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INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO I

UNIDADE I – DIREITO E SOCIEDADE


Prof. MSc. Sidney Rêgo
@sidneyrego
E-mail: prof.sidneyrego@yahoo.com.br
DIREITO.

• Porque estudar DIREITO? O que é? Origem da palavra


DIREITO.
• Conhecimento POPULAR “(vulgar)”
x
• Conhecimento CIENTÍFICO.
• MIGUEL REALE: “O homem vulgo pode conhecer certo, mas
não tem certeza da certeza”
• Exemplos de nosso dia-a-dia.
DIREITO E RELAÇÕES SOCIAIS.
• Para que serve o DIREITO? FUNÇÕES.

• Direito e Sociedade: interrelação.

• Relações jurídicas intersubjetivas: o que é?


• Direitos e deveres correspectivos.
• Quem são os sujeitos de tais relações? PF, PJ, Entes despersonalizados.

• Direito = exigência social essencial, insubstituível e indeclinável, que torna


apta uma convivência ordenada, uma vez que nenhuma sociedade
sobrevive sem o mínimo de ordem, direção e solidariedade, i.e., sem o
direito.

• O Direito é um fenômeno ou fato social, sendo um de seus principais


caracteres a socialidade, i.e., sua qualidade de ser social.
DIREITO E CIÊNCIA DO DIREITO.
• Direito nos primórdios x Direito na contemporaneidade.

• Mudança de panorama  somente numa fase social mais avançada é


que as regras jurídicas passaram a ter uma feição com estrutura e valor
próprios, sem estarem diretamente ligados a regras/normas costumeiras,
religiosas, morais, éticas, etc.

• “A conscientização do direito é a semente da Ciência do Direito”.

• O que é ciência? Quais são seus elementos essenciais?

• Regras e princípios de estudo próprios.


• Objeto de estudo próprio.
• Métodos de estudo próprios (mesmo havendo correlação com outros
métodos de outras ciências).
DIREITO E CIÊNCIA DO DIREITO.
• Somente numa fase mais avançada é que
estabelecemos o que veio a ser chamada de CIÊNCIA
DO DIREITO, enquanto conjunto de ideias, princípios e
regras que regem o fenômeno jurídico, com todas as
suas faces (fato social, político, jurídico etc.).

• O conhecimento jurídico, com embasamento científico,


é o que chamamos de EPISTEMOLOGIA JURÍDICA.

• Segundo o Dicionário Aurélio, epistemologia significa: “o


conjunto de conhecimentos que têm por objeto o
conhecimento científico visando explicar seus
condicionamentos [...]”.
DIREITO, PODER E OS INSTRUMENTOS DE CONTROLE
SOCIAL. MÉTODOS DE ESTUDO DO DIREITO. OBJETO.
• Direito e Poder: correlação/interrelação.

• Direito e os outros instrumentos de controle da sociedade: moral,


ética, regras de trato social, religião.
• Semelhanças e diferenças entre Direito e os demais instrumentos
de controle.
• Caracteres principais do DIREITO.

• Principais métodos de estudo da Ciência do Direito:


• Indutivo, Dedutivo e Analógico (Analogia).
• Pluralismo metodológico e Teoria da Argumentação.
• Ciência do Direito ou Jurisprudência*.

• Objeto de estudo da Ciência do Direito.


MULTIPLICIDADE E UNIDADE DO DIREITO. LINGUAGEM
DO DIREITO.
• Visão panorâmica e unitária do Direito: o direito enquanto
sistema jurídico (ordenamento jurídico).

• Subdivisões: direito público, direito privado, direitos ou


interesses difusos e coletivos.

• Visão setorizada ou múltipla do Direito: o estudo das disciplinas


jurídicas.

• Importância do estudo setorizado.


• Importância da interligação entre os diversos ramos do direito.

• Linguagem jurídica e correto uso técnico das palavras.


DIREITO E APROXIMAÇÃO COM OUTRAS CIÊNCIAS AFINS.
A IMPORTÂNCIA E A POSSIBILIDADE DA CIÊNCIA DO DIREITO.

• A Ciência do Direito, além de possuir estudo próprio, por meio de suas disciplinas,
acaba também por se relacionar com outras ciências, como: filosofia, sociologia,
economia, TGD etc., mas com elas não se confunde.

• Direito e Filosofia:
• Conceito inicial: dedicação desinteressada ao bem e à verdade.

• Qual o papel da filosofia? OBS: senso comum.

• Filosofia do Direito:

• Observância constante e desinteressada das condições morais, lógicas e


históricas do fenômeno jurídico e da Ciência do Direito.
DIREITO E APROXIMAÇÃO COM OUTRAS CIÊNCIAS AFINS.
A IMPORTÂNCIA E A POSSIBILIDADE DA CIÊNCIA DO DIREITO.

• Filosofia do Direito:

• Esta disciplina se preocupa com alguns problemas relacionados no Direito,


numa tentativa de obter meios de solucioná-los, como:

• Conceito de Direito; legitimidade ou fundamento do Direito; problema ético


ou axiológico do Direito; conceito de justiça; sentido histórico do Direito etc.
• Sociologia do Direito:
• Estuda o fato social, com sua estrutura e funções, numa busca de como
as normas jurídicas se apresentam efetivamente.

