Universitário CESMAC;
Professor de Ética e Filosofia da União das Faculdades de Alagoas (UNIFAL); Ex-Professor
de Metodologia Científica do Programa de Pós-Graduação da Academia de Polícia Militar de
Alagoas, Ex-Professor de Metodologia Científica de Curso de Especialização em
Administração da UNIFAL; Ex-Professor de Curso de Especialização em Direito
Previdenciário da Faculdade Tiradentes (FITS); Ex-Professor da FAA-IESA. Autor de
artigos; palestrante, conferencista; ministra cursos de Metodologia Científica, Projeto de
Pesquisa e Defesa de Trabalho de Conclusão de Curso, Ética Geral e Profissional, Filosofia
Geral e Jurídica; É membro de Grupo de Pesquisa do CNPq.
PROJETOS DE PESQUISA
E
MONOGRAFIAS
Maceió - Alagoas
2010
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a todos aqueles que, de forma direta ou indireta, contribuíram com idéias,
sugestões, retificações e acréscimos para a construção desse Manual.
Agradecemos, particularmente, alunos, colegas Professores e Corpo Diretor das Instituições
de Ensino Superior que, com suas palavras de incentivo e apoio, contribuíram decisivamente
para a construção deste Manual.
Dedico esse trabalho às minhas queridas filhas
Andréa e Patrícia e aos meus admirados pais
Arnaldo e Doralice (in memoriam).
“[...] o ensino, para ter eficácia e qualidade,
requer sempre uma pedagogia fundada numa
postura investigativa... O ensino superior [...]
deve ser realizado sob uma postura investigativa,
ou seja, sob uma postura de produção de
conhecimento.”
Este Manual é devotado a subsidiar estudantes e professores dos cursos de graduação e pós-
graduação na construção de projetos de pesquisa e monografias. Seu objetivo maior é se
tornar uma fonte de rápida consulta dos elementos essenciais para a produção de trabalhos
acadêmicos, principalmente aqueles voltados para edição de projetos e monografias,
direcionadas para a conclusão de curso de graduação e pós-graduação. Para cumprir tal
intento, o trabalho foi dividido em quatro partes. Na primeira parte, tratou-se dos fundamentos
teóricos-epistemológicos do trabalho científico e acadêmico. A segunda parte está voltada
para os elementos essenciais para a produção do Projeto de Pesquisa. A terceira parte foi
reservada para abordar a composição da monografia, com seus elementos mais importantes e
obrigatórios. A quarta e última parte foi dirigida para resumir as principais regras
convencionadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas. Além dessas quatro partes,
inserimos Apêndices que contemplam exemplo de Projeto de Pesquisa e elementos pré-
textuais e pós-textuais da Monografia.
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................8
Capítulo 1
CONHECIMENTO E FORMAÇÃO SUPERIOR
1.1 Algumas Considerações sobre a Formação Universitária..........................................................10
1.2 O Conhecimento e seus Modos......................................................................................................11
1.2.1 Conhecendo o Mundo....................................................................................................................13
1.2.2 Métodos em Ciência......................................................................................................................15
1.2.3 Referenciais Teóricos....................................................................................................................16
Capítulo 2
CONSTRUINDO O PROJETO DE PESQUISA
2.1 Composição do Projeto..................................................................................................................18
2.1.1 O Tema..........................................................................................................................................19
2.1.2 O Problema....................................................................................................................................21
2.1.3 A(s) Hipótese(s).............................................................................................................................22
2.1.4 Os Objetivos..................................................................................................................................22
2.1.5 Justificativa....................................................................................................................................22
2.1.6 Metodologia...................................................................................................................................23
2.1.7 Fundamentos Teóricos...................................................................................................................23
2.1.8 Cronograma...................................................................................................................................23
2.1.9 As Referências...............................................................................................................................24
2.1.10 Anexos e Apêndices....................................................................................................................24
