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Delegado da Polícia Civil do Distrito

Federal
DIREITO PROCESSUAL CIVIL

Prof. Guilherme Corrêa

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fev/2015
TUTELA CAUTELAR
Cautelares nominadas
g) Protestos, notificações e interpelações (arts. 867
a 873, do CPC)

Tratam-se de manifestações formais de


comunicação de vontade, com o intuito de prevenir
responsabilidade ou prover a conservação ou
ressalva de direito.

Não possuem natureza cautelar, já que não


protegem nenhum outro processo.

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TUTELA CAUTELAR
Cautelares nominadas
Na verdade, trata-se de procedimento de jurisdição
voluntária, já que não decide nada, mas apenas
formaliza uma vontade da parte.

Não há defesa nos autos, apenas o juiz


determinará a intimação da parte contrária. É
pouco utilizado, mas normalmente aparece em
casos de constituição em mora do devedor.

Destaca-se o contido no art. 872, do CPC:

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TUTELA CAUTELAR
Cautelares nominadas
Art. 872. Feita a intimação, ordenará o juiz que,
pagas as custas, e decorridas 48 (quarenta e oito)
horas, sejam os autos entregues à parte
independentemente de traslado.

Podem ser feitos de forma extrajudicial.

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TUTELA CAUTELAR
Cautelares nominadas
h) Atentado (arts. 879 a 881, do CPC)

Na verdade a cautelar de atentado serve para


restabelecer o estado de fato de uma demanda.

Esta cautelar visa reverter, pode-se assim dizer, o


atentado realizado por uma das partes, entendido
este, como a alteração do estado de fato da
demanda.

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TUTELA CAUTELAR
Cautelares nominadas
O art. 879, do CPC elenca as três situações em que
se verifica o atentado e, que, portanto, enseja o
ajuizamento da presente medida:

Art. 879. Comete atentado a parte que no curso do


processo:
I - viola penhora, arresto, sequestro ou imissão na
posse; (esconde bem penhorado, por exemplo)
II - prossegue em obra embargada;

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TUTELA CAUTELAR
Cautelares nominadas
III - pratica outra qualquer inovação ilegal no
estado de fato. (realiza benfeitorias vultuosas em
bem locado, durante a ação de despejo)

Interessante frisar que diferentemente do que


ocorre com as demais cautelares, a cautelar de
atentado será ajuizada perante o juiz da causa
originária, ainda que a demanda já esteja no
tribunal.

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TUTELA CAUTELAR
Cautelares nominadas
Por fim, destaca-se a suspensão da ação principal
até que haja o restabelecimento da situação fática
e a possibilidade de perdas e danos, como bem
leciona o art. 881, do CPC:

Art. 881. A sentença, que julgar procedente a ação,


ordenará o restabelecimento do estado anterior, a
suspensão da causa principal e a proibição de o
réu falar nos autos até a purgação do atentado.

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TUTELA CAUTELAR
Cautelares nominadas
Parágrafo único. A sentença poderá condenar o réu
a ressarcir à parte lesada as perdas e danos que
sofreu em consequência do atentado.

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TUTELA CAUTELAR
Cautelares nominadas
Parágrafo único. A sentença poderá condenar o réu
a ressarcir à parte lesada as perdas e danos que
sofreu em consequência do atentado.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
a) Conceito

O Mandado de Segurança surgiu no direito


brasileiro por meio da Constituição de 1934,
prevendo-se procedimento igual ao do habeas
c orpus.

