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1) Qual amparo legal?

Segundo a Lei 10.826, de 22 de dezembro de 2003, As armas de fogo


apreendidas, observados os procedimentos relativos à elaboração do laudo pericial e
quando não mais interessarem à persecução penal, serão encaminhadas pelo juíz
competente ao Comando do Exército, no prazo máximo de quarenta e oito horas, para
destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas;
Obs: A Resolução nº 134 do Conselho Nacional de Justiça, de 21 de junho de 2011,
no seu § 1º autoriza que o Juiz, mediante decisão fundamentada, poderá determinar a
guarda da arma de fogo apreendida ou da munição, caso a medida seja imprescindível
para o esclarecimento dos fatos apurados no processo judicial.

2) Quais armas podem ser doadas?

b. A doação, acima mencionada, restringe-se às armas de fogo portáteis previstas no Art


3º, Caput, incisos XXXVII, XLIX, LIII e LXI, do Decreto nº 3.665/2000, quais sejam:
I) carabina: arma de fogo portátil semelhante a um fuzil, de dimensões reduzidas, de
cano longo - embora relativamente menor que o do fuzil - com alma raiada;
II espingarda: arma de fogo portátil, de cano longo com alma lisa, isto é, não-raiada;
III) fuzil: arma de fogo portátil, de cano longo e cuja alma do cano é raiada; e
IV) metralhadora: arma de fogo portátil, que realiza tiro automático.
Obs.: Não há previsão legal para doação de armas de porte. Verificar junto à
UEE/DAL se a arma pode ser inserida na dotação bélica da PMBA.

3) Qual procedimento?

A PORTARIA Nº 356, DE 27 DE ABRIL DE 2017, determina que o órgão de


segurança pública responsável pela apreensão do armamento deverá manifestar à
Secretaria Nacional de Segurança Pública (SENASP) do Ministério da Justiça e
Segurança Pública seu interesse pela doação das armas apreendidas, até dez dias após
o envio das armas pelo juiz competente ao Comando do Exército Brasileiro, indicando sua
necessidade do armamento e a obediência ao padrão e à dotação. Após análise dos
requisitos, a SENASP enviará ao Comando do Exército seu parecer, cumprido os
requisitos, o Comando do Exército, por sua vez, encaminhará a relação das armas ao juíz
competente, que determinará o seu perdimento em favor da instituição beneficiária.
Obs.: Dúvidas entrar em contato com o Serviço de Fiscalização de Produtos (SFPC) da 6ª
RM/EB.
Lei 10.826

Art. 25. As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos,
quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando
do Exército, no prazo máximo de 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos órgãos de
segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei. (Redação dada pela Lei nº
11.706, de 2008)
§ 1o As armas de fogo encaminhadas ao Comando do Exército que receberem parecer favorável à
doação, obedecidos o padrão e a dotação de cada Força Armada ou órgão de segurança pública, atendidos
os critérios de prioridade estabelecidos pelo Ministério da Justiça e ouvido o Comando do Exército, serão
arroladas em relatório reservado trimestral a ser encaminhado àquelas instituições, abrindo-se-lhes prazo
para manifestação de interesse. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 2o O Comando do Exército encaminhará a relação das armas a serem doadas ao juiz competente,
que determinará o seu perdimento em favor da instituição beneficiada. (Incluído pela Lei nº 11.706, de
2008)
§ 3o O transporte das armas de fogo doadas será de responsabilidade da instituição beneficiada, que
procederá ao seu cadastramento no Sinarm ou no Sigma. (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 4o (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.706, de 2008)
§ 5o O Poder Judiciário instituirá instrumentos para o encaminhamento ao Sinarm ou ao Sigma,
conforme se trate de arma de uso permitido ou de uso restrito, semestralmente, da relação de armas
acauteladas em juízo, mencionando suas características e o local onde se encontram. (Incluído pela Lei
nº 11.706, de 2008)
MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA GABINETE DO MINISTRO

PORTARIA Nº 356, DE 27 DE ABRIL DE 2017


MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA

GABINETE DO MINISTRO

DOU de 02/05/2017 (nº 82, Seção 1, pág. 42)

Regulamenta o inciso III do § 3º do art. 65 do Decreto nº 5.123, de 1º de julho de 2004, para dispor sobre os critérios de
priorização para a doação de armas apreendidas aos órgãos de segurança pública e às Forças Armadas.