Capítulo 3
CONSTRUINDO A MONOGRAFIA
3.1 A Monografia Completa................................................................................................................25
3.1.1 A Introduçao no TCC....................................................................................................................25
3.1.2 Os Capítulos ou Seções do TCC...................................................................................................27
3.1.3 A Conclusão no TCC....................................................................................................................29
Capítulo 4
REGRAS DA ABNT PARA TRABALHOS ACADÊMICOS
4.1 Panorama das Normas para Trabalhos Acadêmicos, Citações e Referências..........................31
4.1.1 Informação e Documentação – Trabalhos Acadêmicos – NBR 14.724........................................31
4.1.2 Informação e Documentação – Citações em Documentos – NBR 10.520....................................31
4.1.3 Informação e Documentação – Referências em Documentos – NBR 6.023.................................31
4.2 Detalhamento das Normas Técnicas.............................................................................................32
4.2.1 Trabalhos Acadêmicos – Resumo da NBR 14.724.......................................................................32
4.2.1.1 Resumo das Regras Gerais de Apresentação..............................................................................33
4.2.2 Citações em Documentos – Resumo da NBR 10.520...................................................................34
4.2.2.1 Resumo das Regras Gerais de Apresentação..............................................................................34
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................................40
[...] o ensino, para ter eficácia e qualidade, requer sempre uma pedagogia
fundada numa postura investigativa. O ensino superior, mesmo quando
ministrado numa simples faculdade isolada, deve ser realizado sob uma
atitude investigativa, sou seja, sob uma postura de produção de
conhecimento. (SEVERINO, 2007, p. 1-v)
Existe uma exigência ético-política que une os homens num corpo social: a dignidade
humana. Ela exige que se compartilhe os bens que a própria sociedade produz. Em instância
última, espera-se, e deseja-se, que todos sejam respeitados no exercício das atividades de
labor, propiciados por essa formação, que inexista opressão nas relações sociais e que
ninguém deixe de usufruir dos bens, materiais e culturais, produzidos por essa mesma
sociedade.
Com efeito, a pesquisa é fundamental, uma vez que é através dela que
podemos gerar o conhecimento, a ser necessariamente entendido como
construção dos objetos de que se precisa apropriar humanamente. Construir
o objeto que se necessita conhecer é processo condicionante para que se
possa exercer a função de ensino [...] a pesquisa é fundamental no processo
de extensão dos produtos do conhecimento à sociedade [...]. (SEVERINO,
2009, p. 34)
Para os fins propostos neste Manual, adotaremos a seguinte noção de verdade para a
produção de trabalhos acadêmicos, lembrando, porém, que a verdade não é absoluta e pode
ser transitória e aceita por consenso:
Tratando da questão da verdade, não se pode esquecer de abordar uma outra questão
também importante: o dogma, entendido como uma verdade a priori, aquela que não
discutimos ou questionamos. A atitude dogmática é, portanto, aquela que faz crer que o
mundo é exatamente como o percebemos. A melhor maneira de se contrapor a tal atitude é
assumir uma posição filosófica, uma atitude filosófica, indagando, questionando fatos, objetos
e comportamentos que nos pareciam indiscutíveis.
O conhecimento mítico, embora possa não estabelecer uma relação com os fatos da
história, pode servir, à sua maneira, para descrever fatos através, por exemplo, de uma fábula
ou lenda. Os gregos da Antiguidade foram particularmente talentosos ao descreverem o
mundo e os seus fenômenos por meio desses mitos. Até o aparecimento da Filosofia, esses
relatos míticos cumpriram o papel de compreender o universo. Por dispensar a apresentação
de provas, esse tipo de conhecimento constitui uma verdade instituída e, portanto, não-crítica,
bem anterior às tentativas de obter explicações para os fenômenos desconhecidos do homem.
(MEZZAROBA; MONTEIRO, op. cit.)
Filosofia não é ciência, arte, política, religião etc., mas uma reflexão crítica sobre os
pressupostos de cada uma desses saberes; a definição mais completa de Filosofia, de acordo
com Chauí (Op. cit.), é aquela que a circunscreve como crítica de todos os conhecimentos e
práticas humanas. Conhecimento crítico não no sentido comum do termo, mas como aquele
que discute os fundamentos e pressupostos desses saberes. Por isso mesmo é que ela pode ser
empregada em qualquer área do conhecimento, inclusive o próprio ato de conhecer. Vincula-
se às verdades possíveis e é uma forma radical de conhecer o mundo porque procura a raiz de
tudo. Filosofar é obter senso crítico que pressupõe: acuidade intelectual, habilidade de pensar
logicamente e perspicácia.