Atualmente, possui previsão no art. 5°, LXIX, da


CF/88 e é regulado pela Lei 12.016/2009.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
O Mandado de Segurança pode ser conceituado
como sendo uma Ação Constitucional à
disposição de toda pessoa (física ou jurídica), ,
órgão com capacidade processual (mesmo que
ausente personalidade jurídica), para a tutela
direitos individuais líquidos e certos, não
amparados por habeas c orpusou habeas data,
quando o responsável pela ilegalidade for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica
no exercício de atribuições do Poder Público.
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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
b) Espécies

Quanto ao MOMENTO da impetração, o MS pode


ser: i) preventivo (quando houver justo receio de
lesão ao direito líquido e certo. Há que se
demonstrar alta probabilidade da lesão ao
direito;
ii) repressivo (quando a lesão já ocorreu. Neste
caso o objetivo é reparar a lesão, diferente do
preventivo, em que o objetivo é evitar a lesão.
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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
Quanto aos LEGITIMADOS, o MS pode ser:
i) individual (quando impetrado pelo titular do
direito material violado ou ameaçdo
(legitimidade ordinária);

ii) coletivo (quando impetrado pelos legitimados


extraordinários, conforme será demonstrado).

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
c) Requisitos
Cumpre destacar o contido no art. 1°, da Lei:
Art. 1o Conceder-se-á mandado de segurança
para proteger direito líquido e certo, não
amparado por habeas corpus ou habeas data,
sempre que, ilegalmente ou com abuso de
poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer
violação ou houver justo receio de sofrê-la por
parte de autoridade, seja de que categoria for e
sejam quais forem as funções que exerça.
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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
i) Direito líquido e certo: na verdade refere-se
aos fatos estarem devidamente provados já com
a inicial. Ou seja, haverá direito líquido e certo
quando a inicial estiver instruída a ponto de não
ser necessária a produção de prova.

Importante tartar da exceção contida no §1°, do


art. 6°, da Lei 12.016/09:

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
“No caso em que o documento necessário à prova
do alegado se ache em repartição ou
estabelecimento público ou em poder de autoridade
que se recuse a fornecê-lo por certidão ou de
terceiro, o juiz ordenará, preliminarmente, por
ofício, a exibição desse documento em original ou
em cópia autêntica e marcará, para o cumprimento
da ordem, o prazo de 10 (dez) dias. O escrivão
extrairá cópias do documento para juntá-las à
segunda via da petição”.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
ii) Ato passível de MS: o ato (omissivo ou
comissivo) deve ter natureza pública.

Algumas situações importantes de descabimento


merecem destaque:
a) atos de gestão comercial praticados por
administradores de empresas públicas, sociedades
de economia mista e concessionárias de serviço
público;
b) decisão judicial da qual caiba recurso com efeito
suspensivo;
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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
c) ato do qual caiba recurso administrativo com
efeito suspensivo, independentemente de caução;
ATENÇÃO: Súmula 429 (STF): A existência de
recurso administrativo com efeito suspensivo não
impede o uso do mandado de segurança contra
omissão da autoridade.

d) decisão judicial transitada em julgado.

e) Contra lei em tese. (Súmula 266, do STF)

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
iii) Cabimento residual: o art. 1°, da Lei 12.016/09
deixa claro que o descabimento do MS no caso de
cabimento de habeasc orpusou habeasdata.

Obs.: caso o direito de locomoção violado seja


meio para exercício de outro direito, a ação cabível
sera o MS e não o habeasc orpus.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
d) Legitimidade

i) Legitimidade ativa:

Qualquer pessoa física ou jurídica, bem como os


entes despersonalizados (massa falida, espólio,
condomínio, etc).

Importante a dicção do art. 3°, da lei:

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
Art. 3o O titular de direito líquido e certo
decorrente de direito, em condições idênticas, de
terceiro poderá impetrar mandado de segurança a
favor do direito originário, se o seu titular não o
fizer, no prazo de 30 (trinta) dias, quando
notificado judicialmente.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
Exemplo: concurso público, em que o terceiro
colocado é convocado, preterindo o dois
primeiros. Neste caso, pode o segundo colocado
impetrar o MS, em favor do primeiro colocado, a
fim de melhorar sua condição, desde que o
legitimado ordinário, após notificado, não tenha
impetrado.

