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30/8/2010 Aula-9

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Aula 9
Introdução à Mecânica Quântica

1. A equação de Schrödinger
Nas seções anteriores mostramos a necessidade de se construir uma nova mecânica para os sistemas
atômicos e moleculares, para os quais a teoria de Newton ou mecânica Newtoniana não se aplicava. Devido
a fatos tais como, a quantização da radiação emitida por um corpo negro, a quantização do átomo de Bohr,
a dualidade onda corpúsculo tanto para a luz quanto para o elétron, assim como o princípio da incerteza de
Heizenberg a nova mecânica deveria ter uma formulação compatível com estes fatos. A primeira formulação
para esta nova teoria foi proposta pelo físico austríaco Erwin Schrödinger em 1926. De acordo com
Schrödinger devido a dualidade onda-corpúsculo da matéria, mesmo que uma partícula se mova em uma
trajetória definida ela estará distribuída em todo o espaço como uma onda. Neste sentido, uma onda na nova
mecânica (mecânica quântica) equivaleria ao conceito de trajetória na mecânica clássica e seria representada
por uma função denominada função de onda, ψ (psi).
Nesta mesma época Schrödinger propôs uma equação diferencial, nas coordenadas espaciais e no
tempo cuja solução era a função de onda. Esta equação ficou conhecida como equação de Schrödinger, que
para uma partícula de massa m se movendo em uma dimensão e sob a ação de um potencial V(x) tem a
seguinte forma;

(1)

Leia aqui o artigo original de Schrödinger.

No caso de um movimento tri-dimensional tem-se que;

(2)

ou

(3)

onde o operador diferencial é denominado por Laplaciano.

Se o movimento da partícula é dependente do tempo a equação de Schrödinger assume a forma;

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(4)

ou de forma simplificada,

(5)

O operador H é denominado de operador Hamiltoniano. Observe, na equação de Schrödinger, que a


energia (uma observável física) é representada por um operador diferencial.

2. Soluções da Equação de Schrödinger


Vimos que a equação de Schrödinger é uma equação diferencial cuja solução é uma função de onda.
No caso de uma partícula de massa m se movendo em uma dimensão e sobre a ação de um potencial
constante (V) a equação de Schrödinger tem a forma;

(6)

Sendo o potencial constante uma possível solução para esta equação, a qual pode ser obtida por diferentes
métodos dentro da teoria das equações diferenciais, é da forma, ;

(7)

onde i é um número complexo imaginário. Vemos com isto que a solução da equação de Schrödinger é uma
função de onda complexa. Como ψ é uma função complexa (imaginária) ela não deve ter significado físico e,
portanto não pode ser medida em laboratório. Apenas as grandezas ou observáveis reais têm significado
físico e podem ser medidas em laboratório. O módulo da função de onda ao quadrado é uma
grandeza não complexa, portanto ele deve ter significado físico que, de acordo com Max Born, mede
a probabilidade de se encontrar uma partícula na região do espaço delimitada pelo elemento de volume τ e
τ +dττ .

Pode-se mostrar que existem outras soluções mais gerais para a equação de Schrödinger acima.
Uma dessas soluções é a função formada por combinações lineares de funções complexas;

(8)

Esta equação é uma combinação linear de duas ondas planas que se propagam em uma dimensão nas
direções +x e –x. A e B são constantes representando as amplitudes de cada uma das ondas.

Para verificar se realmente esta função (eq.8) é solução da equação de onda, vamos aplicá-la na
equação de Schrödinger para resolver o problema de uma partícula livre, e com isto calcular a energia total
do sistema. Se a função de onda ψ é expressa como uma combinação linear de ondas planas como a seguir,

pode-se determinar a energia do sistema resolvendo a equação de Schrödinger, isto é,


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Caso de uma Partícula Livre


No caso de uma partícula livre temos que o operador energia, ou operador Hamiltoniano é descrito
pela derivada segunda da função onda em relação à coordenada x,

(10)

Neste caso V(x) = 0, já que a partícula é livre e, portanto ela não está sobre a ação de qualquer tipo de
potencial externo. Substituindo a equação (8) em (10) temos que;

(11)

Substituindo estes dois resultados na equação (7) temos que,

(12)

reordenando o lado direito da equação acima, temos que;

(13)

que pode ser rescrita por,

A equação (13) é exatamente igual a equação (10), mostrando assim que a função de onda (eq. 8) é uma
autofunção do operador Hamiltoniano para uma partícula livre, cujo valor da energia é igual a;

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onde k é o número de ondas.

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Last Updated: Fev/17/2002
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