O conhecimento científico é aquele que vai nos interessar para a produção de trabalhos
acadêmicos e, entre estes, os projetos de pesquisa e monografias. Esse tipo de conhecimento,
que se distingue sobremaneira do senso comum e do religioso, possui características bem
próprias que podem ser resumidas, conforme Chauí (Op. cit.), assim:
A natureza do trabalho científico é de sistema e método. Por quê? Porque ele separa os
elementos subjetivos e objetivos de um fenômeno, sendo este estudado como objeto de
conhecimento; além disso, demonstra e prova os resultados obtidos, relacionando-os com
outros fatos um fato isolado; por fim, formula uma teoria geral sobre o conjunto dos
fenômenos estudados (CHAUÍ, 2003).
Já dissemos que o trabalho científico exige sistema e método. O que se entende por
método e como ele é aplicado na obtenção desse tipo de trabalho? Nas linhas que se seguem
apresentaremos um panorama sobre os principais métodos adotados na produção de trabalhos
científicos e, em particular, na construção de projetos de pesquisa e monografias.
O método exige etapas que podem ser resumidas nos seguintes passos:
8º - Prova da solução;
Ressalte-se que método em Ciência não pode ser entendido como um conjunto fixo de
regras que devem ser necessariamente seguidas para resolver qualquer problema. Hoje, não
existe “o método” em Ciência, mas múltiplos métodos que são adotados em razão do objeto
de estudo. O uso do método, acrescente-se, exige transparência e objetividade na investigação
para assegurar verificações ulteriores.
Além desses métodos, a Ciência também faz uso de métodos auxiliares que têm
caráter instrumental e servem para operacionalizar a execução do trabalho.
- Método comparativo: promove o exame simultâneo de objetos de tal sorte que seja
possível detectar eventuais diferenças e semelhanças (MEZZAROBA; MONTEIRO, op. cit.).
Além dos métodos científicos e métodos auxiliares, o trabalho científico também exige
referenciais teóricos, que podem ser entendidos como a teoria de base para a pesquisa. Esses
referenciais também são múltiplos e a escolha de um destes vai significar a opção que o
pesquisador adotou para tratar o objeto.
Em Ciências Humanas e Sociais esses supracitados referenciais teóricos podem ser
apresentados, também em estreita síntese, da seguinte forma:
- Teorias sistêmicas: adota a definição, para fins de tratamento do objeto, como um
complexo de elementos em interação ordenada;
- Funcionalismo: a lógica de ações e reações dos indivíduos se submete à lógica de
ações e reações institucionais, sendo a sociedade entendida como uma engrenagem;
- Estruturalismo: pressupõe conhecer a sociedade e sua racionalidade para poder
explicar os setores sociais e os indivíduos;
- Fenomenologia: trata as idéias de forma rigorosa buscando as essências dos
fenômenos que constituem seus objetos;
- Comportamentalismo: privilegia o fator comportamental nos estudos; o que interessa
no objeto são as atitudes dos indivíduos no ambiente social;
- Empirismo: enfoca o estudo experimental; o objeto será testado, experimentado em
suas diversas dimensões concretas;
- Positivismo e neopositivismo: valoriza a Ciência como único conhecimento viável e
único método aplicável para a obtenção de conhecimento; propõe uma linguagem própria para
analisar todos os fenômenos humanos possíveis;
- Marxismo: materialismo dialético ou materialismo histórico; tenta explicar a
realidade fática dos homens através dos condicionantes sociais estabelecidos a partir do
capitalismo. (Idem)
Com a apresentação desses possíveis referenciais teóricos encerramos esta parte do
trabalho, devotado que foi às questões teórico-epistemológicas. O próximo capítulo será
direcionado à construção do Projeto de Pesquisa, momento em que teremos a oportunidade de
detalhar suas partes componentes, destacando sua importância para a elaboração da
monografia como trabalho para a conclusão de curso, tanto de cursos de graduação como dos
cursos de especialização lato sensu.
Capítulo 2
CONSTRUINDO O PROJETO DE PESQUISA
O Projeto de Pesquisa possui uma estrutura composta por três partes: elementos pré-
textuais, elementos de texto e os elementos pós-textuais.
O tema é o próprio objeto da pesquisa que se pretende realizar. Ele nos informa o
assunto definido para a investigação.