• OBS: há diferenças essenciais entre os conceitos de EFETIVIDADE (eficácia social) X EFICÁCIA


(eficácia jurídica).
DIREITO E APROXIMAÇÃO COM OUTRAS CIÊNCIAS AFINS.
A IMPORTÂNCIA E A POSSIBILIDADE DA CIÊNCIA DO DIREITO.
• Direito e Economia:

• Interação “dialética” entre as normas jurídicas e o campo da economia.

• Em nosso texto constitucional encontramos várias passagens em que a


economia é utilizada como regra jurídica.

• TGD (Teoria Geral do Direito):

• Relação com IED.

• TGD: parte comum de todas as formas de conhecimento positivo do Direito.

• Direito entendido como norma (dogmática jurídica):

• Cuidado metodológico e semântico.


• Estudos das normas jurídicas de forma estrita (stricto sensu).
PRINCIPAIS SISTEMAS JURÍDICOS.

• Common Law ou Sistema Anglo-Saxão:


• Países: EUA, Reino Unido (Inglaterra), África do Sul, Austrália.

• Principais características e funcionamento.

• Exemplos.

• Civil Law ou Sistema Romano-Germânico/Francês:


• Países: Portugal, França, Itália.
• Principais características e funcionamento.
• Exemplos.

• E o BRASIL?
MUNDO NATURAL
X
MUNDO CULTURAL (HISTÓRICO/HUMANO).

• Natureza (elemento disponível/dado).

• Cultura (elemento construído).

• Conceito de CULTURA´:
• Atécnico/”vulgar”: aprimorar espírito pelo conhecimento, permitindo o cultivo e a interação
de valores humanos.

• Técnico: ciclos ou estágios evolutivos, onde cada um tem sua respectiva cultura (com a
respectiva civilização).
• OBS: países diferentes (Estados), com culturas diferentes.
MUNDO NATURAL
X
MUNDO CULTURAL (HISTÓRICO/HUMANO).
• Leis Naturais x Leis Culturais.

• Leis Exatas: princípio da causalidade. Ex.: leis físico-matemáticas.

• Leis Culturais: princípio da referibilidade. Ex.: leis culturais (direito).

• Natureza Axiológica (valores).

• Natureza Teleológica (finalidades).

• Invariantes Axiolóicas/Valorativas. Ex.: dignidade humana, vida


etc.

• OBS: papel dos legisladores e intérpretes (ex.: magistrado)?


Criação, modificação, extinção ou interpretação das normas
jurídicas, de acordo com a realidade da época.
RELAÇÕES ENTRE DIREITO, MORAL E ÉTICA.
• Juízo de Realidade x Juízos de Valor

• Estruturas: ser x dever ser.

• Característica primordial: imperatividade.

• Os legisladores não se limitaram a descrever os fatos sociais, mas sim


prescrevem na legislação algo que “deva ser”, com a previsão das possíveis
consequências caso haja obediência ou violação da norma (ação/omissão).

• Normas Éticas  expressa um juízo de valor, ao qual se liga, se possível, uma


sanção ética/social.

• Toda norma ética tem como pressuposto básico a liberdade do destinatário


(autonomia), em oposição às regras do direito (que, em regra, são
heterônomas, coercíveis, com bilateralidade atributiva e com sanção
prefixada).
TEORIAS QUE RELACIONAM DIREITO E MORAL.
• 1. Teoria do Mínimo Ético (Círculos Concêntricos):

• Criada pelo jurista e filósofo inglês, JEREMY BENTHAM (difusor da teoria do


utilitarismo, que propagava uma teoria ética normativa, com o objetivo de
maximizar a utilidade da felicidade).

• Desenvolvida por GEORG JELLINEK, filósofo do direito e juiz alemão.

• Os adeptos de tal teorização afirmam que o DIREITO representa apenas o


mínimo de moral declarado obrigatório para que a sociedade possa
sobreviver.

• Assim, “tudo que é jurídico é moral”, mas o inverso?

• Será que tal afirmação se sustenta, cientificamente?

• Moral – Amoral – Imoral  Exemplos.


TEORIAS QUE RELACIONAM DIREITO E MORAL.

• 2. Teoria dos Círculos Secantes:

• Criada por DuPasquier (Claude-Abram Du Pasquier), jurista francês.

• Esta teoria prega que o conjunto das normas morais é parcialmente


coincidente com o conjunto das normas jurídicas.

• Logo, existem regras morais não jurídicas, bem como regras jurídicas amorais
e imorais.

• Existem também regras comuns (morais e jurídicas).

• Posição de Miguel REALE? Afirma que “embora possam existir normas jurídicas
fora do universo da moral, seria desejável que o maior número possível delas
estivesse de acordo com a moral”.
TEORIAS QUE RELACIONAM DIREITO E MORAL.
• 3. Teoria Pura do Direito:

• Criada e desenvolvida por Hans KELSEN (jurista e filósofo austríaco).