Hipótese de legitimação extraordinária.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
ii) Legitimidade passiva:

Parte da doutrina entende que há a formação de


litisconsórcio passivo necessário simples, entre
a autoridade coatora e a pessoa jurídica que a
autoridade integra.

Outra parte entende que a legitimidade seria da


pessoa jurídica e que a autoridade seria apenas
chamada ao processo para prestar informações.
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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
e) Desistência

É lícito ao impetrante desistir da ação de


mandado de segurança, independentemente de
aquiescência da autoridade apontada como
coatora ou da entidade estatal, mesmo que já
tenham sido prestadas as informações ou
apresentado o parecer do MP.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
f) Competência

A competência será definida em razão do órgão


coator.

Importante frisar a competência do STF e STJ no


julgamento de MS:
STF - contra atos do: Presidente da República,
Mesa da Câmara ou do Senado, TCU, PGR e do
próprio STF
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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
STJ - contra atos do: Ministros de Estado,
Comandantes da Marinha, Exército e
Aeronáutica, próprio STJ.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
g) Procedimento

O MS terá prioridade de tramitação sobre todos


os outros, salvo habeas c orpus e processos
com réu preso.

Possibilidade, em caso de urgência, de


impetração por fax, telegrama, radiograma.
Envio do original em 5 dias.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
A petição inicial será apresentada em duas vias,
com os documentos necessários.

O juiz, ao receber a inicial poderá indeferi-la, ou


determinar a emenda, em caso de possibilidade
de correção do equívoco. Em caso de
indeferimento, será cabível o recurso de
Apelação.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
Caso o indeferimento ocorra em tribunal, caberá
agravo ao órgão competente.

Estando em termos a petição inicial, o juiz


determinará a notificação da autoridade coatora,
enviando-lhe cópia da petição inicial e os
documentos, a fim de que preste as informações
no prazo de 10 dias.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
Além disso, deve-se informar a pessoa jurídica
da qual a autoridade coatora faça parte, para que
analise se tem interesse de ingressar no feito.

ATENÇÃO: É possível o ingresso de


litisconsorte, mas sempre antes do despacho
inicial.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
Expirado o prazo para apresentação de
informações pela autoridade coatora, o juiz
ouvirá o representante do MP, no prazo de 10
dias.

Após, com ou sem parecer, os autos serão


conclusos para que seja proferida sentença no
prazo máximo de 30 dias.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
h) Liminar
A lei prevê de forma expressa a concessão da
segurança de forma liminar:
Art. 7o Ao despachar a inicial, o juiz ordenará:
III - que se suspenda o ato que deu motivo ao pedido,
quando houver fundamento relevante e do ato
impugnado puder resultar a ineficácia da medida,
caso seja finalmente deferida, sendo facultado exigir
do impetrante caução, fiança ou depósito, com o
objetivo de assegurar o ressarcimento à pessoa
jurídica.
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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
É possível a concessão de liminar inaudita altera
parte, salvo no MS coletivo, em que é obrigatória
audiência com o representante judicial da pessoa
jurídica.

A decisão que concede ou não a liminar, é


recorrível por agravo de instrumento.

Deferida a liminar, aumenta-se a prioridade para


julgamento da causa.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
Destaca-se o contido nos arts. 8°e 9°:

Art. 8o Será decretada a perempção ou caducidade


da medida liminar ex offic io ou a requerimento do
Ministério Público quando, concedida a medida, o
impetrante criar obstáculo ao normal andamento
do processo ou deixar de promover, por mais de 3
(três) dias úteis, os atos e as diligências que lhe
cumprirem.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
Art. 9o As autoridades administrativas, no prazo de 48
(quarenta e oito) horas da notificação da medida liminar,
remeterão ao Ministério ou órgão a que se acham
subordinadas e ao Advogado-Geral da União ou a quem
tiver a representação judicial da União, do Estado, do
Município ou da entidade apontada como coatora cópia
autenticada do mandado notificatório, assim como
indicações e elementos outros necessários às
providências a serem tomadas para a eventual
suspensão da medida e defesa do ato apontado como
ilegal ou abusivo de poder.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
Outro ponto importante, que também busca a
proteção do “interesse público” refere-se às
situações em que é proibido o deferimento da
liminar.