1º - Tempo:
2º - Conhecimento:
3º - Interesse:
Comece eliminando aqueles em que você não detém muito conhecimento. Use o
critério das fontes: o tema com maiores fontes será aquele que poderá ser melhor trabalhado.
Converse com o Professor-orientador e não esqueça os artigos em sites e revistas
especializadas.
Ainda sobre a escolha e definição do tema, Nunes (2002, p. 13) nos lembra que “Uma
monografia tem forte chance de dar certo se o tema escolhido estiver de acordo com as
características intelectuais do aluno, sua atração pelo assunto, o interesse despertado tendo em
vista sua posição ideológica, sua atitude diante das circunstâncias que o assunto revela etc.”
Quando se desenvolve uma pesquisa, o pesquisador deve ter clareza do fim que
pretende alcançar. É a sua meta para o trabalho. Os objetivos são múltiplos, porém, cabe
ressaltar que eles devem ser divididos em um geral e vários específicos. O primeiro é a meta
maior a ser perseguida e deve ser única; os segundos devem ser formulados para servirem de
meio para atingirem o objetivo geral. São os passos dados nos objetivos específicos que
servem de meio para atingir a meta principal do trabalho. Ressalte-se, contudo, que a
definição dos objetivos específicos não está atrelada à quantidade capítulos da monografia.
Um ou mais objetivos dessa natureza podem ser atingidos num mesmo capítulo do trabalho
final.
2.1.5 Justificativa
Nenhuma pesquisa deve ser desenvolvida sem que se declare a razão ou razões que a
motivaram. Deve-se justificar a escolha do tema e o motivo para realizar a pesquisa. É a
defesa de sua relevância para a área de estudos em questão. Essa justificativa pode ser de
ordem pessoal, profissional, acadêmica ou, até mesmo, o conjunto dessas ordens. Evidencie a
importância do tema, a originalidade da abordagem etc. Seja criativo!
2.1.6 Metodologia
2.1.8 Cronograma
Toda pesquisa, além de tudo o que já abordamos, deve também definir o seu início,
meio e fim. A descrição detalhada desse caminho deve estar associada aos prazos
estabelecidos pela faculdade ou programa de pós-graduação. O Cronograma de execução da
pesquisa deve, por exemplo, definir as várias etapas de execução em função do tempo, como,
por exemplo, escolha do tema, separação do material de pesquisa preliminar, discussão com o
Orientador, elaboração do Projeto, leitura e fichamento, redação dos capítulos, revisão do
Orientador, revisão ortográfica-gramatical, formatação do trabalho, feitura final, depósito e
defesa. O Cronograma se reveste de importância porque organiza, no tempo, o
desenvolvimento da pesquisa. Contribui para que o pesquisador tenha uma visão do todo, de
tal sorte que possa se programar para cada uma de suas etapas.
2.1.9 As Referências
Nessa parte do Projeto, você poderá incluir, apenas se necessário, material que será
utilizado na pesquisa, cabendo lembrar que nos Apêndices você incluirá material produzido
por você; nos Anexos, o que foi produzido por terceiros. Mas, lembre-se: só se necessário.
Com essa última parte, encerramos nossas orientações sobre a elaboração do Projeto
de Pesquisa. Maiores detalhes podem ser obtidos na bibliografia que listamos nas Referências
deste Manual. Lembramos que o nosso objetivo neste trabalho foi o de possibilitar uma visão
rápida, embora sem perda do rigor científico, da construção de um Projeto de Pesquisa.
Consulte o seu Professor-orientador e MÃOS À OBRA!
Capítulo 3
CONSTRUINDO A MONOGRAFIA
- Capa (obrigatório);
- Agradecimentos (opcional);
- Dedicatória (opcional);
- Epígrafe (opcional);
- Sumário (obrigatório);
- Introdução (obrigatório);
- Capítulos (obrigatório);
- Conclusão (obrigatório);
- Referências (obrigatório);
- Anexos (opcional);
- Apêndice (opcional).
Assim como no Projeto de Pesquisa, toda monografia pode ser dividida em três partes:
os elementos pré-textuais, os textuais e os elementos pós-textuais. Os primeiros são iniciados
pela Capa e terminam com o Sumário. Os textuais começam com a Introdução, passam pelos
Capítulos ou Seções e findam com a Conclusão. Os elementos pós-textuais iniciam-se com as
Referências e podem terminar com os Apêndices, tendo em vista o seu caráter opcional.