O MINISTRO DE ESTADO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PÚBLICA, no uso das atribuições que lhes confere o art. 65
do Decreto nº 5.123, de 1º de julho de 2004, alterado pelo Decreto nº 8.938, de 21 de dezembro de 2016, resolve:

Art. 1º - As armas de fogo apreendidas, observados os procedimentos relativos à elaboração do laudo pericial e quando
não mais interessarem à persecução penal, serão encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no
prazo máximo de quarenta e oito horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças
Armadas.
Art. 2º - O órgão de segurança pública responsável pela apreensão do armamento deverá manifestar à Secretaria
Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Segurança Pública (Senasp) seu interesse pela doação das
armas apreendidas, da data de apreensão até dez dias após o envio das armas pelo juiz competente ao Comando do
Exército, indicando sua necessidade do armamento e a obediência ao padrão e à dotação.
Art. 3º - Qualquer órgão de segurança pública poderá manifestar à Senasp seu interesse por armas de fogo
apreendidas, a qualquer momento, indicando sua necessidade do armamento e a obediência ao padrão e à dotação de
cada órgão.
Art. 4º - Em se tratando de órgão de segurança estadual ou distrital, os pedidos de que tratam os arts. 2º e 3º deverão
ser realizados pela Secretaria de Segurança Pública da respectiva Unidade da Federação.
Art. 5º - A Senasp decidirá sobre a destinação das armas aos órgãos de Segurança Pública responsáveis pela
apreensão do armamento ou a outros órgãos de segurança pública, em até cinco dias contados do recebimento das
manifestações de que trata o art. 2º, priorizando:
I - o órgão de segurança pública responsável pela apreensão da arma, independentemente, da responsabilidade por
lavrar o auto de apreensão; e
II - a necessidade de outros órgãos de segurança pública, que tenham realizado solicitação à Senasp.
Art. 6º - A Senasp, após a análise prevista no art. 4º, encaminhará ao Comando do Exército a relação das armas para
perdimento com a indicação do órgão de segurança pública beneficiado.
Art. 7º - Nos casos em que a marca ou o número de série das armas de fogo a serem doadas tenham sido suprimidos
ou adulterados, deverão ser remarcadas para que sejam integradas ao acervo do órgão ou instituição, na forma das
normas estabelecidas pelo Comando do Exército.
Art. 8º - As armas brasonadas ou aquelas que tiverem identificados os seus legítimos proprietários serão devolvidas
pela autoridade competente aos órgãos e instituições proprietárias, e deverão ser devidamente remarcadas nos casos
em que estejam com seus dados identificadores suprimidos ou adulterados.
Art. 9º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.
OSMAR JOSÉ SERRAGLIO
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

DECRETO Nº 8.938, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2016

Altera o Decreto nº 5.123, de 1º de julho de 2004,


que regulamenta a Lei nº 10.826, de 22 de
dezembro de 2003, para dispor sobre a doação de
armas apreendidas aos órgãos de segurança pública
e às Forças Armadas.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, caput, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no art. 25 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003,

DECRETA:

Art. 1º O Decreto nº 5.123, de 1º de julho de 2004, para a vigorar com as seguintes alterações:

“Art. 65. As armas de fogo apreendidas, observados os procedimentos relativos à


elaboração do laudo pericial e quando não mais interessarem à persecução penal, serão
encaminhadas pelo juiz competente ao Comando do Exército, no prazo máximo de quarenta
e oito horas, para destruição ou doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças
Armadas.

§ 1º A doação de que trata este artigo restringe-se às armas de fogo portáteis


previstas no art. 3º, caput, incisos XXXVII, XLIX, LIII e LXI, do Anexo ao Decreto
nº 3.665, de 20 de novembro de 2000 - Regulamento para a Fiscalização de Produtos
Controlados (R-105).

§ 2º Os órgãos de segurança pública ou das Forças Armadas responsáveis pela


apreensão manifestarão interesse pelas armas de fogo de que trata o § 1º, respectivamente,
ao Ministério da Justiça e Cidadania ou ao Comando do Exército, no prazo de até dez dias,
contado da data de envio das armas ao Comando do Exército, na forma prevista no caput.

§ 3º A relação das armas a serem doadas e a indicação das instituições beneficiárias


serão elaboradas, desde que:

I - verificada a necessidade de destinação do armamento;

II - obedecidos o padrão e a dotação de cada órgão; e


III - atendidos os critérios de priorização estabelecidos pelo Ministério da Justiça e
Cidadania, nos termos do § 1º do art. 25 da Lei nº 10.826, de 2003.