Ou seja, determinados direitos não podem ser


protegidos pela via provisória (liminar), quais sejam:
i) compensação de créditos tributários;
ii) a entrega de mercadorias e bens provenientes do
exterior;

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
iii) a reclassificação ou equiparação de servidores
públicos;
iv) a concessão de aumento ou a extensão de
vantagens ou pagamento de qualquer natureza.
v) que esgote no todo ou em parte o objeto da ação.

Pelo fato de não ser possível liminar nestes casos,


também não será possível a execução provisória, ou
seja, a execução da sentença não transitada em
julgado.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
Com relação aos efeitos da liminar, serão mantidos
até prolação de sentença final, salvo se a decisão for
cassada ou revogada.

Salienta-se que em caso sentença denegatória,


revoga-se a liminar que tenha concedido a medida,
havendo a retroatividade dos efeitos. (Súmula 405,
STF)

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
i) Decisão, remessa necessária e recurso

A sentença proferida em mandado de segurança


possui natureza mandamental.

A sentença não condenará o vencido em


honorários de sucumbência, apenas deverá pagar
as despesas processuais que foram pagas.

A sentença concedendo ou não a segurança,


julgando ou não o mérito é apelável.
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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
Caso a competência seja de tribunal, surgem
algumas possibilidades:

i) Acórdão concedendo a segurança proferido por


TJ ou TRF: caberá apenas R.ESP ou R.EXT, caso
haja o atendimento dos requisitos.
ii) Acórdão denegando a segurança proferido por
TJ ou TRF: caberá Recurso Ordinário
Constitucional (ROC) para o STJ.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
iii) Acórdão concedendo a segurança proferido por
tribunal superior: caberá apenas RE, caso haja o
atendimento dos requisitos.
iv) Acórdão denegando a segurança proferido por
tribunal superior: caberá Recurso Ordinário
Constitucional (ROC) para o STF.

A sentença, salvo nas hipóteses anteriormente


mencionadas, poderá ser executada
provisoriamente, já que os recursos em questão
possuem efeito meramente devolutivo.
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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual

Frisa-se que a sentença que concede o MS estará


sujeita, necessariamente ao duplo grau de
jurisdição. (remessa necessária)

Não cabem embargos infringentes no MS.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
j) Suspensão da segurança

Art. 15. Quando, a requerimento de pessoa jurídica de


direito público interessada ou do Ministério Público e
para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e
à economia públicas, o presidente do tribunal ao qual
couber o conhecimento do respectivo recurso
suspender, em decisão fundamentada, a execução da
liminar e da sentença, dessa decisão caberá agravo,
sem efeito suspensivo, no prazo de 5 (cinco) dias, que
será levado a julgamento na sessão seguinte à sua
interposição.
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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
Caso não haja a suspensão em razão do
indeferimento do pedido ou do provimento do
Agravo interposto pela parte prejudicadas, caberá
novo pedido de suspensão ao presidente do STJ
ou STF, dependendo da natureza da matéria em
questão.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança individual
k) Prazo
A impetração do MS conta com o prazo de 120 dias,
a contar da data de ciência do interessado, a
respeito do ato impugnado.

O prazo é decadencial, portanto, não se suspende,


não se interrompe e nem se prorroga.