Optamos, em razão de sua importância, tratar mais detalhadamente dos elementos que
constituem o texto, iniciando com a Introdução, seguindo com os Capítulos ou Seções e
encerrando com a Conclusão. As regras para os trabalhos acadêmicos serão tratadas no
Capítulo 4 deste Manual, momento em que serão abordadas as convenções adotadas pela
ABNT.
A Introdução deve, em linhas bastantes gerais, apresentar o que vem em seguida, nos
capítulos ou seções, porém sem antecipar os resultados obtidos. Utilize os verbos no futuro e
não faça uso de quaisquer citações, em nenhuma de suas formas – diretas ou indiretas. Nela,
não se admite tratar, de forma exaustiva e analítica, de nenhum dos assuntos abordados no
teor dos capítulos ou seções. É justamente isso que justifica o número de folhas que lhe são
dedicadas. Sugere-se que o texto da Introdução não ultrapasse 6% do total de folhas da
monografia.
Em virtude da amplitude da pesquisa, e dos caminhos que ela pode tomar, não é
possível estabelecer uma fórmula fechada para a apresentação de seus resultados – o número
de capítulos ou seções, por exemplo. A estrutura proposta é tão somente uma sugestão e
decorre de nossas experiências no acompanhamento de centenas de trabalhos de mesma
natureza, tanto na graduação quanto na pós-graduação.
Primeiramente, cabem as perguntas: Para quem escrevo? Quem é o público alvo desse
trabalho? Quem, afinal, avaliará o inteiro teor da monografia? Lembremos que esse público
alvo é composto pelos membros da banca examinadora. São, pelo menos, professores
especialistas na área abordada e, por isso mesmo, o autor do trabalho deve estar atento à
pertinência do tema, sua relevância e profundidade.
Em segundo lugar, também é cabível perguntar: O que escrevo? Que tipo de texto está
sendo produzido? O TCC é redigido principalmente em forma de trabalho expositivo e deve
conter todas as informações necessárias para situar o leitor, razão pela qual é imprescindível
que o texto produzido seja claro, objetivo, sem rebuscamentos linguísticos que, ao invés de
traduzir erudição, tornam o texto “pesado”, obscuro.
Por fim, precisamos ressaltar: Como escrevo? Nesse aspecto, é primordial elencar
algumas regras que consideramos essenciais para a boa redação do trabalho:
- Defina o termo antes de usá-lo; faça uso do rodapé para esse fim;
- Quando se escreve sobre um autor, dê alguns dados biográficos (use nota de rodapé);
Além dessas regras gerais para a boa redação do trabalho de conclusão, lembramos a
necessidade de fazer uso da primeira pessoa do plural no texto. O uso do impessoal também é
admitido, porém nunca faça uso do “eu”. Também evite utilizar artigo antes do nome próprio:
“o Antonio”, “a Maria”, “o José”.
Essas expressões são muito úteis e dão “beleza” estilística ao texto, demonstrando
riqueza de vocabulário e têm, conforme Vigner (1988), caráter:
- De transição – passemos então a..., voltemos a..., mais tarde voltaremos a..., antes de
passar a... é preciso observar que..., sublinhado isto...;
Afora essas expressões, existem outras que podem ser igualmente utilizadas na
redação. São aquelas de natureza:
- Concessiva – é certo que..., é verdade que..., evidentemente, seguramente,
naturalmente, sem dúvida alguma, pode ser que...;
- De insistência – não apenas..., mas, mesmo, com muito mais razão, tanto mais que...;
- De inserção de exemplo – consideremos o caso de..., tal é o caso de..., este caso
apenas ilustra..., o exemplo de... confirma... (VIGNER, op. cit.).
No conjunto, essas expressões dão conta da maioria das alternativas possíveis para
compor o texto da monografia.
A Conclusão no TCC tem uma estrutura bem conhecida: ela deve recuperar o que foi
dito antes, nos capítulos ou seções. Também deve recuperar os objetivos e a(s) hipótese(s)
levantada(s) e, neste aspecto em particular, o mais importante: a pesquisa confirmou a(s)
hipótese(s) formulada(s)? Essa recuperação das partes deve ser apresentada como um todo
coerente e, é claro, de uma forma bastante resumida. Depois de promover um breve resumo
de cada uma das partes que constituem a monografia, destaque a contribuição dada com a
realização da pesquisa, valorizando os resultados e os seus possíveis alcances.