§ 4º Os critérios de que trata o inciso III do § 3º deverão considerar a priorização de


atendimento ao órgão que efetivou a apreensão.

§ 5º A análise da presença dos requisitos estabelecidos no § 3º será realizada no


prazo de até cinco dias, contado da data de manifestação de interesse de que trata o § 2º,
pela Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Cidadania, caso a
manifestação tenha sido apresentada pelos órgãos de segurança pública, ou pelo Comando
do Exército, caso a manifestação tenha sido apresentada pelas Forças Armadas.

§ 6º Cumpridos os requisitos de que trata o § 3º, o Comando do Exército


encaminhará, no prazo de até vinte dias, a relação das armas ao juiz competente, que
determinará o seu perdimento em favor da instituição beneficiária.

§ 7º Na hipótese de não haver manifestação expressa do órgão que realizou a


apreensão das armas de que trata o § 1º, os demais órgãos de segurança pública ou das
Forças Armadas poderão manifestar interesse pelas armas, no prazo de trinta dias, contado
da data de recebimento do relatório a que se refere o art. 25, § 1º, da Lei nº 10.826, de
2003, cabendo-lhes encaminhar pedido de doação ao Comando do Exército.

§ 8º O Comando do Exército apreciará o pedido de doação de que trata o § 7º,


observados os requisitos estabelecidos no § 3º, e encaminhará, no prazo de sessenta dias,
contado da data de divulgação do relatório a que se refere o art. 25, § 1º, da Lei nº
10.826, de 2003, a relação das armas a serem doadas, para que o juiz competente
determine o seu perdimento, nos termos do § 6º.

§ 9º As armas de fogo de valor histórico ou obsoletas, objetos de doação nos termos


deste artigo, poderão ser destinadas pelo juiz competente a museus das Forças Armadas
ou de instituições policiais, indicados pelo Comando do Exército.

§ 10. As armas de fogo de uso permitido apreendidas poderão ser devolvidas pela
autoridade competente aos seus legítimos proprietários se cumpridos os requisitos
estabelecidos no art. 4º da Lei nº 10.826, de 2003.

§ 11. A decisão sobre o destino final das armas de fogo não doadas nos termos
deste Decreto caberá ao Comando do Exército, que deverá concluir pela sua destruição ou
pela doação às Forças Armadas.
§ 12. Ato conjunto do Ministro de Estado da Defesa e do Ministro de Estado da
Justiça e Cidadania disciplinará o procedimento de doação de munições e acessórios
apreendidos.” (NR)

Art. 2º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 21 de dezembro de 2016; 195º da Independência e 128º da República.

MICHEL TEMER
DECRETO Nº 5.123, DE 1º DE JULHO DE 2004.

Regulamenta a Lei no 10.826, de 22 de dezembro de


2003, que dispõe sobre registro, posse e
comercialização de armas de fogo e munição, sobre o
Sistema Nacional de Armas - SINARM e define
crimes.

Art. 65. As armas de fogo apreendidas, observados os procedimentos relativos à elaboração do


laudo pericial e quando não mais interessarem à persecução penal, serão encaminhadas pelo juiz
competente ao Comando do Exército, no prazo máximo de quarenta e oito horas, para destruição ou
doação aos órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas. (Redação dada pelo Decreto nº
8.938, de 2016)

§ 1º A doação de que trata este artigo restringe-se às armas de fogo portáteis previstas no art.
3º, caput, incisos XXXVII, XLIX, LIII e LXI, do Anexo ao Decreto nº 3.665, de 20 de novembro de 2000 -
Regulamento para a Fiscalização de Produtos Controlados (R-105). (Redação dada pelo Decreto nº
8.938, de 2016)

§ 2º Os órgãos de segurança pública ou das Forças Armadas responsáveis pela apreensão


manifestarão interesse pelas armas de fogo de que trata o § 1º, respectivamente, ao Ministério da
Justiça e Cidadania ou ao Comando do Exército, no prazo de até dez dias, contado da data de envio das
armas ao Comando do Exército, na forma prevista no caput. (Redação dada pelo Decreto nº 8.938,
de 2016)

§ 3º A relação das armas a serem doadas e a indicação das instituições beneficiárias serão
elaboradas, desde que: (Redação dada pelo Decreto nº 8.938, de 2016)

I - verificada a necessidade de destinação do armamento; (Redação dada pelo Decreto nº


8.938, de 2016)