Nas relações jurídicas de trato sucessivo, o prazo


decadencial é renovado, cada vez que se verificar a
lesão.
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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança coletivo
a) Conceito

Ação Constitucional para a tutela de direitos


coletivos s tric tu s ens ue individuais homogêneos,
líquidos e certos, não amparados por habeas
c orpusou habeasdata, quando o responsável pela
ilegalidade for autoridade pública ou agente de
pessoa jurídica no exercício de atribuições do
Poder Público.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança coletivo
b) Objeto

A tutela aqui é de direitos:


i) coletivos s tric tu s ens u= os transindividuais, de
natureza indivisível, de que seja titular grupo ou
categoria de pessoas ligadas entre si ou com a
parte contrária por uma relação jurídica básica.
ii) individuais homogêneos = os decorrentes de
origem comum e da atividade ou situação
específica da totalidade ou de parte dos
associados ou membros do impetrante.
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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança coletivo
c) Legitimidade

A legitimidade aqui é extraordinária, já que o


sujeito, em nome próprio, busca a proteção de
direito alheio.

Os legitimados são: a) partidos políticos com


representação no congresso nacional; b)
organização sindical; c) entidade de classe; d)
associação em funcionamento há pelo menos 1
ano * (não há necessidade de autorização especial)
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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança coletivo
ATENÇÃO: caso a associação legitimada impetre
MS para a defesa de interesses da própria
associação, estará atuando em nome próprio para
a defesa de interesse próprio.

Neste caso o MS será individual e em legitimidade


ordinária.

* O requisito da pré-constituição pode ser


dispensado em caso de manifesto interesse social.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança coletivo
d) Liminar

Conforme dito anteriormente, a liminar inaudita


altera parte não será possível no MS coletivo. Para
a concessão desta, será necessária a oitiva do
representante judicial no prazo de 72 horas.

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DO MANDADO DE SEGURANÇA
Mandado de segurança coletivo
e) Os limites da decisão
Art. 22. No mandado de segurança coletivo, a sentença
fará coisa julgada limitadamente aos membros do
grupo ou categoria substituídos pelo impetrante.
§ 1o O mandado de segurança coletivo não induz
litispendência para as ações individuais, mas os efeitos
da coisa julgada não beneficiarão o impetrante a título
individual se não requerer a desistência de seu
mandado de segurança no prazo de 30 (trinta) dias a
contar da ciência comprovada da impetração da
segurança coletiva.

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HABEAS DATA
Conceito
Previsto no art. 5°, LXXII, da CF/88 e regulamentada
pela Lei 9.507/97.
É o instrumento constitucional pelo qual o
interessado pode exigir o conhecimento do
conteúdo de registro de dados relativos a sua
pessoa.

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HABEAS DATA
Conceito
Também serve à retificação quando as informações
não conferirem com a verdade, estiverem
ultrapassadas ou implicarem discriminação, ou
ainda, a anotação nos assentamentos do
interessado, de contestação ou explicação sobre
dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob
pendência judicial ou amigável.

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HABEAS DATA
Objeto
Pode ser impetrada em três hipóteses:
a) Para assegurar o conhecimento de informações
relativas à pessoa do impetrante, constantes de
registo ou banco de dados de entidades
governamentais ou de caráter público.

b) Para a retificação de dados, quando nao se


prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou
administrativo.

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HABEAS DATA
Objeto
c) Para a anotação nos assentamentos do
interessado, de contestação ou explicação sobre
dado verdadeiro, mas justificável e que esteja sob
pendência judicial ou amigável.

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HABEAS DATA
Cabimento
Para que seja cabível o habeas data, há a
necessidade de requerimento administrativo.

Ou seja, somente em caso de tentativa frustrada na


esfera administrativa é que será cabível o habeas
data. (Súmula 2 STJ)

Então, para que haja o interesse de agir, há a


necessidade de recusa, dentro de um prazo
razoável.
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HABEAS DATA
Cabimento
Importante frisar que mesmo no caso de omissão é
possível, conforme se depreende do art. 8°,
Parágrafo único:
I - da recusa ao acesso às informações ou do
decurso de mais de dez dias sem decisão;
II - da recusa em fazer-se a retificação ou do
decurso de mais de quinze dias, sem decisão; ou
III - da recusa em fazer-se a anotação, ou do
decurso de mais de quinze dias sem decisão.