Convém lembrar que a Conclusão, assim como a Introdução, como vimos, não deve
conter citações, nem diretas nem indiretas, exceto quando forem meramente ilustrativas e
guardarem relação com o tema abordado. Lembre-se também que é nesta parte final do
trabalho que você tem a oportunidade de dar a sua opinião sobre o tema; é o momento de
resumir o seu entendimento, decorrente da pesquisa realizada. É o lugar de mostrar o grau de
conhecimento ou amadurecimento acadêmico no trato de um tema.
Por fim, também concordamos com Köche (2003, p. 146) na idéia de que
Embora existam outras normas técnicas que também tratam da produção de trabalhos
acadêmicos (Projeto de Pesquisa, Sumário, Resumo etc.), reservamos este espaço àquelas que,
pela sua natureza e extensão, são consideradas essenciais para a produção de textos
acadêmicos. São elas: NBR 14.724 (trabalhos acadêmicos), NBR 10.520 (citações), NBR
6.023 (referências).
Nas páginas que se seguem, abordaremos os detalhes de cada uma das NBR
apresentadas acima. Iniciaremos com as linhas gerais da produção dos trabalhos acadêmicos,
tratando da NBR 14.724. Em seguida, veremos como são construídas as citações nesses
trabalhos e, por último, trataremos das referências, seus formatos e regras gerais, passando
sempre por exemplos ilustrativos.
Exemplos:
Oliveiras e Leonardo (1943, p. 146) dizem que a “[...] relação da série São Roque é
muita cara.”
Para citações diretas com mais de 3 linhas as mudanças na forma são radicais: a
citação sai do texto; é preciso recuar 4 cm. da margem esquerda, a letra é menor (sugere-se
tamanho 11), as aspas somem e o espaço é simples.
- Supressões: [...].
Exemplo:
Nesse caso, o número inserido ao fim da frase é remetido para o rodapé e neste, após a
inserção automática de filete de 3 cm., são colocados os dados do autor e da obra, além do
número da página onde a citação será encontrada.
Veja o formato:
¹ BARBOSA, Rui. Discurso à juventude. São Paulo: USP, 1993, p. 20. (dados do autor, obra e pág.)
As regras utilizadas para as citações diretas com mais de três linhas no sistema autor-
data – relativas ao recuo de 4 cm., espaço simples e letra menor, sem aspas –, também são
válidas quando se faz uso do sistema numérico. Mas, lembre-se: as informações sobre o autor,
a obra e o número da página são inseridas no rodapé, no formato apresentado acima, de forma
completa.
Sobre a importância da pesquisa, Severino³ nos ensina que ela é fundamental porque
produz um conhecimento que deve apropriado humanamente por meio da construção de
objetos, de grande relevância para a função do ensino.
Agora, analise o formato no rodapé:
Os elementos essenciais são: Autor, título, edição, local, editora e data de publicação.
Exemplos:
LIVRO:
PERIÓDICO:
ARTIGO:
VIEIRA, Cássio Leite; LOPES, Machado. A queda do cometa. Neo interativa, Rio de
Janeiro, n. 2, inverno 1994. 1 CD-ROM.
EVENTO:
Outros formatos
PARTES DE REVISTA:
MATÉRIA DE JORNAL:
COSTURA x P.U.R. Aldus, São Paulo, ano 1, n. 1, nov. 1997. Encarte técnico, p. 8.
TRABALHO EM EVENTO:
DOCUMENTO JURÍDICO:
JURISPRUDÊNCIA:
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Súmula n. 14. In: Sumulas. São Paulo: Associação dos
Advogados do Brasil, 1994, p. 16.
DOUTRINA:
BARROS, Raimundo Gomes de. Ministério Público: sua legitimação frente ao Código do
Consumidor. Revista Trimestral de Jurisprudência dos Estados. São Paulo, v. 19, n. 139,
p. 53-72, ago. 1995.
Com esses exemplos, encerramos a exposição das regras e convenções adotadas pela
ABNT, ao mesmo tempo em que também concluímos o panorama dos elementos que
consideramos essenciais para a produção de projetos de pesquisa e monografias. Esperamos
ter contribuído para amenizar essas árduas tarefas e nos colocamos à disposição para
quaisquer outras orientações.