II - obedecidos o padrão e a dotação de cada órgão; e (Redação dada pelo Decreto nº 8.938,
de 2016)

III - atendidos os critérios de priorização estabelecidos pelo Ministério da Justiça e Cidadania, nos
termos do § 1º do art. 25 da Lei nº 10.826, de 2003. (Redação dada pelo Decreto nº 8.938, de
2016)
§ 4º Os critérios de que trata o inciso III do § 3º deverão considerar a priorização de atendimento
ao órgão que efetivou a apreensão. (Redação dada pelo Decreto nº 8.938, de 2016)

§ 5º A análise da presença dos requisitos estabelecidos no § 3º será realizada no prazo de até


cinco dias, contado da data de manifestação de interesse de que trata o § 2 º, pela Secretaria Nacional
de Segurança Pública do Ministério da Justiça e Cidadania, caso a manifestação tenha sido apresentada
pelos órgãos de segurança pública, ou pelo Comando do Exército, caso a manifestação tenha sido
apresentada pelas Forças Armadas. (Incluído pelo Decreto nº 8.938, de 2016)

§ 6º Cumpridos os requisitos de que trata o § 3º, o Comando do Exército encaminhará, no prazo


de até vinte dias, a relação das armas ao juiz competente, que determinará o seu perdimento em favor
da instituição beneficiária. (Incluído pelo Decreto nº 8.938, de 2016)

§ 7º Na hipótese de não haver manifestação expressa do órgão que realizou a apreensão das
armas de que trata o § 1º, os demais órgãos de segurança pública ou das Forças Armadas poderão
manifestar interesse pelas armas, no prazo de trinta dias, contado da data de recebimento do relatório a
que se refere o art. 25, § 1º, da Lei nº 10.826, de 2003, cabendo-lhes encaminhar pedido de doação ao
Comando do Exército. (Incluído pelo Decreto nº 8.938, de 2016)

§ 8º O Comando do Exército apreciará o pedido de doação de que trata o § 7º, observados os


requisitos estabelecidos no § 3º, e encaminhará, no prazo de sessenta dias, contado da data de
divulgação do relatório a que se refere o art. 25, § 1º, da Lei nº 10.826, de 2003, a relação das armas a
serem doadas, para que o juiz competente determine o seu perdimento, nos termos do §
6º. (Incluído pelo Decreto nº 8.938, de 2016)

§ 9º As armas de fogo de valor histórico ou obsoletas, objetos de doação nos termos deste artigo,
poderão ser destinadas pelo juiz competente a museus das Forças Armadas ou de instituições policiais,
indicados pelo Comando do Exército. (Incluído pelo Decreto nº 8.938, de 2016)

§ 10. As armas de fogo de uso permitido apreendidas poderão ser devolvidas pela autoridade
competente aos seus legítimos proprietários se cumpridos os requisitos estabelecidos no art. 4º da Lei
nº 10.826, de 2003. (Incluído pelo Decreto nº 8.938, de 2016)

§ 11. A decisão sobre o destino final das armas de fogo não doadas nos termos deste Decreto
caberá ao Comando do Exército, que deverá concluir pela sua destruição ou pela doação às Forças
Armadas. (Incluído pelo Decreto nº 8.938, de 2016)

§ 12. Ato conjunto do Ministro de Estado da Defesa e do Ministro de Estado da Justiça e Cidadania
disciplinará o procedimento de doação de munições e acessórios apreendidos. (Incluído pelo Decreto
nº 8.938, de 2016)
DECRETO Nº 3.665, DE 20 DE NOVEMBRO DE 2000.

Dá nova redação ao Regulamento para a Fiscalização de Produtos


Controlados (R-105).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso das atribuições que lhe confere o art. 84, inciso IV, da
Constituição, e tendo em vista o disposto no Decreto n o 24.602, de 6 de julho de 1934, do então Governo
Provisório, recepcionado como Lei pela Constituição Federal de 1934,

Art. 3o Para os efeitos deste Regulamento e sua adequada aplicação, são adotadas as seguintes
definições:
XXXVII - carabina: arma de fogo portátil semelhante a um fuzil, de dimensões reduzidas, de cano longo -
embora relativamente menor que o do fuzil - com alma raiada;
XLIX - espingarda: arma de fogo portátil, de cano longo com alma lisa, isto é, não-raiada;
LIII - fuzil: arma de fogo portátil, de cano longo e cuja alma do cano é raiada;
LXI - metralhadora: arma de fogo portátil, que realiza tiro automático;