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HABEAS DATA
Partes
i) Legitimidade ativa: toda pessoa física ou jurídica,
nacional ou estrangeira. Não há legitimidade
extraordinária. Tem-se admitido a impetração pelos
herdeiros do falecido ou pelo cônjuge
sobrevivente, a fim de obter informações sobre o
falecido.
ii) Legitimidade passiva: podem figurar no polo
passivo tanto a administração pública direta ou
indireta, quanto pessoas jurídicas de direito
privado que mantenham banco de dados aberto ao
público.
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HABEAS DATA
Competência
O art. 20, da Lei 9.507/97 resume a competência:
Art. 20. O julgamento do habeasdata compete:
I - originariamente:
a) ao Supremo Tribunal Federal, contra atos do
Presidente da República, das Mesas da Câmara dos
Deputados e do Senado Federal, do Tribunal de
Contas da União, do Procurador-Geral da
República e do próprio Supremo Tribunal Federal;
b) ao Superior Tribunal de Justiça, contra atos de
Ministro de Estado ou do próprio Tribunal;

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HABEAS DATA
Competência
c) aos Tribunais Regionais Federais contra atos do
próprio Tribunal ou de juiz federal;
d) a juiz federal, contra ato de autoridade federal,
excetuados os casos de competência dos tribunais
federais;
e) a tribunais estaduais, segundo o disposto na
Constituição do Estado;
f) a juiz estadual, nos demais casos;

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HABEAS DATA
Competência
II - em grau de recurso:
a) ao Supremo Tribunal Federal, quando a decisão
denegatória for proferida em única instância pelos
Tribunais Superiores; b) ao Superior Tribunal de
Justiça, quando a decisão for proferida em única
instância pelos Tribunais Regionais Federais; c)
aos Tribunais Regionais Federais, quando a
decisão for proferida por juiz federal; d) aos
Tribunais Estaduais e ao do Distrito Federal e
Territórios, conforme dispuserem a respectiva
Constituição e a lei que organizar a Justiça do
Distrito Federal; 62
HABEAS DATA
Competência
III - mediante recurso extraordinário ao Supremo
Tribunal Federal, nos casos previstos na CF/88.

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HABEAS DATA
Procedimento
Possui preferência de tramitação, com exceção dos
mandados de segurança, habeas corpus e
processos com réu preso.

Isenção de custas judiciais.

Deve ser provada na inicial a recusa ou o decurso


de prazo (10 ou 15 dias).

Notificação do órgão para que em 10 dias preste as


informações.
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HABEAS DATA
Procedimento
O indeferimento da inicial é possível, sendo cabível
apelação.

Oitiva do MP em 5 dias.

Conclusão ao juiz e sentença em 5 dias.

Em sendo julgado procedente o pedido, o juiz dará


decisão nos termos do art. 13, da Lei:

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HABEAS DATA
Procedimento
Art. 13. Na decisão, se julgar procedente o pedido,
o juiz marcará data e horário para que o coator:
I - apresente ao impetrante as informações a seu
respeito, constantes de registros ou bancos de
dados; ou
II - apresente em juízo a prova da retificação ou da
anotação feita nos assentamentos do impetrante.

Da sentença cabe apelação somente no efeito


devolutivo.

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HABEAS DATA
Procedimento
Por fim, salienta-se o disposto no art. 16, da Lei:

Art. 16. Quando o habeas data for concedido e o


Presidente do Tribunal ao qual competir o
conhecimento do recurso ordenar ao juiz a
suspensão da execução da sentença, desse seu
ato caberá agravo para o Tribunal a que presida.

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DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA
Observações importantes
Lei 7.347/85
Art. 2º - As ações previstas nesta Lei serão
propostas no foro do local onde ocorrer o dano,
cujo juízo terá competência funcional para
processar e julgar a causa.
Parágrafo único - A propositura da ação
prevenirá a jurisdição do juízo para todas as
ações posteriormente intentadas que possuam a
mesma causa de pedir ou o mesmo objeto.

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