MÃOS À OBRA!
BOA SORTE!
REFERÊNCIAS
NUNES, Rizzatto. Manual da Monografia Jurídica: Como se faz uma monografia, uma
dissertação, uma tese. São Paulo: Saraiva, 2002.
SALOMON, Délcio Vieira. Como fazer uma monografia. São Paulo: Martins Fontes, 2004.
RUDIO, Franz Victor. Introdução ao Projeto de Pesquisa Científica. Petrópolis: Vozes, 1986.
APÊNDICE A
EXEMPLO DE PROJETO
CENTRO UNIVERSITÁRIO CESMAC
Faculdade de Direito de Maceió - FADIMA
Núcleo de Ensino, Pesquisa e Extensão - NEPE
Maceió – AL
2010
Aluísio Felix Almeida Costa
Maceió – AL
2010
Aluísio Felix Almeida Costa
Aprovação:__________________
__________________________________________
Profº Ms. Antonio Castro do Amaral
Professor de PTCC
__________________________________________
Prof.º Ms. Antônio Castro do Amaral
Orientador
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.....................................................................................................................4
TEMA........................................................................................................................................5
PROBLEMA...............................................................................................................................5
HIPÓTESES................................................................................................................................5
JUSTIFICATIVA.................................................................................................................6
OBJETIVOS........................................................................................................................7
GERAL...........................................................................................................................7
ESPECÍFICOS.................................................................................................................7
METODOLOGIA................................................................................................................7
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.............................................................................................8
CRONOGRAMA........................................................................................................................9
REFERÊNCIAS.................................................................................................................10
APRESENTAÇÃO
Nesse sentido, conhecer, analisar, buscar e discutir os preceitos éticos, que devem
integrar a formação do operador do Direito, representaram a motivação maior para a pesquisa
que já iniciamos e que pretendemos levar a termo como trabalho de conclusão no Curso de
Ciências Jurídicas deste Centro Universitário.
PROBLEMA
Qual o perfil ideal para o operador do Direito em face de sua relevante atuação na
sociedade atual?
HIPÓTESES
JUSTIFICATIVA
Observa-se que o estudo da Ética de uma forma geral precisa receber maior atenção na
educação e na formação de todo estudante, aplicando-se, especialmente, à formação do
profissional operador do Direito por estar constantemente inserido no meio de interesses
conflitantes. É imprescindível a necessidade de um comportamento ético a servir de
inabalável esteio ao exercício dessa profissão.
O tema escolhido tem como enfoque não apenas a parte informal das relações
humanas no seu sentido profissional, mas, também, a importância da integração do indivíduo
dentro da sociedade, bem como a sua conduta ética e moral perante o meio em que vive e a
profissão que exerce.
OBJETIVOS
GERAL
Estudar que atributos éticos o profissional operador do Direito deve ter para uma
atuação significante na sociedade brasileira atual.
ESPECÍFICOS
METODOLOGIA
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2010-2011
Atividades Jul Ago Set Out Nov Dez Fev Mar Abr
Escolha do X
Tema
Elaboração do X X
Projeto
Leitura e X X X X
Fichamento
Digitação dos X X
Capítulos
Revisão do X
Orientador
Revisão X
Gramatical
Revisão X
Regras ABNT
Depósito do X
TCC
Defesa da X
Tese
REFERÊNCIAS
ADEODATO, João Maurício. Ética e Retórica: Para uma Teoria da Dogmática Jurídica. São
Paulo: Saraiva, 2006.
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Temas de Filosofia. São
Paulo: Moderna, 2005.
ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. In: Coleção Os Pensadores. São Paulo: Nova Cultural,
1987.
GONÇALVES, Anderson et. al. Questões de Filosofia Contemporânea. São Paulo: UFPR,
2006.
APÊNDICE B
Maceió – AL
2010
Aluísio Felix Almeida Costa
Maceió – AL
2010
Aluísio Felix Almeida Costa
Aprovação:__________________
__________________________________________
Prof.º Ms. Antônio Castro do Amaral
Orientador
BANCA EXAMINADORA
__________________________________
Examinador 1
__________________________________
Examinador 2
AGRADECIMENTOS
Agradecemos a todos aqueles que, de forma direta ou indireta, contribuíram com idéias,
sugestões, retificações e acréscimos para a construção desse Manual.