• Principais caracteres:

• Regras morais são idênticas às jurídicas, exceto por um aspecto externo: as


normas jurídicas são normas morais com maior condição de se impor socialmente
de modo eficaz (eficácia social ou efetividade).

• Grau de força coercível por meio da norma. ESTADO (emissor da norma jurídica) é
mais forte que a SOCIEDADE (emissor de uma norma moral).

• Logo, as normas jurídicas são criadas pelo próprio Direito, e somente por ele
deixam de existir. Ao contrário das regras morais.

• Problema: cumprimento das regras sociais  de forma forçada/coercitiva ou


espontânea?

• Moral = incoercível / Direito = coercível.


TEORIAS QUE RELACIONAM DIREITO E ÉTICA.

• 1. Eticismo Absoluto:

• Direito = não tem nenhuma relação com força (visão idealista).


• 2. Direito como expressão de força:
• Jhering (A Luta pelo Direito) e Hans Kelsen (Teoria Pura do Direito).
• Direito = norma (preceito primário) + coação/sanção (preceito secundário).
• Problema: cumprimento espontâneo.
• 3. Teoria da Coercibilidade:
• Coação no Direito não é efetiva, mas potencial.
• Normas morais são autônomas.
• Normas jurídicas são heterônomas, com validade objetiva e transpessoal.
• Exemplos.
DIREITO: SIGNIFICADOS/ACEPÇÕES.
• 1. Direito NATURAL:

• Aspirações jurídicas de determinada época que surgem da natureza social do


homem e que se revelam pela conjugação da experiência e da razão.

• Não é algo escrito, mas que deve ser consagrado pelo Direito Positivo, afim de
termos um ordenamento jurídico (conjunto de normas jurídicas; condutas exigidas
ou o modelo imposto de organização social) realmente justo.

• Mutável ou imutável? Exemplos: vida, liberdade etc.

• Breve evolução histórica:

• Idade Média = DEUS  Direito ditado pelos religiosos (representantes).

• Século XVII (Hugo Grócio – pai do Direito Natural)  Direito nasce da natureza
humana e das coisas (noção filosófica).

• Século XVIII (Kant)  Direito é o conjunto das normas superiores apreendidas


pela razão.
DIREITO: SIGNIFICADOS/ACEPÇÕES.

• 2. Direito POSITIVO:

• Direito criado ou reconhecido pelo Estado, sendo a ordem jurídica


obrigatória em determinado lugar e tempo.

• Pode ser escrito ou não escrito.

• Direito institucionalizado pelo Estado.

• Antagonismo: Direito Natural x Direito Positivo.

• Exemplos.
DIREITO: SIGNIFICADOS/ACEPÇÕES.

• 3. Direito OBJETIVO:

• Direito Positivo no aspecto objetivo.

• Norma de conduta e de organização social.

• Previsão normativa da conduta, de forma estática.

• Exemplos: regras jurídicas contidas em diversos diplomas


normativos (Código Civil, Código Penal, Constituição da
República Federativa de 1988, Código Eleitoral, CLT etc.).
DIREITO: SIGNIFICADOS/ACEPÇÕES.

• 4. Direito SUBJETIVO:

• Direito Positivo no aspecto subjetivo.

• Possibilidades ou poderes de agir que uma ordem jurídica


ou um contrato garante a alguém de exigir de outrem uma
conduta ou uma omissão.

• Surge somente numa relação jurídica concreta.

• Exemplos: regras jurídicas de direito patrimonial (direitos


reais; direitos obrigacionais) e de direito não patrimonial.
DIREITO: SIGNIFICADOS/ACEPÇÕES.

• 5. Direito PÚBLICO:

• Campo jurídico em que prevalecem as regras jurídicas


onde há o predomínio do interesse coletivo, sendo o
ESTADO o representante de tal interesse.

• Normas de Direito Público x Normas Cogentes (Normas de


Ordem Pública).

• Exemplos.
DIREITO: SIGNIFICADOS/ACEPÇÕES.

• 6. Direito PRIVADO:

• Campo jurídico em que prevalecem as regras jurídicas onde


há o predomínio do interesse privado (particular).

• Estado pode participar de tais relações?

• Exemplos.

• Normas de Direito Privado e a possibilidade de existência de


Normas Cogentes (Normas de Ordem Pública).

• Exemplos.
DIREITO: SIGNIFICADOS/ACEPÇÕES.

• 7. Direitos ou Interesses DIFUSOS E COLETIVOS:

• 3ª espécie, onde não há prevalência de interesses


puramente públicos ou privados, mas um misto, em que os
direitos não pertencem a uma coletividade somente, mas
também não são atribuídas somente a particulares.

• Exemplo: Direito do Consumidor, Direito Ambiental etc.

• Regras são explicitadas pelo art. 81, parágrafo único, do CDC,


como sendo direitos transindividuais.
• BIBLIOGRAFIA OBRIGATÓRIA PARA LEITURA:

1. MIGUEL REALE: CAPÍTULOS 1 A 8; 24 A 26.

2. PAULO NADER: CAPÍTULOS 1 A 6; 8; 10.

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