Resolução nº 134, de 21 de junho de 2011


Dispõe sobre o depósito judicial de armas de fogo e munições e a sua destinação

O PRESIDENTE DO CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA, no uso de suas


atribuições constitucionais e regimentais,

CONSIDERANDO competir ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ), como órgão


de controle da atuação administrativa e financeira dos tribunais, a atribuição
de coordenar o planejamento e a gestão estratégica do Poder Judiciário;
CONSIDERANDO o grande número de armas em depósitos judiciais e que
mantê-las em depósito compromete a segurança dos prédios públicos
utilizados pelo Poder Judiciário;
CONSIDERANDO a importância da participação do Poder Judiciário na retomada
da campanha do desarmamento patrocinada pelo Ministério da Justiça;
CONSIDERANDO a decisão proferida pelo Plenário do Conselho Nacional de
Justiça no Pedido de Providências nº 0001586-24.2008.2.00.0000;
CONSIDERANDO o disposto no art. 25 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de
2003,

RESOLVE:

Art. 1º As armas de fogo e munições apreendidas nos autos submetidos ao Poder


Judiciário deverão ser encaminhadas ao Comando do Exército, para destruição ou
doação, nos termos previstos no art. 25 da Lei nº 10.826, de 2003, após a elaboração do
respectivo laudo pericial, intimação das partes sobre o seu resultado e eventual
notificação do proprietário de boa-fé para manifestação quanto ao interesse na restituição.
§ 1º O Juiz, mediante decisão fundamentada, poderá determinar a guarda da arma de
fogo apreendida ou da munição, caso a medida seja imprescindível para o esclarecimento
dos fatos apurados no processo judicial.
§ 2º Caso a arma apreendida ou a munição seja de propriedade da Polícia Civil ou Militar,
ou das Forças Armadas, será restituída à corporação após a elaboração do respectivo
laudo pericial e intimação das partes, ressalvada a hipótese do parágrafo anterior.
Art. 2º Os Tribunais deverão adotar medidas administrativas que impeçam o
arquivamento e baixa definitiva de autos de que constem armas apreendidas
ou munições sem destinação final.
Art. 3º É vedado, durante o processo ou inquérito, qualquer tipo de carga,
cessão ou depósito, em mãos alheias, de armas de fogo e munições
apreendidas.
Art. 4º Nenhuma arma de fogo ou munição poderá ser recebida pelo Poder
Judiciário, se não estiver vinculada a boletim de ocorrência, inquérito ou
processo.
Art. 5º As armas de fogo e munições já depositadas em juízo, como objeto de
processo-crime em andamento, fase de execução penal ou arquivados,
deverão, no prazo de cento e oitenta dias, ser encaminhadas ao Comando do
Exército para os devidos fins, salvo se sua manutenção for justificada por
despacho fundamentado.
§ 1º As armas de fogo cujo depósito não tiver a devida justificação serão
encaminhadas à destruição ou doação, nos termos previstos no art. 25 da Lei
nº 10.826, de 2003.
§ 2º As armas de fogo e munições que atualmente se encontrem
desvinculadas de processos judiciais serão imediatamente encaminhadas ao
Comando do Exército para destruição ou doação.
§ 3º Fica facultada a instituição de mutirões com a participação dos Ministérios
Públicos, Defensorias Públicas, Ordem dos Advogados do Brasil e Organizações
da Sociedade Civil, com vistas à aceleração do procedimento de remessa das
armas de fogo ao Comando do Exército.
Art. 6º Recomenda-se aos tribunais que, no âmbito de sua competência,
celebrem convênio com a Secretaria de Segurança Pública, para garantir que a
apreensão de armas de fogo ou munições, pela polícia militar ou civil, seja,
antes da elaboração do respectivo auto, imediatamente comunicada à
autoridade judiciária responsável, ou a órgão judiciário designado para tanto.
Parágrafo único. Recomenda-se ainda que, quando possível, a comunicação e
seu arquivamento sejam processados por via eletrônica.
Art. 7º As Assessorias Militares dos Tribunais estaduais e federais, no prazo de
cento e oitenta dias, deverão elaborar ato normativo que discipline a
identificação, a guarda e o transporte periódico das armas e munições de todas
as unidades judiciárias para o Comando do Exército.
Parágrafo único. A remessa das armas ao comando militar deverá ser
providenciada pelo menos, duas vezes ao ano.
Art.8º Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.

Ministro CEZAR PELUSO

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