Agradecemos, particularmente, alunos, colegas Professores e Corpo Diretor das Instituições
de Ensino Superior que, com suas palavras de incentivo e apoio, contribuíram decisivamente
para a construção deste Manual.
Dedico esse trabalho às minhas queridas filhas
Andréa e Patrícia e aos meus admirados pais
Arnaldo e Doralice (in memoriam).
“[...] o ensino, para ter eficácia e qualidade,
requer sempre uma pedagogia fundada numa
postura investigativa... O ensino superior [...]
deve ser realizado sob uma postura investigativa,
ou seja, sob uma postura de produção de
conhecimento.”
Este Manual é devotado a subsidiar estudantes e professores dos cursos de graduação e pós-
graduação na construção de projetos de pesquisa e monografias. Seu objetivo maior é se
tornar uma fonte de rápida consulta dos elementos essenciais para a produção de trabalhos
acadêmicos, principalmente aqueles voltados para edição de projetos e monografias,
direcionadas para a conclusão de curso de graduação e pós-graduação. Para cumprir tal
intento, o trabalho foi dividido em quatro partes. Na primeira parte, tratou-se dos fundamentos
teóricos-epistemológicos do trabalho científico e acadêmico. A segunda parte está voltada
para os elementos essenciais para a produção do Projeto de Pesquisa. A terceira parte foi
reservada para abordar a composição da monografia, com seus elementos mais importantes e
obrigatórios. A quarta e última parte foi dirigida para resumir as principais regras
convencionadas pela Associação Brasileira de Normas Técnicas. Além dessas quatro partes,
inserimos Apêndices que contemplam exemplo de Projeto de Pesquisa e elementos pré-
textuais e pós-textuais da Monografia.
INTRODUÇÃO.......................................................................................................................................8
Capítulo 1
CONHECIMENTO E FORMAÇÃO SUPERIOR
1.1 Algumas Considerações sobre a Formação Universitária..........................................................10
1.2 O Conhecimento e seus Modos......................................................................................................11
1.2.1 Conhecendo o Mundo....................................................................................................................13
1.2.2 Métodos em Ciência......................................................................................................................15
1.2.3 Referenciais Teóricos....................................................................................................................16
Capítulo 2
CONSTRUINDO O PROJETO DE PESQUISA
2.1 Composição do Projeto..................................................................................................................18
2.1.1 O Tema..........................................................................................................................................19
2.1.2 O Problema....................................................................................................................................21
2.1.3 A(s) Hipótese(s).............................................................................................................................22
2.1.4 Os Objetivos..................................................................................................................................22
2.1.5 Justificativa....................................................................................................................................22
2.1.6 Metodologia...................................................................................................................................23
2.1.7 Fundamentos Teóricos...................................................................................................................23
2.1.8 Cronograma...................................................................................................................................23
2.1.9 As Referências...............................................................................................................................24
2.1.10 Anexos e Apêndices....................................................................................................................24
Capítulo 3
CONSTRUINDO A MONOGRAFIA
3.1 A Monografia Completa................................................................................................................25
3.1.1 A Introduçao no TCC....................................................................................................................25
3.1.2 Os Capítulos ou Seções do TCC...................................................................................................27
3.1.3 A Conclusão no TCC....................................................................................................................29
Capítulo 4
REGRAS DA ABNT PARA TRABALHOS ACADÊMICOS
4.1 Panorama das Normas para Trabalhos Acadêmicos, Citações e Referências..........................31
4.1.1 Informação e Documentação – Trabalhos Acadêmicos – NBR 14.724........................................31
4.1.2 Informação e Documentação – Citações em Documentos – NBR 10.520....................................31
4.1.3 Informação e Documentação – Referências em Documentos – NBR 6.023.................................31
4.2 Detalhamento das Normas Técnicas.............................................................................................32
4.2.1 Trabalhos Acadêmicos – Resumo da NBR 14.724.......................................................................32
4.2.1.1 Resumo das Regras Gerais de Apresentação..............................................................................33
4.2.2 Citações em Documentos – Resumo da NBR 10.520...................................................................34
4.2.2.1 Resumo das Regras Gerais de Apresentação..............................................................................34
CONCLUSÃO........................................................................................................................................35
REFERÊNCIAS......................................................................................................................................36